Cidadecult dezembro roberta 2013

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É Natal Colunas Colunas

Programe-se Exposições Shows Festival de Música Popular do Gama Breno Galtier

Monclair Juliana Marcelo Roberta Dalcol Cristiano Porfírio Renata Camarotta Batt Juliana VidalVidal Marcelo PiresPires Roberta Dalcol Cristiano Porfírio RoRoberta Li MuriloUessugue Luciana Porto Mauro Pinheiro Chico Sant`Anna berta Li Murilo Uessugue Luciana Porto Thaís Veríssimo Chico Sant`Anna



Foto: Breno Galtier

Sumário

Editorial ............................................................................06 Exame Internacional de Ballet ...........................07 Agenda Cult ....................................................................08 NA Rota do Rock .........................................................09 Frida sem Calo ................................................................11 Vanguarda com MArcelo Pires ............................15 Esporte com Murilo Uessugue ..............................17 Brasília por Chico Santanna ................................18 Loucuras de Jú.................................................................20 Justiça e cidadania ......................................................21 Sociedade ...........................................................................22 Política Cidadã ..............................................................23 Perfil - Breno Galtier .................................................27




CidadeCULT

Editorial

Na fila do supermercado, do cinema, na sala de espera da consulta. Virou, mexeu, pesco a pérola: “o problema é que em Brasília não tem nada pra fazer”.Como assim gente!?! E todos os shows gratuitos da cidade??? E os cafés??? Cursos?? Bares legais?? Espaços culturais??? Sup no Lago?? Nossa cidade está em total movimento!! Claro que, a cada vez, passa rapidamente pela minha cabeça hastear solenemente e provocar uma discussão: defina “ter alguma coisa pra fazer”, colega. A verdade é que o movimento cultural em Brasília vai de vento em polpa – e se a gente prestar atenção a nossa volta vamos perceber que é possível viver Brasília de um jeito bem mais legal. E nunca mais, você vai ficar por aí resmungando que “não tem o que fazer” por aqui. Roberta Fernandes Editora

Expediente / Ficha Técnica A revista CidadeCULT é uma publicação da agência Dois Eixos comunicação. Jornalista responsável: Roberta Fernandes / Renata Batt DRT 7160-DF Projeto editorial, diagramação e redação: Dois Eixos comunicação. Revisão: Marisa Orta. Gráfica Dois Eixos | tiragem aproximada 20.000 Contato: Roberta Fernandes | bitanandes@gmail.com | publicidade@cidadecult.com.br Sugestão para reportagens e entrevistas: redacao@cidadecult.com.br *Conteúdos, artigos, anúncios e cartas são de responsabilidade de seus autores.

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61) 8424-5002


Royal Academy of Dance faz exame internacional de ballet em Brasília

A responsável pelo bom desempenho das alunas que se superam a cada ano é a professora, bailarina e coreógrafa Sarene Castro. Sarene Castro, nasceu em Goiânia – GO, iniciou seus estudos de ballet em Brasilia ainda bem pequenina sem jamais ter interrompido. Imigrou para Portugal, em 1989, já formada no curso de Magistério e licenciada em Educação Física pela Faculdade Dom Bosco em Brasília – DF, estudou na Escola Técnica Profissional de Bailado do Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa – PT, onde especializou-se na área de dança clássica e moderna. Fez digressão com o grupo independente “Paixão Santa”, do qual era integrante, para Inglaterra e Estados Unidos, se apresentou em algumas solenidades em Paris. Retornou ao Brasil em 1996 com um Ministério já estabelecido e fez um trabalho de difundir a dança voltada para Deus no Brasil plantando sementes. Tem ministrado seminários e workshops, acerca da dança. Foi bailarina voluntária da Festa do Tabernáculos em Israel por dez (10) anos onde encontrava-se com bailarinos do mundo todo, pois desta festa participam mais de 120 nações. Em 1998 foi aprovada na

audição para a primeira formação do Corpo de Dança do Amazonas, permanecendo por dois anos, e então decide que é chegado o tempo de formar e formar. Dá-se inicio um novo momento que continua sendo atual: ensinar. Roberta Fernandes

Treinos exaustivos na busca da perfeição. Quem não conhece o universo do ballet não imagina o que as bailarinas da escola de ballet profissional Sarene Castro fazem para se preparar para a prova anual da Royal, que esse ano foi realizado pela examinadora Cyntia Too da Malásia. A Royal Academy of Dance é um dos mais influentes do mundo no ensino da dança e organizações de formação e tem uma longa história de melhoria dos padrões de treinamento de dança. Foi fundada em 1920 para revigorar ensino da dança no Reino Unido, no entanto, ao longo do tempo ampliou sua influência e atividades contando internacionalmente atualmente mais de 1.000 alunos em programas de formação. Com o nosso programa de exame que está sendo ensinado a mais de um quarto de um milhão de estudantes em todo o mundo, ajudamos e incentivamos nossos professores para aperfeiçoar suas habilidades de ensino e transmitir este conhecimento aos seus alunos. patrono da Academia é Sua Majestade a Rainha Elizabeth II. Hoje, a RAD tem presença em 79 países, com 36 escritórios e cerca de 13.000 membros em todo o mundo.

“Acredito que é possível formar bailarinos profissionais com alta qualidade, é só olhar com os olhos de quem quer ver.” Sarene Castro

Escola de Ballet Sarene Castro

Criada em 1992, em Lisboa – Portugal, a Escola Profissional de Ballet Clássico Sarene Castro tem a filosofia de disseminar a arte do Ballet Clássico de forma responsável formando seus alunos não apenas como bailarinos, mas como cidadãos. Em 2000 estabeleceu uma nova sede em Manaus – AM, a qual fez um trabalho de sucesso e prova disso foi a aprovação de vários alunos na primeira turma da área de dança da Universidade de Dança do Amazonas, e com ótimas classificações. Hoje esta escola continua ativa, porém com uma nova direção que possibilita a continuidade do sonho da Maitre Sarene Castro que é de formar bailarinos. Em 2006 estabeleceu uma nova sede em Brasilia –Taguatinga – DF, e já conta com um histórico de sucesso. O lema da escola é que cada aluno faça sempre o seu melhor e não o melhor do colega, e assim odos crescem na sabedoria e na graça de dançar.


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Musica Na capital federal Stevie Wonder e Jason Mraz são as grandes atrações CIRCUITO BANCO DO BRASIL O país vai ganhar mais um festival de música. A 1ª edição do Circuito Banco do Brasil acontece em Salvador, Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo entre agosto e dezembro e traz shows de nomes importantes da música mundial, como Red Hot Chili Peppers, Stevie Wonder e Joss Stone. Na capital federal, Stevie Wonder e Jason Mraz são as grandes atrações. O festival acontece dia 7 de dezembro no Centro Cultural Banco do Brasil e também traz shows de Ivete Sangalo, Capital Inicial, Criolo e outros nomes. Ingressos: R$ 240,00 (inteira) e R$ 120,00 (meia) Classificação: 16 anos PALCO CIRCUITO Stevie Wonder, Jason Mraz, Ivete Sangalo e Capital Inicial. PALCO BRASIL Criolo, Baile do Simonal, Atração escolhida no concurso SomPraTodos. ELETRÔNICO Taboo, Ask 2 Quit Informações:(61) 3108-7600 O CCBB disponibiliza ônibus gratuito, identificado com a marca do Centro Cultural. O transporte funciona de terça a domingo, saindo do Teatro Nacional a partir das 11h.

MARISA MONTE

Arena Brasília ( Shopping Igatemi,Lago Norte) Ingressos (primeiro lote): de R$ 260,00 a R$ 560,00(inteira). Classificação: 14 anos

ROUPA NOVA Uma banda com mais de trita anos de carreira, dezenas de sucessos lançados, uma agenda de shows ininterrupta e lotada pelo Brasil inteiro e que conta com seus integrantes originais na sua formação. O Roupa Nova é um fenômeno da música brasileira. Dia 22 de Novembro 22h Villa Mix ( SHTN, Tr 2, Cj.5) Informações: 3363-0391 I Ingressos: R$ 120,00 e R$ 180,00 Classificação: 18 anos


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Na Rota do Rock

Cristiano Porfírio

E a música explode nos festivais

Foto: Breno Galtier

No Brasil, os festivais de música durante as décadas de 70 e 80 significavam uma coisa, a arte de revelar talentos. Hoje, a proposta dos festivais é outra, dar ao publico a oportunidade de testemunhar shows inéditos, principalmente internacionais. Acredito que desde os primeiros acordes propagados no festival de Woodstock em 1968, o mundo nunca mais fora o mesmo e o sucesso dos festivais estava garantido. O Woodstock não deve ter sido o primeiro da história e felizmente nunca foi o último. Os festivais de música atraem atenção, rompem barreiras e instalam-se no inconsciente e consciente popular do público em razão da diversão que propiciam. Um festival que se preze, não é divertido apenas por suas apresentações. E sim, por um conjunto de ações que atraem a “galera”. Frequentadores que se prezem, não comparecem a um evento para apenas para assistir os shows. Um festival é idealizado para que você se divirta, coma, beba, passeie por stands e aprenda algo enquanto se apresenta aquela atração que não lhe apetece. É uma oportunidade ímpar para que conheça pessoas, namore e viva, além de claro, curtir a música.

As versões tupiniquins dos festivais, como o de Salvador na Bahia e o Planeta Atlântida em Porto Alegre e Santa Catarina, são econômicos em atrações internacionais e preferem investir na música que está “bombando” nas rádios do país como axé e sertanejo. Em contrapartida, exemplos como Rock in Rio, Lollapalooza e Monsters of Rock dependendo das atrações, tem suas entradas disputadas no “tapa”, esgotadas em questões de horas via internet. O mundo é repleto de festivais, só no Brasil, para citar alguns, temos os grandes: Rock in Rio, SWU (stars with you), Lollapalooza, Planeta Terra, Abril Pro Rock, Porão do Rock, Ceará Music, Festival de Salvador e Planeta Atlântida. Cada um tem suas particularidades que agradam e desagradam, mas é inevitável afirmar que eles promovem muitas histórias para contar, seja pelos produtores ou frequentadores. E o melhor, sempre convivendo com muita música! Já testemunhei de tudo em minhas andanças por festivais, tais como: * O Kiss patrocinar o desfile de mulheres seminuas (Monsters of Rock - 1994).

* A falta de energia elétrica em um show do Faith no More (Monsters of Rock - 1995). * Skid Row ser vaiado, não finalizar sua apresentação e o vocalista Sebastian Bach deixar o palco aos prantos (Monsters of Rock - 1996). * Estádio do Pacaembu lotado, cantar em uníssono com Os Raimundos, gerando uma grande roda de ‘pogo’ (Monsters of Rock - 1996). * Carlinhos Brown levar garrafadas (Rock in Rio - 2001). * Biquini Cavadão arrebentando na hiperlotada Tenda Brasil (Rock in Rio - 2001). * Cássia Eller alucinando a todos com sua versão de Smells Like Teen Spirit (Rock in Rio - 2001). Em um festival sempre tem surpresas, boas e ruins, mas as lembranças são sempre inesquecíveis. Recomendo! Obrigado e fraternal abraço.

Cristiano Porfírio Jornalista, produtor e blogueiro do Na Rota do Rock narotadorock@gmail.com


f/fmpgoficial www.fmpg.com.br Desde 1979


Rosângela Vieira, artista plástica pela UnB. Confecciona sapatos em seu ateliê no quarto do fundo de uma casa no Lago Norte

O ateliê ocupa o quarto do fundo de uma casa no Lago Norte, Brasília. Quem trabalha nele, desenhando, confeccionando e brincando com suas gatinhas, com muito empenho e elegria é Rosângela Vieira. Artista Plástica pela UnB, residiu por quatro anos em São Paulo, onde pôde perceber que ao invés do mestrado em Poéticas, ela deveria mesmo era arranjar um jeito de realizar todos aqueles sapatos que lhe assaltavam os pensamentos até dormindo desde a adolescência e que ela sabia que nunca encontraria para comprar nas lojas. Mas como se faz um sapato?! Só em fábrica? Pesquisando na internet, ela descobriu alguns cursos na cidade e foi assim que se tornou desenhista e estilista de calçados pelo Istituto Europeo di Design (IED) e confeccionadora e modelista de calçados pelo SENAI-SP. Sua marca Frida sem Calo não se apega apenas a um modismo fridesco, mas ao porquê de Frida Kahlo, em sua opinião ter se tornado referência de beleza e exotismo imagético e intelectual. Os calçados são criados mais para o exercício de sua criatividade, do que para vendas. Portanto, o interesse aqui é executar ao menos alguns dos modelos

concebidos diariamente. Por isso são todos peças únicas, exclusivas. Como houveram muitos pedidos de numeração, ela comprou algumas fôrmas já prontas e passou a confeccionar seus calçados em numeração randômica, nunca repetindo modelo, A venda está sendo realizada pela loja colaborativa Endossa, na 307 sul. E para apresentar essa maneira de produção e o amor com que trata suas criações oferecendo-as a quem as curte, ela pretende abrir esporadicamente seu ateliê para visitas. Encomendas não são aceitas e não é realizada venda por site.


MORENA ROSA

Collection

Taguatinga Norte Tel: 3563 7323




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Vanguarda

Eu sou minha cidade

Marcelo Pires

Pediram-me para escrever algo sobre a minha cidade. Cresci com ela e imaginei que fosse fácil, pensei em um artigo, talvez um poema ou uma simples declaração de amor. Amor? Mas como desvendar um amor em meio às armações de concreto, piso pichado, larguras sem fim, robôs em aço, árvores elétricas, almas inquietas e corações secos?! Sinto falta de uma bebida... Lamento, mas esqueci, de que estamos falando mesmo? Ah, sim, da minha cidade. Mas, o que é uma cidade, senão nós mesmos, despidos e enxutos, de ideia e matéria. Falo da minha cidade a partir do que sou, do que fui e ainda tento controlar-me para não cair nos braços da parcialidade, para não descrever um sonho, uma utopia que um dia atirou-me em um céu infernal. Bom, se tiverem paciência, quem sabe organizo meus pensamentos e escrevo. Sinto falta de um cigarro... Sinto muito por não termos mais dias empoeirados ardendo os olhos da molecada batendo uma pelada com bola de plástico. Detestava poeira, e hoje sei que eu, quanto mais empoeirado, mais perto de mim estava, dialogava com a minha essência e não sabia, pois a terra fina que subia aos olhos e endurecia meus cabelos é a mesma que brotaria a vida, que se escondia nas entranhas do meu sangue. Ando desviando meu caminho para encontrar minha cidade avermelhada. Sinto falta de poeira... Ouço muitas músicas compostas pela minha cidade e volto a pensar em declarações de amor, em almas calmas e corações molhados. Mas também encontro palavras inventivas, instigantes, que repudiam e desobedecem, promovendo um reboliço nas engrenagens da cidade, decretando o novo ao velho. Sinto falta de poesia... De pé em pé a bola embala, balança a rede de amigos que bebem a vida em volta de uma mesa redonda, assim como a terra, a terra casa, morada, namorada. Lembro-me dos campinhos de terra marcados com pedras, pés cascudos e uma pelota iluminada. A felicidade estava ali e nem percebi. Hoje a minha cidade se deita em um imenso tapete verde e rebola, rebola muito, mas o gol não sai, roubaram meu time. Sinto falta de uma bola... Tenho um coração que insiste em acreditar, se ilude fácil e é encantado, quanto mais amores ele guarda mais sangra, se desmancha sempre e se reconstrói numa velocidade estupenda. Na minha cidade tem quadras que escondem versos lindos, músicas suaves, belos romances, gemidos murmurados e filmes inquietantes. Sinto falta de um amor... A minha cidade é assim: se embriaga, transcende, arde, rebola e ama. E eu, que vivo e sinto, partilho sua história com a minha vida, imbricadas que estão. Sinto falta de mim, sinto falta do Gama.

Marcelo Pires Mendonça é professor de História da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e Coordenador-Geral de Mecanismos Formais de Participação Social da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República paidojoaozinho@gmail.com


Mulher

Profissional, mãe, esposa, filha, amiga... A Revolução Francesa (1789/99) marcou a história com a participação das mulheres nas ações e ideias que traçaram os propósitos dos revolucionários. Uma das grandes mulheres da Revolução, Marie-Henriette Xainntrailles declarou ao Imperador Napoleão Bonaparte “Não fiz a guerra como mulher, fiz como um bravo!”. Depois da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, muitas conquistas transformaram a história da mulher na sociedade. Séculos se passaram e hoje, depois de tantas lutas, adquirimos direitos políticos e econômicos. As mulheres da nossa geração continuam enfrentando a guerra de todos os dias com a mesma bravura. Mas a realidade é bem outra. A primeira grande dificuldade que encontramos no papel de mulher e mãe 24 horas por dia e 365 dias por ano, é o de conciliar todos os afazeres que a vida de uma mulher jovem, com tantos direitos e deveres, exige. Não é novidade pra ninguém que ser mãe, esposa, filha, profissional, dona de casa, estudante e mulher, é tarefa árdua. Durante muito tempo a história da humanidade foi protagonizada por homens, e as mulheres foram deixadas à sombra da história. Querer fazer justiça a todos os direitos adquiridos durante anos de lutas pela igualdade de gênero, sem deixar de lado as atribuições de super mãe, esposa e dona de casa dedicada, é algo surreal! Até chegar ao nosso dia a dia foram várias as vitórias, agora não podemos nos dar ao luxo de reclamar ou fazer corpo mole. As cobranças são inúmeras, sempre tem um dos filhos cobrando aten-

ção, o marido cobrando que há tempos não saímos para aproveitar uma noite a sós, os amigos cobrando os furos nos últimos convites que nos fizeram, o chefe cobrando horário ou a finalização de um trabalho, a família cobrando um encontro... quando todos eles esquecem as cobranças, vem a nossa consciência cobrando planejamento e tempo, tempo para malhar, estudar, ler aqueles livros que estão na fila de espera, ler os jornais do dia, participar da política da cidade, do grupo da igreja, tempo para marcar uma consulta médica, tempo para levar os filhos para praticar atividades físicas, para começar a colocar em prática plano de voltar à vida acadêmica, arrumar tempo para um novo desafio... sim, porque a mulher que a história nos deu o direito de ser no século XXI, não nos permite estacionar. Fora tudo isso, muitas vivem numa constante crise entre ser mãe e trabalhar fora. Essa é uma das missões mais difíceis que a vida de mulher moderna já nos deu. É como se precisássemos ser duas ou três mães em uma só. Levar ao cinema, jogar um jogo de tabuleiro, alfabetizar, jogar bola, revisar e formatar os trabalhos escolares, levar na festinha do amigo, escutar todas as novidades do dia, fazer o jantar, orientar a empregada, ir ao mercado, padaria, médico, dentista, cinema, são só flashs do dia a dia de toda mãe. Lembrando que isso tudo é dever de casa, depois de horas de muito trabalho e trânsito maluco de todas as cidades. Nada se compara com a vida sofrida que as mulheres viviam antes de terem seus direitos garantidos. O pensador Jean Jacques Rousseau, séc.

XVIII, pregava a distinção entre os sexos, cada qual com determinada função na sociedade: aos homens cabia comandar e guiar o país e às mulheres cabia a vida da casa e a preparação dos filhos. Hoje vivemos num mundo onde a discussão em pauta é a paridade de gênero na política, onde os homens dividem os afazeres domésticos e a responsabilidade de educar e cuidar dos filhos. Quanta mudança! Mas mesmo com a vida agitada e corrida, ainda temos tempo para a felicidade. Depois de um dia exaustivo, surge lá do fundo, a mulher! Cheia de charme, doçura e sensualidade. O cuidado diário com o cabelo, unha, depilação, peso, celulite. Roupa adequada, exige um pouca mais do tempo. E é preciso deixar a chama acesa e o romance no ar. Ahhhh porque todas as mulheres tem que ter um pouco de Gabriela e de Garota de Ipanema, vamos ser honestas, homem nenhum quer acordar e dormir com uma “Amélia” todos os dias. E como disse Vinicius de Moraes... “As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental. É preciso que haja qualquer coisa de flor em tudo isso. Qualquer coisa de dança... É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche no olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso, que seja tudo belo e inesperado...” E assim vivemos essa guerra contra o tempo, que é pouco pra tantos afazeres. E depois de poucas horas de sono, o que resta é viver mais um dia, com bravura, doçura, beleza e força. Porque o tempo não para, continuamos conquistando espaço, mas o dia ainda tem só 24 horas!

Thaís Veríssimo é educadora com licenciatura em História, assessora parlamentar, mãe, esposa, filha, cidadã, dona de casa e mulher. thaisveri@hotmail.com


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Esporte

Murilo Uessugue

Brasília, uma academia a céu aberto O ano de 2013 sem sombra de dúvidas foi um ano muito especial para o esporte na nossa capital, tivemos muitas provas, muitos jogos, inclusive sediamos a abertura da copa das confederações com muito sucesso. Tivemos grandes eventos aberto ao público, motos voando alto na esplanada dos ministérios, lanchas voando baixo no lago Paranoá, vôlei de praia, entre tantos outros, eu como um apaixonado por esporte sempre estava em todos. Mas, na minha opinião, melhor do que assistir o esporte é praticar o esporte, e a nossa capital cada vez mais se mostra aberta aos esportes a céu aberto, o que acaba sendo uma grande vantagem para nós, atletas amadores, pois temos um céu único no nosso cidade. Lembro muito bem de comentar espantado com amigos esportistas, que em outras capitais acontecia três ou quatro provas de corrida de rua no mesmo dia, quem participa dessas corridas por aqui hoje em dia sabe que em um mesmo final de semana as opções são várias, tendo corrida para crianças, corrida para mulheres, caminhadas, provas curtas e longas, no asfalto ou na trilha, a corrida de rua tem sido um dos esportes mais praticados pelo brasiliense.

Aos domingos e feriados, a principal avenida da cidade fecha o trânsito, saem os carros do eixão e entram as bikes, skates, carrinhos de bebês, uma outra novidade para esse ano foi a faixa exclusiva para ciclista no eixo monumental, aos domingos e feriados podemos visitar os principais pontos turísticos de Brasília pedalando, congresso nacional, esplanada dos ministérios, catedral, torre de tv, estádio nacional, memorial JK, podemos visitar tudo isso sem descer da bicicleta. Pra quem curte a natureza do cerrado as opções também são inúmeras, temos bem próximo do centro cachoeiras lindíssimas, perfeitas para a práticas de esportes radicais como rapel, escalada, ou simplesmente uma caminhada até a cachoeira e um bom banho de água gelada pra recuperar as energias, as mais conhecidas pela galera do esporte são o Salto do Tororó, uma das cachoeiras mais próximas de brasilia, temos

também a Águas Correntes, também conhecida como Saia Velha, que fica na divisa do Distrito Federal com o Goiás. Outro lugar muito lindo e encantador é o Poço Azul, sendo uma das cachoeiras mais conhecidas, temos ainda as cachoeiras do Indaiá e do Itiquira, que apesar de não fazer parte do Distrito Federal, nós brasilienses já incluímos em nosso roteiro esportivo. Pra finalizar não posso falar de esporte a céu aberto sem falar do lago Paranoá, como diz em uma música de uma banda da cidade “mas pra quê eu quero o mar, se eu tenho o lago pra mim” a praia do cerrado hoje deixou de ser somente um cenário de lanchas, jet skys e outras embarcações com motor, esporte como Stand Up Padle (SUP ), Caiaque, Wind Surf, Wakeboard, tem colorido diariamente as águas do nosso lago, cresce cada vez mais o número de praticantes dessas modalidades.

“Uma outra novidade para esse ano foi a faixa exclusiva para ciclista no eixo monumental, aos domingos e feriados podemos visitar os principais pontos turísticos de Brasília sem descer da bicicleta.”

São muitas as opções, se você curte nadar ou uma caminhada na trilha experimente conhecer ou reviver o Parque Nacional de Brasíliia, conhecido como Água mineral, para quem prefere uma volta de bike, uma corrida, patins ou skate, o Parque da Cidade, considerado um dos maiores parques urbanos do país, conta com quadras de areia, quadras de vôlei, basquete, pista para corrida e faixa para ciclista.

Murilo Uessugue é personal trainer, proprietário da empresa Orla Você no Esporte, especialista em treinamento funcional e apaixonado pelo que faz. www.facebook.com/murilo.uessugue www.facebook.com/vocenoesporte.assessoriaesportiva


Brasília por Chico Sant´Anna

Obras que descostroem

Brasília A Praça Santos Dumont, que ficava à frente do Aeroporto Internacional JK é a mais nova vítima do avanço desmedido e impensado das obras projetadas para adaptar a Capital Federal à Copa do Mundo. Onde antes existiam espelho d’água, palmeiras e até um busto do Pai da Aviação, agora prevalece um grande e árido cimentado construído pelo consórcio Infraero/ InfroAmérica. Brasília é uma cidade jovem, mas já tem sua história, uma história intensa para seus poucos anos de vida. O problema é que Brasília, como todo jovem, não dá valor e não preserva sua própria história. A cada dia, a cada obra, a cada mudança urbanística, lembranças de um passado não tão distante vão se evaporando. Quem passeia no Núcleo Bandeirante, a antiga Cidade Livre, dificilmente irá encontrar lá um úni-

co exemplar dos barracos de dois andares que se espremiam pela cidade, colados um a um. Barracos imortalizados no filme Bye Bye Brasil. Na Vila Planalto, as antigas casas de madeira deram lugar a sobrados de alvenaria e o bucólico encanto particular da Vila vai se perdendo pela ação da especulação imobiliária. A cidade pede sua personalidade e se iguala qualquer outro emanhanrado de casas e sobrados existentes no país. Também na área tombada do Plano Piloto, a saga especulativa transforma em casarões que mal cabem em seus lotes as antigas casas construídas na W.3 Sul pela Fundação da Casa Popular – o BNH de Juscelino. Esta borracha que vai apagando a história da Nova Capital, principalmente de seus primórdios, fica mais afoita toda vez que o GDF dá início a obras viárias. E isso não é privilégio da atual administração, parece mais uma tradição.

Foi assim, quando interligaram as avenidas W.3 Sul e Norte. O parque de recreação, com rinque de patinação, pistas de aeromodelismo e tanques de navalmodelismo deram lugar ao viaduto atual. Os moradores perderam um local de lazer e recreação. Também quando da duplicação da Avenida das Nações, que os tecnocratas insistem em chamar apenas de L.4, apagando da memória das futuras gerações a denominação definida por Lúcio Costa para a principal via do Setor de Embaixadas, desapareceu um pequeno monumento. Era pequeno, mas importante: um bloco de mármore branco de três faces. Ele registrava a visita a Brasília, em fevereiro de 1960 – quatro meses antes da inauguração da nova capital -, do então presidente dos Estados Unidos, Dwigh Eisenhower, e o compromisso do mandatário norte-americano de nela construir


a representação diplomática de seu país. O marco desapareceu. Informações não oficiais indicam que no governo de José Roberto Arruda, seu vice, Paulo Otávio, a pedido da Embaixada dos Estados Unidos, retirou o monumento de onde foi inaugurado por Juscelino e Eisenhower e o cedeu à representação diplomática. Se for verdade, trata-se de um ato de privatização e desnacionalização de um monumento que deveria ser de toda a sociedade e não apenas dos poucos e raros brasileiros que entram na embaixada. Espaço Cósmico 81 No extinto Balão do Aeroporto – mais um ícone na cidade que foi desconstruído -, havia uma escultura, denominada Monumental Espaço Cósmico 81, de Yutaka Toyota. Exposta desde 1980, a obra em forma de cubo foi retirada para realização de reformas no local em meados de 2005 e nunca mais se viu. Agora, com as obras que dão fim ao velho bambolê da Dona Sarah, é difícil saber se algum dia ela retornará ao seu local. Também a Praça 21 de abril – alguém ai sabe onde fica? É na 707 Sul -, abrigava um busto em Bronze de Santos Dumont, o Pai da Aviação. A obra de arte voou há muitos anos e dela ninguém tem notícia. A recente agressão a Santos Dumont também no Aeroporto Internacional de Brasília foi desmesurada. As obras de ampliação do estacionamento podiam muito bem ter garantido a presença do busto em bronze. Nem que fosse uma pequena ilha para garantir a manutenção do monumento. Possuir duas ou três vagas a menos no estacionamento não faria nenhuma diferença. Mas não, o processo de apagar as memórias é mais forte do que os de sua preservação.

Brasília, cidade monumental, não cuida bem de seus monumentos. Um mau exemplo é a Praça dos Próceres, em frente ao gabinete do governador do Distrito Federal, ao lado da Praça do Buriti. Criada na atmosfera da Nova República por José Aparecido de Oliveira, tinha por objetivo homenagear lideranças que trouxeram a liberdade de seus povos no mundo inteiro, em especial os heróis latino-americanos. Originalmente eram dez estátuas e bustos construídos com material robusto, como bronze e concreto, mas se deterioraram e viraram alvo de todo tipo de vandalismo e abandono. Três imagens já não existem mais e segundo levantamento do jornal Metro, apenas o busto de José de San Martin, libertador de Argentina e do Peru, e Simón Bolivar contam com placas e bustos intactos. Simon Bolívar, o pai da Grã-Colômbia, foi um presente a Brasília do falecido presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Da peça em homenagem a Miguel Hidalgo, que libertou o México, só sobrou a placa. Coisa que o busto do ex-presidente chileno, Salvador Allende, perdeu junto com parte da armação dos óculos. O local está se transformando num ponto de uso de drogas, nas barbas do Poder. Pouco mais acima, em frente ao memorial JK, até Juscelino Kubitschek virou alvo de agressões na cidade que criou. Os símbolos religiosos também são alvo da depredação. É o caso do conjunto de orixás instalados na Prainha do Lago Paranoá, réplicas de outro conjunto existente em Salvador. As imagens foram recentemente recuperada após terem sido incendiadas com ajuda de pneus. Mesmo após a restauração, a imagem fixada na entrada de Santa Maria, é alvo constante de depredação. Solarius

Talvez o maior exemplo de descaso e abandono das obras de artes e monumentos no seja o Solarius, popularmente conhecido como Chifrudo.Com seus dezesseis metros de altura, ele marca a entrada do Distrito federal às margens da BR-40. Trata-se de uma obra do escultor francês Ange Falchi em homenagem aos candangos que vieram construir a Capital Federal. O Solarius, doado em 1967 pelo governo francês a Brasília, foi idealizado a partir das informações vinculadas pela imprensa francesa sobre o movimento de migração dos brasileiros de todas as regiões a fim de construírem a Capital Federal. Feita em aço, ferro, chapas galvanizadas, lã de vidro e plástico, a escultura foi considerada por seu autor como sendo o “símbolo do Pioneiro Indômito, que conquistou a região agreste e pungente do Planalto Central”. Como muitas outras obras de arte, está abandonada e não há nenhum esforço das autoridades educacionais e culturais em fazer com que o brasiliense tenha a importância do que aquela obra de arte simboliza. O GDF não sabe quantos são e onde estão as imagens e estátuas existentes no Distrito Federal. Não há um cadastro de monumentos. O jornal Correio Braziliense, em 2012, contabilizou 31 imagens apenas no Plano Piloto. “A maioria encontra-se em péssimo estado. Algumas esculturas estão com rachaduras e partes quebradas. Também tiveram pedaços arrancados ou acabaram destruídas” afirmou o jornal à época. Como diz o dito popular, “povo sem história, é povo sem memória, é povo sem futuro” e o segredo do futuro de Brasília, talvez esteja em suas raízes em sua razão de ter sido construída e de ser. Olhar e preservar o passado pode ser a melhor maneira de se preserva a qualidade de vida no futuro.

Chico Sant’Anna é jornalista diplomado, documentarista, atua em TV, é pesquisador acadêmico. Mestre pela Faculdade de Comunicação da UnB, com pesquisa na área de “imprensa e integração latino-americana” e Doutor em Ciências da Informação e Comunicação pela universidade de Rennes 1 - França, com pesquisa em Comunicação Pública. Também publicou livros como “Mídia das Fontes”. blogdochicosantanna@gmail.com


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Loucuras de Jú

O pormaior da minúcia

Juliana Vidal

Gente paradoxal, dificilmente consegue tomar decisões. Quase sempre me considero uma pessoa indecisa. Alguns dizem que é típico do libriano (não sei se quero culpar meu signo). Mas o fato indiscutível, é que sou indecisa. E talvez por isso, não consigo decidir o que mais gosto em você. Sei que não preciso, mas as vezes me pego pensando nisso... Não sei se seu queixo de foice, sua boca macia, seus cabelos despenteados, seu prazer ao comer revirando os olhos, ou sua samba-canção de mm furada! Morro na dúvida do que mais gosto. Mas ontem percebi uma coisa que adoro de verdade: sua atenção aos detalhes. Quem me conhece, sabe que gosto de observar os detalhes, que imediatamente, transformam-se em textos em minha cabeça. E confesso que pessoas que gostam de detalhes, me impressionam. Muito embora saiba o quanto é raro gente assim, as vezes procuro essa característica nas pessoas. Gente atenta, é gente rara! E quando a atenção aos detalhes, acontece as vezes e não sempre, de forma sistemática, torna você mais raro ainda. Um “bruto míope que enxerga detalhes”. E isso também me encanta! (estou apaixonada ou é impressão minha?). Seu “as vezes”, me desperta uma curiosidade quase mítica e me proporciona a delícia da pessoa diversa que há em você. Ah... Sou uma paradoxal incorrigível e assumida, mas o que é essa sua cara rock n’ roll e blasè, confundindo meu riso mais natural?

Seja pensando em arrumar a mesa de jantar na sala, pegando as taças de cristal guardadas na caixa ou colocando nossas escovas de conchinha, vejo coisas suas, tão suas, que na verdade, nunca estiveram ocultas e sempre existiram ali. São suas. É o que você é. E no meu gostar das coisinhas, ainda gosto da delícia de achar que te conheço bem, pela clareza das suas ações e pela espontaneidade das palavras que simplesmente saem... Mas sempre mantendo o prazer de me surpreender com o que não conheço da sua alma. E ah... Como são boas as surpresas diárias! Como nos livros de fotografias que mesclam imagens de olhares diversos, são suas facetas em minhas lentes. Degustando whisky usando um casaco pesado de Londres; ou com uma camisa amarrotada e lavando a louça de ontem, você é sempre o mesmo. Visto por todas as lentes de todos os fotógrafos do mundo, ainda é o mesmo.

Sua simplicidade com garfos e facas dentro de uma mente tão inquieta e confusa, buscando a contradição, o contraponto, também faz parte deste misto de partes encantadoras que me seduzem. E você? Já gostou dos detalhes de alguém? Minha proposta para hoje, é despertar a observação dos amantes. Tenta observar a pessoa que está com você, ou até mesmo da pessoa que não está. Anote, leia, curta os detalhes de um outro alguém e depois me conta como foi isso... Não sei se muita gente curte a proposta. Mas se tentar, garanto: não vai se arrepender. Viver é o que me importa! “E no meio de tanta gente eu encontrei você... Entre tanta gente chata sem nenhuma graça...” (Marisa Minha aos Montes)

Juliana Vidal é amadora em tudo que faz. Como amadora, exerce algumas funções distintas e interligadas. Nasceu escritora mas é só um detalhe. Acorda mulher e toma café (hj em dia não mais). Saí para trabalhar assessora parlamentar de comunicação e é sua atual ocupação; passa a tarde tentando ser advogada e acreditando em mais essa faceta definitiva. E passa o dia todo como mãe. No fim do dia, a escritora-mulher-comunicadora-advogada-mãe, vai buscar os filhos na escola. Carinho, beijo, jantar, ceia... e é quando as luzes se apagam que ela volta a ser apenas... Juliana... aí, já é hora de dormir...


CidadeCULT

Justiça e Cidadania

Carlos Eduardo Rios do Amaral

Sogra é para sempre

O nosso atual Código Civil, vigente desde Janeiro de 2003, estabelece que o parentesco poderá ser natural, se resultar de consanguinidade, ou civil, se resultante de outra origem. Cada cônjuge será aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. O parentesco pela afinidade se limitará aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge. Assim, sogros, enteados e cunhados serão seus parentes por afinidade. Interessante observar que o Código Civil é claro ao dispor que na linha reta – ou seja, quanto ao seu sogro e à sua sogra –, a afinidade não se extinguirá com a dissolução de seu casamento. Razão pela qual seus sogros serão, eternamente, seus sogros, até o último suspiro de cada um. Mesmo que você se case de novo com outra pessoa. Durante todo esse tempo, acaso você se apaixone por sua sogra, pode ir desistindo. O mesmo Código não permitirá, mesmo divorciado, que você se case com sua sogra. Tenha ou não dado netos a esta última senhora. Senão, vejamos: “Art. 1.521. Não podem casar: II - os afins em linha reta”. Caso isso venha a acontecer, esse casamento será dado como nulo. E essa ação será imprescritível. Por esses motivos, antes de se casar, conheça bem sua sogra, tanto quanto sua noiva. Ela poderá vir a ser a última ou a primeira pessoa que você queira estar ao lado em sua vida. E não adianta vir pedir perícia para dizer que sua sogra não presta ou que a mesma é melhor que a filha, o juiz não aceitará esse argumento.

Compartilhar mensagem ofensiva no Facebook é crime De início, bom registrar que o melhor título desse modesto artigo seria “Compartilhar mensagem ofensiva no Facebook ‘também’ é crime”. Mas para não extrapolar o limite de caracteres, melhor deixar como está sem o advérbio de inclusão. Explico, para o leigo no juridiquês haveria três condutas ofensivas à honra de alguém, quais sejam, a calúnia, a difamação e a injúria. Assim, todo aquele que pessoal e diretamente assacasse palavras, escritos, gestos ou sinais em detrimento da honra de outrem, responderia por algum daqueles crimes. E está correto esse raciocínio, é assim mesmo que funciona a lei. Acontece que, muitas Décadas antes da invenção da Internet, nosso Código Penal de 1940 - ainda vigente - possui, dentro de seu capítulo que dispõe sobre crimes contra honra, no que diz respeito apenas à calúnia, a seguinte observação: “Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga”. Propalar é tornar público, vasto ou intenso, difundir, divulgar ou propagar. Divulgar seria tornar público, dar a saber a muitos, difundir, propagar, vulgarizar, fazer chegar ao conhecimento de muitos, espalhar, fazer conhecer ou promover. E quando você compartilha algo no Facebook, qualquer coisa, é isso que se está fazendo, propalando ou divulgando o assunto. Se acaso o compartilhamento for de uma falsa acusação contra alguém, você estará propalando ou divulgando uma calúnia e, assim, também responderá pelo crime. Claro, desde que você ao compartilhar o assunto tenha conhecimento da falsidade dessa acusação. Quanto a difamação e a injúria o Código Penal se silencia a respeito de sua propalação ou divulgação. Estando desautorizada a analogia prejudicial contra o acusado em Direito Penal. O que não talvez não impeça o ajuizamento de ação cível indenizatória. Mas, aí, já é outra história. O suposto ofendido deverá demonstrar que não houve mera intenção de narrar, de informar, mas, sim, vontade livre e direta de ofender a honra de outrem. Mas vivemos numa Democracia, aonde o povo luta pela transparência da política, pelo respeito ao consumidor, pelo acesso à saúde, pela melhoria da educação, pela caça aos corruptos e tantas outras batalhas da cidadania. O povo está nas ruas e delas não sairá mais. O Facebook e as demais redes sociais se transformaram na voz dos excluídos e daqueles que até pouco tempo não tinham assento nos palácios suntuosos de nossos isolados governantes e seus bajuladores. Esse desejo de um Brasil mais justo e igualitário pode e deve ser compartilhado nas redes sociais, passando distante de qualquer caracterização de ilícito.

Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público do Estado do Espírito Santo edu.riosdoamaral@gmail.com


CidadeCULT

Sociedade

Luciana Porto

EM COMEMORAÇÃO À REPÚBLICA No dia 15 de novembro de 1889 era registrado o fim do Império e a Proclamação da República. Hoje, há mais de um século, vimos com o despertar de novas manifestações, que a população ainda está em busca de um sistema republicano mais democrático, justo e participativo. O fato é que as reinvindicações continuam e, muitas vezes, se assemelham ao longo da historiografia brasileira. Se o aumento das passagens gerou indignação este ano, não menos revoltante foi quando a população boicotou o imposto sobre as passagens dos bondes, na Revolta do Vintém, que revelou nas décadas de 1880 a 1900 grandes polos de mobilização da classe trabalhadora em relação ao transporte urbano. Assim, desde que foram propagadas as ideias republicanas, mesmo que se tenha falado de comodismo e da falta de interesse em relação à política, não podemos afirmar que tínhamos um marasmo político. Ao contrário, havia uma efervescência de pensamentos e ideologias, que atualmente é percebida entre aqueles que buscam a cidadania, a reforma política e a atuação do Estado e de suas instituições no que se refere à educação, à saúde, às relações de trabalho e a uma série de políticas públicas que, mesmo asseguradas em nossa Constituição Federal, não garantem uma vida digna a todos os brasileiros. Conforme José Murilo de Carvalho, se a República não republicanizou a cidade, então devemos nos perguntar se este não seria o momento de a cidade redefinir a República segundo o modelo participativo que lhe é próprio, que lhe é merecido. O sentimento de insatisfação revela que não estamos aptos a uma política de “pão e circo”. Foi o futebol, o carnaval e o samba que nos deram uma identidade nacional, sendo ícones de paixão brasileira e até mesmo estrangeira, mas não vivemos apenas de diversão. Paulistanos, cariocas, brasilienses, mineiros e citadinos de todas as regionalidades do país mostraram que estão conscientes de seus direitos e deveres e que possuem capacidade de organização para agirem em defesa de seus interesses, quando estes entram em conflito com seus valores, tradições e costumes. Os brasileiros não estão satisfeitos com os escândalos de corrupção, com o tratamento que recebem nos hospitais públicos, com a educação que lhes é oferecida, com a desigualdade social e econômica, com os gastos exorbitantes realizados com o dinheiro público, entre vários fatores que poderíamos enumerar como motivos de vergonha, num país com grande capacidade de desenvolvimento como é o Brasil. Sendo assim, o descontentamento permitiu que o povo voltasse às ruas como muitas vezes já o fez. Contudo, a inquietação permanece após vermos os ânimos acalmados, num cenário de aparente normalidade e de poucas mudanças. Mesmo assim, a adesão à cultura democrática ilustra que o Brasil está rompendo com o modelo de governança que aceitou por muito tempo uma política democrática neutralizada por uma determinada elite. Porém, ainda pedimos a “revolução governamental” que a República ainda não foi capaz de realizar. Todavia, cabe refletirmos a respeito de qual é a revolução que queremos para o próximo ano, já que se aproximam dois grandes acontecimentos: a Copa do Mundo e as Eleições Presidenciais. De um lado o futebol e do outro a política, uma escolha que envolve a responsabilidade coletiva.

Referências Bibliográficas: CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados. O Rio de Janeiro e a República Que não Foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. MATTOS, Marcelo Badaró. Escravizados e livres: experiências comuns na formação da classe trabalhadora carioca. 1. ed. Rio de Janeiro: Bom Texto, 2008.

Luciana Porto é brasiliense, consultora em processos conferenciais pela Universidade Federal de Santa Catarina, com bolsa de pesquisa no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA e Licenciada em História. lucianna_porto@hotmail.com


Política Cidadã

Roberta Li

VOTO NÃO É ARMA DE PROTESTO, É ARMA DE DECISÃO. Você sabe o que é o voto? O voto é uma decisão. E ponto final! Decisão?? Ponto final?? É o ponto alto do exercício da democracia, assim, muitos acreditam e afirmam e teorizam. O voto é o ponto inicial da responsabilidade do eleitor, responsabilidade que não termina na urna Sua origem? Atenas! Ahh...,os gregos, sempre os gregos, batem o pé sobre a gestação do voto e seu nascimento lá. E os romanos? para não ficarem sem participação neste nascimento histórico, inventaram a urna eleitoral, criaram um berço pro voto. Outros dizem que não foi lá, que foram os celtas, antigo povo do noroeste europoeu. Mas não vou discutir com os gregos! No Brasil, o voto surgiu poucas décadas após sua descoberta por Cabral. A primeira vila do país, São Vicente, fundada na colônia portuguesa, em São Paulo, elegeu um Conselho Municipal. A presença de autoridades do Reino nos locais de votação era proibida, para evitar intimidações. As eleições eram orientadas por uma legislação de Portuguesa chamada de: o Livro das Ordenações de 1603. As votações foram locais de âmbito municipal até 1821. Como não havia uma lei eleitoral nacional, foram usados os dispositivos da Constituição Espanhola para eleger 72 representantes junto à corte portuguesa. Isso porque Portugal estava sob domínio espanhol por ocasião do Império de Castilla. Os eleitores eram os homens livres e, diferentemente de outras épocas da história do Brasil, os analfabetos também votavam. Os partidos políticos não existiam e o voto não era secreto. Devemos, porém, lembrar de que negros e mulheres não votavam..

Esses homens livres, votantes, eram chamados “homens bons”, expressão que designava, gente qualificada pela linhagem familiar, pela renda e pela propriedade, bem como pela participação na burocracia civil e militar da época. A expressão “homens bons”, posteriormente, passou a designar os vereadores eleitos das Casas de Câmara dos municípios. Tá aí o ponto final? Não! Nunca o Brasil viveu tamanho sentimento de arrependimento de voto e nem tanta exposição e descoberta da corrupção institucionalizada. Todos se perguntam: cadê os homens bons? E muitos respondem: não existem! Só tem bandido! A nossa legislação que permite votar e ser votado é ampla. As conquistas de uma constituição escrita e o exercício do voto para todos, os direitos políticos, deveriam ser comemorados a cada ano eleitoral e não serem rechaçados como coisas ruins que não fazem parte da vida dos brasileiros. E se não tivéssemos o voto? Como seria? Lembro que algumas eleições atrás, cidadãos de vários estados, não levando a sério a sua decisão eleitoral, resolveram votar brincando, sem compromisso e começaram a eleger figuras radicais e do meio artístico sem representação social. E o resultado? Voto virou ARMA DE BRINQUEDO!! Ahhh, podemos eleger qualquer um e qualquer um pode ser eleito! É isso mesmo! Você que pensa assim está certíssimo! Se você pode eleger qualquer um, porque não eleger, então, uma pessoa de bom senso?

E ao invés de achar que o voto é uma arma de protesto sem protestar, olhe a realidade: o voto é uma ARMA DE DECISÃO, decisão individual e única, personalíssima. Influenciável, é verdade! Pela mídia, família, amigos, pesquisas e pelos próprios candidatos, mas só você é quem aperta a tecla verde da urna. Que tal parar de tentar achar culpado pra tudo, reclamar de tudo e começar a pensar em decisões e mudanças? 2014 está aí, será um ano cheio de eventos e um deles é a eleição. Vamos exercitar o voto como ARMA DE DECISÃO? Escolha seus candidatos pelo o que eles podem, junto com outros, realizar, para melhorar a qualidade de vida de muitos, não só a sua! O voto não acaba na urna! Tem consequências, continua com acompanhamento, fiscalização do seu representante e controle da execução do dinheiro público. Seu dinheiro! E se você não quer que o voto seja obrigatório, para realmente ser livre em suas decisões, acompanhe a agenda legislativa do Congresso Nacional. Estamos perto de uma reforma política, e essa proposta inclui a não obrigatoriedade do voto. Vai ficar de braços cruzados? Ou vai tomar uma atitude? Acredite! Conheça! Compare! Decida! Vote! Você tem uma ARMA DE DECISÃO na ponta dos dedos. É seu direito votar e é uma obrigação escolher bem; porque de tijolo em tijolo é que se constrói um castelo.

Cf. História do Voto in: http://www2.camara. l e g . b r / c a m a ra n o t i c i a s / n o t i c i a s / 9 3 4 3 9 - C O N H E CA-A-HISTORIA-DO-VOTO-NO-BRASIL.html Cf. Eleições no Brasil: A história do voto no Brasil in: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/cidadania/ eleicoes-no-brasil-a-historia-do-voto-no-brasil.htm

Roberta Li é brasiliense, formada em marketing político e eleitoral, sócia da Polis Marketing político e analista de pesquisas eletoriais. robertaa.li29@gmail.com


Leve o verão mais coração #VERAOMAISCORACAO #VERAOMAISCORACAO #VERAOMAISCORACAO #VERAOMAISCORACAO



o olhar fotográfico de BRENO GALTIER Com jeito tímido e ar sério o fotografo brasiliense se diverte enquanto trabalha, já que consegue envolver no seu job suas duas maiores paixões: fotografia e música. Com um portfólio que já impressiona, Galtier que até pouco tempo fotografava da platéia, hoje já tem acesso ao palco e bastidores, resultadodo seu portfólio que mesmo em construção já tem fotos impressionantes - tanto de músicos quanto da platéia - mostrando seu diferencial já que consegue captar e congelar a emoção de um momento num click. Qual o seu lugar preferído em Brasília? O lugar que eu mais gosto em Brasília sem dúvida é o CCBB. Além de ser um lugar muito bonito, gosto dos eventos e exposições culturais que sempre tem por lá.

Qual, vc considera, o seu melhor trabalho até hoje? Escolher o meu melhor trabalho eu acho que é algo muito difícil, gosto bastante de vários trabalhos que eu já fiz, mas creio que talvez as fotos do show do Paramore seja as melhores, além de ter sido as que mais foram visualizadas.

teza foi o do Green Day em 2010. Não foi um show no qual eu estava fotografando, mas por ser muito fã da banda eu fui apenas para curtir. A energia e a interação que os integrantes tem com o público fez com que esse seja, sem dúvida, um dos melhores shows que eu já fui até hoje.

Qual foi o seu show inesquecível? O meu show inesquecível com cer-

Rodrigo Amarante, Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A Banda Mais Bonita da Cidade,

Terraço Shopping.

Marcelo Camelo, Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Móveis Coloniais de Acaju, Museu Nacional da República.

Tiago Iorc, Teatro Oi Brasília.


“Comecei usando câmeras fotográficas de familiares, fotografando-os juntamente de amigos. No entanto, foi só quando finalmente eu ganhei a minha própria compacta que comecei a fotografar tudo que via pela frente, pesquisando cada vez mais sobre o assunto. Acabei, então, tornando-me um grande amante da fotografia (...) A variação de luzes, o movimento e a emoção que o artista transmite no palco é o que me interessa cada vez mais.”

Zeca Baleiro, Festival Toca Raul.

Nando Reis, Green Festival

Breno Galtier em entrevista ao portal Música Pavê


Coleção 2014 é na

Lillac

Gama Shopping | 3384-8300


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