o cineasta brasiliense
Renée Sampaio seu primeiro longa-metragem Faroeste Caboclo
Programe-se Exposições Shows O Maior São João do Cerrado Porão do Rock
Colunas
Monclair Camarotta Juliana Vidal Marcelo Pires Roberta Dalcol Cristiano Porfírio Roberta Li Murilo Uessugue Luciana Porto Mauro Pinheiro Chico Sant`Anna
Sumário
agosto de 2013
06 Exposições | Brasília Exposições retratam momentos da história da Capital Federal
07
ShowBiz | coluna| Roberta Dalcol Shows internacionais na agenda do brasiliense
08
Música Programe-se para dançar, cantar...
09
Na Rota do Rock | coluna | Cristiano Porfírio Editor de um dos melhores portais musicais do DF assina coluna
10
Distrito Federal | Aconteceu
13
Logo Alí | Pirenópolis
17
Esporte | coluna | Murilo Uessugue Proprietário da “Orla. você no esporte” fala sobre a importância do exemplo
18
Urbanismo| coluna | Lilia Saraiva
19
Política Cidadã | coluna | Roberta Li
23
Relembrar | coluna | Mauro Pinheiro
26
René Sampaio | entrevista | Faroeste Caboclo
O cineasta brasiliense fala sobre como surgiu a ideia de rodar o filme que adaptando uma canção de Renato Russo bateu recorde de bilheteria do cinema nacional em 2013.
CidadeCULT
Editorial
Agosteando umas páginas por aí Certa vez li que cada dia que nasce é um folha branca, onde podemos desenhar o trecho da nossa história. Veja mais componentes no cenário, porque às vezes a folha foi rasgada, rasurada, remendada. Às vezes a folha levou um banho do achocolatado no café da manhã. Há dias em que não acho uma caneta para riscar nada, e noutros só encontro aquarela cor-de-rosa. Às vezes a folha já está completamente preenchida. Mas sim, podemos desenhar a maior parte da nossa história, rasgar capítulos que devem ser esquecidos, plastificar páginas que estão frágeis... Construímos sim a maior parte do roteiro que direciona o nosso filme. Nesta edição a gente lê um pouquinho sobre René Sampaio, o brasiliense que tem desenhado muito bem suas folhas, escrevendo uma história de talento e sucesso para a publicidade e o cinema brasileiro, e já internacional, com destaque para seu primeiro longa-metragem que lotou os cinemas pelo Brasil, Faroeste-Caboclo, que – se ainda não assistiu – é um ótimo motivo para ir ao cinema. E por falar em bons motivos para sair de casa, agosto os presenteia com lindas exposições sobre Brasília. “O Império em Brasília” conta a história dos 190 anos da assembleia constituinte de 1823, em pinturas , esculturas e objetos. O Brasília Shopping expõe as fotografias do concurso “Brasília – Monumento à Céu Aberto”. E a superespecial exposição “Brasília – Meio Século da Capital do Brasil” é agraciada com um livro-arte especialmente para a edição França, onde esteve neste ano, a ser lançado na Torre de Tv Digital no dia 21 de agosto, pela curadora da exposição, Danielle Athayde. Mas se a onda é estampar folhas e folhas de forró, tem o superevento “O Maior São João do Cerrado”, de 07 a 11 de agosto, com centenas de shows e atrações numa cidade cenográfica, construída na área do antigo Ceilambódromo, que abriga além de um palco com tecnologia mapping 3D, um sítio, uma cidadezinha do interior com coreto, circo e parque de diversões. Entre os shows, destaque para Alceu Valença e Elba Ramalho. Para quem quer colorir uma página com novos ares, a sugestão (que nunca fica ultrapassada) é dar um pulinho em Pirenópolis... E fechando o caderninho das páginas de agosto, dá para rabiscar o rock´n roll em seus gêneros diversos, no delicioso “Porão do Rock”, dias 30 e 31. Desejo que suas páginas tenham ótimas histórias, contos criativos, finais felizes, gargalhadas entre amigos, chocolate e muito amor! Boa leitura e até a próxima, quando vamos setembrear... Renata Nogueira Batt Editora renatabatt@gmail.com | editorial@cidadecult.com.br
Expediente / Ficha Técnica A revista CidadeCULT é uma publicação da agência Dois Eixos comunicação. Jornalista responsável: Renata Batt DRT 7160-DF Projeto editorial, diagramação e redação: Dois Eixos comunicação. Revisão: Luciana Porto e Marisa Orta. Gráfica Charbel- tiragem aproximada 20.000 Contato: Roberta Fernandes | bitanandes@gmail.com | publicidade@cidadecult.com.br Sugestão para reportagens e entrevistas: redacao@cidadecult.com.br *Conteúdos, artigos, anúncios e cartas são de responsabilidade de seus autores.
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61) 8424-5002
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todas as crianças menores de 5 anos devem comparecer ao posto de vacinação para atualização da caderneta. Melhorar sua vida, nosso compromisso. Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
CidadeCULT
ExpoCult
O sétimo país a receber a exposição, que conta a história de Brasília, foi a França, e essa edição resultou numa publicação que traz além de textos, em português e francês, de personalidades que fizeram parte da criação de Brasília, imagens incríveis. Patrocinada pela Petrobras, a publicação que já foi lançada na França, terá çançamento no Brasil, no dia 21, na torre de TV Digital em Brasília. A cerimônia é fechada, mas livros serão destinados à bibliotecas públicas do Distrito Federal. Para sabe mais sobre a exposição e o livro acesse: www.brasilia50.info
Divulgação
O Império em Brasília: 190 Anos da Assembleia Constituinte de 1823 O Salão Negro do Congresso Nacional abriga de 08 de agosto a 20 de outubro, pinturas, esculturas, objetos decorativos, armas, condecorações e manuscritos da época do Império. As peças, que pertencem ao acervo do Museu Imperial de Petrópolis (RJ), poderão ser visitadas pelo público, gratuitamente e com classificação indicativa livre. A mostra é resultado do trabalho conjunto entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus e a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), instituição de ensino que fomenta a educação, a arte e a cultura. Mais informações pelo telefone 0800-619619 ou pelo e-mail exposições@camara.leg. br. (Horário: de 09h às 17h)
Brasília - Monumento a Céu Aberto
No mês da fotografia o Brasília Shopping homenageia, com essa exposição, os fotógrafos que retratam nossa cidade e seus monumentos, por meio de um olhar único e poético. “Brasília. Monumento a Céu Aberto” é uma mostra fotográfica que reverencia os monumentos da cidade e conta com 16 fotografias / obras de arte, cada uma impressa em papel fotográfico especial em tiragem única, emoldurados em vidro, que serão assinadas pelos artistas, donos do olhar. Talk Shows: das 19h às 21:30 20/08 (terça-feira) - Patrick Grosner X José Maria Palmieri 26/08 (segunda-feira) - Daniela Cadena X Lula Lopes 03/09 (terça-feira) - Joana França X Diego Bresani 09/09 (segunda-feira) - Vitor Shietti
Fábio Colombini
Exposição Brasília - Meio Século da Capital do Brasil resulta em livro bilingue
CidadeCULT
ShowBiz
Brasília finalmente entrou para o circuito de shows internacionais. A cidade que projetou nacional e internacionalmente músicos como Renato Russo e Cássia Eller e as bandas Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Plebe Rude e Legião Urbana hoje figura entre as capitais que recebem artistas mundialmente famosos. Um dos grandes responsáveis por fazer da cidade também a capital do rock foi produtor brasiliense Rafael Reisman Reisman que decidiu fazer de Brasília parte do circuito da música no país, deslocando um pouco o eixo Rio-São Paulo-Porto Alegre. Então promoveu o Brasília Music Festival, com a vanguarda do rock mundial.Segundo a agência brasil Rafael Reisman afirma que: “O Brasília Music Festival nasceu de um sonho. Tudo começou em 1990 quando acompanhei em Los Angeles o empresário Roberto Medina na produção do Rock in Rio II. A partir daquele evento, o Rio passou a ser a porta de entrada para as grandes turnês sul-americanas. Hoje o Brasil é um dos países mais respeitados no show bizz mundial.” Em 2003, um dos maiores festivais já realizados no Brasil, com um publico de 190 mil pessoas.O “Brasília Music Festival” trouxe, ao planalto central, o som de SimplyRed, Alanis Morissette, The Pretenders, Live, Titãs, Jota Quest, Ultraje a Rigor, Fernanda Abreu e o anfitrião Capital Inicial. E para a feliciadade dos Brasilienses, o evento colocou Brasília definitivamente no mapa do rock mundial.
Roberta Dalcol edita o blog musical Vinil Via Cortex bitanandes@gmail.com
Roberta Dalcol
Aerosmith - 23 de Outubro A banda norte-americana de rock Aerosmith será a principal atração do primeiro evento internacional do novo Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília. Liderado pelo vocalista Steven Tyler e pelo guitarrista Joe Perry. Fechando a noite, terá ainda show com a banda de hard rock britânica Whitesnake. A turnê brasileira em 2013 prevê também shows no festival Monsters of Rock, na capital paulista, e no Rio de Janeiro, também em outubro.
Jazon Mraz, Ivete Sangalo e Stevie Wonder - 07 de dezembro O Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB apresente o Circuito Banco do Brasil. O projeto contará com shows de Stevie Wonder, Jason Mraz, Ivete Sangalo e Capital Inicial. O evento também contará com Baile do Simonal, Criolo, Taboo(ex- integrante da banda Black Eyed Peas), a banda Ask 2 Quit e a Copa Brasil de Skate Vertical. O circuito do Banco do Brasil também acontecerá em outras capitais do país, com datas e preços de ingressos diferenciados. Em Brasília a inteira custará R$ 240 e a meia, R$120. A venda dos ingressos começou em julho no site Ingresso.com
www.vinilviacortex.blogspot.com
CidadeCULT
Musica Brasília POP Lulu Santos e Nando Reis são as principais atrações do Brasília Pop, que acontece dia XXXXCom MPB, rock e pop o Brasília POP traz ao palco da Capital Nando Reis e Lulu Santos. Baixista, cantor e compositor, Nando Reis ficou conhecido na banda Titãs e, em carreira solo, coleciona sucessos como All Star, Por onde andei, Relicário e Luz do olhos. O cantor se apresenta na cidade com a turnê do seu sétimo disco solo, Sei, lançado em 2012. O carioca Lulu Santos, conhecido pelo Rythym and Blues (R&B) genuinamente brasileiro, compôs dezenas de canções como Um certo alguém, Tempos modernos e Como uma onda no mar. O artista viaja, agora, com o show Toca Lulu. | Informações: (61) 3342-2232. | Não recomendado para menores de 16 anos.
Patrícia Rezende Patrícia Rezende canta “Aquela Paz” com releituras de músicas cristãs. Dia 14 de setembro, às 21h Local: Teatro Oi Brasília
30 e 31 de agosto (sexta e sábado) Local: Estacionamento do Estádio Mané Garrincha (Eixo Monumental) Programação completa de shows: SEXTA-FEIRA (30/8) PALCO UNICEUB 18h – Penteando Macaco (DF/GO) 19h10 – The Galo Power (GO) 20h20 – Dead Fish (ES) 22h – Nem Liminha Ouviu (SP) 23h10 – Alf (DF) 1h20 – Leela (RJ)
SÁBADO (31/8) PALCO UNICEUB 17h30 – Saurios (DF) 18h40 – Supercombo (ES) 19h50 – Sexy Fi (DF) 22h – Uh La La (PR) 23h10 – Mark Lanegan (EUA) 0h50 – The Mono Men (EUA)
PALCO BRB 18h35 – Dualid (DF) 19h45 – Kita (RJ) 21h25 – Banda de La Muerte (Argentina) 22h35 – Selvagens a Procura de Lei (CE) 0h – Capital Inicial (DF) 1h55 – Matanza (RJ)
PALCO BRB 18h05 – The EgoRaptors (DF) 19h15 – Rocca Vegas (CE) 20h25 – Os Paralamas do Sucesso (RJ) 22h35 – Na Lata (DF) 0h15 – Rios Voadores (DF) 1h55 – Lobão (RJ)
PALCO BUDWEISER 19h05 – Cadibóde (DF) 19h55 – Falls of Silence (DF) 20h45 – Kábula (DF) 21h35 – Devotos (PE) 22h55 – Os Maltrapilhos (DF) 23h45 – Test (SP) 0h50 – Soulfly (EUA)
PALCO BUDWEISER 19h – Pastel de Miolos (BA) 19h50 – Prisão Civil (DF) 20h40 – Unconscious Disturbance (SP) 21h30 – Krisiun (RS) 22h50 – Galinha Preta (DF) 23h55 – Leptospirose (SP) 1h – Suicidal Tendencies (EUA)
Beyonce A diva pop Beyonce volta ao Brasil com a turnê “The Mrs. Carter world tour” para quatro apresentações no Brasil. Em Brasília o show acontece dia 17 de setembro, no Estádio Nacional Mané Garrincha.
Jorge Aragão e Raça Negra Dois fortes nomes do samba tocam na AABB, dia 13 de setembro às 22h, no O Grande Encontro de Samba com Jorge Aragão e Raça Negra
Recanto com Gal Costa A turnê “Tour Recanto” traz a diva Gal Costa à Brasília no dia 01 de serembro, com onze canções de autoria de Caetano Veloso, que dirige o show com Moreno Veloso. Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo e violão) acompanham Gal no palco. No repertório antigas canções que fazem um retrospecto de várias fases da cantora como a tropicalista de Baby, a fatal de Vapor barato, a índia de Da maior importância, a tropical de Força estranha, e a popular de Um dia de domingo.
CidadeCULT
Na Rota do Rock
Cristiano Porfírio
A vida sempre será com música Quando fui convidado para escrever uma coluna fixa sobre música na revista “CidadeCULT” fiquei ultra lisonjeado com o convite, mas também preocupado. Qual seria o ponto de interesse para que os leitores dessa conceituada publicação perdessem (ou ganhassem) algum tempo lendo minhas percepções sobre o assunto?
presas boas e ruins acontecem a todo instante quando o tópico vigente é a descoberta de novos artistas e suas composições. Não farei julgamento de valor, deixarei para você leitor, avaliar se determinada canção é ruim ou boa. Afinal, música boa é o que te diverte, te conquista, mesmo sendo ruim [risos]. Isso soou dúbio, né?
Bem, acho que a resposta certa é: escreva sobre textos e assuntos interessantes que os leitores farão a sua parte, que é ler. Então vamos em frente!
O processo evolutivo é algo que acompanha toda a cadeia produtiva da música. Músicos, equipamentos, estilos e dispositivos pessoais evoluem. Antes as canções eram saboreadas por discos de vinil, fitas cassete ou pelas rádios. Ao inventarem o walkman, as fitas cassete e a liberdade fizeram com que a música tomasse as ruas.
Minha vida não teria sido a mesma sem a música. O fato é que preciso de trilha sonora no meu dia a dia. Já curti, divulguei, produzi e interagi de várias formas possíveis. Viajei em mini turnês com bandas como Capital Inicial, Plebe Rude e Biquini Cavadão. Já discuti no tête-à-tête com astros do rock nacional por achar que estava com a razão e olha, ainda acho que estava. Para quem insiste em fazer uma pergunta: música pra que? Eu respondo. A música serve para preencher todos os momentos da vida e sem esse majestoso comportamento, nossa convivência neste mundo problemático seria muito sacal. A música é uma das coisas mais mutáveis da face da terra e talvez justamente por isso, seja tão atraente. Sur-
Então, os grandes discos de vinil, agora eram consumidos no formato Compact Disc. O famoso CD foi para as ruas, graças a um dispositivo conhecido como Discman, aposentando também as fitas cassete. Quando tudo parecia ter se estabelecido, surgiu a internet, as músicas sofreram compressão e passaram a ser distribuídas em formato digital, arquivos conhecidos por mp3. Celulares e players portáteis multiplicaram mais que coelhos no cio, hoje na rua, na fazenda, no trabalho ou em uma casinha de sapê, existe alguém ilhado com seu dispositivo ligado a um fone, viajando
em suas próprias escolhas musicais. A grande novidade é o serviço de streaming. Você paga uma taxa e escuta suas canções favoritas no celular, dispositivo, tablet ou computador, desde que esteja conectado a internet. Vivemos sempre no limite do bravo mundo novo e tudo pode mudar novamente. No meu caso que adorava comprar CD’s, como viverei sem o prazer do físico, da mídia, do encarte e do prazer de adquirir para colecionar? Com essa pergunta no ar me despeço. Mensalmente espero poder contribuir no mínimo com uma boa conversa, não pretendo escrever sobre “coisas” técnicas, pretendo sim, poder diverti-lo com o prazer de ler e interagir sobre o amor a música. Obrigado e fraternal abraço.
Cristiano Porfírio Jornalista, produtor e blogueiro do Na Rota do Rock narotadorock@gmail.com
CidadeCULT
Distrito Federal Autorizada construção de mais 14 creches públicas Documento que permite o início das obras em sete cidades foi assinado hoje pelo governador, em visita à primeira unidade que será inaugurada este ano em Sobradinho II A construção de mais 14 Centros de Educação da Primeira Infância (Cepi) no DF foi autorizada hoje pelo governador Agnelo Queiroz, durante visita às obras da primeira unidade desse modelo, que será inaugurada até outubro, em Sobradinho II. “Essa é a primeira creche pública de Sobradinho II e terá uma infraestrutura para oferecer atendimento contínuo em tempo integral de 10 horas com cinco refeições. Nossa meta é construir 112 creches e abrir 25 mil vagas em todo o DF”, destacou Agnelo. O Cepi em construção em Sobradinho II terá um custo aproximado de R$1,8 milhão. Na área de 1.118m², haverá anfiteatro com arquibancada, pátio coberto, playground (parquinho), blocos pedagógicos divididos por idade (de 4 meses a 3 anos e de 4anos a 6 anos) -, espaço multiuso com sala de leitura e laboratório de informática. No local - com acessibilidade e adaptação para receber pessoas com deficiência haverá também uma área administrativa, onde estarão reunidas recepção, secretaria, e salas de orientação pedagógica e dos professores. “Criança quanto mais cedo na escola melhor será seu desenvolvimento e aprendizado. Nossa intenção é dar condições para que elas se desenvolvam e também dar o apoio necessário para elas enquanto os pais trabalham”, afirmou o secretário de Educação, Denilson Bento. Segundo ele, a previsão é que a escola, com capacidade para receber 112 crianças, entre em funcionamento assim que a obra for concluída. “Nós já temos uma lista de espera de alunos para estudarem neste estabelecimento”, informou, ao ressaltar que outros interessados podem se inscrever a partir de setembro para concorrer às vagas abertas para 2014. NOVAS CRECHES – Com a assinatura das ordens de serviço, as empresas que ganharam a licitação das novas unidades estão autorizadas a começar a construção dos 14 Cepis. As unidades serão instaladas na Área Especial 15 de Sobradinho II; na Quadra 2
Concurso vai passar por Ceilândia, Planaltina, Taguatinga, Gama e Plano Piloto. As inscrições vão até o dia 16 de julho. de Sobradinho I; na QS e na Avenida Jequitibá, em Águas Claras; na CL 2018 e QR 312 de Samambaia; em Brazlândia, na PIQ 3 e no Setor Veredas; no Bairro Nossa Senhora de Fátima em Planaltina; e na QI 13 do Lago Norte. Das 112 unidades que funcionarão em tempo integral, 46 estão licitadas e 24 em execução, e cada uma dessas obras que terá um custo aproximado de R$2,6 milhões – será entregue em um prazo de 270 dias. Além desse modelo de creche, o GDF também oferece atendimento nos Centros de Educação Infantil, entregues em 2012, nas cidades de Planaltina, Estrutural, Brazlândia, São Sebastião, Riacho Fundo e Samambaia. CIDADE | UNIDADES Águas Claras 7 Brasília 3 Brazlândia 3 Ceilândia 12 Estrutural 1 Gama 1 Guará 6 Lago Norte 3 Lago Sul 1 Núcleo Bandeirante 2 Planaltina 8 Recanto das Emas 12 Riacho Fundo 2 Riacho Fundo II 1 Samambaia 28 Santa Maria 9 Sobradinho 3 Sobradinho II 3 Taguatinga 7 TOTAL 112 Fonte:Agência Brasília
“O Gira Cultura amplia os princípios definidores das políticas públicas de Cultura que estamos colocando em prática no Distrito Federal, que são a descentralização dos investimentos; a democratização do acesso aos recursos; e a garantia da diversidade cultural que Brasília abriga. Estimula especificamente a circulação de bens e serviços culturais produzidos por artistas locais”, explica o secretário de Cultura, Hamilton Pereira. O projeto Gira Cultura está em sua primeira edição e busca promover, incentivar e ampliar a produção local de bens culturais por meio de ações que premiem os artistas locais, além de proporcionar o acesso à cultura de toda população do Distrito Federal. Serão realizados três concursos temáticos: fotografia, teatro e música em plataforma web. O processo seletivo ocorrerá por votação popular no site www.festivalgiracultura.com.br. As inscrições já estão abertas e vão até o próximo dia 16. Desse conjunto de concursos resultará um acervo fotográfico composto de até 45 fotos, duas peças teatrais já produzidas ou em produção e a descoberta de 15 novos talentos da música do DF. Esse rol de conteúdo (fotografia, peça teatral e música) comporá a Agenda Cultural do Projeto Gira Cultura, que circulará por cinco cidades do DF: Ceilândia, Planaltina, Taguatinga, Gama e Plano Piloto. Mais informações no site do Gira Cultura. www.festivalgiracultura.com.br
CidadeCULT
Divulgação - acervo O Maior São João do Cerrado
Maior São João do Cerrado 2013 Promovendo e valorizando a cultura popular brasileira através da música, da dança, da culinária e do folclore característicos do nordeste, a maior festa de São João fora de época do Brasil acontece de 07 a 11 de agosto, na Ceilândia, fomentando a cultura e o turismo no DF e gerando empregos.
O MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO é realizado anualmente na cidade mais nordestina do Distrito Federal, a Ceilândia, e recebe diariamente cerca de 150 mil pessoas. Com entrada gratuita, na programação shows com artistas do cenário musical nacional e local, o maior são joão fora de época do Brasil se baseia nas tradicionais festas de Caruaru/PE e Campina Grande/PB, com ACESSO GRATUITO à população, fomentando a cultura e o turismo no Distrito Federal. A sétima edição do MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO será ambientada numa estrutura de mais 62 mil metros quadrados para receber cerca de um milhão de visitantes do DF e de outros Estados nos cinco dias de festa. Além dos shows o público poderá visitar a Vila Borborema, uma réplica das vilas do interior do país com suas casas coloridas, mergulhar na nostalgia passeando pelo Sítio Seu João, dançar à vontade nas ilhas de forró e participar de muitas manifestações culturais no coreto, no Museu Mestre Vitalino, na Praça do Mamulengo e muito mais. No palco principal, já confirmadas as participações de Aviões do Forró, Banda Calypso (que realizará neste show a gravação de seu novo DVD), Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldinho Lins, Amazan, Garota Safada, Boka de Sergipe, Mala sem alça, Karisma, Flomulengo, Nega Malluka, Trio Siridó, Adelmário, Rapadura, Só pra Xamegar, Nilson Freire além do ator Jackson Antunes, dentre outros. Turismo – Na edição 2012, o MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO recebeu mais de 800 mil pessoas, dessas, 15 mil eram turistas. O crescente número anual de turistas demonstra que a realização do evento fomenta o turismo no Distrito Federal e que, além de integrar o calendário oficial de festividades do DF, cria uma nova data turística oficial para a Capital Federal. “Cresce a cada ano o número de caravanas que vêm à Brasília para o MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO, inclusive grupos do exterior. Essas pessoas vem para a nossa festa e aproveitam para conhecer a Capital do Brasil”, explica Edilane. Casamento Coletivo – Todos os anos cem casais realizam o sonho de casar, durante o MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO. A cerimônia, de caráter civil, proporciona ao casal a oficialização da união e sem qualquer custo eles recebem a documentação do cartório, empréstimo dos trajes (noiva e noivo), par de alianças, direito a levar para a cerimônia os padrinhos e ainda noite de núpcias num hotel em Brasília. Os casais interessados enviaram suas histórias por meio de carta ou email, e essas histórias estão sendo selecionadas por uma equipe. “O Casamento Coletivo é um dos momentos mais emocionantes do MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO, porque percebemos que estamos realizando sonhos. Vemos a cada ano, casos de pessoas que estão construindo suas vidas juntas mas não tem condições de oficializar e celebrar essa união. Então a gente promove essa realização, com o maior carinho, e recebe de volta a gratificante constatação de estar realizando sonhos” conta Edilane. Emprego – O MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO contrata todos os anos diretamente cerca de 600 pessoas, gera mais de 1.500 empregos indiretos e mobiliza mais de 2000 integrantes de grupos artísticos. Local: A edição deste ano do MAIOR SÃO JOÃO DO CERRADO, ocorrerá no antigo local, conhecido como Ceilambódromo. A decisão, em utilizar novamente a área do Ceilambódromo neste ano, como não era previsto, se deu devido à falta de tempo hábil para adequar a nova área destinada, próxima ao estádio Abadião, para receber a estrutura cenográfica para a maior festa da capital federal que ocorrerá nos dias 07 a 11 de agosto.
Policarpo inaugura escritório político no Gama “Um espaço para a promo-
ção do debate e de aproximação com a comunidade” são os objetivos da instalação do escritório político, inaugurado pelo Deputado Federal Policarpo, em julho, no setor central do Gama, explicou o parlamentar. “O espaço pode e deve ser utilizado pela comunidade para o debate, e também como uma ponte de comunicação, já que para alguns nem sempre é fácil ir até o gabinete na Câmara dos Deputados, que inclusive está sempre de portas abertas”, conclui Policarpo.
Samambaia recebe novos PEC´s, parquinhos e estacionamentos No ultimo sábado(27) , o deputado Wasny de Roure e o administrador Risomar Carvalho entregaram à população de Samambaia três Pontos de Encontro Comunitário - PEC e três Parquinhos Infantis, em quatro praças da cidade: na QI 416 e nas QR 510, 104 e 507. Entregaram também dois novos estacionamentos: na QR 120 (CJ 10, LT A) e na QI 416. As obras foram executadas pela Novacap, com recursos da Secretaria de Obras e Administração Regional, no valor de R$ 310 mil, proveniente de emenda parlamentar.
CidadeCULT
Empreendedorismo
Monclair Camarotta
Empreender Tudo o que foi construído existiu primeiro na cabeça de alguém. Alguém que foi louco o suficiente para acreditar em uma ideia, que foi persistente o suficiente para não desistir, articulado o suficiente para envolver as pessoas necessárias, corajoso o suficiente para correr os riscos envolvidos. Alguém que fez acontecer. Esse alguém é o empreendedor – é quem que faz acontecer! Você tem vontade de realizar algo grande? O desejo é a força motriz de pessoas que decidem arriscar e construir alguma coisa que ainda não existe! Muitas vezes, esse desejo de empreender está relacionado com a abertura de uma empresa. Mas o que é preciso para abrir uma empresa? A ONU fez uma pesquisa em vários países para saber o que seria necessário para que um empreendedor tenha sucesso ao abrir uma empresa. A primeira hipótese foi que, se um empreendedor tivesse dinheiro necessário para montar seu negócio, ele conseguiria levar sua empresa adiante, afinal de contas ele tereia a ideia e a energia necessária para fazer o projeto funcionar. Assim, a entidade financiou vários empreendedores ao redor do mundo e observou o que aconteceu. Muitos foram para frente e muitos quebraram. O que faltava então? A segunda hipótese foi que o empreendedor precisaria de conhecimento técnico. Se ele tivesse dinheiro e conhecimento técnico, a empresa iria prosperar ao longo dos anos. E assim foi feito. O organismo internacional proveu capacitação para os empreendedores e os acompanhou para ver como eles performariam. E mais uma vez, muitos foram para frente e muitos quebraram. E a questão permanecia – o que faz que um empreendedor tenha sucesso em sua empreitada? Nesse momento, a ONU mudou da mudou a metodologia do estudo. Passou a acompanhar diferentes empreendedores de sucesso ao redor do mundo. Aqueles que tinham alto nível de sucesso em suas empresas e descobriu fatos surpreendentes. Muitos empresários com grandes resultados tinham começado sem nenhum recurso e, contra o senso
comum, não tinham conhecimento técnico de negócios. Mas como seria possível? Seria alguma predestinação? Ou como alguns dizem, um tipo de tino comercial diferenciado? O que foi percebido pela ONU e seus parceiros – CSI e o pesquisador Mcclelland é que o grande trunfo dos empreendedores de sucesso ao redor mundo (independente da cultura ou do país de origem) são seus comportamentos em relação a si e aos seus negócios. A esses comportamentos foi dado o nome de comportamentos empreendedores. O estudo mapeou dez características de comportamento empreendedor. O primeiro deles é a capacidade do empreendedor de estabelecer metas claras. Esse é o primeiro e norteador dos demais. Para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar serve. O empreendedor deve estabelecer seu alvo. Essa atitude é pessoal e intrasferível. Mas como alcançar sua meta? O segunda característica de comportamento empreendedor é a busca por oportunidades. O empreendedor de sucesso olha para os necessidades do mundo e pensa: Como eu posso entregar uma solução para esse problema? E assim saem ideias inovadoras como aplicativos revolucionários, serviços para públicos específicos, produtos inovadores e etc. Para que a ideia se torne realidade a terceira característica de comportamento empreendedor é fundamental: Planejamento e monitoramento sistemático. Quando falamos de uma empresa, o nome desse planejamento é Plano de Negócios. Esse plano precisa ser escrito e acompanhado permanentemente. Quando o empreendedor começa a fazer seu plano de negócios ele descobre que não tem todas as informações necessárias. Informações de clientes, concorrentes, fornecedores, viabilidade do negócio e por vai. Aí aparece a necessidade de outra característica de comportamento empreendedor: A Busca de Informações. O empreendedor deve ir pessoalmente buscar essas informações. Porque pessoalmente? Para que ele veja, aprenda, pegue, sinta o cheiro, o gosto, passe pela experiência de consumo no concorrente e assim te-
nha insights relevantes para o seu negócio. Quando o negócio começa a funcionar, outras Características de Comportamento Empreendedor são necessárias: Uma delas é Busca de Qualidade de Eficiência. O cliente precisa validar a qualidade do produto e o empreendedor precisa buscar fazer mais, melhor e mais barato. Mas o que fazer para minimizar as chances de fracasso? A resposta está relacionada com outra característica: Correr Riscos Calculados. Todo negócio é um risco. Se não quer arriscar, não empreenda. Contudo o empresário deve se antecipar aos riscos do negócio e evitar oportunidades milagrosas que prometem ganhos extraordinários. Para empreender não existe atalho. É trabalho duro e, na maioria das vezes, sem glamour. Na verdade, nesse caminho o empreendedor costuma enfrentar um cansaço extremo e, não raro, tem vontade de desistir de tudo. Nesse hora, duas outras características são fundamentais: Persistência – capacidade de seguir em frente, adaptar as estratégias e não desistir e Comprometimento – capacidade de cumprir o que foi prometido, seja para cliente, parceiro ou fornecedor. Fechando as dez características, a ONU mapeou duas relacionadas a poder: Persuasão e rede de contatos – capacidade de empreendedor e fazer e manter parceiros. Ninguém vence sozinho, muito menos no caminho do empreendedorismo. A habilidade do empreendedor de vender ideias, visão, ganhos em comum além de seus próprios produtos e serviços é fundamental para o negócio. E a última característica, mas não menos importante, o empreendedor precisa ter Independência e Autoconfiança. Sempre existirão pessoas prontas para criticar e mostrar que nada dará certo. Cabe ao empreendedor vencer essas barreiras invisíveis, acreditar em si e fazer funcionar. Todos podem empreender. E a responsabilidade de fazer seu empreendimento funcionar é sempre sua. E você já empreendeu hoje?
Monclair Camarotta é coach profissional reconhecido pela Federação Internacional de Coaching, especialista em treinamentos comportamentais pela Carnegie University, facilitador do EMPRETEC - programa de empreendedorismo desenvolvido pela ONU e diretor da EKOÁ jogos empresariais. monclair@ekoatreinamentos.com.br
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PIRENÓPOLIS
A cerca de 150 quilômetros de Brasília uma cidade encantadora abriga uma atmosfera sem igual. Apelidada carinhosamente de “Piri”, Pirenópolis é um lugar único e cheio de peculiaridades, com suas belas ruas de pedras, suas inúmeras cachoeiras, seus antigos casarões e uma noite que promove a arte para diversos gostos. Um fim de semana por lá é garantia certa de recarga de todas as baterias e energias. A cidade foi fundada em 1727 por Manoel Rodrigues Tomás, um minerador português, e batizada de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, por causa de uma enchente que derrubou parte da ponte do Rio das Almas. Em 1890 a cidade foi oficialmente chamada de Pirenópolis, em homenagem à Serra dos Pirineus que cerca toda a região. Um século mais tarde - 1988 - a cidade foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e já era tida como uma das princesinhas do Goiás, apelidada de “Capital da Prata” e até mesmo “Paris-nópolis”. A Piri dos tempos de hoje - Ao fazer uma caminhada pelo centro da cidade tem-se a impressão de estar no meio de um filme antigo decorado pelos preservados casarões do século 18,
período em que era explorado o ouro na região e quando foi construído, por exemplo, o Teatro de Pirenópolis. As casas mais simples, com diversas cores, tem molduras em suas janelas, e parecem casinhas da “vovó”, com um ar acolhedor e encantador. O comércio local abriga incontáveis ateliês de arte, não simplesmente arte mas arte genuinamente goiana, com um tempero da mistura de culturas que Pirenópolis abriga. É que a cidade foi “redescoberta” na década de setenta, com a migração da Capital Federal para Brasília, quando os mais espertos captaram rapidamente a excelente energia do local e se instalaram alí mesmo, desses podemos dizer que a maioria composta por artesãos, artistas plásticos e mais recentemente gastrônomos plásricos e mais recentemente gastrônomos. É óbvio aos visitantes que sua economia é baseada no artesanato e no turismo, mas outro ponto forte em suas atividades econômicas é a extração da “pedra de pirenópolis”, comercializada para todos os pontos do país para ser utilizada como revestimento e piso. Folclore – Estar em Pirenópolis é esbarrar em cultura a cada esquina,
reflexo da sobrevivência do folclore local, que é certamente um dos mais representativos do Centro-Oeste, com destaque para a festa do divino, as cavalhadas, as pastorinhas e a festa do Morro. Festa do Divino – Doze dias da festa folclórica mais importante de toda a região. Comemorada desde 1819, a festa do Divino Espírito Santo reúne desfiles de bandas, congadas, bailes e queima de fogos. Um dos destaques da festa é o Imperador, figura eleita por meio de sorteio realizado uma semana antes do início dos festejos. Qualquer um pode concorrer ao “cargo” de imperador que representa simbólicamente a Família Real e Corte Portuguesas, distribuindo alimentos para a população e libertando, também simbólicamente, os presos da cidade, como acontecia antigamente. A Festa do Espírito Santo, com quase duas semanas de duração, é iniciada cinqüenta dias após a Páscoa, mesmo momento das comemorações de Pentecostes pelas igrejas.
Acervo da prefeitura municipal de Pirenópolis
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Vanguarda
Marcelo Pires
Conferências Nacionais Participação Social como método de governar A constituição brasileira de 1988 consagrou o princípio da participação social como forma de afirmação da democracia e, desde então, houve uma proliferação de formas e instâncias de participação em todos os âmbitos da Federação no país, cumprindo o papel de verdadeiras arenas públicas, lugares de encontro entre a sociedade e o Estado. De 1941 a 2012 foram realizadas 128 Conferências Nacionais, das quais 87 (68%) ocorreram entre 2003 e 2012, abrangendo 40 áreas setoriais em níveis municipal, regional, estadual e nacional, e mobilizando cerca de 7 milhões de pessoas no debate de propostas para as políticas públicas. As conferências constituem importantes instrumentos de participação popular na construção e acompanhamento de políticas públicas. São ferramentas que possibilitam a participação de diferentes segmentos em debates sobre a ação governamental. O Governo Federal tem cada vez mais utilizado o espaço conferencial para desenhar políticas públicas, o que faz desse um espaço importante de formulação e avaliação de políticas públicas. Os participantes são atores envolvidos com o tema e empregam esforços na construção de ações cada vez mais efetivas. Neste primeiro semestre de 2013 estarão ocorrendo etapas distritais de algumas conferências, que por sua vez serão precedidas de etapas locais. Isso significa, portanto que os moradores das cidades satélites poderão discutir e elaborar propostas de políticas públicas sobre várias temáticas. Vejam algumas conferências e os respectivos temas que abordaram: A Conferência Nacional de Assistência Social em sua nona edição praticamente atinge todos os municípios brasileiros e trás o tema “A gestão e o financiamento na efetivação do sistema único de assistência social (SUAS)” , dezembro em Brasília.
Com tema central, “Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e SUS: direito, acesso, diversidade e atenção diferenciada”, a 5ª de Saúde Indígena trará indígenas de todo o Brasil para que em novembro, promovam a sua conferência nacional. A 5ª Conferência Nacional das Cidades é para mais de três mil participantes e vem com tema “Quem muda a cidade somos nós: Reforma Urbana já!”, ocorrerá na segunda quinzena de novembro; “Vamos cuidar do Brasil” - A quarta edição Conferência Nacional do Meio Ambiente tem o desafio de contribuir para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, com foco em: I Produção e Consumo Sustentáveis; II - Redução dos impactos ambientais; e III - Geração de emprego e renda. Outubro em Brasília. 4ª Conferência Nacional de Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente com tema “Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis” chega a milhares de escolas em todo o país. Ela questiona: O que é uma escola sustentável? Quais valores, habilidades e atitudes são necessários para que a escola contribua para melhorar a qualidade de vida das presentes e futuras gerações? Como transformar a escola em um espaço vivo, bonito, acolhedor, inclusivo e motivador de ações e atitudes sintonizadas com a sustentabilidade socioambiental? De 25 a 27 de novembro em Brasília. A terceira edição da Conferência Nacional de Cultura trás o tema, “Uma Política de Estado Para a Cultura: Desafios do Sistema Nacional de Cultura”. Vai debater as melhores formas de Implementação do Sistema Nacional de Cultura, da Produção Simbólica e Diversidade Cultural, da Cidadania e Direitos Culturais e Cultura e Desenvolvimento. Também ocorrerá em novembro aqui em Brasília. 3ª Conferência Nacional de Igualdade
Racial ocorrerá em Brasília no mês de novembro e discutirá o tema central, “Democracia e desenvolvimento sem racismo por um Brasil afirmativo”, apontando o debate na direção de Estratégias para o desenvolvimento e o enfrentamento ao racismo; Políticas de igualdade racial no Brasil: avanços e desafios; Arranjos Institucionais para assegurar a sustentabilidade das políticas de igualdade racial: Sinapir, órgãos de promoção da igualdade racial, fórum de gestores, conselhos e ouvidorias; Participação política e controle social: igualdade racial nos espaços de decisão e mecanismos de participação da sociedade civil no monitoramento das propostas aprovadas na conferência. Com o tema “Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil: Um novo paradigma para o Estado Brasileiro”, a 2ª Conferência Nacional de Proteção e Defesa Civil se prepara para receber mais de mil delegados em Brasília em março de 2014. No entanto, é bom que fiquem atentos, pois as etapas municipais e estaduais ocorrem ainda este ano. A Comissão Organizadora da 2ª Conferência Nacional de Educação promete inovar em aspectos participativos e metodológicos. Com tema “ O PNE na Articulação do Sistema Nacional de Educação: Participação Popular; Cooperação Federativa e Regime de Colaboração”, mais de três mil delegados e delegadas estarão em Brasília no mês de fevereiro. As estaduais estão a todo vapor. “ Brasil Rural com Gente, do jeito que a gente quer”. Este é o tema da 2° Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, organizada pelo CONDRAF e MDA, será em Brasília no mês de setembro. Procure a Administração Regional e/ ou a Secretaria de Governo do GDF se informe e cobre a realização da etapa distrital e local. Participar é um Direito!
Marcelo Pires Mendonça é professor de História da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal e Coordenador-Geral de Mecanismos Formais de Participação Social da Secretaria Nacional de Articulação Social da Presidência da República paidojoaozinho@gmail.com
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Esporte
Murilo Uessugue
Sou Exemplo! Eu estou no esporte. E você? Pra mim não há melhor forma de ensinar do que através do exemplo, mês de agosto, mês dos pais, apresentação na escola, abraços, beijos e muito carinho. Sou pai de um menino de cinco anos, que adora se movimentar, faz natação, judô, corre, pula e também dança muito bem.
Nos finais de semana sempre encontramos os amigos nos parques, no eixão, ou nas provas de corrida de rua. Andando de skate, subindo em arvores, soltando pipa, remando, pedalando, sempre eu e meu grande parceiro estamos nos movimentando pelo cerrado. Nessa semana ao chegar para trabalhar na escola, que também é a
escola que meu filho estuda, uma grande rede de lanchonete distribuía “brindes” na porta da escola. Na compra de um pão-de-queijo a criança apresenta o vale-brinde e ganhava outro. Já não bastava os brinquedinhos, agora estão indo pra frente da escola dos nossos filhos. Enquanto isso cresce o número de crianças acima do peso, e com doenças que, até pouco tempo atras, era doença de gente grande.
Que o exercício físico e uma alimentação balanceada fazem bem à saúde as crianças estão cansadas de saber, o que está faltando é o papai, a mamãe, padrinhos e tios, tirarem a molecada de frente à televisão, ao computador e colocarem esses pequenos pra se movimentarem.
Há pouco mais de um mês atendi a um pai aflito, seu filho não queria ir pra natação, pro futebol, estava acima do peso e tinha pouca habilidade motora. Nosso pequeno atleta não queria fazer nenhum esporte. Seu pai nao só o matriculou em uma escolinha de esporte mas passou a acompanhar seu filho em todos os treinos, brincando, pulando, correndo, suando. Juntos, pai e filho estão construindo um futuro com mais saúde. Hoje, os dois já estão remando de caiaque juntos no lago paranoá. Uma grama, uma areia, com ou sem bola,precisamos ser exemplos para os nossos filhos, ou vamos ficar refém dos males do sedentarismo. Seja exemplo!!!
Murilo Uessugue é personal trainer, proprietário da empresa Orla Você no Esporte, especialista em treinamento funcional e apaixonado pelo que faz. www.facebook.com/murilo.uessugue www.facebook.com/vocenoesporte.assessoriaesportiva
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Urbano
Lilia Saraiva
Transporte: passado, presente e futuro Com a criação da indústria automobilística no Brasil, na década de 50, foi gerado no país um desenvolvimento das cidades dependente do transporte rodoviário em detrimento do transporte ferroviário. Enquanto na Europa já se tentava resolver o problema da circulação das cidades com investimentos no modal metrô, o Brasil continuava a investir no sistema rodoviário, para isso fazendo grandes obras como viadutos, túneis, passarelas, etc. Uma política soberana que só veio a mudar com a decisão de construir o metrô de São Paulo e do Rio de Janeiro, cidades que já enfrentavam grandes congestionamentos (Ministério dos Transportes, 1977). Os investimentos no transporte público, feitos desde então, não têm acompanhado a grande frota de veículos particulares que é lançada pelo mercado automobilístico anualmente. A indústria automobilística melhorou sua produtividade, diversificou seus produtos e aumentou as facilidades financeiras, contribuindo para a motorização individual. Soma-se a isso o crescimento desenfreado das cidades. No ano de 1960 o censo mostrou que 44.9% da população vivia em áreas urbanas. Em 2000, o censo indicou 81% e em 2010 a população em áreas urbanas era de 84% de acordo com o IBGE. As cidades estão presenciando e vivendo a super lotação, um crescimento involuntário e desordenado. Outro fator que agrega as dificuldades de locomoção da massa é a especulação imobiliária que expulsa os menos favorecidos dos grandes centros, ficando estes, portanto longe do trabalho
e de serviços oferecidos e por conseqüência acabam migrando para áreas periféricas, tornando longas e desconfortáveis as suas viagens diariamente. Toda essa problemática é muito discutida nas grandes metrópoles quando o caos já está implantado e pouco discutido nas cidades de médio e pequeno porte, cidades que futuramente podem enfrentar o mesmo problema. Brasília é um exemplo claro disso. O transporte público em Brasília “é malfeito, mal planejado e mal operado”, disse o pesquisador de Transportes da Universidade de Brasília, Artur Morais. Alguns projetos para o melhor funcionamento do sistema saíram do papel, como o expresso VLP Santa Maria – Gama –Rodoviária do Plano Piloto, outros estão suspensos pela justiça e outros estão com as obras paradas. Toda a atenção está voltada para resolver a locomoção das pessoas da periferia ao centro, mas ao mesmo tempo, as periferias deveriam ter o sistema viário repensado também, de modo a atender os deslocamentos dentro do seu perímetro e para que cidades em ascensão como o Gama, por exemplo, não tenham problemas no futuro.
“As cidades estão presenciando e vivendo a superlotação, um crescimento involuntário e desordenado” O Gama tem hoje 150 mil habitantes (Anuários do DF 2012), o comércio é a principal atividade econômica na cidade, mas, além disso, há faculdades,
Lilia Saraiva é brasiliense, arquiteta e urbanista. lilia.arquiteta@gmail.com
campus universitário, bancos, redes de supermercados, etc e é considerada a capital do entorno, atendendo e servindo moradores do Novo Gama, Valparaizo, Luziânia, etc. O aumento de veículos por residência é notório e quem mora na cidade há muitos anos sabe bem disso. Nos últimos 10 anos a cidade teve um alto crescimento econômico, impulsionado pelo comércio e servidores públicos, o poder aquisitivo aumentou e empresários olharam para cidade com outros olhos. Mudanças significativas aconteceram no gabarito da cidade, em especial e mais recente, no setor industrial que foi transformado em área mista, o que possibilita a instalação de empreendimentos comerciais e habitacionais. São vários prédios em construção nessa região, onde logo, inúmeras famílias estarão morando e irão obviamente causar um impacto na infra-estrutura existente. E dentre tantos impactos, (que aqui não vou comentar para não perder o foco) o deslocamento, sair da cidade para ir ao trabalho e voltar no fim do dia, o ir e vir da escola, do supermercado, do curso, enfim, e tudo isso, com rapidez, segurança, conforto e de modo coletivo e não individualizado, para que no futuro a estrutura não pare. O quadro urbano atual é um desafio para as cidades, governantes, empresários e para a população. É preciso criar elos e parcerias para a realização de grandes reformas. Precisamos pensar e ir além. Fontes: • BRASILEIRO, Anísio, HENRY, Etienne e Turma. Viação Ilimitada, 1996. • DNER/DER
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Política Cidadã
Roberta Li
A política está em você
A Política é definida pela maioria dos estudiosos como a ciência da organização de um Estado, de uma comunidade. Maquiavel, poeticamente, a definiu como a arte de conquistar, manter e exercer o poder. Voltaire a descrevia como oriunda da perversidade e que ela não tinha como fonte o espírito humano e que era o exercício de poder sobre os outros. Contraditório isso; a perversidade vem do espírito humano. Já dizia Aristóteles que a política era a ciência que tinha como meta a satisfação humana e que seu fim era a felicidade individual e coletiva do homem. O fato, é que não há um consenso sobre o que possa definir com exatidão a política. Mas se pensarmos bem, podemos dizer que ela é ampla e que pode ser exercida em todas as áreas de uma população organizada como Estado.
A política foi distorcida de seu objetivo mais bonito aos olhos aristotélicos: garantir uma vida feliz ao cidadão através de um governo. E a corrupção e o poder a dominaram, o espírito humano da perversidade e da ganância a encobriu, nos enganando, nos jogando para longe do seu real significado – viver bem nos espaços comuns da sociedade e sermos iguais em direitos na medida das nossas diferenças. E aí, esquecemos de que a política está em nós, sempre esteve, é parte de nós; e, em todo o tempo, lembramos, ou nos fazem lembrar que política é coisa de mau caráter e que o congresso é um teatro de farsantes egoístas que só pensam neles mesmos, e nos afastamos, perdemos a consciência sobre ela. Ficamos longe, como observadores de uma estória enganosa de que a democracia nunca existiu e que está suja por corruptos travestidos de políticos. A política tem dois sujeitos: os expectadores e os transformadores. O expectadores são os que se incomodam, xingam, esbravejam, mas não saem do lugar e dizem: não gosto de política! E mal sabem eles
que a política está no preço do feijão, da carne, do leite, do transporte e da gasolina que consomem. Os transformadores são aqueles que percebem algo errado, algo destoante, põe em dúvida o trabalho dos eleitos, vão às ruas, chamam as pessoas ao debate do que pode ser ou não melhor. E logo ocupam espaços onde se discute política: partidos, associações de bairro, sindicatos, escolas e praças públicas. E logo, algum transformador será visto como representante de muitos e de poucos. E logo, ele se propõe a ser um político oficial. E a política o transforma? Siiiiiiiim! E não! Todo homem é um homem, transformável, já falava Brecht. Mas também transformamos a política; ela é moldável as nossas necessidades sociais. A política é o exercício da convivência entre diferenças que pressupõe liberdade. Liberdade de voz, de opinião, de escolha. A democracia é uma escolha e por ela a política surge e os transformadores ressurgem.
“ O fato, é que não há um consenso sobre o que possa definir com exatidão a política. Mas se pensarmos bem, podemos dizer que ela é ampla e que pode ser exercida em todas as áreas de uma população organizada como Estado.”
“movimento” organizado em rede, sem sequer escrever uma linha de discussão com tinta e papel; estão se vendo como seres políticos que moldam a história. E nesse “movimento livre”, se pratica um ato político conjunto e uno em todo o nosso Brasil democrático. E mesmo tendo muitos expectadores, esse movimento os contemplou, porque o que foi provocado por esse ato gera mudanças para todos. A política está em você, leitor! A política não é privilégio dos governantes que estão lá, no poder, e acham que têm o poder. Foi você que democraticamente, numa decisão política, os colocou lá. E os transformadores brasileiros vêm mostrando o contrário, que o poder não pertence a ninguém, mas emana do povo, da rua. A política não é um candidato, não é um partido político, não é apenas uma escolha. A política é transformação, movimento, discussão e mudança. Ser político não é profissão ( não deveria ser); é uma doação para o bem comum, um comprometimento com a ética e a moral. A política nasce do espírito humano, da vontade de que todos sejam iguais perante seu país. Churchill dizia que “a política era quase tão excitante quanto à guerra e não menos perigosa”. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes. E quantas vezes e em quantos outubros nossas sociedades foram mortas? E quantas vezes e em quantas primaveras nasceram de novo? A política se constrói todos os dias com atos dos que dão a cara pra bater e não só com pensadores, professores, literatos, líderes; porque para que ela exista é preciso que exista você. E se você existe, ela está em você. E mesmo que você não acredite, é através de você que a mudança começa a acontecer.
Nossos poucos e novos transformadores estão acordando, e saindo às ruas. E estão discutindo política através de
Roberta Li é brasiliense, formada em marketing político e eleitoral, sócia da Polis Marketing político e analista de pesquisas eletoriais. robertaa.li29@gmail.com
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Loucuras de Jú
Juliana Vidal
Segunda opção Hoje, enquanto escutava Marisa Monte, um verso ou dois ecoaram na minha cabeça. Na mesma hora, meu pensamento se fez texto. A música era mais ou menos assim: “E no meio de tanta gente eu encontrei você.. entre tanta gente chata sem nenhuma graça.. você veio...” Marisa é sempre muito feliz na escolha das palavras. Por esta razão, das suas letras, facilmente brotam músicas como grama verde em palavras. E só para variar, minha divagação foi sobre as relações humanas. Sou uma behaviorista incorrigível! Amo as relações dos “humanos”, ainda que as vezes, o objeto observado, seja o meu próprio e desajeitado comportamento. O ser humano, em minha medíocre opinião, parece um pequeno peão perdido em um tabuleiro imenso. Sempre tão confuso e tão contraditório, (embora nem sempre engraçado), acredita ser “esperto-demais” em um mundo de “otários-pra-caramba”. Bulshit! Na verdade, não é nada disso, mas é exatamente isso. E neste caso, como somos humanos falando de outros humanos, por vezes estamos do lado dos que se acham espertos, e outras vezes, somos os otários de outras pessoas. Daí nasce o paradoxo da afirmação. No final, vai dar no mesmo: otário é quem, sobretudo, se acha esperto demais. E no mundo de espertos-otários, estamos sempre malandramente procurando “a pessoa” que está entre as tantas gentes “sem nenhuma graça” (de Marisa). Queremos a pessoa especial, a metade da laranja, a paixão que remove e revolve tudo dentro da gente. Estamos sempre à procura “de”. E não por acaso, e nem é de se espantar, que essa pessoa apareça de vez em quando. Sim, de vez em quando, pois há sempre quem afirme que os amores não são únicos. Assim, quase sempre “do nada”, em uma ida à praia, em uma frase solta, em um esbarrarão
perto da banca de jornal, aquele primo da sua amiga, ou o cara no carro ao lado... Enfim, a tal pessoa aparece! Em forma de uma mulher incrível aqui; ou materializado em um cara maravilhoso acolá; vai tomando formas no real e no imaginário humano. O mais estranho de tudo isso, é que quando “a forma” se forma diante dos seus olhos e está ao alcance de suas mãos, você já está querendo “outra forma” que não é mais aquela. Acontece com você? Meu conselho, a quem interessar possa segue abaixo na humildade de quem está vivo: Escolha sua forma de hoje e viva essa pessoa especial dentro das regras que vocês dois criarem para um mundo que é real e possível (possível para vocês dois, claro!). E se for eterno, que dure o eterno que durar, mas pelo amor de Deus, apenas um pedido: não transgrida as regras do infinito particular de vocês dois. Este é um grande erro! E neste caso, preciso concordar com Johnny Depp: “Se você acha que ama duas pessoas ao mesmo tempo, es-
colha a segunda. Porque se você realmente amasse a primeira, não teria uma segunda opção!” (Johnny Depp). Depois, reinvente suas regras e se apaixone outra vez (sei lá). O importante na verdade, é ter apenas uma escolha para aquele exato momento. E torço apenas para que a escolha feita entre as duas “opções”, seja sempre a segunda. Afinal, ela só aparece porque a primeira, já deixou de ser amor. E Marisa continua: “E eu que pensava que não ia me apaixonar... nunca mais, na vida...!”.
“Escolha sua forma de hoje e viva essa pessoa especial dentro das regras que vocês dois criarem para um mundo que é real e possível”
Juliana Vidal é amadora em tudo que faz. Como amadora, exerce algumas funções distintas e interligadas. Nasceu escritora mas é só um detalhe. Acorda mulher e toma café (hj em dia não mais). Saí para trabalhar assessora parlamentar de comunicação e é sua atual ocupação; passa a tarde tentando ser advogada e acreditando em mais essa faceta definitiva. E passa o dia todo como mãe. No fim do dia, a escritora-mulher-comunicadora-advogada-mãe, vai buscar os filhos na escola. Carinho, beijo, jantar, ceia... e é quando as luzes se apagam que ela volta a ser apenas... Juliana... aí, já é hora de dormir...
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Justiça e Cidadania
Carlos Eduardo Rios do Amaral
LEI MARIA DA PENHA: É OBRIGATÓRIA A CITAÇÃO DO REQUERIDO NA MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA Talvez um dos institutos mais sagrados de Direito Processual seja a citação. É através dela que o demandado é chamado para responder aos termos do pedido e de tudo aquilo que fora articulado pelo autor em sua petição. Sem ela, não há de se falar em validade do processo. Não é por outra razão que a Declaração Universal dos Diretos Humanos, das Nações Unidas, de 1948, proclama a todos os povos que toda pessoa tem direito a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial para decidir sobre o fundamento de qualquer acusação contra ele. E, ainda, que a pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de lhe ser assegurada todas as “garantias necessárias à sua defesa”. Igualmente, o Pacto de São José da Costa Rica, da Organização dos Estados Americanos, de 1969, estabelece que toda pessoa tem o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer outra natureza. Nossa vigente Constituição Federal de 1988 vai ao encontro desses Diplomas internacionais de direitos humanos, determinado que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. E, que aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral é assegurado o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Pois bem. A Lei Maria da Penha – Lei nº 11.340/2006 – , ao tratar das temíveis Medidas Protetivas de Urgência, em seu Título IV, Capítulo II, estabelece um extenso rol de providências judiciais acautelatórias invasivas da vida, liberdade e propriedade do re-
querido ou suposto agressor. Olvidando-se de determinar expressamente a citação deste último para responder aos termos do expediente contendo o pedido de Medidas Protetivas formulado pela Autoridade Policial, pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público ou pela própria requerente (a suposta vítima). Para muitos, tanto o expediente contendo o seu requerimento, assim como as próprias Medidas Protetivas de Urgência, dispensariam a obrigatoriedade de citação do requerido. Tanto as alegações da suposta vítima, assim como os fundamentos que ensejaram a decisão judicial de cognição sumária e superficial seriam politicamente corretas, infalíveis. Apenas as próprias alegações da ofendida teriam o condão de indeferir, postergar ou extinguir as Medidas Protetivas de Urgência. Mas não é isto, em hipótese alguma, que prescreve ou deseja a Lei Maria da Penha. Dentro desse próprio Título IV, aonde também se encontra disciplinada as Medidas Protetivas, seu Art. 13 é claro ao dispor que “ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil”. Ora, ninguém ousaria a debater ou questionar que tanto o Código de Processo Penal, assim como o Código de Processo Civil, ambos instituídos durante períodos ditatoriais da República, são uníssonos no sentido de que a citação do demandado é ato obrigatório e inquestionável para a validade do processo. Mesmo nos procedimentos cautelares, consoante Art. 802 do CPC: “o requerido será citado, qualquer que seja o procedimento cautelar, para, no prazo de 05 (cinco) dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir”.
Não estou aqui a questionar o necessário deferimento liminar e inaudita altera pars das Medidas Protetivas de Urgência. A breve e urgente concessão das Medidas Protetivas é fator de sobrevivência da maioria esmagadora das vítimas. Neste tipo de provimento judicial o contraditório e a ampla defesa devem mesmo ser postergados para depois. Mas esse dia, do requerido ter o direito de se defender – ser citado – , deverá chegar. O que não é admissível é que as Medidas Protetivas de Urgência se protraiam no tempo ao sabor da suposta vítima. Talvez nem na Alemanha nazista os Oficiais da SS tenham pensado no afastamento do lar de um cidadão, da proibição de se ver um filho ou do arresto de seus bens, sem a formal citação da pessoa interessada de se defender em juízo. Quem sabe dentro dos campos de concentração. Mas, fora deles, não se tem notícia de tamanha afronta e crueldade cometida aos jurisdicionados pelo 3º Reich. Evidente e óbvio que determinar o comparecimento do requerido à Equipe de Atendimento Multidisciplinar, instituída pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar, não se confunde com ato citatório. Psicólogos e Assistentes Sociais, por maior que seja a boa vontade desses profissionais, não se confundem com Advogados e Defensores Públicos. A postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário, assim como a atividade de consultoria e assessoria jurídica, não guardam relação com a atividade desempenhada pelas Equipes Multidisciplinares. Para combater e erradicar a violência doméstica no Brasil, sua vergonhosa e triste estatística em todos os níveis da Federação, vale e pode quase tudo, mas não tudo. A citação, para o bem e manutenção do Estado Democrático de Direito, é obrigatória, em qualquer ação ou instância da Justiça brasileira.
Carlos Eduardo Rios do Amaral é Defensor Público do Estado do Espírito Santo edu.riosdoamaral@gmail.com
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Sociedade
Luciana Porto
Trabalho análogo à escravidão em discussão no Congresso Nacional Em 1995, o Estado brasileiro reconheceu a existência de práticas do trabalho escravo, uma herança perversa das desigualdades sociais e econômicas que perpetuam nos segmentos mais pobres da população. A falta de inserção no mercado de trabalho faz com que trabalhadores, principalmente do campo, iludidos por falsas promessas de emprego se dirijam a fazendeiros e empresários. O fluxo de migração de trabalhadores é maior nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí em direção ao Pará e Mato Grosso e, no caso dos maranhenses também em direção ao Tocantins. Regiões em que predominam populações com baixo índice de escolaridade, falta de qualificação profissional, carência de emprego e que assim constituem um cenário favorável para a atuação do empregador de mentalidade escravagista. As denúncias constantes de condições de trabalho análogas à escravidão abriram espaço para a discussão da PEC 438/2001. A emenda apresentada em 1999 pelo Senado defende a expropriação das terras sem nenhum valor indenizatório onde for verificada a exploração de mão de obra escrava. Em debate na Câmara dos Deputados, a PEC só foi aprovada depois que a bancada ruralista propôs a extensão da punição aos imóveis urbanos. O diálogo desgastante que procedeu no acordo acentuou a tentativa da frente parlamentar em amenizar os agravantes históricos e o próprio conceito de trabalho escravo. Nessa perspectiva, os ruralistas argumentam que o trabalho agrícola é mais rústico, mas que não deve ser tratado diferentemente do trabalho urbano. Em 2012, as discussões em torno do assunto culminaram com a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, mobilizada por deputados e
senadores da Frente Parlamentar pela Erradicação do Trabalho Escravo. Instalada em março, a CPI do Trabalho Escravo tinha por finalidade investigar as transgressões cometidas contra trabalhadores rurais e urbanos, os assassinatos e outros crimes relacionados à exploração do trabalho. Contudo, feito todo o levantamento investigativo, a CPI foi encerrada pelo Presidente Dep. Cláudio Puty sem apresentar relatório final e nenhuma proposição. No Congresso Nacional, a complexidade de um processo legislativo somada à insegurança jurídica e à negligência executiva, favorece a impunidade que é agravada pelos fortes vínculos dos influentes proprietários de terras e empresários com o Estado. Há conivência com as violações aos princípios e direitos constitucionais, apoio aos interesses do agronegócio e colaboração para que o pilar de muitas atividades econômicas no país seja garantido pela exploração do trabalho em regime de escravidão. As ações do governo caminham a passos curtos: o fluxo de pessoas para as emboscadas de trabalho é contínuo, a fiscalização não atua com precisão em todas as localidades, a legislação penal não é aplicada em muitos casos e as comissões que debatem a erradicação do trabalho escravo são boicotadas. A PEC 438/2001 tramita no Senado com o nº 57a/ 1999, após mais de uma década desde que sua proposta foi discutida. Segundo o Deputado Domingos Dutra (PT/MA) há pouca sensibilidade da mídia e da opinião pública, visto que, a PEC já está consolidada o que falta é o impulso para finalmente entrar em execução. A história do processo de organização econômica e social do Brasil é caracterizada pelo uso da servidão como
forma para fomentar o acúmulo de capital, uma vez adotada, essa estrutura do trabalho compulsório ainda constitui uma realidade no país. A má distribuição de terra, altamente concentradora de renda, determina os pequenos grupos que possuem forte poder político para influenciar nas decisões do que pode ser aprovado ou não pelo poder legislativo. É preocupante imaginar que após tanto tempo de luta pelos direitos da pessoa humana, ainda haja exploração de mão de obra escrava nos estados brasileiros. É preciso romper com o pensamento colonialista existente nas relações econômicas do país, não podemos alimentar uma cultura que se utiliza do direito de propriedade sobre o outro. Referências Bibliográficas Desenvolvimento Rural. In: Políticas Sociais, acompanhamento e análise. Disponível em : http://www.ipea.gov.br/ portal/images/stories/PDFs/politicas_sociais/bps_20_completo.pdf. Acesso em 14/05/2013. MINISTÉRIO DO TRABALHO. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/trab_escravo/. Acesso em 15/05/2013. Revista em Discussão do Senado Federal. Disponível em: http://www.senado.gov. br/noticias/jornal/emdiscussao/trabalho-escravo.aspx. Acesso em 14/05/2013. THÉRY, Hervé, et al. Atlas do Trabalho Escravo no Brasil. Amigos da Terra: Amazônia Brasileira. Disponível em: http://amazonia.org.br/wp-content/uploads/2012/05/ Atlas-do-Trabalho-Escravo.pdf. Acesso em 15/05/2013. TV CÂMARA. Disponível em: http://www2. camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/BRASIL-EM-DEBATE/438603-DEPUTADOS-DOMINGOS-DUTRA-(PT-MA)-E-VALDIR-COLATTO-(PMDB-SC)-FALAM-SOBRE-A-CPI-DO-TRABALHO-ESCRAVO. html. Acesso em 13/05/2013.
Luciana Porto é brasiliense, consultora em processos conferenciais pela Universidade Federal de Santa Catarina, com bolsa de pesquisa no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA e Licenciada em História. lucianna_porto@hotmail.com
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Relembrar
Mauro Pinheiro
Eu não fui colega de Renato Russo Aproveito a onda de filmes como Somos Tão Jovens, Faroeste Caboclo, Show Renato Russo Sinfônico e o tema das manifestações de rua, Que Pais é Este, para fazer uma revelação bombástica: eu não fui colega de Renato Russo como sempre disse. É verdade que estudamos na mesma sala de aula do curso de jornalismo no CEUB, hoje UniCEUB, mas eu, aos 29 anos, já era homem casado, morador do Gama, cidade distante, de condução difícil e só queria mesmo concluir o curso, ser jornalista, trabalhar, ou seja, eu era um estranho naquela turma de jovens que cercavam Renato Russo e seu violão esquisito, seu rock romântico de poesia estranha para aquela época e para mim, um ex-garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones; Roberto e Erasmo; Renato e Seus Blue Caps mais toda a jovem guarda. Eu não ligava muito para aquela turma nem para aquele momento que depois se revelou histórico. Estava empenhado em construir o futuro. Muitos de nós estivemos envolvidos ou muito próxi-
mos de personagens e fatos que fizeram história na vida cultural de Brasília. Cássia Eller, Raimundo Fagner, Ney Matogrosso, Belchior, Clôdo, Climério e Clesio, Dinho Ouro Preto, são alguns nomes que fizeram sucesso e viraram celebridades mas foram embora para outros centros como Rio ou São Paulo. Sempre critiquei o fato de Brasília ter sido, até hoje, muito má com os talentos que nasceram ou apareceram por aqui. Cantores e cantoras, atores e atrizes, escritores, jogadores de futebol e de basquetebol, atletas, se revelaram e se mandaram, foram e continuam indo para onde há condições de virarem estrelas. Brasilia precisa se espelhar em centros alternativos aos grandes pólos de cultura que são Rio de Janeiro e São Paulo. Precisamos encontrar saídas como encontraram a Bahia com o Axé, Ceará com o forró eletrônico, Pernambuco com o frevo e o maracatú, Pará com o brega e o Maranhão se destacou com o reggae. Nestes estados foram criadas as condições econômicas e financeiras
para desenvolver uma industria cultural e de entretenimento que além de gerar riqueza levanta o astral e a auto-estima dos cidadãos e cidadãs. Brasilia precisa urgentemente virar um polo nacional de cultura, segurar seus talentos aqui. Quero cruzar casualmente com meus ídolos nas avenidas, nas superquadras, nos bares da moda, nas cidades satélites. Quero vê-los na televisão, ouvi-los no rádio, comprar um CD ou um DVD do meu cantor ou da minha cantora preferida, ver a peça com a atriz ou o ator que sou fã e de repente poder encontrá-los. Quero que o candango, a brasiliense do futuro estude na mesma sala de aula do seu futuro ídolo e depois possa reencontra-lo aqui mesmo. Sou fã do Rock candango, do Capital Inicial, do Legião Urbana, Plebe Rude, as destacadas dentre as mais de 50 bandas que contei em um site sobre o nosso Rock, que cantam e encantam por ai, sem condições de se sobressairem. Falta conscientização da necessidade de profissionalização e institucionalização empreendedora e massiva do nosso Rock candango. Brasilia é a capital dos eventos culturais e os governos teimam em incentivar cada vez mais essa tendência que se encerra em si mesma. Como o próprio nome sugere, são acontecimentos eventuais Brasilia precisa urgentemente deixar de ser a cidade dos eventos e passar a ser a capital dos movimentos culturais.
“eu era um estranho naquela turma de jovens que cercavam Renato Russo e seu violão esquisito, seu rock romântico de poesia estranha para aquela época e para mim, um ex-garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones; Roberto e Erasmo; Renato e Seus Blue Caps mais toda a jovem guarda”
Mauro Pinheiro é jornalista e escritor. mauro.alvespinheiro@gmail.com
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Brasília por Chico Sant´Anna
Chico Sant `Anna
O Brasiliense cansou Acompanhando as manifestações que ocorreram nos últimos meses em Brasília ouvi diversas pessoas perguntando: “mas o que eles querem?”. Ou então exclamando: “em Brasília a passagem nem aumentou!”. No parlamento, diversos políticos buscam fazer o mesmo questionamento e atônitos não encontram as respostas. Sem medo de errar, diria que o brasiliense, assim como o brasileiro, cansou. Mas cansou do que? O nível de emprego está elevado, a renda subiu, o consumo está elevado – é verdade que turbinado por linhas infindáveis de créditos - mais gente nas faculdades e a pobreza extrema foi mitigada pelos programas de ação social. Cansou de um modelo econômico, de um modelo de desenvolvimento social. Cansou daquilo que os teóricos já chamavam há mais de 50 anos de “Belíndia” (mescla de Bélgica com Índia) e de “Dois Brasis”. Cansou de ser a sexta, ou a sétima, economia do mundo e de ter um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do Planeta. Cansou de possuir um dos Produtos Internos Brutos mais elevados do mundo e ver o dinheiro se escoando na corrupção, superfaturamento, desvio de recursos públicos e numa fauna inesgotável de escândalos . Cansou de ter uma carga fiscal igual a dos países escandinavos e não ver retorno na educação, na saúde, na segurança, de possuir um transporte público pior do que aquele que transporta gado neste país. Cansou a classe média de ser obrigada como contribuinte a custear sozinha um modelo econômico que ela mesmo não tem como usufruir. Uma classe média obrigada a pagar, além dos impostos, pela escola de seus filhos, pela saúde pública, pela vigilância e segurança privada. Cansou de ver o crescimento vertical da violência urbana acompanhada do vertiginoso aumento da impunidade. Os brasilienses e os brasileiros cansaram de ver perdidas as oportunidades de uma melhoria social em decorrência das ações de lobbies políticos e econô-
micos. Lobbies que alteram nosso código florestal para derrubar nossas florestas e sobre elas plantar soja e criar gado. Lobbies que alteram os gabaritos de nossas cidades para agradar exclusivamente os interesses da especulação imobiliária. Lobbies que substituem projetos de transporte público moderno e eficiente à base de metrôs e VLT’s e insistem em velhos e superados ônibus da década de 1960. Lobbies que privilegiam o interesse de poucos em detrimento do bem-estar de muitos. Lobbies que induzem um modelo agrícola que privilegia a soja exportada para alimentar gado e porcos na Europa em detrimento do arroz com feijão. O brasiliense e o brasileiro cansaram de ver um poder judiciário lento e moroso. De ver uma justiça que privilegia quem tem mais em detrimento de quem nada tem. Uma justiça onde o velho jargão, infelizmente ainda se faz presente, e o ladrão de galinha é condenado com presteza e rapidez e o assaltante aos cofres públicos transita em liberdade pelos corredores do poder. O brasiliense, assim como o brasileiro, cansou de um parlamento desconectado da sociedade. Onde parlamentares tratam de seus interesses próprios ou paroquiais e ignora os anseios daqueles que o elegeram. Há décadas se houve falar em “voto aberto”, “reforma política”, “revogação popular do mandato dos eleitos”. Há décadas a sociedade assiste impassível a ação de rapinagem das bancadas das montadoras, dos banqueiros, dos evangélicos, dos ruralistas, da bola, dos donos de hospitais privados, dos donos da mídia e de tantas outras corporações tratando apenas de seus interesses. E perguntam, quando é que a “bancada do Brasil” vai começar a atuar? O brasileiro e o brasiliense cansaram de bancar um país caro e dele não poder usufruir. As suntuosas obras dos estádios construídos para atender os caprichos da Fifa foram um tapa de luva de pelica na face daquele que doa seu suor cotidianamente. Daquele que enfrenta seis horas por dia comprimido dentro de um ônibus. Daquele que trabalha 12, 14 ou mais ho-
ras por dia. Daquele que leva a quentinha de casa para economizar trocados no fim do mês. Daquele que precisa atuar no subemprego para complementar a renda familiar. Daquele que tem que estudar até altas horas da noite, para sonhar com um dia melhor. Os gastos com a Copa revelaram ao povo que o país tinha dinheiro em caixa. E muito dinheiro. Dinheiro que daria para construir nove mil escolas ou creches Brasil afora. Dinheiro que poderia acabar com as filas nos hospitais públicos, garantir o fornecimento de medicamentos a todos que necessitam. Dinheiro que poderia garantir um bom salário a muitos brasileiros. Dinheiro que poderia reforçar a segurança pública e afastar de todos nós o medo de ser vítima pelas ruas do Brasil de um seqüestro-relâmpago ou até de um homicida. Dinheiro que poderia assegurar no cotidiano de todos nós o padrão FIFA que todos merecem. A pátria pode até ser de chuteiras, como disse Nelson Rodrigues, e esta paixão ninguém irá tirar dos brasileiros, mas, como cantou Gonzaguinha, o povo quer ver valer o seu suor. Não quer ficar na estação esperando um trem d’alegria que nunca chega e que só promete, que só garante, mas nada realiza. O brasiliense e o brasileiro querem ser um cidadão padrão 6ª economia mundial. Não querem apenas estádios padrão Fifa. Querem um Brasil de primeira qualidade e por isso foram às ruas. Cabe a quem exerce o poder, seja no Buriti ou no Planalto, tomar a iniciativa de promover as mudanças antes que seja tarde demais e constatemos que a Praça Tahrir é aqui.
“O brasiliense, assim como o brasileiro, cansou de um parlamento desconectado da sociedade.”
Chico Sant’Anna é jornalista diplomado, documentarista, atua em TV, é pesquisador acadêmico. Mestre pela Faculdade de Comunicação da UnB, com pesquisa na área de “imprensa e integração latino-americana” e Doutor em Ciências da Informação e Comunicação pela universidade de Rennes 1 - França, com pesquisa em Comunicação Pública. Também publicou livros como “Mídia das Fontes”. blogdochicosantanna@gmail.com
René eSampaio seu Faroeste Caboclo
Em evidência pelo sucesso de seu primeiro longa-metragem nos cinemas, René Sampaio, já era bem conhecido no mercado publicitário brasileiro e viveu sua adolescência na Brasília dos anos 80, tão bem retratada nas cenas de Faroeste Caboclo Por Renata Batt Imagens: Kacau Machado
”A reação do público de Brasília sem dúvida foi uma coisa na qual me peguei pensando apreensivo algumas vezes durante todo o processo de realização do filme”. René Sampaio disse em tom sério mas aliviado, quando lhe perguntei de qual era sua maior expectativa em relação ao seu primeiro longa-metragem, Faroeste Caboclo, durante nosso curto bate-papo para essa matéria, realizado na praça da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, após rápido ensaio fotográfico para nossa capa, com Kacau Machado. Todos os outros instantes dessa “horinha” em que o René conseguiu - em sua agenda cheia de reuniões e compromissos em Brasília para essa entrevista foram de total serenidade, aquela serenidade que acomete naturalmente pessoas seguras e talentosas. Enquanto era fotografado, René, com vôo para o Rio de Janeiro em seguida, respondia às perguntas, e entre uma pergunta e outra teve que parar para cumprimentar um amigo que passeava na praça com seu bebê. Em Brasília René não é apenas uma celebridade, é parte da história da cidade, agora mais do que nunca. Sua estréia na categoria longa-metragem bateu recorde de público no cinema nacional, sem contar com o público das pré-estréias realizadas em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. E em menos de três meses já bateu a marca de mais de um milhão e meio de espectadores, ainda no cinema. Workholic, René conferiu as fotos, avaliou o fotografo e se eu vacilasse acabava me entrevistando também. Elogiado pela crítica, e por diretores de reconhecimento internacional como Fernando Meirelles, ele é guiado por seu trabalho, por isso além de possuir residência no Rio de Janeiro e em Brasília também é possível encontrá-lo com certa freqüência em São Paulo e até mesmo Nova Iorque. Ao ser questionado pela escolha entre o Cerrado e a Cidade Maravilhosa, respondeu ligeiro sua indecisão “Difícil escolher entre a terra vermelha e o mar azul”, é apaixonado por ambos. E por falar em paixão, René está noivo da atriz Bruna Spínola. “Conheci a Bruna gravando um comercial em São Paulo, ela era a chapeuzinho-vermelho e eu dirigia a peça publicitária” contou.
Qual sua relação com a canção “Faroeste Caboclo” e quando surgiu a vontade de transforma-la em filme? Em 1987, quando ouvi a música pela primeira vez, pensei: vou fazer esse filme. É claro que aos 13 anos isso não parecia um objetivo muito real. Mas eis que, 26 anos depois, estamos aqui falando sobre o filme. Nessa época, eu ficava em casa nas tardes quentes e secas de Brasília, e esperava a música tocar pra tentar soltar a pausa do gravador no exato instante em que ela começasse, pois ainda não tinha o disco e queria registrá-la em fita cassete. Era certamente a minha música predileta do grupo naquele ano e a mais tocada na rádio Transamérica, a rádio jovem de Brasília naquele momento. Faroeste Caboclo esteve no topo da lista das mais pedidas todos os dias por mais de 40 semanas seguidas. Depois juntei uns trocados e comprei o LP, que ainda tenho. O filme nasceu num jantar com a Bianca, produtora executiva. Ela conhecia meu trabalho com os curtas e me sugeriu que eu devia fazer um longa. Eu respondi: “Tem um filme que eu gostaria muito de fazer, mas é impossível comprar os direitos”. Não sei exatamente o que ela fez, mas uns 30 dias depois estávamos em Brasília, sentados na sala da família do Renato Russo, fechando o contrato. Marcello Maia entrou logo a seguir no projeto com enorme energia e talento pra formar esse trio que assina a produção. Você citou, na abertura da pré-estreia e em entrevistas, que o longa não é um clipe da música mas uma adaptação para o cinema. Ainda assim lidou com muita expectativa do público, especialmente dos fãs da banda Legião Urbana e do Renato Russo. Essa expectativa foi levada em conta pelos roteiristas e sobretudo na direção? Quem adapta qualquer coisa sabe que vai ter que lidar com as expectativas de todos os admiradores da obra original, e eu nunca perdi isso de vista. Mas o filme não é um clipe e, assim como a música respeita a métrica, fizemos o filme respeitando o drama. O maior desafio ao adaptar essa música foi ser fiel não apenas a todos
os eventos, mas conseguir impregnar o filme da emoção que sinto ao ouvir a música. Esse filme é uma resposta emocional à canção. Não é exatamente a mesma narrativa, com todos os eventos – apesar de termos contemplado bastante coisa que tem na letra. Nossa busca era por um João de Santo Cristo, uma Maria Lúcia e um Jeremias que fossem personagens de verdade, que pudessem ser retratados no cinema – uma linguagem completamente diferente da música. O meu desejo e o dos produtores era que o filme tivesse uma pertinência emocional, uma resposta de artistas falando sobre a obra de um outro artista. Quando fizemos a adaptação, sempre buscamos a energia da música. Nesse caso, a minha maior preocupação foi fazer um filme com verdade, e que retratasse uma visão particular sobre a música. Também sempre me perguntei internamente se o Renato gostaria do que estávamos fazendo. Em última instância, é um filme feito por um fã. Foi muito bem recebido pelos que realmente gostam e entendem o espírito da música mas também por gente que, em última instância, não tinha essa conexão. Mais de 1.500.000 pessoas já foram ao cinema ver o filme e ela ainda está em cartaz. O projeto lançou suas bases no trabalho de pesquisa com o Paulo Lins. Foi um período muito intenso, quando encontramos parte do clima que teria o filme. Depois, com Marcos e Victor, conseguimos estruturar e criar o filme que vemos hoje na tela, fazendo o roteiro final. O meu interesse sempre foi fazer uma resposta poética e emocional ao que a música inspira. Tanto quanto colocar os fatos narrados e transpô-los para a tela, busquei replicar os sentimentos que a letra sempre me causou. Algumas pessoas, na pós-estreia, publicaram posts nas redes sociais comparando você à Quentin Tarantino. Como encarou a comparação? Quentin Tarantino e John Ford foram referências na elaboração do roteiro e construção das cenas de “bang-bang” do filme? Os filmes de John Ford estão entranhados no Faroeste, pois fazem parte do meu universo cinematográfico e não há como fazer dois planos do gênero sem que algo remeta a esse mestre do gênero. Mas se há uma referência direta a um diretor é ao Sérgio Leone. O duelo final tem muito da cinematografia do
“Quando fizemos a adaptação, sempre buscamos a energia da música. Nesse caso, a minha maior preocupação foi fazer um filme com verdade, e que retratasse uma visão particular sobre a música.”
spaghetti western, do tempo, e até do humor - quando o saco de pó estoura no rosto do Jeremias não deixa de ter uma dose de graça. Já a comparação com o Tarantino, que muito me envaidece, deve vir de buscarmos talvez as mesmas fontes de inspiração, misturando gêneros sem perder a essência original da obra. Isso é uma característica pop e da modernidade. Além disso, Jango foi lançado quase que ao mesmo tempo, apesar de Faroeste ter sido filmado antes. Por essa coincidência ou sincronia artística acho que os filmes acabam se aproximando um pouco no imaginário das pessoas. Como foi feita a seleção dos protagonistas? E como foi trabalhar seu primeiro longa-metragem com artistas que já tinham reconhecimento nacional? Para chegar nesse elenco, fizemos um número inacreditável de testes, e por fim duas oficinas de preparação com três atores diferentes para cada personagem. Quando tudo terminou, foi uma escolha delicada, pois todos os envolvidos que chegaram ao final do processo eram realmente muito bons. Tive ao meu lado, durante todo o tempo, a parceria com o preparador de elenco Sérgio Pena que além de preparar o elenco teve um diálogo importantíssimo com a direção me ajudando também a conceber o filme e aprofundar diversas questões narrativas e das personagens. O Fabrício tem o olhar, a vibração e a respiração do João – e foi o mais difícil de encontrar, pois era um perfil muito específico. Antes dele, passamos por inúmeros testes, com muita gente bacana, mas que não tinha a energia que eu queria dar ao personagem. Já Isis e Felipe, cada um à sua maneira, conseguiram se colocar num registro muito interessante para dar verdade e profundidade à Maria Lúcia e ao Jeremias. Ambos não têm absolutamente nada a ver com a personalidade dos seus personagens, e isso tornava ainda mais interessante o trabalho que estávamos desenvolvendo. A Isis é um talento, uma estrela, com uma inteligência cênica muito grande e uma luz própria que nos encanta a todos. Quando fez Faroeste, ela já era bem conhecida, e apesar de ter a minha preferência, os produtores pensavam em ter alguém totalmente novo na tela. Mas depois dos testes e da oficina, que ela fez como se fosse o primeiro papel da sua vida, não teve jeito: ela ganhou a todos. É muito atenta, concentrada e, sobretudo surpreendente – sempre vinha com alguma pequena coisa que fazia toda a diferença nas suas cenas. O Fabrício dispensa comentários. É um dos melhores atores da sua geração. É talentosíssimo, parceiro, inteligente e se entrega à direção. Para fazer o filme, ele perdeu uns dez quilos em
menos de dois meses. Não houve um momento em que eu duvidasse da verdade dele em cena. Tínhamos desde o set a certeza de ter encontrado o casamento certo entre ator e personagem. O Felipe Abib foi o primeiro a ser escolhido. Apesar de termos testado depois algumas opções para o papel, ele fez um teste sensacional, dando uma leitura muito particular para o Jeremias que encantou a todos É um talento muito visceral, e apesar da pouca idade tem uma sólida carreira no teatro. Criou uma personalidade tóxica para o personagem, flertando entre a ficção e a realidade. Também foi um luxo trabalhar com Antônio Calloni, César Troncoso, Cinara Leal, Flávio Bauraqui, Túlio Starling, Rômulo Augusto, Andrade Júnior e Marcos Paulo, entre tantos outros. Já com o diagnóstico de uma grave enfermidade, o Marcos Paulo esperou terminarmos de rodar suas cenas pra dar início ao seu tratamento. Foi também seu último trabalho no cinema. Quando os atores estão entregues ao projeto, como foi no nosso caso, trabalhar com eles passa a ser um extensão da vontade de todos e aí não interessa se eles são famosos ou não. Todo mundo se deu de uma maneira muito particular.
“O Fernando (Meirelles) é gentilíssimo e fiquei muito feliz quando li o que ele tuitou sobre o filme. De repente muitas pessoas começaram a replicar o que ele disse e me mandar por e-mail! Foi uma ótima surpresa.” Muitos posts nas redes também comentaram que Fabrício Boliveira é, no filme, a própria encarnação do “João de Santo Cristo” de seus imaginários, em relação à canção. Você teve a mesma impressão no período de seleção? O João que o Fabrício fez tem uma energia incrível. Ele tem o olhar, o timing, a respiração, o tempo, tudo que o João precisava pra ser encarnado! Mas não saberia dizer se é uma questão dele ter captado o que está no imaginário de todos, inclusive no meu, ou de ter tido uma interpretação tão forte que rapidamente se apoderou desse
imaginário e criou, sem que o espectador percebesse, um novo Joao. Talvez seja uma mistura das duas coisas. Seja como for, daqui por diante, a personagem tem carne e osso. Em entrevista ao portal Adoro Cinema, você disse que só tinha interesse em fazer um longa-metragem, a adaptação da canção “Faroeste Caboclo” (“Depois de fazer um curta, conheci a Bianca de Felippes (produtora), que me perguntou se eu gostaria de fazer um longa. E eu respondi: ‘só tem um longa que eu gostaria de fazer, que é o Faroeste Caboclo...’). E já em sua estreia na categoria “longo” recebeu elogio público de Fernando Meirelles, uma das maiores referências em direção cinematográfica brasileira com reconhecimento e trabalhos internacionais, que disse que “o mercado tem que ficar de olho em você”. Que projetos estão por vir? O Fernando é gentilíssimo e fiquei muito feliz quando li o que ele tuitou sobre o filme. De repente muitas pessoas começaram a replicar o que ele disse e me mandar por e-mail! Foi uma ótima surpresa. Diversos projetos estão em andamento. Durante a produção do Faroeste e principalmente na reta final muitos diziam que eu teria que ter um projeto pronto pra apresentar ao mercado no dia da estreia. Entendo quem pensa assim mas não funciona pra mim. Durante esse período fui 100% Faroeste e não sobrou tempo pra me dedicar com profundidade `a elaboração de um novo roteiro. Preferi desenvolver argumentos e ideias que me motivassem ao longo desses anos que agora estão virando roteiros com o tempo e amadurecimento que acredito que os longas devam ter. Tenho em processo algumas histórias e destaco quatro: uma comédia quase barroca; um filme sobre a guerrilha do Araguaia; um longa sobre um estelionato; e também um drama sobre preparação de elenco. Esse último nasceu da experiência que tive no Faroeste com os atores. Depois dos roteiros prontos, vou avaliar qual será feito primeiro e em que ordem. Talvez eu rode todos, talvez outras coisas venham na frente, talvez eles derivem em outros projetos... o futuro dirá. Acredito que quando se faz cinema o diretor tem que estar totalmente envolvido e dentro do filme, caso contrário não vale a pena. E isso é algo que vou descobrir percorrendo esses caminhos. O mais bacana é que, com o sucesso do filme, todos esses projetos estão encontrando parceiros interessantes para ficarem de pé. Mas dois deles, já estao bastante adiantados e espero ter logo novidades para anunciar.
arquivo pessoal - Márcia Witczak
“Mana, o René vendeu o carro pra bancar o curta dele!” . Quem me contou isso, lá pelo ano 2000 foi meu irmão, Maurício. “Caramba”- disse eu. “Esse menino é danado! “ Ele falava do filme “Sinistro” , de René Sampaio. O curta-metragem que ele decidiu apostar tudo o que tinha para produzir , foi um dos mais premiados da história de Brasília! E era só o começo! Conhecemos René em épocas diferentes. Meu irmão Maurício ( Witczak, hoje ator e dramaturgo), o conheceu na adolescência, na igreja. No encontro de jovens Segue-me. E se lembra do René como um contestador. Sempre questionava tudo e não aceitava nada sem colocar mil indagações! Brigaram muito sobre dogmas e mistérios da igreja. Depois, Mauricio e René trabalharam juntos em uma campanha publicitária também premiada do Porão do Rock. São amigos até hoje. Eu o encontrei na década de 90, na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. O cenário da melhor época das nossas vidas! Era tempo de sonhar e fazer planos. O sorridente e falador Renezinho já pensava em um dia contar no cinema a história de João de Santo Cristo - uma das músicas da trilha sonora da nossa época. Falamos muito sobre isso agora.O nosso reencontro foi no dia do lançamento do filme Faroeste Caboclo em Brasília. Agora éramos repórter e entrevistado. Que nada...! Nos abraçamos com o mesmo carinho dos tempos da UnB. O grande diretor René Sampaio, agora com os cabelos curtos e com barba, ainda é o mesmo menino que quando fala, os olhos brilham com força. Na estréia superlotada do filme, vi René cumprimentar quase toda a fila, e chamar os convidados pelo nome. René era o caçulinha da nossa turma de Jornalismo, mas era um dos que mais trabalhava ainda na época da Faculdade. Achei o filme sensacional e na saída reencontrei colegas de UnB. Muitos abraços e recordações. Nestas horas não temos na mémória lembranças de desempenho acadêmico, notas ou disciplinas. No nosso baú, as festas e a alegria que compartilhamos juntos. René sempre estava lá, divertido e falador. Uma vez me lembro que numa das nossas festas de faculdade estávamos falando sobre cirurgias plásticas e tal do silicone que a mulherada estava começando a usar. De repente René (o mais novo da turma) começa a contar ,com detalhes, sua recente experiência com um par de silicones. Foi ouvido com atenção e aplaudido por todos no final. Este era o Renézinho. Menino danado e determinado. Não poderia ter tido destino diferente. Temos muito orgulho de você, René. E continuamos aplaudindo suas histórias, cada vez mais maravilhosas. Sucesso! MÁRCIA WITCZAK - Jornalista
Conheci o René na UnB. Eu, estudante de antropologia. Ele fazia Comunicação, mas imerso no mundo do cinema. Já naquela época ele demonstrava bons conhecimentos técnicos em áudio visual, fazia assistência de câmera em cinema e trabalhos de publicidade. E como eu queria muito ‘mexer’ com cinema, eu observava as pessoas que faziam algo ligado a cinema, lembro que minha primeira impressão, não só dele, mas daquela turma que ‘mexia’ com cinema, Zé Eduardo, André Cunha, René e outros, eu pensava “esses caras vivem um mundo só, sabem o que querem”, ao contrário de mim. Eu vivia em dois mundos, era da Antropologia, mas queria entrar para o mundo do cinema. Eu escrevia muito, queria ser roteirista e dirigir meus próprios roteiros, essa era minha prentensão, mas não sabia como fazer isso. Até que um dia estava fazendo um trabalho com René, eu como câmera e ele como diretor, estávamos sentados em um meio fio no estacionamento da UNB e falávamos de histórias, de roteiros... Contei a ele que tinha uns roteiros prontos e ele pediu para ouvir alguma coisa. E nessa contei a história de um roteiro que falava da vida de dois Bombeiros que faziam um socorro de uma batida de carros e que por algum motivo uma das vítimas morria dentro da viatura, e os hospitais não iriam aceitar um morto!! E isso ia ser um problemão para os bombeiros, que eles tinham de achar uma solução, e encontravam. O René pediu o roteiro para ler, e logo depois disse que queria filmar aquela história. E eu dei para ele esse roteiro, falei, “claro, acho que você tem condições de fazer isso”, e eu realmente acreditava nisso, pelo que eu via naquele cara, a forma como ele era centrado e focado, se ele quisesse de fato, ele faria, e olha que fazer cinema naqueles dias, década de 90 em Brasília, era algo monstruoso. Ele pegou o roteiro, mexeu nele, outra habilidade do René, ele se concentra na coisa, vai atrás da melhor forma de fazer, não se prende nem se apega a nada, se tiver de cortar, acrescentar, ele faz, sem pudor. E nisso ele me passa o roteiro final, eu leio e penso, “filho da mãe, mexeu no meu roteiro!” ‘Pegou’ histórias do Fernando Sabino, misturou com minha história e transformou o roteiro num roteiro assinado por nos dois, à sombra de Fernando Sabino! Não gostei (risos). Mas o cara tinha visão, ele viu além. O filme ganhou o título de ‘Sinistro’! E foi um sucesso avassalador, para um curta metragem. O filme ganhou quase todos prêmios do festival de Brasília, menos o de roteiro, que me deixou super triste. René era um sucesso, o filme ficou muito bom! Ele já se mostrava ali um diretor habilidoso. Para meu ego, vieram outros festivais, um dia, numa noite num bar, recebi a notícia do prêmio de roteiro no Festival de Recife, pelo Zé Eduardo, foi o máximo! E depois vieram outros prêmios, outros festivais, inclusive o Festival de Gramado, para mim, nesse caso, a glória máxima, fomos lá, eu, René e os atores do filme para o Festival, o filme ganhou os prêmios de melhor roteiro e direção de arte. Ali pude ver de perto o quanto o cara era focado. No quarto do hotel, dentro da mala, ele trazia cópias do portfólio dele, do filme, para apresentar seu trabalho às pessoas por lá. Coisa que nem havia passado pela minha cabeça isso: fazer contatos. Era uma lição que ele me dava. E Gramado foi demais, eu me esbaldei nas festas. René, além disso, fez contatos. Tempos depois, René me liga e fala que o Daniel Filho, sim, Daniel Filho, poderoso homem da Globo, viu o filme e queria roteiristas novos para o filme que ele queria fazer, era uma adaptação da peça “Fica comigo esta noite”, Daniel Filho tinha visto o filme em Gramado, tinha gostado do roteiro, ele nos queria! Foi meu primeiro contrato como roteirista, me senti nas nuvens. Nessa época eu estava dirigindo uns vídeos para TV Escola, viajando pelo Brasil. Lembro que o René me mandou o contrato para eu assinar, eu estava na estrada, indo para o Nordeste, dei um endereço de hotel para ele, ele mandou o contrato, eu tinha de assinar e autenticar assinatura em cartório, pô, me senti o próprio roteirista profissional. Enfim, trabalhamos nesse roteiro, eu e René, ele ia a minha casa, eu na dele... Ele era concentrado, queria acertar na mão, trocávamos muitas idéias, viajamos um bocado nesse roteiro, lembro que até uma vaca no velório, de tênis adidas tinha. Foi irado fazer isso, e uma pressão também, Daniel Filho era super meticuloso, mandava laudas de observações sobre o que fazíamos, pontuava tudo. No fim das contas, não sei o que houve, acabou que ele desistiu desse filme, acabou que o João Falcão filmou com outros roteiristas, foi uma super pena. Mas o René seguiu sua carreira, ele sempre me dizia que o Sinistro abriu portas para ele. Ele foi para o Rio, fez um carreira super sólida na publicidade, e eu aprendo com ele, ele é um cara focado, filma muito, não tem relógio com ele, ouvi dizer que ele tinha um apelido, ‘René 360’, porque filmava de tudo que era ângulo, lados e etc, e depois do Faroeste, ele virou ‘René 720’. Não me surpreende em nada ver esse sucesso dele com Faroeste. Agora temos mais uma chance de trabalhar juntos, estou fazendo meu primeiro longa metragem, também sobre uma história de Brasília, mas que poucos conhecem, mas maravilhosa, que é a história da Turma da Camber, Nelson Piquet, Roberto Pupo Moreno, Alex Dias Ribeiro, Jean Luis e outros... Turma anterior à turma da colina, e ele esta sendo meu produtor. Se ele conseguir seguir comigo nessa, vai ser um super privilégio e, mais uma vez, um grande aprendizado. DENILSON FÉLIX - Diretor e Roteirista
faroeste e rené nas redes sociais...
Acho que o longa não tinha como ser fiel à canção, o roteiro foi superbem elaborado. A direção, roteirista, deram seus toques particulares à trama, eo resultado foi incrível. A escolha das personagens, a ambientação, a fidelidade com o cenário, aquela cena da unb, com os carros antigos, ficou fantástica. MANU CARVALHO - Jornalista
Gostei muito do filme, a produção caprichou e o brasiliense se identifica, culturalmente e nas paisagens e cenas. Também achei bacana a mensagem social, reforçada sobre a letra de Renato Russo. Pessoalmente eu sempre imaginei o João da forma em que o filme retratou. RENAN DE ALMEIDA - Advogado
Achei um bom filme, acima da média, com interpretações muito boas... Mas confesso que assisti ao filme inteiro comparando com a música (risos) talvez não tenha me entregado tanto ao filme por isso. RODRIGO DALMONICO - Assessor de Imprensa
René Sampaio com sua competência e tenacidade colocou o cinema brasiliense em um patamar jamais alcançado. O filme combina romantismo de Romeu e Julieta - com genial cena de balcão em superquadra - com convenções narrativas de policial e western, faz atualizações nas representações do sertão e da favela e ainda põe pitadas de humor. O elenco está excelente e Fabrício Boliveira faz um João de Santo Cristo antológico contracenando com a irresistível Maria Lúcia de Isis Valverde. A fotografia de Gustavo Hadba é maravilhosa, a direção de arte impecável e o som primoroso. O produtor Marcello Ludwig Maia demonstra a capacidade de realização de um especialista em filmes de baixo orçamento quando tem recursos mais generosos. O “Faroete Caboclo” arrebenta! MAURO GIUNTINI Cineasta
René Sampaio iniciou sua carreira dirigindo filmes experimentais nos anos 90, quando estudava comunicação na Universidade de Brasília. Produziu curtas, videoclipes, documentários e dirigiu filmes publicitários . Nesse período também trabalhou como redator em importantes agências de propaganda. Em 2000 lançou Sinistro, curta de grande sucesso vencedor de mais de 15 prêmios e exibido em diversos festivais internacionais. Divide seu tempo entre Brasília, Rio, São Paulo, Nova Iorque e Los Angeles, onde dirige projetos de ficção, documentários e também comerciais para grandes clientes como Pepsi, Petrobrás, Mc Donald’s, General Motors, Fiat, Honda, entre outras empresas. Destacado pelo seu trabalho como diretor de atores, tem como característica marcante de seus filmes publicitários o humor, mas sempre com apurado senso estético. Em 2005, seu filme Kitchen para a DM9DDB ganhou um leão de prata no Festival de Cannes. Em 2006 foi eleito o Diretor Destaque do Ano pela ABP, Associação Brasileira de Propaganda. Esse ano acaba de receber 4 prêmios, inclusive um Sol de Oro, no FIAP, um dos mais relevantes festivais internacionais de propaganda com a campanha de lançamento de Power Yogurt. Em 2009 lançou o curta O Homem, vencedor dos prêmios de melhor ator nos festivais de Recife e Florianópolis e exibido nos concorridos festivais de Palm Springs e de Miami. No mesmo ano cria a Fulano Filmes, uma das mais proeminentes produtoras de propaganda e conteúdo do mercado Brasileiro. No primeiro semestre de 2011, o diretor rodou o seu primeiro longa: Faroeste Caboclo. O projeto foi desenvolvido com o premiado roteirista Marcos Bernstein, autor de Central do Brasil, e também contou com a parceria e consultoria de Paulo Lins, autor do Livro Cidade de Deus. O longa estreou em maio de 2013 após o sucesso estrondoso do seu trailer na internet. O filme ainda está em cartaz e já foi visto por mais de 1.500.000 pessoas. Filmografia: FAROESTE CABOCLO (longa-metragem, 2013), direção e produção. O HOMEM (curta-metragem, 2007), direção, produção e roteiro SINISTRO (curta-metragem, 2000), direção, produção e roteiro CONTATOS (curta-metragem, 2000), direção. FROM THE OCEAN (Vídeo Clipe, 1998 ), Direção, produção, roteiro, fotografia e edição ANTES DO FIM: (curta-metragem, 1996), Direção, produção e roteiro LIGHTS: (vídeo clipe, 1997), Direção, produção, roteiro e edição Comerciais: Direção e criação de mais de 400 comerciais para TV. Agências – Almap/BBDO, DM9/DDB, Publicis, DPZ, Alma DDB – Miami, Vidal Partnership – NY, Fischer, Giovanni FCB, Talent, Thompson, McCann Erikson, F/Nazca, entre outras. Principais Clientes - Coca-Cola, Mc Donald’s, General Motors, Honda, Pepsi, Embratel, Brastemp, Vivo, Elma Chips, Cerveja Schincariol, Cerveja Super Bock entre outros. Confira todas as premiações de René Sampaio na matéria completa no portal www. cidadecult.com.br
SONIA MARIA, beneficiada pelo Saúde da Família
O GDF criou as Clínicas da Família. Já são 7 no DF.
GUILHERME NEVES recebendo atendimento odontológico na Clínica da Família
A saúde do DF ainda não está do jeito que a gente quer, mas muita coisa já mudou. Quem precisa de atendimento médico básico ou odontológico já pode contar com a Clínica da Família. Antes não havia nenhuma, hoje já são 7. As clínicas fazem parte do Saúde da Família, programa que recebeu atenção especial do GDF com o aumento do número de equipes e da cobertura de atendimento. Ainda há muito a ser feito, mas, para melhorar a saúde, o GDF está chegando junto.
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