Regata News - 30

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Foto: Adilson Pacheco/RN



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pós cinco meses de paralisação por conta da pandemia do Covid-19, a Associação Brasileira de Veleiros de Oceano (ABVO) programou para 15 de agosto a retomada do calendário brasileiro de vela oceânica. No entanto, o calendário é provisório e pode sofrer alterações de acordo com questões sanitárias de cada estado e município por conta da pandemia. O Itajaí Sailing Team deve respeitar os decretos do Município e Estado determinando as novas regras sanitárias, para voltar às disputas e também retomar as aulas da sua Escola de Vela.

No novo calendário da ABVO ganham destaque o Campeonato Brasileiro de IRC e RGS [realizado em Ilhabela (SP) de 20 a 22 em conjunto com o primeiro final de semana da 3ª etapa da Copa Suzuki] e a 32ª Refeno – Regata de Recife até Fernando de Noronha. Inclusive, o comandante do Itajaí Sailing Team, Alexandre Santos, avalia a possibilidade do time itajaiense de vela oceânica participar da 32ª Refeno e do Brasileiro de IRC, em Ilhabela. A Refeno que teve sua realização confirmada para o dia 10 de outubro. “Mas tudo vai depender da evolução da pandemia, pois não podemos pôr em risco as vidas de nossos tripulantes”, diz Santos. O projeto Itajaí Sailing Team tem o patrocínio da APM Terminals Itajaí, Portonave, Multilog, Platinum Log, Braskarne Terminal, Brasfrigo, Terminal Barra do Rio, Conexão Marítima e o apoio da Molim, B&G Sailing Eletronics, Nob Multisports e Marina Itajaí.


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les estão voltando pela quarta vez à Itajaí, The Ocean Race. A maior Regata Transoceânica do Mundo, a The Ocean Race, adiou o início da corrida para o ano de 2022. Itajaí, confirmada como única parada na América Latina, receberá os competidores em abril de 2023. As mudanças são relacionadas à pandemia de coronavírus (COVID-19) e as alterações realizadas nas principais competições esportivas do mundo, como a Olimpíada de Tóquio, no Japão, transferida para o ano de 2021.

O município catarinense venceu a disputa com São Sebastião (SP) e receberá o evento pela quarta vez consecutiva. Pesaram a favor da cidade o sucesso das últimas três paradas realizadas em 2012, 2015 e 2018, além do carinho do povo itajaiense com os velejadores e a boa organização da etapa, considerada a perna mais difícil da competição. Impactos econômicos A última edição da The Ocean Race (nova identidade da Volvo Ocean Race) teve mais de R$ 83 milhões de impacto econômico em Santa Catarina – 28% a mais do que a parada de 2015. Ao todo, 75% desse montante ficou em Itajaí e região. O Governo Estadual, por exem-

O setor hoteleiro do município foi o maior impactado, lucrando em torno de R$ 5 milhões com o evento. A vinda da regata internacional também fez com que a rede hoteleira de Itajaí triplicasse o número de leitos para atendimento aos visitantes. Duas classes de barcos A edição 2022-2023 da The Ocean Race terá duas classes de barcos pela primeira vez em 25 anos. A novidade é a classe IMOCA 60, menor e de alto rendimento, que disputa o troféu The Ocean Race. Os monotipos VO65, que competiram nas últimas edições, continu-

am, porém agora lutarão pelo troféu Ocean Challenge. O resultado disso será uma regata mais rápida, mais extrema e mais difícil de ganhar. A largada da maior regata de volta ao mundo será em Alicante, na Espanha. A chegada final dos barcos ocorrerá em Gênova, na Itália, após nove paradas. As cidades já confirmadas são: Alicante, Aarhus (Dinamarca), Haia (Holanda), Mindelo/Ilha de São Vicente (Cabo Verde), Gênova e Itajaí.

Rafael Weis/

O secretário municipal de Turismo e Eventos, Evandro Neiva, explica que a decisão foi tomada em concordância com todas as cidades que vão sediar a competição. “Devido à gravidade desta doença e a complexidade da competição, os organizadores decidiram adiar em um ano o início da regata”, explica Neiva. “Para Itajaí, isso nos ajuda a colocarmos todo nosso foco neste momento na resolução da pandemia e termos mais tempo para organizarmos nossa estrutura de acolhimento, já que a competição será ainda maior”, completa o secretário.

plo, arrecadou mais de R$ 5 milhões em impostos.


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mudança na data da largada da prova foi anunciada após um processo de planejamento estratégico e consulta às partes envolvidas no competição, a fim de determinar o melhor caminho em um cenário esportivo impactado pela COVID-19. A The Ocean Race estava previamente marcada para largar no ano que vem. As cidades-sede e os patrocinadores anunciados anteriormente continuarão envolvidos na temporada 2022-23, incluindo o Brasil. O município de Itajaí (SC) estará pela quarta temporada consecutiva na lista de stopovers da competição de vela oceânica. A nova data coincide também com o aniversário de 50 anos da competição e está sendo considerada a realização de uma regata na Europa na metade de 2021, no verão do Hemisfério Norte. ”Desde 1973, a Ocean Race tem sido um dos maiores desafios do esporte. As equipes vencedoras mostraram que a preparação adequada é a base do sucesso”. ”Estamos em um momento sem precedentes e nossa principal prioridade é para com todos os afetados pela pandemia do COVID-19. Nossos pensamentos estão hoje com as vítimas e suas famílias”, disse Richard Brisius, presidente da The Ocean Race. Os organizadores da volta ao mundo também anunciaram um plano de 10 anos para a The Ocean Race, o que ajudará equipe, cidades e velejadores a terem uma me-

lhor preparação para as regatas. ”Como uma competição esportiva internacional, com paradas em seis continentes, nos sentimos profundamente conectados à realidade em mudança de velejadores, equipes, cidades, patrocinadores e fornecedores em todo o mundo”. ”Trabalhamos de forma positiva e colaborativa nos últimos meses para desenvolver um futuro estável e aprimorado, e esse processo nos levou ao primeiro plano decenal da The Ocean Race”. ”É um projeto de dez anos adaptado à nova realidade de forma inovadora, sustentável e responsável. Isso oferece novas oportunidades para todos se prepararem adequadamente para a The Ocean Race”, acrescentou Richard Brisius. Conforme planejado, a The Ocean Race terá as classes VO65 e IMOCA60 na próxima edição. A última competição ocorreu na temporada 2017-18 com o Dongfeng levando o título no final. ”A Ocean Race é importante pra mim e é um dos grandes eventos do calendário de competições de vela. Por isso aplaudo a decisão dos organizadores. Como esporte, nos beneficiamos quando os principais eventos estão no auge e a nova data permitirá que equipes estejam mais bem preparadas na linha de partida em 2022”, explicou o bicampeão olímpico Torben Grael, que foi vencedor da regata como comandante em 2008-09 e atualmente é vice-presidente da World Sailing, a federação internacional da modalidade. O programa de sustentabilidade, premiado com vários internacionalmente, é um dos pilares fundamentais da

The Ocean Race. Esse projeto continuará sob o lema “Competir com um objetivo”. As palestras e debates do evento, bem como os programas de educação e ciência serão intensificados e integrados a todas as áreas da regata. ”Como patrocinador fundador do programa de sustentabilidade e parceiro principal da The Ocean Race, apoiamos a decisão de adiar o início por 12 meses em resposta à crise de COVID-19. O impacto dessa pandemia é incalculável”. ”A 11th Hour Racing está comprometida em trabalhar com a The Ocean Race e seus patrocinadores para continuar a ser ágil e se adaptar a esses desafios, com o objetivo de realizar uma regata segura e sustentável em 2022”, explicou Jeremy Pochman, co-fundador e CEO da 11th Hour Racing. A Volvo Cars, parceira principal da The Ocean Race, ofereceu seu apoio incondicional. ”De uma forma ou de outra, estamos envolvidos na The Ocean Race há mais de 20 anos. Sabemos que a Ocean Race é o maior desafio esportivo, atraindo apenas os melhores e nos quais os mais preparados acabam vencendo. Ajustar-se à nova realidade é uma decisão responsável e perspicaz, que permite que os atletas e outras partes se preparem adequadamente”, disse Björn Annwall, líder da equipe de gerenciamento executivo da Volvo Cars.


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campeão olímpico Torben Grael, uma verdadeira lenda do esporte náutico mundial, participante de três The Ocean Race, campeão em uma delas, capitão do único barco brasileiro à participar da volta ao mundo e vice-presidente do Conselho Mundial de Vela: “A Ocean Race é importante para mim pessoalmente e como um dos maiores eventos do calendário da vela, por isso estou satisfeito em ver que os organizadores tomaram essa decisão. Como esporte, nos beneficiamos quando nossos eventos culminantes são mais fortes e isso permitirá que equipes mais bem preparadas estejam na linha de partida em 2022. ”


Eduardo Grigaitis

mana Internacional de Vela virtual será importante para preencher um espaço vazio no País em e-games da modalidade. ''Já é uma realidade em outros países, onde muitos grandes eventos esportivos também gerenciam suas regatas simultaneamente com o virtual''. ''A Semana de Vela de Ilhabela é um evento muito prestigiado pelos grandes velejadores, e isso faz com que o evento tenha uma grande visibilidade em todo o país. Então representa não só para mim, mas para toda a comunidade náutica como o grande encontro do ano para a vela'', completou o e-gamer de Ilhabela. A Semana Internacional de Vela de Ilhabela conta com a parceria da MITSUBISHI que também promoverá o MIT Talks e a lista de palestrantes será confirmada nos próximos dias. Em 2019, a Semana Internacional de Vela contou com 120 barcos espalhados por nove classes, além de mais de 100 profissionais de produção

A comunidade de velejadores virtuais está mobilizada para a disputa da Semana Internacional de Vela de Ilhabela, que será realizada remotamente de 27 a 30 de julho. Organizados em um grupo de WhatsApp chamado 'Virtual Regatta Brasil', os gamers fazem treinamentos diários. E prometem elevar o nível técnico da competição. As provas virtuais vão usar um videogame que simula regatas em raias espalhadas pelo mundo. As inscrições serão gratuitas, mas limitadas. Estão programadas 20 regatas virtuais entre eliminatórias, semifinais e final na opção inshore do game. Antes da primeira largada será feito um briefing técnico e um warm -up (aquecimento) com uma introdução sobre a plataforma. ''A Semana de Vela de Ilhabela segue a linha de vários clubes do Brasil e do mundo que ficaram por conta da pandemia impossibilitados de seguir seus calendários tradicionais. É um jogo que cresceu muito durante esse período. Nós começamos o primeiro campeonato em março, feito com a classe Optimist - de introdução à vela - com 80 barcos''. ''As coisas evoluíram de uma forma muito rápida e agora ganhou força em todas as mídias sociais e na comunidade da vela. Praticamente todos os dias temos treinos e regatas valendo'', disse Humberto Albuquerque, um dos organizadores da parte técnica ao lado de Rogério Albuquerque e Cuca Sodré. O principal evento da modalidade na América do Sul anunciou a inclusão da categoria online em paralelo a uma série de atividades neste período de pandemia. A 47ª edição da tradicional semana de vela era para ter sido disputada de 4 a 11 de julho no Yacht Club de Ilhabela (YCI). Na opção online, as regras são as mesmas para a modalidade real e o evento terá uma comissão de árbitros e fiscais para validar os resultados. Tanto dentro d'água quanto na frente do computador o celular, a diversão é garantida. ''Eu não vejo muita diferença entre o mundo real e o mundo virtual, as regras são as mesmas, o percurso é o mesmo, a tática é a mesma e você tem que ficar ligado na mudança do vento. A grande diferença é que não molha e o velejador não passa frio", contou Humberto Albuquerque.

Brasileiros se destacam Os e-gamers brasileiros já se destacam em regatas nacionais e até internacionais. A maioria joga à noite, quando as agendas dos competidores batem. Os organizadores escolhem salas e definem quais classes em disputa. Tradicionais categorias da modalidade estão no simulador como J70, Star, Nacra, 49er, Laser, Offshore, Formula18 e F50. Um dos destaque é o brasiliense Allan Godoy, que trabalha como treinador de vela na capital federal. ''Jogar online permite estudar o vento (birutinhas, buracos e rajadas), testar o grau de orça saindo do barco e da boia, fazer o aquecimento (contagem de bóia, balão, aceleração) e traçar os planos da regata e seus recursos de navegação''. Velejador e morador de Ilhabela (SP), Samuel Solano, bicampeão do Virtual Skipper Cup Brasil e campeão sul -americano do simulador em 2020 acredita que a Se-


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er o próprio barco e navegar pelos belos destinos do país é um lazer cada vez mais buscado pelos brasileiros, mesmo em tempos de pandemia, já que depois da casa é um lugar seguro para se estar com a família. Porém, depois de adquirir o barco é hora de encontrar uma vaga estruturada para a guarda. Especialmente quem tem barcos de menor dimensão, de até 30 pés, algumas vezes prefere deixar em uma garagem ou em espaço de sua própria residência. Vale a pena ou não? Para esclarecer o assunto, reunimos dicas de especialistas da Marina Itajaí, um dos principais complexos náuticos do país, sobre o que é importante observar ao escolher o melhor local para o armazenamento do barco, confira. Frequência de uso - Um dos aspectos que deve ser observado na hora de escolher guardar o barco em casa ou em uma marina é a frequência de uso. Uma marina oferece mais praticidade para as movimentações, ou seja, tirar e colocar o barco da água, o que facilita e torna prático os passeios longos ou de curta duração. A Marina Itajaí, por exemplo, oferece planos com no mínimo seis saídas para a água por mês. A movimentação através de equipamentos de alta tecnologia e acompanhamento técnico garantem proteção ao barco nos deslocamentos de chegada e saída ao hangar. Transporte do barco – A facilidade de transporte é outra característica para ser observada já que em casa é preciso ter um carro e equipamentos adequados para rebocar o barco, o que pode ficar ainda mais difícil em caso de mau

tempo. É importante levar em consideração ainda a gasolina gasta no trajeto, se a rampa fica próximo à sua casa e se há vagas para estacionar o carro e/ou a carreta no local de saída. Opções de lazer na região de partida do barco como restaurantes também proporcionam uma melhor experiência, além de postos de combustível e conveniências. Custo – A maior vantagem de deixar uma embarcação em casa é o custo. Em casa, basta ter espaço sobrando para colocar o barco. Entretanto, na marina não há necessidade de rebocar o barco para colocar na água e, em alguns casos, o custo de movimentação está incluso na locação da vaga. No caso da Marina Itajaí, por exemplo, a partir de R$ 550, é possível guardar embarcações em vagas secas e o valor ainda inclui até seis saídas mensais para a água, ou seja, 12 movimentações. E, como sabemos que ‘tempo é dinheiro’, essa é uma facilidade que, dependendo do perfil do navegador, gera mais tranquilidade e tempo para pas-

seio e diversão. Manutenções regulares – Ter uma embarcação exige manutenções preventivas e limpezas regulares, além de eventuais reparos assim como um carro. Por isso, caso a opção da guarda da embarcação seja em uma marina, é importante se certificar que o local conte com estrutura apropriada para a realização de serviços. Proteção e segurança – Em casa, a embarcação algumas vezes pode ficar exposta ao sol, vento ou chuvas. Por isso, mesmo que se coloque uma cobertura impermeável, tenha certeza de que o local está protegido de intempéries. No caso da Marina Itajaí a vaga seca é coberta e resguardada. Já as vagas molhadas têm fácil acesso pelo píer e estão em baía abrigada. Além disso, a empresa ainda oferece portaria e segurança 24 horas.


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