ISSN 2176-9451
Volume 16, Number 1, January / February 2011
Versão em português Dental Press International
v. 16, no. 1
Dental Press J Orthod. 2010 Jan-Feb;16(1):1-160
Jan/Feb 2011
ISSN 2176-9451
EDITOR CHEFE Jorge Faber
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Sumário
6
ISSN 2176-9451
Descubra Aquarium. Volume 16, Number 1, January / February 2011
Aquarium Editorial TM
Case presentation software
Dental Press Journal of Orthodontics Volume 16, Number 1, January / February 2011
12
Calendário de Eventos / Events Calendar
13
O que há de novo na Odontologia / What’s new in Dentistry
17
Insight Ortodôntico / Orthodontic Insight
22
Entrevista com Didier Fillion / Interview
Interface Intuitiva • Incríveis filmes 3D • Conteúdo Amplo • Imagens Personalizadas • Compartilhável em Rede
Aquarium consiste no mais novo programa interativo de educação e apresentação de casos para pacientes da Dolphin Imaging.
Aquarium faz uso da qualidade profissional em ilustração e animação gráfica 3D para apresentação de tópicos comuns a complexos. Use Aquarium para explicar achados de diagnóstico, procedimentos, disfunções de ATM, instruções de higiene oral e outros. Os filmes e imagens do Aquarium podem ser exportados e compartilhados em rede dentro de sua clínica, através dos diversos monitores e resoluções, com alta definição e estética. Para saber mais, acesse: www.dolphinimaging.com/aquarium ou contate: comercial@renovatio3.com.br / fone: +11 3286.0300 Versão em português
Versão em português Ye a r s
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Artigos Online / Online Articles
29
Estudo comparativo de complicações durante o uso do aparelho de Herbst com cantiléver e com splint inferior de acrílico removível
Comparative study of complications during Herbst treatment with cantilever bite jumper and removable mandibular acrylic splint Alexandre Moro, Guilherme Janson, Ricardo Moresca, Marcos Roberto de Freitas, José Fernando Castanha Henriques
32
Comparação entre a radiografia de cavum e a cefalométrica de perfil na avaliação da nasofaringe e das adenoides por otorrinolaringologistas
Comparison between cavum and lateral cephalometric radiographs for the evaluation of the nasopharynx and adenoids by otorhinolaryngologists Rhita Cristina Cunha Almeida, Flavia Artese, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho, Rachel Dias Cunha, Marco Antonio de Oliveira Almeida
34
Consenso brasileiro de ronco e apneia do sono – aspectos de interesse aos ortodontistas
Brazilian consensus of snoring and sleep apnea – aspects of interest for orthodontists Cauby Maia Chaves Junior, Cibele Dal-Fabbro, Veralice Meireles Sales de Bruin, Sergio Tufik, Lia Rita Azeredo Bittencourt
Artigos Inéditos / Original Articles
37
Avaliação do efeito de tratamentos superficiais sobre a força de adesão de braquetes em provisórios de resina acrílica
Assessment of the effect of different surface treatments on the bond strength of brackets bonded to acrylic resin Deise Lima Cunha Masioli, Marco Antonio de Oliveira Almeida, Marco Antonio Masioli, José Roberto Moraes de Almeida
Tabela 3 - Frequência dos locais com e sem sangramento gengival durante T1 e T2, nos grupos teste e controle. Índice
Sangramento gengival (%)
Escore
Teste N=1060
Efeito da amarração em Ortodontia, com ligaduras elastoméricas e de aço inoxidável, na saúde periodontal
Effects of orthodontic ligation—using elastomeric and stainless steel ligatures—on periodontal health Clotilde Freitas Rodrigues, Lígia de Araújo Ramos Sales, Robert Willer Farinazzo Vitral, Marcelo Reis Fraga, Cátia Cardoso Abdo Quintão
Controle N=1296
T1
T2
T1
T2
**-
98,8
94,2
98,9
97,2
***+
1,2
5,8
1,1
2,8
Total
100
100
100
100
P
48
*0,000
*0,001 *0,000
57
Avaliação dos fatores determinantes da estética do perfil facial
Evaluation of the determinants of facial profile aesthetics Sílvia Augusta Braga Reis, Jorge Abrão, Cristiane Aparecida de Assis Claro, Leopoldino Capelozza Filho
Sumário
68
Percepção das alterações no plano gengival na estética do sorriso
Perception of changes in the gingival plane affecting smile aesthetics Daniela Feu, Fabíola Bof de Andrade, Ana Paula Camata Nascimento, José Augusto Mendes Miguel, Antonio Augusto Gomes, Jonas Capelli Júnior
75
A influência de imagens tridimensionais no plano de tratamento ortodôntico Orthodontic treatment plan changed by 3-D images Iury Oliveira Castro, Carlos Estrela, José Valladares-Neto
81
Avaliação do efeito da expansão rápida da maxila na via aérea superior, por meio da nasofibroscopia: descrição da técnica e relato de caso
Evaluation of the effect of rapid maxillary expansion on the upper airway using nasofibroscopy: Case report and description of the technique Edmilsson Pedro Jorge, Ary dos Santos-Pinto, Luiz Gonzaga Gandini Júnior, Odilon Guariza Filho, Anibal Benedito Batista Arrais Torres de Castro
90
Análise da posição rotacional do primeiro molar permanente superior na má oclusão de Classe II Divisão 1
Analysis of the rotational position of the maxillary first permanent molar in normal occlusion and Class II, division 1 malocclusion Marisa Helena Zingaretti Junqueira, Karyna Martins Valle-Corotti, Daniela Gamba Garib, Ricardo Brandão Vieira, Flavio Vellini Ferreira
99
Avaliação da proporção facial vertical: relação entre as alturas tegumentar e esquelética Evaluation of facial proportions in the vertical plane to investigate the relationship between skeletal and soft tissue dimensions Márcia Cristina Cunha Costa, Marcelo de Castellucci e Barbosa, Marcos Alan Vieira Bittencourt
107
Avaliação do atrito em braquetes autoligáveis submetidos à mecânica de deslizamento: um estudo in vitro
Evaluation of friction in self-ligating brackets subjected to sliding mechanics: an in vitro study Mariana Ribeiro Pacheco, Dauro D. Oliveira, Perrin Smith Neto, Wellington Correa Jansen
116
Avaliação qualitativa em modelo experimental fotoelástico do sistema de força gerado pela mola “T” centralizada com pré-ativações preconizadas por Burstone
Qualitative evaluation in photoelastic experimental models of the force system generated by T-springs placed in the center of the interbracket space with pre-activations advocated by Burstone Luiz Guilherme Martins Maia, Vanderlei Luiz Gomes, Ary dos Santos-Pinto, André da Costa Monini, Luiz Gonzaga Gandini-Jr.
126
Caso Clínico BBO / BBO Case Report
Má oclusão Classe I de Angle, com mordida aberta anterior, tratada com extração de dentes permanentes
Angle Class I malocclusion, with anterior open bite, treated with extraction of permanent teeth Mírian Aiko Nakane Matsumoto
139
Tópico Especial / Special Article
Retração rápida de caninos Rapid canine distalization Paulo Renato Carvalho Ribeiro, Sérgio Henrique Casarim Fernandes, Gustavo Saggioro Oliveira
158
Normas para publicação / Information for authors
Editorial
O tratamento ortodôntico passará a ser oferecido de forma gratuita em todos os Centros de Especialidades Odontológicas do Brasil, e beneficiará milhões de brasileiros ao longo dos anos Brasileira de Ortodontia e Ortopedia Facial (ABOR) — para que tenhamos protocolos baseados em evidência sustentando as decisões de tratamento que serão tomadas para a nossa população. Adicionalmente, é importante dizer que essas duas partes já se encontram trabalhando fortemente para isso, e que a parceria entre os governos e a sociedade é fundamental para que construamos o país que queremos no futuro. Em 2010 o Dr. Gilberto Pucca, coordenador nacional de Saúde Bucal, durante um jantar informal em Brasília, contou-me algo interessante. Falávamos sobre seus encontros periódicos com o presidente Lula, o progresso da implantação dos CEOs, e a importância que o próprio presidente dava à saúde bucal. Disse-me ele: "Faber, toda vez que eu encontro com o presidente, ele me pergunta: E aí, Pucca, as crianças já estão colocando aparelho?". Penso que talvez esse fosse o sonho do próprio ex-presidente quando menino, e é muito gratificante saber que esse mesmo sonho será realizado por muitas de nossas crianças.
Em dezembro último, dei uma aula em Taiwan. Em um giro pela ilha, fiquei impressionado com a imagem que o Brasil emplaca hoje na Ásia. Todos os comentários que ouvi não se referiam ao nosso futebol, mas ao crescimento econômico e à posição que o país ocupa no campo geopolítico. Ouvir as opiniões dos olheiros internacionais aguçou minha atenção para uma obviedade em nossa área: onde quer que andemos pelo Brasil, vemos pessoas em tratamento ortodôntico. Esse fato demonstra a importância que a população dá a esse tipo de correção, seja por razões estéticas, seja por funcionais. Foi a ascensão do consumo das classes C e D que possibilitou o acesso de um maior número de pessoas à Ortodontia. E a fatia da população que vai se beneficiar do tratamento ortodôntico aumentará ainda mais. A partir de 2011, o tratamento ortodôntico fará parte integral dos serviços oferecidos pelos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) do programa Brasil Sorridente — o programa do Governo Federal para a saúde bucal. O avanço já foi publicado no Diário Oficial da União, e marcará uma nova onda de acesso ao tratamento ortodôntico. É claro que ela não virá de forma fácil e espontânea. Será necessário muito empenho do Ministério da Saúde — e também da comunidade ortodôntica brasileira, por meio da Associação
Dental Press J Orthod
Boa leitura. Jorge Faber Editor-chefe faber@dentalpress.com.br
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2011 Jan-Feb;16(1):6
www.congressoabor2011.com.br
Calendário
de
Eventos 6º Congresso Internacional - Ortodontia: Ciência com consciência social Data: 24 a 26 de março de 2011 Local: Centro de Convenções de Goiânia - Goiânia / GO Informações: www.aborgoias.com.br
Mega Curso de Ortodontia em Adultos em São Paulo Data: 30 de março a 2 de abril de 2011 Local: Hotel Quality Suítes - Congonhas / SP Informações: www.megacurso.tumblr.com
Curso de Capacitação Biomecânica Interativa Auto Ligante Data: 1 e 2 de abril de 2011 Local: São José dos Campos / SP Informações: (12) 3923-2626 celestino@nyu.edu Linha de Pensamento - Sistemas Ertty Ortodontia | DTM | Oclusão Data: 1 e 2 de abril de 2011 Local: Natal / RN Informações: www.ertty.com.br
Curso Mini-implantes 2011 - Hands on - Dr. Carlo Marassi Data: 8 e 9 de abril de 2011 Local: Rio de Janeiro - Flamengo Informações: (21) 3325-5621 www.marassiortodontia.com.br Sistemas Ertty Data: 5, 6 e 7 de maio de 2011 Local: Quality Suítes Congonhas - Campo Belo - São Paulo / SP Informações: (61) 3248-0859 www.ertty.com.br Encontro do Centro de Ortodontia de Ribeirão Preto Data: 12 e 13 de maio de 2011 Local: Edifício Office Tower - Ribeirão Preto / SP Informações: (16) 3620-5635 www.ortogotardo.com.br V Congresso Sul Brasileiro de Ortodontia Data: 25, 26 e 27 de agosto de 2011 Local: OralEsthetic Instituto - Rua Frei Rogério, 237 - Lages / SC Informações: www.oralesthetic.com
Dental Press J Orthod
12
2011 Jan-Feb;16(1):12
O
que há de novo na
Odontologia
Por que o ortodontista deve conhecer a qualidade de vida de seu paciente? Daniela Feu*
gengivites e alterações periodontais24,25, e nem de que o tratamento ortodôntico possa prevenir o desenvolvimento de desordens articulares16,22 ou melhorar a efetividade mastigatória10,18 dos pacientes. Portanto, os principais benefícios do tratamento ortodôntico estariam relacionados com a estética e a função mastigatória, que causarão, como consequências e objetivos, melhoras no bem-estar social e psicológico do paciente, objetivando “qualidade de vida”3,6,7,8,13,24,25. Os benefícios do tratamento ortodôntico fixo convencional para a qualidade de vida dos pacientes tratados, especialmente em suas dimensões psicossociais, foram comprovados recentemente por um estudo de caso-controle3 e duas avaliações prospectivas longitudinais6,8. A “qualidade de vida relacionada à saúde bucal” é um conceito multidimensional, que inclui a percepção subjetiva do bem-estar físico, psicológico e social de cada um, além de um senso de bemestar geral subjetivo. Sua essência, de acordo com alguns autores, seria o reflexo das experiências de um indivíduo, que influenciariam sua satisfação com a vida em todos os seus aspectos4,12,13. Para avaliar a qualidade de vida dos pacientes, são usados questionários conhecidos como “indicadores sociodentais”. O que esses indicadores procuram revelar é o impacto percebido dos problemas bucais sobre a qualidade de vida das pessoas que os possuem. O relato do paciente permitirá conhecer em maior amplitude a consequência advinda das alterações bucais,
Devido à natureza eletiva do tratamento ortodôntico, a decisão de iniciá-lo torna-se dependente da opinião dos pacientes e dos pais, que significa, muitas vezes, a motivação causada pelo impacto negativo que a má oclusão lhes gerou, seja ele estético, funcional ou social. Portanto, essa autonomia do paciente desempenha um importante papel na previsão de resultados finais, uma vez que a satisfação teoricamente estaria relacionada à redução ou eliminação dos fatores que o levaram a buscar tratamento. Então como seria possível desempenhar tratamentos que possibilitariam ganhos psicossociais aos pacientes e obter sucesso sem conhecer o impacto gerado pela má oclusão? Frente a esse novo paradigma, a Odontologia Baseada em Evidências trouxe para a Ortodontia um de seus maiores desafios: conhecer o impacto do tratamento ortodôntico na vida diária dos pacientes. Isso porque, para que seja considerado viável, todo e qualquer tratamento, incluindo a terapia ortodôntica, deve ser capaz de trazer um benefício significativo, que supere os custos biológicos e financeiros para cada paciente individualmente3,20,26. Existe evidência de que pacientes portadores de más oclusões têm pior qualidade de vida relacionada à saúde bucal em comparação a pacientes que possuem oclusões equilibradas7,13,24,23,26. Entretanto, não existe evidência científica de que más oclusões não tratadas possam aumentar o risco de desenvolvimento de cáries dentárias1,
* Mestre em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Doutoranda em Ortodontia – UERJ.
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2011 Jan-Feb;16(1):13-6
O que há de novo na Odontologia
Referências 1.
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Endereço para correspondência Daniela Feu E-mail: danifeutz@yahoo.com.br
Dental Press J Orthod
16
2011 Jan-Feb;16(1):13-6
Insight Ortodôntico
As reabsorções radiculares múltiplas ou severas não estão relacionadas a fatores sistêmicos, suscetibilidade individual, tendência familiar e predisposição individual Alberto Consolaro*, Telma Regina Gobbi Franscischone**, Laurindo Zanco Furquim***
As células que colonizam a superfície dentária radicular, os cementoblastos, não têm receptores numericamente suficientes e significativos para os mediadores do turnover ósseo6,21. Os cementoblastos são células “surdas” às mensagens dos mediadores do turnover ósseo mesmo quando estão em altos níveis nos tecidos periodontais, como ocorre no hiperparatireoidismo. Em processos inflamatórios periodontais, os níveis locais de mediadores indutores da reabsorção óssea também estão elevados, mas os cementoblastos não respondem e dessa forma os dentes ficam protegidos do turnover ósseo (Fig. 1, 2). A constatação da “ausência” de receptores de superfície nos cementoblastos para os mediadores do turnover ósseo dificulta qualquer raciocínio para atribuir às reabsorções dentárias uma origem sistêmica como as endocrinopatias21. Em outras palavras, os cementoblastos não sofrem influência de mediadores sistêmicos ou hormônios. Independentemente de os mediadores sistêmicos estarem em baixos ou altos níveis, os cementoblastos continuam colonizando a superfície radicular. As causas das reabsorções dentárias devem estar relacionadas à perda dos cementoblastos da superfície radicular. A perda dos cementoblastos pode ter origem traumática, química ou biológica,
As reabsorções radiculares múltiplas, ou as mais severas, ainda são frequentemente atribuídas às alterações sistêmicas4,5, em especial às endocrinopatias. Isso também ocorre quando há maior severidade de perda óssea alveolar, especialmente durante a movimentação ortodôntica18,19,20. No turnover ósseo, o processo de deposição de matriz se alterna continuadamente com a reabsorção óssea em momentos e locais diferentes. Esse processo dinâmico permite que o tecido ósseo se adapte às demandas funcionais de cada região do esqueleto14,15,23 e participe ativamente na manutenção da homeostasia mineral do organismo no controle do nível sérico de cálcio e fósforo2,3,6,15. Em períodos variáveis de acordo com a idade do paciente, o esqueleto ósseo renova-se completamente22. Os dentes não são envolvidos no turnover ósseo, especialmente as estruturas radiculares1,8,12,17. O turnover ósseo ocorre devido à atividade celular dos osteoblastos, osteócitos, macrófagos e clastos. Essas células se organizam em unidades multicelulares básicas ou osteorremodeladoras (BMUs) e recebem estímulos de mediadores sistêmicos e locais em receptores de superfície na membrana celular, especialmente nos osteoblastos e macrófagos2,7,22.
* Professor Titular na FOB e da Pós-Graduação na FORP – Universidade de São Paulo. ** Endocrinologista e Doutora em Patologia pela FOB-USP. *** Professor Doutor da Universidade Estadual de Maringá e Doutor em Patologia pela FOB-USP.
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Consolaro A, Franscischone TRG, Furquim LZ
Consideração final Cada vez menos, em casos de reabsorções radiculares múltiplas e severas, se atribui como causa os fatores ou doenças sistêmicas, a suscetibilidade individual, a tendência familiar e a predisposição individual. Quando houver suspeita de alguns desses fatores influenciando no aparecimento e evolução das reabsorções radiculares, os pacientes devem ser encaminhados ao endocrinologista e/ou ao geneticista para uma abordagem médica adequada. Nos casos em que essa conduta é adotada, em geral, o paciente retorna com a informação de que não existe relação da
reabsorção radicular múltipla ou severa com o seu estado sistêmico e/ou histórico familiar. Independentemente da inexistência da relação entre fatores sistêmicos, suscetibilidade individual, tendência familiar e predisposição individual e as reabsorções radiculares, parece-nos pertinente que casos de pacientes com doenças sistêmicas controladas ou não e que foram submetidos a tratamentos ortodônticos sejam publicados criteriosamente para enriquecer a literatura de evidências de que as endocrinopatias e outras doenças não apresentam as reabsorções dentárias como parte de suas manifestações clínicas.
Referências 1.
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Endereço para correspondência Alberto Consolaro E-mail: consolaro@uol.com.br
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Entrevista
Uma entrevista com
Didier Fillion • Graduado pela Universidade Paris V. • Especialista pela Universidade Paris V. • Único ortodontista a praticar exclusivamente Ortodontia Lingual há mais de 30 anos (Paris-Londres). • Membro da Associação Americana de Ortodontia (AAO). • Membro da Associação Americana de Ortodontia Lingual (ALOA). • Presidente da Sociedade Britânica de Ortodontia Lingual (ALOB). • Presidente Honorário da Sociedade Francesa de Ortodontia Lingual (SFOL). • Secretário Honorário da Sociedade Europeia de Ortodontia Lingual (ESLO). • Membro Fundador da Sociedade Mundial de Ortodontia Lingual (WSLO). • Professor Adjunto da Universidade Paris V. • Professor Adjunto da Universidade de New York (NYU) – EUA. • Professor Visitante da Universidade de Ferrara (Itália).
O Dr. Didier Fillion iniciou sua carreira após graduar-se pela Universidade Paris V, em Sams, uma pequena cidade francesa e sua terra natal. Com formação básica edificada na Tweed Fundation, decidiu dedicar-se à Ortodontia Lingual após assistir, por sete vezes consecutivas, os cursos do Dr. John C. Gorman. Decidido a trabalhar exclusivamente com a Ortodontia Lingual, fixou residência em Paris e há mais de 30 anos vem destacando-se pela excelência de resultados clínicos que obtém com essa técnica, aliando qualidade e estética em suas abordagens. Embora sua opção a priori fosse a de ser clínico, o seu brilhantismo profissional abriu-lhe as portas da carreira acadêmica, sendo convidado a ministrar aulas e cursos de Ortodontia Lingual na Universidade Paris V, Universidade de New York, Universidade de Ferrara, Universidade de Coimbra, dentre outras. Por preocupar-se em ensinar com maestria e fortalecer essa técnica, razão de seu árduo trabalho, fundou a Sociedade Francesa de Ortodontia Lingual, e auxiliou no processo de fundação de sociedades como essa ao redor do mundo, inclusive da ABOL (Associação Brasileira de Ortodontia Lingual) e da WSLO (Sociedade Mundial de Ortodontia Lingual). Atualmente ministra cursos em diversos países ao redor do mundo, mostrando todo o processo de evolução pelo qual passa a Ortodontia Lingual e disseminando as possibilidades clínicas obtidas de maneira cada vez mais previsível e consistente. Recentemente esteve mais uma vez no Brasil a convite da ABOL para um curso de apresentação de seu novo sistema de set-up virtual e transferência de braquetes, onde teve a oportunidade de responder a várias perguntas, formuladas por ortodontistas brasileiros que praticam a técnica lingual, e que, abaixo, compartilhamos com vocês. Bom proveito. Luiz Fernando Eto
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Fillion D
20) Qual é o futuro da Ortodontia Lingual? Alexandre Moro A demanda dos pacientes adultos está crescendo, assim como o número de ortodontistas. As novas tecnologias estão melhorando e simplificando a Ortodontia Lingual, então, logicamente, essa técnica deve ser mais requisitada nos próximos cinco anos, especialmente se a tecnologia ajudar a reduzir o tempo de cadeira e o custo total13. A economia é um fator a ser considerado.
- com a Ortodontia Lingual é possível tratar com sucesso todos os tipos de más oclusões; - o tempo de tratamento é sempre menor com Ortodontia Lingual; - o resultado é sempre melhor; - o Invisalign é um sistema em que não há controle mecânico por parte do ortodontista.
17) Qualquer especialista é capaz de praticar Ortodontia Lingual? Andréia Cotrim Sim, mas um bom treinamento é absolutamente necessário. Apenas fazer um curso não é o suficiente. 18) Quanto ao ensino de Ortodontia Lingual: o senhor acha melhor que seja passado nos cursos de especialização, como uma disciplina, ou ministrando-se cursos específicos para especialistas? Aqui no Brasil existem cursos para especialistas. Alexander Macedo No momento, acho melhor haver cursos para especialistas. Essa técnica é tão diferente da outra que é melhor aprender quando já somos especialistas e temos alguma experiência com a Ortodontia clássica.
Referências 1. 2. 3.
19) Qual conselho daria para os ortodontistas brasileiros que querem tratar seus pacientes com Ortodontia Lingual? Marcos Prieto Meu primeiro aviso é que comecem com casos simples para se familiarizar com a colagem indireta, colocação dos arcos, ligaduras. Casos de extração devem ser tratados mais tarde. E o segundo aviso é aprender o suficiente para ter um bom controle da técnica. A Ortodontia Lingual é diferente da vestibular, então os ortodontistas devem saber perfeitamente todas as características e diferenças. Há muitos cursos de Ortodontia Lingual, porém eles são bons se demonstram casos clínicos, porque somente a teoria não é suficiente. Antes de decidir limitar minha prática à Ortodontia Lingual, eu tinha feito, na década de 80, sete vezes o mesmo curso — dado pelos pioneiros Kurz, Gorman e Smith. A cada vez eu aprendia mais.
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4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11.
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Entrevista
Luiz Fernando Eto (Coordenador)
Graça Guimarães
- Mestre em Ortodontia pela PUC-Minas, membro ativo da World Society of Lingual Orthodontics (WSLO), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em Belo Horizonte (MG).
- Especialista em Ortodontia pela Unesp (Araraquara), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em São Paulo (SP).
Carla Maria Melleiro Gimenez
Andréia Cotrim Ferrreira
- Mestre e Doutora em Ortodontia pela Unesp (Araçatuba), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em Araraquara (SP)/FOA-Unesp.
- Mestre em Ortodontia pela Unicid (SP), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em São Paulo (SP).
Marcelo Marigo
Alexander Macedo
- Mestre e Doutor em Ortodontia pela Unicamp (Piracicaba), membro ativo da World Society of Lingual Orthodontics (WSLO), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em Governador Valadares (MG).
- Mestre em Ortodontia pela Unicid (SP), membro contribuinte da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em São Paulo (SP).
Valter Ossamu Arima Rita Baratela Thurler - Especialista em Ortodontia pela Unesp (São José dos Campos), membro ativo da World Society of Lingual Orthodontics (WSLO), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em Curitiba (PR).
- Mestre em Ortodontia pela Unicid (SP), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em São Paulo.
Marcos Gabriel Prieto
Alexandre Moro
- Mestre em Ortodontia pela Universidade de Marília, membro ativo da World Society of Lingual Orthodontics (WSLO), membro efetivo da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em Campo Grande (MS).
- Mestre e Doutor em Ortodontia pela USP (Bauru), membro contribuinte da Associação Brasileira de Ortodontia Lingual (ABOL), clínica de Ortodontia em Curitiba (PR).
Endereço para correspondência Didier Fillion E-mail: smile@drfillion.com Luiz Fernand Eto E-mail: ortoeto@globo.com
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Artigo Online*
Estudo comparativo de complicações durante o uso do aparelho de Herbst com cantiléver e com splint inferior de acrílico removível Alexandre Moro**, Guilherme Janson***, Ricardo Moresca****, Marcos Roberto de Freitas*****, José Fernando Castanha Henriques******
Resumo Objetivo: verificar e comparar os tipos de complicações durante o tratamento com o aparelho de Herbst com cantiléver (CBJ) e com splint removível inferior. Métodos: vinte e um pacientes tratados consecutivamente com o CBJ foram comparados a vinte e um pacientes tratados consecutivamente com o aparelho de Herbst com coroas de aço nos primeiros molares superiores e com splint de acrílico inferior removível. A idade inicial média para o grupo com CBJ foi de 12 anos e 3 meses e, para o grupo com splint, foi de 11 anos e 3 meses. Ambos os grupos utilizaram o aparelho por um período de 12 meses. A partir da ficha clínica dos pacientes, foi realizado um levantamento de ocorrências de complicações acontecidas durante o tratamento com os aparelhos de Herbst. Resultados: o número total de ocorrências de complicações foi de 24 para o grupo com CBJ e de 53 para o grupo com splint. O teste de Mann-Whitney (p<0,05) demonstrou diferença significativa entre os dois tipos de tratamento em relação ao total de ocorrências de complicações durante o tratamento. A prevalência de pacientes que apresentaram alguma complicação durante o tratamento foi de 66,67% para os pacientes tratados com CBJ, e de 85,71% para os pacientes tratados com splint. Conclusões: o grupo com CBJ apresentou menor número de complicações durante o tratamento com o aparelho de Herbst. Em ambos os grupos, nenhum paciente apresentou um grande número de complicações individualmente. O aparelho CBJ é preferível ao modelo com splint de acrílico inferior removível, devido à economia de tempo clínico e laboratorial. Palavras-chave: Aparelho de Herbst. Classe II. Complicações.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
** Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Professor Associado da UFPR - Graduação e Pós-graduação em Ortodontia. Professor Titular da Universidade Positivo - Graduação e Pós-graduação em Ortodontia. *** Professor Titular e Chefe do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Coordenador do Curso de Mestrado em Ortodontia. **** Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de São Paulo - USP. Professor Adjunto da UFPR - Graduação e Pós-graduação em Ortodontia. Professor Titular da Universidade Positivo - Graduação e Pós-graduação em Ortodontia. ***** Professor Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Coordenador do Curso de Doutorado em Ortodontia. ****** Professor Titular do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru - USP.
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Estudo comparativo de complicações durante o uso do aparelho de Herbst com cantiléver e com splint inferior de acrílico removível
Resumo do editor Recentemente, estudos sobre a frequência de ocorrência de complicações durante o tratamento com o aparelho de Herbst revelaram que as intercorrências dependem do tipo de aparelho utilizado. Maior frequência de fraturas foi observada no aparelho com bandas. Por outro lado, maior ocorrência de descolagens foi contabilizada nos casos com splint metálico. Não se observou diferença na frequência geral de complicações entre o aparelho com bandas e o modelo com splint metálico. Até o presente momento, nenhum estudo prévio comparou a frequência de complicações entre os aparelhos de Herbst com cantiléver e o modelo com splint inferior removível de acrílico. O objetivo deste estudo foi comparar a ocorrência de quebras com os dois tipos de aparelho de Herbst a fim de auxiliar a decisão clínica sobre qual constituiria a melhor escolha. O grupo I foi composto por pacientes de ambos os sexos (15 homens e 6 mulheres), com má oclusão de Classe II, e média de idade ao início do tratamento correspondendo a 12 anos e 3 meses. Esses pacientes foram tratados com o aparelho de Herbst com cantiléver (CBJ) (Ormco - Glendora, CA, EUA), constituído por quatro coroas de aço nos primeiros molares superiores e inferiores.
O grupo II consistiu de pacientes de ambos os sexos (11 homens e 10 mulheres), com má oclusão de Classe II, e média de idade ao início do tratamento correspondendo a 11 anos e 3 meses. Os pacientes deste grupo foram tratados com o aparelho de Herbst com coroas de aço nos primeiros molares superiores e splint de acrílico inferior removível. Os molares superiores eram conectados com um arco transpalatino. O sistema telescópico utilizado nesse aparelho de Herbst foi o da Dentaurum tipo I (Ispringen, Alemanha). Ao se avaliar a prevalência de complicações, observou-se que em 7 pacientes (33,3%) do grupo CBJ e em 3 (14,29%) do grupo splint não houve nenhuma complicação. O teste de Fisher não demonstrou diferença significativa entre as duas modalidades de aparelhos, para a prevalência de pacientes que demonstraram complicações. Por outro lado, ao se avaliar o número total de ocorrências de complicações durante o tratamento com os aparelhos de Herbst, observaram-se 24 ocorrências de complicações com o CBJ (média de 1,1 por paciente) e 53 com o splint (média de 2,5 por paciente), com diferença estatisticamente significativa. Portanto, confirmou-se a impressão clínica de que o aparelho de Herbst com cantiléver demonstra maior resistência a quebras.
Questões aos autores
orientações sobre a alimentação que recebe um paciente que vai usar um aparelho fixo convencional. Se o paciente comer alimentos duros ou pegajosos, poderão ocorrer: descolamento da coroa, afrouxamento do parafuso, distorção do pistão, fratura da coroa, quebra do splint inferior, quebra do arco transpalatino. Isso vale tanto para o aparelho de Herbst com cantiléver (CBJ) quanto para o aparelho com splint inferior removível. Para o grupo do splint, é difiícil, mas pode acontecer a situação em que o paciente fique sem usar a parte inferior do aparelho, que é removível para permitir uma melhor higiene bucal.
1) Os aparelhos fixos, como o aparelho de Herbst, independem da cooperação do paciente no que refere-se à utilização do aparelho. No entanto, a colaboração do paciente parece ser importante para a manutenção da integridade do aparelho. Quais as complicações do aparelho de Herbst que devem-se à falta de colaboração dos pacientes? O aparelho de Herbst não é indestrutível, e sempre na sua instalação o paciente deve receber as mesmas
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Moro A, Janson G, Moresca R, Freitas MR, Henriques JFC
2) Os autores verificam diferenças nos efeitos clínicos quando varia-se o desenho do aparelho de Herbst? Em um estudo1 ainda não publicado, que comparou o efeito da correção da Classe II com esses dois tipos de aparelho de Herbst empregando-se a análise cefalométrica de sobreposição de Johnston Jr., observou-se como diferenças que a alteração da base apical e o crescimento/deslocamento mandibular foram maiores no grupo splint (3,9mm e 5,2mm, respectivamente) que no grupo CBJ (3,0mm e 4,0mm, respectivamente), entretanto, essas diferenças não foram estatisticamente significativas. Uma outra conclusão importante foi que não houve diferença no movimento anterior dos incisivos inferiores. O valor foi de 1,3mm para os dois grupos. Esperava-se que o grupo com splint apresentasse menor protrusão.
a resistência das coroas de aço, entretanto são bem mais fáceis de ser removidas, pois possuem uma abertura na face oclusal. Além disso, a tendência atual é a colocação do pivô inferior, no sistema com cantiléver, mais para trás, na região do segundo pré-molar inferior, o que torna o aparelho mais estético e machuca menos a bochecha do paciente. Quanto ao sistema telescópico, prefere-se utilizar, hoje em dia, aparelhos que têm o encaixe no seu próprio desenho, sem a necessidade de parafusos para travar o sistema, pois, como vimos, uma das maiores causas de complicações é o afrouxamento do parafuso. Algumas empresas têm lançado sistemas telescópicos como uma peça única, onde o tubo (superior) e o pistão (inferior) formam um único bloco, sem se separar, como um amortecedor. Entretanto, ainda não são clinicamente eficientes, justificando o maior valor cobrado por esses aparelhos. Uma forte tendência para o futuro é a tentativa de utilização da ancoragem esquelética2, principalmente na arcada inferior, para a instalação do aparelho, tentando dessa forma maximizar os desejados efeitos esqueléticos e minimizar os efeitos dentários colaterais.
3) Vislumbram-se alguns avanços técnicos no futuro próximo para a terapia com o aparelho de Herbst? Na atualidade, têm sido empregadas as bandas Rollo (American Orthodontics, Sheboygan, WI, EUA) para a fixação do aparelho. Elas possuem
Referências 1. Eckert LA. Estudo comparativo das alterações dentárias e esqueléticas decorrentes do tratamento da má-oclusão de Classe II, 1 com Aparelho de Herbst com Splint de Acrilíco Inferior Removível e com o Aparelho de Herbst com Cantilever. (Monografia). Curitiba (PR). Universidade Federal do Paraná; 2005. 2. Barretto-Lopes B, Dominguez GC, Tortamano A, Rossi JL, Vigorito JW. Avaliação in vitro da resistência à flexão de um protótipo de mini-implante desenvolvido para ancoragem do aparelho de Herbst. Dental Press J. Orthod 2010 15(4):38-39.
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Endereço para correspondência Alexandre Moro Cel. Dulcídeo, 1558 – Água Verde Cep: 80.250-100 - Curitiba / PR E-mail: alexandremoro@uol.com.br
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Comparação entre a radiografia de cavum e a cefalométrica de perfil na avaliação da nasofaringe e das adenoides por otorrinolaringologistas Rhita Cristina Cunha Almeida**, Flavia Artese***, Felipe de Assis Ribeiro Carvalho**, Rachel Dias Cunha****, Marco Antonio de Oliveira Almeida*****
Resumo Introdução: tanto a radiografia cefalométrica de perfil quanto a de cavum permitem a avalia-
ção do espaço aéreo nasofaríngeo (EAN). Não é rara a solicitação dos otorrinolaringologistas de radiografia de cavum, mesmo o paciente possuindo uma cefalométrica. Objetivos: objetivou-se (a) conhecer quais exames os otorrinolaringologistas solicitam para avaliar o EAN; (b) verificar o conhecimento da cefalométrica por otorrinolaringologistas; (c) comparar a avaliação de otorrinolaringologistas nas duas técnicas radiográficas para a medição e a visualização do EAN e da adenoide; (e) correlacionar os resultados do método de inspeção visual com os da medição de Schulhof. Métodos: foram obtidas, no mesmo dia, radiografias cefalométricas e de cavum de 15 pacientes respiradores bucais. Essas foram cobertas com papel cartão, deixando visível apenas o EAN e adenoides e foram avaliadas por 12 otorrinolaringologistas. Estes respondiam sobre sua familiaridade com a cefalométrica, quais exames solicitam para visualizar EAN e adenoides e se utilizam algum método de medição do grau de obstrução. Avaliavam qual das radiografias apresentava a melhor visualização da adenoide e do EAN, e classificavam o tamanho dos mesmos em pequeno, médio ou grande, através de método visual. Resultados: os resultados demonstraram que todos os otorrinolaringologistas costumam solicitar a radiografia de cavum. Apenas um solicita a cefalométrica, dois estão familiarizados com essa técnica e um utiliza algum método de medição do EAN. A cefalométrica foi preferida por 49,4% dos otorrinolaringologistas, a de cavum por 22,8%, enquanto 27,8% não observaram diferença entre ambas. Foi encontrada baixa correlação entre o método de medição visual e o de Schulhof. Palavras-chave: Ortodontia. Otorrinolaringologia. Radiografia de cavum. Radiografia cefalométrica.
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
** Doutorandos em Ortodontia na UERJ. *** Professora adjunta de Ortodontia da UERJ. **** Especialista em Otorrinolaringologia. ***** Professor titular de Ortodontia da UERJ.
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Almeida RCC, Artese F, Carvalho FAR, Cunha RD, Almeida MAO
Resumo do editor A avaliação radiográfica, além de ser o meio de diagnóstico mais utilizado na literatura médica para avaliar a hipertrofia adenoideana, também é o método mais usado no planejamento do tratamento ortodôntico do paciente. Entretanto, o médico normalmente utiliza a radiografia de cavum e o ortodontista a cefalométrica lateral. Ambas são radiografias de norma lateral, porém a cefalométrica é padronizada, através do uso de um cefalostato, para estabilizar a cabeça do paciente. Na radiografia de cavum, a ausência do cefalostato durante a tomada radiográfica permite que o paciente altere a posição da cabeça, o que requer maior atenção durante sua realização. O resultado do presente estudo mostrou que os otorrinolaringologistas têm pouco conhecimento
da técnica cefalométrica, já que apenas 2 de 12 entrevistados conheciam esse método radiográfico. É importante frisar que, quando comparadas as duas técnicas, a maioria dos médicos preferiu a visualização do espaço aéreo nasofaríngeo e adenoide na radiografia cefalométrica (49,4% e 48,9%, respectivamente) e aproximadamente um quarto dos otorrinolaringologistas não viu diferença entre as duas técnicas (27,8% e 27,2%, respectivamente). Este estudo também averiguou se o método visual usado pelos otorrinolaringologistas no diagnóstico da hipertrofia das adenoides era compatível com os resultados encontrados medindo essas estruturas segundo o método de Schullof (1978). Quando comparada a avaliação visual com o método de medição de Schulhof, foi verificada uma baixa correlação entre os métodos.
Questões aos autores 2) A interdisciplinaridade entre ortodontistas e otorrinolaringologistas poderia constituir um benefício ao paciente? Sim. Pois ambos poderiam trabalhar conjuntamente para o benefício do paciente, discutindo o melhor momento para cada abordagem e não tornando o tratamento mais longo do que o necessário.
1) Qual das técnicas de avaliação redundaria em maior número de diagnósticos de obstrução da nasofaringe, a avaliação quantitativa pelo método citado ou a avaliação visual utilizada pelos otorrinolaringologistas? Não existe diferença no número de diagnósticos possíveis. A diferença entre os métodos é apenas na consistência do diagnóstico, ou seja: utilizando a avaliação quantitativa aumentam as chances de vários profissionais darem o mesmo diagnóstico para um caso específico ou de um mesmo profissional fornecer o mesmo diagnóstico para um caso específico em diferentes períodos de tempo. Já no método de avaliação visual, as divergências em relação ao diagnóstico aumentam.
3) Como viabilizar a interdisciplinaridade entre essas áreas? Talvez elaborando cursos interdisciplinares ou através de centros de tratamento do respirador bucal que incluíssem a Ortodontia como uma das áreas envolvidas. Endereço para correspondência Rhita Cristina Cunha Almeida Av. das Américas, 3434 bl. 5 sala 223, Barra da Tijuca Cep: 22.640-102 - Rio de Janeiro / RJ Email: rhita.almeida@gmail.com
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Artigo Online*
Consenso brasileiro de ronco e apneia do sono – aspectos de interesse aos ortodontistas Cauby Maia Chaves Junior**, Cibele Dal-Fabbro***, Veralice Meireles Sales de Bruin****, Sergio Tufik*****, Lia Rita Azeredo Bittencourt******
Resumo
O objetivo deste artigo é explicitar o posicionamento das sociedades médicas que, reunidas, estabeleceram consenso sobre os parâmetros clínico-laboratoriais que envolvem os distúrbios respiratórios do sono, em especial o ronco e a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Os ortodontistas, que vêm ocupando gradativamente seu espaço em equipes multidisciplinares que atuam na área do sono humano, pouco conhecem sobre essa uniformização coordenada pela Associação Brasileira de Sono. Os trabalhos clínicos e as pesquisas científicas oriundos da Odontologia, e em particular da Ortodontia, também devem observar e seguir esses critérios de diagnóstico e tratamento estabelecidos pela comunidade médica brasileira. Palavras-chave: Apneia do sono tipo obstrutiva. Ronco. Polissonografia.
Resumo do editor O ortodontista que atua ou pretende atuar na área de sono precisa, fundamentalmente, conhecer em profundidade os parâmetros de diagnóstico clínico-laboratoriais adotados, as definições estabelecidas e os limites de sua área de atuação junto às equipes multidisciplinares que acompanham e tratam distúrbios respiratórios do sono. A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) é uma doença de causa multifatorial e ainda não totalmente esclarecida, decorrente em parte de alterações anatômicas da via aérea
superior e do esqueleto craniofacial associadas a alterações neuromusculares da faringe. É caracterizada por eventos recorrentes de obstrução da via aérea superior durante o sono. A obstrução manifesta-se de forma contínua, envolvendo um despertar relacionado ao esforço respiratório aumentado, uma limitação, redução (hipopneia) ou cessação completa (apneia) do fluxo aéreo na presença dos movimentos respiratórios. Os eventos são frequentemente finalizados por microdespertares. Os sintomas mais comuns são o cansaço ao acordar e sensação
* Acesse www.dentalpress.com.br/revistas para ler o artigo na íntegra.
** Professor Associado I - Disciplina de Ortodontia – Depto. Clínica Odontológica - Universidade Federal do Ceará (UFC). Pós-Doutorando em Medicina e Biologia do Sono – Depto. Psicobiologia - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). *** Mestre em Reabilitação Oral (FOB-USP). Doutoranda em Medicina e Biologia do Sono - Depto. Psicobiologia - UNIFESP-EPM. **** Professora Associada – Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Ceará (UFC). Pós-Doutoranda em Medicina e Biologia do Sono – Depto. Psicobiologia - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM). ***** Professor Titular - Depto. Psicobiologia - UNIFESP-EPM. ****** Professora Adjunto - Livre Docente - Depto. Psicobiologia - UNIFESP-EPM.
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Chaves Junior CM, Dal-Fabbro C, Bruin VMS, Tufik S, Bittencourt LRA
de sono não reparador (independentemente da duração do sono), sonolência excessiva durante o dia e piora na qualidade de vida. Os fatores predisponentes são: obesidade, principalmente central; sexo masculino; anormalidades craniofaciais, como hipoplasia maxilomandibular; aumento do tecido mole e do tecido linfoide da faringe; obstrução nasal; anormalidades endócrinas, como hipotireoidismo; acromegalia; e história familiar. Os fatores associados são: hipertensão arterial sistêmica, hipertensão pulmonar, arritmias cardíacas relacionadas ao sono, angina
noturna, refluxo gastroesofágico, prejuízo na cognição da qualidade de vida e insônia. O cirurgião-dentista pode solicitar avaliação polissonográfica quando julgá-la necessária, sendo o diagnóstico definitivo dos distúrbios do sono, sua gravidade e avaliação das comorbidades atribuições do médico, com base nos achados polissonográficos. O ortodontista é muito importante na identificação de sítios obstrutivos faríngeos, na avaliação e tratamento ortopédico e/ou cirúrgico das desarmonias maxilomandibulares, bem como na terapia da SAOS com aparelhos intrabucais.
Questões aos autores
cidade de São Paulo possuem IMC acima de 25 Kg/m2 e 22% dessa população já são considerados obesos, com IMC maior que 30 Kg/m2. Por essa razão, esses dados não devem ser extrapolados para a população brasileira. A fisiopatologia da SAOS não está completamente elucidada, já que o estreitamento da via aérea superior durante o sono e o consequente colapso têm causas multifatoriais. Há fatores anatômicos, funcionais e neuromusculares envolvidos. As dimensões e as relações espaciais da via aérea superior são determinadas pelo tecido mole, musculatura e pelo esqueleto craniofacial, afetando diretamente a configuração e a dimensão da faringe. Dentre os fatores anatômicos que podem estar diretamente relacionados à obstrução estão: a presença de tecido gorduroso na faringe, a hipertrofia amidaliana ou adenoideana, o aumento do volume da língua ou macroglossia, e fatores relacionados ao desenvolvimento e crescimento craniofaciais, como retrognatia mandibular e/ou maxilar, micrognatia e estreitamento das arcadas dentárias. Se a obesidade é um dos principais fatores de risco para a SAOS, em pacientes não obesos, as alterações no crescimento do terço inferior da face parecem constituir o fator dominante no
1) A prevalência da SAOS é alta no Brasil? Quais os fatores envolvidos na etiologia desse distúrbio? Muito embora estudos epidemiológicos em outros países tenham mostrado que a prevalência da SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono) em adultos pode variar de 2 a 10%, um estudo recentemente publicado pela equipe de Medicina e Biologia do Sono da Unifesp (Departamento de Psicobiologia) encontrou números alarmantes. Segundo esse estudo, a prevalência da SAOS foi de 32,9% da população adulta da cidade de São Paulo, sendo de 40,6% para os homens e 26,1% para as mulheres. Devemos ressaltar a grande importância desse estudo, realizado com amostra populacional obtida de forma aleatória, no qual todos os voluntários foram submetidos a questionários e polissonografia de noite inteira em laboratório de sono (padrão ouro para diagnóstico dessa síndrome). Notadamente, como esperado, essa prevalência foi maior nos grupos de maior idade e IMC (índice de massa corporal), ou seja, quanto maior a idade e o peso, maior a chance do indivíduo apresentar SAOS. Por outro lado, segundo esse estudo, 60% da população adulta da
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Consenso brasileiro de ronco e apneia do sono – aspectos de interesse aos ortodontistas
evoluções no sentido de buscar novos tratamentos, de aperfeiçoar os métodos existentes e no intuito de procurar demonstrar não somente a melhora do quadro clínico, mas a normalização das suas consequências cardiovasculares e cognitivas a que esses indivíduos estão expostos. Ao lado das modalidades de tratamento clínico já aceitas, CPAP e AIO, existem as novas abordagens terapêuticas, as quais têm sido estudadas, muitas delas no sentido de complementar um tratamento que não esteja sendo totalmente efetivo. Aqui podemos incluir o tratamento fonoaudiológico, que através de exercícios procura melhorar o tônus da musculatura da faringe. O mesmo vale para a Acupuntura, que também pode auxiliar na melhora do distúrbio respiratório do sono. Por outro lado, as modalidades cirúrgicas, principalmente na forma da cirurgia ortognática, têm sido mais estudadas, com o objetivo de realmente demonstrar a melhora esperada, através de pesquisas bem delineadas. Por outro lado, as pesquisas têm demonstrado o resultado do tratamento clínico, seja esse com AIO ou com CPAP, na melhora da cognição, qualidade de vida e parâmetros cardiovasculares. Quanto à parte cardiovascular, podemos citar estudos avaliando o efeito desses tratamentos na pressão arterial sistêmica, na variabilidade da frequência cardíaca e no estresse oxidativo. O certo é que o tratamento clínico da SAOS (AIO e CPAP) apresenta consistência na literatura, enquanto os outros tratamentos ainda apresentam poucos estudos.
desenvolvimento dessa síndrome. Fatores funcionais, como o aumento da complacência da via aérea superior, têm sido estudados, assim como os fatores neuromusculares. Quanto a esses últimos, pouco se sabe até o presente momento. Sabemos que durante o sono há uma redução do comando ventilatório com redução da atividade dos músculos dilatadores da faringe. Na SAOS, durante a vigília ocorre um mecanismo compensatório aos eventos obstrutivos noturnos, com um aumento da atividade dos músculos faríngeos. Durante o sono o inverso é observado, sendo que a diminuição do tônus desses músculos pode levar ao colapso da via aérea superior. No entanto, esses fatores ainda estão em estudo. O colapso pode ocorrer na porção retropalatal, retrolingual ou ambas, sendo um processo dinâmico entre alterações anatômicas e atividade neuromuscular de toda a faringe. Esses conceitos são fundamentais para a indicação e seleção do tratamento mais adequado. Acredita-se que o estreitamento e a colapsabilidade da via aérea superior durante o sono envolvem vários fatores, e não somente uma via previamente estreita e pequena, facilmente perceptível ao exame físico. 2) O papel do ortodontista diante dos distúrbios do sono está bem delineado? A Odontologia vem ganhando espaço na Medicina do Sono nos últimos anos graças ao trabalho desempenhado por profissionais que têm procurado trabalhar de forma multidisciplinar, estando ligados direta ou indiretamente a equipes que atuam em Medicina do Sono. O presente artigo publicado nesta edição esclarece bastante o aspecto do papel do cirurgião-dentista, e em particular do ortodontista, no diagnóstico e tratamento desses distúrbios respiratórios do sono. 3) O futuro promete evoluções na terapia para apneia do sono? A pesquisa na área de Medicina do Sono, em relação ao tratamento da SAOS, tem procurado
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Endereço para correspondência Cauby Maia Chaves Junior Rua Leonardo Mota - 460 - Apto. 1002 Cep: 60.170-040 - Fortaleza / CE E-mail: cmcjr@uol.com.br
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Artigo Inédito
Avaliação do efeito de tratamentos superficiais sobre a força de adesão de braquetes em provisórios de resina acrílica Deise Lima Cunha Masioli*, Marco Antonio de Oliveira Almeida**, Marco Antonio Masioli***, José Roberto Moraes de Almeida****
Resumo Objetivo: avaliar a influência do tratamento de superfície de resinas acrílicas na resistência ao cisalhamento de braquetes colados com resina composta. Métodos: foram confeccionados 140
discos de resina acrílica autopolimerizável (Duralay®), divididos aleatoriamente em 14 grupos (n=10). Em cada grupo, os corpos de prova receberam um tipo diferente de tratamento de superfície: grupo 1 = sem tratamento de superfície (controle); grupo 2 = silano; grupo 3 = jato de óxido de alumínio (JOA); grupo 4 = JOA + silano; grupo 5 = broca diamantada; grupo 6 = broca diamantada+ silano; grupo 7 = ácido fluorídrico; grupo 8 = ácido fluorídrico + silano; grupo 9 = ácido fosfórico; grupo 10 = ácido fosfórico + silano; grupo 11 = monômero de metilmetacrilato (MMA); grupo 12 = MMA + silano; grupo 13 = Plastic conditioner (Reliance®); grupo 14 = Plastic conditioner (Reliance®) + silano. Após o preparo de superfície, os corpos de prova foram analizados através da rugosimetria. Posteriormente, foram colados braquetes (Morelli®) de incisivo central “standard edgewise” com resina fotopolimerizável Transbond XT®, de acordo com as instruções do fabricante. Resultados: o agente umectante à base de silano não teve um efeito estatisticamente significativo sobre os valores de força de adesão; os tratamentos com JOA e broca produziram maiores mudanças topográficas na superfície da resina acrílica, bem como os maiores valores de rugosidade; observou-se uma correlação não linear entre a força de adesão e a rugosidade de superfície; tratamentos com monômero e JOA resultaram nas maiores forças de adesão. Conclusões: o silano não foi capaz de aumentar a força de adesão entre braquete e resina acrílica. Sugere-se mais estudos sobre este tema, pois a força de adesão obtida foi muito baixa. Palavras-chave: Ortodontia. Resina acrílica. Resina composta. Braquete.
INTRODUÇÃO Com o aumento crescente do número de pacientes adultos que procuram tratamento ortodôntico, alguns procedimentos adotados no consultório tiveram que sofrer modificações
para atender esse novo perfil de pacientes. Essa mudança de faixa etária fez com que a Ortodontia, muitas vezes, deixasse de ser uma atividade fim, para tornar-se uma atividade meio. Isto é, o tratamento passou a ser multidisciplinar,
* Mestre em Ortodontia e Ortopedia Facial – UERJ. Professor de Ortodontia - ESFA. ** Professor titular de Ortodontia - UERJ. *** Professor titular de Dentística - UFFES. **** Doutor em Ciência dos Materiais e Metalurgia - PUC-Rio. Mestre em Ciência dos Materiais e Engenheiro Metalúrgico - PUC-Rio.
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Masioli DLC, Almeida MAO, Masioli MA, Almeida JRM
recobrimento sobre a superfície que impede o melhor contato entre a resina acrílica e o braquete, enfraquecendo a adesão entre ambos.
para aumentar a rugosidade da superfície e, consequentemente, aumentaram a força de adesão. O condicionador plástico parece gerar uma camada de
Assessment of the effect of different surface treatments on the bond strength of brackets bonded to acrylic resin Abstract Objective: To evaluate the influence of the surface treatment of acrylic resins on the shear bond strength of brackets bonded with composite resin. Methods: Were fabricated 140 discs with autopolymerizing acrylic resin (Duralay™) and divided into 14 groups (n = 10). In each group, the specimens received a different type of surface treatment. Group 1= untreated surface (control), group 2= silane, group 3= aluminum oxide blasting (AOB), group 4= AOB + silane, group 5= diamond bur, group 6= diamond bur + silane, group 7= hydrofluoric acid, group 8= hydrofluoric acid + silane, group 9= phosphoric acid, group 10= phosphoric acid + silane, group 11= methylmethacrylate monomer (MMA), group 12= MMA + silane, group 13= plastic conditioner (Reliance®); group 14= plastic conditioner (Reliance™) + silane. After surface treatment the specimens were analyzed using a surface roughness tester. Subsequently, standard edgewise central incisor brackets (Morelli™) were bonded using Transbond XT™ light-cure adhesive system, according to the manufacturer’s instructions. Results: The silane-based wetting agent had no statistically significant effect on bond strength values. Treatments with AOB and bur generated the highest topographical changes on the surface of acrylic resin as well as the highest roughness values. A nonlinear correlation was found between bond strength and surface roughness. Monomer + AOB treatment yielded the highest bond strength values. Conclusions: Silane failed to increase the bond strength between brackets and acrylic resin. We encourage further studies on this subject since the bond strength achieved in our study was extremely low. Keywords: Orthodontics. Acrylic resin. Composite resin. Brackets.
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Enviado em: abril de 2088 Revisado e aceito: dezembro de 2009
Endereço para correspondência Deise Lima Cunha Masioli Av. Nossa Senhora dos Navegantes 635/802 CEP: 29.050-335 - Enseada do Suá - Vitória / ES E-mail: deise@masioliodontologia.com.br
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Artigo Inédito
Efeito da amarração em Ortodontia, com ligaduras elastoméricas e de aço inoxidável, na saúde periodontal Clotilde Freitas Rodrigues*, Lígia de Araújo Ramos Sales**, Robert Willer Farinazzo Vitral***, Marcelo Reis Fraga****, Cátia Cardoso Abdo Quintão*****
Resumo Objetivo: o presente estudo avaliou clinicamente as condições periodontais de um grupo teste
e um grupo controle utilizando-se os seguintes três sistemas de indexação periodontal: índice de biofilme, índice de sangramento e profundidade de sondagem. Métodos: o grupo teste foi composto por 20 indivíduos com média etária de 13,5 anos, submetido ao tratamento ortodôntico fixo, que recebeu duas formas de ligaduras: a elastomérica e a de aço inoxidável. Os resultados foram comparados entre si e com um grupo controle, sem tratamento ortodôntico, composto de 15 indivíduos com média etária de 15,3 anos. As mensurações foram realizadas previamente ao tratamento ortodôntico (T1) e seis meses após a colocação do aparelho ortodôntico fixo (T2); e, no grupo controle, após seis meses da mensuração inicial (T2). Ambos os grupos foram orientados quanto à higiene bucal, segundo a técnica de Bass, antes do início do tratamento. Resultados e Conclusões: os resultados das análises das faces dentárias demonstraram um aumento estatisticamente significativo nos índices de biofilme (P=0,000), sangramento gengival (P=0,000) e profundidade de sondagem (P=0,000), quando T1 e T2 e os grupos foram comparados; entretanto, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre as ligaduras elastoméricas e de aço inoxidável na avaliação desses índices periodontais. Palavras-chave: Aparelhos ortodônticos. Doenças periodontais. Biofilmes.
INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA A inter-relação Ortodontia-Periodontia vem sendo objeto de estudo ao longo dos anos, seja na abordagem do uso dos acessórios ortodônticos como retentores de biofilme e obstáculos para correta higiene bucal2,3,4,5,9,10,11,13,14,16,20,22,23,26,28,29, seja na abordagem do posicionamento dentário
como forma de reter biofilme, proteger a papila gengival ou permitir correta transmissão de forças ao periodonto7,12,15,25,27. Estudos sobre as alterações periodontais frente ao tratamento ortodôntico têm mostrado resultados diversos. Na literatura verifica-se uma associação entre o aparelho ortodôntico e a inflamação
* Especialista em Ortodontia pela UFJF. ** Especialista em Periodontia pela UFJF. *** Doutor em Ortodontia pela UFRJ. Coordenador e Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da UFJF. Professor Associado do Departamento de Odontologia Social e Infantil da UFJF. **** Mestre em Ortodontia pela PUC/MG. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da UFJF. ***** Doutora em Ortodontia pela UFRJ. Professora Adjunta da Faculdade de Odontologia da UERJ. Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da UFJF.
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Rodrigues CF, Sales LAR, Vitral RWF, Fraga MR, Quintão CCA
CONCLUSÕES Após avaliação clínica da condição periodontal, utilizando-se o índice de biofilme, índice de sangramento e índice de profundidade de sondagem, de pacientes submetidos ao tratamento ortodôntico fixo, com amarrações elastoméricas e de aço inoxidável, e comparados a um grupo controle, avaliados previamente ao tratamento ortodôntico (T1) e seis meses após a colocação do aparelho ortodôntico fixo (T2), e, no grupo controle, após seis meses da mensuração inicial (T2), demonstrou-se: • Aumento significativo no índice de biofilme, tanto ao comparar T1 e T2, como ao comparar o grupo teste com o controle. • Aumento significativo no índice de sangramento gengival, tanto ao comparar T1 e T2, como ao comparar o grupo teste com o controle. • Aumento significativo no índice de profundidade de sondagem, tanto ao comparar T1 e T2, como ao comparar o grupo teste com o controle. • Nenhuma diferença significativa entre as ligaduras elastoméricas e de aço inoxidável ao avaliar os índices de biofilme, sangramento gengival e profundidade de sondagem.
mostrou diferenças estatisticamente significativas no índice de biofilme (P=0,242), sangramento gengival (P=0,788) e profundidade de sondagem (P=0,832). Estes resultados concordam com os encontrados através de microscopia eletrônica5,26, porém discordam de um outro estudo que demonstrou que as ligaduras elastoméricas apresentaram maior número de microrganismos quando comparadas às de aço10. Os resultados obtidos ao comparar as formas de ligaduras, no presente estudo, sugerem a possibilidade de outras variáveis na alteração da saúde periodontal de pacientes submetidos ao tratamento ortodôntico, como por exemplo o uso de braquetes e bandas, a forma de colagem e o material dos braquetes4,13,14. Os valores do índice de biofilme e sangramento, apesar de demonstrarem um aumento significativo em T2, encontraram-se dentro dos padrões de boa higiene6. O mesmo ocorreu com o índice de profundidade de sondagem, que demonstrou um aumento significativo, porém dentro dos padrões da normalidade17. Baseado nessas observações, ratifica-se a necessidade de implantar um programa de higiene bucal direcionado para pacientes sob tratamento ortodôntico, visando manter a saúde periodontal2,7,9,16,18.28,29.
Effects of orthodontic ligation—using elastomeric and stainless steel ligatures—on periodontal health Abstract Objective: This study aimed to conduct a clinical evaluation of the periodontal conditions of a test group and a control group using three periodontal indexing systems, namely: dental biofilm index (DBI), bleeding index (BI) and pocket probing depth (PPD). Methods: The test group consisted of 20 subjects with a mean age of 13.5 years undergoing fixed orthodontic treatment involving the use of two types of ligature: elastomeric ligature (EL) and stainless steel ligature (SSL). The results were compared with a control group without prior orthodontic treatment, comprising 15 subjects with a mean age of 15.3 years. The measurements were performed prior to orthodontic treatment (T1) and six months after placement of a fixed orthodontic appliance (T2); and in the control group, six months after the initial measurement (T2). Both groups were instructed about oral hygiene, according to the Bass technique, before treatment. Results and Conclusions: Dental surfaces showed a statistically significant increase in levels of biofilm (P=0.000), gingival bleeding (P=0.000) and probing depth (P=0.000). When the T1 and T2 groups were compared, however, no statistically significant differences were found between EL and SSL in terms of these periodontal indexes. Keywords: Orthodontic appliances. Periodontal diseases. Biofilms.
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Efeito da amarração em Ortodontia, com ligaduras elastoméricas e de aço inoxidável, na saúde periodontal
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Enviado em: julho de 2007 Revisado e aceito: junho de 2008
Endereço para correspondência Clotilde Freitas Rodrigues Av. Alberto Lamego, 637, bl. 03, ap. 301 - Horto CEP: 28.016 811 - Campos dos Goytacazes / RJ E-mail: clofreitas@yahoo.com.br
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Artigo Inédito
Avaliação dos fatores determinantes da estética do perfil facial Sílvia Augusta Braga Reis*, Jorge Abrão**, Cristiane Aparecida de Assis Claro***, Leopoldino Capelozza Filho****
Resumo Objetivo: avaliar a influência da idade, do sexo, da relação oclusal sagital, do Padrão Facial e de 8 medidas do perfil facial sobre a estética do perfil. Métodos: foram utilizadas tabelas
de contingência, o Teste Qui-quadrado e o coeficiente de Cramér para avaliar a possível associação entre a nota dada por 32 avaliadores (14 ortodontistas, 12 leigos e 6 artistas) para a estética do perfil de 100 brasileiros — adultos, leucodermas, portadores de selamento labial passivo — e a idade, o sexo, a relação oclusal sagital, o Padrão Facial e as variáveis da análise facial numérica do perfil. Resultados: não foi observada associação entre a idade, o sexo e a relação oclusal sagital e a estética do perfil facial. A associação foi observada entre a nota recebida para a estética do perfil e o Padrão Facial, o ângulo de convexidade facial e o ângulo do terço inferior da face. Conclusão: o Padrão Facial, definido na avaliação do perfil pela convexidade do perfil facial, e a projeção anterior do mento foram, entre os fatores avaliados, os determinantes para a estética do perfil facial. Palavras-chave: Perfil facial. Estética. Diagnóstico ortodôntico.
INTRODUÇÃO Desde o início do século XX, Case6 tentou estabelecer as características responsáveis por uma face bonita ou perfeita: » mento saliente com leve depressão mentolabial; » lábio inferior ligeiramente posterior ao superior; » lábio superior equilibrado com a bochecha, a proeminência malar e o nariz; » selamento labial passivo. Verifica-se, entretanto, uma alteração constante nesse conceito de beleza2,17,18. Estética pode ser definida como a apreciação da beleza, ou a com-
binação de qualidades que proporcionam intenso prazer aos sentidos, às faculdades intelectuais ou morais10. Essa apreciação da beleza é influenciada por valores individuais, como sexo, raça e educação; e valores da sociedade, como o ambiente e, atualmente, a publicidade (mídia). Varia, portanto para cada população em diferentes momentos históricos2,10,14,15,16. Vários estudos já tentaram determinar as características faciais responsáveis por uma aparência estética agradável ou desagradável. A estética agradável estaria relacionada à harmonia e equilíbrio entre as partes do perfil facial4,15. No perfil feminino a forma do mento, e no
* Doutoranda em Ortodontia pela USP - São Paulo. Mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista de São Paulo. ** Professor Livre Docente da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. *** Doutora em Ortodontia pela Universidade de São Paulo. Professora assistente doutora da disciplina de Ortodontia da Universidade de Taubaté. **** Professor Doutor da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo – Bauru. Membro do setor de Ortodontia do HRAC – USP – Bauru.
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Avaliação dos fatores determinantes da estética do perfil facial
CONCLUSÃO Verificou-se, no presente trabalho, associação entre a nota recebida para a estética do perfil facial e o ângulo de convexidade facial, o ângulo do terço inferior da face e o Padrão facial. O aumento da convexidade facial no sexo masculino e a redução no feminino foram esteticamente
desagradáveis, podendo exigir procedimentos cirúrgicos associados à Ortodontia para favorecimento da estética. Não houve associação entre a estética do perfil e a idade, o sexo, a relação oclusal sagital, a protrusão labial e o ângulo de convexidade facial total.
Evaluation of the determinants of facial profile aesthetics Abstract Objective: To evaluate the influence of age, gender, sagittal occlusal relationship, facial pattern and 8 facial profile measures on profile aesthetics. Methods: Contingency tables, chi-square test and Cramer’s coefficient were used to evaluate the possible association between the scores assigned by 32 examiners (14 orthodontists, 12 laypeople and 6 artists) to the aesthetics of the profile of 100 Brazilian Caucasian adults, all patients with lip seal competence, and age, gender, sagittal occlusal relationship, facial pattern and the variables of the numerical analysis of the facial profile. Results: No association was found between age, gender and sagittal occlusal relationship and the aesthetics of facial profile. An association was observed between profile scores and facial pattern, facial convexity angle and lower face angle. Conclusions: Among the factors evaluated in this study, facial profile convexity and anterior chin projection were the key determinants of facial profile aesthetics. Keywords: Facial profile. Aesthetics. Orthodontic diagnosis.
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Enviado em: julho de 2007 Revisado e aceito: agosto de 2007
Endereço para correspondência Sílvia Augusta Braga Reis Rua Timbiras, 1560, conj. 308, CEP: 30.140061 - Belo Horizonte / MG E-mail: silviabreis@hotmail.com
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Artigo Inédito
Percepção das alterações no plano gengival na estética do sorriso Daniela Feu*, Fabíola Bof de Andrade**, Ana Paula Camata Nascimento***, José Augusto Mendes Miguel****, Antonio Augusto Gomes*****, Jonas Capelli Júnior******
Resumo Objetivo: esse estudo analisou a percepção de 80 profissionais de Odontologia e 80 in-
divíduos leigos, pacientes de consultórios particulares e da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo, quanto à presença de alterações no plano gengival. Métodos: a fotografia de uma mulher jovem sorrindo foi digitalmente modificada, produzindo alterações simétricas na altura gengival dos incisivos centrais e incisivos laterais, tornando o plano gengival progressivamente ascendente. Foi solicitado que os indivíduos escolhessem a foto mais agradável e, depois disso, o entrevistador questionava o indivíduo para verificar se o mesmo sabia o que estava sendo alterado na sequência de fotos, ou seja, se identificava as alterações feitas no plano gengival. Resultados: os resultados mostraram que houve uma prevalência significativa na seleção do plano gengival harmonioso no grupo de dentistas e de pacientes (p<0,001; p<0,05, respectivamente) e que não houve diferenças significativas entre as especialidades integrantes do grupo de dentistas (p=0,538), o que aconteceu no grupo de leigos (p=0,05), demonstrando maior percepção do grupo de pacientes de consultório. A identificação da alteração no plano gengival foi significativa no grupo de dentistas (p<0,001) sem diferenças significativas dentre as especialidades do grupo, e não foi significativa no grupo de leigos (p=0,100). Foi evidenciada também uma identificação do problema significativamente superior no grupo de dentistas em relação ao grupo de leigos (p<0,001). Conclusão: concluiu-se, portanto, que alterações simétricas acima de 2mm podem ser percebidas por dentistas e leigos, que não existem diferenças nessa percepção entre as especialidades odontológicas estudadas e que o grupo de pacientes de consultório foi significativamente mais perceptivo que os pacientes da UFES. Palavras-chave: Ortodontia. Estética dentária. Plano gengival.
* Mestre e Doutoranda em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). ** Mestre e Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade de Pernambuco (UPE). *** Mestre em Prótese pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e Professora Adjunta da disciplina de Prótese Dentária. **** Doutor e Livre Docente em Ortodontia pela FO-UERJ e Professor Associado da disciplina de Ortodontia da UERJ. ***** Doutor em Prótese Dentária pela Universidade de São Paulo (USP) e Professor Adjunto da disciplina de Prótese Dentária da Universidade Federal do Espírito Santo. ****** Doutor e Livre Docente em Ortodontia pela FO-UERJ e Professor Associado da disciplina de Ortodontia da UERJ.
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Percepção das alterações no plano gengival na estética do sorriso
- Os dentistas foram significativamente mais perceptivos para as alterações no plano gengival do que os pacientes leigos. - Não existem diferenças na percepção da alteração do plano gengival entre as especialidades odontológicas estudadas. - O grupo de pacientes leigos de consultório foi significativamente mais perceptivo do que o dos pacientes da UFES.
ortodôntico, ou mesmo se seria um fator diferencial que possa levá-lo a buscar tratamento, e novos estudos que venham a elucidar tais dúvidas devem ser feitos. CONCLUSÕES Os autores concluíram que, para a população estudada: - Alterações simétricas no plano gengival acima de 2mm são ser percebidas por dentistas e leigos.
Perception of changes in the gingival plane affecting smile aesthetics Abstract Objective: This study investigated how 80 dental professionals and 80 lay persons, patients from private practice offices and from the School of Dentistry, Federal University of Espírito Santo (UFES), perceived the presence of changes in the gingival plane. Methods: A photograph of a smiling young woman was digitally modified to produce symmetrical changes in the gingival height of the central incisors and lateral incisors, thereby causing the gingival plane to ascend progressively. Individuals were asked to choose the most pleasant looking picture and thereafter the interviewer questioned each individual to find out if they knew what was being changed in the sequence of pictures, i.e., whether or not they were able to identify changes in the gingival plane. Results: The results showed a significant prevalence in the selection of a harmonious gingival plane in the group of dentists and patients (p<0.001, p<0.05, respectively). Furthermore, there were no significant differences between the specialties comprised in the group of dentists (p = 0.538), which was the case in the lay group (p = 0.05), showing a greater perception on the part of the group of dental office patients. Identification of changes in the gingival plane was significant in the group of dentists (p<0.001) without significant differences between group specialties. Neither was it significant in the lay group (p = 0.100). The results also highlight a significantly higher ability to identify problems in the group of dentists compared to the lay group (p<0.001). Conclusion: It was therefore concluded that symmetrical changes greater than 2 mm can be perceived by both dentists and lay people. Moreover, no differences were found in this perception among the dental specialties. Finally, the group of dental office patients was significantly more perceptive than UFES patients. Keywords: Orthodontics. Dental esthetics. Gingival plane.
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Enviado em: maio de 2007 Revisado e aceito: agosto de 2008
Endereço para correspondência Daniela Feu Rua Moacir Ávidos; n° 156/ apto 804 CEP: 29.055-350 - Praia do Canto, Vitória / ES E-mail: danifeutz@yahoo.com.br
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Artigo Inédito
A influência de imagens tridimensionais no plano de tratamento ortodôntico Iury Oliveira Castro*, Carlos Estrela**, José Valladares-Neto***
Resumo Introdução: a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) foi introduzida no final da década de 90 e estudos têm aprimorado o seu emprego na Odontologia. Objetivo: o objetivo desse artigo foi verificar a influência de imagens tridimensionais (3D) no plano de tratamento ortodôntico. Métodos: duas situações clínicas (reabsorção cervical e deiscência óssea) foram descritas por meio de imagens 3D. Resultados: a conduta orto-
dôntica foi redirecionada para a simplificação da mecânica e o controle das lesões durante o tratamento ortodôntico. Conclusão: imagens 3D são capazes de aumentar a acurácia do diagnóstico e redirecionar o plano de tratamento ortodôntico. Palavras-chave: Plano de tratamento ortodôntico. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Reabsorção cervical. Deiscência óssea.
INTRODUÇÃO A tomografia computadorizada (TC) convencional (ou médica) foi desenvolvida, em 1972, pelo engenheiro inglês Hounsfield e pelo físico norteamericano Comark2. Representou grande evolução e, por essa razão, seus idealizadores foram consagrados com o prêmio Nobel de Medicina em 1979. Apesar do avanço, a TC convencional foi aplicada na Odontologia com restrições, em decorrência da elevada dosagem de radiação, excessiva dimensão da aparelhagem, necessidade de posição supina do paciente durante a tomada, além do custo financeiro2,10,19. Ao final da década de 90, o avanço tecnológico conduziu a uma nova versão que atendeu as necessidades da região dos dentes e maxilofacial, e se tornou conhecida como tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) ou, no idioma inglês, cone-beam2,4,6,10.
Como o nome sugere, a TCFC produz um feixe de radiação em forma de cone que gira em torno do paciente para adquirir dados volumétricos. Uma quantidade específica de raios X absorvida corresponde a uma estrutura cuboide tridimensional chamada de voxel, correspondente ao pixel das imagens bidimensionais. A reconstrução volumétrica computadorizada é obtida por softwares utilizando algoritmos para reproduzir a imagem tridimensional (3D) em alta resolução18. A dosagem de radiação emitida pela TCFC depende do campo de visão desejado, tempo de exposição, miliamperagem e quilovoltagem, mas tem sido relatado que corresponde a aproximadamente 20% da TC convencional e é equivalente à exposição completa de radiografias periapicais17. O diferencial da TCFC também está na possibilidade de captação de imagens
* Mestrando em Clínica Odontológica, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Goiás. ** Professor Titular da Disciplina de Endodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Goiás. *** Professor Assistente da Disciplina de Ortodontia, Faculdade de Odontologia, Universidade Federal de Goiás.
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Castro IO, Estrela C, Valladares-Neto J
extensão das lesões, mas surtiram dúvidas que justificaram a indicação do exame tomográfico. Critérios de referência para a solicitação da TCFC ainda estão sendo estabelecidos. Diretrizes da British Orthodontic Society12 e da European Academy of Dental and Maxillofacial Radiology11 recomendam que a TCFC deva ser usada com cautela, sem repetições ou de forma rotineira, mas com o consenso em utilizá-la como ferramenta complementar aos exames convencionais.
para o controle da reabsorção externa apical. Entre as medidas biomecânicas de proteção estão a preferência por intervalos maiores na ativação do aparelho ortodôntico15, a utilização de força leve e intermitente em detrimento da pesada e contínua1,5 e a restrição ao movimento de intrusão9. A deiscência e fenestração óssea são potencialmente detectadas durante procedimentos cirúrgicos. Em estudo14 recente, a acurácia e a confiabilidade da TCFC no diagnóstico da deiscência e fenestração óssea foram testadas e essa se mostrou efetiva como método de diagnóstico não cirúrgico. O Caso 2 exibiu por meio de imagens 3D extensa deiscência óssea, não detectada radiograficamente. A informação de diagnóstico conduziu à cautela no movimento de expansão e torque radicular durante o tratamento ortodôntico, para se evitar o agravamento da deiscência. A modificação no plano de tratamento nos casos relatados decorreu da informação das imagens 3D. Os exames clínico e o radiográfico convencional não foram capazes de diagnosticar ou estabelecer a
CONCLUSÃO A TCFC representa um avanço tecnológico na obtenção de imagens dentárias e maxilofaciais. Imagens 3D podem identificar lesões camufladas pela limitação bidimensional de exames convencionais, e são capazes de redirecionar o plano de tratamento ortodôntico. No entanto, o uso rotineiro da TCFC ainda não deve ser recomendado, mas, sim, como ferramenta complementar quando dúvidas surgirem após os exames clínico e radiográfico convencional.
Orthodontic treatment plan changed by 3-D images Abstract Introduction: Cone-Beam Computed Tomography (CBCT) was introduced in the 90’s and studies have improved its use in dentistry. Objective: The aim of this article was to investigate the influence of three-dimensional (3D) images in orthodontic treatment planning. Method: Two clinical situations (bone dehiscence and cervical resorption) were described by 3D images. Results: The orthodontic treatment plan was redirected to a simplified mechanics and control of the lesions during orthodontic treatment. Conclusion: 3D images are able to increase diagnostic accuracy and redirect orthodontic treatment plan. Keywords: Orthodontic treatment plan. Cone-Beam computed tomography. Cervical resorption. Bone dehiscence.
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A influência de imagens tridimensionais no plano de tratamento ortodôntico
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Enviado em: março de 2010 Revisado e aceito: julho de 2010
Endereço para correspondência Iury Oliveira Castro Al. Cel. Eugênio Jardim, n. 312 – Setor Marista CEP: 74.175-100 – Goiânia / GO E-mail: iurygo@hotmail.com
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Artigo Inédito
Avaliação do efeito da expansão rápida da maxila na via aérea superior, por meio da nasofibroscopia: descrição da técnica e relato de caso Edmilsson Pedro Jorge*, Ary dos Santos-Pinto**, Luiz Gonzaga Gandini Júnior***, Odilon Guariza Filho*, Anibal Benedito Batista Arrais Torres de Castro****
Resumo
A finalidade deste artigo é avaliar o efeito da expansão rápida da maxila (ERM) na via aérea superior. Por intermédio de um caso clínico, será relatado como indivíduos com atresia da maxila e com comprometimento da função naso-respiratória podem beneficiar-se com a ERM. Para entender melhor as alterações morfológicas decorrentes do paciente com problemas respiratórios, deve-se conhecer a anatomia e a fisiologia do sistema respiratório. Entretanto, não se pode esquecer que o tratamento deste paciente é multidisciplinar, envolvendo o ortodontista, otorrinolaringologista e a fonoaudióloga. Palavras-chave: Nasofibroscopia. Expansão rápida da maxila. Bucofaringe. Nasofaringe. Função naso-respiratória. Via aérea superior.
INTRODUÇÃO O padrão respiratório pode influenciar no desenvolvimento craniofacial, interferindo na relação transversal dos maxilares, podendo provocar a mordida cruzada posterior14. Nos pacientes com comprometimento da função naso-respiratória, as alterações craniofaciais mais frequentemente observadas são a diminuição da largura transversal da maxila e as mordidas cruzadas posteriores uni ou bilaterais12,15. A mordida cruzada posterior geralmente ocorre na dentição decídua e se manifesta pelo estreitamento da dimensão
transversal da arcada superior e, como regra, não se autocorrige. Baseado nesse conceito, é necessário corrigir essa má oclusão o mais precocemente possível, preferencialmente durante a fase de dentição decídua e mista21,23. O procedimento de abertura da sutura palatina mediana, pela expansão rápida da maxila, realizado há mais de um século, tem despertado o interesse de muitos pesquisadores quanto aos seus efeitos na morfologia e função nasal. Esta técnica, iniciada por E. H. Angell em 1860, foi consolidada clinicamente pelos estudos de Haas7,8.
* Mestres em Ortodontia pelo Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP). Doutores em Ortodontia pelo Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP - Araraquara). ** Professor Adjunto do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP - Araraquara). *** Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP - Araraquara). **** Professor Adjunto do Departamento de Otorrinolaringologia e Distúrbios da Comunicação Humana da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
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Avaliação do efeito da expansão rápida da maxila na via aérea superior, por meio da nasofibroscopia: descrição da técnica e relato de caso
Evaluation of the effect of rapid maxillary expansion on the upper airway using nasofibroscopy: Case report and description of the technique Abstract The aim of the present investigation is to evaluate the effect of rapid maxillary expansion (RME) on the upper airway. A clinical case is presented to describe how patients with atresic maxilla and reduced naso-respiratory function can have benefits from rapid maxillary expansion. In order to better understand the morphological alterations present in patients with respiratory disorders, it is necessary to understand the respiratory system’s anatomy and physiology. However, it is relevant to mention that this patient undergoes a multidisciplinary treatment, involving the orthodontist, the otorhinolaryngologist and the phonoaudiologist. Keywords: Nasofibroscopy. Rapid maxillary expansion. Buccopharynx. Nasopharynx. Nasorespiratory function. Upper airway.
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Enviado em: dezembro de 2008 Revisado e aceito: junho de 2009
Endereço para correspondência Edmilsson Pedro Jorge Rua Francisco Rocha nº 1750, sala 604 – Champagnat CEP: 80.730-390 – Curitiba / PR E-mail: edmilssonjorge@yahoo.com.br
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Artigo Inédito
Análise da posição rotacional do primeiro molar permanente superior na má oclusão de Classe II Divisão 1 Marisa Helena Zingaretti Junqueira*, Karyna Martins Valle-Corotti**, Daniela Gamba Garib**, Ricardo Brandão Vieira***, Flavio Vellini Ferreira****
Resumo Objetivo: comparar a posição rotacional do primeiro molar permanente superior entre a oclusão normal e a má oclusão de Classe II, Divisão 1, de Angle. Métodos: a amostra de oclusão
normal consistiu de 60 pares de modelos de pacientes com média de idade de 15,1 anos, denominada Grupo 1. A amostra de Classe II, Divisão 1, consistiu de 120 pares de modelos de gesso de pacientes não tratados, com média de idade de 15,5 anos, denominada Grupo 2. Os modelos superiores foram escaneados e a posição dos molares superiores foi avaliada por três medidas angulares e uma linear, denominadas indicadores 1, 2, 3 e 4, respectivamente. A rotação mesiopalatina dos primeiros molares superiores era evidenciada pelo aumento dos valores dos indicadores 1 e 4 e diminuição dos valores dos indicadores 2 e 3. A comparação entre os grupos foi realizada pelo teste t de Student nas medidas de distribuição normal e Mann-Whitney para distribuição anormal com intervalos de confiança de 95%. Resultados: diferenças estatisticamente significativas foram encontradas entre os grupos 1 e 2, para todos os indicadores dos lados direito e esquerdo. Conclusão: concluiu-se que a má oclusão de Classe II Divisão 1 apresenta maior rotação mesiopalatina dos primeiros molares superiores. Palavras-chave: Rotação molar. Oclusão normal. Classe II, Divisão 1. Ortodontia.
INTRODUÇÃO A finalização de um bom tratamento exige conhecimento das características de uma oclusão ideal. Andrews1 descreveu, através das seis chaves para uma oclusão normal, o relacionamento ideal entre as arcadas dentárias, pontos de contatos entre os dentes das arcadas maxilar e mandibular, o posicionamento individual entre os dentes quanto à sua inclinação e angulação, a rotação dentária e a curva de Spee. Deve ser enfatizado que uma
oclusão ideal deve possuir todas essas características descritas por Andrews. Os primeiros molares superiores são dentes importantes na oclusão das arcadas dentárias e as seguintes perguntas devem ser respondidas: Qual a rotação ideal para o primeiro molar superior? E como um ortodontista pode diagnosticar a rotação do molar? Desta forma, a posição da rotação dos primeiros molares na oclusão normal deve ser conhecida para determinar um diagnóstico confiável.
* Mestre em Ortodontia pela Universidade Cidade de São Paulo. ** Mestre e Doutora pela Faculdade de Odontologia de Bauru – USP. Professora associada da Disciplina de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo. *** Professora Doutora de Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru e Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais. **** Coordenador do curso de Pós-graduação, ao nível de Mestrado da Universidade Cidade de São Paulo.
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Análise da posição rotacional do primeiro molar permanente superior na má oclusão de Classe II Divisão 1
Analysis of the rotational position of the maxillary first permanent molar in normal occlusion and Class II, division 1 malocclusion Abstract Objective: The purpose of this study was to evaluate and compare the rotational position of maxillary first permanent molars (U6) in subjects in the permanent dentition presenting normal occlusion and Class II, division 1 malocclusion. Methods: Casts of 60 subjects with normal occlusion (Group 1, mean age 15.1 years) and 120 with untreated Class II, division 1 malocclusion (Group 2, mean age 15.5 years) were evaluated. The maxillary dental casts were scanned and the position of maxillary molars was analyzed using three angular measurements and one linear measurement, named indicators 1, 2, 3 and 4, respectively. The mesiopalatal rotation of maxillary first molars was evidenced by an increase in the values of indicators 1 and 4 and decrease in the indicators 2 and 3. Comparisons between groups were performed using Student´s t test for measurements with normal distribution and by the Mann-Whitney test for non-normal distribution, at p<0.05. Results: Statistically significant differences were found between Groups 1 and 2 for all indicators, on both right and left sides. Conclusion: It was concluded that individuals with Class II, division 1 malocclusion present greater mesiopalatal rotation of the maxillary first molars. Keywords: Molar rotation. Normal occlusion. Class II, Division 1. Orthodontics.
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Enviado em: setembro de 2007 Revisado e aceito: abril de 2010
Endereço para correspondência Karyna Martins do Valle-Corotti Rua Dr. Almeida Cintra 6 -16 CEP: 17.012-480 - Vila Universitária - Bauru / SP E-mail: vallek@uol.com.br
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Artigo Inédito
Avaliação da proporção facial vertical: relação entre as alturas tegumentar e esquelética Márcia Cristina Cunha Costa*, Marcelo de Castellucci e Barbosa**, Marcos Alan Vieira Bittencourt***
Resumo Objetivo: determinar a relação entre as alturas faciais obtidas na avaliação do tegumento e do esqueleto subjacente, na análise da proporção facial vertical, na região anterior. Métodos: foram utilizadas 24 radiografias cefalométricas de perfil e 48 fotografias da face, sendo 24 de perfil e 24 frontais, pertencentes a 24 indivíduos brasileiros, 7 do sexo masculino e 17 do feminino, na faixa etária de 19 a 38 anos. Foram realizados traçados cefalométricos e, sobre esses, obtidas medidas lineares, segundo as análises preconizadas por Schudy, Wylie e Johnson e Thompson e Brodie. Sobre as fotografias faciais, foram demarcados os pontos glabela, subnasal e mento, o que permitiu a medição das distâncias lineares entre os mesmos. Os dados obtidos foram, então, tratados estatisticamente. Resultados e Conclusões: encontrou-se correlação positiva entre as avaliações do tegumento e do esqueleto subjacente, com base nas análises de Schudy (r=0,619, p<0,001), Wylie e Johnson (r=0,595, p<0,002) e Thompson e Brodie (r=0,630, p<0,001), embora, individualmente, algumas discordâncias tenham sido identificadas, devido à variabilidade em espessura nos tecidos moles. Palavras-chave: Cefalometria. Altura facial inferior. Perfil tegumentar.
INTRODUÇÃO A análise do perfil dos tecidos moles despertou o interesse dos pioneiros da Ortodontia, como Angle e Case, no final do século XIX e início do século XX. A escultura de Apollo Belvedere foi eleita por Angle como padrão de beleza corporal e facial. Entretanto, Case não procurava seguir um padrão único de beleza e tentava individualizar os objetivos estéticos de seus tratamentos. Estudava o contorno facial dos pacientes e observava todos os detalhes, procurando integrar os
objetivos oclusais e faciais, de forma a determinar as bases para o diagnóstico e o estabelecimento de um correto plano de tratamento8. Durante muito tempo, a atenção dos pesquisadores esteve voltada, principalmente, para o equilíbrio anteroposterior, provavelmente devido à popularização da classificação introduzida por Angle. Entretanto, ao longo dos anos, a pesquisa e a experiência clínica mostraram a estreita interdependência das proporções faciais nas três dimensões do espaço22.
* Cirurgiã-dentista pela UFBA. Especialista em Ortodontia pela UFBA. ** Especialista em Ortodontia pela PUC–MG. Mestre em Clínica Odontológica pela UFBA. *** Doutor e Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial. Professor Adjunto de Ortodontia da UFBA.
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Costa MCC, Castellucci e Barbosa M, Bittencourt MAV
partir desses dados, pode-se observar que existe variabilidade em espessura nos tecidos moles e que esses nem sempre copiam o perfil dentoesquelético subjacente, o que está de acordo com Burstone7, Kuyl et al.14 e Subtelny25.
Enquanto um apresentou valor de 51% para a AFI, bem próximo ao considerado normal, em torno de 50%15,19,24, o outro apresentou, para a mesma medida, valor de 55,5%, indicando uma AFI aumentada. Da mesma forma, pôde-se observar outros dois indivíduos exibindo valores distintos para a AFI, em percentagem, nas análises esqueléticas (AFI Schudy – 54% e 59,5%; AFI Wylie e Johnson – 54% e 60%; AFI Thompson e Brodie – 54% e 59,5%), o que não se constatou na análise da fotografia de perfil, em que ambos apresentaram o mesmo valor aumentado de 53% para a AFI. A
CONCLUSÃO O perfil tegumentar mostrou tendência em acompanhar o contorno do perfil esquelético subjacente, embora em alguns casos isso não tenha acontecido, provavelmente devido à variabilidade em espessura dos tecidos moles.
Evaluation of facial proportions in the vertical plane to investigate the relationship between skeletal and soft tissue dimensions Abstract Objective: To determine the relationship between facial heights by evaluating the soft tissues and underlying skeleton and by analyzing vertical facial proportions in the anterior region. Methods: The study used 24 lateral cephalometric x-rays and 48 photographs of the face, 24 in profile view and 24 in front view, belonging to 24 Brazilian individuals, 7 men and 17 women whose ages ranged from 19 to 38 years. Cephalometric tracings were performed and linear measurements obtained according to the analyses suggested by Schudy, Wylie & Johnson, and Thompson & Brodie. The anatomical landmarks glabella, subnasal and menton were identified on the photographs, which allowed the measurement of linear distances between these points. The data were then statistically analyzed. Results and Conclusions: A positive correlation was found between evaluations of the soft tissues and underlying skeleton based on the analyses advanced by Schudy (r=0.619, p<0.001), Wylie & Johnson (r=0.595, p<0.002) and Thompson & Brodie (r=0.630, p<0.001), although, individually, some discrepancies were identified due to variability in soft tissue thickness. Keywords: Cephalometry. Lower facial height. Soft tissue profile.
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Avaliação da proporção facial vertical: relação entre as alturas tegumentar e esquelética
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Enviado em: outubro de 2007 Revisado e aceito: novembro de 2009
Endereço para correspondência Marcos Alan Vieira Bittencourt Rua Araújo Pinho, 62, Canela CEP: 40.110-150 - Salvador / BA E-mail: alan_orto@yahoo.com.br
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Artigo Inédito
Avaliação do atrito em braquetes autoligáveis submetidos à mecânica de deslizamento: um estudo in vitro Mariana Ribeiro Pacheco*, Dauro Douglas Oliveira**, Perrin Smith Neto***, Wellington Correa Jansen****
Resumo Introdução: o atrito gerado na interface braquete/fio durante a mecânica de deslizamento pode reduzir a eficiência da movimentação ortodôntica. O método de ligação do fio ao braquete exerce importante papel na determinação desse atrito. Métodos: o presente estudo comparou a força de atrito gerada por quatro tipos de braquetes autoligáveis (Time®, Damon 2®, In-Ovation R® e Smart Clip®) com um grupo de braquetes ortodônticos convencionais (Dynalock®) associados a ligaduras elásticas tradicionais (Dispens-A-Stix®), que serviu como grupo controle. A força de atrito estático foi mensurada através da máquina universal de ensaios EMIC® DL 500 com dois fios de aço inoxidável com secção transversal 0,018” e 0,017” x 0,025”. Resultados: a análise de variância ANOVA e o teste de Tukey mostraram baixos níveis de atrito nos quatro braquetes autoligáveis associados ao fio 0,018” (P<0,05). Entretanto, os resultados observados quando os braquetes autoligáveis foram testados com fios 0,017” x 0,025” mostraram alta resistência ao deslizamento nos grupos de braquetes autoligáveis ativos. Palavras-chave: Atrito. Braquetes ortodônticos. Braquetes autoligáveis. Mecânica de deslizamento.
INTRODUÇÃO O atrito existente na mecânica ortodôntica de deslizamento consiste em uma dificuldade clínica para o ortodontista, uma vez que altos níveis de atrito diminuem a efetividade da mecânica, reduzindo a velocidade de movimentação dentária e dificultando o controle da ancoragem. Nessas condições, o tratamento ortodôntico se tornaria mais complexo4. Na busca por condições ideais para a condução da terapia ortodôntica, tem-se como um dos
objetivos a redução da força de atrito criada na interface braquete/fio/ligadura12. Isso implicaria na utilização de forças mais leves, porém ainda suficientes para a promoção da movimentação dentária. Dessa forma, haveria maior compatibilidade biológica e menor desconforto do paciente. Segundo Rossouw14, atrito é uma força que resiste ao movimento de uma superfície contra outra, e age em direção oposta à da movimentação desejada. Os tipos de força de atrito distinguem-se em atrito estático e cinético. O estático é a menor força
* Mestre em Ortodontia pela PUC Minas, Belo Horizonte/MG. ** Mestre em Ortodontia pela Marquette University, Milwaukee/EUA. Doutor em Ortodontia pela UFRJ, Rio de Janeiro/RJ. Coordenador do Mestrado em Ortodontia, PUC Minas, Belo Horizonte/MG. *** Mestre em Engenharia Mecânica pela USP, São Paulo/SP. Doutor em Engenharia Mecânica pela USP, São Paulo/SP e Universitat Stuttgart/ Alemanha. Pós-Doutor pela University of British Columbia, Vancouver, Canadá. **** Mestre em Prótese Dentária, USP, Bauru/SP. Doutor em Materiais Dentários, USP, São Paulo/SP. Professor Adjunto da PUC Minas, Belo Horizonte/MG.
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Avaliação do atrito em braquetes autoligáveis submetidos à mecânica de deslizamento: um estudo in vitro
lhor compreensão do comportamento dos novos materiais ortodônticos, principalmente quando associados a estudos clínicos posteriores.
as possíveis dificuldades técnicas na manipulação desses braquetes e, principalmente, o custo mais elevado. O clínico deve ser cauteloso ao interpretar os resultados de estudos laboratoriais sobre atrito. Estudos in vitro da resistência ao deslizamento utilizando-se tração estática em linha reta aplicada na interface braquete/fio não representam com total exatidão a complexidade da movimentação dentária. Todavia, ainda é um método de avaliação muito usado, podendo ser aplicado para validar questionamentos dos ortodontistas em relação à redução do atrito. Jost-Brinkmann e Miethke6, após compararem testes in vivo e in vitro, concluíram que forças de atrito em braquetes imóveis em dispositivos laboratoriais foram similares às forças exercidas no dispositivo clínico. Essa conclusão confirma que os resultados laboratoriais contribuem para uma me-
Conclusão 1. Todos os braquetes autoligáveis testados apresentaram significativa redução no atrito com o fio 0,018”, podendo ser considerados uma alternativa clínica para minimizar os efeitos indesejáveis do atrito observados com os braquetes convencionais, quando a mecânica de deslizamento é empregada. 2. Quando testados com fios retangulares, os braquetes autoligáveis ativos apresentaram atrito significativamente maior do que aqueles considerados passivos, com resultados estatisticamente semelhantes aos dos braquetes convencionais com fios de mesmo calibre.
Evaluation of friction in self-ligating brackets subjected to sliding mechanics: an in vitro study Abstract Introduction: Friction generated at the bracket/archwire interface during sliding mechanics can reduce the efficiency of orthodontic movement. The ligation method employed to tie the archwire to the bracket plays an important role in determining this friction. Methods: This study compared the frictional force generated by four different types of self-ligating brackets (Time™, Damon 2™, In-Ovation R™ and Smart Clip™) with a group of conventional orthodontic brackets (Dynalock™) that require the use of traditional elastomeric ligatures (ExDispens-A-Stix™), which served as the control group. Static friction force was measured using an EMIC DL™ 500 universal testing machine using stainless steel round 0.018-in and rectangular 0.017x0.025-in archwires. Results: ANOVA and Tukey’s test showed low levels of friction in the four self-ligating brackets in tests with the 0.018-in wire (P <0.05). However, the results noted when the self-ligating brackets were tested using 0.017x 0.025-in archwires showed high resistance to sliding in the self-ligating groups. Keywords: Friction. Orthodontic brackets. Self-ligating brackets. Sliding mechanics.
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Pacheco MR, Oliveira DD, Smith Neto P, Jansen WC
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Enviado em: dezembro de 2007 Revisado e aceito: outubro de 2008
Endereço para correspondência Mariana Ribeiro Pacheco Avenida Pereira Teixeira, 100 /203 - Centro CEP: 36.200-034 - Barbacena / MG E-mail: marianarpacheco@yahoo.com
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Artigo Inédito
Avaliação qualitativa em modelo experimental fotoelástico do sistema de força gerado pela mola “T” centralizada com pré-ativações preconizadas por Burstone Luiz Guilherme Martins Maia*, Vanderlei Luiz Gomes**, Ary dos Santos-Pinto***, André da Costa Monini****, Luiz Gonzaga Gandini-Jr*****
Resumo Objetivo: avaliar o sistema de forças gerado pela mola T centralizada no espaço interbraquete, com pré-ativação preconizada por Burstone. Métodos: utilizando-se modelos fotoelásti-
cos, a mola T com pré-ativações preconizadas por Burstone, confeccionada com fio retangular de titânio-molibdênio (TMA) de secção 0,017”x 0,025”, centralizada e com ativação de 6mm, 3mm e em posição neutra. Para melhor confiabilidade dos resultados, os testes foram repetidos em três modelos igualmente duplicados e confeccionados pelo mesmo operador. Utilizou-se uma distância interbraquetes de 27mm. Para compreensão dos resultados, as franjas foram visualizadas através do polariscópio, fotografadas e analisadas qualitativamente. Resultados: por meio da análise qualitativa da ordem de franjas no modelo fotoelástico, notou-se que, nas extremidades de retração e ancoragem, ambas apresentaram simetria no sistema de força, em toda extensão radicular. Palavras-chave: Fechamento de espaço ortodôntico.
INTRODUÇÃO Na terapêutica ortodôntica, por meio de um detalhado diagnóstico, a extração de pré-molares é um procedimento algumas vezes adotado e requer do ortodontista um conhecimento acurado da biomecânica no fechamento dos espaços remanescentes, assim como dos princípios histológicos, anatômicos e fisiológicos24. O fechamento do espaço poderá
ocorrer pela distalização dos dentes anteriores, mesialização do segmento posterior ou uma combinação entre elas4,21. Nessa fase, é importante que o profissional escolha o dispositivo a ser utilizado de acordo com o tipo de ancoragem necessária, observando o sistema de força liberado, de modo que haja bom controle do movimento sem agredir as estruturas adjacentes aos dentes1-7,12,13,15,16,21,27,28,30.
* Professor do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes/SE. Especialista em Ortodontia – EAP/APCD - UNESP – Araraquara. Mestre em Ciências Odontológicas – Ortodontia, da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Aluno do curso de Pós-Graduação (Doutorado) da UNESP/FOAr. ** Professor Titular de Prótese Removível e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia. Mestre e Doutor em Odontologia pela USP - Ribeirão Preto - São Paulo. *** Professor Livre Docente/ Adjunto da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. **** Especialista e Mestre em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Araraquara/UNESP. Aluno do curso de Pós-graduação (Doutorado) da UNESP/FOAr. ***** Professor Livre Docente/Adjunto da Disciplina de Ortodontia do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Pós-Doutorado e Professor Assistente Adjunto Clínico do Departamento de Ortodontia da “Baylor College of Dentistry-Dallas-TX”.
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Avaliação qualitativa em modelo experimental fotoelástico do sistema de força gerado pela mola “T” centralizada com pré-ativações preconizadas por Burstone
2. Com ativação de 3mm, a ordem de franja mostrou-se com tendência de movimento de inclinação controlada. 3. Com ativação de 6mm, a concentração de
energia, ou de força, foi claramente maior. 4. Em nenhuma das ativações observadas, a ordem de franja mostrou-se com característica de movimento de inclinação descontrolada.
Qualitative evaluation in photoelastic experimental models of the force system generated by T-springs placed in the center of the interbracket space with pre-activations advocated by Burstone Abstract Objective: To evaluate the force system generated by T-springs placed in the center of the interbracket space using the pre-activations advocated by Burstone. Methods: Photoelastic models were used to assess T-springs fabricated with 0.017x0.025-in rectangular titanium-molybdenum alloy wire (TMA), centrally positioned, with 6.0 mm activation, 3 mm activation, and in neutral position. To ensure reliable results, tests were repeated on three photoelastic models equally duplicated and fabricated by the same operator. An interbracket distance of 27.0 mm was used. For a better understanding of the results, the fringes were viewed in a polariscope, then photographed and qualitatively analyzed. Results: Through qualitative analysis of the fringe order in the photoelastic model it was noted that both the retraction and anchorage ends displayed force system symmetry across the full extent of the root. Keywords: Orthodontic space closure. Biomechanics.
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Enviado em: outubro de 2007 Revisado e aceito: novembro de 2009
Endereço para correspondência Luiz Guilherme Martins Maia Rua Terêncio Sampaio, 309, Grageru CEP: 49.025-700 - Aracaju / SE E-mail: orthomaia2003@yahoo.com.br
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2011 Jan-Feb;16(1):116-25
Caso Clínico BBO
Má oclusão Classe I de Angle, com mordida aberta anterior, tratada com extração de dentes permanentes* Mírian Aiko Nakane Matsumoto**
Resumo
A mordida aberta é uma anomalia com características distintas que, além da complexidade dos múltiplos fatores etiológicos, traz consequências estéticas e funcionais. Muitas alternativas têm sido utilizadas em seu tratamento, entre elas a grade palatina, forças ortopédicas, ajuste oclusal, camuflagem com ou sem exodontias, mini-implantes ou miniplacas e cirurgia ortognática. O diagnóstico preciso e a determinação da etiologia permitem estabelecer os objetivos e o plano de tratamento ideal para essa má oclusão. O presente relato descreve o tratamento de uma má oclusão Classe I de Angle, com padrão esquelético de Classe II e mordida aberta anterior, realizado em duas fases e que foi apresentado à diretoria do Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO), representando a categoria 2, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Diplomado pelo BBO. Palavras-chave: Má oclusão de Classe I de Angle. Mordida aberta. Ortodontia corretiva. Extração dentária.
INTRODUÇÃO Paciente do sexo feminino, leucoderma, 12 anos de idade, foi encaminhada pela fonoaudióloga para tratamento ortodôntico e apresentouse com queixa principal de “falta de contato entre os dentes anteriores e posição alterada dos caninos superiores”. Na anamnese, relatou ter sido portadora de hábito de sucção de chupeta até os 5 anos de idade e ter sido submetida à adenotonsilectomia aos 4 anos de idade. Apresentava bom
estado de saúde geral, sem relato de doenças graves ou traumas. DIAGNÓSTICO Ao exame clínico, evidenciava-se o terço inferior da face aumentado, a deficiência de selamento labial, perfil levemente convexo, ângulo nasolabial obtuso e boa linha cérvico-mandibular (Fig. 1). Na avaliação intrabucal, apresentava baixo risco de cáries, gengivas saudáveis, relação dos molares e
* Relato de caso clínico, categoria 2, aprovado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial (BBO). ** Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil, Odontologia Preventiva e Social da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Diplomada pelo Board Brasileiro de Ortodontia.
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2011 Jan-Feb;16(1):126-38
Má oclusão Classe I de Angle, com mordida aberta anterior, tratada com extração de dentes permanentes
Angle Class I malocclusion, with anterior open bite, treated with extraction of permanent teeth Abstract Open bite is an anomaly with distinct characteristics which, in addition to involving complex, multiple etiologic factors, entails aesthetic and functional consequences. Many alternative approaches have been employed to treat open bite, including palatal crib, orthopedic forces, occlusal adjustment, camouflage with or without extractions, mini-implants or mini-plates, and orthognathic surgery. By determining accurate diagnosis and etiology professionals can set the goals and ideal treatment plan for this malocclusion. This report, describing the two stages treatment of a Angle Class I malocclusion with Class II skeletal pattern and anterior open bite, was presented to the Brazilian Board of Orthodontics and Dentofacial Orthopedics (BBO), representative of category 2, as partial fulfillment of the requirements for obtaining the title of BBO Diplomate. Keywords: Angle Class I malocclusion. Open bite. Corrective orthodontics. Tooth extraction.
Referências 15. Melsen B, McNamara JA Jr, Hoenie DC. The effect of bite blocks with and without repelling magnets studied histomorphometrically in the rhesus monkey (macaca mullata). Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1995 Nov;108(5):500-9. 16. Park YC, Lee HA, Choi NC, Kim DH. Open bite correction by intrusion of posterior teeth with miniscrews. Angle Orthod. 2008 Jul;78(4):699-710. 17. Chung KR, Kim YS, Linton JL, Lee YJ. The miniplate with tube for skeletal anchorage. J Clin Orthod. 2002 Jul;36(7):407-12. 18. Sugawara J, Baik UB, Umemori M, Takahashi J, Kawamura H, Mitani H. Treatment and posttreatment dentoalvelar changes following intrusion of mandibular molars with application of a skeletal anchorage system (SAS) for open bite correction. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg. 2002 Winter;17(4):243-53. 19. Denison TF, Kokich VG, Shapiro PA. Stability of maxillary surgery in open bite versus nonopen bite malocclusions. Angle Orthod. 1989 Mar;59(1):5-10. 20. Nielsen IL. Vertical malocclusions: etiology, development, diagnosis and some aspects of treatment. Angle Orthod. 1991 Dec;61(4):247-60. 21. Vaden JL, Pearson LE. Diagnosis of the vertical dimension. Semin Orthod. 2002 Dec;8(4):120-9. 22. Epker BN, Fish LC. Surgical orthodontic corrections of openbite deformity. Am J Orthod. 1977 Mar;71(3):278-99. 23. Goto S, Boyd RL, Iizuka T. Case report: nonsurgical treatment of an adult with severe anterior open bite. Angle Orthod. 1994;64(4):311-8. 24. Vaden JL. The vertical dimension: The “low-angle” patient. World J Orthod. 2005 Summer;6(2):115-24.
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Enviado em: outubro de 2010 Revisado e aceito: dezembro de 2010
Endereço para correspondência Mírian Aiko Nakane Matsumoto Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto Av. do Café, s/n Monte Alegre CEP: 14.040-904 - Ribeirão Preto / SP E-mail: manakane@forp.usp.br
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T ó p i c o E s p ec i a l
Retração rápida de caninos Paulo Renato Carvalho Ribeiro*, Sérgio Henrique Casarim Fernandes**, Gustavo Saggioro Oliveira***
Resumo Introdução: a retração rápida de caninos por distração do ligamento periodontal é uma
técnica de movimentação dentária que permite o fechamento de espaço da extração de primeiros pré-molares em um intervalo de duas ou três semanas, proporcionando uma redução significativa no tempo do tratamento ortodôntico. Objetivo: apresentar modificações propostas na técnica cirúrgica original e no posicionamento dos distratores. Conclusões: a retração rápida de caninos é uma técnica que proporciona uma redução significativa no tempo de tratamento ortodôntico. A modificação na técnica cirúrgica proporcionou maior velocidade e segurança ao ato cirúrgico. O distrator posicionado por palatina, no mínimo, proporcionou a preservação da tábua óssea vestibular e evitou a vestibularização dos caninos. Palavras-chave: Distração osteogênica. Movimento dentário. Fechamento de espaço ortodôntico.
INTRODUÇÃO A distração osteogênica é um processo de crescimento de novo osso por estiramento mecânico de um tecido ósseo preexistente. Foi popularizada pelos estudos de Ilizarov6 que demonstrou, em centenas de pacientes, que novo osso poderia ser formado após a corticotomia cirúrgica e posterior distração osteogênica. Liou e Huang11, em 1998, introduziram os conceitos da distração osteogênica na movimentação dentária. Os autores observaram que o processo de osteogênese do ligamento periodontal, durante o movimento dentário induzido por forças ortodônticas, é semelhante ao da sutura mediana durante a disjunção palatina realizada para correção de mordidas cruzadas. A principal
diferença seria a quantidade de movimentação. Enquanto, no movimento dentário ortodôntico, os dentes se movimentam em taxas de aproximadamente 1mm por mês14,15, na disjunção palatina, a sutura é separada em até 1mm por dia. Desta forma, os autores idealizaram uma maneira de distender o ligamento periodontal na mesma velocidade que a sutura palatina mediana, de forma a permitir a rápida movimentação de caninos em pacientes que necessitem de exodontias de primeiros pré-molares. Essa técnica foi denominada distração dentária (DD). Kisnisci et al.8, em 2002, apresentaram uma outra técnica para retração rápida de caninos. Nesta abordagem, conhecida como distração dentoalveolar (DAD), o segmento que contém
* Especialista em Ortodontia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Mestre em DTM/DOF – SLM Campinas. Professor do Curso de Especialização em Ortodontia - ABO Juiz de Fora. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia. ** Especialista e Mestre em Ortodontia pelo COP – PUC MG. Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da ABO Juiz de Fora. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia. *** Especialista em Cirurgia Buco-maxilo-facial FOB – USP. Mestre em Prótese Buco-maxilo-facial – UNESP. Professor do curso de especialização em Ortodontia da ABO Juiz de Fora.
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palatina é biomecanicamente mais eficaz que o por vestibular. Sua utilização, no mínimo, proporcionou a preservação da tábua óssea vestibular. Apesar das diversas possibilidades clínicas de utilização dessa técnica, consideramos os preparos ortocirúrgicos, os casos com apinhamento anterior severo e os pacientes com comprometimento periodontal, os principais beneficiados por esse protocolo de tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A retração rápida de caninos (RRC) é uma técnica que proporciona uma redução significativa no tempo de tratamento ortodôntico. A utilização da tomografia Cone-Beam facilita, em demasia, o procedimento cirúrgico e, em conjunto com o acesso vestibular, proporciona maior velocidade e segurança ao procedimento. O distrator posicionado por
Rapid canine retraction Abstract Introduction: Rapid canine retraction through distraction of the periodontal ligament is a tooth movement technique that allows the closure of first premolar extraction space within a period of two to three weeks while providing significant reduction in orthodontic treatment time. Objective: To propose changes in the original surgical technique and in the placement of distractors. Conclusions: Rapid canine retraction is a technique that provides significant reduction in orthodontic treatment time. Changes in the surgical technique provided greater speed and safety in surgery. As a minimum benefit, when positioned palatally, distractors helped to preserve the buccal bone plate and prevented canine proclination. Keywords: Distraction osteogenesis. Tooth movement. Orthodontic space closure.
Referências 1. Bengi AO, Karacay S, Akin E, Olmez H, Okcu KM, Mermut S. Use of zygomatic anchors during rapid canine distalization: a preliminary case report. Angle Orthod. 2006 Jan;76(1):137-47. 2. Faber J. Pergunte a um expert. Rev Clín Ortod Dental Press. 2005 ago-set;4(4):12-21. 3. Faber J, Azevedo RB, Báo SN. Aplicações da distração osteogênica na região dentofacial: o estado da arte. Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2005 jul-ago;10(4):25-33. 4. Roberts WE. Biomecânica, metabolismo e fisiologia óssea na prática ortodôntica. In: Graber TM, Varnarsdall RL Jr, editores. Ortodontia. Princípios e técnicas atuais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996. cap 3, p. 175-212. 5. Haas AJ. Palatal expansion: just the beginning of dentofacial orthopedics. Am J Orthod. 1970 Mar;57(3):219-55. 6. Ilizarov GA. Clinical application of the tension-stress effect for limb lengthening. Clin Orthop. 1989 Jan;250:8-26. 7. Iseri H, Kisnisci R, Bzizi N, Tuz H. Rapid canine retraction and orthodontic treatment with dentoalveolar distraction osteogenesis. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2005 May;127(5):533-41. 8. Kisnisci RS, Iseri H, Tuz HH, Altug AT. Dentoalveolar distraction osteogenesis for rapid orthodontic canine retraction. J Oral Maxillofac Surg. 2002 Apr;60(4):389-94. 9. Kurol J, Owman-Moll P, Lundgren D. Time-related root resorption after application of a controlled continuous orthodontic force. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1996 Sept;110(3):303-10. 10. Kurt G, Iseri H, Kisnisci, RS. Rapid tooth movement and orthodontic treatment using dentoalveolar distraction (DAD): long-term (5 years) follow-up of a Class II case. Angle Orthod. 2010 May;80(3):597-606. 11. Liou EJ, Huang CS. Rapid canine retraction through distraction of the periodontal ligament. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1998 Oct;114(4):372-82.
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Endereço para correspondência Paulo Renato Carvalho Ribeiro Rua Oswaldo Cruz 75, Sta. Helena CEP: 36.015-430 - Juiz de Fora / MG E-mail: paulorenatojf@terra.com.br
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N ormas
de apresentação de originais
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2. Resumo/Abstract — os resumos estruturados, em português e inglês, de 250 palavras ou menos são os preferidos. — os resumos estruturados devem conter as seções: INTRODUÇÃO, com a proposição do estudo; MÉTODOS, descrevendo como o mesmo foi realizado; RESULTADOS, descrevendo os resultados primários; e CONCLUSÕES, relatando o que os autores concluíram dos resultados, além das implicações clínicas. — os resumos devem ser acompanhados de 3 a 5 palavras-chave, ou descritores, também em português e em inglês, as quais devem ser adequadas conforme o MeSH/DeCS.
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3. Texto — o texto deve ser organizado nas seguintes seções: Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões, Referências, e Legendas das figuras. — os textos devem ter o número máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract e referências. — envie as figuras em arquivos separados (ver logo abaixo). — também insira as legendas das figuras no corpo do texto, para orientar a montagem final do artigo.
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4. Figuras — as imagens digitais devem ser no formato JPG ou TIF, em CMYK ou tons de cinza, com pelo menos 7 cm de largura e 300 dpis de resolução. — as imagens devem ser enviadas em arquivos independentes. — se uma figura já foi publicada anteriormente, sua legenda deve dar todo o crédito à fonte original. — todas as figuras devem ser citadas no texto.
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de apresentação de originais
5. Gráficos e traçados cefalométricos — devem ser enviados os arquivos contendo as versões originais dos gráficos e traçados, nos programas que foram utilizados para sua confecção. — não é recomendado o envio dos mesmos apenas em formato de imagem bitmap (não editável). — os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.
Artigos com mais de seis autores De Munck J, Van Landuyt K, Peumans M, Poitevin A, Lambrechts P, Braem M, et al. A critical review of the durability of adhesion to tooth tissue: methods and results. J Dent Res. 2005 Feb;84(2):118-32. Capítulo de livro Kina S. Preparos dentários com finalidade protética. In: Kina S, Brugnera A. Invisível: restaurações estéticas cerâmicas. Maringá: Dental Press; 2007. cap. 6, p. 223-301.
6. Tabelas — as tabelas devem ser autoexplicativas e devem complementar, e não duplicar o texto. — devem ser numeradas com algarismos arábicos, na ordem em que são mencionadas no texto. — forneça um breve título para cada uma. — se uma tabela tiver sido publicada anteriormente, inclua uma nota de rodapé dando crédito à fonte original. — apresente as tabelas como arquivo de texto (Word ou Excel, por exemplo), e não como elemento gráfico (imagem não editável).
Capítulo de livro com editor Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy. 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of Dimes Education Services; 2001. Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso Beltrami LER. Braquetes com sulcos retentivos na base, colados clinicamente e removidos em laboratórios por testes de tração, cisalhamento e torção [dissertação]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo; 1990.
7. Comitês de Ética — Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Comitês de Ética.
Formato eletrônico Câmara CALP. Estética em Ortodontia: Diagramas de Referências Estéticas Dentárias (DRED) e Faciais (DREF). Rev Dental Press Ortod Ortop Facial. 2006 nov-dez;11(6):130-56. [Acesso 2008 Jun 12]. Disponível em: www.scielo.br/pdf/dpress/v11n6/ a15v11n6.pdf.
8. Referências — todos os artigos citados no texto devem constar na lista de referências. — todas as referências listadas devem ser citadas no texto. — com o objetivo de facilitar a leitura do texto, as referências serão citadas no texto apenas indicando a sua numeração. — as referências devem ser identificadas no texto por números arábicos sobrescritos e numeradas na ordem em que são citadas no texto. — as abreviações dos títulos dos periódicos devem ser normalizadas de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”. — a exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação. — as referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo às Normas Vancouver (http:// www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements. html). — utilize os exemplos a seguir: Artigos com até seis autores Sterrett JD, Oliver T, Robinson F, Fortson W, Knaak B, Russell CM. Width/length ratios of normal clinical crowns of the maxillary anterior dentition in man. J Clin Periodontol. 1999 Mar;26(3):153-7.
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* Para submeter novos trabalhos acesse o site: www.dentalpressjournals.com
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C omunicado
aos
A utores
e
C onsultores - R egistro
de
E nsaios C línicos
primários de ensaios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical
1. O registro de ensaios clínicos Os ensaios clínicos se encontram entre as melhores evidências
Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org (Internatio-
para tomada de decisões clínicas. Considera-se ensaio clínico todo pro-
nal Standard Randomised Controlled Trial Number Register (ISRC-
jeto de pesquisa com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista
TN). Os registros nacionais estão sendo criados e, na medida do possí-
intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo de comparação de
vel, os ensaios clínicos registrados nos mesmos serão direcionados para
causa/efeito entre os grupos estudados e que, potencialmente, possa ter
os recomendados pela OMS. A OMS propõe um conjunto mínimo de informações que devem
interferência sobre a saúde dos envolvidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os ensaios clí-
ser registradas sobre cada ensaio, como: número único de identificação,
nicos controlados aleatórios e os ensaios clínicos devem ser notificados
data de registro do ensaio, identidades secundárias, fontes de financia-
e registrados antes de serem iniciados.
mento e suporte material, principal patrocinador, outros patrocinado-
O registro desses ensaios tem sido proposto com o intuito de
res, contato para dúvidas do público, contato para dúvidas científicas,
identificar todos os ensaios clínicos em execução e seus respectivos
título público do estudo, título científico, países de recrutamento, pro-
resultados, uma vez que nem todos são publicados em revistas cien-
blemas de saúde estudados, intervenções, critérios de inclusão e ex-
tíficas; preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao estudo como
clusão, tipo de estudo, data de recrutamento do primeiro voluntário,
pacientes; bem como impulsionar a comunicação e a cooperação de
tamanho pretendido da amostra, status do recrutamento e medidas de
instituições de pesquisa entre si e com as parcelas da sociedade com
resultados primárias e secundárias. Atualmente, a Rede de Colaboradores está organizada em três
interesse em um assunto específico. Adicionalmente, o registro permite
categorias:
reconhecer as lacunas no conhecimento existentes em diferentes áreas,
- Registros Primários: cumprem com os requisitos mínimos e
observar tendências no campo dos estudos e identificar os especialistas
contribuem para o Portal;
nos assuntos. Reconhecendo a importância dessas iniciativas e para que as revis-
- Registros Parceiros: cumprem com os requisitos mínimos, mas
tas da América Latina e Caribe sigam recomendações e padrões inter-
enviam os dados para o Portal somente através de parceria com um dos Registros Primários;
nacionais de qualidade, a BIREME recomendou aos editores de revistas
- Registros Potenciais: em processo de validação pela Secretaria
científicas da área da saúde indexadas na Scientific Library Electronic
do Portal, ainda não contribuem para o Portal.
Online (SciELO) e na LILACS (Literatura Latino-americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde) que tornem públicas estas exigências e seu contexto. Assim como na base MEDLINE, foram in-
3. Posicionamento do Dental Press Journal of Orthodontics
cluídos campos específicos na LILACS e SciELO para o número de
O DENTAL PRESS JOURNAL OF ORTHODONTICS apoia
registro de ensaios clínicos dos artigos publicados nas revistas da área
as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial
da saúde.
da Saúde - OMS (http://www.who.int/ictrp/en/) e do International
Ao mesmo tempo, o International Committee of Medical Jour-
Committee of Medical Journal Editors – ICMJE (http://www.wame.
nal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores de revistas científicas que
org/wamestmt.htm#trialreg e http://www.icmje.org/clin_trialup.htm),
exijam dos autores o número de registro no momento da submissão
reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divul-
de trabalhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito em um dos
gação internacional de informação sobre estudos clínicos, em acesso
Registros de Ensaios Clínicos validados pela OMS e ICMJE, cujos en-
aberto. Sendo assim, seguindo as orientações da BIREME/OPAS/OMS
dereços estão disponíveis no site do ICMJE. Para que sejam validados,
para a indexação de periódicos na LILACS e SciELO, somente serão
os Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um conjunto de critérios
aceitos para publicação os artigos de pesquisas clínicas que tenham
estabelecidos pela OMS.
recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos, validados pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do ICMJE: http://www.icmje.
2. Portal para divulgação e registro dos ensaios
org/faq.pdf. O número de identificação deverá ser registrado ao final
A OMS, com objetivo de fornecer maior visibilidade aos Registros
do resumo.
de Ensaios Clínicos validados, lançou o portal WHO Clinical Trial Se-
Consequentemente, recomendamos aos autores que procedam o
arch Portal (http://www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com
registro dos ensaios clínicos antes do início de sua execução.
interface que permite busca simultânea em diversas bases. A pesquisa, nesse portal, pode ser feita por palavras, pelo título dos ensaios clínicos ou pelo número de identificação. O resultado mostra todos os ensaios existentes, em diferentes fases de execução, com enlaces para a descrição completa no Registro Primário de Ensaios Clínicos corres-
Atenciosamente,
pondente. A qualidade da informação disponível nesse portal é garantida pelos produtores dos Registros de Ensaios Clínicos que integram a rede recém-criada pela OMS: WHO Network of Collaborating Clinical
Jorge Faber, CD, MS, Dr
Trial Registers. Essa rede permitirá o intercâmbio entre os produtores
Editor do Dental Press Journal of Orthodontics
dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de boas práticas e
ISSN 2176-9451
controles de qualidade. Os sites para que possam ser feitos os registros
E-mail: faber@dentalpress.com.br
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