APOSTURAEXCLUDENTEDAREVISTAVOGUE: Opedantismonaslinhasdaalta-costura
SÃO2021PAULO 1
UNIVERSIDADECRUZEIRODOSUL CURSODEJORNALISMO
ISABELLADEDEUSOLIVEIRA
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Projeto de Pesquisa desenvolvido como etapa de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, soborientaçãodoProf Me VicenteLázaro
UNIVERSIDADECRUZEIRODOSUL CURSODEJORNALISMO
ISABELLADEDEUSOLIVEIRA
APOSTURAEXCLUDENTEDAREVISTAVOGUE: Opedantismonaslinhasdaalta-costura
SÃO2021PAULO 3
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A proposta deste trabalho acadêmico é desenvolver, através de bases teóricas como a de Theodor Adorno (1903 1969), Max Horkheimer (1895 1973)eaanálise das edições da publicação Vogue Brasil durante o períodode2020e2021umalinhade raciocínio sobre a reflexão das questões: como a revista Vogue Brasil, referência no mercado editorial nacional, mas que ainda vive em uma bolha social, produzindo conteúdos jornalísticos que incentivam a necessidade de consumo de um estilo de vida que condiz com a realidade de menos de 10% da sociedade brasileira (Instituto BrasileirodeGeografiaeEstatística,2013)?
RESUMO
A publicação Vogue surgiu por conta de seus criadores,ArthurBaldwineHarry McVickar, editores aristocratas e amigos daalta-sociedadenova-iorquinaqueidealizam a revista em 17 de dezembrode1892comoumsimplesfolhetimsemanalqueretratasse as vivências da elite social, realizando cobertura de notícias da cena local, tradiçõesda altasociedadeeetiquetasocial.
PALAVRAS CHAVE:Jornalismodemoda;VogueBrasil; IndústriaCultural;PosturaExcludente
Sumário
1.0INTRODUÇÃO 6 2.0APRESENTAÇÃO 8 3.0REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO 10 3.0RESULTADOS 12 4.0CONSIDERAÇÕESFINAIS 17 7.0PROJETOEXPERIMENTAL 21 7.1RESUMO 21 7.2INTRODUÇÃO 22 8.0DESCRIÇÃODOPROJETOGRÁFICOEDITORIAL 24 8.1APRESENTAÇÃO 24 8.2PÚBLICO-ALVO 24 8.4EDITORIAS 26 9.0PERFILGRÁFICO 28 9.1INFORMAÇÕESGERAIS 29 9.2ESTILOTIPOGRÁTICO 29 9.4CÓDIGOCROMÁTICO: 30 9.5LOGOTIPO 31 11.0CRONOGRAMA 32 12.0ORÇAMENTO 32 14.0ANEXOS 33 14.1ANEXO1-CapadarevistaMarcha 33 14.2ANEXO2-CapadamatériaprincipaldaEditoriaZuzu 34 5
1.0INTRODUÇÃO
Com a expansão da sociedade capitalista, o termo Alta Costura (do francês Haute Couture) é ressignificado, baseando-se em uma série de exigências do Sindicato de Costura de Paris para a confecção de peças de moda com alto valor. Considerado pela indústria da moda o paidaAltaCostura, Charles Frederick Worth criouoprimeiro conceito de grife, costurando as etiquetas de seu ateliê na parte de dentro das peças de suas clientes. Com o requinte de Worth, a moda permanece com a ideologia tal qual àquela da burguesia no período da revolução, as peças são utilizadas como elementos cercadoressociais,compropósitodemostraraascensãoeoaltopoderaquisitivo.
Moda como é conhecida tem seu surgimento após a Revolução Francesa em 1789. O que outrora fora uma ferramenta de necessidade, torna-se uma ferramenta de múltiplas facetas, servindo não somente como mera solução ao pudor, mas como prenunciador identitário e cerceador social. Com o capitalismo dando seus primeiros passos em direção ao propósito de ser o modelo econômico mundial e o desaparecimento da sociedade feudal, a sociedade burguesa nasce fomentada pela necessidade de possuir conquistas e bens, o grupo encontrou a oportunidade de expressar sua ascensão social através de vestimentas e acessórios. (GODART, 2010, p. 15)
A moda sempre foi permeada por convenções sociais edificadas via caráter, ideologias e comportamentos, independente da época da história humana em que ela está inserida, visto que tal qual a humanidade a moda é escrava do seu próprio tempo. No primeiro instante, pode-se encontrar, em uma das narrativas bíblicas, a maneira como Adão e Eva cobrem a sua nudez com folhas de figueira por conta da vergonha que sentiram ao estarem nus. Ao início da história do ocidente, momento em que a igreja domina as reflexões, há num primeiro instante uma noção derelaçãoentre peças de roupas perante ao indivíduo, pode-se identificar que as peças são restritas à práticadeesconderumcorpodooutro.
O processodamodacomoprestígiosocialseestabelecepormeiodepublicações segmentadas para o assunto, como a publicação francesa Le Mercure Galant. Anteriormente, a moda era vista como aspecto ocasional, a partir do século XVIII na
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Inspirados nas publicações francesas, Arthur Baldwin e Harry McVickar, editores aristocratas e amigos da alta-sociedade nova-iorquina, idealizam a revista Vogue em 17 de dezembro de 1892 como um simples folhetim semanal com o valor equivalente a 0,10 dólares, com a intenção de criar uma revista para a elite social, realizando cobertura de notícias da cena local, tradições da alta sociedade e etiqueta social. Com a repercussão de suas coberturas e o aumento expressivo de tiragens, famílias milionárias, imbuídas de interesses políticos, começaram a investir na Vogue Magazineemtrocadeproduçõesjornalísticaspatrocinadas.
Dez anos após seu lançamento, o empresário magnata da comunicação Condé Montrose Nast compra a publicação para sua editora, alterando sua periodicidade e enfoque. Anteriormente, na revista eram efetuadas coberturas jornalísticas sobre esportes, cultura e social, ao reformular a revista, Nast transforma a publicação com uma nova segmentação voltada para o universo feminino, inserindo nas páginas da revista a moda como objeto de desejo para a sociedade doséculoXX,promovendopor meio da Vogue o interesse em qualquer nível social sobre as vidas privadas, conforme Elman (2008). Tornando a publicaçãoumfenômenomundial,aocomercializarnoredor do mundo a elaboração de publicações e assim, consequentemente, conquistando prestígioereputaçãonomercadoeditorial.
Europa, as publicações femininas começam a ganhar a atenção do mercado editorial, permitindo que revistas voltadas para o universo da moda, ao adentrar no universo das passarelas, entrevistar e representar os designers locais, ganharam maisrenomeperante àsociedade,disponibilizandodeespaço,comovitrinedenovascoleçõesdaalta-costura.
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Quando a Vogue chega às terras brasileiras pelas mãos de Luis Carta, Domingo AlzugaryeFabrizioFasanoem1975,elatrazconsigoinformaçõessobremoda,belezae estilo de vida inspiradas nas pautas das páginas pertencentes à revista americana. Publicada pela Editora Três em maio daquele ano, a Vogue chega ao consumidor em um dos períodos mais sensíveis da história brasileira, enquanto pautas sobre a moda internacional e novas coleções estavam sendo debatidas, o Brasil vivia o período dos “anos de chumbo”, instaurado pelo governo General Ernesto Geisel, oprimindo classes sociais,estudantesedireitoshumanos.
2.0APRESENTAÇÃO
A Vogue Brasil chega já consolidada como uma publicação vanguardista, apresentando a moda na versão de arte e status social, destacando a sua linha editorial da elite para as elites como forte estratégia da revista. Ao estabelecer no mercado uma imagemdereferência,apublicaçãosecolocoucomoferramentamidiáticautilizadapara manipulação ideológica, que aliena seus leitores. Ao valorizar o mercado de luxo e incentivar a criação de desejosporprodutoseestilosdevidadealtovaloraquisitivoem um país que apenas 10% da sociedadepossuicondiçãodeconsumiraquiloofertadonas produções jornalísticas, a publicação se torna aparato social alienante, tendo como finalidade a distorção da sociedade atual para que não ocorra manutenção da ordem econômicavigente(PIMENTEL,2014).
Pelos meios de comunicação seremumaparatoutilizadopelaburguesia,leva ao falseamento darealidadesocialveiculandoaideiadequeosinteressespor eles veiculados correspondem aos interesses de todos os cidadãos, não permitindo ao sujeito receptor das informações perceber que as relações sociais e as informações veiculadas sedirigemaatenderprioritariamenteaos interessesdocapital (PIMENTEL,2014,p 12)
Os Meios de Comunicação e o Capitalismo possuem relação interligada, é por meio dos sistemas midiáticos que as ideologias alienantes e a manipulação visando o capitalocorrem.Namoda,nãodifere,comocitaMarcelaPimentel(2014):
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A moda e a comunicação podem ser relacionadas quando são conectadas por meio das fundamentações elaboradas através das análises frankfurtianas, realizadas pelos pesquisadores filósofos Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973). Quando relacionadas, às produções que atingem públicos e formam opiniões, propagandeiam o desejo de consumo da moda,expondoparaosholofotesdas mídias acessíveis estilos de vida que são desejáveis, porém inalcançáveis para a sociedade. Essa elaboração de conteúdo manipulador gera a exclusão degrupossociais e o permear de seu objetivo principal ao reproduzir os interesses das classes dominantes, validando e perpetuando seus valores sociais e a alienação dos indivíduos dominadores, tornando-os incapazes de elaborar um pensamento crítico sobre a reproduçãodocapitalismo.
A problemática desta análise acontece ao notar que as produções jornalísticas da Vogue Brasil dificilmenterepresentamoBrasil,comooepisódioemmeioaoprimeiropicode casos da pandemia do COVID-19 a publicação escolheu a modelo internacional Gisele Bündchen como capa e a chamada “Novo normal” em meio aos agravantes da situação sanitária e da política brasileira. Neste momento, entende-se que a publicação faz ênfase ao novo normal para apenas uma parte da sociedade brasileira, visto que enquanto as classes
É preciso entender o fenômeno de influência construído em torno da Vogue Brasil, compreender a sua estrutura institucional e comoassuaspublicaçõestêmpoderdeproduzire publicar assuntos de forma excludente com outros públicos e até mesmo sua própria cultura. Porexemplo,MaríliaScalzodizque:
A revista Vogue tem como uma das suas principais características a informação de moda e a apresentação de estilos de vida da elite brasileira. Pode-se inserir uma dimensão dialeticamente oposta a da realidade nacional, estabelecendo uma realidade distorcida no consciente dos receptores da mensagem que a publicação propõe a produzir Para o filósofo György Lukács (1981), toda alienação possui ideologias, e épormeiodelaqueaVoguepode manipular as classes que fazem o consumo de sua produção jornalística, vendendo a sociedade utópica como realidade, como nas capas apresentadas abaixo (Quadro 4) que destoam da realidade do Brasil e do mundo, explorando as relações socioeconômicas, aprofundando o abismo entre elas em meio ao cotidiano, manipulando informações e propagandoaideologiaburguesa.
A sociedade contemporânea tem como uma das principais características o consumo desenfreado, e é por meio dele que pesquisas cientificas sobre a emissão de poluentes, devastação do meio ambiente e a desigualdade social, tornam-se concretas. Ao conectar o consumo desenfreado e a manipulação de massas como desejo dos meios de comunicação, destacando a Vogue,suaspublicaçõessãovoltadasalémparaadistorçãodoreal,mastambém para o consumo, visando o enriquecimento dos grupos sociais capitalistas acontecendo em sintoniadostrabalhadoresindividuais.
Revistas representam épocas [ ] só funcionam emperfeitasintoniacomseutempo Por isso, dá pra compreender muito da história e da cultura deumpaísconhecendo suas revistas Ali estão os hábitos, as modas, os personagens, os assuntos de cada período,osassuntosquemobilizaramgruposdepessoas (SCALZO,2013,p16)
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Ao analisarmos o período desde Gutenberg até atualmente, a sociedade aprimorou os meios de disseminação de informações e grande parte deles foi oferecido pelo sistema econômico que envolve a capital como o centro. Ao refletirmos pelo pensamento de John ThompsonnoraciocíniodapublicaçãoAMídiaeaModernidade(1995),enormesdescobertas na indústria da comunicação tinham o enfoque de produzir cada vez mais por meio de fins
3.0REFERENCIALTEÓRICO-METODOLÓGICO
Distinções enfáticas, comoentrefilmesdeclasseAeB,ouentrehistóriasem revistas de diferentes preços, não são tão fundadas na realidade, quanto, antes, servem para classificar e organizar os consumidores a fim de padronizá los Para toda alguma coisa prevista, a fim de que nenhum possa escapar; as diferenças vêm cunhadas e difundidas artificialmente O fato de oferecer ao público uma hierarquia de qualidades em série serve somente à quantificação mais completa, cada um deve se comportar, por assim dizer, espontaneamente, segundo o seu nível, determinado a priori por índices estatísticos, e dirigir se à categoria de produtos de massa que foi preparada paraoseutipo (ADORNO2002,p11)
desfavorecidas enfrentam a fome e o desemprego como “Novo normal”, a burguesia permaneceintacta,comorevelaosemblantedamodelonacapa.
A Vogue, incentivada pelo mercado capitalista, cria o pensamento de uma sociedade consumista inserindo no inconsciente do leitor necessidades que ele nem sabia que tinha. O papel do indivíduo influenciado pelo consumo desenfreado apresentado pela Vogue Brasil é também,umarelaçãomanipulada,movidaapenasporimpulsosedesejos.
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A moda pode se aliar aos pensamentos reflexivos de George Simmel, sociólogo que propõe o conceito do poder de influência inserida em cada ação do indivíduo, guiado por diversas motivações, entre elas, a moda. Segundo Simmel, a moda diferente de outros fenômenos, concretiza a dupla dimensão do processo de diferenciação que perpassa a sociedade (SIMMEL 1991, p. 639) outambémpodemosaliaradescriçãodemodadoescritor e filósofo francês Roland Barthes, quando o entende como fenômeno de se vestir, extremamente complexo e “completo em cujo estudoserecorreaomesmotempoàhistória,à economia,àetnologiaeàtecnologiaeatélinguística”(BARTHES2005,p.282).
Adorno explica esse conceito em sua obra “DialéticadoEsclarecimento”(1947)aose referir sobre a lógica do capitalismo e quais os motivosqueeleproduz,sendooobjetivodele maior criar bens, ilusionarnecessidadeperanteoindivíduofazendocomqueosconsumidores consumam os produtos lançados no mercado. Já o jornalismo é responsável por produzir conhecimento por meio de linguagens, mas quando o mesmo se permite a não produzir reflexões, inserirconhecimentolúcidonassuasproduções,comonocasoemqueapublicação VogueBrasil,seapropriadeoutroidiomadiferentedaqueleemquesuapublicaçãopercorre.
Como toda outra forma de conhecimento, aquela produzida pelo jornalismo será sempre condicionada histórica e culturalmente por seu contexto e subjetivamente por aqueles que participam desta produção(MEDITSCH, 1997,p 2)
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As publicações voltadas ao Jornalismo de moda produzidas por editoriais de grandes nomes no território nacional visam lucro acima de tudo, apresentando a informação como uma simples mercadoria, sendo o receptor da mensagem nãorepresentamais figuradoleitor e sim de consumidores. Walter Benjamin em sua obra “A obra de arte na era da reprodutibilidade técnica” de 1935 analisa asproduçõesartísticasecasoelassejamrealizadas sem rituais e reflexões tradicionais, elas deixam de se tornar arte e tornam meramente reproduções sem valor. Ao relacionarmos o conceito de aura e as produções jornalísticas de moda, as produções jornalísticas deixam de se textos valiosos com o propósito de apresentar informaçõesesetornammeramentetextoscomoumprodutovoltadoaocapital.
Embasada na teoria enunciada pela Escola de Frankfurt, esta que define os meios de comunicação de massa como ferramentas aliadas para controlar e reproduzir as ideologias dominantes. Diante do poder massivo do poder das mídias, influenciáveis pelas grandes tecnologias, é possível notar o poder de influenciarealienarasociedadecapitalista,pormeio de ideologias, sejaativamenteouinserindoemseuinconscientedeformadiscretaaocrescera ideologia gradualmente. Ditando assim, por meio de experiências,ospadrõesdeconsumo,as escolhas, necessidades e no caso das publicaçõesvoltadasparaamoda,comoaVogueBrasil, deturpandoarealidadequeoleitorestáinserido,sejapolíticaeeconômica.
comerciais e da expansão do comércio global, sendo eles, por exemplo, prensas, rádio, televisãoe internet
O teórico brasileiro Nelson Traquina também explica oprocessodedesenvolvimento, no momento em que as construções textuais são realizadas através de interações, “são o resultado de processos de interação social entre jornalistas, entre os jornalistaseasociedade, e entre os jornalistas e suas fontes de informação” (TRAQUINA, 2005, p. 62 63). Nesta ocasião, os jornalistas pertencentes a redação da Vogue Brasil, sãotambémparteresponsável desta engrenagem que faz com que produções jornalísticas permeiam as ideologias capitalistas ao invés da comunicação. A ideologia alucinante encontrou no jornalismo de moda, a possibilidade de consagrar-se ativo, ao se apropriar de textos em publicações referênciasnomercadoeditorial.
Ao realizar a segregação de público-alvo a fim de “refinar” os consumidores, a publicação deixa o conceito inicial do potencial da informação, evitando com que a propagação de linguagem seja eficaz, Baudrillard (In: SHINKAI 2015) afirma que "o que caracteriza os meios de comunicação de massa, é que são anti mediadores, intransitivos, que fabricam a não comunicação, se aceita definir comunicação como um intercâmbio, como o espaço recíproco de uma palavra e de uma resposta, portanto de umaresponsabilidade,enão uma responsabilidade psicológica ou moral, mas uma correlação pessoal entre um eoutrono intercâmbio. O que acontece na esfera, é que se fala de tal maneira que nunca se pode responder ao traduzirparaoâmbitodacomunicaçãodemoda,osleitorestambémfazemparte domovimentocíclicodamanipulaçãodemassa.
3.0RESULTADOS
Para a produçãodestapesquisaforamavaliadas24publicaçõesdaVogueBrasil,sendo elas publicações de janeiro a dezembro de 2020 e 2021, de modo a separar e analisar com detalhes as principais publicações, sendo elas de abril 2020, maio 2020, dezembro 2020, janeiro 2021 e abril 2021. Com o intuitodeavaliaradesigualdadesocialentreaspublicações realizadaseasociedadedopaís.
As publicações escolhidas para este estudo foram baseadas em revistas que tiveram suas edições durante o período da pandemia do novo Covid-19, sendo a pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde em 11 de março de 2020. Além da precariedade no sistema brasileiro de saúde, a pandemia escancarou as lacunas sociais que separam grupos sociais da comunidade nacional, principalmente pormeiodosprivilégios,sendonaadesãodo
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home office na infraestrutura de empresas para conter a disseminação do vírus e a
individuais. Concretizando assim, os ideais para que esta pesquisa acadêmica seja desenvolvida.
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Abril2020
Maio2020
Capa Mês
Desigualdade essa que serviu de ferramenta para encontrar pontos falhos da revista que é referência de publicação ao redor do mundo, por exemplo, ao colocar modelos internacionais, chamadas como “novo normal” em meio a pandemia que causou mortes e crises econômicas. Enquanto pessoas disputam entre si pedaços de ossos e restos de carnes desprezados por estabelecimentos para conseguir se alimentar, apublicaçãocolocabraceletes deChanelcomachamadaelegânciasutil.(Quadro4).
Polêmicasnogovernonacional, apósgravaçãodereuniãoentre presidenteeministros(Politize!)
Assuntotratado PeríodoGlobal
Dezembro2020
RendabásicanovalorR$600(Agê Brasil)
Avançodavacinação(G1)
VariantedoCOVID 19noReinoU (G1)
Em113diasforamregistradas 195949mortesporCovid19 (UOL)
Blacklivesmatter(G1)
Oagravamentodequadrospsiquiát apósapandemiadeCovid 19(Agê Brasil)
GiseleBündchenem pretoebrancocoma chamadasobre simplificaravidaeseconce noessencial sãooscaminhosparaum futuromaissustentável
Usodemáscaraséobrigatório(Pol
Usodemáscaraséobrigatóriono país(Politize!)
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IveteSangalocomo rostocobertopor Paetêsem Comemoraçãoa Edição500
MarinaRuyBarbosaapós olançamentodasuagrife Ginger,apareceunastrês variaçõesdecapa
QUADRO 4 ANÁLISE ENTRE CAPAS DA REVISTA VOGUE BRASIL, PERÍODOSEMQUEFORAMPUBLICADASEAREALIDADEBRASILEIRA
Janeiro2021
PÚBLICO-ALVO 16
AAgênciaNacionalde VigilânciaSanitáriadoBrasil aprovaousoemergencialdasvacin Coronavac (UOL)
Na grande maioria de capas entre os períodos 2020e2021foramretratadascapasque destoam da realidade nacional, como relacionadas anteriormente. Ao descrever o período caótico queestamosvivendocomo“NovoNormal”,ésintetizarummomentocaóticoeinserir no pensamento de seus leitores que o que a mídia tradicional apresenta sobre este período cruel, seja apenas uma farsa e o “Novo Normal” aliado a “meditação” fosse o real da sociedadequevivenciamos.
QUADRO 5
Duartecomênfaseembrace Chanel
Fotoempretoebrancodam AbbyChampionfotografada Hick
Umacrisesanitáriaseinstalanos hospitaisdoestadoAmazonas, porcontadafaltadecilindrosdeox parapacientes (G1)
Ao decorrer do texto, os jornalistas responsáveis por colunas e matérias descrevem lançamentos decoleções,produtoseperfisdeestilistas,deixandodeladoomundopandêmico e período preocupante paraasociedadeglobal,tornandoasvivênciasentre2020e2021como algo utópico. Na produção textual, pode-se notar o uso de palavras em inglês ou francês inseridas ao texto, como a produção utilizada descrever o lançamento do álbum de Charlotte Cardin: “e tem aquele je ne sais quo que te faz ficar meio hipnotizada quando fala”, mesmo com menos de 1%dasociedadebrasileirasendofluentenoidiomafrancês,segundorelatórios da British Council edoInstitutodePesquisaDataPopular GRÁFICO COMPARATIVO ENTRE HOMENS E MULHERES COMOO
O estudo realizado procurou analisareidentificarcomoamarcaVogueBrasil,mesmoemseu papel vanguardistaereferêncianomercadoeditorial,permeiaideologiasquevisamsomenteo lucro, tratando a informação apenas como objeto secundário da produção jornalística realizada. Através de análises de capas e realização de investigação das publicações, a produção propôs a delimitação em meio ao período vigente com o propósito de aproximar a pesquisadomomentoatual.
classe socioeconômica A no país, calculando-se 6% da sociedade (IBGE 2019). E ainda assim, este grupo também sofreu redução da renda familiar. Segundo a publicação Exame, “oito entre dez mulheres estão gastando no mês neste período de quarentena. A renda anteriormente era de R $43.280 antes da pandemiasealastrar.Comacrise,osrendimentosjá tiveram uma redução de 29%.” Pode-se concluir que, a publicação Vogue Brasil destoa da realidade não somente da maioria da classe brasileira que chega a 130 milhões de pessoas vivendo com até R $1.500 per capita de renda familiar (IBGE 2019), mas também se diferenciadogruposocialqueelaédirecionada.
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4.0CONSIDERAÇÕESFINAIS
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A hipótese anteriormente levantada sobre como a Vogue, ao ser influenciadora de estilos devidaenecessidadedeconsumonãohesitaemsegregaropúblico,foiconfirmada,pois,aonotar produções textuais que permeiamadificuldadedeinterpretaçãodequalquerindivíduoquefolheie as páginas, é facilmente possível notar a banalização da potencialidade do poder da informação, principalmente àquele que possui referências jornalísticas em sua formação acadêmica, inserindo assim de maneira proposital barreiras para dificultar a compreensão e inserindoemsua produção textuais, furos de comunicação A confirmação da hipótese também se concretiza ao levar as considerações das entrevistas realizadasdeformaremotadisponíveispelaplataforma Google Forms em que, os entrevistados em sua maioria não enxergam a produção textual e editorialdaVogueBrasilcomocondizentecomasociedadeinserida.
Após a determinação de categorias no momento de observação; elaboração de mapeamento histórico da revista; identificar marcos relevantes e postura da edição perante a situação nacional. É compreensívelqueapublicaçãoVogueBrasilnãopossuianecessidadede se tornar uma revista de assuntos políticos, muito menosserestaumasegmentaçãodeclarada da publicação, mas é notável que a moda é/sempre foi política e assuntos como pandemia, desigualdades e outras pautas que precisam ser incentivados para fazer o indivíduo se torne pensante e consciente, fazendo com que suas ações e consequências das mesmas sejam debatidas.
1 Tendênciamercadológicabaseadanaconexãoentredeempresasemarcasemrelaçãoaoindivíduoquea consome,apóspresenciarumperíododeincertezas,écomumanecessidadedepertencimentoaalgo maior,sejaumacausa,umanecessidadeouumaideologia Nocasodapublicação,osconsumidoresestão buscandoalgocommaisvalor,condizenteasociedadeatualquevivem
Após encontrar em referências e pesquisas teóricas no campo da comunicação e também da moda, é notável que a publicação Vogue Brasil deseja ainda sim, perpetuar, mesmo que distorcido, um estilo de vida luxuoso e inalcançável que difere da maioria da sociedade brasileira. Caso o contrário, já notaria a necessidade de mudança vindo da nova necessidadedemercado,denominadaporanalistas,como“Aeradopropósito”. 1
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GODART,Frédéric SociologiadaModa.SãoPaulo:Ed Senac,2010
MEDITSCH, Eduardo O jornalismo é uma forma de conhecimento. Florianópolis, 1997 Disponível em: http://wwwboccubipt/pag/meditsch eduardo jornalismo conhecimentohtml Acessoem:28denov de2021
BARTHES,Roland Inéditos:ImagemeModa Vol 3 MartinsFontes,2003
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BAUMAN,Zygmunt Vidalíquida RiodeJaneiro:JorgeZahar,2007
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BARLACH, Breno A pandemia e o topo da classe C, os esquecidos da desigualdade Matéria disponível em https://wwwnexojornalcombr/ensaio/debate/2020/A pandemia e o topo da classe C os esquecidos d a desigualdade Acessoem:28denov de2021
BUITONI,Dulcília.ImprensaFeminina.SãoPaulo:Ed.ÁticaS.S.,1990.
PIMENTEL, Marcela. Meios de comunicação de massa como veículo de alienação: caráter manipulatório e ideológico sob a perspectiva de Gytirgy Lukács. 105 páginas. Dissertação submetida ao corpo docentedoProgramadePós GraduaçãoemServiçoSocialdaUniversidade FederaldeAlagoas.Disponívelem: http://bdtd.fapeal.br/Titulos/870/meios de comunicacao de massa como veiculo da alienacao c arater manipulatorio e ideologico sob a perspectiva de gyorgy lukacs Acesso em: 28 de nov. de2021.
WAIZBORT, Leopoldo Georg Simmel sobre a moda 2008 Texto complementar para uma aula apresentado na Revista IARA Revista de Moda, Cultura e Arte Disponível em: http://www1spsenacbr/hotsites/blogs/revistaiara/wp content/uploads/2015/01/03 IARA Simmel versao finalpdfAcessoem:28denov de2021
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STEFANI,Patrícia,Modaecomunicação:Aindumentária comoformade expressão. 2015. 90 páginas. Monografia apresentada à Faculdade de Comunicação Social da UniversidadeFederaldeJuizdeFora.Disponívelem: https://www.ufjf.br/facom/files/2013/04/PSilva.pdfAcessoem:28denov.de2021.
PINA, Bárbara A construçãodeimagemdemarcadaVogue 2016 147páginas Monografia apresentadaàUniversidadedeBrasília Disponívelem: https://bdm.unb.br/handle/10483/16547Acessoem:28denov.de2021.
TRAQUINA, Nelson.Teoriasdojornalismo:porqueasnotíciassãocomosão.Florianópolis: Insular,2005
THOMPSON, John. A Midia e a Modernidade: uma teoria social da mídia. 12 ed. Petrópolis: Vozes,2011.
RESUMOEstetrabalho
7.0PROJETOEXPERIMENTAL 7.1
A Marcha é composta por uma linha editorial ética que procura explorar as possibilidades da produção jornalística, seja ela textual ou imagéticacomimagense/ou infográficos de maneira leve, independente e apresentando o jornalismo em sua concepção pura, prezando a informação acima de tudo. Apropriando-se destaliberdade para a criação de conteúdos que conversem com a realidade de leitores, criando assim, vínculoscomoleitor,permitindo-oparticipardestaatmosferadaMarcha.
PALAVRAS-CHAVE:Jornalismo;Representatividade;Diversidade Cultural
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surgiu pelo anseio de quatro estudantes de graduação do curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul por uma mídia mais inclusiva e representativa. Apresentando como projeto experimental a revista Marcha, uma publicação bimestral que possui o objetivo de levar informação sobre política, entretenimento, culturaeentreoutraspautasqueacabamsendodesprezadaspelogrande mercadoeditorialdepublicações.
A publicação impressa distribuída mensalmente, Marcha, tem como sua principal motivação inspirar, informar eincentivardebatesaoapresentarparaoseupúblico-alvopautas que são pouco vistas nos meios de comunicação impressos convencionais, principalmenteao analisar aqueles que são segmentados para o público feminino. O nome da publicação foi definido pensando no contexto da palavra Marcha, além de ser um substantivo feminino, Marcha segundo o dicionário, é o movimento combinado que uma tropa executa ao se deslocar de um ponto para outro. Sendo esta a prioridade da marca, deslocar holofotes para pautas importantes que não são instauradas em veículos e consequentemente não debatidas, apresentandoparaleitoresalgoinovador.
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7.2INTRODUÇÃO
Marcha nasce com caráter jovem e apresenta em suas ideologias, a maneira de apropriar-se de mecanismos jornalísticos para o desenvolvimento de suas produções, mas mantendo o máximo possível da diversidade cultural que temos em nosso território.Aliadaà inovação, a publicação bimestral mostra aos holofotes aspectos temáticos esquecidos e até mesmonuncaretratadosnosmeiostradicionaisdeinformação.
Para dar início a produção da revista, foi necessário avaliar as produções realizadas anteriormente de maneira individual para que fossem encontrados laços em comum. Ao observar em conjunto as temáticas, ambas tinham o enfoque principal em apresentar pautas que estavam ausentes da grande mídia. Assim, foi definido o perfil da revista, Marcha é um veículo decomunicaçãoidealistaqueprocuraconscientizarseusleitoresparapautasnacionais com foco político-sociais. Tendo a comunicação a maior aliada para seu desenvolvimento, poisépormeiodelaquehojepodemosnosinformareconhecerdiferentespautas.
"Os leitores costumam manter uma relação quase passional com suas revistas favoritas Não é à toa que gostam de andar com elas debaixo do braço, como se fossem uma espécie de emblema ou sinal de identificação Muito do fascínio desse tipo ou publicação vem justamente da capacidade que ele tem de construir fortes laçosdeempatiacomseupúblico"(SCALZA,2004,contracapa)
O jornalista possui compromisso com o socialdanossarealidade,épormeiodeleque chega nformações para o público, tornando-o responsável por dar voz àqueles que precisam serouvidos.Aproposta
deste projeto de pesquisa partiudapercepçãoempírica,dequeosveículos jornalísticos têm pouca cobertura em relação a assuntos que conversam com a realidade de grupos sociais específicos, seja artistas brasileiros LGBTQIA+, mulheres dentro do esporte, ao esclarecer sobre os desafios da saúde mental e a moda fora do universo das grandes produções. É por meio desses assuntos que a Marcha se propõe a debater pautas frequentes para esses grupos sociais, mas que não são apresentados na mídia tradicional por não serem lucrativos.Aausência
deproduçõesjornalísticasquefazemestetipodeconteúdoparagruposque estão à margem da sociedade faz com que possíveis pautas relevantes se percam e o público que se identifica com essas publicações tenham carência de receberesteconteúdo,produzido por meio de técnicas jornalísticas e cuidado ao apresentar informações. Com isso, a comunicação voltada para assuntos sócio-políticos de nicho fica deficitária, pois a insuficiência e a falha nas informações acabam gerando pautas sem credibilidade ou até mesmo inexistentes. A revista Marcha é uma proposta para preencher essa lacuna levando informação de verdade, cultura e entretenimento para osgrupossociaisqueestãodesfalcados deatençãoenecessitamser "Notíciasouvidos.para públicos específicos ou selecionados, que se situam numa classificaçãodeespecializadas,encontramoseumelhorformato na revista. Fora do mercado de assuntos gerais, publicações técnicas, dirigidas, house organ etc. dedicados aos mais variados temas, se realizamnopadrãoStandarddarevista"(BAHIA,1990,p.401).
A revista experimental quecompõeoprojetográfico,temsim,oobjetivodelevarasquestões sócio-políticas de temas diversos, que não são tão explorados, além de trazer assuntos de debatesequestionamentosnosdiasatuais.
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O público-alvo da Marcha é por sua massa maioria mulheres localizadas entre as faixas etárias de 16 e 35 anos; com ensino médio em andamento ou completo; inseridas nas classes sociais B e C, com a renda média de dois entre cinco salários mínimos, valores estes descobertos por meio de pesquisas pelo IBGE; sem filhos ou com um filho e que se informam por revistas, internet e redes sociais, além de se interessarem por publicações inclinadas para a ideologia feminista, com ênfase aos direitos humanos e de minorias;mulheresqueconsomemmoda,arte,esporteeassuntos decunhopolítico-sociais.
a ser veiculado como uma revista impressa com cerca de 35 páginas composta por seções efêmeras que serão nomeadas com o propósito de homenagear mulheres com personalidades e histórias importantes em diversas áreas de nosso campoglobal.Seçõesestasqueserãoalteradasacadalançamento,incentivandoo debate sociopolítico sobre diferentes pautas, fazendo com que a Marcha seja uma revista mutável, tornando a rotatividade entre as editoriasumaidentificaçãodasmarcas e,consequentemente,ofortalecimentodamesmaperantemercadoeditorial.
82PÚBLICO ALVO
depúblico-alvoedepersonas,foramrealizadasanálisesdeoutras revistas que conversam com o público-alvo da Marcha, como TPM e Trip, visando suprir a necessidades de seu público, entendendo suas necessidadeseanseios,osmeios pelos quais se informam, quais veículo leem e em que frequência. Os conteúdosforam
8.0DESCRIÇÃODOPROJETOGRÁFICOEDITORIAL
8.3PERSONASParavalidação
8.1APRESENTAÇÃOSendooproduto
A revista foi idealizada pelo anseio de uma produção de projeto que mantém a identidade de produto jornalístico - conhecimento adquirido ao decorrerdagraduaçãomas que apresenta assuntos sociais, políticos e culturais, sendo o pensamento semelhante ao Piza (2003), ao dizer que a cultura é um meio de expandir seus horizontes.
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Em relação à pesquisadepersonas,utilizou-seatécnicadaautoraAdeleRavella (2015) CEO da Buyer Persona Institute, uma organizaçãodedicadaaajudarempresasa conhecer seus clientes. Para a construção de personas, é preciso entender o conteúdo que está sendo produzido, pois a elaboração de uma persona consiste na elaboração de "clientes modelos" do produto, no caso da Marcha, seriam modelos de leitoras. Sendo um meio certeiro de produzir os conteúdos certos para as pessoas certas. (RAVELLA, 2015).
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b)Persona2:
Amanda tem 22 anos, mulher lésbica e é formada em Rádio e TV, ela mora na zona leste Atualmente está em umrelacionamentosério Aindamoracomospais,têmuma renda média Ela trabalha em uma escola de idiomas e pretende migrar de emprego em breve Seus passatempos incluem trilhas e passeios ao ar livre, além de gostar de animais, razão pela qual é adepta ao veganismo Faz cursos de desenvolvimento pessoal e tem interesse por artes, como música, teatro e artes plásticas. Gosta de filmes franceses e seu filme favorito é "O Retrato da Jovem em Chamas". Tem dois cachorros e pretende fazer MBAemnegóciosdacomunicação.
encontrados através de MidiaKit e análises de pesquisas realizadas por estudantes da graduaçãodejornalismoresponsáveispelaproduçãodarevistaMarcha.
a) Persona1:
Jéssica tem 25 anos, é mulher trans, formada em design ecompósembrandinge desenvolvimento de produtos, trabalha em uma agência de comunicação na Avenida Paulista Está em uma união estável com seu marido Elliel Tem três gatos Mora em um apartamento e é da classe B2, com renda superior a sete salários mínimos Usa seu tempo livre para passear de bicicleta no parque Villa Lobos, praticar jardinagem em seu apartamento próximo ao metrô Vila Mariana e também gostaria de assistir filmes e séries pela plataforma Amazon Prime. Gosta de cozinhar e se engajar em assuntos sobre redução de lixo e feminismo e direitos LGTQIA+ Tem uma composteira e uma horta pequena na sacada do apartamento Sua música favorita é Feeling Good, da Nina Simone, a série favoritaéManhãsdeSetembro
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c) Persona 3:
8.4EDITORIASa)Jocy:Aeditoria
de música homenageia a pioneira da música eletrônica no solo brasileiro, Jocy de Oliveira. EelatememseualinhamentoaessênciadaJocy:aprocura de manter-se moderna e ligada no cenário musical vanguardista. Alémdetentarexaltar os artistas nacionaisqueprocuraminovaremsuaarte,emsuatotalidadeeusaramúsica como algo além de um produto, tentando sempre, dar espaço para a produção musical brasileira e valorizá-la ao máximo, realizando análises e até, em ocasiões especiais, recomendar novos artistas e movimentos para o leitor interessado, podendo servir de curadoria dos lançamentos nacionais. A inclusão de gêneros regionais tambémseráum guia.
b) ConsideradaMarta:
a maior artilheira feminina pela FIFA, e melhor jogadora do mundo, Marta Vieira. O esporte nacional muitas vezes sofre por falta de investimento, mesmo em esportes mais populares como o futebol e o vôlei, aindahádesigualdadena cobertura nas mídias brasileiras. AáreadedicadaaoesportenarevistaMARCHAprevê pautas que possuem o propósito de analisar o esporte além de resultados dos placares, mas tratar também problemas sociais e políticos que estão ofuscados pelos grandes campeõesquedominamostabloides.
Cristina tem 30 anos, é mulher e heterossexual Formada em jornalismo, atualmente cursa doutorado em História, em uma instituição privada Écasadaemoracom o filho de doisanoseoesposo.Moraemumacasa,seenquadranaclasseB.Usaseutempo livre lendo livros com o filho ou sozinha, saindo parajantarcomafamília,vendosériesou filmes, gosta de cozinhar doces Se interessa por filmes baseados em fatos reais, de suspense, séries de comédia e ação Sua sériefavoritaéLupin,gostadeassistiroprograma Masterchef SuamúsicafavoritaéSerá?doLegiãoUrbana
c) Rita:
Ao representar uma mulher forte como Zuzu Angel, estilista que lutou em busca de respostas sobre o desaparecimento de seu filho Stuart, jovem que foi capturado, torturado e morto na época da ditadura militar A editoria de moda vai encontro aosideaisdela,apresentandoamodacomopotência,contextorevolucionárioe identidade, indo além de simples tecidos e recortes. Em meio ao período pandêmico, é
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Ao iniciar pelo começo desta narrativa pode-se notar que séculos, o período contava com episódios de proibições, impondo situações, delimitando representatividade no campo esportivo. Atéemseusdiasatuais,épossívelobservarque o esporte, segue lutando para quebrar preconceitos que são impostos pela sociedade machista e patriarcal.A publicação direcionada ao esporte, não permite esquecer as barreiras que meninas e mulheres esportivas seguem superando, principalmente em meio ao período pandêmico. Nesta edição, a editoria Marta, vem mostrar a grande luta dessas mulheres diantedosacontecimentosdurantesestesanosdepandemiaesualonga jornada de vencer obstáculos. Provando que muitas vezes, o esporte não é apenas esporte,esim,educação,empatia,emuitasoutrascoisas.
Rita Lobato foi a primeiramulheraseformareexerceramedicinanoBrasil,e foi a segunda mulher a exercer essa profissão na américa latina, foi a escolhida para nomear a editoria de “saúde”. Sua conquista na área da medicina é importante, pois abriu caminho para que mais mulheres se tornassem médicas e posteriormente pudessem ser psiquiatras e psicólogas. Foi uma mulherquefezcomqueindivíduosque possuem problemas psíquicos fossem tratados como seres humanos normais perante a sociedade, e ajudou para que posteriormente, até mesmo em questão de infraestrutura local, reformando estabelecimentos que estivessem fechados, foram transformados em centros de acolho para pessoas com transtornos mentais. Assim, a editoria apresenta o olhar humano e empático sobre a área de saúde, tanto mental, quanto para outras possibilidades, tratando a questão do ser humano por trás de sua condição como “doente”ou"louco".
d) Zuzu:
Através das redes sociais, a leitora ganhará espaço para mandar sugestões de pautas e comentários sobre as entrevistas. Mas também, poderá mandar fotos e dicas sobre o tema quinzenal que será passado a elas pelo Instagram darevista.Essaeditoria visa permitir dar voz às leitoras e permitir um sentimento de pertencimento e comunidade.f)
Assim, com base em análises de ediçõesderevistassemelhantes,comoaElle, foi-se definido o direcionamento editorial que compõe a revista MARCHA. Seu visual deve refletir seu conteúdo engajado e conceitual que deseja tornar-se também uma
Aindaassim,épossívelapresentaramodacomooutropatamar,sendoamesma que tira a jovem dacomunidadeeainsereemumcontextodeempreendedorismo,épor ela que jovens se identificam e almejam conquistar seus sonhos e trazer oportunidades para a sua família. Hoje a moda é muito mais do que tecidos e a editoria Zuzu desde mêsretrataumapequenapartedessaimensidão.
e) Alô,Marcha:
difícil falar sobre moda e revistas, influencers e comunicadores desse mercado compartilham o mesmo anseio. Como relatar sobre designers conquistandoseuápice,a cor da nova tendência e a influência da rede social na forma de nos vestirmos, quando temospessoasemleitosdehospitaistendoseuúltimosuspiro?
CrônicaseContos:
9.0PERFILGRÁFICO
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Algo que faz parte da essência da MARCHA é dar voz àqueles que têm dificuldades para se expressar diante da sociedade, assim, esta parte dará espaço para escritores aspirantes dividirem conosco seus textos que serão devidamente creditados, além da possibilidade de reconhecimento. Os textos com no máximo 2.100 caracteres, serão disponibilizados por e-mail, com tema livre, ficcional ou não, e com conteúdo permitidoparamaioresde16anos.
Formato: Periodicidade:A4quinzenal
CAPITULAR:Candara/bold/12px.
TÍTULOS:Minímode30x,máximode50px.Estilolivre.
experiência sensorial, e não apenas limitando-se à leitura de palavras, mas também artístico.
ESPAÇAMENTO:12,5
Veiculação:Publicaçãoimpressaeonline,paraassinantes.
CARTOLA:Lucida/Bold/12px.
CRÉDITODEREPORTAGEM:Candara/regular/12px.
CORPODOTEXTO:Candara/regular/10px.
Com diz o fundador da escola de artes Bauhaus, WalterGropius:“Oestímulo é a melhor coisa que a educação pode oferecer, pois conduz o estudante à iniciativa própria”, desta forma, a pretensão de elaboradores da revista é estimular a leitora a se informar e consumir o conteúdo da revista com umconteúdorelevantecombinadacom uma editoração equivalente. A revista MARCHA quer instruir, e ir além de apenas
9.2ESTILOTIPOGRÁTICO
CRÉDITOIMAGENS:Candara/itálico/8px.
LEGENDA:Candara/itálico/10px.
9.1palavras.INFORMAÇÕESGERAIS
A tipografia é o tijolo de base de qualquer página impressa. Muitas vezes irresistivelmente instigante[..] Dentro dessa dinâmica na página (ou na vida), uma relação é estabelecida e ela é concordante, conflitante ou contrastante. (WILLIAMS, 2008).
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LINHAFINA:Candara/regular/10px.
LOGOTIPO:Lucida/Demibold/20px.
9.4CÓDIGO
escolhemos cores sóbrias para ditarem as cores dos detalhes da revista, como cor da cartoladecadaeditoriaseoutrasartesnecessárias.São elas:
RGB:233;221;207.
RGB:255;168;55.
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OLHO:Candara/bold/13px.
CMYK:Claro:10%;13%;20%;0%.
CMYK:Mostarda:0%;42%;82%;0%.
CMYK:Azul-marinho:96%;89%;37%;38%
RGB:40;40;48.
ParaCROMÁTICO:omiolodarevista,
Cinza
CMYK:Vermelho25%;84%;52%;20%. RGB:164;61;78. 9.5LOGOTIPOOLogotipo
Para a realização da Marcha, a aluna Isabella Oliveira, além deseraresponsávelpela editoria Zuzu, atuou na prática de Revisão de Texto. Ao atuar nesta função, é preciso compreender que a revisão textual envolve contextos subjetivos, sociais e linguísticos pois semessestrêsaliadosparaconstruçãotextual,aelaboraçãodaRevisãonãoflui.
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10.0FUNÇÃOINDIVIDUAL
poderá sofrer variações em suas cores de acordo com a(s) imagem(ns)quepoderãocomporacapadaedição.Vejaexemplos:
Norman Fairclough (2001), em sua obra Discurso e mudança social, apresenta a revisão do discurso e como as mudanças sociais alteram o mesmo. A consciência social do contexto que estamos inseridos são existentes de diversos meios, sendo com quem nos
O papel da Revisão Textual está relacionado, principalmente, com o propósito de buscar o sentido mais amplo daquilo que já está escrito. Como no caso da Marcha, uma publicação com ênfase social que depende também das palavras para enfatizar a ideologia paraqualamesmafoicriada,adiversidadedegruposcomomodelodepúblico-alvo.
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PIZA,Daniel.JornalismoCultural.EditoraContexto,SãoPaulo,2003.
15.0 REFERÊNCIAS
BOTTON, Alain de. “Notícias: O manual do usuário” Tradução de Clóvis Marques. EditoraIntrínseca,RiodeJaneiro,2015.
SCALZO,Marília.JornalismodeRevista.EdiçãoContexto,SãoPaulo.2003.
FAIRCLOUGH, Norman. Analysing discourse: textual analysis for social research. London:Routledge,2003.
WILLIAMS. Robin. Design paraquemnãoédesigner.Callis,BragançaPaulista,4ªEdição. 2013.
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