Retratos de Família
São Paulo, 13 de maio de 2022
Sabrina Lemes Batista - 30252733
São Paulo, 13 de maio de 2022
Introdução
A história da minha família é longa principalmente do meu pai, por sermos uma família grande, irei tentar resumir a história mas se tem algo que aprendi com esse trabalho é do quão forte as mulheres da minha família são, passaram por muitos julgamentos e dificuldades, tanto a família da minha do meu pai quanto a da minha mãe eram famílias muito humildes, que tinham pouco mas que receberam ajuda e sempre ajudou os outros naquilo que estava em seus alcances, a típica história daqueles que saíram da roça e do norte para tentarem uma vida melhor em São Paulo.
Família Lemes
A história da minha avó materna Maria Helena Lemes, começa em 26 de maio de 1957 nasceu em Elói Mendes Minas Gerais, a caçula da família, morava na roça e teve uma infância muito simples e feliz, sempre adorou animais e tinha muitos gatos, cuidava das vacas e levava marmitas para seu pai e os irmãos que trabalhavam na roça, nos cafezais e em outras plantações, sua primeira lembrança é de quando tinha 5 anos e teve berne nos olhos, sua mãe fez uma promessa para Nossa Senhora, que se ela curasse ela iria levar minha avó para Aparecida do norte.
Com 9 anos vieram para Itaquaquecetuba, porque seu irmão mais velho veio para São Paulo arrumar emprego, ela não chegou a completar a escola porque quando começou a frequentar já em Itaquá um homem seguiu ela de carro durante o caminho e como tinha medo de carro não prosseguiu com os estudo, com 14 anos já trabalhava e se apaixonou por um menino que se chamava Ditinho mas seu pai (João Vicente) não aprovou mesmo sendo amigo da família porque o ele tinha uma deficiência na perna, mesmo sem aprovação contínuo se encontrando com ele, com o consentimento da sua mãe (Elisa Reis) que gostava do menino e aprovava os dois juntos mas quando seu pai descobriu ameaçou Ditinho e foram proibidos de se encontrarem, depois de um tempo conheceu meu avô Jair Lemes nascido em 1950 que mesmo não sendo quem ela amava aceitou se casar com ele porque seu pai aprovou, no dia do casamento quis fugir com o Ditinho mas ele não aceitou pois não tinham aprovação da família e minha avó já estava grávida, na noite do seu casamento meu avô traiu ela, foi um casamento muito difícil, tiveram quatro filhos, minha mãe Erica, minha tia Edna e meus tios Heraldo e Haroldo, sofreram muito por ele ter sido um homem muito agressivo, meus avós ficaram juntos por alguns anos mas depois decidiram se separar, ambos conheceram pessoas novas, ele teve outra filha, minha tia Milena um ano mais velha que eu e minha avó um tempo depois conheceu o Levino com quem é casada hoje em dia, ele sempre gostou dela quando eram mais novos mas nunca tinham se falado, hoje ela vive em um casamento feliz e continua morando na mesma casa em Itaquaquecetuba.
Família Batista
A história da família do meu pai irei começa a contar sobre minha bisavó que em fevereiro deste ano completou seus 99 anos, Alice Gomes Batista nascida em 1923 em São Raimundo Nonato Piauí, com 12 anos fugiu da casa de sua tia para se casar com meu bisavô Avelino que não cheguei a conhecer, ele era mais velho e com 15 anos ela teve sua primeira filha ao todo tiveram 12 filhos mas ele batia nela e era mulherengo, contraiu sífilis e passou para ela, três do filhos morreram por conta da doença, quando ela descobriu foi ao médico que ofereceu tratamento para os dois mas ele não quis, ela se tratou e após se separar não teve mais sintomas da doença, se tornou a primeira mulher em São Raimundo a se divorciar, minha bisavó era cozinheira, cozinhava para os vereadores da cidade em eventos em época de eleição mas só conseguiu se aposentar quando a arqueóloga Niède Guidon contratou ela e minha tia avó Terezinha para cozinhar para os estudantes da França que vieram para o Brasil estudar sobre as descoberta das pinturas rupestres e fósseis encontrados na cidade, Niède concedeu uma bolsa de estudo para meu tio avô estudar na França e trabalhar com ela. Meu avô José Batista trabalhou desde cedo, se casou com minha avó Maria Cecília, na época sofreram muito preconceito quando decidiram ficar juntos pois a mãe da minha avó (Maria Rita) nunca se casou, dizia que não gostava que homem mandasse nela, teve quatro filhos que não era dos mesmo país e criou todos sozinhos, trabalhando como rendeira, como era cidade pequena todos na cidade diziam que minha avó seria igual a mãe dela mas os dois permaneceram juntos e tiveram 10 filhos.
Na década de 70 meu avô foi o primeiro dos filhos a vir para São Paulo para arrumar um emprego melhor, no início moraram em um cortiço em São Miguel Paulista, era pedreiro e às vezes vendia doce no trem com os filhos, meu avô não tinha muitos estudos mas em 1979 fez um curso de eletricista de manutenção e sabia ler plantas de construção civil, moraram em muitos lugares e vieram para Itaquaquecetuba quando meu avô recebeu uma proposta de reformar uma casa na cidade, nessa época estavam morando no Itaim Paulista, o lugar estava ficando perigoso e como as crianças já estavam crescendo gostaram de Itaquá porque era uma cidade mais calma para a criação dos filhos, ele aterrou o rio e construiu uma casa em frente, moraram nessa casa até 2012 quando o rodoanel passou por lá e tiveram que deixar a casa, um pouco antes disso meu avô tinha sido diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica, foi muito difícil pois meu avô amava caminhar e passar em frente aos lugares que ele ajudou a construir, quando derrubaram a casa ele piorou um tempo depois veio a falecer.
Meus pais
Minha mãe (Erica) estudava junto com meu tio Antônio, irmão do meu pai (Ailton) ele convidou minha mãe para ir no aniversário da minha tia Maria Ivoneide que também estudava na mesma escola, a festa foi na casa dos meus avós e foi onde meus pais se conheceram, começaram a namorar e com 19 anos minha mãe engravidou, ela já trabalhava mas foi bem difícil pois os dois ainda eram novos e minha vó disse que eles iriam precisar morar juntos, o relacionamento dos dois também era difícil e quando eu tinha 3 anos, eles se separaram, morávamos ao lado da casa da minha avó paterna, meu pai foi morar com a mãe dele, ele estava desempregado, somente minha mãe trabalhava e ela trabalhou em dois empregos por um tempo então meu pai que cuidava de mim e da casa, ele ajudava minha mãe mas depois ele foi estudar para se tornar policial e nossa família ajudou cuidando de mim enquanto ela trabalhava, apesar de por um tempo ser somente nós duas minha mãe sempre trabalhou muito para cuidar de mim e da casa, aos meus 6 anos, ela conheceu meu padrastoAlexandre no qual vivem juntos até hoje. Meu pai se casou e teve uma filha, minha irmã Estela, mas o casamento não deu certo, se separou há três meses, hoje ele mora na cidade vizinha em Mogi das Cruzes.
Apesar de estarem separados os dois tem uma ótima convivência, todas as festas de família estamos sempre reunidos.