9 772178 573006
ISSN 2178-5732
12
ano 2 > # 12 > 2012 > www.renergybrasil.com.br
O futuro na microgeração
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N E S TA E D I Ç ÃO : : : Pe q u e n o s ge ra d o re s re s i d e n c i a i s o u
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c o m e r c i a i s p o d e r ã o s e r f o r n e c e d o r e s d e e n e rg i a f u t u ro d o e t a n o l b r a s i l e i ro?
Qual o
E n t re v i s t a c o m O t áv i o S i lve i ra
O maior evento de energias renováveis da América Latina The biggest renewable energy event in Latin America
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11 • 12 • 13 | MAR • 2013
índice Como navegar pelo conteúdo Localize os temas do seu interesse através dos ícones abaixo relacionados:
Eco A relação direta do homem com o meio ambiente
Energia Entrevistas, eficiência energética e energias alternativas e renováveis
Sustentável Ações que colaboram com o desenvolvimento sustentável
“entre vista
OTÁVIO SILVEIRA JUNIOR O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), fala sobre a busca da indústria nacional pela autosuficiência tecnológica
64
O sociólogo e economista Ricardo Abramovay defende um novo capitalismo, com foco na ética e não apenas nos lucros
32
Tecidos de bancos automotivos feitos com material reciclado de garrafas PET8 O designer norte-americano usa tubos de alumínio descartados para criar lustres e luminárias 10 Fogão solar promete comida com mais qualidade que a preparada nos equipamentos convencionais12 Construtoras norte-americanas se uniram para obter edifícios mais sustentáveis14
Consumidores poderão compensar a energia usada fornecendo eletricidade às distribuidoras através de pequenos geradores
36
Braselco celebra 15 anos no mercado cearense e revela aposta na luz solar como nova fronteira a explorar 46 Brasil ocupa a 10ª posição em ranking mundial de atratividade para investimentos em energias renováveis 50 Pernambuco está investindo para ser um polo de energia eólica do Brasil 54 Novo painel feito com materiais chamados mais baratos, pode tornar a energia solar mais acessível 56
Etanol brasileiro passa por crise de produção e identidade. Expectativa é de melhora no quadro atual com a abertura do mercado norte-americano Projeto de estudantes cearenses usa embalagens longa vida para amenizar o calor 78 Veja dicas de como fazer coleta seletiva de lixo no condomínio 80 Eventos, sites, campanhas ligados a energias renováveis e sustentabilidade 82 Os ilustradores do Baião Ilustrado inspiram-se na seção “O Último Apaga a Luz” 84
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editorial
A vez dos pequenos Prática já existente em alguns países do mundo, o fornecimento de energia por parte de consumidores residenciais ou comerciais começa em 2013 no Brasil. Com isso, eles poderão compensar seu próprio consumo negociando o excedente com as distribuidoras de eletricidade. Além do impacto na conta de luz, há outros aspectos positivos a serem destacados na chamada microgeração, que abordamos nessa edição. Um dos mais importantes é que ela estimula o investimento em pequenos geradores que usam fontes renováveis, como painéis solares e turbinas eólicas.
expediente
Outro ponto favorável é que, em um país com demanda cada vez maior por energia, a entrada dos pequenos geradores pode contribuir para diminuir a pressão sobre todo o sistema elétrico. Segundo levantamento encomendado pelo Instituto Abradee de Energia (que tem como associadas 41 concessionárias de distribuição de energia elétrica, responsáveis pelo atendimento de 98% do mercado brasileiro), até 2030 a microgeração deve representar 8% da matriz energética brasileira, além de atrair investimentos de R$ 48,9 bilhões.
redacao@renergybrasil.com.br PROJETO GRÁFICO
Além do impacto na conta de luz, a microgeração estimula o investimento em pequenos geradores que usam fontes renováveis
O entrevistado desta edição, Otávio Ferreira da Silveira, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), destaca o novo momento do setor no país, em que uma das preocupações, agora, é buscar a auto-suficiência tecnológica, com uma indústria 100% nacional. Para isso, começa a funcionar oficialmente em 2013 a Rede Brasileira de Pesquisa em Energia Eólica (RBPEE). E falando em tecnologia nacional, o etanol é outro tema destacado em matéria especial. O produto, motivo de orgulho da capacidade brasileira de produzir energia a partir de fontes renováveis, enfrenta problemas como queda de produção e incertezas quanto a seu futuro. Para os proprietários de veículos bicombustíveis, por exemplo, não é mais vantagem usá-lo por causa do preço pouco competitivo. Ficamos com a pergunta: o futuro reserva bons frutos para o etanol? O tempo dirá. Boa leitura!
DIREÇÃO GERAL
Joana Ferreira joana@renergybrasil.com.br EDIÇÃO
Silvio Mauro Monteiro editor@renergybrasil.com.br REDAÇÃO
Silvio Mauro Monteiro, Carlos Henrique Camelo e Yanna Guimarães Gil Dicelli
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Gerardo Júnior gerardo.junior@gmail.com REVISÃO
Silvio Mauro Monteiro
CONSULTA TÉCNICA
Gustavo Rodrigues gustavo@renergybrasil.com.br COLABORARAM NESTA EDIÇÃO
Thyago/Assis/Wendel/Sandes e Julião baião Ilustrado (ilustração)
DEPARTAMENTO COMERCIAL Meiry Benevides (85) 3033 4456 comercial@renergybrasil.com.br IMPRESSÃO Gráfica Santa Marta TIRAGEM 10 mil exemplares RENERGY BRASIL EDITORA Ltda. Av. Senador Virgílio Távora, 1701 sala 808 - Aldeota CEP 60170-251 Fortaleza CE Brasil www.renergybrasil.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL
Silvio Mauro Monteiro Mtb 01448JP
CAPA Sooma www.sooma.ag Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização.
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fabricar
Tecidos feitos com material reciclado
Os revestimentos de bancos e painĂŠis de portas dos novos Gol e Voyage tĂŞm fios feitos a partir de garrafas PET
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S
e você comprou um novo Gol ou um novo Voyage, saiba que está colaborando com a reciclagem e a preservação do meio ambiente. Isso porque os revestimentos dos bancos e painéis de portas do seu carro são compostos por garrafas PET recicladas. Mas não pense que isso pode ser ruim ou tornar seu automóvel de qualidade inferior. A Volkswagen garante que os tecidos a base de PET, compostos por até 60% de fio reciclado, oferecem o mesmo conforto, qualidade e resistência que os utilizados atualmente nos revestimentos dos outros veículos da empresa. Conforme a montadora, a produção dos tecidos tem início com a separação das peças plásticas por cores, uma vez que elas acabam interferindo no tom de cada uma. Na sequência, as partes são limpas e trituradas em grãos, que são transformados em
fios. A partir daí, o processo é idêntico ao de tecidos convencionais. Além disso, os novos tecidos atendem às especificações de aparência e durabilidade exigidas pela empresa, com a vantagem de preservar o meio ambiente. O material reciclado também é empregado na produção de carpetes, tapetes e no revestimento de assoalho e porta-malas. A tecnologia permite que cada carro use uma quantidade de plástico equivalente a 52 garrafas PET de 1,5 litro, sendo 44 garrafas destinadas ao tecido dos bancos e o restante às portas. A Volkswagen do Brasil diz ser a primeira indústria automobilística do País a desenvolver e aplicar a tecnologia de tecidos à base de PET. De acordo com a empresa, busca por recursos sustentáveis no desenvolvimento de novos veículos tem feito parte das estratégias dos fabricantes, o que
motivou a iniciativa de utilizar esse tipo de material, um dos grandes causadores de poluição ambiental no Brasil. A fibra de PET reciclado já é aplicada pela indústria automobilística, mas não da mesma forma utilizada pela Volkswagen. A Honda, por exemplo, desenvolveu uma proteção à base de garrafas PET para evitar a corrosão dos discos de freio no transporte feito pelo mar. A técnica é utilizada para veículos exportados. Feita anteriormente de material adesivo, a proteção é colocada nas rodas dos veículos produzidos na fábrica de Sumaré (SP) e destinados aos demais países da América do Sul e México. A proteção foi projetada para encaixar nas rodas sem que haja a necessidade de utilizar cola, o que torna o material reciclável e reduz os impactos ambientais causados pelo descarte.
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reciclar
Transformar para decorar
O designer norte-americano Christopher Poehlmann usa tubos de alumĂnio descartados no lixo para criar lustres e luminĂĄrias em formato de galhos
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É
incrível o que se pode fazer a partir de coisas retiradas do lixo. Um dos mais recentes projetos foi transformar tubos de alumínio reciclados em lustres e luminárias, todos em formato de galhos de árvores. A ideia é do designer norte-americano Christopher Poehlmann, em parceria com a empresa CP Lighting. As luminárias, chamadas de New Growth, podem ser customizadas para qualquer tipo de ambiente, em diversos tamanhos e formas, sempre remetendo à natureza. As peças são equipadas com lâmpadas de LED, com o objetivo de fornecer boa luminosidade e garantir o mínimo consumo possível de energia elétrica. Na divulgação de sua ideia, o
designer mostra em vídeo todo o processo de confecção de um de seus lustres. Ele retira o alumínio do lixo e dá início à produção, fundindo os tubos de diferentes tamanhos, que vão se transformando em galhos. Depois, Christopher começa a polir a peça, que vai ficando sem emendas e com bastante brilho. Concluído o polimento, é hora de colocar a fiação por dentro dos tubos e deixar tudo pronto para o encaixe das lâmpadas. O designer, então, fecha a parte do “tronco” do lustre com um parafuso, faz alguns últimos retoques e a peça está pronta. Para quem tem habilidade com esse tipo de equipamento, o vídeo com todo o processo de
transformação pode ser visto no endereço http://www.artbabble. org/video/chipstone/christopher-poehlmann-new-growthchandelier. Para quem prefere não se arriscar a confeccionar o lustre por conta própria, no site da CP Lighting há várias opções de produtos feitos a partir da técnica e dos tubos de alumínio (ele, no entanto, não informa se fornece seus itens para o Brasil). Vão desde pequenas luminárias de parede, passando por lustres e luminárias de mesa e de chão, que formam verdadeiras árvores e deixam a casa mais bonita e aconchegante. Mais informações e fotos do designer podem ser vistas no endereço www.cplighting. com.
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cozinhar
Economia na cozinha
O Sun Cook usa os raios solares para cozinhar os alimentos. Além do custo zero com energia, o forno promete comida com mais qualidade que a preparada nos equipamentos convencionais
E
m um país como o Brasil, no qual o sol não dá trégua na maioria dos estados durante grande parte do ano, ele poderia ser mais usado como fonte de energia. Então, porque não usar os raios solares como uma alternativa para aquecer os alimentos? Essa é a proposta do forno Sun Cook, que usa um sistema chamado de “ótica ideal” para recolher e concentrar os raios do sol. A estrutura é equipada com uma série de espelhos curvos, que direcionam a radiação para um
ponto específico. O forno, assim, não precisa de ajustes para acompanhar a mudança de posição do sol ao longo do dia e recebe sempre a maior quantidade possível de calor. O Sun Cook cozinha para quatro a seis pessoas. O forno é como uma caixa na qual se colocam recipientes com a comida a ser preparada. Possui dois pegadores integrados para um transporte mais fácil e tem duas tampas. A tampa exterior tem dentro um espelho e precisa estar aberta durante a ope-
ração. Quando fechada, ela serve também para proteger o interior do forno. Já a tampa inferior é composta por dois vidros sobrepostos que permitem a passagem dos raios solares para o interior do forno - tanto os que vêm diretamente do sol quanto os que são refletidos pelo espelho da tampa exterior. Comercializado pela SunOK e desenvolvido em Portugal, o equipamento possui as dimensões de uma caixa pequena e pesa 13 quilos. De acordo com a empresa, os materiais que compõem a estrutura de proteção do Sun Cook proporcionam isolamento total para evitar qualquer tipo de acidente causado pela alta temperatura. Além da economia, o Sun Cook promete ainda um melhor cozimento dos alimentos. Isso porque, segundo o fabricante, como a temperatura no interior do forno é muito homogênea, não submete partes dos alimentos a valores desnecessariamente altos, como ocorre na proximidade de chamas ou de resistências elétricas. O equipamento custa cerca de R$ 640 e está a venda pela Internet no site Buy on Future (http://bit.ly/T9rai8).
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construir
Novos padrões
Associações de classe norte-americanas se uniram para desenvolver métodos de construção baseados em padrões científicos. O objetivo da iniciativa é obter edifícios mais sustentáveis ste ano, os Estados Unidos podem ter dado um passo significativo na construção de edifícios mais “verdes”. Há aproximadamente cinco meses, 27 associações de classe ligadas ao setor de construção civil americano anunciaram a formação da Coalizão Americana de Edifícios de Alto Desempenho (AHPBC, sigla em inglês para American High-Performance Buildings Coalition). O objetivo da união é promover a construção de prédios sustentáveis seguindo padrões científicos baseados, principalmente, desempenho dos materiais usados. A iniciativa promete melhorar o desenvolvimento dos padrões de construção dos futuros empreendimentos e deverá dar suporte na elaboração de códigos de construção, normas e sistemas de classificação desenvolvidos em conformidade com o American National Standards Institute (ANSI). Steve Russel, do American Chemistry Council (ACC), destaca que a coalizão, no seu trabalho, pretende buscar padrões de desempenho cujo foco principal será a obtenção da melhor eficiência energética possível. A nova entidade ficará com a função de desenvolver os no-
© Christian De Grandmaison | Dreamstime.com
E
vos padrões dos edifícios verdes, enquanto o governo federal e o Conselho Americano de Prédios Verdes (USGBC, de US Green Building Council) vão se preparar para fazer uma reavaliação da Liderança em Energia e Design Ambiental (Leed, sigla em inglês), o padrão usado atualmente pelos construtores americanos. Essa revisão havia sido adiada em um ano por causa da crise econômica enfrentada pelo país e de problemas no setor. Craig Silvertooth, presidente do Center for Environmental Innovation in Roofing, afirma que os materiais de construção com
maior performance do mercado conseguem combinar durabilidade, propriedades eficientes de uso de energia e outros benefícios ambientais. Ele acredita que os novos sistemas de certificação e normas de construção verde, resultantes do trabalho da AHPBC, devem promover o uso desses produtos. Mesmo com custo mais elevado, eles irão compensar pelo ganho ambiental.
Para saber mais sobre http://bit.ly/NWxqtG
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adubar
Tudo se transforma! © Hanmon | Dreamstime.com
Aproveitando o lixo doméstico para a produção de adubo orgânico, é possível economizar e contribuir para a diminuição do volume encaminhado aos aterros sanitários. Saiba como fazer em casa
R
estos de frutas, legumes, verduras, saquinhos de chá, borra de café, entre outros resíduos orgânicos, podem ser transformar em adubo para o jardim da sua casa. Utilizando a técnica da compostagem, você consegue reciclar o que é descartado em casa e ainda ajuda a diminuir o volume de lixo encaminhado aos aterros sanitários. O processo é simples e pode ser feito até mesmo em pequenos apartamentos. O processo é feito na compos-
teira, um recipiente simples, fácil de fazer em casa e que pode ser usado até em locais com pouco espaço. Se for bem montada, não atrai insetos nem solta mau cheiro, sendo a solução ideal para reciclagem da matéria orgânica. De acordo com especialistas da área, alguns insetos fazem parte da compostagem, mas não vão morder ou transmitir doenças. Nem sairão da caixa, que é o ambiente ideal para eles. A seguir, duas formas de fazer
a compostagem: uma para quem vive em locais menores, outra para quem tem jardim externo. Seguindo os passos, é possível produzir adubo natural (húmus de minhoca) de excelente qualidade, rico em nutrientes para as plantas, jardins e hortas. Se você não tem tantas habilidades manuais, não se preocupe, há opções de compra no mercado. A Morada da Floresta, por exemplo, oferece composteiras domésticas em quatro cores com preços a partir de R$ 170.
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Para quem vive em apartamentos Materiais necessários: • Furadeira • Brocas em três tamanhos (fina, média e 5/8) • Torneira (5/8) • Caixa de madeira com três módulos e tampa (o volume vai depender da quantidade de lixo produzido) Como fazer: 1 Use a broca média para fazer furos embaixo das duas caixas superiores. Os furos devem estar equidistantes em média três dedos. Os orifícios vão permitir a travessia das minhocas e o escoamento do excesso de líquido. 2 Com a broca mais fina, abra pequenos orifícios ao redor da tampa, que irão garantir a oxigenação dos resíduos. 3 Com a broca maior, fure a caixa inferior, onde será encaixada a torneira. Essa caixa coleta o líquido que escorre dos resíduos orgânicos, também chamado de biofertilizante líquido. Depois de acoplar a torneira, por onde você poderá colher o fertilizante líquido, a parte estrutural da composteira está pronta. Materiais para a compostagem: • Serragem (de madeira sem tratamento), folhas, grama, palha secas • Terra preta • Minhocas
1 Nas duas caixas digestoras (a superior e a do meio), adicione 5cm de terra. 2 Coloque as minhocas até cobrir toda a superfície 3 Depois de pronta, a composteira deve ficar em local protegido do sol e da chuva. 4 Dispense o resíduo orgânico na caixa digestora de cima, sempre cobrindo-o com material vegetal seco, como a serragem. Assim que ela encher, coloque-a no meio do sistema, e passe a jogar os resíduos na outra caixa. Cada caixa é preenchida, em média, em um mês, quando já é possível retirar o húmus, que será usado nas plantas como adubo. O líquido que fica na caixa de baixo pode ser usado para borrifar e/ ou regar as plantas. Descarte apenas os resíduos recomendados abaixo: • frutas, legumes, verduras, grãos e sementes • s aquinhos de chá, erva de chimarrão, borra de café e de cevada (com filtro) • s obras de alimentos cozidos ou estragados (sem exageros) e cascas de ovos •p alhas, folhas secas, serragem, gravetos, palitos de fósforo e dentais, podas de jardim •p apel toalha, guardanapos de papel, papel de pão, papelão, embalagem de pizza e papel jornal
Para quem vive em casa com áreas externas Material • Caixote de madeira • Faca • Plástico grosso para forrar o fundo do caixote • Terra preta • Serragem • Minhocas 1 Forre o caixote com o plástico 2 Faça alguns furos no plástico com a faca, para que o fertilizante possa escorrer 3 Cubra o fundo do caixote com 5 cm de terra 4 Jogue as minhocas e a composteira está pronta
5 Sempre que dispensar o lixo, cubra-o com material vegetal seco, como a serragem. Acomode a composteira em local sombreado e protegido da chuva, e aguarde um mês para que o material se transforme em húmus. Para recolher o fertilizante, coloque uma bandeja ou um recipiente apropriado embaixo do caixote. 6 Para reiniciar o processo de compostagem, deixe cinco centímetros do húmus no fundo e recomece a descartar os resíduos. Isso vale para os dois sistemas.
Fonte: Morada da Floresta (http://www.moradadafloresta.org.br)
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consumir
O gado “verde”
Wilson Ferreira/IMA
Empresa promete produzir, a partir de fevereiro de 2013, “carne sustentável”. Além de orgânico, o produto é obtido através de rigorosos procedimentos que levam em conta cuidados com o meio ambiente e o lado social
A
pecuária é vista por muitos como vilã do meio ambiente, mas hoje já existem exemplos que mostram alternativas de produção de carne em que há preocupação com os animais, da criação ao abate, e com o meio ambiente. Um deles é a parceria firmada entre o grupo Korin, produtor de alimentos e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO). A partir de fevereiro de 2013, será oferecido no mercado um produto classificado pelos participantes do convênio de “carne sustentável do Pantanal”. O termo foi usado porque a parceria resultará em cuidados adicionais na produção de carne orgânica. Entre os cuidados no processo de produção, merecem
destaque uso mínimo de produtos químicos, ausência de ureia no sistema produtivo, a limitação do uso de vermífugo a apenas uma vez durante toda a vida do animal (e somente até os 12 meses) e a rastreabilidade. Nesta última, todos os passos da criação são documentados com o objetivo de garantir a origem geográfica do boi. Produtora de hortifrutigranjeiros, além da carne, a Korin segue, nos seus processos produtivos, alguns princípios que buscam o equilíbrio entre preservação e uso dos recursos naturais. A empresa estimula, por exemplo, o fortalecimento de unidades agrícolas familiares e trabalha em parceria com pequenos e médios produtores. Na produção de carne, ela
já tem experiência no chamado abate humanitário, que procurar amenizar o sofrimento dos animais através de um conjunto de procedimentos que evitam o estresse e a dor. Já a carne orgânica, que serviu de base para a Korin, é produzida por pecuaristas do Pantanal sulmatogrossense brasileiro e seu processamento envolve uma série de cuidados com o meio ambiente. As fazendas da associação se comprometem a obedecer integralmente a legislação ambiental do Brasil. Todas devem possuir as áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente intactas. Também é proibido o uso de agrotóxicos e deve ser garantida a conservação dos recursos hídricos.
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urbanizar
Nova visão
Concurso propôs encontrar soluções sustentáveis para grandes centros urbanos, tendo como objeto de estudo uma região industrial e carvoeira da Austrália
R
epensar, recriar, reativar. Foi com propostas assim que a competição internacional de design Transiting Cities - Low Carbon Futures (cidades em transição - futuro com menor emissão de carbono) mobilizou profissionais de todo o mundo para encontrar soluções sustentáveis para a cidade de Latrobe, cuja economia é baseada na exploração de minas de carvão. Segundo os organizadores, um dos principais objetivos é produzir estratégias para construir um ambiente urbano adaptável, que possa responder a mudanças e definir oportunidades de crescimento. Foram convocados designers internacionais e instituições acadêmicas de uma ampla gama de disciplinas, incluindo arquitetos, paisagistas, urbanistas, engenhei-
ros, pesquisadores, empresários, economistas, artistas e estudantes. Cada participante tinha que apresentar visões de design de como a cidade Latrobe, com sua indústria de mineração de carvão e aglomeração de municípios pode ser transformada e, a partir das suas características atuais, se preparar para o futuro. O teor do concurso, no entanto, previa que as soluções poderiam servir como referência para outros centros urbanos. O vencedor da categoria principal foi o projeto “Reassembling Flows” (reestruturando fluxos), da equipe americana Parallax Landscape. Segundo uma breve descrição do trabalho, as práticas atuais da área industrial de Latrobe, que inclui atividades mineração e pecuária leiteira, tem “enormes
custos ambientais”. O trabalho chama a atenção para o fato de que a extração de carvão, além das emissões de gases de efeito estufa, também representa uma grande fonte de poluição das águas subterrâneas e de superfície. Mesmo reconhecendo esses problemas, no entanto, o projeto não propõe uma ruptura do modelo econômico existente e sim uma mudança gradual ao longo do tempo. “A identidade de Latrobe, tanto a nível local quanto global, é tão profundamente enraizada em sua tradição mineira que negar sua importância no futuro, seria um ato que denotaria visão limitada”, afirma o projeto. A proposta do “Reassembling Flows”, é mudar o paradigma atual encontrando novos usos para as infra-estruturas já existentes e otimizando a utilização de recursos. Além disso, ele sugere a visão integrada de Latrobe e seu entorno. Enxergando processos industriais, sistemas ecológicos e os hábitos culturais da população como um sistema único, segundo o projeto, permite o melhor aproveitamento dos resíduos e sua transformação e recursos valiosos. Mais informações sobre o concurso podem ser obtidas no endereço www.transitingcities.com (conteúdo em inglês).
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educar
Consciência ambiental
Moradores de uma cidade americana desenvolveram projeto com o objetivo de preservar áreas verdes através da educação. A iniciativa já conseguiu “adotar” três parques
U
m grupo de moradores de um bairro da cidade americana de Milwaukee, a mais populosa do estado americano do Wisconsin, usou a educação como ferramenta para combater a criminalidade e a destruição do meio ambiente. Preocupados com a situação do Riverside Park, que durante anos havia sido ne-
gligenciado pelo poder público e estava tomado pelo lixo e pela criminalidade, eles resolveram agir para mudar a situação. Todos se uniram, promoveram a limpeza do parque e passaram a utilizá-lo como espaço para ensinar aos alunos do bairro conceitos sobre natureza e ciência. A ideia, que começou em 1991,
deu certo e o projeto foi crescendo. Em 2004, eles conseguiram criar um centro de educação comunitária no Riverside Park, com salas de aula projetadas especialmente para atender a programas escolares e servir como espaços para reuniões, palestras e atividades recreativas. O projeto, que ganhou o nome de Urban Ecology
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Center, desenvolve um modelo de educação cuja filosofia, baseada em pesquisas, diz que para que uma pessoa seja ambientalmente consciente ela precisa de duas coisas: o contato constante com a natureza, desde o início da vida, e um mentor, seja ele um pai, um professor ou um amigo, que passe a noção da importância do meio ambiente para a vida das pessoas. Para a formação desses cidadãos ambientalmente conscientes, é desenvolvida uma série de iniciativas com as escolas da região e a comunidade. Entre elas, está a utilização do parque como “laboratório ao ar livre” para crianças
das escolas do bairro. Ao invés de serem feitas apenas visitas esporádicas ao local, elas são programadas para acontecer o ano inteiro. Também são realizados acampamentos de verão para crianças e jovens, eventos noturnos e ações que aliam a educação com atividades como caminhadas, passeios de bicicleta e canoagem. Além disso, apesar do foco do projeto estar na educação ambiental da juventude a partir do contato com a natureza, o centro também desenvolve uma série de oficinas e eventos com o objetivo de partilhar os conhecimentos sobre ecologia com os adultos.
Atualmente, mais de 77 mil pessoas são atendidas pelo Urban Ecology Center. Segundo os organizadores, entre as metas estão ampliar esse número e restaurar e proteger todas as áreas verdes de Milwaukee. Para isso, as atividades do centro estão sendo levadas para outras áreas. Novas sedes do projeto foram criadas no Washington Park (zona oeste da cidade) e no Vale Menomonee (região sul).
Para saber mais sobre urbanecologycenter.org/
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{ 24 } renergy. ano 2 > # 12 > 2011
responsabilidade social
Reflorestamento recebe apoio da Alstom Foundation
A fundação selecionou seis projetos da América Latina para apoiar este ano. Um deles busca o reflorestamento da Mata Atlântica
© Andreygorlov | Dreamstime.com
renergy. ano 2 > # 12 > 2011 { 25 }
B
rasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru tiveram projetos selecionados para receber apoio da Alstom Foundation, que busca ajudar ações de ONGs que melhorem as condições de vida de comunidades de forma ambiental amigável e sustentável. O projeto de reflorestamento da mata atlântica nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo teve o apoio renovado pelo quarto ano consecutivo. O principal objetivo do projeto é restaurar 15 milhões de hectares de mata degradada até 2050. Isto representa 12% de reflorestamento da mata original, que somados aos 8% que restam hoje, resultarão em 20% de floresta. O processo de restauração florestal ocorre em dois locais: Fazenda Dourada, em Casimiro de Abreu, no Rio de Janeiro, e Centro Capelinha, no Parque Estadual do Rio Turvo, no sul de São Paulo. O projeto também recebe apoio para a criação de uma rede de viveiros que produzirá e trocará sementes e mudas em toda a região do Corredor Central de Biodiversidade, que vai do sul da Bahia ao Espírito Santo. O objetivo é criar corredores florestais que contribu-
am com a reconstrução de zonas ribeirinhas, em especial no eixo entre os Parques Nacionais do Monte Pascoal e Pau Brasil. Este ano, 16 dos 63 projetos enviados para receberem apoio foram selecionados pela diretoria da Alstom Foundation. Ao todo, 11 desses 16 projetos se encaixam na categoria “apoio social”, dois em “desenvolvimento econômico”, dois em “educação e conscientização ambiental” e um em “preservação da natureza”. A América Latina apresentou 29 dos 63 projetos propostos, enquanto 17 vieram da Ásia-Pacífico e 11, da África e Oriente Médio. Além da ação de reflorestamento, outros três projetos brasileiros já tiveram o apoio da Alstom. A Eco-Escola, desenvolvida em 2009 e 2010, busca transformar a Escola Estadual Deputado Augusto do Amaral, no bairro do Jaguaré, em São Paulo, em um modelo de escola sustentável, desenvolvendo tanto a parte pedagógica, quanto a estrutural. A escola atende cerca de mil estudantes entre 10 e 18 anos. Já o Sistema Alternativo de Tratamento de Esgoto, desenvolvido de 2009 a 2011, trabalhou a construção de sistemas adequados de tra-
tamento de esgoto utilizando tecnologia alternativa e de baixo custo. O foco foi promover o adequado tratamento de efluentes da rede de saneamento básico em pequenas comunidades carentes das cidades de Taubaté e Redenção da Serra, no estado de São Paulo. O projeto Catadores de Lixo Reciclável em Porto Velho também recebeu apoio da Alstom. Criado para organizar a coleta de lixo de Porto Velho, no estado de Rondônia, o projeto conta também com a implementação de um programa de conscientização em escolas perto de coletores na zona rural para otimizar a coleta seletiva. Criada em 2007, a Alstom Foundation apoia iniciativas globais e locais destinadas a comunidades que tenham como objetivo a preservação do meio ambiente. A fundação está ligada à empresa francesa Alstom, especialista em infraestrutura ferroviária e geração e transmissão de energia.
Serviço www.alstom.com/pt/brazil/
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consumo consciente
Para garantir o futuro
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Todo consumo causa impacto, seja positivo ou negativo. De acordo com projeções da ONU, sem medidas que mudem os conceitos atuais em relação às compras, o uso de recursos naturais do planeta pode ser triplicado até 2050
S
e você ainda não entende porque as pessoas levam as hoje tão comentadas ecobags (sacolas retornáveis) ao supermercado, precisa mudar rapidamente seus conceitos. A ideia de poupar o uso de sacolas plásticas é apenas uma das atitudes relacionadas com conceito de consumo consciente. Ele surgiu a partir da preocupação com o enorme uso dos recursos naturais por parte da humanidade, que ameaça a garantia futura de água, energia e alimentos e pode deixar nossa vida bem complicada a médio e longo prazo. Para se ter ideia, o consumo mundial de recursos naturais pode ser triplicado até 2050, a 140 bilhões de toneladas por ano, se não forem tomadas medidas drásticas para frear a superexploração. A advertência é da Organização Mundial das Nações Unidas (ONU). De acordo com a entidade, as reservas de certos recursos essenciais (em níveis suficientes para garantir, simultaneamente, preço acessí-
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vel e qualidade) como o petróleo, o ouro e o cobre já estão se esgotando. Diante desse cenário, o consumo consciente aparece como alternativa para que mudemos nossas escolhas na hora das compras. Todo consumo causa impacto (positivo ou negativo) na economia, nas relações sociais, na natureza e em você mesmo. Ao ter consciência disso no momento de escolher o que comprar, de qual fornecedor o produto será adquirido, qual a maneira de usar e como descartar quando ele não servir mais, o consumidor pode buscar maximizar os
impactos positivos e minimizar os negativos. O consumo consciente, em resumo, seria a busca do equilíbrio entre a satisfação e a sustentabilidade. Ele também procura disseminar o conceito de que pequenos gestos, quando realizados por um número muito grande de pessoas, promovem transformações significativas. Um exemplo é o incentivo do uso das ecobags. Uma atitude simples, mas que evita o desperdício de muitas sacolas plásticas. Conforme um estudo da Universidade Estadual da Paraíba, no Brasil são produzidas 210 mil toneladas anuais de
plástico filme. Esse material tem os aterros como principal destino e uma vez colocado no solo, dificulta a decomposição dos materiais biodegradáveis. Cada brasileiro utiliza, em média, 19 quilos de sacolas plásticas por ano. Elas representam cerca de 10% do lixo produzido no país.
Para saber mais sobre http://www.akatu.org.br
Participantes do Curso de Design em Permacultura, atividade incluída em Plano Ambiental realizado para Complexo Eólico em João Câmara/RN.
Execução de Planos Ambientais. EBRASIL Arquitetura e Meio Ambiente Rua Coronel Mozart Gondim, 1044 - São Gerardo 60.320-250 Fortaleza/CE (85)3281.1284 / 3223.1919 atendimento@ebrasil.arq.br ebrasil.arq.br
Arquitetura e Meio Ambiente
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cidade renovável QUALIDADE DE VIDA
Ex-vilã do meio ambiente
Paragominas foi, durante muitos anos, um município com altos índices de desmatamento. Mas se esforçou para mudar esse quadro e hoje tem mais de 66% do seu território com mata nativa
{ por Carlos Henrique Camelo
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Foto: João Pinheiro Neto
Viena
O
ano de 2008 representou um marco na história do município de Paragominas, situado no nordeste do Pará, a 300 quilômetros de Belém. Em fevereiro daquele ano o Ministério do Meio Ambiente divulgou uma lista com os nomes dos 36 municípios campeões em desmatamento do país e Paragominas estava lá. Até então, o município de cerca de 100 mil habitantes desmatava cerca de 30 mil hectares do bioma amazônico a cada ano e já tinha perdido cerca de 40% de sua área de floresta. Mas além de ter sido exposta como um dos grandes vilões da floresta, a ação do Governo Federal trouxe outras implicações para a cidade. A medida responsabilizava toda a cadeia produtiva destes municípios por desmatamento ilegais e disponibilizava para a sociedade a lista dos infratores, além de estabelecer restrições ao acesso a crédito para estes produtores irregulares. Com isso, produtores ficaram com a imagem abalada junto à sociedade e sem a possibilidade de recorrer aos bancos para tomar emprésti-
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cidade renovável QUALIDADE DE VIDA
mos em bancos públicos e privados. Foi neste ponto que o poder público e produtores do município se uniram para uma grande virada na história de Paragominas. O prefeito da cidade conseguiu a assinatura de 51 entidades locais para o Pacto pelo Desmatamento Zero, implantou a educação ambiental para 30 mil alunos das escolas, regularizou terras do município e fez parcerias importantes com o Imazon, instituição que monitora mensalmente o desmatamento no município, e com a organização não governamental The Nature Conservancy. O esforço de todos teve um resultado positivo e em 2010, Paragominas se tornou o primeiro município a deixar a lista dos desmatadores da floresta. Mas para que isso acontecesse, foi preciso cumprir a risca as três exigências do Ministério do Meio Ambiente: reduzir o desmatamento para menos de 40 quilômetros quadrados por ano, ter uma taxa média de desmatamento dos dois últimos anos
menor do que 60% do registrado entre 2005 e 2008 e fazer com que 80% de seu território tivesse o Cadastro Ambiental Rural (CAR) — um diagnóstico das propriedades, primeiro passo para a regularização ambiental. O resultado do trabalho também trouxe frutos importantes para a cidade. A taxa percentual do desmatamento em relação a área total do município foi reduzindo continuamente ao longo dos anos: 0,30% em 2008; 0,15% em 2009; 0,17% em 2010 e 0,032% em 2012. Hoje o município conta com 66,45% de todo seu território em floresta nativa consideradas como áreas protegidas e 11 hectares foram instituídos como Parque Ambiental Municipal de Paragominas, área verde com função ambiental e social. A boa imagem também atraiu novos investimentos para o município, que aumentou a sua arrecadação fiscal. Os produtores também acabaram sendo beneficiados
e atualmente a cidade tem um novo polo industrial à base de madeira certificada e está procurando investir em um projeto de “pecuária verde”. Por todos estes bons resultados, Paragominas virou uma referência em desenvolvimento sustentável na região da Amazônia. Tanto que a Imazon criou um guia para estimular os municípios na região a fazer a transição para um Município Verde, tendo Paragominas, como exemplo. Pelo menos outras 11 cidades paraenses já aderiram ao Programa Município Verde. É esperar, que assim como Paragominas, eles também mudem a sua história para melhor.
Para saber mais sobre http://bit.ly/a67bUB http://bit.ly/kU4Wkd http://bit.ly/tBftVk http://bit.ly/W9rxtW
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rg verde PERFIL
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Muito mais que uma economia verde Um dos nomes mais procurados quando o assunto é economia verde, o sociólogo e economista Ricardo Abramovay defende uma refundação do capitalismo, centrado na preocupação ética e não meramente nos lucros, como meio de preservar o planeta
N
ão foi à toa nem por acaso. O sociólogo e economista Ricardo Abramovay, autor do livro Muito Além da Economia Verde, lançado este ano, recebeu no fim de outubro o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade, na categoria Personalidade do Ano em Sustentabilidade. Professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP) e do Instituto de Relações Internacionais da USP, Ricardo Abramovay é referência quando o assunto é economia verde e sustentabilidade. Ele defende uma reformulação do capitalismo, que seria centrado na preocupação ética e não apenas nos lucros. Assim, o planeta seria preservado, mas também a dignidade e o bem estar das pessoas. Para Ricardo, no atual período de transição para uma economia de baixas emissões de carbono, os desafios para o planeta atingir a sustentabilidade passam por mudanças não só na forma de produ-
zir bens de consumo e serviço, mas também de repensar a ciência econômica. Para o sociólogo, reconhecer a importância das inovações tecnológicas embutidas na ideia de economia verde não significa dizer que essa economia verde ou um crescimento sustentável seriam capazes de resolver os problemas do século XXI. Ricardo acredita no conceito de economia verde, mas acha que a desconfiança entre os diferentes participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, em relação à efetividade dessa economia, tem fundamento. Para o especialista, essa incredulidade só será atenuada caso se consiga associar as inovações tecnológicas com o conceito de que elas devem ter limites éticos, além de ajudar na luta contra as desigualdades. Este é um dos pontos centrais de Muito Além da Economia Verde: combater a desigualdade social é vital na transição para uma nova economia. Em seu livro, o autor associa
índices tradicionais de medições econômicas como o Coeficiente Gini e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) a inovações como a Felicidade Interna Bruta (FIB). Assim, na sua análise, enquanto o IDH faz uso de dados relativos à expectativa de vida, à escolaridade e ao Produto Interno Bruto (PIB) e o coeficiente Gini é utilizado para calcular a desigualdade na distribuição de renda, a FIB propõe o crescimento humano e material simultâneos. “O vínculo entre expansão da produção de bens e serviços e a obtenção real de bem estar para as pessoas, as comunidades e seus territórios, a partir de certo patamar de abundância, é cada vez menos óbvio. Mesmo que a produção material tenha atingido uma escala impressionante, nunca houve tantas pessoas em situação de miséria extrema, ainda que proporcionalmente elas representem a menor parcela da população já registrada em qualquer momento da história moderna. E nos países mais ricos
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rg verde PERFIL
do planeta, acumulam-se os estudos mostrando que a elevação na disponibilidade de bens materiais e de renda nem de longe é proporcional ao sentimento de melhoria na qualidade de vida”, afirma, em um dos trechos do livro. Muito além da Economia Verde destaca ainda que a transição à qual se refere o livro se traduz no surgimento de novas formas de organização empresarial e em novas aspirações individuais, que começam a ter peso decisivo na gestão privada e na maneira como os indivíduos se relacionam com o mundo do consumo. “O ponto decisivo desta evolução é a crescente influência que sobre ela exercem não só as políticas públicas, mas, sobretudo, forças sociais diversas que interfe-
rem de forma cada vez mais explícita na definição dos sistemas administrativos das firmas e de suas cadeias de valor. E é isso que permite imprimir orientação estratégica a este processo evolutivo”. Por fim, outro trecho do livro ressalta que a extração global de recursos (levando-se em conta apenas o peso físico do que se retira diretamente da superfície terrestre para a construção civil, para a mineração com finalidades industriais, para o uso como combustíveis fósseis e, somando-se a estes três, a biomassa) aumentou oito vezes ao longo do século XX. “A própria gestão empresarial não pode mais contentar-se em medir sua eficiência pelos números dos balanços contábeis e, de forma crescente, começa a incor-
porar a seus parâmetros de avaliação os efeitos imediatos sobre a vida dos indivíduos, das famílias, dos territórios e dos ecossistemas. Isso vai além do que, até aqui, tem sido chamado de responsabilidade socioambiental corporativa e não se limita a minorar eventuais impactos negativos da existência da empresa, mas, ao contrário, coloca a atividade econômica como parte de um processo regenerativo do tecido social”.
Serviço Muito Além da Economia Verde Editora Planeta Sustentável, SP, 2012 Preço: R$ 35
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capa MICROGERAÇÃO
DE CLI ENTE
A FORNECEDOR Sistema de compensação de energia através de pequenos geradores residenciais ou comerciais começará a funcionar em 2013. A expectativa é de que a microgeração represente cerca de 8% da matriz brasileira, em duas décadas
Montagem em fotos Š Vaclav Volrab | Š Threeart | Dreamstime.com
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capa MICROGERAÇÃO
Q
ue tal deixar de ser apenas consumidor de energia e se tornar também um produtor? Pelo menos no que se refere à legislação, o Brasil deu um passo importante nessa direção. Em abril deste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou regras destinadas a reduzir barreiras para instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem a microgeração, com até 100 KW de potência, e a minigeração, de 100 KW a 1 MW. Por meio da Resolução nº 482/2012, a agência criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica. Este sistema, também conhecido pelo termo em inglês net metering, permite que um consumidor possa instalar, em sua residência ou em um estabelecimento comercial, geradores de baixa potência como painéis solares fotovoltaicos ou pequenas turbinas eólicas. A regra da Aneel é válida para equipamentos que usem energia hídrica, solar, biomassa ou eólica e de cogeração qualificada (geração de energia térmica e elétrica a partir da queima de gás, resíduos industriais ou biomassa). De acordo com a agência, a medida busca oferecer melhores condições para o desenvolvimento sustentável do setor elétrico brasileiro, a partir do aproveitamento adequado dos recursos naturais e utilização eficiente das redes elétricas. Além de incentivar a produção de energias renováveis, a nova regra traz benefícios para o bolso do consumidor, uma vez que a energia gerada por ele pode ser usada para abater o consumo de energia elétrica da sua unidade residencial ou comercial. Além disso, esse abatimento pode ser direcionado
para outras unidades (a geração da casa de praia compensa o consumo do apartamento na cidade, por exemplo) em um período de até três anos. Pela regra do sistema de compensação, quando a geração for maior que o consumo, é criado um saldo positivo de energia que pode ser abatido na fatura do mês seguinte do próprio imóvel ou no gasto de eletricidade de outro. Segundo a Aneel, para o consumidor usar esses créditos de uma unidade em outra, ambas precisam estar na mesma área de concessão e devem pertencer ao mesmo
A principal expectativa Magniam, accullab ipient in pre dolo voles vendaer spereperro idia quo mollo expliqui con pores volectores mintEque consid C. Hil tus, conos, quod se furnitam proprietário. Além de ampliar a produção e a oferta de energias renováveis, a criação do sistema de compensação irá proporcionar o desenvolvimento da indústria nacional, o surgimento de novos negócios e a geração de empregos em larga escala em atividades ligadas a esse setor. É o que defende o consultor da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) para a área de energia, Jurandir Picanço. “A participação percentual da micro e da minigeração de energia será, por vários anos, pouco expressiva
em termos de energia. Mas devido à natureza dos empreendimentos, terá um grande dinamismo, permitindo o desenvolvimento de uma vasta gama de novos negócios na sua cadeia produtiva”, diz. Mesmo acreditando que a microgeração ainda levará um tempo para ter impacto significativo na matriz energética brasileira, o consultor da Fiec acredita que, considerando o potencial de energia eólica e solar do Brasil, é possível visualizar uma transformação estrutural do setor elétrico nacional, no futuro. Atualmente,
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Energético Nacional, a produção de eletricidade a partir dessa fonte alcançou 2.705 GWh em 2011. Isso representou um aumento de 24,3% em relação ao ano anterior. Além disso, em 2011, a potência instalada para geração eólica no país aumentou 53,7%. De acordo com o Banco de Informações da Geração (BIG), da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o parque eólico nacional cresceu 498 MW, alcançando 1.426 MW ao final de 2011. Há expectativa de que a resolução 482 contribua ainda mais com
esse crescimento. Pesquisa realizada pela consultoria DNV Kema Energy & Sustainability revela que até 2030 a adesão à microgeração distribuída deve ser de cerca de 1,4 milhão de clientes, representando uma potência instalada de cerca de 17 GW a partir do uso das energias solar, eólica e à base de biomassa. Segundo o levantamento, encomendado pelo Instituto Abradee de Energia, até 2030 a microgeração deve representar 8% da matriz energética brasileira, além de atrair investimentos de R$ 48,9 bilhões. SXC.hu
a energia ofertada no país é predominantemente de origem hidráulica. De acordo com o Balanço Energético Nacional, feito pela Empresa de Pesquisa Energética (órgão vinculado ao Ministério das Minas e Energia), ela representou 81,9% da energia elétrica ofertada no país, no ano passado. Enquanto isso, a eólica respondeu por apenas 0,5%. Apesar da pouca expressividade da energia eólica na matriz brasileira, é preciso ressaltar que estes números vêm mudando rapidamente. Segundo o Balanço
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capa MICROGERAÇÃO
Produção em outros países Segundo o consultor da Fiec na área de energia, Jurandir Picanço, países como Japão, Reino Unido, Portugal, entre outros, já têm um mercado consolidado na microgeração. Nessas nações, de acordo com ele, o sistema de regulamentação é diferente do que está sendo implantado no país. Enquanto no modelo adotado pela resolução 482 o cliente que produzir mais energia que consumir fica com o crédito para ser
usado nos meses subsequentes, lá fora funciona um sistema de subsídio que premia consumidores que implantem seus sistemas próprios. “Na Alemanha, por exemplo, o cliente que tem um equipamento de microgeração recebe pela energia produzida uma tarifa maior do que a paga pela eletricidade consumida”, explica ele. No Brasil, segundo o consultor, uma das grandes vantagens
do modelo adotado está na ausência de cobrança de encargos e impostos na produção de energia a partir da micro ou minigeração. “Diante dos elevados encargos e impostos que oneram as tarifas de energia elétrica, a não incidência na microgeração permite a sua viabilidade, mesmo considerando o custo mais elevado do KWh dessa forma de energia, quando comparada com o dos empreendimentos de grande porte”.
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Microgeração só a partir do segundo trimestre de 2013 Apesar da resolução 482/2012 ter sido aprovada em abril, a sua implantação só se dará de fato a partir do segundo trimestre do próximo ano. De acordo com o assessor da Superintendência de Regulação dos Serviços de Distribuição da Aneel, Hugo Lamin, a resolução estabeleceu um prazo de 240 dias para que as empresas distribuidoras de energia elaborem ou revisem suas normas técnicas para adequarem os seus sistemas comerciais ao modelo de compensação de energia. “O objetivo do regulamento é que todas as distribuidoras estejam adequadas após 15/12/2012. Essa adequação inclui a publicação de normas técnicas e a mudança dos sistemas comerciais das distribuidoras”. Lamin ressalta que o fim do prazo da Aneel não significa o início imediato da operação do sistema. “Mesmo com a adequa-
ção das distribuidoras às regras comerciais, é necessário ter em mente que o efetivo faturamento das primeiras unidades consumidoras no sistema de compensa-
Mesmo com a adequação das distribuidoras às regras comerciais, é necessário ter em mente que o efetivo faturamento das primeiras unidades consumidoras no sistema de compensação de energia não é imediato ção de energia não é imediato”. De acordo com o assessor da Aneel, o prazo total, contando da solicitação do consumidor até a
aprovação do ponto de conexão pela distribuidora, deve ser de até 82 dias. Com relação aos custos, a resolução 482 estabelece que os clientes interessados ficarão responsáveis pelos gastos relativos à adequação do sistema de medição necessário para implantar a compensação. Já as distribuidoras serão responsáveis pela operação e manutenção, incluindo nestes custos possíveis demandas de substituição ou readequação. De acordo com a Aneel, a implantação do sistema de compensação trará benefícios não apenas para os clientes, mas também para as empresas distribuidoras. Entre as vantagens apontadas para estas últimas, estão a economia nos investimentos de transmissão, a redução das perdas nas redes e a melhoria da qualidade do serviço fornecimento de energia elétrica.
Números até 2030
1,4 milhão
é o número de pessoas que devem aderir à microgeração
17 GW
é a potência instalada a partir do uso de energia solar, eólica e à base de biomassa
R$ 48,9 bilhões
em investimentos devem ser atraidos pela microgeração
8%
é quanto a microgeração deverá representar da matriz energética brasileira
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capa MICROGERAÇÃO
Expectativa de demanda com o novo modelo No Ceará, a Fiec e o Instituto de Desenvolvimento Industrial (Indi) estão realizando ações para estimular os empresários a verem o setor de energias renováveis como uma alternativa para novos negócios. “Já foram realizadas duas edições do Fórum de Oportunidades de Energias Renováveis direcionado a este segmento. Podemos assegurar que muitas empresas estão se estruturando para entrar nessa nova atividade”, afirma Jurandir Picanço. De acordo com ele, o setor predominante na área de microgeração deve ser o solar fotovoltaico. “A indústria nacional, nesse segmento, ainda é incipiente, por causa da inexistência de mercado. O seu desenvolvimento deverá ser incentivado a partir da produção em larga escalar do silício para uso em células solares que, no Brasil, hoje, só é fabricado em
laboratórios de pesquisa”. A tecnologia, no entanto, não será o empecilho para a implantação dos projetos de microgeração. É o que garante o consultor técnico da empresa Satrix Energias Renováveis, Túlio França. Ele informa que a empresa cearense já está nesse mercado e instalou em Fortaleza e em cidades vizinhas mais de 40 geradores, que atualmente se encontram em operação. De acordo com Túlio, o preço para a implantação varia de acordo com a necessidade de cada residência ou estabelecimento comercial, mas o investimento se paga com a economia na conta de energia. “Cada residência tem necessidade de um modelo de gerador eólico ou da quantidade de placas fotovoltaicas, mas o que podemos dizer é que o retorno do gasto inicial é obtido em aproxi-
madamente seis anos”. Ele lembra que uma das principais vantagens do sistema é que após o custo com o equipamento, o consumidor produzirá sua própria energia sem gastos adicionais. Sem a microgeração de energia, recebendo toda a eletricidade da distribuidora, ele pagaria indefinidamente por toda a energia consumida. Outro benefício apontado pelo diretor da empresa é a existência de linhas de crédito para a compra de equipamentos de energia limpa e renovável. De acordo com Túlio, o Banco do Nordeste financia o aerogerador em até 240 meses. O equipamento também pode ser adquirido através do cartão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em até 48 meses. Também há linhas de crédito da Caixa Econômica Federal.
Conheça a lei Do que ela trata •E stabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuídas aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica. •M icrogeração = potência instalada menor ou igual a 100 KW •M inigeração = potência instalada maior que 100 kw e menor ou igual a 1 MW •S istema de compensação = sistema no qual a energia ativa gerada por unidade consumidora com microgeração distribuída
ou minigeração distribuída compense o consumo de energia elétrica ativa. Custos • Os clientes interessados são responsáveis pelos custos referentes à diferença entre o equipamento de medição do sistema de compensação e o do medidor convencional • Após a adequação do sistema de medição, a distribuidora será responsável pela sua operação e manutenção, incluindo os custos de eventual substituição ou adequação.
Fonte: Resolução Normativa Nº 482, de 17 de abril de 2012- Agência Nacional de Energia Elétrica- Aneel
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capa MICROGERAÇÃO
Passo a passo Etapas para a viabilização do acesso ao sistema de compensação Dados Necessários Distribuidora disponibiliza na internet a relação das informações necessárias para a solicitação de acesso e dados requeridos pela ANEEL para registro
Registro na Aneel Envio dos dados para registro da micro ou mini GD feito pela Distribuidora
O que é microgeração
Acesso Parecer de Acesso emitido pela distribuidora, sem ônus para o cliente Em caso de necessidade, a realização de estudos para integração da geração distribuída (micro ou minigeração) será feita pela distribuidora, sem ônus para o cliente
Prazos Emissão do parecer de acesso: 30 dias Vistoria após solicitação do consumidor: 30 dias Entrega do relatório de vistoria: 15 dias Aprovação do ponto de conexão: 7 dias Prazo total para efetivação da conexão: 82 dias
A microgeração é a produção de energia elétrica através de instalações de pequena escala usando fontes renováveis ou processos de conversão de elevada eficiência (microturbinas, micro-aerogeradores eólicos, células de combustível, painéis solares fotovoltaicos, caldeiras de biomassa, mini e micro-hídricas, co-geração). A instalação pode usar apenas uma dessas tecnologias ou combinar várias, de acordo com as características do local, o nível de investimento ou a eficiência que se pretende alcançar.
A maior edição já realizada do Wind Forum Brazil apresentará as estratégias implementadas para superar os desafios presentes na geração de energia eólica. Acompanhe as tendências do setor que se consolida como uma das principais fontes renováveis na matriz elétrica brasileira
An IQPC division
5o Fórum Nacional para a Geração de Energia Eólica 26 A 28 DE FE VEREIR O DE 2013 ■ ESTANPLAZA INTERNATIONAL ■ SÃO PAULO NOVIDADES NO WIND FORUM BRASIL 2013 Novo local: Estanplaza International Oportunidades inéditas de networking: Demo Drive e Tech Spotlights Palestra Interativa “Pensando Fora da Caixa” +40 palestrantes +11 painéis de debate Café da Manhã com grandes players do mercado eólico
INTERNATIONAL KEYNOTE SPEAKER Pedro Portella Dolabella Doutor – Engenheiro BAM FEDERAL INSTITUTE FOR MATERIALS RESEARCH AND TESTING
KEYNOTE SPEAKERS – ABORDAGENS INÉDITAS DE: Elbia Melo Presidente Executiva ABEEÓLICA
Clécio Antônio C. Eloy Diretor Executivo CASA DOS VENTOS ENERGIAS RENOVÁVEIS
Hermes Chipp Diretor Geral ONS - OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO
André Pepitone da Nóbrega Diretor ANEEL - AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA
João Ramis Presidente EÓLICA CERRO CHATO
Mathias Becker Diretor Presidente RENOVA ENERGIA
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especialista ENTREVISTA
ARMANDO ABREU
O futuro está no sol
Um dos pioneiros do setor eólico do Ceará, o empresário português Armando Abreu celebra 15 anos de atuação no mercado de energia do Estado e revela que sua nova aposta é a luz solar
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N
a década de 1990, quando pouco se falava em fontes alternativas de energia em um Brasil movido essencialmente por hidrelétricas, o empresário português Armando Abreu decidiu apostar nos potencial dos ventos do Ceará para a geração de eletricidade. Foi assim que nasceu a Braselco, empresa que começou suas atividades como braço comercial do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis (Ider), ONG criada para empreender esforços em prol do desenvolvimento e da expansão das fontes alternativas (solar e eólica, em especial) no Brasil. Completando 15 anos de atividades em 2012, a Braselco, atualmente, oferece soluções e equipamentos para geração de energia renovável e participou de projetos pioneiros no Estado, como o parque eólico do Mucuripe. A empresa atua em um mercado que, hoje, na avaliação de Armando, é uma amostra de que seu investimento, feito há uma década e meia, foi uma decisão acertada. “Tudo indicava que a aposta nestas formas de energia era apenas uma questão de tempo, exatamente como se passou em países da Europa e nos Estados Unidos”, afirma. Confiante na diversificação da matriz ener-
gética brasileira e no crescimento das fontes alternativas, ele revela que, para os próximos 15 anos, a meta da empresa é investir em opções como microgeração e energia solar. Sobre essa última fonte, aliás, ele revela ser uma de suas principais apostas. “Seja na
Já na década de 1990, as energias renováveis estavam se desenvolvendo e se expandindo em todo o mundo, e não poderia ser diferente no Brasil geração distribuída ou na microgeração, ela pode ser a próxima grande fronteira a ser explorada no Brasil”, garante. Renergy:: O que levou a Braselco a investir no setor de energias renováveis (diferentes da hidrelétrica) em 1997, quando pouco se falava no tema no Brasil e no Ceará? Armando Abreu:: A minha formação pessoal, e o fato de ver, já na década de 1990, que as energias renováveis estavam se desen-
volvendo e se expandindo em todo o mundo, e não poderia ser diferente no Brasil. O país tinha um grande potencial para entrar no grupo dos que dominam os setores eólico e solar. Tudo indicava que a aposta nestas formas de energia era apenas uma questão de tempo, exatamente como se passou em países da Europa e nos Estados Unidos. Acho que essa foi, acima de tudo, a principal motivação: o fato de acreditarmos piamente nestas formas de energia e no seu crescimento a curto, médio e longo prazo no Brasil. R:: Quais as principais dificuldades enfrentadas pela empresa nesse começo? AB:: Todo ser humano é resistente a mudanças. Sendo o Brasil, naquela época, um país essencialmente hídrico, com experiência e know-how adquiridos ao longo do tempo que o colocaram na vanguarda mundial na geração a partir de grandes hidrelétricas, aceitar que teríamos de partir para outras formas de energia como pequenas centrais hídricas, biomassa, eólica e solar, entre outras, foi e ainda continua a ser muito difícil. E as dificuldades principais estão sempre relacionadas com a cabeça das pessoas,
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especialista ENTREVISTA
ARMANDO ABREU
pois as questões técnicas rapidamente foram e são ultrapassadas. A realidade atual, inclusive, que mostra uma matriz mais diversificada e a energia eólica como uma fonte já consolidada, é uma demonstração disto. R:: A partir de quando o Brasil se tornou um bom ambiente para investir em energias renováveis, excluindo a hidreletricidade? AB:: Foi um trabalho árduo e difícil, que começou antes da Braselco e continuou por alguns anos. Na minha opinião, o grande momento inicial do setor se deu com a criação e o lançamento, em 2002, do Programa de Incentivo as Fontes de Energia Alternativas (Proinfa), do Governo Federal. O sucesso dele foi o principal marco. Ele sinalizou, para os players do setor, que o Brasil estava começando a acreditar nas fontes renováveis alternativas. O segundo grande momento foi o início dos leilões anuais de compra de energia alternativas, começando pelas pequenas centrais hídricas e de biomassa, em 2005, e as usinas eólicas a partir de 2009. A confirmação de que o Governo Federal passou a acreditar nas energias alternativas como uma excelente forma de energia complementar para a matriz energética brasileira foi o passo decisivo para o mercado. A situação atual, com a realização de sucessivos leilões de compra de energia a partir dessas fontes, é uma conseqüência natural do amadurecimento trazido por essa política governamental. R:: Como uma das empresas
pioneiras no setor, de que forma a Braselco avalia as políticas públicas (federal e estadual) de implantação das energias renováveis na matriz energética brasileira? AB:: Hoje, não tenho dúvida de que o Brasil seguiu e tem adotado políticas corretas. Embora tenha sido um dos críticos, no início, em relação à adoção da política de leilões, considerando o fato de que eles não deram certo em mais de 90% dos países onde foram realizados, tenho de concordar que esse expediente funcionou bem no Brasil. O mercado é uma amostra da correção dessas políticas. Não posso afirmar que
A energia solar, seja na geração distribuída ou na microgeração, pode ser a próxima grande fronteira a ser explorada no Brasil, em relação às fontes renováveis tudo está certo, mas, de forma geral, estamos no caminho correto. R:: A crise da Europa afeta o cenário de crescimento das energias renováveis no Brasil? De que forma? AB:: É óbvio que afeta, pois os principais investidores neste setor, no Brasil, são os mesmos a nível mundial e a crise da Europa limita a liquidez disponível destes grupos para aplicar recursos no Brasil. No entanto, há vários
grandes empreendedores brasileiros que hoje estão apostando decididamente neste setor, compensando essa menor participação dos grupos internacionais. R:: Após a consolidação da energia eólica, como a Braselco vê a energia solar, hoje e a médio prazo? AB:: A energia solar, seja na geração distribuída ou na microgeração, pode ser a próxima grande fronteira a ser explorada no Brasil, em relação às fontes renováveis. R:: Falando na microgeração de energia, ela deve começar a ser implantada no começo de 2013. Esse é um mercado no qual a Braselco também pretende investir? AB:: A Braselco já está investindo e pretende continuar apostando nesse mercado, embora pense que as distribuidoras vão fazer tudo para atrasar a implementação e a aplicação prática das leis já aprovadas. Penso que 2013 ainda vai ser um ano muito penoso para o setor de microgeração. R:: Como a empresa vê o mercado para os próximos 15 anos e quais devem ser os seus principais investimentos? AB:: Esperamos continuar apostando na formação e na melhoria contínua do nosso pessoal e dos processos da empresa para garantir mais qualidade nos serviços que oferecemos e prestamos. A Braselco quer ser reconhecida como uma das melhores e mais preparadas empresas do setor de geração de energia, no Brasil. Não buscaremos ser os maiores, mas sempre e isso sim, os melhores.
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mercado
Ambiente favorável
Em um ranking de atratividade de investimentos em energias renováveis, elaborado pela consultora Ernst Young, o Brasil ocupa a 10ª posição
SXC.hu
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D
e um total de 40 países, em todo o mundo, mais atraentes para investimentos em energias renováveis, o Brasil ocupa a 10ª posição. O ranking, que tem a China como primeira colocada, faz parte da última edição de 2012 do Índice de Atratividade dos Países em Energias Renováveis, publicado pela consultoria Ernst & Young. O relatório lista, a cada três meses, as 40 nações mais atraentes para investimentos em energia eólica, solar, geotérmica e de biomassa, além de analisar a infraestrutura disponível para as usinas. Analisando o contexto da América Latina, a consultoria destaca que, no Brasil, as energias renováveis são uma forma eficaz de impulsionar o crescimento econômico e reduzir as emissões de carbono e o país já identificou essa oportunidade. “A estratégia do Brasil pode ser considerada um modelo para outros países devido ao seu sucesso na iniciativa de diminuir as exigências para o financiamento público (através de subsídios) e atrair investimentos do setor privado” para o setor, afirma o estudo. A Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 são
apontados como dois fatores que têm impulsionado o país a investir bilhões de dólares em projetos de infraestrutura. Isso tem feito com que, dentro da América Latina, o país esteja tomando “um papel de liderança no potencial de implantação de redes inteligentes na região”. Um dos grandes desafios, no entanto, tem sido a integração dos novos parques, muitos deles construídos em regiões distantes dos centros de consumo, através de novas linhas de transmissão. De acordo com a Ernst Young, esse é um problema que atinge não só o Brasil mas a própria China, apontada no ranking como o país mais atraente para investimentos em renováveis. A consultoria ressalta que para que o uso de energias renováveis cresça a níveis suficientes para atender a demanda de eletricidade projetada para longo prazo, os investimentos em infraestrutura e conexão das redes precisam melhorar. “Mesmo nos locais onde a energia renovável tem se tornado competitiva, em termos de custos, a confiabilidade da estrutura e a integração das redes pode se tornar um grande obstáculo. Na China e no Brasil, projetos governamentais
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mercado
Ranking de atratividade para investimentos País
Todas as renováveis
Eólica Solar
Biomassa
Geotérmica Infraestrutura
69.6
76
64
59
50
72
65.6
68
61
68
58
73
Estados Unidos
64.5
62
70
61
67
59
Índia
63.5
63
66
60
44
63
França
55.8
58
53
57
34
56
Reino Unido
54.6
62
41
57
35
64
Canadá
53.6
63
40
50
36
66
Japão
52.6
50
60
42
49
58
Itália
52.4
53
53
49
57
44
Brasil
50.5
52
48
54
24
51
têm experimentado atrasos que, em alguns casos, deixam a capacidade eólica instalada sem conexão, causando gastos públicos adicionais e desperdício de potencial elétrico”, diz o relatório. Em relação aos biocombustíveis, a consultoria afirma que o mercado global “está em uma encruzilhada”. Nos Estados Unidos e Europa, isso acontece porque as políticas de apoio a essas fontes estão sob pressão, principalmente por causa da crise econômica. E no Brasil, segundo a Ernst Young, houve dois anos de diminuição de demanda e baixas margens de lucro. Outro desafio do setor, apontado no estudo, é encontrar alternativas para produzir em larga escala e conseguir reduzir os custos dessa produção. A perspectiva de longo prazo, no entanto, é boa, inclusive para o Brasil. “Acreditamos que o etanol brasileiro vai superar esse momento em 2013, com margens positivas para os produtores e maior demanda”, conclui o relatório. Entre os moti-
Marcello Casal Jr./ABr
China Alemanha
vos relacionados com essa mudança positiva estão melhores rendimentos de matéria-prima, redução de custos de logística e aumento da demanda pelo álcool anidro, que é misturado à gasolina. Atualmente, ele participa com 20% da mistura, mas há expectativa de que o percentual suba para 25% em 2013. Um detalhe que chama a atenção é que, mesmo com os problemas de infraestrutura, o Brasil, ao lado de Índia e China, se posiciona
ao lado de nações ricas e industrializadas, no ranking. Além disso, fica à frente de países como Austrália, Coréia do Sul, Portugal, Espanha, Suécia e Dinamarca.
Serviço A íntegra do estudo, publicado em inglês, está disponível no endereço http://bit.ly/Y9bi6W
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matriz energética
Aposta nos ventos O
Brasil é o país da América Latina que mais concentra novos investimentos em energia eólica. O montante chega a U$ 18 milhões, metade de tudo que é aplicado em novos negócios do setor na região. Até o ano passado, nossa capacidade instalada de produção de energia eólica era de 1,5 GW, mas estimativas apontam que até 2020 este número chegará a 15 GW. Com clima favorável e vasto território, o potencial eólico brasileiro é superior a 350 GW. No território brasileiro, o Nordeste é o que concentra o maior potencial eólico. Cerca de 78% dos projetos eólicos brasileiros estão na região, com destaque para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Mas Pernambuco não quer ficar de fora deste mercado tão promissor. E não quer ser apenas um produtor de energia eólica, a meta é mais ambiciosa. O governo pernambucano quer transformar o estado em um polo logístico para as empresas ligadas ao mercado de energia eólica. Para isso, eles têm trabalhado em várias frentes, que passam pela realização de obras de infraestrutura, incentivos fiscais e divulgação das vantagens e diferenciais competitivos do estado. Entres esses supostos benefícios, está a questão geográfica. O estado
WW Fotografias e Vídeo do NE Ltda.
Pernambuco está investindo para ser um polo de energia eólica do Brasil. As ações do estado incluem incentivos fiscais para empresas do setor e a entrada do Porto de Suape na Abeeólica
tem uma localização central em relação aos demais do Nordeste, além de possuir conexão por estrada para todas as principais áreas produtoras de energia eólica da região. Outro diferencial apontado é o Porto de Suape, que, segundo o Governo do Estado, é “o melhor porto público do país”. Sem entrar neste mérito, o certo é que Suape possui boas condições operacionais e de infraestrutura para abrigar grandes empresas. Os berços de atracação do porto são protegidos por arrecifes naturais, resultando em águas tranquilas, e
as condições climáticas são amenas, permitindo operações 24 horas por dia, durante o ano inteiro. Além disso, Suape dispõe de um sistema viário projetado para o transporte de peças de grandes dimensões, sem interferências urbanas e que dispensa licenças especiais no trajeto entre o porto e as fábricas instaladas no complexo. Ainda no campo da logística, o Governo destaca a ferrovia Transnordestina, obra do Governo Federal, que ligará Suape ao município de Eliseu Martins, no Piauí, e ao Porto de Pecém, no Ceará. Segundo o Estado, a conclusão
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da obra facilitará o transporte dos equipamentos produzidos em Suape para outras regiões. Em um documento produzido pelo Governo de Pernambuco para promover este polo logístico, também estão apontadas vantagens como um dos menores custos de mão-de- obra em relação aos concorrentes e o menor custo de terrenos para a instalação de indústrias entre os estados brasileiros. Vantagens estas que pesam na decisão dos empresários no processo de definição da instalação de qualquer indústria. Mas Pernambuco não quer ficar apenas apresentando as
vantagens já existentes no estado. O Governo está empenhado na formação deste polo do setor eólico e para isso está oferecendo incentivos fiscais que vão desde a redução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) a isenção do ICMS para empresas produtoras de aerogeradores, torres e pás eólicas. Além disso, durante o Brazil Wind Power, encontro realizado em agosto no Rio de Janeiro, Suape tornou-se, oficialmente, um membro da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). O pontapé inicial para a formação do polo produtivo já foi dado. Já estão instaladas, no porto, duas
empresas da cadeia de fornecedores para a indústria de energia eólica. A Impsa foi a primeira do setor a iniciar suas operações no complexo de Suape. Ela produz em média 500 turbinas eólicas por ano e gera 320 empregos diretos. A outra em operação é a Gestamp, que produz 500 torres por ano e gera 508 empregos diretos. Até o próximo ano, outras duas empresas do setor também iniciarão sua produção no complexo industrial. São elas a LM Wind Power, empresa produtora de pás eólicas e a Iraeta, que irá produzir anéis de aço, chamados de flanges, usados nas torres eólicas.
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alternativa
Energia solar mais acessível © Pedro Antonio Salaverría Calahorra | Dreamstime.com
Novo painel feito com materiais chamados “mais comuns”, como cobre e zinco, pode tornar a energia solar menos cara em um futuro próximo
C
ientistas norte-americanos avançaram nos estudos que podem resolver um dos maiores problemas quando o assunto é aproveitamento de luz solar como energia: o preço dos equipamentos. Eles desenvolveram uma nova tecnologia fotovoltaica que usa materiais baratos e disponíveis em grandes quantidades na Terra, como é o caso do zinco e do cobre. Atualmente, nos painéis solares, são utilizados elementos químicos raros como o Índio e o Gálio, muito escassos e que são, em sua maioria, importados da China. O país é responsável por mais de
90% da produção desses materiais, que são necessários, por exemplo, em baterias de carros híbridos e aparelhos eletrônicos. O estudo foi apresentado em agosto deste ano no 244º National Meeting & Exposition of the American Chemical Society, o encontro da maior sociedade científica do mundo. O físico Harry A. Atwater, do Califórnia Institute of Technology, e o químico James C. Stevens, do The Dow Chemical Company, principais responsáveis pela pesquisa, afirmam que os testes realizados com os novos equipamentos, elaborados a par-
tir de fosfato de zinco e óxido de cobre, quebraram recordes em termos índices de corrente elétrica e voltagem, o que comprovou o potencial desses materiais para o alcance de elevados níveis de eficiência. Stevens tem experiência com painéis construídos com materiais mais tradicionais e caros. Ele ajudou a desenvolver o Dow’s PowerHouse Solar Shingle (painel solar Dow´s PowerHouse), que começou a ser comercializado em outubro do ano passado. O equipamento pode ser instalado como um telhado, mas usa tecnologia fotovoltaica com
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disseleneto de cobre, índio e gálio, ainda pouco acessível por causa do custo alto. De acordo com os pesquisadores, as coberturas de telhado que geram eletricidade a partir do sol como o Dow’s PowerHouse Solar Shingle já são uma realidade no mercado de geração a partir de fontes renováveis. Mas o grande desafio é torná-las mais acessíveis ao público em geral com equipamentos mais baratos e com o mesmo nível de eficiência dos já existentes. Os pesquisadores estimam que, dentro de aproximadamente 20 anos, se os progressos continuarem, os novos painéis solares poderão se tornar uma realidade
no cotidiano dos usuários domésticos e produzir eletricidade a um custo semelhante ao dos métodos utilizados nas usinas de carvão - uma tecnologia antiga e barata, mas extremamente poluente. Vale ressaltar que a queda no preço dos equipamentos de energia solar está acontecendo, mas de forma relativamente lenta. Segundo o Renewable 2011 Global Status Report, da Rede de Políticas de Energias Renováveis para o Século 21 (REN 21), o preço da maioria dos módulos cristalinos caiu quase pela metade, passando de valores altos como US$ 3,5 por watt, em 2008, para US$ 2 por watt, em 2011. A
meta dos pesquisadores é acelerar mais esse processo. O potencial de geração é grande. Segundo o estudo dos norteamericanos, só os Estados Unidos têm quase 69 bilhões de metros quadrados de telhados residenciais apropriados para ser usados como geradores de eletricidade a partir do sol. Na pesquisa, Atwater e Stevens destacam ainda que a luz solar que bate nesses telhados pode gerar pelo menos 50% da eletricidade total do país. Dessa forma, uma tecnologia mais barata poderia contribuir muito para a economia mundial e para os esforços em busca de um consumo mais sustentável.
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personagem ENTREVISTA
OTÁVIO SILVEIRA
Futuro promissor Assim como fez com a energia hidrelétrica, o Brasil também conquistará a auto-suficiência tecnológica no setor eólico. É o que afirma Otávio Ferreira da Silveira, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica). Ele explica que hoje as empresas ainda precisam buscar parceiros estrangeiros para produzir os equipamentos, mas isso vai mudar. “No futuro, nós certamente teremos equipamentos nacionais, não tenho dúvida disso”. Como parte do esforço para desenvolver uma indústria nacional, Otávio destaca o início oficial, em 2013, da Rede Brasileira de Pesquisa em Energia Eólica (RBPEE).
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personagem ENTREVISTA
OTÁVIO SILVEIRA senso em torno do fato de que a energia eólica, já está consolidada e é economicamente viável no Brasil. Mas ela já está totalmente integrada à matriz energética do país ou ainda há o que melhorar nesse ponto? Otávio Silveira:: A energia eólica é plenamente viável e é, hoje, com base nos preços obtidos nos leilões do mercado regulado, a segunda energia mais barata do país. E isso foi obtido sem absolutamen-
início oficial de uma rede de pesquisas para desenvolver tecnologias e soluções locais para o setor eólico e esforços para garantir que as usinas previstas para entrar em operação atendam todos os requisitos de qualidade e eficiência previstos nos leilões de energia. Para Otávio Ferreira da Silveira, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), esses são alguns dos desafios da entidade para 2013. Segundo ele, um dos pontos mais importantes a destacar em relação à energia obtida da força dos ventos, no Brasil, é que ela é hoje a segunda fonte mais barata do país e conseguiu esse resultado sem subsídios. Otávio também lembra que, apesar da entrada recente na matriz energética e da necessidade ainda existente de recorrer a parceiros estrangeiros para obter equipamentos e tecnologias, o domínio nacional no setor eólico é apenas uma questão de tempo. “Foi assim com a energia hidrelétrica há 60 anos. Hoje, o país é plenamente auto-suficiente, em termos tecnológicos, nessa área. Também será na energia eólica”, assegura. Renergy:: Hoje há certo con-
dizado, isso é natural. A gente passou por uma primeira fase que foi conseguir mostrar competitividade e ganhar alguns leilões, depois houve a implantação dos primeiros projetos e agora vamos passar para a terceira fase que é o início da operação desses projetos. Cada uma dessas fases tem os seus desafios. Mas que a energia eólica está plenamente inserida, e de forma competitiva na matriz, disso nós não temos dúvida.
Nós temos alguns desafios específicos, em relação à energia eólica e a sua compatibilização com a rede de transmissão. Não estávamos acostumados a planejar um sistema de transmissão para receber e conviver com a energia eólica
te nenhum subsídio, nenhum incentivo, como foi feito no resto do mundo. A gente tem a energia eólica competindo com as demais fontes em igualdade de condições. Isso faz com que ela se credencie e assuma um papel muito importante na composição da matriz energética nacional. Além disso, a gente tem um imenso potencial a ser explorado. Dessa forma, ela está completamente inserida na matriz. Certamente, ainda existem desafios, porque estamos começando a operar os primeiros projetos que foram contratados nos leilões de 2009. Então, para que isso represente uma quantidade expressiva de energia sendo conduzida, sendo integrada ao sistema nacional, ainda vai levar algum tempo e demandar apren-
R:: Ainda nessa questão, como o senhor avalia a rede de distribuição do país? Ela integra bem todas as fontes que temos disponíveis? OS:: O Brasil tem uma rede de distribuição bastante robusta. Se a gente for fazer uma avaliação, a dimensão dessa rede, ela é quase equivalente à rede de distribuição de toda a Europa Ocidental. Nós temos alguns desafios específicos, em relação à energia eólica e a sua compatibilização com a rede de transmissão, que são advindos, eu diria, de um custo de aprendizado. Nós não estávamos acostumados a planejar um sistema de transmissão para receber e conviver com a energia eólica. Nós tínhamos, integrado ao planejamento, ou seja, sabia-se como
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fazer, o recebimento de novas hidrelétricas. Uma hidrelétrica tem duas características: ela demora muito tempo para ficar pronta, entre as fases de planejamento e implantação, e ela tem uma rigidez locacional, ou seja, os recursos hidrelétricos ficam em um ponto específico. Então, a linha de transmissão precisa ir até lá. Só que pelo fato da hidrelétrica ter um longo tempo de planejamento e implantação, era fácil projetar a
com a rapidez de implantação das termelétricas. Entre as fases de projeto, licenças e implantação, uma usina eólica fica pronta com muito mais rapidez que uma hidrelétrica. Por isso, ela precisa de uma solução de integração mais rápida. Esse é o grande desafio. Como não estávamos habituados, no Brasil, com a implantação das eólicas, e como ninguém acreditava que essa fonte iria ganhar a competitividade que ganhou,
estrutura de transmissão acoplada à usina. Também já existem experiências no Brasil em que se associa à linha de transmissão a projetos térmicos, sejam eles a gás ou outra fonte. Isso porque essas térmicas podem ser implantadas em locais mais próximos de estruturas de transmissão. Mesmo que elas sejam rapidamente instaladas, ou seja, é muito ágil o processo de planejamento, licenciamento e construção de uma termelétrica, como eu posso levála até um ponto próximo do grid, da conexão com a rede, também é fácil integrar. O desafio com a eólica é que ela une a rigidez locacional da hidrelétrica - porque não tem jeito, o projeto precisa ser implantado onde tem vento e a rede de transmissão precisa ir até lá -
não adaptamos nosso modelo de transmissão. Por isso, aconteceram alguns problemas pontuais com a integração dos parques eólicos, que foram viabilizados nos leilões, à rede de distribuição. Mas certamente com o aprendizado que ocorreu nos leilões de 2009, 2010 e 2011, mais o fato de que a eólica mostrou sua plena viabilidade, do ponto de vista de preços de energia, temos certeza de que o Governo Federal e principalmente a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) já perceberam isso e estão adaptando o planejamento da transmissão para atender essa nova fonte, que já foi reconhecida pela própria EPE como muito importante para a construção da futura matriz de energia do país.
R:: No Brazil Wind Power, realizado no Rio de Janeiro em agosto último, tivemos oportunidade de ver muitos representantes do setor falando da energia solar como a próxima fronteira energética a ser explorada no país. Isso deve realmente acontecer em médio prazo? Vai ocorrer com a solar o mesmo fenômeno da eólica? OS:: Existe uma tendência para que isso venha a acontecer. Porque toda tecnologia começa com uma capacidade limitada de atender o mercado e vai, com o seu desenvolvimento, aumentando a competitividade. Então, é de se esperar que isso aconteça. Mas é possível que o prazo para que isso se torne realidade não seja tão curto quanto o da energia eólica. Um segundo ponto é que a solar precisa ser avaliada sob dois prismas, duas formas diferentes de agregála ao sistema nacional: a primeira é formada pelos sistemas que ficam próximos da carga, que é o que chamamos de microgeração. Os painéis nos tetos dos estádios que estão sendo construídos para a Copa do Mundo, por exemplo, ou nos tetos das casas e das indústrias. Esses sistemas irão produzir uma parte da energia que determinada unidade consome. Esse tipo de energia solar, hoje, já tem uma viabilidade que permite enxergá-lo como uma fonte, porque você a compara com a conta final de energia do usuário. Essa conta contempla um valor que inclui produção, transmissão e encargos e impostos. Quando é feita essa comparação, é muito mais fácil viabilizar. Outra forma de se analisar a energia solar é composta pelas plantas de gera-
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personagem ENTREVISTA
OTÁVIO SILVEIRA mentos e as empresas de engenharia, consultoria e logística. Nessas últimas, temos, por exemplo, associados nas áreas de transportes terrestres e guindastes. O Porto de Suape é um grande operador logístico. Entre os seus objetivos está o de melhorar a eficiência da cadeia eólica do Nordeste que é uma das principais do Brasil. Dessa forma, vemos sua entrada com bons olhos. É mais um membro que complementa a heterogeneidade de segmentos do setor eólico que temos na associação.
ção que são implantadas isoladas, fora das unidades consumidoras, com o objetivo de se integrar à rede, de forma similar aos parques eólicos. Essa segunda forma ainda vai demandar algum tempo para se viabilizar. Porque quando eu a comparo sob o ponto de vista de competitividade, eu só considero o preço da produção de energia. Eu não posso somar transmissão, encargos e impostos, porque o usuário final vai ter de pagar isso tudo. Dessa forma, considerando apenas o custo de produção, a competitividade cai bastante. Ainda existem alguns desafios, inclusive tecnológicos, de eficiência na produção de energia solar, para chegar a um patamar de preços necessário para viabilizá-la como uma fonte integrada ao sistema. R:: Então ela deve demorar mais que a eólica para se consolidar no país OS:: Deve demorar um pouco mais. O que, talvez, pode acelerar esse processo é a associação da solar com a eólica, no mesmo local, onde a primeira aproveita toda a estrutura de conexão que a última já viabilizou. R:: O porto de Suape, de Pernambuco, associou-se oficialmente à Abeeólica. Como a entidade vê a entrada de um porto como um dos membros? Com bons olhos. A Abeeólica é uma associação que representa todo o setor, é bastante eclética. Ela precisa representar toda a cadeia nacional. Desde o empreendedor, que desenvolve e opera os projetos, ao fabricante de equipamentos, passando pelo fabricante dos componentes desses equipa-
A crise européia, principalmente entre os anos 2009 e 2012, teve um aspecto benéfico para o desenvolvimento da energia eólica nacional
R:: Ainda falando do Nordeste, como o senhor avalia o Ceará dentro do contexto de desenvolvimento da energia eólica. Estamos no caminho certo? Há pontos que poderiam melhorar? OS:: É difícil para nós, como associação, fazer uma análise pontual de qualquer estado. Cada um tem plena consciência do seu potencial, da sua capacidade de atração de investimentos e tem de saber montar um plano adequado para explorar isso. O Ceará, certamente, tem um grande potencial. Lá atrás, antes dessa nova era eólica, ele largou na frente e, por alguns fatores que não conseguimos avaliar bem, ficou um pouco para trás. Mas vem recuperando terreno e tem um grande potencial, tanto em implantação quanto em projetos, para participar dos futuros leilões. R:: Falando agora da crise econômica na Europa, ela afetou, de alguma forma, o desenvolvimento das energias renováveis no Brasil? OS:: Eu diria que a crise européia,
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R:: O senhor falou do potencial do Ceará e sempre que se fala disso, é comum associar áreas com bons ventos ao litoral. No Brasil existem outras regiões que poderiam ser exploradas ou as litorâneas, são, realmente, as únicas com grande potencial? OS:: Não há duvida de que existem outras regiões. Se analisarmos a Bahia, estado que é um dos grandes produtores e detentor de
enorme potencial eólico do país, a exploração se dá expressivamente no interior. Quase nada é no litoral. No Rio Grande do Norte e no Ceará também existem projetos sendo implantados no interior.
Eu acredito na microgeração como algo que vai se desenvolver muito no país. O incentivo está dado, o caminho para se desenvolver está aberto e certamente isso vai acontecer © James Steidl | Dreamstime.com
principalmente entre os anos 2009 e 2012, teve um aspecto benéfico para o desenvolvimento da energia eólica nacional. Porque por mais que nós tivéssemos um grande potencial eólico a ser explorado, por maior que fosse o interesse do Governo em trazer a fonte para os leilões para que ela se tornasse competitiva e mesmo com tudo o que conseguimos fazer, se não houvesse diminuição da demanda, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, por novos projetos eólicos, dificilmente teríamos conseguido atrair a quantidade de fabricantes internacionais e de primeira linha que vieram se instalar no Brasil. Isso, sem dúvida, ajudou no aumento da competitividade da energia eólica no país. Sob esse aspecto, a crise foi benéfica. Por outro lado, isso não vai durar para sempre. Precisamos criar condições para tornar a nossa energia competitiva sem ficar dependendo eternamente de um mercado internacional deprimido. Mas o Brasil tem feito esse trabalho, hoje nós já temos uma boa quantidade de fabricantes instalados no país e isso certamente contribui para o aumento da competitividade da fonte.
R:: Agora sobre a energia solar, muitas empresas investem em energia eólica também têm projetos nessa primeira fonte. É possível que, no futuro, uma única associação englobe representantes das duas? OS:: É difícil dizer o que vai acontecer no futuro. Assim como as empresas investem em eólica e solar, elas também têm investimentos em biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e até em outras fontes, como térmicas a gás. E existem associações que representam essas opções de energia. Por outro lado, quando você segmenta demais e cria uma entidade para cada fonte, começa a ter pontos que são comuns a todas, e faz sentido que essas associações se unam em torno desses pontos. Se, no futuro, esses pontos em comum serão fortes o suficiente para fazer com que as associações se fundam, não podemos dizer agora. O que podemos afirmar é que a solar vai se desenvolver e a Abeeólica, por enquanto, a vê como uma complementação para a eólica, em locais que têm vento e sol. Vamos deixar o mercado se desenvolver que, naturalmente, essas perguntas serão esclarecidas. R:: Com relação à microgeração de energia, que segundo regulamentação a Anatel terá início autorizado a partir de 2013, já entrevistamos algumas pesso-
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personagem ENTREVISTA
OTÁVIO SILVEIRA
as sobre o tema e vimos certo ceticismo em relação à sua implantação no Brasil, pelo menos a curto e médio prazos. Qual a sua avaliação sobre isso? OS:: Eu acredito francamente na microgeração como algo que vai se desenvolver muito no país. Porque, como já falei, quando você compara o preço da energia, você considera a conta inteira, somando produção, transmissão, encargos e impostos. Fica muito mais fácil viabilizar uma produção de microgeração que outra para ser integrada à rede. Então, o incentivo está dado, o caminho para se desenvolver está aberto e certamente isso vai acontecer. Mas em termos de potencial, não devemos esperar que isso vá assumir um número muito significativo, em importância, na matriz. Porque por mais que a gente espalhe painéis solares e microgeradores eólicos pelo país, a capacidade de produção de cada uma dessas unidades é muito pequena e, quando somada, não vai ter um peso muito grande. Mas certamente é algo que contribui, principalmente para o estabelecimento de uma matriz mais equilibrada, que dependa cada vez menos de sistemas de transmissão robustos. R:: Em alguns países do mundo, os governos subsidiam os microgeradores para consumidores residenciais. Isso, no entanto, não acontece no Brasil. É uma questão de mentalidade ou porque o custo seria muito alto para o governo do país? OS:: O Brasil tem uma política de não criar subsídios para a energia por dois motivos básicos. Primeiro, porque ele não quer deixar que
Quando você cria subsídio, você cria contas futuras a serem pagas pelas gerações que vão nos suceder. O governo brasileiro tem a preocupação de não deixar isso acontecer, porque pode virar uma bola de neve
a geração futura tenha que pagar a conta da energia usada pela geração atual. Ou seja, quando você cria subsídio, você cria contas futuras a serem pagas pelas gerações que vão nos suceder. O governo brasileiro tem a preocupação de não deixar isso acontecer, porque pode virar uma bola de neve. O segundo ponto, talvez o mais importante, é que o Brasil, felizmente, é um país que ainda tem um grande potencial de energia a ser desenvolvido e implantado. Temos plena auto-suficiência em produção energética. Diferentemente da Europa, onde eles já exploraram quase todos os seus recursos energéticos. Lá, qualquer recurso adicional que possa se aproveitado, mesmo que mais caro, faz sentido quando você não tem mais de onde tirar energia. Na lógica deles, faz todo sentido. A lógica brasileira, considerando que ainda temos, por exemplo, um mundo de eólicas e hidrelétricas, a preços competitivos, para explorar e implantar e um grande potencial de gás, vindo do présal, é de que não precisamos nos preocupar com o incentivo a formas de energia mais caras, através de subsídios, porque temos plena condição de fazer isso de forma mais barata e que não traga custos extras para a sociedade. Essa é a principal diferença. R:: Apesar de todo esse potencial de energia eólica e solar do Brasil, as tecnologias que usamos nas usinas não são 100% nacionais. São equipamentos em boa parte importados ou usando recursos desenvolvidos fora do país. Como está essa questão? O Brasil, um dia, vai
ter tecnologias e equipamentos nacionais, mais adaptados à nossa realidade? OS::Como o mundo inteiro começou a desenvolver as tecnologias antes do Brasil, até por uma questão de necessidade, é natural que, no início, elas venham de fora. Foi assim com a energia hidrelétrica há 60 anos. Hoje, o país é plenamente auto-suficiente, em termos tecnológicos, nessa área. Com o tempo ele também será na energia eólica. A gente já tem o primeiro fabricante de turbinas eólicas 100% nacional, que é a Weg. Ela era produtora de motores e equipamentos elétricos e começou a fabricar as turbinas. No início, ela foi buscar parceria com uma empresa estrangeira, para trazer a tecnologia e internalizar. Mas no futuro, nós certamente teremos equipamentos nacionais, não tenho dúvida disso. É um processo de amadurecimento, de criação de um know-how nacional. E a Rede Brasileira de Pesquisa em Energia Eólica (RBPEE), que a Abeeólica tem desenvolvido e promovido, vai contribuir para isso, proporcionando um ambiente onde vai ser possível juntar quem sabe desenvolver tecnologia, de um lado, com quem precisa dessa tecnologia, do outro. Juntando essas duas pontas, a coisa vai acontecer de forma mais rápida. R:: Já é possível dizer quando essa rede de pesquisa começaria a atuar? OS:: A meta da Abeeólica é fazer o seu lançamento oficial no início de 2013. R:: O que podemos esperar, em termos de otimização do fun-
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No futuro, nós certamente teremos equipamentos nacionais. E a Rede Brasileira de Pesquisa em Energia Eólica (RBPEE), que a Abeeólica tem desenvolvido e promovido, vai contribuir para isso
cionamento das usinas, para o futuro próximo? OS:: Se fizermos uma análise de 2009 até hoje, houve um grande avanço. Nos leilões daquele ano, tínhamos equipamentos de, no máximo, 2 MW e aproximadamente 80 metros de altura. Hoje, já estamos falando de 120, 140 metros e que geram até 3,5 MW. O que percebemos é que esse modelo de competitividade através de leilões fez com que cada fabricante procurasse desenvolver e aperfeiçoar sua tecnologia de forma a extrair o máximo de energia para o vento brasileiro. Isso é muito positivo, porque não deixa de ser, já, o desenvolvimento de uma tecnologia nacional. Mesmo que ela venha de fora, é feita com foco nas características do vento do Brasil. Isso tem acontecido nos últimos anos e a tendência é que continue. Até porque a tecnologia não é algo que fica estacionado, está sempre passando por aperfeioçoamento. R:: Para finalizar, além da rede de pesquisa, quais as metas da Abeeólica para 2013? OS:: Ainda estamos discutindo isso com os associados, mas a grande meta, com certeza, é a consolidação da fonte como uma importante opção na matriz energética nacional. Nós iremos passar, agora, para a operação dos projetos que venceram os leilões e queremos assegurar que eles irão atender a todos os requisitos previstos. Esse, sem dúvida, é o grande desafio. Em paralelo, queremos continuar assegurando a competitividade da energia eólica nos leilões futuros. Acho que, em resumo, é o que temos como grande metas pela frente.
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cobertura Brazil Wind EVENTOS DOPower SETOR
Energia eólica consolidada
Um dos principais focos do evento foi em soluções e serviços para as usinas já instaladas. Uma prova do amadurecimento do setor eólico brasileiro
Imagens: Divulgação
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U
ma energia complementar já consolidada e viável economicamente na matriz brasileira. O desafio, agora, é trabalhar em questões como pesquisa, para desenvolver equipamentos adaptados para o Brasil, e manutenção das usinas já instaladas. Essas conclusões, em relação à energia eólica, foram um dos destaques do Brazil Wind Power 2012, realizado no Rio de Janeiro em agosto último. O encontro reuniu representantes de vários setores ligados a energias renováveis do Brasil e do mundo para expor produtos e tecnologias e realizar debates e palestras sobre o tema. Um dos pontos que mais chamaram a atenção, no evento, foi
o foco em questões mais ligadas à operação das usinas já instaladas. Em muitos estandes, empresas ofereciam soluções para manutenção dos equipamentos e dos parques eólicos. Para Lauro Fiúza, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), esse foi um dos indicativos do amadurecimento da fonte, no país. “Estamos vivendo um momento de consolidação que já aconteceu na Europa e agora chegou ao Brasil”, afirmou. Altino Ventura, secretário de Planejamento Estratégico do Ministério das Minas e Energia (MME), destacou a energia eólica como uma importante alternativa para ajudar o Governo Federal a cumprir sua meta de dobrar o
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cobertura
Divulgação
Tem dolorem ulles
sistema energético brasileiro nos próximos 15 anos. Segundo ele, por suas características, a fonte se oferece como uma opção com modicidade tarifária (hoje, já é a segunda geração mais barata do Brasil, perdendo apenas para hidrelétrica) e poucos danos ao meio ambiente. “No plano decenal do governo, a energia eólica vai superar a biomassa e se tornar a segunda fonte do país”, disse o representante do MME. Ainda no planejamento estratégico do Governo Federal, ele informou que um estudo será feito para avaliar o percentual mais adequado de participação da energia eólica na matriz brasileira. De acordo com Altino, o levantamento está previsto para começar em 2013 e deve durar um ano. Desafios Como outro reflexo do rápido amadurecimento da energia vinda dos ventos no Brasil, a presidente da Abeeólica, Élbia Melo, lembrou que, em apenas quatro anos, o número de fabricantes instalados no país mais que quintuplicou. Em 2008, eram apenas dois. Hoje, são onze. Na sua avaliação, o desafio, agora, é empreender esforços para resolver alguns problemas que o setor enfrenta. Um deles é a necessidade equipamentos desenvolvidos especificamente para a realidade nacional.
De acordo com Élbia, já existem grupos de estudo dedicados ao desenvolvimento de produtos direcionados para as particularidades dos ventos brasileiros, mas 63% deles não interagem com as empresas do setor eólico. Por isso, a Abeeólica está investindo na formação da Rede Brasileira de Pesquisa em Energia Eólica (RBPEE), cujo anúncio oficial deve ser feito no início de 2013 (veja entrevista com Otávio Silveira na página ??). A RBPEE, informou a presidente da Abeeólica, terá como bases de trabalho o governo, as empresas do setor e as instituições de pesquisa. Ela ressaltou que há muito a fazer. Um dos problemas enfrentados pelos fabricantes das turbinas, por exemplo, é o preço do aço. “As chapas custam 30% a mais no Brasil, em relação ao resto do mundo”, disse Élbia, acrescentando que também há falta de outros materiais, e eles poderiam ser desenvolvidos por pesquisadores brasileiros. Empresas mostram produtos e soluções Com aproximadamente 150 expositores, o Brazil Wind Power revelou que muitas empresas estão investindo na segunda fase da energia eólica do país: depois de vários parques instalados, é hora de apresentar serviços ligados à operação e à manutenção. A Transfortech, por
exemplo, levou uma adaptação de um serviço que fazia em geradores elétricos tradicionais para os aerogeradores: o flushing, um procedimento de limpeza e lubrificação periódico que precisa ser feito nos equipamentos. José Cardoso, diretor da empresa, lembra que houve uma demanda por flushing por parte de uma usina eólica em operação no Ceará e, com a experiência adquirida nos geradores tradicionais, foi possível fazer uma adaptação e realizar o atendimento. Agora, a expectativa é de que outros parques eólicos integrem o rol de clientes. “As usinas mais antigas em operação irão começar a ter necessidade de fazer o primeiro flushing”, explicou Cardoso. Também apostando no mercado de manutenção e operação dos parques, a Schneider apresentou o Scada, sistema que permite o controle e a supervisão de qualquer parque eólico do mundo a partir de uma única central. De acordo com Flávio de Sousa, gerente de compra estratégica para o segmento de energia eólica da empresa, a solução já é usada na Europa, na Austrália e nos Estados Unidos e serve tanto para usinas eólicas já em operação como para as que ainda estão sendo instaladas. Já a Semikron trouxe para a exposição a plataforma de Windeo.
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destaque
Nuvem
SUSTENTABILIDADE
Passageira?
Destaque no mercado mundial de combustíveis renováveis, o etanol brasileiro passa por uma crise de produção e de identidade, já que alguns defendem que ele não é tão sustentável assim. Com a abertura do mercado norteamericano, segundo especialistas, os números tendem a crescer e a crise deve acabar. Mas será mesmo que o futuro reserva bons frutos para o etanol?
{ por Yanna Guimarães
Elza Fiuza/ABr
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destaque SUSTENTABILIDADE
A
produção do biocombustível brasileiro é referência mundial. É o mais bem sucedido programa de substituição de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis do mundo, propaga o Governo Federal. Mas mesmo diante de tanto sucesso e de números que têm tudo para crescer, a produção do etanol vem enfrentando alguns percalços. Houve queda na produção do combustível no País nos últimos anos, mesmo com a abertura do mercado norte-americano em 2011. O setor passa por uma conjuntura difícil e há cada vez mais quem afirme que os biocombustíveis não são uma alternativa tão boa quanto se pensava como fonte de energia, em comparação com os combustíveis fósseis. Sendo assim, surge uma questão: o futuro do etanol é realmente promissor? De acordo com Luís Carlos Job, coordenador geral de Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), parte da situação de queda na produção nos dois últimos anos foi fruto da crise econômica de 2008 e 2009, que surtiu efeitos mais complicados agora.
“Os produtores ficaram com recursos limitados para aplicar as práticas agrícolas tradicionais e necessárias para uma boa produtividade”, explica. Os problemas climáticos foram o outro grande fator que causou queda forte na produtividade dos canaviais, conforme Job. “Em uma safra tivemos forte seca e, em outra, excesso de chuvas”. Mesmo assim, ele destaca, foram exportados 600 milhões de litros em 2011 e 1,2 bilhões de litros até setembro deste ano. A expectativa é que, com a abertura do mercado de etanol dos Estados Unidos, que ocorreu no fim do ano passado, essa produção possa atingir níveis bem mais altos nos próximos anos. “A abertura do mercado via queda das taxas e também pelo fim da política de subsídios por parte dos norte-americanos é o que o Brasil vem defendendo há mais de cinco anos”, ressalta Job. Ele explica que, em termos de produção, existe uma legislação nos EUA (ver quadro) que estabelece um teto para a produção de etanol de milho em 56,8 bilhões de litros. “A produção deles já está
quase atingindo esse limite. Aí é que entra a possibilidade de exportação por parte do Brasil. O nosso etanol de cana-de-açúcar é considerado um biocombustível avançado pelos norteamericanos por conta da eficiência energética e balanço de emissões de gases de efeito estufa”. O representante do Mapa aponta ainda que existe uma demanda definida pela legislação para ser atendida por biocombustíveis avançados que chegará a 19 bilhões de litros em 2020. Conforme previsões da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), o Brasil terá de manter 50% da sua produção para exportação nos próximos oito anos. “Para conseguir atender o potencial mercado norte-americano, o Brasil precisará aumentar a produção, tendo em mente sempre, a necessidade de atender à demanda doméstica que é crescente por causa da frota de veículos flex”, prevê Job. Mas a partir desse crescimento surge uma polêmica, defendida por cada vez mais pessoas: utilizar o que poderia ser alimento como combustível é realmente uma opção sustentável?
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Álcool de milho queima mais energia do que produz
Conforme o professor David Pimen-
tel, da Faculdade de Agricultura da Universidade de Cornell nos EUA, os combustíveis alternativos como o álcool derivado de milho, produzido nos Estados Unidos, queimam mais energia do que produzem. O estudo foi liderado por ele e feito por pesquisadores da Universidade de Cornell e da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Segundo a pesquisa, é preciso 29% mais energia fóssil para
transformar o milho em etanol que o volume de combustível produzido no processo. Para transformar soja em biodiesel é preciso queimar 27% mais energia fóssil. O mesmo ocorre com as fábricas de girassóis. O Brasil, para David Pimentel, apesar de usar a cana-de-açúcar, não está fora dos riscos e problemas causados na produção de etanol. Em artigo científico publicado a partir do estudo, ele afirma que
“os defensores dos biocombustíveis apontam para o Brasil e ressaltam que a eficiência energética é bem melhor no caso da produção do etanol a partir da cana-de-açúcar. No entanto, como o balanço energético do etanol é negativo, o Brasil subsidiou durante muito tempo essa atividade. Mais tarde, o governo brasileiro parou de subsidiar diretamente a produção de etanol e repassou o custo para o consumidor final na bomba dos postos de abastecimento. Esse subsídio foi estimado em 50% da produção de etanol. Isso para não mencionar a remoção de florestas nativas e as altas taxas de erosão dos solos”, conclui o professor. No entanto, o Governo Federal não acredita que a produção de etanol possa ameaçar outras culturas agrícolas do Brasil ou áreas com matas nativas. Mesmo assim, o coordenador geral de Açúcar e Álcool do Mapa destaca que, em 2009, foi criado o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar (ZAE Cana), como medida de precaução. “O intuito é garantir um crescimento equilibrado e sustentável da produção canavieira no Brasil”, explica. No projeto, são apresentadas regras para a expansão da produção de cana-de-açúcar, como exclusão de áreas com vegetação nativa e indicação de áreas com potencial agrícola sem irrigação plena. É mostrado também em que áreas se pode plantar cana-de-açúcar no País. Para a União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), que divulgou estudo sobre o assunto, o aumento da produção de etanol nos próximos anos será possível mesmo utilizando
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destaque SUSTENTABILIDADE apenas as áreas recomendadas pelo Governo Federal, ou seja, sem mata nativa. Essa área representa 7,5% do território nacional. De acordo com a Unica, atualmente, só 1% dessa área é utilizada para o plantio da cana-deaçúcar. “É natural que haja uma preocupação internacional a respeito da utilização de alimentos na produção de combustíveis”, destaca Job. No entanto, ele afirma que poucos conhecem bem a realidade agrícola e de disponibilidade de terra no Brasil. “Em outros países, esse conflito pode realmente ocorrer, mas não no Brasil. Os ganhos de produtividade no setor agrícola vêm permitindo um crescimento vertical da produção (ou
seja, produz-se cada vez mais em uma mesma área)”, aponta. O especialista afirma ainda que metade da área de produção de cana-de-açúcar no Brasil é destinada à produção de açúcar. Conforme o Governo Federal, não há dúvidas sobre a vantagem da utilização da cana-de-açúcar na produção do etanol, ao contrário do que acontece com o milho. O Mapa aponta que as principais vantagens estão ligadas à sustentabilidade da produção. O fato de o etanol usar matéria-prima que absorve carbono a cada ciclo produtivo faz com que se obtenham benefícios em termos de emissão de gases de efeito estufa. Outra vantagem, segundo o governo, diz respeito à geração de empregos: para produzir
um litro de etanol são empregadas mais pessoas do que na produção de um litro de gasolina. Além disso, Job defende que a produção de etanol pode ser feita por diversos países usando diferentes matérias-primas, proporcionando mais possibilidade de autonomia energética e diversidade de produtores. “No caso dos derivados de petróleo, a produção é extremamente concentrada no Oriente Médio, uma região de constantes conflitos. Claro que é preciso planejar bem e ter órgão de governo e cadeias produtivas para garantir que a produção de bicombustíveis seja realmente sustentável”, pondera.
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Foto: Petrobras
Marcello Casal Jr/ABr
Etanol na gasolina evitou emissão de milhões de toneladas de carbono
Atualmente, o Brasil exporta etanol para diversos países (mais de 30 diferentes destinos em 2011, por exemplo), mas grande parte do produto exportado ainda é utilizado para fins industriais e não como combustível. Por aqui, o primeiro carro movido a álcool foi lançado em 1979 pela Fiat. O compacto Fiat 147 chegou às concessionárias quatro meses após os 16 primeiros postos de combustível começarem a receber o álcool combustível. O veículo foi produzido na unidade da montadora em Betim entre 1979 e 1987. Ao todo, foram vendidas cerca de 120 mil unidades. A relação custo-benefício do então novo combustível foi bem aceita, já que o preço do álcool era 50% mais baixo que o da gasolina. Com um motor 1.3, o carro era mais potente e emitia menos poluentes. Foi nessa época que o Governo Federal lançou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), que tem como objetivo a substituição em larga escala dos derivados de petróleo como forma de escapar da importação e dos altos preços. Assim, de 1975 a 2000,
foram produzidos cerca de 5,6 milhões de veículos a álcool hidratado. Além dessa evolução, de acordo com dados do Governo Federal, o programa substituiu por uma fração de álcool anidro (entre 1,1% a 25%) um volume de gasolina pura consumida por uma frota superior a 10 milhões de veículos a gasolina. Por causa dessa ação, conforme os dados, foram evitadas emissões de 110 milhões de toneladas de carbono (contido no CO2), a importação de aproximadamente 550 milhões de barris de petróleo e ainda houve uma economia de divisas da ordem de 11,5 bilhões de dólares. Mais de 30 anos depois, o Proálcool passou por fases de declínio e reafirmação e hoje vive uma nova expansão dos canaviais. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a grande vantagem do etanol é que parte do CO2 emitido pelos veículos movidos a etanol é reabsorvido pelas plantações de cana-de-açúcar. Isso faz com que as emissões do CO2 sejam parcialmente compensadas. Os automóveis que
circulam no País usam dois tipos de etanol combustível: o hidratado, consumido em motores desenvolvidos para este fim, e o anidro, que é misturado à gasolina, sem prejuízo para os motores, em proporções variáveis. Desde julho de 2007, toda gasolina vendida no Brasil contém 25% de etanol combustível anidro. No ano passado, foram comercializados quase 11 bilhões de litros de etanol hidratado. O valor é quase dobro do registrado em 2006. O preço médio cobrado ao consumidor nos postos de combustíveis foi de R$ 1,99 em todo o País. O valor é R$ 0,36 a mais que o cobrado em 2006. Mesmo assim, as vendas da gasolina foram três vezes maiores que as do etanol. Foram vendidos 35,4 bilhões de litros de gasolina, contra 10,7 bilhões de litros de etanol. Em 2010, os valores ficaram quase empatados: cerca de 22 bilhões de litros para cada combustível. Já em 2008, o cenário favorecia o etanol, que vendeu quase um bilhão de litros a mais que a gasolina. A queda na compra do etanol está diretamente relacionada ao custo, já que ele só é competitivo quando seu preço fica abaixo de 70% do preço da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% do poder dos motores a gasolina. Entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque. A previsão dos especialistas é que o preço caia nos próximos anos, conforme passe a crise na produção. Aos consumidores, resta torcer que isso ocorra logo.
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destaque SUSTENTABILIDADE
Expectativa de aumento na produção de cana-de-açúcar Apesar da redução na produção nos
Marcello Casal Jr/ABr
dois últimos anos, a estimativa para a produção de cana-de-açúcar da safra 2012/2013 é de um aumento aproximado de 6,5%, com uma recuperação da produtividade média das lavouras de 4,3%, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Assim, deve passar de 560,3 milhões de toneladas na safra passada para 596,6 milhões toneladas na nova safra. A área de corte também apresenta uma pequena elevação, passando de 8.356,1 mil hectares para 8.527,8 mil hectares. Para a produção de açúcar, espera-se um aumento de cerca de 8,41%, passando de 35,97 milhões de toneladas para 38,99 milhões. A produção total de etanol deve crescer 22,76 bilhões de litros para 23,49 bilhões, representando um crescimento de 3,21%. A ênfase maior deve ficar com o etanol anidro, que se destina à mistura com a gasolina, com
um aumento de 6,85%. Para o etanol hidratado, utilizado nos veículos “flexfuel”, o aumento esperado é de 0,98%. O aumento para os produtores brasileiros deve ser ainda maior por causa da seca que atingiu as lavouras dos Estados Unidos este ano e pode resultar numa perda de 30% no milho e de 20% na soja - num total de mais de 100 milhões de toneladas. Para o assessor da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Mapa, Sávio Pereira, há uma quebra de safra muito grande nos Estados Unidos e isso beneficia a produção e a expansão da área agrícola no Brasil. “Os produtores brasileiros terão lucratividade garantida para a safra de 2013”, analisa ele, que visitou os Estados Unidos em setembro deste ano para avaliar os efeitos da estiagem nas lavouras do país. No entanto, até agora, mesmo com a abertura do mercado norteamericano, ainda não se pode ver um
benefício direto nas produções brasileiras. “Em termos de exportações, ainda não teve muito impacto, especialmente por causa das duas últimas safras, que foram problemáticas aqui no Brasil”, acrescenta Luís Carlos Job, coordenador geral de Açúcar e Álcool do Mapa. Ele destaca ainda o Prorenova, como um instrumento importante para auxiliar o setor na conjuntura atual, pois disponibiliza crédito em linhas competitivas. O programa apoia a renovação e implantação de novos canaviais e é financiado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). “Nesta safra 2012/13, esperamos a renovação e a expansão. No entanto, a recuperação ainda deve levar um pouco mais de tempo. Possivelmente, dentro de duas ou três safras, os canaviais poderão recuperar os níveis de produtividade de antes da crise”, prevê Job.
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Metas de consumo de biocombustível nos EUA Bilhões de litros
160
Convencional
140
Etanol de cana-de-açúcar
Avançado não celulósico
120
Avançado celulósico
100
Biodiesel
80 60 40 20 0
Biodiesel Avançado celulósico Avançado não celulósico Convencional
2006
2007 2008 2009 1,89
15,14
17,79
34,07
0,38 39,75
2010 2011 2,46 3,03 0,38 0,95 0,76 1,14 45,42 45,70
2012 3,79 1,89 1,89 49,97
2013 3,79 3,79 6,62 52,24
2014 2015 3,79 3,79 6,62 11,36 7,57 9,46 54,51 56,78
2016 3,79 16,09 11,36 56,78
2017 3,79 20,82 13,25 56,78
2018 3,79 26,50 15,14 56,78
2019 2020 3,79 3,79 32,18 39,75 17,03 17,03 56,78 56,78
2021 3,79 51,10 17,03 56,78
2022 3,79 60,57 18,93 56,78
Vantagens do Etanol de Cana-de-Açúcar Fonte
Matéria-prima
Cana-deAçúcar
Milho
Trigo
Beterraba
Balanço energético
9,3
1,4
2,0
2,0
Produtividade
7.000
3.800
2.500
5.500
Redução de GEE
61%-91%
0%-38%
16%-69%
52%
(Legislação da UL e EUA)
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3r’s
reduzir, reutilizar, reciclar
RESÍDUOS SÓLIDOS
Embalagens longa vida contra o calor Usar embalagens de leite longa vida, que iriam para o lixo depois de usadas, para aplacar o calor cearense. Essa é a proposta de alunos da Escola Estadual Dr. José Alves da Silveira, da cidade de Quixeramobim. A idéia dos estudantes foi aproveitar o alumínio existente nas caixas Tetra Pak para que ele fazer nas residências o mesmo que faz nessas embalagens, que é fazer o isolamento térmico. Com isso, cria-se uma solução eficiente e barata para tornar o ambiente das casas mais ameno.
REDUZIR Extremamente resistente à ação do tempo e com largo escopo de aplicações, que vão da construção civil à indústria automobilística, o alumínio é o elemento metálico mais abundante na crosta terrestre. Além disso, é um material tóxico e totalmente reciclável, o que garante uma extensa gama de opções para reuso, ao invés de ser descartado.
REUTILIZAR As embalagens de leite e suco, muito comuns e consumidas em larga escala, são feitas de plástico, papel e alumínio. Deste último material, a composição varia de 5% a 25%. No seu projeto, os alunos conseguiram comprovar que as mantas podem reduzir a temperatura no interior da casa em até 8°C.
RECICLAR Cada manta térmica tem 60 m² e faz com que as pessoas não gastem com ventiladores ou ar condicionado, economizando no consumo de energia. Através de gincanas, os alunos chegaram a coletar 30 mil caixas entre os moradores da cidade, evitando que elas fossem jogadas no lixo. A meta, agora, é fazer com que todas as residências de baixa renda de Quixeramobim sejam beneficiadas com o material.
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Como?
guia verde
ILUMINAÇÃO
Coleta seletiva em condomínio A redução da poluição ambiental pode começar com medidas simples, como a separação do lixo em casa. O brasileiro produz, diariamente, uma média de 1 kg de lixo, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. De acordo com a associação, o país produziu 60,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2010. Essa quantidade foi 6,8% mais alta que a registrada em 2009 e seis vezes maior que o crescimento populacional no mesmo período, que ficou em pouco mais de 1%. Grande parte deste lixo, que acaba lotando os lixões de nossas cidades, poderia ser reciclado. Esta simples ação traria ganhos significativos para o meio ambiente, como a diminuição da exploração dos recursos naturais, do consumo de energia e da poluição do solo, da água e do ar. Além disso, contribuir para a diminuição dos custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias e a redução dos gastos com a limpeza urbana.
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Uma prática importante neste processo é a coleta seletiva, que consiste em separar materiais recicláveis, como papéis, plásticos, vidros e metais, na fonte geradora para serem reciclados. Atentos a esta questão, muitos condomínios residenciais e comerciais tem buscado promover a coleta seletiva em suas unidades. A implantação desta modalidade de coleta exige planejamento, organização e um trabalho de conscientização.
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Dois pontos são fundamentais neste processo. O primeiro é o trabalho de sensibilização, que deve envolver os moradores, os funcionários do condomínio e as empregadas domésticas. É preciso envolver todo este público e para isso é preciso informálos sobre os benefícios da reciclagem, que materiais podem ser separados e de que forma. Neste trabalho podem ser utilizadas diversas ferramentas, como cartazes, folhetos, palestras, reuniões, entre outros.
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O segundo ponto fundamental é a definição do que será feito com o lixo que pode ir para a reciclagem. Que destino será dado para o material coletado e qual será a periodicidade desta destinação. Neste caso, existem algumas opções que podem ser adotadas. A primeira é a doação deste material para entidades, ONGs e cooperativas que trabalham com material reciclado. Algumas entidades se dispõem a ir buscar estes materiais.
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Outra opção é a venda para as empresas que compram material reciclado, o que pode acabar gerando uma renda, mesmo que pequena para o condomínio, que pode ser utilizada para pagar custos no processo de coleta seletiva. Algumas instituições também têm pontos de recebimento de materiais reciclados como a rede de supermercados Pão de Açúcar. No Ceará, a companhia de energia elétrica Coelce tem um projeto chamado Ecoelce, que recebe materiais reciclados e troca por descontos na conta de energia de pessoas físicas ou jurídica. O projeto dispõe de 64 pontos de coleta distribuídos em 27 municípios do estado, atendendo cerca de 90 comunidades.
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No processo de implantação da coleta seletiva no condomínio, também é preciso pensar no armazenamento do lixo. Não é necessariamente preciso comprar o conjunto de 4 lixeiras coloridas. Primeiro porque dificilmente haverá a mesma necessidade para cada grupo de material reciclável coletado, e depois porque os moradores dificilmente sobem e descem escadas ou pegam elevadores para levar o lixo. O ideal é que as lixeiras estejam em cada andar. Uma opção mais viável é a utilização de duas lixeiras, uma para o lixo comum e outra para os recicláveis.
Painel Energia Eólica
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Construção Civil Construçã Em abril de 2013, em Fortaleza - CE, será realizado o Painel Energia Eólica + Painel Construção Civil, seminários técnicos com o objetivo de apresentar soluções em composites, poliuretano e plásticos de engenharia
Construção Civil:
Energia Eólica:
• Exemplos de aplicações de peças em composites, poliuretano, e plásticos de engenharia
• Fabricação de pás eólicas
• Tecnologias para fabricação de peças
• Fabricação de equipamentos movidos a energia eólica
• Versatilidade destes materiais
• Versatilidade destes materiais
• Fabricação de peças utilizadas na geração de energia eólica
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(55 11) 2899-6377
tabatha@artsim.com.br
www.tecnologiademateriais.com.br
se ligue agenda { 82 } renergy. ano 2 > # 12 > 2011
DICAS DE LIVROS, SITES, FILMES E MUITO MAIS
Novidade
A empresa norte-americana Organic Transit, especializada em veículos ecológicos, lançou um modelo que pode funcionar como automóvel movido a energia solar ou bicicleta. Batizado de Elf, ele tem três rodas e foi projetado para ser ocupado por apenas uma pessoa e tem capacidade para levar até 350 kg de bagaem. Carregadas, suas baterias têm autonomia para quase 50 km sem que o condutor precise pedalar. O veículo tem preço sugerido de 4 mil dólares. Mais informações: www.organictransit.com.
Forum
A maior edição já feita. É a promessa do 5º Fórum Nacional para a Geração de Energia Eólica (Wind Forum Brazil 2013). Serão 11 painéis de debate e mais de 40 palestrantes de grande prestígio no setor. Segundo os organizadores, o objetivo é trazer ao público uma edição digna de uma fonte de energia que comemora 20 anos no Brasil e fazer com que cada participante saia do encontro com informações e ferramentas efetivas para garantir a maximização de resultados da sua empresa. O evento acontece de 26 a 28 Fevereiro de 2013 no Estanplaza International, em São Paulo. Mais informações no endereço www.windforumbrazil.com.
Evento
O SolarInvest tem como proposta central a discussão entre investidores e governos na elaboração e manutenção de políticas industriais e energéticas que estimulem o crescimento da energia solar no Brasil. Em suas quatro edições anteriores, o encontro foi marcado pelo alto nível de debates, presença maciça dos principais órgãos de fomento e regulação e os maiores investidores em equipamentos e geração de energia solar no país. O SolarInvest será realizado em 15 de abril de 2013, em São Paulo. Mais informações no endereço www.vxa.com.br.
Evento
O Quinto Encontro Nacional de Investidores em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH 2013) continua tem como principal objetivo reunir quem investe ou pretende investir nesse tipo de geração. Para a edição 2013, foi definido um conjunto de temas que evidenciam a situação atual do setor: perspectivas de alterações regulatórias, cenário de diminuição da demanda por novos empreendimentos, aumentos dos custos de investimentos, ambientais e operacionais e busca por mais eficiência operacional. A data de realização é 15 de abril de 2013 e o local é São Paulo. Mais informações no endereço www.vxa.com.br.
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Evento
Realizado no dia 2 de julho de 2013 em São Paulo, o Fórum Iluminar vai reunir os principais especialistas para apresentar novas tecnologias sustentáveis e energeticamente eficientes em iluminação e ar condicionado para redução do consumo de energia nas indústrias, edificações, empreendimentos, cidades e residências. Entre os principais assuntos estão novas tecnologias, certificações ambientais e eficiência energética para todas as áreas nas quais a iluminação e o ar condicionado estejam presentes. Mais informações no endereço www.vxa.com.br.
Evento
Comemorando bons resultados em 2012, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção anuncia a realização do 19º Salão Internacional da Construção, de 12 a 16 de Março de 2013 no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Com o perfil técnico dos visitantes, a Feicon Batimat é também ponto de encontro de profissionais capacitados e com poder de decisão de compra em suas empresas. O Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat é um evento simultâneo à 21ª edição do Salão Internacional da Construção, que reunirá os profissionais do mercado para promover debates sobre tendências, alternativas e soluções para os atuais desafios que o setor de construção enfrenta. Serão três dias de apresentações técnicas, palestras de mercado, painéis de debates e estudos de casos sobre assuntos relevantes.
Conferência
Após seis anos de sucesso nos Estados Unidos, chega ao Rio de Janeiro a Conferência Internacional Sustainable Brands, nos dias 8 e 9 de maio de 2013, no Hotel Windsor Atlântica. Referência nos Estados Unidos para as empresas comprometidas com a integração da sustentabilidade a uma nova cultura de negócios, o evento é resultado da parceria entre a Sustainable Life Media e a Report. A plataforma Sustainable Brands reúne 50 mil líderes empresariais internacionais engajados na integração da sustentabilidade ao negócio por meio do trabalho de suas marcas. Mais informações: www.sustainablebrands.com.
Evento
Entre 18 e 22 de março de 2013, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves (RS), será realizada a 11ª edição da Fimma Brasil, feira mundial da cadeia produtiva de madeira e móveis. Um dos destaques do evento é o Sistema Petfom, voltado para a indústria de colchões, que é composto por quatro diferentes produtos fabricados sem a aplicação de nenhum tipo de resina, sem a utilização de água no processo produtivo e a partir de PET reciclado (em substituição a lâminas de espuma e feltro). A produção de um colchão em tamanho casal pelo sistema consegue absorver cerca de 1.260 garrafas PET. Mais informações: www.fimma.com.br/pt.
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o último apaga a luz
Visite projetos dos artistas do Coletivo Base / Baião Ilustrado: www.baiaoilustrado.com.br
Atitudes Renováveis. Ilustração: Thyago Cabral
YES WE DO NOVA G114-2.0 MW > Sim, alcança a mais elevada eficiência & rentabilidade em lugares com vento fraco > Sim, oferece a menor densidade de energia do mercado > Sim, tem a confiança na tecnologia comprovada: plataforma Gamesa 2.0 MW > Sim, desenvolvemos tecnologia específica para diminuir o Custo da Energia (CoE)
SIM, OBTEMOS MAIS ENERGIA DOS LUGARES COM VENTOS FRACOS
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Energias alternativas Braselco: projetos eficientes, grandes parcerias e satisfação de todos os lados.
Para manter grandes resultados, a Braselco trabalha para criar e renovar parcerias que resultam em bons negócios para todos: clientes, sociedade e meio ambiente. É da satisfação de cada cliente que tiramos mais energia.
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