Renergy #13

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ISSN 2178-5732

13

ano 2 > # 13 > 2012 > www.renergybrasil.com.br

A energia do dragão

N E S TA E D I Ç ÃO : : : M a i o r p olu ido ra do mu n do, a C h i n a t a m b é m é a q ue m a i s i nve ste e m fo nte s l i mp a s d e e n e rg i a n a s s m a r t g r i d s

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índice Como navegar pelo conteúdo Localize os temas do seu interesse através dos ícones abaixo relacionados:

Eco A relação direta do homem com o meio ambiente

Energia Entrevistas, eficiência energética e energias alternativas e renováveis

Sustentável Ações que colaboram com o desenvolvimento sustentável

“entre vista

CHARLES TANG

O presidente da Câmara Brasil-China afirma que o Brasil tem potencial para ser um dos grandes parceiros mundiais dos chineses na área de energias renováveis

50


O economista Pavan Sukhdev defende a busca por uma economia sustentável como medida necessária para a sobrevivência dos mercados

28

Fossas verdes são alternativa para preservar os lençois freáticos 12 Edifícios de Londres terão jardins plantados nos terraços e nas paredes 16 Unesco nomeou 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água 18 Aquecimento global: medidas realistas e urgentes podem ser mais eficazes que metas de longo prazo 20

China investe pesado para substituir sua matriz energética, hoje fortemente baseada em carvão, por fontes limpas e renováveis

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Aparelho desenvolvido por empresa de Portugal promete economia de até 25% no consumo elétrico 58 Governo francês lança plano para poupar energia em estabelecimentos comerciais 60 Empresa biotecnologia e Embrapa querem o pinhão manso como fonte de energia para veículos e aviões 62 Construtora japonesa desenvolveu técnica de demolição que polui menos e ainda gera energia 64

Empresas e governos estudam as smart grids como alternativa para obter melhor rendimento dos sistemas elétricos e reduzir perdas Veja como dar o destino correto para o alumínio 76 Cuidados com os resíduos sólidos não orgânicos na tubulação de esgoto 78 Eventos, sites, campanhas ligados a energias renováveis e sustentabilidade 80 Baião Ilustrado inspira-se na seção “O Último Apaga a Luz” 82

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editorial

Mais fontes limpas Caminhando célere para se tornar a maior economia do planeta, a China baseou boa parte de seu impressionante crescimento na energia movida a carvão, uma fonte barata, mas que emite grande quantidade de partículas durante seu uso. Como resultado, o país enfrenta níveis alarmantes de poluição principalmente em seus grandes centros urbanos. Mas a boa notícia, que abordamos nesta edição, é que está investindo em fontes renováveis para limpar sua matriz energética. Como tudo o que refere à China, o esforço para aumentar a participação das fontes limpas é gigantesco. O país, hoje, já é o primeiro do mundo em capacidade instalada de energia eólica: são mais de 60 GW. Segundo o presidente da Câmara Brasil-China, Charles Tang, que entrevistamos nesta edição, o estímulo à energia fotovoltaica do governo chinês foi tão grande que hoje já existe um excesso de fábricas de painéis. As empresas buscam, agora, novas fronteiras para expandir sua produção e o mercado brasileiro é um focos dos asiáticos. Também abordamos outro tema de interesse para o mercado energético, não só do Brasil como de todo o mundo: o conceito de smart grids, que começa a ser estudado com mais atenção por governos e empresas. Elas permitem melhorar a eficiência energética, reduzindo perdas e racionalizando o uso – medidas cada vez mais importantes em um planeta que convive com o dilema de garantir o crescimento do consumo de eletricidade, para dar mais conforto aos seus habitantes, sem que isso represente um impacto ainda maior sobre o meio ambiente. Empresas brasileiras de distribuição de energia estão avaliando, através de projetos pilotos, experiências de smart grids. Redução de perdas, interação com os consumidores, modernização da infra-estrutura e prevenção contra panes estão entre os benefícios que as chamadas redes inteligentes podem trazer. Em 2013 e no próximo ano, muitas já devem começar a apresentar os primeiros resultados. São dados importantes a serem acompanhados. A rede elétrica do Brasil, frequentemente posta em cheque por causa dos riscos de apagões, precisa de modernização. E as smart grids podem ser uma boa oportunidade para isso.

A China hoje, já é o primeiro do mundo em capacidade instalada de energia eólica: são mais de 60 GW

expediente DIREÇÃO GERAL

Joana Ferreira

joana@renergybrasil.com.br EDIÇÃO

Silvio Mauro Monteiro

editor@renergybrasil.com.br REDAÇÃO

Silvio Mauro Monteiro

redacao@renergybrasil.com.br PROJETO GRÁFICO

Gil Dicelli

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Gerardo Júnior gerardo.junior@gmail.com REVISÃO

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CONSULTA TÉCNICA

Gustavo Rodrigues Ivonice Campos

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO

Thyago/Assis/Wendel/Sandes e Julião baião Ilustrado (ilustração)

DEPARTAMENTO COMERCIAL Meiry Benevides (85) 3033 4456 comercial@renergybrasil.com.br MARKETING E ESTRATÉGIA Felipe Oliveira midiasocial@renergybrasil.com.br IMPRESSÃO Gráfica Santa Marta TIRAGEM 10 mil exemplares RENERGY BRASIL EDITORA Ltda. Av. Senador Virgílio Távora, 1701 sala 808 - Aldeota CEP 60170-251 Fortaleza CE Brasil www.renergybrasil.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL

Silvio Mauro Monteiro Mtb 01448JP

CAPA Agência Gás www.sooma.ag Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem a prévia autorização.


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educar

Brincadeira sĂŠria

Jogo desenvolvido para ambiente corporativo tem como meta promover a reflexĂŁo sobre os impactos ambientais das atividades das empresas sobre o seu entorno e a necessidade de preservar o meio ambiente nas cidades


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A

Fundação Espaço Eco (FEE), mantida pela indústria química alemã Basf, criou um jogo de educação corporativa que tem o objetivo de fazer com que cada participante entenda, de forma prática, conceitos como sustentabilidade e ecoeficiência. Batizada de “Cidades Sustentáveis - O Jogo da Socioecoeficiência”, a ferramenta é composta por um tabuleiro para até seis pessoas e propõe que o grupo cumpra a missão de recuperar cidades abandonadas para que elas se tornem novamente habitáveis, seguindo um modelo ecoeficiente. Para isso, são apresentadas algumas dificuldades aos jogadores, que precisam fazer escolhas baseadas em sustentabilidade. De acordo com a fundação, o principal objetivo do jogo é apresentar o conceito de ecoeficiência (cujo fundamento é uma produção mais limpa obtida através otimização de processos, melhor utilização de matéria-prima e menor geração de resíduos) para diversos públicos, principalmente o corporativo. Além disso, a ferramenta pretende ajudar as empresas a aprimorar seus modelos de gestão. “Queremos que os participantes reflitam sobre seu cotidiano e como suas decisões podem

ser mais conscientes. Isso pode ser aplicado tanto no ambiente de negócio como no dia-a-dia, por meio da busca por produtos mais sustentáveis, por exemplo”, explica Fernando Feitoza, gerente de Educação para a Sustentabilidade da FEE. O jogo, que tem seis etapas, começa com uma carta convocatória para formar a equipe que trabalhará para recuperar a cidade escolhida. Em seguida, um vídeo apresenta o desafio da missão. Um facilitador conduz a competição explicando as tarefas a serem cumpridas para recuperar a cidade de maneira sustentável. Na quinta etapa, as decisões são analisadas e resultam em índices ecoeficiência. Quanto maior for esse índice, maior também será a longevidade da cidade. Para saber se as metas estipuladas no jogo foram atingidas, a sustentabilidade é analisada com parâmetros baseados no Seebalance, um método desenvolvido pela Basf. Ele considera a sustentabilidade como um conceito que envolve meio ambiente, economia e sociedade e permite a avaliação não só do impacto ambiental e dos custos do processo produtivo, mas também dos impactos na sociedade.

A FEE informa que a ferramenta está disponível para aplicação no mercado brasileiro. O jogo tem duração média de duas horas e, além de um tabuleiro, é composto por dados, cartas convocatórias em diversas cores, dossiês de cada cidade abandonada e folhetos que trazem informações para as tomadas de decisão pautadas em aspectos ambientais, sociais e econômicos. De acordo com a fundação, estima-se que hoje existam mais de seis mil cidades abandonadas em todo o mundo. Algumas delas fazem parte do jogo com plantas fictícias. Entre elas estão Hashima (Japão), Balestrino (Itália) e São João Marcos (Brasil). Para quem se interessou em levar o jogo para sua empresa, o preço, segundo a FEE, irá variar de acordo com o pedido, considerando fatores como total de unidades solicitadas e objetivos do seu uso dentro do ambiente corporativo. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail espacoeco@basf. com ou através do telefone (11) 2349-3003.

Para saber mais sobre www.espacoeco.org.br


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pesquisar

A ciĂŞncia imita a vida

Pesquisadores desenvolveram um processo que garante 55% a mais de brilho para os LEDs. A descoberta pode garantir lâmpadas que gastam ainda menos energia que as atuais


© Fernando Gregory | Dreamstime.com

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E

studando o mecanismo biológico que regula a luz intermitente dos vagalumes, pesquisadores da Bélgica, França e Canadá conseguiram desenvolver um tipo de LED uma vez e meia mais eficiente que o tradicional. Os cientistas identificaram particularidades na estrutura de emissão de luz do inseto, observaram que ele aumentava o brilho dessa luz e aplicaram o conhecimento ao design do LED para criar uma camada exterior que imita a forma da cobertura do abdômen do vagalume. De acordo com a equipe, essa camada exterior, que aumentou a emissão de luz em aproximadamente 55%, pode ser adaptada para projetos de diodo já existentes e ajudar na obtenção de equipamentos de iluminação que usam ainda menos energia que os LEDs comuns. Os vagalumes conseguem emitir luz através de uma reação química que ocorre em células especializadas chamadas fotócitos. Ela é refletida por meio de uma parte do exoesqueleto do inseto denominada cutícula. A luz viaja através da cutícula mais lentamente do que se desloca através do ar e, por causa dessa

diferença, parte da luminosidade é refletida de volta para a lanterna, diminuindo o brilho. A geometria da superfície da cutícula de alguns vaga-lumes, no entanto, ajuda a minimizar as reflexões internas, fazendo com que escape mais luz. Usando microscópios eletrônicos de varredura, os cientistas conseguiram descrever as estruturas complexas da cutícula e, a partir disso, mostrar como elas poderiam ser reproduzidas artificialmente para melhorar o desempenho das lâmpadas de LED. Annick Bay, uma das participantes do estudo, explica que as estruturas da cutícula são como o telhado de uma fábrica, com inclinações, e notaram que esse formato ajuda a liberação da luz. Ela lembra que no início do estudo, no entanto, a equipe achava que essa eficiência, percebida em uma estrutura microscópica, não iria ter o mesmo comportamento em escala maior. “Surpreendentemente, no final, constatamos que ela funcionava ainda melhor com medidas mais elevadas”. O princípio da pesquisa é simples: como os LEDs apresentam o mesmo problema de reflexão que os mecanismos dos vagalumes,

com parte da luminosidade refletida de volta, os pesquisadores pensaram em um revestimento imitando a estrutura da cutícula, para aumentar o brilho das lâmpadas. Annick afirma que o melhor da nova técnica é que ela é um processo fácil de implementar e não é preciso modificar o processo de fabricação dos LEDs já existentes. “Com apenas alguns passos adicionais nós podemos revestir um LED convencional”, diz. Os pesquisadores estimam que como as modificações têm implantação viável dentro dos padrões atuais de produção de LEDs, será possível aplicar as melhorias em poucos anos. As espécies de vagalumes que serviram de referência para o novo revestimento de LEDs são do gênero Photuris, que é comumente encontrado na América Latina e nos Estados Unidos. Annick Bay lembra que ela e seus colegas vão continuar a explorar a grande diversidade da natureza, em busca de novas fontes de conhecimento e inspiração. “Os vagalumes Photuris são emissores de luz muito eficazes, mas estou certa de que há outras espécies ainda melhores. Este trabalho não acabou aqui”.


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água

Simples e barato O canteiro bio-séptico por evapotranspiração, que também pode ser chamado de fossa verde, é uma alternativa para proteger os lençóis freáticos e gerar adubo para um pequeno jardim

Use composto e plante bananeiras e outras plantas que gostam de muita água.

Suspiro (2m acima do solo)

Material âncora (ex. busca de coco)

Piramide de tijolos furados

Material poroso (ex. entulho)

1m

Solo/composto

1,5 m

D

esde o dia em que teve oportunidade de conhecer, em uma aula da faculdade, os benefícios do canteiro bio-séptico por evapotranspiração, alternativa ambientalmente sustentável para as fossas tradicionais em regiões que não têm cobertura de esgoto, o biólogo Lucas Oliveira resolveu construir o sistema na sua casa. Segundo ele, uma das coisas que mais chamou a atenção foi a simplicidade do método, que além de não poluir o solo, ainda permite criar um pequeno jardim alimentado e irrigado pela água usada pelos moradores da residência. O professor que apresentou o projeto da fossa ecológica, Jeo-

A vala é escavada e impermeabilizada com alvenaria sobre um contra-piso de aproximadamente 5 cm.

vah Meireles, é o coordenador científico do projeto De Olho na Água (www.deolhonaagua.org. br), mantido pela ONG Fundação Brasil Cidadão. Além de implantar os canteiros bio-sépticos em comunidades do Ceará, a iniciativa tem um site com informações que incluem um passo-a-passo para quem quiser construir seu próprio sistema. “Eu fiz pelo site. Parecia simples e foi, mesmo. Levou uma semana para ficar pronta”, lembra Lucas. Maria Leinad, diretora executiva do projeto De olho na água, informa que a ação já construiu, com financiamento do Programa Petrobras Ambiental, construir

no Ceará 425 e 442 cisternas da captação de água pluvial – ela explica que as iniciativas são importantes para, ao mesmo tempo, evitar a poluição e o uso intensivo dos lençóis freáticos, principalmente considerando o histórico de escassez de água no estado. O projeto beneficiou três comunidades do entorno do município de Icapuí: as praias da Requenguela, que tem mangue com um ecossistema delicado que precisa da preservação da água doce, Barrinha, que possui um banco de algas marinhas, e Ponta Grossa, cujo lençol freático está quase esgotado. Para quem ainda tem dúvida dos benefícios de uma fossa ecológica em casa, Lucas informa que a sua, já em uso há cerca de três anos, nunca deu problema, não exala qualquer odor desagradável e serve para manter algumas plantas como bananeiras e helicônias – estas últimas, decorativas. “Tem de ser vegetais com grandes folhas, para facilitar a evaporação da água, e raízes pouco profundas”, explica o biólogo. Imagens: pode ser as ilustrações que mandei junto, dando destaque para as imagens da fossa em si, com os componentes, materiais e dimensões


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planejar

Plano de longo prazo

Apesar da pequena população, a cidade americana de Ann Arbor já definiu um planejamento sustentável que procura preparar o município até para a demanda de água em 2050

A

pequena Ann Arbor, cidade universitária com pouco mais 110 mil habitantes no estado de Michigan, nos Estados Unidos, decidiu dar sua contribuição para o meio ambiente e proteger o bem-estar dos seus cidadãos através de um planejamento sustentável. Para isso, foi elaborado um conjunto de metas a serem cumpridas no futuro próximo. Elas envolvem ações como reduzir, nas atividades dos órgãos municipais, em até 50% a emissão de gases causadores do efeito-estufa e fazer com que pelo menos 30% da energia usada por esses órgãos venha de fontes renováveis. Uma das medidas mais importantes foi estimular o uso da energia solar. Para isso, a administração da cidade se comprometeu com um processo de implementação da fonte renovável simplificando o acesso aos equipamentos, fazendo as mudanças necessárias na legislação municipal, integrando a geração fotovoltaica na infraestrutura já instalada e estimulando a criação de empregos e serviços ligados a energia solar. Um fórum de discussão composto por moradores, professores

da Universidade de Michigan e representantes de organizações comunitárias foi criado para discutir conceitos de sustentabilidade e destacar os esforços de passado, presente e futuro para garantir as metas. Os resultados das discussões servem como referências para o planejamento e as mudanças do espaço urbano. As reuniões são mensais. E contribuições também podem ser feitas por e-mail a qualquer momento. No plano habitacional, todas as novas unidades para as famílias de renda média ou baixa, seja para aquisição ou aluguel, devem ter equipamentos para garantir o uso eficiente de energia. Também foi estabelecido que as moradias já em uso deverão passar por reformas para garantir o mesmo benefício. E um programa de incentivo foi criado para o uso da energia solar no aquecimento de água. A meta é instalar cinco mil aquecedores nos telhados das residências até 2015. A qualidade de vida da população também recebeu atenção do plano de sustentabilidade. Entre as medidas previstas estão fornecer serviços que atendam as necessidades básicas dos mora-

dores mais pobres, oferecer oportunidades culturais, recreativas e educacionais para todos os membros da comunidade e desenvolver a economia local para criar empregos, reter e atrair talentos


e oferecer incentivos para quem investir na cidade. E apesar dos Estados Unidos serem conhecidos como o país dos automóveis, o plano de Ann Arbor propõe o incentivo a vias seguras, confor-

táveis ​​e eficientes para pedestres, ciclistas e usuários de transporte coletivo. Segundo o último levantamento realizado pela cidade, já foram contatados mais de 20 representantes de outras cidades em busca de idéias e soluções e 200 metas foram estabelecidas em quatro áreas de planejamento (clima e energia, comunidade, uso e ocupação de solo e gestão de recursos). Também foi criado um comitê de sustentabilidade com representantes nas áreas de energia, ambiental, e assessoria para parques. Para esse último tópico, inclusive, a cidade definiu muitas prioridades. Entre elas estão garantir recursos para a manutenção dos espaços verdes coletivos, assegurar a participação dos moradores no processo de tomadas de decisões em relação a parques e áreas de recreação (incluindo o planejamento, aquisição e desenvolvimento), fornecer um sistema eficiente de lazer público e acessível a todos e assegurar espaço adequado para esses locais, de acordo com a necessidade da população. Por fim, no campo de gestão

dos recursos hídricos, o plano propõe reduzir a demanda por meio do melhor aproveitamento da água, traçar uma estratégia para preparar a cidade para atender o consumo projetado até 2050 e melhorar a qualidade da água potável. E o rio Huron, classificado pelo grupo de sustentabilidade como o recurso natural mais importante do município, também ganhou uma série de medidas para garantir seu ecossistema. Entre as medidas estão o apoio e a melhoria das opções de lazer ligadas ao rio, o aproveitamento de outras alternativas para valorizá-lo, como restaurantes, equipamentos culturais e de geração de energia, proteger as áreas de várzea e os demais córregos que compõem sua bacia hidrográfica, minimizar o escoamento de águas pluviais, combater o assoreamento e identificar e proteger a mata nativa remanescente.

Para saber mais sobre www.a2gov.org/sustainability/


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plantar

Tetos verdes Iniciativa em Londres está avaliando os benefícios de jardins plantados no terraço de quatro edifícios comerciais. A experiência, se for bem sucedida, pode se estender para outros imóveis da área central da cidade

U

m projeto piloto de uso de telhados verdes está em andamento em Londres, capital da Inglaterra, para avaliar se eles podem reduzir as despesas de energia dos prédios onde estão instalados. Iniciado em dezembro último e com previsão de seis meses de duração, ele foi resultado de uma parceria entre o Greater London Authority, órgão administrativo do município, e da Inmidtown, associação que representa 570 empresas comerciais. Com um investimento de 35 mil libras, foi feito o plantio de frutas e legumes nos telhados de quatro prédios de escritórios. Foi utilizado um sistema modular de vegetação, em que as plantas estão envoltas em um recipiente de material reciclado. Esse sistema, segundo os responsáveis pelo projeto, protege as plantas e facilita a irrigação e o transporte. Os vegetais cultivados nos telhados serão usados nos refeitórios das empresas e todos os resíduos de alimentos irão virar adubo para uso nas hortas. Além disso, cada telhado terá colméias para ajudar a polinizar as plantas. A expectativa é obter uma economia entre três e 10% em custos

de aquecimento e ventilação. Se for bem sucedido, o modelo poderá ser estendido a centenas de outros blocos de escritórios na

capital inglesa. Segundo a Inmidtown, a implantação de telhados verdes em todos os edifícios dos seus associados poderia econo-


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mizar cerca de 160 milhões de libras em custos de energia, além de melhorar a qualidade do ar e da biodiversidade na área central de Londres. O apoio à iniciativa da Inmidtown faz parte de uma política da Greater London Authority, que está trabalhando para divulgar os benefícios dos telhados e paredes verdes em todos os bairros de Londres. Segundo o órgão, eles não são bons apenas para o meio ambiente. Também podem melhorar a qualidade de vida da população em uma cidade que continua crescendo e vendo sua densidade demográfi-

ca aumentar. Outro motivador para o incentivo aos telhados e paredes vivos é que eles podem ajudar a atingir a meta da prefeitura de aumentar a cobertura verde no centro de Londres em 5% até 2030. “Eles podem melhorar a capacidade de resistência de Londres aos impactos das mudanças climáticas através da redução da quantidade e da velocidade da água da chuva e ajudando a manter os edifícios e seu entorno mais frios durante os períodos de calor que estão cada vez mais freqüentes. E também oferecem espaços verdes ao ar livre, aumentando a beleza da

cidade”, explica o órgão. Para os cidadãos interessados em colocar telhados ou paredes verdes em seus imóveis, a Greater London Authority produziu um guia. Também foi elaborado um relatório com experiências já realizadas em alguns locais públicos, como estações de transportes coletivos e uma garagem. Por fim, quem se interessa mais pelo tema é direcionado para o site do The Green Roof Centre (www.thegreenroofcentre.co.uk) fundado pela Universidade de Sheffield. A entidade opera em todo o país divulgando os benefícios dos telhados verdes.

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cooperação pela água

Recurso vital S

egundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), um estudo publicado em 2010 na revista científica Nature chamou a atenção para a relação entre o uso não sustentável de rios e as conseqüências danosas para a humanidade. Uma das conclusões da pesquisa foi o fato de que os impactos de ações como barragens, poluição, resíduos agrícolas e introdução de espécies exóticas têm levado a uma situação em que cerca de 80% da população mundial vive em áreas próximas de cursos d´água fortemente ameaçados. Grande parte do mundo industrializado, de acordo com a agência da ONU, enfrenta uma queda enorme na biodiversidade por causa da diminuição da qualidade e da disponibilidade da água. Outra pesquisa realizada pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas e o Centro WorldFish (organização sem fins lucrativos de segurança alimentar) demonstrou como a pesca de água doce é importante para garantir a alimentação de dezenas de milhões de pessoas. Em algumas regiões, ela é fonte primária de proteínas e outros nutrientes essenciais para a população. No entanto, as alterações climáticas e outras intervenções estão gerando

© Lim Seng Kui | Dreamstime.com

Unesco nomeou 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água. De acordo com a agência, 145 países compartilham pelo menos uma bacia hidrográfica com outra nação


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rápidas mudanças ambientais nos sistemas de água doce do mundo, e elas estão afetando a produção de peixes de água doce. Esses alarmes silenciosos levaram a Unesco a eleger 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água. A agência enfatiza “a importância da cooperação para o manejo de recursos hídricos limitados em um mundo em que a demanda está em rápido crescimento”: 145 países do planeta compartilham uma grande bacia hidrográfica com pelo menos mais uma nação. Lançada oficialmente no dia 11 de fevereiro, a iniciativa tem como objetivo conscientizar a população mundial sobre os múltiplos aspectos envolvidos com a cooperação da água, como desenvolvimento sustentável e econômico, mudanças climáticas e segurança alimentar. A programação envolve várias atividades em todo o planeta. Estudantes de Fukushima, no Japão viajarão à França para encontrar colegas de escolas francesas e do Instituto para Educação sobre a Água, mantido pela Unesco na Holanda no Pavillon de l’eau (Pavilhão da Água), que a Prefeitura de Paris disponibilizou para a ocasião. Eles trocarão experiências relacionadas ao tema e prepararão uma declaração da juventude sobre a cooperação pela água para ser apresentada aos outros participantes.

Uma exposição chamada Água no Coração da Ciência também será inaugurada na ocasião. Preparada para a celebração da Unesco, ela foi uma produção conjunta do Institut de recherche pour le développement (IRD) da França e uma das unidades do Centre de Culture Scientifique et Technique. ela será exibida ao longo de 2013 na rede de estabelecimentos culturais da França em todo o mundo. Questões ligadas a cooperação também serão abordadas no Dia Mundial da Água, em 22 de março. Outros eventos que marcarão o Ano incluem a Semana Mundial da Água, em Estocolmo, na Suécia, de 1 a 6 de setembro, uma conferência sobre cooperação pela água em Dushanbe, Tajiquistão, também em setembro, e a Cúpula da Água, que ocorrerá em Budapeste, na Hungria, nos dias 10 e 11 de outubro. A Unesco também quer aproveitar o ano de celebrações para divulgar experiências positivas de cooperação. Entre elas estão programas como o Projeto de Compartilhamento de Benefícios Socioeconômicos da Iniciativa da Bacia do Nilo (Nile Basin Initiative’s Socio-Economic Benefits Sharing Project), o acordo entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai pela conservação e proteção ambiental do Aquífero Guarani, o programa de manejo da bacia

do rio Mekong, envolvendo China, Laos, Mianmar e Tailândia e o tratado entre a Moldávia e a Ucrânia para a conservação e o desenvolvimento sustentável da bacia do Dniester. Além do Ano Internacional de Cooperação, a Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu proclamar o período de 2005 a 2015 como a Década Internacional para Ação, “Água, fonte de vida”. Foi publicada uma resolução segundo a qual o objetivo principal da década deve ser um foco maior nas questões relacionadas à água em todos os níveis e na implementação de programas relacionados ao tema de para atingir as metas internacionais definidas na Agenda 21 (documento elaborado na Rio-92 que estabelece a importância de cada país no estudo de soluções para os problemas socioambientais), nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e no Plano de Implementação de Johannesburgo (elaborado a partir da Agenda 21 e dos acordos firmados pela Eco-92 para listar as novas prioridades do desenvolvimento sustentável).

Para saber mais sobre http://bit.ly/156byDA


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ações imediatas

A hora é agora

Montagem de Gerardo Júnior sobre imagens da internet

Estudo realizado por pesquisadores europeus mostra que medidas mais realistas e urgentes para reduzir a temperatura da Terra podem ser mais eficazes que metas mais ambiciosas

A

o invés de planos de longo prazo para redução de poluentes, o mundo deveria se esforçar para agir o quanto antes, mesmo com metas um pouco mais modestas. Segundo um estudo realizado por pesquisadores de oito instituições européias (sete inglesas e uma alemã), uma política de emissões que buscasse a redução da temperatura média em 2º C já seria suficiente para reduzir em até 65% os impactos da poluição no planeta até 2100. Além disso, os benefícios seriam estendidos por várias décadas. O estudo toma como uma das referências a expectativa corrente de que, se continuar o ritmo de expansão industrial e a emissões de poluentes, a temperatura média da Terra poderá subir até 4º C. Segundo o Banco Mundial, esse aumento traria ondas de calor extremas que poderiam fazer os níveis dos oceanos subirem o suficiente para inundar cidades em países como Vietnã e Bangladesh. Diante desse cenário, a pesquisa destaca que medidas mais urgentes que tivessem como meta evitar o acréscimo em 2º C já seriam bastante eficientes. “Os impactos evitados até 2100 são mais fortemente influenciados


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pela data e o nível dos picos de emissões do que pela taxa de declínio delas”, ressalta a pesquisa. Com as medidas para obter a redução de 2º C da temperatura média, efeitos adversos como a queda de produtividade na agricultura e o risco de enchentes dos rios poderiam ser reduzidos entre 40% e 65% até 2100. Além disso, o aumento do nível médio global do mar até aquele ano poderia ser reduzido a 30 cm (caso nada seja feito, de acordo com os cientistas, esse aumento poderá ser de até 55 cm). Nigel Arnell, diretor do Walker Institute for Climate

A íntegra do estudo, em inglês, está à venda no endereço http://bit.ly/StVl96

System Research, da University of Reading, e responsável pela pesquisa, explica que a meta mais urgente e menos ambiciosa iria trazer dar mais fôlego para o mundo se preparar. Segundo ele, a redução nas emissões de gases de efeito estufa não vai evitar os impactos da mudança no clima, mas daria tempo para projetar edifícios, sistemas de transporte

e uma agricultura mais resistentes às mudanças climáticas que estão por vir. A pesquisa européia é um reforço para a necessidade de definições mais urgentes em torno do Pacto Climático Global, acordo que reúne 190 países e prevê metas obrigatórias de redução de emissões para todos. Ele deve ser definido até 2015 para entrar em vigor em 2020. Uma das principais metas do pacto é evitar que a temperatura média do planeta suba em 2º C até 2100, mas muitos países ainda não definiram medidas concretas para contribuir para esse objetivo.


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financiamentos

CEF financia sustentabilidade Através de parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, instituição garantiu investimento de 100 milhões de dólares para o desenvolvimento de João Pessoa

A

Caixa Econômica Federal, através de uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), garantiu um investimento de 100 milhões de dólares para João Pessoa, capital da Paraíba, que com isso tornou-se oficialmente o primeiro município brasileiro beneficiado com o programa Iniciativa de Cidades Emergentes e Sustentáveis (ICES). Esse projeto, criado pelo BID para centros urbanos da América Latina, tem como um dos principais objetivos garantir um crescimento com base nos seguintes critérios: sustentabilidade ambiental e fiscal, desenvolvimento urbano integrado e administração eficiente . A compromisso entre as duas instituições integra um acordo de cooperação para a execução de programas e ações de desenvolvimento socioeconômico, firmado entre a Caixa e o BID durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, em junho de 2012. O convênio prevê ações como financiamento imobiliário, acesso a crédito e previdência complementar para o público de baixa renda, revitalização de centros

urbanos históricos e avaliação de riscos sócio-ambientais em temas como economia de baixo carbono, mudanças climáticas, saneamento, eficiência energética e mobilidade urbana. De acordo com o BID, o plano de ação será elaborado com base em três dimensões principais: ambiental e de mudança climática, urbana (que compreende desenvolvimento integrado, mobilidade, desenvolvimento econômico e social e segurança) e fiscal e governabilidade. A metodologia permitirá a priorização de temas críticos e o desenvolvimento de soluções com participação dos cidadãos, do governo e de especialistas em temas de interesse de toda a população. As metas da ICES são amplas e estão relacionadas com problemas recorrentes nas cidades sul-americanas. Envolvem temas como controle da poluição do ar e da água, gestão de resíduos sólidos, planejamento urbano, redução da desigualdade na distribuição dos serviços urbanos, eficiência dos sistemas de transportes coletivos, definição de prioridades para os investimentos públicos, controle de gastos e transparência.

Antes de João Pessoa, Goiânia, capital do estado de Goiás, havia sido escolhida para sediar um projeto piloto da Plataforma Cidades Emergentes e Sustentáveis (CES). Técnicos e gestores da prefeitura local trabalharam com especialistas do BID no levantamento de dados e na análise das demandas da cidade, em colaboração com representantes da sociedade civil, do terceiro setor, das universidades, da iniciativa privada e outros atores locais. A análise trouxe como resultado foi um plano de ações sustentáveis para a cidade. A ICES deve ser implementada em quatro cidades-piloto do Brasil até o fim de 2014. Os requisitos para a escolha dos municípios a serem escolhidos se baseiam em premissas de crescimento econômico, população entre 200 mil e dois milhões de habitantes, e capacidade institucional. Na América Latina, além de Goiânia também foram feitas análises em Trujillo (Peru), Porto da Espanha (Trinidad e Tobago), Santa Ana (El Salvador) e Montevidéu (Uruguai) e Goiânia (GO). A meta atual é de que 26 cidades da América Latina e Caribe sejam contempladas pela iniciativa até 2015.


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cidade renovável QUALIDADE DE VIDA

Exemplo para o

mundo O crescimento econômico na Ásia tem sido obtido, muitas vezes, à custa de danos ambientais. Um grande centro urbano da Malásia quer reescrever essa história e se tornar uma referência de equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade


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Imagens: Divulgação

Viena

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Malásia, conhecida como um dos tigres asiáticos, países daquele continente que têm apresentado altas taxas de crescimento econômico e de desenvolvimento, quer ser destaque mundial na área de sustentabilidade. Para isso, elegeu a região de Iskandar, localizada no extremo sul do país como exemplo de planejamento urbano feito com respeito ao meio ambiente. Posicionado na área de rotas mundiais de navegação e com muitos recursos naturais, o centro urbano tem pouco mais de 2.200 km² (três vezes a área de Singapura) e tem pouco mais de 1,3 milhão de habitantes. A economia é baseada principalmente em torno da exploração de petróleo e de indústrias de eletrônicos, logística, alimentação, turismo e petroquímica. Para 2020, a expectativa é de que a população mais que dobre, sem que isso afete a proteção ao meio ambiente da cidade que tem, dentro do seu território, três importantes áreas alagadas com delicados ecossistemas. Por isso, foram definidas algumas metas: redução


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cidade renovável QUALIDADE DE VIDA

do uso de petróleo e de carvão em favor de gás natural, biomassa, energia solar, aumento da eficiência energética, construção de edifícios que exigem baixo consumo de energia e recursos naturais e produzem pouca ou nenhuma quantidade de gases causadores de efeito estufa, um sistema de transporte que concilie veículos públicos e privados de forma otimizada e planejamento urbano incluindo áreas de uso misto residenciais ou comerciais projetadas para maximizar o acesso aos transportes coletivos. A cidade também pretende criar uma cultura de preservação ambiental na população. Entre as ações planejadas está ensinar, através da educação, as próximas gerações a crescerem como pessoas preocupadas em cuidar do planeta, aumentar a conscientização da comunidade e estimular práticas cotidianas ambientalmente responsáveis​​. Mais de 600 iniciativas estão sendo executadas na cidade e abrangem aspectos como planejamento ambiental, eficiência energética, uso do solo, habitação,

segurança, infraestrutura, educação, turismo, comunicações, projeto de estradas, transporte público, tratamento de resíduos sólidos e de águas pluviais e gestão da área litorânea. Como parte do esforço para engajar a população e as empresas em torno do objetivo de tornar a metrópole um exemplo de respeito ao meio ambiente, foi criado o Portal Sustentável Iskandar. Segundo os responsáveis pelo site, trata-se de uma plataforma para promover ações sustentáveis na comunidade. “Um esforço generalizado para obter de todos o olhar para a mesma imagem: “sustentabilidade”, diz o portal. No endereço virtual, que conta com o apoio do Iskandar Malaysia Development Authority, órgão do governo responsável pelo desenvolvimento da região, é possível encontrar eventos, fóruns, compartilhamento de documentos úteis e boletim informativo sobre sustentabilidade. Ele também ajudar a divulgar as ações de responsabilidade social das empresas. Outros detalhes merecem des-

taque. A transformação de Iskandar em uma metrópole “amiga” do meio ambiente vem desde 2006. Além disso, o governo da Malásia instituiu o Global Science and Innovation Advisory Council (GSIAC, Conselho Global de Assessoria em Ciência e Inovação), formado por especialistas nacionais e internacionais e que tem como principal objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável do país. O planejamento urbano da região de Iskandar faz parte do projeto “The Development of Low Carbon Scenarios for Asian Regions” (Desenvolvimento de Cenários de Baixo Carbono para Regiões da Ásia), que tem como meta ajudar o continente a reduzir em 50% o nível de emissões de gases causadores de efeito estufa por unidade de produção até 2025 (tendo 2005 como ano inicial de referência). Esse projeto pretende tornar a Ásia, hoje muito conhecida pelo problema da poluição em suas grandes metrópoles, como uma vitrine mundial de práticas ambientais.


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rg verde PERFIL


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O risco do não fazer O economista Pavan Sukhdev defende que a busca por uma economia sustentável, além de não comprometer os lucros das empresas, é uma medida cada vez mais necessária para garantir a própria sobrevivência dos mercados

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ma economia baseada na sustentabilidade e no uso racional dos recursos naturais tem potencial para alavancar o desenvolvimento e erradicar a pobreza em uma escala sem precedentes, com rapidez e eficácia. É o que defende o economista indiano Pavan Sukhdev. Ele é autor do relatório “Rumo a uma Economia Verde”, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e também foi responsável pelo estudo “A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade”, encomendado pelo G8 +5 (grupo formado por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos mais África do Sul, Brasil, China, Índia e México). Sukhdev faz um contraponto entre duas modalidades de economia: a “verde”, na qual há preocupação com meio ambiente e o bem-estar das pessoas, e a “marrom”, onde esses cuidados não são prioridade. E defende a transição, em todos os países, em direção à primeira alternativa. Para isso, sugere alguns parâmetros para avaliar o progresso das

mudanças. Entre os principais estão o acompanhamento dos níveis de emissão de CO2 e do número de pessoas sem acesso a energia, as oportunidades e o tamanho do mercado para as tecnologias limpas, a participação das energias renováveis na matriz e a taxa de reciclagem dos resíduos. Com mais de 600 páginas, o relatório analisa os impactos positivos da economia verde em vários setores. Na agricultura, por exemplo, ele aponta que a atividade é uma alternativa para reduzir a pobreza e criar empregos. Na parte dedicada à indústria, o estudo defende que o investimento em processos de produção mais sustentáveis pode, ao mesmo tempo, reduzir o impacto sobre o meio ambiente e aumentar a oferta de emprego sem comprometer o lucro. A análise, inclusive, destaca que se nada for feito, é possível que a renda de todos, empresas e governos, diminua. Em uma projeção para 2050, por exemplo, se não houver redução nos níveis de poluentes lançados no ar, os custos com saúde da população causados apenas


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rg verde

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por esse problema podem chegar a 3% do PIB mundial. Outro fator importante abordado pelo estudo do economista é o custo com a produção. “Os resultados das simulações indicam que o investimento em sustentabilidade por parte das indústrias ajuda a reduzir o consumo de energia, diminuindo a pressão sobre os preços dos combustíveis fósseis, que são importantes componentes dos custos de muitas empresas”, diz o documento. Além disso, o texto destaca que, assim como o petróleo, muitos outros recursos naturais do planeta são limitados. Sem o reaproveitamento e a diminuição do uso através de processos de produção mais modernos, a tendência é de que o preço deles suba à medida que forem escasseando. Sobre a redução da pobreza, Sukhdev acredita que a economia verde

é a única opção que pode resolver o problema. Ele cita casos em que soluções simples e de baixo custo podem ser adotadas. Um exemplo é o Banco Grameen, instituição de microcrédito que atua em Bangladesh. Ele criou uma linha de financiamento para mulheres em que elas adquirem painéis solares para obter energia em casa e podem vender o excedente de eletricidade para os vizinhos. Com a renda obtida, elas quitam a dívida. Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, o sistema gera renda e evita o uso de querosene como combustível para os geradores. No esforço conjunto em direção a uma economia verde global, o economista defende que os países têm papeis distintos, dependendo do seu nível de renda e desenvolvimento. Os mais pobres e emergentes, segundo

ele, precisam ter seu ritmo respeitado, considerando as limitações e os objetivos viáveis a serem alcançados. Já as nações mais desenvolvidas têm um papel fundamental a desempenhar na criação de tecnologias e soluções, na consolidação de um mercado consumidor de produtos sustentáveis e da estrutura legal para regular esse mercado. Por fim, Pavan Suhkdev reconhece que há muitos riscos e desafios ao longo do caminho rumo à nova economia e a iniciativa a participação de todos, incluindo líderes, sociedade civil e empresas. “Ela exigirá um esforço contínuo por parte dos gestores políticos para repensar e redefinir os conceitos de prosperidade, riqueza e bem-estar. Mas o maior risco de todos é permanecer na situação atual e não se envolver nessa transição”, alerta.



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capa

UM P

ENERGIA

Maior poluidora do mundo, a China também é o país que mais contribui para o desenvolvimento de tecnologias ligadas a energias renováveis. Já é a principal produtora de energia eólica e tem muito potencial para ajudar a fazer um planeta movido a energias limpas


PAÍS NO SUPERLATIVO

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capa ENERGIA

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m dos destaques da edição de 29 de janeiro do Jornal Nacional, da Rede Globo, foi a venda de latinhas com ar puro nas ruas de Pequim. A medida, longe de resolver os problemas respiratórios da população da cidade, foi mais para chamar a atenção para o grave problema de poluição ambiental que assola as grandes metrópoles da China. No dia da reportagem, o site www. aqicn.info, que fornece o grau de contaminação dos principais centros industriais do país, registrava níveis acima de 300 no índice PM2,5 em Pequim, Shangai e Tianjin. Esse índice é usado para partículas com diâmetro menor que 2.5 micrômetros. Elas têm entre as principais fontes combustão de motores, usinas de energia e chaminés de fábricas. Para se ter idéia do que significa esse nível de poluição, o próprio site explica que quando o índice está entre 251 e 300, a saúde das pessoas é seriamente afetada. Quem tem problemas respiratórios ou de coração deve restringir suas atividades e ficar, preferencialmente, em casa. Segunda maior economia do mundo, a China, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), deve tomar a primeira posição dos Estados Unidos até 2016. A entidade também ressalta, no estudo “Looking to 2060: Long-term growth prospects for the world” (Olhando para 2060: expectativas de crescimento para o mundo a longo prazo), que o país, daqui a pouco menos de 50 anos, deverá responder sozinho por quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB) do planeta.

Os indicadores de crescimento e da economia da China são conhecidos e impressionam o mundo inteiro: entre 2003 e 2010, a taxa média de crescimento do país ficou em, no mínimo, 10% ao ano. O PIB de 2012, informado no site oficial do governo, ficou em 8,28 trilhões de dólares. Toda essa evolução veio à custa de muita demanda por energia. De acordo com o governo chinês, entre 1981 e 2011 o consumo de eletricidade do país cresceu cerca de 6% ao ano. A capacidade total instalada, atualmente, é de mais de 1.140 GW. E o maior problema, para o país, é que desse total, aproximadamente 80% vem

de usinas de carvão, a principal fonte. Outros 16% vêm de hidrelétricas e o restante de centrais nucleares, energias renováveis como solar e eólica e outros tipos de geração menos expressivos. De acordo com o Ministry of Environmental Protection (Ministério da Proteção Ambiental) chinês, somada à poluição das usinas de carvão do país, outro importante emissor de partículas é a frota de veículos. O órgão informa que o país se tornou, ao mesmo tempo, o maior fabricante e o maior mercado do mundo. De 1980 a 2011, a frota cresceu 30 vezes, chegando a mais de 207 milhões. Se tudo na China é gigantesco,


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inclusive os problemas ambientais, o esforço para mudar o quadro vem na mesma proporção. O país, hoje, já é o primeiro do mundo em capacidade instalada de energia eólica: são mais de 60 GW. Para efeito de comparação, a hidrelétrica de Itaipu, maior usina do Brasil, tem 14 GW de capacidade. O professor Maurício Aredes, pesquisador do Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro e um dos colaboradores de um estudo sobre a matriz energética do país asiático, lembra que esse esforço foi obtido em tempo recor-

de. “Em 2005, eles começaram a comprar equipamentos de empresas estrangeiras. E em 2010, já tinham desenvolvido muitas tecnologias próprias”, afirma. Winnie Chen, gerente comercial da HK Huizhan International, empresa especializada em promover os fabricantes e provedores de soluções chineses no mundo, ressalta que só nos últimos cinco anos, com a atenção especial que o governo do seu país tem dado para as energias renováveis, foram acrescentados à matriz energética 100 GW de capacidade em hidrelétricas, 5,8 GW em eólicas e 7 GW em solar. E durante a National Energy

Working Conference, evento do setor realizado no início de janeiro, as metas para 2013 foram anunciadas: mais 2,1 GW em hidrelétricas, 1,8 GW de eólicas e 1 GW de eletricidade fotovoltaica. Um detalhe interessante é que a capacidade instalada eólica em apenas um ano, na China, equivale à soma de todos os parques em operação no Brasil. Mirando o crescimento do mercado de energias renováveis dentro e fora do seu território, a China promete ser um dos principais responsáveis pelo acesso cada vez maior a tecnologias de

Em 2005, eles começaram a comprar equipamentos de empresas estrangeiras. E em 2010, já tinham desenvolvido muitas tecnologias próprias

geração de eletricidade a partir de fontes limpas. “Nos últimos anos, temos negociado principalmente com os Estados Unidos e países da Europa. Mas as empresas estão investindo cada vez mais nos mercados emergentes, como América Latina, África e Oriente Médio. E nosso foco será a energia solar”, informa Winnie. Uma boa chance para o Brasil, que está conseguindo consolidar sua indústria eólica, e pode aproveitar a parceria para acrescentar mais uma fonte não poluente à matriz energética.


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capa ENERGIA

Muito a aprender Das visitas que fez à China, o professor Maurício Aredes, pesquisador do Centro China-Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, conta que uma das coisas que chamou sua atenção foi o pensamento corrente, estampado até em tapumes de construção que ele via nas ruas: “não queremos ser os segundos colocados em nada”Com enorme extensão territorial, muitos recursos naturais e graves deficiências de infraestrutura, o Brasil teria muito a aprender com a China? Para o professor, a resposta é sim. Principalmente no que se refere a simplificação, eliminando a burocracia. “O segredo chinês para aplicar no Brasil é acreditar na capacidade das pessoas. Aqui, você tem de provar que não é mau gestor. O chinês define as prioridades, arrisca e tem metas ambiciosas”, diz ele. Um exemplo do pragmatismo e da objetividade dos chineses na busca por seus objetivos foi uma medida tomada pelo governo em 2010. No esforço para facilitar o acesso a tecnologias modernas de energia eólica, ele eliminou uma exigência, existente na legislação, de que pelo menos 70% dos componentes das turbinas fossem nacionais. O fim da reserva de mercado, um procedimento que não é visto com bons olhos no Brasil, funcionou no país asiático. “Para ficar na crista da onda, não temos de começar do começo. Temos de fazer o que eles fizeram: compraram tecnologia, estudaram”, acredita Maurício.

Segundo ele, essa política de abertura do mercado deu resultados práticos. “Na indústria eólica mundial, dos 10 maiores fabricantes, quatro são empresas da China. Hoje, só a Westas, que é dinamarquesa, ganha dos chineses em fábricas de aerogeradores”, ressalta o professor. Uma das principais medidas tomadas pelo governo chinês para garantir o desenvolvimento do país é o planejamento. São elaborados planos qüinqüenais (o último compreende o período 2011-2015) onde todas as metas são contempladas, por setor. David Rodrigues, diretor comercial da cearense Makro Engenharia, que viaja regularmente para a China (a empresa compra guindastes daquele país), destaca que essa política, na sua avaliação, é um dos motivos do sucesso do país asiático. “Uma das coisas que admiro é o planejamento feito pelo governo, que propicia o crescimento em larga escala. Os investimentos em infraestrutura vêm sendo feitos há mais de 10 anos”, diz ele, acrescentando que “o Brasil, que tem uma estrutura logística deficitária, tem muito a aprender com essa metodologia de resultados rápidos que é empregada na China”. Ele também lembra que esse pensamento de evolução é acompanhado pelo setor privado. O professor João José Hiluy, do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Ceará, pôde acompanhar o aumento expressivo da participação chinesa no ambiente acadêmi-

co através do destaque cada vez maior do país nos eventos científicos ligados a energias. Além disso, a instituição onde fez seu doutorado, a Escola Central de Paris, decidiu abrir uma unidade em Pequim diante da importância cada vez maior do país nas áreas ligadas às engenharias. Para ele, um fator decisivo para a rápida evolução chinesa, pelo menos na questão energética, foi o histórico de privações do país, associado à alta demanda de uma população que passa de 1,3 bilhão de pessoas. “A China precisa trabalhar dessa forma por causa do contingente populacional. Acho que poderíamos aprender com essa agilidade”, afirma.

No esforço para facilitar o acesso a tecnologias modernas de energia eólica, o governo eliminou uma exigência de que pelo menos 70% dos componentes das turbinas fossem nacionais


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capa ENERGIA

Planejamento rigoroso Entre os principais instrumen-

tos que a China usa para garantir suas metas de crescimento estão os planos qüinqüenais. Como o nome diz, eles estabelecem as diretrizes para o país durante o período de cinco anos e são bem abrangentes. O último deles, que compreende o período entre 2011 e 2015, tem 62 capítulos e envolve

do desenvolvimento de setores estratégicos da indústria a políticas de controle urbano. As metas são divididas de acordo com as responsabilidades. As que dependem do empenho do setor privado, em cada segmento, são classificadas como “esperadas”. Já as que ficam a cargo do governo são, como o plano define,

“compromissos com o povo”. Os indicadores assumidos pelo poder público devem ser repassados para as autoridades competentes de todas as províncias, regiões autônomas e municípios do país. Para as metas esperadas, também há compromisso do setor público. “O Governo, em todos os níveis, deve criar um ambiente político


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e legal, combater monopólios, estimular a diversificação do mercado, incentivar a criatividade dos agentes e orientá-los em busca dos objetivos estratégicos nacionais”, diz o documento. Um dos capítulos mais importantes do plano é o que trata das medidas necessárias para acelerar as mudanças no modo de produção e utilização da energia. Diante do grave quadro de poluição ambiental do país, o resumo do capítulo destaca que a prioridade é garantir o desenvolvimento sem descuidar a proteção ambiental e “fortalecer a cooperação internacional, ajustar e otimizar a estrutura de energia e construir uma indústria moderna, segura, estável, econômica e limpa”. O carvão, principal fonte de energia da China, continua sendo uma das bases do desenvolvimento do país. Mas entre as metas do plano está o desenvolver grupos Meta

O plano também inclui a construção de seis parques eólicos de grande potência no litoral e outros dois off shore, totalizando 70 GW geradores de grande capacidade mais limpos e eficientes. As metas também incluem hidrelétricas que respeitem a preservação do meio ambiente e a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) adaptadas às condições dos locais onde irão funcionar. A energia nuclear, apesar de polêmica, é considerada uma fonte de geração limpa e é incluída no plano qüinqüenal. Segundo o documento, entre os objetivos estão o de acelerar o desenvolvimento 2010

desse tipo de geração nas províncias costeiras, promover a construção sistemática de usinas nas províncias centrais para chegar a uma capacidade total instalada de 40 GW. No campo das fontes renováveis, os projetos de hidrelétricas de grande porte somam 120 GW de capacidade. O plano também inclui a construção de seis parques eólicos de grande potência no litoral e outros dois off shore, totalizando 70 GW. E para novas usinas solares, o total chega a 5 GW. A eficiência energética também é contemplada no planejamento. Estão previstos novos canais inter-regionais de transmissão de energia utilizando tecnologia de ponta, mais de 200 mil km de novas linhas, informatização de subestações, novos pontos de carga para veículos elétricos, instalação de medidores inteligentes e implantação de projetos pilotos de smart grids. 2015

Áreas de reserva natural (hectares) 121.260.600 121.260.600 Diminuição do consumo de água por unidade de produção de valor acrescentado industrial (%) Aumento do índice de eficiência do uso de água na irrigação 0,5 0,53 Aumento do uso de combustíveis não-fósseis no consumo de 8,3 11,4 energia (%) Redução do consumo de energia por unidade do PIB (%) Redução da emissão de CO2 por unidade do PIB (%) Demanda Química de Oxigênio (suspensão de compostos orgânicos nos reservatórios Redução total dos de água) principais poluentes Dióxido de Enxofre (SO2) (%) Amoníaco Óxidos Nitrosos Taxa de cobertura de florestas (%) 20,36 21,66 Aumento na cobertura vegetal Reservas (m³) 137 143

Variação (%)

0 30 0,03 3,1 16 17 8 8 10 10 1,3 6


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Em busca de parcerias Com tecnologia e recursos para investir no mercado de energias renováveis, a China tem procurado parceiros em todo o mundo. E o Brasil, com tradição em geração a partir de fontes limpas, é uma das nações que tem despertado o interesse do gigante asiático. Mas os contatos são relativamente recentes. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, as discussões sobre temas de energia entre Brasil e China ocorrem através da

Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), criada em junho de 2006. Em fevereiro de 2009, os dois países assinaram o Protocolo sobre Cooperação em Energia e Mineração, que prevê fortalecer “a cooperação bilateral nas áreas de petróleo, gás natural, combustíveis renováveis, eletricidade, mineração e processamento de minérios”. No mesmo ano, foi

criado o Centro China - Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia. A instituição reúne o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e a Universidade de Tsinghua. A parceria se concentra nas áreas de mudanças climáticas e tecnologias voltadas para energia e tem quatro projetos em andamento:


Energia Eólica, Biocombustíveis, Captura e armazenamento de carbono e Tecnologias para produção de petróleo em águas profundas. De acordo com o professor Maurício Aredes, um dos responsáveis pelo projeto ligado a energia eólica, está previsto, para esse ano, o início do intercâmbio acadêmico com o envio de dois alunos do Brasil, sendo um de doutorado e outro de graduação, para a China, onde passarão pelo menos 12 meses. Ele informa que um dos principais objetivos do projeto era uma parceria com a Guodian United Power, fabricante de equipamentos para usinas eólicas, para transferência de tecnologia, mas a empresa adiou seus planos de investimento no Brasil (veja quadro com os outros projetos). Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, também há projetos em comum no setor

de energia hidrelétrica. Algumas empresas chinesas fornecem equipamentos para as usinas brasileiras de Jirau e Belo Monte. E em setembro de 2011, foi firmado um convênio entre a Eletrobrás Furnas e a China Three Gorges Corporation. O documento prevê troca

A State Grid Corporation of China deverá investir na construção de linhas de transmissão e tornar-se a quarta empresa do mercado brasileiro no setor de informações e cooperação no setor de energias renováveis, principalmente hidrelétrica e eólica,

mas também em solar, biomassa e energia produzida a partir da reciclagem do lixo. Por fim, o órgão destaca o início das operações da State Grid Corporation of China no Brasil. “A empresa, responsável por controlar 88% da energia elétrica consumida naquele país, deverá investir na construção de linhas de transmissão para escoar a produção da hidrelétrica de Teles Pires (Mato Grosso) e tornar-se a quarta empresa no mercado brasileiro de transmissão elétrica, com um total de 6.133 km de linhas”, informa o Ministério, acrescentando que a State Grid, “que anunciou recentemente plano de investir USD 40 bilhões na América Latina até 2015, domina avançadas tecnologias de ultra-alta tensão e indicou interesse em investir nas linhas de transmissão para a hidrelétrica de Belo Monte”.


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Projetos do Centro China - Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia Biocombustíveis A principal linha de atuação do Projeto Bioenergia é a pesquisa experimental para obtenção de formas inovadoras de produção de biocombustíveis. O primeiro passo é um levantamento do estado da arte das tecnologias chinesa e brasileira. Em seguida, os pesquisadores buscarão identificar e desenvolver rotas e estratégias tecnológicas para o aproveitamento de biomassas de diferentes origens. Também é objetivo do projeto, com período de duração de 36 meses, formar recursos humanos

para pesquisa e desenvolvimento de processos no Brasil e na China e propor políticas públicas de cooperação bilateral na área. Captura e armazenamento de carbono O projeto visa realizar um levantamento das tecnologias disponíveis e em desenvolvimento para a captura e armazenamento de CO2 proveniente de usinas termelétricas (UTEs) a carvão, especialmente na China que é uma grande consumidora de carvão. A partir desse levantamento, serão identificadas as tecnologias

mais promissoras para aplicação nos setores elétrico e de combustível no Brasil. Em seguida será feito um mapeamento que indicará: • as tecnologias de captura e armazenamento mais adequadas para pesquisa e desenvolvimento em UTEs a carvão no Brasil; • as oportunidades para desenvolvimento dessas tecnologias, incluindo os custos marginais de abatimento dos gases de efeito estufa emitidos por termelétricas a carvão; • possíveis sumidouros para o dióxido de carbono.


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Mudando conceitos Os consumidores brasileiros habituaram-se a ouvir o termo “xing ling” para definir produtos chineses (principalmente aparelhos eletrônicos) de baixa qualidade, geralmente falsificações, que inundam o mercado e são facilmente encontrados nos camelôs. Muitas vezes, esse conceito pejorativo acaba se difundindo para outros manufaturados vindos do país asiático. No entanto, para brasileiros que tiveram oportunidade de conhecer o país, ouvidos por Renergy Brasil, a generalização não faz sentido. A professora de inglês Viviane de Pádua, viveu quatro anos na China, onde trabalhou, montou uma casa e comprou um carro. Ela confessa que chegou ao país com o pensamento de que só iria encontrar produtos de má qualidade para consumir, mas o tempo se encarregou de mudar isso. “Todas as maiores fábricas do mundo têm unidades na China. Se você

vai a um shopping center, encontra produtos originais, de grife”, explica. Em casa, ela lembra que tinha eletrodomésticos de várias marcas, algumas mundiais e outras chinesas, e não viu diferença entre eles. “Tinha muitos produtos da Huawei, que aqui é conhecida pelos celulares, mas lá fabrica várias outras coisas”, afirma. Ela também usou, por um ano, um veículo da marca BYD e não teve problemas. “Era um carro popular, mas tinha DVD, direção hidráulica e outros acessórios”, ressalta. Ela acrescenta que o que mais lhe chamou a atenção, em relação à China, foi a capacidade de evoluir rapidamente, com o esforço da população. “Freqüentei muitas fábricas de calçados, a trabalho. Os funcionários trabalhavam muito e sempre de bom humor. Passei a ter muito respeito por aquele país”, conclui. David Rodrigues, diretor co-

mercial da cearense Makro Engenharia, que viaja regularmente para a China a trabalho, expressa opinião parecida em relação à qualidade dos produtos chineses. “Temos uma visão diferente do que o mercado propaga. “A Makro viaja anualmente para a China em busca de novas tecnologias e o que vemos são produtos em contínuo processo de melhoria, com qualidade cada vez mais semelhante à dos concorrentes de outras nacionalidades. De acordo com os entrevistados, a dificuldade de entendimento entre chineses e brasileiros, para a entrada de mais produtos no mercado nacional, tem mais relação com as grandes diferenças culturais. “Essa é uma das maiores barreiras. E não apenas ela. Vemos também a questão do idioma. Apesar dos esforços usando o inglês, nossa legislação ainda é desconhecida por eles e isso acaba se transformando um empecilho durante o processo de negociação com a China. A maneira de negociação também é diferente”, diz David. Viviane destaca uma contradição que observou nos chineses e que pode causar certo estranhamento nos brasileiros: “Eles não gostam muito de falar deles, são reservados. Mas, ao mesmo tempo, são amáveis e têm poder de negociação muito forte”. Como a qualidade dos produtos não seria problema, David conclui ressaltando que, apesar das diferenças culturais, o processo é relativamente simples e demanda apenas algum tempo para a adequação. “O que vejo é que tudo passa por um processo de aprendizagem, e ambos os países buscam isso”.


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capa ENERGIA

Participação na demanda de energia mundial

100%

6 030 Mtoe

12 380 Mtoe

16 730 Mtoe C

M

80%

Y

CM

MY

60%

CY

CMY

K

40% 20%

1975

2010

Demais países India

Oriente Médio

China

OECD

2035



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especialista ENTREVISTA

Armando Cadima

Esperando a vez

© Pedro Antonio Salaverría Calahorra | Dreamstime.com

Fabricante de sistemas fotovoltaicos, a alemã Schletter teria muito a contribuir para diversificar a matriz energética brasileira. Para isso, no entanto, o diretor da empresa para a América do Sul, Armando Cadima ressalta que é preciso que o Governo Federal crie incentivos, como a isenção de impostos sobre os equipamentos e a promoção de leilões para essa fonte

D

e olho no Brasil, mas com certa cautela. É assim que o diretor para a América do Sul da Schletter, Armando Cadima, define a posição da empresa, atualmente. Fabricante de itens ligados a energias renováveis e sustentabilidade, como sistemas fotovoltaicas (para pequenas aplicações ou uso em larga escala) e soluções de gestão de resíduos, a multinacional alemã está presente em 11 países, mas não tem filial no Brasil. “Estamos estudando a possibilidade de abrir um escritório no País. Ainda não sabemos quando, pois estamos esperando o mercado amadurecer um pouco mais. Também queremos ver as medidas do governo para tomar a decisão final. Por agora nossos produtos são importados diretamente da Alemanha ou dos Estados Unidos”, informa ele, destacando que a energia solar teria muito a contribuir para o sistema energético brasileiro. Segundo Armando, a fonte fotovoltaica é muito flexível e poderia ser usada tanto para grandes


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parques como para consumidores residenciais ou pequenas comunidades. “Com um gerador off line e um sistema de baterias poderíamos prover eletricidade a pequenas comunidades em regiões na Amazônia ou no Nordeste, por exemplo”, diz ele. Para isso, no entanto, o Brasil precisa reduzir a carga tributária sobre os equipamentos do sistema, que hoje são todos importados. Renergy:: A energia solar não tem participação expressiva na matriz energética brasileira. Como o senhor vê o Brasil em relação a essa fonte? O país já enxerga o seu potencial? Armando Cadima:: Eu creio, sinceramente, que o Brasil tem um grande potencial nessa área. Infelizmente, ainda estamos engatinhando em comparação com outros países como Alemanha ou mesmo os Estados Unidos que, há algum tempo, não tinham sequer uma política energética verde. Precisamos de medidas mais ambiciosas para poder desenvolver essa oportunidade. R:: A Alemanha, hoje, é uma referência mundial no uso de energia solar. O Brasil, com luminosidade forte durante praticamente o ano inteiro, poderia ter avançado mais nessa área? AC:: Com toda certeza. A Alemanha se destaca no mundo por ser pioneira nas chamadas tecnologias GreenTech. Em toda a Europa, não existe um país tão verde como Alemanha é hoje. Eu creio que o Brasil poderia, sim, ser mais avançado nessa área. Ainda que nosso governo se diga verde pelo fato de usarmos sobretudo

fontes hídricas para nosso fornecimento de energia, também causamos muitos impactos no nosso ecossistema com a construção de grandes usinas como a de Belo Monte, por exemplo. E com a matriz energética baseada nas hidrelétricas, dependemos muito da sazonalidade. Como vemos desde o ano passado, não temos tido chuvas suficientes para aumentar os níveis dos reservatórios, o que leva o governo a colocar em operação o pior tipo de geração de energia, que é a vinda de usinas térmicas. R:: Como a Europa vê, hoje, a energia solar? Os países estão trabalhando para fazer com que ela passe a ter expressiva participação na matriz energética do continente? AC:: Após um período de muito dinamismo, a energia solar na Europa entrou em um processo de estabilidade. Com o continente em crise, os governos retiraram os incentivos como Feed-in Tarif (mecanismo de estímulo ao investimento em tecnologias de energias renováveis. Consiste na oferta de contratos de longo prazo para os produtores, normalmente com base no custo de geração). Por um lado isso foi negativo, porque não houve um processo gradativo na retirada dos incentivos e sim um corte radical que afetou a indústria local. Mas por outro lado, a retirada dos incentivos e a forte concorrência da China fizeram com que a energia solar deixasse de ser tão cara como era antes. Isso é positivo, pois agora os preços são acessíveis a todos e também se abriram outros mercados como o brasileiro, onde o poder de compra não se pode ainda comparar

ao europeu. Creio que tudo o que aconteceu representa uma grande oportunidade para fazer dessa energia uma realidade no Brasil e na América do Sul. R:: Porque a energia solar ainda é tão pouco acessível no Brasil, em relação a outros países, principalmente para consumidores residenciais? O que é possível fazer para que isso mude? Até o ano passado não havia no País uma regulação, onde uma pessoa física pudesse ter sua própria pequena usina. Por esse motivo, não era possível ter acesso à energia solar para pequenas unidades de consumo. Hoje já temos uma legislação onde se permite a conexão de micro geração em residências. Creio que estamos indo no caminho correto, mas tudo isso é só o começo. R:: Alguns países subsidiam a energia solar, porque ela, em relação a outras fontes convencionais, ainda tem custo um pouco mais elevado. O Brasil não adota essa prática. Na sua avaliação, o país deveria criar incentivos para a energia fotovoltaica? AC:: Eu creio que não, o Brasil não deveria adotar essa prática de subsídios. Penso que isso foi bom na Europa, mas o Brasil precisa de outro modelo. Precisamos, aqui, de uma reforma no sistema tributário, pois os impostos que pagamos sobre os produtos no Brasil são muito altos. E quando os produtos são importados (o que acontece, atualmente, com a quase totalidade das partes de uma usina solar), esse custo inviabiliza todos os projetos. Sem esses tributos, creio que temos um preço de


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especialista ENTREVISTA

Armando Cadima

energia na distribuição que faz a energia solar competitiva. R:: Considerando toda a matriz energética, como o senhor avalia o desempenho do Brasil, em comparação com outros países com características territoriais semelhantes? Em que ele poderia avançar mais? AC:: Creio que o Brasil precisa de muita energia para crescer. E com a matriz atual ficamos reféns da hidrelétrica. É uma energia barata, mas que demanda grandes investimentos iniciais e tem um custo alto para o meio ambiente. O Brasil precisa de energias como a solar e a eólica, onde o investimento é menor e as fontes são o sol e o vento, que nunca faltaram no nosso país. R:: Depois da energia eólica, que cresceu no Brasil graças aos leilões realizados pelo Governo Federal, o senhor acredita que a solar será a próxima fonte alternativa a receber grandes investimentos no país? AC:: Essa é a nossa expectativa. Queremos ver o Governo promovendo leilões para energia solar, também. Seria uma prática muito bem aceita. O Brasil tem alguns desafios na questão energética. Ele precisa levar eletricidade para pequenas e distantes comunidades, precisa expandir sua matriz e carece de linhas de transmissão para levar a energia das fontes geradoras para os consumidores em um território com dimensões continentais. Como a energia solar poderia contribuir para ajudar nesses desafios? A energia solar é muito flexível.

Pode-se tanto colocar o gerador fotovoltaico conectado à rede ou também estabelece-lo em sistemas off-grid. Nesse segundo caso, seria como pequenas ilhas de geração destinadas a regiões onde linhas de transmissões não são viáveis. Com um gerador off line e um sistema de baterias poderíamos prover eletricidade a pequenas comunidades em regiões na Amazônia ou no Nordeste, por exemplo. R:: Qual a sua opinião sobre o atual momento do Brasil em relação à geração de energia? O senhor acredita que há algum risco de apagão? AC:: Eu creio que não, pois temos as usinas térmicas que por certo estão funcionando com 100% da capacidade, atualmente. Esse tipo de energia é caro e poluente, mas sem essas usinas térmicas eu creio que talvez tivéssemos um problema de falta de eletricidade. R:: A Schletter atua em 11 países. Como a empresa vê o Brasil enquanto mercado consumidor especificamente para os seus produtos e serviços? AC:: Vemos o Brasil como um país de muito potencial e ele é uma de nossas prioridades, atualmente. Temos acompanhado de perto como o Brasil se desenvolve, como sua nova classe média cresce e tem mais acesso ao consumo. Nossos produtos estão praticamente adaptados à realidade brasileira e temos trabalhado arduamente para ter produtos que possam satisfazer os consumidores do País. R:: E em relação à America Latina, como a empresa vê o merca-

do do continente para a energia solar? AC:: Como o mercado brasileiro, vemos a America Latina com um enorme potencial. Países como Chile, Equador, Peru e Colômbia, onde nos últimos anos a economia tem crescido acima da média regional, estão desenvolvendo medidas para também diversificar sua matriz energética. R:: Quais os planos de investimentos da Schletter no Brasil e na América Latina? AC:: Como já foi dito, atualmente a Schletter está presente em 11 países. E estamos estudando a possibilidade de abrir um escritório no Brasil. Ainda não sabemos quando, pois estamos esperando o mercado amadurecer um pouco mais. Também queremos ver as medidas do governo para tomar a decisão final. Por agora nossos produtos são importados diretamente da Alemanha ou dos Estados Unidos. R:: O que existe, hoje, de mais avançado em termos de aproveitamento da luz solar? Os equipamentos estão ficando mais eficientes, baratos e duráveis? Daria para adiantar algumas novidades que veremos no mercado, em um futuro próximo? AC:: Só posso comentar da nossa parte como fabricante. Acabamos de colocar em funcionamento na Alemanha nosso novo tracking system de um eixo. Nele, através de um braço mecânico, a placa fotovoltaica poderá seguir o deslocamento do sol, obtendo 30% a mais de aproveitamento.



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personagem ENTREVISTA

CHARLES TANG

“Só depende do Brasil” O volume de comércio entre Brasil e China passou de 2,5 bilhões de dólares, em 2000, para 80 bilhões no ano passado. Para o presidente da Câmara Brasil-China, esse montante poderia ser muito maior, principalmente com mais parcerias nas áreas de energias renováveis e produção de alimentos Primeiras aspas


Imagens: Divulgação

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personagem ENTREVISTA

CHARLES TANG

volume de comércio entre Brasil e China passou de 2,5 bilhões de dólares, em 2000, para 80 bilhões no ano passado. Parte desse crescimento se deve à ajuda da Câmara Brasil-China. Para o presidente da entidade, Charles Tang, esse montante poderia ter sido ainda maior, porque há muito interesse do país asiático em atuar mais no mercado brasileiro. Para isso, no entanto, ele afirma que o país precisaria ser menos protecionista e mais aberto à entrada de tecnologias e produtos chineses. Criada em 1986 para promover pequenos, médios e grandes projetos entre os dois países, a Câmara tem, em seu histórico, ações como a vinda da montadora Jac Motors e a entrada da Embraer no mercado do país asiático. Atualmente, ela está ajudando em negociações conjuntas que chegam a mais de cinco bilhões de dólares e articula a chegada de quatro gigantes estatais chinesas para atuar na área de energia renovável. Renergy:: A China é um país que precisa muito de energia e tem priorizado a mudança da sua matriz para fontes renováveis. E para isso, está investindo em fontes como eólica e solar.

Hoje, um kit chinês para residências, que vem com painel solar, cinco bocais de LED, um controle e uma bateria, custa somente 100 dólares

O Brasil tem uma tradição de uso de fontes renováveis, como hidrelétricas e o etanol e o biodiesel. O senhor acredita que o país poderia contribuir nesse esforço que a China está fazendo para limpar sua matriz energética? Charles Tang:: A China poderia se beneficiar muito com um programa como esse, em que o Brasil foi pioneiro, que é o do etanol. O problema é que ela não tem espaço agriculturável suficiente, como o Brasil tem, para poder ter um programa como o Proálcool. Por outro lado, a China poderia ajudar muito o Brasil na área de energias renováveis. O Brasil tem, por exemplo, carência de energia e necessidade de expansão da sua matriz. E a China, na última década, conseguiu diminuir muito o custo de turbinas e pás eólicas e de equipamentos de energia solar. Hoje, um kit para residências, que vem com painel solar, cinco bocais de LED, um controle e uma bateria, custa somente 100 dólares. O Programa Luz Para Todos (iniciativa do Governo Federal para levar energia elétrica para pequenas comunidades não atendidas pelas concessionárias) gastou mais de 7 mil dólares para conectar cada casa. Outra aplicação possível seria a iluminação pública solar. Em muitas cidades chinesas, os prefeitos já não precisam mais pagar conta de luz, porque o sol é gratuito. A iluminação das ruas é feita com postes com uma lâmpada de LED, uma placa solar e uma bateria. Eles acendem automaticamente quando escurece e apagam quando fica claro. A China tem fábricas de placas


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R:: O senhor falou desses equipamentos, que são baratos na China. Mas eles chegam no Brasil a um custo muito alto. É uma questão ligada às tarifas de importação? CT:: Tudo depende do que o Brasil quer. A tarifa de importação sobre esses produtos depende do governo brasileiro. Se ele quiser resolver o problema de energia do país, é só baixar o imposto de importação. Ou estimular a implantação, no território nacional, de fábricas, ou mesmo montadoras, de placas solares. Agora, se o Brasil não quiser mais energia, é só aumentar o quanto quiser a taxação das placas solares que, em função desses impostos, elas ficarão inviáveis. Não depende da China. Depende da conveniência brasileira. R:: O senhor falou de soluções que podem servir para pequenas comunidades. CT:: Não só as pequenas. Parques solares, estações de geração de

energia solar, que podem atender grandes comunidades.

Nossa Câmara está trabalhando para trazer ou até transferir algumas fábricas de placas solares para o Brasil. Aqui, inclusive, tem muito mais sol que na própria China e em outros países Wikipedia

solares em excesso. E o Brasil, praticamente, não tem. Nossa Câmara está trabalhando para trazer ou até transferir algumas dessas fábricas de placas solares para o Brasil. Aqui, inclusive, tem muito mais sol que na própria China e em outros países. Outra questão é que o Brasil está queimando diesel para gerar energia em muitas áreas remotas em que não dá ou não vale a pena fazer linhas de transmissão. Como você vai, por exemplo, fazer uma linha através da Floresta Amazônica? Então, nada melhor que parques solares, residências com esse kit solar e iluminação pública solar.

R:: Indo para uma escala maior, o Brasil também tem deficiências na sua infraestrutura, principalmente em relação às linhas de transmissão. CT:: Sobre isso, a State Grid (maior empresa de transmissão e distribuição de energia elétrica do mundo) investiu no Brasil quase 5 bilhões de dólares, nessas área de transmissão. A China poderia ajudar muito o país para resolver seus problemas de infraestrutura. Noentanto,oBrasilprecisadecidir o que quer. Porque sabemos que, no Brasil, não temos poupança suficiente para alavancar todos os investimentos em infraestrutura que precisamos para fazer crescer nossa economia. Nós dependemos de recursos estrangeiros. Mas estamos sendo muito protecionistas e não estamos sendo suficientemente, como se diz, “investor friendly”, que é aquele que cria um clima amistoso para o investidor que vem aportar seu capital de risco para nosso país, gerar empregos para brasileiros, gerarriquezaparaoBrasile,muitas vezes, até divisas de exportação. Um exemplo desse problema é o dos investidores estrangeiros que querem comprar terra para agronegócio e agroindústrias. O Brasil não está permitindo isso. Não sei, talvez alguns achem que nós não precisamos crescer mais, não precisamos de geração de riqueza, nem de empregos ou de divisas de exportação. Estamos espantando investimentos. Esse é o problema. Existem muitos projetos de energia eólica, no país, que estão parados por falta


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CHARLES TANG

de capital. Alguns vencedores de leilões não estão implantando seus projetos por falta de capital. A China tem excesso de capital, máquinas competitivas, financiamento do Eximbank chinês, os bancos chineses estão em São Paulo – tanto o Bank of China quanto o ICBC, que é o maior banco do mundo – e, não sei por que, a gente não consegue. A Câmara Brasil-China está trazendo quatro grandes estatais para investir em energia no Brasil. Tivemos até uma reunião com a presidente da Abeeólica para discutir isso, fazer a ponte entre o dinheiro e os projetos parados.

dólares, criado dezenas ou até centenas de milhares de empregos e gerado muito mais riqueza. Se tivéssemos facilitado a entrada de investimentos na matriz energética, não tivéssemos tanta taxação sobre os equipamentos ou estimulássemos a vinda de fábricas, teríamos atraído bilhões de dólares a mais. Se tivéssemos feito leilões de campos de petróleo, teríamos muito mais capital e empregos no país. Cada vez que você vende um bloco para exploração de petróleo, o grupo, seja brasileiro ou estrangeiro, precisa investir. Por isso, nós poderíamos, perfeitamente, ter crescido 3% ou 4%.

R:: Falando sobre a competitividade dos equipamentos chineses, até há muito pouco tempo, o país não tinha tecnologias próprias de geração de energias renováveis. Hoje, ela exporta tecnologia. O senhor acredita que o Brasil tem a aprender com a China, nesse aspecto? CT:: Esse processo foi muito simples.AGoldwind,porexemplo, começou usando tecnologia de uma empresa alemã que era referência na área de turbinas. E, logo depois, a Goldwind comprou a empresa alemã e virou dona da tecnologia.

R:: Então, na China não existe reserva de mercado ou limitação para investimentos estrangeiros? CT:: A China, há 25 anos, era um país muito pobre. Ela não podia sequer fazer importações, porque não tinha divisas. Não é como hoje, que tem 3,3 trilhões de dólares em divisas. Na época, ela só podia importar alguma coisa se vendesse alguma coisa, porque ela não tinha divisas. Por que a China saiu da pobreza total para ser a segunda potência e locomotiva econômica do mundo? Porque ela é muito pragmática. Deixou as políticas ideológicas para trás e colocou em primeiro lugar a busca por prosperidade. Ela desenvolveu sua indústria de energias renováveis e mostrou que ela foi um excelente negócio, porque gerou muito capital, riqueza e empregos. E o principal fator responsável pela saída do país do estado de pobreza total em que se encontrava foi a atração de investimentos estrangeiros. A China lutou tanto para

R::Por que o Brasil não consegue implantar esse processo? CT:: Eu acho que o Brasil não precisava crescer apenas 1% em 2012. Estamos crescendo nesse ritmo porque nós queremos. Apenas com o fim da restrição aos investimentos estrangeiros no agronegócio, nós já teríamos atraído dezenas de bilhões de

O Brasil não precisava crescer apenas 1% em 2012. Apenas com o fim da restrição aos investimentos estrangeiros no agronegócio, já teríamos atraído dezenas de bilhões de dólares


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R:: O volume de comércio entre Brasil e China passou de 2,5 bilhões de dólares, em 2000, para 80 bilhões no ano passado. Esse número poderia ser ainda maior? CT:: Sem dúvida. E com o pacote, lançado pela presidente Dilma, de estímulo às áreas de logística e infraestrutura, ele deve aumentar muito mais. R:: Em relação à energia, qual o principal parceiro da China hoje, no mundo? CT:: A China comprou muita tecnologia da Europa e vende muitos dos seus produtos para o continente e para os Estados Unidos. R:: Nessa área, o Brasil já tem alguma relevância para a China? CT:: No momento, não tem

nenhum projeto de relevância, à exceção da área de transmissão, onde a State Grid está atuando.

A China ajudou o Brasil a democratizar o consumo. Antigamente, os produtos eram tão caros que só estavam disponíveis para a elite brasileira. Hoje, qualquer um pode comprar muitos desses produtos SXC.hu

atrair investimentos estrangeiros, que durante três décadas – isso só terminou em 2008, por causa da crise financeira – as empresas de fora pagavam menos imposto de renda do que as chinesas. Todo chinês queria ter um sócio estrangeiro para pagar menos imposto de renda. Ou seja, não havia proteção para a indústria nacional. Havia a garantia para a atração da indústria estrangeira. Parece que aqui no Brasil não temos autoconfiança na nossa soberania nem segurança em relação às nossas leis. Porque afinal de contas, o estrangeiro vem aqui, traz capital para o Brasil, cria emprego para brasileiros, gera riqueza e divisa para o país e tem de trabalhar sob a soberania das leis brasileiras. Qual o medo que pode causar o investimento estrangeiro?

R:: Apesar dessa parceria na área de energia, ainda não ser muito forte, a China é bastante respeitada pelo Brasil no setor. Empresas brasileiras estão importando equipamentos do país, como painéis solares, aerogeradores e máquinas de construção. Porque para alguns outros produtos manufaturados, como carros e aparelhos eletrônicos, ainda existe um conceito diferente, principalmente em relação a qualidade? CT:: Eu não acho que existe tanto questionamento. Você já viu a quantidade de carros da Jac Motors que tem nas ruas do Brasil? Foi a Câmara que trouxe a Jac Motors para o Brasil. Quantas outras marcas tradicionais, com excelência tecnológica, têm a coragem de oferecer seis anos de garantia? Se você perguntar para os proprietários de carros da Jac Motors que estão dirigindo seus automóveis pelo país, não acho que vai encontrar esse conceito de que carro chinês não é bom. Pelo contrário. Ficou comprovado que os carros chineses são excelentes. A China ajudou o Brasil a democratizar o consumo. Antigamente, os produtos eram tão caros que só estavam disponíveis para a elite brasileira. Hoje, qualquer um pode comprar muitos desses produtos porque a competitividade e o custo baixo chineses proporcionaram essa redução de preço e os tornaram acessíveis para o povo. R:: Existem grandes diferenças


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CHARLES TANG

culturais entre Brasil e China. Essas diferenças podem dificultar as negociações entre os dois países? CT:: Para as empresas brasileiras que acham que conseguem resolver tudo e sabem tudo na China, dificulta. Do mesmo modo, para as empresas chinesas que acham que resolvem e sabem tudo do Brasil. Mas aqueles que procuram assessoria, seja da embaixada, do consulado ou da Câmara Brasil-China, já não é tão complicado. R:: Então são diferenças perfeitamente contornáveis. CT:: Sim, mas para aqueles que querem fazer a coisa corretamente. Se, por exemplo, você quer importar alguma coisa da China e pedir a ajuda da Câmara, nós vamos lhe encaminhar para fornecedores confiáveis, nosso pessoal dos três escritórios que mantemos no país vai fazer inspeção de embarque e você não vai ter surpresa e vai ganhar dinheiro. Mas tem gente que importou três milhões de dólares em produtos químicos e recebeu água, comprou ventiladores com voltagem de China, que é diferente da brasileira, ou trouxe porcelanato com especificações completamente diferentes das esperadas. Depende do profissionalismo de cada empresa. R:: O Brasil e a China têm em comum a grande extensão territorial. No Brasil, nós temos terras férteis, ventos e sol em abundância. A China tem esses aspectos em comum com nosso país. CT:: Ela só tem 140 milhões de

O Brasil, além de 80 milhões de hectares para plantio, tem 200 milhões para pastagem, 140 milhões disponíveis para cultivo que não estão sendo utilizados. Por isso, a importância do País está crescendo a cada dia

hectares para cultivo. E não tem como expandir isso, por causa da grande população, da expansão urbana e do crescimento dos parques industriais. Essa terra agriculturável, na verdade, está sendo reduzida. O Brasil, além de 80 milhões de hectares para plantio, hoje, tem 200 milhões de hectares para pastagem, mais 140 milhões disponíveis para cultivo que não estão sendo utilizados. Isso, já descontando as áreas de proteção ambiental. Por isso, a importância do Brasil está crescendo a cada dia, como um grande celeiro para um mundo que tem fome. R::Considerando esse potencial agrícola do Brasil e a demanda mundial, o senhor acredita, então, que no futuro Brasil e China se unam em um esforço por um mundo com mais energias renováveis e sustentabilidade? CT:: Sem dúvida. Os chineses querem vir para o Brasil. Querem instalar fábricas de placas solares e aerogeradores e implantar parques eólicos. Na África, os antigos países coloniais tiraram riquezas e a deixaram, por muitas décadas, como o continente perdido. A China investiu tanto na África, pagando preço de mercado e, às vezes, por ignorância, acima do preço de mercado, que transformou a África em um continente de esperança. Em 2011, dos 20 países que mais cresceram no mundo, oito eram africanos que receberam muitos investimentos chineses. No Brasil, precisamos evitar um pouco as políticas econômicas ideológicas e tentar fazer o nosso país crescer.


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CT:: Acho mais difícil. Mas se você considerar a energia nuclear, que também é não poluente, ela tem aumentando bastante a participação, com 33 novos projetos.

R:: A China tem feito crescer rapidamente a participação das energias renováveis na sua matriz. A energia eólica, por exemplo, tem crescido em níveis exponenciais. CT:: E agora vai crescer mais ainda. Como existe excesso de fábricas de placas solares no país, o governo está incentivando a ampliação dos parques solares. R:: O senhor acredita na possibilidade da China chegar, a médio prazo, a uma matriz como a do Brasil, onde a participação das renováveis chega a aproximadamente 80%?

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R:: O Brasil, hoje, está com um sério problema de atrasos nas obras de infraestrutura, principalmente as ligadas à Copa do Mundo e às Olimpíadas. E a China, pelo contrário, é um exemplo para o mundo de agilidade. Essa agilidade, na sua avaliação, tem relação com quais fatores? CT:: É a objetividade. Nós não temos, aqui no Brasil, uma política econômica isenta de ideologias ultrapassadas. Protecionismo não vai ajudar a indústria nacional. A única maneira de fortalecer a nossa indústria é dar a chance para que nossas empresas possam ter competitividade, sem o Custo Brasil. Sobre isso, eu ofereci a ajuda do ex-secretário-geral do Partido Comunista em Beijing, que foi o responsável pela organização das Olimpíadas na China, para ajudar nas nossas, aqui no Brasil. Conversei muito com o ex-ministro responsável por isso, no lado brasileiro, mas não houve muito interesse.

A China já é o maior parceiro do Brasil, tanto na importação quanto na exportação. E também é o maior investidor no Brasil. Essa aliança estratégica entre os dois países, tende a crescer e prosperar cada vez mais

R:: Como o senhor vê, no futuro, a China em relação a produção sustentável e respeito ao meio ambiente? Mesmo com o crescimento acelerado, ela vai conseguir um equilíbrio? CT:: O governo chinês, nos últimos anos, fechou milhares de indústrias poluidoras e outras milhares que consomem eletricidade demais. R:: Mesmo com as dificuldades existentes no nosso país, o senhor acredita que China e Brasil serão grandes parceiros na busca por um mundo mais limpo e sustentável? CT:: Eles já são grandes parceiros. A China já é o maior parceiro do Brasil, tanto na importação quanto na exportação. E também é o maior investidor no Brasil. Essa aliança estratégica entre os dois países, os gigantes da América do Sul e da Ásia, tende a crescer e prosperar cada vez mais. Mas, como eu disse, depende muito da política governamental brasileira, se o país quer ou não que a China venha investir, gerar riqueza e empregos aqui. R:: Então isso depende bem mais do governo brasileiro. CT:: Sem dúvida. Vontade dos chineses, existe. Mas o Brasil não é o único lugar do mundo que está querendo o capital chinês. Há outros países que criaram políticas de atração, para não dificultar o trabalho dos investidores.


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economizar

Eletricidade monitorada

O Cloogy, aparelho desenvolvido por uma empresa de Portugal para residĂŞncias ou pequenos escritĂłrios, promete uma economia de atĂŠ 25% no consumo de energia


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A

s redes inteligentes e seus benefícios ainda não são uma realidade para a maioria dos consumidores de eletricidade, mas começam a surgir equipamentos para introduzir facilidades na forma de lidar com o consumo. Um exemplo disso é o Cloogy, aparelho desenvolvido pela empresa portuguesa Isa, que atua nos mercados de transmissão de energia e de telecomunicações e em gestão inteligente dos sistemas de tempo real. De acordo com a empresa, o produto é uma solução de gestão energética que permite monitorar e controlar o consumo total de uma casa ou um escritório. Ele oferece um sistema integrado que combina dispositivos de coleta de dados com plataformas de visualização e controle que podem ser acessadas através do computador ou de smartphones e tablets. Entre os serviços que o aparelho disponibiliza estão o de mostrar os locais do imóvel que são ineficientes no consumo e onde se pode poupar energia. Ele também ajudar a otimizar o uso dos equipamentos elétricos, eliminando os desperdícios, permite ao consumidor conhecer o seu perfil energético, acompanhar o consumo total e os gastos de cada uma das tomadas, controlar equipamentos elétricos (ligandoos e desligando-os à distância ou agendando o funcionamento deles), eliminar os consumos de

stand-by, obter análise da potência contratada, receber relatórios periódicos com informação dos consumos registrados e integrar uma comunidade de consumidores para analisar o desempenho de cada um dentro da rede. Para residências, o aparelho está disponível em três kits: Go, Home e Premium. O primeiro já oferece a possibilidade de acessar todas as funções através do Portal Cloogy, disponível para computadores, smartphones ou tablets. O Home adiciona um mostrador através do qual o cliente pode acompanhar o seu consumo em tempo real. Já o Cloogy Premium, segundo o fabricante, “oferece uma experiência interativa completa de poupança de energia”. Ele já inclui um tablet, para facilitar o acompanhamento das informações, e duas tomadas inteligentes. Cada tomada cria um ponto adicional de monitoração e controle. Um medidor tem capacidade para gerenciar até onze tomadas inteligentes ao mesmo tempo. Para escritórios, estão disponíveis os kits Pro e Start. O Cloogy Start vem com três tomadas inteligentes mas, da mesma forma que o Go, vendido para residências, não vem com monitor. Por isso, o acompanhamento precisa ser feito através do portal na web, acessado por computador, tablet ou smartphone. Já o Pro inclui o monitor e cinco tomadas inteligentes, ao todo.

Segundo a Isa, o equipamento funciona da seguinte forma: um pequeno sensor é instalado no medidor do imóvel e passa a recolher dados sobre o consumo. Já as tomadas inteligentes enviam informações sobre o gasto dos equipamentos ligados a elas. Todos os dados são, posteriormente, enviados para um concentrador, que os remete para as várias plataformas de monitoramento. Através destas últimas, é possível ligar ou desligar os aparelhos elétricos à distância e agendar o seu funcionamento. Quando adquire o produto, o consumidor passa a pagar para a empresa por uma série de serviços disponíveis. Eles incluem definição de objetivos do cliente, previsões e comparação de consumo, controle de equipamentos, agendamento das tomadas inteligentes, relatórios mensais sobre o desempenho energético e dicas de poupança. Para funcionar, o Cloogy precisa de um ponto de acesso fixo à Internet. Ele só está disponível para o mercado português e tem preço mínimo de 199 euros. A promessa do fabricante é de uma economia de até 25% na conta de eletricidade.

Para saber mais sobre www.cloogy.com/pt/


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economizar

Uso racional

Paris e outras cidades francesas ficarão menos iluminadas. O governo do país, em um esforço para poupar energia, irá proibir o uso de luzes nas empresas durante a noite


© Michal Adamczyk | Dreamstime.com

P

aris é conhecida como a cidade-luz. Mas a realidade da França, em meio a uma crise econômica e com uma matriz energética dependente, em sua maior parte, de usinas nucleares, deve fazer a capital perder um pouco do brilho que lhe fez ganhar esse título. Um decreto publicado pelo Ministério da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia irá restringir, a partir de 1º de julho, a iluminação de lojas e escritórios. A restrição valerá entre uma e sete da manhã para vitrines e fachadas dos prédios. Já para as partes internas que podem ser vistas por quem está de fora, o desligamento das luzes deve ser feito até uma hora após o horário oficial de encerramento das atividades. A iluminação poderá voltar a ser ligada uma hora antes do início das atividades do dia seguinte. A única exceção será a uma semana antes do Natal, para que os estabelecimentos possam mostrar sua decoração para as festas de fim de ano. A penalidade para quem desobedecer a nova regra é uma multa de 750 euros por dia. A expectativa do Ministério da Ecologia é que a medida resulte em uma economia energia equivalente ao consumo anual de 750 mil residências

com aquecimento. Além disso, cerca de 250 mil toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser emitidas. A titular do órgão, Delphine Batho, chama a iniciativa de “lógica da sobriedade energética”. Para os comerciantes, além da economia, a mudança deverá colocar todos em pé de igualdade à noite, já que alguns investem mais que outros na divulgação dos seus estabelecimentos no período noturno. A lei de restrição para iluminação noturna dos prédios comerciais faz parte de uma iniciativa maior do Ministério da Ecologia francês sobre a transição energética do país, umas das promessas de campanha do presidente François Hollande. Algumas metas concretas já foram definidas: redução da participação da energia nuclear na matriz energética, que hoje é de 75% e deve cair para 50% em 2025, e o fechamento, até 2016, da central nuclear de Fessenheim, a mais antiga do país. Sobre essa última operação, o governo promete que será um exemplo para o mundo, em termos de segurança. Para mobilizar a sociedade em torno das mudanças na matriz energética, está sendo organizado na França um grande debate político. Contribuições de

todas as origens serão reunidas em um Conselho Nacional que funcionará como uma espécie de parlamento composto por 112 membros entre representantes de sindicatos e de órgãos governamentais e de entidades de defesa do meio ambiente, entre outros. Esse conselho será supervisionado por um comitê reunindo nomes de peso das áreas envolvidas com o tema, como Anne Lauvergeon, ex-presidente da Areva (multinacional do setor de energia) e Rebelle Bruno, ex-diretor do Greenpeace. Também fará parte do grupo de discussão uma comissão de cientistas, para ajudar a avaliar diferentes cenários do futuro energético do país. O ano de 2013 será o período chave para estabelecer as mudanças. Após o ciclo de debates, iniciado em janeiro, foi programado o trabalho dos membros do Conselho Nacional na “fase da informação”, com duração prevista até o final de fevereiro, para definir vários cenários energéticos. Depois, os participantes terão até o verão do Hemisfério Norte, no meio do ano, para propor recomendações ao governo. Por fim, as propostas serão transformadas em uma lei que irá regulamentar a transição.


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urbanizar

Combustível do futuro

Empresa americana de biotecnologia e Embrapa formalizam parceria para desenvolver o pinhãomanso como fonte de energia para veículos e aviões

A

americana SG Biofuels (SGB), fornecedora de soluções de bioenergia, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmaram um acordo de pesquisa conjunta para promover o desenvolvimento do pinhão-manso como fonte de energia renovável no Brasil. As duas empresas já vêm estudando o vegetal em estudos próprios e agora decidiram unir os esforços com o objetivo de obter, principalmente, biodiesel e combustível para uso na aviação. A SGB vem trabalhando no desenvolvimento da cultura de pinhão-manso há cinco anos, combinando plataformas de melhoramento e modificação genética. A Embrapa, por meio da unidade Agroenergia, situada em Brasília (DF), lidera uma rede com mais de 20 instituições de pesquisa brasileiras e mantém o maior banco ativo de germoplasma da oleaginosa do País. Os cientistas da instituição estão desenvolvendo estudos que vão desde a genética das espécies catalogadas até a produção de biocombustíveis e o aproveitamento de produtos deri-

vados e resíduos. De acordo com a Embrapa, avanços já foram obtidos no conhecimento sobre espaçamento de plantas, sistema de poda, produção de sementes, consórcio

com outras culturas e controle de pragas e doenças. Na área de processos, os pesquisadores já estão obtendo resultados dos trabalhos para fabricação de biodiesel e eliminação da toxicidade da torta


(composto resultante da extração do óleo das sementes). “Nós identificamos o pinhão-manso como uma espécie vegetal bastante promissora para a produção de óleo a ser utilizado na fabricação de biodiesel e biocombustível de aviação no Brasil”, afirma Manoel Souza, chefe-geral da Embrapa Agroenergia. Segundo ele, os primeiros esforços para implantar o pinhão-manso no País foram prejudicados pela falta de sistemas de produção. “Estamos confiantes de que a pesquisa em parceria com a SGB vai nos ajudar a superar mais rapidamente esse desafio”.

A SGB mantem plataformas de melhoramento e modificação genética de plantas na Guatemala, no Brasil e na Índia. Já produziu centenas de híbridos comerciais de pinhão-manso, que têm demonstrado alto desempenho em termos de vigor da planta, consistência no florescimento, tolerância ao estresse, quantidade de sementes e rendimento de óleo. No Brasil, a empresa implantou três centros de desenvolvimento, nos quais são feitos ensaios por meio de desenho experimental e análise estatística para avaliar seus híbridos em uma série de condições ambientais e agronômicas.

Recentemente, a SGB estabeleceu um projeto com a Fiagril, produtora de biodiesel localizada em em Lucas do Rio Verde, no Estado do Mato Grosso, para avaliar híbridos de pinhão-manso e desenvolver práticas agronômicas que permitam implementação de plantações em grande escala na região. “Ao juntar nossos esforços às iniciativas da Embrapa, temos potencial para posicionar o Brasil como o país preferencial para desenvolvimento e implantação do pinhão-manso como uma das culturas energéticas da nova geração”, destaca Kirk Haney, presidente e CEO da SGB.


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reaproveitar


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Tudo se aproveita

Construtora japonesa desenvolveu técnica de demolição de grandes edifícios que emite menos ruído e poeira e ainda aproveita parte do processo para gerar energia

A

s demolições de prédios costumam mobilizar boa parte do entorno onde vão acontecer e resultam em uma grande quantidade de entulhos e partículas emitidas para a atmosfera. Para evitar esses transtornos, a construtora japonesa Taisei Corporation está usando um método diferente e ambientalmente correto para fazer a demolição de um prédio. A técnica, batizada Ecological Reproduction System (Sistema de Reprodução Ecológica), permite a desmontagem gradual de arranha-céus e a reutilização dos materiais de construção obtidos na operação. Além disso, é obtida energia no processo de descida dos materiais ao nível do solo e essa energia é usada para compensar as emissões de CO2 da obra. O prédio que está sendo “desmontado” pela construtora é o do Grand Prince Hotel Akasaka, de Tóquio, que tem 140 metros de altura. Um dos principais benefícios do método, estudado desde 2008 pela Taisei Corporation, é que para edifícios com mais de 100 metros de altura a alternativa mais viável

é a implosão, que causa muito impacto ambiental. Prédios menores podem ser destruídos por máquinas de demolição, mas o processo também não pode ser considerado ecologicamente correto, porque resulta em muita poeira e entulho. Na técnica da construtora japonesa, a primeira fase é de retirada de tudo que está dentro do edifício - só são mantidos os elementos estruturais da construção. Os pisos são trabalhados de cima para baixo e cada um que é esvaziado tem o acesso interrompido para a equipe de operários. Na remoção das vigas de concreto, um guindaste no interior do edifício aproveita o movimento de descida ao solo impulsionado pela gravidade para gerar eletricidade, que depois é usada por outros equipamentos. A idéia da empresa é que tudo pode ser reutilizado durante a operação. Com esse reaproveitamento, a emissão de carbono total, segundo a Taisei, é reduzida em cerca de 85% em relação ao processo convencional. A desmontagem dos pisos, um dos processos mais complicados

da demolição, é feita com colunas temporárias e macacos gigantes. Vale ressaltar que, mesmo com a retirada das lajes, o teto e a estrutura externa do edifício são mantidos até a retirada total das partes internas. Segundo a construtora, outra vantagem do método é a redução no nível de ruído de 17 a 23 decibeis em relação às técnicas de demolição tradicionais e a diminuição da emissão de poeira em 90%. Além disso, a operação pode ser feita a qualquer momento, independentemente das condições meteorológicas. A Taisei já havia usado a técnica de desmontagem em outro edifício, mas o processo ganhou mais notoriedade com o Grand Prince Hotel Akasaka que, segundo a empresa é um “marco da cidade” de Tóquio. A expectativa, agora é poder usar a tecnologia em um grande número de demolições, nos próximos anos. Os prédios da capital japonesa com mais de 100 metros de altura usualmente são demolidos após 30 ou 40 anos de ano. E até 2020, muitos deles entrarão nessa etapa.


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destaque EFICIÊNCIA

A

informação

por um

fio

As redes de eletricidade inteligentes começam a ser estudadas no Brasil e nos principais mercados de energia do mundo e apontam para um futuro em que os consumidores irão interagir cada vez mais com as concessionárias


SXC.hu

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destaque EFICIÊNCIA

O

s consumidores de telefonia móvel estão habituados a receber mensagens da prestadora. Algumas, inclusive, fornecendo informações sobre o uso que eles estão fazendo dos seus serviços ou informando o saldo disponível. Mas a maioria dos usuários de eletricidade, provavelmente nunca pensou em receber avisos da concessionária, dizendo, por exemplo, que sua geladeira está gastando energia demais ou existe um curto-circuito nas instalações da casa ou do apartamento. Esse tipo de comodidade, no entanto, é possível através de um conceito que começa a ser cada vez mais

estudado pelo setor de energia elétrica: as smart grids. Em português, o termo pode ser definido como “redes inteligentes”. Através da Tecnologia da Informação, o que acontece nos equipamentos que formam uma rede eletricidade (desde grandes transformadores de uma estação de energia até as tomadas de uma residência) é monitorado em tempo real. E as informações, repassadas por qualquer meio virtual disponível seja para a concessionária ou para o usuário. Segundo especialistas entrevistados por Renergy Brasil, um esclarecimento importante sobre as smart grids é que elas não formam um con-

junto de tecnologias específicas ou equipamentos a serem instalados. “O elemento chave da smart grid é a informação. Existem camadas diferentes de gerenciamento da rede. E em cada um desses um desses patamares, a informação tem foco diferente”, explica a professora Ruth Pastora Saraiva, professora do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrante, há dois anos e meio, de um grupo de estudo sobre smart grids. No nível dos consumidores residenciais, que formam o grupo mais numeroso de usuários, o primeiro contato com o conceito de smart


www.siemens.com.br

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grid é através dos chamados medidores inteligentes. Em agosto do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou uma resolução que regulamenta os requisitos básicos para os sistemas de medição eletrônica para pequenas unidades. Diferentemente dos tradicionais, que apenas registram analogicamente o consumo e precisam ser periodicamente acompanhados (mensalmente, um funcionário da companhia elétrica vai até o imóvel fazer a medição e emitir a fatura), os medidores inteligentes podem guardar, processar e até enviar automaticamente algumas informações.

“Eles funcionam como se fossem pequenos computadores”, afirma o professor Tomaz Nunes Cavalcante, mestre em distribuição de energia elétrica e especialista em eficiência energética do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará. Entre os benefícios desse tipo de equipamento para o consumidor, segundo ele, está a possibilidade de gerenciar melhor seu próprio gasto, com as informações disponíveis. A medição eletrônica permitirá, de acordo com a Aneel, que os consumidores saibam mais sobre seu perfil (horas de maior e menor demanda de energia, por exemplo) e oferta de novos serviços. As distribuidoras terão 18 meses, a contar da data da resolução (agosto do ano passado) para oferecer os medidores eletrônicos aos consumidores. A proposta da Aneel estabelece dois tipos de equipamentos. O mais simples, deve ser instalado gratuitamente para quem aderir a um novo modelo, também definido pela agência, de tarifas diferenciadas por horários. Esse tipo de medidor irá fornecer, através de um mostrador, o consumo de energia elétrica detalhado para cada horário, com o custo de cada um. Quem não quiser aderir ao sistema de tarifas diferenciadas por horários pode ter um medidor inteligente, mas terá que pagar o equipamento. De acordo com a Aneel, esse modelo, mais completo que o primeiro deverá fornecer, obrigatoriamente, valores de tensão e de corrente, informações sobre a energia consumida, data e horário de início e fim das interrupções de curta e de longa duração ocorridas nos últimos três meses e um resumo com todos esses indicadores dos últimos 12 meses. Uma das mudanças mais significa-

tivas trazidas pelo conceito de smart grids está na resolução da Aneel: o estímulo à participação mais efetiva do consumidor, que hoje recebe a conta em casa e não entende muito bem como funciona a medição da energia que consome. “A principal característica de um sistema com esse recurso é que o consumidor passa de uma atuação passiva para ativa”, ressalta o professor Tomaz Nunes. Ele destaca, inclusive, que será preciso treinamento, para que todos se adaptem à nova realidade. “As pessoas, hoje, não sabem ler a fatura da energia”. Indo além dos novos medidores, as smart grids também envolvem interesses das concessionárias de energia, porque podem significar redução de custos. Nesse aspecto, segundo a professora Ruth, ela ainda estão em estudo em todo os grandes mercados, porque demandam muitos investimentos e a descoberta de novos nichos de negócios. As motivações também dependem da realidade de cada mercado. “Nos Estados Unidos, elas representam uma oportunidade para renovar a rede, trocando-a por uma mais moderna. Na Europa, a motivação é segurança energética, integração de fontes renováveis e redução da emissão de CO2. Já o Brasil quer diminuição de perdas”, explica ela. Entre os benefícios apontados pela pesquisadora para um sistema elétrico gerenciado com o auxílio de smart grids é que ele poderia diversificar melhor a matriz, integrando todas as fontes (renováveis ou não) e tornar a rede mais preparada para falhas. A informação em tempo real poderia evitar (ou pelo menos prever com antecedência), por exemplo, os apagões, que estão entre os problemas mais críticos do sistema elétrico brasileiro.


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destaque EFICIÊNCIA

Primeiros testes Com a microgeração de energia e a introdução dos primeiros conceitos ligados a smart grids, muitas concessionárias de energia do Brasil começaram a realizar estudos para avaliar o funcionamento e as possíveis vantagens do novo conceito. Vários projetos pilotos estão sendo desenvolvidos em todo o país, avaliando principalmente como os consumidores interagem com a disponibilização de informações e como a informação pode ajudar na redução de custos operacionais das empresas. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) iniciou, em novembro de 2010, o projeto Cidades do Futuro, que irá durar até o fim do ano. No município de Sete Lagoas, a cerca de 60 km de Belo Horizonte, aproximadamente cinco mil medidores inteligentes serão instalados até dezembro. Segundo Denys Cláudio Cruz de Souza, superintendente de Desenvolvimento e Engenharia da Distribuição da empresa, a metade dos equipamentos já está em operação. A expectativa é de que os resultados sejam obtidos a partir do fim do ano e as conclusões em 2014. Denys acrescenta que o projeto pretende analisar vários aspectos relacionados com as funcionalidades das smart grids. Entre eles estão medição da eficiência operacional do sistema, redução de custos, automação da distribuição e relacionamento com os consumidores, através do fornecimento de ferramentas para que eles possam controlar melhor o gasto de eletricidade. Na AES Eletropaulo, um projeto piloto foi iniciado em 2011, com dois mil consumidores (residenciais

e industriais) no bairro de Ipiranga, em São Paulo. Através da instalação de medidores inteligentes, foi testado o funcionamento integrado dos processos de medição, operação e automação. Segundo Paulo Pimentel, gerente de projeto de smart grid da empresa, a experiência serviu para entender melhor o conceito e fazer as primeiras avaliações. Ele explica que como a concessionária tem quase milhões de clientes, o universo com apenas dois mil clientes serviu apenas para fornecer subsídios para um novo projeto, que vai ser mais abrangente e tem previsão de lançamento esse ano, com duração mínima de três anos. Paulo destaca que o projeto inicial, no entanto, já serviu para mostrar que a smart grid poderia ajudar a empresa na redução de perdas. A meta, agora, no próximo projeto, é aproveitar não só os medidores inteligentes, mas outras estruturas de automação já existentes ou que estão sendo implantadas na rede da Eletropaulo. Até o fim de 2013, por exemplo, a empresa irá instalar um sistema de automação da rede subterrânea em 1.274 transformadores. A tecnologia foi desenvolvida pela Landis+Gyr, empresa especializada em equipamentos para smart grids, e possibilita o controle dos equipamentos via sinal de rádio. O gerenciamento permitirá a localização de possíveis falhas antes mesmo da interrupção de energia. Outro benefício será a supervisão de abertura das tampas. Sensores acusam qualquer movimentação, o que pode evitar o furto de cabos. Já a Eletrobrás, através da Amazonas Energia, uma das suas subsidiá-


Š Hongqi Zhang | Dreamstime.com

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destaque EFICIÊNCIA

rias, lançou em 2011 o ‘Projeto Parintins’. Na cidade de mesmo nome, foi implantado um sistema inteligente que, por meio de sensores colocados na rede de distribuição, passou a permitir o acompanhamento e a intervenção imediata em caso de falhas. Também foram instalados medidores inteligentes que evitam a necessidade de leituristas e permitem o monitoramento dos dados fornecidos pelos medidores, como consumo por horário e custo do kWh em diferentes períodos do dia. A escolha do município de Parintins se deu pelo fato da ilha ser abastecida por um sistema isolado, o que permite o acompanhamento do desempenho das novas tecnologias

desde a geração até a unidade consumidora. Mais de 14 mil clientes residenciais e comerciais foram envolvidos na experiência. A previsão é de término de instalação de todos os medidores até o fim de 2013, segundo informações obtidas no site da Amazonas Energia. Procurada por Renergy Brasil, a Coelce, distribuidora de energia no Ceará, informou, através da assessoria de imprensa, que a empresa não tem projetos de avaliação de smart grid no Estado. No entanto, a Endesa Brasil, controladora da Coelce, mantém na cidade de Búzios, no Rio de Janeiro, o Cidade Inteligente. Iniciado em 2012, com duração de três anos, o estudo tem entre os benefícios previsto

incentivo à eficiência energética nos edifícios, possibilitando o controle do consumo por ambiente e por aparelho, o acompanhamento em tempo real, por parte do consumidores, dos gastos com energia elétrica e ajustes automáticos em tempo real na rede de distribuição, através de sistemas de controle remoto permitirão para uma nova forma de gestão da energia e um melhor serviço. Desenvolvida pela Ampla, outra filial da Endesa, a smart grid de Búzios se baseia na experiência de outras iniciativas desenvolvidas pela empresa no mundo, como em Málaga e Barcelona, na Espanha, Turim, Gênova e Bari, na Itália, e Santiago do Chile


Idéias e propostas © Burnedflowers | Dreamstime.com

© Belopez | Dreamstime.com

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Para ajudar a divulgar melhor o conceito da automação nas redes elétricas, no Brasil, foi criado, em 2008, o Fórum Latino-Americano de Smart Grid. Anual, o evento reúne um congresso e uma exposição sobre o tema e tem como objetivo principal, segundo seus organizadores, monitorar o progresso tecnológico mundial na área de smart grid, sintetizar os resultados e articular ações envolvendo provedores de soluções de tecnologia, empresas de energia, agentes de regulação e de política governamental, investidores e consumidores. Cyro Boccuzzy, presidente do fórum, ressaltou, em documento elaborado para o último fórum, realizado em novembro do ano passado que o Brasil registrou avanços na política regulatória ligada às redes inteligentes. Entre as mudanças positivas, ele destacou a discussão, por parte da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em torno da padronização

dos medidores, a permissão para companhias de eletricidade explorarem serviços de telecomunicações e as regras para microgeração (consumidores gerando a própria energia e negociando o excedente com as concessionárias). Ele lembrou, no entanto, que no país ainda há necessidade de expansão da rede e do consumo, o que tem deixado a busca pela eficiência e pela automação das redes em segundo plano nas políticas governamentais. Segundo o executivo, o gasto médio residencial do país fica em 150 kW/ hora por mês, enquanto na Europa o valor é 800 e nos Estados Unidos ele chega a 1.100. Outra característica do mercado do país que obriga as empresas a mudar suas prioridades é o alto índice de perdas causados por furtos e fraudes na medição. Nos países do Primeiro Mundo, a média é de 7% a 8%. Aqui, ela é de 17%. Da parte das concessionárias, no

entanto, segundo o presidente do fórum, todas têm buscado incluir as smart grids em seus planos de expansão. “Para as empresas, apesar dos incentivos insuficientes, se modernizar é fundamental”, explicou Cyro. Por fim, ele ressaltou que por conta das mudanças propostas pela Aneel e o esforço do setor privado, “a chegada das smart grids é inevitável”. Segundo Júlio Rodrigues, diretor executivo do fórum, em várias partes do mundo já está surgindo uma nova geração de redes de serviço público de distribuição de energia, que viabilizará benefícios como o aumento na eficiência do uso de energia (permitindo aos clientes gerenciamento de equipamentos em suas casas ou escritórios e redução de custos), redução de perdas de energia, uso de geração distribuída (os clientes podem, por exemplo, integrar em casa placas de aquecimento solar, fotovoltaicas ou pequenas turbinas de geração eólica sem necessidade de conhecimento técnico) e redução de interrupções e de problemas de qualidade. “Sistemas com essas funcionalidades já estão em implantação em várias cidades nos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oriente Médio. Em cerca de 3 a 5 anos esta será a plataforma comumente usada na área de distribuição e uso final de eletricidade”, afirma ele. Para Cyro Boccuzzy, o medo dos apagões de energia pode servir como um bom argumento para a busca pelas redes inteligentes no Brasil. As imensas usinas e as longas linhas de transmissão do país, na sua avaliação, trazem grande exposição a agentes externos e fatores climáticos, tornando a operação do sistema cada vez mais complexa, causando o risco de cortes


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destaque EFICIÊNCIA de grandes proporções. “O planejamento energético brasileiro precisa passar a focar no incentivo ao uso de padrões tecnológicos que privilegiem o uso racional e a conservação de energia, ao emprego de fontes renováveis de geração em pequena escala e em empreendimentos de menor impacto ambiental e localização junto aos centros consumidores”, defende. Tudo isso, ressalta ele, aliado a sistemas avançados de sensoriamento, controle e medição “para proporcio-

nar precificação e retorno adequado aos investimentos realizados e para que a energia seja acessível a todos”. O tema da edição de 2013 do Fórum Latino-Americano de Smart Grid (previsto para novembro), segundo os organizadores, ainda não foi definido. Poderão participar do evento profissionais, entidades públicas ou privadas ligadas aos segmentos de smart grid, energia, regulação e finanças e empresas fornecedoras de produtos, serviços e tecnologias.

Para saber mais sobre www.smartgrid.com.br

As smart grids nos principais mercados do mundo Estados Unidos Uma força-tarefa federal foi estabelecida pelo Energy Independence and Security Act of 2007, uma iniciativa do Congresso Americano realizada naquele ano para definir as políticas energéticas do país. Essa força-tarefa inclui especialistas de 11 agências federais e tem como principal missão garantir a coordenação, conscientização e integração de todas as ações do governo que sejam relacionadas com as tecnologias de redes inteligentes, práticas e serviços. Um pacote de investimentos chamado American Recovery and Reinvestment Act of 2009 destinou US$ 3,4 bilhões em subsídios federais para 99 concessionárias de energia, operadoras de linhas de transmissão e cooperativas do setor elétrico. Com recursos de contrapartida dos beneficiados, o investimento total chega a US$ 7,8 bilhões para implantar

Smart Grids Task Force (SGTF, Força-

negócios do mercado de smart grids de

-Tarefa para Smart Grids). A entidade

China, Japão e Coréia do Sul somava mais

procurou traçar um conjunto de objetivos

de 8,5 bilhões de dólares no ano passado

comuns em torno das políticas e marcos

e há expectativa de que chegue a US$ 19

regulatórios dos países do bloco que já

bilhões até 2016. A China representa 70%

haviam sido implantados no período de

do total. Japão e Coréia do Sul represen-

dois anos antes da sua criação. E também

tam 20% e 10%, respectivamente.

definiu regras básicas para padronização

A consultoria informa que maioria dos

das informações dos consumidores e

investimentos na China deverá ser

garantir sua privacidade e segurança.

direcionada para transmissão, automação

Com base nos resultados obtidos pela

de distribuição e medição automática.

força-tarefa, em 2011 a Comissão Européia

No Japão, principalmente por causa do

estabeleceu um conjunto de medi-

último incidente com a usina nuclear

das para orientar o desenvolvimento

de Fukushima, que causou sérios danos

tecnológico das redes elétricas, definiu

ambientais, a necessidade mais urgente

padrões de equipamentos e realizou um

passou a ser gerenciamento de energia.

inventário de todos os projetos de smart

Além disso, o país tem priorizado a im-

grids realizados no continente. Além

plantação de medidores inteligentes. Já a

disso, foram especificações técnicas para

Coréia do Sul, segundo a Greentch Media,

a implantação de sistemas automatiza-

possui a rede mais confiável do mundo e

dos de medição e projetos de análise de

está em um estágio posterior, procuran-

custo-benefício das smart grids.

do desenvolver a próxima geração das tecnologias de redes inteligentes e tendo

tecnologias de redes inteligentes em todo o sistema. A previsão de conclusão dos projetos é 2015.

Europa A Comissão Européia criou, em 2009, a

Ásia De acordo com a Greentch Media, consultoria especializada no mercado mundial de energias renováveis, o volume de

como um dos objetivos exportar esse conhecimento.



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3r’s

reduzir, reutilizar, reciclar

RESÍDUOS SÓLIDOS

Com ele, nada se perde As características do alumínio permitem que ele tenha uma diversa gama de aplicações. Por isso, o metal é um dos mais utilizados no mundo todo. Para o setor de alimentos, por exemplo, ele reduz o peso das embalagens. Também é bom condutor elétrico e apresenta grande durabilidade. A sua desvantagem é a alta toxicidade, mas como ele também é 100% reciclável, basta dar o destino adequado que ele não oferece riscos para o meio ambiente.

REDUZIR O alumínio tem várias aplicações, mas por causa da sua toxicidade não é aconselhável o uso em panelas e outros utensílios que cozinham a comida. Uma boa alternativa é substituir os itens por panelas de ferro ou vidro. Além de ser mais saudável, essa medida simples contribui para a redução no uso do material em processos industriais.

REUTILIZAR Utensílios domésticos, latas de bebidas, esquadrias de janelas, componentes automotivos, entre outros, podem ser fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos. Pelo seu valor de mercado, a sucata de alumínio permite a geração de renda para milhares de famílias brasileiras envolvidas da coleta à transformação final da sucata.

RECICLAR A capacidade de reciclagem é um dos principais atributos do alumínio. Ele pode ser reaproveitado infinitas vezes, sem perder suas características. Esse processo pode ser feito tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada como de sobras do processo produtivo. Uma das principais vantagens da reciclagem é a economia de energia. Ela representa um consumo de apenas 5% da energia necessária para produção do material primário.


Painel Energia Eólica

+

Construção Civil Construçã 24 DE ABRIL

FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL No dia 24 abril de 2013, em Fortaleza - CE, será realizado o Painel Energia Eólica + Painel Construção Civil, seminários técnicos com o objetivo de apresentar soluções em composites, poliuretano e plásticos de engenharia

Construção Civil:

Energia Eólica:

• Exemplos de aplicações de peças em composites, poliuretano, e plásticos de engenharia

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Local:

Hotel Blue Tree R. Dr. Atualpa Barbosa Lima, 500 Meireles, Fortaleza - CE Telefone:(85) 4008-4008 www.bluetree.com.br

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Como?

guia verde

SANEAMENTO

Ajude a manter as redes fluviais e de esgoto Um dos problemas das companhias de esgotamento sanitário é o acúmulo de resíduos sólidos não orgânicos na tubulação, que se acumulam ao longo do ano e causam entupimentos e outros problemas no processo de tratamento. Além disso, a rede fluvial, feita para escoar apenas a água da chuva, muitas vezes recebe dejetos de fossas e lixo, o que também causa problemas pelo uso inadequado. Para fazer a sua parte, siga alguns passos, sugeridos pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece):

1

Óleo de cozinha não deve ser despejado na rede de esgoto. Devido a sua característica gordurosa, ele gruda nas tubulações de esgoto formando uma crosta pegajosa que vai, ao longo dos dias, obstruindo a passagem dos efluentes. Este material deve ser armazenado e descartado em locais próprios. Atualmente, existem programas em supermercados, padarias e algumas empresas, que recebem o óleo de cozinha para a destinação correta.

2

Lugar de lixo é no lixo. Quando resíduos sólidos se acumulam nas tubulações podem causar entupimento e transbordamento do esgoto nas vias públicas. A prática muitas vezes é comum, pessoas jogam papel, resto de comida e outros objetos, direto no vaso sanitário ou abrem o ralo de quintais para despejarem detritos não desejáveis. Porém, o que não sabem é que além do mau cheiro, problemas de saúde pública podem ocorrer e trazer consequências mais sérias para a população quando esta situação acontece.

3

Esgotamento sanitário e drenagem urbana são sistemas diferentes, ou seja, cada um é pensado e dimensionado para um determinado tipo de função. De fato, grande parte da população não sabe, mas o sistema de esgoto no Brasil é chamado de separador absoluto. Assim, as tubulações de esgoto devem receber apenas as águas servidas e os dejetos advindos dos banheiros, já o sistema de drenagem recolhe as águas de chuva dos quintais e das ruas e deságua nos mananciais sem precisar de tratamento. Confundir esgoto e drenagem prejudica o meio ambiente, além de diminuir a qualidade de vida.


PENSANDO EM INOVAÇÕES PARA SEUS PROJETOS?

A Feicon Batimat é o maior e o mais conceituado salão da construção da América Latina. Com 21 anos de existência, surpreendendo a cada edição seus milhares de visitantes, a Feicon Batimat apresenta em primeira mão os principais lançamentos e tendências da arquitetura contemporânea nesta exclusiva exposição de produtos e serviços voltados à construção civil.

FAÇA SEU CREDENCIAMENTO ONLINE GRATUITO E PARTICIPE! DISPONÍVEL ATÉ 08/03/2013. ACOMPANHE AS NOVIDADES DA FEICON BATIMAT E DO SETOR ACESSANDO O SITE OU AS MÍDIAS SOCIAIS:

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FEICON BATIMAT,

referência para quem pensa em construção.

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Proibida a entrada de menores de 16 anos, mesmo que acompanhados. Evento exclusivo e gratuito para profissionais do setor que fizerem o seu pré-credenciamento por meio do site ou apresentarem o convite do evento no local. Caso contrário, será cobrada a entrada no valor de R$ 55,00 no balcão de atendimento.


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Dicas de livros, sites, filmes e muito mais

Encontro

O All About Energy estabeleceu-se como o maior evento de Energias Renováveis na América Latina. Em sua 7ª edição, vem com programação baseada em temas relevantes para o setor de energias limpas, como financiamento, política tributária e incentivos, mercado de comercialização e contratos, logística e competitividade, sustentabilidade, economia de carbono, eficiência energética, novas tecnologias, Smart Grid e Geração Distribuída. De 11 a 13 de Março de 2013, no Centro de Eventos do Ceará

Livro

Fundamentos de Energia Eólica é uma obra detalhada que surge em um período de crescimento da importância desta fonte de energia. Resultado de uma pesquisa minuciosa, o livro tem como objetivo suprir a demanda da literatura técnica por registros sistematizados de informação sobre questões históricas, técnicas, operacionais e econômicas desta indústria em expansão. Seu conteúdo é indicado para estudantes e profissionais do setor, uma vez que oferece desde capítulos sobre a física e as distribuições estatísticas abrangidas no vento a temas como equipamentos e parques elétricos. Número de páginas: 392. Preço: R$ 60,30. Mais informações: http://bit.ly/Wuiquk

Criatividade

O conceito de “caldeira de vidro” foi lançado pelos inventores Arne Moberg e Peter Kjaersboe, doutorados pela Escola Real Politécnica (Suécia), que desejavam utilizar a energia solar de modo elegante. O desenvolvimento ficou a cargo da empresa Soltech Energy. Com a ajuda de simples telhas de vidro, uma casa pode se transformar em um captador solar. Sob as telhas, nem tubulação, nem água, somente um captador solar negro, feito de um material sólido e, praticamente, quase impossível de se estragar, que serve para absorver a energia solar, a fim de reaquecer o ar do canal situado entre as telhas e o absorvedor. Mais informações: http://bit.ly/YQuh42

Feira

Entre 12 e 16 de março, no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, acontece a A Feicon Batimat, um dos maiores eventos de construção da América Latina. Com 21 anos de existência, o encontro reúne os grandes líderes do segmento em uma exposição de produtos e serviços para todos os setores. Além disso, a feira conta com a conferência Núcleo de Conteúdo Feicon Batimat, com palestras e debates trazendo tendências do mercado e profissionais nacionais e internacionais. Mais informações: www.feicon.com.br.


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27 a 29 de Agosto de 2013 Transamérica Expo Center São Paulo - Brasil

Medição e Redes Inteligentes

www.meteringlatinamerica.com.br Organização


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o último apaga a luz

Visite projetos dos artistas do Coletivo Base / Baião Ilustrado: www.baiaoilustrado.com.br

Negócios da China. Ilustração: Thyago Cabral


YES WE DO NOVA G114-2.0 MW > Sim, alcança a mais elevada eficiência & rentabilidade em lugares com vento fraco > Sim, oferece a menor densidade de energia do mercado > Sim, tem a confiança na tecnologia comprovada: plataforma Gamesa 2.0 MW > Sim, desenvolvemos tecnologia específica para diminuir o Custo da Energia (CoE)

SIM, OBTEMOS MAIS ENERGIA DOS LUGARES COM VENTOS FRACOS

/gamesaofficial

@Gamesa_Official


Performance em projetos e pessoas mais sustentáveis para semear um planeta mais consciente.

Nossa energia vem de quem mais nos motiva. Pessoas. Em 2012, a BRASELCO comemora 15 anos de energias, projetos, valores e pessoas mais sustentáveis. Para que façamos um trabalho diferencial, apostamos na difusão de valores que estimulam a criação de um mundo melhor. É assim que chegamos a grandes resultados e transformamos o futuro.

Consultoria, assessoria técnica e desenvolvimento de projetos de engenharia para grandes empreendimentos na área de energias renováveis. +55 85 3261.2014 / www.braselco.com.br

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