Dental Press Journal of Orthodontics - v. 18, no. 2

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Volume 18, Number 2, March / April 2013 / Portuguese version

Official Publication of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics



Volume 18, Number 2, March / April 2013 / Portuguese version

Official Publication of the Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics

Dental Press J Orthod. 2013 Mar/Apr;18(2):1-162

ISSN 2176-9451


Indexação:

desde 1999

BBO

desde 1998

desde 2011

desde 2008

desde 1998

desde 1998

desde 2005

desde 2002

desde 2008

desde 2008

desde 2009

Dental Press Journal of Orthodontics v. 1, n. 1 (set./out. 1996) - . -- Maringá : Dental Press International, 1996 Bimestral ISSN 2176-9451 1. Ortodontia - Periódico. I. Dental Press International.

CDD 617.643005


Univ. de Saint Louis - EUA

Eustáquio Araújo

EDITOR-CHEFE UFPA - PA - Brasil

David Normando

Ajman University - Emirados Árabes Unidos

Eyas Abuhijleh

UNINGÁ - PR - Brasil

Fabrício Pinelli Valarelli

UNICID - SP - Brasil

Fernando César Torres

EDITORA ASSOCIADA UFBA - BA - Brasil

Telma Martins de Araujo

UFF - RJ - Brasil

Glaucio Serra Guimarães

FOB/USP - SP - Brasil

Guilherme Janson

UFRGS - RS - Brasil

Gustavo Hauber Gameiro

EDITORES ADJUNTOS HRAC/FOB/USP - SP - Brasil

Daniela Gamba Garib

Karolinska Institute - Suécia

Hans Ulrik Paulsen Helio Scavone Júnior

UNICID - SP - Brasil

Flavia Artese

UERJ - RJ - Brasil

Henri Menezes Kobayashi

UNICID - SP - Brasil

Ildeu Andrade

PUC - MG - Brasil

Hiroshi Maruo

ABO - PR - Brasil

Matheus Melo Pithon

UESB - BA - Brasil

Hugo Cesar P. M. Caracas

UNB - DF - Brasil

Fernanda Angelieri

USP - SP - Brasil

EDITORA ADJUNTA DO CONSELHO SUPERIOR DA ABOR PUCRS - Brasil

Luciane Macedo de Menezes

James A. McNamara

Universidade de Michigan - EUA

James Vaden

Universidade do Tennessee - EUA Univ. de Madrid - Madrid - Espanha

Jesús Fernández Sánchez

UERJ - RJ - Brasil

Jonas Capelli Junior

University of Iowa

Jonh S. Casko

PUBLISHER UEM - PR - Brasil

Laurindo Z. Furquim

Jorge Luis Castillo

Universidad Peruana Cayetano Heredia - Lima/Peru Univ. de Marquette - Milwaukee - EUA

José Antônio Bósio Adilson Luiz Ramos

UEM - PR - Brasil

José Fernando Castanha Henriques

Danilo Furquim Siqueira

USC - SP - Brasil

José Nelson Mucha

Jorge Faber

UnB - DF - Brasil

José Rino Neto

Maria F. Martins-Ortiz

UERJ - RJ - Brasil

José Augusto Mendes Miguel

CONSELHO EDITORIAL CIENTÍFICO

ACOPEM - SP - Brasil

UFF - RJ - Brasil FOUSP - SP - Brasil

José Valladares Neto

UFG - GO - Brasil

José Vinicius B. Maciel

UFRJ - PR - Brasil

CONSULTORES EDITORIAIS

Julia Cristina de Andrade Vitral

Ortodontia

Júlia Harfin

A-Bakr M Rabie Adriana de Alcântara Cury-Saramago Aldrieli Regina Ambrósio Alex Luiz Pozzobon Pereira Alexandre Trindade Motta Ana Carla R. Nahás Scocate Ana Maria Bolognese Andre Wilson Machado Anne Luise Scabell de Almeida Anne-Marie Bolen Antônio C. O. Ruellas Armando Yukio Saga Arno Locks

Universidade de Hong Kong - China

Júlio de Araújo Gurgel

UFF - RJ - Brasil

Julio Pedra e Cal Neto

SOEPAR - PR - Brasil UFMA - MA - Brasil UFF - RJ - Brasil UNICID - SP - Brasil UFRJ - RJ - Brasil UFBA - BA - Brasil UERJ - RJ - Brasil Universidade de Washington - EUA

FOB/USP - SP - Brasil

Clín. partic. - SP - Brasil

Univ. de Maimonides - Buenos Aires - Argentina UNICEUMA - MA - Brasil UFF - RJ - Brasil UNINGÁ - PR - Brasil

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AAO - Dallas - EUA

Larry White

UNINCOR - MG - Brasil

Leandro Silva Marques

UFVJM - MG - Brasil

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APCD - SP - Brasil

Liliana Ávila Maltagliati

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Lucia Cevidanes

PUC/RS - RS - Brasil

Luciane M. de Menezes

UFRJ - RJ - Brasil

Luís Antônio de Arruda Aidar

ABO - PR - Brasil

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UNISANTA - SP - Brasil UFPE - PE - Brasil FOAR/UNESP - SP - Brasil

Ary dos Santos-Pinto

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Marcelo Reis Fraga

UFJF - MG - Brasil

Bruno D'Aurea Furquim

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Marco Rosa

Carla D'Agostini Derech

UFSC - SC - Brasil

Carlos A. Estevanel Tavares Carlos Flores-Mir Carlos Martins Coelho Cauby Maia Chaves Junior

ABO - RS - Brasil Universidade de Alberta - Canadá UFMA - MA - Brasil UFC - CE - Brasil

Célia Regina Maio Pinzan Vercelino

UNICEUMA - MA - Brasil

Clarice Nishio

Univ. de Montreal - Canadá

Cristiane Canavarro Daniel Jogaib Fernandes David Sarver Eduardo C. Almada Santos Eduardo Franzotti Sant'Anna Eduardo Silveira Ferreira Emanuel Braga Rego Enio Tonani Mazzieiro

UFRJ - RJ - Brasil

Maria Cristina Thomé Pacheco

UFES - ES - Brasil

UFBA - BA - Brasil Faculdade de Itauna - MG - Brasil

Copem - Brasil

Maria Fernanda Martins-Ortiz

ULBRA - RS - Brasil

Maria Perpétua Mota Freitas

Clín. partic. - SP - Brasil

Marinho Del Santo Jr. Mônica T. de Souza Araújo

UFRGS - RS - Brasil

UFG - GO - Brasil

Margareth Maria Gomes de Souza

UERJ - RJ - Brasil

UFRJ - RJ - Brasil

UFBA - BA - Brasil

Marcos Augusto Lenza

Maristela S. Inoue Arai

FOA/UNESP - SP - Brasil

UERJ - RJ - Brasil Universidade de Insubria - Itália

Marcos Alan V. Bittencourt

UERJ - RJ - Brasil Universidade da Carolina do Norte - EUA

UNOPAR - PR - Brasil

Univ. Médica e Odontológica de Tóquio - Japão

Orlando M. Tanaka Oswaldo V. Vilella Patrícia Medeiros Berto Patricia Valeria Milanezi Alves Paul Mjor Paula Vanessa P. Oltramari-Navarro

UFRJ - RJ - Brasil PUC/PR - PR - Brasil UFF - RJ - Brasil Clín. partic. - DF - Brasil Clín. partic. - RS - Brasil University of Alberta - Canadá UNOPAR - PR - Brasil


Pedro Paulo Gondim

UFPE - PE - Brasil

Periodontia

Renata C. F. R. de Castro

USC - SP - Brasil

Adriana C. P. Sant’Ana

Renata Rodrigues de Almeida-Pedrin

USC - SP - Brasil

Maurício G. Araújo

FOAR-UNESP - SP - Brasil

Renato Parsekian Martins

Mário Taba Jr.

FOB/USP - SP - Brasil UEM - PR - Brasil FORP/USP - SP - Brasil

Ricardo Machado Cruz

UNIP - DF - Brasil

Ricardo Moresca

UFPR - PR - Brasil

Prótese

Robert W. Farinazzo Vitral

UFJF - MG - Brasil

Marco Antonio Bottino

UNESP/SJC - SP - Brasil

Sidney Kina

Clín. partic. - PR - Brasil

Clín. partic. - PR - Brasil

Roberto Hideo Shimizu

Univ. Tecn. do México - México

Roberto Justus Rodrigo César Santiago

UFRJ - RJ - Brasil

Rodrigo Hermont Cançado

UNINGÁ - PR - Brasil

Rogério Lacerda dos Santos

UFCG - PB - Brasil

Sávio R. Lemos Prado

UFPA - PA - Brasil

Sylvia Frazier-Bowers

Universidade da Carolina do Norte - EUA

Tarcila Triviño Vladimir Leon Salazar Weber José da Silva Ursi Won Moon

Radiologia Rejane Faria Ribeiro-Rotta

UFG - GO - Brasil

UMESP - SP - Brasil Universidade de Minnesota - EUA FOSJC/UNESP - SP - Brasil UCLA - EUA

Biologia e Patologia Bucal Alberto Consolaro Christie Ramos Andrade Leite-Panissi

FOB/USP - SP - Brasil FORP/USP - Brasil

Edvaldo Antonio R. Rosa

PUC/PR - PR - Brasil

Victor Elias Arana-Chavez

USP - SP - Brasil

Bioquímica e Cariologia Marília Afonso Rabelo Buzalaf Soraya Coelho Leal

FOB/USP - SP - Brasil UnB - DF - Brasil

Cirurgia Ortognática Eduardo Sant’Ana Laudimar Alves de Oliveira Liogi Iwaki Filho Waldemar Daudt Polido

FOB/USP - SP - Brasil UNIP - DF - Brasil UEM - PR - Brasil Clín. partic. - RS - Brasil

Dentística Maria Fidela L. Navarro

FOB/USP - SP - Brasil

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é continuação da Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial (ISSN 1415-5419).

Disfunção da ATM José Luiz Villaça Avoglio Paulo César Conti

CTA - SP - Brasil FOB/USP - SP - Brasil

Isabela Almeida Pordeus

UFMG - MG - Brasil

Saul Martins Paiva

UFMG - MG - Brasil

Fonoaudiologia UVA - RJ - Brasil

Implantologia Carlos E. Francischone

FOB/USP - SP - Brasil

Ortopedia Dentofacial Kurt Faltin Jr.

bimestral da Dental Press International. Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 - Maringá / PR - Fone/Fax: (0xx44) 3031-9818 www.dentalpress.com.br - artigos@dentalpress.com.br.

Epidemiologia

Esther M. G. Bianchini

O Dental Press Journal of Orthodontics (ISSN 2176-9451) é uma publicação

UNIP - SP - Brasil

Diretora: Teresa Rodrigues D'Aurea Furquim - Diretor Editorial: Bruno D’Aurea Furquim - DIRETOR DE MARKETING: Fernando Marson - Produtor editorial: Júnior Bianco - Produção Gráfica e Eletrônica: Bruno Boeing de Souza - Diego Ricardo Pinaffo - Gildásio Oliveira Reis Júnior - Marcos Amaral - TRATAMENTO DE IMAGEM: Ivo Azevedo - submissão de artigos: Simone Lima Lopes Rafael - Márcia Ferreira Dias - Revisão/COPydesk: Adna Miranda - Ronis Furquim Siqueira - Wesley Nazeazeno - JORNALISMO: Yara Borges Marchini - BANCO DE DADOS: Cléber Augusto Rafael - Internet: Adriana Azevedo Vasconcelos - Fernando Truculo Evangelista - CURSOS E EVENTOS: Ana Claudia da Silva - COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia - BIBLIOTECA/NORMALIZAÇÃO: Simone Lima Lopes Rafael - EXPEDIÇÃO: Diego Matheus Moraes dos Santos - FINANCEIRO: Cléber Augusto Rafael - Lucyane Plonkóski Nogueira - Roseli Martins - Secretaria: Rosane Albino Rosana G. Silva.






Dental Press Journal of Orthodontics Official Publication of the Volume 18 . Number 2 . March-April 2013

Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics

Seções Editorial

Orthodontics Highlights

1

2

O clínico e a evidência científica

Destaques da literatura ortodôntica mundial

David Normando

Matheus Melo Pithon

Insight Ortodôntico

Entrevista

4

8

Efeitos de medicamentos e do laser na movimentação dentária induzida e reabsorções radiculares associadas: quatro pontos fundamentais

Uma entrevista com Ajalmar Maia

8

Alberto Consolaro

141

Caso Clínico BBO

Tópico Especial

133

141

Má oclusão de Classe I de Angle, com mordida aberta anterior, tratada com extrações de dentes permanentes

Controle vertical no tratamento compensatório da Classe III

Matheus Melo Pithon

Ana Carla de Souza Nascimento

Márcio Costa Sobral, Fernando A. L. Habib,

Artigos Online

17

20

Avaliação da magnificação radiográfica em telerradiografias laterais obtidas a partir de diferentes aparelhos de raios X: estudo experimental em crânio humano

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas Janine Soares Cavalcante, Marcelo de Castellucci e Barbosa, Marcio Costa Sobral

José Rino Neto, João Batista de Paiva, Gilberto Vilanova Queiroz, Miguel Ferragut Attizzani, Hiroshi Miasiro Junior

21

18

Tratamento da má oclusão de Classe II usando aparelho extrabucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática

Distalização dos primeiros molares permanentes associada ao mini-implante na rafe palatina Ana de Lourdes Sá de Lira, Sávio Prado, Mônica Tirre Araújo, Eduardo Franzotti Sant’Anna, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas

19 Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota Guilherme Thiesen, Roberto Hideo Shimizu, Caio Vinicius Martins do Valle, Karyna Martins do Valle-Corotti, Jefferson Ricardo Pereira, Paulo Cesar Rodrigues Conti

Helder B. Jacob, Peter H. Buschang, Ary dos Santos-Pinto


Artigos

Dental Press Journal of Orthodontics Official Publication of the

22 Correção da má oclusão de Classe II associando o aparelho Jasper Jumper e elásticos intermaxilares: relato de caso

Volume 18 . Number 2 . March-April 2013

Francyle Simões Herrera-Sanches, José Fernando Castanha Henriques, Guilherme Janson, Leniana Santos Neves, Karina Jerônimo Rodrigues Santiago de Lima, Rafael Pinelli Henriques, Lucelma Vilela Pieri

Brazilian Association of Orthodontics and Facial Orthopedics

81 Avaliação da motivação, expectativa e satisfação de pacientes adultos tratados ortodonticamente Patrícia Gomide de Souza Andrade Oliveira, Rubens Rodrigues Tavares,

30 Aspectos sagitais e verticais de indivíduos com má oclusão de Classe II, divisão 1, de acordo com o modo respiratório Laura de Castro Cabrera, Luciana Borges Retamoso, Raul Magnoler Sampaio Mei, Orlando Tanaka

Jairo Curado de Freitas

88 Expectativas do tratamento ortodôntico em adultos: a conduta na relação profissional/paciente Ricardo Alves de Souza, André Frutuoso de Oliveira, Suélem Maria Santana Pinheiro,

36 Avaliação morfológica da ponta ativa de seis tipos de mini-implantes ortodônticos Flávia Mitiko Fernandes Kitahara-Céia, Tatiana Féres Assad-Loss, José Nelson Mucha, Carlos Nelson Elias

Jefferson Paixão Cardoso, Maria Beatriz Borges de Araújo Magnani

95 Avaliação da influência do clareamento dentário com peróxido de hidrogênio a 35% na adesão de braquetes ortodônticos Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego, Roanselli Marllon Lima dos Santos,

42 Estabilidade da relação molar após o tratamento sem extrações da má oclusão de Classe II Darwin Vaz de Lima, Karina Maria Salvatore de Freitas, Marcos Roberto de Freitas, Guilherme Janson, José Fernando Castanha Henriques, Arnaldo Pinzan

Leanne Matias Portela Leal, Carlos Gustavo Silva Braga

101 Retração de incisivos superiores: avaliação de diferentes mecanismos Antônio Carlos de Oliveira Ruellas, Matheus Melo Pithon, Rogério Lacerda dos Santos

55 Estudo clínico comparativo da taxa de queda de braquetes ortodônticos colados com dois sistemas adesivos: convencional e Self-Etching Primer (SEP)

108 Alterações no perfil facial decorrentes do crescimento natural e induzidas pelo bionator de Balters, na fase da dentição mista

Gladys Cristina Dominguez, André Tortamano, Luiz Vicente de Moura Lopes,

Denise Rocha Goes Landázuri, Dirceu Barnabé Raveli,

Priscilla Campanatti Chibebe Catharino, Camillo Morea

Ary dos Santos-Pinto, Luana Paz Sampaio Dib, Savana Maia

61

116

Efeito do clareamento dentário após colagem e descolagem de braquetes, utilizando três diferentes sistemas adesivos

Análise comparativa do perfil tegumentar em jovens mestiços nipo-brasileiros, leucodermas e xantodermas

Lucianna de Oliveira Gomes, Paula Mathias, Patricia Rizzo, Telma Martins Araujo,

Thais Maria Freire Fernandes, Arnaldo Pinzan, Renata Sathler,

Maria Cristina Teixeira Cangussu

Marcos Roberto de Freitas, Guilherme Janson, Fabiano Paiva Vieira

69

125

Avaliação das dimensões e das características superficiais de fios ortodônticos e slots de braquetes

Estudo da previsibilidade das medidas ANB, 1-NB, P-NB e 1-NA na elaboração da análise de Steiner

Gabriel Schmidt Dolci, Ana Maria Spohr, Eduardo Rigon Zimmer,

Ana Cláudia Laureano Navarro, Luiz Sérgio Carreiro, Claudenir Rossato,

Ernani Menezes Marchioro

Ricardo Takahashi, Carlos Eduardo de Oliveira Lima

76

160

Resistência adesiva à tração de braquetes metálicos e cerâmicos usando adesivos coloridos

Normas para publicação

Aisha de Souza Gomes Stumpf, Carlos Bergmann, José Renato Prietsch, Juliane Vicenzi


editorial continuada dos clínicos. Mas como ler se mal entendemos o processo de construção dos artigos? Como valorizar se, ao tentarmos a leitura, o verbo parece escrito em linguagem javanesa num futuro-do-pretérito alhures, onde o método parece mais importante do que os resultados. Convenço-me de que devemos mudar os formatos das publicações científicas. Essa ruptura é para dar menor valor à metodologia, empurrando-a para o final do manuscrito. Mesmo na ciência, as mudanças são lentas e precisam ser sabatinadas pelos pares, por isso demoram. No entanto, vejo na Ortodontia brasileira atitudes interessantes em direção ao epicentro da questão. Tenho sido convidado para explanar, em cursos de educação continuada, sobre o processo de formação do conhecimento científico e o porquê da credibilidade maior a alguns formatos de pesquisa ou tipos de estudos. O objetivo principal desses conclaves

O clínico e a evidência científica A ciência não é uma ilusão, mas seria uma ilusão acreditar que poderemos encontrar noutro lugar o que ela não nos pode dar. (Sigmund Freud)

Percebe-se certo distanciamento entre o formato das pesquisas publicadas e a linguagem empregada entre clínicos. Não à toa, clínicos preferem publicações de casos, deixando para segundo plano artigos de pesquisa repletos de metodologia e suas terminologias embaraçadas. A linguagem e a imagética de casos estão arraigadas no dia a dia e têm a aurora da objetividade, por isso embebem. Ao passo que o rigor científico tem o embaço da metodologia, por isso entedia. “Narciso acha feio o que não é espelho”, entoaria o bom baiano, como metáfora. A ciência requer sistematização de métodos aos quais os clínicos não estão algemados, afeitos. Não obstante, muitos sequer foram apresentados a esses métodos e tampouco tiveram qualquer contato com o desenho dos estudos científicos durante a graduação — pobre graduação —, e isso acaba virando estorvo ao se transformar num roteiro farpante, espinhoso, claudicante. Enquanto nada ocorrer na base, a discussão sobre prática clínica baseada em evidência científica despertará o interesse de poucos quando estiverem no topo do exercício profissional. A universidade, berço da formação, tem, timidamente, se curvada à necessidade de diminuir essa distância. O caminho, a nosso ver, é corrigir a assimetria e aproximar os graduandos da pesquisa aplicada. Acredita-se que somente dessa forma os futuros profissionais conseguirão entender os motivos de se conferir a uma revisão sistemática estrondo bem maior do que à publicação de casos clínicos. A questão é como definir tal importância se não sabemos, sequer, o que é uma revisão sistemática e seu modus operandi? Recentemente, o Prof. Flores-Mir — chefe do departamento de Ortodontia da Universidade de Alberta-Canadá e recentemente entrevistado nesse periódico1 — referiu que seus alunos, desde a tenra graduação, aprendem o passo a passo da construção de uma revisão sistemática. Esse modelo de publicação é extremamente interessante e importante para o processo de educação

é fornecer ao clínico a áurea informação que o destine a ter maior chance de sucesso diante de determinado caso. Em maio próximo, a Associação Paranaense de Ortodontia realizará um evento delineado para orientar o clínico sobre a importância da evidência científica para a prática diária: um louvável desafio capitaneado pelo Prof. Alexandre Moro. A Dental Press, em seu curso visando à excelência, vem realizando processo semelhante. Vale conferir. Como partícipe do processo de desenvolvimento da ciência ortodôntica nacional, coadunando com a necessidade de levar ao clínico um melhor entendimento do desenvolvimento da pesquisa científica, o Dental Press Journal of Orthodontics iniciará, a partir do segundo semestre de 2013, uma coletânea de pequenos artigos abordando as diversas faces da ciência ortodôntica aplicada à clínica. A seção será coordenada pela nossa editora-associada, Profa. Dra. Fernanda Angelieri. Diversos pesquisadores serão convidados para tentar estreitar a linguagem entre a Ortodontia científica e a clínica ortodôntica. A ideia é tornar a metodologia científica palatável, na tentativa de elevar a lógica do filósofo austríaco Wittgenstein, quebrando, assim, os cacos de vidro sobre os muros da linguagem, para romper as fronteiras do universo. David Normando – editor-chefe (davidnormando@hotmail.com) 1.

Flores-Mir C. Interview. Dental Press J Orthod. 2012 Nov-Dec;17(6):13-9.

Edição especial com o tema “O tratamento ortodôntico no paciente adulto” O Dental Press Journal of Orthodontics (DPJO) tem a satisfação de anunciar uma edição especial sobre o tema "O tratamento ortodôntico no paciente adulto". Autores estão convidados a submeter artigos originais e inéditos relacionados a esse tema, seguindo as normas de publicação © 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

que constam nas instruções aos autores, no final da revista. A data limite para submissão de artigos é 31/5/2013. Todos os manuscritos serão analisados por meio de um sistema de revisão por pares e os artigos aceitos serão publicados na edição comemorativa de set-out de 2013 do DPJO. 1

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):1


orthodontics highlights Matheus Melo Pithon1

Beam e em uma única tomada faço a aquisição de todas as imagens.” Logo, perguntamos: Com as tomografias, os problemas de exposição à radiação acabaram? Quais seriam os riscos reais, sob o ponto de vista de alterações celulares, dos pacientes submetidos a essa nova tecnologia e aos exames radiográficos convencionais? Para elucidar essas questões, pesquisadores brasileiros propuseram avaliar o comportamento de células da cavidade bucal submetidas a protocolos de documentação ortodôntica convencional e tomográfica2. Os resultados encontrados (Fig. 1) demonstram citotoxicidade nas células da cavidade bucal submetidas a radiografias convencionais e a tomografias Cone Beam. Um maior taxa de morte celular foi encontrada no grupo onde utilizou-se a tomografia computadorizada. Os autores encerram, brilhantemente, o artigo salientando que a documentação ortodôntica deve ser realizada apenas quando necessária, evitando-se a exposição radiográfica e tomográfica desnecessária.

A expansão rápida da maxila não induz efeitos adversos Com a informatização do mundo contemporâneo, o acesso às informações tornou-se rápido e prático. Seguindo essa tendência, a área biomédica beneficia-se com isso, uma vez que, na atualidade, os clínicos não precisam esperar por um congresso científico para atualizar-se. Entretanto, com a enxurrada de informações científicas disponíveis, qual seria aquela que, realmente, pode ser levada em consideração e extrapolada para a clínica diária? No intuito de solucionar essas questões e para tentar separar o “joio do trigo”, surgem as revisões sistemáticas, com o objetivo de “pescar”, dentro de um “oceano” de informações, a resposta mais confiável para determinado questionamento. Seguindo essa tendência e na busca de respostas, há um tema antigo, mas sempre atual: a disjunção rápida da maxila. Pesquisadores italianos avaliaram se esse procedimento induziria efeitos adversos em indivíduos em crescimento1. Após uma extensa busca na literatura, chegou-se à conclusão de que a expansão rápida da maxila não causa injúrias em indivíduos em crescimento. No entanto, os autores salientam que, em decorrência da baixa qualidade dos estudos encontrados e disponíveis, nenhuma conclusão cientificamente embasada poderia ser feita, aí ficando uma sugestão para pesquisas futuras com maior rigor metodológico. Não exagere ao solicitar radiografias e tomografias de seus pacientes Röentgen, sem dúvidas, foi um dos maiores gênios da humanidade. Com sua brilhante descoberta (os “raios X”), tudo que não podia ser visto a olhos nus tornou-se visível. Como nem tudo são flores, para se conseguir tal façanha é preciso que o indivíduo seja exposto à radiação e aos seus conhecidos efeitos danosos. Mas o ortodontista que acompanha o desenvolvimento científico e se mantém ciente nas novas tecnologias pode pensar: “Uso tomografia Cone

1

A

B

C

D

Figura 1 - Avaliação das alterações nucleares após tomografia computadorizada Cone Beam (CBCT) ou exposição radiográfica (magnificação de 400 x, Feulgen/Fast Green stain): A) células micronucleadas (seta) e normais, B) cariorrexe (seta), C) cariólise (seta) e D) picnose (seta). Fonte: Lorenzoni et al.2, 2013.

Como citar esta seção: Pithon MM. Orthodontics highlights. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):2-3.

Professor de Ortodontia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

Enviado em: 14 de fevereiro de 2013 - Revisado e aceito: 20 de fevereiro de 2013 Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon E-mail: matheuspithon@gmail.com

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

2

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):2-3


insight ortodôntico

Efeitos de medicamentos e do laser na movimentação dentária induzida e reabsorções radiculares associadas: quatro pontos fundamentais Alberto Consolaro1

Para que a avaliação dos efeitos de medicamentos e da fototerapia na movimentação dentária induzida e reabsorções radiculares associadas seja livre de influências externas, propusemos quatro pontos fundamentais na aplicação dos modelos experimentais: 1) Se o objetivo for verificar a influência nas reabsorções radiculares, deve-se garantir que as forças aplicadas experimentalmente lesem a camada cementoblástica em todos os espécimes; 2) Se o objetivo for otimizar a movimentação dentária induzida reduzindo o tempo de tratamento sem efeitos colaterais, deve-se garantir que as forças aplicadas experimentalmente não irão lesar a camada cementoblástica em nenhum dos espécimes; 3) O aplicador da fototerapia e/ou do medicamento e o colocador dos aparelhos nos dentes não devem saber quais animais receberão efetivamente o tratamento-teste, e os grupos controle devem receber tratamentos simuladores; 4) As análises tomográfica e microscópica dos espécimes devem ser aleatórias, sem que os espécimes sejam identificáveis quanto ao grupo a que pertencem, para que os imaginologistas e patologistas não sofram qualquer influência na avaliação dos fenômenos. Esses cuidados, se adotados, oferecerão resultados cada vez mais confiáveis e extrapoláveis para a clínica ortodôntica. Palavras-chave: Movimentação dentária induzida. Reabsorções radiculares. Reabsorções dentárias. Fototerapia. Medicamentos.

As reabsorções radiculares durante o tratamento ortodôntico são frequentes, mas não podem ser consideradas normais ou fisiológicas. Em muitos casos clínicos, nos tratamentos ortodônticos as reabsorções radiculares apicais são praticamente inevitáveis, apesar de previsíveis, se considerarmos os fatores preditivos estabelecidos2. Em alguns casos, mesmo com a análise dos fatores preditivos, o planejamento resulta em uma pre-

1

visibilidade muito alta para a ocorrência de reabsorções radiculares. Nesses casos, as reabsorções radiculares serão inevitáveis e, desde que previstas e explicitadas ao pacientes, se ocorrerem não deverão ser consideradas iatrogenias, mas sim um custo biológico a pagar para se ter os benefícios estéticos e funcionais do tratamento ortodôntico. Há uma busca para se acelerar o movimento dentário e se reduzir o tempo do tratamento ortodôntico.

Como citar este artigo: Consolaro A. Effects of medications and laser on induced tooth movement and associated root resorption: Four key points. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):4-7.

Professor Titular da FOB-USP e da pós-graduação na FORP-USP.

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Enviado em: 28 de fevereiro de 2013 Revisado e aceito: 10 de março de 2013 Endereço para correspondência: Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

4

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):4-7


insight ortodôntico

Consolaro A

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7

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):4-7


entrevista

uma entrevista com

Ajalmar Maia » Graduado em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1976). » Mestre em Odontologia (Odontopediatria) pela Universidade de São Paulo (1978). » Doutor em Odontologia (Odontopediatria) pela Universidade de São Paulo (1993) e Pós-doutorado (2007) pela Universidade de São Paulo. » Professor Adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). » E-mail: ajalmar.maia@yahoo.com.br

É prazeroso apresentar a trajetória de um homem vencedor. O Brasil é rico em histórias como a que apresento nessa entrevista, mas pobre em reconhecê-las. Ajalmar Maia nasceu em Umarizal, uma pequena cidade no interior do Rio Grande do Norte. Filho de família humilde e grande, típica da metade do século passado, começou a trabalhar muito cedo, como ajudante de vendas, e passou a adolescência entre diversos empregos — que não vou descrever para não perder o foco das suas virtudes maiores, a obstinação pelo conhecimento. Mesmo trabalhando pesadamente, Ajalmar jamais abandonou os estudos. Aos 17 anos, alistou-se como recruta na Aeronáutica, uma segunda mãe, segundo ele. Enquanto soldado, foi aprovado no vestibular para Odontologia na UFRN. A inteligência, que vejo em poucos, associada a uma força de trabalho incomensurável e uma obstinação pelo aprendizado, culminaram em um sucesso ímpar na profissão. O Dr. Ajalmar Maia fez especialização em Ortodontia na Faculdade de Lins e mestrado na Faculdade de Odontologia de Bauru-USP. Retornou a Natal, já como professor da UFRN, e conheceu sua esposa e colega de profissão, Nair, mãe dos seus três filhos (Najwa, Nayara e Ajalmar) e companheira de trabalho e de uma vida. Seguiu-se, então, o doutorado, também pela FOB-USP. Estereótipo de sucesso em clínica privada, que não reconheço semelhante no Brasil, ainda consegue tempo para escrever diversos livros, entre a poesia e a Ortodontia, e dezenas de artigos científicos. Depois de tudo isso, retornou a Bauru para o pós-doutoramento, sob orientação do Prof. Guilherme Janson, um dos entrevistadores nessa presente seção. O Prof. Ajalmar é mais do que tudo isso: escritor, poeta, professor, aviador, compositor premiado em festivais da região e um grande amante da cultura popular brasileira. Ajalmar é fruto farto do agreste brasileiro, que não se rendeu ao sol a pino e que usou a educação para alagar-se como exemplo de sucesso na nossa profissão. David Normando Editor-chefe

Como citar esta seção: Maia A. Interview. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):8-16. Enviado em: 14 de fevereiro de 2013 - Revisado e aceito: 7 de março de 2013 » Os pacientes que aparecem na presente seção autorizaram previamente a publicação de suas fotografias e radiografias.

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Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):8-16


entrevista

Assim, houve um benefício mútuo e tanto pacientes quanto ortodontistas foram contemplados positivamente com as mudanças. Marcam os avanços da Ortodontia contemporânea: faces e sorrisos mais bonitos e exibindo melhor preenchimento facial, com perspectiva de longevidade, beneficiados por um planejamento que prioriza a face; ancoragem intrabucal para o tratamento das más oclusões de Classe II com ênfase na mandíbula; a redução do percentual de extrações, com os pré-molares deixando de ser uma alternativa quase absoluta. Por outro lado, o tratamento de um grande número de casos de Classes II/1 e 2 em adultos sem extração e sem cirurgia, e com grande estabilidade, como já empregamos há alguns anos, emerge como a extraordinária mudança para o futuro próximo15.

dos molares, que passaram a ser uma alternativa de extração, modificando os resultados, em termos de preenchimento facial, quando comparados com casos de extração de pré-molares. 5) O tratamento ortodôntico no paciente adulto, per si, já foi uma revolução. Entretanto, o conceito emergente, defendido por alguns autores, sobre a possibilidade de crescimento facial até cerca dos 30 anos de idade levou alguns autores, como Ruf e Pancherz14, a tratar sem extração e sem cirurgia, com sucesso, muitos casos de Classe II a priori considerados cirúrgicos ou com necessidade de extração, e acompanhados quanto à estabilidade em longo prazo.

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» Ex-presidente da Associação Italiana de Especialistas em Ortodontia (1998-2001). » Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Università degli Studi dell’Insubria (Varese, Itália).

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» Mestre e Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (FOB-USP). » Professor Titular da FOB-USP.

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Leopoldino Capelozza Filho

Artmed. No prelo.

» Mestre em Ortodontia pela FOB-USP. » Doutor em Reabilitação Oral, área Periodontia, pela FOB-USP. » Professor do mestrado em Fissuras Orofaciais do HRAC-USP.

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Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):8-16


artigo inédito

Avaliação da magnificação radiográfica em telerradiografias laterais obtidas a partir de diferentes aparelhos de raios X: estudo experimental em crânio humano José Rino Neto1, João Batista de Paiva2, Gilberto Vilanova Queiroz3, Miguel Ferragut Attizzani4, Hiroshi Miasiro Junior4

Objetivo: avaliar a influência do fator de magnificação da imagem radiográfica nas grandezas angulares, lineares e proporcionais. Métodos: a partir de um crânio seco humano, no qual foram fixadas esferas metálicas de dimensões pré-definidas (1,0mm de diâmetro), 14 telerradiografias foram obtidas em diferentes aparelhos de três fabricantes: Panoura, Instrumentarium e Tomeceph. Foi realizada a análise estatística descritiva e utilizado o teste de correlação de Pearson para verificar a relação entre a taxa de magnificação radiográfica e as grandezas cefalométricas analisadas. Resultados: as medidas lineares apresentaram alta correlação positiva, evidenciando grande influência do fator de magnificação sobre essas grandezas, ao passo que as angulares e proporcionais não apresentaram correlação. Conclusão: comparações entre medidas cefalométricas lineares obtidas com diferentes aparelhos do mesmo fabricante demonstraram taxas de ampliações máximas de 0,6%, 1,25% e 2,3%, respectivamente, para os aparelhos Instrumentium (OP-100 Instrumentarium), Panoura (10CSU Yoshida) e Satelec/Tomeceph (XMind Satelec/Tomeceph Orion Corp). Palavras-chave: Ortodontia. Diagnóstico. Radiografia. Ampliação radiográfica.

Como citar este artigo: Rino Neto J, Paiva JB, Queiroz GV, Attizzani MF, Miasiro

Professor Associado, disciplina de Ortodontia, FOUSP. 2 Professor Titular, disciplina de Ortodontia, FOUSP. 3 Doutor em Ortodontia, FOUSP. Professor do curso de Especialização em Ortodontia, ABENO. 4 Mestre em Ortodontia, FOUSP. Especialista em Ortodontia, FUNDECTO-USP. 1

Junior H. Evaluation of radiographic magnification in lateral cephalograms obtained with different X-ray devices: Experimental study in human dry skull. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):17.e1-7.

Enviado em: 13 de outubro de 2008 - Revisado e aceito: 09 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência: José Rino Neto Av. Professor Lineu Prestes, 2227 – Cidade Universitária CEP: 05.508-000 – São Paulo/SP - E-mail: jrneto@usp.br

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17.e1

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):17.e1-7


artigo online*

Avaliação da magnificação radiográfica em telerradiografias laterais obtidas a partir de diferentes aparelhos de raios X: estudo experimental em crânio humano José Rino Neto1, João Batista de Paiva2, Gilberto Vilanova Queiroz3, Miguel Ferragut Attizzani4, Hiroshi Miasiro Junior4

utilizando o programa Radiocef. O próprio programa obteve as grandezas cefalométricas angulares e lineares. Aplicou-se o teste de correlação de Pearson para verificar a relação entre a taxa de magnificação radiográfica e as grandezas cefalométricas analisadas. Os resultados confirmaram a pequena alteração a que estão sujeitas as medidas angulares e medidas proporcionais quando se varia o fator de magnificação. Medidas lineares oriundas de pontos cefalométricos localizados no plano sagital mediano apresentaram alterações dimensionais semelhantes às grandezas lineares que têm como referência pontos localizados nas regiões laterais da face. Observou-se uma alta correlação positiva entre a magnificação das imagens, independendo da localização dos pontos cefalométricos que geraram essas medidas. As telerradiografias realizadas em diferentes aparelhos da mesma marca comercial não representaram uniformidade das medidas. Os autores sugeriram que se deve evitar a comparação de medidas cefalométricas lineares provenientes de diferentes aparelhos de raios X, ainda que da mesma marca e modelo, ou, alternativamente, utilizar uma régua que permita uniformizar a taxa de magnificação entre as radiografias tomadas em diferente aparelhos.

Resumo do editor As telerradiografias laterais apresentam extrema relevância em Ortodontia à medida que demonstram a relação das bases ósseas e as relações dentárias, além de fornecerem medidas imprescindíveis para o ortodontista na análise do crescimento, diagnóstico, planejamento de tratamento, monitoração da terapia e avaliação dos resultados obtidos. Alguns fatores que apresentam grande influência na formação da imagem na telerradiografia são: a distorção radiográfica, a magnificação radiográfica e os erros na delimitação dos pontos e na mensuração das grandezas cefalométricas. O objetivo desse estudo foi avaliar a influência do fator de magnificação da imagem radiográfica nas grandezas angulares, lineares e proporcionais no traçado cefalométrico. Foram obtidas 14 telerradiografias em norma lateral a partir de um crânio seco humano com esferas metálicas de dimensões predefinidas, em diferentes aparelhos de três fabricantes: Panoura, Instrumentarium e Tomeceph. Após a obtenção das telerradiografias, essas foram digitalizadas. Os pontos cefalométricos foram demarcados sobre as imagens radiopacas referente às esferas metálicas,

Como citar este artigo: Rino Neto J, Paiva JB, Queiroz GV, Attizzani MF, Miasiro

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

Junior H. Evaluation of radiographic magnification in lateral cephalograms obtained with different X-ray devices: Experimental study in human dry skull. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):17.

Professor Associado, disciplina de Ortodontia, FOUSP. Professor Titular, disciplina de Ortodontia, FOUSP. 3 Doutor em Ortodontia, FOUSP. Professor do curso de Especialização em Ortodontia, ABENO. 4 Mestre em Ortodontia, FOUSP. Especialista em Ortodontia, FUNDECTO-USP. 1 2

Enviado em: 13 de outubro de 2008 - Revisado e aceito: 09 de março de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Endereço para correspondência: José Rino Neto Av. Professor Lineu Prestes, 2227 – Cidade Universitária CEP: 05.508-000 – São Paulo/SP - E-mail: jrneto@usp.br

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artigo inédito

Avaliação da magnificação radiográfica em telerradiografias laterais obtidas a partir de diferentes aparelhos de raios X: estudo experimental em crânio humano

INTRODUÇÃO A utilização de telerradiografias laterais é importante para o ortodontista na análise do crescimento, diagnóstico, planejamento de tratamento, monitoração da terapia e avaliação dos resultados obtidos. O equipamento básico requerido na obtenção das telerradiografias consiste de uma fonte de raios X, cefalostato ajustável, chassi para a película radiográfica com écrans intensificadores e suporte para o chassi. Todos esses componentes são rigidamente afixados e dispostos entre si em distâncias predeterminadas, criando uma unidade. Para a obtenção de imagens radiográficas fidedignas, deve-se conhecer, determinar e, se possível, controlar as diversas variáveis, relacionadas à sua realização. Freitas11 delimitou didaticamente os diversos fatores relacionados à formação da imagem radiográfica. Um deles relaciona-se à geometria e tem relação com os princípios de formação das imagens radiográficas, sendo diretamente relacionado à posição da fonte emissora dos raios X, do objeto e do filme, regidos pelo princípio da óptica geométrica. Em relação ao emprego de telerradiografias, seja em norma lateral ou frontal, os fatores que apresentam grande influência na formação da imagem são: a distorção radiográfica, a magnificação radiográfica e os erros na delimitação dos pontos e na mensuração das grandezas cefalométricas1-8,11,12,16-19,23. Distorção radiográfica Na obtenção de telerradiografias laterais, o cefalostato possibilita que o plano sagital mediano do indivíduo permaneça paralelo ao filme radiográfico e perpendicular aos feixes de raios X. Rotações horizontais da cabeça provocam variações no alinhamento entre raios e objeto, causando distorções na imagem, que consistem na duplicação errônea de determinada estrutura ou área gerando imprecisões nas análises de sobreposições que poderiam ser realizadas22.

mais horizontais e, ainda, diminuir a distância entre o objeto e a película radiográfica4,9,15,21. Preconiza-se uma distância de 152,4cm entre a fonte de raios X e o plano sagital, visto que incrementos nessa distância implicariam em perda de penetração dos raios6. De acordo com Weems27, a magnificação de estruturas craniofaciais varia entre quase zero, em objetos próximos ao filme ou exatamente no centro dos raios, e até 24%. Essa magnificação não é constante para todos os possíveis planos sagitais do paciente. Estruturas localizadas mais próximas ao filme terão menor ampliação em relação às mais próximas à fonte dos raios. Como mencionado anteriormente, outra variável, considerando-se o fator de magnificação, seria a distância entre o plano sagital mediano do indivíduo e o filme. Para minimizar variações entre diferentes pacientes e obter mensurações consistentes no mesmo indivíduo ao longo do tempo, preconiza-se manter essa distância constante. Uma distância média de 15cm é frequentemente empregada, embora o ideal seria posicionar o chassi o mais próximo possível da cabeça do paciente para diminuir a ampliação (Fig. 1). Erros de demarcação dos pontos cefalométricos e mensuração das grandezas cefalométricas Em estudo realizado por Björk e Solow7, foi observado que o próprio processo de demarcação dos pontos para a realização das mensurações introduz erros sistemáticos significativos. Dependendo da estrutura anatômica avaliada, há maior ou menor variabilidade na demarcação dos pontos5.

Plano sagital Posição “B” do filme

mediano Fonte de raios X

Posição “A” do filme Colimador Feixes de raios X

Magnificação radiográfica Devido ao fato dos feixes de raios X emanados da fonte terem um padrão divergente, existe variação na quantidade de magnificação do objeto em qualquer radiografia2,22. Para reduzir essa ampliação em telerradiografias laterais, deve-se aumentar a distância entre a fonte dos raios X e o objeto a ser radiografado, de maneira a aproveitar os feixes centrais, que são

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17.e2

Raios X centrais

152,4cm

Figura 1 - Esquema demonstrando o processo de magnificação radiográfica. Na posição “A” do filme, devido à maior proximidade desse em relação ao paciente, haverá menor ampliação da imagem em relação à posição “B”. Fonte: Weems27, 1995.

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artigo inédito

Rino Neto J, Paiva JB, Queiroz GV, Attizzani MF, Miasiro Junior H

A reprodutibilidade na demarcação de pontos cefalométricos e na mensuração de grandezas lineares foi objeto de estudo de Midtgard et al.17 De acordo com os autores, erros de mensuração são diretamente dependentes da precisão na demarcação dos pontos cefalométricos. Em estudo similar, Savage et al.21 concluíram que a reprodutibilidade é dependente e varia de acordo com a estrutura avaliada, não tendo sido observada associação entre o grau de experiência dos observadores ou a qualidade da imagem radiográfica para demarcação dos pontos. As telerradiografias são utilizadas tanto por ortodontistas clínicos, quanto por pesquisadores, que por meio de medições angulares, lineares e proporcionais, buscam descrever a morfologia craniofacial e comparar os resultados de diferentes terapias ortodônticas. Com o intuito de elevar a acurácia na interpretação das grandezas cefalométricas, os objetivos nesse trabalho são: a) Verificar as possíveis influências da ampliação radiográfica sobre grandezas angulares, lineares e proporcionais, formadas por pontos anatômicos localizados no plano sagital mediano ou por uma combinação de pontos no plano sagital mediano e nas regiões laterais da face. b) Verificar as taxas de ampliações radiográficas em telerradiografias laterais obtidas em diferentes aparelhos do mesmo fabricante. MATERIAL E MÉTODOS A amostra consistiu de 14 telerradiografias em norma lateral de um crânio seco, pertencente ao Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, obtidas utilizando-se 14 diferentes aparelhos emissores de raios X. Os modelos de aparelhos disponibilizados pelos institutos radiológicos foram Panoura (10CSU-Yoshida, Japão), Instrumentarium (OP100-Instrumentarium, Finlândia) e Satelec/TomecephR (XMind Satelec/Tomeceph-Orion Corp., Finlândia). A posição do crânio foi orientada no cefalostato, com o plano horizontal de Frankfurt paralelo ao horizonte, mantendo o plano sagital mediano perpendicular a esse. As olivas foram inseridas dentro do meato acústico externo, evitando rotações do crânio e, a seguir, ajustou-se o posicionador násio para manutenção da posição (Fig. 2). Para padronizar a obtenção das telerradiografias, foram utilizados somente aparelhos cujos chassis se encontravam posicionados ao lado direito do crânio. Os dentes mandibulares foram fixados aos maxilares com resina acrílica para manter a relação entre mandíbula e crânio constante,

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evitando erros no processo de mensuração das grandezas. Em virtude da diferença entre as especificações dos aparelhos, a regulagem dos mesmos baseou-se na qualidade da imagem radiográfica produzida, especialmente na nitidez dos marcadores radiopacos. As películas utilizadas foram Kodak 18x24 T-MAT G/RA. O processamento radiográfico foi realizado nos próprios institutos de radiologia, sempre por processadoras automáticas. Com o objetivo de eliminar os erros de localização e demarcação dos pontos cefalométricos que poderiam induzir a erros de reprodutibilidade e mensuração5,7,12,14,16,17,19, foram fixados no crânio seco marcadores radiopacos (esferas de aço padronizadas com diâmetros de 1,0mm) nos locais descritos na Tabela 1 e observados nas Figuras 3, 4 e 5. Em relação aos pontos localizados fora do plano sagital mediano, preconizou-se fixar os marcadores metálicos no lado direito do crânio para que ficassem mais próximos do chassi e tivessem a menor magnificação22.

Figura 2 - Posicionamento do crânio no cefalostato.

Tabela 1 - Estruturas anatômicas.

17.e3

Násio (N) Sela anterior (Sa)

Ponto mais anterior da sutura frontonasal. Porção mais profunda da concavidade anterior da sela turca.

Espinha nasal anterior (ENA)

Vértice da espinha nasal posterior.

Espinha nasal posterior (ENP)

Vértice da espinha nasal posterior.

Ponto A Mentoniano (Me) Gônio (Go) Xi

Ponto mais profundo da concavidade anterior da maxila. Ponto mais inferior da sínfise mandibular. Ponto mais posterior e superior do ângulo da mandíbula. Ponto demarcado próximo à língula da mandíbula, em sua porção interna.

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):17.e1-7


artigo inédito

Avaliação da magnificação radiográfica em telerradiografias laterais obtidas a partir de diferentes aparelhos de raios X: estudo experimental em crânio humano

N Sa R1

ENA

ENP

A

Xi Go sup Go Me

Figura 3 - Vista do marcador radiopaco localizado no ângulo da mandíbula.

Figura 4 - Vista do marcador radiopaco localizado na sutura frontonasal, correspondente ao ponto N.

Figura 5 - Esquema do crânio seco com a representação dos locais onde foram afixados os marcadores radiopacos.

Tabela 2 - Linhas e planos. N-A

Linha formada pela união dos pontos násio e A.

Sa-N

Linha formada pela união dos pontos sela anterior e násio.

Go-Me

Linha formada pela união dos pontos gônio e mentoniano.

Go-ENA ENA-ENP Xi-ENA Xi-Me

Linha formada pela união dos pontos gônio e espinha nasal anterior. Linha formada pela união dos pontos espinha nasal anterior e espinha nasal posterior. Linha formada pela união dos pontos Xi e espinha nasal anterior. Linha formada pela união dos pontos Xi e mentoniano.

Tabela 3 - Grandezas lineares. Sa-N

Distância entre os pontos Sa e N, plano localizado no plano sagital mediano.

Go-Me

Distância entre os pontos Go e Me, plano com estrutura

Figura 6 - Esquema do crânio seco com o cefalograma da representação das linhas e planos de referência.

situada no lado direito e outra no plano sagital mediano.

Tabela 4 - Grandezas angulares. Sa.N.A

Tabela 5 - Grandezas proporcionais.

Ângulo formado pela união das linhas Sa-N e N-A , ângulo

ENA-ENP:Sa-N

formado por estruturas situadas no plano sagital mediano. Ângulo formado pela união das linhas que unem os pontos

ENA.Xi.Me

situadas no plano sagital mediano. Entre a distância Sa-N e Go-Me, formado por linha situada

ENA-Xi e Xi-Me, ângulo formado por estruturas situadas no

Sa-N:Go-Me

plano sagital mediano e no lado direito.

no plano sagital mediano e outra no lado direito com o plano sagital mediano.

Após a obtenção das telerradiografias laterais, essas foram digitalizadas. Os pontos cefalométricos foram demarcados sobre as imagens radiopacas referentes às esferas metálicas, utilizando para essa finalidade o programa Radiocef (RadioMemory, Brasil). Em seguida, foram delimitadas linhas e planos para a avaliação (Fig. 6, Tab. 2). Na sequência, foram avaliadas as grandezas cefalométricas apresentadas na Tabela 3, 4 e 5. As medidas foram obtidas por um único operador, duas vezes, em períodos distintos, sendo consideradas para o estudo suas respectivas médias.

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Entre a distância ENA-ENP e As- N, formada por linhas

As grandezas cefalométricas angulares e lineares foram representadas por médias, medianas e desvios-padrão. Para a avaliação da precisão no posicionamento do crânio no cefalostato, duas novas telerradiografias laterais foram obtidas em cinco dos aparelhos utilizados. As medidas foram comparadas empregando-se a fórmula de Dahlberg. Para avaliação do erro do método quanto ao processo de demarcação dos pontos cefalométricos, cinco telerradiografias laterais foram selecionadas aleatoriamente, as quais foram submetidas novamente ao processo de digitalização.

17.e4

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artigo inédito

Rino Neto J, Paiva JB, Queiroz GV, Attizzani MF, Miasiro Junior H

Foi realizada a análise estatística descritiva e utilizado o teste de correlação de Pearson para verificar a relação entre a taxa de magnificação radiográfica e as grandezas cefalométricas analisadas. RESULTADOS Não foram observadas diferenças significativas na avaliação do erro do método conforme os dados obtidos por meio da fórmula de Dahlberg. Considerando-se o posicionamento do crânio e a demarcação dos pontos cefalométricos, o erro do método foi de 0,27 mm para as medidas lineares, 0,27° para as angulares e 0,0% para as proporcionais. Os valores gerais obtidos para as medidas cefalométricas encontram-se na Tabela 6. As radiografias foram

ordenadas em ordem crescente de magnificação a partir do menor valor encontrado para a medida linear Sa-N. O teste de correlação linear de Pearson para verificação da correlação entre a taxa de magnificação das imagens radiográficas e as grandezas cefalométricas apresentou alta correlação positiva com as medidas lineares, enquanto as angulares e proporcionais, não apresentaram correlação (Tab. 7). As radiografias obtidas em cada marca de aparelho foram ordenadas em ordem crescente de magnificação a partir do menor valor encontrado para a medida linear Sa-N. A máxima diferença foi de 0,6mm, 0,8mm e 1,5mm para as marcas Instrumentarium, Panoura e Satelec, respectivamente. Na Tabela 8 observam-se os valores percentuais de ampliações correspondentes.

Tabela 6 - Resultados das medidas lineares, angulares e proporcionais obtidas a partir dos diferentes aparelhos. Marca

% magnificação

Sa-N

Go-Me

Sa.N.A

Ena.Xi.Me

Ena-Enp:Sa-N

Sa-N:Go-Me 0,88

Panoura

1

63,58

72,09

81,64

113,82

0,91

Panoura

0,5

63,89

72

81,02

113,59

0,9

0,89

Panoura

0,77

64,07

72,49

81,51

114,04

0,9

0,88

Panoura

1,24

64,37

72,09

81,44

113,36

0,89

0,89

Satelec

2,4

65,1

74,03

81,79

112,88

0,9

0,88

Satelec

3,66

65,91

74,42

81,49

113,54

0,9

0,89

Satelec

3,88

66,05

73,66

80,62

110,66

0,9

0,9

Instrumentarium

3,95

66,09

74,29

81,31

113,95

0,89

0,89

Instrumentarium

4,13

66,21

75,05

81,71

113,4

0,91

0,88 0,89

Instrumentarium

4,3

66,3

74,25

81,84

114,18

0,89

Satelec

4,46

66,42

74,24

81,6

114,03

0,9

0,89

Instrumentarium

4,46

66,42

74,58

81,32

113,63

0,9

0,89

Instrumentarium

4,57

66,49

74,78

81,31

114,29

0,9

0,89

Satelec

4,76

66,61

73,55

81,47

114,61

0,89

0,91

Tabela 7 - Teste de correlação de Pearson para avaliação da correlação entre a magnificação e as grandezas estudadas.

% magnificação

Sa-N

Go-Me

Sa.N.A

Ena.Xi.Me

Ena-Enp:Sa-N

Sa-N:Go-Me

0,989803

0,880141

0,032727

0,065401

-0,20471

0,47854

Tabela 8 - Resultados das medidas lineares obtidas a partir de diferentes aparelhos da mesma marca e modelo. Panoura

Satelec

Instrumentarium

% magnif.

Sa-N

Go-Me

% magnif.

Sa-N

Go-Me

% magnif.

Sa-N

Go-Me

1

63,58

72,09

1

65,1

74,03

1

66,09

74,29 75,05

0,5

63,89

72

1,24

65,91

74,42

0,18

66,21

0,77

64,07

72,49

1,6

66,05

73,66

0,31

66,3

74,25

1,24

64,37

72,09

2

66,42

74,24

0,49

66,42

74,58

2,3

66,61

73,55

0,6

66,49

74,78

x

0,88

63,9

72,16

1,62

66,02

73,98

0,51

66,3

74,59

D.P.

0,31

0,33

0,22

0,53

0,58

0,37

0,31

0,16

0,33

Amplitude

1,24

0,79

0,49

2,3

1,51

0,87

0,6

0,4

0,8

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artigo inédito

Avaliação da magnificação radiográfica em telerradiografias laterais obtidas a partir de diferentes aparelhos de raios X: estudo experimental em crânio humano

DISCUSSÃO A confiabilidade dos resultados no presente estudo depende do controle de erros relacionados ao posicionamento do crânio no cefalostato e à demarcação dos pontos cefalométricos. Conforme encontrado na literatura, uma causa frequente do aparecimento de imagens duplas está relacionada ao inadequado posicionamento do paciente no cefalostato3,4,18,22,23. Trabalhos de distorção radiográfica com crânios secos são mencionados na literatura visando avaliar a influência do posicionamento da cabeça na realização das telerradiografias. De acordo com Ahlqvist et al.3, rotações de até 5° do objeto resultaram em variação de menos de 1% no comprimento de medidas lineares. Rotações maiores que 5° podem resultar em erros cefalométricos perceptíveis e, por serem evidentes no momento do posicionamento do paciente, devem ser corrigidas antes da exposição. Em estudo realizado por Spolyar22, foram observadas alterações lineares médias de 1,7mm dentre variações de 0,5 e 6,2mm, e alterações para grandezas angulares de 1,59°, dentro de um intervalo de 0 a 5,23°. De acordo com outro trabalho realizado por Ahlqvist et al.4, rotações cranianas maiores que 5° e menores que 10° foram responsáveis por distorções significativas nas grandezas angulares. Rotações da cabeça no sentido vertical (eixo Z) também ocasionaram distorções, sendo que Yoon et al.28 observaram que medidas angulares apresentaram erros de projeção menores que as medidas lineares, e que a utilização de referências localizadas no plano sagital mediano para mensurações angulares apresentaram menor distorção. No presente estudo, para avaliação da existência de erros relacionados ao posicionamento do crânio no cefalostato, duas telerradiografias laterais foram realizadas em períodos distintos, totalizando 5 aparelhos na avaliação do erro do método. Não foram observadas rotações do crânio, descartando a incorporação de distorções significativas de maneira a influenciar na mensuração das medidas cefalométricas. Outro problema relacionado à realização de estudos que empregam telerradiografias consiste na demarcação de pontos cefalométricos5,7,13,17,20,21,23. A precisão no seu estabelecimento depende da estrutura anatômica adotada, da qualidade da imagem radiográfica, acuidade visual e experiência do operador na demarcação dos pontos, sendo que muitos cuidados devem ser tomados de modo que erros de método não influenciem no trabalho5,7. Com o propósito de evitar a incorporação de erros na delimitação de pontos,

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optou-se pela fixação de esferas radiopacas de 1mm em regiões selecionadas do crânio seco. O primeiro objetivo desse estudo foi avaliar a influência da taxa de magnificação da imagem radiográfica sobre as medidas cefalométricas angulares, lineares e proporcionais em telerradiografias laterais. Foram analisadas grandezas situadas no plano sagital mediano e nas regiões laterais da face. De acordo com Bergensen6, a variação na taxa de magnificação entre telerradiografias laterais oscila entre 4,6 e 7,2%. Os resultados estão relacionados à localização de pontos cefalométricos fora do plano sagital mediano e da variação da distância entre filme e fonte emissora de raios X. Adams1, em seu estudo cefalométrico, também observou variação significativa para medidas lineares conforme ocorria o distanciamento da fonte de raios X. No mesmo estudo, as medidas angulares apresentaram aumento médio de 1°, sendo a variação menor para medidas cujas referências situavam-se no plano sagital mediano, e maior para as situadas na mandíbula. O autor concluiu que a variação para as medidas, principalmente as lineares, aumenta conforme aumenta a distância do feixe central dos raios X. De acordo com os resultados obtidos na análise de Pearson, as medidas lineares apresentaram alta correlação positiva com a taxa de ampliação da imagem, enquanto as angulares e proporcionais não apresentaram correlação (Tab. 7). Os resultados, portanto, confirmam a pequena alteração a que estão sujeitas as medidas angulares. Esse fato também foi observado para medidas proporcionais que apresentaram pequena correlação. Medidas lineares oriundas de pontos cefalométricos localizados no plano sagital mediano apresentaram alterações dimensionais semelhantes às grandezas lineares, que têm como referência pontos localizados no plano sagital mediano e nas regiões laterais da face (Tab. 6). A taxa de magnificação das imagens radiográficas é um fator importante porque grande parte dos estudos ortodônticos são baseados nas análises cefalométricas, cujas medidas provêm de telerradiografias obtidas em diferentes aparelhos12,14. Entretanto, apesar do conhecimento de sua influência nas medidas, a taxa de magnificação em muitos artigos não é mencionada. Radiografias coletadas há vários anos constituem uma importante fonte para estudos retrospectivos, porém, o desconhecimento das taxas de magnificação impede sua utilização em estudos longitudinais. Uma possível alternativa para validar o emprego dessas radiografias seria assegurar que

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artigo inédito

Rino Neto J, Paiva JB, Queiroz GV, Attizzani MF, Miasiro Junior H

as taxas de magnificação entre aparelhos de mesma marca e modelo são iguais, permitindo a determinação da taxa de magnificação em aparelhos iguais ainda em uso. O segundo objetivo nesse estudo foi verificar as amplitudes de magnificações radiográficas em telerradiografias laterais obtidas em diferentes aparelhos de raios X da mesma marca e modelo. As imagens obtidas com diferentes aparelhos de raios X do mesmo modelo e marca não demonstraram taxas de ampliações uniformes, com variações lineares oscilando entre 0,4 a 1,5mm, correspondendo a percentuais de magnificação entre 0,6 e 2,3% (Tab. 8). Embora as variações na taxa de magnificação do aparelho da marca Instrumentarium tenham sido muito baixas, de forma geral, não está indicada a comparação de medidas cefalométricas lineares

provenientes de diferentes aparelhos de raios X, ainda que da mesma marca e modelo, permanecendo necessária a utilização de uma régua que permita uniformizar a taxa de magnificação entre as radiografias. CONCLUSÕES A magnificação radiográfica apresentou alta correlação positiva com as medidas lineares, sendo responsável por variações significativas, independentemente se os pontos anatômicos se localizavam no plano sagital mediano ou nas regiões laterais da face. As grandezas angulares e proporcionais não apresentaram correlação significativa. A obtenção de telerradiografias cefalométricas em diferentes aparelhos da mesma marca e modelo não assegura uniformidade nas taxas de magnificação radiográfica.

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artigo online*

Distalização dos primeiros molares permanentes associada ao mini-implante na rafe palatina Ana de Lourdes Sá de Lira1, Sávio Prado2, Mônica Tirre Araújo3, Eduardo Franzotti Sant’Anna3, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas3

com dois ganchos centrais, onde dois elásticos em cadeia se estenderam até um mini-implante localizado na região posterior central (correspondente à sutura palatina mediana), liberando uma força de 300gf, aproximadamente. Após a ativação, o modelo foi imerso em água a 60°C, por 5 minutos, e três fotografias padronizadas oclusais e três laterais foram obtidas antes e após o mergulho, para mensuração da inclinação e rotação dos primeiros e segundos molares superiores distalizados e da quantidade de espaço obtido pós-distalização. O experimento foi realizado em cinco modelos de estudo, sendo executado 40 vezes para cada modelo. Foram obtidas 240 fotografias para cada modelo, totalizando 1200 fotografias. Para a avaliação das alterações decorrentes da distalização dos molares superiores ao início e ao final da distalização, empregou-se o teste t de Student pareado (p < 0,05). Os resultados demonstraram que os primeiros molares distalizaram, em média, 3,1mm (lado direito) e 3,2mm (lado esquerdo), com distoversão de 1° e inclinação para distal de 3° (lado direito) e 5° (lado esquerdo). Os segundos molares apresentaram maior distoversão (3°), com inclinação para distal de 5°. Os autores concluíram que com o uso dos mini-implantes associados à barra transpalatina para a distalização dos molares superiores, apesar de a perda de ancoragem poder ser anulada, ainda foram observados efeitos colaterais nos molares distalizados, representados pela inclinação para distal e distoversão.

Resumo do editor Os distalizadores intrabucais convencionais promovem a efetiva distalização dos molares superiores, contudo, com inclinação para distal desses dentes e perda de ancoragem, ou seja, inclinação para mesial/vestibular e mesialização/protrusão dos pré-molares e incisivos superiores. Devido a isso, foram propostos os distalizadores intrabucais implantossuportados. Vários locais de inserção dos mini-implantes têm sido sugeridos, sendo um deles na sutura palatina mediana, posteriormente aos molares. A força para distalização pode ser aplicada desse mini-implante a uma barra transpalatina cimentada nos primeiros molares superiores por meio de elástico em cadeia. Devido ao ponto de aplicação da força localizar-se acima do centro de resistência dos molares superiores, o objetivo do presente estudo consistiu em verificar as alterações biomecânicas dos molares superiores decorrentes da sua distalização por meio da barra transpalatina associada a um mini-implante, inserido na região correspondente à sutura palatina mediana. Um modelo acrílico foi empregado, no qual foi realizada a remoção do acrílico correspondente ao osso alveolar, onde os dentes foram fixados com cera. Todos os dentes superiores de um modelo acrílico foram colados, de forma que um arco de aço inoxidável 0,019” x 0,025” foi inserido. Nos primeiros molares superiores, adaptou-se uma barra transpalatina

Como citar este artigo: Lira ALS, Prado S, Araújo MT, Sant’Anna EF, Ruella ACO. Distal movement of upper permanent molars using midpalatal mini-implant. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):18.

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. Professora de especialização em Ortodontia, UFPI. Professor Adjunto, UFPA. 3 Professora adjunta, UFRJ. 1 2

Enviado em: 15 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010 Endereço para correspondência: Ana de Lourdes Sá de Lira Rua Motorista Gregório, 2530 – Horto Florestal CEP: 64052-140 – Teresina/PI E-mail: anadelourdessl@hotmail.com

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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artigo inédito

Distalização dos primeiros molares permanentes associada ao mini-implante na rafe palatina Ana de Lourdes Sá de Lira1, Sávio Prado2, Mônica Tirre Araújo3, Eduardo Franzotti Sant’Anna3, Antonio Carlos de Oliveira Ruellas3

Objetivo: verificar se o mini-implante no palato é eficaz como ancoragem direta para distalização dos molares superiores. Métodos: foi utilizado um modelo em acrílico da arcada superior. Após a confecção da canaleta na região correspondente aos alvéolos dentários, os dentes em acrílico foram fixados com cera #7, montado aparelho ortodôntico com a técnica Edgewise e inserido um mini-implante (SIN, São Paulo) no local correspondente à rafe palatina. Foram colocados arco 0,19” x 0,25” e barra transpalatina, soldados na barra dois ganchos para retenção de dois elásticos em cadeia de dois elos, a uma carga de 150g/f de cada lado (Unitek), que se estenderam dos ganchos até o mini-implante. O modelo da maxila foi mergulhado 40 vezes em banheira e fotografado após cada mergulho para observação da movimentação dentária. Os dados foram analisados pela análise da variânçia (ANOVA) e teste de Tukey. Resultados: os molares deslocaram-se distalmente 3,1mm, em média, com inclinação distal entre 3 e 5mm. Conclusões: a movimentação dos molares ocorreu pela inclinação distal, com leve rotação, mas sem efeito extrusivo. Palavras-chave: Movimentação dentária. Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Palato duro.

Como citar este artigo: Lira ALS, Prado S, Araújo MT, Sant’Anna EF, Ruellas ACO. Distal movement of upper permanent molars using midpalatal mini-implant. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):18.e1-5.

Professora de especialização em Ortodontia, UFPI. 2 Professor Adjunto, UFPA. 3 Professora adjunta, UFRJ. 1

Enviado em: 15 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

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Endereço para correspondência: Ana de Lourdes Sá de Lira Rua Motorista Gregório, 2530 – Horto Florestal CEP: 64052-140 – Teresina/PI E-mail: anadelourdessl@hotmail.com

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artigo inédito

Distalização dos primeiros molares permanentes associada ao mini-implante na rafe palatina

INTRODUÇÃO Métodos de controle de ancoragem durante a distalização dos molares tendem a ocasionar movimento indesejável de outros dentes e, também, dependem da cooperação do paciente quando é utilizada a ancoragem extrabucal. Mas, com o advento da ancoragem esquelética, essa desvantagem tem sido superada e ganho aceitação entre os ortodontistas17. O uso de mini-implante ortodôntico na rafe palatina como recurso de ancoragem foi descrito pela primeira vez na década de 9022, e estudos adicionais em crânios foram feitos para determinar a área mais adequada para sua colocação23. O mini-implante palatal pode ser utilizado como ancoragem esquelética, pois na sutura palatina mediana há osso cortical suficiente para suportá-lo, além de ser uma área isenta de raízes, nervos ou vasos sanguíneos, os quais dificultariam o procedimento cirúrgico1. Da mesma forma, os demais mini-implantes possibilitam a aplicação de carga imediata sem sofrer osseointegração, sendo facilmente removidos, por serem constituídos de liga de alumínio e titânio e não de titânio puro, como ocorre nos implantes convencionas17. Poderá ser utilizado como ancoragem direta ou indireta. Na ancoragem direta, a força é aplicada diretamente sobre o mini-implante; já na indireta, um grupo de dentes é estabilizado por meio desse. Isso é garantido pelo arco transpalatal de dimensões adequadas, o qual previne a perda de ancoragem, devido à elasticidade intrínseca do sistema23. Alguns autores sugerem para a distalização de molares a utilização de um mini-implante na rafe palatina mediana, com a aplicação de força por meio de uma barra transpalatina por possuir osso cortical de excelente qualidade, eliminando a necessidade de sua remoção durante a retração dos dentes anteriores, como acontece quando são instalados por vestibular. Porém, a aplicação de carga para a distalização acima descrita é de difícil controle, pois o ponto de aplicação de força acima do centro de resistência promove inclinação dentária, com distalização mais acentuada da porção radicular5,18. Como a sutura óssea palatina é espessa, o mini-implante para essa região deverá ter um diâmetro maior do que o utilizado no rebordo alveolar e, se constatada instabilidade primária, deverá ser fixado adjacente à sutura23. O objetivo do presente estudo consistiu em verificar se o mini-implante no palato é eficaz como ancoragem

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direta para distalização dos molares superiores ao serem aplicadas forças similares às aplicadas ortodonticamente. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados 5 modelos de estudo da arcada superior em acrílico, dentes em resina, bandas para os primeiros e segundos molares permanentes, braquetes para colagem para os demais dentes anteriores, fio 0,019” x 0,025”, fio de 0,9mm, dois acessórios tubos duplos, dois braquetes geminados para soldagem para os primeiros molares, dois acessórios tubos simples para os segundos molares (Unitek, Rio de Janeiro) e um mini-implante (SIN, São Paulo). Confeccionou-se uma canaleta na região correspondente aos alvéolos dentários para ser preenchida por cera #7. Os dentes em acrílico foram fixados na canaleta com cera #7, sendo as raízes previamente mergulhadas em cera pegajosa. Foram colados braquetes, segundo a técnica Edgewise, do segundo pré-molar esquerdo ao segundo pré-molar direito com resina Concise, sendo os locais de colagem previamente jateados com óxido de alumínio. O mini-implante foi colocado na região correspondente à rafe palatina entre os primeiros molares com uma chave de mão própria para mini-implante. As bandas foram selecionadas para os primeiros e segundos molares permanentes, neles, soldados por vestibular, seus respectivos acessórios, paralelos à superfície oclusal, e 5cm de fio retangular 0,019” x 0,025” na vestibular das bandas, distalmente aos acessórios dos molares, de modo que ficassem perpendicular aos mesmos e paralelamente ao longo eixo dos dentes supracitados. Um arco 0,019” x 0,025” foi confeccionado e fixado com alastic individual em cada acessório, com exceção do acessório dos segundos molares, no qual nenhuma ligadura fora colocada. A alça confeccionada mesialmente ao segundos molares, ômega, teve como objetivo possibilitar maior flexibilidade ao fio. A ela não foi amarrado nenhum amarrilho ou alastic, para que fosse permitido o livre deslizamento dos molares para distal na arcada superior, quando aplicada a mecânica do mini-implante sobre a barra transpalatina. Na palatina das bandas dos primeiros molares, tubos duplos foram soldados para adaptação da barra transpalatina e posteriormente cimentados. Essa barra foi confeccionada com fio 0,9mm e adaptada aos tubos, com sua curvatura entre os segundos pré-molares e nela soldados dois ganchos para retenção de dois alastics em cadeia de dois elos, a uma carga de 150g/f cada um (Unitek) que se estenderam dos ganchos até o mini-implante, totalizando uma carga de 300g/f.

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artigo inédito

Lira ALS, Prado S, Araújo MT, Sant’Anna EF, Ruellas ACO

Cada modelo da maxila foi mergulhado na banheira a uma temperatura de 60°C até o amolecimento da cera, no tempo aproximado de 5 minutos, sendo, em seguida, removida e resfriada em água corrente. Foi fotografado antes e após o mergulho para registro da movimentação dentária. A máquina fotográfica (marca Minolta, com abertura do diafragma de 15mm, velocidade de 30’ e abertura do fole de 14cm) e o modelo da maxila foram fixados para que não houvesse distorções durante as tomadas fotográficas, trazendo confiabilidade ao experimento. Após cada mergulho, o deslocamento dos molares permanentes foi registrado nas fotografias oclusais, medindo-se a menor distância entre as faces oclusais dos primeiros molares e dos segundos pré-molares com um paquímetro milimetrado digital. Nas fotografias oclusais foi traçada uma linha unindo as cúspides vestibulares dos pré-molares de cada lado, e outras duas sobre as pontes de esmalte dos primeiros e segundos molares permanentes de ambos os lados (Fig. 1, 2). A partir das fotografias oclusais antes e após cada mergulho dos modelos, foram medidos os ângulos internos formados pela interseção das linhas sobre as pontes de esmalte de cada molar com a linha traçada sobre as cúspides vestibulares dos pré-molares. Mediu-se, também, com paquímetro digital, a menor distância entre os segundos pré-molares e primeiro molar no espaço interproximal de cada lado das fotografias oclusais.

A

Nas fotografias laterais, foi medido o ângulo interno formado entre a borda superior do modelo da maxila e o fio soldado na vestibular das bandas dos primeiros e segundos molares de cada lado, antes e após cada mergulho de todos os modelos em estudo, para verificar se houve distalização ou inclinação desses. O experimento foi executado 40 vezes para cada modelo, e a cada 5 mergulhos a cera foi trocada. Foram obtidas 240 fotografias para cada modelo, sendo três fotografias antes e três após cada mergulho, para cada modelo. No total, para os 5 modelos em estudo foram avaliadas 1.200 fotografias, todas obtidas e analisadas por um mesmo observador. Para cada medida angular e linear foi calculada a média e o desvio-padrão nos tempos antes do mergulho (T0) e após o mergulho (T1). O comportamento das medidas entre os tempos (T0 x T1) foi testado para a significância com o teste t de Student pareado, com grau de significância construído a 5%. Erro do método Cento e vinte fotografias foram obtidas de dois modelos escolhidos aleatoriamente, antes de serem submetidos ao mergulho. Nenhuma diferença significativa foi encontrada usando o teste t pareado. O grau de confiabilidade das medidas foi calculado utilizando-se a fórmula de Dahlberg6. Para as medidas angulares, o erro do método não excedeu 0,375°, e para as medidas lineares não excedeu 0,345mm.

B

C

Figura 1 - A) Vista inicial lateral direita. B) Oclusal inicial. C) Inicial lateral esquerda.

A

B

C

Figura 2 - A) Vista final lateral direita. B) Oclusal final. C) Final lateral esquerda.

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artigo inédito

Distalização dos primeiros molares permanentes associada ao mini-implante na rafe palatina

RESULTADOS Ao se analisar as fotografias oclusais da arcada superior dos modelos estudados, observou-se que nos primeiros molares permanentes ocorreu giroversão para distal de 1° em média, enquanto nos segundos molares permanentes foi de 3°, em média. Nas fotografias laterais direita e esquerda, numa vista vestibular, as coroas dos primeiros molares permanentes do lado direito inclinaram para distal 3° em média, e do lado esquerdo 5°, também em média. Já a média de inclinação dos segundos molares permanentes, para distal, foi de 5°, o que é significativo (Tab. 1). Com relação às medidas lineares obtidas das 400 fotografias oclusais dos 5 modelos utilizados no experimento, observou-se que as coroas dos molares deslocaram-se distalmente 3,2mm do lado direito, e 3,1mm do lado esquerdo, sendo estatisticamente significativo (Tab. 1). Discussão Os resultados mostraram que o mini-implante na rafe palatina como ancoragem direta é eficaz na distalização dos molares, embora tenha havido giroversão para distal de 3° nos segundos molares e de 1° nos primeiros molares. Como a barra transpalatina foi encaixada e amarrada com fio de amarrilho nos primeiros molares, um menor momento de inclinação distal foi gerado nesses dentes em relação os segundos molares. Isso se deve ao fato da força para distal criar um momento de inclinação distal e o binário criado pelo movimento da barra dentro do tubo lingual dos primeiros molares gerar um momento de inclinação mesial. Os segundos molares apresentaram maior inclinação distal por sofrerem ação apenas do momento distal gerado pela força de distalização, sem efeito do momento mesial por não haver barra associada. Não foi observada extrusão dos molares, provavelmente devido à força ter sido aplicada acima do centro de resistência e paralelamente ao plano oclusal. Observou-se distalização dos molares de ambos os lados, uma vez que a distância entre o segundo pré-molar e o primeiro molar do lado direito foi de 3,1mm em média, e de 3,2mm do lado esquerdo, com diastema gerado na mesial dos segundos pré-molares. Isso sugere ser possível a distalização do primeiro e segundo molar simultaneamente, com a utilização de ancoragem esquelética na rafe palatina. Resultados semelhantes foram obtidos por Lim e Hong19, mas diferindo na neutralização da giroversão e inclinação distal dos molares ao associarem ancoragem esquelética na rafe palatina e no rebordo alveolar por vestibular.

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Tabela 1 - Média das medidas angulares dos primeiros e segundos molares superiores em fotografias oclusal e laterais direita e esquerda. Medidas nas

Média ± D.P. Antes do mergulho

Após o mergulho

(T0)

(T1)

Oclusal 16 (graus)

51,30 ± 0,464

52,30 ± 0,464

fotografias

Valor de p T0 x T1 < 0,001 ***

Oclusal 17 (graus)

50,30 ± 0,464

53,30 ± 0,464

< 0,001 ***

Oclusal 26 (graus)

53,30 ± 0,464

54,30 ± 0,464

< 0,001 ***

Oclusal 27 (graus)

52,30 ± 0,464

55,30 ± 0,464

< 0,001 ***

Lateral 16 (graus)

91,30 ± 0,464

94,30 ± 0,464

< 0,001 ***

Lateral 17 (graus)

90,30 ± 0,464

95,30 ± 0,464

< 0,001 ***

Lateral 26 (graus)

85,30 ± 0,464

90,30 ± 0,464

< 0,001 ***

Lateral 27 (graus)

93,30 ± 0,464

99,30 ± 0,464

< 0,001 ***

16/15 (mm)

0

3,2 ± 0,11

< 0,001 ***

26/25 (mm)

0

3,1 ± 0,10

< 0,001 ***

16, 17, 26 e 27 = Primeiros e segundos molares direito e esquerdo. p = 5% de significância.

Por a rafe palatina ser constituída de osso cortical denso, torna-se segura a colocação de mini-implante nesse local, além de ser uma região de fácil acesso e com pouca suscetibilidade a inflamação por ser constituída de tecido conjuntivo fibroso. O mini-implante na região da rafe não interfere na movimentação dentária, o que poderá ocorrer com aqueles colocados nos processos alveolares. Todavia, esse deve ter um comprimento entre 4 e 6mm, para não haja risco de perfurar a cavidade nasal22. Aparelhos e dispositivos intrabucais têm sido introduzidos para minimizar a necessidade de cooperação do paciente, a qual é exigida com o uso de aparelhos extrabucais16. Entre eles, estão incluídos repelling magnet7, molas em arcos contínuos9,10, arcos superelásticos de níquel-titânio19, Jones Jig10,13, distal Jet4,21, Keles Slider,15 aparelho de Pendulum2,7,13 e K-loop3. Embora esses sejam designados a aplicar força contínua distal nos molares, também promovem força mesial sobre os dentes anteriores. Assim, a perda de ancoragem com protrusão dos dentes anteriores também ocorre. A inclinação distal e extrusão dos primeiros molares superiores têm sido observadas e consideradas como movimentos indesejáveis durante a distalização com esses aparelhos intrabucais2,3,4,7,9-15,20,21. A mecânica de elásticos intrabucais de Classe II também apresenta efeitos deletérios, como a extrusão dos molares inferiores, retroinclinação dos incisivos superiores e projeção dos incisivos inferiores12.

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artigo inédito

Lira ALS, Prado S, Araújo MT, Sant’Anna EF, Ruellas ACO

Com o advento dos mini-implantes, o problema de perda de ancoragem dos dentes anteriores, durante o movimento distal dos molares, foi solucionado. Entretanto, a inclinação distal, extrusão e rotação dos molares superiores ainda requerem cuidados adicionais19. Conclusões » É possível a distalização simultânea dos primeiros e segundos molares com ancoragem esquelética

direta na rafe palatina, com aplicação de força por meio da barra palatina. » Com o presente método, ocorreu movimento de inclinação distal, com leve rotação e sem efeito extrusivo. » Sugere-se a inclusão de mini-implante no rebordo alveolar, ou outro dispositivo por vestibular como auxiliar, para possibilitar o controle tridimensional dos molares durante o movimento de distalização.

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artigo online*

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota Guilherme Thiesen1, Roberto Hideo Shimizu2, Caio Vinicius Martins do Valle3, Karyna Martins do Valle-Corotti4, Jefferson Ricardo Pereira5, Paulo Cesar Rodrigues Conti6

ativação máxima de 5mm, avaliada a cada 1mm. Todas as alças foram adaptadas em uma máquina de ensaios universal (Instron Inc., EUA), um transdutor de momentos, um módulo indicador digital de extensiometria (Transdutec, Brasil) e um relógio comparador (Mitotoyo Corporation, Japão). Os dados foram submetidos à Análise de Variância, seguida do teste de Tukey (p < 0,05). Os resultados demonstraram que a maior quantidade de força liberada pelas alças em gota ocorreram em fios de aço inoxidável, nas secções transversais de 0,019” x 0,025” e, quando da realização das dobras de pré-ativação, independentemente da liga testada. Além disso, as alças em gota associadas ao helicoide tenderam a gerar uma menor magnitude de força, minimizadas em 23%, para o aço inoxidável, e em 30%, para o TMA. Porém, o tipo de liga metálica apresentou-se como a variável que mais influenciou na quantidade de força liberada pelas alças, com forças menores com o uso do TMA. Os autores concluíram que, na ausência de dobras de pré-ativação, todas as alças promoveram baixas magnitudes de proporção momento/ força, permitindo apenas uma movimentação por inclinação descontrolada. Por outro lado, a pré-ativação de 40° nas alças em gota associadas ao helicoide produziram proporções momento/força elevadas o suficiente para promover movimentos de inclinação controlada.

Resumo do editor O tratamento ortodôntico com extrações dentárias exige uma mecânica específica para o fechamento dos espaços. A mecânica de fechamento de espaços por meio de alças em arcos contínuos ou segmentados oferece uma movimentação ortodôntica controlada com forças biologicamente adequadas. A alça em gota tem sido rotineiramente empregada em Ortodontia. Contudo, há poucos estudos avaliando a quantidade de força gerada pelas alças em gota dependendo da liga metálica empregada, a presença de helicoide e a quantidade e intensidade de ativações. Assim, o objetivo do presente estudo compreendeu comparar a força promovida pelas alças em gota confeccionadas em fios de aço inoxidável e titânio-molibdênio (TMA), nas secções transversais 0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”, com a presença ou não de helicoide, na ativação máxima de 5mm. Oitenta alças em gota foram divididas em dois grupos, sendo Grupo 1 – alça em gota; e, Grupo 2, alça em gota com helicoide. Esses, por sua vez, foram subdivididos, dependendo do emprego do aço inoxidável ou TMA, e novamente subdivididos, em decorrência da secção transversal utilizada (0,017” x 0,025” ou 0,019” x 0,025”), totalizando 10 alças por subgrupo. Foram testadas duas intensidades de pré-ativação 0° e 40°, numa

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra. Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial, PUCRS. Professor de Graduação e Pós-graduação em Ortodontia, UNISUL-SC e UNIASSELVI. 2 Mestre e Doutor em Ortodontia, UNESP-Araraquara. Professor de Ortodontia, Universidade Tuiuti-PR. 3 Mestre em Ortodontia, FOB-USP. Doutorando em Reabilitação Oral, FOBUSP. 4 Mestre e Doutora em Ortodontia, FOB-USP. Professora Associada, Departamento de Ortodontia, UNICID. 5 Mestre e Doutor em Reabilitação Oral, FOB-USP. Professor, Graduação em Odontologia, UNISUL-SC. 6 Professor Titular, Departamento de Prótese, FOB-USP. 1

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Como citar este artigo: Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR. Determination of the force systems produced by different configurations of tear drop orthodontic loops. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.

Enviado em: 20 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 06 de julho de 2009 Endereço para correspondência: Guilherme Thiesen Av. Madre Benvenuta, nº 1285, Santa Mônica -
CEP: 88.035-000 - Florianópolis / SC 
 E-mail: guilhermethiesen@yahoo.com.br

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artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota Guilherme Thiesen1, Roberto Hideo Shimizu2, Caio Vinicius Martins do Valle3, Karyna Martins do Valle-Corotti4, Jefferson Ricardo Pereira5, Paulo Cesar Rodrigues Conti6

Objetivo: determinar as características mecânicas de alças em gota e em gota com helicoide, quando da incorporação de variações na liga metálica (aço inoxidável e beta-titânio), na intensidade de dobras de pré-ativação (0° e 40°) e na secção transversal do fio utilizado para a construção dessas alças (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”). Métodos: foram submetidas ao ensaio mecânico 80 alças para fechamento de espaços, sendo quantificadas as magnitudes de força horizontal, proporção momento/força e relação carga/deflexão produzidas pelos corpos de prova. As alças foram submetidas a uma ativação total de 5,0mm, sendo registrados os valores a cada 1,0mm de ativação. No tratamento estatístico dos dados obtidos, foi realizada a análise de variância, sendo essa complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: de maneira geral, as alças em gota com helicoide produziram menores magnitudes de força horizontal e relação carga/deflexão e maiores valores de proporção momento/força do que as alças em gota. Dentre todas as variáveis analisadas, aquela que apresentou uma maior influência na força horizontal e na relação carga/deflexão produzidas pelas alças foi a liga metálica. Já a proporção momento/força mostrou ser influenciada em maior grau pela pré-ativação das alças de fechamento de espaços. Palavras-chave: Biomecânica. Fechamento de espaço ortodôntico. Extração dentária. Ortodontia.

Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial, PUCRS. Professor de Graduação e Pós-graduação em Ortodontia, UNISUL-SC e UNIASSELVI. 2 Mestre e Doutor em Ortodontia, UNESP-Araraquara. Professor de Ortodontia, Universidade Tuiuti-PR. 3 Mestre em Ortodontia, FOB-USP. Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia da Universidade Leonardo da Vinci, Florianópolis, SC. Doutorando em Reabilitação Oral, FOB-USP. 4 Mestre e Doutora em Ortodontia, FOB-USP. Professora Associada, Departamento de Ortodontia, UNICID. Professora do curso de Mestrado em Ortodontia, UNICID. 5 Mestre e Doutor em Reabilitação Oral, FOB-USP. Professor, Graduação em Odontologia, UNISUL-SC. 6 Professor Titular, Departamento de Prótese, FOB-USP.

Como citar este artigo: Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM,

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Pereira JR, Conti PCR. Determination of the force systems produced by different configurations of tear drop orthodontic loops. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18

Enviado em: 20 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 06 de julho de 2009 Endereço para correspondência: Guilherme Thiesen Av. Madre Benvenuta, 1285 – Santa Mônica
 CEP: 88.035 - 000 Florianópolis / SC 
 E-mail: guilhermethiesen@yahoo.com.br

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artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

INTRODUÇÃO O fechamento de espaços em Ortodontia, em particular daqueles provenientes das extrações dentárias, ainda hoje oferece dificuldades ao profissional dessa área, principalmente devido ao aumento do tempo de tratamento, desconforto do paciente, busca da excelência na finalização e estabilidade do tratamento, fatores esses relacionados ao método utilizado para a obtenção de tal resultado. Diversos dispositivos foram elaborados ao longo do desenvolvimento da especialidade ortodôntica para o fechamento desses espaços intra-arcada. Tais mecanismos empregam uma ampla variedade de desenhos, espessuras e configurações de fios, fontes de aplicação de forças e também fatores referentes ao controle da ancoragem4. Entre os diversos dispositivos descritos na literatura, encontra-se uma vasta gama de alças que, incorporadas a arcos contínuos ou segmentados, podem ser utilizadas para a movimentação dentária. Novos conhecimentos de biomecânica, aliados ao desenvolvimento de novos materiais, tornaram possível um grande aprimoramento na configuração das alças de fechamento de espaços, o que veio a simplificar a mecânica e melhorar as respostas teciduais, minimizando, assim, o custo biológico do tratamento2,3,6,21,24. Devido ao grande número de opções mecânicas, muita atenção deve ser dada durante a seleção do modelo mais apropriado para cada caso. Nessa escolha, certos aspectos devem ser analisados, dentre eles, o desenho da alça, a sua quantidade de ativação, a espessura do fio, a liga metálica utilizada, o tipo de movimento desejado e o sistema de forças gerado. O ortodontista deve estar ciente que, na maioria das ocasiões, a aplicação de uma força horizontal simples nos dentes adjacentes ao espaço edêntulo não proporciona um posicionamento dentário adequado, pois a aplicação desse tipo de força implicaria na falta de paralelismo radicular ao final do fechamento dos espaços, sendo, então, necessária a aplicação concomitante de um momento para contrapor essa tendência rotacional. Assim, é de suma importância que, ao utilizar as alças para fechamento de espaços, o profissional determine precisamente o sistema de forças gerado, ou seja, é mister ao ortodontista o conhecimento da magnitude de força horizontal e proporção momento/força produzida quando da ativação desses dispositivos16,22,28. Burstone2 alegou que existem três propriedades fundamentais que caracterizam as alças ortodônticas

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de fechamento: 1) a proporção momento/força (M/F), que determina o centro de rotação dentária e, assim, possibilita o controle radicular durante a movimentação dos dentes; 2) a força horizontal produzida durante a ativação dessa alça e 3) a relação carga/deflexão, que define a quantidade de decréscimo da força a cada milímetro de desativação. A geração desse sistema biomecânico é realizada de maneira mais integral, precisa, previsível e facilitada por meio da utilização de alças pré-calibradas. Entre os dispositivos ortodônticos usados para o fechamento de espaços, a alça em gota e a alça em gota com helicoide, apesar de serem muito empregadas e estudadas9,14,21,24,26,27,28, apresentam ainda algumas limitações e indagações quanto à sua utilização clínica. Não existem na literatura trabalhos que descrevam o sistema de forças gerado por essas alças quando submetidas a variações na liga metálica utilizada, na secção transversal do fio ortodôntico, na intensidade de pré-ativação e na quantidade de ativação. A maioria dos trabalhos publicados sobre esse tipo de alça não avalia o efeito de diferentes quantidades de pré-ativação, bem como a quantidade de proporção momento/força gerada durante a ativação dos corpos de prova ou mesmo a incorporação de helicoides no seu desenho. Esse estudo objetivou, assim, verificar o efeito da incorporação de variações na configuração de alças em gota, como a presença ou ausência de helicoide, diferentes secções transversais de fio ortodôntico, incorporação de diferentes pré-ativações nas alças e ainda distintas ligas metálicas utilizadas, procurando, ainda, averiguar a interação entre esses fatores. PROPOSIÇÃO Analisar as características mecânicas de diferentes configurações de alças em forma de gota para fechamento de espaços, sendo essas submetidas a uma ativação total de 5,0mm, procurando, assim: a) verificar se existem diferenças entre os sistemas de forças produzidos por alças em gota com e sem helicoide; b) verificar o efeito da introdução de algumas variáveis, como secção transversal do fio ortodôntico, incorporação de pré-ativações e liga metálica, nos sistemas de forças produzidos pelas alças testadas; c) determinar, dentre as variáveis analisadas, as que mais influenciam os sistemas de forças produzidos.

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artigo inédito

Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

O grupo 2 (G2) foi constituído de quarenta alças em gota com a adição de um helicoide apical na sua confecção. As alças desse grupo foram primeiramente divididas em dois subgrupos, em número de vinte para cada liga metálica, e novamente divididas em mais dois subgrupos, em número de dez para cada secção transversal, conforme o Quadro 2. Essas alças de fechamento foram construídas com 8mm de altura e 4mm de diâmetro do helicoide, hastes verticais se tocando na base, ambas as extremidades anterior (alfa) e posterior (beta) com 10,5mm cada (Fig. 1). Foram inseridas duas diferentes intensidades totais de pré-ativação: 0° e 40°, sendo essas dobras inseridas da mesma maneira que no G1 (Fig. 2). Conforme recomendado por Braun, Garcia1 e Halazonetis7, as dobras de pré-ativação das alças de todos os grupos foram realizadas de maneira distribuída no seu sentido oclusocervical, a fim de promover um aumento no momento, sem interferência na magnitude de força horizontal liberada. As dobras de pré-ativação foram inseridas de tal modo que o longo eixo vertical de cada alça formasse angulações iguais com suas hastes horizontais mesial e distal. No intuito de padronizar ao máximo a forma e dimensões durante a confecção dos corpos de prova de um mesmo subgrupo, bem como assegurar que as dobras de pré-ativação possuíssem as angulações desejadas, foram confeccionados gabaritos em papel milimetrado (Fig. 3), bem como gabaritos confeccionados com silicona de adição de consistência pesada (Fig. 4) da marca comercial Express (3M Dental Products, St. Paul, EUA).

MATERIAL E MÉTODOS A amostra utilizada para o presente estudo constituiu de 80 alças ortodônticas para fechamento de espaços, construídas por um único operador. Foram utilizados fios de aço inoxidável 18/8 da marca comercial Unitek (3M/ Unitek Dental Products, Monrovia, EUA) e fios de beta-titânio da marca comercial TMA (Ormco Corporation, Glendora, EUA), com duas diferentes secções transversais, 0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”. Os corpos de prova foram divididos em dois grupos (Fig. 1). Para a fixação das alças ao aparelho de ensaio mecânico, suas extremidades anterior (alfa) e posterior (beta) apresentavam extensões adicionais ao seu comprimento total, conforme método já descrito anteriormente pelos autores do presente estudo25. O grupo 1 (G1) foi constituído por quarenta alças em gota. As alças desse grupo foram primeiramente divididas em dois subgrupos, em número de vinte para cada liga metálica, e novamente divididas em mais dois subgrupos, em número de dez para cada secção transversal, conforme o Quadro 1. Essas alças de fechamento foram construídas com oito milímetros de altura e quatro milímetros de diâmetro externo, hastes verticais se tocando na base e as extremidades anterior (alfa) e posterior (beta) com 10,5mm cada (Fig. 1). Foram inseridas duas diferentes intensidades totais de pré-ativação: 0° e 40°. Para uma pré-ativação total de 40°, primeiramente foi inserida uma pré-ativação de 20° na dobra 2 e posteriormente foram inseridas ativações de 10° nas dobras 1 e 3 (Fig. 2), totalizando 40° de pré-ativação.

Alças em gota Aço inoxidável

Beta-titânio

40°

TOTAL

0,017” x 0,025”

5

5

10

0,019” x 0,025”

5

5

10

0,017” x 0,025”

5

5

10

0,019” x 0,025” TOTAL

5

5

10

20

20

40

3

40°

TOTAL

Aço inoxidável

Beta-titânio

0,017” x 0,025”

5

5

10

0,019” x 0,025”

5

5

10

0,017” x 0,025”

5

5

10

0,019” x 0,025”

TOTAL

Quadro 1 - Distribuição dos corpos de prova das alças em gota conforme as ligas metálicas, secções transversais e pré-ativações testadas.

3

Alças em gota com helicoide

5

5

10

20

20

40

Quadro 2 - Distribuição dos corpos de prova das alças em gota com helicoide conforme as ligas metálicas, secções transversais e pré-ativações testadas.

21|12

21|12

321|123

321|123

adultos

70

67

210

184

350

318

jovens

113

108

338

296

564

512

Jarabak e Fizzell

105 - 170

85 - 130

320

240

595

455

Ricketts18

150

-

320

-

620

-

Shimizu20

150

120

300

240

600

480

Reitan17

8

Quadro 3 - Valores sugeridos (g) na literatura para a movimentação dos diversos grupos dentários da região anterior.

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19.e3

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

4mm G1

8mm 2

21mm α

β 4mm

1 3 8mm

G2

21mm

Figura 1 - Alças de fechamento.

Figura 2 - Ativações nas dobras das alças.

Alça em gota

Alça em gota

Alça em gota

Pré-ativação de 0o em α e ß

Pré-ativação de 10o em α e ß

Pré-ativação de 20o em α e ß

Figura 3 - Gabaritos em papel milimetrado para padronização da confecção e pré-ativação das alças em gota e gota com helicoides.

Figura 4 - Gabaritos em silicona de adição para padronização da confecção e pré-ativação das alças em gota e gota com helicoides.

Para a realização desse ensaio mecânico, utilizou-se uma máquina universal de ensaios modelo TTDML (Instron Inc., Canton, EUA), um transdutor de momentos e um módulo indicador digital para extensiometria, modelo TMDE, ambos da Transdutec (Transdutec Ltda., São Paulo); e um relógio comparador (Mitutoyo Corporation, Tóquio, Japão) com curso de 10mm e acurácia de medida de 0,01mm, conforme já descrito anteriormente em outro artigo25. No ensaio mecânico propriamente dito (Fig. 5), a alça foi posicionada simetricamente em um espaço de 21,0mm — entre o dispositivo de fixação e o transdutor de momentos — disposição, essa, que simula o espaço interbraquetes do primeiro molar ao canino. As alças foram submetidas a uma ativação total de 5,0mm, sendo que a cada 1,0mm de ativação da alça, interrompia-se o ensaio e registrava-se a quantidade de força e de momento torsor. Consequentemente, foram obtidas as relações C/D e as proporções M/F. Na análise estatística dos dados obtidos, foi realizada a análise de

variância, considerando o nível de significância de 5%, a qual indicou para quais variáveis ou interações as diferenças entre as médias foram estatisticamente significativas, sendo complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, também ao nível de significância de 5%, indicando qual média se diferiu da outra. Para isso, foi utilizado o software SAS V8 (Statistical Analysis System), para Windows.

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19.e4

RESULTADOS A Tabela 1 apresenta as médias e os desvios-padrão para a força horizontal (g) produzida pelas alças em gota quando submetidas de 0,0 a 5,0mm de ativação, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação. Pôde-se observar que, em termos gerais, a força horizontal liberada pelas alças em gota sofreu maior influência da liga metálica, sendo que a liga de aço inoxidável apresentou magnitudes de força maiores do que a liga de beta-titânio. Em relação à secção transversal, o fio de 0,019” x 0,025” apresentou valores médios de força horizontal maiores.

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artigo inédito

Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

A

B

C

Figura 5 - Ensaio mecânico dos corpos de prova. A) Alça pré-ativada fixada no transdutor de momentos; B) Alça pré-ativada após inserção na célula de carga, preparada para seu carregamento. C) Alça durante sua ativação.

Quanto às dobras de pré-ativação, sua inserção ocasionou um aumento na magnitude da força horizontal liberada, independentemente da liga testada. A Tabela 2 apresenta as médias e os desvios-padrão para a força horizontal (g) produzida pelas alças em gota com helicoide. Verificou-se que, em termos gerais, a força horizontal liberada pelas alças em gota com helicoide sofreu maior influência da liga metálica, sendo que o aço inoxidável apresentou magnitudes de força maiores que o beta-titânio. Quanto à secção transversal e pré-ativação, as alças confeccionadas com fio 0,019” x 0,025” e pré-ativadas em 40° apresentaram maiores valores de força horizontal liberada. A Tabela 3 apresenta as médias e os desvios-padrão para a proporção M/F produzidas pelas alças em gota quando submetidas de 0,0 a 5,0mm de ativação, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação. Verificou-se que, de modo geral, a proporção M/F produzida pelas alças em gota sofreu maior influência da pré-ativação, sendo que as alças pré-ativadas em 40° apresentaram valores de proporção M/F maiores que as alças sem pré-ativação. Quanto à liga metálica, as alças de aço inoxidável geraram uma proporção M/F maior do que as alças de beta-titânio (exceto para a ativação em 1,0mm, onde, apesar de não apresentar diferença estatística, o beta-titânio apresentou um valor de proporção M/F ligeiramente maior do que o aço inoxidável quando na ausência de pré-ativações). Os fios de secção transversal 0,017” x 0,025” geralmente produziram maiores valores de proporção M/F do que os fios 0,019” x 0,025”, embora sem apresentar diferenças estatísticas.

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19.e5

A Tabela 4 apresenta as médias e os desvios-padrão para a proporção M/F produzidas pelas alças em gota com helicoide. Pôde-se observar que, de maneira geral, a proporção M/F produzida pelas alças em gota com helicoide sofreu maior influência da pré-ativação, sendo que as alças pré-ativadas em 40° apresentaram proporção M/F maiores do que as alças sem pré-ativação. A Tabela 5 apresenta as médias e os desvios-padrão para a relação C/D produzida pelas alças em gota quando submetidas de 0,0 a 5,0mm de ativação, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação. Em termos gerais, observou-se que a relação C/D gerada pelas alças em gota sofreu maior influência da liga metálica, sendo que o aço inoxidável apresentou maior relação C/D do que o beta-titânio. Quanto às variáveis secção transversal e pré-ativação, as alças confeccionadas com fio de 0,019” x 0,025”, bem como aquelas com pré-ativação de 40°, apresentaram maiores valores de relação C/D. A Tabela 6 apresenta as médias e os desvios-padrão para a relação C/D produzida pelas alças em gota com helicoide. Verificou-se que, nas ativações de 1,0 a 5,0mm, a interação entre liga metálica e pré-ativação foi significativa, bem como entre liga metálica e secção transversal. Independentemente dos níveis de pré-ativação e de secção transversal, constatou-se que os valores médios da relação C/D resultante foram significativamente maiores para o aço inoxidável do que para o beta-titânio. Avaliando-se isoladamente os níveis de liga metálica, foi observado que as médias resultantes foram significativamente maiores quando da existência de pré-ativação, bem como com a secção transversal de 0,019” x 0,025”.

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artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

Tabela 1 - Médias e desvios-padrão para a força horizontal (Fh), em gramas, gerada pelas alças em gota, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação, durante sua ativação de 0,0 a 5,0 mm Ativação

Liga

Secção

(mm)

metálica

transversal

Aço inoxidável

0,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

1,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

2,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

3,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

4,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

5,0

Beta-titânio

Total

Pré-Ativação

Total

40°

Média

D.P.

Média

D.P.

Média

0,017" x 0,025”

0,00

0,00

14,00

4,18

7,00

D.P. 7,89

0,019" x 0,025”

0,00

0,00

15,00

6,12

7,50

8,90

Total

0,00C

0,00

14,50A

4,97

7,25

8,19

0,017" x 0,025”

0,00

0,00

9,00

4,18

4,50

5,50

0,019" x 0,025”

0,00

0,00

11,00

4,18

5,50

6,43

Total

0,00C

0,00

10,00B

4,08

5,00

5,85

0,017" x 0,025”

0,00

0,00

11,50

4,74

5,75

6,74

0,019" x 0,025”

0,00

0,00

13,00

5,37

6,50

7,63

Total

0,00

0,00

12,25

4,99

6,13

7,12

0,017" x 0,025”

236,00

33,62

306,00

26,08

271,00b

46,54

0,019" x 0,025”

302,00

40,25

422,00

38,99

362,00a

73,45

Total

269,00B

49,32

364,00A

68,67

316,50

75,90

0,017" x 0,025”

94,00

15,17

143,00

8,37

118,50d

28,29

0,019" x 0,025”

156,00

30,50

184,00

8,94

170,00c

25,82

Total

125,00D

39,79

163,50C

23,10

144,25

37,32

0,017" x 0,025”

165,00

78,78

224,50

87,83

194,75

86,75

0,019" x 0,025”

229,00

83,99

303,00

128,24

266,00

112,13

Total

197,00

85,78

263,75

114,30

230,38

105,32

0,017" x 0,025”

452,00C

47,64

581,00B

22,47

516,50

76,52

0,019" x 0,025”

596,00

45,61

832,00A

37,01

714,00

130,40

B

Total

524,00

87,71

706,50

135,40

615,25

145,24

0,017" x 0,025”

198,00F

19,56

262,00EF

21,68

230,00

38,94

0,019" x 0,025”

313,00DE

27,75

358,00D

19,24

335,50

32,70

Total

255,50

64,70

310,00

54,16

282,75

64,45

0,017" x 0,025”

325,00

138,20

421,50

169,41

373,25

158,41

0,019" x 0,025”

454,50

153,34

595,00

251,36

524,75

215,09 201,61

Total

389,75

156,84

508,25

226,82

449,00

0,017" x 0,025”

622,00C

49,07

822,00B

19,24

722,00

111,11

0,019" x 0,025”

837,00B

33,84

1176,00A

18,17

1006,50

180,49

Total

729,50

120,08

999,00

187,41

864,25

206,35

0,017" x 0,025”

298,00G

22,53

390,00F

24,49

344,00

53,32

0,019" x 0,025”

454,00E

31,30

537,00D

29,50

495,50

52,31

Total

376,00

86,15

463,50

81,58

419,75

93,18

0,017" x 0,025”

460,00

174,52

606,00

228,63

533,00

211,65

0,019" x 0,025”

645,50

204,18

856,50

337,57

751,00

292,31 275,02

Total

552,75

207,92

731,25

308,63

642,00

0,017" x 0,025”

761,00C

47,22

1016,00B

15,17

888,50

138,40

0,019" x 0,025”

1037,00B

29,07

1432,00A

16,43

1234,50

209,37

Total

899,00

150,09

1224,00

219,76

1061,50

247,67

0,017" x 0,025”

387,00F

22,25

511,00E

27,02

449,00

69,39

0,019" x 0,025”

577,00D

30,12

704,00C

37,82

640,50

74,29

Total

482,00

103,20

607,50

106,33

544,75

120,61

0,017" x 0,025”

574,00

200,16

763,50

266,96

668,75

249,37

0,019" x 0,025”

807,00

244,04

1068,00

384,67

937,50

340,93

Total

690,50

247,94

915,75

358,12

803,13

324,72

0,017" x 0,025”

891,00C

54,59

1176,00B

16,73

1033,50

154,96

0,019" x 0,025”

1215,00B

36,40

1633,00A

15,65

1424,00

221,88

Total

1053,00

176,28

1404,50

241,34

1228,75

273,54

0,017" x 0,025”

468,00E

23,61

622,00D

31,34

545,00

85,28

0,019" x 0,025”

685,00D

28,50

848,00C

41,47

766,50

92,23

Total

576,50

117,00

735,00

124,05

655,75

142,78

0,017" x 0,025”

679,50

226,44

899,00

292,94

789,25

278,60

0,019" x 0,025”

950,00

281,03

1240,50

414,79

1095,25

375,65

Total

814,75

284,52

1069,75

390,94

942,25

361,35

Para cada ativação, médias seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da análise de variância (letras minúsculas e maiúsculas são utilizadas para comparações independentes), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

19.e6

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

Tabela 2 - Médias e desvios-padrão para a força horizontal (Fh), em gramas, gerada pelas alças em gota com helicoides, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação, durante sua ativação de 0,0 mm a 5,0 mm Ativação

Liga

Secção

(mm)

metálica

transversal 0,017” x 0,025”

Aço inoxidável

0,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

1,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

2,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

3,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

4,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

5,0

Beta-titânio

Total

Pré-ativação 0°

Total

40°

Média

D.P.

Média

D.P.

Média

D.P.

0,00

0,00

16,00

6,52

8,00

9,49

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

17,00

4,47

8,50

9,44

Total

0,00C

0,00

16,50A

5,30

8,25

9,22

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

7,00

2,74

3,50

4,12

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

7,00

2,74

3,50

4,12 4,01

Total

0,00C

0,00

7,00B

2,58

3,50

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

11,50

6,69

5,75

7,48

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

12,00

6,32

6,00

7,54

Total

0,00

0,00

11,75

6,34

5,88

7,42

0,017” x 0,025”

155,00

13,23

203,00

26,83

179,00b

32,21

0,019” x 0,025”

212,00

16,81

272,00

17,89

242,00a

35,61

Total

183,50B

33,25

237,50A

42,25

210,50

46,22

0,017” x 0,025”

69,00

4,18

94,00

8,22

81,50d

14,54

0,019” x 0,025”

87,00

8,37

117,00

4,47

102,00c

17,03

Total

78,00D

11,35

105,50C

13,63

91,75

18,66

0,017” x 0,025”

112,00

46,26

148,50

60,42

130,25

55,62

0,019” x 0,025”

149,50

67,06

194,50

82,61

172,00

76,78

Total

130,75

59,28

171,50

74,29

151,13

69,47

0,017” x 0,025”

326,00

16,36

396,00

36,47

361,00b

45,51

0,019” x 0,025”

446,00

25,10

535,00

34,28

490,50a

54,80

Total

386,00B

66,32

465,50A

80,50

425,75

82,56

0,017” x 0,025”

150,00

6,12

188,00

13,51

169,00d

22,34

0,019” x 0,025”

178,00

18,91

224,00

11,94

201,00c

28,46

Total

164,00D

19,83

206,00C

22,46

185,00

29,82

0,017” x 0,025”

238,00

93,49

292,00

112,65

265,00

104,49

0,019” x 0,025”

312,00

142,79

379,50

165,69

345,75

154,47

Total

275,00

123,45

335,75

145,02

305,38

136,44

0,017” x 0,025”

502,00

21,97

595,00

43,01

548,50b

58,64

0,019” x 0,025”

660,00

39,37

802,00

44,38

731,00a

84,65

Total

581,00B

88,53

698,50A

116,62

639,75

117,42

0,017” x 0,025”

234,00

15,57

282,00

14,40

258,00d

28,98

0,019” x 0,025”

277,00

25,40

326,00

21,04

301,50c

33,92

Total

255,50D

30,13

304,00C

28,75

279,75

37,96

0,017” x 0,025”

368,00

142,38

438,50

167,71

403,25

155,68

0,019” x 0,025”

468,50

204,26

564,00

253,00

516,25

229,09

Total

418,25

178,95

501,25

218,61

459,75

201,62

0,017” x 0,025”

660,00

25,25

780,00

46,37

720,00b

72,38

0,019” x 0,025”

857,00

47,38

1053,00

54,50

955,00a

113,97

Total

758,50B

109,82

916,50A

151,59

837,50

152,21

0,017” x 0,025”

330,00

20,00

378,00

17,54

354,00d

30,89

0,019” x 0,025”

386,00

35,43

439,00

27,48

412,50c

40,91

Total

358,00D

40,08

408,50C

38,81

383,25

46,32

0,017” x 0,025”

495,00

175,25

579,00

214,43

537,00

195,41

0,019” x 0,025”

621,50

251,35

746,00

326,15

683,75

290,51 255,42

Total

558,25

220,65

662,50

281,97

610,38

0,017” x 0,025”

816,00

33,05

954,00

45,06

885,00b

81,72

0,019” x 0,025”

1044,00

60,77

1276,00

68,04

1160,00a

136,57

Total

930,00B

128,71

1115,00A

178,22

1022,50

178,60

0,017” x 0,025”

424,00

31,50

479,00

22,47

451,50d

38,81

0,019” x 0,025”

495,00

40,00

558,00

34,93

526,50c

48,54

Total

459,50D

50,52

518,50C

50,00

489,00

57,53

0,017” x 0,025”

620,00

208,83

716,50

252,59

668,25

230,93

0,019” x 0,025”

769,50

293,38

917,00

381,84

843,25

339,94

Total

694,75

259,45

816,75

331,46

755,75

300,22

Para cada ativação, médias seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da análise de variância (letras minúsculas e maiúsculas são utilizadas para comparações independentes), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

19.e7

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

Tabela 3 - Médias e desvios-padrão para a proporção momento/força (M/F), em milímetros, gerada pelas alças em gota, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação, durante sua ativação de 0,0 a 5,0mm. Ativação

Liga

Secção

(mm)

metálica

transversal 0,017” x 0,025”

Aço inoxidável

0,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

1,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

2,0

Beta-titânio

Total

Aço Inoxidável

3,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

4,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

5,0

Beta-titânio

Total

Pré-ativação 0°

Total 40°

Média

D.P.

Média

D.P.

Média

D.P.

0,00

0,00

107,13

30,15

53,57

59,93

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

128,68

56,30

64,34

77,51

Total

0,00C

0,00

117,91A

44,06

58,95

67,66

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

67,20

32,65

33,60

41,57

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

63,80

33,59

31,90

40,40

Total

0,00C

0,00

65,50B

31,28

32,75

39,90

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

87,17

36,34

43,58

51,23

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

96,24

55,49

48,12

62,42

Total

0,00

0,00

91,70

45,89

45,85

56,41

0,017” x 0,025”

1,42

0,07

5,29

0,43

3,35

2,06

0,019” x 0,025”

1,31

0,16

4,79

0,66

3,05

1,89

Total

1,36C

0,13

5,04A

0,59

3,20

1,93

0,017” x 0,025”

1,55

0,32

4,33

0,41

2,94

1,50 1,59

0,019” x 0,025”

1,21

0,13

4,22

0,11

2,71

Total

1,38C

0,29

4,27B

0,29

2,83

1,51

0,017” x 0,025”

1,48

0,23

4,81

0,64

3,15

1,77

0,019” x 0,025”

1,26

0,15

4,50

0,54

2,88

1,71

Total

1,37

0,22

4,66

0,60

3,01

1,72

0,017” x 0,025”

1,58

0,15

3,00

0,17

2,29

0,76

0,019” x 0,025”

1,64

0,25

2,74

0,26

2,19

0,63

Total

1,61

0,20

2,87

0,25

2,24a

0,68

0,017” x 0,025”

1,27

0,18

2,59

0,33

1,93

0,74

0,019” x 0,025”

1,22

0,08

2,45

0,11

1,84

0,65 0,68

Total

1,25

0,14

2,52

0,24

1,89b

0,017” x 0,025”

1,43

0,23

2,80

0,33

2,11

0,75

0,019” x 0,025”

1,43

0,28

2,60

0,24

2,01

0,65

Total

1,43B

0,25

2,70A

0,30

2,06

0,70

0,017” x 0,025”

1,62

0,17

2,22

0,13

1,92

0,35

0,019” x 0,025”

1,67

0,22

2,06

0,13

1,86

0,27

Total

1,64

0,19

2,14

0,15

1,89a

0,30

0,017” x 0,025”

1,27

0,15

1,86

0,21

1,56

0,35

0,019” x 0,025”

1,24

0,06

1,77

0,06

1,51

0,28

Total

1,26

0,11

1,81

0,15

1,53b

0,31

0,017” x 0,025”

1,44

0,24

2,04

0,25

1,74

0,39

0,019” x 0,025”

1,46

0,27

1,91

0,18

1,68

0,32

Total

1,45B

0,25

1,98A

0,22

1,71

0,35

0,017” x 0,025”

1,61

0,17

1,84

0,10

1,73

0,18

0,019” x 0,025”

1,67

0,20

1,73

0,11

1,70

0,15

Total

1,64

0,18

1,79

0,11

1,72a

0,16 0,19

0,017” x 0,025”

1,24

0,11

1,49

0,17

1,37

0,019” x 0,025”

1,24

0,07

1,42

0,05

1,33

0,11

Total

1,24

0,09

1,46

0,12

1,35b

0,15 0,26

0,017” x 0,025”

1,43

0,24

1,67

0,23

1,55

0,019” x 0,025”

1,45

0,27

1,58

0,18

1,52

0,23

Total

1,44B

0,25

1,62A

0,21

1,53

0,24 0,12

0,017” x 0,025”

1,58

0,15

1,62

0,08

1,60

0,019” x 0,025”

1,64

0,19

1,53

0,08

1,59

0,15

Total

1,61

0,17

1,58

0,09

1,59a

0,13

0,017” x 0,025”

1,22

0,09

1,25

0,14

1,23

0,11

0,019” x 0,025”

1,22

0,08

1,22

0,03

1,22

0,06

Total

1,22

0,08

1,24

0,10

1,23b

0,09

0,017” x 0,025”

1,40

0,23

1,44

0,22

1,42

0,22

0,019” x 0,025”

1,43

0,26

1,38

0,18

1,40

0,22

Total

1,41

0,24

1,41

0,20

1,41

0,22

Para cada ativação, médias seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da análise de variância (letras minúsculas e maiúsculas são utilizadas para comparações independentes), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

19.e8

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

Tabela 4 - Médias e desvios-padrão para a proporção momento/força (M/F), em milímetros, gerada pelas alças em gota com helicoide, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação, durante sua ativação de 0,0 a 5,0mm. Ativação

Liga

Secção

(mm)

metálica

transversal

Aço inoxidável

0,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

1,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

2,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

3,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

4,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

5,0

Beta-titânio

Total

Pré-ativação

Total

40°

Média

D.P.

Média

D.P.

Média

D.P.

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

84,50

42,39

42,25

52,75

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

102,10

34,44

51,05

58,50

Total

0,00

0,00

93,30

37,57

46,65

54,40

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

56,60

15,32

28,30

31,53

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

88,40

34,36

44,20

51,92

Total

0,00

0,00

72,50

30,17

36,25

42,59

0,017” x 0,025”

0,00

0,00

70,55

33,46

35,28

42,90

0,019” x 0,025”

0,00

0,00

95,25

33,23

47,63

53,95

Total

0,00b

0,00

82,90a

34,84

41,45

48,51

0,017” x 0,025”

2,32

0,18

7,43

1,16

4,88

2,80

0,019” x 0,025”

3,05

0,48

7,56

0,99

5,31

2,48

Total

2,69

0,51

7,50

1,02

5,09a

2,59 2,07

0,017” x 0,025”

1,78

0,28

5,55

0,82

3,66

0,019” x 0,025”

2,12

0,23

6,57

1,15

4,34

2,47

Total

1,95

0,30

6,06

1,08

4,00b

2,25

0,017” x 0,025”

2,05

0,36

6,49

1,37

4,27α

2,48

0,019” x 0,025”

2,59

0,61

7,06

1,14

4,82β

2,46

Total

2,32b

0,56

6,78a

1,26

4,55

2,45

0,017” x 0,025”

2,35

0,24

4,33

0,52

3,34

1,11

0,019” x 0,025”

2,74

0,32

4,34

0,50

3,54

0,93

Total

2,54

0,33

4,33

0,48

3,44a

1,00

0,017” x 0,025”

1,68

0,22

3,40

0,53

2,54

0,99

0,019” x 0,025”

2,05

0,26

4,12

0,75

3,09

1,21

Total

1,86

0,30

3,76

0,72

2,81b

1,11

0,017” x 0,025”

2,01

0,42

3,87

0,70

2,94α

1,10

0,019” x 0,025”

2,39

0,45

4,23

0,61

3,31β

1,08

Total

2,20

0,47

4,05

0,66

3,13

1,09

0,017” x 0,025”

2,15

0,12

3,17

0,33

2,66

0,59

b

a

0,019” x 0,025”

2,55

0,26

3,18

0,37

2,87

0,45

Total

2,35

0,28

3,17

0,33

2,76a

0,52 0,56

0,017” x 0,025”

1,61

0,18

2,56

0,34

2,09

0,019” x 0,025”

1,97

0,21

3,18

0,57

2,57

0,75

Total

1,79

0,26

2,87

0,55

2,33b

0,69

0,017” x 0,025”

1,88

0,32

2,87

0,45

2,37α

0,63

0,019” x 0,025”

2,26

0,38

3,18

0,45

2,72β

0,62

Total

2,07b

0,39

3,02a

0,47

2,55

0,64

0,017” x 0,025”

2,00

0,13

2,56

0,24

2,28

0,34

0,019” x 0,025”

2,35

0,18

2,55

0,33

2,45

0,27

Total

2,17

0,23

2,55

0,27

2,36a

0,31

0,017” x 0,025”

1,47

0,12

2,08

0,26

1,78

0,37

0,019” x 0,025”

1,82

0,19

2,56

0,45

2,19

0,51

Total

1,65

0,24

2,32

0,43

1,98b

0,48

0,017” x 0,025”

1,74

0,30

2,32

0,34

2,03α

0,43

0,019” x 0,025”

2,08

0,33

2,55

0,37

2,32β

0,42

Total

1,91b

0,35

2,44a

0,37

2,17

0,45

0,017” x 0,025”

1,86

0,13

2,14

0,16

2,00

0,20

0,019” x 0,025”

2,17

0,14

2,16

0,30

2,17

0,22

Total

2,02

0,21

2,15

0,23

2,08a

0,22

0,017” x 0,025”

1,36

0,07

1,72

0,20

1,54

0,24

0,019” x 0,025”

1,69

0,18

2,13

0,38

1,91

0,36

Total

1,53

0,22

1,93

0,36

1,73b

0,35

0,017” x 0,025”

1,61

0,28

1,93

0,28

1,77α

0,32

0,019” x 0,025”

1,93

0,30

2,14

0,32

2,04β

0,32

Total

1,77b

0,33

2,04a

0,31

1,90

0,34

Para cada ativação, médias seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da análise de variância (letras minúsculas e maiúsculas são utilizadas para comparações independentes), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

19.e9

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

Tabela 5 - Médias e desvios-padrão para a relação carga/deflexão (C/D), em g/milímetros, gerada pelas alças em gota, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação, durante sua ativação de 1,0 mm a 5,0 mm. Ativação

Liga

Secção

(mm)

metálica

transversal

Aço inoxidável

1,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

2,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

3,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

4,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

5,0

Beta-titânio

Total

Pré-ativação

Total

40°

Média

D.P.

Média

D.P.

Média

D.P.

0,017” x 0,025”

236,00

33,62

306,00

26,08

271,00b

46,54

0,019” x 0,025”

302,00

40,25

422,00

38,99

362,00a

73,45

Total

269,00

49,32

364,00

68,67

316,50

75,90

0,017” x 0,025”

94,00

15,17

143,00

8,37

118,50d

28,29

0,019” x 0,025”

156,00

30,50

184,00

25,82

B

A

8,94

170,00c

C

Total

125,00

39,79

163,50

23,10

144,25

37,32

0,017” x 0,025”

165,00

78,78

224,50

87,83

194,75

86,75

0,019” x 0,025”

229,00

83,99

303,00

128,24

266,00

112,13 105,32

D

Total

197,00

85,78

263,75

114,30

230,38

0,017” x 0,025”

226,00D

23,82

290,50C

11,24

258,25

38,26

0,019” x 0,025”

298,00B

22,80

416,00A

18,51

357,00

65,20 72,62

Total

262,00

43,86

353,25

67,70

307,63

0,017” x 0,025”

99,00F

9,78

131,00EF

10,84

115,00

19,47

0,019” x 0,025”

156,50EF

13,87

179,00E

9,62

167,75

16,35

Total

127,75

32,35

155,00

27,08

141,38

32,23

0,017” x 0,025”

162,50

69,10

210,75

84,71

186,63

79,20

0,019” x 0,025”

227,25

76,67

297,50

125,68

262,38

107,54

Total

194,88

78,42

254,13

113,41

224,50

100,81

0,017” x 0,025”

207,33C

16,36

274,00B

6,41

240,67

37,04

0,019” x 0,025”

279,00B

11,28

392,00A

6,06

335,50

60,16

Total

243,17

40,03

333,00

62,47

288,08

68,78

0,017” x 0,025”

99,33

7,51

130,00

8,16

114,67

17,77

0,019” x 0,025”

151,33E

10,43

179,00D

9,83

165,17

17,44

Total

125,33

28,72

154,50

27,19

139,92

31,06

G

F

0,017” x 0,025”

153,33

58,17

202,00

76,21

177,67

70,55

0,019” x 0,025”

215,17

68,06

285,50

112,52

250,33

97,44

Total

184,25

69,31

243,75

102,88

214,00

91,67

B

0,017” x 0,025”

190,25

11,81

254,00

3,79

222,13

34,60

0,019” x 0,025”

259,25B

7,27

358,00A

4,11

308,63

52,34

Total

224,75

37,52

306,00

54,94

265,38

61,92

C

0,017” x 0,025”

96,75

5,56

127,75

6,75

112,25

17,35

0,019” x 0,025”

144,25D

7,53

176,00C

9,45

160,13

18,57

Total

120,50

25,80

151,88

26,58

136,19

30,15

F

E

0,017” x 0,025”

143,50

50,04

190,88

66,74

167,19

62,34

0,019” x 0,025”

201,75

61,01

267,00

96,17

234,38

85,23

Total

172,63

61,99

228,94

89,53

200,78

81,18

B

0,017” x 0,025”

178,20

10,92

235,20

3,35

206,70

30,99

0,019” x 0,025”

243,00B

7,28

326,60A

3,13

284,80

44,38

Total

210,60

35,26

280,90

48,27

245,75

54,71

0,017” x 0,025”

93,60E

4,72

124,40D

6,27

109,00

17,06

0,019” x 0,025”

137,00D

5,70

169,60C

8,29

153,30

18,45

Total

115,30

23,40

147,00

24,81

131,15

28,56

0,017” x 0,025”

135,90

45,29

179,80

58,59

157,85

55,72

0,019” x 0,025”

190,00

56,21

248,10

82,96

219,05

75,13

Total

162,95

56,90

213,95

78,19

188,45

72,27

C

Para cada ativação, médias seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da análise de variância (letras minúsculas e maiúsculas são utilizadas para comparações independentes), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

19.e10

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

Tabela 6 - Médias e desvios-padrão para a relação carga/deflexão (C/D), em g/milímetros, gerada pelas alças em gota com helicoide, segundo a interação liga metálica, secção transversal e pré-ativação, durante sua ativação de 1,0 a 5,0mm. Ativação

Liga

Secção

(mm)

metálica

transversal

Aço inoxidável

1,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

2,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

3,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

4,0

Beta-titânio

Total

Aço inoxidável

5,0

Beta-titânio

Total

Pré-ativação

Total

40°

Média

D.P.

Média

D.P.

Média

D.P.

0,017” x 0,025”

155,00

13,23

203,00

26,83

179,00b

32,21

0,019” x 0,025”

212,00

16,81

272,00

17,89

242,00a

35,61

Total

183,50

33,25

237,50

42,25

210,50

46,22

0,017” x 0,025”

69,00

4,18

94,00

8,22

81,50d

14,54

0,019” x 0,025”

87,00

8,37

117,00

4,47

102,00c

17,03

Total

D

78,00

11,35

105,50

0,017” x 0,025”

112,00

46,26

148,50

0,019” x 0,025”

149,50

67,06

Total

130,75

59,28

B

A

13,63

91,75

18,66

60,42

130,25

55,62

194,50

82,61

172,00

76,78

171,50

74,29

151,13

69,47

C

22,75

0,017” x 0,025”

163,00

8,18

198,00

18,23

180,50

0,019” x 0,025”

223,00

12,55

267,50

17,14

245,25a

27,40

Total

193,00B

33,16

232,75A

40,25

212,88

41,28

0,017” x 0,025”

75,00

3,06

94,00

6,75

84,50d

11,17

0,019” x 0,025”

89,00

9,45

112,00

5,97

100,50c

14,23

Total

82,00D

9,92

103,00C

11,23

92,50

14,91 52,25

b

0,017” x 0,025”

119,00

46,74

146,00

56,32

132,50

0,019” x 0,025”

156,00

71,40

189,75

82,84

172,88

77,24

Total

137,50

61,72

167,88

72,51

152,69

68,22

0,017” x 0,025”

167,33

7,32

198,33

14,34

182,83b

19,55

0,019” x 0,025”

220,00

13,12

267,33

14,79

243,67a

28,22

Total

193,67B

29,51

232,83A

38,87

213,25

39,14

0,017” x 0,025”

78,00

5,19

94,00

4,80

86,00

9,66

0,019” x 0,025”

92,33

8,47

108,67

7,01

100,50c

11,31

Total

85,17D

10,04

101,33C

9,58

93,25

12,65

d

0,017” x 0,025”

122,67

47,46

146,17

55,90

134,42

51,89

0,019” x 0,025”

156,17

68,09

188,00

84,33

172,08

76,36

Total

139,42

59,65

167,08

72,87

153,25

67,21

0,017” x 0,025”

165,00

6,31

195,00

11,59

180,00

18,10

0,019” x 0,025”

214,25

11,85

263,25

13,62

238,75a

28,49

Total

189,63B

27,46

229,13A

37,90

209,38

38,05

b

0,017”x0,025”

82,50

5,00

94,50

4,38

88,50

7,72

0,019” x 0,025”

96,50

8,86

109,75

6,87

103,13c

10,23

Total

89,50D

10,02

102,13C

9,70

95,81

11,58 48,85

d

0,017” x 0,025”

123,75

43,81

144,75

53,61

134,25

0,019” x 0,025”

155,38

62,84

186,50

81,54

170,94

72,63

Total

139,56

55,16

165,63

70,49

152,59

63,86

0,017” x 0,025”

163,20

6,61

190,80

9,01

177,00b

16,34

0,019” x 0,025”

208,80

12,15

255,20

13,61

232,00a

27,31

Total

186,00B

25,74

223,00A

35,64

204,50

35,72

0,017” x 0,025”

84,80

6,30

95,80

4,49

90,30d

7,76

0,019” x 0,025”

99,00

8,00

111,60

6,99

105,30

9,71

Total

91,90D

10,10

103,70C

10,00

97,80

11,51

0,017” x 0,025”

124,00

41,77

143,30

50,52

133,65

46,19

0,019” x 0,025”

153,90

58,68

183,40

76,37

168,65

67,99

Total

138,95

51,89

163,35

66,29

151,15

60,04

c

Para cada ativação, médias seguidas de letras distintas diferem significativamente por meio da análise de variância (letras minúsculas e maiúsculas são utilizadas para comparações independentes), complementada pelo teste de comparações múltiplas de Tukey, ao nível de significância de 5%.

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19.e11

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo inédito

Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

DISCUSSÃO O controle do sistema de forças aplicado ao dentes constitui um dos principais desafios no campo da biomecânica ortodôntica. Isso porque, infelizmente, a obtenção de magnitudes de força compatíveis com os valores ótimos preconizados, em combinação com a aplicação de uma proporção M/F adequada, não constitui uma tarefa fácil de ser alcançada7,10,13. Sendo assim, vários estudos2,6,11,12,16,25 vêm sendo realizados no intuito de desenvolver uma configuração otimizada para as alças ortodônticas de fechamento de espaços, com a geração de um sistema de forças previsível, seguro e compatível com os mecanismos biológicos relacionados à movimentação dentária induzida. O sistema de forças produzido por essas alças depende de uma vasta gama de variáveis, incluindo o desenho e as dimensões da alça, a liga metálica utilizada, a espessura do fio, a conformação da alça quando pré-ativada, o seu posicionamento no espaço interbraquetes e sua amplitude de ativação. O controle desse sistema de forças é essencial para a otimização da movimentação dentária induzida, onde a magnitude da força aplicada e sua direção, a proporção M/F, e a constância de todos esses fatores são importantes variáveis que podem ser determinadas pelo ortodontista durante o tratamento. No presente estudo, o ensaio mecânico foi realizado para todos os grupos de alças com uma ativação máxima de 5,0mm, uma vez que se tratava de um trabalho experimental. No entanto, é importante salientar que, embora as alças confeccionadas com fio de aço inoxidável não sejam clinicamente ativadas com essa magnitude, os experimentos foram realizados com a intenção de avaliar os comportamentos mecânicos que iriam ocorrer diante de uma iminente deformação permanente. Já as alças construídas com fio de beta-titânio possibilitam uma maior amplitude de ativação, em virtude das propriedades mecânicas inerentes a essa liga metálica. No intuito de estipular valores de força ótima para a retração dentária anterior, Shimizu20 relatou que a magnitude aproximada de força horizontal para a movimentação dos caninos inferiores seria cerca de 120g, e 150g para os caninos superiores; para os incisivos inferiores, 240g, e para os incisivos superiores, aproximadamente 300g; finalmente, 480g para a retração em bloco dos incisivos e caninos inferiores e 600g para a retração em bloco dos incisivos e caninos superiores. Assim, pode constatar-se que níveis de força bastante

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leves são necessários para a movimentação dos dentes anteriores, minimizando com isso os custos biológicos da mecanoterapia (Quadro 3). Para comparar os valores acima descritos com os valores de força horizontal obtidos no presente trabalho, deve ser levado em consideração que para a retração dos incisivos isoladamente ou dos caninos e incisivos em bloco, os valores obtidos por meio do teste mecânico devem ser multiplicados por dois, uma vez que, durante a retração do segmento anterior, comumente são empregadas alças dispostas bilateralmente no arco. Comparando os dados apresentados na Tabela 1 com os valores ótimos de força horizontal preconizados para a movimentação dentária (Quadro 3), constata-se que somente as alças em gota de beta-titânio 0,017” x 0,025” sem pré-ativação, apresentaram magnitude de força horizontal compatível (94,0g) para a retração dos caninos inferiores, quando ativadas 1,0mm. Magnitudes de força favoráveis para a movimentação dos caninos superiores foram obtidas com a ativação em 1,0mm das alças de beta-titânio, nas configurações de 0,017” x 0,025” com 40° de pré-ativação e 0,019” x 0,025” sem pré-ativação (143,0g e 156,0g, respectivamente). Todas as alças em gota, de aço inoxidável, em qualquer amplitude de ativação, apresentaram magnitudes de força excessivas para a retração dos caninos superiores e inferiores. Na movimentação dos incisivos, somente as alças de beta-titânio ativadas 1,0mm, nas configurações 0,017” x 0,025” com 40° de pré-ativação e 0,019” x 0,025” sem pré-ativação, produziram níveis de força horizontal adequados para a retração dos incisivos superiores (286,0g e 312,0g, respectivamente). Já para a retração dos incisivos e caninos inferiores em bloco, apenas as alças de aço inoxidável 0,017” x 0,025” sem pré-ativação, ativadas 1,0mm, geraram magnitudes de força horizontal compatíveis (472,0g). Para o fechamento dos espaços em bloco na arcada superior, as magnitudes de força favoráveis foram obtidas por meio da ativação em 1,0mm das alças de aço inoxidável de 0,017” x 0,025” com 40° de pré-ativação, e de 0,019” x 0,025” sem pré-ativação, e também pelas alças de beta-titânio de 0,017” x 0,025” sem pré-ativação, ativadas em 3,0mm (612,0g, 604,0g e 596,0g, respectivamente). Comparando os dados apresentados na Tabela 2 com os valores ótimos de força horizontal preconizados para a movimentação dentária (Quadro 3), constata-se que as alças em gota com helicoide de beta-titânio de 0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025” com

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Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

pré-ativação de 40°, quando ativadas 1,0mm, apresentaram magnitudes de força horizontal compatíveis (94,0g e 117,0g, respectivamente) para a retração dos caninos inferiores. Para a retração dos caninos superiores, as alças 0,017” x 0,025” sem pré-ativação de aço inoxidável ativadas em 1,0mm, e de beta-titânio ativadas em 2,0mm, produziram níveis de força horizontal favoráveis (155,0g e 150,0g, respectivamente). Magnitudes de força adequadas para a movimentação dos incisivos inferiores foram obtidas com a ativação em 1,0mm das alças em gota com helicoide de beta-titânio de 0,019” x 0,025” com 40° de pré-ativação (234,0g). Na movimentação dos incisivos superiores, tanto as alças de aço inoxidável de 0,017” x 0,025” sem pré-ativação, ativadas em 1,0mm, como as alças de beta-titânio de 0,017”x0,025” sem pré-ativação, ativadas em 2,0mm, geraram magnitudes de força horizontal clinicamente compatíveis (310,0g e 300,0g, respectivamente). Para a retração dos incisivos e caninos, as alças em gota com helicoide de beta-titânio de 0,017” x 0,025” ativadas em 3,0mm apresentaram níveis de força favoráveis para a movimentação na arcada inferior

Al 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40°

AI 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0°

1700

1700

1600

1600

1500

1500

1400

1400

1300

1300

1200

1200 Força horizontal

Força horizontal

AI 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0°

quando sem pré-ativação (468,0g), e apresentaram níveis de força favoráveis para a movimentação desses dentes na arcada superior quando pré-ativadas em 40° (564,0g). Assim, pôde ser observado que as alças em gota e gota com helicoide, quando confeccionadas com fio de aço inoxidável, não propiciam a geração de níveis de força horizontal favoráveis para a movimentação dos dentes anteriores quando ativadas numa amplitude maior que 1,0mm. Já as alças com esses mesmos desenhos, quando confeccionadas com fio de beta-titânio, possibilitam sua ativação clínica até uma amplitude de 3,0mm, com a geração de níveis de força compatíveis para a movimentação desses dentes. De maneira geral, as alças em gota com helicoide geraram menores magnitudes de força horizontal quando comparadas às alças em gota. Isso ocorre em virtude da maior quantidade de fio incorporada na construção da alça, conferindo a possibilidade da aplicação de níveis de força horizontal mais leves e um maior limite de elasticidade durante a ativação da alça (Gráf. 1, 2), confirmando os achados de Chaconas et al.4, Schillai e Lehmann19.

1100 1000 900 800

1100 1000 900 800

700

700

600

600

500

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400

400

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300

200

200

100

100

0

Al 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40°

0 0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

0,0

Gráfico 1 - Médias das magnitudes de força horizontal (g) geradas pelas alças em gota construídas segundo as interações entre liga metálica (aço inoxidável (AI) e beta-titânio (BT)), secção transversal (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”) e pré-ativação (0o e 40o).

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1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

Ativação (mm)

Ativação (mm)

19.e13

Gráfico 2 - Médias das magnitudes de força horizontal (g) geradas pelas alças em gota com helicoide construídas segundo as interações entre liga metálica (aço inoxidável (AI) e beta-titânio (BT), secção transversal (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”) e pré-ativação (0o e 40o).

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Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

Dentre as variáveis analisadas nesse estudo, aquela que apresentou uma maior influência na força horizontal produzida pelas alças foi a liga metálica, sendo que a utilização da liga de beta-titânio promoveu uma redução de cerca de 50% na magnitude de força horizontal liberada pelas alças em gota e 54,5% nas alças em gota com helicoide. A secção transversal também produziu uma marcante influência na magnitude de força horizontal liberada pelas alças, sendo que nas alças confeccionadas com fio de aço inoxidável, a secção transversal de 0,017” x 0,025” produziu níveis de força aproximadamente 26% menores que a secção transversal de 0,019” x 0,025”; já nas alças confeccionadas com fio de beta-titânio, essa redução ocorreu em aproximadamente 22,5%. Quanto à pré-ativação, essa demonstrou a menor influência na magnitude de força liberada pelas alças, porém apresentando significância estatística. A realização de dobras de pré-ativação, de maneira geral, promoveu maiores quantidades da força horizontal liberada pelas alças, segundo relatado também por Chen et al.5, Raboud et al.16 e Shimizu et al.21 Entretanto, o aumento da magnitude da força horizontal liberada não foi tão intenso como o observado por esses autores, haja vista que foi realizada uma adequada distribuição das dobras de pré-ativação no sentido ocluso-apical das alças testadas, conforme preconizado por Braun, Garcia1 e Halazonetis7. Esses maiores níveis de força horizontal liberados pelas alças pré-ativadas podem ser explicados pelo fato que, muitas vezes, o estado de ativação neutra da alça é bastante difícil de ser alcançado3, pois as alças pré-ativadas, após serem inseridas nos braquetes dos dentes de suporte, podem apresentar certas deformações inerentes à realização das dobras de pré-ativação (como por exemplo, o intercruzamento de suas hastes verticais e o consequente encurtamento da distância interbraquetes), e assim propiciarem o surgimento de forças residuais prévias à sua ativação. Outro aspecto relevante a ser observado é a proporção M/F produzida pelas alças. A proporção M/F é a relação entre a quantidade de momento e de força aplicada ao dente, considerando o centro de resistência e determinando, dessa forma, o centro de rotação. Trata-se de uma das mais importantes características do dispositivo de fechamento de espaços, pois é ela

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que determina o centro de rotação e, portanto, a maneira pela qual o dente se movimentará. Ao investigarem a relação entre a proporção M/F e os centros de rotação dentária, Tanne et al.23 puderam observar que a proporção M/F necessária para o movimento de correção radicular em um dente unirradicular foi de 9,53, tendo como centro de rotação a margem incisal. Para o movimento de translação, a proporção M/F necessária foi de 8,93, e de 6,52 para o movimento de inclinação controlada (com centro de rotação no ápice). Valores abaixo de 6,52 produziriam somente movimentação dentária por inclinação descontrolada. Observando os resultados apresentados nas Tabelas 3 e 4, constata-se que todas as configurações de alças em gota avaliadas produziram magnitudes de proporção M/F relativamente baixas quando ativadas, o que permitiria apenas movimento por inclinação descontrolada. Foi isso o que aconteceu com as alças em gota. Todas as configurações de alças em gota com helicoide não produziram magnitudes muito elevadas de proporção M/F. No entanto, as alças em gota com helicoides de aço inoxidável e as alças em gota com helicoide 0,019” x 0,025” de beta-titânio pré-ativadas em 40°, na ativação de 1,0mm, geraram valores médios de proporção M/F suficientes para a realização de movimento de inclinação controlada. Com base nos resultados apresentados, verifica-se que quando da inserção de dobras de pré-ativação, as alças testadas nesse estudo produziram baixas magnitudes de proporção M/F, insuficientes para a promoção dos movimentos de translação e correção radicular, importante na mecânica de fechamento de espaços. Na ausência de dobras de pré-ativação, a proporção M/F gerada foi ainda menor, onde todas as alças permitiriam somente a ocorrência do movimento de inclinação descontrolada quando ativadas, conforme demonstrado nos Gráficos 3 e 4. Dentre as variáveis analisadas nesse estudo, aquela que apresentou uma maior influência na proporção M/F produzida pelas alças foi a pré-ativação, onde as alças pré-ativadas em 40° produziram magnitudes de proporção M/F significativamente maiores que as alças sem dobras de pré-ativação. A outra variável que apresentou certa influência na geração da proporção M/F foi a liga metálica, sendo observado que, em geral, as alças confeccionadas com fio de aço inoxidável produziram valores de proporção M/F superiores.

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Thiesen G, Shimizu RH, Valle CVM, Valle-Corotti KM, Pereira JR, Conti PCR

300 250 200 150 100 90 80 70 60 50 40 30 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

Al 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40°

AI 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0°

Proporção MF

Proporção MF

AI 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0°

0,0

1,0

2,0 3,0 Ativação (mm)

4,0

5,0

300 250 200 150 100 90 80 70 60 50 40 30 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0

0,0

1,0

Al 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40°

2,0 3,0 Ativação (mm)

4,0

5,0

Gráfico 3 - Médias das magnitudes de proporção momento/força (mm) geradas pelas alças em gota construídas segundo as interações entre liga metálica (aço inoxidável [AI] e beta-titânio [BT]), secção transversal (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”) e pré-ativação (0o e 40o)

Gráfico 4 - Médias das magnitudes de proporção momento/força (mm) geradas pelas alças em gota com helicoide construídas segundo as interações entre liga metálica (aço inoxidável [AI] e beta-titânio [BT]), secção transversal (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”) e pré-ativação (0o e 40o).

Quanto à secção transversal, essa apresentou uma influência muito pequena no que se refere à magnitude de proporção M/F gerada pelas alças ortodônticas para fechamento de espaços. Para o grupo das alças em gota com helicoide, os corpos de prova confeccionados com fio de 0,019” x 0,025” produziram, em geral, maiores níveis de proporção M/F. Para o grupo das alças em gota. As maiores proporções M/F geralmente foram produzidas pelos corpos de prova confeccionados com fio 0,017” x 0,025”. Em termos gerais, a secção transversal do fio e o módulo de elasticidade da liga metálica apresentam poucos efeitos na proporção M/F gerada pelas alças de fechamento sem pré-ativações. Entretanto, a utilização de ligas metálicas com menores módulos de elasticidade, como por exemplo o beta-titânio, permitiria a incorporação de dobras de pré-ativações numa maior intensidade, tornando esta a liga de eleição quando objetiva-se um aumento da proporção M/F. Nesse estudo, as alças em gota e em gota com helicoide de beta-titânio tiveram valores de proporção M/F menores que as alças em gota e em gota com

helicoide de aço inoxidável, em virtude da inserção de uma igual quantidade de pré-ativação. Entretanto, as alças de beta-titânio podem vir a apresentar maiores valores de proporção M/F, uma vez que essa liga permite a inserção de dobras de pré-ativação com intensidades 100% maiores que as inseridas nas alças de aço inoxidável, sem que sofram deformações permanentes quando ativadas13. Portanto, na necessidade de magnitudes de proporção M/F mais elevadas, poder-se-ia aumentar a intensidade das dobras de pré-ativação dessas alças, tomando sempre cuidado para não se elevarem drasticamente os valores da força horizontal. Essa mesma intensidade de pré-ativação das alças em aço inoxidável e beta-titânio foi realizada no presente estudo puramente para fins comparativos, uma vez que anteriormente não existia na literatura ortodôntica dados relativos à intensidade de pré-ativação preconizada para estes desenhos de alças confeccionadas com beta-titânio, assim como também os sistemas de forças produzidos por tais configurações de alças, com qualquer grau de pré-ativação. Para o aço inoxidável, a literatura preconiza a realização de dobras de

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Determinação dos sistemas de forças produzidos por configurações diversas de alças ortodônticas em forma de gota

Al 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40°

425

400

400

375

375

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350

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325

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300

275

Relação C/D

Relação C/D

425

AI 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0°

250 225 200

275 225 200

175

175 150

125

125

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100

75

75

50

50

25

25 1,0

2,0 3,0 Ativação (mm)

4,0

0

5,0

Al 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 40° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 40°

250

150

0

AI 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° Al 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,017” x 0,025” pré-ativ. 0° BT 0,019” x 0,025” pré-ativ. 0°

1,0

2,0

3,0 Ativação (mm)

4,0

5,0

Gráfico 5 - Médias das magnitudes de relação carga/deflexão (g/mm) geradas pelas alças em gota construídas segundo as interações entre liga metálica (aço inoxidável [AI] e beta-titânio [BT]), secção transversal (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”) e pré-ativação (0o e 40o).

Gráfico 6 - Médias das magnitudes de relação carga/deflexão (g/mm) geradas pelas alças em gota com helicoide construídas segundo as interações entre liga metálica (aço inoxidável [AI] e beta-titânio [BT]), secção transversal (0,017” x 0,025” e 0,019” x 0,025”) e pré-ativação (0o e 40o).

pré-ativação de aproximadamente 20° de cada lado da alça, totalizando, assim, de 40 a 45°, a fim de alcançar uma proporção M/F apropriada4,15,16,21. Além das características já salientadas, a taxa de dissipação de força horizontal promovida pela alça ao longo de sua desativação, a qual é chamada de relação C/D, constitui um aspecto de grande interesse para a avaliação das propriedades biomecânicas das alças de fechamento de espaços. Uma relação C/D baixa é importante numa alça, uma vez que isso possibilita ao ortodontista a aplicação de forças leves, constantes e controladas. Alças com alta relação C/D geram níveis de força horizontal excessivos, dissipando sua força de maneira bastante rápida e dificultando o estabelecimento de magnitudes de força desejadas. Pôde-se observar pelos resultados apresentados nas Tabelas 5 e 6 que, de maneira geral, a relação C/D gerada pelas alças em gota e em gota com helicoides sofreu maior influência da liga metálica, onde o aço inoxidável apresentou maior relação C/D quando comparado ao beta-titânio. Quanto às variáveis secção

transversal e pré-ativação, as alças confeccionadas com fio de 0,019” x 0,025”, bem como aquelas com pré-ativação de 40°, apresentaram maiores valores de relação C/D. Constata-se, ainda, que as menores magnitudes de relação C/D foram produzidas, de maneira geral, pelas alças em gota com helicoide. O aumento da quantidade de fio na configuração do desenho dessas alças influencia as qualidades elásticas das mesmas, diminuindo, assim, as magnitudes de força liberadas e, consequentemente, sua relação C/D. Entre as variáveis analisadas nesse estudo, aquela que apresentou uma maior influência na relação C/D produzida pelas alças foi a liga metálica, seguida pela secção transversal e, por último, a pré-ativação. Nota-se que a relação C/D é uma propriedade relativamente constante, demonstrando uma tendência a diminuir suavemente à medida que aumenta a ativação das alças de fechamento (Gráf. 5, 6). Ao analisar isoladamente a presença de helicoides no sistema de forças das alças de fechamento testadas no presente estudo, foi observada uma redução na

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geração das magnitudes de força horizontal de aproximadamente 23% para a configuração em gota de aço inoxidável e de aproximadamente 30% para a configuração em gota de beta-titânio. Com a redução das magnitudes de força horizontal pela incorporação de helicoides no desenho das alças de fechamento, concomitantemente ocorreu a redução nos níveis de relação C/D, praticamente nos mesmos patamares. No que se refere às magnitudes de proporção M/F, a adição de helicoides ao desenho das alças ocasionou maiores magnitudes quando da utilização desse desenho. Os resultados desse estudo demonstraram que as alças em gota e em gota com helicoides podem facilmente produzir níveis de força que são elevados o suficiente para promover a movimentação dentária. Adicionalmente, devido a sua baixa proporção M/F, o movimento dentário resultante é de inclinação, e não de translação ou correção radicular. Para aumentar a magnitude do momento gerado, dobras de pré-ativação podem ser inseridas, porém, a intensidade das dobras realizadas no presente estudo se mostrou insuficiente para elevar satisfatoriamente a proporção M/F. Observa-se, assim, que o desempenho biomecânico das alças ortodônticas para fechamento de espaços depende de uma série de fatores inerentes às configurações apresentadas por esses dispositivos. CONCLUSÕES a) De maneira geral, as alças em gota com helicoide produziram menores magnitudes de força horizontal e relação C/D do que as alças em gota. Na pré-ativação em 40°, a ativação de algumas alças

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em gota com helicoide geraram proporções momento/força elevadas o suficiente para permitir a ocorrência dos movimentos de inclinação descontrolada e inclinação controlada, enquanto que as alças em gota permitiriam apenas movimento por inclinação descontrolada. Na ausência de dobras de pré-ativação, todas as alças produziram baixas magnitudes de proporção momento/força, as quais permitiriam somente movimento de inclinação descontrolada quando ativadas. b) Analisando separadamente o efeito das variáveis secção transversal, pré-ativação e liga metálica quanto aos sistemas de forças produzidos, foi possível concluir que: » O aumento da secção transversal do fio ortodôntico utilizado para a confecção da alça de fechamento promoveu um aumento na magnitude da força horizontal e da relação C/D, propiciando pequeno efeito na proporção M/F gerada pelas alças. » A inserção de dobras de pré-ativação nas alças ocasionou um aumento nos valores da proporção M/F, força horizontal e relação C/D. » Quanto à liga metálica, as alças confeccionadas com beta-titânio testadas nesse estudo produziram menores magnitudes de força horizontal, relação C/D e proporção M/F. c) Dentre todas as variáveis analisadas, aquela que apresentou uma maior influência na força horizontal e na relação C/D produzidas pelas alças foi a liga metálica. Já a proporção M/F mostrou ser influenciada em maior grau pela pré-ativação das alças de fechamento.

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© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

19.e18

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):19.e1-18


artigo online*

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas Janine Soares Cavalcante1, Marcelo de Castellucci e Barbosa2, Marcio Costa Sobral2

Foram realizadas fotografias digitais padronizadas nos tempos T0 – antes do processo de pigmentação, com as ligaduras em estado normal; e T1 – após o processo de pigmentação, que durou 5 dias. A solução de pigmentação utilizada foi composta por saliva artificial e alimentos que possuem potencial de coloração. No tempo T1, as ligaduras se encontravam em estado distendido e em estado normal (sem distensão). Os resultados encontrados demonstraram que ligaduras elásticas estéticas são suscetíveis à pigmentação. Dentre as marcas comerciais avaliadas, a TP Orthodontics e American Orthodontics transparente foram as mais estáveis. Já a Unitek/3M pérola demonstrou alterações estatisticamente significativas em todas as variáveis avaliadas. Dessa forma, os autores concluem que as ligaduras estéticas avaliadas apresentam propensão à pigmentação, não havendo diferença entre essas quanto ao seu estado durante o processo de pigmentação, se distendidas ou não, com exceção da marca TP Orthodontics na coloração transparente e incolor, que pigmentou mais quando distendida. Apesar da presente tendência à pigmentação, as ligaduras da TP Orthodontics e da American Orthodontics transparente e incolor se mostraram mais estáveis quanto à suscetibilidade à alteração de cor. Do outro lado, observou-se grande propensão à pigmentação na marca Unitek/3M de coloração pérola.

Resumo do editor O aumento da procura por um tratamento que vise uma estética mais agradável fez com que a aparelhagem fixa apresentasse acessórios estéticos, como os elásticos com coloração semelhante à dos braquetes estéticos. Com o anseio da permanência estética durante o maior tempo possível, e supondo que esses materiais elastoméricos sofrem pigmentação quando em contato com alguns tipos de alimentos, torna-se importante a avaliação da suscetibilidade à pigmentação desses materiais frente a tais alimentos. Dessa forma, o objetivo dos autores com o presente estudo foi avaliar, de forma laboratorial, a suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas estéticas (transparentes incolores e da cor pérola) de diferentes marcas comerciais. Para tal, foram avaliadas 60 ligaduras divididas em 12 grupos, de acordo com a marca comercial utilizada e a condição normal e distendida. Os grupos foram divididos em: Morelli transparente, TP Orthodontics transparente, American Orthodontics transparente, Unitek/3M transparente, American Orthodontics pérola e Unitek/3M pérola, separados quanto à condição normal e distendida (n = 5). A avaliação das mudanças de coloração foi realizada por meio de fotografia digital e análise computadorizada usando o programa Adobe Photoshop.

Como citar este artigo: Cavalcante JS, Castelluci e Barbosa M, Sobral MC. Evalu-

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

ation of the susceptibility to pigmentation of orthodontic esthetic elastomeric ligatures. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):20.

Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, UFBA.

1 2

Professor, curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial, UFBA.

Enviado em: 11 de agosto de 2009 - Revisado e aceito: 17 de dezembro de 2010 Endereço para correspondência: Janine Soares Cavalcante

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

Rua Eucalipto, 30 – Cond. J. do Horto – Gruta de Lourdes CEP: 57052-890 – Maceió/Alagoas. E-mail: janinescavalcante@yahoo.com.br

20

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artigo inédito

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas Janine Soares Cavalcante1, Marcelo de Castellucci e Barbosa2, Marcio Costa Sobral2

Objetivo: avaliar alterações da pigmentação de ligaduras elásticas estéticas após imersão em solução de pigmentação. Métodos: Sessenta ligaduras foram selecionadas e divididas em doze grupos de acordo com a marca comercial utilizada e nas condições normal e distendida. Os grupos foram divididos em: Morelli transparente, TP Orthodontics transparente, American Orthodontics transparente, Unitek/3M transparente, American Orthodontics pérola e Unitek/3M pérola, separados quanto à condição normal e distendida, totalizando 5 ligaduras em cada condição. A avaliação das mudanças de coloração foi realizada por meio de fotografia digital e análise computadorizada usando o programa Adobe Photoshop. Foram realizadas fotografias digitais padronizadas nos tempos T0 – antes do processo de pigmentação, com as ligaduras em estado normal; e T1 – após o processo de pigmentação, que durou cinco dias. A solução de pigmentação utilizada foi composta por saliva artificial e por alimentos que possuem potencial de coloração. No tempo T1, as ligaduras se encontravam em estado distendido e em estado normal (sem distensão). Resultado: os resultados do presente estudo demonstraram que ligaduras elásticas estéticas são suscetíveis à pigmentação. Dentre as marcas comerciais avaliadas a TP Orthodontics e American Orthodontics transparente foram as mais estáveis. Já a Unitek/3M pérola demonstrou alterações estatisticamente significativas em todas as variáveis avaliadas. Conclusão: ligaduras elásticas estéticas são suscetíveis à pigmentação, não havendo diferença estatisticamente significativa entre o estado normal e o estado distendido, com exceção na marca TP Orthodontics. A marca Unitek/3M pérola demonstrou ser a que apresenta maior potencial para pigmentação. Palavras-chave: Estética. Pigmentação. Fotografia. Ligadura.

Como citar este artigo: Cavalcante JS, Castelluci e Barbosa M, Sobral MC. Evalu-

Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial, UFBA. 2 Professor, curso de Especialização em Ortodontia e Ortopedia Facial, UFBA. 1

ation of the susceptibility to pigmentation of orthodontic esthetic elastomeric ligatures. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):20.e1-8.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

20.e1

Enviado em: 11 de agosto de 2009 - Revisado e aceito: 17 de dezembro de 2010 Endereço para correspondência: Janine Soares Cavalcante Rua Eucalipto, 30 – Cond. J. do Horto – Gruta de Lourdes CEP: 57052-890 – Maceió/Alagoas. E-mail: janinescavalcante@yahoo.com.br

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):20.e1-8


artigo inédito

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas

INTRODUÇÃO Com o passar dos anos, o senso crítico dos pacientes tornou-se mais aguçado e, assim, a aparência estabelecida durante o tratamento com aparelhagem fixa ortodôntica tem se tornado uma exigência muito comum entre os pacientes, principalmente os adultos8. Toda essa preocupação com a estética durante o tratamento ortodôntico tem estimulado a utilização, cada vez mais frequente, de braquetes, fios e ligaduras elásticas estéticas. O aumento da procura por um tratamento que visando uma estética mais agradável, fez com que a aparelhagem fixa apresentasse acessórios estéticos, como os elásticos com coloração semelhante à dos braquetes estéticos. Esses elásticos, ou ligaduras, apresentam algumas vantagens, como propriedade de memória elástica, são de fácil colocação, são biocompatíveis, motivam o paciente durante o tratamento ortodôntico, além de serem confortáveis19,23, com menor risco de causar danos à mucosa bucal18,25. No entanto, apresentam algumas desvantagens, como alterações em suas propriedades físicas quando expostas a ambientes úmidos13,14, degradação na quantidade de força liberada ao longo do tempo de utilização1, promove um pobre assentamento do arco durante aplicação de torque ou correção de giro5,23. Em relação às ligaduras metálicas, as ligaduras elásticas apresentam problemas de higienização, pois o acúmulo de placa ao redor do braquete é maior18,23,25. As ligaduras elásticas podem ser fabricadas com dois tipos de materiais: látex ou elásticos sintéticos. Os de látex, ou borracha, são obtidos a partir da extração vegetal18. Já os elásticos sintéticos ou elastoméricos, também chamados de plásticos, são produzidos a partir de materiais poliuretanos derivados do petróleo, carvão e alguns álcoois vegetais18,19,20. Dentre as várias características das borrachas de látex, a mais conveniente é sua resiliência, enquanto que a limitação mais significativa é o inchaço e pigmentação que ocorre devido à penetração de fluídos e bactérias ao vácuo da matriz da borracha25, diminuindo a vida útil do material. A estrutura básica de repetição dos polímeros que compõem a borracha poliuretânica permite a grande variedade de propriedades físicas para os plásticos25. Entretanto, a composição exata do produto é segredo industrial19,25, e a qualidade desses materiais está na dependência do processo de fabricação empregado22,23. Assim,

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a composição das ligaduras é resultante do grau de tecnologia empregada, refinamento da técnica de obtenção e pela qualidade de matérias-primas utilizadas durante sua confecção22,23. Estas ligaduras, quando expostas ao ambiente bucal, em extensão, absorvem água e saliva, com consequente quebra de suas ligações internas, promovendo uma deformação permanente19. As propriedades físicas e a aparência desses materiais também podem ser afetadas quando expostas às forças da mastigação, e, além da absorção de saliva e fluidos, também ocorre a absorção de pigmentos alimentares2,18,25. Segundo Wong25, os materiais elastoméricos sofrem pigmentação a partir de alguns tipos de comida. Um bom método para medição de cor deve ter características de ser confiável, de fácil uso e capaz de propiciar uma avaliação dos resultados. Por ser um recurso tão vantajoso, a fotografia digital foi se estabelecendo como novo método para medição e análise de cor por meio de programas de computador15,16. No software editor de imagens Adobe Photoshop a imagem pode ser avaliada por meio da ferramenta “histograma”, com os níveis de luminosidade, R,G,B)3,12,21. Com o anseio da permanência estética durante o maior tempo possível, e supondo que esses materiais elastoméricos sofrem pigmentação quando em contato com alguns tipos de alimentos, torna-se importante a avaliação da suscetibilidade à pigmentação desses materiais frente a esses alimentos. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar, num estudo laboratorial, a suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas estéticas (transparentes, incolores e da cor pérola) de diferentes marcas comerciais utilizadas em procedimentos ortodônticos. MATERIAL E MÉTODO Esse foi um trabalho experimental, laboratorial e longitudinal. A amostra total foi composta por 40 ligaduras elásticas transparentes incolores e 20 da cor pérola, todas utilizadas em procedimentos ortodônticos para fixação do fio ortodôntico aos braquetes. As ligaduras elásticas transparentes incolores escolhidas foram das marcas comerciais Morelli, TP Orthodontics, American Orthodontics e Unitek/3M. As ligaduras da cor pérola foram das marcas American Orthodontics e Unitek/3M. Os elásticos foram divididos em doze grupos com 5 ligaduras em cada um, de acordo com a marca comercial utilizada, e na condições normal e dis-

20.e2

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artigo inédito

Cavalcante JS, Barbosa MC, Sobral MC

tendida (com atenção às marcas American Orthodontics e Unitek/3M, que tiveram amostras incolores e pérola). Para a avaliação de cor dos elásticos foram utilizadas fotografias digitais. As fotografias foram obtidas por meio de câmera digital modelo Canon EOS Rebel XT, com resolução de 6,8 megapixels e profundidade de cor de 12 bits. Os registros das imagens foram feitos no modo manual, com as seguintes configurações de ajuste: velocidade 5 (0,2 segundos), diafragma com abertura em 11’’, posicionamento (altura) da máquina na haste da estativa com distância de 36cm, ISO 100, sem flash, modo selftimer, com disparo após 10 segundos, armazenamento de imagem no formato RAW. A lente utilizada foi a Canon EF-S 60mm, 1:2.8 macro, em ambiente com total ausência de luz natural, sob iluminação proveniente de negatoscópio Portable Transparency Viewer 4050v (Visual Plus). O negatoscópio encontrava-se posicionado sobre a mesa estativa da marca Atek (Fig. 1), e, acima dele, a ligadura era colocada sob foco da câmera. A câmera foi fixada em uma haste perpendicular à mesa do conjunto estativo, sendo a distância foco-objeto pré-determinada em 9cm. O elástico foi posicionado na mesa do conjunto estativo de forma que a circunferência do elástico ficasse superposta a um ponto no centro da referência do visor da câmera. As imagens (Fig. 2) foram transferidas para o computador por meio do programa File View Utility, em formato RAW, sendo posteriormente convertidas e armazenadas no formato TIFF de 8 bits. Posteriormente, as imagens foram analisadas no editor de imagens Adobe Photoshop CS2 versão 9.0. Nesse programa, sob um zoom de 100%, uma área de 0,3cm de largura por 0,3cm de altura foi determinada na circunferência do elástico (Fig. 3). As cores presentes nesta área foram avaliadas com a função histograma, por meio dos níveis de Luminosidade (L), Vermelho (R), Verde (G), Azul (B) e RGB. A medição de cores por meio do modelo RGB é feita por meio de valores numa escala de 0 a 255, que representam a mistura exata de determinada cor. Esses valores (0 a 255) também servem de guia para ajustar a cor e a tonalidade da imagem nos níveis em conjunto (RGB) ou separadamente, o R, o G e o B de cada vez. Quanto mais próximo o valor de 0, mais escura é a imagem analisada, logo, quanto mais próximo de 255, mais clara ou mais próxima da cor branca é a imagem. Assim, determinada substância pode ser analisada e julgada mais clara ou escura em relação a esses valores encontrados.

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20.e3

Figura 1 - Câmera em posição no conjunto estativo.

Figura 2 - Ligadura antes do processo de pigmentação.

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artigo inédito

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas

Figura 3 - Imagem do programa Adobe Photoshop CS2 versão 9.0.

Figura 4 - Dispositivo utilizado para distender as ligaduras.

Antes do início do experimento, foi realizado teste de repetitividade das fotografias, com o objetivo de determinar a confiabilidade do método utilizado no experimento. Para isso, foram utilizadas quatro ligaduras de marcas comerciais diferentes. Cada elástico foi fotografado três vezes por dia, durante oito dias, totalizando 96 fotografias. Nesse intervalo de tempo, as ligaduras foram armazenadas em geladeira para que não fosse comprometido o resultado final do teste. Esse foi realizado com as mesmas premissas do experimento. Os dados obtidos no teste de repetitividade foram analisados estatisticamente por meio da análise de variância (ANOVA), para saber se a variabilidade entre as diferentes medidas seriam estatisticamente significativas. A partir dos valores obtidos e testados, foi confirmada a validação e reprodutibilidade do método empregado, podendo, então, dar-se início ao experimento. Cada elástico foi separado em recipientes individuais que determinavam o grupo a que pertenciam. Também houve separação dos grupos que iriam se submeter à pigmentação em estado normal (sem estar distendida) e grupos em distensão. Todos os elásticos foram mantidos em condições recomendadas pelos fabricantes e manipulados com auxílio de uma pinça clínica. Trinta elásticos (5 de cada marca comercial) foram fotografados. Foi realizada uma fotografia para cada elástico em estado normal, totalizando 30 fotografias no T0 – antes do processo de pigmentação. Para testar a suscetibilidade à pigmentação dos elásticos, uma solução composta por 250ml de café, 250ml de chá preto, 250ml de vinho tinto, 250ml do refrigerante Coca-Cola sem gás, 250ml de infusão de fumo

de rolo e 250ml de saliva artificial10 foi preparada. Essa solução foi homogeneizada e armazenada em estufa da marca Biomatic, a 37°C, por 48 horas. Os 60 elásticos referentes aos grupos foram, então, imersos nessa solução de pigmentação e mantidos na estufa a 37°C por 5 dias. Trinta ligaduras foram imersas em seu estado normal. As demais 30 ligaduras foram distendidas por meio de um dispositivo que reproduzia grau semelhante de distensão quando essas são inseridas a um braquete (Fig. 4) e, logo em seguida, imersas na solução juntamente com o dispositivo. Removidas da solução de pigmentação, as ligaduras distendidas foram removidas do dispositivo utilizado para distendê-las. Todos os elásticos foram lavados com água destilada por um minuto, secos com jato de ar e submetidos à nova sequência de fotografias, totalizando 60 fotografias no tempo T1. Dando sequência, foi feita avaliação por meio do programa Adobe Photoshop, sob as mesmas condições descritas anteriormente.

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RESULTADO Obtidos os valores médios de L, R, G, B e RGB para cada grupo, foi realizado o teste ANOVA para verificar se a diferença entre as variáveis era estatisticamente significativa entre os grupos estudados. Uma vez obtido o resultado positivo para ANOVA (p = 0,000), realizou-se o teste t de student para determinar a diferença entre as médias de L, R, G, B e RGB dos grupos. Ambos os testes foram realizados nos tempos T0 e T1, com as ligaduras em estado normal e distendido. Os valores encontrados para cada marca comercial nos tempos T0 e T1 podem ser observados nas Tabelas de 1 a 3.

20.e4

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artigo inédito

Cavalcante JS, Barbosa MC, Sobral MC

Pode-se observar em T0 diferença estatísticamente significativa em todas as variáveis entre as ligaduras: vermelho, verde, azul, luminosidade e RGB. Em T1 sem a presença de distensão, também se observou diferença estatística importante entre os elásticos em todas as condições. Em T1 com a presença de distensão, o resultado foi similar ao grupo com ausência de distensão, observando-se diferença estatística entre os grupos. Cada grupo foi submetido ao teste t de Student, que avaliou a variação de cor por meio da diferença absoluta

das médias do RGB (ΔRGB) entre os tempos T0 e T1, nas condições normal e distendida (Gráf. 1, 2). Os valores encontrados indicam que todas as marcas de ligaduras apresentaram suscetibilidade à pigmentação. As marcas Morelli, American Orthodontics, Unitek/3M, TP Orthodontics e American Orthodontics pérola apresentaram comportamento similar, tanto no estado normal quanto na distensão. Foi destacável o desempenho da marca Unitek/3M pérola, a qual obteve o maior valor da variação do RGB (ΔRGB), apresentando a maior alteração de cor.

Tabela 1 - Média e desvio-padrão dos valores de vermelho, verde, azul, luminosidade e RGB em T0, segundo tipo de elástico. Vermelho

Verde

Azul

Luminosidade

RGB

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Morelli

240,00 ± 1,66

242,18 ± 1,49

240,54 ± 1,72

241,34 ± 1,56

240,91 ± 1,62

American Orthodontics

239,66 ± 2,82

241,84 ± 2,53

240,16 ± 3,17

240,96 ± 2,65

240,54 ± 2,68

Unitek

222,34 ± 1,57

224,72 ± 1,50

220,34 ± 1,87

223,44 ± 1,54

222,45 ± 1,61

TP

241,05 ± 1,18

243,24 ± 1,00

241,78 ± 1,17

242,42 ± 1,07

242,02 ± 1,11

American Orthodontics pérola

160,93 ± 1,32

160,47 ± 1,53

136,15 ± 2,45

157,93 ± 1,52

152,56 ± 1,60

Unitek pérola

169,94 ± 1,32

172,33 ± 1,01

165,99 ± 1,00

170,92 ± 1,10

169,42 ± 1,10

Elástico

Tabela 2 - Média e desvio-padrão dos valores de vermelho, verde, azul, luminosidade e RGB em T1, sem distensão, segundo tipo de elástico. Vermelho

Verde

Azul

Luminosidade

RGB

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Morelli

230,19 ± 1,25

233,47 ± 1,04

213,42 ± 1,57

230,29 ± 0,98

225,60 ± 0,72

American Orthodontics

233,04 ± 2,87

236,58 ± 2,74

226,81 ± 2,38

234,45 ± 2,74

232,26 ± 2,78

Elástico

Unitek

211,29 ± 3,59

213,64 ± 3,66

193,78 ± 5,16

210,75 ± 3,78

206,24 ± 4,08

TP

232,20 ± 0,62

235,40 ± 0,59

224,86 ± 0,57

233,28 ± 0,59

230,82 ± 0,58

American Orthodontics pérola

151,12 ± 3,37

146,09 ± 3,44

103,48 ± 3,12

142,91 ± 3,91

133,42 ± 3,31

Unitek pérola

139,92 ± 1,83

136,89 ± 1,61

108,43 ± 1,34

134,67 ± 1,48

128,42 ± 1,35

Tabela 3 - Média e desvio-padrão dos valores de vermelho, verde, azul, luminosidade e RGB no T1, com distensão, segundo tipo de elástico. Vermelho

Verde

Azul

Luminosidade

RGB

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Média ± D.P.

Morelli

229,08 ± 1,80

231,63 ± 1,55

202,72 ± 1,39

227,69 ± 1,39

221,14 ± 1,40

American Orthodontics

229,92 ± 2,33

233,31 ± 2,26

218,12 ± 4,47

230,62 ± 2,38

227,11 ± 2,73

Elástico

Unitek

210,21 ± 1,54

211,10 ± 1,04

186,95 ± 1,62

208,16 ± 1,16

202,75 ± 1,23

TP

228,63 ± 0,88

231,54 ± 0,71

214,21 ± 1,61

228,77 ± 0,81

224,80 ± 0,97

American Orthodontics pérola

150,55 ± 3,52

146,24 ± 4,05

103,83 ± 4,51

142,85 ± 3,91

133,43 ± 3,98

Unitek pérola

140,08 ± 2,53

136,56 ± 1,93

101,42 ± 3,55

133,75 ± 1,99

126,02 ± 2,18

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20.e5

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):20.e1-8


artigo inédito

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas

22,9005 19,762

17,6331

16,6235

13,426

13,6775

21,8931 19,702

17,8534 17,228 16,6026

17,5109

Marcas

kt ra ns pa re nt e

Un ite

er Am

kp ér ol a Un ite

pé ro la ica er Am

TP

9,21893

n

kt ra ns pa re nt e

kp ér ol a

Un ite

Un ite

TP

li or el

Am

er

ica

n

M

tra ns pa re nt e

pé ro la n ica er

19,126

10

2,30947

Am

20

li

12,2138

24,5745

or el

0

16,214

30

M

15,0044

10

20,2142

17,3089 14,2465 15,302 12,5005 11,202 13,2951 8,278 9,90345

tra ns pa re nt e

19,136

43,402 40,7812

n

23,2676

20

46,0228

40

ΔRGB D.P.

30

ΔRGB D.P.

50

43,0741 41,008 38,9419

ica

40

Gráfico 1 - Diferença absoluta (ΔRGB) das médias do RGB das diferentes marcas comerciais nos tempos T0 e T1 na condição normal.

Gráfico 2 - Diferença absoluta (ΔRGB) das médias do RGB das diferentes marcas comerciais nos tempos T0 e T1 na condição distendida.

DISCUSSÃO No intuito de analisar a suscetibilidade à pigmentação das ligaduras estéticas, que favorecem a uma estética mais agradável durante o tratamento, todas as ligaduras do experimento foram avaliadas quantos às variáveis luminosidade, R, G, B e RGB, por meio de fotografia digital e análise computadorizada do programa Adobe Photoshop. Observando os níveis de L, R, G, B e RGB encontrados no tempo T0, a marca TP Orthodontics apresentou maior propensão à pigmentação, seguida da Morelli, American Orthodontics, Unitek/3M, Unitek/3M pérola e American Orthodontics pérola. A diferença encontrada na suscetibilidade à pigmentação entre as marcas comerciais pode indicar a diferente composição desses produtos entre si. Vários estudos corroboram essa afirmação19,22,23,25. Pode-se notar que os valores mais baixos foram encontrados nas ligaduras de cor pérola, mostrando que a presença de pigmentos de cor na composição desses elastômeros propicia um aumento na densidade final do material, promovendo uma alteração da faixa de valores das variáveis analisadas. Em T1, sem distensão, os valores das médias encontradas foram mais baixos quando comparados aos valores em T0, demonstrando que houve pigmentação nas ligaduras. As marcas American Orthodontics e TP Orthodontics indicaram a menor suscetibilidade à pigmentação diante da exposição à solução de pigmentação. Morelli aparece em seguida, apresentando valores muito próximos aos já citados de American e TP Orthodontics, com exceção da variável B (azul), em que Morelli alcançou uma média bem abaixo, mostrando um desempenho estatisticamente diferente (p = 0,002). Na variável R (vermelho) e G (verde), os elásticos American, Morelli e TP tiveram desempenho similar, com valores mais baixos para o American pérola e

o Unitek pérola. Logo, segundo o modelo de cores RGB, a diminuição das médias analisadas indica a presença de pigmentos nas presentes ligaduras. Em T1, com distensão, o resultado foi similar ao encontrado na amostra sem distensão (p = 0,000) (ANOVA), onde os valores das médias da American Orthodontics foram os mais altos e se aproximaram bastante aos valores da TP Orthodontics e da Morelli, e os valores mais baixos para o American pérola e o Unitek pérola. Esses valores vêm demonstrar que não existe diferença entre as ligaduras quanto à presença e ausência de distensão, podendo-se realizar estudos futuros sem a preocupação da variável distensão alterar os valores finais. Avaliando a variável luminosidade, houve variação estatísticamente significativa nos tempos T0 e T1, em todas as marcas. São relevantes os valores mais baixos das ligaduras peroladas nos dois tempos da pesquisa. Segundo o princípio óptico da fluorescência, um objeto tem a capacidade de emitir luz com comprimento de onda diferente da fonte de luz incidente25. Assim, a ligadura, ao ser submetida à luz do negatoscópio, emitiria luz. Porém, devido ao fato das ligaduras peroladas terem uma composição estrutural diferente das transparentes, emitem quantidade de luz inferior àquelas que não apresentam pigmentos de cor. Na variável vermelho (R), todas as marcas comerciais alteraram de cor ao longo do experimento. As marcas mais estáveis apresentaram desempenhos similares nos dois tempos da pesquisa. São elas: American Orthodontics e TP Orthodontics. Contudo, a maior diferença entre T0 e T1 foi da marca Unitek pérola. Tendo em vista que os componentes da solução tendem para o vermelho, isso mostra que houve pigmentação de todos os grupos durante o estudo, revelando valores estatisticamente significativos. Esse achado também

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artigo inédito

Cavalcante JS, Barbosa MC, Sobral MC

foi defendido por Libório, onde foi utilizada a mesma solução de pigmentação para estudar a suscetibilidade de braquetes estéticos à pigmentação e encontrou-se alteração de cor em todas as marcas comerciais avaliadas. Em relação à variação de cor para o verde (G), houve diferença estatística entre o tempo T0 e T1 em todas as marcas. Os valores encontrados em cada marca variavam nos dois tempos analisados. Chamam atenção as marcas Unitek pérola e American Orthodontics pérola em T1 com presença e ausência de distensão. Seus valores podem indicar semelhança na composição dessas duas marcas de ligaduras. Para a variável azul (B), todas as marcas comerciais analisadas mostraram valores numéricos finais menores que os iniciais, comportamento esperado, acompanhando o comportamento das demais variáveis. As marcas American Orthodontics e a TP Orthodontics mantiveram desempenho similar. Nessa cor, o pior desempenho foi da Unitek, seguido da Unitek pérola, como nas outras variáveis. A grande variação do azul (diminuição ampla do valor) pode ser explicada pelo fato do vermelho ter demonstrado apenas uma discreta diminuição. Segundo a formulação de Gomes10, os componentes usados na solução de pigmentação tendem para o vermelho, e essas duas cores se encontram em extremidades opostas no espectro de luz. Como a percepção e interpretação da cor são subjetivas11, uma avaliação numérica isolada das variáveis L, R, G e B poderia não ser suficiente para uma adequada percepção das alterações de cor sofrida por cada marca comercial nessa pesquisa. É importante entender que a variação entre os tempos (Δ) é mais importante do que os valores das médias finais, pois não podemos desconsiderar as características iniciais inerentes do material, que são bastantes relevantes no resultado final. Contudo, mesmo obtendo os valores de Δ, a alteração de coloração encontrada em nossos resultados pode ser mascarada quando essas ligaduras se encontram no ambiente bucal e formam o complexo dente-braquete-ligadura, onde cada elemento, separadamente utilizado, irá influenciar na percepção da alteração de pigmentação das ligaduras. Isso sugere estudos futuros para se determinar a influência da pigmentação das ligaduras no sorriso. Em relação à variação de cor (ΔRGB) entre os tempos T0 e T1, os resultados foram semelhantes na condição normal e distendida. A marca Unitek pérola apresentou maior propensão à pigmentação. As outras ligaduras também sofreram pigmentação, porém todas se encontraram dentro de uma faixa, com valores menores e semelhantes quanto aos valores do Δ nas duas condições testadas.

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As marcas TP Orthodontics e American se mostraram as mais estáveis, apresentando desempenho similar, apesar de a TP Orthodontics ter sido a única a revelar diferença estatística quanto à tendência à pigmentação nas duas diferentes condições. Essa diferença pode ser contestada pelo fato de não ter sido utilizado espectrofotômetro ou colorímetro para a medição, já que esses são instrumentos padrão para a medição de cores7. Limitações em relação ao material analisado estavam presentes, como a necessidade de possuir uma superfície plana com uma extensão e espessura mínima para mensuração de cor4,24. As ligaduras avaliadas, apesar de apresentarem uma superfície polida, não a possuíam plana, assim como a extensão e espessura presentes não eram suficientes para uma correta avaliação com esses instrumentos. Contudo, o método utilizado nessa pesquisa não invalida os resultados encontrados, já que a avaliação digital de cor é bem aceita atualmente16. É de fundamental importância que o profissional conheça o comportamento das ligaduras estéticas antes de utilizá-las, pois aspectos específicos de cor, por exemplo, tipo de dieta e tempo que a ligadura se encontrará no meio bucal, influenciarão na aparência estética final, frustrando muitas vezes a expectativa do paciente. von Fraunhofer et al.9, com seus achados obtidos a partir de um experimento in vitro, afirmam que o comportamento in vivo dos elastômeros pode ser diferente, haja vista a presença de variáveis, como alterações de temperatura no ambiente bucal e força mastigatória. Os resultados desse trabalho dizem respeito apenas à suscetibilidade à pigmentação de ligaduras estéticas avaliadas por um programa de computador. A partir de que ponto essas alterações podem ser notadas no dia a dia e possam incomodar o paciente pode ser pesquisado em outros trabalhos.

20.e7

CONCLUSÃO Os resultados demonstram que as ligaduras estéticas avaliadas apresentam propensão à pigmentação, não havendo diferença entre essas quanto ao seu estado durante o processo de pigmentação, se distendidas ou não, exceto quanto à marca TP Orthodontics na coloração transparente e incolor, que pigmentou mais quando distendida. Apesar da presente tendência à pigmentação, as ligaduras da TP Orthodontics e da American Orthodontics transparente e incolor se mostraram mais estáveis quanto a essa suscetibilidade à alteração de cor. Contráriamente, observou-se grande propensão à pigmentação na marca Unitek/3M de coloração pérola.

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artigo inédito

Avaliação da suscetibilidade à pigmentação de ligaduras elásticas ortodônticas

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artigo online*

Tratamento da má oclusão de Classe II usando aparelho extrabucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática Helder B. Jacob1, Peter H. Buschang2, Ary dos Santos-Pinto3

utilizadas para resumir as rotações, deslocamentos e movimentos dentários associados ao tratamento com o AEB de tração alta. As rotações foram baseadas nas mudanças angulares dos planos palatino e mandibular. Os deslocamentos vertical e horizontal foram baseados nas superposições maxilar e mandibular. Baseados nas informações adquiridas, apenas quatro artigos preencheram os requisitos de inclusão na pesquisa. Todos os artigos relataram deslocamento posterior da maxila e distalização dos molares superiores significativos. Não houve unanimidade para intrusão dos molares e movimento lingual dos incisivos superiores. Nenhum dos quatro artigos mostrou efeitos na posição anteroposterior da mandíbula. Dos três estudos que avaliaram o ângulo do plano palatino, apenas um estudo mostrou rotação horária distinta entre tratados e o controle. De uma forma geral, a literatura confirma que esse aparelho se mostra efetivo no redirecionamento ou limitação do crescimento da maxila. O tratamento com AEB de tração alta introduziu melhoras nas relações esqueléticas e dentárias no sentido anteroposterior. No entanto, não influenciou significativamente as relações esqueléticas verticais.

Resumo do editor A má oclusão de Classe II apresenta origem dentária e/ou esquelética, podendo envolver a deficiência mandibular, o excesso maxilar ou a combinação de ambos. Em pacientes com padrão de crescimento vertical e má oclusão de Classe II, é necessário controlar os efeitos verticais das mecânicas aplicadas. Dentre os aparelhos utilizados com essa finalidade, destaca-se o aparelho extrabucal (AEB) com tração alta, principalmente quando associado à cobertura oclusal. Os efeitos do tratamento desse aparelho ainda não foram avaliados sistematicamente. Dessa maneira, esse estudo objetivou realizar uma revisão sistemática dos trabalhos clínicos que avaliaram os efeitos do AEB com tração alta e cobertura oclusal no tratamento de pacientes com padrão vertical de crescimento e com má oclusão de Classe II. O método incluiu o levantamento da literatura por meio de busca em bancos de dados eletrônicos entre os anos de 1966 a 2008, totalizando 442 trabalhos. Foram selecionados apenas estudos experimentais randomizados ou os que possuíam grupo controle. Figuras baseadas no diagrama de Pitchfork modificado foram

Como citar este artigo: Jacob HB, Buschang PH, Santos-Pinto A. Class II maloc-

* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.

clusion treatment using highpull headgear with a splint: A systematic review. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr; 18(2):21.

Doutor em Ortodontia, FOAr/UNESP. Pós-Doutor em Ortodontia, Texas A&M Health Science Center. 2 Professor, Baylor College of Dentistry, Texas A&M Health Science Center. 3 Professor, Departamento de Ortodontia, FOAr/UNESP. 1

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Enviado em: 1 5 de setembro de 2010 - Revisado e aceito: 22 de outubro de 2011 Endereço para correspondência: Helder Baldi Jacob 3302 Gaston Ave – Baylor College of Dentistry Department of Orthodontics 75206 Dallas/TX – EUA E-mail: hjacob@bcd.tamhsc.edu

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artigo inédito

Tratamento da má oclusão de Classe II usando aparelho extrabucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática Helder B. Jacob1, Peter H. Buschang2, Ary dos Santos-Pinto3

Objetivo: fazer uma revisão sistemática das evidências científicas mostrando a efetividade do aparelho extrabucal com cobertura oclusal associado à tração alta em pacientes com má oclusão Classe II em crescimento. Métodos: um levantamento na literatura foi realizado por meio de pesquisa em bancos de dados eletrônicos, cobrindo o período de janeiro de 1966 a dezembro de 2008, utilizando o Medical Subject Headings (MeSH). Inicialmente, a seleção foi baseada em títulos e resumos; após essa etapa, os artigos potencialmente selecionados foram integralmente observados. Os critérios de inclusão apresentaram pacientes em crescimento, entre 8 e 15 anos de idade, má oclusão de Classe II tratada com aparelhos extrabucais com cobertura oclusal e tração alta, tendo grupo controle também com má oclusão de Classe II. Os estudos selecionados foram avaliados metodologicamente. Resultados: quatro artigos foram selecionados. Nenhum foi estudo controlado randomizado. Os artigos claramente formularam seus objetivos e usaram medidas apropriadas. Os estudos mostraram que houve melhora nas relações esqueléticas e dentárias, deslocamento da maxila distalmente, controle da erupção vertical e distalização dos molares superiores. Um estudo mostrou uma suave inclinação horária do plano palatino. A mandíbula não foi afetada. Conclusão: embora exista falta de forte evidência mostrando os efeitos do aparelho extrabucal com cobertura oclusal, estudos realizados indicaram que a relação anteroposterior melhorou devido à distalização da maxila e dos molares superiores, com pequeno ou nenhum efeito na mandíbula. Uma maior preocupação quanto ao desenho deveria ser dada para melhorar a qualidade de pesquisas com esse tipo de abordagem. Palavras-chave: Ortodontia. Má oclusão de Angle Classe II. Resultado de tratamento.

Doutor em Ortodontia, FOAr/UNESP. Pós-Doutor em Ortodontia, Texas A&M Health Science Center. 2 Professor, Baylor College of Dentistry, Texas A&M Health Science Center. 3 Professor, Departamento de Ortodontia, FOAr/UNESP. 1

Como citar este artigo: Jacob HB, Buschang PH, Santos-Pinto A. Class II malocclusion treatment using highpull headgear with a splint: A systematic review. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr; 18(2):21.e1-7.

Enviado em: 1 5 de setembro de 2010 - Revisado e aceito: 22 de outubro de 2011 Endereço para correspondência: Helder Baldi Jacob 3302 Gaston Ave – Baylor College of Dentistry Department of Orthodontics 75206 Dallas/TX – EUA E-mail: hjacob@bcd.tamhsc.edu

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artigo inédito

Tratamento da má oclusão de Classe II usando Aparelho Extra Bucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática

INTRODUÇÃO A má oclusão de Classe II pode ser dentária e/ ou esquelética, podendo envolver deficiência mandibular, excesso maxilar ou a combinação de ambos1,2. Pacientes hiperdivergentes com má oclusão de Classe II, normalmente apresentam vários problemas dentários e esqueléticos tridimensionais3. Eles apresentam retrognatismo mandibular4, altura facial anterior alongada3, ângulo do plano mandibular aumentado4, ângulo goníaco aumentado3, e proporção da altura facial anterior superior e inferior acima da média5,6,7. Em relação à porção dentária, não é raro apresentarem mordida aberta8,9 e incisivos e molares suprairrompidos em ambas as arcadas3. Os ortodontistas buscam direcionar de várias formas a dimensão vertical dos pacientes hiperdivergentes (bite-blocks, extrações dentárias, mentoneira), sendo, talvez, o aparelho extrabucal (AEB) de tração alta o mais utilizado. O uso de forças verticais extrabucais na modificação do crescimemto maxilar possui uma longa história. O tipo de tração do AEB, bem como a magnitude da força aplicada e a direção da tração, são importantes considerações já demonstradas em estudos anteriores8,9. O AEB com tração alta tem demonstrado modificar o crescimento da maxila10; quando unido a uma cobertura oclusal, ele redireciona para um crescimento mais posterossuperior11,12. Até os dias de hoje, os efeitos do tratamento desse aparelho não foram estudados sistematicamente. O propósito desse estudo foi realizar uma revisão sistemática dos trabalhos clínicos que avaliaram os efeitos do tratamento dos pacientes hiperdivergentes em crescimento, com má oclusão Classe II, em que foram utilizados o AEB com tração alta e cobertura oclusal. A revisão se concentrou em: » Quantidade e direção do crescimento esquelético. » Controle maxilar e mandibular da erupção dos molares. » Efeitos no crescimento vertical e na relação esquelética anteroposterior. Material e MétodoS Para identificar todos os estudos que avaliaram tratamentos com o AEB com tração alta em pacientes com má oclusão Classe II, foi realizado um

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21.e2

levantamento na literatura por meio de busca em bancos de dados eletrônicos — Pubmed e Scopus. A pesquisa englobou o período de janeiro de 1966 a dezembro de 2008, e foram utilizados os termos “orthodontics”, “malocclusion”, “Class II malocclusion”, e “extraoral traction appliance”, por meio do Medical Subject Heading (MeSH). Foram identificados um total de 442 estudos. Foram incluídos apenas estudos experimentais alocados randomizados (RCT), com grupo controle e com pacientes Classe II hiperdivergentes (Tab. 1). Num primeiro momento, nenhuma distinção foi feita entre o AEB com tração alta com cobertura oclusal ou molares bandados. As referências de cada estudo foram revisadas objetivando buscar publicações adicionais relevantes que possam não ter sido encontradas nas buscas nos bancos de dados eletrônico. Seguindo as recomendações de Petrén et al.13, os artigos foram descritos baseados no delineamento do estudo, tamanho da amostra, distribuição masculina e feminina, idade dos grupos, tipo do tratamento ortodôntico, duração do tratamento, sucesso e na conclusão dos autores (Tab. 2). Para documentar a validade do método de cada artigo, foi utilizada uma versão modificada da qualidade da avaliação descrita por Antczak et al.14,15, (Tab. 3). A adequação da amostra foi determinada baseada na análise post-hoc da primeira variável utilizada em cada estudo para avaliar os efeitos anteroposteriores na maxila. A qualidade do resultado total foi baseada na designação de um ponto para cada “sim”na tabela, nenhum ponto para cada “não”, e um ponto para cada estudo com grupo controle. Estudos retrospectivos e prospectivos receberam zero e um ponto, respectivamente. O número total de pontos possíveis foi 10. Foram utilizadas figuras de diagramas modificados de Pitchfork para resumir as rotações, deslocamentos e movimentos dentários associados ao tratamentos com o AEB com tração alta. As rotações foram baseadas nas mudanças angulares dos planos palatino e mandibular. Os deslocamentos vertical e horizontal da maxila e da mandíbula foram baseados nas superposições maxilar e mandibular. Estimativas foram baseadas nas médias dos quatro estudos que promoveram movimento dentário, baseado na superposição maxilar e mandibular.

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artigo inédito

Jacob HB, Buschang PH, Santos-Pinto A

Tabela 1 - Critérios de inclusão e exclusão usados na seleção dos artigos. Critérios de inclusão

Critérios de exclusão

• Metanálises, RCT, estudos prospectivo e retrospectivo

• Casos clínicos, série de casos clínicos, estudos descritivos, artigos de

• Artigos publicados entre janeiro de 1966 e dezembro de 2008

opiniões ou apenas resumos

• Estudos com má oclusão Classe II

• Estudos realizados em modelos de gesso

• Estudos que envolveram pacientes em crescimento (8 a 15 anos de idade)

• Estudos em animais ou laboratoriais

• Estudos que utilizaram AEB com tração alta, com splint maxilar ou molares

• Tratamentos combinados • Aparelhos fixos parciais ou totais

bandados • Com dados cefalométricos fornecidos

• Pacientes que apresentavam problemas de ATM • Trabalhos sem grupo controle ou grupo controle com má oclusão que não fosse Classe II

Figura 2 - Resumo dos dados dos artigos incluídos na revisão. Autor e

Desenho

Tamanho

ano

do estudo

da amostra

Homens

Idade

Tratamento

Duração do

ortodôntico

tratamento

Taxa de sucesso

AEB:

A dentição maxilar foi inclinada

M=10,23a

Caldwell et al.12

CCT

(1984)

47 AEB

AEB: 45%

52 GC

GC: 52%

AEB com

F=10,19a GC: M=10,36a

Conclusão dos autores

cobertura oclusal (splint)

Entre 4 e 20

Não declarado

(meses)

(100% - implícito)

e deslocada para distal, e o desenvolvimento para baixo e para frente foi inibido ou levemente revertido

F=10,21a AEB:

Martins et al.18

CCT

(2008)

AEB: 24%

17 GC

GC: 47%

AEB com

8,61a

cobertura

GC:

oclusal (splint)

8,9a AEB:

Orton et al.

CCT

19

(1992)

26 AEB

AEB: 42%

11,4a

26 GC

GC: 42%

GC:

AEB com cobertura oclusal (splint)

11a AEB:

Üner, YücelEroğlu

17 AEB

CCT

20

(1996)

13 AEB

AEB: 46%

10,76a

13 GC

GC: 46%

GC: 10,39a

AEB com cobertura oclusal (splint)

AEB: 1,70(a)

Não declarado

CG:

(100% - implícito)

O AEB corrigiu a Classe II, principalmente por causa de mudanças dentoalveolares

1,40(a)

Leve restrição em ambos os planos

AEB: 1,1(a)

Não declarado

sagital e vertical foram observados

CG:

(100% - implícito)

mostrando que o principal efeito foi nos dentes maxilares

1,7(a)

O AEB revelou que o splint

AEB:

teve efeitos ortodônticos e

11,00 (meses)

84%

GC:

ortopédicos no padrão de crescimento das estruturas dento-

11,31 (meses)

esqueléticas

Figura 3 - Avaliação da qualidade dos quatro estudos selecionados (CCT: estudo clínico controle ou clínico experimental com grupo controle).

Autor e ano

Caldwell et al.

Método de

Análise

Descrição

estatísti-

da análise

ca ade-

do erro do

quada

método

Retrospectivo

Não

Não

Não

4

Sim

Prospectivo

Sim

Sim

Não

7

Sim

Sim

Retrospectivo

Sim

Não

Não

6

Sim

Sim

Retrospectivo

Sim

Sim

Não

7

Objetivo

Desenho

Descrição

Tamanho

claramente

do

da amostra

da amostra

formulado

estudo

adequada

adequado

Sim

CCT

Não

Sim

Sim

Sim

CCT

Sim

Sim

Sim

CCT

Sim

Sim

CCT

Sim

mensuração apropriado

Estudo retrospectivo/ prospectivo

Medição cega

Total

(Blind)

12

(1984) Martins et al.18 (2008) Orton et al.19 (1992) Üner, Yücel-Eroğlu20 (1996)

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artigo inédito

Tratamento da má oclusão de Classe II usando Aparelho Extra Bucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática

Resultados Com base nas informações adquiridas nos títulos e nos resumos dos 442 artigos identificados, todos, com exceção de 17 artigos, foram eliminados por inúmeras razões (Fig. 1). As razões principais para exclusão foram: diferentes tipos de aparelhos utilizados (AEB com tração alta associado com aparelho funcional ou braquetes), direção da força aplicada (cervical ou combinação de tração), falta ou ausência de dados cefalométricos e descrições dos casos clínicos. Dos 17 estudos identificados, apenas quatro utilizaram pacientes Classe II sem tratamento como grupo controle12,16-20. O tamanho das amostras dos grupos tratados variou de 13 a 47, com números comparáveis de grupo controle (Tab. 2). Enquanto a proporção de sexo variou de 24 a 46% para masculino, nenhum estudo analisou diferença entre sexos. As idades no pré-tratamento e a duração do tratamento variou de 8,6 a 11,4 anos e 4 a 20 meses, respectivamente. Todos os quatro estudos se-

Estudos potencialmente

Razões para exclusão:

Efeitos do tratamento na maxila Embora os estudos utilizaram diferentes critérios para medir o deslocamento anteroposterior, todos relataram deslocamento posterior significativo da maxila (variando de 0,1 a 0,5mm) para o grupo tratado versus deslocamento anterior para grupo controle não tratado (Fig. 2). Dos três estudos que avaliaram o ângulo do plano palatino, apenas um estudo mostrou rotação horária estatisticamente significativa entre tratados e grupo controle (Fig. 3).

clínico. • Estudo em modelos.

potencialmente apropriados para inclusão na revisão

Efeitos do tratamento com AEB com tração alta Os tratamentos melhoraram a relação anteroposterior esquelética (com o ângulo ANB diminuindo de 0,9 a 1,5° e o Wits diminuindo de 0,6 a 1,5mm), diminuição do overjet (2,6 a 6,5 mm), e corrigiram a má oclusão Classe II (Tab. 4).

• Caso clínico, artigo de opinião, série de caso

relevantes (n = 442)

Estudos

lecionados compararam splint ortopédico maxilar versus sem tratamento. Três estudos implicaram em 100% de sucesso na correção da Classe II; o estudo de Üner e Yücel-Eroğlu20 apresentou 84% de sucesso. A qualidade do resultado da avaliação dos quatro estudos variou de 4 a 7 (Tab. 2). Nenhum dos artigos foram RCT; todos os estudos foram casos tratados comparados a um grupo controle. Nenhum dos artigos usou o processo cego de medição (blinded). Apenas um artigo foi prospectivo e dois descreveram os métodos usados para análise de erro. Três dos estudos descreveram adequadamente a seleção dos indivíduos e três utilizaram apropriadamente as técnicas estatísticas. Todos os artigos formularam claramente os objetivos e utilizaram medidas apropriadas.

• Estudo em adultos. • Estudos laboratoriais ou em animais. • Aparelho usado inapropriado. • Pacientes com DTM.

(n = 17) Razões para exclusão: • Estudo sem grupo controle Classe II. Estudos incluídos na revisão (n = 4) Figura 1 - Diagrama de fluxo resumindo a busca literária.

-0,92

-1,94 0,76

-0,35 -0,23

0,28

0,37

0,82

0,52 A

0,16

0,49

-2,43 -0,06

0,72 B

0,62

-1,20

-0,51

-0,48 0,16

-0,60

-0,20 C

A

Figura 2 - Gráficos de Pitchfork modificados com médias horizontal (mm) reportando as mudanças para (A) pacientes tratados com AEB e grupo controle não tratado (B), bem como as diferenças entre grupo tratado e controle (C).

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21.e4

-0,99 0,34

0,03

0,33

0,38 0,59

B

0,55 0,67

-0,04

0,29

-0,86 -0,43

C

-1,54 -0,33

0,07

Figura 3 - Gráficos de Pitchfork modificados com médias vertical (mm) e angular (graus) reportando as mudanças para (A) pacientes tratados com AEB e grupo controle não tratado (B), bem como as diferenças entre grupo tratado e controle (C).

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artigo inédito

Jacob HB, Buschang PH, Santos-Pinto A

Tabela 4 - Efeitos do tratamento baseados em diferenças significativas entre os pacientes tratados e não tratados. Autor e ano

Relação

Mudanças esqueléticas

Mudanças dentárias

Mudanças esqueléticas

anteroposterior

maxilares

maxilares

mandibulares

Caldwell et al.12

Diminuição do ANB;

(1984)

diminuição do overjet

Martins et al.18 (2008)

Diminuição do ANB e Wits maior do que o esperado

Orton et al.19

Redução do ANB;

(1992)

diminuição do overjet

rotação horária do plano palatino Deslocamento posterior; ângulo plano palatino NA

intrusão de molares,

Deslocamento anterior

NS; Extrusão de molares

lingualização de incisivos;

NS; rotação horária

NS, lingualização de

palatino

Üner e

Correção da relação

Deslocamento posterior;

Yücel-Eroğlu20

Classe II de molares;

rotação horária do plano

(1996)

diminuição do overjet

palatino NS

intrusão de incisivos

incisivos

Distalização de molares;

Mesialização de molares

intrusão NA; lingualização de incisivos

Deslocamento anterior NS; rotação horária NS

NS; vestibularização de incisivos NS; vertical NA Mesialização de molares

Distalização de molares;

Deslocamento posterior; rotação horária do plano

mandibulares Mesialização de molares

Distalização de molares;

Deslocamento posterior;

Mudanças dentárias

intrusão de molares;

Deslocamento anterior

NS; Extrusão de molares;

lingualização de molares;

NS; rotação horária NS

lingualização de incisivos NS

intrusão de incisivos Distalização de molares; intrusão de molares NS;

Deslocamento anterior

vestibularização de incisivos;

NS; rotação horária NS

intrusão de incisivos

Movimentação de molares NS lingualização de incisivos

(NS = diferença não significativa entre grupos; NA = não avaliado).

Todos os estudos relataram distalização significativa dos molares superiores (variando de 0,5 a 3,3mm), e dois estudos mostraram, também, intrusão dos molares maxilares (entre 0,4 e 0,7 mm). Os grupos controles mostraram erupção e movimentação mesial dos molares superiores (Fig. 2, 3). Três estudos relataram retroinclinação, ou inclinação lingual, significativa (entre 4,4 e 11,0°) e intrusão dos incisivos superiores (entre 0,2 e 2,1mm). Efeitos do tratamento na mandíbula Nenhum dos quatro artigos mostrou efeitos na posição anteroposterior da mandíbula (Fig. 2). Todos os estudos avaliaram a rotação do plano mandibular e não apresentaram efeitos significativos entre o grupo tratado e grupo controle (Fig. 2, 3). Todos os estudos relataram quantidades de movimento mesial dos molares inferiores (variando de 0,8 a 1,2mm) para pacientes tratados e grupo controle (Fig. 2). Dos três estudos que avaliaram movimentos verticais dos molares, nenhum demonstrou efeitos com tratamento, e apenas em um foi relatada relativa extrusão molar (Fig. 3). Dos quatro artigos que avaliaram os incisivos, três mostraram retroinclinação (variando de 0,2 a 1,9°) e um mostrou proclinação (1,0°) ou vestibularização, sem diferença significativa entre os dois grupos.

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21.e5

Discussão O objetivo do tratamento com o AEB é corrigir a má oclusão dentária, normalizar a relação anteroposterior esquelética, e melhorar ou prevenir a piora das relações esqueléticas verticais. Os resultados mostraram claramente melhora nas relações dentárias e esqueléticas anteroposteriores. O ANB e o Wits diminuíram no grupo tratado; a correção Classe II teve sucesso em todos os estudos, exceto em um. Baseada no plano mandibular, a relação vertical esquelética foi mantida. O AEB com tração alta restringiu o crescimento anterior da maxila. Com base nas mudanças do SNA, houve, em média, aproximadamente 1,1° de reposicionamento posterior da maxila em indivíduos tratados, comparados com leve reposicionamento anterior em grupos não tratados. Estudos relataram que o AEB usado para corrigir má oclusão de Classe II geralmente é efetivo no redirecionamento do crescimento posterior ou na limitação do crescimento anterior da maxila23. AEB com tração alta parece produzir uma leve rotação horária do plano palatino. Porém, esse efeito foi pequeno (menor do que 0,8° em média) e inconsistente através de estudos do AEB com tração alta. Outros estudos que avaliaram os efeitos com tração alta, combinada ou cervical, também demonstraram

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artigo inédito

Tratamento da má oclusão de Classe II usando Aparelho Extra Bucal com cobertura oclusal e tração alta: uma revisão sistemática

resultados inconsistentes10,23. Rotação horária do plano palatino pode ser esperada, considerando que as forças do AEB são direcionadas através da parte posterior da maxila, resultando relativamente no deslocamento inferior da maxila anterior. Se as forças são aplicadas na área de canino, AEB com tração alta demonstra diminuir o ângulo do plano palatino24. Bowden8,9 enfatizou previamente a importância da aplicação do ponto de força para o entendimento das mudanças no plano palatal. Se o vetor de força passa através do centro de resistência da maxila, que é aproximadamente localizado na parte superior e posterior da sutura zigomática maxilar25,26, nenhum momento será criado e nenhuma rotação deve ser esperada. Se, no entanto, o vetor passar posteriormente ao centro de resistência, uma rotação horária da maxila poderá ocorrer. A direção e o momento criado dependerá da menor distância perpendicular do vetor de força para o centro de resistência. As mudanças dentoalveolares foram amplamente responsáveis para correção da má oclusão Classe II. Os molares maxilares foram movidos e inclinados distalmente. Baseado nas médias derivadas dos estudos envolvidos, o movimento distal dos molares foi de aproximadamente 2,1mm (entre 84 e 100%) da correção. O AEB geralmente mantém ou movimenta os primeiros molares superiores para distal.23,28 No sentido vertical, o AEB é usado para controlar os movimentos verticais dos molares superiores, e ainda pode promover uma leve intrusão, enquanto que o AEB com tração cervical possui pouco ou nenhum efeito vertical nos molares10,22-25. Embora, em média, os incisivos superiores sofreram lingualização e intrusão, houve grande variedade (de -1,7 a 4,5mm na direção horizontal e de -2,1 a 0,2mm na direção vertical) nas mudanças relatadas em quatro estudos avaliados. A literatura é inconsistente em relação às mudanças dos incisivos em estudos com o AEB em geral27. A variabilidade pode ser atribuída às diferenças na direção de forças e aparelhos utilizados nos estudos. Os efeitos na mandíbula foram limitados. As mudanças sagitais na mandíbula foram semelhantes nos grupos tratado e não tratado. Nos estudos que avaliaram a posição anteroposterior da mandíbula, todos relataram nenhum efeito com o tratamento. O AEB melhorou a relação intermaxilar sagital ex-

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clusivamente por manter a maxila. Esse efeito na relação intermaxilar sagital contrasta com aparelhos funcionais, os quais têm demonstrado melhorar a relação intermaxilar com efeitos na mandíbula27,28. Uma ligeira rotação horária da mandíbula ocorreu em apenas um estudo, indicando um controle vertical adequado. Quando comparado com o AEB com tração cervical, o AEB com tração alta demonstra melhor controle vertical29. Em relação aos movimentos dos dentes inferiores, os estudos mostraram lingualização dos incisivos mandibulares. Isso pode ser explicado pelo contato anterior desses dentes com a cobertura oclusal que cobre os incisivos superiores, promovendo uma força distal nos incisivos inferiores. Quando os molares superiores são instruídos com o AEB com tração alta, a extrusão dos molares inferiores pode ser esperada com o objetivo de manter o contato oclusal10,22. A falta de extrusão significativa dos molares inferiores nos estudos revisados é associada com a cobertura oclusal na maxila que foi utilizada, agindo como um bite block que mantém a posição dos molares inferiores. Os tratamentos não tiveram efeito na movimentação mesial dos molares mandibulares. Conclusão Embora falte evidência que demonstre os feitos do AEB de tração alta com cobertura oclusal, baseados nas informações buscadas nessa revisão sistemática de quatro estudos clínicos com grupo controle, que avaliou os efeitos do AEB em indivíduos com má oclusão de Classe II, as seguintes conclusões puderam ser observadas: 1. O AEB com tração alta deslocou a maxila posteriormente e rotacionou ligeiramente no sentido horário do plano palatino. 2. Os molares superiores foram distalizados e a posição vertical foi mantida pelo AEB de tração alta. Os efeitos do tratamento nos incisivos inferiores foram inconsistentes. 3. O tratamento com AEB de tração alta melhorou consistentemente as relações anteroposteriores, mas não melhorou as relações esqueléticas verticais. 4. Melhor atenção deve ser dada ao delineamento e relatório dos estudos para melhorar a qualidade dessas pesquisas.

21.e6

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artigo inédito

Jacob HB, Buschang PH, Santos-Pinto A

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21.e7

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artigo inédito

Correção da má oclusão de Classe II associando o aparelho Jasper Jumper e elásticos intermaxilares: relato de caso Francyle Simões Herrera-Sanches1, José Fernando Castanha Henriques2, Guilherme Janson2, Leniana Santos Neves3, Karina Jerônimo Rodrigues Santiago de Lima4, Rafael Pinelli Henriques5, Lucelma Vilela Pieri6

Introdução: discrepâncias esqueléticas, dentárias e de perfil podem ser melhoradas com a utilização de aparelhos ortopédicos funcionais. Objetivo: esse artigo tem o objetivo de relatar o tratamento de um paciente de 11 anos e 4 meses de idade com má oclusão de Classe II divisão 1, ½ cúspide bilateral, alteração de perfil, protrusão dos incisivos superiores, overjet e overbite acentuados e apinhamento suave. Métodos: o paciente foi tratado por meio do Jasper Jumper associado ao aparelho fixo por 6 meses e elásticos intermaxilares de Classe II (3/16”) nos últimos 4 meses. Após a remoção do aparelho fixo, foram utilizadas as contenções, a placa de Hawley para uso diurno e o Bionator modificado para uso noturno, por um ano. No arcada inferior, foi utilizada contenção 3x3 fixa colada de canino a canino. Essa combinação de tratamento melhorou o perfil, bem como os trespasses horizontal e vertical, além da relação molar. Resultados: houve rotação mandibular no sentido horário e aumento da altura facial anteroinferior. Os incisivos inferiores foram protruídos e extruídos, e os molares inferiores sofreram extrusão. A relação cêntrica oclusal foi checada e era coincidente com a máxima intercuspidação habitual. Conclusão: comprovou-se que o Jasper Jumper é uma alternativa eficiente para o tratamento da Classe II, proporcionando melhoras no perfil facial, embora as alterações sejam mais dentoalveolares do que esqueléticas. Palavras-chave: Má oclusão Classe II de Angle. Ortodontia corretiva. Aparelhos ortodônticos funcionais.

Como citar este artigo: Herrera-Sanches FS, Henriques JFC, Janson G, Neves LS, Lima KJRS, Henriques RP, Pieri LV. Class II malocclusion treatment using Jasper Jumper appliance associated to intermaxillary elastics: A case report. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):22-9.

Mestre em Ortodontia, FOB-USP. 2 Professor Titular de Ortodontia, FOB-USP. 3 Professora no curso de Especialização em Ortodontia, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. 4 Professora adjunta, Universidade Federal da Paraíba. 5 Doutor em Ortodontia, FOB-USP. 6 Doutora em Ortodontia, FOB-USP. 1

Enviado em: 06 de julho de 2009 - Revisado e aceito: 30 de novembro de 2010 » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

© 2013 Dental Press Journal of Orthodontics

Endereço para correspondência: Francyle Simões Herrera-Sanches Rua Mário Ranieri, 4-45, lote E-9 – Resid. Jardins do sul – Bauru/SP CEP: 17.053-902 – E-mail: francyle@gmail.com

22

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artigo inédito

Herrera-Sanches FS, Henriques JFC, Janson G, Neves LS, Lima KJRS, Henriques RP, Pieri LV

Referências

Os incisivos superiores se verticalizaram 12,4° em relação à SN, embora os incisivos inferiores tenderam a se inclinar para vestibular. Nesse caso, o ângulo do incisivo inferior com a linha NB aumentou 6,4° — o que, somado aos movimentos dos incisivos superiores, contribuiu com a maior parte da redução do overjet excessivo. O paciente foi visto um ano após a conclusão do tratamento, e os resultados estavam muito satisfatórios (Fig. 6, 7, 8). O overjet e overbite estavam corretos e constantes um ano após o tratamento.

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CONCLUSÃO O aparelho Jasper Jumper é uma alternativa para o tratamento da má oclusão de Classe II na dentição permanente em pacientes não colaboradores, corrigindo essa má oclusão por meio de efeitos mais dentoalveolares do que esqueléticos. O único efeito esquelético é a restrição do crescimento anterior da maxila, mas sem alterações significativas no padrão de crescimento craniofacial, embora ocorra leve rotação posterior da mandíbula. Mudanças dentárias, como a protrusão dos incisivos inferiores e a verticalização dos incisivos superiores, são positivas na correção da má oclusão de Classe II. A relação dentária (overjet, overbite e relação molar) é melhorada com esse tratamento individualizado.

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29

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artigo inédito

Aspectos sagitais e verticais de indivíduos com má oclusão de Classe II, divisão 1, de acordo com o modo respiratório Laura de Castro Cabrera1, Luciana Borges Retamoso2, Raul Magnoler Sampaio Mei3, Orlando Tanaka4

Introdução: a posição dos dentes, principalmente incisivos superiores e inferiores, em relação às bases ósseas e tecidos moles circundantes deve ser considerada na elaboração do diagnóstico, planejamento e execução do tratamento, para se obter alinhamento, nivelamento, intercuspidação, equilíbrio e harmonia facial com estabilidade dos resultados. Objetivos: avaliar as modificações no posicionamento dos incisivos em indivíduos com má oclusão de Classe II, divisão 1, de Angle, em dois momentos distintos do desenvolvimento dentocraniofacial, num intervalo médio de 2 anos e 5 meses. Métodos: as medidas foram obtidas por meio de telerradiografias em norma lateral de 40 indivíduos, sendo 23 respiradores predominantes nasais (RN) e 17 predominantemente bucais (RB). As medidas avaliadas foram sobressaliência, sobremordida, ICS-NA, ICI-NB, ICS.NA, ICI.NB, ICS.SN, ICI.GoGn, ICS.ICI, ANB, GoGn.SN, Plo.SN. Para verificar a diferença intergrupos, utilizou-se a ANOVA a dois critérios com medidas repetidas. Resultados: sobressaliência, ICS-NA, ICI-NB, ANB, GoGn.SN, Plo.SN apresentaram diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) quando observado o momento ou o modo respiratório. Conclusão: existe alteração no posicionamento dos incisivos no decorrer do crescimento, com interferência do modo respiratório. Palavras-chave: Má oclusão Classe II de Angle. Respiração bucal. Respiração. Dimensão vertical.

Como citar este artigo: Cabrera LC, Retamoso LB, Mei RMS, Tanaka O. Sagittal and vertical aspects of Class II division 1 subjects according to the respiratory pattern. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):30-5.

Mestranda em Ortodontia, FOB-USP. Doutoranda em Materiais Dentários, PUCPR. 3 Mestre em Ortodontia, PUCPR. 4 Responsável pela área de concentração em Ortodontia do PPGO-PUCPR. 1 2

Enviado em: 22 de dezembro de 2008 - Revisado e aceito: 8 de junho de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Orlando Tanaka Rua Imaculada Conceição, 1155 CEP: 80.215-901 - Curitiba / PR Email: tanakaom@gmail.com

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artigo inédito

Cabrera LC, Retamoso LB, Mei RMS, Tanaka O

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artigo inédito

Avaliação morfológica da ponta ativa de seis tipos de mini-implantes ortodônticos Flávia Mitiko Fernandes Kitahara-Céia1, Tatiana Féres Assad-Loss2, José Nelson Mucha3, Carlos Nelson Elias4

Objetivo: avaliar morfologicamente a ponta ativa de seis diferentes tipos de mini-implantes autoperfurantes para controle de ancoragem ortodôntica. Métodos: foram obtidas imagens das pontas ativas dos mini-implantes com o microscópio óptico Stemi 2000-C (Zeiss) com aumento de 1,6X. As imagens das superfícies foram analisadas no programa Axio Vision (Zeiss, Jena, Alemanha) para cálculo das medidas lineares e angulares. As morfologias dos mini-implantes e os detalhes das pontas e das roscas também foram avaliados por meio do Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) (JEOL, modelo JSM-5800 LV JEOL, Tóquio, Japão) com aumentos de 90X e 70X, respectivamente. A avaliação da conicidade do mini-implante foi calculada de acordo com a fórmula: (b – a) / (2 x D). Resultados: foram medidos (1) comprimento da ponta ativa, (2) diâmetro externo, (3) alma e conicidade do mini-implante, (4) número e passo das roscas, (5) ângulo do filete da rosca, (6) comprimento do flanco da rosca e (7) comprimento do fundo do filete da rosca. Conclusões: mini-implantes de diferentes fabricantes apresentaram suas pontas ativas com características diversas. Ensaios mecânicos são necessários para correlacionar as características analisadas Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Morfologia. Ortodontia.

Como citar este artigo: Kitahara-Céia FMF, Assad-Loss TF, Mucha JN, Elias CN. Morphological evaluation of the active tip of six types of orthodontic miniimplants. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):36-41.

Mestre em Clínica Odontológica pela Universidade Federal Fluminense (UFF, Niterói, RJ). Especialista em Ortodontia pela UFF. 2 Especialista em Ortodontia e mestre em Clínica Odontológica pela UFF. 3 Professor Titular de Ortodontia da UFF. 4 Professor do Instituto Militar de Engenharia (Rio de Janeiro/RJ). 1

Enviado em: 24 de março de 2009 - Revisado e aceito: 29 de junho de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Flávia Mitiko Fernandes Kitahara-Céia Rua General Andrade Neves, 275/1503 - São Domingos – Niterói / RJ CEP: 24.210-001 – E-mail: flaviamitiko@yahoo.com.br

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artigo inédito

Kitahara-Céia FMF, Assad-Loss TF, Mucha JN, Elias CN

seu desempenho mecânico, auxiliando o clínico na escolha do mini-implante com as características morfológicas que mais se adéquem à sua necessidade clínica. Pode-se observar, com o presente estudo, que os mini-implantes disponíveis no mercado apresentam pontas ativas com características variadas. Sendo essa a porção do mini-implante responsável por sua retenção, e também a área de maior suscetibilidade à fratura, pesquisas laboratoriais de ensaios mecânicos devem avaliar a relação dessas características com um melhor desempenho mecânico dos mini-implantes. Assim será possível conhecer as características fundamentais constituintes da ponta ativa do mini-implante que permitam uma utilização segura de tais dispositivos.

CONCLUSõES » Mini-implantes de diferentes fabricantes apresentaram suas pontas ativas com características diversas. » O conhecimento das características ideais da morfologia dos mini-implantes permitirá uma escolha consciente e substanciada, para utilização em diversas aplicações clínicas possíveis no tratamento ortodôntico. » Ensaios mecânicos laboratoriais de inserção, remoção, arrancamento e fratura são necessários para correlacionar as características ora analisadas, visando a determinação dos mini-implantes com melhor desempenho.

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artigo inédito

Estabilidade da relação molar após o tratamento sem extrações da má oclusão de Classe II Darwin Vaz de Lima1, Karina Maria Salvatore de Freitas2, Marcos Roberto de Freitas3, Guilherme Janson3, José Fernando Castanha Henriques3, Arnaldo Pinzan4

Objetivo: esse estudo objetivou avaliar a estabilidade da relação molar na má oclusão de Classe II tratada ortodonticamente sem extrações, visando quantificar a recidiva e correlacioná-la a alguns fatores. Métodos: a amostra constituiu-se de 39 indivíduos (16 mulheres e 23 homens) com má oclusão de Classe II tratada sem extrações, com aparelhos fixos. A idade inicial média foi de 12,94 anos; na fase final, foi de 15,14 anos; na pós-contenção, 21,18 anos. A média do tempo de tratamento foi de 2,19 anos e do tempo de avaliação pós-tratamento, de 6,12 anos. Para verificar a influência da severidade da relação molar de Classe II inicial na estabilidade da relação molar, a amostra foi dividida em dois grupos, um apresentando relação molar de ½ Classe II ou ¾ de Classe II, e outro apresentando relação molar de Classe II completa. Nos modelos de estudo das três fases estudadas, foram medidas a relação molar, as relações de primeiros e segundos pré-molares e de caninos. Os dados foram analisados pelos testes ANOVA dependente, de Tukey, correlação de Pearson e teste t independente entre dois grupos, divididos pela severidade da relação molar inicial. Resultados: houve recidiva não significativa de 0,12mm na relação molar. A severidade inicial da relação molar de Classe II não se correlacionou com a recidiva no período pós-contenção. Quando a amostra dividiu-se em dois grupos, nenhuma diferença foi encontrada na recidiva da relação molar. Conclusão: a correção da relação molar de Classe II é estável e a severidade inicial não exerce influência sobre a recidiva da relação molar. Palavras-chave: Ortodontia corretiva. Má oclusão de Angle Classe II. Resultado de tratamento.

Como citar este artigo: Lima DV, Freitas KMS, Freitas MR, Janson G, Henriques JFC, Pinzan A. Stability of molar relationship after non-extraction Class II malocclusion treatment. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):42-54.

Professor, curso de Especialização em Ortodontia, UNORP. 2 Pós-doutora em Ortodontia, Universidade de Toronto. Professora Coordenadora do curso de Mestrado em Ortodontia, UNINGÁ. 3 Professor Titular, disciplina de Ortodontia da FOB-USP. 4 Professor Associado, disciplina de Ortodontia, FOB-USP. 1

Enviado em: 20 de março de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Karina Maria Salvatore de Freitas Rua Jamil Gebara, 1-25, apto. 111 - Bauru / SP – CEP: 17.017-150 E-mail: kmsf@uol.com.br

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artigo inédito

Lima DV, Freitas KMS, Freitas MR, Janson G, Henriques JFC, Pinzan A

» Houve correlação significativa apenas entre a recidiva da relação molar e o tempo de avaliação pós-contenção. » Quando a amostra foi dividida em dois grupos, com ½ e ¾ de Classe II e com Classe II completa ao início do tratamento, nenhuma diferença nas recidivas das relações de molar, pré-molares e de canino foi encontrada entre os grupos. » A correção da relação molar de Classe II apresentou-se estável e a severidade inicial não exerceu influência sobre a recidiva da relação molar.

É importante destacar, também, a existência de uma ampla variabilidade individual da estabilidade e da recidiva, uma vez que ela tem causa multifatorial, e há inúmeros fatores relacionados, como o crescimento craniofacial, colaboração do paciente com a utilização dos aparelhos de contenção, entre outros26. CONCLUSÕES De acordo com a amostra estudada e segundo o método utilizado, pode-se concluir que: » Houve uma recidiva não significativa da relação molar de, em média, 0,12mm. As recidivas das relações de pré-molares e caninos também não foram significativas.

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artigo inédito

Estudo clínico comparativo da taxa de queda de braquetes ortodônticos colados com dois sistemas adesivos: convencional e Self-Etching Primer (SEP) Gladys Cristina Dominguez1, André Tortamano2, Luiz Vicente de Moura Lopes3, Priscilla Campanatti Chibebe Catharino4, Camillo Morea5

Objetivo: o objetivo do presente estudo foi comparar o desempenho clínico da colagem de braquetes ortodônticos com resina Transbond (3M Unitek) associada a dois sistemas adesivos: convencional em duas etapas (ataque ácido + Transbond XT adhesive Primer) e Self-Etching Primer (SEP), em etapa única (Transbond Plus). Métodos: a amostra foi constituída de 480 braquetes metálicos (Victory, 3M Unitek), colados em 24 pacientes, que foram tratados durante um período de 36 a 48 meses. A colagem foi feita por meio do sistema split-mouth, utilizando os dois sistemas de colagem em cada paciente. Foi analisada a taxa de queda dos braquetes para cada sistema de colagem, descrita a causa da queda conforme relato do paciente e a posição dos dentes nas arcadas. Resultados: o sistema adesivo convencional apresentou taxa de queda de 5,41%, enquanto a do SEP foi de 4,58%. O sistema convencional apresentou 5 quedas (38,4%) no quadrante superior direito, 2 (15,4%) no quadrante superior esquerdo, 4 (30,8%) no quadrante inferior direito e 2 (15,4%) no quadrante inferior esquerdo. O SEP apresentou 4 quedas (36,4%) no quadrante superior direito, 1 (9%) no quadrante superior esquerdo, 3 (27,3%) no quadrante inferior direito e 3 (27,3%) no quadrante inferior esquerdo. Por meio da análise estatística descritiva e do teste Odds Ratio, constatou-se que não houve diferença significativa entre essas taxas (p = 0,67). Conclusão: com base nesses resultados, pode-se concluir que o sistema adesivo SEP apresentou eficácia clínica semelhante à do sistema adesivo convencional. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Colagem dentária. Adesivos dentinários.

Como citar este artigo: Dominguez GC, Tortamano A, Lopes LVM, Catharino PCC, Morea C. A comparative clinical study of the failure rate of orthodontic brackets bonded with two adhesive systems: Conventional and Self-Etching Primer (SEP). Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):55-60.

Professora Associada, Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP-SP. 2 Doutor em Ortodontia, USP. Professor, Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, FOUSP-SP. 3 Mestrando em Ortodontia, FOUSP-SP. 4 Doutoranda em Ortodontia, FOUSP-SP. 5 Pós-doutor em Ortodontia, USP. 1

Enviado em: 26 de agosto de 2010 - Revisado e aceito: 11 de abril de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Luiz Vicente de Moura Lopes Av. Prof. Lineu Prestes, 2227 – Cidade Universitária – São Paulo/SP CEP: 05508-000 – E-mail: luizvicentelopes@me.com

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artigo inédito

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artigo inédito

Efeito do clareamento dentário após colagem e descolagem de braquetes, utilizando três diferentes sistemas adesivos Lucianna de Oliveira Gomes1, Paula Mathias2, Patricia Rizzo3, Telma Martins de Araújo4, Maria Cristina Teixeira Cangussu5

Objetivo: o objetivo desse estudo foi avaliar a influência da colagem e descolagem de braquetes ortodônticos no clareamento caseiro, considerando três diferentes sistemas adesivos. Métodos: quarenta e quatro incisivos bovinos foram divididos em quatro grupos, de acordo com o sistema adesivo utilizado para colagem dos braquetes. Após a descolagem dos braquetes, os dentes foram pigmentados por 96 horas e depois clareados com peróxido de carbamida a 10% por 6 horas diárias, durante duas semanas. Foram realizadas fotografias digitais padronizadas nos tempos: T0 (inicial); T1 (após descolagem); T2 (após pigmentação); T3, T4 e T5 representando 1, 7 e 14 dias de clareamento. Testes de repetitividade e de estabilidade foram realizados para avaliar a acurácia do método. As imagens foram avaliadas pelo software Adobe Photoshop 7.0, considerando os parâmetros de cor (L*a*b*) e a diferença total de cor adaptada para esse estudo (ΔE’). Resultados: os resultados do presente estudo (ANOVA e Tukey; p < 0,01) demonstraram que, após uma semana de clareamento, os grupos experimentais apresentaram uma resposta mais lenta ao clareamento que o grupo controle. Contudo, após 14 dias, não houve diferença cromática significativa entre os grupos, observada pelos valores de luminosidade (L*). Conclusões: independentemente do sistema adesivo utilizado, a colagem e descolagem de braquetes ortodônticos altera os resultados de obtenção de cor com sete dias de avaliação. Contudo, após 14 dias não se observa nenhuma diferença de cor na estrutura dentária clareada pela técnica caseira. Palavras-chave: Clareamento de dente. Braquetes ortodônticos. Fotografia. Adesivos.

Como citar este artigo: Gomes LO, Mathias P, Rizzo P, Araújo TM, Cangussu MCT. Effect of dental bleaching after bracket bonding and debonding using three different adhesive systems. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):61-8.

Mestre em Ortodontia e Professora do curso de Especialização em Ortodontia, UFBA. 2 Doutor em Odontologia, UNICAMP. Professora Associada, UFBA. 3 Mestre em Odontologia, UFBA. 4 Doutora em Odontologia, UFRJ. Professora Titular de Ortodontia, UFBA. 5 Doutora em Saúde Pública, USP. Professora Adjunto do Departamento de Odontologia Social e Pediátrica, UFBA. 1

Enviado em: 20 de outubro de 2010 - Revisado e aceito: 15 de setembro de 2011

» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Lucianna de Oliveira Gomes Faculdade de Odontologia, Universidade Federal da Bahia Rua Araújo Pinho, 62 – 7° andar – Salvador/BA CEP: 40.110-150 – E-mail: lurufino@uol.com.br

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artigo inédito

Efeito do clareamento dentário após colagem e descolagem de braquetes, utilizando três diferentes sistemas adesivos

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artigo inédito

Avaliação das dimensões e das características superficiais de fios ortodônticos e slots de braquetes Gabriel Schmidt Dolci1, Ana Maria Spohr2, Eduardo Rigon Zimmer3, Ernani Menezes Marchioro4

Objetivo: o objetivo desse estudo é avaliar as dimensões e as características superficiais de fios retangulares e slots de braquetes de diferentes marcas comerciais. Métodos: trinta braquetes metálicos (0,022” x 0,028’’ e 0,022’’ x 0,030’’) foram divididos em três grupos: Grupo DYN/3M = Dyna-Lock, 3M/Unitek, aço inoxidável (AI); Grupo STD/MO = Slim Morelli (AI); e Grupo NiFree/ MO = Slim Morelli (Ni-Free). Já os fios retangulares (0,019” x 0,025’’), de aço inoxidável, foram divididos em 2 grupos: Grupo MO = Morelli; Grupo 3M = 3M/Unitek. As mensurações dos slots dos braquetes e dos fios foram realizadas por dois métodos: (a) microscopia eletrônica de varredura (MEV), e (b) projeção de perfil. A análise da topografia superficial foi realizada qualitativamente, baseada em imagens microscópicas (MEV) e/ou por meio de um rugosímetro. Os resultados quantitativos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com o teste de Tukey (p < 0,05) ou o teste t de Student. Resultados: observou-se diferença significativa entre as dimensões dos slots dos braquetes, sendo que o Grupo NiFree/MO apresentou a maior alteração quando comparado aos demais Grupos. A análise da topografia superficial dos braquetes indicou maior homogeneidade da matriz metálica nos Grupos DYN/3M e STD/MO. Quanto às dimensões dos fios, os grupos tiveram alturas médias estatisticamente diferentes entre si. Conclusão: concluiu-se que a conformação dos fios e dos slots dos braquetes pode apresentar alterações dimensionais, o que afetará direta e indesejavelmente o movimento dentário planejado. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Fios ortodônticos. Fricção.

Como citar este artigo: Dolci GS, Spohr AM, Zimmer ER, Marchioro EM. Assessment of the dimensions and surface characteristics of orthodontic wires and bracket slots. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):69-75.

Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial, PUCRS. Professor, curso de Especialização em Ortodontia, Sociedade Brasileira de Cirurgiões-Dentistas. 2 Doura em Materiais Dentários, UNICAMP. Pós-Doutora em Dentística Restauradora, Indiana University. Professora de Materiais Dentários, PUCRS. 3 Mestre e Doutorando em Ciências Biológicas – Bioquímica, UFRGS. 4 Doutor em Ortodontia, UNESP-Araraquara. Professor Adjunto, PUCRS. 1

Enviado em: 13 de fevereiro de 2011 - Revisado e aceito: 23 de abril de 2012 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Gabriel Schmidt Dolci Rua Múcio Teixeira, 1380 – Menino Deus CEP: 90.150-090 – Porto Alegre/RS E-mail: gabriel@sorrirfazbem.com

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artigo inédito

Resistência adesiva à tração de braquetes metálicos e cerâmicos usando adesivos coloridos Aisha de Souza Gomes Stumpf1, Carlos Bergmann2, José Renato Prietsch3, Juliane Vicenzi4

Objetivo: determinar a resistência adesiva à tração de braquetes ortodônticos usando resinas coloridas que se propõem a ajudar na remoção do excesso de material adesivo e compará-las com um adesivo tradicional. Métodos: Noventa braquetes metálicos e 90 cerâmicos foram colados com dois adesivos coloridos e com um adesivo tradicional em incisivos inferiores bovinos, sendo aplicada tração com uma máquina de ensaios universal. Após a descolagem, os dentes foram observados em microscópio para a determinação do índice de adesivo remanescente (ARI). Resultados: a análise estatística (testes ANOVA, de Tukey e de Kruskall-Wallis) demonstrou que a força de união média foi significativa entre os adesivos usados. Os ARIs mais comuns foram aqueles onde o adesivo permaneceu no esmalte. Conclusão: a resistência adesiva foi similar entre braquetes metálicos e cerâmicos quando o mesmo adesivo foi usado. Os resultados do ARI demonstraram que esses adesivos são seguros, mesmo com o uso de braquetes cerâmicos. A resistência adesiva foi muito baixa para Ortodontia no grupo colado com Ortho Lite Cure. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Materiais dentários. Adesivos.

Como citar este artigo: Stumpf ASG, Bergmann C, Prietsch JR, Vicenzi J. Shear bond strength of metallic and ceramic brackets using color change adhesives. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):76-80.

Professora Substituta, UFRGS. 2 Professor de Ciências dos Materiais, Escola de Engenharia, UFRGS. 3 Professor de Ortodontia, Faculdade de Odontologia, UFRGS. 4 Professora Substituta, Escola de Engenharia, UFRGS. 1

Enviado em: 07 de novembro de 2008 - Revisado e aceito: 19 de junho de 2009 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Aisha de Souza Gomes Stumpf R. Oswaldo Aranha, 99 – sala 705c – Centro – Porto Alegre/RS CEP: 90035-190 – Email: aishastumpf@terra.com.br

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artigo inédito

Resistência adesiva à tração de braquetes metálicos e cerâmicos usando adesivos coloridos

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Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):76-80


artigo inédito

Avaliação da motivação, expectativa e satisfação de pacientes adultos tratados ortodonticamente Patrícia Gomide de Souza Andrade Oliveira1, Rubens Rodrigues Tavares2, Jairo Curado de Freitas3

Objetivo: o propósito desse trabalho foi analisar as características psicológicas dos pacientes adultos que procuraram e se submeteram a tratamentos ortodônticos, avaliando suas expectativas, desconforto durante o tratamento e satisfação final após a conclusão das movimentações dentárias propostas. Resultados e Conclusões: os dados obtidos por meio de uma revisão bibliográfica e de questionários realizados com 54 pacientes demonstraram que os pacientes adultos se destacaram por serem mais detalhistas e exigentes em relação às melhoras estéticas proporcionadas pelo tratamento, e por apresentarem uma maior percepção de sua má oclusão antes do início do tratamento. Por outro lado, esses mesmos dados demonstraram que os pacientes adultos, uma vez bem esclarecidos sobre as limitações peculiares ao seu tratamento e sentindo-se bem amparados e orientados pelos profissionais responsáveis, apresentaram um alto índice de satisfação frente aos resultados finais do tratamento, sendo ótimos pacientes para a indicação e execução de procedimentos ortodônticos. Palavras-chave: Ortodontia. Psicologia. Comportamento. Adulto.

Como citar este artigo: Oliveira PGSA, Tavares RR, Freitas JC. Assessment of motivation, expectations and satisfaction of adult patients submitted to orthodontic treatment. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):81-7.

Especialista em Ortodontia. Professor do curso de especialização em Ortodontia da ABO-GO. 3 Coordenador do curso de especialização em Ortodontia da ABO-GO. 1 2

Enviado em: 22 de junho de 2009 - Revisado e aceito: 26 de outubro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Patrícia Gomide de Souza Andrade Oliveira Rua 1028 nº. 131, ap. 503, setor Pedro Ludovico CEP: 74.823-130 – Goiânia / GO E-mail: drapatriciagomide@yahoo.com.br

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Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):81-7


artigo inédito

Oliveira PGSA, Tavares RR, Freitas JC

Por fim, ao avaliar os pacientes já em fase de contenção ortodôntica, encontrou-se um alto índice de satisfação dos pacientes entrevistados, frente aos resultados finais do tratamento. Essa constatação demonstra que, uma

vez bem esclarecidos sobre as limitações peculiares a cada caso clínico e estabelecendo-se um relacionamento de confiança entre o paciente e seu ortodontista, os adultos são excelentes candidatos ao tratamento ortodôntico.

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Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):81-7


artigo inédito

Expectativas do tratamento ortodôntico em adultos: a conduta na relação profissional/paciente Ricardo Alves de Souza1, André Frutuoso de Oliveira2, Suélem Maria Santana Pinheiro3, Jefferson Paixão Cardoso4, Maria Beatriz Borges de Araújo Magnani5

Introdução: a elevada procura por tratamentos ortodônticos, evidenciada nas últimas décadas, justifica-se principalmente pela maior importância à estética facial, influenciando a autoestima do indivíduo. Entretanto, muitas vezes o profissional não atinge todas as expectativas esperadas pelo paciente, por não estabelecer uma correta comunicação e conhecer os pontos críticos durante o tratamento ortodôntico. Objetivo: esse estudo objetivou elucidar os anseios e dúvidas de pacientes em relação ao tratamento ortodôntico por meio da aplicação de questionário a 60 pacientes adultos. Resultados: a análise dos resultados revelou que a maioria dos indivíduos (38,3%) percebeu êxito após a finalização da terapêutica. O desvio da oclusão foi apontado por 66,7% como principal motivo de procura pelo tratamento, e, em segundo lugar, 48,3% pela estética. O tempo de tratamento foi considerado dentro do previsto por 46,7% dos entrevistados e os resultados foram julgados como muito bons para 43,3%. As relações sociais da maioria dos participantes não foram afetadas pelo tratamento (73,3%), sendo que 58,3% dos entrevistados relataram a dor como queixa principal, e 53,3% encontraram dificuldades no uso do fio dental. A maioria dos participantes vê o ortodontista como um profissional preocupado com sua saúde (76,7%), e acredita que é mais apto em relação ao clínico-geral para tratá-los (96,6%). Conclusão: o vínculo entre profissional e paciente possibilita compreender as expectativas em relação ao tratamento ortodôntico, resultando em maior motivação, cooperação e sucesso do tratamento. Palavras-chave: Ortodontia. Adultos. Dor facial. Má oclusão. Estética dentária.

Como citar este artigo: Souza RA, Oliveira AF, Pinheiro SMS, Cardoso JP, Magnani MBBA. Expectations of orthodontic treatment in adults: The conduct in orthodontist/patient relationship. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):88-94.

Mestre e Especialista em Ortodontia, UNICAMP. Professor Assistente, área de Ortodontia, UESB. 2 Graduado em Odontologia, UESB. 3 Mestre em Saúde Coletiva, UEFS. Professora, área de Odontologia em Saúde Coletiva, FAINOR. 4 Professor, área de Saúde Coletiva, UESB. 5 Doutora e Mestre em Ortodontia, UNICAMP. Professora Assistente, área de Ortodontia, UNICAMP. 1

Enviado em: 29 de março de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Ricardo Alves de Souza Rua José Moreira Sobrinho, S/N – Jequiezinho – Jequié/BA CEP: 45.200-000 – Email: ricardoalves@ortodontista.com.br

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Expectativas do tratamento ortodôntico em adultos: a conduta na relação profissional/paciente

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artigo inédito

Avaliação da influência do clareamento dentário com peróxido de hidrogênio a 35% na adesão de braquetes ortodônticos Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego1, Roanselli Marllon Lima dos Santos2, Leanne Matias Portela Leal3, Carlos Gustavo Silva Braga4

Objetivo: o propósito do presente estudo in vitro foi avaliar a resistência de união de braquetes colados em pré-molares previamente submetidos ao clareamento com peróxido de hidrogênio a 35%. Métodos: foram estudados 21 dentes pré-molares hígidos, divididos aleatoriamente em três grupos (n = 7). O grupo I (G1) incluiu os dentes que não foram submetidos ao clareamento. As superfícies de esmalte dos grupos II (G2) e III (G3) foram submetidas ao processo de clareamento com peróxido de hidrogênio a 35% (Whiteness HP Maxx). No grupo II (G2), após o clareamento, os dentes foram armazenados por 24 horas em água destilada a 37°C e, em seguida, braquetes metálicos para pré-molares foram colados utilizando resina Transbond XT (3M). O grupo III (G3) também foi submetido ao mesmo procedimento, sete dias após o clareamento. Após a colagem, todos os dentes foram armazenados em água destilada a 37°C por 24 horas. Todos os grupos foram submetidos ao teste de tração utilizando-se máquina universal de ensaios Emic DL2000 a uma velocidade 0,5mm/min. Resultados e Conclusão: a resistência à descolagem dos braquetes foi comparada entre os grupos por meio da utilização do teste não paramétrico Kruskall Wallis (p < 0,05), verificando-se que o agente clareador reduziu significativamente a adesão dos braquetes quando colados 24 horas após o clareamento. No entanto, 7 dias após o clareamento, não houve diferença na resistência à descolagem entre os grupos G1 (19,52kgf) e G3 (18,44kgf), sendo necessário, portanto, aguardar um maior tempo após o clareamento para a colagem de braquetes. Palavras-chave: Braquetes ortodônticos. Clareamento dentário. Resistência à tração.

Como citar este artigo: Rego MVNN, Santos RML, Leal LMP, Braga CGS. Evaluation of the influence of dental bleaching with 35% hydrogen peroxide in orthodontic bracket shear bond strength. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):95-100.

Professor e coordenador do curso de especialização em Ortodontia da Novafapi. Graduado em Odontologia pela Novafapi. 3 Professora do curso de especialização em Ortodontia da Novafapi. 4 Especialista em Ortodontia pela Novafapi. 1 2

Enviado em: 21 de abril de 2009 - Revisado e aceito: 16 de novembro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Marcus Vinicius Neiva Nunes do Rego Av. Lindolfo Monteiro, 1030, Bairro de Fátima, Teresina/PI, CEP: 64.049-440 E-mail: mrego@novafapi.com.br

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Avaliação da influência do clareamento dentário com peróxido de hidrogênio a 35% na adesão de braquetes ortodônticos

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Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):95-100


artigo inédito

Retração de incisivos superiores: avaliação de diferentes mecanismos Antônio Carlos de Oliveira Ruellas1, Matheus Melo Pithon2, Rogério Lacerda dos Santos3

Objetivo: avaliar mecanicamente diferentes sistemas utilizados para retração de incisivos. Métodos: três diferentes métodos de retração dos incisivos foram avaliados, utilizando arco ortodôntico de retração confeccionado com fio de aço inoxidável 0,019” x 0,025” de espessura. Os grupos foram divididos em: Grupo A (arco de retração com alças verticais de 7mm de altura), Grupo G3 (elástico em cadeia ligado do mini-implante ao gancho de aço inoxidável com 3mm de altura soldado no arco de retração) e Grupo G6 (elástico em cadeia ligado do mini-implante ao gancho de aço inoxidável com 6mm de altura soldado no arco de retração). Para essa avaliação, adequou-se um manequim odontológico de tal forma que possibilitasse simular os movimentos desejados, quando fosse exposto a uma fonte de calor. Após obtenção das medidas dos movimentos, realizou-se análise estatística. Resultados: os resultados demonstraram que os grupos G3 e G6 propiciaram menor extrusão e menor inclinação palatina dos incisivos na fase de retração (p<0,05). Quanto à extrusão dos incisivos, houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos A e G3, e A e G6 (p<0,05). Em relação à inclinação, ocorreu diferença estatisticamente significativa entre os três sistemas avaliados (p<0,05). Conclusão: arcos com ganchos verticais de 6mm soldados permitem aproximar a linha de ação da força ao centro de resistência dos incisivos, proporcionando melhor controle mecânico, se comparado aos outros dois sistemas. Palavras-chave: Ortodontia corretiva. Má oclusão. Mecânica.

Como citar este artigo: Ruellas ACO, Pithon MM, Santos RL. Maxillary incisor retraction: Evaluation of different mechanisms. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):101-7.

Professor Associado de Ortodontia da UFRJ. Especialista em Ortodontia pela Unifal. Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor Adjunto de Ortodontia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). 3 Especialista em Ortodontia pela Unifal. Mestre e Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Professor Adjunto de Ortodontia da Disciplina de Clínica Infantil da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). 1 2

Enviado em: 8 de maio de 2009 - Revisado e aceito: 12 de abril de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Antônio Carlos de Oliveira Ruellas Av. Professor Rodolpho Paulo Rocco, 325 – Ilha do Fundão CEP: 21.941-617 - Rio de Janeiro/RJ E-mail: antonioruellas@yahoo.com.br

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artigo inédito

Ruellas ACO, Pithon MM, Santos RL

e lineares. Conforme a altura de aplicação da força foi deslocada para apical, como no grupo G6, o centro de rotação também deslocou-se na mesma direção. Clinicamente, torna-se importante, sempre que possível, aproximar ao máximo a linha de ação da força ao centro de resistência do dente. Entre os recursos para tal finalidade, pode-se lançar mão da colagem dos acessórios mais para a cervical, da utilização de ganchos mais longos soldados no arco ou aleta distal do braquete, ou da utilização de sliding jigs. O grupo com gancho de 6mm apresentou melhores resultados provavelmente pelo fato do sistema produzir movimento mais de corpo (translação) do que inclinação palatina. Porém, devido à maior dificuldade em

movimentar a raiz para distal simultaneamente com a coroa, pode ser necessário um tempo maior de retração ou a aplicação de uma força maior. Conclusões Conclui-se, com a realização desse trabalho, que: » Arcos com ganchos verticais soldados com 6mm de altura permitem aproximar a linha de ação da força ao centro de resistência dos incisivos, proporcionando melhor controle mecânico. » Sugere-se a associação de torque palatino nos arcos de retração de dentes anteriores, para aumentar o controle vertical e diminuir a inclinação palatina dos incisivos durante o movimento de retração.

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artigo inédito

Alterações no perfil facial decorrentes do crescimento natural e induzidas pelo bionator de Balters, na fase da dentição mista Denise Rocha Goes Landázuri1, Dirceu Barnabé Raveli2, Ary dos Santos-Pinto2, Luana Paz Sampaio Dib3, Savana Maia4

Objetivo: o objetivo desse estudo foi avaliar as alterações no perfil facial induzidas pelo uso do Bionator de Balters em indivíduos com má oclusão Classe II divisão 1, na fase da dentição mista. Métodos: a amostra consistiu de 28 pacientes, pré-pubertários, que se encontravam nos estágios 1 e 2 de maturação esquelética (CVM), os quais foram divididos em dois grupos. O grupo experimental foi constituído por 14 indivíduos (7 meninos e 7 meninas, média de idade inicial de 8 anos e 12 meses) que foram tratados com o Bionator de Balters por um período médio de 14,7 meses. Os efeitos do tratamento foram comparados com um grupo controle de 14 indivíduos (7 meninos e 7 meninas, média de idade inicial de 8 anos 5 meses) Classe II divisão 1, não tratados ortodonticamente, que foram acompanhados por um período médio de 15,4 meses. A análise estatística foi realizada por meio do teste t de Student, com nível de significância de 5%. Resultados: os resultados indicaram que o o bionator de Balters promoveu um aumento significativo do ângulo mentolabial, além de demonstrar tendência à diminuição da convexidade esquelética facial, à restrição do crescimento maxilar e ao aumento do ângulo nasolabial e da altura facial anteroinferior. Conclusão: pode-se concluir que o Bionator de Balters melhorou o perfil facial de crianças tratadas na fase da dentição mista. Palavras-chave: Aparelhos ativadores. Má oclusão de Angle Classe II. Cefalometria.

Como citar este artigo: Landázuri DRG, Raveli DB, Santos-Pinto A, Dib LPS, Maia S. Changes on facial profile in the mixed dentition, from natural growth and induced by Balters’ bionator appliance. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):108-15.

Mestre e Doutora em Ortodontia, FOA-UNESP. Professor Adjunto, disciplina de Ortodontia, FOA-UNESP. 3 Doutora em Ortodontia, FOA-UNESP. Professora Assistente, curso de Especialização em Ortodontia, FAMOSP-GESTOS. 4 Doutora em Ortodontia, FOA-UNESP. Professora, UEA. 1 2

Enviado em: 14 de setembro de 2008 - Revisado e aceito: 28 de fevereiro de 2010 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Denise Rocha Goes Landázuri Av. Portugal, 887 – Centro – Araraquara/SP CEP: 14.801-075 – Email: denisergoes@gmail.com

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artigo inédito

Alterações no perfil facial decorrentes do crescimento natural e induzidas pelo bionator de Balters, na fase da dentição mista

demonstraram haver uma retrusão do lábio superior de 1,0mm/ano em pacientes tratados com o Bionator de Balters. Com relação ao lábio inferior (LL_E), foi verificada uma leve tendência à protrusão do lábio inferior nos dois grupos, sendo maior no grupo que não recebeu tratamento (0,5mm/ano). A análise estatística a um nível de significância de 5% não conseguiu detectar diferenças entre a maioria das medidas estudadas, à exceção da medida ML. Vale ressaltar que, após determinado tipo de tratamento, é possível encontrar mudanças clinicamente detectáveis, mas que estatisticamente são insignificantes, pois fatores como a grande variabilidade de médias e/ou o desvio-padrão alto podem interferir na eficácia do teste empregado em identificar essas diferenças. Conclusão Considerando-se o presente estudo, pode-se concluir que os efeitos produzidos pelo Bionator de Balters no perfil facial de crianças tratadas na fase da dentição mista foram: » Aumento do ângulo mentolabial. » Tendência à diminuição da convexidade esquelética facial. » Tendência à restrição do crescimento maxilar. » Tendência ao aumento do ângulo nasolabial. » Tendência à verticalização dos incisivos superiores. » Tendência à vestibularização dos incisivos inferiores. » Tendência à retrusão do lábio superior. » Tendência ao aumento da altura facial anteroinferior.

Ao avaliar-se o comportamento do ângulo suplementar à mentolabial (ML), observa-se que houve uma diminuição estatisticamente significativa (p < 0,05) de 0,8°/ano para o grupo tratado, enquanto que no grupo controle houve uma tendência ao aumento desse ângulo em 0,1°/ano (Gráf. 1), o que significa que houve uma melhora significativa na região do sulco mentolabial no grupo tratado. Nossos resultados estão de acordo com o estudo de Silva e Dominguez-Rodriguez28, os quais observaram um aumento de 6,85° no ângulo mentolabial de pacientes tratados com o Bionator por 18 meses. Segundo Blanchette et al.6, o sulco mentolabial de crianças Classe II, com padrão de crescimento horizontal e sem tratamento ortodôntico-ortopédico, aprofunda naturalmente, o que pode ser explicado pelo fato de o lábio inferior apresentar-se evertido e posicionado entre os incisivos superior e inferior. Quando se avalia o comportamento da variável AFAI, verifica-se um aumento não significativo no grupo tratado de 1,4mm/ano, enquanto no grupo controle esse aumento ocorreu de forma inferior (0,7mm/ ano), o que significa que houve uma tendência ao aumento da altura facial anteroinferior, fato também comprovado por Melo19, que observou um aumento no terço facial inferior esquelético de 1,37mm/ano em crianças tratadas com o Bionator. Ao incluir-se o nariz na análise do perfil facial, observa-se que a posição do lábio superior em relação à linha E (UL_E) apresentou uma alteração negativa de 0,8mm/ano (grupo tratado), enquanto que no grupo controle não houve nenhuma alteração (0,0mm/ano). Houve, então, uma tendência à retrusão do lábio superior, fato também observado por Lange et al.17, que

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Landázuri DRG, Raveli DB, Santos-Pinto A, Dib LPS, Maia S

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artigo inédito

Análise comparativa do perfil tegumentar em jovens mestiços nipo-brasileiros, leucodermas e xantodermas Thais Maria Freire Fernandes1, Arnaldo Pinzan2, Renata Sathler3, Marcos Roberto de Freitas4, Guilherme Janson4, Fabiano Paiva Vieira5

Objetivo: determinar os valores médios de normalidade das grandezas cefalométricas tegumentares de jovens mestiços nipo-brasileiros com oclusão normal, e compará-los com amostras compatíveis de jovens brasileiros leucodermas e xantodermas. Métodos: foram utilizadas 40 telerradiografias de jovens leucodermas, 32 de nipo-brasileiros e 33 de xantodermas. As três amostras apresentavam indivíduos com oclusão normal e face bem balanceada. As amostras foram divididas por sexo devido às características do tecido mole e para facilitar a comparação. Foram realizados os testes estatísticos análise de variância a um critério (ANOVA) e a análise de covariância (ANCOVA) com p < 0,05. Resultados: a amostra nipo-brasileira para o sexo feminino apresentou menor espessura na região do násio e menor nariz em relação aos leucodermas. Em relação à amostra xantoderma, menor espessura na região supramentoniana e pogônio. No sexo masculino, os nipo-brasileiros apresentaram menor espessura na região do násio, maior espessura do lábio inferior e da região supramentoniana em relação à amostra leucoderma. Em relação aos xantodermas, maior espessura na região da glabela e da ENA-Sn. Conclusão: verificou-se a necessidade de se utilizar normas de tecido mole específicas para essa raça miscigenada. Palavras-chave: Grupos étnicos. Valores de referência. Ortodontia.

Como citar este artigo: Fernandes TMF, Pinzan A, Sathler R, Freitas MR, Janson G, Vieira FP. Comparative study of the soft tissue of young Japanese-Brazilian, Caucasian and Xanthoderm patients. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):116-24.

Mestre e Doutora em Ortodontia, FOB-USP. Professora titular de Ortodontia, UNOPAR. 2 Professor Associado, Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, FOB-USP. 3 Mestre e Doutora em Ortodontia, FOB-USP. 4 Professor Titular, departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva, FOB-USP. 5 Mestre em Ortodontia FOB-USP. 1

Enviado em: 18 de março de 2009 - Revisado e aceito: 16 de agosto de 2009 » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Thais Maria Freire Fernandes Alameda Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75 – CEP: 17012-901 – Bauru/SP E-mail: thaismaria@hotmail.com

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artigo inédito

Análise comparativa do perfil tegumentar em jovens mestiços nipo-brasileiros, leucodermas e xantodermas

utilizados para a má oclusão de Classe III têm maior torque vestibular para os incisivos superiores10. Reconhecer que as influências e as características raciais têm um importante papel em nortear os objetivos do tratamento ortodôntico e seus resultados estéticos é crítico para entender o valor e a necessidade da individualização do tratamento ortodôntico e do estudo de normas específicas para cada grupo étnico. Assim, o bom senso deve prevalecer, pois muitas vezes não é possível atingir o “padrão ideal”. Desse modo, a quantidade de movimentação dentária, os danos aos tecidos e os riscos de maior recidiva podem contraindicar uma atuação que busque apenas a rigorosa estética imposta pelo meio social. É necessário resguardar as condições de equilíbrio muscular e perceber o que é aceitável para cada indivíduo.

CONCLUSÃO Com base no método aplicado e nos resultados dessa pesquisa, é possível concluir que a amostra de mestiços nipo-brasileiros apresenta características próprias, tais como: Sexo feminino: • Menor espessura na região do násio e menor nariz em relação aos leucodermas. • Menor espessura na região supramentoniana e do pogônio em relação aos xantodermas. Sexo masculino: • Menor espessura na região do násio e maior espessura do lábio inferior e da região supramentoniana em relação aos leucodermas. • Maior espessura na região da glabela e na região da ENA-Sn em relação aos xantodermas.

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artigo inédito

Estudo da previsibilidade das medidas ANB, 1-NB, P-NB e 1-NA na elaboração da análise de Steiner Ana Cláudia Laureano Navarro1, Luiz Sérgio Carreiro2, Claudenir Rossato3, Ricardo Takahashi2, Carlos Eduardo de Oliveira Lima2

Objetivo: avaliar, nas fases inicial e final de tratamento ortodôntico corretivo, a previsibilidade das medidas ANB, 1-NB, P-NB, e 1-NA durante a individualização dos casos, onde se consideram as características inerentes do paciente, bem como a experiência do profissional e a mecânica a ser utilizada. Métodos: foram selecionados 90 pacientes, tratados na UEL, apresentando Classes I e II de Angle, tratados com e sem extrações de quatro pré-molares e divididos em três grupos: horizontal, equilibrado e vertical. As grandezas cefalométricas foram avaliadas nas fases inicial, proposta e final de tratamento, com o intuito de observar o comportamento das estimativas, ou seja, o quanto elas foram maiores ou menores que os valores obtidos. Resultados: constatou-se influência do padrão facial no comportamento das medidas analisadas; os valores propostos para o ANB foram estatisticamente diferentes dos valores obtidos ao final do tratamento; no grupo vertical, o valor final foi o que mais se aproximou do valor proposto; em relação à medida 1-NB, os valores propostos durante a elaboração da análise de Steiner para os grupos equilibrado e vertical não foram alcançados. Para medida PNB, não se observou diferença entre os sexos. Na medida 1-NA, foi observado que os valores obtidos ao final do tratamento diferem das estimativas nos três grupos analisados. Conclusão: as limitações das estimativas das medidas não invalidam seu emprego clínico ou didático, desde que, conscientes de suas deficiências, sejam utilizadas com restrições. Palavras-chave: Crescimento e desenvolvimento. Radiografia. Movimentação dentária.

Como citar este artigo: Navarro ACL, Carreiro LS, Rossato C, Takahashi R, Lima CEO. Assessing the predictability of ANB, 1-NB, P-NB and 1-NA measurements on Steiner cephalometric analysis. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):125-32.

Especialista em Ortodontia, Universidade Estadual de Londrina. 2 Professor Associado, Universidade Estadual de Londrina. 3 Professor Adjunto, Universidade Estadual de Londrina. 1

Enviado em: 18 de agosto de 2009 - Revisado e aceito: 11 de outubro de 2011 » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Gustavo Antônio Martins Brandão Rua Jerônimo Pimentel, 900 – Umarizal – Belém/PA – CEP: 66055-002

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artigo inédito

Navarro ACL, Carreiro LS, Rossato C, Takahashi R, Lima CEO

Tabela 7 - Número e percentual de acerto (=) do valor proposto, do valor final maior (>) ou menor (<) do que as estimativas da medida 1-NA (F-P). Grupos

Acerto

Maior

Menor

=

>

<

Total

Horizontal

1 (4%)

17 (68%)

7 (28%)

Equilibrado

10 (19%)

10 (19%)

31 (60%)

51

Vertical

2 (14%)

6 (42%)

6 (42%)

14

25

Tabela 8 - Resultado do teste de comparação entre os valores propostos e os valores ao final do tratamento para o ângulo 1-NA. Média

Média

Média após

Diferença

inicial

proposta

tratamento

F-P

Horizontal

6,78

4,60

6.02

Vertical

6,82

5,51

Equilibrado

5,97

4,19

Tipo facial

p-valor

Teste

1,42

0,21%

t de Student

5.07

-0,44

57,99%

t de Student

5.31

1,12

< 0,01%

Sinais por postos

» Em relação à medida 1-NB, observou-se que os valores propostos durante a elaboração da análise de Steiner para os grupos equilibrado e vertical não foram alcançados. » Na medida 1-NA, foi observado que os valores obtidos ao final do tratamento diferem das estimativas nos três grupos analisados. » No grupo vertical, o valor final foi o que mais se aproximou do valor proposto. » As limitações da estimativa das medidas ANB, 1-NB, PNB e 1-NA não invalidam o seu emprego desde que, conscientes de suas deficiências, sejam utilizadas com restrições.

CONCLUSÃO 
Baseados nos resultados obtidos e discutidos, foi possível constatar que:
 » Não foi observada a influência do sexo no comportamento das medidas ANB, 1-NB, PNB e 1-NA. » As proposições feitas na elaboração da análise de Steiner diferiram significativamente dos resultados obtidos com o tratamento ortodôntico, exceção feita à variável P-NB. » Os valores propostos para o ANB foram estatisticamente diferentes dos valores obtidos ao final do tratamento, com exceção do grupo equilibrado, sendo que o valor proposto para o grupo horizontal foi subestimado em relação os demais grupos.

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131

Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):125-32


artigo inédito

Estudo da previsibilidade das medidas ANB, 1-NB, P-NB e 1-NA na elaboração da análise de Steiner

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Caso Clínico BBO

Má oclusão de Classe I de Angle, com mordida aberta anterior, tratada com extrações de dentes permanentes Matheus Melo Pithon1

O presente caso clínico apresenta o tratamento ortodôntico de uma má oclusão de Classe I de Angle com mordida aberta anterior e biprotrusão dentária, em paciente do sexo feminino com 28 anos de idade. O tratamento de escolha para o caso foi o de extrações dentárias, seguidas por retração dos dentes anteriores, com consequente fechamento da mordida aberta anterior e melhor acomodação dos dentes em suas bases ósseas. Esse caso foi apresentado à Diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO) como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Mordida aberta. Extração dentária. Ortodontia corretiva.

Em relação às atividades funcionais, apresentava alterações no posicionamento lingual durante os movimentos de deglutição. Tinha higiene bucal adequada, com alta frequência de cárie.

Historia e Etiologia Paciente do sexo feminino com 28 anos e 8 meses de idade, apresentou-se à consulta inicial com bom estado geral de saúde e queixa principal de “dentes da frente não se tocam, não conseguindo cortar nada”. Seu histórico odontológico não possuía registros significativos, apenas algumas restaurações realizadas sem envolvimento endodôntico e perda óssea moderada na região dos molares superiores e inferiores. A paciente relatou que possuía o hábito de roer as unhas (onicofagia) quando nervosa. Relatou, ainda, que não se lembrava quando tinha sido extraído o primeiro molar inferior direito.

Diagnóstico Com relação ao aspecto facial, a paciente apresentava perfil convexo (Ls–linha S = + 4mm, Li–linha S = 6mm), selamento labial passivo, ângulo nasolabial diminuído, terço inferior da face aumentado, falta de espaço para acomodação dos dentes 12 e 22, e ausência de assimetrias evidentes (Fig. 1).

» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.

Professor da Disciplina de Ortodontia da Universidade Estadual do Sudoeste da

1

Bahia (UESB). Mestre e Doutor em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

» A paciente que ilustra o presente artigo autorizou previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais.

* Caso clínico categoria 2, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO).

Endereço para correspondência: Matheus Melo Pithon Av. Otávio Santos, 395, sala 705 – Recreio CEP: 45.020-750 – Vitória da Conquista / BA Email: matheuspithon@gmail.com

Como citar este artigo: Pithon MM. Angle Class I malocclusion with anterior open bite treated with extraction of permanent teeth. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):133-40.

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caso clínico BBO

Má oclusão de Classe I de Angle, com mordida aberta anterior, tratada com extrações de dentes permanentes

Tabela 1 - Resumo das medidas cefalométricas.

Medidas

Padrão esquelético

Padrão dentário

Perfil

Normal

A

B

Dif. A/B

SNA

(Steiner)

82°

90°

88°

2

SNB

(Steiner)

80°

83°

82°

1

ANB

(Steiner)

1

Ângulo de convexidade

(Downs)

16°

13°

3

Eixo Y

(Downs)

59°

55°

56°

1

Ângulo facial

(Downs)

87°

95°

94°

1

SN-GoGn

(Steiner)

32°

39°

39°

0

FMA

(Tweed)

25°

27°

28°

1

IMPA

(Tweed)

90°

108°

89°

19

1.NA (graus)

(Steiner)

22°

25°

15°

10

1-NA (mm)

(Steiner)

4mm

6mm

3mm

3

1.NB (graus)

(Steiner)

25°

49°

30°

19

1-NB (mm) 1 -Ângulo interincisal 1

(Steiner)

4mm

15mm

8mm

7

(Downs)

130°

98°

128°

30

1-APo (mm)

(Ricketts)

1mm

0mm

0mm

0

Lábio superior – Linha S

(Steiner)

0mm

4mm

2,5mm

1,5

Lábio inferior – Linha S

(Steiner)

0mm

6mm

3,5mm

2,5

Considerações Finais O tratamento ortodôntico com extrações dentárias tem sido motivo de debates e opiniões controversas1,2. As principais discussões são em relação à estabilidade pós-tratamento, ao impacto das extrações sobre a estética facial e o aprofundamento do perfil2. Atualmente, sabe-se que o mais importante para alcançar a estabilidade pós-tratamento ortodôntico, em casos com ou sem extrações dentárias, é a qualidade da oclusão após sua finalização3. Portanto, deve-se buscar uma oclusão excelente, com contatos bilaterais simultâneos em harmonia com a relação cêntrica e a desoclusão imediata dos dentes posteriores pelos anteriores, nos movimentos excursivos mandibulares4. Existe consenso de que as alterações mais expressivas ocorridas no perfil facial com o tratamento ortodôntico ocorrem na região labial após a extração dos primeiros pré-molares, seguida da retração dos incisivos. Contudo, vários fatores devem ser considerados antes da decisão por exodontias. Esses fatores são a

estética do perfil, o tamanho do nariz, a posição do incisivo inferior, a tipologia facial, o estado dos tecidos gengivais, a quantidade de apinhamento, a biomecânica do tratamento, o crescimento facial previsto e o tipo de má oclusão5. Nesse caso, optou-se pelo tratamento com extrações porque a paciente apresentava os incisivos muito projetados, interferindo na estética facial. Os resultados advindos desse tratamento escolhido mostraram-se satisfatórios, uma vez que os incisivos foram bem posicionados em suas bases ósseas, conseguindo-se bom relacionamento entre as arcadas sem que ocorresse aprofundamento do perfil, o que seria um desastre nessa paciente, em particular, devido à sua descendência direta da raça negra. Tomando-se como base os registros ao final do tratamento ortodôntico, pôde-se verificar que todos os objetivos foram alcançados. Obteve-se um relacionamento de chave de oclusão para os caninos, a redução da biprotrusão, correção da sobressaliência, da mordida aberta e dos maus posicionamentos dentários individuais.

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tópico especial

Controle vertical no tratamento compensatório da Classe III Márcio Costa Sobral1, Fernando A. L. Habib2, Ana Carla de Souza Nascimento3

Introdução: o tratamento ortodôntico compensatório, ou simplesmente camuflagem ortodôntica, consiste em uma importante alternativa à cirurgia ortognática na resolução de discrepâncias esqueléticas em pacientes adultos. Torna-se importante salientar que, para ser instituído de maneira bem-sucedida, deve-se realizar detalhado diagnóstico, avaliando de maneira específica as características dentárias e faciais, assim como as limitações impostas pela magnitude da discrepância. A queixa principal, as expectativas do paciente frente ao tratamento, os limites periodontais, padrão facial e controle vertical são alguns dos itens a serem explorados na determinação da viabilidade de um eventual tratamento compensatório. Os pacientes portadores de discrepância esquelética de Classe III associada a padrão facial vertical, hiperdivergente, com a presença ou tendência à mordida aberta anterior, merecem uma atenção especial. Nesses casos, uma eficiente estratégia de controle vertical deve ser planejada e instituída. Objetivo: o presente artigo tem como objetivo ilustrar a evolução de alternativas eficientes para controle vertical em pacientes hiperdivergentes — desde a utilização, em um passado recente, de dispositivos extrabucais na arcada inferior (J-hook), indo até os dias atuais, com o advento da ancoragem esquelética. Já para pacientes com um padrão facial mais equilibrado, a mecânica convencional com elásticos intermaxilares na direção de Classe III, associada à curva de Spee acentuada na arcada superior, reversa na inferior e elásticos verticais na região anterior, continua sendo uma excelente alternativa, desde que haja extrema colaboração na utilização dos elásticos. Palavras-chave: Ortodontia. Má oclusão de Classe III. Camuflagem.

Como citar este artigo: Sobral MC, Habib FAL, Nascimento ACS. Vertical control in the Class III compensatory treatment. Dental Press J Orthod. 2013 Mar-Apr;18(2):141-59.

Mestre em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). 2 Doutor em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professor Adjunto da Disciplina de Ortodontia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 3 Especialista em Ortodontia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). 1

Enviado em: 24 de janeiro de 2013 - Revisado e aceito: 27 de março de 2013 » Os pacientes que aparecem no presente artigo autorizaram previamente a publicação de suas fotografias faciais e intrabucais. » Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo. Endereço para correspondência: Márcio Costa Sobral Av. Anita Garibaldi, 1815, sala 315-B, C.M.E. - Ondina CEP: 41.170-130, Salvador / BA - E-mail: marciosobral@gmail.com

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tópico especial

Sobral MC, Habib FAL, Nascimento ACS

CONCLUSÃO Sobre a importância do controle vertical no tratamento ortodôntico compensatório da Classe III (camuflagem), podemos compreender que: 1. O controle do plano oclusal e do plano mandibular proporcionado por uma mecânica eficiente e de fácil aplicação pode trazer benefícios que caracterizam o tratamento compensatório da Classe III como uma ótima alternativa para a resolução desses problemas. É importante salientar que existem limitações e que nem todos os casos podem ser tratados de forma compensatória. 2. A camuflagem ortodôntica não é capaz de produzir grandes mudanças na face, nem de corrigir assimetrias, ou seja, não deve ser realizada em pacientes que anseiam por grande alteração na estética facial e, portanto, candidatos à cirurgia ortognática. 3. É importante ressaltar que, nos casos tratados através de camuflagem ortodôntica, a discrepância esquelética permanece. Portanto, o mais importante durante o planejamento é verificar com exatidão a queixa do paciente antes do início de qualquer tipo de tratamento. Isso previne frustrações futuras por parte desse quanto ao resultado obtido ao final do tratamento3. 4. A Ortodontia não é uma ciência exata, portanto, é a experiência clínica do profissional que irá ditar o planejamento, sempre atentando para as limitações e particularidades de cada paciente, a fim de aumentar, com isso, as possibilidades de sucesso de tratamento.

Análise dos resultados Os objetivos principais do tratamento foram atingidos, estabelecendo-se adequado relacionamento dentário, com melhora significativa na estética do sorriso, e diminuição na exposição de incisivos inferiores (Fig. 25). Não constatou-se repercussão importante na estética facial geral , uma vez que esse não era um objetivo factível. Vale a pena ressaltar que um fator preponderante para o sucesso do tratamento foi a colaboração por parte da paciente na utilização dos elástico intermaxilares. As alterações esqueléticas se resumiram ao giro anti-horário da mandíbula, com diminuição de 2o, no GoGn-SN (de 34o para 32o), comprovando o eficiente controle vertical propiciado pela mecânica utilizada (Fig. 27, 28 e Tab. 3). Do ponto de vista dentário, houve um aumento nainclinação dos incisivos superiores, com 1-NA de 33o para 42o e suave retroinclinação e extrusão dos incisivos inferiores, 1-NB de 23o para 18o, repercutindo diretamente no fechamento da mordida aberta (Fig. 27, 28 e Tab. 3). Foi obtida relação de chave de oclusão de caninos e molares, e corrigiu-se a mordida aberta anterior. O alinhamento, nivelamento, correção das giroversões e inclinações foram alcançados com sucesso (Fig. 25). Houve um ligeiro aumento das recessões gengivais na região dos incisivos inferiores, mas em nenhum momento tal fato pôde ser atribuído à movimentação dentária, uma vez que os movimentos foram obtidos de forma suave, com inclinação lingual. O paciente reconheceu persistir com técnica de escovação inadequada, o que certamente contribuiu para tal situação. Foi feito o encaminhamento para avaliação por um periodontista quanto à necessidade de realização de enxerto gengival livre.

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Normas de apresentação de originais 7. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar, o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada tabela. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).

— as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é responsabilidade dos autores e elas devem conter todos os dados necessários para sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http://www.nlm.nih. gov/bsd/uniform_requirements.html). — utilize os exemplos a seguir:

8. Comitês de Ética — os artigos devem, se aplicável, fazer referência ao parecer do Comitê de Ética da instituição.

Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.

9. Declarações exigidas Todos os manuscritos devem ser acompanhados das seguintes declarações, a serem preenchidas no momento da submissão do artigo: — Cessão de Direitos Autorais Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a Dental Press, caso o trabalho seja publicado. — Conflito de Interesse Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser explicitado. — Proteção aos Direitos Humanos e de Animais Caso se aplique, informar o cumprimento das recomendações dos organismos internacionais de proteção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões éticos do comitê responsável por experimentação humana/animal. — Permissão para uso de imagens protegidas por direitos autorais Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de material com direitos autorais devem vir acompanhadas da permissão de uso pelos proprietários desses direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar corretamente o crédito à fonte). — Consentimento Informado Os pacientes têm direito à privacidade que não deve ser violada sem um consentimento informado. Fotografias de pessoas identificáveis devem vir acompanhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de idade. Essas autorizações devem ser guardadas indefinidamente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em posse do autor correspondente.

Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301. Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990. Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/a15v11n6.pdf.

10. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências devem ser citadas no texto. — para facilitar a leitura, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração.

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Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos au (Australian Clinical Trials Registry), www.clinicaltrials. gov e http://isrctn.org (International Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRCTN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação, data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financiamento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinadores, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas, título público do estudo, título científico, países de recrutamento, problemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três categorias: - Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e contribuem para o Portal; - Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários; - Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria do Portal, ainda não contribuem para o Portal.

1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados e registrados antes de serem iniciados. O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas científicas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas, observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revistas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões internacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram incluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área da saúde. Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que exijam dos autores o número de registro no momento da submissão de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios estabelecidos pela OMS.

3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial da Saúde - OMS (http:// www.who.int/ictrp/en/) e do International Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.org/ wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje. org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo. Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.

2. Portal para divulgação e registro dos ensaios A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://www. who.int/ictrp/network/en/index.html), com interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos correspondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.

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Atenciosamente, David Normando, CD, MS, Dr Editor-chefe do Dental Press Journal of Orthodontics ISSN 2176-9451 E-mail: davidnormando@hotmail.com

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