Nº 4 / Dezembro 2017 / www.facebook.com/remoepesca
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Histórias
Dicas Novidades
época de desova!
Fotos
Designer - Anderson Deoli
Revisão - Cláudio Leyria
vocĂŞ na capa
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Caro Leitor Essa revista se destina a todos os amantes da pesca, especialmente os amantes de pesca com caiaque, a mais nova modalidade. Aqui você encontrará dicas para sua pescaria, incluindo segurança, histórias de nossos amigos pescadores e uma variedade de novidades do mercado de pesca. Prepare seu remo, aperte seu colete e venha navegar nesta fantastica revista. A Remo & Pesca te deseja uma otima pescaria de informações e conhecimentos. Todo material aqui criado visa ampliar e trocar conhecimentos entre os pescadores. Você também pode fazer parte da nossa equipe. Seja bem vindo e divirta-se!
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Garateias e anzol sem farpa Segurança
Bom, galera, a dica dessa edição é mais que especial e ajuda muito nós pescadores de caiaque, barranco, barco, pesqueiro entre outros. Muitos já devem ter ouvido recomendações como “tira a fisga que é melhor”, “amassa a fisga”, e muitas vezes não entendemos os motivos para fazer isso, nem as consequências geradas por deixar de fazer estas alterações. Como visamos a segurança em todas as modalidades, em um campeonato recente tivemos a infelicidade de ver um acidente com duas garateias fisgadas em um parceiro. E para nosso desespero, não foi possível removê-las no local mesmo sabendo como proceder. Por se tratar de uma garateia nova com uma fisga grande, a situação foi grave. E por conta disso tivemos que correr para dois hospitais (isso mesmo: dois, pois um não fazia o procedimento, ou melhor, não tinha qualificação para tal ocorrência).
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E no segundo ficamos muito tempo esperando para o companheiro ser atendido. Resumindo tudo, perdemos a pescaria e o campeonato por uma simples fisga que não estava amassada. Se estivesse, poderíamos tê-la removido no local sem grandes problemas e continuado a pescaria. Então, remover a fisga não vai atrapalhar sua pescaria ou fazer você pegar menos peixes, mas sim te dará uma segurança maior em relação a acidentes. Levar sempre em consideração o uso de um boné, um buffer e um óculos polarizado para evitar ao máximo a exposição do rosto e estar sempre munido de alicate de corte e de bico, e um kit básico de primeiros socorros para estancar um possível sangramento ou realizar uma sutura. Mas você pode estar pensando: “eu arremesso bem!”, “eu nunca me machuquei!” ou então, “isso nunca vai acontecer comigo”. Pois bem, há diversos fatores que podem ocasionar um acidente e não há garantia nenhuma de que um dia pode acontecer com você. Na adrenalina do esporte, muitas vezes deixamos de tomar alguns cuidados, como por exemplo, trocar de isca e deixar a que foi descartada jogada dentro do caiaque. Você pode se distrair e pisar ou se sentar sobre ela. E não é difícil a isca atingir alguém após um arremesso mal feito na pressa de pegar o rebojo do peixe. Há duas ações comuns que devemos prestar mais atenção. A primeira é na hora de fisgar o peixe. Muitas vezes fazemos o movimento de fisgar e o peixe erra a bocada. Nessa hora, a isca virá em sua direção como uma bala e, o pior, na direção do seu rosto. A outra é quando erramos o arremesso e acertamos uma árvore ou um galho e ficamos dando puxões tentar soltar a isca. Desse jeito, a isca também pode se soltar e vir violentamente em sua direção. Essas são algumas das situações a que estamos sujeitos na pescaria. Então fica a dica: ”mais vale um peixe escapar do que um dedo fisgar e a pescaria acabar!”
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JUMPING JIG
O Jumping Jig é uma isca artificial de metal muito utilizada na pesca vertical. Como o nome indica (jumping = pulo), o trabalho dele dentro d’água se assemelha a pulos e, dependendo do seu formato, esses pulos podem ser erráticos e aleatórios, simulando algum animal brincando no local. Com este trabalho repetitivo, ele costuma chamar a atenção dos predadores. A aproximação do predador se dá por vários fatores, como defesa do território, alguma irritação com a movimentação ou até mesmo por simples curiosidade.
Quais os melhores locais para utilizar o Jumping Jig? Os melhores locais para utilizar o Jumping Jig são áreas que possuem alguma estrutura que serve de tocas para os peixes no fundo (mas cuidado, nesses casos a isca pode enroscar). Tomando cuidado com os enroscos, a chance de pegar um belo troféu é boa. Estes locais adotados pelos peixes como toca são galhadas, poços no canal, tocos de árvore, estruturas submersas de concreto, lajes e pedrarias no costão. Típicas costeiras são boas para o uso do Jumping Jig. Canais e mangues são promissores para os JJs mais leves, de 14gr a 24gr.
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Peso Os modelos de Jumping Jig variam de 5 gr a 200 gr. É importante que você sinta a isca bater no fundo e através do trabalho vertical e fazer pulos erráticos subindo e descendo a isca, mas o peso será determinado também pelos fatores maré e correnteza. Quanto mais forte a correnteza, mais pesado deve ser o Jumping Jig.
Formatos e Cores Em relação às cores, vale a mesma regra para as iscas artificiais em geral, ou seja, tenha um leque de cores, pois uma pode ser mais atrativa em determinados períodos do dia. Mas existem as cores preferidas dos pescadores de robalo. São elas: cromado, preto com laranja (pata de caranguejo), laranja com rosa, glow e verde limão.
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Montagens Antigamente ainda encontrávamos Jumping Jigs à venda com garateia, porém ela sempre tende a encostar no fundo. Assim, a possibilidade de enroscar é maior. A forma mais eficaz de montar os JJs é com os chamados assist hooks. O assist hook é nada mais que um suporte que prende o anzol junto à parte superior do jig. Na maioria dos Jigs, o assist hook é preso no lado que coincide com os olhos, exceto nos formatos PAC/Sapinho/Lulinha, que se prende no lado inverso ao dos olhos). O tamanho ideal costuma ser de 3/4 do tamanho do jig e é utilizado em pares, mas em estruturas que enroscam demais, pode-se usar apenas um, co o objetivo de tentar evitar maiores transtornos. Uma de suas vantagens é seu peso (muito leve), pois quando o peixe ataca a isca, acaba sugando o assist hook com mais facilidade e consequentemente, garantindo uma melhor fisgada.
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PESQUE E SOLTE piracema
Importância da pesca esportiva na piracema. No mês anterior falamos da piracema, mas nesta edição vamos comentar mais sobre o assunto. Durante a piracema, a época em que os peixes se reproduzem, devemos tomar alguns cuidados para não atrapalharmos esse importante processo. Agir tendo em mente a preservação das espécies é um dos motivos de incentivo à pesca esportiva, em que o peixe é devolvido à água. Muitos profissionais vivem da pesca esportiva, pois é uma atividade turística que atrai muitos adeptos. Com a pesca esportiva o lazer continua, mas as espécies continuam protegidas. Respeitar esse período é muito importante, e garante nossas pescarias e de nossos herdeiros também.
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Então, nesta época é bom lembrar que em determinados locais é proibida a pesca. Procure o órgão responsável de sua cidade para se informar melhor e não ter uma dor de cabeça mais tarde (pois pescar durante a piracema é crime ambiental, que dá cadeia). Evitar a exposição do peixe na pesca esportiva é o mais importante, pois muitos acham que é apenas pegar o peixe e tirar milhares de fotos e soltar.
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Ao fisgar um peixe no período da piracema, seja responsável, remova rapidamente a isca e tire a foto ou faça seu vídeo o mais rápido possível para liberar o peixe na água novamente. Na verdade, isso não se aplica só no período da piracema. Porém, nesta época é importante que o peixe passe a maior parte do tempo livre, pois ele pode estar cuidando do seu ninho ou cardume de filhotes. Ou seja, não o impeça de cuidar de suas crias contra os predadores. Por isso, vem outra importante dica: nunca, mas nunca mesmo, solte o peixe longe de onde ele foi tirado. Faça o FFS (Fisgou! Fotografou! Soltou!) e garanta uma melhor condição ao peixe. Assim todos nós vamos garantir que a pesca seja favorável quando chegar o período em que é permitido capturar os peixes. É o ciclo da vida. Mas não basta somente nós fazermos, compartilhe com seus amigos e parentes. Esta ideia precisa sempre ser passada adiante.
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Bricolagem motor elétrico Falamos agora um pouco sobre bricolagem no caiaque. A bricolagem é a adaptação de itens que não são de fábrica no caiaque. Estes itens acrescentados servem para melhorar o conforto, aumentar a estabilidade, garantir mais desempenho ou simplesmente incrementar a estética. Um item que pode ser adaptado ao caiaque é o motor elétrico. O objetivo é não ser necessário remar longas distâncias, poupando um tempo que pode ser melhor aproveitado em sua pescaria. A adaptação não é tão simples, pois não existem no mercado suportes que sirvam em todos os modelos de caiaque. Entretanto, com uma boa pesquisa e preparação, é possível desenvolver seu próprio suporte. Um dos principais cuidados é ver a capacidade de peso que o seu caiaque suporta antes de fazer estas modificações. Deve-se levar em consideração o peso do motor elétrico e o peso da bateria que alimenta o motor. A fixação deve ser firme, pois o motor gera uma força de arrasto grande.
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A autonomia do motor elétrico vai variar de acordo com sua potência, o peso do caiaque e o tamanho da bateria. Medimos a duração de um motor de 54 Lbs, movido por uma bateria de 105 AMP/H, instalado na traseira de um caiaque da Hunter Explorer Duplo, com um peso total de aproximadamente 250 kg (sendo considerado o peso do caiaque, mais o peso de duas pessoas, peso da bateria e do motor), e a duração da pescaria alternando entre as velocidades 1 e 5, foi de aproximadamente 6 horas com um percurso aproximado de 15 km. O dia estava bom, sem muito vento e água calma.
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Antes de optar por um motor elétrico, faça um teste drive com algum amigo que tenha para ver se é exatamente o que você está querendo. Uma dica importante é ficar de olho nas leis, para saber se é necessário tirar carteira de Arrais Amador para utilizar o motor elétrico no caiaque.
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O Peixe Rex Dizem que esta história aconteceu em Itajubá (MG), mas já se ouviu que foi em Miranda (MS). Soube-se depois que foi Piracicaba (SP). Não importa. O que importa é que foi verdade. Nos anos 80, um agricultor chamado Esteves estava pescando em uma tarde ruim de peixe. Pouco antes do sol se pôr, ele já estava retirando o anzol da água quando a poucos metros sentiu a mordida. Era um pequeno jaú. Pequeno mesmo, pois tinha meio metro de comprimento. Esteves estranhou porque o peixe nem lutou ao ser retirado da água, aliás, parece até que se sentia aliviado. Feliz com a aquisição, Esteves remou de volta para casa. Foram 40 minutos de rio, mais 20 de trilha no mato, até chegar a seu sítio. Quando colocou o peixe na mesa que tinha no quintal, ele levou um susto. O peixe estava vivo e queria brincar, como se fosse um cachorro. O jauzinho abanava o rabinho em leque e às vezes punha a língua pra fora, olhando atento a Esteves. O sitiante não sabia bem o que fazer. Não quis abater o peixe. Chamou a esposa, Raquel, para ver o peixe. O jauzinho deu um pulo no colo de Raquel, que quase o deixa cair na grama. O jauzinho beijava o pescoço da mulher com seus lábios pegajosos e lambia seu queixo. Raquel achou estranho e o colocou no chão. O peixe corria pelo quintal usando suas barbatanas, fazendo festa. Ele até assustou os dois cachorros da casa. Esteves queria ver quanto tempo ele viveria fora d’água. E o jauzinho correu para o celeiro e lá encontrou um saco de milho. Comeu quase um terço dos grãos. Cansado e de barriga cheia, encontrou um cantinho entre caixas e ali dormiu. O casal o deixou lá. Por volta das dez da noite, antes de dormir, Esteves foi ver o peixe e ele estava até roncando. Sim, Esteves tinha um peixe doméstico que vivia fora d’água. Nos primeiros dias, Raquel achava o bicho muito estranho. Mas com o passar do tempo, já o tratava como o terceiro cão da família. Então, os cães Chico e Fininho e o peixe Rex eram amigos inseparáveis. Com o passar do tempo, muita gente ia à casa de Esteves para ver Rex. Ele adorava, porque muita gente levava alguma coisinha para ele comer. Até chocolate ele já ganhou. Rex tinha o mesmo tratamento dos cães. Mas quando ia à clínica veterinária, a médica não sabia o que fazer. Por isso, não aplicava vacinas nem receitava vermífugos. Mas Rex não precisava de nada disso. Ele era forte e vivia feliz. Nas brincadeiras com os amigos cães, até um latido rouco ele aprendeu. E era comum ele ficar na porta da cozinha, espe-
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rando Raquel lhe jogar um pedaço de pão ou, com muita sorte, uma pelanca da carne do almoço. Um dia, Esteves recebeu a visita do padre Aloísio. Ele apareceu com um livro velho debaixo do braço. Todo escrito em latim, o livro tinha quase todas as páginas soltas e marrons, de tão antigo que era. Esteves não entendeu direito, mas era um livro de 1620 que o padre conseguiu em suas andanças pela Espanha. O livro era um guia prático de “eventos que geram catástrofes”. Esteves e Raquel ouviram padre Aloísio com atenção. O livro explicava que certas ações gerariam pouco tempo mais tarde cataclismas ou maldições que poderiam até aniquilar uma comunidade. Inundações, chuva intensa de granizo, seca severa, epidemia de gripe forte, invasão de insetos venenosos eram alguns exemplos contidos no livro. Manter sandálias viradas com a sola para cima, usar um espelho para pôr o reflexo da luz do sol contra uma pessoa, jogar pão fora mesmo quanto já está duro eram algumas ações que poderiam atrair as catástrofes. E no meio de tantas coisas comuns que alguém sem querer podia fazer, havia “criar um peixe fora d’água”. Esteves e Raquel sentiram muito medo. Depois de tudo explicado, o padre se despediu e solicitou a Esteves que tomasse uma providência, em nome da segurança da comunidade. O agricultor não podia acreditar naquilo. Ele estava a ponto de provocar um terremoto, ou ter uma peste incurável nas plantações de todos, tudo porque tinha o Rex em sua casa. Muito a contragosto, Esteves levou Rex ao rio e resolveu devolvê-lo à água, que era seu habitat natural. O bichinho agarrava os braços de Esteves, expressando claramente que não queria cair no rio. Mas não conseguiu se segurar por muito tempo. O bichinho latia e uivava, como tinha aprendido com Fininho. E tentava se equilibrar na superfície. Depois de agonizantes minutos, Rex foi para o fundo. Esteves ficou um tempo observando. Foi quando ele viu o pequeno Rex boiando na superfície. O jauzinho morreu afogado. Esteves chorava e pensava se havia valido a pena salvar sua cidade de alguma desgraça. Ele decobriu que, para salvar a comunidade, somente sua família foi atingida por uma tristeza. Meses se passaram e a cachorra do sítio vizinho teve cinco filhotes. Um deles, assim que começou a andar, fugiu de casa e foi até Raquel. A esposa de Esteves pegou o filhote no colo. O cachorrinho beijava seu pescoço e lambia seu queixo (igual fazia Rex, o peixe, no primeiro dia em que se conheceram). Com permissão do vizinho, Esteves e Raquel ficaram com o cãozinho, que herdou o nome de Rex e tinha todos os trejeitos do peixe doméstico, até seu latido rouco era igual. Esteves se sentiu ressarcido. Dias depois, houve uma tempestade forte na região. Não houve danos. Só uma baixa. O padre Aloísio, uma boa pessoa, foi atingido por um raio e morreu na hora. Texto: Cláudio Leyria (São José dos Campos), inspirado em contos folclóricos.
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