INEDITORIAL
A moda no jornalismo baiano Renata Pitombo Cidreira *
CARTA AO LEITOR
Moda in Bahia A 33ª edição do Reverso é resultado do trabalho realizado durante o semestre 2010.1 na disciplina optativa Jornalismo de Moda, ministrada pela professora doutora Renata Pitombo Cidreira. Com o tema “Mulheres de Jorge Amado”, o editorial retratou as personagens do famoso escritor baiano. Personagens como: Dona Flor, Gabriela, Tieta, Perpétua e Lívia ganharam corpo na paisagem local, e apresentaram uma nova proposta vestimentar, com looks atuais e tendências das últimas estações. Na publicação, há textos de serviços, informando onde encontrar peças com valores acessíveis, textos apresentando as tendências outono-inverno e primavera-verão 2010, além de reflexões sobre os desdobramentos e as relações da moda com a mídia, arte e cotidiano. A pouca oferta de publicações com essa temática revela a necessidade e a importância de propostas como esta. A iniciativa de criação de um editorial específico de moda baiana é um avanço perante a constatação da carência de espaços que acolham a temática no estado. Boa leitura! Os editores.
Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz, Renata Pitombo e Robério Marcelo Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas Editores: Carol Oliveira, Júlio Cesar Sanches, Lucyana Fernandes, Priscila Vasconcelos e Simone Santos Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189
Na Bahia existe uma crença de que há pouca produção nessa área e que, portanto, quase nada a se discutir ou mesmo questionar. O fato de se ouvir comentários sobre a quase ausência de um “jornalismo de moda na Bahia” não causaria nenhum estranhamento. É interessante pontuar que a perspectiva da “ausência do tema moda” no jornalismo baiano não perpassa apenas o horizonte daqueles que se encontram distantes desse campo. Esse credo permeia também o próprio “métier” jornalístico. Mas é preciso dizer que tal suposição não se sustenta. Ao contrário do que se imagina, a moda sempre se fez presente no jornalismo baiano, tendo como um dos mais fiéis meios de expressão o suporte impresso: mais precisamente o jornal. É claro que por muito tempo o jornalismo impresso não sofreu concorrência, afinal, a televisão e o rádio só vão aparecer algum tempo mais tarde. É preciso pontuar a capacidade de recepção do suporte impresso que se impõe, até hoje, pela sua eficácia, convivendo harmoniosamente com os demais meios de comunicação que vêem sofrendo revoluções tecnológicas, alterando o modo de percepção, de comunicação e de experimentação da vida pelo homem. De acordo com a pesquisa realizada, pode-se concluir que o primeiro texto de Moda do jornal A Tarde aparece em 16 de julho de 1913. Esse primeiro texto explora as informações sobre as novas tendências do universo fashion, referindo-se às citações passa-
das e às novidades em cor, tecido, corte, estilo, etc., sem esquecer os acessórios. Reflete, desse modo, uma expectativa que se encontra circunscrita ao mundo da moda que diz respeito a essa função informativa que atualiza a todos aqueles que estão envolvidos nesse fenômeno, dos novos rumos que a moda adota. É interessante notar que esse formato de texto vai se fazer presente com freqüência nos jornais. Essa é uma matéria tipicamente de tendência cujo objetivo é informar ao leitor os critérios a serem utilizados na renovação do guarda-roupa. Encontramos também as matérias de serviço e de comportamento, que respectivamente, adequam as tendências aos leitores, dando dicas de preços e de onde encontrar as peças; e relacionam a moda aos aspectos sociais, econômicos, estéticos e históricos de uma sociedade. O texto mais curioso que encontramos no início do século XX data de 13 de setembro de 1913 e exibe em cena o tema da aparência.
Enquadrando-se no formato de uma matéria de comportamento e escrita por Jacques Boulanger, o texto discute a aparência enquanto reflexo de um determinado modo de ser e de estar no mundo. Ou ainda, se preferirem alguns, uma forma de dizer algo sobre as idiossincrasias do outro e de si mesmo. A primeira impressão que se pode ter de um homem é aquela que a aparência lhe sugere, incluindo aqui elementos corporais (a gestualidade) e a própria indumentária que o indivíduo veste. O debate em torno da aparência ganha realce para os leitores de hoje, justamente porque, na atualidade, vive-se sobre a sombra resistente da imagem, do visual. Nesse sentido, exibe-se como, no mínimo, algo de intrigante, saber que em 1913 essa mesma inquietação já tinha corpo e existência. A “estética” em 1913 era um assunto atual e atuante, tanto assim que merecia quase meia página de um jornal. * Jornalista, Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (FACOM/UFBA), Professora adjunto II da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e autora de Os sentidos da moda (Annablume, 2005).
Cursos de moda na Bahia Francieli Macedo e Mariana Villas Bôas
A indústria de moda apresenta uma grande diversidade de atividades econômicas, pois procura trabalhar desde a produção de modelos exclusivos até a fabricação em série, que permite aos profissionais da moda o reconhecimento que eles buscam. A necessidade de profissionais cada vez mais capacitados foi percebida facilmente e, em 1970, foi iniciada a formação de coordenadores de moda e estilistas. Em uma década, cursos de moda foram iniciados no Brasil, em nível técnico. Mesmo com o reconhecimento internacional, o curso de moda ainda não foi devidamente valorizado no Brasil. Apesar de ser o país que mais possui cursos de graduação nessa área, percebe-se que há uma política de educação que expandiu nas unidades privadas. É exatamente aí que se encontra a problemática: a maioria das faculdades de moda é particular, o que restringe o acesso. No total, são 42 faculdades de moda, entre particulares e públicas. Com ensino gratuito há a Universidade Federal de Goiás, a Universidade Federal de Minas Gerais, a Universidade Estadual de Londrina, a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte e a Universidade Estadual de Santa Catarina. Atualmente, a Bahia conta com as seguintes instituições de ensino superior que oferecem cursos tecnológicos e de graduação plena na área de moda: a Faculdade da Cidade, a Universidade do Salvador (Unifacs), a Faculdade
Integrada da Bahia (FIB), a Faculdade Jorge Amado e mais recentemente a UNIME – todas particulares. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) oferece quatro opções de cursos. São três de curta e um de média duração, o de média duração é o de Estilismo. Este curso tem revelado nomes consagrados como o de Tarcísio Almeida. O SENAC oferece ainda cursos de Planejamento e desenvolvimento de coleção de moda e Consultoria de Imagem, ambos com duração de 20 horas. Há também o curso de desenho estilizado de moda. Na Bahia, o curso mais antigo é o de Design e gestão de moda da Unifacs. A instituição também disponibiliza cursos rápidos com duração de oito a doze horas, bem como oferece um dos poucos cursos de especialização na área: Moda, Artes e Contemporaneidade. O curso de Design de moda da Faculdade da Cidade tem duração de quatro anos, com oferta de duas turmas (matutino e noturno) por semestre. É o único no estado a formar designers de moda com bacharelado. A Faculdade Jorge Amado oferece o curso Design de
moda num período de quatro semestres que podem ser cursados separadamente, sendo que no final de cada semestre o aluno recebe um certificado. Neste formato, ele é aberto à comunidade, como um curso de extensão, no período de dois semestres. Para se obter o certificado de graduação é preciso ser aprovado no vestibular e cursar todos os períodos. Há também o formato tecnológico que tem foco nas disciplinas práticas. Embora apresente duração de dois anos, permite que o aluno faça uma pós-graduação. O estado da Bahia oferece apenas duas opções para a pós-graduação. A Unifacs e o SENAC, ambos ficam na capital (Salvador) e são particulares. A duração dos cursos de pós-graduação é de um ano e meio. Este panorama revela que ainda há muito que crescer no segmento ensino de moda na Bahia, principalmente no que diz respeito a sensibilização das instituições públicas. Somente com profissionalização e acesso ao ensino, o setor de criação, produção e difusão de moda na Bahia irá se destacar de forma mais significativa no cenário nacional.
CONFIRA OS PRINCIPAIS CURSOS DE MODA OFERTADOS NA BAHIA
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
Av. Tancredo Neves, n.1109, Ed. Casa do comércio, Pituba – Salvador/BA Telefone: (71) 3186-4000 email: cete@ba.senac.br / www.ba.senac.br
UNIFACS – UNIVERSIDADE SALVADOR
Av. Luiz Viana Filho 3100, Paralela – Prédio de aulas 9 Telefone: (71) 3232-4000 ou 0800-284-0212 (demais localidades) email: moda@unifcs.br
UNIJORGE – Centro Universitário Jorge Amado
Av. Luiz Viana Filho, n. 6775, Paralela – Salvador/BA Telefone: (71) 3534-8000 email: coordmoda@unijorge.edu.br www.unijorge.edu.br
UNIME – União Metropolitana de Educação e Cultura Av. Luis Tarquínio Pontes, n.600 – Lauro de Freitas/BA (71)3378-8900 / www.unime.edu.br
Fama internacional da moda baiana Larissa Araújo
O consumo e a produção de moda na Bahia cresceram significativamente nessa década. A cada ano, novos estilistas ganham espaço no cenário nacional ao apresentarem suas coleções no Fashion Rio. Temos também marcas já consagradas no Brasil e no mundo. Jóias que brilham
A estilista, artesã e designer de jóias Márcia Ganem apresenta ao mundo as coisas da Bahia através de suas coleções. Tomando como inspiração os orixás e a cultura indígena, Márcia trabalha com bordados, rendas, contas, pedrarias, citrino e a mistura de fibras que já se tornou sua marca registrada pelo uso da fibra de poliamida reciclada. Suas peças, tanto as jóias quanto as roupas, são todas trabalhadas a mão, feitas diretamente em manequins e apresentando um ótimo acabamento. Márcia também trabalha com alfaiataria. A designer é filha de costureira - motivo que despertou seu interesse por moda – e compõe o elenco de estilistas do Fashion Rio. Também faz parte do The brazilian guild, grupo de designers de jóias de renome no mercado internacional. A estilista tem um projeto de auxílio, no qual trabalha com as rendeiras de Saubara usando a renda de bilro (birro).
A estilista que não segue tendências
Luciana Galeão é mais uma das figuras baianas que deixa sua marca na moda brasileira. Nascida em Salvador e presente no mercado da moda desde 1996, Luciana foi descoberta quando apresentou sua coleção em uma das edições do Fashion Rio, mas seu trabalho ficou conhecido quando celebridades foram fotografadas usando peças assinadas por ela. Sua particularidade é a técnica de aplicação de mosaicos feitos de fragmentos de couro e a criação de estampas explorando a geometrização das formas. Luciana diz buscar a atemporalidade em suas coleções e por conta disso não segue tendências; ela busca sua inspiração em livros de arte, design e arquitetura e usa suas referências num contexto urbano e contemporâneo sem jamais cair no folclórico.
A criadora da Didara
Goya Lopes é uma das designers baianas mais conhecidas no mercado internacional, criadora da grife Didara (Bom em iorubá), suas peças conquistaram de Morais Moreira a Jimmy Cliff. O uso de cores fortes e motivos afro é o que faz de seu trabalho único. Ela gosta de pintar mandalas, orixás e temas ligados à cultura iorubá. Formada em desgin pela Universitá Internazionale dell’Arte em Florença, na Itália, Goya gosta de misturar temas da África e da Bahia usando cores de influência européia em tecidos como algodão, juta, viscose,
popeline e outros. Sua produção não é limitada ao vestuário, seus desenhos estão presentes também em colchas, almofadas, jogos americanos e artigos de decoração. Essas peças são fruto de um projeto comunitário com um grupo de mulheres que tem o apoio da Prefeitura de Salvador, onde Goya orienta a produção ensinando a essas mulheres um novo ofício.
A moda torna-se a cada dia mais influente e importante no mercado baiano. Além dessas três grandes designers baianas, ainda contamos com nomes como Robério Sampaio, Vitorino Campos e Úrsula Félix. Contatos: Márcia Ganem - http://www.marciaganem.com.br/atelier@marciaganem.com.br / Tel: (71) 3322-2427 Endereço ateliê: Rua das laranjeiras, 10. Pelourinho. Salvador - BA Luciana Galeão - http://www.lucianagaleao.com.br/ Tel: (71) 3334-4148 Endereço ateliê: Rua Borges Reis, 46. Loja 5ª. Rio Vermelho. Salvador - BA Goya Lopes - http://www.goyalopes.com.br/ Tel: (71) 3321-9428 Endereço ateliê: Rua Maci o, 20. Loja 10. Pelourinho. Salvador – BA
Bordados do Sagrado Laís Martins e Vanhise Ribeiro
Saias com muitos rodeios, batas, camisus, panos da costa, turbantes, peças minuciosamente bordadas, que quando bem gomadas, representam a visualidade própria dos terreiros de candomblé. No campo estético das religiões de matrizes africanas, o bordado de richelieu é, sem dúvida, elemento representa-
porou esse tipo de bordado, representando uma visualidade distintiva da mulher negra no Brasil escravocrata. Dentro dos terreiros de candomblé as crioulas adotaram o richelieu em seus trajes, constituindo assim uma tradição. Em Cachoeira, o uso do rechilieu não se detém apenas aos terreiros, foi também incorporado no
Vanhise Ribeiro
tivo dos trajes usados, e representa a beleza e a exuberância própria desses espaços, efetivando uma moda singular. O richelieu surgiu por volta do século XV na Europa, configurando-se como um bordado intermediário entre o bordado tradicional e a renda. Sua denominação ocorre entre 1624 e 1642, pelo uso frequente nas vestes de Armanol-Jean du Plessis, cardeal e duque de Richelieu. Os portugueses copiaram e trouxeram essa técnica de bordado para o Brasil. O richelieu requer muita paciência e segurança, já que é realizado com pontos cortados, onde os fios são retirados delicadamente até formarem verdadeiros vazios no tecido. Na Bahia do século XIX, o traje de crioula também incor-
traje das baianas de acarajé e no típico traje da Irmandade da Boa Morte. Zelita Sampaio, 66 anos, integrante dessa confraria religiosa reconhece a beleza e a tradição desse bordado. Segundo ela, a primeira roupa do candomblé é composta pelo richelieu, “foi criada para identificar o filho que completou idade de santo”, afirma. Maria do Carmo, 70 anos, é uma das poucas bordadeiras que ainda realizam esse ofício na cidade vizinha, São Félix. Ela conta que aprendeu a bordar em 1960, em um curso de capacitação. Na época chegou a bordar todo o seu enxoval de casamento, contudo, com o nascimento dos seus filhos lhe faltava tempo para realizar esse ofício. Há 18 anos, depois de se apo-
sentar resgatou a o prazer de bordar o richelieu. Embora receba sempre encomendas, dona do Carmo reconhece ser é a sua melhor cliente. “Eu mesmo quando quero, faço pra mim mesma. Fiz um vestido certa vez que fez o maior sucesso!”. Em geral as peças que fabrica são feitas para baianas de acarajés e mães de santo, mas não deixa de receber encomendas para roupas de cama e mesa. Conforme dona do Carmo, “o richelieu só fica bem se for bem engomado”, e acrescenta: “as pessoas em geral, não usam mais o richelieu por que acham que dá muito trabalho engomar”. Silvelina Cordeiro, 67, é uma ex-bordadeira que trabalhou muitos anos numa cooperativa com mais de 20 mulheres na ladeira de São Joaquim, em Salvador. Lá trabalhavam com encomendas locais e até mesmo nacionais, mas a maioria das suas encomendas eram principalmente para as pessoas que cultuavam o camdomblé. Ela diz que o bordado pode ser feito em qualquer tecido que não desfie. Crepe, cambraia, popeline, jeans, porém o mais usado é o linho branco. Para desenvolver o bordado, o primeiro passo é fazer o desenho. Depois, são feitos cortes e começa o bordado na região previamente desenhada, podendo ser feito à
mão ou à máquina. O trabalho é minucioso. Na époça de dona Silvelina, ela e as outras bordadeiras reuniam-se em suas casas, porque não havia um lugar fixo para trabalharem, então começavam a bordar em conjunto para entregarem suas encomendas a tempo. Segundo a ex-bordadeira, o tempo de trabalho das peças varia entre dias a meses. Como naquele tempo era difícil cuidar de casa, marido e filhos, a rotina dessas mulheres era pesada. Conta que levantavam na madrugada para fazer o almoço enquanto seus esposos trabalhavam durante o dia na feira ou na pesca. Os filhos iam juntos com as mães para as casas de bordado, daí o porquê dessa tradição ser passada de geração em geração. Sem bordar há mais de 10 anos, dona Silvelina trabalha no momento com um box de confecções de richelieu e outros tipos de bordado, no Mercado de Arte de Feira de Santana. Segundo ela, a
cooperativa fechou, porque muitas bordadeiras seguiram outro tipo de vida, muitas faleceram. Ela diz sentir falta do companheirismo e do trabalho que faziam. “Sabe minha filha, o richelieu faz parte da minha vida, da minha família, passou da geração da minha avó, depois para minha mãe e assim pra mim. É uma pena a minha filha, às minhas companheiras de bordado não terem dado segmento a esse trabalho, sinto falta”, diz Silvelina. Além de ser um artesanato delicado e ainda bastante procurado é apreciado pelas pessoas que reconhecem a sua exuberância. Nas ruas ou nos terreiros essas peças não deixam de estar na moda. Restaurantes, pousadas e casas que contemplam a arte, sempre exibem o richelieu como peça de extremo bom gosto. Afirma-se que a criatividade se sobrepõe a cada peça criada e o richelieu permanece há décadas sem perder a sua essência.
Vanhise Ribeiro
As mulheres de Jorge Carol Oliveira eVívian Aguiar
Editorial de moda inspirado nas grandes personagens das obras do escritor baiano Jorge Amado
pecial do Reverso está totalmente ligada à baianidade de Cachoeira e das personagens dos livros do escritor. Questão de identidade e, também, de homenagem. Cachoeira é uma cidade que, literalmente, carrega a história da Bahia. Seus prédios, seus habitantes, suas praças refletem o tempo atualizando o passado no presente. E nesse sentindo, Cachoeira combina muito com Jorge Amado e suas obras. Ambos são tipicamente baianos. Das ruas da cidade até as mulatas encantadoras que povoam as histórias quentes do autor. Além de terem outro elo muito forte: o sincretismo. Fazer um editorial com essa idéia foi um casamento perfeito. As personagens têm características muito próprias e foi fácil relacioná-las às estações. Perpétua ficou bem situada no outono-inverno, com suas vestes negras, meia calça, tranças... Dando uma atitude rocker para as fotos. Assim como Dona Flor, Lívia e Gabriela são a cara da primavera-verão, com seus vestidos soltos, floridos, seu ar colorido e de descontração. Tieta é um show a parte. Ela carrega o ar da mulher elegante. E de forasteira, também. Tieta sempre será a que chama mais atenção, por isso ela foi escolhida para usar as ombreiras, o coturno, as tachas e o vermelho, que tem tudo a ver com a personagem.
Foto: Carol Oliveira
Conhecido por conseguir unir qualidade literária com temas popularescos, Jorge Amado consagrou-se como um dos maiores escritores da literatura brasileira. Nos seus livros, a temática principal constitui-se a exclusão social e as camadas marginalizadas da sociedade. Outro ponto que marca grande parte das suas obras são as mulheres. Mulheres fortes, sensuais, que impulsionaram muitas adaptações dos livros para o cinema, teatro e a televisão. Cada uma com personalidade diferente. Seja o jeito fogoso, impetuoso, de Tieta ou, por sua vez, a leveza de Lívia e também Perpétua, com o hábito severo que veste, negro da cor de seu estado de viúva... Através das mulheres de Jorge Amado é possível perceber a dimensão da moda vista como uma extensão do corpo. A roupa simboliza a manifestação da essência das personagens, revelando a sensualidade, a religiosidade, a leveza e a inocência presentes em cada uma das mulheres de Jorge. A escolha das mulheres de Jorge Amado para o editorial dessa edição es-
Foto:Jana Cambuí
í bu Ca m Fo to :Ja na Foto: Júlio César Sanches
Foto: Júlio César Sanches
Cangaço chique Jana Cambuí, Monalisa Leal e Laís Martins
Final do século XIX, início do século XX. Bandos de homens vestidos de couro, a prata e o ouro reluzindo com o sol do Nordeste do Brasil, suas armas em punho, suas bolsas bordadas, os chapéus em meia-lua que os indicava. A partir dessas características, você já deve estar imaginando a quem nos referimos: os cangaceiros em busca de dinheiro e jóias, causando às vezes admiração, às vezes terror. Mas o que muitas pessoas não sabem é que essas vestimentas que caracterizam até hoje o movimento do Cangaço e seus representan-
tes, foram criadas a partir da vivência do famoso Lampião no grupo. Lampião era um homem para o qual importava a aparência, mesmo antes de entrar para o Cangaço: ele costurava e bordava com perfeição, chegando a confeccionar suas próprias roupas. A partir dessa preocupação com a sua imagem, ele soube criar um personagem singular, utilizar da vestimenta para valorizar a vida que levava com o bando – muito ouro e prata – e transmitir imponência. Dadá, mulher de Corisco, o companheiro de Lampião, teve
papel fundamental na criação das roupas, como o uso de bordados em couro e dos cinturões e a idéia da estrela de oito pontas. Ela também costurava para o bando. Para ostentar riqueza, Lampião usava lenços de seda inglesa ou tafetá francês, pendurava jóias no pescoço, moedas nos chapéus, pesava as mãos de anéis. Em meio à paisagem ocre do sertão, ele e seu bando chegavam vestindo roupas coloridas ou listradas; o próprio Lampião muitas vezes com camisas estampadas, com botões de ouro. Maria Bonita, como im-
portante representação feminina do bando e companheira de Lampião, seguia dando importância à sua aparência. Preocupava-se com os cabelos, mas eles deviam estar sempre bem presos, de acordo com as regras. A importância da vestimenta ao construir a imagem do Cangaço nordestino conferiu uma carga expressiva muito forte ainda nos dias de hoje. Reconhece-se uma alusão ao sertão nordestino num chapéu de couro em forma de meia-lua, em qualquer lugar do país, ou até do mundo. Estilistas renomados já
utilizaram de elementos das roupas do bando de lampião para compor coleções e desfiles, como Ronaldo Fraga e Zuzu Angel. Marcas como a Forum e a Rosa Chá também se deixaram seduzir por esse estilo extravagante do movimento. Assim, o que no início era uma preocupação com a imagem, um intuito de causar impacto com a chegada em qualquer lugar, hoje percebese que é uma marca principal na identificação da época, das pessoas, desse momento na história do país.
do com seu gosto. Podem-se criar lindas peças e acessórios através da customização, gastando muito pouco e utilizando aquilo que você já tem em casa. A estudante Caroline Alves, 18 anos, diz que é sempre elogiada pelas amigas por seu estilo, e revela que não gasta muito dinheiro para se vestir bem, “eu procuro sempre comprar nos magazines, pois lá posso encontrar praticamente tudo que está na moda e no final não sai tão caro.” Para ela, se for para gastar muito, tem que ser numa peça atemporal que valha a pena, “eu só gasto mais quando encontro alguma coisa que sei que vai durar, como um bom casaco ou sapato. Eu posso usá-lo sempre porque não vai
sair de moda e posso combinar com as roupas que eu já tenho”
É barato estar na moda Por Evelyn Lourena, Priscila Vasconcelos e Simone Santos
Para muitas pessoas, estar na moda significa vestir roupas caras e de grifes famosas. Por isso, acabam gastando mais do que podem e se endividando. Mas, na verdade, é possível estar moda gastando pouco. Para isso, basta ter um pouco de criatividade e ir aos lugares certos. As alternativas para adaptar as tendências são inúmeras e muito eficazes. Uma boa solução é comprar nas lojas de departamentos e magazines, que estão cada vez mais antenadas com as tendências e oferecem peças da moda por um preço bem menor que o das grifes. As coleções são sempre inspiradas nas grandes marcas e lá se pode encontrar tudo o que está em alta na estação. Além disso,
uma boa dica é comprar apenas as peças-chave da estação e compor o visual com outras que já estão no guarda-roupa. Casacos, cintos, sapatos são essenciais e nunca saem de moda; por isso, vale à pena ter um sempre à disposição. Outra alternativa são os brechós, que vendem roupas e acessórios usados, mas em bom estado de conservação. Nos brechós existem peças para todos os estilos e muitas destas já não são vendidas nas lojas. Como a moda atual é mais livre, permite combinar as coisas antigas encontradas nos brechós com as novas, e assim criar um look bonito e atual. Uma boa dica é reutilizar as peças de estações passadas. Muitas vezes, elas não
saem de moda e pode ser resgatadas apenas com algumas adaptações. Para as mais criativas, existe ainda outra possibilidade que é a customização. Customizar é transformar, personalizar de acor-
Dicas de Brechós em salvador Brechic Tel: (71) 3264-6167 Rua Dr Praguer Fróes, 155 Barra - Salvador - BA - CEP: 40130-020 Brechó Adulto Segunda Vez Tel: (71) 3351-7052 Av ACM, 1034 SL 116 B Salvador - BA - CEP: 41858-900 Brechó Arco da Velha Tel: (71) 3356-1369 Rua Maciel Cima, 30 Pelourinho - Salvador - BA - CEP: 40026250 Brecho Infantil Segunda Vez Tel: (71) 3353-2666 Av Antônio Carlos Magalhães, 1034 Pituba Parque Center, Sl 106 B Pituba - Salvador - BA - CEP: 41800-700
A moda e as suas nuances artísticas Alana Fabiane, Júlio César Sanches e Laura Magalhães
A moda é tema de várias discussões na contemporaneidade. Na mídia, nas novas tecnologias ou na arte, ela ganha diferentes conotações. No campo artístico, por exemplo, a cantora pop Lady Gaga, que adota um look extravagante e diferente, mostrou como a relação entre a moda e a arte é estreita. O fenômeno Lady Gaga revela, através das roupas, novas rotas dos modos vestimentares. Outros artistas também já buscaram novas estéticas na moda e continuam a fazer suas experiências no cruzamentos desses dois campos: moda e arte. A mídia, por sua vez, torna-se o palco principal de apresentações e apreciações de novas peças e estilos. Com isso, a lógica contemporânea revela o quão é ambígua a convivência entre moda, arte e cotidiano. Nas passarelas, Yves Saint Laurent tornou-se famoso pela sua capacidade criativa ao associar diretamente a moda e a arte. Inspirado nas pinturas neoplasticistas de Piet Mondrian, que
utilizava cores em seu estado máximo de saturação para reduzir a arte a formas neutras, ele lançou em 1965 um vestido nas mesmas composições, utilizando o vermelho, o azul, o amarelo, o preto e o branco. As criações de Saint Laurent são consideradas ícones da relação entre moda e arte e são consagradas nesses universos. O cenário contemporâneo também viu nascer o prêt-a-porter, ou democratização da roupa, que revolucionou a forma de execução da moda, tornando as peças mais acessíveis, e fabricadas em grandes quantidades, além de preços baixos. Assim, estilistas, artistas e sociedade passaram a comungar de uma grande oferta de possibilidades de looks, peças e estilos. Renata Pitombo Cidreira, especialista em moda, defende em seu livro “Os sentidos da moda” (2005) que, no início, o prêt-a-porter mudou a relação entre os estilistas e suas obras. “A fabricação em série não exige mais do costureiro que ele meça, corte, costure
e ajuste uma peça de roupa nas medidas do seu cliente. Abandonando as tarefas tradicionais da costura, a figura do costureiro liberta-se definitivamente do seu estatuto de artesão e, desse modo, distancia-se, igualmente, da sua clientela”, assinala a autora. Contudo, o caráter artesanal da moda ainda persiste em muitos lugares. Atualmente, é possível encontrar costureiras que fazem do seu trabalho uma forma de arte fora do universo fashion: são pessoas comuns que fazem da moda uma prática pessoal, fugindo da fabricação industrial em larga escala. Márcia Magalhães de Oliveira, 43, faz suas próprias roupas desde a adolescência e hoje possui uma confecção de roupas em Santo Amaro. Para ela, “a moda vira arte quando uma peça é feita num sentido único. Uma cliente chega e me pede uma saia, um vestido, e eu desenho o modelo na hora, adequando as tendências ao estilo e tipo físico da pessoa. Aquela peça, no fim das contas, é
algo não reprodutível”, explica. Dessa forma, é possível compreender que a moda está em diferentes escalas da vida cotidiana, seja no glamour das cantoras pop, nas grandes passarelas, ou no dia-a-dia de pessoas comuns. Portanto, pensar a relação entre moda e arte é vivenciar as diferentes nuances existentes entre elas; é caminhar de forma lúdica no mundo simbólico que envolve as roupas e todo o universo vestimentar.
Moda ganha espaço nas redes sociais Por Izana Pereira e Síntia Souza
Primeira rede social voltada exclusivamente para moda, o byMK é a única comunidade brasileira virtual sobre o tema. No byMK os usuários compartilham dicas sobre tendências e também sobre como se vestir para diversas ocasiões. O site, que já possui mais de 120 mil usuários, também oferece dicas de onde comprar as peças que integram os looks produzidos pelos participantes, pois possui uma parceria com algumas lojas. O professor Claudio Manoel Duarte, especialista em Cibercultura, entende esse vínculo como presença do supermercado de estilos, num contraste à idéia de moda como atitude, como manifestação das extintas tribos urbanas. “O byMK, que-
rendo ser uma rede focada em moda e estilo, comporta publicidade em seu site, associa-se a grifes e lojas e direciona o olhar da comunidade para empresas ligadas ao site”, afirma. A rede foi criada em agosto de 2008 por Flavio Pripas e Renato Steinberg, profissionais especializados em tecnologia, e tem como ideia principal fornecer um espaço de troca de informações e opiniões, no qual os usuários utilizam fotos da internet para montar combinações de roupas. Para Duarte “as redes sociais, independentes de serem virtuais ou não, só se estabelecem quando há interesses comuns – eis o fator agregador. Os looks ficam disponíveis tanto nos perfis individuais como na pági-
na principal, onde podem ser comentados. Alana Fabiane, 18, usuária do site, afirma que o byMk oferece uma oportunidade de observar quais são as últimas tendências. Fabiane diz que embora não crie muitos looks gosta de “ver as combinações que os outros usuários fazem; às vezes tenho uma roupa que quero muito usar, mas fico com medo de não cair bem com um sapato ou uma bolsa. O bymk mostra que não preciso necessariamente estar com todos os acessórios combinados pra estar na moda, e influencia nas minhas escolhas.” O site recebe em média 500 mil visitas por mês, e possui um público diversificado; alguns usuários são profissionais ou estudantes da área
de moda e outros curiosos, ou pessoas que buscam dicas sobre o tema.
Izana Pereira
Fazendo moda out size Daniela Oliveira, Mariana Monte e Meire Fiúza
Foi-se o tempo em que as mulheres baixinhas, gordinhas ou muito altas tinham problemas para se vestir. Embora ainda haja dificuldades, o mercado da moda tem se voltado para esse público fora do padrão europeu e produz peças adequadas aos mais variados tipos de silhueta e altura.
Lacerda, que, em entrevista ao portal Vírgula afirmou: “As pessoas não se conformam que é possível ser gordinha e sexy”. Para ela o importante é traduzir a moda ao próprio estilo.
perto do joelho com detalhes nas barras, além das meias coloridas. As gordinhas podem usar listras horizontais, desde que sejam mais finas e irregulares. No caso das estampas, é bom preferir aquelas que não
Charme e elegância para mulheres fora do padrão
dêem destaque para a parte mais volumosa do corpo.
Gordinhas na moda Mulheres acima do peso geralmente usavam roupas escuras, moletons e blusas folgadas, sem qualquer incremento. Hoje parte delas se assume enquanto tal, e vai às compras buscando não só conforto, mas roupas bonitas que valorizem suas curvas em diversas modelagens e tecidos. Essa mobilização ocorre também por meio da internet. Um exemplo é o Blog Mulherão (http://mulherao. wordpress.com/), onde garotas de todo o Brasil compartilham histórias de vida, dicas de moda e promovem dias de modelo. O Blog incentiva o equilíbrio da saúde e da auto-estima, e condena dietas rigorosas e restritivas. Há também belas mulheres GG que desfilam pelo mundo. Inclusive, este ano aconteceu no Brasil o 1º Fashion Weekend Plus Size (expressão estrangeira que define moda para as mulheres GG). Um desfile que reuniu produções acima do manequim 44 de estilosas grifes brasileiras. Hoje uma das principais representantes da moda GG internacional é a Top model brasileira Fluvia
Para que as gordinhas exibam suas curvas com muita elegância é preciso evitar determinados tipos de roupas e usar aquilo que valoriza o que se tem de mais bonito. Quem possui o corpo tipo “pêra”, com quadril largo e coxa grossa, deve usar peças mais trabalhadas na parte superior, e na parte inferior, peças mais lisas. Atenção para os bolsos bordados com miçangas, que “aumentam” o bumbum. Já as calças fio reto, saias e vestidos em evasê disfarçam o volume nos quadris. Quem possui o corpo tipo “maçã” deve disfarçar a região da cintura. Boas opções são usar decotes, golas e colares; devem abusar das saias com comprimento
Outras “out size” As baixinhas, altas ou muito magras também sofrem bastante para estar na moda. Mulheres de baixa estatura devem apostar em roupas que estiquem a silhueta, como composições monocromáticas, calças com cinturas baixas (exceto para barriga saliente) e minissaias (curtas demais podem ter efeito contrário). Nada de blusas por dentro da calça, pantalonas e vestidos de comprimento além da panturrilha, com a cintura marcada ou cores extravagantes. As estampas também interferem e podem trazer a impressão de encurtamento ou alongamento da silhueta. As listras horizontais e estampas não devem ser utilizadas pelas mulheres baixinhas. O ideal é a preferência por cores
neutras ou escuras, e listras verticais. Quanto aos acessórios, as baixinhas devem usar os pequenos e delicados; colares podem ser compridos. A vida das mulheres altas também não é tão fácil quanto pode parecer. Ao contrário das modelos, muitas mulheres podem ter altura e não saberem como explorá-la. Na hora de escolher o look, a mulher alta deve tomar cuidado para não se alongar ainda mais. Investir em macacões, vestidos longos e calças pantalonas. Abuse nas estampas, tom sobre tom, combinação de peças com cores diferentes. Calças e saias devem ter o corte reto e seco, com tons mais neutros e escuros. Saltos são bem vindos em proporções menores. As magrinhas devem usar roupas que chamem atenção para a cintura, como calças com cordões, casacos ou vestido com cintos. O uso de cintos, sejam eles finos ou grossos, dão charme especial ao look e estão muito na moda. As roupas devem ter tecido fino e solto para disfarçar as formas. Quem tem pescoço longo e esguio pode abusar nos acessórios. Os inimigos das magrinhas são os casacos com ombros quadrados ou grandes, pois dão destaque à falta de formas, e as calças largas. Dicas como essas podem ajudar muito na hora de compor um visual na moda. Mas é muito importante que a mulher esteja bem com o próprio corpo e que respeite seus limites na hora de se vestir. O melhor look é aquele que te deixa não só na moda, mas feliz com o que está vestindo.
O Luxo não é só da Bonequinha Raquel Pimentel, Taiane Nazaré e Pollyanna Macêdo
De Holly Gollightly a Carrie Bradshaw, as personagens de Hollywood entram não só nas casas, mas no guarda-roupa das mulheres de todo o mundo. Através do cinema, estilistas, figurinistas e cabeleireiros afirmaram novos modos de vestir e expressar, lançando tendências. Grandes nomes como Rita Hayworth e seu personagem no triângulo amoroso Gilda (1946), em sua performance musical “put blame on me”, esbanjando sensualidade com sua famosa jogada de cabelo e seu vestido tomara-que-caia; retomando assim a feminilidade nas vestimentas cinematográficas. Ava Gardner também marca sua sensualidade no cinema noir; reconhecida como grande atriz, transformouse em símbolo sexual de sua geração, com suas fendas e vestidos ousados. O cinema contemporâneo imortalizou a personagem Vivian Ward, vivida por Julia Roberts, que ironicamente tornase Uma linda mulher (1990) quando se veste das grandes grifes Chanel e
Dior. Seu corte de cabelo volumoso e de um vermelho esfuziante foi febre, todas queriam viver o conto de fadas moderno que apresentava chapéus, marcas e elegância para todos. A moda é uma linguagem. Alguns sabem aprendê-la, outros jamais conseguirão mexer com ela.” Essas palavras foram ditas pela estilista norte-americana Edith Head, vencedora oito vezes do Oscar de melhor figurino, sendo indicada 35 vezes, consagrando-se na academia e no mundo da moda. Vestindo um dos clássicos de Audrey Hepburn, Sabrina (1954), além dos filmes do Hithcock: O Corpo que Cai (1958) e Pássaros (1963), difundiu seu jeito elegante e singular de vestir as atrizes mais lindas do cinema. Outra estilista consagrada, vencedora de três prêmios da academia, é a inglesa Sandy Powell, que este ano ela levou o Oscar pelo figurino de A Jovem Rainha Victoria. Os filmes épicos são seu ponto forte. Além deste,
Shakspeare Apaixonado (1958) e O Aviador (2004) deram pra ela outras duas estatuetas; seu estilo de corte e modelo aproxima-a de Head, a elegância também ocupa posição primordial nos filmes. Este ano, a campanha da Dior reviveu uma atriz clássica do cinema, Lauren Bacall, usando uma modelo sósia. O editorial foi todo inspirado no olhar conhecido como The Look, expressão imortalizada nos seus filmes. Ela, que atuou em quatro produções com seu então marido Humpfrey Bogart – mais conhecido como o mocinho que não entrou no avião em Casablanca, passava a força de suas personagens com a rouquidão de sua voz e seu olhar direto. Em Casablanca (1942), a atriz Ingrid Bergman põe em cena o cinza. Até hoje é um tom referência nas grifes de alta costura, como os modelos da Madame Chanel que explorava o preto e o cinza. O filme também lançou o clássico trent coach, que foi um casaco feito para a guerra de trincheira em 1914: sua principal característica, além de ser um casaco comprido de lados transpassados e botões paralelos, é o seu tecido interno feito de flanela quadriculada. No século XXI tem-se a famosíssima Carrie Bradshaw, interpretada pela atriz Sarah Jessica Parker, que lançou o segundo filme continuação da série homóloga Sex and The City este ano. A personagem vestese como se estivesse sempre em uma passarela, onde em seis temporadas raramente repete um figurino. A série divulgou a marca de sapatos Manolo Blanc, que recentemente questionou a
popularização de seu nome pela personagem. Assim a moda é altamente difundida nas telas do cinema através das grandes musas, divulgando grifes em premiações, consagrando estilistas, elevando-a além dos palcos para o ideal do bem vestir no cotidiano. A Passarela das Telinhas No cenário brasileiro, quem dita a moda com mais força são as telenovelas. Mesmo apropriando-se da orientação internacional, elas lançam no mercado tendências exclusivamente nacionais e posteriormente são importadas junto com a dramaturgia nacional. A exemplo da última novela das 8, Viver a Vida, onde a personagem mais popular era a tetraplégica Luciana, interpretada pela atriz Alinne Moraes, que usava um colar de duas correntes com dois pingentes: uma coroa e uma chave. A denominação da peça hoje no mercado é o colar da Luciana. A personagem da atriz Letícia Spiller em Quatro por Quatro (1994) estereotipa a mulher carioca com seu sotaque e suas roupas curtas, que acentuam as curvas do corpo. Em O Clone (2001), viu-se a febre da cultura árabe, quanto ao figurino e às jóias, tendência repetida na recente Caminho das Índias (2009), ambas da autora Gloria Perez. As novelas configuram-se como marca. Existe um site de compras onde é possível adquirir produtos que são apresentados nas cenas, oferecido pela própria emissora. Essas novelas são importantes para uma adaptação e criação de uma moda brasileira, a exemplo da coleção outono e inverno estrangeira que não encaixa na maior parte do país devido ao clima. As adaptações de tecidos mais leves, o uso dos sintéticos, botas em seus variados comprimentos, fazem das telenovelas verdadeiros difusores da moda.
DICAS DE MODA Laís de Oliveira e Olívia Andrade NTERNET:
CINEMA:
diadebeaute.com - Dicas de maquiagem
A Jovem Rainha Vitória - Com Emily Blunt e Rupert Friend. O drama mostra os primeiros anos de reinado da rainha Victoria, do Reino Unido, e seu eterno romance com o príncipe Albert. Vencedor do Oscar de melhor figurino 2010. Título original: The Young Victoria.
carreteldamoda.com - Dicas de moda mateipormenos.apostos.com - O que há de novo! Informação e entretenimento mulherão.wordpress.com - O Manual de Sobrevivência para mulheres acima do peso
COLETE: Pode funcionar como acessório, pra levantar o look muito básico de jeans e camiseta. É um jeito de acrescentar cor no look neutro, e de coordenar cores de um jeito legal. No inverno esquenta ,sendo usado por cima de tricôs finos e blusas de manga comprida.
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polyvore.com – Monte seu próprio look na maior comunidade de moda da Internet PARA TWITTAR twitter.com/blogmulherao twitter.com/palankfashion twitter.com/fofinhasmoda
Breakfast at Tiffany’s – Com sua versão em português, Bonequinha de luxo. Um clássico do cinema com a grandiosa Audrey Hepburn, baseado em livro de Truman Capote No Oscar de 1962 venceu nas categorias de melhor trilha sonora comédia/drama e melhor canção original.
TELEVISÃO:
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Esquadrão da moda.
Delírios de Consumo de Becky Bloom – Comédia Romântica passada em Nova York que conta a vida de uma garota que compulsiva por compras e seu maior sonho é trabalhar em uma grande revista. Título original:Confessions of a Shopaholic.
Reality show exibido pelo SBT todas às terças, às 21h15. O programa é uma versão brasileira do programa originalmente da BBC, chamado “What not to Wear”.
Rainha da moda – Como Maria Antonieta se vestiu para a Revolução. Caroline Weber R$ 74,00.
Sapatos PEEP – TOE: Os sapatos que são sinônimo de charme e ousadia desde os anos 40-50. Podem ser usados tanto para o dia-a-dia com uma calça jeans ou participar de uma super combinação durante a noite.
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LOOKS: LIVROS:
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BOLERO: É considerado uma peça coringa. Veio mais curto e quente nesse inverno. Agrega estilo a calças e vestidos. Ficam lindos até com vestidos de festa.
BOLSA CHANEL: Tem designer arrojado e é esportiva e suntuosa ao mesmo tempo. As alças douradas são capazes de transformar qualquer look. Pode ser usado com trajes em jeans e também à noite
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Os sentidos da moda: - vestuário, comunicação e cultura - Renata Pitombo Cidreira R$ 44,65. Foto: www.submarino.com.br
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