Bianca Gomes de Oliveira Alves RGM- 630225728
RETRATOS DE FAMÍLIA
História e Teorias das Relações Públicas
São Paulo 2022
Bianca Gomes de Oliveira Alves RGM- 630225728
RETRATOS DE FAMÍLIA
História e Teorias das Relações Públicas
Trabalho apresentado no curso de Graduação da Universidade Cruzeiro do Sul. Orientadora- Carla Testa
São Paulo 2022
Como base para este trabalho, entrevistei a minha avó materna Elenita. Elenita - Minha Avó
A minha avó, Elenita, nasceu no Recife, no ano de 1949 em uma família de classe média. Ela conta que sua mãe, Neuza, teve em total 12 filhos, mas 4 deles morreram bem pequenos. Quando perguntei a ela sobre como foi sua infância, ela me respondeu “uma droga”, e em seguida me contou que ela não teve infância, pois sua obrigação era cuidar da casa e de seus 8 irmãos. Ela era a irmã mais velha, então sua rotina era cuidar dos irmãos e manter a casa limpa e arrumada.
Aos 8 anos minha avó, seus pais, Neuza e Pedro, e seus irmãos vieram para São Paulo para tentar ter uma vida melhor. Ela conta que foi uma viagem muito longa e difícil, afinal, não devia ser fácil viajar de ônibus com 9 crianças. Eles se instalaram na região da vila olímpia, na capital de SP.
Quando minha avó completou 15 anos ela começou a estudar em um colégio técnico, ela fazia técnico em enfermagem, esse era o sonho dela. Minha avó também trabalhou em uma gráfica por um tempo, ela diz que gostava muito, mesmo seu salário todo indo para as mãos de sua mãe. Nesta mesma época ela conheceu o meu avô, Ivanidio. Os dois conviviam bastante pois suas famílias eram muito amigas.
Ivanildo - Meu AvôMeu avô se chama Ivanidio, mas não gosta que o chamem assim, diz ele que foi um erro de digitação no cartório e que o correto seria Ivanildo. Pois bem, Ivanildo nasceu no ano de 1947 no estado da Paraíba. Seus pais, Otacílio e Ambrozina, vieram para São Paulo quando meu vô tinha apenas 1 ano de idade. De acordo com ele, eles vieram de Pau de Arara (um meio de transporte irregular utilizado no Nordeste do Brasil) e se estabeleceram também na região da vila olímpia. Meu avô teve 7 irmãos, sendo ele o mais velho. Depois de um tempo aqui em São Paulo, ele começou a frequentar a escola, mas disse que nunca gostou de estudar e sempre que podia, cabulava às aulas. Antes mesmo de completar a quinta série, ele largou de vez a escola, pois tinha que trabalhar para ajudar sua família. Sua infância foi bem triste, ele trabalhava como engraxate e nos dias de feira, pegava os restos de comida no chão para ter o que comer, isso quando ele não passava fome. Por volta dos seus 16 anos, ele conheceu minha avó Elenita e os dois começaram a conversar e frequentar as casas um do outro.
Elenita & Ivanildo
Como foi dito, os dois se conheceram pois suas famílias eram muito próximas, então eles começaram a desenvolver uma grande amizade também. Só começaram a namorar realmente quando minha avó completou 18 anos. Minha avó conta que mesmo namorando, sua mãe nunca deixou que eles ficassem a sós para namorar, tinha sempre alguém presente ali. Depois de 3 anos de namoro, os dois resolveram se casar, ela com 21 anos e ele com 22. Com muito esforço, conseguiram bancar um casamento e começar a construção da casa própria deles.
Dois anos se passaram e minha avó engravidou de seu primeiro filho, a quem deu o nome de Ismael. Um ano depois mais um filho, dessa vez era a minha mãe, Raquel. Nessa época a casa própria deles já tinha ficado pronta (aliás, meu avô ajudou na construção). Dois anos mais tarde, veio minha tia Rosely e quatro anos depois, o Rafael nasceu.
Durante toda a infância de seus filhos, meu avô nunca esteve muito presente. Ele trabalhava como motorista de ônibus na Viação Tânia Transporte o dia inteiro para poder sustentar os quatro filhos. Minha avó ficava em casa cuidando das crianças (não pôde seguir com o sonho de fazer uma faculdade de enfermagem).
Aos 37 anos minha avó se mudou com meu avô e com seus quatro filhos para Santa Catarina, por influência de parentes que diziam ser uma cidade maravilhosa de se morar. Porém, eles só moraram por 6 meses lá pois as coisas não deram certo.
Meu avô passou boa parte da sua vida como motorista de ônibus e de guincho, ele também já teve um ferro velho. Minha avó trabalhou por um ano em uma creche da prefeitura, além de cuidar de seus filhos e da casa.
Hoje os dois são aposentados e comemoram, este ano, 50 anos de casamento. Minha avó continua cuidando da casa e de seus netos que ela tanto ama. Já meu avô é aposentado e gosta de fazer alguns “bicos” de carreto.
Seus filhos cresceram, Ismael hoje está casado e com uma linda filha, Isabella. Rosely também se casou com um homem extremamente bondoso e juntos tiveram o amor da minha vida, o Davi. Meu tio Rafael é divorciado e não tem filhos. E minha mãe, Raquel, se casou com meu pai, Renato, e juntos tiveram eu e minha irmã Bruna.
Raquel & Renato
Meus pais se conheceram em um site de relacionamento e logo começaram a namorar. Com 28 anos minha mãe teve sua primeira filha, eu, nascida em 11 de dezembro de 2003. Com a descoberta da gravidez minha mãe se casou com meu pai, para oficializar a união. Minha mãe saiu da casa dos meus avós para ir morar junto com meu pai Renato, na zona leste de SP. Ela conta que percebia que eu era muito sozinha, e sentia falta de ter alguém com quem brincar, então eles decidiram ter uma segunda filha, e foi aí que minha irmã Bruna nasceu, em setembro de 2005.
Dois anos após o nascimento da minha irmã Bruna, meus pais decidiram se separar, então, nos mudamos para casa dos meus avós maternos. Me lembro que meu pai ia nos buscar aos finais de semana e nos levava para passear no shopping ou nos levava para a casa dele e dos meus avós paternos.
Após um ano da separação dos meus pais, meu pai sofreu um acidente de carro. O carro dele, que estava em alta velocidade, colidiu com um ônibus e ele não resistiu. Na hora do acidente tinha uma amiga com ele também, felizmente ela sobreviveu.
Quando ele faleceu, eu só tinha 4 anos, então não me lembro de muitas coisas a respeito dele, mas mesmo assim sinto saudades. Minha mãe e meus avós falam que ele era uma pessoa super alegre e brincalhona.
Minha Infância
Após o falecimento do meu pai, minha mãe começou a faculdade de administração e começou a trabalhar fora. Ela ficava o dia todo trabalhando, e só voltava de noite. Então dos meus 4 até meus 14 anos, quem me criou foi a minha avó Elenita e meu avô Ivanildo.
Lembro que ela sempre nos obrigava a ir na feira com ela, pois ela não queria deixar eu e minha irmã sozinhas em casa. Ela nos arrumava para ir à escola e fazia uns penteados que eu odiava (kkkk). Ela também nos levava para todo canto que ela ia, casa de amigas, igreja, mercado… Na hora de dormir as vezes ela ou meu avô contava histórias e mexiam no meu cabelo para eu dormir, ela ainda mexe quando eu peco e as mãos dela são as melhores para isso. Meu avô foi quem ensinou eu e a Bruna a andar de bicicleta, toda tarde ele ficava pelo menos 1 hora
olhando a gente na rua. Eles também levavam a gente pra comer pastel às vezes, era muito legal. Hoje, minha mãe trabalha em casa e passamos mais tempo juntas. Essa é a história da minha família, não toda, mas sim uma parte dela.