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volume 10, nĂşmero 4, agosto/setembro 2011

Dental Press

Rev ClĂ­n Ortod Dental Press. 2011 ago/set;10(4):1-136

ISSN 1676-6849


volume 10, número 4, agosto/setembro 2011

Dental Press

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Correção de desvios transversais do plano oclusal e assimetrias do sorriso por meio da utilização de mini-implantes

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Adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa: implicações clínicas e de IRMs das ATMs após 10 anos de acompanhamento

Correction of canted occlusal plane and smile asymmetry through the use of mini-implants Daniela Gamba Garib, Renata Biella de Salles Oliveira, Patricia Bittencourt Dutra dos Santos, Ricardo de Lima Navarro, Guilherme Janson, José Fernando Castanha Henriques

108

Adolescent treated with Herbst appliance and fixed orthodontics: Clinical implications and MRIs of TMJs after 10 years of follow up Luís Antônio de Arruda Aidar, Gladys Cristina Dominguez, Hélio K. Yamashita, Márcio Abrahão, Emílio Carlos Zanatta

58

Ocorrência de mordida aberta anterior e hábitos bucais deletérios em crianças com 4 a 12 anos de idade

64

Relação oclusal em crianças com 12 a 36 meses de idade

72

Aplicação clínica da mola “T” do grupo B para retração dos dentes anteriores

84

Retratamento da má oclusão esquelética de Classe II com a utilização de miniplacas: relato de caso

95

Protocolo para mesialização de molares inferiores com mini-implantes

108

Occurrence of anterior open bite and deleterious oral habits in children from 4 to 12-year old André Luiz de Melo Drumond, Cláudio de Góis Nery, Juliana Alves de Oliveira, Leila Daiane Flach, Sabryna Alves Ferrante, Marcos Augusto Lenza

Occlusal evaluation of children from 12 to 36 months old Carla Vecchione Gurgel, Júnia Maria Villefort Silva Chaves, Thaís Marchini Oliveira, Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado

Clinical application of group B T-loop spring for retraction of anterior teeth Renato Parsekian Martins, Alexandre Antonio Ribeiro, Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas, Isabela Parsekian Martins, Lídia Parsekian Martins

Retreatment of skeletal Class II malocclusion using miniplates: Case report Cassio Edvard Sverzut, Alexandre Elias Trivellato, Alexander Tadeu Sverzut, Fernando Pando de Matos, Marcelo Antônio Mestriner, Fábio Lourenço Romano

Protocol to protract lower molars with mini-implants Maria Tereza Scardua

Tracionamento de canino permanente superior: relato de caso clínico

Forced eruption of maxillary permanent canine: Case report Mauricio de Almeida Cardoso, Sérgio Luiz de Azevedo Silva, Leopoldino Capelozza Filho, Alberto Consolaro, Danilo Furquim Siqueira

34


64 72

84

95

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Editorial ������������������������������������������������ 5 Pergunte a um Expert ��������������������������� 8 Dica Clínica ����������������������������������������� 18 Marketing ������������������������������������������� 28 Eventos ................................................ 30 Abstracts ������������������������������������������� 124 Controvérsias ������������������������������������ 128 Instruções aos autores ���������������������� 134


EDITOR Omar Gabriel da Silva Filho HRAC-USP

EDITOR INTERINO Weber José da Silva Ursi

EDITORES ASSISTENTES José Valladares Neto UFG-GO Rosely Suguino CESUMAR-PR Danilo Furquim Siqueira USC-SP

PUBLISHER Laurindo Furquim UEM-PR

oordenador dos Abstracts C Mauricio de Almeida Cardoso

FOSJC/UNESP-SP

USC-SP

ONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO C Adilson Luiz Ramos UEM-PR Hélio Hissashi Terada UEM-PR CONSULTORES CIENTÍFICOS

Ortodontia Ademir Roberto Brunetto Arno Locks Ary dos Santos-Pinto Björn U. Zachrisson Carlo Marassi Célia Regina Maio Pinzan Vercelino Cristiane Canavarro Cristina Feijó Ortolani Daltro Enéas Ritter Daniela Gamba Garib David Normando Eduardo Dainesi Fausto Silva Bramante Francisco Ajalmar Maia Gilberto Vilanova Queiroz

UFPR-PR UFSC-SC UNESP-SP Universidade de Oslo / Noruega CPO SLMANDIC-SP Uniceuma-SP UERJ-RJ UNIP-SP UFSC-SC HRAC-USP-SP UFPA/ABO-PA USC-SP Clínica particular-SP UFRN-RN ABENO-SP

Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - Diretor Editorial: Bruno D’Aurea Furquim DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - ANALISTA DA INFORMAÇÃO: Carlos Alexandre Venancio - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Gildásio Oliveira Reis Júnior - Tatiane Comochena - TRATAMENTO DE IMAGENS: Andrés Sebastián Pereira de Jesus - submissão de artigos: Roberta Baltazar de Oliveira - Revisão/ COPydesk: Ronis Furquim Siqueira - JORNALISMO: Beatriz Lemes Soares - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - WEBMASTER: Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - Rachel Furquim Scattolin - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Moraes - FINANCEIRO: Roseli Martins - Secretaria: Rosane A. Albino.

Guilherme de Araújo Almeida UFU-MG Henrique Mascarenhas Villela ABO-BA Jeffrey P. Okeson Universidade de Kentucky / EUA Jesús Fernández Sánchez Universidade de Madrid / Espanha José Fernando C. Henriques FOB-USP-SP José Nelson Mucha UFF-RJ José Rino Neto FOUSP-SP Júlia Harfin Universidade de Maimonides / Argentina Julio de Araújo Gurgel FOB-USP-SP Julio Pedra e Cal-Neto UFF-RJ Jurandir Antonio Barbosa ACDC-SP Larry White AAO Dallas / EUA Leopoldino Capelozza Filho HRAC-USP-SP Lorenzo Franchi Universidade de Florença / Itália Luciano da Silva Carvalho APCD-SP Marcelo de Castellucci e Barbosa UFBA-BA Marcio Costa Sobral UFBA-BA Marcio Rodrigues de Almeida UNOPAR-PR Marden Bastos EAP-ABO-MG Matheus Melo Pithon UESB-BA Ravindra Nanda Universidade de Connecticut / EUA Ricardo Nakama Clínica particular-PR Roberto Hideo Shimizu UTP-PR Roberto Justus Univ. Tecnológica do México / México Sebastião Interlandi USP-SP Tiziano Baccetti Universidade de Florença / Itália Vincent G. Kokich Universidade de Washington / EUA Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana FOB-USP-SP

Oclusão Paulo Cesar Rodrigues Conti FOB-USP-SP

Patologia Alberto Consolaro FOB-USP-SP Dentística Renata Pascotto

UEM-PR

A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press (ISSN 1676-6849) é uma publicação bimestral (seis edições por ano), da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. — Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Maringá / Paraná - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-.

Indexada nas Bases de Dados:

Bimestral. ISSN 1676-6849. 1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. desde 2003

CDD 21.ed. 617.643005

BBO

desde 2003

desde 2008


editorial

DO BOM PARA O EXCELENTE Weber Ursi Editor interino

A Ortodontia como especialidade, como todos sabem, demanda um investimento substancial de tempo e finanças. O conhecimento necessário para oferecer tratamentos ortodônticos eficazes e eficientes muitas vezes só é obtido com anos de experiência clínica, sempre baseada nas melhores evidências científicas disponíveis. Desde que a formação ortodôntica realizada tenha sido feita com profundidade e substância, tanto da parte dos ministradores quanto do pós-graduando, assume-se que todo jovem ortodontista tem as “ferramentas” necessárias para desenvolver seu trabalho com sucesso. Bem, infelizmente, essa condição atende somente um aspecto da “receita”, uma vez que o conhecimento da especialidade é pré-requisito, e não diferencial — e, para um profissional se intitular ortodontista, ele deve estar adequadamente treinado no aspecto técnico da especialidade para exercê-la. Com esse pré-requisito atendido, provavelmente os resultados desse ortodontista hipotético serão “bons”. Por “resultados” deve-se entender o seu significado mais amplo, não somente no que se refere aos tratamentos realizados, mas também à percepção dos pacientes com relação ao término do caso e seu grau de satisfação, e os índices que determinam a saúde financeira de qualquer empreendimento. Numa época competitiva como a que vivemos, muitos são propensos a ouvir o canto das sereias, travestidas de consultorias de marketing, numa tentativa desesperada de oferecer os chamados “diferenciais”, que, muitas vezes, são meras tábuas de salvação temporárias, e não um porto seguro, estável. Fazer a transição do BOM para o EXCELENTE não exige um processo revolucionário, nem tem uma fórmula mágica, nem uma nova tecnologia, mas sim um processo de revisão do que fazemos, como fazemos e porquê fazemos. Cada ortodontista, queira ou não, deve ser um líder em sua clínica, mesmo que seja numa equipe de dois componentes. A obrigação do líder é se cercar de competência, ter um propósito, utilizar sistemas e propiciar um ambiente de trabalho respeitoso e jovial, uma vez que nosso consultório é o local que passamos grande parte do tempo de nossas vidas. Ao líder cabe tomar decisões difíceis mas necessárias, para que os resultados estejam num patamar de excelência.

Em um excelente livro, “Good to great”, Jim Collins enfatiza a importância de se ter disciplina e determinação para correções de rota radicais e necessárias, em vez de se resolver os impasses com soluções tópicas e paliativas. Um exemplo de solução inadequada, muitas vezes utilizada, é: se o número de pacientes está diminuindo, vamos diminuir o valor cobrado pelos nossos serviços. É necessário que o ortodontista tenha como princípio obter resultados excelentes e sustentáveis, e perseguir esse objetivo às custas de, inclusive, o que é muito difícil para alguns, seu ego. Muitos ortodontistas têm uma relação difícil com seus colaboradores e isso se reflete na percepção que os pacientes têm de suas clínicas. Muitos colaboradores não têm respeito pelo ortodontista, mas medo. Uma relação como essa não é adequada, uma vez que, normalmente, deságua num quadro de ressentimento, retaliação, boicote e inação. Mesmo quando temos que dispensar alguém, isso deve ser feito com dignidade e respeito, para que essa pessoa tenha lembranças positivas do profissional com o qual trabalhou. Mas não se deve hesitar em dispensar alguém que não tem comprometimento com os objetivos almejados pelo ortodontista. Devem ser dadas chances e treinamento, e monitorados o comportamento e os resultados; mas, se nada mudar, cabe a clássica frase: “Fulano-de-tal, não sei como nossa clínica vai funcionar sem você, mas a partir de amanhã vamos começar a descobrir”. No dia a dia da prática clínica, o líder deve proporcionar momentos de satisfação e distribuir elogios quando merecidos. Somente o salário não preenche e satisfaz uma pessoa à medida que ela cresce como indivíduo e se torna mais importante para uma organização. O líder deve se preocupar em coletar e analisar os dados de seus consultórios (alguns profissionais não sabem nem o número exato de quantos pacientes estão em tratamento ativo em um determinado momento). Dados como receitas, despesas fixas e variáveis devem ser monitorados com frequência. Normalmente, os resultados melhoram ao longo do tempo se forem monitorados e medidas preventivas instituídas antes que um problema maior se instale. Como se vê, o ortodontista tem que atuar em vários papéis, mas, se fosse fácil, qualquer um faria...

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Tratamento da mordida aberta anterior, na fase de dentadura permanente, sem e com extrações, cirurgicamente e com ajuste oclusal e sua estabilidade Guilherme Janson

Já está estabelecido na literatura que a mordida aberta anterior deve ser tratada em uma fase precoce, durante as dentaduras decídua e mista. A partir dos cinco anos de idade cronológica, quanto mais cedo se iniciar o tratamento, mais fácil será a correção e maior será a sua estabilidade1,2. Entretanto, nem todos os pacientes procuram o tratamento ortodôntico nessa fase, seja por desconhecimento do problema ou por outros fatores de ordem pessoal, e somente o fazem em uma época mais tardia, na fase de dentadura permanente. Talvez seja porque essa fase coincide com o início da adolescência, em que o jovem passa a ter uma maior preocupação estética e vaidade, e assim ele busca, então, o tratamento para esse problema. Contudo, o tratamento nessa fase é mais difícil de ser realizado, assim como a estabilidade da correção também não é tão satisfatória quanto aquela da correção precoce3,4,5. Portanto, o objetivo desse artigo é (1) descrever as diferentes abordagens de tratamento ortodôntico; (2) apresentar as características das mordidas abertas passíveis de responder favoravelmente ao tratamento ortodôntico sem e com extrações, cirurgicamente e com ajuste oclusal; e (3) discutir a estabilidade do tratamento realizado nessa fase. Algumas abordagens de tratamento ortodôntico serão ilustradas com a apresentação de casos clínicos.

REVISÃO DA LITERATURA Define-se a mordida aberta anterior como a ausência de contato entre as bordas dos dentes superiores e inferiores na região anterior, no sentido vertical6. Representa uma discrepância no sentido vertical que algumas vezes envolve, além dos incisivos, os caninos e com menor frequência os pré-molares e molares. Essa má oclusão geralmente causa alterações no perfil e resulta em deficiências no aspecto estético

Como citar este artigo: Janson G. Tratamento da mordida aberta anterior, na fase de dentadura permanente, sem e com extrações, cirurgicamente e com ajuste oclusal e sua estabilidade. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):8-17.

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do paciente, dificultando a apreensão e corte dos alimentos, além de prejudicar determinados fonemas, expondo o paciente a situações desagradáveis em seu ambiente5. A etiologia da mordida aberta anterior é multifatorial1,7,8, ou seja, diversos fatores que, interagindo e operando dentro de um potencial de crescimento inerente a cada indivíduo, promovem essa má oclusão. Portanto, observa-se que essa displasia pode ser muito complexa, não devendo ser considerada morfológica e funcionalmente como uma entidade única, para a qual um mecanismo puramente genético seja responsável5. Dentre os diversos fatores que estão relacionados, direta ou indiretamente, na etiologia da má oclusão de mordida aberta anterior, alguns merecem destaque, como é o caso do aleitamento materno9,10, a hereditariedade7,11-14, os hábitos deletérios15,16, a função ou tamanho anormal da língua17,18,19, a respiração bucal20,21, e os traumatismos e patologias congênitas ou adquiridas na região de pré-maxila5,22.

TIPOS DE APARELHOS PARA CORREÇÃO DA MORDIDA ABERTA NA DENTADURA PERMANENTE Apesar dos diversos aparelhos fixos existentes para a correção da mordida aberta, geralmente eles envolvem a utilização de elásticos intermaxilares na região anterior, que visam a intrusão dos dentes posteriores e a extrusão dos anteriores13,23-28. Além desse dispositivo utilizado para a correção da mordida aberta, outros autores recomendam as extrações dentárias, com a finalidade de facilitar o tratamento e garantir uma maior estabilidade do mesmo29,30. Dobras nos arcos de nivelamento, na região anterior, constituem-se em outra maneira utilizada por alguns profissionais para ajudar na correção desse problema31,32; e, como

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.


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A

Tratamento da mordida aberta anterior, na fase de dentadura permanente, sem e com extrações, cirurgicamente e com ajuste oclusal e sua estabilidade

B

C

Figura 7 Aspectos intrabucais previamente ao retratamento com ajuste oclusal.

A

B

C

Figura 8 Final do tratamento, após três sessões de ajuste.

A

B

C

Figura 9 Aspectos intrabucais 3 anos após o final do tratamento.

CONCLUSÕES O tratamento da mordida aberta anterior durante a fase de dentadura permanente está sujeito a certa porcentagem de recidiva clinicamente significativa. As estabilidades clínicas dos

Referências 1. Watson WG. Open-bite-a multifactorial event. Am J Orthod. 1981 Oct;80(4):443-6. 2. Parker JH. The interception of the open bite in the early growth period. Angle Orthod. 1971 Jan;41(1):24-44. 3. Nemeth RB, Isaacson RJ. Vertical anterior relapse. Am J Orthod. 1974 June;65(6):565-85. 4. Lopez-Gavito G, Wallen TR, Little RM, Joondeph DR. Anterior open-bite malocclusion: a longitudinal 10-year postretention evaluation of orthodontically treated patients. Am J Orthod. 1985 Mar;87(3):175-86. 5. Janson G, Valarelli FP, Henriques JF, de Freitas MR, Cançado RH. Stability of anterior open bite nonextraction treatment in the permanent dentition. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Sept;124(3):265-76; quiz 340. 6. Ngan P, Fields HW. Open bite: a review of etiology and management. Pediatr Dent. 1997 Mar-Apr;19(2):91-8. 7. Nielsen IL. Vertical malocclusions: etiology, development, diagnosis and some aspects of treatment. Angle Orthod. 1991;61(4):247-60.

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tratamentos sem extrações, com extrações, cirúrgico e com ajuste oclusal são, respectivamente, de 61,9%, 74,2%, 64,2% e 66,7%. Uma forma de aumentar a estabilidade do tratamento é associar os procedimentos com o ajuste oclusal, após a ocorrência da recidiva em longo prazo, em casos selecionados.

8. Huang GJ, Justus R, Kennedy DB, Kokich VG. Stability of anterior open bite treated with crib therapy. Angle Orthod. 1990;60(1):17-24; discussion 5-6. 9. Serra-Negra. Estudo da associação entre aleitamento, hábitos bucais e maloclusões. Rev Odontpl Univ São Paulo. 1997;11(2):79-86. 10. Coeli BMT. Hábitos bucais de sucção: aspectos relacionados com a etiologia e tratamento. Rev Odontopediatr. 1994;3(1):43-51. 11. Schendel SA, Eisenfeld J, Bell WH, Epker BN, Mishelevich DJ. The long face syndrome: vertical maxillary excess. Am J Orthod. 1976 Oct;70(4):398-408. 12. Sarver DM, Weissman SM. Nonsurgical treatment of open bite in nongrowing patients. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Dec;108(6):651-9. 13. Nahoum HI. Vertical proportions: a guide for prognosis and treatment in anterior openbite. Am J Orthod. 1977 Aug;72(2):128-46. 14. Martina R, Laino A, Michelotti A. Class I malocclusion with severe open bite skeletal pattern treatment. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1990 May;97(5):363-73. 15. Popovich F, Thompson GW. Thumb- and finger-sucking: its relation to malocclusion. Am J Orthod. 1973 Feb;63(2):148-55.


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Guilherme Janson • Professor Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.

Endereço para correspondência Guilherme Janson Disciplina de Ortodontia Faculdade de Odontologia de Bauru-USP Alameda Otávio Pinheiro Brisolla, 9-75 CEP: 17.012-901 – Bauru/SP

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DICA CLÍNICA

Utilização de elásticos separadores para exodontia menos traumática em Ortodontia Separating elastics to provide less traumatic dental extraction in orthodontics

Rodrigo Castellazzi Sella* Rogério José da Silva** Wagner José Silva Ursi***

Abstract

Resumo A extração dentária está presente na prática da clínica ortodôntica. Esse procedimento apresenta uma série de indicações, e diferentes elementos dentários vêm sendo extraídos para obtenção dos objetivos do tratamento ortodôntico. Toda cautela deve ser empregada durante a realização de uma exodontia por indicação ortodôntica, preservando-se os tecidos envolvidos e, ainda, finalizando

o caso com estabilidade e saúde desses tecidos. Este artigo tem como objetivo apresentar uma nova indicação para o uso dos elásticos separadores ortodônticos: proporcionar alterações inflamatórias ao periodonto do dente a ser extraído, facilitando a exodontia e preservando ao máximo os tecidos de suporte da região receptora dos dentes adjacentes quando o espaço da extração é fechado.

alterations to the periodontium of the tooth to be extracted, facilitating the extraction and preserving to the maximum the tissues of an area that will receive the adjacent teeth when the space of the extraction is closed.

Palavras-chave: Elastásticos separadores. Extrações dentárias. Periodonto.

Keywords: Separating elastics. Dental extraction. Periodontium.

Como citar este artigo: Sella RC, Silva RJ, Ursi WJS. Utilização de elásticos separadores para exodontia menos traumática em Ortodontia. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):18-25.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Dental extractions are useful in orthodontic practice. This procedure presents a series of indications, and different teeth have been extracted seeking treatment stability and the health of the involved tissues. Every caution is requested during the orthodontically indicated extraction, preserving such tissues. The objective of this article is to present a new indication for the use of the separating elastics: to provide inflammatory

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):18-25

* Mestre e Doutor em Ortodontia pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP. Professor do Departamento de Anatomia, do Centro de Ciências Biológicas, Disciplinas de Anatomia Humana e Anatomia Dentária da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professor e Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), Unidade Londrina. ** Especialista em Ortodontia pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), Unidade Londrina. *** Especialista, Mestre e Doutor em Odontologia. Professor do Departamento de Odontologia Restauradora, Disciplina de Dentística, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Professor e Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), Unidade Londrina.


Sella RC, Silva RJ, Ursi WJS

A

B

Figura 26 Sutura realizada após a extração do primeiro pré-molar inferior esquerdo, destacando a ausência de hematoma gengival, evidência da preservação desse componente periodontal.

Figura 27 Vistas oclusais da arcada inferior imediatamente após a obtenção do coágulo (A) e no controle de dez dias de pós-operatório (B). Nota-se a condição adequada de cicatrização da ferida cirúrgica e a característica clínica de largura do processo alveolar favorável para a retração do segmento anterior da arcada.

Figura 28 Radiografias proximais ilustrando a condição de preservação das cristas ósseas interproximais após a extração do primeiro pré-molar inferior esquerdo (A) e do primeiro pré-molar inferior direito (B).

A

B

Referências 1. Azuma M. Study on histologic changes of periodontal membrane incident to experimental tooth movement. Bull Tokyo Med Dent Univ. 1970 June;17(2):149-78. 2. Consolaro A. Movimentação em direção a alvéolos de dentes recém-extraídos. Pode?! Rev Clín Ortod Dental Press. 2004;3(5):100. 3. Hashimoto F, Kobayashi Y, Mataki S, Kobayashi K, Kato Y, Sakai H. Administration of osteocalcin accelerates orthodontic tooth movement induced by a closed coil spring in rats. Eur J Orthod. 2001;23(5):535-45. 4. Heller IJ, Nanda R. Effect of metabolic alteration of periodontal fibers on orthodontic tooth movement. An experimental study. Am J Orthod. 1979;75(3):239-58. 5. Kobayashi H, Takagi H, Sakai H, Hashimoto F, Mataki S, Kobayashi K, et al. Effects of local administration of osteocalcin on experimental tooth movement. Angle Orthod. 1998;68(3):259-66. 6. Kyomen S, Tanne K. Influences of aging changes in proliferative rat of PDL cells during experimental tooth movement in rats. Angle Orthod. 1997;67(1):67-72. 7. Mabuchi R, Matsuzaka K, Shimono M. Cell proliferation and cell death in periodontal ligaments during orthodontic tooth movement. J Periodontal Res. 2002;37(2):118-24. 8. Macapanpan LC, Weinmann MD, Brodie AG. Early tissue changes following tooth movement in rats. Angle Orthod. 1954;24(1):79-95. 9. Mazzotini R, Capelozza Filho L, Almeida MC. Técnica cirúrgica conservadora para extração no segmento de incisivos inferiores. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005;4(5):27-36. 10. Nagai M, Yoshida A, Sato N, Wong DT. Messenger RNA level and protein localization of transforming growth factor-ß1 in experimental tooth movements in rats. Eur J Oral Sci. 1999;107(6):475-81. 11. Alvarez Rodriguez L, Steimetz T, Ubios AM, Cabrini RL. An original orthodontic appliance for experimental mesial movements in rats. Acta Odontol Latinoam. 1996;9(2):45-9.

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Endereço para correspondência Rodrigo Castellazzi Sella Rua Benjamin Constant, 1879 – 86.020-320 – Londrina/PR E-mail: rodrigosella@hotmail.com

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Odontologia é serviço!

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Antes de iniciar cada turma dos cursos que ministro, pergunto aos participantes o que pretendem aprender. “Ter mais clientes”, “Fidelizar os clientes”, ou “Satisfazer os clientes” são algumas das respostas que mais ouço. Se fazer a gestão é tomar decisões, então terão mais sucesso aqueles que entenderem o contexto de negócio em que a Odontologia está inserida. Classicamente, o mundo dos negócios é separado em três grandes áreas: indústria, comércio e serviços. A indústria utiliza matérias-primas para industrializar; o comércio utiliza produtos para comercializar; nos serviços, utilizam-se pessoas para servir, isto é, para executar tarefas ou procedimentos para outras. Pode parecer uma definição óbvia, mas, quando esse conceito básico não é lembrado ou entendido, corremos o risco de tentar vender a Odontologia (um serviço) como se fosse uma televisão ou uma roupa (um produto). Então, vale a pena discutir quatro peculiaridades da área de serviços que a tornam tão distinta da indústria e do comércio, principalmente por ser tão dependente de pessoas: inseparabilidade, variabilidade, perecibilidade e intangibilidade.

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):28-9

Inseparabilidade Essa peculiaridade evidencia a íntima relação que os serviços têm com as pessoas, ao contrário da indústria, que pode produzir os mesmos resultados com várias máquinas; ou do comércio, que pode vender produtos exatamente com as mesmas especificações. Os serviços não podem ser separados dos seus prestadores. A qualidade do serviço está associada às qualidades pessoais e técnicas do próprio dentista. Mesmo que haja um protocolo de atendimento geral, o serviço será percebido a depender da pessoa que o executa. Mesmo que a técnica clínica seja a mesma, não é possível padronizar o “peso da mão”, ou a destreza do operador.

Variabilidade Mesmo que seja prestada pela mesma pessoa, a qualidade do atendimento odontológico varia, dependendo de fatores como: equipamentos, materiais, instalações, treinamento e experiência profissional. A qualidade do atendimento varia inclusive conforme os perfis e estados de espírito não apenas de quem está


Nakama R

atendendo, mas também de quem está sendo atendido. Um dentista que esteja em um dia de bom humor certamente atenderá melhor do que se estivesse em um péssimo dia. Da mesma forma, um cliente de bom humor reagirá de maneira mais positiva ao atendimento prestado.

Os serviços são produzidos no mesmo instante em que são realizados, e não podem ser estocados para uso ou venda posterior. O consumo dos serviços é imediato, e depende da presença do dentista.

profilaxia, etc), o que torna a relação ainda mais dependente da confiança estabelecida entre o profissional e o cliente. Não tendo condições de avaliar tecnicamente o procedimento clínico, o cliente fica atento aos fatores não clínicos para tirar alguma conclusão sobre a qualidade dos serviços. Assim, ele tira suas impressões através, principalmente, do que ele vê (apresentação pessoal, arquitetura, limpeza...), mas também do que ele ouve (entonação de voz, música ambiente), cheira (aromatizadores), degusta (materiais odontológicos) e sente pelo tato (dor). A imagem, o prestígio e o relacionamento do profissional também formam de maneira decisiva a percepção de valor atribuído pelo cliente ao serviço.

Intangibilidade

Conclusão

Ser intangível significa que, ao contrário de produtos, os serviços não podem ser vistos, provados, ouvidos, pegos ou cheirados antes da compra. Os serviços são vividos, experimentados. Na verdade, o cliente, na sua condição leiga, dificilmente terá condições de avaliar tecnicamente o procedimento odontológico propriamente dito (a restauração, a cirurgia, a

Tendo em mente essas quatro características da área de serviços, que é diferente da indústria e do comércio, evitamos o equívoco de administrar um consultório odontológico como se administra uma fábrica de geladeiras ou uma loja de sapatos, e aumentamos nossas chances de desenvolver estratégias mais consistentes e rentáveis.

Perecibilidade

* Cirurgião-dentista clínico. Doutorado em Ortodontia (UNESP/Araraquara). MBA em gestão empresarial (FGV). Consultor do programa Pró-clínica (SEBRAE).

Endereço para correspondência Como citar essa seção: Nakama R. Odontologia é serviço! Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):28-9.

Ricardo Nakama E-mail: ricnakama@gmail.com

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):28-9

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):30





caso clínico

Correção de desvios transversais do plano oclusal e assimetrias do sorriso por meio da utilização de mini-implantes Correction of canted occlusal plane and smile asymmetry through the use of mini-implants Daniela Gamba Garib* Renata Biella de Salles Oliveira** Patricia Bittencourt Dutra dos Santos** Ricardo de Lima Navarro*** Guilherme Janson**** José Fernando Castanha Henriques***** Abstract

Resumo Os mini-implantes são pequenos parafusos de titânio instalados temporariamente na maxila ou mandíbula, atuando como um sistema de ancoragem esquelética. Muitas são as vantagens proporcionadas por esses dispositivos, de maneira que se apresentam como uma alternativa para os casos em que a ancoragem se torna fator crítico para o sucesso do tratamento ortodôntico, além de viabilizarem movimentos que antes eram considerados difíceis ou até mesmo impossíveis em Ortodontia. Dentre as diversas indicações dos mini-implantes, relevamos a correção de inclinações do plano oclusal, anteriormente passíveis de correção apenas por meio da cirurgia ortognática. O presente trabalho objetiva demonstrar a utilização dos mini-implantes como ancoragem ortodôntica na intrusão de dentes anteriores através do relato de um caso

clínico de uma paciente do sexo feminino, 19 anos de idade, com histórico de tratamento ortodôntico prévio, cuja queixa principal era a inclinação transversal do plano oclusal. Clinicamente, no sorriso, a paciente mostrava uma maior exposição de gengiva do lado direito, quando comparado com o lado esquerdo. Para tanto, planejou-se o tratamento ortodôntico corretivo com aparelho fixo e a intrusão dos incisivos e caninos superiores de modo assimétrico do lado direito, utilizando mini-implantes. Os resultados do tratamento evidenciaram uma intrusão dos dentes anteriores do lado direito de aproximadamente 3 mm. Diante do exposto, ficam evidentes os benefícios proporcionados por esses dispositivos em pacientes com inclinação suave ou moderada do plano oclusal, criando-se uma alternativa para o tratamento ortodôntico-cirúrgico.

pleasing facial esthetics and a Class I facial pattern, however her smile esthetics was severely compromised due the occlusal cant. It was planned to intrude the right maxillary incisors and canine using mini-implants for leveling the occlusal plane. The results of treatment showed that the anterior teeth were intruded about 3mm on the right side providing a symmetrical final smile. Therefore, asymmetrical tooth intrusion with mini-implants consists a good treatment option for patients with slight to moderate occlusal cant, creating an alternative for surgical treatment.

Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Sorriso. Ortodontia.

Keywords: Orthodontic Anchorage Procedures. Smiling. Orthodontics.

Como citar este artigo: Garib DG, Oliveira RBS, Santos PBD, Navarro RL, Janson G, Henriques JFC. Correção de desvios transversais do plano oclusal e assimetrias do sorriso por meio da utilização de mini-implantes. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):34-42.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Mini-implants are small titanium screws temporarily installed in the alveolar or basal bone to provide skeletal anchorage. There are many advantages offered by these devices and they can be considered as an alternative for cases in which the anchorage is a critical factor for the orthodontic treatment success. The mini-implants are used for various purposes in orthodontics, including space closure, open bite treatment, uprighting of posterior teeth and intrusion. Smile asymmetry is a common complaint among orthodontic patients and until recently, there was no reliable nonsurgical method to correct this condition. The present study aimed at demonstrating the usefulness of titanium screws for correcting the occlusal plane cant. A 19-year-old female patient had as her chief complaints the greater gingival exposition at the right side compared to the left side in the smile. She showed

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):34-42

* Professora Doutora de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, USP. ** Mestranda do programa de Ciências Odontológicas Aplicadas, área de concentração Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. *** Professor Adjunto, Mestrado, Área de Ortodontia, Faculdade de Odontologia da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Londrina/PR. **** Professor Titular de Ortodontia e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP. ***** Professor Titular de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, USP.


Caso Clínico

Correção de desvios transversais do plano oclusal e assimetrias do sorriso por meio da utilização de mini-implantes

Referências 1. Carano A, Velo S, Leone P, Siciliani G. Clinical applications of the Miniscrew Anchorage System. J Clin Orthod. 2005 Jan;39(1):9-24; quiz 9-30. 2. Costello BJ, Ruiz RL, Petrone J, Sohn J. Temporary skeletal anchorage devices for orthodontics. Oral Maxillofac Surg Clin North Am. 2010 Feb;22(1):91-105. 3. Crismani AG, Bertl MH, Celar AG, Bantleon HP, Burstone CJ. Miniscrews in orthodontic treatment: review and analysis of published clinical trials. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Jan;137(1):108-13. 4. Carano A, Velo S, Incorvati C, Poggio P. Clinical applications of the MiniScrew-Anchorage-System (M.A.S.) in the maxillary alveolar bone. Prog Orthod. 2004;5(2):212-35. 5. Carrillo R, Rossouw PE, Franco PF, Opperman LA, Buschang PH. Intrusion of multiradicular teeth and related root resorption with mini-screw implant anchorage: a radiographic evaluation. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Nov;132(5):647-55. 6. Kuroda S, Sakai Y, Tamamura N, Deguchi T, Takano-Yamamoto T. Treatment of severe anterior open bite with skeletal anchorage in adults: comparison with orthognathic surgery outcomes. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Nov;132(5):599-605. 7. Kuroda S, Sugawara Y, Tamamura N, Takano-Yamamoto T. Anterior open bite with temporomandibular disorder treated with titanium screw anchorage: evaluation of morphological and functional improvement. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007 Apr;131(4):550-60. 8. Park YC, Lee SY, Kim DH, Jee SH. Intrusion of posterior teeth using mini-screw implants. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003 Jun;123(6):690-4. 9. Jeon YJ, Kim YH, Son WS, Hans MG. Correction of a canted occlusal plane with miniscrews in a patient with facial asymmetry. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Aug;130(2):244-52.

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Endereço para correspondência Daniela Gamba Garib Alameda Octávio Pinheiro Brisolla 9-75 – 17.012-901 – Bauru / SP E-mail: dgarib@uol.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):34-42



caso clínico

Adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa: implicações clínicas e de IRMs das ATMs após 10 anos de acompanhamento Adolescent treated with Herbst appliance and fixed orthodontics: Clinical implications and MRIs of TMJs after 10 years of follow up

Luís Antônio de Arruda Aidar* Gladys Cristina Dominguez** Hélio K. Yamashita*** Márcio Abrahão**** Emílio Carlos Zanatta*****

Abstract

Resumo O objetivo da apresentação deste caso clínico foi acompanhar longitudinalmente — por meio de telerradiografias laterais e imagens da ressonância magnética (IRMs) das articulações temporomandibulares (ATMs) — um adolescente portador de má oclusão de Classe II divisão 1ª associada a retrognatismo mandibular, tratado em duas fases: Fase Ortopédica, com aparelho de Herbst; e Fase Ortodôntica, com aparelho fixo. A cefalometria mostrou que, na correção da má oclusão de Classe II após a fase com Herbst, ocorreram efei-

tos esqueléticos (33,5%) e dentoalveolares (66,5%). As IRMs mostraram o disco bem posicionado ao início do tratamento e no final da fase com Herbst. No término da Fase Ortodôntica, o disco apresentou deslocamento lateral na ATM direita. Nas IRMs intermediárias, os côndilos apresentaram uma área com hipersinal, sugerindo início da remodelação. Pôde-se concluir que o tratamento realizado foi eficiente na correção da má oclusão de Classe II e os resultados encontram-se estáveis em uma avaliação em longo prazo.

effects (33.5%) and dentoalveolar effects (66.5%). The MRIs showed a well-positioned disc at the start of treatment and at the end of the Herbst phase. At the end of the Orthodontic Phase, the disc showed lateral displacement in the right-side TMJ. In intermediary MRIs, the condyles showed a hypersignal area, suggesting the onset of remodeling. It was possible to conclude that the performed treatment was efficient in correcting the Class II malocclusion, and the results proved stable in a longterm evaluation.

Palavras-chave: Articulação temporomandibular. Imagem por ressonância magnética. Má oclusão Classe II de Angle. Ortopedia.

Keywords: Temporomandibular joint. Magnetic resonance imaging. Angle Class II malocclusion. Orthopedics.

Como citar este artigo: Aidar LAA, Dominguez GC, Yamashita HK, Abrahão M, Zanatta EC. Adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa: implicações clínicas e de IRMs das ATMs após 10 anos de acompanhamento. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):44-56.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The objective of presenting this clinical case was to carry out a longitudinal evaluation, using lateral cephalometric radiographs and magnetic resonance imaging (MRI) of the temporomandibular joint (TMJ), of a male adolescent with Class II, division 1 malocclusion combined with mandibular retrognathism, which was treated in two stages: Orthopedic Phase, using a Herbst appliance; and Orthodontic Phase, using a fixed appliance. Cephalometrics showed that in correcting the Class II malocclusion after the Herbst phase, there were skeletal

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):44-56

* Professor Doutor Responsável pela Disciplina e Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA). ** Professora Livre-Docente da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP-SP). *** Professor Doutor do Departamento de Diagnóstico por Imagem (Setor de Cabeça e Pescoço / ORL) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). **** Professor Livre-Docente da Disciplina de Otorrinolaringologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). ***** Professor Doutor do Curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA).


Caso Clínico

Adolescente tratado com aparelho de Herbst e Ortodontia fixa: implicações clínicas e de IRMs das ATMs após 10 anos de acompanhamento

No presente caso clínico, com relação à fossa mandibular, as IRMs (T2) mostraram um aumento da intensidade de sinal (área brilhante) no espaço discal superior, sugerindo um acúmulo de água nessa área. As mudanças na fossa mandibular (ossificação periostal) parecem ocorrer em um período mais avançado do tratamento23,24, no momento em que o osso neoformado fica consolidado23.

Conclusão Com base no presente relato de caso, pôde-se concluir que o tratamento com aparelho de Herbst seguido de aparelho ortodôntico fixo foi eficiente na correção da má oclusão de Classe II e os resultados encontram-se estáveis em uma avaliação em longo prazo.

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Endereço para correspondência Luís Antônio de Arruda Aidar Rua Luiz Suplicy, 35 – 11.055-330 – Santos / SP E-mail: luisaidar@uol.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):44-56



ARTIGO INÉDITO

Ocorrência de mordida aberta anterior e hábitos bucais deletérios em crianças com 4 a 12 anos de idade Occurrence of anterior open bite and deleterious oral habits in children from 4 to 12-year old

André Luiz de Melo Drumond* Cláudio de Góis Nery** Juliana Alves de Oliveira*** Leila Daiane Flach*** Sabryna Alves Ferrante*** Marcos Augusto Lenza****

Abstract

Resumo Objetivos: avaliar a ocorrência de hábitos bucais deletérios e da mordida aberta anterior em pacientes atendidos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. Métodos: foram analisados os prontuários de 419 crianças com 4 a 12 anos de idade. Avaliou-se a idade, sexo, presença e tipos de hábitos bucais (sucção labial, sucção digital, sucção de chupeta, respiração bucal, outros hábitos ou hábitos associados) e a situação da oclusão dos pacientes (normal, presença de mordida aberta anterior ou outras más oclusões). Foi realizada uma análise de comparação dentro de cada variável utilizando-se o teste Qui-quadrado. Resultados: a frequência de hábitos na amostra foi de 63,7% e da mordida aberta foi de 16,5%, sendo

ambas condições mais presentes no sexo feminino e na idade de 8 anos, mas sem significância estatística. A prevalência da mordida aberta entre os indivíduos com e sem hábitos foi de 21,3% e 7,9%, respectivamente. Entre os indivíduos com mordida aberta, mais de 80% tinha pelo menos um hábito. A sucção digital foi o hábito mais prevalente. Conclusões: a maior parte da amostra apresentou hábitos bucais deletérios, enquanto uma minoria apresentou mordida aberta. A proporção de indivíduos com mordida aberta foi mais que o dobro entre os indivíduos com hábitos, em relação às crianças sem hábitos. Observou-se alta prevalência de hábitos bucais entre os indivíduos com mordida aberta.

significance. The prevalence of open bite between individuals with and without habits was 21.3% and 7.9%, respectively. Among subjects with open bite, over 80% had at least one habit. The finger sucking habit was more prevalent. Conclusions: The majority of the sample had deleterious habits while a minority showed open bite. The proportion of individuals with open bite was more than the double among those with habits in relation to children without habits. There was a high prevalence of deleterious oral habits among individuals with open bite.

Palavras-chave: Hábitos. Mordida aberta. Má oclusão. Prevalência.

Keywords: Habits. Open bite. Malocclusion. Prevalence.

Como citar este artigo: Drumond ALM, Nery CG, Oliveira JA, Flach LD, Ferrante SA, Lenza MA. Ocorrência de mordida aberta anterior e hábitos bucais deletérios em crianças com 4 a 12 anos de idade. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):58-62.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Aim: To assess the occurrence of deleterious oral habits and anterior open bite in patients treated at the School of Dentistry, Federal University of Goiás. Methods: The charts of 419 children aged 4 to 12 years old were analyzed. Were evaluated age, gender, presence and types of deleterious oral habits (lip suction, finger sucking, pacifier sucking, mouth breathing, other habits, or associated habits) and the situation of occlusion (normal, presence of anterior open bite, or other malocclusions). Analysis using the Chi-square test was performed for comparison within each variable. Results: The frequency of habits in the sample was 63.7% and the open bite was 16.5%, both conditions being more present in females and the age of 8 years, but without statistical

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):58-62

* Aluno de Pós-graduação em nível de mestrado em Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. ** Professor adjunto das disciplinas de Pré-Clínica e Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. *** Cirurgiã-dentista pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. **** Professor titular das disciplinas de Pré-Clínica e Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás.


ARTIGO INÉDITO

Ocorrência de mordida aberta anterior e hábitos bucais deletérios em crianças com 4 a 12 anos de idade

estudo longitudinal, ele corrobora de certa maneira com a referida autora, pois foi encontrada em 4,8% das crianças de ambos os sexos, na faixa etária de 8 anos, a presença do hábito bucal deletério e da mordida aberta anterior, simultaneamente. Segundo alguns autores1,15,25,27, os hábitos bucais deletérios podem interferir no crescimento e desenvolvimento normal dos maxilares, favorecendo o aparecimento de más oclusões, dependendo de fatores como frequência, intensidade e duração em que ocorrem. Apesar do presente trabalho ter tido também como proposta avaliar esses fatores, a falta de padronização dos prontuários analisados para tal finalidade e a falta de registro dos mesmos pelos estudantes impossibilitou a análise desses dados e a execução de testes de associação entre os grupos com hábitos e mordida aberta. Recomendam-se novas pesquisas, inclusive com grupo controle e estudos longitudinais, com o objetivo de melhor entender essa possível relação e, consequentemente, desenvolver tratamentos mais efetivos e estáveis, assim como

determinar o momento mais oportuno para se tratar o hábito bucal deletério e a má oclusão.

CONCLUSÕES Esse estudo mostrou que a maior parte da amostra apresentava hábitos bucais deletérios, contrapondo a frequência de mordida aberta que estava presente numa pequena parte da população. A investigação da presença de alterações na oclusão em indivíduos com e sem hábitos bucais mostrou que essas foram mais frequentes entre os que apresentavam hábitos, principalmente o hábito de sucção digital. A proporção de indivíduos com mordida aberta foi maior que o dobro entre os indivíduos com hábitos em relação às crianças sem hábitos. Entre os indivíduos com mordida aberta, foi alta a frequência da presença de hábitos deletérios.

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62

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):58-62

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Endereço para correspondência Cláudio de Góis Nery Av. Universitária esq. c/ 1ª Avenida, s/n, Setor Universitário 74.605-220 – Goiânia/GO – E-mail: cnery@brturbo.com.br


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artigo inédito

Relação oclusal em crianças com 12 a 36 meses de idade Occlusal evaluation of children from 12 to 36 months old

Carla Vecchione Gurgel* Júnia Maria Villefort Silva Chaves** Thaís Marchini Oliveira*** Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado****

Abstract

Resumo Objetivo: avaliar a relação oclusal entre as arcadas decíduas e a prevalência de más oclusões em crianças na primeira infância. Métodos: a amostra consistiu de 105 crianças com 12 a 36 meses de idade aleatoriamente selecionadas em creches municipais da cidade de Sete Lagoas (MG). As crianças foram divididas em 4 grupos, de acordo com o estágio de desenvolvimento da oclusão: G1) incisivos em contato oclusal; G2) incisivos e primeiros molares em contato oclusal; G3) incisivos, caninos e primeiros molares em contato oclusal; e G4) incisivos, caninos, primeiros e segundos molares em contato oclusal. O exame clínico foi realizado por uma única examinadora devidamente calibrada (Kappa = 0,95). Resultados: a maioria das

crianças examinadas apresentou relação molar em plano terminal reto (91,3%) e relação de caninos em classe I (87,3%). Os tipos de más oclusões mais prevalentes foram: mordida cruzada posterior (6,7%), sobressaliência (3,8%), mordida aberta anterior (2,9%), mordida cruzada anterior (2,8%) e sobremordida profunda (2,8%). Conclusão: a partir dos resultados encontrados, observou-se uma prevalência de más oclusões em 19% das crianças na primeira infância. Dessa forma, é importante que os profissionais observem atenciosamente as crianças nessa faixa etária para que possam orientar pais e responsáveis e, se necessário, intervir em idade precoce para que na dentição permanente essas más oclusões não se agravem.

relationship in Class I (87.3%). The most prevalent types of malocclusion were: posterior crossbite (6.7%), overjet (3.8%), anterior open bite (2.9%), anterior crossbite (2.8%) and overbite (2.8%). Conclusion: In view of the prevalence of malocclusion in 19% of the children, it is very important that the professionals observe carefully the children in this age range, in order to instruct the parents and caregivers. Whenever required, the professional must intervene at an early age to avoid the aggravation of these malocclusions in the permanent dentition.

Palavras-chave: Criança. Má oclusão. Oclusão dentária. Dentição primária. Prevalência.

Keywords: Child. Malocclusion. Dental occlusion. Primary dentition. Prevalence.

Como citar este artigo: Gurgel CV, Chaves JMVS, Oliveira TM, Machado MAAM. Relação oclusal em crianças com 12 a 36 meses de idade. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):64-9.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Objectives: Evaluate the deciduous occlusion in dental development and the prevalence of malocclusion in children in the first infancy. Method: The sample of 105 children (12-36 months old) attending the municipal kindergartens of Sete Lagoas (MG, Brazil) was randomly selected. Based on their dental stages the subjects were allocated into four groups: G1) incisors in occlusal contact; G2) incisors and first molars in occlusal contact; G3) incisors, canines and first molars in occlusal contact; and G4) incisors, canines, first and second molars in occlusal contact. The clinical examination was performed by only one calibrated examiner (Kappa = 0.95). Results: The majority of the examined children presented molar relationship in flush terminal plane (91.3%) and canine

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):64-9

* Doutoranda, Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Disciplina de Odontopediatria, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. ** Mestre, Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Disciplina de Odontopediatria, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. *** Professor associado do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. **** Professor titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.


Gurgel CV, Chaves JMVS, Oliveira TM, Machado MAAM

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Endereço para correspondência Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado Alameda Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 – 17.012-901 – Bauru / SP E-mail: mmachado@fob.usp.br

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):64-9

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artigo inédito

Aplicação clínica da mola “T” do grupo B para retração dos dentes anteriores Clinical application of group B T-loop spring for retraction of anterior teeth

Renato Parsekian Martins* Alexandre Antonio Ribeiro** Sergei Godeiro Fernandes Rabelo Caldas*** Isabela Parsekian Martins**** Lídia Parsekian Martins*****

Abstract

Resumo A TAS (Técnica do Arco Segmentado) representa uma alternativa à mecânica de deslizamento, muitas vezes dificultada pela incerteza da quantidade de força de atrito envolvida em cada sistema de forças utilizado. Nesse contexto, sabe-se que poucos cursos de Ortodontia no Brasil têm ensinado efetivamente a filosofia e o modo de trabalhar com

a TAS. Portanto, este trabalho procura elucidar a forma de raciocínio das relações entre força e momento manipuladas na TAS, bem como mostrar a forma de confecção e utilização de mola “T” do grupo B, onde objetiva-se a movimentação recíproca dos segmentos posterior e anterior e, por fim, apresentar um caso clínico tratado com esse tipo de mecânica.

thinking the relationship between force and momentum handled in SAT, as well as show how to manufacture and use the Group B T-Loop spring, that objective to move both anterior and posterior segments, and, finally, present a case report treated with SAT.

Palavras-chave: Ortodontia corretiva. Biomecânica. Fechamento de espaço ortodôntico.

Keywords: Corrective orthodontics. Biomechanics. Orthodontic space closure.

Como citar este artigo: Martins RP, Ribeiro AA, Caldas SGFR, Martins IP, Martins LP. Aplicação clínica da mola “T” do grupo B para retração dos dentes anteriores. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):72-80.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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SAT (Segmented Arch Technique) represents an alternative to sliding mechanics, often complicated by uncertainty in the amount of frictional forces involved in each force system used. In this context, it is known that a few orthodontics courses in Brazil have effectively taught the philosophy and how to work with SAT. Thus, this paper objective to clarify the manner of

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):72-80

* Professor dos cursos de especialização em Ortodontia FAEPO/UNESP e FAMOSP/ GESTOS. ** Mestre em Ortodontia UFRJ. Doutorando em Ortodontia UNESP/Araraquara. *** Mestre e Doutorando em Ortodontia UNESP/Araraquara. **** Mestranda em Ortodontia UNESP/Araraquara. ***** Professora do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP, Araraquara, Brasil.


artigo inédito

Aplicação clínica da mola “T” do grupo B para retração dos dentes anteriores

CONCLUSÃO A grande dificuldade da retração durante o tratamento ortodôntico é a execução dessa mecânica com o mínimo de efeitos colaterais possíveis. Nesse sentido, a mola “T” pré-ativada por curvatura se torna uma ferramenta de fácil aplicação clínica e de biomecânica simples, com o mínimo de efeitos colaterais quando bem controlada.

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Endereço para correspondência Renato Parsekian Martins Voluntários da Pátria 1766, nº 12 – 14.801-320 – Araraquara / SP E-mail: dr_renatopmartins@hotmail.com

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):72-80


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Caso clínico

Retratamento da má oclusão esquelética de Classe II com a utilização de miniplacas: relato de caso Retreatment of skeletal Class II malocclusion using miniplates: Case report

Cassio Edvard Sverzut* Alexandre Elias Trivellato* Alexander Tadeu Sverzut** Fernando Pando de Matos*** Marcelo Antônio Mestriner**** Fábio Lourenço Romano*****

Abstract

Resumo A má oclusão de Classe II pode ser considerada uma alteração no relacionamento ânteroposterior das arcadas dentárias e dos dentes superiores e inferiores. É considerada a má oclusão mais frequentemente encontrada pelos ortodontistas na prática clínica. Algumas opções de tratamento ortodôntico para essa deformidade incluem a utilização de dispositivos extrabucais como o headgear, os aparelhos convencionais com elásticos intermaxilares ou, ainda, a combinação com

extrações dentárias. Entretanto, dispositivos ortodônticos como miniplacas e mini-implantes estão sendo utilizados para obtenção de ancoragem esquelética temporária para realização de movimentações dentárias, inclusive para retração total de arcada dentária superior. Este relato de caso descreve o retratamento de uma paciente portadora de má oclusão de Classe II utilizando miniplacas para ancoragem esquelética, instaladas nos pilares zigomaticomaxilares.

has been widely applied for the total retraction of maxillary arch. This case report describes the retreatment of a Class II malocclusion in which two miniplates were placed bilaterally in zygomaticmaxillary pillars.

Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Má oclusão de Angle Classe II. Parafusos ósseos. Cirurgia bucal.

Keywords: Angle Class II malocclusion. Orthodontic anchorage procedures. Bone screws. Oral surgery.

Como citar este artigo: Sverzut CE, Trivellato AE, Sverzut AT, Matos FP, Mestriner MA, Romano FL. Retratamento da má oclusão esquelética de Classe II com a utilização de miniplacas: relato de caso. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):84-92.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The Class II malocclusion is a condition in which the anteroposterior relationship between the jaws and upper and lower arch is altered. This abnormal occlusion is frequently treated in the orthodontic clinical practice. The currently treatment options of Class II malocclusion include the use of extraoral headgears, conventional full fixed appliances with intermaxillary elastics or combined with tooth extractions. Nonetheless, the use of miniplate and miniscrew as temporary skeletal temporary anchorage devices

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):84-92

* Professor Associado do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. ** Pós-doutorando do Departamento de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. *** Mestrando em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. **** Professor Assistente do Curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP. ***** Professor Doutor do Departamento Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto - USP.


Caso Clínico

Retratamento da má oclusão esquelética de Classe II com a utilização de miniplacas: relato de caso

Conclusão A utilização de miniplacas como dispositivos de ancoragem ortodôntica esquelética temporária constitui um método viável para realização de distalização total de arcada dentária superior, podendo ser considerada, portanto, uma alternativa valiosa para realização de movimentos anteroposteriores de

maior amplitude. Adicionalmente, esse novo modelo de miniplaca proporciona grande versatilidade ao ortodontista quanto à possibilidade de mudanças nas direções dos vetores e na quantidade de força aplicada. No caso clínico apresentado conseguiu-se, ao final do tratamento, correção da má oclusão de Classe II esquelética, adequada estética facial, bom relacionamento oclusal com overjet e sobremordida normais.

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Endereço para correspondência Cássio Edvard Sverzut Av. do Café, s/n - Campus USP – 14.040-904 – Ribeirão Preto / SP E-mail: cesve@forp.usp.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):84-92




caso clínico

Protocolo para mesialização de molares inferiores com mini-implantes Protocol to protract lower molars with mini-implants

Maria Tereza Scardua*

Abstract

Resumo Introdução: a efetividade dos mini-implantes como ancoragem esquelética já está bem estabelecida na rotina ortodôntica, entretanto, alguns aspectos relacionados ao sucesso de sua utilização ainda precisam ser discutidos. O atendimento a pacientes adultos nos consultórios ortodônticos tem aumentado, e a presença de espaços edêntulos, comuns a muitos desses pacientes, pode ser planejada sob outra perspectiva: a possibilidade de tais espaços serem totalmente fechados. Porém, a opção entre mantê-los ou reduzi-los deve ser criteriosamente

avaliada. Objetivo: descrever os aspectos importantes, baseados em evidências clínicas e científicas publicadas, a serem considerados quando se deseja fechar espaços inferiores edêntulos, mesializando segundos e terceiros molares inferiores. A força ideal e seu ponto de aplicação, o sítio de instalação, a biomecânica aplicada, a indicação, os aspectos periodontais e a espessura mínima do rebordo alveolar foram analisados por meio de busca sistemática da literatura para estabelecer um protocolo para essa conduta clínica.

Introduction: The effectiveness of mini-implants as skeletal anchorage has been definitely established in orthodontics, but some aspects associated with its successful application remain to be elucidated. The number of adult patients seen in orthodontic clinics has increased, and the restoration of edentulous spaces common in this age group may now be planned from a different perspective: the chance of fully closing spaces. However, the choice of maintaining or reducing spaces should be carefully assessed. Objective: This study

describes the aspects that should be taken into consideration when deciding whether to close mandibular edentulous spaces by moving the second and third molars mesially according to published clinical and scientific evidence. Ideal force and application point, placement site, applied biomechanics, indication, periodontal conditions and minimum thickness of alveolar ridge were analyzed in a systematic review of the literature to establish a protocol for this clinical procedure.

Palavras-chave: Implante dentário. Ancoragem ortodôntica. Molares. Processo alveolar.

Keywords: Dental implant. Orthodontic anchorage. Molars. Alveolar ridge.

Como citar este artigo: Scardua MT. Protocolo para mesialização de molares inferiores com mini-implantes. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):95-106.

* Mestre em Disfunção Temporomandibular pela Unifesp. Especialista em Ortodontia pela USP-Bauru. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):95-106

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Caso Clínico

Protocolo para mesialização de molares inferiores com mini-implantes

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15. Miyawaki S, Koyama S, Inoue M, Mishima K, Sugahara T, Yamamoto T. Factors associated with the stability of titanium screws placed in the posterior region for orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2003;124(4):373-8. 16. Motoyoshi M, Hirabayashi M, Uemura M, Shimizu N. Recommended placement torque when tightening an orthodontic mini-implant. Clin Oral Implants Res. 2006;17(1):109-14. 17. Motoyoshi M, Matsuoca M, Shimizu N. Application of orthodontic mini-implants in adolescents. Int J Oral Maxilofac Surg. 2007;36(1):695-9. 18. Motoyoshi M, Yoshida TM, Shimizu N. Effect of cortical bone thickness and implant placement torque on stability of orthodontic mini-implants. Int J Oral Maxilofac Surg. 2007;22(5):779-84. 19. Nagaraj K, Upadhyay M, Yadav S. Titanium screw anchorage for protraction of mandibular second molars into first molar extraction sites. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008;134(4):583-91. 20. Park HS, Kwon TG. Factors affecting the clinical success of screw implants used orthodontic anchorage. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006;130(6):704-7. 21. Reynders R, Ronchi L, Bipat S. Mini-Implants in orthodontics: a systematic review of the literature. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;135(5):564.e1-19. 22. Roberts WE, Marshall KJ, Mozsary PG. Rigid endosseous implant utilized as anchorage to protract molars and close an atrophic extraction site. Angle Orthod. 1990;60(2):135-52. 23. Roberts WE, Arbuckle GR, Analoui M. Rate of mesial translation of mandibular molars using implant-anchored mechanics. Angle Orthod. 1996;66(5):331-8. 24. Song YY, Cha JY, Hwang CJ. Mechanical characteristics of various orthodontic miniscrews in relation to artificial cortical bone thickness. Angle Orthod. 2007;77(6):979-85. 25. Stepovich ML. A clinical study on closing edentulous spaces in the mandible. Angle Orthod. 1979;49(4):227-33. 26. Wehrbein H, Glatzmaier J, Mundwiller U, Diedrich P. The Orthosystem: a new implant system for orthodontic anchorage in the palate. J Orofac Orthop. 1996;57(3):142-53. 27. Wiechmann D, Meyer U, Büchter A. Success rate of mini- and micro-implants used for orthodontic anchorage: a prospective clinical study. Clin Oral Implants Res. 2007;18(2):263-7. 28. Wilmes B, Drescher D. Impact of insertion depth and predrilling diameter on primary stability of orthodontic mini-implants. Angle Orthod. 2009;79(4):609-14.

Endereço para correspondência Maria Tereza Scardua Rua Chapot Presvot, 100/801 – 29.055-410 – Vitória / ES E-mail: maria@terezascardua.com.br

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Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):95-106



caso clínico

Tracionamento de canino permanente superior: relato de caso clínico Forced eruption of maxillary permanent canine: Case report

Mauricio de Almeida Cardoso* Sérgio Luiz de Azevedo Silva** Leopoldino Capelozza Filho* Alberto Consolaro*** Danilo Furquim Siqueira*

Abstract

Resumo A identificação precoce do canino não irrompido pode reduzir a necessidade de tratamentos ortodônticos complexos e dispendiosos. É importante que clínicos gerais e odontopediatras estejam atentos durante o monitoramento da erupção em crianças no estágio de dentadura mista, não apenas cuidando da saúde bucal, mas também identificando possíveis distúrbios nesse processo. Este caso clínico descreve uma paciente com nove anos de idade, encaminhada pela odontopediatra com histórico de atresia maxilar e canino permanente superior esquerdo não irrompido, com inclinação axial

em direção ao incisivo lateral permanente adjacente. O dente 23 foi acessado cirurgicamente, perfurado e, após realizada expansão maxilar, submetido a tracionamento, por meio de amarrilhos de aço e molas de TMA. O tracionamento ortodôntico permitiu a erupção do canino e a chave para o sucesso foi a identificação precoce, a abordagem interdisciplinar e a interceptação apropriada com forças controladas, que renderam bons resultados estéticos e periodontais, como demonstrado tanto pela satisfação da paciente quanto por ocasião do controle feito dois anos após a finalização do tratamento.

of stainless steel wire and beta titanium spring. This approach allowed the canine eruption and the key for the success were the early diagnosis, the multidisciplinary approach and the proper interception with controlled force intensities, which rendered favorable esthetic and periodontal outcomes — evidenced through the satisfaction of the patient at the control period and two years after the end of treatment.

Palavras-chave: Ortodontia. Dente impactado. Erupção ectópica de dente.

Keywords: Orthodontics. Impacted tooth. Tooth eruption. Ectopic.

Como citar este artigo: Cardoso MA, Silva SLA, Capelozza Filho L, Consolaro A, Siqueira DF. Tracionamento de canino permanente superior: relato de caso clínico. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):108-21.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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The early diagnosis of non-erupted canine may reduce the need for complex and costly orthodontic treatment. It is important that the general dental practitioners and pediatric dentists be aware in monitoring teeth eruption during mixed dentition period, not only with regard to the oral health but also the abnormality in the process of teeth eruption. This case describes a 9 year-old patient, who was referred by a pediatric dentist, with the history of maxillary arch narrowness and nonerupted left maxillary permanent canine which was mesially angulated toward lateral incisor. After maxillary expansion, the canine tooth was perforated and submitted to forced eruption by means

Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):108-21

* Professor Doutor do Programa de Graduação e Pós-graduação em nível de Especialização e Mestrado em Ortodontia da Universidade do Sagrado Coração - Bauru/SP. ** Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pelo HRAC-USP, Bauru/SP. Mestrando em Ortodontia pela Universidade do Sagrado Coração - Bauru/USC. *** Professor Titular em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru FOB-USP.


Cardoso MA, Silva SLA, Capelozza Filho L, Consolaro A, Siqueira DF

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Endereço para correspondência Mauricio de Almeida Cardoso Rua Padre João, 14-71 – 17.012-020 – Bauru / SP E-mail: maucardoso@uol.com.br

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10 | 11 | 12 | NOV | 2011 | CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA | PORTUGAL

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abstracts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

VARIAÇÕES EXTREMAS na FORMA DE PRÉ-MOLARES INFERIORES

REDUÇÃO DO TAMANHO DENTÁRIO ASSOCIADA COM A OCORRÊNCIA DE DESLOCAMENTO PALATINO DOS CANINOS

Extreme variations in the shape of mandibular premolars Garib DG, Peck S Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2006 Sep;130(3):317-23 Introdução: os pré-molares inferiores (PMInf) dos humanos são altamente variáveis em forma. Uma variação extrema, chamada aqui de desvio da forma do dente PMInf (DFD-PMInf), é caracterizada por uma dimensão vestibulolingual (VL) reduzida e uma dimensão mesiodistal (MD) aumentada, invertendo as proporções típicas dos pré-molares. Este é o primeiro estudo aprofundado sobre a anomalia DFD-PMInf. Métodos: dezoito indivíduos com 29 dentes com DFD-PMInf foram selecionados para análise de odontometria utilizando modelos de gesso. Para cada PMInf afetado, um índice da proporção MD/VL e uma representação da área da coroa (MD x VL) foram calculados a partir de diâmetros MD e VL máximos da coroa. Os dados foram comparados com valores de referência para PMInf. Resultados: o DFD-PMInf teve prevalência mais do que 8 vezes maior nos segundos pré-molares, em comparação com os primeiros pré-molares. A expressão no sexo masculino foi ligeiramente maior (razão 1,4:1), e a ocorrência bilateral foi observada em 59% dos indivíduos. Foi identificada a ocorrência entre todos os grupos étnico-raciais na amostra (16 brancos, 1 negro, 1 amarelo). O índice MD/VL de pré-molares com a anomalia DFD-PMInf sempre excedeu 100 (103 a 148); o que é significativamente superior aos valores normais. Porém, as áreas da coroa dos dentes afetados foram muito semelhantes aos valores normais de referência. Além da forma reduzida do dente, os indivíduos com DFD-PMInf pronunciado também tiveram torção mesiolingual/distovestibular como característica oclusal nos PMInf. Conclusões: proporções MD/VL extremamente anormais, juntamente com os valores normais da área da coroa, fornecem elementos confiáveis para o diagnóstico diferencial da anomalia DFD-PMInf. Esse raro dimorfismo de PMInf pode ser um desafio para o movimento ortodôntico e para a obtenção da intercuspidação oclusal ideal.

Tooth-size reduction associated with occurrence of palatal displacement of canines Langberg BJ, Peck S Angle Orthod. 2000 Apr;70(2):126-8 Este estudo investiga o tamanho mesiodistal das coroas dos incisivos superiores e inferiores de pacientes com caninos deslocados por palatina (CDP). Foram coletados modelos de gesso pré-tratamento de pacientes ortodônticos com CDP de um ou ambos os caninos superiores (n=31; H10:M21). Essa amostra de CDP foi pareada, de acordo com a idade e sexo, com modelos de gesso pré-tratamento de pacientes ortodônticos não afetados. Para as amostras CDP e de controle pareado, foram registrados diâmetros mesiodistais máximos das coroas somente para os quatro incisivos do lado esquerdo. Os resultados mostraram que, em média, os diâmetros mesiodistais das coroas para os incisivos superiores e inferiores mediram menos na amostra CDP do que na amostra controle. Essas descobertas de reduções no tamanho dentário estatisticamente significativas associadas com a ocorrência de CDP indicam um padrão generalizado de tamanho dentário reduzido como uma característica associada com a anomalia CDP. Além disso, a presença de redução do tamanho dentário generalizada em casos com caninos deslocados por palatina ajuda a explicar por que a maioria dos planos de tratamento ortodôntico para pacientes com CDP são do tipo não-extracionista. Tradução: Fabio Pinto Guedes.

Tradução: Fabio Pinto Guedes.

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Abstracts

MÁ OCLUSÃO CLASSE II DIVISÃO 2: UM PADRÃO HEREDITÁRIO DE PEQUENOS DENTES EM MAXILARES BEM DESENVOLVIDOS Class II Division 2 malocclusion: a heritable pattern of small teeth in well-developed jaws Peck S, Peck L, Kataja M Angle Orthod. 1998 Feb;68(1):9-20 A designação de Angle da má oclusão de Classe II Divisão 2 (II/2) reconhece uma combinação única de sobremordida, retroinclinação de incisivo e discrepância sagital. Um fenótipo II/2 muito severo, caracterizado pela ocultação dos incisivos inferiores em oclusão, foi chamado de Deckbiss em alemão, ou mordida coberta. Neste relatório, a má oclusão — mordida coberta — é estudada para identificar fatores morfológicos associados com a discrepância oclusal II/2 de Angle. Radiografias cefalométricas selecionadas e mensurações odontométricas foram registradas para 23 indivíduos (H14:M9) com mordida coberta II/2. Os dados foram comparados com os de uma amostra de referência controle de 537 indivíduos. Cefalometricamente, a amostra de mordida coberta II/2 mostrou um forte padrão de desenvolvimento vertical posterior da mandíbula com rotação anterior e hipodivergência esquelética e facial (p<0,0001). Anteroposteriormente, a relação dentoalveolar maxilomandibular foi relativamente normal, e a região óssea basal do corpo mandibular apareceu significativamente bem desenvolvida anteriormente, representada pela excessiva projeção do queixo ósseo (p<0,0001). Dentariamente, diâmetros mesiodistais dos dentes para os incisivos superiores e inferiores da amostra de mordida coberta II/2 foram significativamente menores que os da amostra de referência (p<0,002), apontando para o tamanho dentário sistematicamente reduzido como um traço associado com má oclusão II/2. Essas descobertas, de um padrão característico da hereditariedade esquelética e características de tamanho dentário nas más oclusões de mordida coberta II/2, indicam a presença de forte influência genética na formação da discrepância de mordida profunda II/2 de Angle. Tradução: Fabio Pinto Guedes.

TRANSPOSIÇÃO INCISIVO LATERAL-CANINO INFERIOR, ANOMALIAS DENTÁRIAS CONCOMITANTES E CONTROLE GENÉTICO Mandibular lateral incisor-canine transposition, concomitant dental anomalies, and genetic control Peck S, Peck L, Kataja M Angle Orthod. 1998 Oct;68(5):455-66 A transposição de incisivo lateral-canino inferior (I2.C.Inf) é um raro distúrbio da ordem de desenvolvimento dos dentes caracterizado pela troca de posição desses dois dentes. Em crianças com anomalia I2.C.Inf, o incisivo lateral mostra erupção distal ectópica e o canino

adjacente irrompe, posteriormente, mesial a ele. Uma amostra de 60 pacientes ortodônticos com transposição I2.C.Inf foi estudada utilizando radiografias tomadas no momento do diagnóstico. Dois fenótipos relacionados com a idade da anomalia foram identificados: estágio precoce (idade média, 9 anos) e estágio maduro (média de idade, 12 anos). A transposição I2.C.Inf ocorreu bilateralmente em 10 indivíduos (17%) e favoreceu a expressão feminina (proporção entre os sexos, H1:M3) e a ocorrência do lado direito (68% de casos unilaterais). Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a transposição de I2.C.Inf e o aumento da frequência de agenesia dentária (3ºM, p<0,01; 2º PMInf, p<0,01) e incisivos laterais superiores com forma conoide (p<0,0001). Os resultados desse estudo e a análise de 50 casos previamente publicados fornecem evidências de que a transposição I2.C.Inf é um distúrbio de ordem dentária e da posição de erupção provavelmente causado por influências genéticas. A anomalia I2.C.Inf parece resultar de mecanismos genéticos semelhantes aos responsáveis pela ocorrência de anomalias dentárias associadas, tais como agenesia dentária e incisivos laterais superiores com forma conoide. Em um apêndice, a gestão ortodôntica clínica da transposição I2.C.Inf é discutida, com base em dados de tratamentos derivados da amostra do estudo. Tradução: Fabio Pinto Guedes.

Transposição do canino-primeiro pré-molar superior, anomalias dentárias associadas e fundamentos genéticos Maxillary canine-first premolar transposition, associated dental anomalies and genetic basis Peck L, Peck S, Attia Y Angle Orthod. 1993 Summer;63(2):99-109; discussion 110 A transposição do canino–primeiro pré-molar superior (Mx.C.P1), uma anomalia dentária incomum que envolve a mudança posicional desses dois dentes, foi estudada utilizando-se uma amostra de 43 indivíduos com essa anomalia. Os dados foram registrados quanto à unilateralidade, sexo, raça, agenesia do dente e forma conoide dos incisivos laterais superiores para cada caso. A transposição Mx.C.P1 ocorreu bilateralmente em quase um quarto da amostra, tendo predileção pelo sexo feminino (na razão, H1:M3,8) e pela ocorrência no lado esquerdo (61% de casos unilaterais). Foi observada incidência familiar, assim como uma predileção por indivíduos brancos. Agenesias dentárias (excluindo os terceiros molares) e/ ou alteração de forma dos incisivos superiores acompanhada de transposição Mx.C.P1 foi encontrada em 49% (21) dos indivíduos, quatro a dez vezes maior que a incidência normal. Os dados deste estudo e a análise de casos previamente publicados apresentam forte evidência de que a transposição Mx.C.P1 é um distúrbio da ordem dos dentes e da posição eruptiva resultante de influências genéticas dentro de um modelo de herança multifatorial. Tradução: Sergio Azevedo.

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ABSTRACTS

Deslocamento palatino do canino como uma anomalia dentária de origem genética The palatally displaced canine as a dental anomaly of genetic origin Peck S, Peck L, Kataja M Angle Orthod. 1994;64(4):249-56 O deslocamento palatino do dente canino superior é uma variação posicional que, geralmente, se desenvolve como resultado de fatores locais, tais como caninos decíduos retidos, incisivos laterais permanentes anômalos ou apinhamento dentário. Este artigo contribui com evidências biológicas que apontam para fatores genéticos como a principal origem da maioria dos deslocamentos palatinos e impacções subsequentes do dente canino superior. Dados recolhidos de múltiplas fontes foram integrados para sustentar uma etiologia genética para o deslocamento palatino do canino (DPC), com base em cinco categorias de prova: (1) ocorrência de outras anomalias dentárias concomitantes com o DPC; (2) ocorrência bilateral de DPC; (3) diferenças de sexo na ocorrência de DPC; (4) a incidência familiar de DPC; (5) diferenças populacionais na incidência de DPC. A partir da análise da evidência disponível, a anomalia posicional DPC parece ser um produto de herança multifatorial poligênica.

Tradução: Sergio Azevedo.

Transposição do Canino–Primeiro pré-molar superior: Restaurando o posicionamento normal do dente com Mecânica Segmentada Maxillary canine–first premolar transposition: restoring normal tooth order with segmented mechanics

Tradução: Sergio Azevedo.

Capelozza Filho L, Cardoso MA, Li An T, Bertoz FA Angle Orthod. 2007;77(1):167-75

Especificidade local da agenesia dentária em indivíduos com caninos superiores malposicionados

Transposições dentárias apresentam uma incidência relativamente baixa na população mundial e afetam especialmente caninos superiores e pré-molares. O tratamento desse distúrbio deve levar em conta aspectos como padrão facial, idade, má oclusão, discrepância de tamanho dentário, estágio de erupção e a magnitude da transposição. A mecânica para a correção deve ser totalmente individualizada, reduzindo os riscos e efeitos adversos. Profissionais frequentemente selecionam opções mais simples, indicando a extração de dentes permanentes, procedimento irreversível que pode trazer danos ao paciente. Este estudo apresenta um relato de caso e tratamento de transposição unilateral de canino e pré-molar superior, com o reposicionamento dos dentes afetados às suas respectivas posições normais.

Site-specificity of tooth agenesis in subjects with maxillary canine malpositions Peck S, Peck L, Kataja M Angle Orthod. 1996;66(6):473-6 A agenesia dentária (hipodontia) foi estudada em duas amostras de indivíduos não-sindrômicos que possuíam ou transposição do canino–primeiro pré-molar superior (Mx.C.P1; n=43, H9:M34) ou deslocamento palatino do canino superior (DPC; n=58, H21:M37). A agenesia dos dentes permanentes foi identificada pela análise de filmes de raios X. Frequências de agenesias dentárias significativamente elevadas foram observadas em ambas as amostras.

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Diferenças estatisticamente significativas entre as amostras de Mx.C.P1 e de DPC foram encontradas em locais com ausência de dentes, indicando especificidade local de agenesia dentária associada a malposicionamento dos caninos. Em Mx.C.P1, a agenesia dos terceiros molares (M3) ocorreu em uma taxa próxima do normal (19%), enquanto a agenesia do incisivo lateral superior (I2) mostrou um aumento de treze vezes (26%). No DPC, a taxa de prevalência de agenesia associada a M3 foi de 40%, o dobro da taxa normal, enquanto a agenesia do I2 foi de 3%, uma ligeira elevação sem significância estatística. Essas novas descobertas podem justificar uma hipótese de alteração local anteroposterior específica na ocorrência de agenesia dentária, associada geneticamente ou epigeneticamente com anomalias distintas da posição do canino superior e, possivelmente, outras anormalidades.

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Tradução: Sergio Azevedo.



controvérsias

Áreas hialinas no movimento dentário: significados e implicações Alberto Consolaro* Lyzete Berriel Cardoso** Leda A. Francischone*** Milton Santamaria Jr**** Renata B. Consolaro*****

Alguns termos utilizados repetidamente por longos períodos passam a ter conotações e significados distorcidos, hipo ou hipervalorizados, como está ocorrendo com as “áreas hialinas” e “hialinização” do ligamento periodontal. Originariamente do grego, o termo hyálinos foi transposto para o latim como hyalinu e identifica o que é relativo ao vidro ou o que tem sua aparência e a sua transparência. O elemento de composição de palavras hial(o) aplica-se para palavras que indicam vidro, transparência e translucidez. Em algumas abordagens sobre a hialinização de áreas do ligamento periodontal ou sobre áreas hialinas na movimentação dentária induzida, ainda se veem conotações como degeneração, necrose, morte celular e falta de oxigênio para esse tipo de alteração morfológica tecidual. Com a finalidade de contribuir singelamente para a clareza conceitual e o dimensionamento biológico e clínico desse fenômeno, propusemo-nos a elaborar este artigo.

Por este sol ou gel onde as células vivem, elas expõem seus receptores de superfície ao mesmo tempo que recebem e jogam seus produtos sintetizados. Por muito tempo este produto foi conhecido como “substância fundamental amorfa” mas hoje universalmente denomina-se como Matriz Extracelular ou simplesmente ECM. A ECM não corresponde a um simples líquido e, muito menos, é amorfo, mas constitui uma matriz estruturada e na qual se organizam as células, os vasos e nervos (Fig. 2). O espaço entre as estruturas nunca está vazio, mas preenchido por tecido conjuntivo. Por muito tempo, e ainda hoje embora menos, este “espaço” foi denominado genericamente de interstício e as suas modificações e alterações conhecidas como lesões ou alterações intersticiais.

Alterações nas células conjuntivas frente a agressores As células conjuntivas e o ambiente onde vivem: a matriz extracelular As células nos tecidos conjuntivos estão inseridas em um gel, ou simplesmente em um sol, que corresponde a um coloide com fase dispersora líquida e fase dispersa sólida. Esse produto onde as células vivem nos tecidos conjuntivos dá maciez e forma à maior parte do corpo, ao mesmo tempo que une estruturas e preenche espaços com características de elasticidade. O tecido conjuntivo, daí o seu nome, dá aos sistemas e ao próprio organismo um sentido de “conjunto”; e, como conecta tecidos, órgãos e outras estruturas, também é denominado de tecido conectivo.

Como citar este artigo: Consolaro A, Cardoso LB, Francischone LA, Santamaria Jr. M, Consolaro RB. Áreas hialinas no movimento dentário: significados e implicações. Rev Clín Ortod Dental Press. 2011 ago-set;10(4):128-33.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Quando os tecidos são submetidos a fatores que promovem a necrose tem-se as lesões ou agressões celulares letais ou irreversíveis. Para sedimentar o conceito de necrose e termos a elas relacionada, podemos assim definir: Necrose: corresponde à morte de células em organismos vivos. No processo que leva à necrose os fenômenos tem uma característica comum e importante conceitualmente: são irreversíveis, ou seja, não há o caminho de volta à normalidade celular. O tecido onde se encontra a célula necrosada pode voltar à normalidade, mas a necrose diz respeito a um processo celular: a célula em necrose não tem como voltar a ser normal, ela será substituída.

* Professor Titular da Faculdade de Odontologia de Bauru/USP e da Pós-graduação da FORP-USP. ** Professora de Histologia da Faculdade Anhanguera de Bauru. *** Professora Doutora da Universidade Sagrado Coração. **** Professor Doutor da Universidade de Araras. ***** Professora Doutora Substituta da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/ UNESP e das Faculdades Adamantinenses Integradas (FAI).


Consolaro A, Cardoso LB, Francischone LA, Santamaria Jr M, Consolaro RB

a reorganização periodontal após a dissipação das forças aplicadas. As áreas hialinas atrasam a reparação e a reorganização periodontal, correspondente à última fase da movimentação dentária induzida, pois primeiramente terão que ser reabsorvidas. As áreas hialinas no ligamento periodontal serão eliminadas, provavelmente, por três mecanismos: 1) Digestão pelos componentes enzimáticos da matriz extracelular circunvizinha e do exsudato inflamatório. 2) Fagocitose por parte dos macrófagos e outras células do infiltrado inflamatório (Fig. 6, 7). 3) Reabsorção pelos clastos, no contexto de unidades osteorremodeladoras, como pode-se notar nos espécimes de Cardoso1 e de Consolaro et al.3 Os clastos são células da mesma linhagem dos macrófagos e fazem parte do sistema fagocitário mononuclear (Fig. 5, 6, 7). 4) Remodelação pelos fibroblastos que sintetizam a matriz extracelular, mas também têm a capacidade de reabsorvê-la no seu turnover, provavelmente contribuindo para a eliminação das áreas hialinas, especialmente quando pequenas. Durante a fagocitose e reabsorção das áreas hialinas, simultaneamente ocorrem reabsorção e reorganização das superfícies mineralizadas pela neoformação óssea e reinserção das fibras periodontais. Nas proximidades ou diretamente nas superfícies ósseas associadas com áreas hialinas, ocorre a morte de osteoblastos justapostos; por sua vez, na superfície radicular, morrem os cementoblastos (Fig. 3 a 8). No processo de reorganização periodontal nas áreas hialinas próximas do cemento, as unidades osteorremodeladoras reabsorverão também o cemento e a dentina1,2,3,4,6,8. Quanto maior a extensão da área hialina, maior será a reabsorção radicular, em uma proporção direta. Áreas hialinas extensas significam, quase sempre, largas áreas de necrose dos cementoblastos nas superfícies radiculares. Em pequenas áreas com morte cementoblástica, as células

vizinhas proliferam e as repõem; mas, em áreas mais extensas, o recobrimento da superfície radicular demora mais tempo, oportunizando, com a superfície mineralizada exposta, a ação dos clastos, com consequente reabsorção radicular (Fig. 3 a 8).

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Considerações finais Em algumas explanações sobre a biologia da movimentação dentária induzida, quando direcionadas para o clínico ortodontista, percebe-se uma valorização excessiva das áreas hialinas. Do ponto de vista clínico, na movimentação ortodôntica não se consegue prever ou diagnosticar áreas hialinas e nem relacionar, necessariamente, a efetiva movimentação com base na ocorrência pura e simples de áreas hialinas. A hialinização de áreas mais ou menos extensas, esparsas ou numerosas, não é previsível e relacionada com a intensidade das forças aplicadas, mas provavelmente relacionada com a distribuição e/ou concentração das mesmas sobre o ligamento periodontal. A valorização das áreas hialinas nas explanações sobre a biologia da movimentação dentária tem uma razão simples: quando um pesquisador desse tema analisa um corte tecidual de um dente que foi experimentalmente movimentado, imediatamente ele procura encontrar e observar áreas hialinas, pois indicarão que o aparelho e a movimentação experimental geraram força sobre os tecidos periodontais. Em outras palavras, o modelo experimental funcionou! Mas, do ponto vista clínico, o que importa é a extensão do deslocamento dentário, como a intensidade e a distribuição das forças foram planejadas e aplicadas, e a sintomatologia do paciente. As áreas hialinas têm grande valor experimental e biológico, mas, do ponto de vista clínico, os indicadores de excesso de força são outros, como a falta de movimentação dentária, sintomatologia aumentada e reabsorção radicular.

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Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

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2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavraschave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS. 3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo. 4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto. 5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial. 6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).


Instruções aos autores

7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética. 8. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. 9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos ao lado

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7. Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.

* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com

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registro de ensaios clínicos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que

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integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/ en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/wamestmt.htm#trialreg e http:// www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.


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