GamaCULT 08

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www.gamacult.com.br Distrito Federal, agosto de 2012 - Nº 08

Núbia Santana diretora de cinema. atriz e ativista social

Gama pedala contra a pedofília e pela retomada do Centro Cultural Itapuã

A coluna imperdível de Juliana Vidal

Agenda Cultural



GamaCULT

A revista GamaCULT (GC) é uma publicação de responsabilidade da agência Dois Eixos comunicação LTDA. Jornalista responsável: Renata Nogueira Batt MTB 7160-DF Projeto editorial, diagramação e redação: Dois Eixos comunicação. Diretora comercial: Eleida Vongrapp Sucursal Bsb: Fabiano Shader Gráfica primeira impressão Tiragem: 20.000 exemplares Dois Eixos LTDA Eventos: agenda@gamacult.com.br Anúncios: publicidade@gamacult.com.br e comercial @ gamacult.com.br Sugestões de reportagens e entrevistas: editorial@gamacult.com.br ***Conteúdos, artigos, anúncios e cartas são de inteira responsabilidade de seus autores.

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Veículos de Tração Animal são emplacados e vistoriados Ação promovida pela Casa Civil tem como objetivo formalizar a atividade que envolve aproximadamente 1.500 condutores de carroças no DF Cinara Lima, da Agência Brasília

Carroceiros de 10 regiões administrativas se preparam para participar nesse mês da segunda etapa da Semana do VTA (Veículos de Tração Animal), programa desenvolvido pela Coordenadoria das Cidade, da Casa Civil. O programa atende recomendação do decreto nº 27.122/2006, que regulamenta o uso de Veículos de Tração Animal no Distrito Federal – as populares carroças. Desde a primeira etapa, ocorrida de outubro de 2011 a julho de 2012, já foram atendidos 900 condutores desses veículos. A meta do GDF é atender mais 600.

“O que a Semana do VTA pretende é ir além, é propor cidadania, é proporcionar conhecimento e oportunidades de emprego e renda em outras atividades economicamente viáveis. O programa nasceu da nossa preocupação com a vulnerabilidade em que se encontram os carroceiros”, ressaltou o gerente de VTA da Coordenadoria das Cidades, Josebias Tody. Essa segunda fase do programa da Coordenadoria das Cidades é dirigida a carroceiros das regiões administrativas de Brasília, Candangolândia, Sobradinho 1 e 2, Recanto das Emas, Riacho Fundo 1e 2, Ceilândia, Gama. Durante três dias, eles participaram dos cursos de Formação, do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), responsável pela vistoria e emplacamento de carroças no DF; de Associativismo e Empreendedorismo Individual, ministrado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); e de Economia Solidária, promovido pela Secretaria de Trabalho do DF. “Ministramos o curso de acordo com a demanda das administrações. Elas oferecem o espaço e nós, a equipe técnica que ensina a parte teórica. Depois os nomes são encaminhados ao Detran, que emite autorização para conduzir esses veículos”, explicou o diretor de Educação de Trânsito do Detran, Marcelo Granja. Além do cadastramento dos trabalhadores e emplacamento das carroças, a ação tem como objetivo conscientizar os trabalhadores sobre a importância do cuidado com o meio ambiente, com os animais e o descarte correto dos resíduos, além do cadastramento dos trabalhadores e emplacamento das carroças. A Semana do VTA é uma ação promovida pela Coordenadoria das Cidades junto ao Detran; secretarias de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Trabalho e Segurança Pública; Instituto Brasília Ambiental (Ibram); Hospital Veterinário/Universidade de Brasília (UnB); Batalhão de Polícia Ambiental; Serviço de Limpeza Urbana (SLU); Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb); Sebrae-DF; Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Distrito Federal (SESCOOP/DF) e administrações regionais. Atividade no DF - De acordo com o gerente de VTA da Coordenadoria das Cidades, Josebias Tody, a atividade envolve aproximadamente 1.500 pessoas no DF e é oscilante. Há trabalhadores que fazem frete ou coleta de materiais recicláveis ou resíduos de obras por necessidade momentânea, enquanto outros desempenham o ofício regularmente. “É uma categoria difícil de reunir. Por vários anos, foram criadas ações pontuais que deixaram a desejar. Isso provocou grande descontentamento com as ações do governo. Para não repetir o erro, a Semana do VTA foi pensada como ação integrada do GDF”, avaliou Josebias Tody. Etapas - Na primeira etapa, a Secretaria de Agricultura e a UnB submeteram os equinos a exame clínico, vacinação e coleta de sangue para verificação de doenças. Também foi realizada a chipagem - implantação de dispositivo eletrônico de controle. Os condutores de VTA receberam cursos de formação com duração de cinco dias. Participaram da primeira etapa carroceiros de Brasília, Candangolândia, Sobradinho 1 e 2, Recanto das Emas, Riacho Fundo 1 e 2, Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, São Sebastião, Planaltina, Samambaia, Santa Maria, Paranoá, Itapoã, Taguatinga, Núcleo Bandeirante, Águas Claras, Vicente Pires e do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento - que engloba as cidades Estrutural e do Automóvel. A terceira etapa, que dependerá do sucesso das anteriores, prevê o acompanhamento e apoio na organização produtiva dos trabalhadores, por meio de ajuda dos parceiros que já participam da Semana do Veículo de Tração Animal.


Gamenses pedalam contra a pedofília e pela retomada do Centro Cultural Itapuã A Administração Regional do Gama realizou, em parceria com o movimento Brasília Contra Pedofília (www.brasiliacontrapedofilia.com.br), pedadala contra a pedofília no dia 08 de julho. Dezenas de pessoas participaram pedalando num circuito do calçadão (entrada da cidade) até a praça do Centro Cultural onde foram realizadas ações culturais pela retomada do Itapuã. Durante seu pronunciamento, o deputado Patrício lembrou que a revitalização do local atende a uma antiga reivindicação da população do Gama. “Serão investidos R$ 2 milhões para a infraestrutura do espaço cultural que faz parte da história do Gama e é uma das poucas áreas de lazer da cidade. Para mim, esse é um momento de muita alegria, porque depois de uma pedalada como esta temos a incorporação do Cine Itapuã”, afirmou. (imagens: ASCOM - Administração Regional do Gama) Brasília Contra a Pedofilia é um movimento que nasceu da revolta de um grupo contra a realidade que nossa cidade tem vivido atualmente. As estatísticas nos revelam que o Distrito Federal é o terceiro maior Estado Brasileiro em número de casos de pedofilia. São aproximadamente 4000 casos de pedofilia por mês, e destes, apenas 100 conseguem ser solucionados. Decidimos que não vamos cruzar os braços diante dessa assustadora realidade e assim criamos o Movimento Brasília Contra a Pedofilia, na intenção de conscientizar, alertar a população da nossa cidade e contribuir para a mudança deste quadro.

8 de julho Hoje de manhã várias pessoas se reuniram no Calçadão na entrada do Gama para participar da pedalada contra a pedofilia, a pedalada seguiu até o Cine Itapuã, onde várias manifestações artísticas acontecerão ao longo do



CAPA

Nubia Santana Pernanbucanamente brasiliense brasiliensemente pernambucana Por Renata Batt e Nayane Taniguchi Fotos Arquivo Pessoal

De uma infância

pobre à miss Per nambuco, atriz encontra uma maneira de agradecer à vida pelas oportunidades que a transfor maram de uma criança que trabalhava em carvoaria à cineasta. Quem vê Núbia, deslumbrante, entrando num restaurante não imagina que aquela mulher encarou grandes batalhas para realizar seus sonhos. Filha de carvoeiros, Núbia se mudou com a família dezenas vezes na infância até que na adolescência, com o apoio de um dos irmãos, fugiu de casa para concor-

rer à miss Pernambuco. Família – Única menina no meio de sete meninos. Assim foi a infância de Núbia Santana, filha de pequenos agricultores que se mudavam conforme as chuvas e secas do nordeste brasileiro. A família de Núbia era extremamente pobre. “Perdi as contas de quantas vezes chegamos a passar fome. Lembro-me de termos comido até folha de umbu.” Ela nasceu em Iguaracy, sertão pernambucano e desde cedo já trabalhava em carvoarias para ajudar nas despesas de casa. O sonho de Núbia era freqüentar a escola, mas quando pedia ao pai escutava sempre um “não”, “Pai dizia que filha dele não ia pra escola, não. Escola para ele era lugar para “embuchar” (engravidar)”. Depois que o pai aceitou que ela freqüentasse a escola a jornada passou a ser de 36 quilômetros (18 km para ir e 18 km para voltar). Núbia era sempre muito discriminada e se sentia um patinho feio no meio dos alunos. “Ninguém se aproximava de mim, não tinha amigos, pois me olhavam e julgavam sempre pela roupa que usava. Sem falar que eu chegava empoeirada na escola e tinha que agüentar os olhares de cima até embaixo.” disse. Cinderela – Na adolescência começou a


trabalhar em casas familiares para não parar de estudar. Nessas casas não recebia salário como doméstica, trabalhava apenas em troca de lugar para morar e de alimentação. Um dia uma família de Recife a viu e lhe disse que era uma menina muito bonita e se fosse lapidada poderia ser até mesmo uma modelo fotográfica. Núbia não tirou aquilo da cabeça e ao terminar o segundo grau fugiu de casa, com a ajuda de um dos irmãos, Chico, e foi para Recife. Núbia juntou dinheiro e, com a ajuda do Chico que conseguiu uma carona para a irmã chegar à Recife, fugiu de casa na madrugada, já que seu pai não permitia

Eu tinha sorte porque as pessoas gostavam do meu jeito organizado. Meu pai me descobriu em Recife e foi me buscar, o enganei de novo, fugindo pela segunda vez. Peguei o primeiro ônibus que passou na minha frente e fui parar em São Lourenço da Mata (Zona Metropolitana de Recife). Naquela época eu já lutava para conseguir classificação em um dos muitos concursos que lia no jornal. Não era classificada, mas também não desistia. Neste período passei por muitas dificuldades, eu não ganhava dinheiro, ajudava uma senhora, mas ela não tinha condições de me pagar, então eu fazia uns bicos no teatro. Fazia luz e som, e vez ou outra pedia para me darem uma chance como atriz mas a resposta era sempre “não”. Pensava em vingança, mas era a vingança branca, a vingança ao meu favor. Gostava de pensar que essas pessoas que me davam “não” um dia correriam atrás de mim. Dito e feito. Quando o Miguel Braga, organizador do Miss Pernambuco, resolveu me dar uma chance para participar do concurso

sua ida. Ficou meses sem mandar notícias, arrumou emprego, se inscreveu no concurso e qual não foi a surpresa, quando depois de tanto tempo a família teve notícias da filha sumida pela rádio: Núbia era Miss Pernambuco. “Antes de fugir eu pedia a pai para trabalhar como doméstica em Recife e dizialhe que desta forma poderia até fazer uma faculdade de medicina, mas ele nunca deixava. Imagine se pai ia deixar! Na verdade eu falava em estudar, mas já tinha um plano: queria ser Miss Pernambuco. Estudei todas as possibilidades e vi que somente teria chance de tirar minha família da miséria se conseguisse algo assim. Não me animava pensar que teria que cursar uma faculdade para tirá-los da fome. Eu fugi. Minha mãe me ajudou, vendeu as galinhas e me deu uma pequena quantidade de dinheiro. Pedi uma passagem ao prefeito e ele me deu mais um “não”. O Chico me conseguiu uma carona. Fui com a cara e a coragem. Cheguei a Recife completamente perdida, nunca tinha conhecido uma cidade grande. Procurei emprego e consegui em um Pensionato.

as coisas mudaram. Ele sensibilizou-se com a minha história. Eu chorava mais do que falava, então ele chorava também e a partir daí disse-me que me daria uma chance. Antes eu precisaria ir a um salão de beleza porque daquele jeito não

chegaria a lugar nenhum. O plano de Miguel era me levar em algum lugar “fino” e se eu fizesse sucesso ele apostaria em mim. Quando tiraram minha sobrancelha, pintaram meu cabelo de preto e me maquiaram, eu mal pude me reconhecer. Ave Maria! Eu fiquei muito diferente! Fomos a uma boate da alta sociedade e lá alguém mandou oferecer um champanhe à moça mais linda da festa. Eu fiquei calada a noite inteira e pensavam que eu era francesa. Depois desse dia Miguel in-

vestiu pesado em mim. Fizemos um livro de ouro e pedíamos a todos que colaborassem. Juntamos dinheiro e com o dinheiro fazia aulas de passarela, etiquetas, modelação das formas... Eu realmente tinha 60 de cintura, 90 de quadril e 90 de busto. Antes de concorrer ao Miss Clube Internacional, e enquanto Eliana me preparava para esse concurso o Miguel me dizia: se você for mesmo carismática o Ricardo de Castro (diretor social do Clube) gostará de você. Ganhei de 18 meninas. A Eliana me ensinou a usar a minha energia à meu favor. Dizia que eu tinha que ter a energia lá em cima e se ela baixasse perderia o Concurso. Depois do Miss Clube Internacional tudo ficou mais fácil. O diretor social do clube era


estilista e por isso mesmo passei a residir em sua casa. Lá, enquanto ele criava meus figurinos, procurava organizar também jantares e me apresentar à sociedade. Um dia Ricardo fez o chá de apresentação da Miss Clube Internacional à sociedade pernambucana. Na entrada da festa, cai e fingi que havia desmaiado. Foi exatamente neste dia que encontrei minha primeira profissão, atriz. O concurso de Miss Pernambuco foi emocionante. Por mais que fosse a favorita, devido às estratégias que o Miguel e o Ricardo montaram, eu não conseguia acreditar que era a nova miss Pernambuco. Levaram uma foto minha que havia saído no jornal e perguntaram a minha mãe se era eu, minha mãe ficou com medo de não ser, então falou que não. O prefeito foi com a primeira dama até Recife e descobriram que era eu. Voltei à minha cidade oito meses depois. Ao sair de lá prometi pra mim mesma que voltaria depois de um ano e voltaria como miss Pernambuco. Voltei pro Sertão. Minha mãe desmaiou,


o povo chorava e me tocava como se fosse uma santa. Ah, eu voltei para arrecadar alimentos porque a seca estava castigando a região e tinha muita gente passando fome. Ainda pensei em dizer “não” para o prefeito que me fez o convite, mas não consegui porque lembrei que já havia passado muita fome. Essa festa foi a maior festa que já houve no Sertão. Todos os representantes das cidades afirmavam que eu era natural de sua cidade. A primeira coisa que fiz, quando me tornei miss, foi comprar uma cama para minha mãe, pois a cama dela tinha como base tijolos e o colchão era de palha de milho. As coisas melhoraram consegui meu maior objetivo: tirar minha família da miséria.” O prefeito da cidade preparou uma festa para recebê-la, conta o irmão que foi barrado à porta da prefeitura já que o segurança não acreditou que fosse mesmo irmão de Núbia, “se você for mesmo irmão da Miss, eu sou irmão de Itamar Franco (à época presidente)”, conta Chico Santana.

ela e com seus amigos. A partir daí comecei a pensar num projeto social, que acolhesse de certo modo essas pessoas, e nasceu o “Pra ficar de boa”. Quando fui visitar a Danda pela segunda vez vi os meninos, crianças e adolescentes, assando um rato para se alimentar. Me assustei e prometi a mim mesma que faria algo para mudar aquela realidade. Pensei em usar minha profissão e assim comecei a ajudar os meninos.” Depois daquela noite a cineasta ficou sensibilizada com suas histórias e de companheiros e amigos que estavam internados no Centro de Assistência Juvenil – Caje. Decidiu conhecer também a situação dos internos, a ressocialização juvenil. Visitou o CAJE onde viu de perto uma realidade que poucas pessoas, mesmo em Brasília, conhecem. Crianças e jovens detidas por terem cometido crimes bárbaros. As histórias que os menores contavam eram tão impressionantes que resultaram na gravação de um filme – Pra Ficar de Boa - documentário em que os próprios meninos e meninas narram sua história, contam sobre suas famílias – quase sempre desestruturadas, sobre o uso de drogas e de como entraram no crime.

Para cumprir às exigências do Estatuto da Criança e Adolescente e preservar a imagem dos menores, a cineasta buscou uma alternativa inovadora. Pinturas que remetem à alegria do circo escondem rostos de crianças que vivem em um cenário de violência, drogas, crimes, guerras, morte e todas as formas possíveis de de abuso. Por meio de relatos e depoimentos marcantes, os jovens contam a realidade vivida por eles e falam de um passado que mostra sinais de abandono familiar e falta de apoio. Pra ficar de boa mostra também o trabalho e as dificuldades que enfrentam projetos sociais como o Giração, que ajuda pessoas carentes e oferece espaço para desenvolvimento de atividades. A cineasta também se identificou com a realidade desses adolescentes, devido à vida difícil que levam e a esperança de um futuro melhor. decidiu usar a arte para mudar o futuro dessas histórias. “Minha própria história faz acreditar que a luta por um futuro melhor é possível e que há esperança para os meninos e meninas que vivem nas ruas da Capital do País e sem perspectiva de futuro enquanto internos do CAJE.”

“Minha própria história faz acreditar que a luta por Após a conclusão do filme, Núbia um futuro melhor é possível e que há esperança para os decidiu ajudar os jovens ex-internos do CAJE. Por meio de um projeto meninos e meninas que vivem nas ruas da Capital do social custeado pela própria diretora e desenvolvido no Riacho Fundo I, País...” em parceria como Grupo Cultural e A partir de então as coisas mudaram. Núbia emplacou na carreira de modelo. A compra da casa para os pais determinava o fim de uma trajetória de mudanças que somaram 32 endereços diferentes. Passou anos batalhando para melhorar as condições da família para só então pensar na sua carreira efetivamente. Cinema – Quando Núbia parou de desfilar e veio para Brasília estudar artes cênicas, formou-se e seguiu carreira de atriz. Atuando, produzindo e dirigindo, apaixonou-se completamente pela sétima arte. Um dia, numa gravação conheceu uma ex-moradora de rua, Danda, e começou a perguntar como era viver na rua, longe da família. Sensibilizou-se com a realidade de Danda e tantos outros e decidiu conhecer os amigos dela que dormem na região da rodoviária do Plano Piloto – área central de Brasília. “Conheci a Danda, dei uma carona e passei a noite conversando com

Pra ficar de boa - A realidade que poucos conhecem de perto, apesar de estar a olhos vistos em pleno centro da Capital Federal. Por meio deste olhar, a cineasta Núbia Santana se interessou e vivenciou a história de crianças e adolescentes moradores de rua. Da atitude de passar uma noite com esses jovens em plena Rodoviária do Plano Piloto a idéia de produzir o documentário Pra Ficar de Boa, que participou do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2008 e do 11 Festival de Cinema Brasileiro em Paris, em 2010. No longa metragem, menores infratores do Centro de Atendimento Juvenil Especializado do Distrito Federal (CAJE) contam a sua própria história, por que estão com sua liberdade privada, o que fizeram e como é a vida fora do CAJE. A maioria possui um histórico familiar conturbado, e revelam que a violência em suas vidas começou ainda na primeira infância, dentro de casa. O filme mostra que os dois ambientes são como um ciclo na vida destes jovens. Muitos saem da rua para o CAJE, ou, quando liberados do centro de ressocialização, retornam às ruas. E voltam a cometer crimes, pela falta de oportunidade e estrutura familiar.

Social Grito de Liberdade, os adolescentes tem aula de capoeira, dança, teatro e outros gênero da arte. Também contam com aulas de cinegrafia. Além das aulas os adolescentes recebem uma ajuda financeira e comprometem-se à não se meterem em encrenca. O objetivo é dar condições para que os meninos não voltem a reincidir e serem novamente internados no centro de ressocialização. Atualmente Núbia custeia o projeto sozinha, e espera o apoio de empresários para dar continuidade ao projeto. “A continuidade e extensão do projeto depende da aceitação e ajuda da sociedade. Criei este projeto criei na expectativa de imbuir não somente o Estado da sua responsabilidade para com esses jovens, mas essencialmente a sociedade, sempre tão omissa.”. Explica a cineasta, atriz e empreendedora social.



Seu Jorge21 de julho O cantor se apresenta na Orla Carioca, dia 21 de julho, a partir das 22 horas.

Roupa Nova 10 de agosto A banda volta a Brasília, desde a turnê comemorativa de seus trinta anos de carreira, num show que promete novidades e antigos sucessos, com o lançamento do DVD Cruzeiro Roupa Nova.

moda exclusiva para meninos

Eles mantêm a formação desde o início da carreira, são recordistas em trilhas sonoras de novelas (com mais de 35 músicas) e seguem com o mesmo entusiasmo, produzindo os próprios projetos. No repertório do show, canções consagradas, como Dona, Coração pirata, Linda demais, Volta pra mim e Whisky a go go, recebem tom intimista, levando os fãs para o clima de luau do cruzeiro em que foi gravado o disco. A banda também mostrará versões em português para os sucessos internacionais My eyes adored you, de Frank Valli; My sentimental friend, de Herman's Hermits; e God gave rock and roll to you, de Russ Ballard. “Eles são ícones da música pop dos anos 1960 e fazem parte de uma série de influências que acumulamos durante esses anos. Incluímos essas canções no show para criar um link com um musical que estamos desenhando, e que deve se chamar 60, todo amor do mundo”, adianta Nando. Sexta-feira (10/8) A partir das 22h Ópera Hall (antigo Marina Hall, SHTN)


Cena Cena Contemporânea Contemporânea

Chegou sua vez de voar! Ou, pelo menos tentar... Criado em 1992, o Red Bull Flugtag desafia você a tentar construir um avião movido apenas à força humana e testá-lo de uma altura de mais de dez metros. Apesar de significar “dia do voo” em alemão, no Flugtag, na verdade, todos os bólidos acabam dentro d´água. O objetivo não é só chegar o mais longe possível, mas também mostrar criatividade e uma performance na dança capaz de levantar o público. Ficou interessado em participar? Então baixe o papel milimetrado e envie seu projeto para gente. Mas calma, antes dê uma lida no regulamento abaixo e tire suas dúvidas no FAQ REGULAMENTO RED BULL FLUGTAG BRASÍLIA - 2012 DEFINIÇÕES 1. Máquina Voadora Veículo desenhado e construído para ser movido por força humana. As suas dimensões devem estar dentro dos limites de cotas máximas impostas pela organização. 2. Rampa Estrutura de partida montada pela organização que a máquina voadora tem obrigatoriamente de percorrer para realizar a prova 3. Equipe Composta de 3 a 5 participantes responsáveis pelo desenho, desenvolvimento, preparação e pilotagem da máquina voadora. Durante o evento apenas 1 participante poderá saltar dentro da maquina. Os demais serão responsáveis por gerar a energia necessária para decolagem. Os demais participantes não poderão saltar da rampa após o voo do piloto. Equipe será sujeita a desclassificação. 4. Evento O evento acontecerá no dia 26 de agosto de 2012 a partir das 10h da manhã. O evento terá verificações técnicas, apresentação das maquinas voadoras, participação dos selecionados e entrega de prêmios, com duração de aproximadamente 4 horas. 5. Organização A organização está encarregada de todas as atividades desenvolvidas durante o evento. A decisão final sobre todo e qualquer assunto relacionado ao evento é também de exclusiva responsabilidade da organização. 6. Premiação Serão premiados todos os integrantes das 3 primeiras colocadas na competição, de acordo com os critérios de avaliação aqui descritos.

Qual é o limite entre a realidade e a ficção? O que fazer quando se alardeia o fim das utopias, quando o mundo não deixa espaço para o sonho, quando as identidades são massacradas em nome do livre comércio? Olhar o passado, repensar o presente, projetar o futuro – parecem responder os criadores que assinam os espetáculos do 13º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília. Com muita ousadia e uma boa dose de poesia e humor, os artistas recuperam a vocação das artes cênicas como aliada da consciência humana e propõem reflexões originais sobre o mundo contemporâneo. Em 2012, o Cena Contemporânea, que acontecerá de 17 a 29 de julho, concentra suas atenções no continente africano e na América Latina, atendendo a uma convocação da Universidade de Brasília, que comemora seus 50 anos realizando uma nova edição do Flaac 2012 – Festival Latino-Americano e Africano de Arte e Cultura. Serão apresentados espetáculos de teatro, dança e música do Benim, Argentina, Colômbia, África do Sul, Chile, México, Cuba e convidados especiais da Espanha e da Alemanha. Virão a Brasília artistas do reconhecimento de Kofi Kôkô, um dos maiores nomes da dança moderna na África, a argentina Lola Arias e seu celebrado talento em misturar ficção e realidade, a cubana Yusa, figura proeminente da nova geração musical da Ilha, o chileno Guillermo Calderón, apontado como o mais original de sua geração no país, e muito mais. O Cena também realiza, em parceria com a Secretaria de Economia Criativa do MinC e diversas entidades nacionais e internacionais, o II Encontro Internacional Cultura de Rede – Gestão e Cooperação Cultural na Ibero-América e a segunda edição do Encontros do Cena (Espaço Internacional de Cooperação Cultural e Artística), com o objetivo de fomentar o intercâmbio entre os criadores e instituições da América Latina e África, reunindo cerca de 20 especialistas e profissionais no tema. O festival colabora ainda com o projeto Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha, que busca dar visibilidade ao histórico de lutas e resistência da mulher negra na América Latina. Juntos, iremos oferecer ao público de Brasília grandes shows gratuitos com a cantora/compositora paraense Gaby Amarantos, o rapper GOG e o bloco afro Ilê Aiyê. Atrações que irão dividir as atenções com espetáculos de vários estados brasileiros e produções de Brasília, num grande encontro para provar o poder da arte em desafiar o silêncio.


CIDADE

MOBILIDADE URBANA E QUALIDADE DE VIDA

Fotos: Pedro Ventura/ Agência Brasília

Na série de entrevistas com administradores regionais, Marcio Palhares de Oliveira destacou à AGÊNCIA BRASÍLIA obras de mobilidade urbana no Gama que estão em andamento

O administrador acredita que intervenções como o Expresso DF, modelo de transporte coletivo com veículos articulados que trafegarão em faixas exclusivas, e a construção de 24 km de ciclovia contribuirão bastante para a melhoria do trânsito na cidade e da qualidade de vida dos moradores. 1. Como estão as obras do Expresso DF? Estão a pleno vapor desde o início do ano, com previsão de entrega do trecho até o Catetinho ainda em 2012. Esta obra, de custo estimado em R$ 500 milhões, ajudará muito na locomoção do Gama para Brasília, nos horários de fluxo mais intenso. É uma intervenção muito importante para a mobilidade urbana. 2. O senhor acredita que esta obra diminuirá o tráfego de veículos particulares nas vias do Gama? Temos um volume muito grande de carros sendo utilizados na ida ao trabalho, à escola. Quando essa obra for concluída, a quantidade de automóveis circulando diminuirá. Com trânsito de melhor qualidade, de fluxo mais rápido, e transporte urbano coletivo qualificado, muitas pessoas deixarão de usá-los. 3. Ainda sobre mobilidade urbana, uma ciclovia também será construída na cidade. As obras estão adiantadas?

A ciclovia terá dois trechos, com extensão total de 24 km dentro da cidade. Estamos construindo o de número dois, orçado em R$ 2,2milhões. Ele tem 12 km e previsão de término em setembro. O outro trecho, que custará quase o mesmo valor do primeiro, está próximo de ser iniciado e deve ficar pronto em outubro. Esta obra é antiga reivindicação da comunidade. A expectativa é de que ao atender esse pleito também melhoremos o fluxo interno de veículos. Hoje, utilizamos bastante o carro porque não temos uma condição segura para nos locomover de bicicleta. 4. Há outras obras programadas? Temos inúmeras quadras esportivas que, com o uso por tempo prolongado, vão, naturalmente, se deteriorando. Algumas estão bem conservadas, outras, em pior situação. Já estamos em processo licitatório para reformar três delas. Este mesmo procedimento prevê a construção de quatro estacionamentos públicos. No total, serão investidos R$ 800 mil. 5. Há uma demanda muito grande no Orçamento Participativo por Pontos de Encontro Comunitário (PECs)? Sim e, na medida do possível, buscamos atender todas as solicitações. Há duas semanas entregamos sete Pontos de Encontro Comunitários à população. Agora,

temos 15 PECs e isso faz do Gama uma das cidades com maior quantidade desses equipamentos. Ainda assim, temos uma grande demanda. É um excelente instrumento de inclusão e de melhoramento do convívio entre os moradores da região. 6. Em outubro, o Centro Olímpico completará um ano de funcionamento. O senhor percebe mudança na qualidade de vida dos jovens? Eu nasci no Gama e nunca saí daqui. Sabemos que, se tivermos mecanismos de inclusão, e o esporte é um instrumento de altíssima inserção social, corremos menos risco de ter o jovem exposto à violência, à droga e a outros hábitos negativos. Se pudéssemos contar com mais locais que oferecessem opções de lazer e de prática esportiva, consequentemente teríamos menos jovens vulneráveis. Fonte: Agência Brasília


MORADORES MORADORES DO DO GAMA GAMA PARTICIPARAM PARTICIPARAM DAS DAS AUDIÊNCIAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS PÚBLICAS PARA PARA REGULARIZAÇÃO REGULARIZAÇÃO DOS DOS BECOS BECOS Mais de 700 pessoas participaram das duas audiências públicas realizadas, no último sábado, 30 de junho, para discutir o processo de regularização dos becos do Gama. Inicialmente os lotes foram destinados para moradia de policiais militares, civis e bombeiros militares do Distrito Federal. No entanto, a lei que autorizou a criação destes lotes foi considerada inconstitucional e as escrituras ainda não foram entregues para os beneficiados. Por isso, a Sedhab — Secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano (Sedhab) está providenciando o processo de regularização. “Estamos vivendo um momento histórico, onde juntos vamos construir de forma democrática este processo. As pessoas que estão aqui não têm culpa do que aconteceu no passado. Fizemos um levantamento e mais de 300 famílias já construíram suas casas de forma legal. Mas hoje vivem dias de angústia e incerteza. Vamos trabalhar para a solução de uma situação tão problemática que é os becos do Gama”, disse o administrador Márcio Palhares. O subsecretário Chico Floresta destacou o compromisso do governo no processo de discussão dos becos e disse que “vamos continuar firmes e dirigentes para conseguir a regularização definitiva de vocês. Hoje é mais uma etapa que está sendo cumprida”. Para o presidente da Câmara Legislativa, deputado Patrício, “esta é uma situação consolidada, que precisa ser resolvida. Por isso, o Legislativo e o Executivo estão trabalhando em consonância. Vamos fazer valer a vontade do povo, mas dentro da legalidade”, disse. O deputado federal Geraldo Magela lembrou que quando assumiu a Secretaria de Habitação “a situação dos becos já estava instalada nas cidades de Brazlândia, Ceilândia e Gama. Como são situações diferentes, deverão ser tratadas separadamente. O governo vai promover os diálogos e resolver os problemas ouvindo a população. E até o fim deste ano a situação dos becos do Gama estará resolvida”, acredita Magela. Na ocasião, durante a manhã, foi apresentado o PLC das áreas ocupadas. As áreas ocupadas, com a autorização dos Poderes Executivo ou Judiciário, poderão ser regularizadas, de acordo com a Lei Federal 11.977, de 07 de julho de 2009, desde que utilizadas predominantemente como moradia. Já na parte da tarde, foi discutido o PLC dos becos desocupados. Neste caso, as unidades imobiliárias criadas serão destinadas aos beneficiários que receberam o Termo de Concessão de Uso do Distrito Federal. Assessoria de Comunicação Sedhab





Juliana Vidal

Loucuras de Jú Que Arnaldo Jabor não me ouça

Au revoir, mulher! De nada adianta sair de camiseta no dia frio esperando que o sol “mude de ideia”. Eu sempre digo isso ao meu humor. De nada adianta passar fome até meio dia e comer por duas pessoas na hora do almoço. Digo isso ao meu estômago. De nada adianta tomar uma grande decisão que não poderá ser mantida por mais de um dia. Digo isso para minha melhor amiga. De nada adianta lavar a roupa e esquecê-la dentro da máquina a noite toda. Ela vai ficar fedendo e você vai ter que lavar novamente. Digo isso a moça desligada que faz a faxina na minha casa. De nada adianta reclamar do seu salário e não fazer nada para mudar de posição em seu emprego. Digo isso a você. De nada adianta querer mudar. E apenas querer. De nada adianta, tá? Eu disse isso ontem... E não adianta escrever uma carta para o amor da sua vida e guardar em uma gaveta. Digo isso a ele! Nem adianta ir ao cinema, reencontrar seu grande amor, e depois deixar seu sonho virar pesadelo. Eu acho que nunca disse isso antes... De nada adianta comprar uma guerra com o mundo, travar uma batalha com vocês mesmo sem sequer ter pensado nas estratégias para vence-las. Isso é burrice, eu digo isso à realidade agorinha mesmo. Não adianta acreditar, e não fazer acontecer. Digo isso a todos! Nem dizer algo baixinho, que não possa ser revelado bem ALTO! Não digo isso a ninguém, mas

penso! E por falar em revelar, ainda tenho as fotos. As últimas ainda estava na minha máquina. Revelei-as ontem. Mas.. (sempre o mas) não adianta fotografar, se eu não posso pendurar em meu mural. Tá dito. Não adianta um “se” se o se, sempre estará preso à incerteza do que não foi. (Eu disse isso?) Não adianta nada ser desequilibrada a todo custo, pois quando o que você mais deseja, estiver prestes a acontecer, você não estará pronta. Digo isso para nós duas. Então prepare-se para que as coisas aconteçam! Preparese para quando seu casulo eclodir. Você tem ideia de que neste grande dia, você vai viver todos os seus sonhos e fazer tudo valer a pena? Quando esse tempo chegar, os dias de sol, não serão terríveis dias nublados, mas apenas dias para vestir um pouco mais de roupa; seu café da manhã sempre vai ter gosto de “café de hotel”; sua maior decisão será comemorada e muito bem recebida; seu salário te levará a Paris nas férias; sua roupa vai cheiro de amaciante sempre! Você não vai apenas querer algo, mas vai fazer com que o impossível aconteça! E nesse dia, a carta na gaveta será entregue; você vai assistir o filme no local marcado com a pessoa

que você ama e vocês viverão o “felizes para sempre”. Você finalmente saberá executar suas melhores estratégias para suas maiores conquistas. As fotos todas vão para o mural; o tempo de cada um será respeitado e no final, tudo isso será muito mais do que apenas uma história a ser contada. Esse será o tempo em que você vai dizer: agora sim, eu sei quem sou. E estará pronta para sair do casulo, se relacionar melhor com você, com os outros e com Deus. O equilibrio será sua maior qualidade. Já imaginou? Linda, amada, inteligente e realizada? Desculpe minha ansiedade, mulher, mas é que desde o dia que você entrou no casulo, eu aguardo ansiosa do lado de fora o grande momento da sua saída. E aguardo para que juntas, possamos comemorar essa nossa vitória. Assim que estiver pronta, não hesite. O momento pode ser agora. Há uma vida de borboleta aqui fora aguardando o bater de suas lindas asas... e estarei aqui para assistir seu primeiro “au revoir”...


Republicando...

No dia 30 de março reencontrei por acaso um amigo que não via há tempos. Márcio Vieites estava alegre como de costume. Conversamos sobre a revista GamaCULT, ele me sugeriu algumas pautas e entrevistas e falou, com paixão, da SEG (Sociedade Esportiva do Gama) do qual era conselheiro. Eu o convidei a publicar na GamaCULT a situação da SEG e ele, no mesmo dia, me enviou o texto a seguir, o qual tenho a honra de publicar neste espaço com a sua foto, enviada por ele junto com o texto. Renata Batt





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