Revista Clínica de Ortodontia Dental Press v13, n3 jun/jul

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R evi s t a Cl Ă­ n i ca de Ortodontia Dental Press | Vo lume 1 3 | nĂşmero 3 | junho /julho 2 0 1 4 | ISSN 1 6766849



ortodontia Rev ClĂ­n Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):1-112 | ISSN 1676-6849


Revista Clínica de Ortodontia Dental Press - Qualis / CAPES: B4 - Interdisciplinar B4 - Odontologia B5 - Medicina III

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Revista Clínica de Ortodontia Dental Press. – v. 1, n. 1 (fev./mar. 2002). – Maringá : Dental Press International, 2002-. Bimestral. ISSN 1676-6849. 1. Ortodontia – Periódicos. I. Dental Press International. CDD 21.ed. 617.643005

Créditos fotografia da capa: Shutterstock.


Artigos 48 Tratamento da má oclusão de Classe II com assimetria do plano frontal da maxila, feito com aparelho de Herbst e mecânica de elásticos de Classe II Class II malocclusion with asymmetric maxillary frontal plane treatment performed with the Herbst appliance and Class II elastic mechanics Messias Rodrigues Luisa Ramos Rodrigues 62

Tratamento multidisciplinar: relato de casos clínicos Multidisciplinary treatment: clinical cases report Eloisa Marcantonio Boeck Rogério Margonar Rodolfo Jorge Boeck Neto Nadia Lunardi Elcio Marcantonio Jr

72

Extração atípica de incisivos centrais superiores no tratamento da má oclusão de Classe II Atypical extraction of maxillary central incisors for Class II malocclusion treatment Larissa Borges Bressane Marcelo Chacon Guilherme Janson

82 Tratamento interceptivo do apinhamento dentário por meio da expansão maxilar em leque e PLA Interceptive treatment of tooth crowding performed by means of fan-type and lip bumper maxillary expansion appliances Priscilla do Monte Ribeiro Busato Paulo Guilherme Bittencourt Marchi Maiara Mesomo Patrícia Ohlmeyer Nassar Mauro Carlos Agner Busato 91

Técnica para remoção do remanescente adesivo após descolagem de braquetes ortodônticos Technique for removal of remnant adhesive after debonding of orthodontic brackets Márcia Rezende Rodrigo Stanislawczuk Grande Cristian Higashi Stella Kossatz Alessandro Dourado Loguercio

Seções 5

Editorial | “Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação.” | Carlo Marassi

8

Eventos

13 Pergunte a um Expert | Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 2 Renato Rodrigues de Almeida 38 Biomecânica | Quando que o atrito é bom na Ortodontia? Renato Parsekian Martins 44 DTM e Dor Orofacial | Dores de cabeça podem ser tratadas por dentistas? Ricardo Tesch 100 Controvérsias | Trauma oclusal: compreendendo a “lesão”! Alberto Consolaro 106 Abstracts | Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica


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às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade dos anunciantes. Assinaturas: revclinica@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.


E d ito r ia l

“Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação.” Tiradentes

Carlo Marassi | Editor

Temos boas notícias! Nesta edição, inauguramos a seção “DTM e Dor Orofacial”, que será dirigida pelo Dr. Ricardo Tesch e abordará atualidades, questionamentos comuns e assuntos controversos relacionados a essa especialidade ainda pouco conhecida pelos ortodontistas. Iniciamos, também, a seção “Biomecânica”, regida pelo Dr. Renato Parsekian Martins, que traz interessantes conceitos e valiosas dicas sobre essa disciplina fundamental. Tenho certeza de que esses dois ótimos professores irão contribuir muito com a revista e trarão informações valiosas para os leitores. Em outro aspecto, nem todas as notícias são boas. Irão sobrar elásticos verdes e amarelos este ano! Pois não me lembro de ter visto os pacientes e seus responsáveis tão pouco animados com a Copa do Mundo. O clima de insatisfação e o anseio coletivo por mudanças são tão grandes que tiraram o brilho desse importante evento para os brasileiros, mesmo que esteja sendo realizado aqui no Brasil.

Esse é um momento novo na nossa história. O país do futebol gritou “Não vai ter Copa”! Mesmo sabendo que, ao começar a disputa, torceremos para nossos jogadores, é realmente um momento propício para reflexão. Investimos muito em estádios, mas faltam hospitais, falta um sistema educacional eficaz, faltam, entre muitas outras coisas, governantes eficientes e íntegros. Felizmente, temos a chance de mudar isso. Como otimista, vou continuar torcendo a favor. Aqui me refiro não só ao time que entra em campo, mas, principalmente, em prol da seleção que deseja mudanças, que questiona e se mobiliza para que essas mudanças aconteçam. Torço primordialmente por aqueles que sabem que, para nosso país vencer, é preciso muito mais do que o Brasil ganhar. Nós ainda podemos fazer desse país uma grande nação.

Boa leitura!

Como citar esta seção: Marassi C. Se todos quisermos, poderemos fazer deste país uma grande nação. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):5.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):5

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C U R SO S & EVENTOS

1º CONGRESSO INTERNACIONAL MULTI-REGIONAL DE ORTODONTIA » Recife/PE (31/7/2014 a 01/08/2014) - Informações: guaracy-jr@uol.com.br » Rio de Janeiro/RJ (01/8/2014 a 02/08/2014) - Informações: prietoeprieto@terra.com.br » Santa Maria/RS (02/8/2014 a 04/08/2014) - Informações: douglas.lopes.cd@gmail.com

Abordagem atual sobre tratamento da Classe II em pacientes pouco colaboradores Data: 2 de agosto de 2014 Local: CEOL - Rua Guimarães 2032, Lourdes - Belo Horizonte / MG Informações: (31) 3296-5050 - vendas@ortodente.com.br (31) 9868-6479 - idnunes@mmm.com

CURSO INTENSIVO DE ORTODONTIA MECÂNICA E DIAGNÓSTICO Data: 11 a 15 de agosto de 2014 Local: Instituto Cabrera de Ortodontia - Curitiba / PR Informações: www.cabrera.com.br cursos@cabrera.com.br - (41) 33232323

SBO Orto Premium 2014 - curso internacional com Proj. Junji Sugawara Data: 14, 15, 16 de agosto de 2014 Local: Windsor Atlântica - Copacabana/RJ Informações: (21) 2522-2613 - contato@sbo.org.br

CURSO DE ORTODONTIA EM ADULTOS, COM DR. MARCOS JANSON Módulo 1: 20, 21 e 22 de agosto de 2014 Módulo 2: 17, 18 e 19 de dezembro de 2014 Local: Hotel Victory – Juiz de Fora/MG Informações: (32) 8887-0688 / (31) 8883-5563 – odontolink@hotmail.com

CURSO SOBRE EFICIÊNCIA E EFICÁCIA NA ORTODONTIA Data: 23 de setembro de 2014 Local: CEOL - Belo Horizonte / MG Curso sobre Eficiência e Eficácia na Ortodontia

• Hiper eficiência no tratamento usando prescrição ortodôntica variada (VOP) • Biomecânica Ortodôntica • Gerenciamento das desordens temporomandibulares • O lado comercial da prática odontológica Professor Anoop Sondhi

•Graduado pela Indiana University School of Dentistry. •Pós graduado pela University of Illinois. •Faz seminários e cursos nos Estados Unidos, Canada, América central, América do Sul, Europa e África do Sul. •Consultor da American Journal of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics e Journal of Craniomandibular Disorders, Facial and Oral Pain. •Membro da American Dental Association e da American Association of Orthodontists.

Data: 23/09/2014 Horário: 09h00 às 12h00; 14h00 às 17h00. Local: CEOL, Clarion Hotel Lourdes, Rua Bernardo Guimarães, 2032, Lourdes. Belo Horizonte, MG. Investimento: R$ 100,00. Informações e inscrições: CEOL, Ana Maria: (31) 3272-5524 Dental Ortodente, Marton: (31) 3296-5050, vendas@ortodente.com Luana Nunes: (31) 9868- 6479, ldnunes@mmm.com

Informações: (31) 3272-5524 - vendas@ortodente.com (31) 9868- 6479 - ldnunes@mmm.com

ENCONTRO DO GRUPO DE ESTUDOS CAPELOZZA – RS Data: 1, 2 e 3 de outubro de 2014 Local: Instituto Eleva de Ensino – Uningá SM – Santa Maria/RS Informações: (55) 3028-7676 - www.uningasm.com.br

10 ENCONTRO DE ORTODONTIA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA UFG Data: 7 e 8 de novembro de 2014 Local: Auditório da Faculdade de Odontologia da UFG Informações:(62) 3209-6325 - www.odonto.ufg.br

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referentes ao caso 2. O restante dos textos, referem-se a outro tópico, de discrepância dente/

P e rg u n te a um ex pert

Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 2 Renato Rodrigues de Almeida Professor Sênior, disciplina de Ortodontia, FOB-USP. Professor Titular, disciplina de Ortodontia, UNOPAR.

Comentamos, na parte 1, os casos de más oclusões incipientes que DEVEM ser interceptados nas dentições decídua ou mista pelo clínico geral, odontopediatra e ortodontista. Na sequência, parte 2, descreveremos os casos que PODEM e os que NÃO DEVEM ser tratados precocemente.

CASOS QUE PODEM SER TRATADOS PRECOCEMENTE São todos aqueles conduzidos e tratados pelo ortodontista e, geralmente, realizados em duas fases: “fase interceptora” e “fase corretiva”. Entre eles citamos: - Classe II esquelética; - Classe III esquelética por deficiência maxilar e; - Discrepância dente-osso negativa (extração seriada).

CLASSE II ESQUELÉTICA A má oclusão de Classe II esquelética caracteriza-se por uma posição distal da arcada inferior em relação à superior, resultante de um deficiente relacionamento anteroposterior entre as bases apicais. Essa discrepância esquelética reflete as seguintes alterações estruturais: a deficiência ou retrognatismo mandibular, o prognatismo maxilar, ou uma associação de ambas. O componente vertical, representado pela altura facial anteroinferior, pode encontrar-se aumentado ou diminuído, evidenciando ou mascarando a desarmonia sagital, respectivamente.

Como citar este artigo: Almeida RR. Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 2. Rev Clín Ortod

O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de

Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):13-37.

propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 28/04/2014 - Revisado e aceito: 10/05/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Renato Rodrigues de Almeida – Rua Manoel Pereira Rolla, 18-09

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

Vila Nova Cidade Universitária – Bauru/SP – CEP: 17012-190 – E-mail: rr.almeida2011@bol.com.br

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Qual a melhor época para se iniciar o tratamento das más oclusões? Parte 2

e conflitantes em resposta aos seus questionamentos, quando ouvem dos ortodontistas8: “Seus filhos são muito jovens” ou “Deixe que a natureza por si só realizará a cura” ou “Espere até que todos os dentes tenham irrompidos para depois iniciar o tratamento”. Corroborando o pensamento de Angle e respondendo à pergunta da presente discussão sobre “QUAL É A ÉPOCA IDEAL PARA SE INICIAR O TRATAMENTO DAS MÁS OCLUSÕES?’, nos apoiamos no conceito de Charles Tweed, por volta de 1960, quando relatou que “O CONHECIMENTO IRÁ GRADUALMENTE SUBSTITUIR A MECÂNICA SEVERA E, EM UM FUTURO MUITO PRÓXIMO, A GRANDE MAIORIA DOS TRATAMENTOS ORTODÔNTICOS SERÁ EXECUTADA DURANTE A DENTIÇÃO MISTA, DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO CRANIOFACIAL, ANTES DA DIFÍCIL IDADE DA ADOLESCÊNCIA”. Portanto, aquele pensamento simplista de tratar toda má oclusão após a erupção

de todos os dentes permanentes ignora as potencialidades biológicas inerentes ao processo de crescimento e desenvolvimento do ser humano. Assim, podemos inferir que a abordagem preventiva e interceptora das más oclusões apresenta vantagens indiscutíveis e apenas o comodismo e o desconhecimento são capazes de ignorá-las.

Agradecimentos O autor agradece, especialmente, a Daniela Gamba Garib, José Fernando Castanha Henriques, Márcio Rodrigues de Almeida e Renata Rodrigues de Almeida, coautores do artigo “Ortodontia Preventiva e Interceptora: Mito ou Realidade” (Rev Dental Press Ortodon Ortop Facial - v.4, n.6, p.87-108 - nov./dez. – 1999), e à Drª Paula Oltramari Navarro, pela cessão do caso clínico Classe III por deficiência maxilar (caso clínico 2).

Referências: 1. Almeida MR, Almeida-Pedrin RR, Almeida MR, Garib DG, Almeida PCMR, Pinzan A. Etiologia das más oclusões: causas hereditárias e congênitas, adquiridas gerais, locais e proximais (hábitos bucais). Rev Dent Press Ortod Ortop Facial. 2000;5(6):107-29. 2. Almeida MR, Pereira ALP, Almeida RR, AlmeidaPedrin RR, Silva Filho OG. Prevalência de má oclusão em crianças de 7 a 12 anos de idade na cidade de Lins-SP e região. Dental Press J Orthod. 2011;16(4):123-31. 3. Almeida RR, Almeida MR, Campos GAB, Oltramari-Navarro PVP, Conti ACCF, Navarro RL. Abordagem terapêutica da mordida cruzada anterior: aparelhos removíveis. Rev Clín Ortod Dental Press. 2012;10(6):48-58. 4. Almeida RR, Almeida MR, Oltramari-Navarro PVP, Conti ACCF, Navarro RL, Marques HVA. Posterior crossbite: treatment and stability. J Appl Oral Sci. 2012;20(2):286-94. 5. Almeida RR, Garib DG, Henriques JFC, Almeida MR, Almeida RR. Ortodontia preventiva e interceptora: mito ou realidade? Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 1999;4(6):87-108.

6. Almeida RR, Oliveira GF, Almeida MR, Conti ACFC, Navarro RL, Oltramari-Navarro PVP. Correção da mordida cruzada anterior na dentadura mista com aparelhos fixos. Rev Clín Ortod Dental Press. 2010;9(5):86-100. 7. Almeida RR. Ortodontia preventiva e interceptora: mito ou realidade? 1ª ed. Maringá: Dental Press; 2013. 8. Behrents RG. Ortodontia: sua perspectiva. Rev Clín Ortod Dental Press. 2002;1(2):87-9. 9. Bimler HP. The Bimler Appliance. In: Graber TM, Neuman B, editors. Removable orthodontic appliance. 2nd ed. Philadelphia: W.B. Saunders; 1984. p. 410-519. 10. Dale JC. Serial extraction – Part I. J Clin Orthod. 1976;10:44-60. 11. Dale JC. Serial extraction – Part II. J Clin Orthod. 1976;10:116-36. 12. Karina SC, Janson G, Henriques JFC, Josgrilbert LF. Camuflagem ortopédica-ortodôntica da má oclusão de Classe III: uma abordagem conservadora. Rev Clín Ortod Dental Press. 2004;3(3):61-72. 13. McNamara JA Jr, Budron WL. Orthopedic facial mask therapy. In: Orthodontic and orthopedic treatement in the mixed dentition. 5th ed. Ann Arbor (MI): Needham Press; 1995. Chap. 15.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):13-37

14. Moyers RE. Ortodontia. 4a ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 1991. 15. Nolla CM. The development of the permanente teeth. J Dent Child. 1960;27:254-66. 16. Oltramari-Navarro PVP, Almeida RR, Conti ACCF, Navarro R, Almeida MR, Fernandes LCSFP. Early treatment protocol for skeletal Class III malocclusion. Braz Dental J. 2013;24(2):167-73. 17. Proffit WR, Fields HW, Sarver DM. Contenção. In: Ortodontia contemporânea. 4a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2007. 18. Silva Filho OG. Existe uma época ideal para o tratamento da má oclusão Classe II com deficiência mandibular? Rev Clín Ortod Dental Press. 2008;7(2):17-34. 19. Campbell PM. The dilemma of Class III treatment. Angle Orthod. 1983;53(3):175-91. 20. Van der Linden FPGM. Desenvolvimento da dentição. São Paulo: Ed. Santos; 1986.

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b i o mecâ n i ca

Quando que o atrito é bom na Ortodontia? Renato Parsekian Martins Professor Convidado da Pós-graduação em Ciências Odontológicas, Área de Ortodontia, FOAr–UNESP.

Um dos aspectos mecânicos ortodônticos que parece ser mais mal compreendido nos dias de hoje, em todo mundo, é o atrito. Por definição, atrito é a força que oferece resistência ao deslizamento relativo de duas superfícies em contato. No caso da Ortodontia, ele é importante porque temos duas superfícies (a dos fios e a dos braquetes) que, normalmente, estão em contato, sendo que, quando tentamos deslizar uma pela outra, o atrito aparece oferecendo resistência. Parece ser lógico afirmar que o mundo ortodôntico seria muito melhor caso fosse possível eliminá-lo totalmente dos aparelhos.

Essa afirmação está longe de estar correta! Existem várias situações em que o aparelho ortodôntico funciona devido ao atrito. Se entendermos perfeitamente sua ação, nós podemos utilizá-lo e, até mesmo, aumentá-lo quando for bom, ou podemos tentar evitá-lo, ou diminuí-lo, quando for ruim. Mas, hoje, eu gostaria de focar nossa discussão no atrito bom, para estimular nosso raciocínio lógico nesse aspecto contraintuitivo da mecânica ortodôntica. O atrito que existe na Ortodontia não é diferente do atrito que me mantém em pé, que é calculado multiplicando-se a força que o chão exerce sobre meu corpo (que é a força normal) vezes o coeficiente de atrito (µ) da sola de meu sapato com o chão (Fig. 1). Isso quer dizer que se eu segurar a Sofia (minha filha) no colo, aumentando minha massa, minha resistência ao deslizamento pelo chão aumenta. Nos braquetes ortodônticos, a história é a mesma: o atrito pode ser calculado multiplicando-se as forças que o braquete exerce sobre o fio (que são as mesma que o fio exerce sobre o braquete) vezes o coeficiente de atrito entre as superfícies de contato (Fig. 2)1. Ainda assim, nos três planos do espaço, podem existir forças que adicionam atrito ao sistema.

Como citar este artigo: Martins RP. Quando que o atrito é bom na Ortodontia? Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-

O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de

jul;13(3):38-43.

propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 29/05/2014 - Revisado e aceito: 5/06/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Renato Parsekian Martins

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

E-mail: dr_renatopmartins@hotmail.com

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):38-43

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Quando que o atrito é bom na Ortodontia?

Portanto, engana-se quem acredita que um travamento do fio com os braquetes (devido a forças, dobras ou stops) impede a movimentação dentária. Esse travamento, elástico ou não, não impede o fio de retornar ao seu formato original, devido à recuperação elástica ou memória de forma. O que vai ser diferente é se mais espaços serão abertos ou não com a movimentação.

A

Concluindo, o atrito nos ajuda (o bom atrito) a aumentar o perímetro da arcada, criando o espaço necessário ao alinhamento dos dentes, mas pode nos atrapalhar (o mau atrito) quando o perímetro deve ser mantido ou diminuído durante o alinhamento e nivelamento (Fig. 11).

B

Figura 11: A) Situação onde o “bom” atrito é necessário, causado pelo travamento elástico ou não elástico (círculos vermelhos), que gera as forças necessárias (setas azuis) para a abertura do espaço necessário ao alinhamento. B) Situação onde o “mal” atrito pode atrapalhar a eficiência da mecânica, criando espaços desnecessários com o alinhamento, se o fio não deslizar pelos braquetes (setas verdes). (As setas amarelas mostram o sistema de forças em equilíbrio)

Finalizando, é engraçado como ouvimos, muitas vezes, a frase generalista “os fios de NiTi expandem e vestibularizam dentes...” (será que são os fios que fazem isso ou quem os está aplicando?) e não a conectamos diretamente ao fato de que, muitas vezes, para alinhar dentes, nós precisamos desse “efeito colateral”.

Um abraço, Renato Parsekian Martins

Referências: 1. Martins R, Martins L, Martins I. Biomecânica da Mola T. In: Almeida MR, editor. Ortodontia clínica e biomecânica. Maringá: Dental Press; 2012. 2. Kusy RP, Whitley JQ. Assessment of second-order clearances between orthodontic archwires and bracket slots via the critical contact angle for binding. Angle Orthod. 1999;69(1):71-80. 3. Kusy RP, Whitley JQ. Friction between different wirebracket configurations and materials. Semin Orthod. 1997;(3):166-77.

4. Martins R. Bráquetes autoligáveis: Contra??? In: Martins R, editor. Smartodontics. 2013 [Acesso em: 10 dez. 2013]. Disponível em: http://blog.martinsortodontia.com. br/braquetes-autoligaveis-contra. 5. Thorstenson GA, Kusy RP. Effect of archwire size and material on the resistance to sliding of self-ligating brackets with second-order angulation in the dry state. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2002;122(3):295-305.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):38-43

6. Locatelli R, Bednar J, Dietz VS, Gianelly AA. Molar distalization with superelastic NiTi wire. J Clin Orthod. 1992;26(5):277-9. 7. Gianelly AA. Distal movement of the maxillary molars. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998;114(1):66-72.

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DT M e Do r O rofaci al

Dores de cabeça podem ser tratadas por dentistas? Ricardo Tesch Mestre em Ciências da Saúde, DTM e Dor Orofacial, Hospital Heliópolis. Especialista em Ortodontia, ACDC.

As cefaleias são as desordens neurológicas mais prevalentes, entre as quais a enxaqueca é uma de suas formas primárias mais comuns, afetando cerca de 12% da população adulta de países ocidentais1. Assim como as disfunções temporomandibulares (DTM) — também as mais frequentes das condições dolorosas crônicas orofaciais —, a enxaqueca acomete, comumente, mulheres em idade reprodutiva, e sua prevalência cai fortemente com o avanço da idade2. Ambas as desordens causam impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes, podendo chegar à manifestação de comportamentos profundamente incapacitantes, com interferências significativas nas atividades diárias de quem as sofre. Embora estimativas apontem que cerca de 10% da população se queixe de dores associadas às DTM, apenas perto da metade desses pacientes buscam tratamento3. Em qualquer momento particular, a procura por tratamento para DTM parece estar predominantemente correlacionada à presença de dor e sua gravidade, sendo o alívio dessa o indicador mais confiável, por meio do qual pacientes e profissionais de saúde julgam o sucesso do tratamento. Nas últimas décadas, enormes avanços foram feitos na identificação de estruturas e processos, tanto fisiopatológicos quanto comportamentais, que contribuam para a fenomenologia dessas modalidades de dor crônica. Sabe-se que há considerável sobreposição na fisiopatologia dessas condições; a enxaqueca e a DTM frequentemente coexistem em um mesmo paciente e a relação entre ambas é complexa4. Pacientes que sofrem de enxaqueca regularmente sentem dor em áreas relacionadas ao sistema mastigatório, enquanto pacientes com DTM, também com frequência, experimentam dores de cabeça. Finalmente, a enxaqueca e a DTM são condições comórbidas, e o fenótipo final de pacientes com essa comorbidade pode representar o resultado da contribuição de ambas5. A enxaqueca e a DTM compartilham outras características, como a duração da dor, seu padrão temporal e a presença de desordens psiquiátricas comórbidas6. Além disso, a gravidade da dor experimentada por pacientes com DTM frequentemente se correlaciona com a gravidade da cefaleia por enxaqueca7. Dessa forma, sugere-se

Como citar este artigo: Tesch R. Dores de cabeça podem ser tratadas por dentistas? Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 junjul;13(3):44-5. O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de Enviado em: 20/06/2014 - Revisado e aceito: 26/06/2014

propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço de correspondência: Ricardo Tesch E-mail: ricardot@compuland.com.br

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Dores de cabeça podem ser tratadas por dentistas?

que ambas sejam influenciadas por fatores predisponentes comuns, ou que, ao menos, compartilhem dos mesmos mecanismos periféricos e/ou centrais. Mecanismos de sensibilização central estão provavelmente envolvidos na fisiopatologia de ambas as condições. Dessa forma, a DTM e a enxaqueca podem agravar ou perpetuar uma à outra; indivíduos com enxaqueca podem ter sua cefaleia piorada por uma DTM coexistente, sendo o contrário igualmente possível8. Uma área promissora na investigação dos mecanismos subjacentes a essa comorbidade é a genética, que ganhou força após a descoberta da associação, em seres humanos, de uma variante do gene que codifica a enzima catecol-O-metil-transferase (COMT) com a diminuição dos mecanismos de regulação da atividade dolorosa no sistema nervoso central9. Recentemente, foi demonstrada a contribuição de halotipos do gene COMT como fatores genéticos prognósticos para a variabilidade da resposta farmacodinâmica a drogas ß-bloqueadoras, como o propanonol, em patientes com dor musculoesquelética crônica. Dessa forma, foi possível a identificação de subgrupos de pacientes que potencialmente se beneficiariam dessa abordagem farmacoterápica, como exemplo hipotético aqueles que, influenciados por alterações centrais, apresentam comorbidade entre enxaqueca e DTM10. No mês de maio, a Academia Americana de Dor Orofacial promoveu seu 38˚ Encontro Anual, com o tema “Um mundo

de alívio”. Uma das palestras de maior impacto foi ministrada pelo neurologista brasileiro Marcelo Bigal, membro do corpo docente do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque. Nessa, foram apresentados os resultados de um experimento clínico controlado por placebo, aleatório e duplo-cego, desenhado para investigar a eficácia de modalidade terapêutica isolada para enxaqueca (propranolol 90mg) ou concomitante ao tratamento para DTM muscular (placa estabilizadora), em mulheres com essa comorbidade11. Os resultados obtidos demonstraram que o uso concomitante de propranolol e placa estabilizadora diminuiu de maneira significativa o número de episódios de cefaleia após três meses de acompanhamento, quando comparado ao emprego isolado e controlado por placebo de cada terapia. Contudo, as variáveis relacionadas à DTM muscular, como o limiar de dor à palpação, não sofreram alterações significativas entre os grupos estudados. Dessa forma, em mulheres com DTM e enxaqueca concomitantes, essa última pode melhorar de maneira significativa quando ambas as condições são tratadas simultaneamente, enquanto a melhor conduta terapêutica para DTM muscular em mulheres com enxaqueca ainda precisa ser estabelecida. Assim sendo, dentistas habilitados no diagnóstico e controle de casos de DTM, especialmente muscular, podem, sim, contribuir para o tratamento de pacientes com enxaqueca concomitante, dentro de um ambiente multidisciplinar.

Referências: 1. Lipton RB, Stewart WF, Diamond S, Diamond ML, Reed M. Prevalence and burden of migraine in the United States: data from the American Migraine Study II. Headache. 2001;41(7):646-57. 2. Queiroz LP, Peres MFP, Piovesan EJ, Kowacs F, Ciciarelli MC, Souza JA, et al. A nationwide population-based study of migraine in Brazil. Cephalalgia. 2009;29(6):642-9. 3. Gonçalves DA, Dal Fabbro AL, Campos JA, Bigal ME, Speciali JG. Symptoms of temporomandibular disorders in the population: an epidemiological study. J Orofac Pain. 2010;24(3):270-8. 4. Ciancaglini R, Radaelli G. The relationship between headache and symptoms of temporomandibular disorder in the general population. J Dent. 2001;29(2):93-8. 5. Gonçalves DA1, Camparis CM, Franco AL, Fernandes G, Speciali JG, Bigal ME. How to investigate and treat: migraine in patients with

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temporomandibular disorders. Curr Pain Headache Rep. 2012;16(4):359-64 . Merrill RL. Orofacial pain mechanisms and their clinical application. Dent Clin North Am. 1997;41(2):167-88. Liljeström MR, Jämsä A, Le Bell Y, Alanen P, Anttila P, Metsähonkala L, et al. Signs and symptoms of temporomandibular disorders in children with different types of headache. Acta Odontol Scand. 2001;59(6):413-7. Gonçalves DAG, Speciali JG, Jales LCF, Camparis CM, Bigal ME. Temporomandibular symptoms, migraine, and chronic daily headaches in the population. Neurology. 2009;73(8):654-6. Nackley AG, Diatchenko L. Assessing potential functionality of catechol-O-methyltransferase (COMT) polymorphisms associated with pain sensitivity and temporomandibular joint disorders. Methods Mol Biol. 2010; 617: 375-93.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):44-5

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CASO CL Í N I C O

Tratamento da má oclusão de Classe II com assimetria do plano frontal da maxila, feito com aparelho de Herbst e mecânica de elásticos de Classe II Resumo / Introdução / A inclinação do plano frontal da maxila, quando presente na má oclusão, é, para a maioria dos pacientes, a queixa mais comum, pois causa um impacto negativo na estética facial, e a principal referência estética do paciente é, sem dúvida, seu sorriso. / Objetivo / O presente artigo relata um caso clínico de uma paciente adulta jovem, com má oclusão de Classe II, com acentuada inclinação do plano frontal da maxila. / Métodos / O caso foi, inicialmente, tratado com aparelho de Herbst e finalizado com aparelho fixo e elásticos de Classe II, segundo o protocolo da técnica Straight-Wire Simplificada (SSW). / Conclusão / Essa opção clínica se mostrou uma excelente alternativa para a correção da Classe II com plano oclusal inclinado. Palavras-chave / Má oclusão de Classe II. Retrognatismo mandibular. Aparelho de Herbst.

Messias RODRIGUES Professor, Curso de Especialização em Ortodontia, UNITAU.

Luisa Ramos RODRIGUES Pós-graduanda em Ortodontia, UNICAMP.

Como citar este artigo: Rodrigues M, Rodrigues LR. Tratamento da má oclusão de Classe II com assimetria do plano frontal da

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

maxila, feito com aparelho de Herbst e mecânica de elásticos de Classe II. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):48-60.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 19/05/2014 - Revisado e aceito: 21/05/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Messias Rodrigues

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

E-mail: messias@messiasrodrigues.com.br

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

©DentalPress Publishing / Rev Clin Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):48-60

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Rodrigues M, Rodrigues LR

além de ser, também, uma solução alternativa à cirurgia ortognática em pacientes jovens adultos, haja vista que, ao final da correção, havia estabilidade dentária em relação de Classe I, com os côndilos bem posicionados na cavidade articular. ABSTRACT Class II malocclusion with asymmetric maxillary frontal plane treatment performed with the Herbst appliance and Class II elastic mechanics. / Introduction / Asymmetric maxillary frontal plane is patients’ major complaint, as it negatively affects

facial aesthetics of which main reference is the smile. / Objective / This article reports the case of a young adult female patient with Class II malocclusion and severe asymmetric maxillary frontal plane. / Methods / The case was initially treated with the Herbst appliance. Treatment finishing was carried out with fixed appliance and elastics with Class II direction, in accordance with the Simplified Straight-Wire technique protocol. / Conclusion / The clinical approach reported herein proves to be an excellent alternative to correct Class II malocclusion with asymmetric. / Keywords / Class II malocclusion. Mandibular retrognathism. Herbst appliance.

Referências: 1. Ingervall B. Prevalence of dental and occlusal anomalies in Swedish conscripts. Acta Odontol Scand. 1974;32(2):83-92. 2. Silva Filho OG, Freitas SF, Cavassan AO. Prevalência de oclusão normal e má oclusão na dentadura mista e escolares na cidade de Bauru (São Paulo). Rev Assoc Paul Cir Dent. 1998;43(3):287-90. 3. Ruf S, Pancherz H. Dentoskeletal effects and facial profile changes in young adults treated with the Herbst appliance. Angle Orthod. 1999;69(3):239-46. 4. Ruf S, Pancherz H. Herbst/multibracket appliance treatment of Class II division 1 malocclusions in early and late adulthood. A prospective cephalometric study of consecutively treated subjects. Eur J Orthod. 2006;28(4):352-60.

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©DentalPress Publishing / Rev Clin Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):48-60

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CASO CL Í N I C O

Tratamento multidisciplinar: relato de casos clínicos Resumo / Introdução / O paciente adulto apresenta maior predisposição para doença periodontal, decorrente, principalmente, do mal controle de placa. Nesses pacientes, a movimentação ortodôntica não é contraindicada, porém, é necessária uma avaliação da condição periodontal para que se possa estabelecer o plano de tratamento apropriado. / Objetivo / Descrever e discutir casos clínicos de indivíduos com necessidade de reabilitação bucal e com periodonto severamente comprometido. / Métodos / Os métodos consistiram no tratamento ortodôntico de dois casos com comprometimento periodontal. Após exames clínicos e radiográficos, os casos foram analisados de forma multidisciplinar, envolvendo as especialidades de Ortodontia, Periodontia e Prótese, com objetivo de proporcionar ao paciente os melhores resultados estético, funcional e estabilidade. O tratamento periodontal consistiu de raspagem supra- e subgengival, previamente ao tratamento ortodôntico, e programa de manutenção periódica trimestral durante toda movimentação ortodôntica. As ativações foram realizadas em intervalos de 45 a 50 dias, com a utilização de forças leves, sendo utilizadas contenções em ambas as arcadas, mesmo após a finalização da reabilitação. / Conclusão / O tratamento reabilitador bucal, quando feito de forma multidisciplinar, traz resultados bastante satisfatórios. A interação da Ortodontia e da Periodontia comprovou que pacientes com periodonto reduzido, porém saudável, podem receber tratamento ortodôntico, desde que as forças não excedam o limite biológico desse. Palavras-chave / Ortodontia corretiva. Periodontia. Reabilitação bucal.

Eloisa Marcantonio Boeck Doutora em Ortodontia, UNICAMP. Professora, UNIARA.

Rogério Margonar Doutor em Periodontia, UNESP. Professor, UNIARA.

Rodolfo Jorge Boeck Neto Doutor em Implantodontia, UNESP. Professor, UNIARA.

Nadia Lunardi Pós-Doutora em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.- Professora, UNIARA.

Elcio Marcantonio Jr Livre Docente em Periodontia, UNESP. Professor Titular, FOAR-UNESP.

Como citar este artigo: Boeck EM, Margonar R, Boeck Neto RJ, Lunardi N, Marcantonio Jr E.

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

Tratamento multidisciplinar: relato de casos clínicos. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):62-70.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 18/09/2013 - Revisado e aceito: 14/05/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Eloisa Marcantonio Boeck - Av. Benito Barbieri, 214 casa 61.

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

E-mail: eloisamarcantonio@gmail.com

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Boeck EM, Margonar R, Boeck Neto RJ, Lunardi N, Marcantonio Jr E

ABSTRACT Multidisciplinary treatment: clinical cases report / Introduction / Adult patients are more prone to periodontal disease mainly caused by poor plaque control. In these patients, orthodontic movement is not contraindicated, but it is necessary to evaluate their periodontal status so that we can establish the appropriate treatment plan. / Objective / The objective of this article is to describe and discuss the clinical cases of severely periodontally compromised individuals in need of oral rehabilitation. / Methods / The study consisted of orthodontic treatment of two cases with periodontal involvement. After clinical and radiographic examinations, the cases were analyzed by a multidisciplinary team of Orthodontics, Periodontics and Prosthodontics, in order to provide the patient with the

best possible esthetic, functional and stability outcomes. Periodontal treatment consisted of supra and subgingival scaling prior to orthodontic treatment, and regular maintenance performed on a quarterly basis throughout orthodontic movement. Activation was carried out every 45 to 50 days, with light forces. Retention remains to the present day, even after completion of the rehabilitation. / Conclusion / Multidisciplinary oral rehabilitation treatment yields satisfactory results. The interaction between Orthodontics and Periodontics reveals that patients with reduced, but healthy periodontium, can receive orthodontic treatment as long as the forces applied do not exceed patient’s biological limits. / Keywords / Orthodontics. Periodontics. Oral rehabilitation.

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Encontro de Ortodontia do Distrito Federal

2014

5

Teatro Universa 8h 8h30

INSCRIÇÕES

Guilherme Janson

MORDIDA ABERTA ANTERIOR – UM DESAFIO 9h30

Dauro Oliveira

CORTICOTOMIAS ALVEOLARES PARA ACELERAR O TRATAMENTO ORTODÔNTICO 10h30 11h

I N T E R VA LO

Nelson Mucha

COMO TRATAR CLASSE II SUBDIVISÃO EM ADULTOS SEM EXTRAÇÕES? MITOS, FATOS, EVIDÊNCIAS, ATUALIDADES. 14h

Cristiane Macedo

SETEMBRO DE 2014 | S E X TA

FUNDAÇÃO UNIVERSA | FUNIVERSA | L2 NORTE QUADRA 609

BRUXISMO DO SONO 15h

Marcos Janson

OCLUSÃO EM ORTODONTIA 16h

Jorge Faber

SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO: VINTE ANOS DE EXPERIÊNCIA CLÍNICA

8h

B R I N D E > 2 0 A N OS DA AB O R D F

Daniela Garib

TRATAMENTO PRECOCE E ANOMALIAS DENTÁRIAS 9h

João Henrique Padula

10h

Flávio Ferrari

DTM E DOR OROFACIAL – A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO NA ESCOLHA DO TRATAMENTO

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS ALTERAÇÕES OCLUSAIS NA DENTADURA DECÍDUA 11h

I N T E R VA LO

11h30

Adilson Ramos

12h30

Carlo Marassi

CONTENSOR 3X3 CONVENCIONAL, MODIFICADO OU TRANÇADO? VANTAGENS E DESVANTAGENS CLÍNICAS E PERIODONTAIS

ESTRATÉGIAS PARA DISTALIZAÇÃO EM MASSA COM AUXÍLIO DE MINI-IMPLANTES ORTODÔNTICOS

INSCRIÇÃO

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6 SETEMBRO DE 2014 | S Á B A D O

FOTOS DE BRASÍLIA GENTILMENTE CEDIDAS PELO ARQUIVO PÚBLICO DO DF

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ATÉ

15/04/2014 30/07/2014 05/09/2014

Sócio Abor ou Estudante*

R$ 390,00

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Não sócio

R$ 600,00

R$ 700,00

R$ 750,00

*ESTUDANTE DE CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO, MESTRADO OU DOUTORADO, FAVOR APRESENTAR COMPROVANTE DO CURSO.


CASO CL Í N I C O

Extração atípica de incisivos centrais superiores no tratamento da má oclusão de Classe II Resumo / O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso de Classe II, divisão 1, tratado na fase adulta, com extrações de incisivos centrais superiores. A paciente apresentava má oclusão de Classe II completa com apinhamento anterossuperior. Os incisivos centrais superiores apresentavam restaurações de resina extensas e uma lesão gengival na região do dente 11. Observou-se, nas radiografias periapicais, que os dentes 11 e 21 possuíam tratamento endodôntico e pouca estrutura coronária remanescente. Devido a tais condições, optou-se por extraí-los e por fechar o espaço ortodonticamente. A mecânica foi realizada por meio da retração anterossuperior associada a elásticos de Classe III, e, no lugar dos incisivos, colocou-se uma prótese parcial removível. Ao final do tratamento e após a reanatomização dos incisivos laterais e caninos, obteve-se resultados estéticos e funcionais bastante satisfatórios. A estabilidade foi avaliada três anos após o tratamento, onde foi observada pequena reabertura do espaço das extrações (0,5mm); no entanto, outros aspectos, como a relação anteroposterior, se mantiveram estáveis. Palavras-chave / Má oclusão Classe II de Angle. Extração dentária. Fechamento de espaço ortodôntico.

Larissa Borges Bressane Mestre em Ortodontia, FOB-USP.

Marcelo Chacon Especialista em Ortodontia, FOB-USP.

Guilherme Janson Livre-docente e Professor Titular de Ortodontia, FOB-USP.

Como citar este artigo: Bressane LB, Chacon M, Janson G. Extração atípica de incisivos centrais superiores no tratamento da má

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

oclusão de Classe II. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):72-80.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 15/01/2014 - Revisado e aceito: 16/05/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Larissa Borges Bressane – Rua dos Patriotas, 618 – Apto 183 – Ipiranga

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São Paulo/SP – CEP: 04207-030 – E-mail: larissa_bressane@hotmail.com

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

©DentalPress Publishing / Rev Clin Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):72-80

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Bressane LB, Chacon M, Janson G

ABSTRACT Atypical extraction of maxillary central incisors for Class II malocclusion treatment / This study reports the case of an adult patient with Class II division 1 malocclusion treated with maxillary central incisors extractions. The patient had complete Class II division 1 malocclusion with maxillary anterior crowding. The maxillary central incisors had extensive resin restorations and a gingival lesion on tooth #11. Radiographic exams revealed endodontic treatment and lack of dental structure for both incisors. Considering these conditions, treatment planning included extractions of the

maxillary central incisors with posterior space closure performed with orthodontic appliances. The mechanics included elastic chains for anterior retraction associated with Class III elastics. During space closure, a partial removable prosthesis was provisionally used. At the end of the treatment and after anterior teeth re-countouring, the occlusal results were very satisfactory. Three years later, there was slight relapse of the extraction space (0.5 mm) while other features of the occlusion remained stable. / Keywords / Angle Class II malocclusion. Tooth extraction. Orthodontic space closure.

Referências: 1. Freitas MR, Freitas DS, Pinheiro FHSL, Freitas KMS. Prevalência das más oclusões em pacientes inscritos para tratamento ortodôntico na Faculdade de Odontologia de Bauru-USP. Rev Fac Odontol Bauru. 2002;10(3):164-9. 2. Arvystas MG. Nonextraction treatment of Class II, Division 1 malocclusions. Am J Orthod. 1985;88(5):380-95. 3. Bishara SE, Cummins DM, Jakobsen JR. The morphologic basis for the extraction decision in Class II, division 1 malocclusions: a comparative study. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995;107(2):129-35. 4. Cleall JF, BeGole EA. Diagnosis and treatment of class II division 2 malocclusion. Angle Orthod. 1982;52(1):38-60. 5. Janson G, Barros SE, Freitas MR, Henriques JF, Pinzan A. Class II treatment efficiency in maxillary premolar extraction and nonextraction protocols. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2007;132(4):490-8. 6. Janson G, Brambilla Ada C, Henriques JF, Freitas MR, Neves LS. Class II treatment success rate in 2and 4-premolar extraction protocols. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;125(4):472-9. 7. Maria FRT, Janson G, Freitas MR, Henriques JFC. Influência da cooperação no planejamento e tempo de tratamento da má oclusão de Classe II. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005;10(2):44-53. 8. Salzmann JA. Practice of Orthodontics. Philadelphia: Lippincott; 1966. 9. Janson G, Brambilla Ada C, Henriques JF, de Freitas MR, Neves LS. Class II treatment success rate in 2- and 4-premolar extraction protocols. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2004;125(4):472-9. 10. Patel MP, Janson G, Henriques JF, Almeida RR, Freitas MR, Pinzan A, et al. Comparative distalization effects of Jones jig and pendulum appliances. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009;135(3):336-42.

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CASO CL Í N I C O

Tratamento interceptivo do apinhamento dentário por meio da expansão maxilar em leque e pla Resumo / Introdução / Os procedimentos ortodônticos preventivos e interceptadores são abordagens de tratamento relativamente simples e de baixo custo, que têm como objetivo a correção das más oclusões em desenvolvimento, durante a dentição mista. A literatura mostra que, aproximadamente, metade das crianças apresentam apinhamento dentário, sendo, dessa forma, um problema preponderante de má oclusão entre essas. O expansor em leque ou borboleta, acompanhado da placa labioativa (PLA), podem ser utilizados nos casos de estreitamento das arcadas dentárias, favorecendo a obtenção de espaço para os incisivos. / Objetivo / O objetivo desse trabalho é, por meio de um relato de caso clínico, discutir o tratamento da discrepância de modelos na dentição mista, por meio da expansão das arcadas dentárias superior e inferior. / Métodos / Foram realizadas expansão esquelética e dentária, utilizando-se, respectivamente, o expansor em leque e a PLA. / Resultados / Os principais objetivos propostos foram alcançados ao final do tratamento, sendo mantidos no período de proservação (início da dentição permanente). / Conclusões / Tendo sua indicação respeitada, a associação do expansor em leque e PLA constitui um método efetivo para o tratamento do apinhamento dentário superior e inferior na fase de dentição mista. Palavras-chave / Ortodontia interceptora. Técnica de expansão palatina. Má oclusão.

Priscilla do Monte Ribeiro Busato Pós-doutoranda em Odontologia,UNIOESTE.

Paulo Guilherme Bittencourt Marchi Mestrando em Materiais Dentários, UNIOESTE.

Maiara Mesomo Graduada em Odontologia UNIOESTE.

Patrícia Ohlmeyer Nassar Professora de Periodontia, UNIOESTE.

Mauro Carlos Agner Busato Doutor em Ortodontia, UNESP-Araçatuba. Professor de Ortodontia, UNIOESTE.

Como citar este artigo: Busato PMR, Marchi PGB, Mesomo M, Nassar PO, Busato MCA. Tratamento interceptivo do apinhamento

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

dentário por meio da expansão maxilar em leque e pla. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):82-89.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 27/02/2014 - Revisado e aceito: 21/05/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Priscilla do Monte Ribeiro Busato

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

Rua Rio de Janeiro, 866 – Cascavel/PR – E-mail: priscilladom.ribeiro.busato@facebook.com

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Tratamento interceptivo do apinhamento dentário por meio da expansão maxilar em leque e pla

observou-se que as expansões não dificultaram a obtenção de um selamento labial passivo (Fig. 10). A avaliação da telerradiografia de perfil também não demonstrou a vestibularização dos incisivos inferiores, o que, em tese, favoreceria a manutenção do alinhamento dentário em longo prazo (Fig. 12).

CONCLUSÕES Pôde-se observar que o tratamento do apinhamento superior e inferior, na fase de dentição mista, com a associação de expansor em leque somando a PLA, tem sua indicação, sendo que, quando essa é respeitada, pode-se obter resultados satisfatórios.

ABSTRACT Interceptive treatment of tooth crowding performed by means of fan-type and lip bumper maxillary expansion appliances / Introduction / Preventive and interceptive orthodontic procedures

are simple and inexpensive treatment options that aim at correcting developing malocclusions in mixed dentition. The literature reveals that nearly half of children have tooth crowding. As a consequence, malocclusion is predominant among them. The fan-type expander associated with lip bumper can be used in cases of narrow dental arches, favoring space opening for incisors. / Objective / This study aims at reporting a clinical case to discuss the treatment of tooth-bone discrepancy in mixed dentition by expanding both dental arches. / Methods / Skeletal and dental expansions were performed using, respectively, the fan-type expander and lip-bumper. / Results / Treatment objectives were achieved by the end of treatment and remained during the follow-up phase (permanent dentition onset). / Conclusions / The fan-type expander associated with lip bumper proves to be an effective method employed to treat maxillary and mandibular teeth crowding in mixed dentition. / Keywords / Interceptive Orthodontics. Palatal expansion technique. Malocclusion.

Referências: 1. King GJ, Hall CV, Milgrom P, Grembowski DE. Early orthodontic treatment as a means to increase access for children enrolled in Medicaid in Washington State. J Am Dent Assoc. 2006;137(1):86-94. 2. Kerosuo H. The role of prevention and simple interceptive measures in reducing the need for orthodontic treatment med princpract. Med Princ Pract. 2002;11 Suppl 1:16-21. 3. Borrie F, Bearn D. Interceptive orthodontics: current evidence-based best practice. Dent Update. 2013;40(6):442-4, 446-8, 450. 4. Adkins MD, Nanda RS, Currier GF. Arch perimeter changes on rapid palatal expansion. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1990;97(3):194-9. 5. Bishara SE, Staley RN. Maxillary expansion: clinical implications. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987;91(1):3-14. 6. Weissheimer A, Menezes LM, Mezomo M, Dias DM, Lima EM, Rizzatto SM. Immediate effects of rapid maxillary expansion with Haas-type and hyrax-type expanders: a randomized clinical trial. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2011;140(3):366-76. 7. Schellino E, Modica R, Benech A, Modaro E. REM: la vite ragno secondo Schellino e Modica. Boll Interm Orthod Leone 1996;55:36-9.

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CASO CL ÍNI CO

Técnica para remoção do remanescente adesivo após descolagem de braquetes ortodônticos Resumo / Introdução / A etapa de remoção de aparelhos ortodônticos deve ser realizada tentando preservar, ao máximo, a estrutura dentária. Apesar de existirem vários protocolos e materiais disponíveis no mercado, alguns profissionais desconhecem os efeitos destes materiais na superfície do esmalte, o que pode contribuir para que o esmalte seja permanentemente danificado, ou desconhecem que, quando a resina não for adequadamente removida, pode ocorrer um aumento na agregação de biofilme, tornando o esmalte mais suscetível a doenças cárie e periodontal. / Objetivo / O objetivo desse trabalho foi demonstrar, por meio de um caso clínico, uma sequência de acabamento e polimento pós-terapia ortodôntica. / Métodos / Após a remoção dos braquetes, a resina residual foi evidenciada com pó dourado (Texturmarker, Benzer Dental AG, Suíça). Em seguida, foi utilizada broca multilaminada (Komet), discos Sof-Lex (3M ESPE), borrachas para acabamento Astropol e Astrobrush (Ivoclar Vivadent), escova de pelo de cabra e FlexiBuff com pasta Enamelize (Cosmedent). / Conclusão / Pôde-se concluir que a sequência de materiais utilizados foi efetiva e de fácil execução, preservando a estrutura dentária. Palavras-chave / Braquetes ortodônticos. Polimento dentário. Descolagem dentária. Esmalte dentário. Márcia Rezende Doutoranda em Dentística Restauradora, UEPG. Professora, disciplina de Ortodontia aplicada à Fonoaudiologia, Faculdade Sant’Ana - IESSA.

Rodrigo Stanislawczuk Grande Doutor em Dentística Restauradora, UEPG. Professor, disciplinas de Materiais Dentários e Ortodontia, CESCAGE.

Cristian Higashi Doutor em Dentística Restauradora, UEPG.

Stella Kossatz Professora Associada, disciplina de Dentística Restauradora, UEPG.

Alessandro Dourado Loguercio Professor Adjunto, disciplina de Dentística Restauradora, UEPG.

Como citar este artigo: Rezende M, Grande RS, Higashi C, Kossatz S, Loguercio AD. Técnica para remoção do remanescente

Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,

adesivo após descolagem de braquetes ortodônticos. Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):91-9.

de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 01/03/2014 - Revisado e aceito: 13/05/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Márcia Rezende, Rua Theodoro Rosas, 461 – Ponta Grossa/PR

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

CEP: 84.010-080 – E-mail: mfssiqueira@uol.com.br

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Rezende M, Grande RS, Higashi C, Kossatz S, Loguercio AD

Contudo, outros estudos concluíram que as brocas multilaminadas proporcionam melhores resultados e são menos lesivas ao esmalte dentário1,18,25, porém, deixam a superfície rugosa, tornando indispensável o polimento após seu uso18,30. O polimento, em geral, poderá ser executado com discos de óxido de alumínio menos granulosos, ou com borrachas abrasivas18,24.

siliconadas, escova de pelo e seguido pelo polimento final com FlexiBuff com pasta Enamelize, proporcionam bons resultados clínicos, e pode ser uma opção interessante após a remoção dos braquetes, como forma de realizar acabamento e polimento do esmalte.

CONCLUSÃO A técnica sugerida e descrita, utilizando-se, na sequência, alicate removedor de braquetes, pó evidenciador, início do acabamento com broca com 12 lâminas, discos com granulação decrescente, borracha

ABSTRACT Technique for removal of remnant adhesive after debonding of orthodontic brackets / Introduction / Orthodontic appliance removal must be carried out with a view to preserving tooth structure as much as possible. Even though there are different protocols and material available on the market, some professionals are unaware of the effects this type of material produces on enamel surface, which may permanently damage the enamel. Additionally, some of them do not know that if resin is not properly removed, biofilm aggregation increases and, as a result, enamel becomes more susceptible to dental caries and periodontal diseases. / Objective / This study aims to demonstrate, through a case report, a sequence of finishing polishing procedures performed after orthodontic treatment. / Methods / After debonding of orthodontic brackets, remnant resin was evinced with gold dust (Texturmarker, Benzer Dental AG, Switzerland). Subsequently, the following devices were used: multilayer bur (Komet), Sof-Lex discs (3M ESPE), Astropol and Astrobrush finishing rubber (Ivoclar Vivadent), polishing brush, and FlexiBuff with Enamelize paste (Cosmedent). / Conclusion / The sequence of material used was effective and easy to handle, which favored tooth structure preservation. / Keywords / Orthodontic brackets. Tooth polishing. Debonding. Tooth enamel.

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Apesar dos discos de óxido de alumínio, quando utilizados da granulação maior para menor, proporcionarem lisura e brilho excelentes, sua conformação no formato de discos dificulta a obtenção de todas as nuances superficiais do esmalte, ou seja, uma superfície lisa, brilhante, mas com todos os detalhes anatômicos. Por isso, invariavelmente, a melhor opção para o polimento final são borrachas abrasivas que, com os seus diferentes formatos (taça, disco e chama), permitem a manutenção das diferentes nuances microanatômicas do dente. Como essas borrachas abrasivas, apesar de remover os excessos mais finos, não melhoram a lisura, se faz necessária a aplicação de escovas especiais e de discos de polimento que permitam a manutenção, não apenas da lisura, mas, especialmente, o brilho final, indispensável para a percepção de um sorriso natural.


Técnica para remoção do remanescente adesivo após descolagem de braquetes ortodônticos

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Co n t rov é r si as

Trauma oclusal: compreendendo a “lesão”! Resumo / O termo “trauma oclusal” refere-se a uma “lesão” ou a um conjunto de alterações teciduais e estruturais promovidas por causas como interferências oclusais, bruxismo e apertamentos. Em outras palavras, a etiologia da lesão trauma oclusal é uma oclusão traumática resultante dessas interferências ou sobrecargas. Distinguir minuciosamente a “lesão” e sua causa faz parte de um pressuposto diagnóstico de tratamento seguro de determinadas situações patológicas, tal como deve ser com o trauma oclusal. Contribuir com o discernimento conceitual e prático entre a “lesão” trauma oclusal e sua etiopatogenia constitui o objetivo desse trabalho. / Palavras-chave / Trauma oclusal. Oclusão traumática. Bruxismo. Interferência oclusal. Alberto Consolaro Professor Titular da FOB/USP, e da Pós-graduação da FORP/USP.

Do conjunto de artigos, livros, cursos e conferências pode-se fazer uma análise do grau de compreensão de um determinado assunto. Nesse contexto, o trauma oclusal ainda causa muita confusão conceitual nas comunicações sobre o assunto. Apesar de vários artigos publicados sobre o tema com a finalidade de caracterizar a “lesão” do trauma oclusal, ainda percebe-se uma necessidade de se solidificar os conceitos lógicos com base etiopatogênica dessa situação específica1-16. No presente artigo, procuraremos ser diretos sobre esse assunto, do ponto de vista de seu conceito e aplicabilidade. O termo “lesão” implica qualquer alteração anatômica em uma determinada parte do corpo, independentemente de sua natureza e de seu tempo de duração, ou seja, nem mesmo se essa será transitória ou permanente. O termo “lesão” é amplamente utilizado nas caracterizações das doenças, mas certas “lesões” não caracterizam doenças, como, por exemplo, as produzidas nos procedimentos cirúrgicos e nos traumatismos eventuais.

Como citar este artigo: Consolaro A. Trauma oclusal: compreendendo a “lesão”! Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-

O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de

jul;13(3):100-5.

propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 28/05/2014 - Revisado e aceito: 05/06/2014 O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo Endereço de correspondência: Alberto Consolaro

autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias

E-mail: consolaro@uol.com.br

faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):100-5

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Trauma oclusal: compreendendo a “lesão”!

Consideração Final Trauma oclusal refere-se a uma “lesão” ou a um conjunto de alterações teciduais e estruturais promovidas por causas como interferências oclusais, bruxismo e apertamentos. Em outras palavras, a etiologia da lesão trauma oclusal é uma oclusão traumática, resultante dessas interferências ou sobrecargas.

que as alterações estruturais, de conjunto parcial ou total, formem a lesão trauma oclusal.

No final do tratamento, o ortodontista deve realizar uma criteriosa análise oclusal para detectar as possíveis interferências. Em casos em que há dúvida e/ou sejam detectadas interferências, o profissional não deve esperar acomodações ao longo do tempo, mas sim providenciar tratamento/correção por si só quando se achar habilitado para tal, ou enviar a um especialista em oclusão para que a normalidade seja restabelecida, prevenindo-se

Uma análise oclusal criteriosa deve fazer parte do tratamento ortodôntico, e apenas depois de se obter uma oclusão normal é que o paciente deve receber alta e o caso ser considerado completado. Postergar essa análise oclusal e correções necessárias pode resultar em consequências cuja correção pode deixar sequelas estéticas e funcionais. Dizem os sábios: postergar ou adiar é o vizinho mais próximo do não fazer!

Distinguir a “lesão” e sua causa faz parte de um pressuposto diagnóstico de um tratamento seguro de determinadas situações patológicas, tal como deve ser considerado o trauma oclusal.

Referências: 1. Consolaro A. A recessão gengival em forma de V

9. Consolaro A, Consolaro MFMO. Abfração:

como manifestação clínica do trauma oclusal. Rev Clín

hipersensibilidade, trauma oclusal e outras lesões

Ortod Dental Press. 2012;11(5):130-5.

cervicais não cariosas. Rev Dental Press Estét.

2. Consolaro A. Occlusal trauma can not be compared toorth odontic movement. Dental Press J Orthod. 2012;17(6):4-11. 3. Consolaro A. Significado da recessão em forma de V: a tríade. Rev Dental Press Estét. 2012;9(4):126-35. 4. Consolaro A. Abrasão dentária: importância do seu

2006;3(3):122-31. 10. Consolaro A, Consolaro MFMO. Abfração dentária

2009;8(1):104-9.

O que significa? Rev Clín Ortod Dental Press.

2012. do tratamento ortodôntico: aspectos morfológicos de sua manifestação. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2008;13(6):21-4. 7. Consolaro A, Consolaro MFMO, Francischone L. Atrição e suas implicações clínicas. Rev Dental Press Estét. 2007;4(1):124-32. 8. Consolaro A, Consolaro MFMO, Francischone L.

2009;3(1):30-2.

11. Consolaro A, Consolaro MFMO. Abfração dentária no diagnóstico e planejamento ortodôntico.

6. Consolaro A. Trauma oclusal antes, durante e depois

gengival? Rev Dental Press Periodontia Implantol.

O que significa? Rev Clín Ortod Dental Press.

Rev Dental Press Estét. 2007;4(2):124-32. especialidades clínicas. 3ª ed. Maringá: Dental Press;

Cosmos. 1917;59:405-14. 16. Thiago A, Araújo MG. Trauma oclusal causa recessão

no diagnóstico e planejamento ortodôntico.

diagnóstico diferencial com outras lesões cervicais. 5. Consolaro A. Reabsorções dentárias nas

15. Stillman PR. The management of pyorrhea. Dent

2009;8(1):104-9. 12. Consolaro A, Francischone L, Consolaro MFMO. Atrição dentária: implicações ortodônticas. Quem envelhece mais o arco dentário: o apinhamento ou a atrição? Rev Clín Ortod Dental Press. 2008 dez. 2009 jan;7(6):102-9. 13. Lindhe J, Karring T, Lang NP. Tratado de Periodontia clínica e Implantodologia oral. 3ª ed. Guanabara Koogan; 1999. 14. Solnit A, Curnutte D. Occlusal correction principles and practice. Chicago: Quintessence; 1988.

Atrição e suas implicações clínicas. Rev Dental Press Estét. 2007;4(1):124-32.

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):100-5

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a bst r acts

Literatura ortodôntica mundial Resumos, em português, de artigos publicados em importantes revistas de Ortodontia de todo o mundo. Informação qualificada e oportuna para a melhoria de sua prática clínica.

Fatores que afetam a gestão dos ortodontistas na fase de contenção

escolha do tipo de contenção e para quem o ortodontista atribuiu a responsabilidade durante a fase de contenção. / Palavras-chave / Ortodontista. Retenção. Gestão.

Bibona K, Shroff B, Best AM, Lindauer SJ. Factors affecting orthodontists’ management of the retention phase. Angle Orthod. 2014 Mar;84(2):225-30.

Traduzido por: Fabio Pinto Guedes

Objetivo / Testar a hipótese nula de que características dos ortodontistas e fatores relacionados à escolha da contenção não influenciam a gestão da fase de contenção no que diz respeito à frequência e duração dos cuidados prestados pós-tratamento. / Material e Métodos / Ortodontistas (n = 1.000) foram selecionados aleatoriamente para participar de uma pesquisa online dividida em três categorias: experiência, escolha da contenção e gestão do tempo. / Resultados / Dos 1.000 participantes selecionados, 894 responderam. Ao decidir qual tipo de contenção usar, foram consideradas com mais frequência: a má oclusão pré-tratamento (91%), a cooperação do paciente (87%), a higiene oral do paciente (84%) e as expectativas dos pacientes (81%). Pacientes com terceiros molares (P = 0,03) ou pacientes com “necessidades especiais’’ (P = 0,02) tiveram um número significativamente maior de visitas de acompanhamento do que aqueles que não apresentavam. Quando contenções confeccionadas à vácuo (CCV) foram prescritas, havia um número significativamente menor de visitas (P = 0,02) em comparação a outros tipos de contenções. Quanto mais experiência profissional, maior foi o número de visitas (P < 0,0001). Os ortodontistas que consideraram como sendo do paciente a responsabilidade primária de contenção exigiram um número significativamente menor de visitas de acompanhamento (P < 0,0001) do que aqueles que consideraram a contenção como uma responsabilidade conjunta ou somente do ortodontista. / Conclusões / A hipótese nula foi rejeitada porque o número de visitas de acompanhamento durante a fase de contenção foi influenciado pela experiência do profissional, se foram usados CCV, se o ortodontista considerou a presença de terceiros molares ou pacientes com necessidades especiais na

©DentalPress Publishing / Rev Clín Ortod Dental Press. 2014 jun-jul;13(3):106-8

Efeito das forças cíclicas no ligamento periodontal e na remodelação óssea alveolar durante a movimentação dentária ortodôntica Kalajzic Z, Peluso EB, Utreja A, Dyment N, Nihara J, Xu M, Chen J, Uribe F, Wadhwa S. Effect of cyclical forces on the periodontal ligament and alveolar bone remodeling during orthodontic tooth movement. Angle Orthod. 2014 Mar;84(2):297-303. Objetivo / Investigar o efeito das forças cíclicas (vibratórias) aplicadas externamente, sobre a taxa de movimentação dentária, a integridade estrutural do ligamento periodontal e a remodelação do osso alveolar. / Métodos / Vinte e seis ratos Sprague-Dawley (7 semanas de idade) foram divididos em quatro grupos: CTRL (sem carga), VBO (molares que receberam somente um estímulo vibratório), TMO (molares que receberam apenas uma mola ortodôntica) e TMO + VB (molares que receberam uma mola ortodôntica e estímulo vibratório adicional). Nos grupos TMO e TMO + VB, os primeiros molares dos ratos foram movidos mesialmente por 2 semanas usando uma mola helicoidal de níquel-titânio, fornecendo 25 g de força. Nos grupos VBO e TMO + VB, forças cíclicas de 0,4N e 30Hz, foram aplicadas oclusalmente duas vezes por semana, durante 10 minutos. Foram realizadas análise de microtomografia computadorizada de raios X e medidas do movimento do dente na maxila de ratos dissecados. Coloração com fosfatase ácida resistente ao tartarato foi realizada para a avaliação de fibras colágenas em cortes histológicos. / Resultados / As forças cíclicas inibiram significativamente a quantidade de movimento do dente. A análise histológica demonstrou desorganização significativa da estrutura das fibrilas de colágeno do ligamento periodontal durante o movimento dentário.

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2. Resumo/Abstract — A Revista Clínica de Ortodontia Dental Press utiliza o Sistema de Gestão de Publicação, um sistema on-line de submissão e avaliação de trabalhos. Para submeter novos trabalhos visite o site: www.dentalpressjournals.com.br

— os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: Introdução, com a proposição do estudo; Métodos, descrevendo como o mesmo foi realizado; Resultados, descrevendo os resultados primários; e Conclusões, relatando o que os auto-

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res concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-

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3. Texto

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palavras-chave e keywords. — não inclua informações relativas aos autores, por exemplo: nomes completos dos autores, títulos acadêmicos, afiliações institucionais e/ou cargos administrativos. Elas deve-

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6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto.

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Instruções aos autores

— devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem

— as referências devem ser apresentadas no final do texto

em que são mencionadas no texto.

obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih.

— forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua

gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos ao lado.

uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem

Artigos com até seis autores

Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the

não editável).

maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999

7. Comitês de Ética

Mar;26(3):153-7.

— Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética.

Artigos com mais de seis autores

De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lam-

8. Declarações exigidas

brechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of

Todos os manuscritos devem ser acompanhados das se-

adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res.

guintes declarações, a serem preenchidas no momento da

2005 Feb;84(2):118-32.

submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais

Capítulo de livro

Transferindo todos os direitos autorais do manuscrito para a

Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.

— Conflito de Interesse

Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas.

Dental Press International, caso o trabalho seja publicado. Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais

Capítulo de livro com editor

Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes

Caso se aplique, informar o cumprimento das recomenda-

Education Services; 2001.

ções dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado.

Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso

Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.

9. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências.

Formato eletrônico Câmara

CALP.

Estética

em

Ortodontia:

Diagramas

— todas as referências listadas devem ser citadas no texto.

de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais

— com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências

(DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 no-

serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração.

v-dez;11(6):130-56. [Acesso 12 jun 2008]. Disponível em:

— as referências devem ser identificadas no texto por números

www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação.

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r eg i st r o d e ensai os clí ni cos

Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da Saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da Saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index. html), com interface que permite a busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente.

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A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho da amostra pretendido, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal, somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

Posicionamento da Revista Clínica de Ortodontia Dental Press A REVISTA CLÍNICA DE ORTODONTIA DENTAL PRESS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame. org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup. htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

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