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3.8 JUSTIFICATIVA
from Florescer
by Rede Código
3.8 JUSTIFICATIVA
A produtora Toth tem em sua base um grande apreço pela produção de obras híbridas, ficcionais dramatúrgicas tendo como relevância conflitos sociais. A equipe sempre teve acréscimos de integrantes que compactuam com interesses parecidos. Opta-se, então, por um produto como o curta-metragem com um 'plus' de making off de podcast, tirando-nos da zona de conforto.
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O Curta-metragem se encaixa na exploração de algo novo para a produtora. Com ele é possível colocar em prática tudo que foi aprendido nos outros semestres. Como foi citado a cima na fundamentação, em um determinado momento os curtas passaram a ser exibidos antes das atrações principais dos teatros e cinemas pois eram uma maneira de alcançar um público mais abrangente pela “atração plus” muito convidativa. Em outras palavras, era possível atingir idades, gêneros e classes sociais de diferentes interesses de maneira mais prática, o que beneficiava muito os proprietários desses estabelecimentos.
Após a revolução do som no cinema, nota-se um aumento nas produções de curtas metragens de cunho dramático. O foco dessas histórias eram, geralmente, conflitos familiares com personagens reconhecíveis e motivações compreensíveis, mostrando o “mundo real” .
Durante as pesquisas de possíveis formatos, o curta-metragem foi analisado como um dos primórdios do cinema associado a uma limitação técnica. Sendo assim, a produção de curtas não era questão de escolha, mas sim por ser a única forma possível de fazer uma realização cinematográfica. Com o tempo surgiram definições de como produzir um curta, como a quantidade de personagens e diálogos, condensação narrativa, tempo de história, verossimilhança, além da grande carga emotiva e sugestiva.
Neste universo se encontra o objetivo da produção de Florescer, que será explanado mais detalhadamente.
Segundo a produtora cinematográfica do curta-metragem de 2015,Quem matou Eloá, Livia Perez, esse formato também proporciona uma profunda reflexão sobre a sociedade, conflitos pessoais e todos os temas ao redor dela. Logo, apura o senso crítico e atinge, em cheio, a sensibilidade, ou seja, transmite a ideia e a visão em poucos minutos, exatamente o que a produtora procura trabalhar no projeto Florescer com a personagem Flora, uma mulher de 45 anos anos com depressão, tendo um gatilho no seu próprio atêlie a escutando quando mais jovem, seus sonhos, para sair desto luto que está durante anos dês que se mudou com seu marido, esquecendo sua essência.
E além da produção do curta-metragem, tem um podcast como diário da Flora, pois quando mais nova ela gravava em um gravador o que fazia para ter mas sensações de onde estava e da intonação para saber exatamente o que sentia, assim quando mais velha em meio seu luto se ouvindo e trazendo toda emoção de antigamente, e voltando a gravar e procurar a essência do "eu" perdido antes. A escolha de um podcast foi pelo aumeto de audiência nos últimos anos de 2021 e principalmente 2022, conforme uma pesquisa realizada pelo site 'Statista' , o Podcast no Brasil teve crescimento de 40% de consumo, sendo um mercado interessante para se trabalhar, levando em consideração, também, uma possível popularidade dessas grandes produções com a mesma intensidade de criatividade.
Toda identidade visual de Florescer traz referências de filmes dramáticos, tanto em seu gênero quanto estética. Entre elas, o enquadramento é um dos mais importantes recursos da linguagem cinematográfica. Muitas vezes, também somos levados por diversos posicionamentos, de modo que a nossa resposta emocional é construída aos poucos, Além do que, usar as técnicas de enquadramento é um dos meios mais eficazes de conseguir realmente transmitir uma mensagem para o público; Por isso, conforme foi dito em 'planos e enquadramentos' em direção de fotografia, é escolhido Plano detalhe (extra big close-up — P/D) que é mais próximo que o primeiríssimo plano. O detalhe serve para dar foco a algum objeto pequeno. Em geral, não se reconhece o ambiente ou mesmo o próprio objeto. O objetivo é criar uma sensação de mistério e a surpresa posterior quando o enquadramento fica mais amplo, o que ajuda a prender a atenção do espectador.
Conforme o site "Primeiro Filme" no artigo "O Livro", os planos mais fechados são expressivos e dramáticos, porque a proximidade ajuda a captar sentimentos e transmiti-los ao público.
A obra Florescer mistura os dois subgêneros em um, para obter, com mais fidelidade, os efeitos de uma crise de meia idade em Flora, que representa os sentimentos e confusões de muitas pessoas com idades e realidades próximas a que Flora vive. Para isso, o diretor deve ter um olhar empático com relação as consequências emocionais da vida.
Portanto, o objeto ou foco não é o DRAMÁTICO em si e sim as consequências desses fatos apresentados em decorrência de uma situação emocional desequilibrada ou não favorável. Existem muitos desafios narrativos dentro do gênero, por isso a direção dos atores deve ser perfeita para transmitir, com veracidade, a situação que se busca representar conforme dito na Fundamentação de gênero.
E claro o plano geral, o objeto ocupa a maior parte da imagem, e o espaço a menor. Há contudo uma interação entre o objeto e o ambiente (espaço em que se encontra), formando ambos um “todo” que se completa. São fotos ideais para evidenciar o sujeito no espaço em que se encontra. Agora, em conjunto, uma pesquisa feita em cima da Kantar IBOPE Media, para sabermos onde o projeto "Florescer" se enquadraria em transmissão, e é notado como dito na página de veiculação que as plataformas de streaming tiveram um ganho de 58% em seus usuários no último ano. Sendo o Brasil o segundo pais que mais consome conteúdos por streaming e tendo como gênero principal o drama.
A decisão para veiculação/distribuição do curta-metragem Florescer, é uma escolha baseada também em público alvo e faixa etária, que conforme a pesquisa realizada na página, por isso, as plataformas de streaming como Amazon Prime, Video da Amazon e Globoplay do Grupo Globo foram as escolhidas.
O gênero sempre é e não é o mesmo, sempre é novo e velho ao mesmo tempo. O gênero renasce e se renova em cada nova etapa do desenvolvimento da literatura e em cada obra individual de um dado gênero. Nisto consiste a sua vida (BAKHTIN, 2003, p. 91).
A partir do final da década de 1950, os artistas sedentos por expor suas habilidades em produzir narrativas ficcionais sem uma finalidade propriamente didática, mas como expressões estéticas. Ávidos a mostrar sua visão de um mundo, sabendo e entendendo esses conceitos se introduz o projeto transmidia: curta-metragem e podcast.
A escolha do tema do projeto é dado pelo fato da produtora querer tratar um assunto de relevância, com impacto da informação no individual e social.
Muitas pessoas ao escolherem assistir algo tentam se encontrar no personagem, e com Florescer, a produtora propõe que mulheres possam se identificar com a personagem principal.
É escolhido o gênero drama, pois ele trata de acontecimentos épicos diferentemente das ações no romance que se discorrem livremente no tempo e no espaço – as personagens sendo arremetidas do passado ao futuro e de um lugar a outro sem problemas – no gênero dramático, elas passam por uma limitação: tudo deve estar voltado para as possibilidades do palco, como Flora no curtametragem.
O surgimento de dispositivos mecânicos de captura e transmissão de imagens em movimento criaram novos produtos e novas práticas discursivas, que pode ser chamado de drama. O drama não mais se limita à sua tradição literário-teatral e agora, em um diálogo mais direto com as formas de expressão populares e mediadas, está mudando de misturas deliberadas de gêneros e tipos e de acordo com usos do senso comum.
Identificar esta natureza complexa do drama enquanto gênero literário requer identificar, no centro de sua essência, elementos que o formam e cuja presença garante a sua própria manifestação. E assim o fizeram para melhor compreender as transformações radicais por que passou o drama entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX, com o surgimento do chamado drama moderno. Para os teóricos Lukács (1965), Williams (2010) e Szondi (2001), o drama é primário, unitário e intersubjetivo. Enfim, a totalidade do drama é de origem dialética.
Portanto, também nesse último aspecto o diálogo é o suporte do drama. A possibilidade do diálogo depende a possibilidade do drama . Como espécie artística, o drama pode se manifestar nos mais diferentes meios e práticas culturais também múltiplas.