UNIVERSIDADE2021PauloCRUZEIRO
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PADRÕES DE BELEZA NO JORNALISMOTÍTULO DA PESQUISA: mulheres e autopercepção São
ALINE MARIA DA SILVA
DO SUL
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO
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PADRÕES DE BELEZA NO JORNALISMO: mulheres e autopercepção
ALINE MARIA DA SILVA
Relatório de Fundamentação Teórico Metodológica (RFTM)/Paper, acompanhado de Produto Experimental, desenvolvido como etapa final de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul,. sob orientação da Prof. Me. Antonio de Assiz.
São2021Paulo
CURSO DE JORNALISMO
Primeiramente a Deus, por todos os momentos em que nem eu mesma acreditei em mim, mas sei que ele estava olhando por tudo.
AGRADECIMENTOS
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A todos os meus professores que me acompanharam ao longo desses quatros anos nessa trajetória, e que a cada aula me fizeram me apaixonar cada vez mais por essa profissão tão essencial para sociedade.
Aos meus amigos que me ajudaram e me apoiaram nessa jornada, pois nunca me senti sozinha com eles, Michele Chagas, Ícaro Rocha, Igor Souza, Pedro Paz, Caio Yokota e Juliana Pessoa.
A minha mãe Maria que sempre acreditou em mim e nos meus sonhos.
4. PROBLEMATIZAÇÃO E HIPÓTESEErro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS Erro! Indicador não definido. Projeto Experimental
...........................
..............................................24 ANEXOS..........................................................................................96
SUMÁRIO1.INTRODUÇÃO
3.1 Objetivo geral.....................................................Erro! Indicador não definido.
4.1 Problema de pesquisa........................................Erro! Indicador não definido.
7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃOErro! Indicador não definido.
4.2 Hipótese.............................................................Erro! Indicador não definido.
APÊNDICE:
Erro! Indicador não definido.
3.2 Objetivos específicos Erro! Indicador não definido.
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8. ORÇAMENTO Erro! Indicador não definido.
6. ASPECTOS METODOLÓGICOSErro! Indicador não definido.
2. JUSTIFICATIVA........................Erro! Indicador não definido.
................................
...................................
3. OBJETIVOS Erro! Indicador não definido.
5. ASPECTOS TEÓRICOS............Erro! Indicador não definido.
............................
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Partindo do questionamento que os programas jornalísticos, por exercerem um espaço midiático que não se caracteriza por padrões, a aparência não deveria ser um critério, afinal o principal é que a notícia chegue ao telespectador, mesmo assim conseguimos enxergar um padrão claramente ao ligarmos a Tv. Nesta linha de pensamento surge o questionamento: O programa de Tv Fantástico da Rede Globo apresenta um padrão de beleza representado por suas apresentadoras? E qual a influência desse padrão no público feminino?
1 Artigo apresentado como parte do Trabalho de Conclusão de Curso RFTM/Paper, derivado do Núcleo de Estudos em Mídia TV
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RESUMO
O jornalismo não está isento disso, e muitas vezes ele colabora para que esse padrão seja alimentado cada vez mais; diariamente assistimos aos programas jornalísticos, e dificilmente nos questionamos o porquê corpos reais não tem espaço nesse meio.
Visando isso foi feita uma análise no programa, dentre o período de 1988 2021, onde foram observados aspectos como cor da pele, características do cabelo, formas do rosto, formas do corpo, cor dos olhos, cor do cabelo, aparência, aspecto da pele, nas dez apresentadoras principais da revista eletrônica. Além desse estudo, apresento um formulário
2 Estudante de Graduação 8º semestre do Curso de Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, e mail: jpsilva2008@gmail.com.
Este trabalho tem como objetivo analisar e compreender como até no meio jornalístico existe um padrão de beleza, mostrando sua influência e as consequências que isso pode causar no público, e como isso reflete na autopercepção corporal das mulheres. Amparado na teoria de Edgar Morin de como os olimpianos exercem um forte papel na cultura de massa, associando aos jornalistas e apresentadores. Traçando um perfil de beleza a partir da observação das apresentadoras do programa de Tv Fantástico.
Padrões de Beleza no Jornalismo: mulheres e autopercepção1
PALAVRAS CHAVE: mulheres; jornalismo; padrões de beleza; corpo; comunicação.
INTRODUÇÃO
Aline Maria da SILVA2 Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP
A pesquisa é amparada por teses, artigos e dissertações que ajudam a entender o tema e toda a sua complexidade, destacando as linhas de pensamentos do sociólogo Edgar Morin, com sua teoria sobre os novos olimpianos, associando essas apresentadoras a este estereotípico de deusas e toda sua influência. E o sociólogo Pierre Bourdieu, com seu pensamento sobre a violência simbólica, e como esse padrão de beleza oprime as mulheres.
Em minha pesquisa apresento como os padrões de corpos, beleza, cor de pele são exigidas as mulheres em todos os âmbitos, inclusive no universo do jornalismo, um lugar onde a capacidade, o profissionalismo e a experiência deveriam ser o principal critério, mas infelizmente isso não acontece, conseguimos ver que até essas profissionais são submetidas a se encaixarem nessa beleza padronizada, como relata Daiana Garbin, jornalista, em seu livro “Fazendo as pazes com o corpo”.
APRESENTAÇÃO
Como cita David Le Breton em seu livro Adeus ao corpo (2013)
A colocação em signo perseguida por todas as sociedades de acordo com seus usos culturais aqui se torna uma encenação deliberada de si com inúmeras variações individuais e sociais, que fazem do corpo um material a ser lavrado segundo orientações de um momento. (LE BRETON, 2013, p.31)
A sociedade sempre se baseou no outro seja pelas representações das esculturas gregas, pinturas renascentistas, e as estrelas de Hollywood, mesmo que inconscientemente, seguimos padrões impostos pela sociedade que apesar de se modificar ao longo dos anos, carregando com si essa cobrança pela perfeição.
7 onde 50 telespectadoras de várias idades falam um pouco dessa relação entre jornalistas, mídia e como isso impacta em sua relação com o corpo.
[...] surgiu uma oportunidade de fazer um teste para ser a apresentadora da previsão do tempo no jornal local. Entrei no estúdio, fiz o teste e, quando saí, perguntei para a minha chefe da época se tinha ido bem. Ela respondeu sem cerimônia: “Sim, mas precisa emagrecer mais”. Claro que não passei no teste. Nova pancada na minha autoconfiança. E não parou por aí: em mais duas ocasiões ouvi que eu deveria perder peso. Quando me dei conta que já tinha ouvido quatro vezes, de quatro chefes diferentes que eu era boa profissional, mas que precisava emagrecer, fiquei completamente desiludida com a minha carreira e com a profissão de jornalista de Tv(GARBIN, 2017, P.50).
essas representações são limitadas por um padrão de beleza pré estabelecido, mulheres comuns que não se enxergam nessas jornalistas, começam a se questionar sobre o próprio corpo, associando essa beleza a felicidade e sucesso, com isso se frustrando e se odiando por não serem iguais.
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Quandoseguir.
O Fantástico é um programa jornalístico exibido aos domingos, na emissora Rede Globo de televisão, nasceu com a proposta de ser diferente de tudo o que existia na televisão brasileira, concebido como uma revista eletrônica de variedades, criada em 5 de agosto de 1973, reúne jornalismo e entretenimento, levando os assuntos mais relentes do país na semana aos telespectadores.Foiescolhido como objeto de pesquisa devido a sua relevância, por ser exibido no final de semana em um horário nobre, tem um grande alcance entre a população, em minha pesquisa dos 51 entrevistados 49 deles, já assistiram O Fantástico pelo menos uma vez durante sua vida, partindo desse princípio suas apresentadoras exercem uma forte influência em quemApesarassiste.do programa ter nascido em 1973, as mulheres só começaram a apresentá lo em 1988, é desta data que começo o recorte de minha pesquisa, até os dias atuais 2021. Escolhi analisar apenas as apresentadoras fixas, pois foram as que marcaram o público.
Ao longo desses 33 anos, passaram dez apresentadoras pela bancada dentre elas duas eram atrizes e uma modelo, evidenciando o estereótipo de um corpo padronizado, pois o biótipo de modelos e de atrizes geralmente segue um padrão de beleza determinado pela sociedade, ou seja, magra, jovem. Com essas mulheres representando o jornalismo do Fantástico nos levanta o questionamento, que esses padrões também se aplicam nos jornais as apresentadoras.
Nunca foi tão necessário refletir, e desmistificar a perfeição imposta sobre nossos corpos, é preciso compreender que um corpo é um corpo, não uma vitrine para o outro, ele deve ser enxergado como um lar onde moramos, e não algo que precisamos modificar sempre, ou que precise da aprovação do outro, seja em um relacionamento, com os pais e principalmente no ambiente de trabalho.
Vivemos em um mundo de aparências, em que muitas vezes a felicidade é associada a um corpo “perfeito”. As apresentadoras de Tv exercem um grande papel na sociedade, elas representam um símbolo de beleza, inteligência e jovialidade, símbolo esse que as mulheres querem
O Fantástico em seu início era apresentado com os seus jornalistas em uma bancada (fig2), mas em 2003 ela foi abolida, e os apresentadores passaram a caminhar entre o cenário do programa, como acompanhamos no formato atual
A primeira a assumir a bancada do programa em 1988 é Valéria Monteiro (Fig1), inclusive foi Capa da Revista Masculina PlayBoy no ano de 1994.
Figura1: Apresentadora Valéria Monteiro
reprodução
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Fonte: https://tvhistoria.com.br/saiba como esta valeria monteiro/
No começo da década de 90 a modelo e jornalista Dóris Giesse(fig3), chamava atenção com seu corte de cabelo, que era um ícone da época.
FantásticoFonte:
Figura 2: Valéria Monteiro, Sérgio Chapelin e William Bonner na bancada do
Fonte: reprodução
Com ela na bancada tivemos a atriz e apresentadora Carolina Ferraz(fig4).
Figura 3: Dóris Giesse
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Fonte: reprodução
Fonte: reprodução
Figura 4: Bancada Fantástico
Figura 5: Carolina Ferraz
Figura 7:
A jornalista Carla Vilhena (fig 7), entra no Fantástico em 1997 quando o time feminino estava sendo modificado, e antecedendo a Glória Maria
Fonte: reprodução
Figura 6: Helena Ranaldi e Pedro Bial
A atriz Helena Ranaldi (fig 6), em 1996 apresentou o programa com o jornalista Pedro Bial
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Fonte: https://tvhistoria.com.br/10 apresentadores fantastico poucos se lembram/
Em 2008 entra em cena Patrícia Poeta (fig 9), que fica até 2011
A apresentadora Glória Maria (fig8), assumiu a bancada de 1998 a 2007, e foi a primeira mulher negra a integrar o corpo de jornalistas do programa
Figura: 9 Patrícia Poeta e Zeca Camargo
Fonte: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/gloria maria
Renata Ceribelle (fig 10) já foi apresentadora, hoje ela aparece em algumas matérias como repórter.Figura10: Renata Ceribelle
Fonte: Divulgação, Tv Globo
Figura 8: Glória Maria
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Figura 11: Poliana Abritta
Renata Vasconcellos (fig11) antes de assumir o Jornal Nacional foi apresentadora do O Fantástico, ficou apenas 1 ano de 2013 a 2014.
Fonte: reprodução
Figura 11: Renata Vasconcellos
A apresentadora dos dias atuais é Poliana Abritta, (fig11)
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Fonte: João Cotta / TV Globo,Divulgação
REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
Dessa forma a cultura de massa se concretiza, pois essas pessoas em suas vidas privadas e momento de bem estar começam a se referenciar em imagens e modelos de aspirações que de alguma forma querem seguir.
Um gigantesco impulso do imaginário em direção ao real tende a propor mitos de autorrealização, heróis modelos, uma ideologia e receitas práticas para a vida privada. (MORIN, 2018, p. 82).
O aumento de máquinas no ambiente de trabalho, diminuído a mão de obra humana, e com isso exigindo uma maior especialização da classe trabalhadora, faz com que os momentos de lazer sejam essências para diminuir toda a pressão da vida do trabalhador.
Segundo Morin (2018, p.102): “Os olimpianos estão presente em todos os setores da cultura de massa”.
Partimos do princípio que jornalistas são uma espécie de personagem construído de acordo com o veículo e emissora em que trabalha, Rosário e Aguiar (2005) explicam que o apresentador é um conjunto de representações simbólicas da sociedade, reunindo atributos como: beleza, inteligência, jovialidade, entre outros; se tornando símbolos midiáticos. Um grande exemplo disso, é que apresentadoras de telejornais tem milhares de seguidores em suas redes sociais e sempre que postam algo, provocam interações de toda natureza, e sempre muito focadas no vestuário, adornos, o que demonstra as preocupações do público com a apresentação
O termo cultura de massa surge a partir da década de 1930, primeiramente nos Estados Unidos, e logo após nas demais sociedades ocidentais. Isso se deve a ascensão econômica de alguns grupos sociais, que até então não desfrutavam de alguns padrões de vida como, bem estar, lazer e consumo, algo que era restrito apenas para a burguesia.
Nessevisual.pensamento
o sociólogo Edgar Morin (2018) nos fala que os olimpianos são uma espécie de deuses acessíveis, em que sempre estão felizes, e como são bem sucedidos, causando essa ilusão de que ser igual a eles é encontrar o sucesso e a felicidade.
O objetivo da pesquisa é mostrar que nitidamente o jornalismo segue um padrão, ao analisar essas mulheres é possível traçar um biótipo claro que elas representam. Isso reflete no público feminino que assiste, muitas delas não se sentem representadas, e acham que seus corpos precisam ser modificados para assim serem felizes.
14 Fonte: TV Globo/Divulgação
[...] as imagens se aproximam do real, os ideais tornam se modelos, que incitam a uma certa práxis...
O público não consegue se dar conta, que seu olhar está condicionado por esses padrões, e de certa forma esse poder invisível se aproveita dessa “cegueira” coletiva da sociedade, pois é através dessa cumplicidade que ela ganha forças.
[...] é necessário saber descobri lo onde ele se deixa ver menos, onde ele é mais completamente ignorado, portanto, reconhecido: o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem (BOURDIEU, 1989, P.7,8).
Ao se pensar que desde muito cedo as pessoas são expostas a essas representações, muitas vezes irreais, com isso passam a vida inteira sem perceber que querem ser iguais a esses olimpianos modernos, e tudo que não seja parecido é rejeitado, ofendido e julgado, sejam os outros ou a si mesmo.
[...] O poder simbólico é um poder de construção da realidade que tende a estabelecer uma ordem gnoseológica: o sentido imediato do mundo (e, em
Martino e Zancoper (2017) explicam que a existência de um padrão no meio jornalístico afasta profissionais que não seguem esse modelo, e que sua qualidade de trabalho nem é levada em consideração na hora da contratação, sendo que para uma profissão como a de jornalista, escolher profissionais sem valorizar sua experiência e competência técnica que deveriam ser o principal e mais importante quesito, é prejudicial e pode significar ter profissionais atuando sem o devido preparo, levando em conta apenas a aparência.
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Como estão longe as antigas lendas, epopeias e contos de fadas, como estão diferentes as religiões que permitem a identificação com o deus imortal, mas no além, como estão ignorados ou enfraquecidos os mitos de participação no Estado, na nação, na pátria, na família... Mas como está próxima, como é atrativa e fascinante a mitologia da felicidade (MORIN, 2018, p. 103).
Dessa forma fica difícil que a massa se livre dessa violência simbólica, devido a toda essa construção social, causando o conformismo de nunca se questionar, mas sempre tentar se adaptar a esses padrões e conceitos estabelecidos na sociedade, acreditando que o problema é com eles.
Se assemelhar com essas representações midiáticas seja pela roupa, ou aparência é desejável e gratificante, muitas vezes nem se é questionado o motivo de querer ser igual a elas, apenas se é levado a esse pensamento e associação de que ser assim é ser uma pessoa realizada. Mesmo que inconscientemente as pessoas são influenciadas por essas representações. Morin (2018) explica que os olimpianos exercem um forte papel em influenciar as pessoas, seja por gestos, palavras, penteados, roupas, etc.
O padrão de beleza por mais que não seja visto, está presente no meio jornalístico. Pierre Bourdieu (1989), denomina como violência simbólica, não podemos vê la, mas sabemos que ela existe, e quanto mais reforçado esse estereótipo, mais sutil é a sua percepção pelo oprimido.
Muitas vezes é difícil identificar esse poder simbólico, como aponta Bourdieu pois ele exerce um poder estruturante pois é muito bem estruturado.
Dessa forma fica difícil que a massa se livre dessa violência simbólica, devido a toda essa construção social, causando o conformismo de nunca se questionar, mas sempre tentar se adaptar a esses padrões e conceitos estabelecidos na sociedade, acreditando que o problema é com eles.Como
Desde que me pediram para emagrecer no trabalho, eu vinha tomando inibidores de apetite, laxantes, diuréticos e fazendo dietas malucas que eu não conseguia seguir por mais de 5 dias. Fiquei meses num efeito sanfona muito doloroso. Numa semana estava com 3 ou 4 quilos a mais, aí ficava quase sem comer e perdia esses quilos. Na semana seguinte comia sem parar e recuperava tudo. Aquela altura, eu queria emagrecer a qualquer custo, e não me preocupava se o método escolhido prejudicaria ainda mais minha saúde. Assim, fiz o que hoje considero uma loucura: comecei a aplicar insulina intravenosa, um remédio indicado para o tratamento do diabetes. Nunca tive a doença, mas um médico de São Paulo me receitou o medicamento como método para emagrecer. (GARBIN, 2017, P.59).
As consequências de um corpo magro que é exigido as mulheres são nocivas e prejudiciais à saúde, independente da profissão, professora, jornalista ou até dona de casa, a mulher ainda sofre muita pressão e cobrança pelo "corpo perfeito" isso é péssimo, pois elas acabam baseando suas vidas em função desses padrões, muitas vezes acreditando que a felicidade está relacionada ao corpo, mas Garbin deixa claro que é muito mais sobre viver experiências do que estar em um padrão.
(GARBIN, 2017, P.60).
[...] Eu simplesmente estava feliz por me casar com o homem que me faz sentir a mulher mais especial do mundo e que me acha linda de qualquer jeito. Um anjo enviado para cuidar de mim e me ajudar a parar de machucar meu corpo e minha alma. Esse episódio foi muito marcante para mim porque percebi quantos bons momentos deixamos de viver por causa da nossa autoimagem deturpada. Essa dor não pode ser ignorada, é claro, mas não podemos permitir que a vergonha ou o sofrimento controlem nossa vida.
16 particular, do mundo social) supõe aquilo a que Durkheim chama o conformismo lógico, quer dizer, uma concepção homogénea do tempo, do espaço, do número, da causa, que torna possível a concordância entre as inteligências [...] (BOURDIEU, 1989, P.9).
narra a jornalista Daiana Garbin, que passou anos odiando o seu corpo e tentando encaixa lo em um padrão, boa parte deste transtorno veio devido a sua profissão, chegou a ouvir de vários chefes que precisava emagrecer, que não servia para certos cargos pelo seu peso, com isso desenvolveu “Síndrome da distorção de imagem” que é um transtorno psicológico caracterizado pela preocupação obsessiva com um defeito real ou irreal sobre a aparência dela mesma, querendo modificar a qualquer custo esse problema, como relata em seu livro “Fazendo as pazes com o corpo”.
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Acreditam na ilusão que fazer parte desse mundo de beleza, vai trazer realizações pessoais e de vida, e que a partir do momento em que formos igual aquela figura midiática a vida será boa, Daiana Garbin fazendo parte do universo olimpiano já se sentia assim, imagine o público que a via todos os dias na Tv.
Ser magra é sempre um elogio quanto ser gorda é xingamento, essas ofensas fazem as pessoas questionarem seus corpos cada vez mais, muitas vezes desenvolvendo transtornos alimentares para receber essa positividade tóxica do emagrecimento.
Ficando claro que ninguém está isento de sofrer essa violência simbólica que é o padrão imposto pela sociedade.
O corpo é algo que possui uma imagem cultural e um significado social que, por sua vez, representa um papel importante na construção da identidade das pessoas.
Quando não se tem representatividade na Tv, não enxergamos pessoas como nós e começamos a questionar nosso próprio o corpo e querer modifica lo, molda lo em busca dessas referências que se vemos a mídia.
Rachel Moreno nos fala que a vaidade sempre tem uma conotação positiva, mulheres que estão sempre maquiadas, arrumadas são bem vistas e elogiadas por todos, já a mulher não vaidosa, aquela que não liga para esses aspectos de beleza é uma pessoa desleixada, que não se importa com si mesma, dessa forma não se respeita o livre arbítrio do ser, pois é uma escola se vestir de certa forma e se maquiar, mas não está relacionado em se cuidar ou não.
O ideal de beleza cria um desejo de perfeição, introjetado e imperativo. Ansiedade, inadequação e baixa auto estima são os primeiros efeitos colaterais desse mecanismo. Os mais complexos podem se bulimia e a anorexia, além de grande parte do orçamento familiar gasto em produtos e serviços ligados à estética. (MORENO, 2016, P.11).
Como cita a Autora:
As mídias de exposição são importantes para a percepção que se faz do corpo, principalmente, ao determinar padrões de beleza, sejam eles na moda ou entre as jornalistas e comunicadoras.
Segundo Morin (2018, p.69): “É por meio do estético que se estabelece a relação de consumo imaginário”.
Ao mudar o corpo, o indivíduo pretende mudar sua vida, modificar seu sentimento de identidade. A cirurgia estética não é a metamorfose banal de uma característica física no rosto ou no corpo; ela opera em primeiro lugar, no imaginário e exerce uma incidência na relação do indivíduo com o mundo. Dispensando um corpo antigo mal amado, a pessoa goza antecipadamente de um novo nascimento, de um novo estado civil (LE BRETON, 2018 p.30).
Segundo a Autora Rachel Moreno:
Tirei gordura dos braços, das costas e da cintura, mas, como das outras vezes, não adiantou nada. Claro que não. Eu continuava odiando meu corpo. Enquanto eu não mudasse a minha cabeça, nenhuma transformação no meu corpo seria suficiente. (GARBIN, 2017, P.65).
A dominação da grande massa é imposta e legitimada por esses símbolos de poder, sejam eles emissoras de Tv, revistas, jornais, todos de certa forma compactuam para que essa domesticação seja feita, como vimos neste trabalho o padrão de beleza existe e nos é cobrado sem que ao menos seja percebido, assim sendo domesticado aos moldes dessa cultura da perfeição, vale ressaltar que a beleza se modifica sempre ao longo dos anos, mas em nenhum momento ela deixa de ser exigidas principalmente das mulheres.
Numa geração que registra, através de fotos e vídeos, todos os seus momentos, é notável a frequente preocupação que possuem com relação ao próprio corpo.
É inegável a importância da mídia para a divulgação da ideia de que existe um modelo corporal perfeito, e sabemos que essas representações são construídas e muitas vezes irreais, mas ficamos tão submersos que aquilo começa afetar a nossa percepção sobre o que é ou não real.
Existe, na relação estética, uma participação ao mesmo tempo intensa e desligada, uma dupla consciência. O Leitor de romance ou o espectador de filme entra em um universo imaginário que, de fato, passa a ter vida ele, mas, ao mesmo tempo, por maior que seja a participação, ele sabe que lê um romance, que vê um filme. (MORIN, 2018, p. 69).
A pesquisa se iniciou com um levantamento bibliográfico e documental, com a leitura de teses, dissertações, artigos, matérias em portais digitais e revistas impressas, que abordam o tema deste trabalho. A partir desse material comecei o levantamento bibliográfico teórico, definindo os autores: Edgar Morin e Pierre Bourdieu, que foram essenciais para analisar e discorrer sobre meu trabalho, trazendo reflexões no âmbito da comunicação, alguns outros autores me ajudaram a descrever e abordar meu tema com mais clareza e objetividade, como podemos vemos no decorrer do conteúdo.
Pierre Bourdieu nos fala que:
[...] É enquanto instrumentos estruturados e estruturantes de comunicação e de conhecimento que os sistemas simbólicos cumprem a sua função política de instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre outra (violência simbólica) dando o reforço da sua própria força às relações de força que as fundamentam e contribuindo assim, segundo a expressão de Weber, para a domesticação dos dominados. (BOURDIEU, 1989, P.11).
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RESULTADOS
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Para complementar minha pesquisa criei um formulário no Google, onde 51 mulheres de várias idades responderam questões relacionadas à mídia e ao próprio corpo, criando esse paralelo de como as informações sobre essas apresentadoras chegam ao público, são questionamentos se elas se sentem representadas pela mídia, e identificam diversidade de corpos na Tv, e como ter representatividades de corpos reais poderiam ajudar em suas relações de autoimagem.
Ao observar as apresentadoras do “O Fantástico”, conseguimos observar um padrão estabelecido por elas, das 10 mulheres nove são brancas, apenas a Glória Maria é negra, dentre elas todas tem o cabelo liso ou alisado, temos algumas variações de cor de olhos e cabelo, mas o que predomina são olhos e cabelos castanhos, até a Glória Maria que é negra e foge um pouco desse estereótipo de mulher branca, é magra e quando estava na bancada tinha aparência de jovem, outro ponto que pude perceber, nenhuma das jornalistas são velhas, ou pelo menos não aparentam a idade que tem, a que realmente mais foge de todo esse padrão é a Renata Ceribelle, por ser uma mulher que aparenta ter uma idade mais avançada, e seu corpo não ser magro, vemos nela mais curvas que nas outras.
Isso levanta um questionamento a respeito da sua participação no programa, onde foi criado o quadro “Medida Certa”, que estreou em 3 de abril de 2011, onde ela e o jornalista Zeca Camargo passaram por um processo de reeducação alimentar, tudo gravado e apresentado a quem assistia como uma forma de exemplo a ser seguido. Foram submetidos a uma serie de exercícios e uma alimentação balanceada com o intuito de melhorar a saúde, reduzir peso, taxas de colesterol e percentual de gordura, o projeto foi coordenado pelo preparador físico Marcio Atalla.
O desafio durou três meses e no último episódio que foi ao ar no dia 26 de junho daquele ano os resultados foram revelados para todos os telespectadores Zeca perdeu 12,29kg
Em seguida o estudo foi mais focado na área a ser dissertada, analisei as dez apresentadoras fixas do programa de Tv “ Fantástico” no período de 1988 2021, observando aspectos como cor da pele, características do cabelo, formas do rosto, formas do corpo, cor dos olhos, cor do cabelo, aparência e aspectos da pele, assim traçando um perfil de cada jornalista. Procurei gravações do programa tanto no GloboPlay como no Youtube para que pudesse estabelecer as relações de imagem e corpo.
Em minha pesquisa do Google Forms 90,2% das mulheres responderam não se sentem representadas pela mídia (fig.12), e ao serem questionadas sobre como é a representação de um corpo de uma jornalista vemos respostas como da Thifany Mota, 22 anos “Magra, alta, normalmente cabelo liso, sem rugas ou qualquer marca de expressão” ou da Gabriele Catarin Rispar, 26 anos “Magro e branco sem celulites sem tatuagens e cabelos em sua maioria lisos ou com o fris muito bem controlado caso seja cacheado” outra participante destaca Gabriele Silva, 24 anos “Mulheres altas, magras, bonita e que não aparente ter nenhuma deficiência física”, segundo Márcia Oliveira Ribeiro, 63 anos “Magra (dentro da normalidade)”. Com essas respostas fica claro que esses corpos televisivos seguem um padrão, e são percebidos por todos que acompanha.
20 de gordura e ganhou 4,9 kg de massa muscular; enquanto Renata perdeu 9,5 kg de gordura e ganhou 3,6 kg de massa muscular.
Trazendo uma reflexão sobre o assunto, por ela não estar no padrão das demais jornalista que já apresentaram o Fantástico, foi criado um quadro em que seu corpo foi usado como um exemplo a não ser seguidos, ela deveria emagrecer e incentivar os outros de alguma forma a fazer o mesmo.
Em uma entrevista ao Memória Globo, Renata conta que quem fez o convite foi o próprio diretor do programa que na época era o Luizinho Nascimento, diz que relutou um pouco pois não entendia como seria personagem e não jornalista? Então o jornalista disse que era justamente o contrário: ser jornalista e ver no corpo sua reportagem acontecer.
Em nenhum dos casos vemos cicatrizes ou alguma marca muito expressiva em seus rostos ou corpos.
Com essa falta de representações reais, as mulheres se sentem cada vez mais deslocadas e adoecem, como afirma a Psicóloga Juliana Lima Oliveira: “As mulheres sofrem uma pressão para serem bonitas, e o bonito na nossa sociedade tem uma figura, se eu peço pra você imaginar agora uma mulher bonita, eu tenho certeza que a maioria das pessoas imaginam uma mulher que tem um corpo ali padrão, é essa é uma questão que devemos pensar, porque o que é belo é absolutamente singular, mas as mulheres sofrem mais pressão, dentro da estética e por conta disso elas tem uma tendência a desenvolver transtornos alimentares”.
Um das entrevistadas cita justamente esse problema, Cristiane Silva diz: “Não mostra pessoas com rugas, com pele flácida não vai mostrar pessoas com cicatrizes a maquiagem ali mostra tudo perfeito e você fica se comparando”.
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 13 Gráfico felicidade associada ao corpo
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Figura 12 Gráfico representada pela mídia
Ao serem questionadas se a felicidade estava associada ao um corpo perfeito 68,6% disseram que sim (fig. 13), o questionário termina com a seguinte questão: Por que é importante ter representatividade na mídia? Itacyara Sandrine da rocha nascimento, 27 anos responde “Para pessoas gordas como eu não se sentir uma merda diante da sociedade”, Michele Chagas 26 anos ”Acredito que se eu tivesse visto pessoas como eu, ou diferente nas mídias hoje eu aceitaria melhor que não existe um padrão, que cada pessoa é um individuo e não me cobraria tanto para ter corpo, cabelo, cor de pele especifica”, Larissa Lenne 23 anos “Para todas que não estão dentro do padrão imposto pela mídia se sentir representada e saber que está tudo bem, o problema não está em você.”
Seguindo essa pesquisa, foi perguntado o que é um corpo perfeito, e encontramos definições como Beatriz Pereira, 22 anos “Infelizmente é ter o corpo padrão”, Graziele Cruz dos Santos, 27 anos “Barriga seca e cintura, seios fardos, bunda grande e pernas definidas”, Karleane Lima, 21 anos levanta uma importante questão “Não existe corpo perfeito, a sociedade precisa saber que corpos são reais, cheios de estrias, celulites, com gordura ou sem gordura, não podemos mais rotular e acreditar que existe um padrão”.
A mídia em todos os seus âmbitos é responsável por fazer mulheres se odiaram ao longo de suas vidas, pois a sociedade reflete o que vê na Tv. Nunca foi tão necessário trazer corpos reais para os jornais, revistas e programas no geral, pois só assim as pessoas vão conseguir se enxergar nessas jornalistas, atrizes, apresentadoras e entender que o problema não está nela, e o belo é ser quem você é.
Após todo levantamento, e pesquisa fica claro a contribuição da mídia, que compactua para que o padrão de beleza, magro, branco e jovem seja disseminado em seus veículos de comunicação, e como as próprias profissionais da área sofrem com essa pressão, pois são cobrados delas nada mais que a perfeição sempre. As emissoras não contratam jornalistas que não sigam um requisito básico de corpo, cor de pele, cabelo e idade, e quando pessoas fora desse estereotipo conseguem uma oportunidade, são mínimas comparada a grande maioria que vemos. Dessa forma o público feminino que acompanha essas mulheres, associam a elas, a vida perfeita e ideal, querendo ser de alguma forma parecida com elas, mas somos seres únicos e por não entender isso começam as comparações levando a transtornos alimentares e de imagem.Porisso é tão necessário discussões como essa, para que possamos cada vez mais desmistificar a perfeição, o que é belo? Essa pergunta recorre a nossa humanidade ao longo dos séculos e nunca chegamos a nenhuma conclusão, afinal a beleza é subjetiva e cada um tem sua beleza própria, porque sempre queremos ser o outro? E não entendemos como é sublime sermos nós mesmos.
Fonte: elaborada pelo autor
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Glamour, São Paulo, ano 2018, n. 79, p 116 a
Nísia Martins do.; AGUIAR, Lisiane Machado. Corpos Televisivos: Artifício e Naturalidade na Compensação de Sentido Entre o Masculino e o Feminino. Intercom, [s.n.t]. Disponível
Tv121.História
"Muitos anos longe da TV: saiba como está Valéria Monteiro, do Fantástico". Disponivel: https://tvhistoria.com.br/saiba como esta valeria monteiro/ Acesso em 29 de Novembro de 2021
Revista Trip Uol. Disponivel: https://revistatrip.uol.com.br/tpm/gloria maria Acesso em 29 de novembro de 2021
Cultura de Massas no Século xx: neurose e necrose. 11.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
CANABRAVA,em:https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/3318.Acessoem:08/06/2021.Joana.BodyNeutrality.
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GARBIN, Daiana. Fazendo as Pazes Com o Corpo. 1.ed. Rio de Janeiro: Sextante, ROSÁRIO,2017.
MARTINO, Luis Mauro Sá.; ZANCOPES Julya Vendite. Padrões Estéticos e Atuação Profissional de Mulheres Telejornalistas: Uma Pesquisa Exploratória. Revista observatório, Palmas, v. 3, n. 6, p. 658 679, out/dez, 2017. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/3318. Acesso em: MORENO,08/06/2021.Rachel.
LE BRETON, David. Adeus ao Corpo: Antropologia e Sociedade. 6. ed. Campinas: Papirus, MORIN,2018.Edgar.
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Memória Globo "Perfil Completo Renata Vasconcellos". Disponivel: https://memoriaglobo.globo.com/perfil/renata vasconcellos/perfil completo/ Acesso em 29 de novembro de 2021
Memória Globo "Perfil Completo Patricia Poeta". Disponivel: https://memoriaglobo.globo.com/perfil/patricia poeta/perfil completo/ Acesso em 29 de novembro de 2021
23 REFERÊNCIAS
Tv História "Maju vem aí: 10 apresentadores do Fantástico que poucos se lembram" Disponivel: https://tvhistoria.com.br/10 apresentadores fantastico poucos se lembram/
Dez minutos de arte. Disponivel: https://www.dezminutosdearte.com.br/celebridades/primeira mulher a apresentar o jornal nacional valeria monteiro reaparece agora como atriz/attachment/valeria monteiro sergio chapelin e william bonner fantastico 75105/ Acesso em 29 de Novembro de 2021
Portal do Curta, “Documentário e seus tipos segundo “Bill Nichols”. Disponível: https://portaldocurta.wordpress.com/2012/11/03/documentario e seus tipos segundo bill nichols/ Acesso em 08 de Junho de 2021.
Meu primeiro filme, “O livro”. Disponível: https://www.primeirofilme.com.br/site/o livro/enquadramentos planos e angulos/ Acesso em 10 de Junho de 2021.
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APÊNDICE
Optei por não usar off, deixando as personagens contarem sua história. A minha voz aparece no áudio da própria entrevista, em apenas 3 momentos, para dar mais ênfase nas respostas
A) Produto Experimental
O que o público espera de um jornalista?
3. Sinopse
Linha editorial
1. Título do produto
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Área: Formato:Televisiva.Documentário.
Acompanhe relatos de jornalistas, produtoras, psicóloga e telespectadoras para entender as consequências pela busca de um corpo perfeito.
Linguagem
2. Área e formato
O jornalismo é feito para falar de assuntos que ninguém quer abordar, abrindo o diálogo e espaço para todos possam refletir sobre os temas abordados.
A finalidade deste documentário e fazer com que as pessoas reflitam em como padrões de beleza machucam e oprimem, provocando emoção e sensibilizando a todos que assistam, a questão visual tem esse poder de impactar e causar empatia, pois você consegue ver as
Corpo Nulo aborda como as representações midiáticas influenciam mulheres a enxergarem seu próprio corpo, e como isso pode desencadear vários problemas físicos e mentais.
4. Descrição do projeto
Meu objetivo é tocar de alguma forma as pessoas através dos relatos das entrevistadas, e abrir diálogos através do tema, que é tão importante para a sociedade como um todo. Usando o modo expositivo defendendo os argumentos mostrado no decorrer do filme.
Corpo Nulo.
Duração
O público alvo do meu documentário é a partir dos 14 anos, apesar de o tema ser livre, o público de menor idade pode não entender a complexidade dos temas, e também porque é nessa idade no começo da adolescência que estamos nos descobrindo como indivíduos, e ter boas referências e discussões sobre esse tema é essencial. Ele é voltado para o público feminino, mas quero deixar a linguagem bem ampla, para atingir o máximo de público.
O meu problema de pesquisa traz a mídia como uma grande responsável por alimentar esse padrão, parte do meu trabalho é mostrar essas pessoas que não são representadas e dar voz a elas, para que sejam ouvidas.
30 minutos de filme, tentei explorar ao máximo as minhas entrevistas, ao todo foram oito mulheres entrevistadas, e ouvir as suas histórias foi o meu principal objetivo.
Tipologia/Identidade Visual/ Identidade sonora/ Outros itens, de acordo com o seu Formato/Modalidade
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As cores é uma espécie de paleta da pele humana, onde cada letra tem um degradê de cor, foram utilizadas fotos de pessoas para ter esse efeito. A palavra “nulo” no título do documentário terá um traço em vermelho, a cor foi escolhida devido a ser associada ao poder, e por muitas vezes ter uma conotação pejorativa no meio feminino, a ideia é justamente essa anular tudo que pensam e falam sobre o corpo feminino. As cores utilizadas no GC foram as mesmas da arte da capa, o bege, vermelho e branco.
expressões faciais e todo o sentimento ao falar de determinado assunto, e todos que tenham contato com o filme saiam pelo menos um pouco tocados pelas histórias.
A tipologia usada é uma fonte manuscrita de tom moderno que se assemelha as mesmas utilizadas em revistas femininas, porém com serifas em brush que imitam pinceis trazendo mais humanidade para igualar ao assunto abordado.
Figura 14: Arte documentário
Figura 14: GC
Fonte: elaborado pela autora
Fonte: elaborado pela autora
Figura 15: Arte da Capa
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Fonte elaborado pela autora
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Função individual
O áudio foi captado por um gravador, usei o microfone direcional em apenas uma entevistas, nas demais utilizei o lapela de acordo com as entrevistas. Todas as imagens foram gravadas em plano americano explorando o ambiente do personagem, os entrevistados ficaram posicionados de maneira não centralizada.
O projeto foi gravado presencial, com todos os protocolos de segurança, e algumas mulheres escolheram gravação externa.
Figura 16: Bolacha DVD
Pauta, repórter, roteiro, direção, captação de imagem, captação de áudio, direção de fotografia e edição: Aline Maria da Silva.
A trilha sonora é uma parte fundamental no meu projeto, está presente durante todo o documentário, nas transições, nos momentos de emoção, uma trilha mais calma para enfatizar esse sentimento, e no final algo mais alegre, pois apesar do tema ser bem forte, encerro com uma mensagem de esperança.
Data:OBSERVAÇÃO14/09/2021
Transcrições/ Outras documentações relevantes para a compreensão do produto
3 Ostranstornosalimentaresnamaioriadasvezesestãoassociadosaquais 4fatores?-Muitas
CADERNODE ENTREVISTAS
consequênciasqueumtranstornoalimentartraznavidaeno psicológicodeumapessoa?
6 Umavidaresumidaemdietaseódioaocorpo,podeprejudicarasaúde
Pautas/Roteiros/
PAUTEIRA REPÓRTER
ALINHAMENTOmental?
1PsicólogaFONTESQuaisas
2 Dequeformaasrepresentaçõesmidiáticasinfluenciamasmulheresaverem seuprópriocorpo?
29
PsicólogaHISTÓRICOJulianaOliveira,atuaprincipalmentecommulheresquesofrem relacionamentosabusivos.
vezesafelicidadeestáassociadaasermagraouseencaixaremum padrão,porqueissoacontece?
5 Amaioriadosseuspacientescomtranstornosalimentaressãomulheresou homens,eaqueissosedeve?
PAUTA
AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/ AlineEDIÇÃOMaria
EDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
Mostrarasconsequênciasnasaúdementaldaspessoas,pelafaltade representatividadenaTv.Comoissoafetaavida,oconvívioesuasrelações
Local:casadaentrevistada/Horário:14h
JulianeHISTÓRICOSantos,jornalistaesportivaatuaemrádiosweb.
5 Essepadrãoésóparaasmulheres?
4 Vocêachaqueexisteumpadrãodebelezanojornalismo?
CADERNODE ENTREVISTAS
2 Vocêjásefrustroucomalgumacoisadaprofissão?
30 AlineMaria AlineMaria
6 Vocêébemativanasredes,comovocêvêopúblicoqueteacompanha pelojornalismo?
umpoucodasuatrajetória,oquevocêjáfeznojornalismo?
Trazeropontodevistadeumajornalistasobreotema,mídia,corpo,esuas experiências
JornalistaFONTES1Conte
3 Algumchefeseujáfalououdeixousubentendidoquevocêdeveria emagrecer?
PAUTA
8 Comoéasuarelaçãocomseucorpo?
7 Vocêsesenterepresentadapelasjornalistas,principalmentenatv?
AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/ AlineEDIÇÃOMaria
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
Mostraratéquepontoastelespectadorassãoafetadasporessepadrão
PAUTA
REPÓRTER
CADERNODE ENTREVISTAS
3 Não gostar do seu corpo te impediu de que?
4 Pra você o que é um corpo perfeito?
7 Já sofreu com algum distúrbio ou compulsão alimentar?
1 Conte sua história, como é a sua relação com seu corpo?
Data:OBSERVAÇÃO24/09/2021
AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/
AlineMaria
31
TelespectadoraFONTES
Data:OBSERVAÇÃO01/10/2021
5 Você vê diversidade de corpos no jornalismo
AlineEDIÇÃOMaria
2 Você se sente representada na grande mídia
6 Descreva como é uma jornalista na tv
SolangeHISTÓRICOChavernue,telespectadora
Local:Casadaentrevistada/Horário:10h
Local:CentroCulturaldaVergueiro/Horário:13h
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
PAUTEIRA REPÓRTER
AlinePAUTEIRAMaria
7 Já sofreu com algum distúrbio ou compulsão alimentar?
AlineMaria
AlineMaria
Mostraratéquepontoastelespectadorassãoafetadasporessepadrão
Local:Casadaentrevistada/Horário:10h
5 Você vê diversidade de corpos no jornalismo
AlinePAUTEIRAMaria
Data:OBSERVAÇÃO08/10/2021
AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/ AlineEDIÇÃOMaria
32
CristianeHISTÓRICOSilva,telespectadora TelespectadoraFONTES
3 Não gostar do seu corpo te impediu de que?
8 Apósterfilhocomoficouasuarelaçãocomocorpo?
AlineMaria
PAUTA
1 Conte sua história, como é a sua relação com seu corpo?
4 Pra você o que é um corpo perfeito?
6 Descreva como é uma jornalista na tv
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
CADERNODE ENTREVISTAS
2 Você se sente representada na grande mídia
REPÓRTER
7 Já sofreu com algum distúrbio ou compulsão alimentar?
4 Pra você o que é um corpo perfeito?
5 Você vê diversidade de corpos no jornalismo
Local:Casadaentrevistada/Horário:10h30
8 Apósterfilhocomoficouasuarelaçãocomocorpo?
33 PAUTA CADERNODE ENTREVISTAS AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/ AlineEDIÇÃOMaria MoniqueHISTÓRICOChagas,telespectadora
6 Descreva como é uma jornalista na tv
AlinePAUTEIRAMaria REPÓRTER AlineMaria PAUTA CADERNODE ENTREVISTAS TEMA/ASSUNTO EDIÇÃO
TelespectadoraFONTES
1 Conte sua história, como é a sua relação com seu corpo?
2 Você se sente representada na grande mídia
Data:OBSERVAÇÃO21/09/2021
3 Não gostar do seu corpo te impediu de que?
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
Mostraratéquepontoastelespectadorassãoafetadasporessepadrão
AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/ AlineEDIÇÃOMaria
PAUTA CADERNO
REPÓRTER
7 Vcsesenterepresentadapelagrandemídia?
AlineMaria
1 Qualasuafunção?
4- Nomeiodoaudiovisual,vcvêmaishomensoumulheres?
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
34 Mulheres/ AutopercepçãoJornalismo/
Local:Casadaentrevistada/Horário:19h30
AlineMaria DE ENTREVISTAS
3 Jásofreumuitopreconceito?
deTv
8 Ecomoéarelaçãocmseucorpo?
5 Ecomoéopadrãodessasmulheres?
6 Natvvcvêqueexisteumpadrão?
Mostrarcomoasmulheresportrásdascâmerasenxergamopadrão
JaquelineHISTÓRICOKrettly,produtoradeTv ProdutoraFONTES
2 Comoésermulhernoaudiovisual?
Data:OBSERVAÇÃO09/10/2021
AlinePAUTEIRAMaria
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
4 Nomeiodoaudiovisual,vcvêmaishomensoumulheres?
5 Ecomoéopadrãodessasmulheres?
PAUTA CADERNO
deTv
RenataHISTÓRICOCunha, deTv
Mostrarcomoasmulheresportrásdascâmerasenxergamopadrão
AlinePAUTEIRAMaria
AlineMaria DE
ENTREVISTAS AutopercepçãoMulheres/TEMA/ASSUNTOJornalismo/ AlineEDIÇÃOMaria MaitêHISTÓRICOBrandão,jornalista FONTES
Local:CapeladeSãoMiguelPaulista/Horário:08h30
REPÓRTER
Data:OBSERVAÇÃO23/09/2021
ProdutoraFONTES
produtora
35
6 Natvvcvêqueexisteumpadrão?
7 Vcsesenterepresentadapelagrandemídia?
1 Qualasuafunção?
8 Ecomoéarelaçãocmseucorpo?
2 Comoésermulhernoaudiovisual?
3 Jásofreumuitopreconceito?
AlinePAUTEIRAMaria
7 E você acha que essa cobrança é mais nas mulheres?
Jornalista
REPÓRTER
1 AlgoquetemotivououalguémlánocasoquandoeudecidiporSargento,eutava fazendoumoutrocurso?
Local:CentroCulturaldaVergueiro/Horário:14h30
3 VocêsevêtrabalhandonaTVcomoRepórterouapresentadora?
36
AlineMaria
5 Evocêjásesentiualgumacobrançaporaparênciareferenteaprofissão?Cite entrevistasalgoassim
Data:OBSERVAÇÃO13/09/2021
6 VocêachaqueojornalismotemrepresentatividadesejamdeCorpos,etc.
2 Certo,équalaáreadojornalismovocêmaisseidentifica?
4 Vocêjátrabalhounaáreadejornalismo?
Mostrarumajornalistarecém formada,equaisdesafioelaencontra.
8 Emrelaçãocomoseucorpo,vocêsempreseaceitou?
ALINHAMENTOEDITORIAL ENFOQUE/ANGULAÇÃO
FALA SOBRE COMO CURSOU JORNALISMO
MAITÊ
JULIANE
FALA SOBRE OS LUGARES QUE TRABALHOU
QUE
MAITÊ
AINDA SOBRE O CURSO DE JORNALISMO
UM
EU QUERIA “ENTÃOREALIZAR”COMECEI PELAS RÁDIOS “AIWEB”DEU
FALA SOBRE SUA EXPERIÊNCIA NO JORNALISMO “QUANDO EU COMECEI A CURSAR JORNALISMO EU TAVA CURSANDO “INICIEIOUTROCURSO”NO JORNALISMO “PELASESPORTIVO”COISAS
37 ROTEIRO
SOBRE LARGAR O CURSO QUE ESTAVA
STAR E EU FUI PROCURAR UM CURSO DE “QUANDOJORNALISMO”FINALIZEIAFACULDADEJÁ TAVA INGRESSANDO NAS RÁDIOS WEB”
VÍDEO
ÁUDIO
MAITÊ
FALA SOBRE QUANTO TEMPO QUEÉJORNALISTA “SOUJORNALISTAA7ANOS” MESCLAR FALA DE JULIANE E MAITÊ PARA APRESENTAÇÃO, FICAR MAIS DINAMICA
SANTOSSOBRESUACARREIRA
FALA SOBRE AS RADIOS WEB E SEUINSTAGRAM
JULIANE
JULIANE
JULIANE
MAITÊ
38 JULIANE AINDAFALADASUACARREIRA “OLHA DIRETAMENTE NO ‘AIJORNALISMOPURO”VEIOARADIO” JULIANAINSERTJULIANAPSICOLOGAPSI SE APRESENTA E COMEÇA FALARSOBREASFIGURASMÍDIATICAS JAQUELINE APRESENTA A PROBLEMÁTICA DOPADRÃONATV MAITÊ FALA SOBRE OS PADRÕES DE CORPOSNOJORNALISMO JULIANE SE REFERE A MARI PALMA NA MUDANÇADOJORNALISMO CRISMONIQUESOLANGE*INSERTSOLANGESEARRUMANDO MULHERES FALAM DAS RESPRESNTAÇÕES RENATASOLANGEFALA SOBRE O AMBIENTE NO AUDIOVISUAL PSICOLOGA COMO A SOCIEDADE OLHA PROCORPOGORDO JULIANE FALA SOBRE PESSOAS QUE "MEU NOME É JULIANA LIMA OLIVEIRA” “QUANDO FALAMOS DE REPRESENTAÇÃOMÍDIATICA”“SIMNOAUDIVISUAL,ACABA QUE VOCÊTRABALHA COMAIMAGEM” “OLHA TEM MUDADO BASTANTE MAS DÁ PRA VER QUE AINDA SEGUE UM “HOJEPADRÃODEBELEZA”AGENTE TENTA VER MULHERES QUE TÃO QUEBRANDO ESSEPADRÃO” 'EUNÃOMESINTOREPRESNTADA “SEMPREUMPADRÃO” VOCÊ PRECISA SER BONITA, PRA “É“AGORASERACEITA”SEOQUEVOCÊASSISTE”UMAMBIENTEQUEASVEZEZ “MUITOVOCÊSESENTEMEIOMAL”COMOA MANEIRA SOCIEDADE PADRONIZA UM CORPO SÁDIO”
39 FALARAMSOBREOCORPODELA MAITÊ*INSERTJULIANE FALA SOBRE FAZER ENTREVISTA NOJORNALISMO JAQUELINE FALA SOBRE COMO OMITIU QUETINHAFILHOS FALAMCRISTMONIQUESOLANGE*MINHAVOZIANESOBREASJORNALISTA PSICOLOGA FALA SOBRE REPRESENTATIVIDADE MAITE FALAQUETEVEANOREXIA PSICOLOGA FALA SOBRE DISTORÇÃO CORPORAL CRISTIANE ADOLESCÊNCIAFALASOBRESUA *INSERTCRISTIANE “EU“A“JÁRECEBIMUITASCRÍTICAS”APARÊNCIADEUMAPESSOA”JÁENTREINAFACULDADE UM “FALEPOUCOVELHA”COMOÉ UM CORPO DE UMA “É“ALTA,JORNALISTA”MAGRA”AQU ELA PESSOA QUE É BEM “NÃOMAGRA”MOSTRA PESSOAS COM “DENTRORUGAS” DA PSICOLOGIA A GENTE TRABALHA COM A “SÃO“EMREPRESENTATIVIDADE”RELAÇÃOAOMEUCORPO”CARACTERISTICASQUEESTÃO PRESENTE NA DISTORÇÃO “NACORPORAL”MINHA ADOLESCÊNCIA EU ME PRIVEIDE COMERAMIL”
40 MAITÊ FALAMAISSOBREANOREXIA PSICOLOGA FALA DAS CONSEQUÊNCIAS DAANOREXIA MONIQUE FALA SOBRE TRANSTORNO ALIMENTAR SOLANGE*INSERTMONIQUEFALADERÉMEDIO PSICOLOGA*INSERTSOLANGEALERTA SOBRE DANOS PSICOLOGICOSDOSTRANSTORNOS MAITÊ FALASOBREREPRESENTATIVIDADE JULIANE FALA SOBRE SER NORNALISTA E APARECERNATV RENATA*INSERTJULIANEFALASOBREOPADRÃONATV "ETEVEUMAÉPOCAQUEEUENTREI “ENTÃO“E“JÁSE“NUNCA“SÃONESSAONDADEANOREXIA”DIVERSASASCONSEQUÊNCIASFUINOMÉDICOPRASABERÉISSOMESMO”TOMEIUMRÉMEDIO”PSICOLOGICOSTAMBÉM”ÉUMACOISAAGENTEVÊ UMACOISAEQUERSER AQUILO” “A QUESTÃO DE VOCÊ SER “ÉJORNALISTAEAPARECERNOVT”SERIAMUITOINJUSTOAGENTE FINGIR OU TAPA O SOL COM A PENEIRA”
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“SERIA MUITO INJUSTO A GENTE FINJIR OU TAPAR O SOL COM A PENERA DE QUEAI,NÃOEXISTEUMPRECONCEITO, NÃOEXISTEUMPADRÃO”
RENATA MENCIONA QUE POR MAIS QUE AGORA SEJA MAIS ABERTO E INCLUSIVO PARA MULHERES, AINDA EXISTEUMPADRÃO.
RENATA
JAQUELINE
FALA SOBRE SUA EXPERIÊNCIA COMO PRODUTORA AO CONSTATAR A COBRANÇA DE UM PADRÃO DE APARÊNCIA IMPOSTA PARA AS MULHERESNATV. FALA DE COMO O PADRÃO DE BELEZA AFETASEUAMBIENTEFAMILIAR AS MULHERES QUEEU CONHEÇO QUE LIDAM DE FRENTE COM A CÂMERA,
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VÍDEO ÁUDIO
SOLANGE PESOSEUSCONTAUMPOUCODASUAHISTÓRIAEPROBLEMASENVOLVENDOSEU GELADEIRAFILHO,(INSERT:FOTOGRÁVIDAEFOTOCOMVÍDEOSOFFMOSTRANDOCOMMARMITAS) “
“INFELISMENTEELASSÃOMUITOCOBRADAS....”AGENTESOFRE UMA COMPRESSÃODENTROEFORADECASA”“ENTÃO,EUNUNCAFUIFELIZASSIMMEUCORPO”
CONTA A HISTÓRIA DE QUANDO FOI REJEITADA POR UM MENINO E FOI PROCURAR MÉTODOS RADICAIS DE EMAGRECIMENTO.
FALA UM POUCO SOBRE A INFÂNCIA E ROUPASDESUASDIFICULDADESEMESCOLHEROUSAIRDECASA.
“EUMENININHO...”CRESCIOUVINDO QUE SER GORDA “MEÉFEIO.”IMPEDIU DE ESCOLHER O VESTIDO “NADOMEUCASAMENTO.”ADOLESCE NCIA FOI BEM
FALA SOBRE SUA ÉPOCA DE ADOLESCENTE E COMO FOI DIFÍCIL ACEITARSEUCORPO.
“DESDE O ENSINO MÉDIO, QUANDO EU ERA CRIANÇA EU GOSTAVA DE UM PIOR
MONIQUE
RENATABULLYING.PSICOLÓGICASEXPLICAPSICÓLOGASEUCORPO.(JULIANA)ASCONSEQUENCIASFUTURASDO
INSERT FOTO DE MONIQUE QUANDO CRISTIANECRIANÇA.
FALA SOBRE A FALTA DE REPRESENTATIVIDADE FEMININA NO JORNALISMO.
VESTIDOCONTACOMOFOIDIFÍCILESCOLHEROPORCONTADEACHARSEUS
INSERTS - FOTOS DE MONIQUE NO DIA CRISTIANEDOCASAMENTO
BRAÇOS“GORDINHOS”.
JULIANE CRITÍCA A COMPETIÇÃO ENTRE AS MULHERESNAPROFISSÃO.
INSERT –
INSERT – FOTO CRISTIANE QUANDO CRIANÇA CENAS DE CRISTIANE CUIDANDO DE SEU FILHO E
43
CONTA DE SUA EXPERIÊNCIA NA
PORQUE É A ÉPOCA EM QUE VOCÊ ESTÁ SE COMPARANDO COM OUTRAS “CRIANÇASPESSOAS.” E ADOLESCENTES QUE SOFRERAM BULLYNG DURANTE MUITO “DETEMPO...”FORMA NENHUMA, NÃO CONSIGO “AMEVERREPRESENTADA...”MULHERACHOQUEÉCOMPETITIVA NÃO É?PORSÍSÓ.” “EU VEJO A MULHER SENDO MUITO
MONIQUEATENDENDOCRIANÇASNAPORTA.
INSERT FOTO DE CRISTIANE ADOLESCENTE COM BRUSA TAPANDO
JAQUELINEIMAGENSDEREPORTAGENS
INSERT FOTO MONIQUE COM SEU CRISTIANEMARIDO
FALA SOBRE SEU CARISMA E COMO CONSEGUIU COM QUE SUA AUTO ESTIMA LHE AJUDASSE A CHEGAR AO SUCESSO.
JULIANE
“OSESPECÍFICAS.”CARASOLHAREM TORTO
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MONIQUE CONTA COMO FOI TOXÍCA SUA RELAÇÃO FAMILIAR EM RELAÇÃO AO SEUCORPO.
“APODADA”GENTE
“ENTÃONOSSAUMAMULHERAQUI...”EUSEMPRETIVE UMA PRESSÃO,
“EUSE“EUMUITO“OLHA,PAI”EUNÃOVOUMENTIR,JÁCHOREIPORCAUSADOMEUCORPO.”ACHOQUEEUSERIAMUITOFELIZEUEMAGRECESSE.”ACHOQUEÉMUITOESSAQUESTÃO
PSICÓLOGA(JULIANA)
INSERT PRINTS DE TWEETS DE ÓDIO CONTRA JORNALISTAS MULHERES NOTÍCIA FALA SOBRE AS MULHERES
FALA SOBRE COMO POR SER MULHER PASSOU POR SITUAÇÕES DESCONFORTÁVEIS QUE QUASE A FEZ DESISTIRDESERJORNALISTA.
PROFISSÃO E DE COMO TODAS TEM MEDO DE SEREM JULGADAS OU CANCELADAS AO FALAR CERTAS COISAS OU SE VESTIREM DE CERTA FORMA.
PSICÓLOGAOFENSASJORNALISTASSOFREREMODOBRODENOTWITTER.(JULIANA)
“PORQUE,
EXPLICA O QUÃO TRISTE ELA SE SENTECOMOPRÓPRIOCORPO.
EXPLICA NÃO PRECISAMOS MUDAR E SE ENCAIXAR A QUEM CRITÍCA E SIM QUEMCRITÍCAQUEDEVEMUDAR.
MONIQUE EXPLICA O QUÃO TRISTE ELA SE SENTECOMOPRÓPRIOCORPO.
INSERT FOTOS DE JAQUELINE NOS
JAQUELINE
TENDE A ASSOCIAR O CORPO MAGRO COM QUESTÕES MUITO E FALAR, PRINCIPALMENTE DO MEU
EXPLICAOPROBLEMA DEASSOCIARO CORPO PADRÃO AO SUCESSO FINANCEIROEAMOROSO.
DE EU CONSEGUIR ENTENDER, O QUE QUE EU ESPERO, E O QUE AQUELA PESSOATEMPARAMEOFERECER.” EU SEI DOS MEUS DEFEITOS,
QUEASOCIEDADEMEIMPUNHA.”
DESISTIR E CONTINAR LUTANDO LOGOCRÉDITOSSFRASEPELOSSEUSSONHOS.SIMONEDEBEAUVOUIROBETRILHAFINAISCORPONULO. ISSO.”“MASAÍÉOVALOR,NÃOSEVENDAPOR
JULIANESETSDEFILMAGENS.
DEIXA UMA MENSAGEM NÃO
SOBRE
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ALINE Fala um pouco da sua função. E se você já exerceu mais de um cargo, o que você faz? para a gente entender
JAQUELINE KRETTLI PRODUTORA DE TV
46
JAQUELINE Sim, eu falo de trabalho também, né?
JAQUELINE Eu trabalho lá no SBT no programa fofocalizando desde 2017, eu entrei como estagiária e como estagiária eu entrei para fazer a função de pesquisa, como eu trabalho de fofoca e tudo mais então a gente ficava nas redes sociais pesquisando o que atualizava o que não atualizava da notícia; buscava imagens para ilustrar os VTS e tudo mais, com o passar do tempo, depois de um ano eu ia fazer dois anos de estágio, com um ano de estágio uma das produtoras saiu, foi morar fora e eu precisei cobri la na função de elenco, merchandising e externa. E aí eu comecei então aprender outras funções, ainda como estagiária, mas responsável por algumas outras funções que me exigiam mais responsabilidade e mais atenção e um cargo melhor, depois esse meu contrato acabou eu acabei ficando nessas funções e aprendendo ainda mais como estúdio e gravação interna mesmo, mas não mais ao
ALINE Isso de trabalho.
TRANSCRIÇÃO
47 vivo porque a gente trabalhava todos os dias ao vivo. Então já era ali um desafio todos os dias. É
ALINEisso.Como
JAQUELINE Eu quando eu fui fazer a entrevista para trabalhar na televisão, eu fiz quatro entrevistas. Eu já entrei no meio e já entrei na faculdade um pouco velha demais, né? Eu entrei com 26 anos para começar a faculdade para começar a realizar o meu sonho que sempre foi trabalhar na televisão e quando eu entrei na sala de aula já me deu um susto, né? Porque além de ver muitos homens. Eu também me vi velha demais e nem era tão velha. Mas comparando com a idade do pessoal eu já me senti um pouco desprivilegiada ali daquela daquele momento, quando eu fui fazer a minha entrevista a primeira entrevista que eu fiz foi para trabalhar na TV Cultura, e quando eu falei que eu já tinha um filho que era casado e que já tinha uma filha ali, eu já senti que não ia rolar mais. Então depois disso eu fiz algumas outras entrevistas no mesmo segmento sendo muito sincera e também não rolou. Quando eu fui fazer a minha entrevista para o meu atual emprego, eu já fui com isso na cabeça, eu não vou falar nem que eu era casada e nem que eu tinha filho porque talvez isso me deixasse um pouquinho mais próximo as minhas concorrentes. Então eu fiz isso na ficha, eu esqueci aquela pergunta tem filhos, eu pulei como se não existisse , estado civil também, eu pulei não preenchi, não preenchi nada e aí passei para a próxima fase, não sei se isso foi um critério, hoje eu acredito que não tenha sido ali na onde eu trabalho que eu vejo muitas mulheres próximas ao meu perfil, mas, como eu já tinha tido outras experiências de negativa, então foi a minha tática. Passei para a próxima fase, passei para outra fase sem ter preenchido essas características e enfim na última etapa eu falei, fui sincera ”Olha, tenho um filho eu sou mais velha, Sou casada, mas essa minha bagagem vai me ajudar na minha função”, então assim ser a mulher no audiovisual é uma barreira todo dia, né? Você não trabalha com, como que pode dizer? Você não tem é uma vida todos os dias, não faz a mesma coisa então acaba que você não tem horário, você não tem uma função específica certa todos os dias pelo menos para mim e você é super. Julgada, né? Justamente pelo pelos meus filhos, talvez ai, será que vai chegar, talvez por ter filhos. Às vezes as pessoas falam assim será que ela vai chegar no horário? Será que não vai? Talvez no começo tinha essa dúvida comigo e eu precisei quebrar essa barreira sabe falar, olha eu tô disponível para isso eu tô disponível para ir no externa. Se precisar de mim em outro horário. Eu tô aqui até porque eu tenho um companheiro que faz obrigação dele como o pai, né? Não é nem me ajuda, não vou nem falar me ajuda, mas ele é muito presente e a gente divide as funções em casa. Então ele sabe que essa profissão ia me
é ser mulher no audiovisual? Como você enxerga isso? Como que é?
JAQUELINE Você acaba tendo não só deles essa cobrança, mas acaba tendo sua mesmo porque a questão de da cobrança fica tão na sua mente que você precisa ser mais do que você, você precisa fazer mais sempre olha eu fui eu preciso tirar essa almofada daqui e colocar aqui então vou tirar todas me pediram só uma, mas vou colocar todas porque se eu não pôr todas depois eu vou ser cobrada por isso sabe então sempre a gente se sente mais cobrada do que deveria às vezes já tá até no psicológico você vive ali uma situação as próximas você não vai querer que chega naquele ponto Então você já faz além para você ter aquele crédito que não tem não existe o crédito né Não nunca tem assim aí foi perfeito não se Você erra você é vista Se você acerta nem sempre você recebe, o obrigado ou a bonificação que você merece, sabe e é
JAQUELINE Na minha posição atual, a minha equipe é muito unida, mas a gente vê relatos, né de que existem chefes que são abusivos. Falam de um jeito com a mulher de outro jeito com um homem, né? Falam de um jeito com gay ou de outro jeito com o hétero, então tem essa questão. Eu nunca presenciei, mas existe, né? E assim tem questão de você, ah e tem a questão salarial, né? A questão salarial, eu acho que pesa mais porque a gente vê muitos homens fazendo menos que as mulheres sendo cobrados menos justamente por essa questão de fala de autoridade. Talvez com uma mulher. Ah não só os homens chefes, mas até mesmo mulheres num cargo superior cobram mais as parceiras do que os outros colegas de trabalho. Sabe de teste masculino, talvez veem neles uma autoridade. Não sei às vezes eu sinto isso. Claro que as mulheres são mais cobradas. Você não precisa não pode fazer só a sua função, você tem que fazer além do que você é contratado e eu vejo muitos homens que não, não passam assim, não precisa mostrar mais só aquilo já basta, sabe?
48 exigir eu tava preparada para isso, mas talvez as pessoas não estivessem preparadas para eu entrar como estagiária que é um faz tudo, né e sugar de mim o que eu poderia entregar então ali eu senti um pouco de receio de “ai será que eu posso pedir para ela vir até mais tarde. Será que eu posso ter ela amanhã tal o horário” e eu precisei deixar isso bem claro, porque no começo talvez eles tivessem esse receio depois que eu falei sabe o que tinha filho.
ALINE E fora isso você enxergou algum outro tipo de preconceito pelas pessoas ou por algum chefe no seu cargo.
ALINEisso.
ALINE Então além de você ser mulher você tem que mostrar ser uma profissional melhor do que o cara por que você esta sendo posta em dúvida né, será que ela realmente é capaz, você tem que provar que é muito boa
Já os homens (risos)
ALINE Então a gente vê que esse padrão além do jornalismo convencional ainda também tem no JAQUELINEentretenimentoTambém, no entretenimento também. Ou você é gordo demais e você vai ser a piada da conversa, né? Ou se você é muito gordo, talvez você não possa fazer um uma matéria mais séria, né, vai e mais pra questão da brincadeira, se você tá ali no padrão você já pode trabalhar com uma questão. A gente trabalhando no entretenimento a gente vê muito essa questão da roupa dos corpos do padrão e muitas vezes, vê que o gordo ele é taxado como o mais engraçado então acaba sendo trabalhando mais na questão da de brincadeira de uma entrevista mais descontraída enquanto o padrão ele já é chamado para uma coisa mais séria para lidar com faltas mais mais interessantes e mais mais o dia a dia então a gente acaba vendo isso muito mais amplo, né? Não em todos os casos, mas na grande maioria veio isso muito mais amplo assim no geral.
JAQUELINE Sim, no audiovisual acaba que você trabalha com a imagem e o padrão sempre exigido por mais errado e sujo e nojento que é o padrão existe, né? E às vezes você passa por situações tipo: Ai porque que aquela repórter (ouve né, falar) porque aquela repórter veio com a barriga de fora nem tá tão em forma assim, então a gente já ouviu muito isso falar assim, às vezes sair para externa com repórter ele fala assim. Ah, porque que você não deu um toque para ela vestir outra roupa, pô, ela tá se sentindo bem com aquela roupa, ela pode ir com a roupa que ela quiser né? Eu trabalho com entretenimento então não existe a formalidade ali na roupa e eu já ouvi da minha chefe. Você tem que falar para ela usar uma roupa, mas adequada pro corpo sabe é complicado.
ALINE E você acha que já sofreu, além desse preconceito, algum chefe ou alguma situação que você presenciou seja de preconceito ou eu tô falando muito no meu TCC sobre os corpos das mulheres e como nós somos sempre cobrados. Você já viu alguma situação porque você trabalha por trás da câmera com algum chefe ou algum colega que cobrou? Ah, você devia emagrecer mais ou fazer mais isso ou fazer mais aquilo para mulheres, você já presenciou alguma coisa nesse sentido?
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ALINE Eu sempre observei isso assim pessoas mais gordinhas, sempre vão para o entretenimento você não vê a pessoa mais gordinha num jornal assim, né de bancada. Enfim, eu sempre observei as pessoas mais diferentes assim sempre vai como se aquela pessoa não passasse seriedade, né? Uma pessoa padrão passa seriedade.
JAQUELINE Exatamente
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Complicado, eu trabalhei com gente muito diferente.
ALINE Você pode falar das suas experiências
ALINE Complicado, e tipo você trabalhando na televisão e tal, como você enxerga o padrão dessas mulheres ai mais na frente das câmeras, as apresentadoras e tal, qual padrão você enxerga JAQUELINEnelas.
JAQUELINE É que eu vou precisar falar a pessoa, e ai não posso.
ALINE Não precisa falar a pessoa ou se quiser dar um nome fictício, não tem problema acho que ninguém vai saber quem é.
ALINE AH, mas as duas são padrões, apesar de serem distintas.
JAQUELINE Sim, mas ai hoje eu também tenho a flor, que não é sabe e a Ana Paula que também não é tanto fisicamente... Deixa essa por ultimo?
JAQUELINE É que eu to no extremo: Lívia Andrade e Chris Flores são pessoas completamente diferentes
JAQUELINE Um dos meus trabalhos na faculdade foi a questão do humor, eu fiz um documentário sobre humor e a gente entrevistou uma anã. E ela contava pra gente que não existe no mundo uma profissão para ela uma profissão adequada para ela, então, ela precisou ser sujeitar aquilo e às vezes ela passava pelas ruas e via os anões cobrando dela seriedade e falando você deixa zuarem com você e acaba refletindo em mim é muito legal ALINE No meio do audiovisual você vê mais homens ou mulheres?
JAQUELINE Hoje eu acho que é muito misturado é muito mais amplo né? Mas as funções do começo da pirâmide ali eu vejo mais mulheres, produção é assistente na questão técnica é tipo 80%, 90% homem na equipe de externa. Não existe mulher. Eu tô há quatro anos lá. Há três anos eu faço externa. E eu nunca tive uma mulher na minha equipe externa, nunca é operador de áudio cinegrafista, iluminador, nunca foi mulher e eu sinceramente não sei se existe na emissora pessoas de equipe de externa, mulher. Nunca teve são seis funcionários, né? Vai auxiliar o operador de áudio, iluminador o assistente e vai o cinegrafista. Nenhum desses nunca foi mulher na minha equipe e sempre é misturado, né? Uma equipe vai hoje, outra amanhã, outra depois e nunca escalaram nenhuma mulher.
JAQUELINE Algumas vezes sim, mas a grande maioria não, pelo que eu entendo pelo que eu vejo lá na televisão. Eu vejo a mulher sendo muito podada, como vai agir nas redes sociais? Eh, qual vai ser a marca que vai te Patrocinar? Então eu vejo mais mulheres pedindo
ALINE Ok, ai você vai pensando. E você, como mulher você olha pessoas na televisão e você vê que você se sente representado por elas.
ALINE Uma pergunta um pouco mais pessoal, como que é a sua relação com o seu corpo você sempre se aceitou, você sempre gostou do seu corpo ou não? Foi uma batalha, eu quero que você conte um pouco mais sobre isso porque você já teve filhos então imagino que seu corpo era um depois foi outro, como você enxerga isso?
51 autorização para isso do que os homens, por exemplo, pedindo opinião, eu posso me vestir dessa forma eu posso me vestir dessa forma ou eu posso falar isso? Você acha que vai pegar mal veja as mulheres sendo mais medo do cancelamento do que homens pelo menos na frente das câmeras ali, eu acho que é o julgamento é diferente por mais que o nosso público hoje no meu específico é a grande parte a mulher e mesmo assim eu vejo o medo de dar certas opiniões lá na hora sabe em algumas das faltas, você tem opinião e você tem que dar outra para você. Não ser julgada de uma forma errada ou para você não ser condenada no tribunal ali da internet. Por isso, entendeu?
JAQUELINE Desde criança eu nunca me vi assim muito no espelho, porque eu sei dos meus defeitos que a sociedade me impunha. Então eu ia pela minha personalidade. Eu falo assim, já que eu não vou ganhar pela beleza. Eu vou ganhar pelo carisma. Então eu sempre fui muito alto astral assim, tive sempre uma autoestima muito grande, mas hoje eu sinto que se não fosse isso eu teria me retraído mais e não teria sido a mulher que eu sou hoje, sabe então muitas mulheres, às vezes se podam e não conseguem ir em busca do sonho por conta do padrão, né? Nem todas as mulheres têm a estrutura que eu tive tem o pensamento que eu tenho porque cada um é de um jeito então já Todas deveriam ter a mesma oportunidade, né?
ALINE Mas fora o seu trabalho você sente representada por essas mulheres vocês que você enxerga isso, você acha que falta mais mulheres de diversificados para que essa representatividade exista?
JAQUELINE Hoje sim, hoje a gente consegue enxergar mesmo que ainda faltando muito né, muito que eu digo em credibilidade de a mulher poder ter a mesma credibilidade que o homem, mas eu consigo sim ver e muitos da dos nichos mulheres representando muito bem e fazendo excelente trabalho eh e hoje tendo esse espaço, né? A mulher sempre fez exercer muito bem o que ela tende a fazer né sendo cozinheiras sendo antes das profissões que antes era dominadas pelas mulheres e agora as mulheres se expandiram e conseguem exercer muito bem. Tudo que lhe propõe então eu acredito que sim, quem dá credibilidade para mulher hoje na televisão não se arrepende. Eu acho que eu me sinto representada pela grande parte e por pelas mulheres que tem essa oportunidade que não são muitas né. Mas algumas que tem a oportunidade de estar lá na frente consegue nos representar, acho que é isso.
Porque o que vale é o talento, mas eu sei que se eu não tivesse o meu jeito, se eu não tivesse tido essas sacadas assim, de eu não vou olhar por esse lado, eu tenho que olhar por esse lado, eu tenho que olhar por esse lado do meu talento do meu esforço. Se eu não tivesse só isso, eu não tinha chego aonde eu cheguei se eu sei que não é ainda o auge, mas assim até aqui tudo que eu conquistei foi por personalidade, por não olhar porque se eu tivesse me distraído um pouquinho no que o mundo esperava de mim tanto fisicamente como em algumas das atitudes. Eu não teria alcançado que eu alcancei então sim desde criança, eu me cobro por saber dos meus defeitos, né? E tentei focar em outras partes. Tentei ser diferente buscar a mais a minha personalidade por isso, o que não deveria ser né? O que não deveria ter sido isso a minha escolha, mas por morar por ter essa sociedade que a gente tem eu precisei fazer uma escolha de não.
É e tive que ir com a cara com a coragem mesmo sendo julgada porque as mulheres eram diferentes as minhas amigas eram diferentes e as meninas que eu vi que tinha o mesmo ai caramba e as meninas que eu vi que tinha o mesmo padrão que eu de feiura ou de beleza diferente as meninas que eram como eu elas eram retraídas, elas tinham vergonha. Elas não falavam em público. Elas não participavam naquela turminha mais popular porque não tinha o padrão que exigia e eu fui. Ia sempre eu falo assim, eu quero ficar aqui nessa turma. Eu quero ir para o Fundão. Eu quero ir para frente eu me enfiava em todo lugar, então eu não senti na minha pele. Mas eu sempre vi pessoa sentindo na pele por não ter estrutura psicológica para passar pelo que o mundo faz a gente passar sem necessidade de alguma né? Desnecessariamente a gente precisa ter beleza inteligência isso aquilo, aquilo outro, uma série, uma lista enorme para você se encaixar e se enquadrar no padrão. Tanto que quando eu falei eu era um pouco mais nova e falei eu quero fazer rádio TV eu vou fazer Radio TV eu vou entrar para o meio da televisão sem ir para frente da câmera que nunca foi em querer meu eu sempre quis estar atrás das câmeras, eu adoro ficar atrás mostrar bastidores e ficar ali no bastidor mesmo. As pessoas falavam, mas isso é muito elizado, né? Isso não é para você e eu sabia que não era só pela questão social era também pela questão do padrão da beleza, porque as pessoas na televisão a gente vê, na televisão todo mundo muito lindo, né? Todo mundo ali bem maquiado bem vestido, estiloso e eu não era nada disso até hoje eu não sou, mas essa pressão não me atingiu por conta da minha personalidade do meu de eu querer muito, mas eu vi muitas pessoas que tinham mesmo querer que eu ficando para trás por conta disso, né? Por conta dessa cobrança que vinha antes de você tentar antes de você tentar já vinha uma série de perguntas que você tinha que responder para o mundo e daí você desanimando, né? Então eu
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Dando nome aos bois, numa entrevista de emprego, eu sempre trabalhei de telemarketing. Então eu tinha muita facilidade de me vender de me de falar dos meus
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JAQUELINE São, pela beleza e pela instituição que você fez, pela por onde você estudou né? Você vai na entrevista você já vê os olhares para quem fez tal faculdade para quem tem Face, tal faculdade e ali não conta mais chega uma hora que não conta mais pro seu currículo vai contar o que ele tá vendo, né? Então eu tenho certeza que muitos dos nãos que eu recebi em entrevistas. Foi por isso foi por na questão de padrão. Físico e também o padrão social né? Como que você vai trabalhar aqui no Morumbi? Como que você vai chegar aqui no Morumbi? Sabe? Então assim não era só porque eu moro aqui porque era longe porque a gente tem condição. Por conta da classe social a pessoa vai fazer corpo mole aí envia fala vinte e ainda tem filho. Então tudo ia desvalorizando o meu currículo sabe tudo que eu tinha ali tudo que eu me dediquei não serviu, não servia de nada, se eu não me encaixasse no perfil que não era profissional era um perfil pessoal. Você tinha que se encaixar no pessoal para depois ver se você se encaixa no profissional tanto que a gente encontra pessoas na televisão ou às vezes em produtora algumas pessoas que eu já trabalhei que você vê a nitidamente que não foi por isso que foi contratada, não foi pelo trabalho que você vê a pessoa num cargo superior ao seu, mas que não conseguia exercer assim, nem metade do que você faz sabe e você via nitidamente que o critério era outro.
vi muita gente ficando para trás e não tendo aí uma estrutura psicológica para combater o que o mundo faz que o mundo destrói né das mulheres
ALINE No meu caso, né? Por que eu sou mais alternativa, tenho cabelo colorido eu já fiz um milhão de entrevista eu sempre chego na última parte, aí eu vou ver a pessoa que vai entrar porque a gente vai trabalhar e aí eu sou desclassificada. E aí às vezes eu fico pensando que se realmente a minha capacidade sendo que eu fiz todas as provas e eu passei ou se é porque eu tenho cabelo colorido e aquela pessoa é magra alta, cabelinho bonitinho e ela aparenta que ela é mais capaz do que eu e isso é muito desanimadora assim, então, tipo isso é foda, porque às vezes a gente tipo corre atrás, eu sempre me dediquei em tudo que eu faço, mas eu sinto muito isso de preconceito, até por isso que eu tô fazendo esse documentário também por causa disso, sabe? Porque para questionar esses padrões que a gente vê na televisão de que não deveria existir as pessoas deviam ser contratadas pela sua capacidade,
ALINE E você acha que na tv tem muito isso? Que as pessoas são contratadas pela beleza mais do que pela capacidade?
JAQUELINEné?
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qualidades os meus efeitos me apresentar e eu cheguei numa entrevista de emprego onde tinha PUC Casper liberou tal tal tal tal e eu ali naquele primeiro momento era só a dinâmica falada era o que você se apresentava e eu sei que que eu estudava à noite anterior, eu me apresentava pro meu marido para minha filha. Então eu sabia que o que eu tava falando e que eu ia pelo menos. Aquela fase passar me apresentei ali muito bem e aí chegou as outras candidatas você via ali que gaguejava que não sabia nem por que que dia que era aquele que que tava fazendo ali e conversava, conversava e quando você vinha no final nós ficava e você era desclassificada. Então assim ali não tinha currículo era a questão do padrão da beleza e do padrão social, da indicação, né que existem as panelinhas, né? Que a gente infelizmente tem que lidar com elas ou você é o que eu te falei, ou você entra numa panelinha dessas e você é chamada para todo lugar, você se encaixa ali mesmo que as pessoas te massacram por você não ser do padrão você se enfia ali naquela panelinha ou infelizmente não vai ser a gente tem que procurar outra coisa para fazer porque é muito complicado muito complicado, você tem que estar num lugar que você não quer para você ser aceita.
JAQUELINE Eu já trabalhei com vários tipos de padrões né, hoje eu tenho uma mescla consigo ver ali em diferentes ângulos personalidades distintas e às vezes eu vejo que quando a mulher é ali o padrão a que tem mais uma credibilidade, a que vende mais comercialmente falando dá uma opinião, ela é muito bem aceita a outra que às vezes é um pouco mais debochada, já tem ali já é um pouco mais mais velha mais mais vivida na televisão vai dar um outro opinião tem tanto itens tinha uma porrada de gente falando mal. Ai se toca vai para o seu lugar e tudo mais então assim existem essa questão do tribunal do da internet que eu te disse, eu acho que faz com que as mulheres, os homens também mas as mulheres mais se preocupem mais com que vai falar com como vai agir justamente para entrar se encaixar nesse padrão e às vezes fica vazio, né? Não consegue mostrar o que é não consegue mostrar como pensa num programa que você tem que dar sua opinião que você está ali para comentar fica um comentário vazio redundante que não leva a lugar nenhum e não é aquilo que a pessoa pensa já que a pessoa não pode falar o que pensa é muito complicado né porque acho que o
ALINE O mundo do audiovisual é assim, tipo você entrar na faculdade com a sua cabeça. E aí você vai vendo vai passando por entrevista e vai vendo que o negócio é muito baixo, agora eu vou voltar na pergunta que eu pulei que é: como que era o padrão dessas mulheres né que você trabalha na frente das câmeras, você pode falar das suas experiências, de mulher que é padrão e da que não é, sinta se livre não precisa dar nome.
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JAQUELINE Isso, o mundo não tá preparado para ouvir as mulheres.
JAQUELINE Sim, muito esse tem que lidar com as frustração ela respondendo Ah das idades não foi que aí ela ele gritou então eu vou falar pode falar já. Lá na minha produção a gente trabalha com quase 40 pessoas fixas na produção. Eu Tenho 31 anos e só quatro pessoas entre homens e mulheres são mais velhas do que eu. Então todo a massa manual de visual é formada de jovens. Então você tem medo de envelhecer não só fisicamente mas não é RG mesmo porque chega uma hora que você não vai se encaixando você não vai mais tendo ninguém para você conversar que tenha as mesmas ideias que você que é madura quanto você você começa lidar só com Jovens jovens e vai tendo medo, né? Se
ALINE E você, você estava falando de mais idade você vê mulheres mais velhas tanto na TV como no audiovisual, nos programas você enxerga que tem assim mulheres mais velhas. Aí a gente entra num ponto se elas são mais velhas, elas aparentam ou não ou elas fazem plásticos encaixa, mas padrão que é difícil a gente vê tipo, por exemplo, mulheres de cabelo branco mulheres, né? Todas eu pinta o cabelo eu faço plástica então mais ou menos sobre isso assim JAQUELINEsim.
As mulheres que eu conheço que lidam na frente das câmeras, elas são muito cobradas pelo comercial para ter o padrão de beleza. Então elas querem ganhar dinheiro, elas estão ali para isso e para você vender, você precisa se encaixar e para você se encaixar você precisa não envelhecer, né? Então eu vejo muito isso essa questão do da Escolha merchandising em questões, é de convites para a participações né? Nessa questão de idade e na questão da credibilidade é muito julgado, né? O que não é da sua experiência que vai que vale ali é a sua aparência física, né? E por trás das câmeras reflete, eu vejo que reflete. Por exemplo, a minha equipe tem quase 40 pessoas só quatro delas entre elas homens e mulheres só quatro delas é mais velha que eu e eu tenho 31 anos. Todos os outros são mais novos, isso colocando o homem e mulher né então. Por exemplo, você vai fazer um mexendo o programa? Vem no é de casa lá da Globo. Aí tem a Patrícia Poeta o Manuel Guimarães. E o André Marques então, se eu for fazer de comida por exemplo, se eu vou fazer de Beleza eu vou por Poeta se eu fazer de sabão em pó, eu vou pôr a Cissa Guimarães ALINE Então até nisso existe um estereótipo?
ALINE Isso é muito real, as pessoas não querem ouvir mulheres falando, mas se o homem falar exatamente o que a mulher falou todo mundo para pra ouvir, e é bizarro isso.
mundo não tá preparado pelo pensamento das mulheres que se as mulheres devem a cara na televisão para falar o que querem o mundo vira de ponta cabeça a gente quebra.
JULIANE bom estou no jornalismo sete anos né vai fazer oito anos, iniciei como jornalista esportiva aqui foi um sonho já desde a época até então quem ingressei na faculdade e foi o início bem promissor porque como eu sempre fui muito apaixonada pelo esporte então eu comecei já nas rádios web né mas eu como sou sempre né comunicativa já tinha Instagram né aquela é uma ferramenta hoje que é bem mais né é com estabilidade maior e eu fazia vídeos
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JULIANE DOS SANTOS JORNALISTA
eu for mandado embora daqui. Será que vão me contratar? Eu vou ter que fazer entrevista com essas pessoas com os meus amigos que são jovens e disponíveis, né que moram em repúblicas não tem horário para voltar para casa. Então é complicado você lidar com isso você que tem uma rotina. Você tem uma família então para a mulher cobra se mais porque geralmente quando a mulher casa. para o patrão já vai vir casamento filho e o marido te cobrando né é eu acho que é isso que as pessoas enxergam e não é não deveria pelo menos deveria ser tem mais uma pessoa ali para contribuir com a rotina dela mas você precisa provar isso você precisa provar que o seu filho não vai te atrapalhar você precisa provar que seu marido não vai te cobrar o horário de você chegar em casa se você precisar ficar até mais tarde então quando é assim, por isso que eles preferem pegar uma novinha uma pessoa mais nova um rapaz por isso que a escolha sempre tende a ser pra pessoa que tem menos responsabilidade em casa, porque você tem menos responsabilidade em casa, você vai poder ficar até o horário que pode passar você vai poder chegar mais cedo. Você vai poder viajar você vai poder fazer um externa até a madrugada e não tem horário tanto não tem essa cobrança para chegar você não vai ter filho te esperando o marido te esperando então para a mulher essa cobrança é maior você precisa provar que você está disponível para trabalhar no audiovisual que não tem rotina, né? Então essa falta de rotina no audiovisual atrapalha a mulher que tem a sua família, porque o patrão acha que você é cobrado em casa mais do que é cobrada lá né que você não consegue dividir isso e a maioria das mulheres realmente por ter pessoas em casa que não contribui com a com o ciclo, né da rotina acabam sofrendo por isso porque aí chega no trabalho falado. Eu preciso chegar em casa tal hora porque eu tenho meu filho e não tenho ninguém para me ajudar, né? No que não é o meu caso porque quando eu sempre tenho essa flexibilidade, mas a maioria das mulheres se você é mãe solteira, por exemplo. Quando você for para entrevista, você já vai ser cobrada, por isso como que você vai para o externo aí seu filho vai ficar com quente de madrugada, porque ele fica na escolinha durante o dia e a noite, né? Então é bem complicado essa questão.
57 né, vídeos curtos falando sobre rodadas do do futebol rodado do campeonato brasileiro, campeonato paulista, futebol feminino e isso foi gerando é um conteúdo um portfólio para mim né quando eu já estava na faculdade inclusive então muitas pessoas viu aquilo e acabou acarretando também chamadas né é e convites para mim participar de rádios webs de transmissões 100% feminina através desse Esporte que eu mesma fazia com a cara e a coragem o celular nem era tão bom na época mas eu ligava o celular às vezes até mesmo na pré aula e falava um pouquinho do dos jogos que já tinham até acontecido no campeonato brasileiro e que acontecer também né, e quando finalizei a faculdade ainda já estava ingressando nas rádios webs, na rádio poliesportiva na Rádio esporte clube na rádio prêmio e foi aonde as coisas foram acontecendo né então eu acho que o caminho melhor do que eu acho foi a coragem e o foco que eu tive quando eu já estava na faculdade inclusive né de ter mesmo aquela coragem de fazer e é isso que é até mesmo falo para todos os outros que estão ingressando na no na faculdade de jornalismo que tem que ter mesmo essa vontade de pegar a câmera, o celular hoje é o melhor é conteúdo que a gente pode ter também para fazer as coisas, mas foi um período muito bom em promissor, porque aí foi acontecendo as coisas aí veio a radio start FM lá na Paulista, Rádio Trianon, depois veio a Federação Paulista de Futebol. Aí eu comecei a ingressar mais ainda no jornalismo esportivo e teve um sonho que eu tinha muito tempo desde quando eu era mais nova até mesmo de antes de entrar para a faculdade que era o jornal Lance. Hoje não tem mais jornais, né? Porque hoje tá muito digital é bem difícil ter jornal ainda, mas eu gostava muito Jornal Lance eu parava assim na nas banquinhas de jornal e ficava lendo e meu pai né, que também já é um sonho de vim pelo meu pai que gostava muito de jornal de esporte e de trabalhar no lance e aconteceu, né? Então foi o meu primeiro emprego assim estável mesmo jornalismo esportivo através de um programa que se que se chamava craque do Futuro que era estudante, jornalismo você mandar um vídeo tape falando porque que você queria ingressar no Jornal Lance e ali você passaria a ser um setorista aí fiquei no lance né? Como a estagiária dois anos cobrindo a Portuguesa de Desportos aqui em São Paulo ali no Canindé. E também o Flamengo de Guarulhos o Guarulhos onde eu moro e aonde as coisas realmente foram acontecendo foi um sonho que eu realizei né de ter trabalhado ali no Jornal Lance e aonde eu vi aqui o jornalismo esportivo. Poderia abrir outras portas para mim, né? E o meu maior sonho até é descobrir uma copa do mundo daqui a alguns anos aqui o ano que vem, né? O ano que vem já então eu acho que o olhando para trás por tudo que eu passei foi um caminho muito bom. Teve logico, né? Teve alguns percalços sempre vai ter teve épocas que eu queria desistir até então porque a mulher
ALINE Você já se frustrou com alguma coisa na profissão?
JULIANE Já me frustrei sim, com certeza.. A frustração ela vem logo no início né E quando eu me deparei realmente com um mercado que é muito mais hostil que é o jornalismo
58 hoje no jornalismo esportivo é complicado porque não tanto mais mas tem a questão do machismo, né? Então eu tenho machismo e muita estrutural, né? Então tem esse preconceito que é estrutural ainda com a mulher no esporte. Então eu já cheguei em estágios e os caras olharem torto vai falar nossa uma mulher aqui não que não é o seu lugar. Então eu passei por isso foi aonde eu cheguei em casa e que falava meu eu não quero mais ser jornalista disso de esporte, porque realmente vem e me inibindo bastante, né, vinha minha intimidando então eu realmente eu realmente queria não mais fazer jornalismo quando eu me deparava com esse tipo de situação, mas aí vinha sempre alguém uma palavra é que a gente coloca para cima meus pais amigos confiava no meu trabalho e aonde realmente eu falava não no outro dia já passava falando não eu vou fazer realmente o que eu quero e vou passar por cima, né? Então nem o machismo ou o achismo das pessoas também com a mulher no esporte, eu consegui quebrar um pouquinho Essas barreiras e realmente entrar ali num sonho, eu acho que a questão de consolidação ainda não porque o jornalismo ele inova todo momento. Então a gente vai consolidando cada vez mais, né? Então acho que esse é o trunfo do jornalismo esportivo para mulher é a gente não se intimidar com as coisas que realmente vai ter né? O estereótipo pela mulher às vezes ou ela só pelo fato dela ser mulher, né? Ela já acaba sendo estereotipada ou a mulher que tem uma tatuagem uma mulher que é negra. Enfim as diversas coisas então a mulher ela tem isso tem a questão do estereótipo já no mercado de trabalho no mercado a comunicação mas hoje com muitas ferramentas que vem abrindo eu acho que esse mecanismo vai abrir muito mais aí com Tiktok, o Instagram e outras ferramentas para que realmente as mulheres possam ser que é eu acho que a sua essência ela nunca pode ser banida. Você é você, né? Então eu sou eu Juliane sou eu, eu sou assim, eu não posso mudar e me caracterizar uma outra pessoa então a mulher hoje tem que ser uma essência não só no ramo da comunicação, mas em todo os outros ramos, né? E se tratando do jornalismo não acaba vendendo a sua essência. Só realmente para ser o que a pessoa quer que você seja e lá atrás olhando um pouquinho mais um jornalismo esportivo, eu vejo que hoje e fico até feliz com mulheres que falam. Olha eu me inspiro em você, eu acho que é portas, né que tão sendo abertas cada vez mais para que uma outra geração possa olhar para nós mulheres e ver que pode trabalhar no jornalismo esportivo ou em qualquer outra área entretenimento, na música, na moda. A mulher realmente ela pode o que quiser.
ALINE Certo, você acha que existe um padrão de beleza estabelecido no jornalismo?
JULIANE Isso não, nisso não, eu acho que a única coisa no início que eu era bem tímida, né? Saindo da faculdade jornalismo ali tímido um pouquinho e as pessoas falava se solta Ju, né? Fala um pouco mais, né? Seja um pouco mais você porque você não é tão tímida assim então ó num aspecto timidez realmente Pediram para eu me soltar mais, mas assim em alguma outra coisa, né? Cabelo essas coisas assim tatuagem ou piercing não.
esportivo né tem muito mais homens do que mulheres então acabei me frustrando com algumas coisas realmente com machismo os olhares né que realmente queria nos amedrontar falar que a mulher não era ali então me acabei me frustrando e pensando e até desistir do curso e não atuar mais no esporte mais atuar em outra área mas aí foi o sonho é maior que isso né é maior que qualquer outro preconceito foi aonde eu acabei realmente prosseguindo e fazendo o curso de jornalismo esportivo e trabalhando cada vez mais nessa área acho que a frustração ela vai vir em dias que a gente vai achar que poderia acontecer e não aconteceu, eu acho que numa transmissão por exemplo que você poderia se entregar 100% mas você acha que isso se entregou 50% em um rolou da forma que você havia projetado. Aí você acaba se frustrando então veio sim algumas frustrações de transmissões que eu poderia ser melhor e também na questão do machismo, né? Porque eu acho que isso que mais tem no jornalismo esportivo é homens querendo realmente fala que você não pode fazer né? Então acho que essa foi a maior frustração.
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JULIANE Não
ALINE Referente a peso?
ALINE Certo, algum chefe seu já falou ou deixou subentendido que você deveria ou emagrecer ou engordar ou mudar alguma característica do seu corpo, que você sentiu ou não?
JULIANE Sim, existe hoje a gente vê mulheres que estão tentando quebrar isso a gente vai Mari Palma recentemente lá na Rede Globo nela com camisas de é o que a forma como ela é né e piercing tatuagem no braço. Então ela foi quebrando um pouquinho mais paradigmas. Daí a gente vê hoje que o o ramo da comunicação tem muitas mulheres, hoje é no tiktok, Instagram redes sociais um geral quarto e ter enfim que o conteúdo Às vezes a pessoa nem é formada em jornalismo, mas ela acaba né? Os influências acaba se tornando um Jornalista pelas redes sociais, né? Então eles vão vender ali o que o conteúdo deles não vai falar de moda outros de futebol outros de entretenimento, né? Então acaba realmente pluralizando o jornalismo a comunicação na verdade porque algumas pessoas nem são formadas em
ALINE E você acha que esse padrão ele só existe para as mulheres você enxerga esse padrão nos homens também?
ALINE Onde você trabalha você consegue enxergar mulheres que não estão neste padrão?
60 jornalismo né nas quais são produtores de conteúdo, então eu vejo que hoje esse padrão de beleza um jornalismo está sendo quebrado aos poucos mas hoje para você trabalhar num jornal por exemplo como apresentadora infelizmente ainda tem esse padrão né o estereótipo da mulher branca enfim magrinha assim tatuagem ainda existe né nesse aspecto a a mulher na TV com apresentadora né então mas das outras formas como repórteres e comentaristas, narradoras né Tem muita mulher narradora hoje em dia então já estão ali com quebrando seu paradigma e ela pode ser o que ela quiser ir com piercing, tatuagem, gordinha, magrinha, ruiva, negra, loira aí nesse aspecto realmente vem pluralizando mais.
JULIANE Consigo, e tem muitas inclusive. Me deparei e recentemente virou até minha amiga Jordana e ela Negra e tem cabelo canecalon e ela foi fazer uma transmissão como comentarista, né? E ali no chat da transmissão, né? E tipo ela apareceu um pouquíssima às vezes e tinha um alguns comentários preconceituosos. Então eu cheguei me deparar com isso eu não aconteceu comigo, mas com amigas é bem próximas, né? Então ainda existe aquelas pessoas falam haters que ainda consegue perseguir essas mulheres e acabam realmente colocando elas pra baixo, mas é a questão de é só você não levar para si e continuar confiando no seu trabalho e ser o que você é ou com cabelo com canekalon ou com piercing e enfim seja o que você é na comunicação.
JULIANE nos homens poucos, nos homens é poucos eu acho que a mulher é realmente tem esse lado mais né do dos estereótipo porque os homens hoje eh por exemplo eu vou usar o Tiago Oliveira que hoje apresenta os o Esporte Espetacular de domingo ele é negro né e ele falou que já passou por alguma situação de racismo assim por ser apresentador numa grande emissora que a Globo né e ele já passou assim a chamada de macaco e tudo mais e já foi perseguindo no shopping e mesmo sabendo que ele era apresentador da Globo então o homem ainda ele tem isso mas não conta uma mulher né porque a mulher ela tem um aspecto um pouco mais vulnerável né então eu acho que isso na questão que a sociedade acaba impondo né gente e um pouquinho também da natureza né porque a gente tem um lance também um pouquinho da questão da vulnerabilidade, mas eu acho que o homem não muito mas a mulher ela acaba realmente levando por esse lado mais é vulnerável que a mulher que é só pelo fato de ser mulher, né pela lei da natureza
ALINE Se eu te pedisse para você descrever uma jornalista, uma apresentadora, como você descreveria essa pessoa assim, o que você tá acostumada a ver nos lugares?
ALINE Você é bem ativa nas redes sociais né? Como você vê esse publico que te acompanha no jornalismo, você acha que de alguma forma eles se inspiram em você?
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JULIANE Bom eu acho que a Maju Coutinho também foi uma das mulheres que acabou sendo perseguidas, né? Por algum algumas pessoas preconceituosas, eu acho que ela acho que é o Pilar melhor pra gente falar nesse aspecto de apresentadora, é porque pelo fato da cor dela, né? Só pelo padrão ser negra ela acabou realmente sendo perseguida por essas pessoas falou nossa, mas negro não pode ela não pode estar apresentando um jornal tão grandioso como Jornal hoje está sentada na bancada então pessoas preconceituosas as pessoas que eh não tem um galardão, né de ser uma pessoa do Bem na verdade, né para não esculachar e falar que essas pessoas são são pouco baixas para ter esse pensamento preconceituoso, né? Então acho que a Maju realmente foi o aspecto que levou mais nesse aspecto de estereótipo da mulher ser negra na frente de uma TV.
JULIANE Acho que sim, eu tento fazer sempre conteúdos, eu acho que a porta de a válvula de escape, né a porta hoje na no ramo da comunicação é produção de conteúdo porque isso é o caminho é o caminho mais curto para você chegar numa grande outra emissora, né você produzir conteúdo porque hoje está muito fácil muito acessível através do celular, né? Então é você se colocar à disposição disso, então acho que muitas pessoas já falaram. Olha acho legal,
ALINE e você acha que tem muitas disputas das mulheres no meio jornalismo ou não elas se apoiam, JULIANEentendem?Tem,a mulher eu acho que é competitiva, né? Por si só e hoje em dia no meio da comunicação, tem bastante tem umas que não muito mas tem outras que sim, às vezes elas compete quer competir tanto com você que acabam realmente sendo ruim, né? Então eu acho que tem que saber dosar as coisas, né? Se eu posso você também pode e assim a gente né? Pode fazer todo mundo junto coletivamente, mas tem pessoas que é um pensamento mais individualista, né? Tipo? Ah, não é ela se ela passar nesse jornal, ela vai ser a melhor então vou ter que fazer alguma coisa pra amarrar ela e eu ficar lá na frente. Então tem, tem muita competição sim das mulheres, elas acabam não se fortalecendo. Eu acho que tem que ser isso tem que ser ao contrário se fortalecendo nesse ramo da comunicação, principalmente no jornalismo esportivo, porque poucas mulheres, tem muito mais homens e elas acabam o que minando isso e quando está inseridas acabam minando e não se fortalecendo e os homens realmente acabam sendo maiores do que as mulheres no meio do jornalismo esportivo.
JULIANE Hater ainda bem não e espero que continue assim, haters por favor, mas sim tive algumas críticas até mesmo de às vezes as pessoas próximas que se julgavam as amigas, enfim ou amigos e Era mesmo para me afetar para poder me parar e me em brecar eu acho que com é crítica construtiva é uma coisa uma crítica para realmente jogar para baixo. Você a gente sabe é de se país então a crítica construtiva é válido, mas agora é uma crítica que vai te jogar lá para baixo. Aí eu realmente já deixava para lá, mas às vezes acabava realmente me entristecendo, mas aí já acordava no outro dia da manhã, eu falo não, vamos lá porque realmente era maior que tudo e o sonho é um propósito. Eu falei eu tenho um propósito de vida. Então eu tenho que conquistar isso foi aonde as coisas foram acontecendo.
JULIANE Tá, eu acho que com meu corpo eu sempre fui resolvida assim sempre fui magra né as pessoas falam muito magrela enfim as vezes ah ou é muito magrelo é muito gordinha enfim sempre vou achar alguma coisa mas eu no início eu ficava um pouco assim né minha Sei lá nossa Ju você vai aparecer no vídeo mas ai mas esse tão magrinha né às vezes era um olhar um pouco até mais de inveja né eu percebia Ah você é muito magrinha me deixa
ALINE Mas você já teve criticas, haters, alguma coisa assim?
ALINE E como que é a sua relação com seu corpo? Sempre se aceitou do jeito que você é? Ai você pode contar um pouco da sua historia, essa é um pouco mais pessoal.
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seu trabalho é muito bom, é eu acho que você não tem nunca teve vergonha foi naquilo que eu falei bem aqui no início. Eu sempre tive essa vontade, né? Eu pegava o celular eu falei se tiver um like beleza, mas uma pessoa já viu, já vale muito as pessoas hoje se preocupa como os likes e o número de seguidores aí que tá o o x a questão, porque quando você se preocupa com isso você não vai produzir mais porque ah deu sem colar que eu não vou produzir aí você desiste e acaba estagnando, então eu acho que é isso o os o grande poder do sucesso é você nunca parar porque alguém um hater te coloca para baixo ou você não teve um número de seguidores no qual você achou que teria ou o número de visualizações de vídeo então o número do sucesso sempre vai ser constância quanto mais você fazer contou mais Realmente você vai ter um resultado a longo prazo e às vezes a gente se preocupa a curta o prazo mas aí o pensamento tem que ser longo prazo mesmo então seja constante então muitas pessoas hoje gostam do meu trabalho por isso, porque eu tive momentos que eu falei meu eu vou parar de gravar tem um like, dois mas aí vinha a força maior que é o quê é o sonho a força maior é o sonho mesmo de você conquistar aí foi aonde foi gerando números de likes, seguidores e aí realmente as pessoas conseguiram me seguir pelo que o que eu produzo pelo o produto que eu realmente acaba apresentando nas redes sociais e nas rádios também
Seríssimo, muito sério, eu ficava assim na hora totalmente, né de mãos atadas olhava, né? Mas a pessoa queria parecer mais só pelo fato de eu ser magra e ela um pouco mais cheinha, então isso vai ter gente porque assim a questão de você ser jornalista e aparecer no vídeo tape na frente de uma câmera é, vai ter pessoas que vão querer te jogar mais para baixo, porque vai falar. Nossa, ela tem um corpinho legal, né? E já olha e ela é linda do jeito que é mesmo cheinha. Você é linda do jeito que é mas a pessoa em si coloca defeito e quer ser você e aí vem o quê olhar de inveja, né? E aí é realmente complicado essa parte.
JULIANE Sim, aumenta no início, né? A câmera ela me intimidava bastante não é? Por isso que eu sempre treinava mais no celular, né? Falei lá no celular, né? Porque aí não é a mesma coisa de uma câmera, mas quando a câmera abria me intimidava um pouco mas logo assim, você inspira e respira eu acho que esse também um segredo, me inspirou respirou soltou confia em você e seja o que você é, às vezes ah ele tá falando muito com a mão, não as mãos também falam então a gente o nosso corpo ele tem que falar não seja uma pessoa totalmente dura na hora de você se pronunciar então você tem que ser mais leve realmente e poder é transmitir isso para o telespectador ou a pessoa que realmente está te assistindo ou te ouvindo se for no rádio né, então tem que ser uma forma bem mais espontânea
ALINE Mas você acha que quando liga a câmera a insegurança aumenta?
JULIANEmagrinha?
63 aparecer um pouco mais com a sua cheinha né tipo para te cortar mesmo, né? Mas assim no meu as no meu olhar mesmo como Juliane, jornalista assim olhando assim. Ah, eu tô legal com meu corpo eu sempre achava que sim, né? Porque eu sempre fui assim magra e um pouco mais desinibida, né? Não ficava tão fechada assim porque vocês realmente você tem que se abrir um pouco mais né? Mexer um pouco com seus braços articular e mostrar que realmente a forma que você se comunica não somente com a sua voz, mas também com seu corpo então foi aonde eu realmente me sentia resolvida sempre tinha um ou x ou Y. Ah não, isso é muito magra, Jú eu vou aparecer aqui. Ah, engorda um pouco mais menina come mãe tá tudo ótimo, eu me sinto bem assim tão importante é você se sentir bem do jeito que você é então aí bola para frente nada te para ALINE Sério que as pessoas falavam isso que vai aparecer mais que você por que você é
JULIANE sim no início bastante ficava chateada, né? Na hora eu falava Nossa mas por que isso né? E eu olhava para mim, eu acabava olhando para mim e falei tem algo de errado, né?
ALINE Certo, você falou sobre eh, esse lance do de que as pessoas criam aparecer mais que você na na câmara, mas isso te incomodava de alguma forma te deixava para baixo ?
ALINE Aonde você trabalha então você mesmo você sendo magra as pessoas ainda colocaram um estereótipo em você, onde você trabalha você vê que tem pessoas de corpos diversos, seja uma mais gordinha, uma mais baixinha ou você vê que todas são mais ou menos no mesmo padrão?
JULIANE Não, tem meninas que realmente às vezes é bem mais fortinha, um pouco mais é baixinha, mas enfim é estereótipo, né que elas acabam colocando nelas e elas não se acham bonitas e autossuficiente e acabam realmente olhando pro próximo, né? O próximo é eu e aí acaba acontecendo esses é esses fatos, mas são coisas que a gente vai se adequando no dia a dia, né? Tem pessoas muitas do bem também. Aí você vai ter muitos amigos também no meio da comunicação pessoas que também vão te ajudar, então é isso é um passo de cada vez e isso é você, né? Não vai não queira incorporar uma outra pessoa, né? Um personagem o personagem não no jornalismo é você a sua essência não tem personagem.
ALINE E além dessa situação que você que aconteceu com você, você já viu alguma parecida com alguém em algum lugar de trabalho?
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Porque a pessoa tá. Não deixou nem eu aparecer , ela tá vendo alguma coisa errada em mim e sim chegava triste em casa, às vezes com um monte de ponto de interrogação na cabeça, vários muitos né? Falava caramba, será que é isso mesmo para mim? Será que eu tenho que continuar muitas vezes eu chegava assim como me deparava nesse tipo de situação e a pessoa querer competindo mesmo brigando que para te tirar mesmo de cena, né? Mas aí é o valor é não se vê ainda por isso você é o que você é não se venda não perde as frequências. Acho que a essência é o maior é o maior de tudo. Você é assim, eu sou assim a Juliana e pronto acabou. Ah, mas você é muito simpática, você ri para todo mundo sim e na comunicação, tem que ser assim também. Seja uma pessoa Ah, mas você é muito ranzinza. Enfim gente, as pessoas são pessoas, é difícil lidar com pessoas, mas a gente tem que respeitar o outro e o e acontece o inverso, né? Então as pessoa não te respeitando do jeito que você é, mas você tem que respeitar o outro então na comunicação, muitas vezes as pessoas que são jornalistas em si, elas acabam realmente não praticando esse ato respeitando o próximo eu acho que isso é o básico importante essa pessoa ela deixou de ser se é gordinha magrinha cabelo ruivo, você tem que respeitar então não julgar aí vem um para julgamento e vem um julgamento, né, mas eu acho que são é lidar com pessoas é difícil e no ramo da comunicação tem bastante isso, mas é um dia após o outro né? Então a gente vai levando isso vai chegar chateada em casa, o que aconteceu um episódio igual aconteceu comigo vai, mas outro dia é um gás maior para você continuar então o seu propósito é o seu sonho e nada vai te parar.
MONIQUE CHAGAS TELESPECTADORA
MONIQUEdisso.
MONIQUE Eu pretendo. Eu quero ir na verdade, eu tenho que encontrar a minha área, né? Mas em qualquer lugar que não seja um hospital para mim, tá bom?
Ah, desde no ensino médio. Quando eu era bem criança gostava de um menininho. E aí ele olhava para o era gordo na verdade, não entendo porque que ele não gostava de mim e eu sempre fui muito gordinha. E aí ele falou assim para mim: Eu prefiro ficar com tal pessoa muito muito feia do que ficar com você que é gorda que não sei o quê, ele começou a colocar defeito no meu corpo e isso já me deixou muito traumatizada, eu cheguei em casa, tipo comecei a pesquisar coisas para emagrecer mais rápido possível, porque eu
ALINE Você não curtiu hospital?
ALINE Adorei a sua definição de trabalho dobrar o papel. Mas você gosta mesmo?
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ALINE Certo, então, vou fazer umas perguntas aleatórias, aí depois eu começo a fazer as perguntas principais, o e que você faz da vida?
JULIANE Já e com uma amiga que é um pouquinho mais gordinha, né? E já aconteceu sim de ela aparecer no vídeo e falar nossa, mas aí coloca uma blusa mais larga sabe? Tipo uma pessoa não quis dizer por que mas mandou trocar de blusa para colocar uma blusa mais larga para não mostrar né um pouco mais o seu corpo eh, uma uma blusa justa, né? Eu já vi essa pessoa praticamente saiu arrasada, né? Então eu acho que a questão de estereótipo no jornalismo com a mulher é o que mais existe.
ALINE Mas você pretende ir pra outro lugar?
MONIQUE Não, odeio ontem mesmo demitiu duas pessoas, então, é assim tá entrando em falência. E aí por isso que tá todo mundo saindo, sendo demitido.
MONIQUE No momento, eu trabalho no Hospital, Santa Virgínia, eu trabalho como auxiliar administrativo e eu sou Bombril, eu faço tudo, me mandou para recepção eu faço, mandou pro arquivo, mas o meu local mesmo é dentro do arquivo um lugarzinho só para dobrar papel, mas eu faço qualquer coisa
MONIQUE Não, é horrível depender de alguém para ficar doente e para ganhar salário é muito você, espera para pensar é ruim demais
ALINE Realmente vou começar as perguntas, hein? Mas aí seja sincera é mais sobre você do que sobre o trabalho, tá? Eu quero saber como que foi como que é a relação com o seu corpo. Desde quando você entendeu que seu corpo era diferente dos outros e que você começou a cobrar que seu corpo fosse de um jeito x enfim. Desde quando você se lembra
MONIQUE Não, a única coisa que eu achei que realmente uma equipe representava era séries que falam sobre a realidade, por exemplo. Glee que aí eu olhava assim eu falei nossa que série diferente que fala de pessoas gordas, homossexuais e afins e ali eu realmente vi que eu me identificava, mas fora isso na televisão em desenho Chiquititas e coisas afins, eu não consigo é olhar e falar nossa uma pessoa gorda sendo representada ou em primeiro lugar é muito
queria que ele gostasse de mim e aí depois disso se tornou uma coisa mais grave. E aí eu ficava tipo transtornada, até então quando eu era bem magrinha minha mãe falava para mim que eu era bem magrinha, eu era desnutrida. E aí eu tomei, tive que tomar remédio para engordar porque eu só tinha a cabeça eu era muito magrinha. Aí ela falou assim que eu tive que tomar remédio e depois disso nunca mais parei aí eu lembro que a gente fez tratamento para emagrecer, eu emagreci um pouquinho, mas depois ficava nesse efeito sanfona. E aí eu fiquei muito traumatizada. Tipo até hoje eu não consigo me achar bonita de corpo inteiro.
ALINE O que não gostar do seu corpo te impediu, algumas coisas, algo que você queira
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MONIQUEcomentar?
ALINEdifícil.Evocê acha que se você tivesse tido essas representações? Desde criança na mídia seria mais fácil a sua auto percepção com seu corpo?
ALINE Certo, hum, você se sente representada na grande mídia seja na TV nas revistas nas novelas séries ou até no jornalismo mesmo?
MONIQUE ai com certeza, principalmente se for falar sobre relacionamento porque assim eu sempre vi uma mulher magra e um homem magro e aí eu nunca vi a gordinha sempre a gordinha era amiga que incentivava magra a ficar com bonitão. E aí eu sempre ficava naquela e até isso refletiu na minha vida mesmo, porque eu sempre tive amigas muito magras e eu era a única gordinha do grupo. E isso me prejudicava muito, porque quando a gente ia sair eu sempre era muito mais magrinha ops muito mais gordinha, eu não conseguia pegar a roupa emprestada, aí esse é muito ruim. Isso me prejudicou muito.
Hum, me pediu de escolher o vestido do meu casamento porque eu tenho complexo com braço e meu braço é muito muito gordinho, aí o vestido que eu achei lindo, ele mostrava os braços mais do que já mostrava no meu vestido que eu casei e ele era tipo como se fosse, ele era tipo um vestido de alça é rendado e mostrava totalmente o meu braço e aí eu olhei assim de frente. Eu falei meu que perfeito, mas quando eu olhei de lado isso me deixou muito mal e me fez chorar porque eu queria muito aquele vestido e aí eu tive que escolher um que era bem mais caro só por causa do meu braço.
ALINE Certo, você vê a diversidade de corpos no jornalismo?
MONIQUE Nos corpos dos Jornalistas assim atualmente eu não vejo bem antigamente já também não via mas agora que eu sou mais adulto eu paro para ver o jornal eu percebo que tem um padrão que é aquela pessoa magrinha. A mulher magrinha é e o homem até mesmo aquele que é bem mais forte que você usa você vê pelo traje que ele tá usando que dá para ver o músculo dele e a mulher é aquela bem magrinha e isso é muito estranho, né?
MONIQUE Ai é verdade, não tem nossa verdade, caramba.
MONIQUE Tem, o William Bonner
MONIQUE é o que eu tô buscando. Hoje eu tô indo para academia e para mim o corpo perfeito é aquele que eu me sinto eu assim eu senti em algum lugar e a minha barriga não fique aparecendo que eu coloque uma blusa regata e eu não me sinto mal então esse para mim é o corpo perfeito, é peito bunda e nada de barriga.
ALINE Descreva como que é uma jornalista na TV assim o que você vê?
MONIQUE Tá. Ah. Deixa eu ver é aquela pessoa, por exemplo que é bem magra Branca loira, principalmente é porque eu assisto mais a Record por isso que eu falo mais dela, mas principalmente na Record que é duas mulheres loiras brancas que parecem até o espelho que tá falando, tipo foi muito igual e aí elas são totalmente iguais até o tom de voz é bem igual e o homem também é aquela pessoa branca que não tem um negro, mas enfim é e também não tem um gordo é realmente não tem nenhum gordo homem.
ALINE Certo, para você, o que é um corpo perfeito?
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ALINE Homens velhos tem
ALINE Tá, você já sofreu algum distúrbio ou compulsão alimentar?
MONIQUE já, nunca fui no hospital para comprovar se é isso mesmo, mas quando eu realmente emagreci que eu perdi todos os meus quilos que eu desejava é e eu fiquei com medo de engordar. Então eu vi a receita de água com limão que eu acho que todo mundo conhece, mas o problema não é tomar o com limão problema é que eu só tomava água com limão não comia eu chegava da academia e eu peguei cortava o limão, pegava o sal e falava esse vai ser meu almoço e ficava o dia inteiro dormindo aí quando eu acordava sentia fome. Eu cortava mais um outro limão e comia minha boca ficava toda cortadinha, assada e eu fiz isso de que acho que por alguns meses. Até eu parar e realmente falar que a minha anemia começou a atacar eu fiquei muito fraca. E aí eu parei mas hoje em dia eu acho que diminuiu um pouquinho.
ALINE E que também não tem mulheres velhas.
MONIQUE Ah, eu acho que tem um pouco dos dois por exemplo. Eh, eu vou falar um pouco da minha vida, meu marido ele é bem magro e a gente tá na academia tanto para ele
MONIQUE Eu acho que eu ficaria muito feliz se eu emagrecesse, emagrecesse tipo não perder o meu peito a minha bunda que eu gosto do jeito que tá distribuído, mas o meu rosto as coisas que me incomoda é eu, acho que eu queria muito feliz se eu emagrecesse.
ALINE Certo e você já deixou de sair com os amigos para algum restaurante ou para algum lugar de comer por vergonha do quanto você come, de como você come?
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MONIQUE No meu corpo sim. Por exemplo quando eu mudei de casa. Foi uma mudança de vida totalmente, né? Então foi a época que eu mais engordei. E aí era perto do casamento então, tipo era muita tensão junto dentro de mim e eu não conseguia eh falar com ninguém. E aí eu engordava muito, eu descontava tudo na comida. Então isso eu não consegui prejudicou mais para eu me ver. E aí eu vi que meu corpo ficou horrível.
ALINE Certo, eh, você acha que para você ser feliz é estar associado a ter um corpo bonito ou você consegue ser feliz? Se você não tiver um corpo bonito opinião. Sua não da sociedade que Monique acha disso.
MONIQUE Sim, muitas vezes eh por exemplo. Hoje eu tô esse mês eu tô de férias e eu tô fazendo de tudo para encontrar os meus amigos que faz tempo que eu não vejo, só que como eu falei que a maioria são magras é eu me sinto Muito desconfortável, quando eu vou comer por exemplo, a gente estava combinando de ir no rodízio. E aí eu ia me sentir à vontade de comer bastante, né? É só que eu tenho uma trava como todo mundo terminar de comer e eu falo eu vou pegar mais um pouquinho e isso me deixa muito incomodada, porque todo mundo já olha e fala. Ah tinha que ser né? Cabe tudo
ALINE Isso teve algum, efeito colateral a longo prazo seja no seu corpo até na sua mente?
ALINE Se você hoje com o corpo atual que você tem que pudesse descrevê lo em uma palavra ou em uma frase que como você descreveria.
MONIQUE Em constante evolução eu acredito, em constante evolução ou dependendo do humor por exemplo hoje, eu acordei e eu falei nossa tanto trabalho na academia e não tá adiantando de nada. E aí eu falei assim um corpo que não consegue se adequar um corpo que não entende o que eu quero.
ALINE Mas você acha que esse corpo que não se adequa ele não se adequa as suas expectativas ou expectativa da sociedade em si, você acha que isso é mais uma pressão de que todos e que nem você falou de que você rir. As pessoas sempre fazerem piadinhas achando que é engraçado ou é algo que você acha que é seu mesmo e que você quer ser magra e é isso.
entrar em um pouquinho de peso porque ele também não consegue engordar, né? Por saúde e isso me deixa com muito complexo por causa que entra na minha cabeça. Poxa vida, eu sou muito muito mais gorda que ele quando a gente vai se pesar o dele. Fica no 60 no 50 o meu passa de 80 e eu olho assim eu falo como que pode uma mulher ser tão gorda na minha cabeça uma mulher ser tão gorda e tem um em que às vezes para muitas pessoas é normal? E aí Isso me deixa é anima disputa mental de emagrecer para eu fazer ele não liga ele me ama do jeito que eu sou ele fala todo dia que me ama, mas do jeito que eu sou aquele que fala que eu te aceito, mas eu não me aceito, esse é o problema e aí eu entro numa disputa interna que eu tenho que emagrecer para ficar menos dos 50 para ele no caso até 60 para ele para eu não me sentir desconfortável do lado dele.
CRISTIANE Eu acho que eu comecei a observar meu corpo desde criança, porque meus primos sempre foram mais magros, né do que eu, eu sempre fui a prima mais gordinha mais cheinha e eu sempre ouvi dos meus tios dos amigos familiares que ah você é bonitinha, mas você é gordinha. Ah a Titi ela até bonitinha, mas é tão gordinha e eu fui Crescendo com isso,
ALINE Certo e essa pressão dos seus amigos da sua família também. E também é desse lance de não se vem representada nos lugares, você acha que essa pressão toda vem do quê?
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MONIQUE Ah, eu acho que no início vem da família por causa que quando eu era morava com os meus pais, eu lembro de uma vez que eu tava muito muito gorda. Quando eu tinha 12 anos eu tinha 84 kg e aí eu lembro que eu tava comendo muito de noite. E aí a minha irmã mais velha falou se você não parar de comer, você não vai entrar em nenhum lugar e aí eu falei não mas a boca é minha eu como do jeito que eu quiser. E aí é minha mãe falava assim para mim não mas se você não parar de comer é você não vai ter saúde, você vai morrer rápido, você não vai casar ninguém vai gostar de você e aí meu pai ficava meu pai, ele é muito desbocado. Então ele faz piada. E aí até hoje né ele falar ontem mesmo. Ele falou. Nossa, você tá indo pra academia pra academia não tá adiantando nada e então, eu sempre tive uma pressão, principalmente do meu pai ele falava para mim. Nossa, você vai engordar. Você é mulher, tem que ficar gorda mesmo, porque aí você não vai encontrar ninguém porque ele queria que eu ficasse com ele para sempre, né mimada? E aí ele falava que isso ficou na minha cabeça aquelas frases ficava na minha cabeça que se eu não se eu não emagrecer se eu não ia encontrar ninguém e ninguém ia gostar de mim.
CRISTIANE SILVA TELESPECTADORA
ALINE Vamos lá primeira pergunta de novo é quando que você né é começou a observar seu corpo entender que ele era diferente dos outros e que isso foi um problema?
ALINE Certo, você se sente representada na grande mídia? Seja nas novelas, nos filmes ou no jornalismo? Se sente representada?
CRISTIANE Acho que foi bem pior que aí chega a época que você tá se comparando com outras pessoas, né? Você já tem seu grupo de amizades, escola é uma coisa que pesa muito então você sempre quer aparecer com a menina mais bonita da sala, com a pessoa mais popular da escola, você quer? Tem algo assim parecido relacionado para as pessoas gostarem de você, porque infelizmente assim você precisa ser bonita para você ser aceita em grupos e foi assim terrível, porque eu me privava assim de várias coisas com as minhas amigas, porque elas eram magrinhas e eu já era mais cheinha. Então eu vivia com blusa de frio, coisas assim que tampavam um pouco mais o meu corpo para não mostrar tanto assim.
ALINE Certo, não gostar do seu corpo te impediu de fazer o quê?
ALINE Certo, para você, o que é um corpo perfeito.
ALINE E como foi na adolescência?
70 desde que eu era pequenininha até sei lá, acho que adolescência que aí os meus tios começaram a minha família mesmo começou a pegar no meu pé, tipo. Nossa, você é tão linda, mas você tá tão gorda você podia emagrecer para ficar mais bonita, né? Então foi algo assim, desde acho que da minha primeira infância até quando eles olha minhas fotos de bebê, fala ai você era bonitinha, mas era um bebê gordo então até hoje eu ouço comentários assim do tipo.
CRISTIANE Não, não me sinto porque as novelas elas na as novela a mídia quando aparece uma pessoa com corpo fora do padrão, geralmente é uma. Então é uma pessoa gordinha o é uma pessoa negra é uma pessoa e o resto do elenco todinho lá é perfeito lindo e hoje assim eu fico é olhando assim detalhes que eu não olhava. Tipo não mostra pessoas com rugas com pele flácida não vai mostrar pessoas com cicatrizes, é a maquiagem ali tudo mostra tudo perfeito. E aí você fica se comparando com aquela menina que acabou de acordar e que tá linda, sabe? Você fica Caramba, porque que eu não fico assim é muito difícil assim você achar alguém na mídia que que represente por enquanto assim, eu não acho ninguém.
CRISTIANE Já me pediu de ir à praia, em festa com amigos, ir em restaurante, barzinho, piscina, é eu sempre penso no que os outros vão pensar do meu corpo que é mais cheinho que tem estria, que tem celulite, que um biquíni não fica bom ,um maiô não fica bom então é bem difícil eu posso comprar coisas para pessoas mas cheinhas mas eu me olho no espelho eu não gosto daquilo que eu vejo então eu tenho muita vergonha até hoje de lugares assim que eu tenha que usar alguma roupa que exponha um pouco mais o meu o meu corpo
ALINE Por que você acha que a sua aparência incomoda as pessoas?
ALINE Você já deixou de ir restaurantes em lugares por vergonha de comer? Descreva
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Já, já deixei, já deixei muito. Teve uma época da minha vida que eu não comia na frente de ninguém. Eu morria de vergonha, eu esperava todo mundo comer e aí eu ia lá e comia depois mesmo assim eu comia pouco porque ficava pensando. Nossa ia colocar uma colher a mais de arroz vão pensar que é por isso que eu sou gorda. Então teve mais por causa da minha vida que eu sempre me privei de comer a mil muito né, hoje em dia não mais, mais assim eu evito de em lugares. Eu evito de restaurantes porque né não é nem tanto agora pela vergonha de comer que isso já passou, mas agora eu tenho vergonha da minha aparência, eu acho que a minha aparência incomoda e eu não me sinto à vontade de me reunir com os meus amigos para mim, me divertir nos contrair, é eu prefiro ficar em casa.
CRISTIANE Eu cresci ouvindo que ser gorda é feio e eu cresci ouvindo que eu sou muito gorda. Então até hoje eu não consegui chegar naquele padrão que foi definido para mim que disseram que eram para mim ter Então até hoje é muito difícil. Eh eu colocar uma roupa e me senti à vontade, por exemplo num barzinho fica à vontade sem estar pensando se minha barriga tá mostrando ou se o short está apertando a gordurinha da minha perna se aquilo tá muito feio, porque eu cresci com pessoas falando dando esses tipos de comentários. Sabe, que me magoava muito e aí até hoje é é difícil isso.
ALINE Após ter filho como ficou a sua relação com o seu corpo?
CRISTIANE Após ter filho? Olha é muito difícil, não é é tão fácil assim porque a mídia ela não mostra é, como o corpo da mulher fica após uma gestação a mídia ela mostra pessoas famosas que tem filhos e depois voltam ao seu corpo e não tem nenhuma estria nenhum tipo de cicatriz nem um tipo de flacidez e pessoas que colocam silicone após amamentação. E na
ALINE Eh, você vê a diversidade de corpos no jornalismo?
CRISTIANE O corpo perfeito é aquele corpo magro, aquele corpo definido, um corpo sem cicatrizes sem estrias, sem marcas, é um corpo de Barbie. Acho que isso seria um corpo perfeito, né? Infelizmente nem todo mundo tem esse corpo tão perfeito.
CRISTIANE Não tanto. Não tanto quanto deveria ter, agora no jornalismo, eles estão até mudando um pouco eh as pessoas mas geralmente são mulheres bem arrumadas, cabelos arrumadinhos maquiagem Impecável aquela mulher que tem um rostinho bonequinha para aparecer na TV, né? E assim diversidade, assim de tipo gêneros, não é tão assim aparente assim na na mídia ainda não
CRISTIANEsobre
72 vida real quando a gente passa por isso algumas mulheres têm a sorte de não tem nada que é muito invejável, mas no meu caso eu tive estrias eu tive flacidez. E você, olha os seus seios, eles ficam mais flácidos o seu corpo todo muda, sabe então aceitação, é muito difícil eu acho que é uma coisa que a gente trabalha assim a cada dia mais assim as suas roupas de antigamente já não ficam tão boas quanto fica agora se você for tentar usar ela sabe então é uma coisa assim que a mídia mostra que é muito mágico é magia total, só que quando você vai passar mesmo pela gestação as dores é a falta de sono, privação de sono tudo é muito difícil assim, sabe?
CRISTIANE Olha eu não vou mentir eu chorei muito por causa do meu corpo eu chorei muito por causa dos meus quilos a mais por causa das minhas marcas das minhas estrias. Eu já cheguei a pensar que sim, eu seria mais feliz se eu tivesse um corpo padronizado. Acho que
CRISTIANE Já já fiz muita coisa eh na adolescência mesmo, eu me privava de comer, eu comia assim mínimo do mínimo do mínimo. Para não engordar tanto porque eu queria sair com as minhas amigas me senti bem. O que mais me ajudou mesmo foi a reeducação alimentar então foi difícil. Nossa foi muito difícil, mas foi a época assim que eu mais perdi peso que eu me senti muito bem com meu corpo e só que meu é muito difícil manter porque você quer comer alguma coisa que não presta. Você quer comer uma pizza ou hambúrguer e agora nessa vida de mãe que eu não sabia que era tão corrida é você quer alguma coisa rápida, mas ao mesmo tempo você quer uma coisa muito saudável para o seu filho ter um exemplo de comer muito bem então, já já fiz dieta assim muito doida. Jejum e mas assim o que mais me ajudou na época da minha vida foi reeducação alimentar.
ALINE Certo e você já fez dietas? Enfim coisas assim pro seu corpo
ALINE - Você acha que a felicidade é atrelada um corpo perfeito, você só é feliz se seu corpo tiver bom magro perfeito.
ALINEsim.
ALINE E você acha que se desde pequena você tivesse tido representações é seja nas revistas, nas novelas, de pessoas iguais a você a Sua percepção de corpo seria diferente?
Na reeducação alimentar que você ficou mais magra, você ficou mais feliz?
CRISTIANE Eu acho que um apoio familiar seria totalmente diferente. Eu acho que você educar o seu filho e fala para ele que existem tipos de Corpos diferentes que ele é lindo do jeito que ele é que ele não precisa perder 10 15 20 kg parar de jantar se Private comer. Ouvir comentários maldosos que já você poderia ser bonita se você fosse magra. Eu acho que isso Faria toda a diferença na vida de uma pessoa.
CRISTIANE Ah, não sei eu tento colocar na minha cabeça que o meu corpo já foi morada. Então, eu tento aceitá lo hoje, como ele é.
CRISTIANE Sim eu me senti bem melhor já de não ter a barriga mostrando tanto sabe de ver que eu estava perdendo peso que já não estava tão inchadinha, eu já me senti a melhor com as minhas roupas, mas confiante para sair, mas confiante para me arrumar sabe de você olhasse no espelho e falar. Nossa, tô muito bonita hoje eu me sentia muito bem aquela época.
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JULIANA São diversas as consequências porque é um transtorno alimentar ele é principalmente pautado numa dificuldade da convivência que a pessoa tem com o próprio corpo então isso muda desde a rotina alimentar da pessoa até a visão que ela tem do próprio corpo e como ela cuida desse corpo então, por exemplo na anorexia nervosa. A gente tem uma característica específica que é da dieta muito restritiva, então a pessoa ela deixa de se alimentar então ela vai desenvolvendo diversas doenças, né físicas a maioria das vezes precisa inclusive de internação e psicológicas também porque a alimentação ou a falta da alimentação nesse sentido passa a ser o centro da rotina da pessoa então é a primeira coisa que a pessoa pensa desde que ela acorda e é a última coisa que ela pensa no final do dia então. Envolve dificuldades nos relacionamentos com as outras pessoas então pessoas que têm transtorno alimentar elas tendem a se isolar, né ao longo da doença porque se a gente for pensar a maioria das dos encontros que a gente tem das coisas que a gente vive envolve de alguma maneira alimentação, então a gente sai para comer vai no cinema e come pipoca sai para sair para ver os amigos e come alguma coisa então São pessoas que tendem a a ao longo do tempo desenvolver o isolamento social é e envolve muito também essa questão do medo de como é visto pelas outras pessoas, né? Então envolve diversas consequências assim todos os setores da vida.
ALINE Certo. Quais as consequências que um transtorno alimentar que traz na vida e no psicológico de uma pessoa?
ALINE E hoje? Se você pudesse descrever o seu corpo em uma palavra que palavra você descreveria ou uma frase meu corpo.
JULIANA Bom, meu nome é Juliana Lima Oliveira Eu Sou psicóloga tu na área Clínica com atendimento online. Sou formada desde 2017. Comecei a atender em 2018 e atualmente tem o atendido. Principalmente uma demanda voltada para mulheres que saem eu já estiveram em relacionamentos abusivos, mas atendo também crianças e adolescentes.
JULIANA LIMA PSICOLOGA
ALINE Eu falei com uma menina ontem, a minha entrevistada ela já viu meu anorexia e ela disse que isso deu problemas muito graves na saúde dela a imunidade aí você pode citar algumas coisas do que pode acontecer no corpo as consequências isso dura pra pra vida JULIANAinteira.
De que forma as representações midiáticas influenciam as mulheres a verem seu próprio JULIANAcorpo?De
diversas formas, né dentro da Psicologia a gente trabalha muito com essa questão da representatividade, principalmente agora que as redes sociais estão assim em voga e a gente tem que se relacionado muito através dessas redes então Eh. Geralmente os transtornos alimentares. Eles começam no final da infância início da adolescência que é quando a gente começa a se relacionar com outras pessoas ali que tem a nossa idade e é quando também a gente começa a perceber as diferenças que existem entre os nossos corpos, né? Então a gente tende a associar o corpo magro com questões muito específicas, então ao sucesso há uma vida amorosa é muito comum que pessoas gordas, já tenham escutado várias vezes na vida, principalmente as mulheres que se você não emagrecesse não encontra ninguém. Então assim vai morrer solteira e tal ninguém vai te querer assim e aí a gente começa a associar então o corpo gordo ao desleixo há uma vida solitária. A uma vida improdutiva e há uma vida que não é representativa, então não tem nada que a gente olhe e que a gente queira é seguir não é exemplar diferente da maneira que hoje a gente vê o corpo magro então São pessoas que a gente olha e a gente entende que são saudáveis que são
ALINEmédico.
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Então dentro da anorexia, a gente tem um problema grave de desnutrição, né? Que é quando a pessoa ela não ingere nada, né? Nenhum tipo de alimentação e isso faz com que ela possa desenvolver, por exemplo é gastrite, fraqueza, enxaqueca, dentro da bulimia a gente tem uma questão bem específica, que é que por conta da indução do vômito e saltar os dentes então vai corroendo ali o esmalte dentário as unhas ficam quebradiças as quedas de cabelo. Tem uma pessoa ela tem uma facilidade muito maior para pegar doenças. Porque como ela tá desnutrida o sistema imunológico fica muito enfraquecido. Então assim é em casos extremos a pessoa deixa a gente conseguir se locomover por exemplo, porque fica muito magro e são características que estão envolvidas muito na distorção corporal, né? Que é o é o movimento que eu tenho de olhar para o meu corpo e vê lo de uma maneira diferente. Então pessoal, ela não consegue entender que ela tá colocando a saúde em risco, né? Então é por isso que é muito importante a observação externa, por exemplo e o acompanhamento
Tem diversos fatores que influenciam né, transtornos emocionais no geral então depressão ansiedade que geram ali uma diferença muito grande na maneira com a qual o indivíduo se alimenta as violências sofridas, então o bullying preconceito discriminação questões sociais, né? Como por exemplo a falta ali de acesso à saúde, educação e alimentação, mas principalmente a aspectos emocionais ligados à maneira com a qual a gente olha e se relaciona com o corpo então a gente percebe por exemplo que na compulsão alimentar que é um transtorno que existe uma grande dificuldade de controlar os impulsos alimentares, a gente tem muito é de ansiedade nisso, por exemplo. Mas também de vergonha. Então aquela questão do isolamento social aparece novamente. São pessoas que tendem a se manter um pouco mais isolados então fatores de risco são esses é. É muito da maneira com a qual a sociedade enxerga um corpo sadio e é padroniza essa questão, né? Porque os nossos corpos Eles são diferentes e a gente precisa aprender a lidar com essas diferenças, né? Porque é transtorno alimentar é um tipo de automutilação, né? Porque você tá machucando o seu corpo negando a Ele o acesso à alimentação ou oferecendo a ele muito mais do que ele precisa e essa automutilação não é uma questão que deve ser individualizada é uma questão que a gente trata com indivíduo. Mas se a gente não trate em sociedade a gente só vai trocar de pessoas sofrendo com esses transtornos.
JULIANA Acontece isso na verdade é uma construção máximadamente social né se a gente for pegar na história houve um período em que o belo era associado geralmente a pessoas que eram muito brancas e gordas né porque branco era um sinônimo de que você não estava no sol né que você não precisava pegar sol então você provavelmente era rico porque você não desenvolvia ali um trabalho é manual e tal e o gordo Porque era bem alimentado né Então as
ALINE Certo os transtornos alimentares na maioria das vezes estamos Associados a quais
75 amadas, que são bem sucedidas. E isso tem muito a ver com as representações que a gente tem hoje em dia porque você olha para TV e o que a gente vê são pessoas magras, né? Você olha nas redes sociais as influências, elas grande maioria dela são magras. Então a gente vai entendendo que o problema está no nosso corpo e mudando o nosso corpo a gente ganha aquilo que é associado ao corpo magro, né? Que é tudo isso que eu já falei então não necessariamente o problema é o corpo, mas é o que a gente associa ou as oportunidades que a gente recebe quando a gente tem um corpo padrão.
JULIANAfatores?
ALINE - É muito do que você já falou mas muitas vezes a felicidade está associada a ser magra ou assim encaixar em um padrão, tem alguma explicação do que que é isso?
ALINE Assim dos pacientes que vocês já tratou, você acha que as pessoas que têm maior chance de ter transtornos alimentares são homens ou mulheres?
JULIANA A grande parte de mulheres, né? Existe um estudo que aconteceu em Londres no ano passado que indica um aumento né no número de anorexia na população masculina, principalmente por conta das redes sociais, né, mas na maior parte isso acontece com as mulheres até pela pelas pressões que a gente sofre, né? Que infelizmente, principalmente as mulheres sofrem de serem bonitas, né? E o bonito na nossa sociedade. Tem uma figura então se eu peço para você imaginar agora uma mulher bonita, eu tenho certeza que a maioria das pessoas imaginou uma mulher que tem um corpo ali padrão, né? E isso é uma questão que a gente precisa pensar porque o que é belo é absolutamente singular, mas as mulheres elas sofrem mais pressão, né dentro da estética e por conta disso. Elas têm uma tendência maior a desenvolver em esse tipo de transtorno.
ALINE Uma vida resumida eh em dietas e onde é o corpo pode prejudicar a saúde mental e se pode JULIANAcomo?Muito, muito porque a alimentação ela nada mais é do que algo que a gente precisa para se manter saudável, quando ela tem um aspecto na nossa vida de algo que a gente
76 mulheres gordas se a gente for pegar na arte antiga eram representadas como grandes modelos né quando a gente chega na modernidade isso vai mudando inclusive no ramo e principalmente no ramo da moda estético né que é a apresentação do Belo então a gente passou a associar o corpo Magro à um corpo Belo e é um corpo que pode ser admirado se a gente for pensar no corpo gordo, eu acho que essa é uma característica muito interessante conversando com mulheres gordas e que já passaram por tipos de violência, por exemplo existe uma dificuldade dessas mulheres de se alimentarem em público, né? Elas sentem envergonhadas por comerem em público então comer um lanche, por exemplo existe ali um incômodo que é uma coisa que pessoas magras não sentem porque elas podem se alimentar. Eu acho que o ponto interessante da gente pensar nesse sentido é que socialmente o corpo gordo, ele tem uma característica de ser um corpo público. Então as pessoas entendem que elas podem comentar que elas podem apontar que elas podem opinar que é uma coisa diferente do que acontece ali no corpo magro. Então as associações elas surgem muito através da maneira com a qual a nossa sociedade entende essas pessoas, entende esse corpo e o lugar para que esses corpos ocupem, né? Que não é um lugar de estar aqui, não é um lugar de admiração, apesar de não ter absolutamente nada a ver com desempenho dos indivíduos. Então acho que é um pouquinho disso.
ALINE Nesse lance que você falou de quando a gente fica afirmando assim pra gente mesmo, eu também já havia um estudo sobre isso, né de que a gente tem um efeito rebute, né? Se a gente ficar falando na afirmações em que a gente não acredita é ao invés de nos fazer bem isso acaba fazendo a gente ficar pior e fala assim. Nossa mas eu não consigo nem me aceitar e aí você pode É acho que agora a sua opinião, sei lá do que você acha de não, uma solução, é porque não tem uma solução. Mas você acha um caminho que eh pra tentar não resolver, mas entender melhor toda essa situação aí das representações, midiáticas e como isso conversa. O que você acha que é um caminho é para que tenha mais representações na mídia e
77 precisa combater, né que é essa questão do emagrecimento forçado. Isso tende a desenvolver nos indivíduos diversos tipos de características voltadas a transtornos emocionais e psicológicos a ansiedade, por exemplo é um deles, né? A depressão o outro, então, quando eu não consigo apreciar o meu corpo e aceitar, principalmente o meu corpo eu não consigo me relacionar comigo mesmo. E isso já causa assim um grande estrago na Minha autoestima que é justamente a relação que eu tenho comigo como eu me cuido como eu me aprecio como eu me porto, né na frente das pessoas Então é um ciclo muito complicado porque a gente vai ouvindo desde criança, por exemplo que mulheres gordas, elas não vão conseguir ter um relacionamento romântico bacana e a gente internaliza essa questão e aí a gente sai menos, né? A gente se arruma menos a gente se apresenta menos e isso vai causando uma dificuldade realmente de conhecer outras pessoas e por conta disso de ter um relacionamento. Então, se a gente pensa na autoestima como algo que a gente desenvolve em conjunto porque ao contrário do que as pessoas costumam entender a autoestima não se desenvolve eu olhando para o meu espelho dizendo que eu sou maravilhosa não se se desenvolvem através das relações que eu tenho com as outras pessoas e comigo mesmo então a partir do momento por exemplo que uma criança ela desenvolve bem uma atividade, ela recebe um elogio. Ela tá entendendo? Ali que ela é capaz de fazer outras coisas e autoestima vai se desenvolvendo nessas relações. Então é muito prejudicial. Quando eu digo para uma pessoa olha você não se gosta por culpa sua não, o amor próprio ele é construído através do momento em que eu dou e recebo esse amor também então se a gente for pensar nessa questão, então se eu odeio o meu corpo eu acabo odiando também a mim, né? Porque aquilo que é física é aquilo que é emocional tá com relacionado, né? São coisas que tem uma relação então a gente trabalha essa questão da aceitação, mas não é só uma aceitação do indivíduo é de todo mundo entender que cada pessoa tem o direito de ter o próprio corpo, né? Que ela não deve ser julgada e nem deve ser diminuída, por isso.
JULIANA Bom, eu acho que um grande primeiro ponto é a gente entender que tudo que a gente faz sofre uma influência grande da sociedade em que a gente vive então se a gente for pegar ali nas redes sociais, a gente tem tido cada vez mais um discurso individualizador. Então assim você precisa se amar, você precisa ser aceitar você precisa se entender, mas quando eu tô numa sociedade em que as pessoas não conseguem me valorizar aquelas não conseguem entender a minha importância esse meu movimento fica prejudicado. Então se a gente for pegar, por exemplo o exemplo da da aeromoça que conseguiu se formar ela fez os cursos, ela conseguiu desenvolver um bom trabalho e aí ela foi demitida porque ela não conseguia seguir aquele padrão de altura e de estrutura física isso coloca pra gente que não basta os indivíduos se esforçarem separadamente a gente precisa de uma consciência de fato social e como que a gente faz isso além da terapia, né? A gente conversa sobre isso, né assim de uma maneira Ampla e muito direta a respeito das coisas a gente busca a referências, né? Que podem não ser tantas mas que existem nas redes sociais e principalmente a gente olha para quem nós somos e para como nós nos constituímos para entender, o que que foi internalizado e o que que é nosso de verdade. Então como que a gente dentro da Psicologia entende uma internalização quando a gente traz para dentro questões que estão fora de nós então se a gente for pegar o bullying por exemplo crianças e adolescentes que sofreram bullying durante muito tempo, elas tendem a mesma que o bullying passa mesmo que elas emagreça mesmo que elas mudam completamente de corpo mesmo que elas mudam de país, elas tendem a dizer para elas mesmas coisas que elas ouviam das outras pessoas, né? Então eu não sou capaz, eu não consigo eu não sou bonito o suficiente não sou interessante o suficiente então é um processo de limpeza daquilo que é realmente uma visão que nós temos de nós e daquilo que nós ouvimos de fora porque quanto mais conectado nós ficamos com nós mesmos mais tranquilo, é né? Mesmo que não seja fácil, mais claro é essa separação então quando a gente tá falando de representações midiáticas e a gente conseguir entender o que é que a gente espera de um indivíduo então o que que a gente espera por exemplo de um apresentador que ele fale bem que ele deixa os convidados à vontade, né? Que ele seja às vezes divertido dependendo do programa. E isso não tem relação absolutamente nenhuma com corpo dele, então o corpo dessa pessoa não deve ser algo que faça com que ele seja aprovado ou que ele seja reprovado, porque não é do corpo que a gente tá falando quando a gente tá falando, por exemplo de um de uma marca de roupas que represente a nossa população, a gente não tá
78 para que isso ajude as pessoas assim entenderem? Melhor ou como as pessoas podem se se entender melhor além de fazer terapia
MAITÊ BRANDÃO JORNALISTA
MAITÊ Olha diretamente jornalismo puro, assim não, mas já trabalhei em publicidade e em comunicação interna tipo fazendo matérias para blog.
ALINE E você já sentiu alguma cobrança por aparência, né referente à profissão?
MAITÊ Quando eu decidi por jornalismo, eu tava fazendo um outro curso e de repente. Ah pelos pelas coisas que eu queria realizar dos projetos que eu queria fazer, é uma professora virou para mim de repente falou porque você não tá fazendo jornalismo? Aí eu deu aquele start. E aí eu fui procurar o curso de jornalismo. Eu saí da faculdade nem tranquei sabe nem penso em voltar mais naquela faculdade. E aí eu fui procurar o curso de jornalismo.
ALINE Certo, é qual a área do jornalismo você mais se identifica?
MAITÊ Eu acho que a produção. A produção estar atrás das câmeras toda essa esses, tipo os detalhes que ninguém vê assim, eu acho muito interessante, eu gostaria muito de participar de tudo ALINEisso.Você se vê trabalhando na TV como Repórter como apresentadora?
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MAITÊ Olha como apresentadora eu acho difícil, mas como repórter talvez algum dia.
MAITÊ Já assim, eh teve vezes que pessoas, assim tipo, elas me olhavam realmente meio torto por causa do meu cabelo, por causa de tatuagem, ou até por causa, tipo das minhas roupas mesmo. Então era e ainda é um Desafio, tipo tem aí, mas tipo de tabu muito grande
falando de uma marca de roupas que só tem roupas para pessoas magras porque o corpo do brasileiro é completamente diverso então se você tá fazendo uma loja para mulheres você tem que entender que você vai atender mulheres que tenha corpos completamente diferentes, né? Então eu acho que é muito essa questão de eu conseguir entender o que que eu espero e o que que aquela pessoa tem para me oferecer e na minha relação comigo mesmo, é eu entender que a opinião de outra pessoa pode até me machucar então se eu sair na rua agora e alguém falar nossa, que gorda isso não significa que eu não vou ficar triste, né? Assim se eu se eu gosto de mim se eu tenho uma boa autoestima eu vou ficar triste, mas eu vou ficar triste pelo motivo certo que é outra pessoa não conseguia valorizar um corpo que é meu né? Eu não vou ficar triste no ponto de eu vou mudar o meu corpo para que aquela pessoa possa valorizar o meu corpo então é entender de onde vem o incômodo. Tudo na vida é precisa a partir de um ponto de autoconhecimento se a gente deixa esse poder para as outras pessoas a gente acaba ficando refém delas também e alguém que te critica não é alguém que quer o seu bem nesse sentido
ALINE - Eh! Você já trabalhou na área de jornalismo?
ALINE Algo que te motivou ou alguém a cursar jornalismo?
ALINE Aí você pode falar de entrevistas alguma coisa assim...
ALINE Isso é verdade no meu trabalho eu falo sobre isso, de que o pré requisito para o jornalismo deveria ser a capacidade e a experiência da pessoa, não o que ela aparenta ser né? Mas infelizmente.. Você acha que o jornalismo tem representatividade sejam de Corpos?
MAITÊ Fica nos homens com certeza, muito as mulheres elas se tipo. Tecnicamente elas são meio que obrigadas a tipo até usar maquiagem, até usar certos tipos de roupa, para serem bem vistas no jornalismo, não é aquela coisa natural que nem para um homem, se você coloca uma camisa social, você está bem? Você não precisa nem lavar seu rosto direito, você chega para apresentar o seu programa assim um homem ele passa um pózinho para tirar tipo a oleosidade da do rosto e é isso. A mulher não, a mulher ela tem que se produzir a mulher tem que fazer cabelo. A mulher tem que se sentir bem, mesmo não se sentindo bem para apresentar um programa. Essa é a questão.
MAITÊ A aparência de uma pessoa, ela quer dizer muito sobre ela, mas não 100%, então a cobrança que eu sentia e ainda sinto, na área jornalística em fazer entrevista de emprego é que as pessoas elas julgam muito pela Nossa casca. Pelo que a gente tá mostrando inicialmente, e não o que a gente realmente gostaria, de tentar fazer para elas pensarem diferente, para ver o quanto a gente pode ser útil mesmo com uma aparência diferente. Acho que é muito, do que a aparência, ela vem antes que a nossa capacidade, sim as pessoas pensam muito naquela que a a primeira impressão que importa. Mas não é não.
80 nisso, ainda tipo a aparência de uma pessoa, não quer dizer muita coisa dela, mesmo tipo que seja uma pessoa realmente. Não cara não é não é assim, tá pode ir de novo?
MAITÊ Olha tem mudado bastante, mas eu ainda vejo que, ainda segue um padrão de beleza muito rígido, principalmente no meio feminino que é sempre, é aquela mulher magra alta e sempre de salto alto, usando vestido ou até mesmo usando, só ai, cadê a palavra? Roupas sociais, a então tipo fica aquele negócio. Tá bom hoje em dia tipo, teve muita mais representatividade Negra e isso é muito bom, mas ainda falando de Corpos falando de aparência. Eu ainda acho que é muito fraco muito fraco, os homens agora né? Tipo estão começando a usar uma barba começando a se sentir mais livre, tá ligado? Como tipo cabelo branco, não pintar o cabelo não pintar o bigode deixaram ali amostra para saber que tipo eles também são ser humanos, eles não são tipo aqueles bonequinhos que tem que estar ali sempre perfeitos para apresentar alguma coisa, então tirando essas pequenas deles que ainda estão ali, eu acho que ainda tem muito evoluído, principalmente no meio feminino.
ALINE E você acha que realmente essa cobrança é mais nas mulheres?
MAITÊ Tá bem melhor tá bem melhor.
ALINEsimMas
MAITÊ E tem o lance que também a gente não vê jornalistas velhos, a gente vê jornalistas homens velhos, mas mulheres é muito difícil.
eu acho que é isso, eu não sei se eu tenho mais alguma coisa tem mais.
SOLANGE CHARVENUE TELESPECTADORA
ALINE Começar a gravar aqui vou começar a gravar aqui, eu só vou fazer assim pra gente sincronizar o áudio. Tá eu vou te fazer as perguntas. E aí você responde, se você quiser tipo que eu comece com algumas outras perguntas nada a ver para você ficar mais à vontade ou
ALINE Mas ainda continua é uma guerra constante no espelho pra gente se sentir bem na verdade, né? A gente nunca vai se sentir bem.
ALINE E a sua relação com o seu corpo, você se aceitou? Pode falar um pouco da sua experiência mais pessoal mesmo.
MAITÊ Né, exatamente.
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ALINE E hoje em dia a sua relação com o seu corpo tá melhor?
MAITÊ Ah em relação ao meu corpo, eu sempre tive eh uma coisinha aqui ali, eu não gostava, eu sempre me achei tipo muito cheinha, Ah e eu não era, eu não era gordinha, tipo eu era muito bem mais magra do que eu sou hoje. Teve uma época que até tipo, eu tipo eu entrei meio que nessa onda de anorexia eu emagreci. Eu entrei Nessa onda anorexia, eu entrei Nessa onda de anorexia, mas ai c***. Em relação ao meu corpo, eu sempre tive um certo preconceito, eu sempre me achei gordinha mesmo não sendo gordinha, é eu era bem mais magra do que eu sou hoje em dia. Teve uma época até que eu entrei nessa onda de anorexia, e eu emagreci por um curto período de tempo muito rápido, eu até tipo, eu fiquei doente, tipo desenvolvi uma baixa imunidade, que até hoje às vezes eu tenho problemas com isso, então acho que é uma coisa. Que mano a gente vê uma coisa e a gente quer ser aquilo então na TV é isso. A gente a gente tem que ser, a TV é um espelho que não é a gente, que faz a gente querer ser alguém que a gente não, é então, isso aí que é o problema. Porque quanto mais representatividade na TV a gente tem melhor, porque as pessoas vão se sentir mais incluídas cada vez mais, e não vão se sentir Ah, como dizer feias internamente e externamente.
ALINE sim, muito difícil. E aí Entra naquele lance de que mulher não envelhece e a cirurgias plásticas, elas estão aí para isso para falar que a gente não envelhece.
MAITÊ Enquanto a gente não tiver tipo um psicológico legal, então a gente tem que tá sei lá equilibrando os dois, uma é tipo uma saúde boa e uma saúde mental boa também, façam terapia
ALINE Certo, o microfone está aparecendo. Tá, vou começar com as perguntas. Eu quero que você conte a sua história em relação com o seu corpo, desde quando você começou a entender que seu corpo era diferente. Ou se comparar com as outras pessoas, é como que é a sua relação ao longo do tempo, se você lembra de alguma história, de alguma coisa, algo.
você quer que...Tá então tá bom, aí depois eu pergunto o que eu quero. Sei lá, que você faz da vida, o que você já fez da vida? Pode falar um pouco da sua trajetória profissional
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SOLANGE Eu acho que não nasci pra isso pra falar a verdade, entendeu? Eu gosto de comer umas besteirinhas é assim, eu já tô com 37 anos o corpo não é o mesmo né? Metabolismo lento, assim antes eu ficava, é uns três dias comendo bem depois eu exagerava, né? Tava tudo certo, hoje em dia não, hoje em dia eu fico um dia assim sem me alimentar, bem né? Já faz toda a diferença eu me sinto assim inchada, eu não consigo emagrecer assim da mesma forma que antes né?
ALINE Certo, eh e você se sente representada pela mídia seja pela TV pelos jornais?
SOLANGE Não, na TV a gente só vê as meninas magrinhas corpinho, né definido isso deixa a gente frustrado um pouco, né? Que a gente segue essas, eh essas artistas, né no Instagram e tal e a gente até tenta fazer alguma coisa parecida, né? Infelizmente condições, financeira a gente não tem né? Então agente tenta da melhor forma em casa mesmo. Eu fiz até
SOLANGE Sou formada em RH. Porém nunca exercia a função diretamente, já trabalhei em financeiro e nessa época eu cuidava de folha de pagamento, benefícios, admissão demissão e atualmente estou fora da minha área exercendo a função de escriturário.
ALINE Mas por que você acha que você não consegue prosseguir?
SOLANGE Então é eu nunca fui feliz, assim com o meu corpo, sempre me achei gordinha, na infância sofria bullying na escola por conta disso, né pessoal ficar me chamando de gordinha de baleia saco de areia, eu acho que e por conta disso eu cresci com esse complexo, né de gordura. Assim, na verdade. Eu nem era gordinha. Eu tenho uma estrutura larga, né? E na minha cabeça sempre achei gordinha, aí é os 25 anos engravidei eu pesava 53 kg não era gordinha, né? Mas aí durante a gestação emagreci só criei barriga e tal e me amei, né? Que pensei nossa que maravilha, não engordei nem nada, no dia que o Eric nasceu. Né? Eu já me senti diferente, e nunca mais voltei meu corpo normal. Engordei aí na época, eu fui para 60 kg após o parto e de lá para cá, não consegui emagrecer mais, tento várias coisas, já tentei academia, corrida e dieta, tudo quanto é dieta. Eu tento só tento né, mas eu não consigo prosseguir com isso, comprou comida saudável, faço marmitinhas em casa e tento né, durante o período eu faço, depois eu vejo que eu não consigo finalizar assim prosseguir, né?
ALINE Além de pessoas acima do peso, você vê mulheres mais velhas no jornalismo?
No lance de que mulher tem que ser magra perfeita e jovem, mulher não pode envelhecer, aí a gente entra também no por que cirurgias plásticas estão cada vez mais, porque as mulheres não podem envelhecer, é feio uma mulher que envelhece.
SOLANGE real tá? Hoje dia corpo perfeito para mim é corpo saudável, não me apego mais essa coisa já corpo definido, ah isso aquilo né, claro que a gente tenta, mas eu acho que hoje em dia é você ter saúde, você tá bem. Porque eu né ultimamente, sinto dor na perna, dor nas costas, tudo isso por conta do excesso do peso também, né que para mim é um excesso, tem gente que acha que não, mas para mim, eu acho que eu tô acima do peso então eu acho que o corpo saudável para mim é isso, você tá saudável mesmo sem dor né é isso
SOLANGE Já me impediu de ir para a praia, eh antigamente, né? Na época que eu não era gordinha, mas me achava, várias vezes assim, teve excursão na escola e tal eu não ia de jeito nenhum, morria de vergonha de ficar de biquíni de maiô, não sei, não gostava, tinha vergonha dos meninos na escola olhar e depois ficar comentando né? Então nunca fui assim de ficar expondo o corpo, assim usar roupinha curta também, gosto mais de uma coisinha mais larguinha.ALINEPra você, o que é ter um corpo perfeito?
SOLANGE Você só vê a gente magra na TV, aquelas jornalistas, com aquelas roupinhas, mais né? Justinhas! E tal, não vejo. Sinceramente. Eu não vejo nenhuma repórter acima do peso na TV. Isso é real.
ALINE Tá você vê a diversidade de corpos no jornalismo?
Outro dia eu vi um vídeo de uma de uma mulher e o cabelo dela assim todo grisalho né. E ela falou uma coisa que é verdade. Tipo assim, a mídia ela tão tá tão assim eh, como é que é a mídias as empresas, né também né de cosméticos e tal eles colocam tanto na nossa cabeça,
83 uns pesinhos para mim, depois eu vou pegar e mostrar fiz uns pesinhos para mim, comprei elástico essas coisinhas assim para fazer, tava fazendo aula de dança aqui no condomínio também, tava bem legal. Mas eu não me sinto representada, roupa a gente eh, eu não gosto de comprar roupa pela internet, porque a internet tá tudo bonitinho, Aí quando chega não fica da mesma forma. Isso é óbvio, né? E isso me frustra bastante.
ALINE O que o seu corpo já te impediu de fazer?
SOLANGE Não realmente não tem, só gente nova mesmo, nunca parei pra pensar na verdade.ALINE-
SOLANGE Nossa, verdade como que isso entra já automaticamente na nossa cabeça, né?
84 que mulher não pode envelhecer, não pode ter cabelo branco, não pode ter nada disso, que a gente. Eu mesmo a primeira vez que eu vi o fio branco na minha cabeça. Eu chorei eu comecei a chorar eu ficava gente, pelo amor de Deus. Eu tô ficando velha isso foi muito triste para mim, né época eu tava até na empresa, eu lembro que eu fui no banheiro., comecei a chorar real e as meninas, para nossa só por que você achou. Gente? Eu achei um fio de cabelo branco, na minha cabeça. Elas Nossa elas deixaram por isso, eu falei e vocês não tem noção na minha cabeça ou eu acho que eu tô ficando velha. E aí eu vi essa reportagem dessa moça que ela tava linda o cabelo grisalho assim e ela falou gente homem. Se tiver cabelo grisalho é um charme mulher. Se tiver cabelo grisalho, ela é velha. E aí a gente pois na nossa cabeça. É verdade, a gente não pode pensar assim também é o que eu falei. Acho que a gente tem que ver mais a partes saudável, o seu corpo está saudável, cabelo branco, não é sinônimo de você não ser saudável, entendeu? Mas eu acho que a sua mente tem que estar saudável, né? Você tem que aceitar aquilo e agora eu acho que eu já consigo me aceitar, mas eu pinto meu cabelo, mas eu pinto porque eu acho que brilha mais, é uma questão minha, mas eh de ter o que os filhos os fios brancos assim, eu não me incomodo tanto mais não a gente precisa se aceitar,
SOLANGE Com esse corpo que eu tô hoje em dia na época, acho que se antes eu tinha o quê uns 15 Kg a menos eu acho eu me senti a mal, imagina se fosse hoje em dia, hoje em dia a minha cabeça. Quanto mais assim saudável mesmo, né? Eu me aceito. É tem horas que dá as frustrações assim, mas é uma questão assim de dia, né? A gente às vezes acorda não muito bem, mas eu pretendo sim emagrecer um pouquinho não por questões estéticas, mas assim porque questões saudáveis. Como o colesterol essas coisas, né? A gente precisa estar bem saudável, mas hoje em dia eu me aceito muito mais, o que antes. Maturidade eu acho sabia, a gente é, que nem hoje eu tô com 37, e não vejo problema algum de falar a minha idade né, tô com 37 eu me acho super. bem por 37 anos, às vezes eu falo ó tem 37, as pessoas nossa você tem 37 tem mesmo? Com umas marcas de expressões que a gente tem né e os cabelinhos brancos mas eu não gosto muito mais de mim.
ALINEné? você acha que agora você se aceita mais do que naquela época?
SOLANGE Quando estiver só você feliz, só vai ser feliz. Se tiver um corpo mágico sim, com certeza, isso é fato, mas aí é desde criança, né? Ai não come muito que você vai ficar gordinha, né? Ai que ai aquela menina gordinha. O tanto que eu falo com ele que o Eric o meu filho, né? Ele não gosta que fale de alguém sem a presença da pessoa ele não aceita isso,
ALINE Certo e você acha que muitas pessoas associam o corpo magro a felicidade?
ALINE Certo uma outra pergunta, você já deixou de ir para algum lugar de comer na frente das pessoas por vergonha, não de você mais do que as outras pessoas iam falar?
SOLANGE Com certeza porque quando eu era criança. Meu pai minha mãe me chamou de gordinha, entendeu?
ALINE E você acha que se por exemplo, desde muito nova você tivesse tido representações seja na TV nas revistas, de pessoas com corpos iguais aos seus, você acha que isso teria te
SOLANGE De comer não, jamais para comer, se me chamasse eu ia, é mais pelo corpo né, de vestir uma roupinha curta, eu não gosto isso aí é de mim mesmo.
ALINE E você já sofreu alguma coisa? Compulsão ou dietas muito restritivas alguma coisa referente à alimentação que te fez mal ou a curto a longo prazo?
SOLANGE Eh os dentinhos bem branquinhos, né? Que hoje em dia tá aí esse negócio de leite de contato também. Deixa eu ver, geralmente Branca, né? É difícil ver uma pessoa negra, né na TV. Isso é fato, japonês também, não vejo né? E é o mesmo padrão, parece loira alta magra, é isso? Existe um padrão com certeza, é o mesmo padrão a forma de se expressar também o mesmo.
85 é uma coisa que eu impus a ele, né? Eu falo ó, você não aceite que ninguém fale mal de um amigo seu ou comente ou coloque é apelidinhos, né? Tipo aquele fulaninho seu amiguinho gordinho. Não ele não aceita porque é uma coisa que eu aprendi desde criança e eu passo para ele, eu não acho certo e ele aprendeu. A gente tem que estar bem mentalmente para você, se aceitar do jeito que você é né, mas eu acredito que a mídia tenta passar isso, mas a gente não pode deixar que isso entre a nossa casa e na cabeça dos nossos filhos, né no caso o meu não
E você acha que por exemplo se seus pais estivessem a mesma atitude que você tem com Eric de ensinar de mostrar que existem pessoas que tem corpos diferentes a sua relação seria muito melhor que o seu corpo?
SOLANGE já tomei um remédio. Tomei um remédio e um remédio muito forte, que inclusive eu emagreci na época, me preparei para o casamento da minha irmã. E aí eu precisava acelerar esse processo, né para ficar bonita nas fotos vestido, e aí eu consegui emagrecer, só que eu passei um pouquinho de mal, ele dava um enjoos, às vezes eu senti uma tontura, aí eu sentava né? E mas é um remédio forte consegui emagrecer! só que depois que eu parei de tomar e engordei tudo de novo.
ALINEdeixo.
ALINE Certo, descreva como que é um Jornalista na TV, o que vem na sua cabeça quando eu falo, como que é um corpo de uma jornalista?
SOLANGE Com certeza. Olha eu acho que o seu Hall ali de amizades de sei lá, eu vou dar um exemplo eu trabalhei numa empresa na mesma empresa que eu descobri o meu fio branco, né que acontece lá tinha gente que vivia fazendo dieta, e aquilo é uma coisa que foi imposta
Qual era a pergunta?
As crianças precisam ver outros corpos. Representatividades também entendeu, e princesas negras, japonesas não existe entendeu? Então na minha cabeça ficava. Nossa como ela é magra ai como ela é linda. Ai não sei o quê, né? Aí tinha a Xuxa na época loira alta magra, tinha a Mara que também era magra né, e a Angélica é tudo mesmo padrão, sempre foi né, se tivesse algo diferente com certeza a criança vai ver, vai vai achar que aquilo para ela também é normal, né agora se você só assiste TV vendo todo mundo o mesmo padrão aquilo que vai passar é cultural que vai crescendo com aquilo na cabeça né.
ALINE você perdeu muito tempo da sua vida pensando em quando você seria ser magra ao invés de viver, você acha que isso é ruim é bom? Justifique sua resposta risos
SOLANGE Seria, o que que acontece, é eu assistia muito, é vou falar é contos de fada, né na cultura não sei pode falar, e lá as princesas eram todas magras, aqueles vestidos, não tem princesa gordinha, né? Teve agora Fiona, né? Mas ela nem era uma princesa se tornou uma princesa, depois né, mas depois ela se tornou uma é uma ogra, né? E gordinha então assim antigamente não existia princesas gordinhas e eu acho que precisa ter isso também, entendeu?
ALINE: Se você tivesse tido representatividade no nas mídias...
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Eu acho que sim, porque é meio que cultural eu acredito. Eh, se é uma coisa imposta desde criança, você vai levar aquilo para sua vida. Tipo assim, se minha mãe, não vou culpar minha mãe meu pai jamais né, mas eu acho que o pai e a mãe tem bastante referência na vida da dos filhos, né? Para não causar um trauma também, eu sofria muito bullying na escola por vários motivos, né? Por ser gordinha por ser baixinha, eu era muito tímida. Então por isso acho que o meu jeito meio retraído também. E aí eu chegava em casa, falava com meu pai e minha mãe, não dava muita ideia assim, né? Não conversava não tinha aquele diálogo assim, eu acho que os pais precisam ter bastante diálogo com os filhos. Vê aí que tá passando por alguma dificuldade alguma coisa.
Não sei tem que ser mais acolhedor assim, mas não é culpa do meu pai e da minha mãe não, né? Infelizmente tem gente que é um pouquinho mais sensível, né? E eu acho que eu nessa época eu era sensível. E aí eu acho que
ajudado a se entender melhor, as pessoas entender melhor e que e você acha que isso poderia ser SOLANGEfeito?
RENATAimposta.
RENATA Tá! bom, meu nome é Renata, eu atualmente sou operadora de VT. Na verdade, a gente é registrado como editor de VT. Mas o que eu faço mesmo é operar os suiters, né? Eu entrei na emissora no meio da faculdade como estagiária no departamento de arquivos de fitas do jornalismo. Então assim, chegava todas as imagens do Jornalismo do SBT Brasil, do Primeiro Impacto, e eu tinha que decupar. Então eu tinha que escrever tudo que tava aparecendo na matéria, tipo plano aberto de delegacia, plano fechado de viatura, plano aberto do policial. E aí esse foi meu estágio durante dois anos, no final do estágio eu fui pra outra função, que foi operador de de TP, para quem não sabe, TP é uma função que eu era responsável por exibir todos os textos que passavam na frente da câmera os que os apresentadores lembram de programa eu tinha que operar isso, né? Rolar o texto para que eles lessem e seguissem o roteiro, fiquei um ano e três meses nessa função, e hoje agora eu estou no como operadora de VT desde fevereiro, né agora vai fazer eu acho que uns sete meses por aí, e agora eu sou responsável por tudo que é vídeo e foto que os apresentadores pedem no
a gente se cobrava muito a gente é às vezes ia no McDonald's. A gente chegou a ir no McDonald's uma vez, e a menina comeu salada, no McDonald's! e a gente ficou, gente como assim? né? Aí depois que eu comecei a entrar no embalo, eu fiquei gente não posso.
87 pela família dela, a mãe desde criança fazia dieta, e não deixava ela comer direito as coisas então eu entrei no embalo dessa pessoa, uma outra pessoa foi no embalo, e foi assim foi Entãoentendeu?assim
CUNHA PRODUTORA DE TV
ALINE Pra mim ou pra câmera, tanto faz
RENATA eu olho para você?
ALINE E a última pergunta, é como você acha que pode resolver esse problema? Não resolver, né? Porque ninguém vai resolver nada, mas amenizar tanto esse lance da mídia, como a pressão da sociedade, uma solução pra minimizaria essas coisas. você pensa em alguma SOLANGEcoisa?Infelizmente
para amenizar isso, eu acho que vem das empresas mesmo, porque eu não tenho esse poder de ir na mídia e falar algo, gritar, gente isso aceite gente, né? Ah eu acho que é a mídia que tem que passar isso jornais, TV já novelas, né que é uma coisa
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ALINEmuitoVocê
RENATA Na atual função que eu tô que é dentro de um departamento chamado operações, né em todas as emissoras é assim que se chama, é um desfalque extremamente grande a respeito da quantidade de mulheres, eu inclusive já fiquei em suiter, né? A gente chama o espaço de gravação de suiter. É onde se reúne diretores, operadores e tudo mais, eu já me peguei assim numa gravação onde tinha uns 19 homens, e só eu de mulher e eu olhei assim ao redor, eu tirei uma foto assim, eu mandei para amigos meus, assim da faculdade, porque eu falei, gente olha o quanto que é desfalcado o número de mulheres aqui dentro, e eu ficava, é um ambiente que às vezes você se sente mal porque você ouve algumas piadinhas que você não quer ouvir, às vezes nem só diretamente a você, mas às vezes no meio da gravação quando tem alguma convidada no palco e lá de cima do suíter, os homens começam a comentar, eu antes ficava assim meu Deus, eu não acredito que eles tipo falam isso. E aí depois de um tempo, um pessoal veio pedir desculpa falava assim. Desculpa por tudo que você ouve aqui, e infelizmente assim é muito triste falar isso, mas a gente é obrigada a aprender a entrar deixar entrar por um ouvido e sair pelo outro. Eh, essa coisa assim de não ser calada é uma coisa que a gente tenta muito todos os dias. E aí você tacada de feminista de chata. Eu sempre escuto isso, lá vem a Renata com esse papo.
se sente representada por essas mulheres da grande mídia você se vê representada por elas de alguma forma?
programa, se o apresentador fala assim ah eu quero esse vídeo vamos exibir vídeo e tal ou então roda o VT, daí eu fico responsável por exibir.
ALINE Como é ser mulher no audiovisual?
ALINE É nesse sentido né? Como você enxerga o padrão das mulheres no jornalismo na televisão,
RENATAé?
Seria muito injusto a gente fingir ou tapar o sol com a peneira de que há, não existe um preconceito ou não existe um padrão, porque ele existe, todo mundo vê, é hoje em dia em outras, em várias outras emissoras, a gente vê que abriram se mais as portas para dar visibilidade, para mulher negra por exemplo, que é uma coisa muito importante, é uma coisa que assim, eu eu festejo muito comemoro demais, e ainda é uma minoria, é um número muito pequeno de mulheres, mas além dessa coisa racial ainda existe um preconceito porque assim, é sempre uma mulher padrão magra alta, e tirando essa parte da mulher negra, é sempre uma mulher de cabelo liso, sempre uma mulher perfeitinha e ainda existe, né a gente ainda precisa lutar
ALINE - E você qual a sua relação com seu corpo? Se quiser pode contar a histórias, se você se compara com outras pessoas. desde quando você entendeu isso? Pode contar algo mais
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RENATA De forma nenhuma, não consigo me ver representada, eh primeiro porque assim, pode parecer um pouco extremista mas muita coisa que eu vejo acontecendo, às vezes eu olho e fico gente quanta coisa fútil, que acontece, quanta coisa fútil que algumas mulheres se propõem sabe, só pela mídia ou só para aparecer, ou só para satisfazer a vontade de um diretor de um programa, ou de um canal ou de uma pauta, e não me sinto representada às vezes nem pela pelo modo de pensar, porque às vezes a gente que defende esse lado mais feminista de sororidade, ás vezes a gente se sente inválida por outras mulheres que infelizmente, ainda não tiveram, não conseguem se unir. Tem muita mulher ali que não me representa em diversas coisas em forma de pensar em beleza em estética. Mas é uma coisa que a gente vai tentando mudar e falar e ter voz e tentar abrir a mente das pessoas aos poucos, né? Assim eh houve um um episódio onde eu trabalho, que é assim existe um grupo de mulheres assim, tipo, elas são figurantes de um programa específico, e elas são todas muito bonitas assim, num padrão extremamente padrão. E aí uma outra menina chegou que inclusive ela é uma amiga minha e ela é muito bonita também, assim ela tem uma beleza, a beleza dela, não é não, eu acho péssima essa coisa da comparação, mas no primeiro dia que ela entrou lá na emissora, que ela foi fazer um programa ela saiu chorando, e aí ela me procurou desesperada, e ela falou assim, Rê pelo amor de deus, eu entrei na sala e as outras mulheres que estavam na sala riram de mim falaram que eu não tenho nada a ver com a foto. Porque elas são todas siliconadas, e minha amiga ela já é um pouco magra, o que também é um padrão, né, gente? Conseguiu se sentir mal dentro do universo dela de padrão E aí eu fico pensando gente se ela quer uma pessoa padrão se sentiu mal, porque outra pessoa falou alguma coisa dela, imagina outras mulheres, sabe então assim é um ambiente tóxico às vezes não só para quem tá de fora mas às vezes para as próprias mulheres que estão ali dentro, elas disputam entre elas mesma, sabe e é muito triste porque isso abre margem para que os homens ali, os diretores e outras pessoas coloque fogo, ver o circo pegar fogo mesmo, porque eles não estão nem aí, eles acham engraçado aí eu fico de fora eu fico pensando, que é é muito triste.
RENATApessoal,
Mas eh deixa eu só abrir um outro parênteses, aqui é e assim, eu queria. Tem uma coisa que também que acontece dentro da televisão, que eu acho que até no audiovisual. Mas na emissora que eu trabalho, por exemplo que é uma coisa que eu penso todos os dias que é, não existe uma mulher diretora de programa todos os programas são direcionados por
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eu acho que todas as mulheres quando nasce já começa as comparações, nasceu a comparação, ela já vai existir e desde que eu me entendo por gente eu sempre fui comparada dentro do meu âmbito familiar por exemplo, sempre fui comparadas as minhas primas, sempre fui comparada as primas das minhas primas. Porque é engraçado que assim a minha família, eu tô dentro de uma família de que tem um padrão de mulheres magras, e eu sempre tive mais corpo assim, sempre tive uma tendência a engordar é mais pela genética por parte de mãe, né? Então desde novinha sempre tive muitas comparações com as minhas primas e eu lembro que com oito anos eu já eu era bem gordinha e surgiu minha primeira estria no meu bumbum, e eu lembro que uma tia minha reparou nisso e a gente tava num clube, e ela e gritou assim para todo mundo ouvir, e falou pra minha mãe, meu Deus uma estria no bumbum, e eu era uma criança, eu não sabia nem o que era isso, eu não sabia como reparar isso não, sabia se isso tinha cura eu não sabia se passar uma pomadinha que ia passar e resolver eu não tinha noção do que isso era, eu só sei que desde
ALINE
Aí eu fiquei assim, não você não tá falando o que você tá falando?
Ele falou é sério.
E aí você falou da parte de falar de mim de eu mesma, né?
homens. E aí eu fico Gente assim é impossível não dizer que eu estou num lugar machista, e quando a gente levanta essa pauta a gente é questionada, a gente é afrontada e é uma realidade sabe? Eu parei para observar e as mulheres geralmente estão como assistente de direção a assistente de produção assistente de elenco, tem as produtoras, mas num geral assim 100% dos programas são diretores homens e ainda digo mais homens brancos, não existe nenhum homem negro que seja diretor de programa lá dentro, então é uma coisa, ali é uma problemáticas que a gente poderia levantar e que existem, né?
E teve um episódio também que aconteceu, de assédio assim comigo, que uma vez um diretor chegou para mim e falou assim, você quer ir para onde aqui dentro? E aí eu respondi pra ele pra onde que eu queria ir, aí ele me mediu assim dos pés a cabeça e falou assim, você sabe que se você for você basta você pisar na sala de fulano, ele vai olhar para você e você dá uma voltinha e ele vai te contratar.
Eu falei, não eu não preciso disso, eu posso mostrar quem eu sou trabalhando com um currículo porque eu estudei, eu tô aqui com uma faculdade, eu me matei de estudar. Inclusive, estou aqui por competência. Não preciso disso e nem quero, pode ele pode ficar com a vaga dele para lá, porque isso não faz parte de quem eu sou.
RENATAAhamBom
RENATA Nossa, com certeza assim de novo, com certeza tem mulheres na mídia falando sobre corpos reais, se fosse uma coisa pregada assim desde muito antes. Com certeza a cabeça de muitas mulheres estariam mudadas. Com certeza a gente estaria vendo menos notícias na televisão de mulheres que morrem em cama de cirurgia, que é uma coisa assim extremamente triste a gente alimenta uma indústria de homens que que colocam isso na nossa cabeça, que depois roubam o nosso dinheiro, falando que a gente tem uma mancha ali que não é para estar
91 esse dia eu não sei mais o que é usar um biquíni, ir para uma praia ou ir para algum lugar, eu simplesmente não consigo, eu sempre uso uma parte de cima e um short, de tanto que isso me traumatizou.Entãoeununca conseguia aceitar meu corpo direito, é uma coisa que, graças a Deus, hoje em dia tenho recursos para fazer terapia, e tô tentando me aceitar melhor enquanto mulher, aceitar quem eu sou, aceitar o meu corpo, aceitar o meu corpo, aceitar minhas estrias, aceitar porque são coisas normais, mancha no corpo é normal, estria é normal, celulite é normal, um peito maior que o outro é normal, odores são normais é tudo normal, gente, a gente tem que aprender a se cuidar no psicológico, e cuidar da sua saúde, cuida da sua alimentação por outras coisas além de estética. Claro que a gente tem que se preocupar com o que a gente transmite por fora. A gente tem que estar bem a gente, tem que estar feliz, mas infelizmente a gente sofre uma pressão muito grande dentro e fora de casa assim. Às vezes a gente vê uma positividade tóxica, inclusive quando você perde peso, às vezes eu perco peso, e aí às vezes eu comento com a minha mãe, por exemplo, a minha mãe ela é bitolada assim com essa coisa de emagrecimento, e aí às vezes eu falo, ah eu perdi tantos quilos e ela fala assim para mim, e ela vem com uma positividade, mas eu sinto uma positividade um pouco tóxica assim eu falo mãe, mas eu não preciso ser ou estar magra, eu tô, eu quero melhorar para me sentir bem pra minha saúde para eu ter uma autoestima boa, é mais isso, não é uma obrigatoriedade. Eu preciso também aprender a me aceitar mesmo que eu não esteja magra, e talvez eu nem queira estar completamente magra, eu tenho o meu padrão que para muitas pessoas não é uma magreza não é um padrão, mas que eu gosto eu me sinto bem. E demora pra gente aprender a gostar de nós mesmos, mas a gente tem que tentar todos os dias, se eu olhar no espelho seguir outras mulheres nas redes sociais seguir pessoas que a gente se identifica seguir gente que não tá numa realidade impossível ou totalmente fora daquilo que a gente consegue alcançar e quando a gente
ALINE Na TV como seria importante ter essas referências na televisão do jornal na revista, enfim, você acha que isso mudaria alguma coisa?
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Diário de campo
Ao ingressar na faculdade, pensava em seguir em alguma área relacionada a moda, mas as aulas e os professores me fizeram entender como o jornalista é importante para a sociedade, não diminuindo quem atua na moda, mas hoje vejo que o jornalismo é muito mais potente que
Quandoisso. pensei no meu tema de TCC veio logo na minha mente algo relacionado a esse universo, pensei em falar de revistas e instagram, mas logo depois me veio o questionamento: “O jornalismo serve para abordar temas necessários para a população e fazer com que todos reflitam”.
Eu nunca lidei muito bem com o meu corpo, e essas inseguranças me acompanharam por anos da minha vida. Como as minhas entrevistadas, já fiz dietas malucas, chorei horrores por não me aceitar pensei, esse tema tem que ser discutido, não podemos mais odiar o nosso corpo, pois ele nos acompanha durante toda a nossa jornada, é o que nos torna únicos.
Como mulher e uma futura jornalista sinto muito o preconceito em entrevistas de emprego, pois o meu estilo não é o padrão que se espera da sociedade, então decidi falar sobre isso, que até no universo do jornalismo existe um padrão, e quem não segue é excluído, queria mostrar como as pessoas reais, sentem todo esse impacto da imagem “perfeita” transmitida na Tv.
tem uma gordurinha ali que não é para estar tem um lábio fino. Um lábio Grosso, tem um nariz maior ou um nariz menor é tem.
No começo do segundo semestre já comecei a pensar nas entrevistas, tentei contato com diversas jornalistas, algumas famosas outras nem tanto e recebi muitas mensagens não lidas. Escrevi um e mail para a Daiana Garbin, achando que seria receberia mais um não, e para minha surpresa ela respondeu quase que instantaneamente, eu fiquei tão feliz que quase não acreditei, na mensagem ela agradecia, e diziam que a família dela estava passando por sérios problemas de saúde, e infelizmente não conseguiria falar comigo, pediu para que entrasse em contato posteriormente.
Isso me deu uma força maior, para continuar o meu trabalho, procurei outras fontes, e as mulheres que entrevistei tem histórias incríveis, hoje vejo que a escolha por elas foi sem sombra de dúvidas a melhor.
Todas as entrevistadas são mulheres, de diversas idades, cores, profissões e estilos, mas todas elas têm uma coisa em comum, são inseguras com o seu corpo, nas gravações elas pediam pra colocar alguma coisa na barriga, uma blusa pra esconder o braço, algumas trocaram de roupa ao verem sua imagem na câmera, e seus relatos são muito parecidos. Elas ouvem desde crianças que são gordas, feias, e dizem que nunca se sentiram representadas, muitas das falas delas eu me identifiquei, e me vi nelas, entendi que isso acontece com todas as mulheres.
As captações foram um tanto desafiadoras, pois fiz tudo sozinha, o maior desafio era criar uma conexão com elas, para que se sentissem à vontade de falar desse tema tão delicado, ao mesmo tempo em que eu tinha que prestar atenção se a câmera estava gravando, o microfone captando o áudio e fazer todas as perguntas, nos primeiros dias eu me atrapalhei um pouco, mas nas últimas gravações era algo mais tranquilo e até prazeroso, saber que estava conseguindo produzir um documentário sozinha.
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A jornalista Daiana Garbin, foi essencial na minha pesquisa, ela como jornalista sofreu toda essa pressão dos seus chefes, e adoeceu, modificou o seu corpo em busca de uma felicidade que não existe.
A partir disso comecei a pesquisar autores que falavam sobre corpos, representações midiáticas e mulheres, passei o primeiro semestre me debruçando nesses livros.
94 B) CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO C) INVESTIMENTO
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Opcionais. Aqui você pode documentar, por exemplo, pesquisas realizadas com Google Forms ou os dados gerais da Análise de Conteúdo que não apresentou no paper, por exemplo.
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D) OUTROS PRODUTOS DA SUA PESQUISA
97 E) ANEXOS
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