2.3 FUNDAMENTAÇÃO DO GÊNERO

Como objeto de estudo, analise e base para a formação da história do curta-metragem “FLORECER” , utilizamos os conceitos abordados por Luiz Nogueira, autor do acervo literário “Manuais de Cinema” . Em sua obra: “Manuais de Cinema II – Gêneros Cinematográficos” ele destrincha com riqueza de detalhes e aplicações práticas as principais diferenças entre os gêneros e os subgêneros utilizados no meio cinematográfico. Na afirmativa de Nogueira, os gêneros são categorias classificadoras, usadas para agrupar padrões encontrados nas diferentes produções audiovisuais.

Alguns gêneros utilizam do riso como ferramenta, outros das fragilidades e vícios e outros das virtudes do ser humano. Diferente desses gêneros, o drama por sua vez, busca analisar as consequências perante essas situações, afirma Nogueira.

[...] o drama aborda, portanto, a vivência mais prosaica do sujeito vulgar, mas explorando as suas consequências emocionais mais inusitadas e profundas. Esta atenção ao prosaico tende, por isso, a aproximar o drama de um registo objetivo e analítico, ainda que, frequentemente, crítico, procurando efeitos de realismo, de reflexão e de problematização acerca da sociedade e das suas normas e valores, bem como acerca do lugar do indivíduo, das suas errâncias ou das suas tensões. Esta propensão para o realismo não impede, contudo, que as emoções e as suas representações sejam, circunstancialmente, sujeitas a um processo de nítida estilização [...] (pág. 23-24, NOGUEIRA, Luiz. 2010)

Nesse gênero em questão, do ponto de vista narrativo, são as consequências dos conflitos daqueles que os vivem que importam. Ou seja, o ser humano mais comum e normal, em situações de certa complexidade emocional e/ou inescapável polemica social.

Dentro do gênero, encontramos algumas ramificações (subgêneros), como: drama social; drama bélico; drama psicológico, drama familiar; drama político; entre outros.

Em nossa obra abordaremos dois aspectos do drama, o social e o psicológico. Seguindo as definições de Nogueira o drama social tem como característica principal, colocar a personagem em confronto com um mundo no qual ela tem dificuldade de se encontrar e encontrar o seu lugar nele. Já o drama psicológico direciona a personagem para um conflito interno, dela com ela mesma, suas convicções e incertezas, medos e inseguranças, provocando uma jornada de intimo autoconhecimento.

A obra “FLORECER” fornece ao telespectador, ao misturar os dois subgêneros, fidelidade a realidades próximas a que Flora experiencia. Portanto o foco não é o dramático em si, mas as

consequências dos fatos apresentados em decorrência de uma situação emocional desequilibrada ou não favorável da personagem.

Existem muitos desafios narrativos dentro do gênero, por isso a direção dos atores tem um papel importantíssimo a ser desempenhado afim de transmitir, com veracidade, a situação que o mesmo busca representar. Nesse cenário, a utilização do gênero correto para expressar determinada ideia ou momento, passa a ser necessariamente e indispensavelmente precisa.