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Investimentos em alta

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ano 1 > # 5 > 2011 > www.renergybrasil.com.br

ISSN 2178-5732

NESTA EDIÇÃO ::: O Brasil é a “bola da vez” nos investimentos em fontes renováveis?

Empresários, consultores e políticos discutem

desenvolvimento econômico e o setor brasileiro de energia

Empregos verdes




índice Como navegar pelo conteúdo Localize os temas do seu interesse através dos ícones abaixo relacionados:

Eco A relação direta do homem com o meio ambiente

Energia Entrevistas, eficiência energética e energias alternativas e renováveis

Sustentável Ações que colaboram com o desenvolvimento sustentável

“entre vista

JORGE MARTINS O presidente executivo da Martifer fala sobre o desenvolvimento de negócios na área de energias renováveis no Brasil. Em entrevista, Martins diz que o Brasil “está na moda” e de como pode se tornar uma potência mundial neste setor

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Fotógrafo Luciano Candisani retrata a natureza para levar uma reflexão ecológica às pessoas

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Rio de Janeiro recebe obras de três museus com base em construção verde 8 Estudo conclui que investir pelo menos 2% do PIB mundial poderá garantir economia verde 20 Brasil enfrenta o desafio de dobrar áreas protegidas da Mata Atlântica 22 Artistas e voluntários criaram instalações gigantescas para alertar sobre as mudanças climáticas 28

Brasil é considerado a “bola da vez” em termos de investimentos na área de energia renovável

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Deputado Antonio Balhmann , da Frente Parlamentar da Energia Alternativa, fala sobre investimentos em fontes alternativas 62 Opinião: A economista Cíntia Gaio discute sobre energia e o crescimento econômico brasileiro 66 São Paulo oferta transporte público movido a hidrogênio e etanol 74 Cobertura: Segunda edição do Fórum Mundial de Sustentabilidade reuniu lideranças empresariais, políticas e ambientais 84

Trabalhos que promovem o desenvolvimento econômico, social e são sustentáveis ambientalmente

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Os metais podem ser 100% reciclados. Saiba como reduzir, reutilizar e reciclar este material 98 Considerado o vilão da conta de energia brasileira, conheça as vantagens e desvantagens de cada modelo de chuveiro 100 Eventos, conferências, livros, filmes e produtos ligados a energias renováveis e sustentabilidade 102 O artista Thyago Cabral faz um “retrato” do empresário verde em sua obra para a seção “O Último Apaga a Luz” 106


editorial

Investindo no verde e acordo com um levantamento mundial da Organização das Nações Unidas, estava previsto que, para 2011, os investimentos globais em fontes renováveis e limpas deveriam alcançar US$ 240 bilhões. Porém, recente estudo, feito pela instituição The Pew Charitable Trusts, mostra que esta previsão da ONU já foi antecipada. Ainda em 2010. Ano passado, os negócios no setor de energia alcançaram um valor recorde de US$ 243 bilhões, tendo como principais receptores destes números os chamados países do BRIC, principalmente Brasil, Índia e China. Apesar de o Brasil ficar em sexto lugar na lista dos maiores investidores mundiais em energia limpa, tem sido considerado a “bola da vez” em investimentos. Ainda em processo de consolidação do marco regulatório do setor, o governo brasileiro vem utilizando este fato como case de marketing institucional do País no cenário internacional. A Renergy conversou com consultorias de mercado, assessorias jurídicas, dirigentes de empresas, investidores e lideranças políticas para saber sobre as expectativas, riscos e modelos de negócio a serem desenvolvidos para garantir a consolidação do setor. E fazer real a previsão. A entrevista desta edição retrata a realidade destes números pelo ponto de vista do presidente de uma empresa do setor. Jorge Martins, CEO da Martifer, fala com otimismo do mercado brasileiro para os negócios verdes. Por conta da realidade destes investimentos e da demanda, a revista preparou um especial sobre os empregos também considerados verdes. E traz um painel de como está o mercado de trabalho destas funções que promovem a sustentabilidade econômica, social e ambiental. Este número ainda contém uma cobertura da segunda edição do Fórum Mundial de Sustentabilidade, que reuniu lideranças mundiais como Bill Clinton, Arnold Schwarzenegger e Richard Branson para tratar do tema. Boa leitura. E não se esqueça: recicle esta revista, passando-a adiante para um novo leitor.

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Apesar de o Brasil ficar em sexto lugar na lista dos maiores investidores mundiais em energia limpa, tem sido considerado a “bola da vez”

expediente DIREÇÃO GERAL

Joana Ferreira

joana@renergybrasil.com.br

Mário Acioli

mario@renergybrasil.com.br EDIÇÃO

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editor@renergybrasil.com.br REDAÇÃO

Carol de Castro e Paola Vasconcelos redacao@renergybrasil.com.br PROJETO GRÁFICO

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DIREÇÃO DE ARTE

Aldonso Palácio

aldonso@renergybrasil.com.br EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Gerardo Júnior

Estalo! Comunicação + Design REVISÃO

Eleuda de Carvalho

CONSULTA TÉCNICA

Gustavo Rodrigues

gustavo@renergybrasil.com.br COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Cíntia Aparecida Furtado Gaio (artigo) e Thyago Cabral - Baião Ilustrado (ilustração) DEPARTAMENTO COMERCIAL Meiry Benevides (85) 3023 2002 comercial@renergybrasil.com.br IMPRESSÃO Gráfica Santa Marta TIRAGEM 10 mil exemplares RENERGY BRASIL EDITORA Ltda. Av. Senador Virgílio Távora, 1701 sala 1404 - Aldeota CEP 60170-251 Fortaleza CE Brasil www.renergybrasil.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL Ana Naddaf MTB CE01131 CAPA Max Uchôa (concepção) Xico Gomes (ilustração 3D) Estalo! Comunicação + Design Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização.


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visitar

Museus sustentáveis O Rio de Janeiro recebe obras de três museus com construção verde, baseada em critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social. São os primeiros museus a receberem o selo no Brasil Rio de Janeiro foi anunciado como capital mundial da Sustentabilidade no ano passado. A cidade vai sediar um fórum global sobre este tema anualmente. E, em 2012, o evento ocorrerá um pouco antes da Conferência Internacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento

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Sustentável, a Rio + 20. Com o rótulo de sustentável, a cidade carioca recebe obras de três prédios públicos com construção verde, baseada em critérios de sustentabilidade ambiental, econômica e social. São eles, o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio (MAR), e o Museu da

Imagem e do Som (MIS). Os três projetos estão sendo financiados pela prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o governo do Estado e a Fundação Roberto Marinho. As duas primeiras construções estão sendo desenvolvidas com os critérios necessários para a certificação Leed (sigla em

Museu do Amanhã


©2010 Santiago Calatrava

Thiago Bernardes e Paulo Jacobsen

Diller Scofidio + Renfro

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Museu de Arte do Rio

inglês para Liderança em Energia e Design Ambiental), concedida pelo Green Building Council/ Brasil, ano passado. Eles são os primeiros museus verdes a receberem o selo no Brasil. O Museu do Amanhã, assinado pelo premiado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, faz parte do projeto de revitalização da zona portuária. Será construído no Píer Mauá. Seu acervo será dedicado à ciência, à tecnologia e à conscientização ambiental, sempre com o foco no futuro. O espaço está previsto para ser inaugurado no segundo semestre de 2012, junto com a abertura da Rio+20. O projeto prevê, entre outras soluções ecológicas, o uso da água da Baía de Guanabara no

Museu da Imagem e do Som

resfriamento dos equipamentos de ar condicionado. A sustentabilidade do novo prédio do MIS foi pensada desde a demolição da antiga boate Help, que cedeu o terreno para o empreendimento na Praia de Copacabana, feita de forma a minimizar os transtornos causados pelo método tradicional, como poeira e barulho. Além disso, 99,81% dos resíduos gerados foram enviados à reciclagem ou reaproveitados. O projeto é dos americanos Elizabeth Diller e Ricardo Scofidio. Para obter o registro ao selo Leed, foram contratadas a Casa do Futuro.com, especializada em automação predial, e o escritório americano de design Atelier Ten, de consultoria ambiental.

O MAR fica no Palácio Dom João VI, prédio tombado como Patrimônio Cultural e integra o “Porto Maravilha”, programa de revitalização da Zona Portuária, que inclui a restauração de imóveis de quatro bairros: Saúde, Gamboa, Santo Cristo e Caju. Um teleférico vai ligar o Morro da Conceição ao museu, que vai abrigar obras de arte e uma exposição permanente sobre a história da cidade. O investimento é de R$ 43 milhões. A ideia é que a revitalização seja âncora cultural da região. O horário de funcionamento vai acompanhar o movimento da Praça Mauá, funcionando no fim de semana. O Museu de Arte do Rio deve ser aberto ao público no início de 2012.


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compartilhar

Bom para o bolso, para o trânsito e para o meio ambiente Divulgação

O sistema de carsharing existe em mais de mil cidades do mundo, entre elas São Paulo, e pode representar, por cada carro compartilhado, a retirada de até nove carros das ruas

Brasil é o primeiro país da América Latina a disponibilizar o carsharing, sistema de compartilhamento de carros que ajuda a diminuir a quantidade de veículos nas ruas. Em franco crescimento no mundo, o serviço é oferecido em mais de mil cidades no mundo e consiste na utilização de carros por demandas, retirados em pontos estratégicos de uma cidade, com itens como combustível e seguro inclusos no preço. Uma consultoria realizada

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pela Frost & Sullivan estima que o número de usuários de carsharing, somente na América do Norte e na Europa, em 2016, vai atingir 10 milhões de pessoas. “Não tenho dúvidas de que o compartilhamento de carros será um dos principais modais das cidades no futuro”, prevê o sócio diretor da Zazcar, Felipe Barroso, que trouxe para a maior metrópole brasileira o carsharing. O compartilhamento de carros permite aos usuários ter

um veículo à disposição quando precisar e realizar o pagamento por hora, sem arcar com as despesas fixas e manutenção. Segundo a Universidade da Califórnia, um terço dos usuários vendeu o seu carro após experimentar o sistema. A diferença entre o carsharing e o tradicional aluguel de veículos consiste em três pontos principais: o aluguel pode ser por hora; os carros ficam descentralizados, estacionados em locais perto da casa ou trabalho dos membros; não há intermediações na retirada do carro. “Isso significa que a pessoa abre o carro com seu smartcard, responde a algumas perguntas no computador de bordo e pronto. Está pronta para dirigir”, explica Barroso. O sócio diretor da Zazcar acrescenta ainda que é importante considerar o fato de que, no compartilhamento de carros, por regra, combustível e seguro estão incluídos nos preços. E não é só. Diante do marasmo em que se encontra o trânsito em muitas cidades do mundo,


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o carsharing significa também economia de tempo, de dinheiro e de meio ambiente, na medida em que incentiva a diminuição de veículos nas ruas. No entanto, o serviço enfrenta desafios em locais onde a integração entre os transportes não funciona de fato. “É uma experiência bastante complexa, porque a gente tenta difundir a lógica da complementaridade dos diversos tipos de transporte, sem haver na cidade uma política pública integradora clara”, destaca Barroso. Apesar disso, o número de adeptos da modalidade não para de crescer. Com cerca de 300 clientes, a Zazcar está adicionando mais 10 carros em sua frota nos próximos meses. Para Felipe Barroso, utilizar o carsharing é uma questão de conveniência. Apesar de no Brasil

ser moda comprar carro, o que a empresa observou é que existe um desejo muito grande das pessoas de não dependerem dele. “Nossas estimativas hoje são de que uma pessoa que usa o carro duas vezes por semana, 4 horas cada vez, teria um gasto de cerca de R$ 454,60 com a Zazcar. Um carro popular custa para manter por mês, no mínimo, R$ 1.500. É uma economia que pode chegar a uns R$ 900, se você considerar o transporte alternativo durante o restante dos dias, ou seja, muito dinheiro. E isso só aumenta dependendo do modelo do carro”, relata. Do ponto de vista ambiental, assim como com os grupos de carona, mais conhecidos como carpooling, também existem ganhos. Barroso cita um estudo feito na América do Norte por

Susan Shaheen, especialista em mobilidade, da Universidade de Berkeley, que chegou à conclusão de que cada carro compartilhado no continente retirou outros nove de circulação. A diminuição da quilometragem percorrida pelo sistema como um todo possibilitou uma redução de cerca de 225 mil toneladas cúbicas de gases de efeito estufa. “No final do dia, não tem muita conveniência quando você gasta R$ 2.000 por mês com o seu carro e perde duas horas no trânsito diariamente. Aos poucos, as pessoas estão entendendo isso e aquelas que podem, que moram perto do trabalho ou podem usar o transporte público de forma conveniente, já estão mudando seu paradigma. É nessa vanguarda que nós queremos atuar”, finaliza.

Para saber mais sobre • A idéia surgiu na Suíça em 1987, numa iniciativa entre amigos, e se disseminou pela Europa e Estados Unidos como solução de mobilidade e redução das emissões de gases do efeito estufa. • A norte-americana Zipcar é a primeira no mundo, com uma frota de 6,5 mil carros, que circulam nos EUA e Inglaterra, principalmente entre o público universitário. • Para utilizar o sistema, primeiro o interessado faz um cadastro, opta por um dos planos oferecidos pela empresa e recebe em casa um cartão de acesso. Com o cartão em mãos, ele faz a reserva do carro quando quiser, por telefone ou internet. • Depois, retira ele mesmo o carro em pontos chave específicos na cidade, usa como se fosse seu e devolve após o período de tempo escolhido.


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conscientizar

Para ver no escuro Várias cidades e monumentos em todo o mundo ficaram no escuro por uma hora para apoiar uma ação em prol do meio ambiente. A campanha Hora do Planeta é uma reflexão sobre o aquecimento global

Evento no Jóckey Club, Rio de Janeiro, durante a Hora do Planeta.

ntre 20h30 e 21h30, do último dia 26 de março, 124 cidades brasileiras apagaram a luz. Elas participaram da campanha Hora do Planeta 2011, da WWFBrasil. Com o slogan “Apague a luz para ver um mundo melhor”, a intenção era provocar uma reflexão sobre o aquecimento global. A iniciativa foi liderada pela ONG internacional WWF, que

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espalhou a ação em 134 países, no mesmo dia e horário local. No Brasil, realizada desde 2009, aderiram à campanha bares, restaurantes e cartões postais, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e a estátua de Padre Cícero em Juazeiro do Norte, no Ceará. No Rio, os Arcos da Lapa ficaram às escuras pela primeira

vez. Houve show do cantor Toni Garrido, discursos da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e do secretário de Conservação da Cidade, Carlos Osório. Outros 300 pontos turísticos da cidade carioca apagaram a luz, como a Praia de Copacabana. Em Brasília, o prédio do Congresso Nacional participou da ação. Em São Paulo, a Ponte Estaiada. Em


WWF-Brasil/Cristina Lacerda

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1. Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, antes e durante a Hora do Planeta. 2. Estádio do Morumbi, em São Paulo, antes e durante a Hora do Planeta. 3. Congresso Nacional, em Brasília, antes e durante a Hora do Planeta.

Manaus, o Teatro da Ópera (Teatro Amazonas). Em Mato Grosso do Sul, o evento teve seu pontapé inicial na Praça do Rádio, em Campo Grande, onde o prefeito Nelson Trad Filho puxou a contagem regressiva. Rodas de capoeira, uma escola de samba e uma banda local animaram o apagar das luzes nos ícones da cidade, como o prédio histórico do Centro Cultural Morada dos Baís. No Acre, as cidades de Rio Branco, Xapuri, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira participaram oficialmente do movimento da Hora do Planeta. Em Rio Branco, o palácio do governo estadual ficou às escuras durante uma hora. No mundo, a participação foi recorde. Começou na Nova Zelândia, num lado da Linha Internacional que marca a mudança de data. E terminou nas Ilhas

Cook, antigo território da Nova Zelândia, na Polinésia, que se encontram do outro lado dessa Linha (portanto, no dia seguinte). Nos Estados Unidos, a adesão foi dos estados de Louisiana até Missouri, de Utah até Indiana. Na cidade de Los Angeles, as pessoas se reuniram para uma vigília à luz de velas. Em Denver, no Colorado, 500 participantes fizeram um GS (sigla em inglês para bandeirantes, ou Girl Scouts) gigante e luminoso nos degraus da sede do governo estadual. Todos os 96 prédios da ONU em Nova York, inclusive a sede da organização, tiveram suas luzes desligadas. Simultaneamente, foram apagados os cartazes luminosos nas marquises e telhados dos teatros na Broadway. Os grandes ícones da cidade, como o prédio do Empire State e outros edifícios na Times Square também ficaram às escu-

ras para o evento. No Canadá, 422 cidades participaram da Hora do Planeta 2011. O evento também contou com a participação de 73 universidades e 30 monumentos em todo o país, inclusive a torre CN em Toronto, os prédios do Parlamento em Ottawa, as Cataratas do Niágara e a ponte Lions Gate Bridge em Vancouver. Na Jamaica, o Grand Palladium Jamaica e Lady Hamilton Resort e Spa em Lucea Hanover mantiveram seu apoio à Hora do Planeta desligando as luzes para o evento. Na Venezuela, mais de mil pessoas se reuniram em Caracas. Na Argentina, os ícones de Buenos Aires - como o Obelisco, a Ponte da Mulher e a Pirâmide de Maio (que é o monumento mais antigo da capital) - ficaram no escuro para apoiar a ação em prol do meio ambiente.

WWF-Brasil/Luiz Fernandes

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WWF-Brasil/Miguel Schincariol

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WWF-Brasil/Américo Vermelho

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morar

Projeto promete urbanização sustentável de favelas cariocas O Morar Carioca planeja investir R$ 8 bilhões até 2020 na urbanização de todas as favelas do Rio de Janeiro. A intenção é reconhecer as comunidades, muitas delas ocupações irregulares, como parte da cidade om o selo da sustentabilidade, a Prefeitura do Rio de Janeiro, cidade conhecida mundialmente pela suas belezas e também pelos contrastes sociais, tem a ousada meta de urbanizar todas as favelas cariocas até 2020. Em primeiro momento, parece mais uma promessa política, mas o projeto Morar Carioca ultrapassa a questão da melhoria habitacional e trabalha com uma visão integrada de cidade. Habitação não compreende só moradia, mas também equipamentos públicos que possam garantir a cidadania da população que vive em determinada área. Neste sentido, a proposta pretende integrar social e urbanamente as favelas, com uma visão de cidade sustentável que envolve a implantação de serviços de infraestrutura nas comunidades, como água, esgoto, drenagem, pavimentação, iluminação pública. Além disso, almeja também eliminar áreas de risco, através do

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reassentamento de populações que residem em áreas impróprias para moradia, e a recuperação de áreas de proteção ambiental degradadas, como encostas de morros e margens de rio. O secretário Municipal de Habitação do Rio de Janeiro, Jorge Bittar, explica que o que

se deseja é a integração física, social, cultural e ambiental dessas comunidades à cidade. “O Morar Carioca trabalha com um conceito de bairro, com um conceito de cidade. Ou seja, procura prover, na região onde as pessoas habitam, não apenas a infraestrutura, mas todos os equipamentos


Imagens: Divulgação

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sociais necessários a uma boa qualidade de vida”, explica Bittar. A ousadia não fica só na proposta, uma vez que o investimento para que a favela se torne cidade não é modesto. O total de investimentos na urbanização chega a R$ 8 bilhões até 2020, sendo R$ 2 bilhões empregados até 2012. O que parece impossível é um desafio não só para os gestores como também para os profissionais de arquitetura que participaram de um concurso público, resultado de um convênio entre a Secretaria Municipal de Habitação do Rio de Janeiro e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), para seleção de projetos para 40 grupamentos de favelas distribuídos por toda a cidade. Dos 86 escritórios de arquitetura inscritos de todo o Brasil, foram selecionados os 40 melhores para realizar os chamados “projetos de qualidade”. Um deles foi o Zoom Arquitetura e Urbanismo - um coletivo formado pelos arquitetos Augusto Aneas, Fernão Morato e Guilherme Ortenblad - que concebeu um projeto para construção de prédios escalonados e multifuncionais, conectados por funiculares, respeitan-

do as moradias preexistentes e integrando-as à malha urbana do Rio, buscando a melhoria dos precários padrões construtivos e urbanos existentes. A questão da sustentabilidade está presente em tudo. O arquiteto do Zoom, Augusto Eneas, destaca que a grande preocupação é transcender a questão meramente técnica e material do conceito de sustentabilidade que vem sendo divulgado e utilizado. “Para nós, e nos nossos projetos, procuramos atrelar a sustentabilidade à condição urbana. Isso implica buscar estratégias para que qualquer intervenção pontual, como um edifício, um equipamento ou mero mobiliário urbano, contribua para a cidade como um todo”, explica Eneas. O Zoom, além do Morar Carioca, também está desenvolvendo habitações sociais sustentáveis para o Estado de São Paulo e projetos urbanos sustentáveis para áreas públicas da capital. Áreas degradadas A transformação e recuperação de áreas já degradadas em locais sustentáveis é outro ponto que desmistifica a idéia de que a

remoção das ocupações irregulares é a única solução. Fernão Morato, também arquiteto do Zoom, destaca que é possível sim recuperar áreas degradadas, mas para isso é necessário ser estratégico, focando no ponto a ser recuperado. “As experiências mais recentes nos mostram que focar na infraestrutura urbana das favelas tem um retorno maior do que a intervenção na habitação em si, que obviamente também tem que ser considerada. Soluções para a questão do lixo e do esgoto nessas áreas são também pontos centrais que não podem mais ser negligenciados”, explica. O arquiteto Guilherme Ortenblad complementa essa idéia e diz que no Morar Carioca procuraram reforçar a importância de se investir em equipamentos públicos e de transportes nas áreas, assim como buscar estratégias de regularizar a questão do lixo e do esgoto gerados pelas comunidades. “A aplicação de novas tecnologias sustentáveis pode fazer com que a infraestrutura antes inexistente nas comunidades se torne uma referência até mesmo à cidade formal”, finaliza.


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exercitar

Bicicleta conectada Divulgação

Aplicativo do Yahoo! para iPhone compartilha rotas e informações para ciclistas. Guiado por GPS, o aplicativo é gratuito e possibilita também que ciclistas compartilhem informações

movimento surgiu como um incentivo ao uso da bicicleta no Dia Mundial sem Carro, em 22 de setembro, mas acabou virando um sucesso entre os adeptos do ciclismo como prática esportiva ou simplesmente para quem utiliza o veículo como meio de transporte. Trata-se do Yahoo! Social Bike, um aplicativo para iPhone que faz a integração da bicicleta com as principais redes sociais, como Twitter, Facebook e Meme do Yahoo!. Através do aplicativo, que é gratuito, é possível compartilhar rotas de

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ciclismo em passeio e viagem, fotos e vídeos, além de dados sobre a performance da pedalada. O Social Bike é um incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte convencional e não alternativo e também da idéia de que não basta se exercitar sozinho, o melhor é compartilhar. Por isso, conta ainda com um canal informativo na Internet onde são disponibilizadas dicas e matérias sobre saúde, segurança, trânsito, tecnologia, entretenimento, melhores pontos da cidade para pedalar, participação de colunis-

tas especiais, entre outros. Guiado por GPS, o aplicativo possibilita também que o ciclista compartilhe a sua localização para que outras pessoas que estejam utilizando o aplicativo vejam, além do tempo de deslocamento, distância percorrida, velocidade em quilômetros por hora e calorias gastas na atividade. Uma ferramenta útil e muito interessante para quem participa de pedaladas em grupo. No canal informativo, pessoas experientes no deslocamento sobre duas rodas, como o publicitário Carlos Kiwi, apaixonado por ciclismo desde criança, fornecem dicas de como pedalar na cidade, além de outros canais com informações sobre primeiros socorros. No perfil do Twitter @social_bike, os seguidores dividem temas diversos do mundo de quem anda de bicicleta, desde como lavar a bike, pedalar na neve, na chuva, até fazer um roteiro inédito.

Para saber mais sobre O aplicativo Yahoo! Social Bike pode ser encontrado no site: http://itunes.apple.com/ br/app/yahoo-social-bike/ id391904593?mt=8


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investir

PIB e a economia verde Estudo conclui que investir, anualmente, 2% do PIB mundial em medidas sustentáveis, em setores estratégicos, irá garantir a transição para uma economia verde até 2050


Fotomontagem: Gerardo Júnior

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edução da pobreza, mais empregos e valorização do capital natural são as consequências da transição de uma economia marrom (de alta emissão de carbono) para a economia verde. Esta mudança demanda um investimento de apenas 2% do PIB global em dez setores. O relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, do Pnuma, demonstra que a transição para uma economia de baixo carbono e eficiência de recursos se torna possível se forem investidos cerca de US$ 1,3 trilhão até 2050. Os setores estratégicos são agricultura, edificações, energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transporte, água e gestão de resíduos. Para o Pnuma, tais investimentos devem ser estimulados por reformas de políticas nacionais e internacionais. “Um cenário de investimento verde atingiria taxas de crescimento anual mais altas que o cenário habitual de negócios, em um espaço de tempo entre cinco a

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dez anos. Esse crescimento econômico caracteriza-se por um desacoplamento significativo em impactos ambientais”, afirma o relatório. A organização reconhece que a demanda global por energia aumentaria um pouco, mas retornaria aos níveis correntes até 2050, o que significaria uma redução de cerca de 40% em relação ao esperado no cenário habitual de negócios, graças a avanços substanciais em eficiência energética. Uma economia verde valoriza e investe em capital natural (silvicultura, agricultura, água potável e pesca), contribui para a redução da pobreza, e possibilita a criação de empregos verdes, acredita o Pnuma. A organização também orienta os governos a aplicar ferramentas, como impostos, incentivos fiscais e licenças negociáveis, para promover investimentos e inovações, assim como o investimento em capacitação, treinamento e educação. O assunto também está na agenda governamental. A econo-

mia verde foi destaque no discurso da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, proferido em fevereiro, no Fórum Global de Ministros de Meio Ambiente, em Nairóbi (Quênia). “O conceito de desenvolvimento sustentável nos permitiu superar a falsa noção de contradição entre a proteção ambiental e a eliminação da fome. Isso representa um progresso real que não pode ser perdido”, enfatizou a ministra. “As ações da economia verde devem oferecer oportunidades para todos os países, e isso, como sabemos, demanda maior financiamento, tecnologia e capacitação”, sugeriu. Izabella Teixeira falou aos ministros sobre as questões políticas emergentes que contribuirão com o processo preparatório da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que novamente destacará o Brasil no cenário mundial em 2012. O discurso da ministra brasileira corroborou o relatório lançado pelo Pnuma durante o encontro de autoridades internacionais.


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preservar

Brasil tem o desafio de dobrar áreas protegidas da Mata Atlântica até 2020 Apesar das pressões sobre o bioma, a meta para 2020 é ter 17% das áreas protegidas, quando hoje existem apenas 9,8%


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erca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, além de dois terços da população brasileira, o que corresponde a 112 milhões de habitantes, estão na área da Mata Atlântica. Imagine que indústrias importantes como a da pecuária, cana de açúcar, papel e celulose, turismo fazem parte do conjunto de pressões sobre o território da Mata, da qual hoje só restam apenas 7% em bom estado de conservação, distribuídos em fragmentos isolados acima de 1.000 hectares cada. Apesar disso, o bioma ainda abriga uma quantidade importante de espécies da fauna e da flora e, por isso, deve ser preservado. Um diagnóstico sobre o cumprimento de metas de conservação da biodiversidade na Mata Atlântica, elaborado pelo WWF-Brasil, em parceria com a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) e apoio de uma série de instituições, aponta que o Brasil tem amplo espaço para avançar na manutenção e principalmente na recuperação do bioma. No entanto, das 51 metas nacionais para proteção da floresta, baseadas em diretrizes globais da Convenção das Nações

C

Unidas sobre Conservação da Diversidade Biológica, o País cumpriu apenas duas na totalidade, cinco não foram executadas e o restante encontra-se em estágios intermediários de cumprimento. O presidente do Conselho Nacional da RBMA, Clayton Ferreira Lino, explica que a meta para 2020 é ter 17% das áreas protegidas. “Para ter uma proteção de 17% na Mata Atlântica - considerando que hoje temos 9,8%- ainda falta muito. Quase temos que dobrar o número de áreas protegidas. Ainda temos um conjunto grande de pressões sobre o bioma”, afirmou. No caso específico da Mata Atlântica, a situação, conforme Clayton Lino, é muito crítica. Isso porque não só os remanescentes, como as áreas de proteção integral, são muito poucos. “Nós precisaríamos realmente ter um esforço de criação de mais áreas protegidas, de dobrar o tamanho das áreas protegidas progressivamente”, defendeu. A estratégia para ter novas áreas protegidas e cumprir essa meta para a próxima década, conforme o presidente do Conselho Nacional da RBMA, por um lado, passa pelo envolvimento de

iniciativas privadas e sociedade. Conforme ele, não é só papel do governo proteger essas áreas. “Hoje, a Mata Atlântica não tem mais mata suficiente para você simplesmente ir lá e criar área protegida, cumprindo a meta. É preciso conectar fragmentos em algumas áreas que estão definidas e isso é difícil, em alguns casos, bastante caro”, explica. Um pacto pela restauração da Mata, que envolve 170 instituições, desde governo, grandes empresas, proprietários rurais a ONGs e universidades, está cadastrando os projetos de restauração que estão acontecendo. De acordo com Lino, já estão cadastrados 16 mil hectares. “Os projetos estão acontecendo, são muitas iniciativas importantes e precisamos ter mais mecanismos que estimulem a restauração. Por um lado legal, precisamos que o Código Florestal não seja descaracterizado. Segundo, precisamos de estímulos concretos para a conservação, como o pagamento por serviços ambientais”, aponta. Lino defende que tenha um incentivo financeiro, ou seja, que haja um pagamento por essa prestação de serviços ambientais. “Ao restaurar uma área, conec-


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Imagens: SCX.hu

preservar

tando fragmentos, por exemplo, o proprietário vai coletar carbono da atmosfera, recuperando área de produção, captação de água. Então, ele está prestando um serviço para a sociedade como um todo e o que a gente advoga é que ele tenha um incentivo financeiro”. Hoje, no Brasil, existe uma lei para pagamento de prestação de serviços ambientais e já existem algumas experiências nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e em alguns municípios. Outro desafio é o cumprimento das 20 metas definidas na Convenção de Biodiversidade da ONU, realizada em outubro, em Nagoya, no Japão. “Para isso, o Brasil precisa conhecer bem a situação, traçar metas, rever

estratégias. Precisamos conhecer melhor os cenários de mudanças climáticas na Mata Atlântica, para ver como diminuir totalmente o impacto, ter desmatamento zero e estudar formas de adaptação a essas transformações naturais”, explica Lino. No entanto, para se chegar a essas metas, o mais importante, segundo ele, é ter um plano nacional de desocupação das áreas de risco da Mata Atlântica, o que Lino considera como prioridade nacional. “O problema da Mata Atlântica é a ocupação. Por um lado, durante muito tempo, houve incentivo para desmatar, para o plantio. Hoje, tem que se cancelar todos os incentivos da destruição, com isso já vai diminuir o desmatamento. Segundo,

o nosso País não tem tradição de seguir zoneamento ou plano diretor e precisamos mudar isto. Nas áreas urbanas e rurais, existe uma pressão de ocupação muito grande e esse é nosso principal problema. A urbanização, as estradas, o crescimento das cidades tem sido um enorme fator de desmatamento da Mata Atlântica, com seriíssimas consequências, até porque grande parte é ocupação de área de risco. Isso tanto por pobre como por rico”. O presidente do Conselho Nacional da RBMA denuncia que, muitas vezes, existe cumplicidade de órgãos licenciadores e até um incentivo de políticos, que promovem o loteamento de áreas de risco com população de baixa renda. Isto é grave.

Para saber mais sobre • A Mata Atlântica é o mais ameaçado dos biomas brasileiros • 80% dos remanescentes estão concentrados nas mãos de proprietários privados • Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, a Mata Atlântica cobria cerca de 1,3 milhão de km², em toda a sua extensão. Hoje está restrita a 7,9% da cobertura original, num total de 102 mil km² • É importante também por abrigar 65% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil. Muitas são endêmicas, ou seja, só existem lá • Hoje existem 627 reservas privadas (RPPNs) de Mata Atlântica em todo o País, que protegem 0,1% do bioma. Parques nacionais e estaduais somam apenas 2,3% da área protegida da Mata Atlântica


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R$ 1,5 bi para economizar R$ 8 bi Projeto pretende regulamentar sistema de coleta seletiva. A meta é que, até 2014, nenhum resíduo sólido seja encaminhado para aterros sanitários, aumentando assim a economia gerada com a reciclagem

$ 1,5 bilhão em reciclagem. Este recurso foi liberado pelo governo federal para o tratamento adequado de lixo nos municípios brasileiros. O investimento representa a segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A meta, com foco na sustentabilidade, é de que até 2014 nenhum resíduo sólido seja encaminhado para os aterros sanitários. Apenas material orgânico para compostagem ou geração de energia será permitido ir para os co-

R

nhecidos “lixões”. O objetivo é criar e manter aterros sanitários, gerar novas cooperativas, apresentar programas de educação ambiental. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, apenas 3% dos municípios possuem um sistema de coleta seletiva regulamentado. Por isso, o Brasil pode economizar até R$ 8 bilhões por ano se reciclar todo o lixo, de acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Atualmente a economia

gerada com a atividade de reciclagem varia de R$ 1,5 bilhão a R$ 3 bilhões anualmente, segundo o Ministério do Meio Ambiente. Os benefícios da reciclagem são econômicos e ambientais, como a elevação do nível de renda dos catadores de lixo e a necessidade de estímulo à profissionalização da mão de obra. Atualmente, apenas 14% da população brasileira contam com o serviço de coleta seletiva, e somente 3% dos resíduos sólidos urbanos são destinados à reciclagem.

© Sergey Zavalnyuk | Dreamstime.com

reciclar


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ver

Arte contra o caos climático Artistas e voluntários em todo o mundo criaram instalações gigantescas, que podiam ser vistas do espaço, para alertar sobre as mudanças climáticas. O projeto de arte foi registrado por satélites

e um lado do oceano, o artista Jorge RodriguezGerada e cidadãos locais do Delta do Ebro, na Espanha, formavam um gigantesco rosto representando uma jovem refugiada ameaçada pela mudança

D

climática. Do outro, milhares de pessoas se reuniram e formaram uma ‘enxurrada’ humana no leito seco do rio Santa Fé, na cidade de mesmo nome, no Novo México, Estados Unidos. O feito era para representar onde o rio

deveria fluir. Com o aquecimento global, o rio (que fornece 40% da água da cidade) está secando. Em Nova York, a artista Molly Dilworth criou o “Cool Roof” em uma escola pública, represen-


Christopher Lund

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tando a costa de Nova York e Nova Jersey depois de 7 metros de elevação do nível do mar. De volta ao outro lado do oceano, um urso polar se formava na encosta de uma geleira, na Islândia, ameçada de derretimento. “A arte pode transmitir de uma forma diferente de como a ciência trata a ameaça que a mudança climática representa para o nosso planeta”, explicou o autor e ambientalista Bill McKibben, criador da organização 350. A ONG incentivou artistas e milhares de voluntários, no mundo todo, a criarem instalações gigantescas para representar a atual crise climática e aler-

tar líderes políticos. O Brasil também participou do evento. Crianças de várias escolas da cidade de Tupã, em São Paulo, formaram uma bandeira brasileira estilizada. Foram utilizados vários painéis solares, cedidos pela empresa Blue Sol, para formar o azul do triângulo. O verde veio do gramado de um campo de futebol e o amarelo das camisetas dos participantes, que também representavam um sol. A ideia do grupo brasileiro é incentivar governantes ao uso de energias limpas no País. Cada obra de arte, do projeto que ganhou o nome de 350 Earth, foi concebida para ser

grande o suficiente para ser visível do espaço. Os projetos foram fotografados por satélites operados pela Digital Globe, uma companhia com base no Colorado. Os satélites viajaram a 17.000 milhas por hora, cerca de 400 quilômetros acima da Terra, dando alguns minutos para cada grupo registrar sua instalação e repassar sua mensagem.

Para saber mais sobre Mais fotos do projeto podem ser encontradas no site: http:// earth.350.org/big-pictures/


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cidade renovável RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

Vinte anos de

sustentabi lidade Apesar de ser menos badalada que as cidades vizinhas, a capital do Canadá, Ottawa, se destaca pelo seu avançado desenvolvimento sustentável. O processo de planejamento, gerado a partir de planos de conservação e gestão ambiental, teve início há duas décadas


© Balendran | Dreamstime.com

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Ottawa

ntre as cidades turísticas do leste do Canadá, destacam-se Toronto por sua segunda maior torre do mundo, Quebec e seus prédios históricos, e Montreal com seus parques e ruas comerciais. Sem grande destaque, a capital do país, Ottawa, fica à sombra das badaladas vizinhas. De colonização inglesa e francesa, Ottawa chama atenção pela qualidade de vida da população, o que ainda não a difere propriamente das outras cidades canadenses. O padrão de vida em Ottawa, como no restante do Canadá, é muito alto. E os indicadores sociais são positivos. Não há desabrigados, nem violência. Os serviços de educação e saúde funcionam apropriadamente. Mais da metade dos moradores da cidade têm diploma de nível superior, o que confere o mais alto nível educacional do país. Todos na cidade falam inglês e francês, sendo que espanhol, italiano e até o português também são falados por muitos. É uma

E

cidade jovem. Cerca de metade de população tem menos de 35 anos. Está localizada no nordeste da província de Ontário, na fronteira com a província de Quebec, às margens do rio Ottawa. É a segunda maior cidade de Ontário, localizada a aproximadamente 400 quilômetros a leste de Toronto, e a 190 quilômetros oeste de Montreal. Possui mais de 800 mil habitantes, com mais de 1,1 milhão de pessoas na região metropolitana, chamada oficialmente de Região da Capital Nacional. As principais atividades econômicas incluem serviços do governo, pesquisa e desenvolvimento, saúde, educação, turismo e desenvolvimento de software. É no setor de tecnologia de informação que está concentrado o crescimento econômico atual. Nos últimos vinte anos, a cidade começou a avançar para o desenvolvimento sustentável, com o processo de planejamento de um novo Plano Oficial. A sustenta-


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cidade renovável

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RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

bilidade deve-se à Estratégia de Conservação e Gestão Ambiental adotada em agosto de 1991. Este mecanismo vai além do planejamento convencional de uso do solo e conservação, cobrindo todos os aspectos de desenvolvimento urbano, inclusive considerando crescimento urbano e o ambiente natural. A Estratégia para a Conservação e Gerenciamento Ambiental divide-ser em Abordagem ao Gerenciamento Ambiental e Agenda Ambiental. O primeiro é um documento que esboça os princípios de sustentabilidade e a abordagem/planejamento ao ecos-

sistema como instrumentos guia. O segundo é um plano de ação que descreve o estado atual das questões e preocupações ambientais, metas e ações para construir a sustentabilidade, ações atuais em cada área, e assuntos a serem abordados no futuro. Ottawa desenvolveu ações participativas para cumprir as exigências da Estratégia. As comunidades são consultadas por meio de seminários. Estes eventos possibilitaram a evolução de políticas e planos de ação focados em assuntos de sustentabilidade, valores e prioridades identificados na comunidade, e que continuam sis-

tematicamente avaliados e implementados. Além dos bons índices em saúde, educação e segurança urbana, estas ações resultaram hoje em um sistema público de transporte integrado. Estes serviços colocaram Ottawa como a terceira cidade mais limpa do mundo, segundo ranking divulgado pela empresa de consultoria Mercer. Em primeiro lugar ficou Calgary, também no Canadá, com seu sistema de saneamento e reciclagem referência em todo o mundo. Em segundo, Honolulu, no Havaí, por ter a melhor qualidade de ar dos Estados Unidos.


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rg verde PERFIL

Natureza por opção e vocação Autor de cinco livros, Luciano Candisani é fotógrafo de natureza há 12 anos. Pelo seu trabalho na revista National Geographic recebeu cinco prêmios Abril de Jornalismo e foi nomeado membro permanente da International League of Conservation Photographers


1

Luciano Candisani/ Divulgação

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2

1. Parque Estadual do Jalapão, em Tocantins 2. Tartarugas na Reserva Biológica do Atol das Rocas, arquipélago que pertence ao Rio Grande do Norte.

ntes de atender ao pedido desta entrevista, o fotógrafo de natureza Luciano Candisani estava “ilhado” no Pantanal, registrando uma cheia histórica. “Muita água, um mar”, como ele mesmo disse. Na volta, o avião não conseguiu pousar no ponto isolado onde ele fotografava. O jeito foi voltar de trator, em 12 horas de viagem. Essa experiência muito particular e singular pode parecer uma aventura de filme, mas é uma constante na vida deste fotógrafo, que estudou Biologia na Universidade de São Paulo (USP) e tem um arquivo de cerca de 30 mil imagens em temas como biodiversidade, natureza, populações tradicionais, expedições e ciência, além de cinco livros publicados. Pode-se dizer que onde existe natureza ele esteve, está ou ainda vai passar por lá. Nascido na cidade de São Paulo, mas radicado em Ilhabela, Candisani fotografa natureza há 12 anos e já registrou não só o Brasil, mas diversos lugares do mundo. Pelo seu trabalho

A

na consagrada revista National Geographic foi indicado dez vezes ao Prêmio Abril de Jornalismo, dos quais venceu cinco, e pelo conjunto de sua obra foi nomeado membro permanente, desde 2007, da International League of Conservation Photographers (ILCP), um grupo que reúne 70 dos principais fotógrafos de natureza em atividade no mundo. O amor pela fauna e flora e pela fotografia andam de mãos dadas com Candisani e chegaram em sua vida ao mesmo tempo, ainda na adolescência. “Meu interesse pelos grandes espaços naturais, desde o início, esteve vinculado à fotografia e ao cinema documental. Viajava pelo mundo nas páginas da National Geographic e nos documentários do Cousteau. Queria fazer algo igual. Dei meus primeiros passos em direção a esse sonho no fundo do mar do litoral norte de São Paulo”, lembra. Isso porque ele mergulha desde criança e, aos 14 anos, fez um curso de mergulho autônomo - com cilindro

de ar - e o primeiro item que adquiriu para o seu kit de mergulhador foi uma câmera anfíbia Nikonos V, que o acompanhou por muitos anos. “Meu pai sempre foi um entusiasta da imagem e um fotógrafo nato, o que me possibilitou o acesso a câmeras profissionais muito cedo. Comecei na fotografia documentando a natureza e estou no mesmo tema até hoje. Muita coisa mudou na minha abordagem durante esses últimos 12 anos, mas o tema é essencialmente o mesmo”, explica. Fotografar ambientes remotos como a Amazônia, Patagônia, Antártica, Ilhas Falkland, Abrolhos, Ilhas Galápagos ou Atol das Rocas não é simplesmente chegar ao local com a câmera na mão. São trabalhos que exigem planejamento minucioso e, conforme Candisani, nada pode ser esquecido. “Você fica semanas tentando imaginar tudo o que pode acontecer durante uma expedição, fazendo mentalmente cada passo do roteiro, arruma


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rg verde PERFIL portas para as primeiras publicações importantes. Nessa época, passei de fotógrafo de expedições científicas para fotógrafo de histórias para revistas”, relata. Já a Patagônia foi consequência da sua experiência polar. O fotógrafo passou sete meses na região morando a bordo do veleiro Aysso, da família Schurmann. “Era marinheiro e fotógrafo. Nessa época vivi intensamente duas grandes paixões: a navegação a vela e a fotografia documental, aprendi muito em ambos os campos”. No Atol, Candisani fez seu primeiro projeto de livro autoral. Uma peculiaridade, segundo ele, une os três ambientes. Nestes locais, a natureza ainda está no controle da vida humana. “Nós é que temos que nos adaptar aos ciclos naturais. No Atol, por exemplo, a vida vai no ritmo das marés. Nada é feito sem consultar o vai e vem do mar”, destaca. Para fotografar natureza, ele considera que tanto a técnica como o conhecimento e intimidade com o meio são importantes, uma vez que a técnica é o meio para dar forma a sua interpretação pessoal da história.

“Conhecer o tema é fundamental para criar essa interpretação. Você vai a campo para buscar imagens capazes de traduzir conceitos previamente criados durante as pesquisas e envolvimento prévio com o tema”, explica. Por isso, a fotografia de Luciano Candisani não é só estética e cumpre muito bem sua função social, não só ao arrebatar o leitor/apreciador mas também por fazê-lo refletir sobre a alarmante questão do meio ambiente. “Fotografia é interpretação. Mesmo na foto documental o que se faz é buscar o registro de uma resposta emocional pessoal, independente da realidade absoluta diante da lente. E, na minha interpretação da natureza, a preocupação com a conservação aparece sempre, naturalmente, embora não de forma, digamos, didática. Uso os controles da câmera, a composição, a luz, as cores para enfatizar a beleza e a importância da biodiversidade e dos grandes espaços naturais. Gosto de dizer que, através do meu trabalho, ainda há muito que podemos salvar. É uma realização quando essa abordagem traz, na prática, resultados para a conservação”, finaliza. Divulgação

e desarruma malas, leva mochilas extras, baterias de todos os tipos, kit de primeiros socorros etc., e, mesmo assim, as surpresas aparecem”, conta. No Atol das Rocas, por exemplo, onde esteve por três viagens longas para fazer um livro, pensou em cada detalhe: do desembarque entre a arrebentação das ondas à inexistência de água potável ou energia elétrica. “Fui preparado, enfim. Mas, mesmo assim, formigas fizeram ninho no meu flash e, no fim da viagem, tive uma apendicite aguda e tive que sair às pressas para uma cirurgia em São Paulo. Susto”, lembra. Mesmo com os percalços e imprevistos, são muitas as lições deixadas pelas expedições, especialmente as da Antártica, Patagônia e Atol das Rocas, que marcaram, de forma particular, sua vida profissional e pessoal. “No fundo do mar congelado da Antártica tive minha primeira grande oportunidade profissional: registrar a vida submarina debaixo das águas congeladas. Isso foi em 1996, quando esse tipo de abordagem era raríssimo. O material que produzi nas duas expedições de que participei abriu as


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JORGE MARTINS

“Negócios verdes estão em grande ascensão" O presidente executivo da Martifer, Jorge Martins, é otimista quanto ao desenvolvimento de negócios na área de energias renováveis no Brasil. A empresa portuguesa é uma empreendedora também no ramo de energia solar, além de atuar no setor de construções metálicas. Em entrevista exclusiva, o CEO diz que o Brasil está na moda, considerando os recursos naturais disponíveis e a previsão de se tornar uma potência mundial. No entanto, a falta de regulamento para o setor e a alta carga tributária ainda são entraves

{ por Carol de Castro


Imagens: Martifer SGPS Š 2008

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personagem ENTREVISTA

JORGE MARTINS se também reduzir a pesada carga tributária, garantir a conexão à rede e definir claramente a questão do licenciamento ambiental, uniformizando os procedimentos em todas as esferas de fiscalização.

m mundo preparado para uma energia totalmente verde. Esta é a aposta do presidente da Martifer Jorge Martins. Para ele, a preocupação com o meio ambiente, o crescimento da população mundial e a qualidade de vida das pessoas vão demandar um consumo de energia maior. Atender esta demanda, em meio aos riscos do aquecimento global, exige uma geração de energias renováveis. “O investimento será cada vez maior em fontes de energia que permitem uma provisão indefinida em termos de geração de energia, de forma a causar o mínimo impacto em termos de implantação, e mais ainda, não deixar resultados negativos na natureza em termos de exploração”. Com um olhar europeu, ele destaca que o Brasil tem um enorme potencial de crescimento nas áreas solar e eólica, além do crescimento econômico, da estabilidade política e da garantia da organização de leilões de energia regulares. Tudo isso está abrindo o apetite de grandes investidores a entrarem no mercado brasileiro. Por outro lado, diz Martins, faltam mão de obra qualificada, infraestrutura adequada ao forte crescimento econômico do Brasil e regulação do setor, devendo-

Renergy:: Energia renovável avança em vários países. O mundo está preparado para uma energia 100% verde? Qual o principal entrave? Jorge Martins:: Certamente que sim. Hoje, o que se vê, em nível global, é um aumento da preocupação com o meio ambiente, do crescimento da população mundial e da qualidade de vida das pessoas e, consequentemente, do consumo de energia. O resultado destas necessidades latentes é o investimento cada vez maior em fontes de energia que são renováveis, ou seja, permitem uma provisão indefinida em termos de geração de energia, e limpas ou verdes, como foi referido, de forma a causar o mínimo impacto em termos de implantação, e mais ainda, não deixar resultados negativos na natureza em termos de exploração. Exceto por aspecto físico da rede elétrica e aspectos ambientais, em alguns locais, e sem fundamentalismos, entendo que não haja entraves à utilização da energia limpa e renovável. O que há, em se tratando do mercado brasileiro, é exatamente o obstáculo inicial, que é normal quando se inicia o desenvolvimento de qualquer atividade. Quando todos estiverem mais acostumados a ouvir falar em parques eólicos e parques solares no Brasil, estas fon-

tes poderão ser mais competitivas e ocupar seu devido espaço neste mercado. R:: Recente estudo do The Pew Charitable Trusts mostra que os investimentos em energias limpas, em 2010, alcançaram o valor recorde de US$ 243 bilhões, com alta de 30% em relação a 2009. O que o Brasil tem a ganhar com isto? JM:: Desses US$ 243 bi, US$ 7 bi foram investidos no Brasil. Em 2009, o valor foi também semelhante. Para o ano de 2011, com o início da construção de muitos parques eólicos no País, no seguimento dos leilões de 2009 e 2010, esse valor deverá crescer significativamente. Aumentando o investimento, crescem as empresas gerando mais emprego, aumentando a qualidade de vida e o bem estar da população. R:: Entre os maiores investidores em energias limpas estão China, Alemanha e os Estados Unidos, quais são os outros países que também poderiam se beneficiar desta nova realidade do setor de energia? JM:: Obviamente o Brasil. Tanto na energia eólica como na solar, o Brasil tem um enorme potencial de crescimento. O recurso de vento é extraordinário, com fatores de capacidade elevadíssimos, sol não falta e somando o fato de que estas tecnologias são hoje competitivas no custo e na viabilidade, o Brasil se beneficiará muito com esta realidade. R:: O Brasil tem sido considerado a “bola da vez” em termos


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de investimentos, principalmente na área de energia renovável. O governo brasileiro vem incentivando as fontes de energia alternativa e vem utilizando esse fato como um case de marketing institucional do País no cenário internacional. Como o empresariado internacional enxerga o mercado brasileiro? JM:: O interesse de grandes players do mercado de energias renováveis no Brasil tem aumentado consideravelmente. Os grandes developers e fabricantes do mundo da energia eólica estão se instalando no Brasil e já se comprometeram a efetuar grandes investimentos no País. A Martifer Renováveis, por exemplo, vai construir nove parques eólicos até julho de 2012, totalizando 220MW e mais de R$800 milhões de investimento. O Brasil está na moda. E, no que diz respeito à energia, com todos os recursos naturais de que dispõe, o Brasil irá afirmar-se como potência mundial. A Martifer, como empreendedora também no ramo de energia solar, já vê o Brasil com os olhos de um potencial investimento, logo que surgirem os devidos regulamentos para este ramo. R:: O que atrai e o que afasta o investidor de energia renovável no Brasil? A consolidação de um marco regulatório e uma melhora nas questões tributárias são os principais questionamentos quando se fala em investimentos no País? JM:: O crescimento econômico do Brasil, a estabilidade política e a garantia da organização de lei-

lões de energia regulares abriram o apetite a grandes investidores a entrarem no mercado brasileiro. Hoje o Brasil é um país seguro para o investimento. Pelo lado negativo, pode se falar na especulação criada à volta dos projetos de energias renováveis, na lentidão nos processos de licenciamento e na construção, na falta de mão de obra qualificada e infraestruturas desadequadas ao forte crescimento econômico do Brasil. Acredito, entretanto, que isto está a melhorar. Relativo à questão regulatória, o Brasil já possui uma fonte interessante de legislação que, com a consolidação, facilitará ainda mais o entendimento do setor para todas as partes envolvidas no seu desenvolvimento.

O Brasil está na moda. E, no que diz respeito à energia, com todos os recursos naturais de que dispõe, o Brasil irá afirmarse como potência mundial

R:: Mas o Brasil tem mostrado condições para se aproveitar destas previsões de investimentos. Na sua opinião, quais os caminhos para o País atrair mais investimentos em energia limpa? No que precisamos nos concentrar - entre o regulatório, o legal, o político e o tributário - para favorecer estas oportunidades? JM:: O Governo deverá garantir uma regular organização de leilões, com especial cuidado para não atingir valores de tarifa impraticáveis para o investimento de empresas com dimensão suficiente para concluir o projeto. Deverá também assegurar todas as infraestruturas para a construção de projectos, sejam portuários ou viários, emagrecer a pesada carga tributária e garantir a conexão à rede. A questão da conexão é muito importante. O


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personagem ENTREVISTA

JORGE MARTINS buição em relação à preservação. Existe uma preocupação ambiental por parte da iniciativa privada ou virou moda falar de ecologia? JM:: A preocupação existe em nível mundial. É, como mencionei, a relação entre o desenvolvimento de soluções menos impactantes do ponto de vista ambiental e a problemática do aquecimento global, que é direta. Não é que tenha “virado moda” é muito mais o fato de que, agora, o mundo abriu os olhos para um problema real. Imagino que na época da revolução industrial devem ter dito que “estava na moda” falar em fábricas e indústrias, e olha só, foi consequência do desenvolvimento, é a história da humanidade. Isto também se aplica aos dias de hoje.

sistema de transmissão da energia gerada pelos empreendimentos ocupa uma carga pesada nos projetos e, quanto mais próximos de subestações, mais interessantes se tornam os empreendimentos. A questão do licenciamento ambiental precisa também estar claramente definida. Apesar de haver discricionariedade nos órgãos ambientais estaduais, era interessante a criação de um padrão para os empreendimentos eólicos, considerados de baixo potencial poluidor/ degradador. Não falo em normas menos ou mais rígidas, falo em uniformidade de procedimentos, para que o investidor saiba o que o espera e como cumprir com os procedimentos necessários. R:: O aquecimento global esquentou, no geral, os negócios verdes? JM:: Entendo que sim. O resultado da falta de preocupação com os efeitos da poluição mundial é, dentre outros, o aquecimento global. A utilização da chamada energia limpa é uma forma muito interessante de se unir o útil ao agradável. É criar condições para a diminuição do efeito estufa, enquanto se cria condições para o fornecimento contínuo de energia à população. Não é a toa que os “negócios verdes” estão em grande ascensão. A relação é direta com a necessidade de se criar mecanismos melhores para o mundo, em termos de poluição. R:: Face à última crise econômica e ao caos climático global, todos parecem querer entender ou dar sua contri-

Hoje o Brasil é um país seguro para o investimento. Pelo lado negativo, pode se falar na especulação criada à volta dos projetos de energias renováveis

R:: O senhor acredita que o Brasil tem conseguido aliar desenvolvimento econômico e tecnológico com sustentabilidade? JM:: No ramo de energias renováveis, o Brasil ainda tem muito espaço para desenvolvimento, do ponto de vista tecnológico relacionado com a sustentabilidade. Isto faz parte. Daqui a pouco, poderemos vislumbrar projetos off shore, investimentos em áreas que afetem ainda menos o meio ambiente, e tecnologias que já existem em outros lugares do mundo serão trazidas para cá. A carga tributária no País ainda é pesada, o que atrapalha um pouco os negócios, mas os investidores veem a vontade do Governo em melhorar esta questão, e acreditamos que isto é uma questão de tempo para estarmos


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bem alinhados com o desenvolvimento do mercado. R:: Como o senhor avalia a política ambiental hoje no Brasil para liberação de novos empreendimentos? JM:: De uma forma geral, existe uma tentativa de adaptação dos órgãos responsáveis a uma nova realidade em que está a ser desenvolvido um grande número de projectos de energias renováveis. Mas pelo fato de estarem, em muitos casos, a viver pela primeira vez o licenciamento de projetos eólicos, surgem ainda muitas indefinições, nomeadamente sobre que estudos ambientais deverão ser realizados. Apesar de tudo, penso que existe uma tentativa, por parte de alguns Estados, nomeadamente Rio Grande do Norte, em incentivar estes novos empreendimentos, mantendo os níveis de exigência ambiental, mas criando também mecanismos e grupos de ação que permitem trazer maior eficácia e eficiência aos processos de obtenção de licenças. Este exemplo deveria ser seguido por outros Estados para que permitisse que os processos de licenciamento fluam com maior celeridade e os investidores sintam confiança total para investir. R:: Um dos principais confrontos no governo do Lula foi entre os ministérios do Meio Ambiente e o de Minas e Energia. Qual a sua opinião a respeito da geração de energia elétrica no País? JM:: Relativo a conflitos com os órgãos defensores do Meio

Era interessante a criação de um padrão para os empreendimentos eólicos, considerados de baixo potencial poluidor/degradador

Ambiente, entendo que não há o que se discutir. Como se fossem lados diferentes da mesma moeda, o desenvolvimento de melhores soluções para a geração de energia elétrica e a defesa do meio ambiente. Não são assuntos conflitantes. A defesa do meio ambiente deve sempre ser levada em consideração e o fato de o Estado procurar a adoção de fontes limpas e renováveis está diretamente em consonância com o interesse na conservação do meio ambiente. Entendo que é dever do Estado proteger o meio ambiente, da mesma forma que é dever deste Estado fornecer energia aos cidadãos sem estar refém de apenas uma fonte ou um setor específico. Os dois pontos devem estar alinhados e caminhar lado a lado, o que, a meu ver, é completamente possível e viável, desde que haja informação disponibilizada e regras claras, que possam ser acompanhadas pelos participantes. R:: E o que o senhor espera do governo Dilma em relação a este assunto? JM:: Lembro de uma entrevista que ouvi da presidenta Dilma Roussef, quando ainda era candidata, em que ela falava da importância do desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Falava até que a “esquina do Brasil” (nordeste) possuía ventos mundialmente competitivos para a geração de energia pela fonte eólica. Acredito plenamente que ela tenha intenção em continuar o desenvolvimento do setor eólico no Brasil e há de criar as melhores condições para o seu desenvolvimento no País.


Procura crescente de energia

Custos ascendentes de energia

Recursos em esgotamento


Alteraçþes climåticas mundiais Falta de trabalho em todo o globo Custos ascendes de energia


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capa Investimentos


© Andrey Burmakin | © Almagami | Dreamstime.com - Fotomontagem: Gerardo Júnior

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ENERGIA

EM EXPANSÃO Apesar de ainda não superar China e Estados Unidos em termos absolutos, o Brasil tem sido considerado a “bola da vez” em termos de investimentos. Principalmente na área de energia renovável. Ainda em processo para consolidar o marco regulatório dessas atividades, o governo brasileiro vem incentivando as fontes alternativas e vem utilizando esse fato como um case de marketing institucional do País no cenário internacional. Consultorias de mercado, assessorias jurídicas, investidores e dirigentes de empresa falam sobre expectativas de negócios, riscos a serem monitorados e modelos a serem desenvolvidos para garantir a consolidação no setor e o retorno esperado

{ por Paola Vasconcelos


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capa Investimentos

inguém vive sem energia, que é um dos bens mais importantes não só para o desenvolvimento do mundo, mas para a sua sobrevivência. Pensando que nos próximos 25 anos a demanda por energia global deve aumentar cerca de 35%, predominantemente pelos gastos em eletricidade e aumento da frota de veículos, tem se transformado numa necessidade o desenvolvimento de novas fontes de geração energética. E quando se pensa nas questões ambientais - principalmente porque o setor de energia é responsável por 70% das emissões de gases poluentes na atmosfera, agravando o cenário de mudanças climáticas e as transformações na natureza - investir em energias limpas, que geram lucro sem impacto ambiental, é um

N

caminho que converge para o sucesso. Grande parte dos países que compõem o chamado G-20, que agrupa as maiores economias mundiais, já tem investimentos e iniciativas consolidadas no desenvolvimento de energias limpas. Pesquisa divulgada pela The Pew Charitable Trusts, no final do mês de março, mostra que o setor de energia renovável está emergindo como um dos mais dinâmicos e competitivos do mundo, acumulando 630% de crescimento em financiamentos e investimentos desde 2004. Para este ano, os investimentos globais em energias limpas devem alcançar US$ 240 bilhões, puxados principalmente pelas ações do Brasil, China e Índia, segundo levantamento mundial da Organização das Nações Uni-

das (ONU), feito no final do ano passado. O recente estudo do The Pew Charitable Trusts já mostra que os investimentos em energias limpas em 2010 anteciparam esta previsão da ONU: alcançaram o valor recorde de US$ 243 bilhões, com alta de 30% em relação a 2009. E o Brasil tem muito a ganhar com isto. Isso porque, apesar de o Brasil ficar em sexto lugar na lista dos maiores investidores mundiais em energia limpa, com registro de US$ 7,6 bilhões em investimentos, ante US$ 7,7 bilhões em 2009, as oportunidades de negócios são crescentes. Nas primeiras posições entre os maiores investidores em energias limpas estão China (US$ 54,4 bilhões), Alemanha (US$ 41,2 bilhões) e os EUA (US$ 34 bilhões).


© Bernadette Lopez | Dreamstime.com

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Investimentos em energias renováveis no Brasil até 2020 Políticas atuais R$ 4 bi Política de energia limpa R$ 8 bi

Políticas Copenhagen R$ 7 bilhões

Fundos e Investimentos (2009)* Total Investimentos Investimentos no ranking do G-20 Total (em porcentagem) no G-20 Taxa de crescimento (5 anos)

R$ 7,4 bilhões 6 6,5% 147,8%

* Inclui os investimentos em capital de risco e mercados públicos, ativos financeiros para todas as tecnologias de energia limpa, incluindo os biocombustíveis e eficiência energética.

Energia Limpa instalada (2009) Total de capacidade de energia renovável Total de capacidade de energia Total (em porcentagem) no G-20 Taxa de crescimento (5 anos)

R$ 7,4 bilhões 9,8% 3,2% 13,9%

Principal meta em energias renováveis (para 2012) Energia eólica - 1422MW

Fonte: relatório da Pew Charitable Trusts


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capa Investimentos

O caminho das energias limpas Potencial para explorar as fontes renováveis - como ar, água, sol, biomassa, biocombustíveis - não falta ao território brasileiro e às expectativas, não só das empresas que já investem no setor como das consultorias especializadas no mercado, que são as melhores possíveis. A disposição do governo brasileiro é claramente favorável e a própria presidente da República, Dilma Rousseff, já declarou que o seu governo vai

consolidar a energia limpa e tem isso como um dos passos necessários para que o País esteja entre as nações de desenvolvimento forte. O cenário brasileiro é favorável não só pelo discurso positivo da chefe de Estado. A tendência, segundo a sócia líder da Deloitte para atendimento das empresas de energia, Iara Pasian, é de que investimentos em fontes alternativas de energia cresçam de forma significativa

no Brasil. Do total de energia produzida em 2008, de 99.832 MW, 84,5% estava representada por fonte hidráulica, incluindo pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), e 1,3% (1.256 MW) por fontes alternativas. “É estimado que, até 2017, o Brasil gerará 154.797 MW representados por 75,9% de hidráulica e 4% (6,233 MW) de fontes alternativas. Portanto, os investimentos deverão crescer significativamente. O potencial eólico brasi-


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líder da Deloitte, a segurança dos investidores em empreendimentos de infraestrutura de atividade regulada deve ser consequência direta da transparência, segurança jurídica e efetividade do marco regulatório estabelecido para essas atividades. “O governo ainda está no processo de aprendizado para que possa consolidar o marco regulatório dessas atividades. Por serem recentes, existem riscos a serem monitorados, modelos de negócios - geração, operação, manutenção, financiamento, tecnologia e comercialização da energia - a serem desenvolvidos e aprimorados para garantir o retorno esperado”, disse Pasian. O sócio diretor de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, Renato Pereira, confirma as

esteja bastante propício para investimentos de estrangeiros, a tendência é desses investimentos aumentarem mais ainda”, avalia Pereira. Para o sócio diretor da KPMG, o Brasil hoje já ocupa uma posição importante em função de ter um histórico de respeito aos investidores e de retornos e de grande potencial de investimentos em determinadas áreas. “O ambiente hoje é bastante propício”, destaca. Existem vários investidores olhando para o Brasil, para fazer investimentos de ordem normal, como também em energias renováveis. O executivo destaca que as energias renováveis estão entre as maiores prioridades de investimentos, mas diz que o importante é ter retorno. “Inves-

Investidor quer retorno, sempre. Se não gera retorno, não há investimento © Liliya Zakharchenko | Dreamstime.com

leiro é estimado em 143.000 MW”, aponta Iara Pasian. O governo brasileiro vem, desde 2001, incentivando o investimento em fontes de energia alternativas, especialmente biomassa e, conforme a executiva da Deloitte, tem utilizado esse fato como um case de marketing institucional do País no cenário internacional, especialmente para as questões de sustentabilidade. No entanto, para a sócia

boas expectativas e, segundo ele, o Brasil já está aproveitando as oportunidades não só no mercado de energias renováveis mas de uma forma geral. “O Brasil tem sido, nos últimos anos, principalmente depois da crise, a bola da vez em termos de investimentos - não em termos absolutos, porque ninguém supera a China e os Estados Unidos. A consolidação do ambiente regulatório também está contribuindo muito para isso e, se houver uma melhora das questões tributárias para que o ambiente

tidor quer retorno, sempre. Se não gera retorno, não há investimento”, disse. Renato Pereira avalia que, durante algum tempo, os investimentos até não ocorreram no Brasil em função da facilidade que se tinha em hidrelétricas. Após o apagão, em 2003, correuse para fazer investimentos em térmicas, que não utilizam tecnologia limpa. “O que se vê hoje é um movimento forte de aproveitamento de investimentos em energias eólicas e de biomassa”, destaca.


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capa

Brasil está pronto para “significativo crescimento de investimentos” De acordo com o relatório “Global Clean Power: A $2.3 Trillion Opportunity”, da organização Pew Charitable Trusts, divulgado no final de 2010, as políticas atuais de desenvolvimento de tecnologias limpas das 20 nações mais ricas do mundo deverão resultar em um investimento de 1,7 trilhão de dólares em energias renováveis até 2020. Apesar de ainda estar longe do

o reforço de cenários políticos, mas que o investimento privado em energias renováveis deverá manter-se estável em US$ 4 bilhões nos próximos 10 anos. O potencial de investimento acumulado no Brasil entre 2010 e 2020 está projetado em US$ 67 bilhões, com alavancagem de 25 GW de capacidade instalada. Como desafio, o estudo destaca

O Brasil poderia ter mais sucesso se aprovasse uma norma federal de uso da energia renovável para geração de eletricidade e definisse a capacidade instalada a ser adquirida anualmente em cada leilão topo do ranking, o relatório diz que o Brasil está pronto para um “significativo crescimento de investimentos”. China, Índia, Japão e Coréia do Sul responderão por cerca de 40% dos investimentos em projetos de energia limpa na próxima década. O relatório diz que o Brasil tem “fortes políticas energéticas” e, nos próximos dez anos, esse crescimento se dará em energia eólica, biomassa e pequenas usinas hidrelétricas. Segundo o estudo, o financiamento de ativos de energias renováveis em 2020 mais que dobraria, para US$ 8,4 bilhões sob

que o Brasil poderia ter mais sucesso se aprovasse uma norma federal de uso da energia renovável para geração de eletricidade e definisse a capacidade instalada a ser adquirida anualmente em cada leilão, e que ainda apresenta problemas de infraestrutura de acesso e transmissão da energia. Assinala que o governo também poderia reduzir os impostos para projetos de infraestrutura em energia renovável, já que representam até 40% do investimento, e considerar a redução da taxa de juros pelo Banco Central para a dívida da construção de projetos.

SXC.hu

Investimentos


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Mudanças na cultura energética O coordenador do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), Diego Barreto, classifica essa priorização das hidrelétricas na matriz energética brasileira como um movimento “tático” e não estratégico. “O Brasil é um país com um dos maiores potenciais hídricos do mundo e naturalmente isto interferiu nas decisões de exploração de fontes nas últimas décadas”, disse. Para Barreto, ainda não houve direcionamento ou recebimento de fortes investimentos para o desenvolvimento de energias renováveis em função de quatro fatores básicos: cultura ligada à hidreletricidade, baixo desenvolvimento de tecnologia nacional, custo Brasil e política nacional de desenvolvimento de energias renováveis. “A cultura energética ligada à hidreletricidade faz com que a maior parte do nosso material humano esteja focado no desenvolvimento desta fonte, deslocando pouco para as novas. Como consequência, desenvolvemos pouca tecnologia nacional, o que impossibilita uma certa independência em energias renováveis, logo, o estímulo torna-se pequeno. O custo Brasil é auto explicável. Por fim, não existe uma política nacional que assegure que os investimentos atuais não sejam tratados pelo Estado brasileiro, como aconteceu durante as duas primeiras décadas do Pró-Álcool”, explica o coordenador do IBRI. Apesar das dificuldades, Barreto considera que o Brasil tem

todas as condições naturais para se aproveitar das previsões de investimentos, na medida em que continua apresentando, do ponto de vista macroeconômico, melhora nos seus indicadores, mas ainda dependendo de uma maior redução de sua taxa básica de juros. “Por outro lado, o País ainda tem um ambiente de negócios moroso e custoso, o que o torna menos competitivo que outros países, especialmente aqueles considerados desenvolvidos e em desenvolvimento. Além disso, o Brasil precisará acelerar a capacitação de sua mão de obra, em todos os níveis e funções”, disse. Nos últimos anos, diante do crescimento das preocupações com o impacto ambiental dos projetos e da necessidade de maior diversificação da matriz elétrica brasileira para aumentar sua segurança, o Brasil passou a se voltar também para o aproveitamento de outras usinas, como as eólicas e PCHs. Na opinião do consultor do Núcleo de Estudos Econômicos e Financeiros da Andrade & Canellas, consultoria especializada no setor energético brasileiro, Ricardo Savoia, um crescimento mais consistente da exploração dessas fontes renováveis depende, em alguns casos, de um arcabouço regulatório, legal, político e tributário que favoreça essas oportunidades. “É importante destacar que, em virtude de aprimoramentos tecnológicos, estímulos governamentais e ganhos de eficiência verificados nos últimos anos, já é perceptível o avanço da inserção

dessas fontes na matriz brasileira, embora mais lento do que seria possível”, destaca Savoia. Num país onde mais de 80% da eletricidade usada é produzida em hidrelétricas e ainda dispõe de mais de 60% de seu potencial hídrico inexplorado, é difícil que a discussão sobre desenvolvimento de energias renováveis não esbarre nas usinas hidrelétricas. Não só por isso, o consultor da Andrade & Canellas ressalta que energia hidrelétrica é uma ótima opção, “mas não é a única”. “Cada vez mais, uma análise criteriosa será necessária levando em conta todos os crescentes riscos relacionados a tais empreendimentos, dentre eles: impactos ambientais crescentes, usinas cada vez mais a ‘fio d’água’, distância dos centros de carga, custos de transmissão e outros custos associados podem vir a comprometer a viabilidade do projeto, podendo ser mais vantajoso investir em outras fontes de geração”, disse. Sobre as “novas” fontes limpas, cujo impacto ambiental é ainda menor do que das hidrelétricas, Ricardo Savoia considera que o Brasil ainda está em estágio muito inicial. “Mas é um caminho que tem tudo para ser muito promissor”, avalia. Na última década, como explica o executivo, o setor elétrico nacional passou por profundas mudanças, entre elas ajustes em sua regulação, criando benefícios para que fosse possível a inserção de fontes alternativas na matriz energética nacional. “Entre as opções para o desenvolvimento dessas fontes estão os


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capa Investimentos leilões de energia de reserva, cuja quarta edição será realizada este ano. A oferta de projetos também é crescente: nos últimos leilões de energia eólica, a quantidade de energia ofertada foi bem superior à demanda, sendo inclusive disponibilizada ao mercado livre. Sendo assim, estamos num estágio inicial, mas temos tudo para crescer muito nessa área”, disse. Savoia avalia que os investimentos nas fontes alternativas no Brasil são proporcionalmente expressivos, se comparados com o volume aplicado na China, por

exemplo, devido às diferenças de extensão territorial, porte populacional e crescente demanda. Enquanto os investimentos da China nessa área foram de US$ 34,6 bilhões em 2009, os do Brasil foram de US$ 7,4 bilhões no mesmo ano. Apesar de considerar os investimentos crescentes, as dificuldades em fontes renováveis, para o consultor do Núcleo de Estudos Econômicos e Financeiros da Andrade & Canellas, estão em custos elevados para sua implementação em relação a outras

fontes, barreiras políticas e legais, falta de capacitação tecnológica. O cenário para investidores para os próximos anos, segundo ele, é muito bom. “O Brasil está se desenvolvendo e precisa de mais infraestrutura, inclusive energia. Há condições de financiamento dos projetos, principalmente via BNDES, e há mercado. Além disso, com o crescimento econômico do País e o nível de investimento, investidores estrangeiros estão atentos a oportunidades de contribuir com essa expansão”, destaca Ricardo Savoia.

Porque investir no Brasil Principais motivos que incentivam os investimentos no País, segundo consultorias de mercado, investidores e dirigentes de empresa: • 190 milhões de habitantes que movimentam a economia interna • PIB de 7,5% em 2010, previsão em torno de 5% ao ano para os próximos anos • Crescimento da classe C, de 37% da população em 2003 para 56% até 2014 (novos 40 milhões) • Menor taxa de desemprego da série histórica (outubro 2010) • Maior economia da América Latina e oitava do mundo. Pelo The Economist, será a quinta até 2016 • Terceira maior Bolsa do mundo em valor de mercado • Moeda estável, com macroeconomia favorável • Sem histórico de grandes catástrofes naturais (furacões, vulcões etc.) • Segundo maior produtor de bioetanol (33% do total mundial) • Tem a maior biodiversidade do planeta. Cerca de 20% da biodiversidade mundial está no Brasil, com

tecnologia agroindustrial de ponta • Tem a maior rede hidrográfica do planeta (mais de 70% da matriz elétrica tem origem hídrica) • Está entre as 10 maiores reservas de petróleo do mundo • É referência mundial na produção e desenvolvimento de biocombustíveis • Quarto exportador mundial de aço • Participa de blocos econômicos • Tem parque industrial diversificado • País integrante da sigla BRIC, ou seja, mundialmente já é reconhecido como país com potencial para investimentos • Nos últimos 10 anos, a taxa de retorno do investimento estrangeiro direto (IED) no Brasil foi de 26,4% • Foi um dos países menos afetados pela última crise mundial • Grande reserva em moedas fortes • Eventos de alcance mundial já programados para acontecer no País (Copa do Mundo e Olimpíadas) • É grande produtor de bens de consumo


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Biomassa ou eólica? Quando se fala da geração de energias renováveis no Brasil, lembra-se imediatamente das oportunidades advindas do alto nível de insolação do território, dos ventos e também das ondas marítimas. No entanto, apesar desse evidente potencial, nem sempre o aproveitamento destas fontes limpas é viável, do ponto de vista tecnológico, legal e financeiro. O sócio diretor de Fusões e Aquisições da KPMG no Brasil, Renato Pereira, explica que várias tecnologias de exploração de energias renováveis existem, mas que elas não são necessariamente viáveis economicamente. O retorno financeiro, segundo ele, vem quando uma tecnologia atinge um bom nível de maturidade. “Invenções e tecnologias são muitas, mas a tecnologia precisa amadurecer e se tornar viável economicamente para disputar, em pé de igualdade, com outras que já existem há muito tempo, como a geração hidrelétrica e queima de carvão. As novas energias precisam se consolidar e a vez de consolidação agora é justamente da biomassa e das eólicas”, prospecta. Isso porque a eficiência de geração tem aumentado bastante nos últimos anos. “Uma turbina eólica hoje produz muito mais energia do que produzia antigamente, em função dos acertos de tecnologia. Células fotoelétricas hoje produzem várias vezes mais do que produziam as primeiras células. É importante que a tecnologia exista e amadureça. E

quando ela atinge um estágio de amadurecimento, o investimento vem e começa a dar retorno”, explica o executivo. Essa tendência de consolidação das energias eólica e gerada pela biomassa no mundo é um dos resultados da Pesquisa Anual de Fusões e Aquisições no Setor de Energia Renovável da KPMG International (Power Ahead 2010). O estudo entrevistou 250 executivos da área distribuídos na Europa Ocidental (33%), América do Norte (29%), região da Ásia-Pacífico (18%) e da Europa Oriental, Oriente Médio, África e América do Sul (% restante) e, além de mostrar um aumento de 145% em volume de negócios somente no primeiro trimestre de 2010, na comparação com o mesmo período de 2009, constatou também que os tipos de energia mais atraentes para as companhias e os investidores eram, em nível de interesse, a biomassa (37%), seguida das energias solar (36%) e eólica (35%). Já para a exploração de energia solar no Brasil, Renato Pereira vê um bom caminho, no momento, somente para a utilização doméstica, justamente pelo desenvolvimento ainda tímido de tecnologias. “Existem muitas usinas de geração de energia solar no mundo. Mas o que se vê é que a tecnologia ainda está se desenvolvendo. O aproveitamento da energia solar para uso doméstico poderia ser bem maior no Brasil. São investimentos relativamente elevados, mas que dão retorno, que se pagam em alguns

anos, em termos de economia do que se paga na conta de luz”, defendeu. Apesar de considerar que as modalidades de energias renováveis biomassa e eólica são as que mais se adaptam ao cenário brasileiro, do ponto de vista técnico, financeiro e logístico, a sócia líder da Deloitte, Iara Pasian, destaca que diversas fontes de energia alternativas estão sendo estudadas no Brasil para verificar a viabilidade econômica de desenvolvimento de projetos e ainda é muito cedo para dizer quais serão viabilizadas e quais serão priorizadas e incentivadas pelo governo no futuro para produção em larga escala. “Tudo irá depender da escassez de outras matérias primas, fontes utilizadas como combustível ou para gerar energia, custo de oportunidade e relação custo benefício. Deverão ocorrer grandes avanços tecnológicos nos próximos anos no mundo e no Brasil. Estão sendo estudadas a energia solar fotovoltaica, energia maremotriz, energia geotérmica, torres solares, células combustíveis de hidrogênio, entre outras”, disse. Para Pasian, o desafio no desenvolvimento de fontes alternativas de energia (PCHs, eólicas, solar, biomassa e outros) está diretamente vinculado à questão ambiental. “O Brasil tem apresentado situação diferenciada e privilegiada no mundo, somos respeitados internacionalmente exatamente pela nossa matriz energética estar concentrada em


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capa Investimentos hidráulica, considerada limpa devido à abundância de rios, com potencial para ser desenvolvido especialmente, hoje, na região Norte. Essa situação é completamente diferente em outras regiões mundiais, no qual a dependência por termoelétricas a carvão - poluente - é muito grande”, destaca. Para o consultor do Núcleo de Estudos Econômicos e Financeiros da Andrade & Canellas, Ricardo Savoia, o Brasil é um país “abençoado”, pois tem potencial para desenvolver todas as modalidades de energias renováveis. Apesar disso, no momento, as mais vantajosas, segundo ele, são a cana de açúcar - seja para produção de etanol ou geração de eletricidade - e as hidrelétricas. “As demais formas de biomassa, a energia eólica e a solar também terão cada vez mais espaço”, destaca. Conforme Savoia, a energia da biomassa está inserida na matriz nacional e vem sendo negociada. Hoje, responde por 5,4% da matriz elétrica brasileira, sendo a maior parte disso representada por usinas de cana de açúcar, enquanto a eólica responde por apenas 0,2% da nossa matriz elétrica, segundo o Balanço Energético Nacional de 2010. “O que acontece é que o setor de eólica está em expansão, passando por uma verdadeira ‘avalanche’ de oferta. Por isso, tem chamado mais a atenção”, considera. O executivo da KPMG, Renato Pereira, destaca que o potencial de energia que o Brasil já possui hoje, em usinas de cana de açúcar, é muito grande. “Se equiparamos todas essas usinas

com uma boa tecnologia, teríamos praticamente uma Itaipu no campo. Hoje, o Brasil tem potencial de geração de uma Itaipu só com biomassa a partir de cana de açúcar”, aponta. Conforme Pereira, isso é potencial, mas ainda falta o investimento. Com a crise de 2008, o setor de cana de açúcar passou por um momento relativamente delicado, em função da crise de crédito e da baixa dos preços. Além disso, combinou um momento quando o setor havia investido bastante, e os preços despencaram e o crédito foi cortado. “Esse período fez com que o setor parasse de investir em bio-

massa, em novas usinas, e passou a investir na aquisição, na consolidação. Agora a tendência é de os investimentos voltarem, como já estão voltando”, complementa. Várias empresas, segundo Renato Pereira, da KPMG, já estão anunciando, senão os investimentos, mas os planos de investir em energias renováveis no Brasil. Um exemplo é a líder de mercado do setor de açúcar e álcool, que está fazendo uma joint-venture com a Shell e planeja investimento em bioenergia, complementando as usinas que já possuem para se tornarem um grande produtor de energia hidrelétrica no País.


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Como garantir a segurança jurídica de novos investimentos no Brasil?

© Richard Semik | Dreamstime.com

Hoje, o Brasil tem potencial de geração de uma Itaipu só com biomassa a partir de cana de açúcar

A chegada de novos investimentos, aportes de recursos, novas empresas, esbarra, muitas vezes, no Brasil, nas conhecidas burocracias e lentidões nos processos administrativos e jurídicos. Mesmo com todo o potencial favorável do mundo, o desenvolvimento do setor de energias limpas pode não sair do lugar em decorrência de questões legais e administrativas. Vem justamente daí o fato de a assessoria jurídica ser considerada um item fundamental não só para os novos negócios como para quem já está produzindo. Diante da falta de um marco regulatório para o setor, uma maneira de o investidor cercar-se de cuidados jurídicos que lhe diminuam os riscos no investimento, conforme a coordenadora da área jurídica de Energia Eólica do escritório Becker, Pizzato e Advogados Associados, Marília Pioli, é uma assessoria jurídica especializada e criteriosa, em especial aos investidores estrangeiros, levando-se em conta as peculiaridades de diferenças culturais e de ordenamento jurídico. Para a advogada Marília Pioli, os riscos de investimento estão principalmente na inexistência de um marco regulatório para o setor. “As regras são insuficientes e as que existem, a exemplo das ambientais, não estabelecem um padrão”. Um exemplo, conforme

ela, acontece nas questões relacionadas ao licenciamento. “O que é preciso para obter a licença? Isso depende de qual Estado irá albergar o parque eólico, por exemplo. Essa situação sai do campo da autonomia federativa para tornar-se um problema, na medida em que critérios são impeditivos de concessão em determinados Estados e permissivos em outro. Por certo que as características de cada local devem ser consideradas e importam consideravelmente na análise que conduzirá à concessão ou não da licença, mas o que se tem hoje é grande disparidade de exigências”, ponderou. A insegurança jurídica, provocada pelos “vai e vens” das regras normativas, é exemplificada, conforme Pioli, em situação ocorrida no leilão de 2009. Na ocasião, houve projetos que deixaram de concorrer no leilão porque na época vigia o Convênio Confaz 69, que estabelecia isenção de ICMS nas operações com equipamentos e componentes para o aproveitamento de energia eólica somente até 31 de dezembro de 2009. Posteriormente, com o Convênio 119, prorrogou-se a data para 31 de janeiro de 2010 (posteriormente, novamente prorrogada) mas, por isso, tornou-se tarde para aqueles projetos participarem do leilão. “As modificações das regras, de forma geral,


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capa Investimentos são uma constante no Brasil. Em menor ou maior grau, em menor ou maior quantidade, as alterações sempre acabarão atingindo um ou outro investidor”, aponta. Outro exemplo, conforme Pioli, é a realização periódica de leilões, considerada imprescindível para um crescimento sustentável e concreto de uma indústria de energia eólica no País. Apesar de já estar programado o terceiro leilão, pelo terceiro ano consecutivo, não há de fato uma política estabelecida de realizações de leilões. “Anualmente se espera que aconteçam, mas não há garantia de que venham a ocorrer”, disse. “A instabilidade normativa brasileira - agravada pela morosidade dos processos legislativos, que fazem com que projetos passem mais de década tramitando nas esferas legislativas - é uma ameaça para o investidor em energia eólica no Brasil, não obstante todas as grandes vantagens do País, que certamente tem sido o fator responsável pelo sucesso dos investimentos nos últimos anos”, pondera Marília Pioli. A insegurança jurídica também é apontada pela sócia do escritório Albuquerque Pinto Soares Vieira Advogados, Mariella Rocha, como um dos fatores que fazem com que o potencial para a exploração de energias renováveis não seja bem aproveitado no Brasil. “O desperdício desse potencial se deve ao fato de o Brasil ser historicamente produtor de energia limpa, a partir de fonte hidrelétrica, a preços baixos. Além disso, a insegurança jurídica que ainda paira sobre o setor, sobretudo quanto à incerteza de quando e quais as regras aplicáveis aos lei-

lões de energia a partir de fontes renováveis”, destaca. Somente com a percepção de que se faz necessária a diversificação da matriz energética, conforme Mariella Rocha, é que ‑-se tem conseguido um incremento da participação das fontes de energias limpas alternativas, como é o caso da energia eólica. Uma das principais dificuldades para os investidores, de acordo com a advogada do escritório Albuquerque Pinto Soares Vieira Advogados, é a obtenção de financiamentos e linhas de crédito específicas para o setor. “Apesar do papel relevante de instituições como o BNB e o BNDES, os recursos disponíveis ainda não são

suficientes para atender a toda a demanda de investimentos”. Segundo Mariella Rocha, não há diferenças fundamentais no tratamento entre um investidor brasileiro e um investidor estrangeiro, no que se refere à exploração e produção de energia, mas o importante para investidores nacionais e estrangeiros é que tomem as cautelas necessárias para a boa consecução do projeto. “A assessoria jurídica é fundamental para a análise contratual e da legislação aplicável, desde a aquisição do direito de usar imóvel até a celebração dos contratos necessários à construção, operação e manutenção dos projetos de geração de energia”, orienta.


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Administrando desafios para crescer Empresas que atuam no setor de energias renováveis estão vivendo um momento singular não só no Brasil, mas em todo o mundo. A Wobben Windpower subsidiária da Enercon GmbH, líder mundial em tecnologia eólica de ponta e um dos líderes do mercado eólico mundial - é a primeira fabricante de aerogeradores de grande porte da América do Sul. Foi criada há 14 anos para produzir componentes e aerogeradores para o mercado interno e exportação, além de projetar, instalar, operar e prestar serviços

oportunidades de investimento”, lembrou. Quanto aos desafios, para Pedro Angelo Vial, eles existem mais pelas condições de investimento. “O custo para investir em energias renováveis caiu muito, mas ainda precisamos de um planejamento do governo através dos leilões periódicos a cada ano”, destaca. Para o diretor presidente da Wobben Windpower, os riscos nos investimentos são mínimos e as condições são amplos parques industriais, áreas disponíveis e

do Grupo Energisa, criada em outubro de 2005, com foco em serviços de comercialização de energia elétrica no ambiente de contratação livre, tanto para os projetos próprios quanto de terceiros, ampliou seu portfólio em 2010 e fechou o ano com um volume de vendas de 51,4 MW médios, um crescimento de 108% em relação a 2009, o qual já havia registrado crescimento de 109% sobre 2008. A Comercializadora tem cerca de 35% das vendas concentradas em Minas Gerais. Com

© Pedro Antonio Salaverría Calahorra | Dreamstime.com

O custo para investir em energias renováveis caiu muito, mas ainda precisamos de um planejamento do governo através dos leilões periódicos a cada ano de assistência técnica para usinas eólicas. É também a primeira produtora independente de energia elétrica oriunda de fonte eólica autorizada pela ANEEL, com quatro usinas próprias em operação. O diretor presidente da Wobben Windpower, Pedro Angelo Vial, observa que as empresas que já investem em energias renováveis no Brasil estão satisfeitas e vão continuar a investir. Conforme ele, as oportunidades são diversas. “É um complemento a outras fontes de energia e há muito vento para produzir energia eólica, água para as PCHs, plantações de cana de açúcar para biomassa e muitas outras

“regime de ventos muito bons”. “Hoje o mundo tem necessidade de investir em tecnologias que favoreçam o meio ambiente para nossa própria sobrevivência e para o futuro dos nossos filhos e netos. O homem encontrou uma saída na utilização das fontes de energias renováveis, onde o Brasil tem um grande potencial para ser explorado. Temos uma capacidade imensa para produzir energia através do vento, da biomassa e hidrelétricas, além de outras fontes”. O crescimento de grupos empresariais que começam a atuar em energias renováveis também é observado. A Energisa Comercializadora, a mais nova empresa

experiência no desenvolvimento de PCHs, mantém seu foco em fontes renováveis de energia. A empresa está engajada na comercialização de parte da energia eólica proveniente de cinco parques instalados no Rio Grande do Norte no mercado livre, ocorrido em agosto de 2010. O diretor presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, anuncia o desejo de ampliar o negócio de geração para equilibrar o portfólio do grupo, que hoje é majoritariamente em distribuição e serviços. “Iremos ocupar os espaços que se apresentam interessantes e possíveis aos nossos acionistas, dentro de uma ótica de ampliação de valor, e obser-


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capa Investimentos vada a nossa capacidade de execução e financeira. Nosso plano estratégico é atingir 500MW exclusivamente em fontes renováveis ate 2017”, disse. Para que o Brasil possa ganhar com as oportunidades que se apresentam no mercado de renováveis, Ricardo Botelho defende um projeto nacional para a área. “O que falta é um projeto nacional, uma visão estratégica da nação que conscientemente e ativamente promova toda

a cadeia de valor. Precisamos também incentivar a inovação na área energética para poder não depender de importações e buscar ser exportador de equipamentos de alto valor agregado para geração. E isso se daria através de estímulos à produção local de equipamentos com desoneração de custos, uso de verbas de P&D e apoio a startups na área de tecnologia voltada para energia renovável”, aponta. Além disso, para o diretor

presidente do Grupo Energisa, é imperativo a manutenção de leilões específicos para eólicas e PCHs, de forma a dar previsibilidade à indústria e prestadores de serviços locais. “Uma cadeia de valor forte, com tecnologia sendo produzida localmente, um mercado consumidor vigoroso e recursos naturais sendo usados de forma sustentável é uma enorme oportunidade para o País ser um líder global da economia do século XXI”.

Para estimular o financiamento O financiamento de projetos é considerado uma das grandes barreiras para o desenvolvimento do setor de energias renováveis, pelo reduzido número de instituições que fornecem crédito. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é considerado a principal instituição financiadora do País. Entre suas linhas de atuação, tem o segmento de geração de energias alternativas, para financiar empreendimentos a partir de fontes alternativas, tais como biomassa, eólica e solar, além de pequenas centrais hidrelétricas, visando a diversificação da matriz energética nacional. O Banco do Nordeste (BNB) também tem sido um importante incentivador. Em 2010, destinou mais de R$ 777 milhões para atividades econômicas e empreendimentos que propiciam ou estimulam a sustentabilidade ambiental. Parte dos recursos foi destinada a projetos de geração de

energias por fontes renováveis. A implantação de usinas eólicas, por exemplo, contou com recursos da ordem de R$ 673,2 milhões, cerca de 87% do total investido. Outros R$ 26,6 milhões foram concedidos à instalação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Mais recentemente, um Acordo de Cooperação Técnica para a execução do Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (PAISS), assinado entre o BNDES e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vai disponibilizar R$ 1 bilhão para o período 20112014. Seu objetivo é fomentar projetos que visem o desenvolvimento, a produção e a comercialização de novas tecnologias industriais destinadas ao processamento da biomassa proveniente da cana de açúcar. Conforme o coordenador do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), Diego

Barreto, o BNDES é o único agente capaz de financiar energia limpa a taxas competitivas no Brasil, permitindo a viabilidade dos projetos. Em dezembro do ano passado o governo brasileiro, segundo Barreto, deu um passo importante no sentido de dividir esta responsabilidade com o mercado de capitais, o que poderá criar um novo fluxo de capitais para este tipo de projeto. “O governo anunciou um pacote de medidas para estimular o financiamento privado de longo prazo, especialmente para os títulos emitidos para financiamento de projetos de infraestrutura, nos quais os de energia limpa poderão se enquadrar. Em suma, o governo federal está buscando a desoneração do financiamento privado a projetos de infraestrutura por meio do desenvolvimento do mercado de títulos privados de longo prazo”, explica o coordenador.



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especialista ENTREVISTA

ANTONIO BALHMANN


Divulgação

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Burocracia atrasa vinda de investidores Responsável pela Frente Parlamentar da Energia Alternativa, o deputado federal Antonio Balhmann discute a participação e ampliação das fontes renováveis na matriz energética. A agenda para os próximos meses é fazer o elo entre o meio empresarial e o meio institucional burocracia brasileira põe medo em investidores estrangeiros, mas não retira o interesse em explorar o mercado nacional. A análise é do deputado federal Antonio Balhmann (PSB-CE). Ele assumiu o mandato este ano, após presidir a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), criada em 2007. À frente do órgão, Balhmann respondeu diretamente pela política de atração de investimentos e fomento de novos negócios do Estado. Em sua trajetória profissional, constam experiências como presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae, e secretário de Indústria e Comércio do Ceará durante o governo de Ciro Gomes. Durante o primeiro mandato de Lula, exerceu cargo de coordenador dos fundos de investimentos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), no caso, o Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor). Chegou também

A

a responder pela Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene), já extinta. Foi deputado federal de 1995 a 1999. No mandato de 2011 a 2015, participa como titular da

Todo investidor tem medo, mas vem pela dimensão do mercado brasileiro comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, e como suplente da comissão de Minas e Energia. Sobre desenvolvimento e energia, ele concedeu a seguinte entrevista. Renergy:: O que o Brasil tem feito para atrair investimento estrangeiro? Antonio Balhmann:: Hoje, ocorre o inverso. Os inves-

tidores estão fazendo força pra vir. Mas o Brasil é o cipoal da burocracia. Esta é uma grande dificuldade que incorpora temor no investidor privado. Isso tem dificultado a atração de investimentos. Mas, apesar disso, temos muitas empresas de olho no Brasil. Da China, da Europa, dos Estados Unidos. Eles estão, obviamente, aguardando que se confirmem as condições para que possam aportar. Este é um mal não somente do setor de energia. Todo investidor tem medo, mas vem pela dimensão do mercado brasileiro. R:: Como deputado federal, qual sua plataforma para o desenvolvimento do uso de energia limpa? AB:: Já criamos, nesta legislatura, a Frente Parlamentar da Energia Alternativa, que foi constituída pela primeira vez. A agenda para os próximos meses é entrar em contato com o meio empresarial e institucional para absorver e lutar por tudo aquilo


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especialista ENTREVISTA

ANTONIO BALHMANN

que vem favorecer a participação e ampliação das fontes renováveis na matriz energética, seja em relação aos aspectos legais, regulamentares ou comerciais. Vamos envolver o Itamaraty, órgãos de controle, de meio ambiente. Sabemos que o tema é amplo e longo. R:: Qual a grande aposta do Brasil em energia? AB:: Tem que apostar em todas as fontes reconhecidas como inexoráveis em termos de futuro. Tem a solar como uma grande possibilidade no cenário próximo, mas não tem legislação que permita. Só vale em outros países que conseguiram avançar nesta área. A Alemanha é uma referência. O país preparou uma legislação que estimula o capital privado a investir, envolve universidades com recursos para pesquisa. Aqui, tem muita limitação. Não temos, por exemplo, uma fábrica brasileira de geração de fonte eólica. R:: Como o primeiro presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece) define a política de atração de investimentos para o Ceará? AB:: Ter energia gerada no Estado garante qualquer atividade sem o temor de não ter energia. Essa é uma solução difícil no Ceará, porque estamos no final da linha do sistema interligado de energia e não temos fontes hidráulicas. A condição de usar fontes limpas e com tecnologia disponível estimula investimento em qualquer área. A questão de energia renovável para o Nordeste é

estratégica. Não temos fontes que não sejam renováveis. Há uma compreensão clara no governo de Cid Gomes que é estimular as fontes de geração de energia limpa, obviamente porque a natureza nos privilegiou de vento e sol, e adotar esta estratégia para atrairmos os investidores. O apagão, por exemplo, era uma ameaça aos investidores, que sempre perguntavam: tem energia para nossos investimentos? R:: Quais os resultados colhidos a partir das ações desta política? AB:: No Ceará, os investimentos

Tem que apostar em todas as fontes reconhecidas como inexoráveis em termos de futuro vieram na área de tecnologia convencional, carvão e gás. Temos uma grande termelétrica em fase de conclusão, o que já nos garante fornecimento de grande parte da necessidade nossa de energia. E, com o pé no futuro, temos usinas de geração de energia solar e eólica, de nível comercial. Para o desenvolvimento da cadeia produtiva de energia solar, faltam, no Brasil, instrumentos legais que permitam viabilizar o investimento. Criamos um fundo de investimento que paga ao investidor privado a diferença entre custo da energia solar e o custo

da energia atual. A diferença entre tarifas é paga pelo fundo. O Ceará é o primeiro estado no Brasil que permite instalação de usina comercial de fonte solar. A primeira usina solar comercial no Brasil vai começar com a geração de 1 MW e depois vai ampliando. Também estimulamos a eólica. Pelo potencial que o Ceará possui, é o maior gerador de fonte eólica do País e deveremos continuar a partir dos próximos leilões. Temos uma usina piloto de fonte maremotriz em implantação. Nossa rota deve perseguir pela necessidade de geração. Com os leilões temos mais de 1 GW de eólica. Com mais 1 giga a ser instalado até 2012, serão 2 giga que atendem a toda a nossa demanda no cenário atual. Precisamos hoje de 1,3 GW para rodar o Ceará. Vamos ficar autossuficientes e ter superávit de energia. R:: Como o Ceará trabalha para voltar a ser muito atrativo para os investidores de energia eólica, que foram espantados pelo Ministério Público? AB:: O governo esteve reunido com todos os prefeitos. Reformulou a abordagem da Seinfra. É uma questão superada. O problema da burocracia está superado. O Estado vai levar infraestrutura aos municípios com projetos eólicos. Temos que avançar em outras coisas. O Ceará tem uma parte das subestações distante, o que só viabiliza parques médios. Com a construção de subestações, damos novamente um custo mais barato para a linha de transmissão no Ceará.


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em ação ARTIGO

Cíntia Aparecida Furtado Gaio

Crescimento econômico brasileiro traz oportunidades e desafios para o setor de energia renovável Brasil possui uma matriz energética bastante diferenciada da matriz mundial, com uma participação expressiva de energia renovável, em que se destacam a produção de energia hidrelétrica e de biocombustíveis. Foi o quinto país que mais recebeu investimentos em energia renovável em 2009, e suas condições geográficas, como a grande extensão do litoral, a alta incidência de ventos e de raios solares, poderão permitir uma produção ainda maior de energia limpa. Aliado a isto, tem uma grande perspectiva de crescimento econômico para os próximos 20 anos, nos quais terá de ampliar fortemente sua produção de energia. Nas próximas duas décadas, prevê-se que o Brasil chegará ao auge do período produtivo pois, além da estabilidade econômica, terá a maior população economicamente ativa de sua história. Haverá aumento da produção e da renda, assim como da demanda por bens e serviços. Consequentemente, o consumo per capita de energia se elevará. Para se ter idéia da grandeza deste crescimento, o Plano Nacional Energético 2030, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente MME e pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE, projeta, em um cenário conservador, o aumento da intensidade elétrica de 193,6 kwh/ mil reais, em relação ao PIB de

O

2005, para 230,3 kwh/mil reais em relação ao PIB de 2030. Em termos de consumo de energia per capita, haverá uma expansão de 0,89 mil tep/hab em 2005, para 1,49 mil tep/ hab em 2030. O País enfrenta o desafio duplo de expandir sua oferta de energia, ao mesmo tempo em que mantém a participação de energias renováveis e não poluentes. Ao contrário do que ocorreu com os países desenvolvidos, o Brasil deverá dar este salto de crescimento com baixas emissões de gases poluentes, conforme compromissos internacionais já assumidos. Um relatório do Instituto de Pesquisas Aplicadas (IPEA) sobre o setor de energia mostra, entretanto, que a matriz energética poderá se tornar mais poluente nos próximos anos. Em junho de 2010, havia 569 usinas produtoras de energia elétrica aprovadas ou em construção, que irão expandir a capacidade de produção em 35%. A produção de energia eólica mais que duplicará, mas sua participação continuará limitada. E as usinas termelétricas movidas a óleo combustível e carvão mineral, altamente poluente, terão um aumento da participação na produção de 17% para 23%, enquanto as usinas hidrelétricas terão sua participação reduzida de 73% para 64%, devido a um aumento de apenas 20% na

capacidade de produção. A estratégia para manter ou aumentar a produção de energia sustentável inclui medidas como a expansão da energia hidrelétrica através da modernização tecnológica das usinas existentes. O esgotamento do potencial hídrico nas Regiões Sul e Sudeste desperta o interesse na exploração do potencial remanescente da Região Norte, entretanto, esta exploração esbarra em questões ambientais e sociais, além do elevado custo de distribuição. Outras medidas importantes são o incentivo à cogeração de energia pela indústria e o fortalecimento da produção de biocombustíveis. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, como a energia solar e das marés, de forma a torná-las viáveis e proporcionar sua implantação em larga escala, serão fundamentais para que o Brasil possa enfrentar o desafio do crescimento sem aumento de emissões poluentes. Cíntia Aparecida Furtado Gaio é economista e contabilista formada pela Universidade de São Paulo. Atuou em projetos de pesquisa econômica nos setores de transporte, indústria, saúde e segurança privada na Fipe-USP e em consultorias. E nas áreas de controladoria e planejamento financeiro em diversas empresas privadas.


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fique por dentro

Painéis fotovoltaicos Um dia de sol radiante rende aproximadamente 1.000 watts de energia por metro quadrado da superfície do planeta. Mas como transformar isso em energia utilizável? Quando se pensa em energia solar, imaginam-se logo aquelas enormes placas espelhadas sobre as residências transformando os raios solares em eletricidade - são os chamados painéis fotovoltaicos. A Renergy Brasil explica como acontece o processo de conversão da energia solar em elétrica nesses painéis élulas fotovoltaicas (foto = luz, voltaica = eletricidade) convertem a luz do sol diretamente em eletricidade. O efeito fotovoltaico, relatado por Edmond Becquerel em 1839, é o aparecimento de uma diferença de potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A CV é a unidade fundamental do processo de conversão. Essas células são feitas de materiais semicondutores, como o silício, que é atualmente o mais utilizado. Quando a luz atinge a célula, certa quantidade dela é absorvida pelo material semicondutor, transferindo a energia da luz captada para ele. Por possuírem um ou mais campos elétricos, as CV forçam os elétrons livres, pela

C

absorção da luz, a fluir em certo sentido, formando uma corrente - como demonstrado na figura 1. Nas CV, o silício é levemente modificado para que favoreça a condução de corrente. O silício puro é um mau condutor de eletricidade já que os elétrons estão todos presos à sua estrutura cristalina. Uma célula solar tem silício com impurezas: isso significa que outros átomos, como dos elementos químicos fósforo ou boro, são misturados com os átomos de silício. O processo de adição de impurezas é chamado de doping, e quando “dopado” com fósforo o silício resultante é chamado tipoN ("n" de negativo) por causa do predomínio dos elétrons livres. O silício dopado tipo-N é um condutor

Célula fotovoltaica

muito melhor do que o silício puro. A outra parte é dopada com boro, que possui apenas três elétrons, em vez de quatro, em sua camada mais externa, para se tornar um silício do tipo-P. Em vez de ter elétrons livres, o silício tipo-P ("p" de positivo) tem buracos livres, que são a ausência de elétrons. Quando há o contato entre o silício tipo-N e o silício tipo-P, os elétrons livres no lado N procuram ocupar os buracos livres no lado P, e se dá uma “corrida” para preenchê-los, formando-se dessa forma o campo elétrico, como na figura 2. O fluxo de elétrons fornece a corrente e o campo elétrico das células causa uma voltagem. Com a corrente e a voltagem dá-se a potência, que é o produto dos dois.

A

(-)

Corrente contínua Material do tipo P (+)

Material do tipo N

B

Fig. 1

Fig. 2


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Painéis fotovoltaicos em ação

Anatomia do painel fotovoltaico luz do sol

A

B

C

D

E

F

A B C D E F

vidro de cobertura revestimento anti-reflexo rede de contato Si tipo-n Si tipo-p contato posterior

A - Para proteger o painel das intempéries B - O silício é um material muito brilhante e, portanto, reflete muito. O revestimento anti-reflexo é aplicado no topo da célula para reduzir a perda de reflexo

Fonte: How Stuff Works/CRESESB


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renováveis

A espera continua Parado na Câmara Federal desde 2009 o projeto de lei que estabelece subsídios para fontes de geração de energia limpa e assegura a elas prioridade na ligação com a rede de distribuição de energia nacional

esde o final de 2009, a tramitação do Projeto de Lei (PL) número 630, de 2003, mais conhecido como v, está parada na Câmara Federal. A legislação, caso seja votada e aprovada, será um importante divisor no que diz respeito ao desenvolvimento das energias renováveis no Brasil. Isso porque a Lei de Renováveis estabelece subsídios para

D

fontes de geração e assegura a elas prioridade na ligação com a rede de distribuição de energia nacional; cria mecanismos de penalização para fontes poluentes com gases de efeito estufa; fomenta incentivos tributários para instalação de fábricas no Brasil; e condições para que o País possa participar e competir no mercado de fornecimento

dos componentes das energias renováveis. Ou seja, vai ajudar a diversificar a matriz energética brasileira, através da geração de energia eólica, solar, biomassa e pequenas centrais elétricas (PCHs), e assim diminuir a emissão de gases poluentes. O projeto está pronto para a pauta e a sua votação depende de


Antonio Cruz/ABr

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uma articulação entre os líderes da casa legislativa. Entidades que atuam em defesa do meio ambiente, como Greenpeace, já se manifestaram publicamente para reivindicar a votação do PL das Renováveis. No ultimo mês de fevereiro, ativistas do Greenpeace levantaram no prédio do Congresso Nacional uma torre eólica inflável de 25 metros para lembrar aos deputados que o projeto da Lei das Renováveis espera votação. O relator do projeto, deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), responsável pelas últimas modificações no texto, disse que é possível que lobbies de fornecedores de térmicas convencionais possam ter pressionado ou obstruído a tramitação do PL no Congresso. “Porém, creio que vamos superar isto”, disse, otimista. “A falta de legislação, nos termos menos competitivos, cria obstáculos para a instalação de alternativas de fontes renováveis, impede a redução de custos e nos deixa dependentes de importações”, completou o deputado. Apesar de ter uma matriz energética com 46% de fontes renováveis, com eletricidade de base hidrelétrica e com imenso potencial para fontes eólicas, solar e biomassa, Ferro defende

a diversificação dessa matriz. “Somos uma nação privilegiada em termos energéticos e recursos naturais, precisamos ter uma diversificação de fontes, pois a segurança energética tem a ver com isso, porém, seguramente, nossa grande opção ainda serão as hidrelétricas, pois temos muitos recursos nesta área, dominamos a tecnologia, operamos com eficiência um grande e complexo sistema que atualmente interliga praticamente todo o País. Deveremos, contudo, crescer no uso da energia eólica, que ainda é relativamente pouco usada no Brasil”, avalia. Já o coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo, disse que a aprovação do PL 630 representa um marco regulatório com regras claras para o incentivo e o desenvolvimento destas fontes, resultando em benefícios ambientais, sociais - com a criação de milhares de empregos verdes - e econômicos - uma vez que o custo de instalação e geração de energia dessas fontes é inferior ao custo de se utilizar combustíveis fósseis e ao custo revisto de usinas nucleares, incorporando critérios mais rígidos de segurança. Baitelo lembra que o Brasil está entre os cinco maiores emis-

sores de gases de efeito estufa do mundo, em função de atividades relacionadas à conversão de florestas e à agricultura. Além disso, conforme ele, parte dessas emissões que cabe à energia, ainda que seja inferior a 20% do total, tende a se equiparar às emissões de desmatamento nos próximos dez anos, de acordo com o inventário nacional de gases de efeito estufa. “Por este motivo, é imprescindível que o crescimento energético do País seja fundamentado em energias renováveis e essas emissões sejam evitadas”, destaca. Diante da falta de um norte regulador, o desenvolvimento das energias limpas no Brasil pode ficar à margem dos outros países. O coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil diz que a falta da legislação significa a ausência de regras claras de funcionamento e incentivo desses mercados, gerando incerteza para empreendedores. “O impacto se reflete no crescimento dessa indústria, na medida em que retarda ou inviabiliza a entrada e o desenvolvimento de empresas de energias renováveis no País e, por consequência, a geração de conhecimentos e empregos no setor”, finaliza Baitelo.


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leilões

Quando julho chegar © Skvoor | Dreamstime.com

Os Leilões A-3 e de Reserva, que vão contratar energia de parques eólicos, além de usinas a biomassa, gás e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), deverão ser realizados no próximo mês de julho

epois de sucessivos prazos prorrogados para cadastro e habilitação de projetos de geração de energia pelo Ministério de Minas e Energia (MME), os Leilões A-3 e de Reserva deverão ser realizados no próximo mês de julho. Os leilões vão contratar empreendimentos com início de geração em 2014. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recebeu, até o último dia 04 de maio, as requisições para

D

o cadastramento e a habilitação técnica dos empreendimentos candidatos a participar do processo. Antes, o leilão estava previsto para o primeiro trimestre de 2011 e o prazo final para entrega de documentação era 16 de março. As sucessivas prorrogações aconteceram devido a pressões do setor junto ao MME, principalmente de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) com dificuldades de aprovação de pro-

jetos junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O adiamento também era uma demanda da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), que se articulou para que a data limite chegasse até maio. Para o presidente da Abeeólica, Ricardo Simões, a ampliação dos prazos possibilitou que novos empreendedores se inscrevessem no leilão. Conforme ele, para o governo, isso é bom porque au-


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menta a concorrência e proporciona modicidade tarifária ao final do leilão. Uma das demandas do setor eólico junto ao MME era para que houvesse aquisição exclusiva de energia eólica neste leilão. Isso porque existe grande quantidade de projetos e potencial de desenvolvimento eólico considerável, principalmente nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. O presidente da Abeeólica explica que concorrer com gás natural, que emite gases de efeito estufa, seria uma concorrência assimétrica entre uma forma de geração limpa e renovável com uma geração que

tem emissão de gases. No entanto, Ricardo Simões destaca que a expectativa é positiva para o setor de energia eólica neste leilão: comercializar mais dois mil megawatts (MW) médios de energia gerada pelos ventos. A tendência, conforme ele, é que estados como Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará e Bahia, que já vêm encabeçando os leilões, continuem como destaques. Essa expectativa já se confirma a partir dos dados preliminares da EPE. A menos de 10 dias para o prazo final, as usinas de geração de energia lideravam

o número de projetos inscritos para os leilões de energia de reserva e de A-3. Térmicas a gás e a biomassa também apareciam em números expressivos e a empresa espera que a oferta seja superior à demanda. O Leilão A-3 contratará energia para suprimento do mercado das distribuidoras a partir de março de 2014, podendo participar empreendimentos de geração a partir de energia hídrica, eólica, biomassa e gás natural. Os contratos de suprimento terão 30 anos de duração para empreendimentos de fonte hídrica e 20 anos para as demais fontes.

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novas tecnologias

Ônibus com energia verde São Paulo já oferta transporte público movido a hidrogênio e etanol. Por conta disso, o Brasil passa a ser um dos cinco países do mundo a deter essa tecnologia de fabricação. No Rio, entra em teste um ônibus híbrido, movido a eletricidade e a hidrogênio No País, São Paulo sai na frente, entre as capitais brasileiras, na oferta de transporte público movido a hidrogênio e etanol. O Ônibus Brasileiro Movido a Hidrogênio, cujo projeto é coordenado por Empresas Metropolitanas de Transportes Urbanos (EMTU/

SP), está circulando em testes com passageiros desde dezembro de 2010, no Corredor Metropolitano ABD (São Mateus-Jabaquara), gerenciado pela EMTU/ SP. Outros três ônibus estão em fase de aquisição. O veículo não emite poluentes: em vez de sair fumaça preta do escapamento, é libe-

Divulgação

lguns países, e até o Brasil, já oferecem transporte urbano sem ou pouca emissão de poluentes no ar, ou seja, zero uso de combustíveis fósseis. Essa possibilidade requer a substituição de energia proveniente do petróleo, como gasolina e diesel, por fontes limpas, como o hidrogênio e biocombustíveis.

A


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rado apenas vapor d’água para a atmosfera. Com o projeto, o Brasil passou a ser um dos cinco países do mundo a deter essa tecnologia de fabricação, ao lado dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Japão. A coordenação é da EMTU/SP e do Ministério das Minas e Energia (MME), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Global Environment Facility (GEF) e Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Participam do consórcio internacional para desenvolvimento do projeto as seguintes empresas: AES Eletropaulo, Ballard Power Systems, Epri, Hydrogenics, Marcopolo, Nucellsys, Petrobras Distribuidora e Tuttotrasporti. Desde fevereiro deste ano, 50 ônibus movidos a etanol aditivado circulam pela capital paulista. A meta é que, até 2018, toda a linha de transporte público seja abastecida por combustíveis renováveis. Este compromisso foi assinado em novembro de 2010 pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com a empresa Scania Latin America. A multinacional vai fabricar veículos similares aos movidos a diesel pelo custo de R$ 350 mil cada, o que totaliza um investimento de R$ 17,5 milhões. O Rio de Janeiro também segue esta tendência verde. Um ônibus híbrido elétrico, que emite aproximadamente menos

30% de monóxido de carbono, circula em fase de teste. A negociação é feita com a montadora sueca Volvo, que distribuirá os novos coletivos. Na capital carioca, pesquisas são feitas para reduzir o impacto dos transportes no meio ambiente. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), por meio da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia), desenvolveu o ônibus híbrido movido a eletricidade e a hidrogênio, além de um trem de levitação magnética. O coletivo foi desenvolvido com tecnologia 100% nacional e já faz o transporte de passageiros no campus do Fundão da UFRJ. O modelo, que não emite poluentes e libera apenas vapor d’água, está em fase de produtização, que antecede a de comercialização. O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, já sugeriu que o ônibus híbrido e o trem de levitação magnética sejam usados como meio de transporte nos aeroportos do Rio durante a Copa de 2014 e os Jogos de 2016. Mercadante sugeriu que o trem, batizado de MaglevCobra, faça a ligação entre os terminais 1 e 2 do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, na zona norte, e que o ônibus transporte passageiros entre este aeroporto e o Santos Dumont, localizado no centro do Rio. “Há um esforço do ministério da

Ciência e Tecnologia para apresentar estas duas alternativas de transporte já na Copa do Mundo”, afirmou o ministro. Antes destes eventos esportivos no Brasil, as Olimpíadas de 2012 também devem revelar iniciativas verdes para o transporte de turistas em Londres. A capital da Inglaterra trabalha na reestruturação do serviço de táxis, com uma frota híbrida movida a hidrogênio e eletricidade. Enquanto os atuais táxis são movidos a diesel, fonte de poluição, os novos tem emissão zero de gases nocivos à atmosfera, liberando apenas água pelo escapamento. A inovação deve-se a uma parceria entre a Lotus, equipe de Fórmula 1 e que produz esportivos de rua na Inglaterra, e a empresa Intelligent Energy. Os modelos desenvolvidos combinam células de hidrogênio com baterias de íons de lítio. Essa tecnologia garante uma aceleração de 0 a 100 km/h em 14 segundos, velocidade máxima de 130 km/h, além de uma autonomia de 400 km, suficientes para rodar um dia inteiro pela cidade. Para dar suporte às novas medidas, a cidade também deverá ganhar seis postos de abastecimento de hidrogênio gasoso - cada veículo leva em torno de cinco minutos para encher o tanque. E pelo menos cinco ônibus com a mesma tecnologia são esperados até 2012.


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eólica

Soluções para simular produção Entre os mais recentes modelos no mercado, o código CFD Windie inclui vantagens que o distingue de outras soluções. O software tem a capacidade de ser acoplado com modelos de mesoescala, o que permite o uso de condições de fronteira muito mais representativas dos padrões de vento local


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escolha da localização de um parque eólico é determinada por estudos que indicam a potência dos ventos na região. Muito além da observação, as informações antes da implantação da usina eólica são recolhidas com base em modelos meteorológicos. Para isso, são utilizados softwares com base na dinâmica de fluidos computacional (CFD), que indicam o comportamento do vento com simulações tridimensionais do escoamento sobre terrenos complexos e, assim, ajudam a maximizar a produção de energia em parques eólicos. No mercado, os fabricantes de aerogeradores podem escolher entre os softwares Windsim, Meteodyn e Windie. Windsim é um software CFD que combina processamento numérico avançado com visualização em 3D. A versão básica do Metodyn inclui realidade virtual e efeitos do rastro dos ventos. Possibilita não selecionar direções insignificantes a fim de

Imagens: Divulgação

A

calcular ventos extremos, além de permitir visualizar ventos dominantes em um mapa funcional. Já o Windie executa uma simulação tridimensional do comportamento do vento (calcula a velocidade horizontal e a inclinação do fluxo do vento, dispersão, intensidade de turbulência e ventos extremos). Foi criado pela Megajoule Inovação, braço de pesquisa e desenvolvimento do Grupo Megajoule, em parceria com o Instituto de Engenharia do Porto. Além da previsão das regiões de recirculação e separação de fluxos, o código CFD Windie inclui vantagens que o distinguem de outras soluções. Segundo o gerente da Megajoule Inovação, Carlos Silva Santos, o Windie tem a capacidade de ser acoplado com modelos de mesoescala, o que permite o uso de condições de fronteira muito mais representativas dos padrões de vento local. “Integra a modelação de efeitos

de estratificação térmica, por meio de uma equação de temperatura, alimentada com dados de mesoescala”, explica. “E contempla uma maior panóplia de modelos de turbulência. Inclui efeitos de Coriolis e impulsão. Tem a possibilidade de modelar fenômenos periódicos, com simulações que variam com o tempo”, completa. O software Windie também mede a potência de ventos em uma floresta, pois possibilita a descrição vertical dos diferentes tipos de árvores próximas do local. Inclui técnicas de interpolação para melhor modelação de áreas florestadas com formas complexas. Abrange novas técnicas para caracterizar a forma de cada trecho horizontal de floresta. Por ser uma tecnologia proprietária, o Windie é bastante versátil, podendo ser moldado para oferecer análises diferenciadas, satisfazendo as necessidades de cada projeto em particular.

Quando usar CFD: uma proposta de critérios Terreno • presença de muitos obstáculos • presença de floresta • grandes elevações nas proximidades da área do projeto • terrenos muito complexos (RIX > 40%) Dados medidos • altos níveis de turbulência ambiente (> 15%) • grandes desvios na previsão cruzada entre

mastros de referência (> 10%) Condições de medição • altura da medição x altura do rotor (< 2/3) • grandes distâncias entre as turbinas eólicas e o mastro de referência Desempenho dos modelos lineares • desvios entre o gradiente vertical de velocidade estimado pelo WAsP e perfil medido no mastro de referência (> 5%) Fonte: Megajoule Inovação


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cobertura CICLO DE CONFERÊNCIAS

A aposta no hidrogênio

Com soluções para poupar energia de outras fontes, como petróleo, o hidrogênio é um candidato a substituí-lo. Um encontro na Universidade Estadual do Ceará reuniu pesquisadores, professores e estudantes para tratar desta futura fonte energética ntre estudos e pesquisas científicas que podem salvar o mundo dos efeitos do aquecimento global, as energias renováveis têm mostrado sua contribuição. E entre as fontes limpas, o hidrogênio vem ganhando destaque. Com soluções para poupar energia de outras fontes, como petróleo, o hidrogênio é um candidato a substituí-lo. Enquanto o petróleo emite poluentes que agridem a camada de ozônio, com risco de vazamentos danosos ao meio ambiente durante o processo de exploração, o hidrogênio tem como produto final, na geração de energia, a água. Com resultados limpos, o hidrogênio é a aposta de pesquisadores para os próximos anos. Por esta importância, a Universidade Estadual do Ceará promoveu o I Ciclo de Conferências: Hidrogênio e o Futuro Energético Sustentável do Estado do Ceará, uma iniciativa do Mestrado em Ciências Físicas Aplicadas (MCFA) que reuniu mais de 200 participantes, entre pesquisadores, professores e estudantes, vindos de outros estados

E

brasileiros, da França, Estados Unidos, Alemanha e Argentina. O evento foi realizado nos dias 15 e 16 de março de 2011, no Auditório Central da Uece, no Campus do Itaperi. Contou com a participação de especialistas da Alemanha e da França, dos representantes do Centro Nacional de Referência em Energia do

Hidrogênio (Ceneh) e do Grupo de Trabalho de Hidrogênio do Ministério de Ciências e Tecnologia, do empresariado nacional e internacional envolvido com a tecnologia do hidrogênio, de pesquisadores, de representantes governamentais e do público interessado na tecnologia do hidrogênio energético.


Divulgação

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Os desafios para utilização do hidrogênio combustível são o armazenamento, distribuição, consolidação de mercado, estabelecimento de normas técnicas e financiamento. Mas os esforços, ao movimentar esta cadeia, geraram o desenvolvimento de uma fonte renovável de energia, criação de empregos e qualificação de mão de obra. Um dos palestrantes do evento na Uece, o diretor da Electrocell, Gerhard Ett, classificou a logística como o grande desafio para esta tecnologia. As experiências, segundo ele, mostram gasodutos e túnel de metrô como possibilidades para transporte de hidrogênio. Ele aponta como mercados de inserção o uso de hidrogênio energético em data centers, indústrias, hospitais, pequenos comércios, residências, automóveis e shopping centers. O pesquisador Paulo Emílio Valadão, da Coppe/UFRJ, apresentou o projeto de descarbonização dos combustíveis como uma tendência. “A matriz passou de altamente dependente de lenha, cujo pico foi em 1850, e carvão vegetal, com ápice em 1930, para altamente dependente do petróleo, a partir da década de 1940, quando se alavancou a industrialização do país”, destacou Valadão. A previsão é que o metano alcance um pico de uso em 2050. Para ele, o petróleo é muito “precioso” para ser queimado. “Hoje usamos mal o petróleo, que é mais empregado no transporte”, completa. Hidrogênio como vetor energético Segundo o professor Lutero

Carmo de Lima, presidente do encontro, o Ceará, devido às suas altíssimas potencialidades em termos de energias renováveis como a energia solar, energia eólica e também biomassa, não pode perder a oportunidade de participar no desenvolvimento das tecnologias do hidrogênio como vetor energético, principalmente porque o hidrogênio irá agregar valores às energias renováveis e irá também garantir o futuro energético sustentável para o Estado. Mais um projeto que pretende otimizar o sistema elétrico do Estado começa a ser implementado em 2011.Trata-se de um sis-

O hidrogênio é uma alternativa a mais que nós acreditamos que será competitiva no futuro tema híbrido Hidrogênio-SolarEólico - o primeiro do Nordeste e um dos únicos do Brasil, que será construído no campus da Uece e tem por objetivo diminuir os custos com a produção de energia elétrica, acabando com a dependência de combustíveis fósseis. O sistema usa o hidrogênio como meio para armazenar a energia elétrica adquirida com os aerogeradores (eólica) e placas (solar). Funciona como uma bateria, por exemplo, segundo o idealizador do projeto, professor Elissandro Sacramento, o qual conseguiu o financiamento de R$ 500 mil para montar o sistema piloto

junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Com a previsão de estar em pleno funcionamento até o fim deste ano, o projet piloto já dispõe, segundo Sacramento, do sistema fotovoltaico completo e tem prevista a compra do material para os aerogeradores e as placas para abril e setembro, respectivamente, os quais virão da Alemanha e França. Observando o preço da energia, o professor considerou a eficiência de conversão das fontes de energia o maior desafio para o modelo proposto por ele. “O hidrogênio é uma alternativa a mais que nós acreditamos que será competitiva no futuro”, defendeu o pesquisador. Investimentos no setor Avaliando que o governo brasileiro está perdendo por não investir mais nesta nova tecnologia, o secretário executivo do Centro Nacional de Referência em Energia do Hidrogênio, Newton Pimenta, disse esperar mais investimentos por parte da presidente Dilma Roussef. Desde a criação, o Programa de Ciência Tecnologia e Inovações para Energia do Hidrogênio, ligado ao Ministério de Minas e Energia, teve R$ 700 milhões em seu orçamento, segundo Pimenta, que considera pouco, frente aos R$ 2 bilhões investidos pelos Estados Unidos. Ele ressaltou que foi com a presidente Dilma, quando esteve à frente do Ministério de Minas e Energia (MME), que houve os maiores investimentos na energia de hidrogênio. Agora, espera-se que


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cobertura NONONONONONONO CICLO DE CONFERÊNCIAS ela se lembre que já apoiou. Pesquisador e professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Pimenta destacou o trabalho do grupo de pesquisa de lá, assim como de outras 40 universidades que desenvolvem projetos para integração de sistemas, fornecimento para usuários, conversão e produção de energia à base da tecnologia do hidrogênio. Atualmente, segundo Pi­ menta, a utilização do hidrogênio para armazenamento e transporte de energia é mais vantajoso quando se precisa de energia em larga escala, e é nisso que os tra-

balhos do projeto do MME investem. Para ele, a viabilidade é sempre colocada em dúvida e trata-se de uma questão de tempo para o hidrogênio ser utilizado aliado às fontes primárias, como biomassa e etanol. O presidente da Associação Internacional da Energia do Hidrogênio (IAHE), Nejat Veziroglu, defende a conversão imediata das matrizes energéticas mundiais. De acordo com ele, não existe outra alternativa a não ser ter a mudança no uso de energia por conta das condições climáticas. “Ou se passa a usar o hidrogênio ou se acaba

com a civilização no mundo”, garantiu. Veziroglu acredita que os combustíveis fósseis, principalmente o petróleo, estarão praticamente acabados e que aqueles lugares onde ainda houver reservas desses combustíveis, como o Brasil, gastarão muito mais dinheiro para viabilizar a extração e refinamento desse combustível, se comparado ao investimento na energia do hidrogênio. Por conta disso, o professor defende a implementação do hidrogênio nos sistemas energéticos em larga escala ainda este ano para que, em 2079, a conversão esteja completa.

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fontes alternativas

Energia vinda de resíduos animais Imagens: Divulgação

O projeto Park Spark pretende transformar excrementos de cães em energia através de um digestor projetado especialmente para receber os resíduos recolhidos em sacolinhas biodegradáveis

omo resolver dois problemas de uma vez só. O que fazer com as fezes dos cachorros que passeiam nas ruas das grandes cidades e criar fontes alternativas de energia? O designer e artista visual norte-americano Matthew Mazzotta parece ter encontrado a resposta para as duas necessidades: usar excrementos animais para gerar energia. Explica-se: o cocô de cães não apenas suja as ruas ou aumenta o volume de lixo urbano. Os resíduos animais, que são enviados em sacos plásticos para aterros sanitários, liberam pequenas quantidades de metano que, ao longo do tempo, formam uma quantidade substancial deste gás. O metano tem um efeito estufa pior que o gás carbônico, cerca de 23 vezes mais. O Park Spark Project, desen-

C

volvido por Mazzotta, pretende então transformar estes resíduos de cães em energia, através de um digestor projetado especialmente para receber o cocô recolhido em sacolinhas biodegradáveis. Os digestores então seriam instalados em parques e espaços públicos. E o metano seria queimado como uma “chama eterna”, que poderia alimentar, por exemplo, postes de luz - esta é a ideia inicial do projeto. Além de impedir que o gás fosse parar na atmosfera, seria possível economizar a energia necessária para estes postes, vinda de outras fontes. O protótipo foi financiado através do Instituto Massachusetts de Tecnologia, em parceria com a cidade de Cambridge. O próximo passo do projeto é conhecer novos designers e enge-

nheiros que proponham outras formas de usar o calor e a energia gerada pelo metano. Uma das propostas que esta sendo estudada é que a energia possa servir para eventos ao ar livre onde os digestores foram instalados. “Como vivemos em um mundo que está tão impregnado de tecnologia, considerar novas ideias ‘verdes’ torna-se uma maneira de mudar o modo como interagimos com o nosso meio e, inevitavelmente, com o outro”, explica Mazzotta. É esperado, ainda para este semestre, que seis cidades diferentes, ao redor do mundo, desenvolvam o projeto. E que, a partir destes pilotos, outras comunidades interessadas comecem a receber e compartilhar o conhecimento desta fonte alternativa.


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especialização

Cursos em energias renováveis Por conta da demanda e investimentos no setor energético brasileiro, profissionais que antes tinham que estudar fora do Brasil têm agora opção nacional

UFRJ-Ilha do Fundão

s cursos de formação tecnológica e de nível superior na área de energia renovável vem ganhando espaço nas faculdades e universidades brasileiras. De um lado, a realização da Copa do Mundo, das Olimpíadas e a demanda interna por infraestrutura tem demandado obras sustentáveis e fornecimento de energia.

O

Por outro lado, os impactos do aquecimento global exigem formas limpas e verdes de geração de energia. Esse desenvolvimento tecnológico começa a tomar as grades dos grandes centros de ensino do País. Apenas em 2010, foram anunciados investimentos da ordem de R$ 500 milhões no Parque

Tecnológico da UFRJ, no Rio de Janeiro. Petrobrás e ao menos seis multinacionais estão instalando ou ampliando laboratórios no parque tecnológico. No Rio e em São Paulo, gigantes como IBM e DuPont já colocaram centros de ponta em operação. E a Vale está criando polos tecnológicos em três Estados para pensar como


Divulgação

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será a “mineração do futuro”. Vai instalar laboratórios em Ouro Preto (MG), Belém (PA) e São José dos Campos (SP), cada um focado em uma área: mineração, desenvolvimento sustentável e energia, respectivamente. Quer mudar o perfil de sua pesquisa, concentrada em atender a demandas imediatas das minas, em como analisar o perfil do solo de

um depósito de minérios. A francesa Schlvumberger foi a primeira multinacional a inaugurar um centro no campus da UFRJ, na Ilha do Fundão, em novembro do ano passado. Também anunciaram investimentos na mesma região as americanas FMC Technologies, Baker Hughes e Halliburton. A espanhola Repsol está construindo um laboratório para

investigação em petróleo e gás. A GE vai erguer seu quinto Centro de Pesquisas Global. Fará pesquisas sobre combustíveis fósseis, mas também energias renováveis, mineração, transporte ferroviário e aviação. Com demanda e investimentos, os profissionais, que antes tinham como opção fazer ciência fora do Brasil, agora tem a possibilidade de ficar em casa.

Cursos em energias renováveis Universidade de São Paulo (USP) Pós-Graduação em Energia Faculdade de Engenharia Industrial (FEI São Paulo) Pós-Graduação em Sistemas Elétricos de Energia - Suprimento, Regulação e Mercado Pós-Graduação em Planejamento e Gestão de Construções Sustentáveis Pós-Graduação em Gestão Ambiental Empresarial Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC - São Paulo) Curso de extensão em Fontes Renováveis de Energia Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Coppe - Instituto Alberto Luiz Coimbra de PósGraduação e Pesquisa de Engenharia Programa de Planejamento Energético Programa de Engenharia Elétrica Programa de Engenharia Nuclear Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC - Rio) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana e Ambiental Faculdades Integradas EspíritoSantenses (FAESA)

Pós-Graduação em Energias Renováveis e Tecnologias Limpas Faculdades Integradas da Terra de Brasília Pós-Graduação em Produção de Biocombustíveis Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) Mestrado Acadêmico em Ecologia e Produção sustentável Universidade Federal de Goiás (UFG) Mestrado em Engenharia do Meio Ambiente Mestrado em Engenharia Elétrica e de Computação Mestrado em Ecologia e Evolução Universidade Federal da Bahia (UFBA) Pós-Graduação em Energia e Ambiente Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Especialização em Energia Eólica Universidade de Blumenau - Santa Catarina Especialização em Energias Renováveis Fontes Alternativas e Tendências Universidade de Ijuí (Unijuí - Rio Grande do Sul) Pós-Graduação em Biocombustíveis


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cobertura FÓRUM MUNDIAL DE SUSTENTABILIDADE

Encontro dos gigantes verdes A segunda edição do Fórum Mundial de Sustentabilidade, que ocorreu em Manaus, com o tema “Sustentabilidade Econômica, Ambiental e Social da Amazônia e do Planeta”, reuniu lideranças empresariais, políticas e ambientais

nergias renováveis, combustíveis mais limpos e tecnologia verde foram os temas mais discutidos na segunda edição do Fórum Mundial de Sustentabilidade. O evento, que se realizou em Manaus, com o tema “Sustentabilidade Econômica, Ambiental e Social da Amazônia e do Planeta”, reuniu lideranças empresariais, políticas e ambientais. Bill Clinton, Arnold Schwarzenegger, Richard Branson e Fabio Feldmann estavam entre aqueles que abordaram práticas e mecanismos bem sucedidos para o desenvolvimento sustentável mundial. “Precisamos de uma aborda-

E

gem mais dinâmica, com foco nos negócios e no crescimento econômico”, explicou o ex governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, durante a palestra “Políticas Públicas a favor da Sustentabilidade”, que abriu o evento. Schwarzenegger resgatou exemplos de sua gestão e enfocou seu discurso principalmente na adoção e utilização de energias alternativas como o ponto principal para um desenvolvimento aliado ao meio ambiente. Segundo o ex governador, a Califórnia é 30% mais eficiente energicamente graças às leis implantadas no Estado para o incentivo às renováveis. E elo-

giou a prática adotada no Brasil. “Hoje, 85% da energia produzida no País é renovável. Vocês foram inteligentes e fizeram um trabalho fantástico nos últimos anos e gostaria de agradecê-los por isso”, comentou. No segundo dia do evento, um debate com o presidente e fundador do Grupo Virgin, Richard Branson; o jornalista, empresário e autor Paul Hawken, e o autor e diretor de Sustentabilidade, da Saatchi & Saatchi, Adam Werbach, focou na “guerra” ao carbono e nas empresas sustentáveis. “No caso do aquecimento global, nosso inimigo é o carbono”, afirmou Branson. O presidente da


Imagens: Uehara Fotografia / Divulgação

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Virgin explicou sobre o desafio de conseguir combater este “inimigo” em uma área tão poluente como a da aviação e de como as empresas estão investindo para conseguir combustíveis mais limpos. Também citou que o uso do biocombustível e a adoção do etanol dá ao Brasil uma liderança neste novo cenário mundial. Branson é criador do Desafio da Terra, concurso que tem como objetivo encontrar uma tecnologia comercial para remover o dióxido de carbono da atmosfera. Já Werbach e Hawken trataram de como as empresas que estão se tornando mais sustentáveis terão melhor desempenho nos próximos anos. E de que a contribuição social será o critério para definir empresas bem sucedidas. “Devemos investir nas empresas

que ajudam as pessoas”, defendeu Hawken. Eficiência energética e futuro O ex presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, defendeu que a eficiência energética obtida pelo Brasil fará com que o País exerça um papel de liderança global nos temas relacionados ao meio ambiente. “Eu quero que vocês liderem o resto do mundo no século XXI na questão energética”, declarou. O fundador da William J. Clinton Foundation remete esta posição pelo fato de o País ter conseguido reduzir em 75% a destruição da floresta tropical e elogiou o envolvimento do empresariado brasileiro e o interesse no debate das questões

relativas à sustentabilidade. Como a complementar a palestra de Clinton, Feldmann destacou a necessidade de o Brasil estabelecer uma agenda para o século 21, com temas ambientais por meio de alianças políticas e lideranças fortes. E manifestou preocupação com o tema do Pré-Sal. O fundador da SOS Mata Atlântica e ex secretário do Meio Ambiente de São Paulo, que acredita que o País deveria continuar a buscar alternativas para o uso dos combustíveis fósseis, defendeu a realização de um plebiscito nas áreas de risco afetadas pela exploração do Pré-Sal. “Precisamos perguntar à sociedade se ela está disposta a correr riscos com acidentesnacostabrasileiraondeserá explorado o Pré-Sal”, afirmou.

Frases do Fórum “Hoje, 85% da energia produzida no País é renovável. Vocês foram inteligentes e fizeram um trabalho fantástico nos últimos anos e gostaria de agradecê-los por isso.” Arnold Schwarzenegger - ex governador da Califórnia

“Para outros países, o carro elétrico é uma boa alternativa; para o Brasil, que já tem 70% de sua frota movida a etanol, faz muito mais sentido ampliar esta participação para 100% da frota.” Richard Branson - presidente e fundador do Grupo Virgin, criador do Desafio da Terra, concurso que tem como objetivo encontrar uma tecnologia comercial para remover o dióxido de carbono da atmosfera

“Tenho dúvidas de um país que acredita que o combustível fóssil é seu passaporte para o mundo, quando o mundo inteiro está buscando alternativas para o uso dos combustíveis fósseis.” Fabio Feldmann - consultor, advogado, fundador da SOS Mata Atlântica e ex secretário do Meio Ambiente de São Paulo

“Vocês produzem mais etanol do que qualquer lugar do mundo, exceto os Estados Unidos, mas o de vocês é mais eficiente.” Bill Clinton - fundador da William J. Clinton Foundation e ex presidente dos EUA


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balanço energético Novas normas entre transmissoras

1

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quer aprimorar a norma que estabelece as diferenças entre melhorias e reforços em instalações de transmissão. O objetivo é aumentar eficiência no planejamento e execução de intervenções pelas transmissoras. Pela proposta, pretende-se distinguir os dois tipos de obra de acordo com a necessidade de manter ou ampliar o serviço.

Elétricas preparam captação através de debêntures

2

Celpe (PE), Cemat (MT) e Itapebi vão ao mercado nos próximos meses para captar recursos através da emissão de debêntures. Ao todo, as empresas pretendem captar R$ 658 milhões no mercado. Os papéis terão duração de seis anos no caso de Celpe e Itapebi e de cinco anos para a Cemat. As operações foram aprovadas em reuniões dos respectivos conselhos de administração.

SXC.hu

Empresários pretendem criar “bolsa de energia” no mercado brasileiro

3

Sociedade formada por empresários brasileiros do setor elétrico, incluindo Eike Batista, e a norte-americana Intercontinental Exchange - atuante na negociação eletrônica em diversos mercados como de energia, petróleo e commodities - pretendem criar a “bolsa de energia” no mercado brasileiro. Baseada no conceito

de bolsas de valores, a chamada Brix será uma plataforma eletrônica de negociação para atender os agentes que fazem parte do mercado livre de energia. A previsão é de iniciar as operações em junho deste ano e, em um horizonte de três a cinco anos, alcançar um patamar de R$75 bilhões em volume de negócios fechados.


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PROINFA

EMPRÉSTIMO

R$ 11,55

Milhões é a estimativa para as cotas de custeio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica para o mês de maio.

Conselho Monetário Nacional aprova resolução que considera como cliente distinto cada uma das empresas do grupo Eletrobras, o que garante crédito ampliado junto ao BNDES. Cada empresa passará a ter limite de financiamento de 25% do patrimônio de referência do banco, o que equivale a cerca de R$ 20 bilhões.

€ 2,8

Milhões foi o valor do acordo entre a Eletrosul e o banco alemão KfW, em um contrato de financiamento a fundo perdido para viabilizar projeto de energia solar.

5

A Rede Energia teve prejuízo consolidado de R$ 374,848 milhões em 2010, contra lucro líquido de R$ 178,368 milhões no ano anterior. A receita bruta consolidada do grupo ficou em R$ 9,730 bilhões, ante R$ 8,288 bilhões em 2009. O resultado financeiro do grupo ficou negativo em mais de R$ 1 bilhão.

A Energisa Geração fechou contrato com a Vestas do Brasil Energia Eólica para a implantação, operação e manutenção de cinco parques eólicos no Nordeste. As usinas Renascença I, II, III, IV e a Ventos de São Miguel terão capacidade instalada de 150 MW e devem receber investimentos na ordem de R$ 560 milhões. Os parques serão localizados no município de João Câmara, no Rio Grande do Norte.

8

Eletrobras confirma estudos para compra de 10% da estatal portuguesa EDP, que tem ativos no Brasil sob a EDP Brasil. A empresa afirmou que está em fase de análise técnica e econômico financeira interna.

O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou o enquadramento de 14 empreendimentos ao Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura (Reidi). Nove centrais geradoras eólicas, projetos em PCH, CGH e termelétrica, além de empreendimentos de transmissão, receberam benefício.

“aspas "Tenho dúvidas de um país que acredita que o combustível fóssil é seu passaporte para o mundo, quando o mundo inteiro está buscando alternativas." Fábio Feldmann, consultor, político e fundador da SOS Mata Atlântica.

Abertura da safra nacional de cana de açúcar

7

10 SXC.hu

Governo chinês dará suporte político e financeiro para a parceria da empresa Zhejiang Insigma United Engeneering com a CEEEGT para a construção de quatro novas subestações e cinco linhas de transmissão. O acordo foi fechado durante visita do vice diretor-geral do Departamento de Comércio da província de Zhejiang, Han Jie, à estrutura da companhia gaúcha.

Milhões é a previsão de investimentos até 2013 para o Plano de Modernização de Instalações de Interesse Sistêmico.

9

Energisa Geração e Vestas no Nordeste

6

R$ 257

MME enquadra 14 empreendimentos ao Reidi

SXC.hu

4

INVESTIMENTOS

O setor de bioenergia brasileiro, que representa quase 2% do PIB, celebrou a abertura da safra nacional de cana de açúcar 2011/12, no Mato Grosso do Sul, estado que sediará três das cinco unidades agroindustriais a serem inauguradas este ano. A previsão é que a safra alcance 40,8 milhões de toneladas, onde mais de 60% são destinados à produção de etanol.


{ 88 } renergy. ano 1 > # 5 > 2011

destaque EMPREGOS VERDES

Trabalho

em um mundo

sustentável

Quando o mercado de trabalho classifica seus postos por cores, o verde qualifica as funções que promovem o desenvolvimento econômico e social e que são também sustentáveis ambientalmente

por Carol de Castro


© Elena Elisseeva | Dreamstime.com

Pedro Paulo Capelossi/ Divulgação

renergy. ano 1 > # 5 > 2011 { 89 }


{ 90 } renergy. ano 1 > # 5 > 2011

destaque EMPREGOS VERDES preocupação com a mudança climática, com a deterioração dos recursos naturais, com o desenvolvimento social e com oferta de trabalho decente para todos permitiu o fomento de uma economia verde. A mão de obra que gira esta economia ocupa cargos conhecidos como empregos verdes. Para a Organização Mundial do Trabalho (OIT), estes são os desafios do século XXI. A previsão, ao superar estes problemas, é que sejam elevadas mais de 1,3 bilhão de pessoas, quatro de cada dez trabalhadores no mundo e suas famílias, acima da linha da pobreza, e oferecidas oportunidades de emprego decente aos 500 milhões de jovens que ingressarão no mercado de trabalho durante os próximos 10 anos. De acordo com a OIT, isto também significa o acesso a formas modernas de energia para 1,6 bilhão de pessoas que ainda não as tem, moradia digna e um sistema de saneamento para mais de 1 bilhão de habitantes dos bairros pobres nas megacidades globais. Estas melhorias possibilitariam uma transformação em direção a uma economia sustentável com baixo consumo de carbono. A participação dos ‘trabalhadores verdes” está concentrada nestas áreas. Ainda segundo a organização, a rápida transição em direção a uma economia com baixo consumo de carbono, que é necessária para evitar os efeitos irreversíveis e perigosos das mudanças climáticas sobre as sociedades e economias, terá uma profunda repercussão na maneira de produzir, consumir e trabalhar em todas as nações e setores. “A tendência em direção à sustentabilidade abarcará toda a economia e todos os processos produtivos e compromete a maioria das empresas e trabalhadores”, afirma o relatório sobre o

A

programa Empregos Verdes, da OIT. “Será uma segunda grande transformação, na mesma escala da revolução industrial, mas deve ocorrer em breve espaço de tempo. Durante as próximas décadas, é necessário reduzir significativamente as emissões globais de gases de efeito estufa”. Pelos cálculos da organização, esta redução exige que milhões de empresas e trabalhadores contribuam com a poupança de energia, que melhorem drasticamente a eficiência energética e que invistam na mudança para fontes de energia limpa, como as renováveis. Outros desafios similares, como reduzir o uso insus-

tentável de recursos naturais e os resíduos, prevenir a contaminação e salvaguardar a produção sustentável de alimentos para uma crescente população mundial, vão produzir mudanças estruturais importantes nas economias e nos mercados de trabalho. Uma projeção da organização prevê que, para manter o controle da temperatura global, deve haver um investimento de 1% do PIB mundial por ano até 2050, o que deve levar à geração de cerca de 2 bilhões de empregos verdes no mundo. Para o diretor geral da OIT, Juan Somavia, o custo crescente da produção e das


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Conceito Para a Organização Mundial do Trabalho, o conceito de “empregos verdes” resume a transformação das economias, das empresas, dos ambientes de trabalho e dos mercados

laborais em direção a uma economia sustentável, que proporcione um trabalho decente com baixo consumo de carbono. O relatório diz que os “empregos verdes” reduzem o impacto das empresas no meio ambiente e dos setores econômicos em níveis que sejam sustentáveis. Além disso, contribuem para diminuir a necessidade de energia e matérias primas, para evitar as emissões de gases de efeito estufa, reduzem ao mínimo os resíduos e a contaminação, bem como restabelecem os serviços do ecossistema, como a água pura e a proteção da biodiversidade. Os “empregos verdes” podem ser Foto Adenilson Nunes - Gov/BA

pautas de consumo intensivo em energia são amplamente reconhecidos. “Chegou o momento de avançar em direção a uma economia de alto emprego e baixo consumo de carbono. Os ‘empregos verdes’ prometem um triplo dividendo: empresas sustentáveis, redução da pobreza e uma recuperação econômica centrada no emprego”, diz.

criados em todos os setores e empresas. São empregos diretos nos setores que produzem bens e serviços mais verdes, empregos indiretos em suas cadeias de fornecimento e empregos induzidos. Podem ser criados em áreas urbanas bem como em zonas rurais e incluem ocupações em todo o espectro laboral, desde o trabalho manual até o altamente qualificado. Segundo a OIT, o potencial de “empregos verdes” existe em países de todos os níveis de desenvolvimento econômico. “Os investimentos e programas que promovem empregos verdes devem estar orientados para os grupos que mais os necessitam: os jovens, as mulheres e os pobres. Para que os ‘empregos verdes’ cumpram este papel chave em um desenvolvimento sem exclusões sociais, devem proporcionar rendimentos adequados, proteção social e respeito aos direitos dos trabalhadores e que permitam a estes trabalhadores expressar sua opinião nas decisões que afetarão suas vidas”, defende a organização. Segundo o coordenador de Programas de Trabalho Decente e Empregos Verdes da OIT Brasil, Paulo Sergio Muçouçah, os empregos verdes são aqueles que, além de ajudarem a reduzir impactos ambientais, trazem dignidade aos trabalhadores. “Não podemos considerar o cortador de cana como alguém com emprego verde, pois, apesar de ajudar na produção de etanol, muitas vezes é mal remunerado e tem péssimas condições de trabalho”, exemplifica. Para ele, no entanto, este é um momento em que as indústrias estão sendo obrigadas a emitir menos carbono. “Os empresários terão de aderir a processos mitigatórios ou adaptativos para sua própria existência. E é nesse processo que os empregos verdes estão inseridos”, afirma.


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destaque EMPREGOS VERDES

Quantos e quais são Levantamento da OIT de 2008, o mais recente disponível, apontou que 2.653.059 empregos formais (com carteira assinada) estão ligados a atividades econômicas que contribuem para a redução de emissões e/ou para a melhoria/preservação da qualidade ambiental. Eles estão divididos em seis categorias: produção e manejo florestal (responsável por 139.768 postos de trabalho verdes); geração e distribuição de energias renováveis (547.569); saneamento, gestão de resíduos e de riscos ambientais (303.210); manutenção, reparação e recuperação de produtos e materiais (435.737); transportes coletivos e alternativos ao rodoviário e aeroviário (797.249); e telecomunicações e teleatendimento (429.526). Esta contagem revela que a soma dos postos de trabalho oferecidos

por esses grupos de atividades representava 6,73% do total de empregos formais existentes no Brasil, que era de 39.411.566. A OIT destaca que a quantidade de empregos verdes poderia ser ainda maior se fosse possível separar outras atividades econômicas que se encaixam nos critérios verdes. É o caso, por exemplo, dos postos de trabalho gerados pelas atividades ligadas à fabricação e comercialização dos veículos movidos a álcool e a gás natural, que não puderam ser isolados dos demais empregos mantidos pelo setor automotivo. Além disso, a OIT destaca que não estão computados os postos de trabalho gerados especificamente para executar determinadas operações destinadas a minimizar os impactos ambientais de atividades econômicas cujo produto final pode vir a ter, inclusive, alguma consequência

negativa sobre o meio ambiente. “Até as empresas que se dedicam à extração e refino de petróleo costumam empregar um bom número de profissionais voltados exclusivamente para prevenção e controle dos impactos ambientais no seu processo de produção. Sem falar das atividades de compensação ambiental, que se veem obrigadas a promover até mesmo por força de lei”. “De uma maneira geral, as preocupações com a eficiência energética e a gestão de resíduos encontram-se bastante difundidas entre as grandes empresas brasileiras. Resta saber o quanto elas se traduzem em geração de novos empregos, coisa que as estatísticas existentes sobre o mercado de trabalho ainda não nos permitem avaliar com precisão”, afirma ainda a organização. A OIT calcula que outros 5.810.269


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postos de trabalho formal estão relacionados a atividades econômicas baseadas na exploração de recursos naturais e/ou que dependem da qualidade ambiental. Eles estão distribuídos em empregos na extração mineral e indústrias de base (457.335 postos); construção, comercialização, manutenção e uso de edifícios (2.861.913); agricultura, pecuária, aquicultura, caça e pesca (1.328.376); e turismo e hotelaria (1.162.645). Diante destes números, a OIT reconhece que já existe um “bom número” de empregos verdes, entre estes, quase seis milhões de postos de trabalho mantidos por essas atividades. Geração A fim de mostrar caminhos para a geração de empregos verdes, a OIT

cita algumas medidas que podem impulsionar este mercado. Elas são: o programa Minha Casa, Minha Vida, a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca (geladeiras, fogões e máquinas de lavar), a regularização fundiária de propriedades rurais na Amazônia, a inspeção veicular para controle de emissões e a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para a OIT, a construção de um milhão de moradias nos próximos dois anos por meio do Minha Casa, Minha Vida representa uma oportunidade para a introdução de novas tecnologias mais sustentáveis. Isso porque alguns equipamentos destinados a reduzir o consumo de energia e de água nesses edifícios já podem ser incluídos no seu financiamento, tais

como sistemas de aquecimento solar, lâmpadas econômicas, medidores individuais de água e gás, dispositivos economizadores de água e o plantio de árvores. Dentre eles, a fabricação, instalação e manutenção dos sistemas de aquecimento solar aparecem como as atividades de maior potencial de geração de empregos verdes em curto prazo. Segundo dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), caso esses sistemas venham a ser instalados em metade das residências a serem construídas, será necessário triplicar o pessoal ocupado nessas atividades, que hoje está por volta de 20 mil trabalhadores. Sobre a redução de IPI para eletrodomésticos da linha branca, a OIT

O que dizem os líderes mundiais “Responder ao desafio da mudança climática é o maior desafio político de nossa geração. Nossa missão, nosso dever, é proporcionar o marco político apropriado para as transformações em direção a uma economia europeia favorável ao meio ambiente e continuar liderando a ação internacional para proteger nosso planeta. Nosso conjunto de medidas não somente responde a este desafio como também dá a resposta apropriada ao desafio da segurança energética e é uma oportunidade que deveria criar milhares de novas empresas e milhões de empregos na Europa. Temos que aproveitar esta oportunidade”.

“Projetos de mão de obra intensiva reduzem as emissões de gases de efeito estufa e ajudam as comunidades a adaptar-se ao aquecimento global. A transição a uma economia com baixo consumo de carbono pode criar milhões de empregos”.

José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia.

Barack H. Obama, presidente dos Estados Unidos da América

Ban Ki-moon, secretário geral das Nações Unidas

“A opção que agora enfrentamos não é entre salvar nosso meio ambiente e salvar nossa economia. A opção que enfrentamos é entre prosperidade e decadência. Podemos deixar que a mudança climática cause estragos no meio ambiente ou podemos criar empregos que procurem evitar seus piores efeitos”.

“Conseguir um desenvolvimento sustentável e preservar a Terra - nosso lar comum - estão estreitamente ligados aos interesses fundamentais da população mundial, assim como aos interesses imediatos de um vasto número de trabalhadores. Percorrer o caminho do desenvolvimento civilizado, de um crescimento mais rápido da produtividade à melhora das condições de vida e da preservação de um ecossistema saudável, e alcançar um desenvolvimento econômico e social convivendo harmoniosamente com a natureza, para que os trabalhadores vivam e trabalhem em um bom ambiente ecológico, é a finalidade última do desenvolvimento sustentável, assim como uma importante condição prévia para o trabalho decente para todos os trabalhadores”. Jun Hintao, presidente da China


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destaque EMPREGOS VERDES entende que, embora num primeiro momento tivesse como principal motivação o estímulo à demanda e à produção de eletrodomésticos para a reativação do setor - que foi um dos mais atingidos pelos impactos da crise econômica internacional sobre a nossa economia - e para evitar demissões de trabalhadores, a medida acabou tendo repercussões bastante positivas sobre o meio ambiente e sobre a criação de empregos verdes. Os modelos mais recentes desses produtos ganharam em eficiência energética, em comparação com os seus similares mais antigos. A regularização fundiária de propriedades rurais na Amazônia vai gerar uma grande quantidade de empregos verdes, além de fortalecer as cadeias produtivas de alguns produtos florestais não madeireiros, tais como o açaí, a castanha, o guaraná e os biocosméticos e fármacos em geral. A inspeção veicular para controle de emissões terá por objetivo identificar irregularidades nos veículos em uso - tais como falhas de manutenção e alterações do projeto original - que provoquem aumento na emissão de poluentes. Assim, estará contribuindo para a redução de emissões de carbono e para a melhoria da qualidade do ar, sobretudo nos centros urbanos. Já a Política Nacional de Resíduos Sólidos incorporará alguns conceitos fundamentais à gestão de resíduos sólidos no País, tais como os de coleta seletiva, logística reversa e responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Vagas de “empregos verdes” serão criadas nos serviços públicos de coleta e tratamento do lixo e nos sistemas de reaproveitamento dos resíduos por parte das indústrias, incorporando as cooperativas de catadores de materiais recicláveis nesse circuito.

Empregos verdes no Brasil O Brasil já tem mais de 2,6 milhões de empregos verdes, o que representa 6,73% do total de postos de trabalho formais. Veja como estão divididos estes postos de trabalho: Categorias Produção e manejo florestal Geração e distribuição de energias renováveis Saneamento, gestão de resíduos e de riscos ambientais Manutenção, reparação e recuperação de produtos e materiais Transportes coletivos e alternativos ao rodoviário e aeroviário Telecomunicações e teleatendimento

Foco na energia De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Brasil, o setor energético gera um grande número de empregos qualificados, por desenvolver uma extensa cadeia de fornecedores e também grandes volumes de divisas para os cofres públicos. Por outro lado, permanece o difícil desafio de dar respostas às diretrizes de uso sustentável de recursos econômicos e ambientais, no sentido de disponibilizar energia para o desenvolvimento, com melhorias econômicas e sociais na etapa de geração das novas energias. Para o Ipea, a proposta original dos biocombustíveis propôs enfrentar essa situação. O Instituto aponta que a geração total de empregos, na agroenergia, se-

Postos de trabalho 139.768 547.569 303.210 435.737 797.249 429.526

rá próxima de 3 milhões em 2030. Isso implica demanda de 15 milhões de hectares de terra, sendo atualmente próximo de 1,2 milhão de empregos e área de 7 milhões de hectares, para a cana de açúcar destinada ao etanol e ao açúcar. Assim, seria evitada emissão de 186x105t de CO2eq em 2030, contra 50t evitadas em 2005. Para atingir aumento de 150% no volume produzido de etanol (63 bilhões de litros em 2017) há necessidade de investimentos em torno de R$ 60 bilhões, segundo Brasil. Segundo o Ipea, estima-se a criação de 117 mil postos de trabalho a mais para cada parcela de 15% de substituição da gasolina pelo etanol, e os 150% de aumento da produção do etanol (de 25 bilhões de litros em 2008, para 63 bilhões, em 2017) resultaria em 1,17 milhão de novos em-


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pregos. “Mesmo sabendo da dificuldade de acerto para tais estimativas, no longo prazo, a comparação com a cadeia do petróleo é inevitável”, indica o instituto. “Segundo a Petrobras, serão gerados em torno de 270 mil empregos diretos até 2013 - com estimativa de mais - e 700 mil indiretos”. Considerando a necessidade de investimentos de R$ 536 bilhões até 2017, para o setor de petróleo, tem-se a dimensão do quanto os biocombustíveis empregam mais. Porém, ressalta o Ipea, por ofertar essencialmente commodities (etanol, açúcar, farelo de soja, óleo vegetal ou biodiesel) e também por empregar mão de obra de baixa qualificação - a exemplo dos milhares de cortadores de cana temporários, com vínculos precários -, a comparação deve ser mais cuidadosa. Adicionalmente, deve-se reconhecer a dinâmica consolidada da cadeia de petróleo. Para o biodiesel foi estimado pela EPE, no horizonte de 2030, a redução de 24x105t de CO² em substituição à

parcela do diesel, demandando área total de 7,2 milhões de hectares, se mantido o predomínio da soja, mas com maior participação de outras oleaginosas. O investimento seria da ordem de R$ 15 bilhões, dado que já foram aplicados mais de R$ 7 bilhões desde 2006, obtendo-se apenas uma resposta tímida no número de postos diretos criados - em torno de 38 mil, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). “A previsão de inserção social, feita no Plano Nacional de Agroenergia (PNA), de um milhão de postos de trabalho, sendo 275 mil diretos ficou, portanto, muito distante”, avalia o Ipea. “Tais projeções não serão alcançadas, caso não se redirecionem políticas, estratégicas e metas mais ousadas”. Nessa perspectiva de 2030, mostra o instituto, pode-se estimar, para o biodiesel, algo em torno de 235 mil empregos diretos - inalcançáveis sem políticas direcionadoras do Estado. “Os resultados de 2008 foram de 38 mil postos diretos, com a substituição

de 4% do diesel pelo biodiesel. Esses dados não incluem a agricultura familiar, na forma prevista no Plano Nacional de Agroenergia, nem aqueles gerados na cadeia do farelo da soja. Atenção especial deve ser dada a cada etapa da cadeia de produção de oleaginosas, identificando-se as partes menos desenvolvidas em função das metas de inserção social e não apenas de maior volume produzido”, analisa. “O quantitativo de empregos gerados com o biodiesel parte das estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Mapa e do MDA, de 45 mil empregos na agricultura familiar para cada 1% de biodiesel produzido com oleaginosas provenientes desse setor. Admite-se, para o cálculo, que a agricultura familiar forneça, até 2030, o equivalente a 5% do biodiesel produzido. Assim, seriam 235 mil empregos diretos, no máximo, o que já seria uma grande vantagem em relação aos investimentos muito maiores e com menos emprego, no caso do petróleo”.

Estimativa mundial de empregos no setor de energias renováveis no mundo, em 2006  Geotérmica 1%  Hidrelétrica 2%  Solar Fotovoltaica 6%  Eólica 9%  Solar Térmica 28%  Biomassa 54% Fonte: Empregos Verdes - Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono, PNUMA/OIT/ IOE/OIE/CSI, setembro de 2008


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destaque EMPREGOS VERDES

Medidas ecologicamente corretas em importantes segmentos da economia

Fornecimento de Energia • Gaseificação integrada/ sequestro de carbono • Cogeração (produção combinada de calor e energia) • Energias Renováveis (eólica, solar, biocombustíveis, geotérmica, pequenas centrais hidrelétricas); células de combustível ransportes T • Veículos mais eficientes no consumo de combustível • Veículos híbridos elétricos, elétricos e de célula de combustível • Sistema de veículos compartilhados • Transportes públicos • Transportes não motorizados (bicicleta, deslocamento humano) e mudanças em políticas de uso da terra e em padrões de assentamento (reduzindo distâncias e a dependência por meios de transporte motorizados) anufatura M • Controle de poluição (filtros e outras tecnologias para melhorar a

emissão de gases de escapamento de carros) • Eficiência energética e de materiais • Técnicas de produção limpa (eliminação de resíduos tóxicos) • Abordagem “do berço ao berço” (sistemas de ciclo fechado) arejo V • Promoção de produtos eficientes e utilização de selos ecológicos • Estabelecimentos localizados mais próximos de áreas residenciais • Redução de distâncias de transporte (da origem de produtos ao local do estabelecimento) • Nova economia de serviços (vendendo serviços e não produtos) onstruções C • Iluminação, aparelhos e equipamentos de escritório energeticamente eficientes • Aquecimento e arrefecimento solar, painéis solares • Retroajuste (retrofitting) • Edifícios verdes (janelas, isolamento, materiais de construção, ca-

Fonte: Empregos Verdes - Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono, PNUMA/OIT/IOE/OIE/CSI, setembro de 2008

lefação, ventilação e ar condicionado energeticamente eficientes) • Casas solares passivas, edifícios com emissões zero estão de Materiais G • Reciclagem • Responsabilidade ampliada do produtor; recolhimento e remanufatura de produtos • Desmaterialização • Durabilidade e reparabilidade de produtos ilvicultura S • Projetos de reflorestamento e florestamento • Agrofloresta • Gestão florestal sustentável e esquemas de certificação • Redução do desmatamento Agricultura • Conservação do solo • Eficiência hídrica • Métodos de cultivo orgânico • Redução da distância entre fazendas e mercados


estaçãobrasil


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3r’s

reduzir, reutilizar, reciclar

resíduos METÁLICOS

Metais Os metais podem ser 100% reciclados. Desde a civilização romana, materiais, como armas de ferro, já eram reutilizados e reaproveitados. O Brasil, nos últimos anos, vem se destacando na reciclagem de metais, principalmente de latinhas de alumínio. Um objeto de metal pode passar até 500 anos para se decompor na natureza e a sua produção demanda um gasto de recursos não renováveis e também de energia. Ou seja, não existe outro caminho sustentável para os metais que não seja a reciclagem.

Reduzir Os metais podem ser reciclados infinitas vezes, reduzindo e economizando a extração de minérios não renováveis e a energia para a sua produção. A cada quilo de alumínio reciclado, por exemplo, cinco quilos de bauxita - minério necessário para produzir alumínio - são poupados. A reciclagem do alumínio representa somente 5% da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário. Isto é, uma economia de 95% de energia elétrica. A reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza energia suficiente para manter um aparelho de TV ligado durante três horas. Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg de carvão e 18 kg de cal. Em relação aos gastos na transformação do minério em metal para uso em materiais diversos, a reciclagem reduz custos, poupa a utilização e contaminação da água, economiza carvão vegetal, e reduz a emissão de poluentes.

Reciclar O ciclo da reciclagem de metais é muito mais rápido do que a sua produção primária. Trinta dias, por exemplo, é o tempo para reciclar uma lata de alumínio, enquanto que a sua produção é demorada e inclui a extração do minério na natureza, beneficiamento, transformação, entre outros. Depois que vão para o lixo, as latas passam por um rigoroso processo que objetiva a produção de alumínio com o maior grau de pureza possível. Passam por detectores de radiação e vão para o forno a 400 graus Celsius, o que elimina tintas e outros produtos químicos. Já os metais ferrosos são direcionados para as usinas de fundição, onde a sucata é colocada em fornos aquecidos a 1.550 graus Celsius. Após atingir o ponto de fusão e chegar ao estado líquido, o material é moldado em volumes e placas metálicas, que se transformarão em chapas de aço. A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e transformada.

100 A 500 ANOS É O TEMPO QUE LEVA UM OBJETO DE METAL PARA SE DECOMPOR NA NATUREZA

Reutilizar O alumínio reciclado está presente na indústria de autopeças, na fabricação de novas embalagens, entre outros. É o segundo material mais utilizado pela indústria automobilística no mundo. Peças em alumínio têm grande resistência à corrosão, o que garante maior durabilidade e menor manutenção. Cerca de 90% dos alumínios utilizados nos veículos são reciclados. A reciclagem de aço também é rentável: a cada 75 embalagens de aço recicladas, economiza-se uma quantidade de carvão vegetal equivalente a uma árvore. O aço reciclado mantém suas propriedades como dureza, resistência e versatilidade. As latas jogadas no lixo podem retornar ao consumidor em forma de novas latas ou de utensílios, como arames, partes de automóvel, dobradiças, maçanetas e muitos outros. As que sofrem oxidação num prazo médio de três anos podem ser transformadas em óxidos ou hidróxidos de ferro. Se recuperadas, podem ser recicladas infinitamente.


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O IQPC, líder mundial em informação empresarial discute os desafios mais atuais do setor de Energia, Petróleo e Gás em eventos conduzidos por executivos das principais empresas atuantes no setor. A divisão de Energia do IQPC no Brasil tem organizado Fóruns de abrangência nacional e internacional. São eventos que reúnem os principais nomes do setor, com a participação de representantes do governo, grandes consumidores, produtores, agentes do setor elétrico e de O&G e executivos seniors das principais associações. Conheça os eventos produzidos pelo IQPC

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Como?

guia verde

redução de consumo

Água quente no chuveiro sem pesar no bolso O chuveiro elétrico é um dos grandes vilões da conta de energia brasileira. Segundo a Eletrobras, é responsável por 24% do consumo de energia de uma casa. O mercado disponibiliza diversos tipos de tecnologias para aquecer a água do banho, como elétrico, a gás, solar ou híbrido. Variáveis como a região do País, se é casa ou apartamento ou ainda a quantidade de utilizações são importantes na hora de escolher qual o melhor sistema. Veja as vantagens e desvantagens de cada modelo.

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Elétrico - O chuveiro elétrico está presente em mais de 73% das residências brasileiras, conforme o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). O custo na conta é elevado, mas a manutenção e instalação são simples. O sistema de aquecimento é localizado e a água quente é fornecida diretamente na mesma unidade onde será aquecida. Já se for uma central de aquecimento, o consumo de energia pode ser ainda maior em lugares frios, pela perda de calor no reservatório. Por outro lado, não faz gasto desnecessário de água, uma vez que já sai quente no momento em que é ligado. Solar - Como o próprio nome diz, utiliza energia solar para aquecer a água. Pode reduzir o consumo de energia elétrica para o banho em aproximadamente 70% e também reduzir em até 100% a pressão da demanda de água quente sobre a demanda de pico do sistema elétrico. No entanto, conforme estudo do Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (Cirra), ligado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, tem o custo mais alto (R$ 4.045,00) entre as outras modalidades para aquisição e instalação dos equipamentos, mas que pode ser revertido em benefícios a longo prazo.

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Híbrido - Utiliza os sistemas solar e elétrico para aquecimento, sendo um chuveiro elétrico no ponto de uso. A vantagem do híbrido é que evita o desperdício da água residual que fica fria nas tubulações, já que o sistema aciona a resistência elétrica nesse momento e gradativamente a retira. O custo de instalação não é barato (R$ 888,00, conforme a pesquisa do Cirra), mas a vantagem é que, na maior parte do tempo, dependendo do local, a energia solar estará sendo utilizada, o que pode representar uma grande economia na conta. Assim como o elétrico, não faz desperdício de água, pois a água já sai quente no primeiro momento.

A gás - Os aquecedores de água a gás podem ser por passagem ou por acumulação. Nos de passagem, a água é aquecida gradualmente, na medida em que passa pelo aparelho. Já o aquecimento por acumulação ocorre através da passagem da água por um sistema de serpentina, tendo reservatório por acumulação, em que a água aquecida fica armazenada em boilers instalados no forro ou em falsos armários. É muito utilizado na Europa e favorece o uso de banheiras. Fornecem água quente instantaneamente e a um custo inferior ao da energia elétrica. Por causa do risco de vazamento de gás, que pode causar danos à saúde humana, requer mais atenção na manutenção periódica.


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A VIEX americas preparou os dias 24 e 25 de maio especialmente para você. Segunda Conferência Nacional para

24 e 25 de maio de 2011 Blue Tree Premium Morumbi • São Paulo - SP Novo ciclo de investimentos em PCHs no Brasil - Segunda Conferência técnico-econômica Desafios regulatórios, financeiros e operacionais para desenvolvimento e aplicação para a alavancagem dos projetos de projetos de Energia Solar na matriz energética brasileira

Assuntos abordados: • Introdução técnica à Energia Solar • O auspicioso momento da indústria de energia solar no Brasil • O papel do Governo • Os limites econômicos para viabilização • Usinas solares • O mercado de energia gerada • A tecnologia • Desenvolvimento da indústria local • Oportunidades para consumidores industriais • A integração da Energia Solar ao desenvolvimento humano • Workshops simultâneos: elaboração de um plano de negócios para aquecimento e autoprodução utilizando energia solar e elaboração de um plano de negócios para produção e fornecimento de equipamentos para indústria termossolar

Assuntos abordados: • Projeções de cenários econômicos, regulatórios e de mercado para o investidor em pequenas centrais hidrelétricas • Competitividade com outras fontes de geração de energia • Custos no desenvolvimento e operação de pequenas centrais hidrelétricas • Métodos de construção de PCHs • PCH e meio ambiente – Sustentabilidade, licenciamento, mercado de carbono, código florestal e mudanças climáticas • Competitividade do setor de equipamentos para as pequenas centrais hidrelétricas • Opções de financiamento para o setor de PCHs • Small Hydropower – Experiências internacionais da viabilização, construção e operação Apoio oficial

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se ligue agenda

Dicas de livros, sites, filmes e muito mais

Os carros elétricos surgiram no final da década de 90, nas estradas da Califórnia. Eram rápidos e mais eficientes. Funcionavam a eletricidade, não emitiam poluentes e colocaram a tecnologia americana no topo da indústria automotiva. Mas parte deste rico setor se incomodou e esses carros foram destruídos. No documentário Quem Matou o Carro Elétrico? , o diretor Chris Paine faz uma “autópsia” e revela culpados deste “crime” contra a humanidade e tecnologia.

filme

Para explorar o universo de oportunidades associadas ao Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal, que prevê investimentos de US$ 890 bilhões, o evento Accelerate Brazil reunirá investidores, facilitadores, instituições financeiras, desenvolvedores, fornecedoras e empreiteiras. O setor energético brasileiro, principalmente o potencial eólico e de outras fontes alternativas, será um dos fatos chave discutidos. Quando: 26 e 27 de maio. Onde: Hotel Intercontinental, Rio de Janeiro - RJ. Mais informações: www.acceleratebrazil.com.br

evento

São Paulo sedia a edição 2011 da Rede C40 Large Cities Climate Leadership Group. O encontro tem como objetivo promover o crescimento sustentável e os esforços globais para enfrentar as mudanças climáticas com a participação de prefeitos e representantes das grandes metrópoles do planeta. Depois de ser realizada em Londres (2005), Nova York (2007) e Seul (2009), o encontro acontece pela primeira vez em uma cidade do hemisfério sul. Quando: 31 de maio a 03 de junho. Onde: Sheraton WTC, São Paulo - SP. Mais informações: www. c40saopaulosummit.com

encontro

O livro Madeira de Ponta a Ponta: O caminho desde a floresta até o consumo retrata a realidade da produção, beneficiamento, transporte e comercialização da madeira no Brasil. A publicação faz parte das ações da Rede Amigos da Amazônia, uma iniciativa dos Centros de Estudo em Sustentabilidade e em Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas. O livro funciona como uma grande reportagem, com entrevistas com personagens envolvidos no setor madeireiro na Amazônia e no mundo.

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se ligue agenda

Dicas de livros, sites, filmes e muito mais

O Chameleon (Camaleão) é um brinquedo solar e versátil com seis diferentes modelos em um só, que vai desde um cachorro robô a carros e aviões. É indicado para crianças acima de 10 anos, mas fascina adultos também. Os seis diferentes formatos ganham vida quando expostos à luz, direta do sol ou artificial. O Camaleão vem com um claro manual de instruções, com imagens e passo a passo para facilmente se construir os seis diferentes modelos e garantir infinitas horas de diversão e educação ambiental. O valor do brinquedo gira em torno de 10 dólares e pode ser encontrado em sites como Amazon.

novidade

O livro Energia Nuclear: do anátema ao diálogo discute os riscos e benefícios do uso da fonte atômica em substituição aos combustíveis fósseis. A publicação foi organizada pelo economista José Eli da Veiga e reúne artigos de quatro especialistas: João Roberto Loureiro de Mattos, diretor do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear; José Goldemberg, doutor em Ciências Físicas; Leonam Guimarães, assistente do diretor presidente da Eletronuclear e Oswaldo Lucon, autor coordenador do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Da Editora Senac.

livro

Em formato de congresso técnico e exposição de produtos, o Circuito Nacional do Setor Elétrico (CINASE) é uma inovadora e pioneira forma dos profissionais da área elétrica estar em contato entre si e com gabaritados profissionais e empresas do setor. É um evento itinerante multidisciplinar nas áreas de iluminação, baixa tensão, média tensão e automação. Duas etapas já estão com datas fechadas. A primeira etapa Nordeste será em Fortaleza, entre os dias 11 e 12 de maio. E a etapa Norte, em Belém, entre 28 e 29 de junho. As demais serão Joinville, Goiânia e Salvador. Mais informações: www.cinase.com.br

congresso

A nova edição do All About Energy irá aprofundar o debate em eficiência energética, novas tecnologias, financiamento, política tributária e incentivos, mercado de comercialização e contratos, Smart Grid e Geração Distribuída, além de tratar de temas como sustentabilidade e economia de carbono. O evento tem caráter internacional e traz um leque diversificado de fontes alternativas, se fortalecendo como um canal eficaz para networking estratégico e realização de negócios. Quando: 05 a 08 de julho. Onde: Centro de Convenções (Fortaleza, CE). Mais informações: www.allaboutenergy.com.br

evento



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o último apaga a luz

Visite projetos do artista e do Coletivo Base/Baião Ilustrado: www.flickr.com/photos/thyagocnc ou www.baiaoilustrado.com.br

Pequenos verdes e grandes negócios. Thyago Cabral - Baião Ilustrado. Ilustração digital, 2011



455 MW em 10 projetos eólicos no PROINFA. 285 MW em 11 projetos no Leilão de Reserva EPE. Com esses resultados tínhamos que ter algum segredo. BRASELCO. O vento trabalha ao nosso favor.

Consultoria, assessoria técnica e desenvolvimento de projetos de engenharia para grandes empreendimentos na área de energias renováveis. +55 85 3261.2014 www.braselco.com.br

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