Revista Cultura

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Cultura Relatório da Secretaria de Estado da Cultura | 2009 | Alagoas

Foto: Neno Canuto

Revista

POR QUE ALAGOAS É GRANDIOSA Além dos prédios históricos, o patrimônio é de gente que dedica uma vida inteira à cultura Secretaria de Estado da Cultura


MAIS PERTO

EDITORIAL Ascom/Secult

Caravana Cultural aporta em várias partes do Estado Projeto já foi levado a mais de 20 municípios, com mostras de dança, teatro, música e educação patrimonial Telma Elita

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assado mais um ano, o governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura, vê fortalecido o compromisso de levar a todos os lugares a diversidade cultural do nosso povo. Em 2009, trabalhamos ainda mais pela proteção do patrimônio alagoano. Mais prédios históricos foram tombados – Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa), Sociedade Perseverança, Paço Imperial (Pão de Açúcar) e antiga Cadeia Pública (Mata Grande). Em dezembro, assinamos o contrato para a restauração da Catedral Metropolitana de Maceió, orçado em R$ 1,2 milhões. Nessas ações, contamos com a participação efetiva do Conselho Estadual de Cultura. Foram fundamen-tais também na elaboração da Lei de Incentivo à Cultura. Não podemos deixar de citar aqui, a parceria com o Ministério da Cultura. Por fim, gostaria de agradecer a todos os colaboradores. Em 2010, fica a certeza de um ano promissor. Agora conheçam mais das nossas atividades. Todos os alagoanos estão convidados a participar desse processo: um trabalho de fortalecimento cultural.

O governador Teotonio Vilela conferiu a participação das crianças na Caravana Cultural, em Marechal Deodoro

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omatória de costumes, tradições e valores, a cultura é fundamental na formação do cidadão, além de ser um forte agente de identificação pessoal e social. É por tudo isso que o governo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), trabalha para levá-la a todas as cidades de Alagoas. O projeto Caravana Cultural, que em 2009 alcançou a oitava edição, foi apresentado em mais de 20 municípios, de todas as regiões. Os trabalhos começaram em 2007, a partir de um levantamento das expressões da cultura popular nas regiões do Sertão e Agreste do Estado. A finalidade é difundir e fazer circular todas as formas de cultura, desde as apresentações artísticas até ações de incentivo à leitura e educação patrimonial.

“A caravana cultural é um amplo programa de fomento, formação e difusão cultural. Já estivemos em vários municípios como Taquarana, Arapiraca, Viçosa e Porto de Pedras. Em novembro, foi levado a Marechal Deodoro”, explicou o secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viégas. Na cidade do proclamador da República, a população pôde participar de oficinas de artesanato, pintura, circo e dança e de rodas de leitura. Também houve apresentação da peça teatral Baldroca, do grupo Joana Gajuru, e da banda Fator 4. A última mostra de 2009 foi na cidade de Mar Vermelho e aconteceu durante três dias, já no mês de dezembro. Entre as atrações, concerto de música erudita do grupo Vivace e exibição de curtas metragens. O público aplaudiu!

EXPEDIENTE

Secretaria de Estado da Cultura Praça Floriano Peixoto, 517 - Centro - Maceió/AL Cep.: 57.020-901 | Fone: 82 - 3315 7870 Email.: noticiasdasecult@gmail.com www.cultura.al.gov.br

Osvaldo Viégas – Secretário de Estado da Cultura Álvaro Otacílio – Secretário Adjunto Cleonilson Alves – Superintendente de Fomento Catarina de Labouré – Superintendente Difusão Maria Amália de Abreu – Superintendente Identidade Mônica Almeida – Assessora Especial Adriana Guimarães – Diretora do Pró-Memória José Márcio Passos – Diretor do Misa Ivo Bulhões – Diretor do Cenarte Fernando Lôbo – Diretor do Mupa Juarez Gomes de Barros – Diretor do Diteal

Maria Luiza Russo – Diretora da BPE Andrea Azevedo – Gerente do Memorial à República Mariane Vasconcelos – Gerente do Memorial Teotônio Vilela José Elias Casado Gonçalves – Coordenador Setorial Eric Simonds – Coordenador Setorial Wilma Nóbrega – Coordenadora do SBP Telma Elita e Suana Nobre – Assessoria de Comunicação Secretaria de Estado da Comunicação – Fotos Renato Medeiros – Projeto Gráfico e Diagramação Grafmarques – Gráfica


CAIU NA REDE Thiago Sampaio

ALAGOAS É DESTAQUE NO PROGRAMA CULTURA VIVA Por meio dos Pontos de Cultura, Secult e governo federal estimulam ações de 46 entidades Suana Nobre

Os jovens da Vila Emater, em Maceió, dão um salto sobre as desigualdades e vencem com o circo

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om a finalidade de impulsionar ações de cultura nas comunidades, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) apoia os Pontos de Cultura na realização de atividades desenvolvidas junto à população. Criados pelo Programa Cultura Viva, do governo federal, os Pontos de Cultura são entidades de pequeno porte, que dificilmente conseguiriam recursos pelos meios tradicionais de patrocínio. Atualmente, são mais de mil pontos espalhados por todo o país. Desses, 46 estão em Alagoas. Em 2009, por meio do convênio entre a Secult e a Rede Alagoana de Pontos de Cultura, onze pontos em Alagoas, da capital e do interior, foram beneficiados. Eles passaram a receber R$ 60 mil ao ano, sendo 40 mil do Ministério da Cultura (MinC) e R$ 20 mil de contrapartida do poder público estadual. Também em 2009, outros cinco pontos alagoanos tiveram o que comemorar: foram contemplados pelo edital Bolsa Agente Escola Viva. De acordo com Luana Macena, gestora do Ponto de Cultura Centro Cultural

Armazém do Circo, em Maceió, essa foi uma importante conquista. “Passamos a receber bolsas no valor de R$ 380 para três estudantes. Esses alunos são agora os Agentes Escola Viva. Fizemos uma seleção interna com apresentações de projetos e selecionamos os que produziram os melhores trabalhos e tiveram melhor desenvoltura”, explica Luana. No mês de dezembro, alguns dos Pontos de Cultura alagoanos desembarcaram na cidade de Mar Vermelho. Durante três dias, foram responsáveis pelas atrações da Caravana Cultural. O Lumiar, que faz parte da ONG Candeeiro Aceso, levou ao município uma mostra de curtas metragens. Destaque também para as apresentações do grupo Sua Majestade, o Circo – mais um ponto de cultura reconhecido. Nas cidades de Teotônio Vilela, Campo Alegre e Boca da Mata, foi responsável pela oficina com pernas de pau e um cortejo circense. Para saber mais sobre os pontos de cultura alagoanos, visite o site: www.cultura.al.gov.br. 03


CONFERÊNCIA ESTADUAL DE CULTURA Adailson Calheiros

UM ESPAÇO DE DEMOCRACIA ficaram definidos os 12 delegados e as 20 propostas que serão levadas a Brasília; também ficou definido que o governo encaminhará projeto que cria Lei de Incentivo à Cultura Telma Elita

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Conferência de Cultura em Alagoas, realizada nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro, no Centro de Convenções, foi marcada pela participação democrática. Com o envolvimento de artistas, agentes culturais e gestores, o Estado emplacou 12 delegados e 20 estratégias de políticas culturais para o encontro nacional, que acontece em março de 2010, em Brasília. Na abertura do evento, o governo de Alagoas, por meio do secretário da Cultura Osvaldo Viégas, afirmou que será encaminhada à Assembleia o projeto de

Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Alagoas é o único estado da federação que ainda não possui o instrumento legal que possibilita um maior investimento no segmento cultural. Os deputados Fernando Toledo e Alberto Sextafeira, presentes à solenidade, confirmaram o apoio ao projeto. De acordo com Viégas, com a lei, o incremento de recursos na cultura deve ser de R$ 3 a R$ 5 milhões por ano em Alagoas. Mas voltemos à Conferência. Ficou decidido em plenária que cada um dos nove polos do Estado terá um representante no fórum nacional.

As cidades de Penedo, Piaçabuçu e Igreja Nova terão como representante a coordenadora da ONG Olha o Chico, Dalva de Castro. “Nós vamos defender todas as propostas elencadas na reunião. Espero que seja aprovada a legalização das instituições que trabalham com o turismo cultural, de base comunitária; bem como o incentivo à formação técnica dos agentes culturais”, explica Dalva. Dos delegados de Maceió, Rogério Dias, do Quintal Cultural, foi escolhido para ir à Brasília. O Estado tem ainda Ronaldo Freire, do grupo Macambira, como mais um representante.

PARCERIA QUE DÁ CERTO

DEMOCRATIZAÇÃO NA PRODUÇÃO CULTURAL

O edital Microprojetos Mais Cultura em Alagoas selecionou 75 projetos de 39 municípios do semiárido, que receberão R$ 783 mil do Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura. O resultado do edital, que teve 286 propostas inscritas de 50 municípios, foi anunciado em dezembro, no salão de despachos do Palácio Floriano Peixoto, Centro. Na oportunidade, foi lançado edital estadual para selecionar 15 Cines Mais Cultura, numa parceria entre o MinC e o governo de Alagoas, por meio da Secretaria da Cultura. O investimento é de R$ 225 mil, sendo 66% recursos federais e 33% contrapartida do Estado.

Em 2009, a Secretaria de Estado da Cultura lançou o edital do Prêmio de Incentivo à Produção de CDs e/ou DVDs de Música em Alagoas. O concurso é democrático e abre espaço para músicos, grupos, conjuntos, compositores ou intérpretes de todos os gêneros musicais. A exigência? Ser um artista da terra. Ao todo serão concedidos até 19 prêmios no valor total de R$ 75 mil, originários do orçamento do Fundo de Desenvolvimento de Ações Culturais (FDAC). Os primeiros nove selecionados receberão R$ 5 mil e os demais, o valor de R$ 3 mil. Em 2010, volta o Alagoas em Cena, que vai investir na dança e no teatro alagoanos.

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RETOMADA

DIVERSIDADE

NA DANÇA

Participaram da 7ª Mostra Alagoana de Dança 38 grupos e mais de 400 bailarinos, profissionais e amadores; os passos ensaiados foram levados a quatro municípios Texto: Suana Nobre | Fotos: Tércio Cappello

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uito mais que um festival de movimentos. A 7ª Mostra Alagoana de Dança, realizada pela

Secretaria de Estado da Cultura (Secult), retratou a identidade de Alagoas. Na abertura, no Teatro Gustavo Leite, em Maceió, o evento chamou a atenção do público pela leveza, ritmo e técnica com que os bailarinos apresentaram suas coreografias. Todo o festival foi marcado pela diversidade. Ballet clássico, contemporâneo, moderno, dança do ventre e hip hop foram alguns dos estilos apresentados nos 13 dias de evento.

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“É com muito entusiasmo que, após cinco anos sem a realização deste festival, damos agora a retomada da Mostra Alagoana de Dança. É preciso estar atento às diversas linguagens culturais do Estado. Assumimos hoje, o compromisso de realizar, em 2010, a 8ª Mostra de Dança”, afirmou o secretário da Cultura, Osvaldo Viégas. Cerca de 400 artistas da capital e do interior participaram do evento. Em Maceió, os espetáculos aconteceram nos dias 15 e 16 de outubro. Nos dias 23, 24 e 25, o festival foi levado às cidades de Viçosa, Arapiraca e Penedo, respectivamente. Entre os grupos que se apresentaram na abertura, estavam companhias tradicionais, como Eliana Cavalcanti e Emília Vasconcelos, e novatos. O grupo de hip hop Anjos da Noite do município de São Luiz do Quitunde fez sua estreia. “Esta é a primeira vez que estamos nos apresentando em um teatro deste porte. Não tenho como explicar a nossa emoção. Estamos muito felizes”, disse o coreógrafo do grupo, Wellington Nascimento. Além de subir aos palcos para apresentar a arte da dança, os bailarinos também tiveram a oportunidade de participar de oficinas. Paula Perillo, bailarina do Stagium, repassou na prática a essência do estilo contemporâneo.


AVANÇOS Neno Canuto

No alto dos 79 anos, José Pereira Lima, é incansável: repassa a jovens da erra do Cavalo, em Água Branca, o amor pelo reisado

MAIS VALOR

Com O RECONHECIMENTO dos patrimônios alagoanos, a Secretaria de Estado dinamiza ações de difusão e proteção dos bens materiais e intangíveis

NA CULTURA Telma Elita

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hegar até José Pereira Lima, 79, o Seu Dedeca, não é das tarefas mais fáceis. O mestre do reisado mora no alto da Serra do Cavalo, em Água Branca. Mas lá em cima, um espetáculo. O senhor, mais de dez meninas, violeiro e mateu ensaiam a brincadeira. O apito do mestre dá início à disputa do azul contra o encarnado. A fé inspira peças. “Quando estou na lavoura, eu canto e faço as músicas. É quando estou com a cabeça mais sossegada. Penso em Deus”, afirma. O governo do Estado foi o primeiro a reconhecer essa relíquia. José Pereira é Patrimônio Vivo de Alagoas. Além dela, outros 20 mestres da cultura popular já receberam o título. A partir desse registro, eles recebem uma bolsa de incentivo às atividades e são levados a repassar o conhecimento para os mais jovens. Desde 2007, o pagamento

desses recursos foi atualizado. A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) tem investido cada vez mais na difusão, intercâmbio e proteção cultural em Alagoas. Em 2007, o orçamento da Cultura era de R$ 5.345.589,00. Esse número saltou para R$ 17.913.562,42 em 2009. A execução de convênios aumentou de 111.793,99 para 877.132,39. Em 2010, as expectativas são ainda mais animadoras. Existem recursos na ordem de R$ 3 milhões somente para a reestruturação da Biblioteca Pública Estadual (BPE). Esse aporte é possível graças a parcerias que o secretário Osvaldo Viégas tem firmado com o governo federal. “O Ministério da Cultura e os parlamentares alagoanos têm sido importantes aliados no desenvolvimento cultural de Alagoas. Não estamos satisfeitos. Em 2010, vamos trabalhar ainda

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Tércio Cappello

mais”, afirmou. Em 2006, foram firmados três convênios com o MinC, na ordem de R$ 1 milhão. Passados três anos, são 11, que somam mais de R$ 10 milhões. Em visita a Alagoas, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, ressaltou a atuação do governo do Estado na área cultural. “Eu sempre tenho recebido a visita do governador e do Osvaldo Viégas. Eles têm apresentado demandas para o Estado e nós temos processado e apoiado na medida do possível”, revelou.

Neno Canuto

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PATRIMÔNIOS TOMBADOS NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

1. Antiga Sede do Arcebispado (Maceió) 2. Antiga Cadeia Pública (Mata Grande) 3. Teatro Deodoro (Maceió) 4. Museu Palácio Floriano Peixoto (Maceió)

Mais proteção Além do patrimônio intangível, a Secult promove um movimento para o tombamento dos bens materiais, por meio do Pró-Memória. Nos últimos dois anos, sete prédios foram tombados e outros dois estão em fase de processo no Gabinete Civil. É um recorde da atual gestão. Representa mais de um quinto dos 31 patrimônios reconhecidos em governos anteriores. Mas qual a importância de um tombamento? “Esse é um ato de reconhecimento legal. A partir de então, podemos divulgar esse patrimônio junto à sociedade e buscar recursos para a restauração e preservação do bem”, afirma a arquiteta Adriana Guimarães, responsável pelo Pró-Memória. Foi por ser tombado pelo governo, que a BPE, antigo Palacete Barão de Jaraguá, tem garantida a sua recuperação. O projeto partiu do Pró-Memória, com o apoio dos Serviços de Engenharia do Estado de Alagoas (Serveal), e chegou até a Fundação Biblioteca Nacional, que concedeu o investimento. As obras aguardam processo de licitação para início. Essa é uma conquista para todos os alagoanos.

5. Paço Imperial (Pão de Açúcar) 6. Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Maceió) 7. Sociedade Perseverança (Maceió) 5 Thiago Sampaio

Adailson Calheiros

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4 Adailson Calheiros

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ORÇAMENTO DA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA

A SECULT INVESTE EM CONVÊNIOS E ACORDOS DE COOPERAÇÃO

R$ 17,9 mi Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL) Associação de Folguedos Populares de Alagoas (Asfopal) Academia Alagoana de Letras Fundação Teotônio Vilela Fundação Pierre Chalita Liga das Escolas de Samba de Alagoas Associação dos Artistas da Massaranduba Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes)

R$ 10,0 mi R$ 5,21 mi

R$ 5,66 mi

R$ 5,34 mi

2005

2006

2007

2008

2009

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RIQUEZA DE GENTE

VIDA NO PATRIMÔNIO DE ALAGOAS

NELSON DOS SANTOS CLARICE SEVERIANO Rabeca | 2009

LUZIA SIMÕES

Renda de Bilro | 2008

Chegança | 2005

Fotos: Neno Canuto

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lagoas, mais de 2 milhões de habitantes. Entre essa gente que aqui vive, existem guerreiros – homens e mulheres que dedicam uma vida inteira ao que o povo tem de mais genuíno, a cultura. São mestres. O governo do Estado valoriza esses artistas. Desde 2004, oficializa o reconhecimento, por meio da Lei de Registro do Patrimônio Vivo. O programa já selecionou 21 sábios da cultura popular. Na lista, três estão falecidos. No entanto, a arte deles – Maria Vitória, Manoel Venâncio e Fernando Rodrigues – persiste. Conheça mais desses guardiões da história alagoana.

RICARDO DOS SANTOS Dança de São Gonçalo | 2005

Pastoril | 2008

MARIA FLOR

DJALMA OLIVEIRA

Guerreiro | 2009

Guerreiro | 2005

BENON PINTO

IRINÉIA ROSA NUNES

ELIAS PROCÓPIO

Guerreiro | 2006

Cerâmica | 2005

Viola | 2005

MARIA JOSÉ DOS SANTOS

JOSÉ PEREIRA LIMA

JUVENAL JORDÃO

JOSÉ SEBASTIÃO

JOSÉ FELIX

Reisado | 2008

Guerreiro | 2005

Guerreiro | 2006

Pífano | 2007

Nide Lins

ÁUREA BARROS

NELSON ROSA Coco de Roda | 2005

MARIA BENEDITA DOS SANTOS Mané do Rosário | 2006

FERNANDO RODRIGUES Escultor | 2007 (em memória)

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Nide Lins

Baianas | 2009

Dorgivan Ayres

MARIA VITÓRIA

MANOEL VENÂNCIO

Guerreiro | 2007 (em memória)

Pagode e Guerreiro | 2005 (em memória)

NIVALDO ABDIAS Guerreiro | 2005


CENÁRIOS DE HISTÓRIA Reprodução

Neno Canuto

MuPA revela a Constituição Federal

Memoriais, cenários parA manifestações culturais

Mostra traz um panorama sobre a legislação brasileira, desde 1824

urante o ano de 2009, os Memoriais à República, em Jaraguá, e Teotônio Vilela, na Pajuçara, foram cenários de diversas manifestações artísticas e culturais. Aconteceram apresentações de dança, música, exposições de arte, exibição de filmes e solenidades para entrega de medalhas. O Memorial Teotônio Vilela foi palco para uma das apresentações do XI Festival Nordeste Cantat. Outro evento de destaque realizado no espaço foi a exibição do filme o Evangelho Segundo Teotônio e a peça Teotônio: o Fazedor de Histórias. Já o Memorial à República recebeu apresentações de dança contemporânea da Cia dos Pés; exposição das telas do artista plástico Marco Aurélio Sales de Menezes; e solenidades de entrega de comendas e medalhas. Foi a arte chegando em locais que sozinhos já são um armazém de cultura e conhecimento histórico.

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Constituição Federal comemorou 21 anos no dia 5 de outubro de 2009. A Carta Magna traz em seus artigos questões nunca antes vistas, como o combate ao racismo e direitos trabalhistas importantes. Representa uma conquista para todos os brasileiros. Para revelar toda essa história, o Museu Palácio Floriano Peixoto (Mupa) apresenta a exposição A Constituição de 1988 — A Voz do Povo. Além do Mupa, a história da Carta Magna também foi levada para outros centros. A mostra itinerante foi instalada no Fórum Desembargador Alfredo Gaspar de Mendonça, Centro Histórico de Penedo. Passou por instituições de ensino em Maceió e Marechal Deodoro. O Mupa, equipamento da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), está localizado na Praça dos Martírios, Centro. Às quartas-feiras, o espaço funciona também à noite, até às 21h. Mais uma oportunidade de acesso à história. Aproveitem. É um passeio gratuito. No Nordeste, Alagoas é o único estado a receber essa exposição, de relevância nacional. Também pudera, três dos presidentes da República nasceram aqui. O trabalho está exposto ainda nas cidades de Belém (PA), Porto Alegre (RS), Goiás (GO) e Rio de Janeiro (RJ). A partir de janeiro de 2010, o Museu Palácio Floriano Peixoto passa a funcionar para o público às terças, quintas e sextas, das 8h às 17h, às quartas, 8h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h. As visitas são acompanhadas por monitores. Mais informações: (82) 33157874.

SISTEMA ALAGOANO DE MUSEUS Em dezembro de 2008, foi criado o Sistema Alagoano de Museus. A finalidade é traçar uma política pública em todo o Estado para a área museológica. Em Alagoas, existem 60 museus, desses 23 estão na capital. A partir da estruturação do sistema, é possível uma melhor inserção em programas do governo federal. Com o Mais Museu, iniciativa do Ministério da Cultura, o Estado terá em breve dois novos centros: o da Cana de Açúcar, em Teotônio Vilela, e o dos Devotos D. Constantino Leurs, em Coruripe. Participe desse movimento. Mais informações: (82) 3315-7874. 09


UNIVERSO DE LETRAS

Modernização e gestores mais capacitados Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas e Biblioteca Pública Estadual estão unidos pelo incentivo à leitura em Alagoas Telma Elita

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Bienal Internacional do Livro de Alagoas, em 2009, foi palco de um momento único no Estado. Durante três dias, aconteceram quase que simultaneamente os encontros do Proler, do Plano Estadual do Livro e Leitura, e dos Gestores de Bibliotecas Públicas. No auditório do Centro de Convenções, em Jaraguá, estavam reunidos dezenas de participantes envolvidos com o incentivo à leitura. Foram realizadas palestras com representantes do Ministério da Cultura (MinC) e também reveladas experiências positivas de três bibliotecas públicas municipais – São Sebastião, Junqueiro e Teotônio Vilela. Os encontros e capacitações de gestores têm sido fortalecidos desde 2007. Acontecem por meio da parceria entre o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas (SBP) e a Biblioteca Pública Estadual (BPE), que integram a Secretaria de Estado da Cultura. Em Alagoas, mais de 95% dos municípios já possuem centros de leitura. “Nosso papel é o de promover a instalação e modernização desses espaços. Temos contado também com o apoio do MinC, por meio dos programas Livro Aberto e Mais Cultura”, explicou a coordenadora do SBP, Wilma Nóbrega. Outra boa notícia é que em 2010 deve ser feita a reestrut uração de toda a BPE. Já estão garantidos recursos na ordem de R$ 3 milhões, por meio da Fundação Biblioteca

Nacional. “Com essa transformação, poderemos comemorar da melhor forma os 145 anos da instituição, que possui um acervo de quase 100 mil obras”, disse Maria Luíza Russo, diretora da biblioteca. Por dentro da mobilização O II Fórum do Plano Estadual do Livro e Leitura (PELL) foi um compromisso importante. O encontro contou com a presença de Ticiana Nascimento, representante do Ministério da Cultura (MinC). Ela é coordenadora do Livro, Leitura e Literatura, e apresentou o guia do Ministério com o passo a passo para desenvolvimento e implantação do PELL. “Solicitamos ao MinC 102 guias sobre implantação de planos estaduais e municipais de livro e leitura. Nós distribuímos para os secretários municipais de cultura em Alagoas. A participação destes gestores no fórum é de extrema importância para a criação de políticas de incentivo à leitura”, afirmou Wilma Nóbrega. O Plano Estadual de Livro e Leitura é uma das metas do programa nacional do MinC. A finalidade é mobilizar, capacitar e assessorar prefeituras e secretarias de Educação e de Cultura para o desenvolvimento de políticas locais de incentivo à leitura. Em Alagoas, a Secult, por meio do Sistema de Bibliotecas Públicas, também encara este desafio. Conheça mais sobre a implantação de planos de livro e leitura nas localidades brasileiras por meio do portal www.pnll.gov.br.

Rápidas O estande da Secult na Bienal foi palco para o lançamento de títulos de escritores alagoanos e independentes. Ao todo, 97 obras foram reveladas ao público. O destaque na abertura do V Encontro Alagoano do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) foi a entrega do Troféu de Literatura Infantil à escritora Ruth Quintella, em reconhecimento à riqueza de sua obra e pela realização do projeto Leva e Traz. Entre os dias 7 e 11 de dezembro, dezenas de gestores participaram do Curso de Aperfeiçoamento e Multiplicador dos Profissionais que Atuam nas Bibliotecas Públicas do País.

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UMA VOLTA NA HISTÓRIA

REPÚBLICA DE CULTURA E LIBERDADE

Telma Elita

Neno Canuto

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omens e mulheres vestidos de branco. Batidas de tambor. Cantos. Passos e malemolência. Na sombra, rodas de capoeira. Em poucas palavras, esse foi o cenário do Dia da Consciência Negra, em Alagoas, mais precisamente na terra de Zumbi – Serra da Barriga, União dos Palmares. “Zumbi representa para nós o conceito de nação. É o bom exemplo de Alagoas. É um modelo de líder para o mundo”, afirmou o vice José Wanderley, que representou o governador Teotonio Vilela na ocasião. Em 2009, centenas de pessoas de todos os credos subiram a serra. Às 4 da manhã, a primeira cerimônia – restrita, apenas para os religiosos de matriz africana. Duas horas depois, mais uma reverência aos ancestrais negros – o Iségun Káwojuba. Foi um momento inédito no alto de União dos Palmares. Palmares, o maior quilombo de todo o país, resistiu a expedições armadas por mais de um século. Para celebrar essa luta e a Consciência Negra, o governo do Estado, em parceria com a Fundação Palmares e a prefeitura de União dos Palmares, realizou o evento. “Trabalhamos muito para esse momento. Durante semanas, uma comissão com dezenas de profissionais atuou para que durante todo o mês de novembro Alagoas refletisse sobre a Consciência Negra”, revelou o secretário de Estado da Cultura, Osvaldo Viégas.

CAMINHOS Do

IMPERADOR

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utubro de 1859. “Receberamme com laços de diversas cores atadas em varas e uma música de rabecas e outros instrumentos vinda do Penedo”. Foram com essas palavras, escritas em diário, que o imperador Dom Pedro II marca a sua chegada em Alagoas. Aos 34 anos, o monarca foi de Piaçabuçu a Delmiro Gouveia, numa viagem de dez dias. Fez boa parte do trajeto pelas águas do São Francisco, a bordo do Pirajá. Também enfrentou quilômetros em cima de um cavalo. Naquela época, as vilas ribeirinhas já exibiam sobrados e igrejas

iniciativa inédita de turismo cultural em Alagoas refaz a viagem feita por Dom Pedro II, em 1859 Telma Elita Neno Canuto

bem construídos. Muito dessa história está preservado. Com base no diário do monarca, o governo do Estado (Cultura, Turismo, Comunicação e Planejamento) e o Arranjo Produtivo Local (APL) Caminhos do São Francisco desenvolveram o roteiro Caminhos do Imperador, que alia turismo e cultura. A ação visa promover toda a região do Rio São Francisco. São 12 municípios alagoanos envolvidos diretamente. Participam também Propriá, em Sergipe, Paulo Afonso, na Bahia, e Jatobá, em Pernambuco.

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DIVERSIDADE

CELEIRO DE IDEIAS

E PASSOS Centro de Belas Artes de Alagoas reúne mais de 400 alunos, que participam de 22 cursos Texto: Telma Elita | Fotos: Neno Canuto

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a Rua Pedro Monteiro, bem no Centro de Maceió, funciona

uma usina de ideias. O Centro de Belas Artes de Alagoas (Cenarte) possui 22 cursos, com mais de 400 alunos. É uma gente que se interessa por música, teatro e dança, e tem direito a aulas mais acessíveis, ao preço de R$ 15 mensais. Na escola, os estudantes de todas as idades desfilam com instrumentos e sapatilhas. As tintas têm vez nas aulas de artes plásticas e artesanato. O diretor do Centro, Ivo Bulhões, revela o dia a dia da casa, criada há 27 anos. Temos aulas de piano, acordeão,

Eu adoro essa atividade. Já vendi algumas peças, inclusive. Tem sido uma fonte de renda”. Eliene Batista, artesanato criativo

cordas, confecção de instrumentos. São muitos cursos. O Cenarte não para, de segunda a sexta-feira, nos dois horários. Funcionamos ainda como um espaço de convivência entre os Pontos de Cultura”, explica. Para se ter uma ideia do movimento do Cenarte, são 18 turmas somente de ballet clássico, com jovens entre 8 e 13 anos. Ao todo, são 320 meninas e meninos bailarinos. Para dar conta desse exército, cinco professores fazem as honras da casa: Ilana Cavalcante, Luiz Carlos dos Santos, Maria Rosália dos Santos e as irmãs Marcela e Verônica Inojosa.

“Já toquei flauta doce, piano e violão. Mas de todos, achei o clarinete o mais legal. Gosto de tocar chorinho”.

Maria Rosália dá aulas no Cenarte há oito anos. “Eu vejo meninas que chegam aqui encantadas. O olho brilha. Eu converso muito com elas, aconselho. Pçeo que persistam. Muitas se continuarem poderão ser grandes bailarinas”, fala com emoção. Ela tem pupilas que vêm de Marechal Deodoro, Paripueira e Murici. Os cursos que acontecem no Centro de Belas Artes são iniciativas da Secretaria de Estado da Cultura, por meio do projeto Pontão Guerreiros de Alagoas, que tem o apoio do Ministério da Cultura. Mais informações: (82) 3315-7871.

“É ótimo (ballet). Eu mantenho meu corpo em forma e fico com uma postura correta. Quero ser uma bailarina profissional”.

Com esse curso, retomei minha vida. Estava há quase um ano em depressão. Só vivia no quarto, não comia. Hoje, sei que vale a pena viver”

Bianca Dias, ballet clássico

Eliene Menezes, expressão corporal

Alisson Lucena, sopro


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