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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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REFERÊNCIAS

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velhos. Esse recurso humaniza a luta destas mulheres e mostra que o Movimento Negro Unificado resistiu a todo este tempo e está conquistando mais espaço dentro do jornalismo. Neste cenário, Luciene Dias e Wéber Oliveira comentam: A mulher negra, empoderada fala de si, a partir do gueto para o próprio gueto e também para outros espaços, antes não alcançados. A valorização de sua identidade é alcançada quando se quebrar o paradigma da invisibilidade, e assim, abre caminho para o reconhecimento e afirmação do é que é ser mulher negra. (DIAS; OLIVEIRA, 2016, p 13)

A matéria finaliza com um intertítulo do porquê continuar na luta e nele constam as respostas das entrevistadas. O recurso deixa uma abertura para a reflexão de que a luta destas mulheres é também estar em movimento. Segundo Orlandi (2009, p.37): "Todo discurso é visto como um estado de um processo discursivo mais amplo, contínuo.”

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Perante as análises das matérias jornalísticas que compõem esta pesquisa, constatou-se que há uma tentativa da jornalista Ana Carolina Pinheiro em desenvolver pautas que englobem a saúde mental das mulheres negras. E nessa tentativa, em seu local como jornalista preta, ela se coloca dentro dos textos para possivelmente aproximar o público leitor, principalmente das mulheres negras, ao compartilhar dores, trazer personagens que são do seu convívio social e pela forma mais sensível e menos factual em que ela conduz os textos. Essa postura em seu local de comunicadora é um mecanismo de resistência à forma como o jornalismo aborda os assuntos acerca da negritude. Ana Carolina Pinheiro se posiciona ao resgatar um imaginário positivo das mulheres negras, de forma humanizada - o que é fruto da luta do Movimento Negro Unificado, mas também de um ativismo e cobrança que ocorre em fóruns, sites e redes sociais com um receptor mais ativo e menos passivo em relação a produção jornalística. A Revista Claudia (on-line) permite este espaço para as pautas sobre saúde mental de mulheres negras, muito devido a consonância que o veículo sente em estar a par das mudanças sociais e culturais diante do racismo estrutural e pautas identitárias. Entretanto, a informação que seria de grande valia para mulheres pretas periféricas não chega até elas, devido à segmentação do público leitor da revista, que de acordo com o Mídia Kit de 2020 faz parte da classe média alta e classe alta brasileira.

O debate gerado por meio de reportagens sobre saúde mental de mulheres negras é oportuno e necessário para desmistificar que elas são fortes e guerreiras e aguentam de tudo,

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