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SÃO GONÇALO ENFRENTA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA (PÁG. 5)

Fiscalização nas barracas gera tumulto na feira de Cachoeira A prefeitura exige que as barracas sejam desarmadas no final do dia e os feirantes reclamam da falta de um lugar adequado para guardar o equipamento. Eles também protestam contra os custos do transporte das mercadorias. A população, por sua vez, reclama dos problemas causados pelo mau cheiro e os constantes transtornos ao trânsito de automóveis e pedestres nesta área do centro. Páginas 3 e 4.

Censo 2010

Página 11

Cachoeira está fora do Intermunicipal

Páginas 6 e 7

O que fazer no final de semana com R$ 10 no bolso?

Página 12

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Ponte é reinaugurada mas estação segue em reforma Texto de Fernanda Rocha Foto de Josiane Nascimento

No último dia 31 de agosto as comunidades de Cachoeira e São Félix receberam de José Osvaldo, representante da Ferovia Centr Atlântico (FCA), a primeira etapa concluída da obra de restauração da Ponte Imperial Dom Pedro II, que liga as duas cidades. A solenidade contou com a participação do prefeito de São Felix, Alex Sandro Aleluia de Brito, e vereadores locais. Esta primeira etapa das obras da ponte contou com a entrega da passarela, troca de passadiços de madeira por outros de estrutura metálica. No dia primeiro de setembro começaram as etapas de pintura e, em seguida, iluminação. A FCA tem até 2012 pra entregar a restauração completa. Durante a solenidade, o representante da FCA disse que entregou ao Ministério Público um plano de manutenção da ponte que engloba providências como limpeza e instalação de sinalização e redutores de velocidade. Porém, por a ponte ser tombada, esse projeto necessita de aprovação do IPHAN E IPAC. A Estação Ferroviária de Cachoeira ainda passa por um processo de restauração, a exemplo de diversos outros prédios e locações antigas da cidade, que precisam de tratamento especial na sua restauração e reforma, visando mais segurança, comodidade e preservação do patrimônio público local. Devido às dificuldades de transporte e deslocamento na localidade, foi aberta em 1876 a Estação Ferroviária de Cachoeira. Esta foi à solução mais eficaz, na época, para fazer a ligação da linha Mapele-Monte Azul. O prédio foi melhorado após a construção da ponte, tornandose maior, suntuoso. Localiza-se praticamente à margem do Rio Paraguaçu. Com o passar dos anos, o foi se deteriorando devido ao descaso. A estação ferroviária encontra-se desativada e abandonada. A Ponte Dom Pedro II foi criada para ligar as cidadesirmãs Cachoeira e São Felix, além de contribuir para o comércio e o deslocamento dos trens, carros e pessoas da região. Durante muito tempo vem se discutindo uma proposta para a sua revitalização, alvo das reivindicações das pessoas que necessitam utilizá-la.


As Artes visuais, o Diagramador e a Atualidade

Confusão marca a fiscalização das barracas da feira livre

Texto de Leomir Santana

Juliano Mascarenhas *

CARTA AO LEITOR Começando com o pé direito Esta é a primeira edição do Jornal Laboratório Reverso, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, produzida pela atual turma do 4º período do curso de Jornalismo. Desta vez, o nosso jornal terá novidades em seu conteúdo, formato e periodicidade. Além de deixar de ser mensal e passar à semanal, o mapa de ação dos repórteres se estenderá em sistema digital, através do Reverso Online, permitindo maior acessibilidade e contato em tempo real dos repórteres com os leitores. Neste número, Cachoeira e São Félix serão os alvos das notícias. Aqui tratamos de vários temas de interesse da comunidade relacionados ao ordenamento e fiscalização das barracas e suas mercadorias, das condições de saúde pública e dos preços dos princiais produtos da cesta básica nacional nas feiras livres das duas cidades. Acompanhamos também o trabalho dos recenceadores do IBGE e as perscpectivas de trabalho e emprego dos recém formados nos principais cursos do campus local da UFRB. Temos ainda a situação de Cachoeira no Campeonato Intermunicipal de Futebol e a histório do valoroso time do Barcelona do Recôncavo. Deste modo, realizamos nosso anseio em proporcionar uma mescla de assuntos relevantes à população local, que se estende desde saúde e política até lazer e cultura, agradando assim a todos. É nosso desejo que os leitores estejam abertos ao desfrute de nossas matérias e interajam, com sugestões, críticas e elogios, sobre o conteúdo desta nossa edição. Boa leitura! Tony Caldas

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189

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Atualmente é impossível separar artes visuais dos cenários por quais passamos e necessitamos diariamente. O grande visionário além de idealizar teorias, tem quase que por obrigação vislumbrar o ambiente no qual a sua idéia estará contextualizada. Muito se pensa em artes visuais ligadas diretamente às artes plásticas ou material gráfico impresso. A arte visual está diretamente ligada à criação de formas, simbologias e iconização dos objetos. Por isso, vivemos em um senso comum das artes denominado de Percepções Artísticas (modo pelo qual nos percebemos as diferenças de formação e design dos objetos). As artes visuais, na contemporaneidade, são utilizadas em sua maior parte para a persuasão de consumidores, grupos políticos, religiosos, pacifistas. Nessa corrida por conquistas, não só cores são utilizadas como atrativos, mas também, ícones e símbolos, que o tempo todo nos remetem à lembranças e boas sensações.

O diagramador, profissional responsável pela distribuição de textos, imagens e espaços em um jornal ourevista), tem por missão escolher os melhores artifícios para que uma composição gráfica seja bem sucedida. “Diagramar é desenhar previamente a disposição de todos os elementos que integram cada página de jornal ou revista. É ordenar, conforme uma orientação predeterminada, como irão ficar, depois de montados e impressos, os títulos, os textos, as fotografias, os anúncios, os desenhos e tudo o mais a ser apresentado na edição, indicando o número de colunas das matérias e outras especificações complementares”

- Mário L. Erboto. Com o surgimento de novas tecnologias (o computador), o conceito de diagramar sofreu algumas alterações, o diagramador deixa de predeterminar os elementos da composição e passa a montar em tempo real todo o projeto gráfico de um jornal ou revista. Engana-se quem pensa que para ser diagramador basta apenas ter conhecimento sobre os programas técnicos de diagramação, para diagramar é necessário ter todos os conhecimentos de um jornalista ou profissional da área de comunicação social, tendo em vista, que além de dispor os elementos de maneira eficiente, este necessitará executar determinados cortes e/ou edição de textos e fotos.

* Publicitário, Professora auxiliar da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e Diretor Geral da revista Times Magazine.

Fotos de Juliana Rezende

Clima quente, confusão e discussão marcaram a ação de fiscalização chefiada pelo secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Carlos Alberto Fraga Lobo, no final da tarde do último dia 21 de agosto, na feira livre de Cachoeira. Acompanhado por funcionários da prefeitura e um contingente da Polícia Militar, ele foi veriricar se os feirantes haviam cumprido a determinação de retirar as barracas e mercadorias do local, no final do dia. Os desentendimentos aconteceram porque alguns feirantes ainda não tinham retirados suas barracas da rua, alegando não ter onde guardá-las. Depois de muita discussão, ficou acordado que as barracas e os produtos ainda presentes no local seriam colocados provisoriamente no Mercado do Peixe até que se tome uma decisão definitiva. A Prefeitura de Cachoeira determinou que todas as barracas armadas no perímetro da feira livre devem ser desarmadas e retiradas do local todos os sábados às 17 horas, para higienização do lugar. A partir da data de publicação deste decreto, 19 de agosto de 2010, as barracas só poderiam ser armadas a partir das seis

horas da segunda-feira. Os feirantes que não cumprirem a determinação estarão sujeitos a terem suas barracas e mercadorias apreendidas, além de pagar uma multa estipulada em R$ 500,00. Sem lugar Os feirantes, por sua vez, afirmam que não têm um espaço onde possam guardar suas barracas e mercadorias em segurança, por isso as deixam armadas no local, de onde podem vigiar seus produtos. Antes da reforma geral do Mercado Municipal eles guardavam seus produtos no interior do mercado, o que agora também não será mais permitido. Muitos deles moram longe do local onde a feira é montada e reclamam que o custo para transportar as barracas e mercadorias é muito grande, pois teriam de pagar todos os dias para levar os produtos. Devido à falta de informação e condições, guardam tudo no meio da rua e no passeio do Mercado Municipal, estando sujeito à contaminação por ratos, baratas e

“O trânsito é sempre confuso na região da feira livre”

cachorros. “A promotoria fez exigências no sentido de proteger a comunidade, a população de Cachoeira, de consumir produtos de baixa qualidade”, explicou o secretário de Agricultura, Indústria e Comércio. Comerciantes e moradores do entorno da feira livre reclamam da sujeira e do mau cheiro proporcionado pelos alimentos jogados no chão. Segundo Carlos Alberto Lobo, há três semanas que a prefeitura não consegue higienizar o local devido às barracas que lá estão. O secretário afirmou também que o prefeito da cidade, Fernando Antônio da Silva Pereira (Tato), vem sendo contatado diversas vezes por moradores vizinhos à feira livre, que reclamam não poder encostar seus carros ou mesmo sentar nos passeios de suas casas durante os finais de semana devido a essa situação.

problema, porém sem obtenção de êxito nesse sentido. Os feirantes afirmam que na cidade de São Félix os vendedores possuem um local para guardar seus produtos e colocar suas barracas. Sobre isso, o secretário da Agricultura explicou que lá as barracas são de propriedade do município e a feira é pequena. “Eles têm funcionários que montam e desmontam as barracas, é um equipamento do município, o que não aconte-

não permitiu que a prefeitura fechasse com grades um local próximo ao Rio Pitanga para que fossem guardadas as mercadorias dos feirantes. Outro local sugerido pela admnistração municipal foi um prédio próximo ao cais, porém os feirantes disseram que o lugar não é seguro e está sujeito a roubos, por ser vizinho a bocas de fumo. Eles explicaram que o local é muito longe da feira, aumentando o custo no transporte dos produtos para os

O trânsito é sempre confuso na região da feira livre

Solução Para o secretário, os feirantes deveriam criar uma associação e ter uma liderança que pudesse falar por eles. Ele garante que muitas foram as tentativas de realizar reuniões para resolução deste

ce em Cachoeira. Aqui, o equipamento é deles e a prefeitura não tem obrigação nem responsabilidade de abrigar o produto deles”, diz o secretário. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)

vendedores. O secretário salientou que a Prefeitura já tentou alugar um espaço para que os feirantes pudessem guardar suas mercadorias, mas não obteve êxito. O impasse continua, sem uma solução em curto prazo. www.ufrb.edu.br/reverso


São boas as condições sanitárias em São Félix, mas ainda há problemas para a saúde pública

As condições de higiene referentes ao armazenamento, manipulação de alimentos e oferta de serviços de saúde no município de São Félix não são alarmantes, mas carecem de algumas melhorias principalmente quanto à conscientização dos comerciantes mais antigos e resistentes a mudanças. O barbeiro A.S.P., de 56 anos, que há seis anos exerce o ofício e insistiu em não se identificar na íntegra, ressalta seus cuidados em descartar as lâminas utilizadas para barbas e cabelos. No entanto, reconhece não empregar o fardamento apropriado no ambiente de trabalho devido ao fraco movimento e também em esterelizar os outros instrumentos – máquinas, tesouras e navalhas - apenas com o uso de álcool. Outro exemplo de falta de informação so-

bre os procedimentos corretos que garantem os princípios básicos de higiene podem ser verificados facilmente ao se observar funcionários de padarias, lanchonetes ou restaurantes da cidade manipulando alimentos portando adornos como anéis, brincos e pulseiras. Isto quando não mantêm as unhas curtas e livres de esmaltes, como exigem as regras básicas do órgão que fiscaliza, além de conservar barbas e bigodes ou ainda insistir em cantar ou conversar próximo aos alimentos, confundindo simpatia aos clientes com descuido com a higienização. Vigilância As atividades relacionadas às tentativas de minimizar os riscos à saúde da população, fiscalizar o comércio e transporte de alimentos, água

A venda de carne mostra ainda algumas irregularidades

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e outras bebidas para o consumo humano; medicamentos, estabelecimentos de saúde, condições de saneamento básico, insumos e equipamentos médicos são todas atividades contidas no campo de atuação da Vigilância Sanitária de São Félix. O órgão municipal atualmente é gerido pela médica veterinária Elisa Márcia dos Santos, há 10 anos no cargo. De acordo com Márcia, a Vigilância de São Félix inspeciona regularmente os estabelecimentos, notifica, concede ou renova licenças de alvarás sanitários e coleta amostras de água da cidade para monitoramento. A veterinária ressalta êxito na experiência de promover ações educativas com os comerciantes de carne bovina: “Em São Félix adequamos o comércio com a portaria ministerial nº 304 de 22 abril de 1996, do Ministério da Agricultura, que estabelece o controle de procedência das carnes e frigoríficos e expõe as boas formas de conservação”, informou. Outra portaria em vigor no município é a de número 210, que proíbe o abate de frango no próprio ponto de venda. Alguns trabalhadores de estabelecimentos avícolas

Especulação imobiliária preocupa moradores de São Gonçalo dos Campos

Texto de Marília Marques

Texto de Rogério Lacerda

Fotos de Valdelice Santos

Foto de Rosalvo Marques

de São Félix apontaram a de não poder ser garanexistência de locais na ci- tida a eficácia bactericida dade que ainda abatem e do produto. O ideal é que vendem o frango. A dire- sejam comercializados tora da vigilância garante em embalagens próprias não ter conhecimento da de saneantes e com rótuexistência destes abate- los, como já fazem alguns douros clandestinos e acrescentou que todos os que existiam foram interditados pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB). Ela Em geral, o frango vendido na cidade está acondicionado corretamente disse que se os proprietários de estabele- comerciantes locais Outra questão imcimentos resistissem à lei seriam multados, sujeitos portante diz respeito ao a apreensão do produto Mercado Municipal, um ambiente de acentuado ou à prisão. trânsito de pessoas e merDescumprimento da lei cadorias. Ele se destaca pela conservação e, em O órgão da Vigilân- parte, pelo atendimento cia Sanitária Municipal às normas de higiene sotambém exerce o controle licitadas pela Vigilância e fiscalização de sanean- Sanitária. Osvaldino da tes domissanitários, ou - Cruz, 62 anos, dise que trocando em miúdos - de- compra a carne de um frisinfetantes e agentes de gorífico em Feira de Sanlimpeza em geral. Neste tana e, há 40 anos, vende caso, o que acontece em às sextas e sábados no São Félix é o descumpri- mercado municipal. Sua mento da lei que proíbe banca é de notável lima venda dessas subs- peza e, como no dia da tâncias em garrafas pet, entrevista ao Reverso – o que ocasiona riscos à uma segunda-feira – não saúde da população, em era de venda, mas ainda especial a crianças desa- tinha carnes, ele as convisadas, que podem con- servava no freezer que gafundir o líquido colorido rante ter sido limpo antes com refrigerantes. Além do uso.

Com loteamentos surgindo a todo instante, quase todos eles sem um projeto de urbanização, a população de São Gonçalo dos Campos tem enfrentado muitos problemas com a especulação imobiliária propiciada essa pela proximidade que a cidade tem com Feira de Santana e Salvador, grandes centros reguladores de preço do setor imobiliário. Nos últimos anos, um dos setores que mais vem se destacando em São Gonçalo dos Campos é o imobiliário. São diversos loteamentos que surgiram nos últimos anos na cidade, acompanhando o crescimento nacional, impulsionado também por programas federais, como o Minha Casa Minha Vida, um projeto do governo federal.. Movido também pelo crescimento industrial que vem se destacando nos últimos anos, é fácil encontrar uma explicação mais contundente. Motivados pelo sonho de ter a casa própria, muitos se endividam em busca do mesmo. São Gonçalo, em especial, é uma cidade que tem grandes possibilidades de se desenvolver, pelo fato de ser uma cidade que tem todas as

suas extremidades cercadas por fazendas, que aos poucos se transformam em loteamentos. O Nova Vida, por exemplo, é um loteamento que tem aproximadamente 10 anos de fundado e hoje já possui mais de 100 residências construídas, além de outras 50 em construção. Adquirir uma casa própria pode até parecer uma tarefa fácil, mas nem sempre isto se aplica. Muitas vezes a burocracia é tão grande que as pessoas acabam desistindo e continuam morando de aluguel. Verticalização A verticalização também está fazendo parte deste cenário imobiliário. É fácil encontrar prédios de três andares em construção na cidade, sendo que a verticalização é uma forma contemporânea de construção utilizada pelas grandes cidades e também é uma forma prática e racionada de ocupar espaço. O secretário municipal de Desenvolvimento, Luciano Carvalho, informou que a Secretaria de Infra-Estrutura subdividiu-se nas diretorias de Obras e de Tributos. Ele falou que quando a prefeitura precisa construir

São Gonçalo vai ganhar um novo apart hotel

uma obra, contrata um engenheiro. Pois, para manter um profissional desses, fica um custo muito alto para o município. De acordo com o diretor de tributos do município, Renan de Oliveira, houve um crescimento de 20% no número de residências nos últimos 10 anos. Arrecadação São Gonçalo possui hoje 5.503 residências registradas na prefeitura. Todavia, é muito grande o numero construções irregulares no município e a administração municipal não tem um órgão que fiscalize construções irregulares. Em geral, ela conta com o trabalho de fiscalização dos engenheiros do Conselho Regional de Arquitetura (CREA). A arrecadação no ano de 2009 foi equivalente a 11% de toda re-

ceita do município, um valor considerável para um município do porte de São Gonçalo dos Campos. Segundo o diretor, quando estiver pronto, o Condomínio da L. Marquezo, que fica na divisa com a cidade de Feira de Santana, vai aumentar significativamente a receita local. No município, também existem casas populares feitas em regime de mutirão, como no bairro do Cedro, no Alto do Cruzeiro, que fica a cerca de cinco quilômetros do centro da cidade, onde foram construídas mais de 100 novos imóveis, beneficiando famílias carentes e que não tinham nenhuma perspectiva de moradia. Esse projeto foi idealizado pelo prefeito da época, José Carlos de Lacerda, em parceria com o governo do estado. Já o Loteamento

Jorge Farani, localizado no centro da cidade, apesar de bem recente, pois tem apenas três anos de existência, já conta mais de uma centena de casas construídas e já não dispõe de mais nenhum lote para venda. Segundo o morador Marcelo Lacerda, hoje é muito mais fácil se adquirir um imóvel em Feira de Santana do que em São Gonçalo dos Campos. Os proprietários de terras as mantêm inertes para valorizar cada vez mais as propriedades. Esta é uma prática comum no município e que inclusive atrapalha o seu desenvolvimento, porque os investidores se distanciam por causa da especulação. Informalidade O supervisor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcos Cruz, informou que já foram recenseados mais de 2.500 domicílios em 20 dias em São Gonçalo dos Campos. Segundo ele, é um numero significativo para curto espaço tempo. A informalidade ainda é muito grande, com relação às construções. Como a prefeitura não tem um órgão que fiscalize o segmento, fica difícil acompanhar. www.ufrb.edu.br/reverso


Irmão rico, irmão pobre

Cachoeira está fora do Intermunicipal Nos próximos jogos, só cumpre tabela

O futebol pode unir dois países separados por um oceano?

Texto Lenise Luz Fotos Toni Caldas

Texto: Eliandson Santos Fotos: Lenise Luz

“Antes de lotar estádios, os torcedores do Barcelona enchiam ginásios”.

O elegante escudo do valoroso Barcelona do Recôncavo

Quando o assunto é futebol, os apaixonados pelo tema concordam numa coisa. O Barcelona da Espanha é um dos melhores times da atualidade. A equipe é a base da seleção nacional campeã

na África do Sul, tem uma das folhas salariais mais caras do mundo do esporte, uma estrutura milionária e craques consagrados como o argentino Lionel Messi, o espanhol Xavi e o brasileiro Da-

Foto divulgação

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niel Alves. Mas isso todo mundo sabe. O que pouca gente sabe é que em São Félix, cidade a 110 km de Salvador. Longe dos holofotes e das cifras catalãs, o amor de três amigos pela bola fez nascer um xará, o Barcelona do Recôncavo, tão amado pela torcida e tão temido pelos adversários quanto o gigante espanhol. Começou em 2008. Antes de lotar estádios, os torcedores do Barcelona enchiam ginásios. A mudança de terreno surtiu efeito e no ano passado o time chegou ao inédito título de vice-campeão do Torneio Interbairros da cidade de São Félix. A façanha disparou o número de torcedores do time, hoje a cada jogo cerca de 200 apaixonados lotam as arquibancadas e esse número só cresce a cada dia. Enquanto o irmão rico disputa o campeonato mais importante

do mundo, A Liga dos Campeões, o pobre convive com o amadorismo do futebol brasileiro. A ausência de competições para disputar é um sério problema do Barcelona do Recôncavo. Hoje, sete jogadores estão emprestados à seleção de São Félix que disputa o Campeonato Baiano Intermunicipal. O time só volta à ação em setembro para um torneio de futebol de salão. A diretoria e os jogadores estão confiantes em um retorno vitorioso às origens. Outro problema é a falta de investimento. Os patrocínios são tímidos e a maior parte dos recursos vem do bolso dos fundadores do clube e do esforço coletivo dos jogadores. Wagner, 27 anos, volante, diz que pretende encerrar a carreira no clube. Já Jorgão, 28 anos, lateral, compara-se a um jogador de outro grande clube, o Milan da Itália. “Acho que pareço com o Seedorf, que é o mais bonito do time”, exagerou o atleta do Barcelona do Recôncavo.

Intermunicipal O campeonato é promovido pela Federação Baiana de Futebol (FBF) desde de 1974. Na primeira fase são realizados seis jogos por grupo. Os grupos são divididos por região, compondo quatro seleções em cada um, com um número de 15 grupos, totalizando 60 seleções no campeonato. A segunda fase do campeonato será disputada entre as 30 seleções que obtiverem classificação na primeira fase e mais as duas seleções procedentes do Campeonato Intermunicipal. A seleção campeã terá o troféu Marcos Andrade Dias, homenagem ao ex-presidente da FBF. Já a seleção vice-campeã levará o troféu Bartolomeu Gentil Calmon de Oliveira.

No ultimo domingo, dia 22, às 15 horas, ocorreu mais uma rodada do Campeonato Intermunicipal de Futebol para Amadores. Um desses jogos foi realizado no Estádio Municipal 25 de junho, em Cachoeira, entre as seleções de Cachoeira e de Saubara, que fazem parte do grupo cinco da competição. Essa partida foi apenas uma das 30 desse

Cachoeira e Saubara se enfrentaram numa partida bem disputada

mesmo dia pela primeira fase do campeonato. A partida entre as seleções de Cachoeira e de Saubara foi bastante disputada. Logo de início, a seleção da casa conseguiu impor seu jogo e aos oito minutos do primeiro tempo marcou um gol com o jogador Junior de Coqueiros. A seleção visitante conseguiu encaixar seus passes e marcou aos 20 minutos, ainda do primeiro tempo com o jogador Cal. Após o empate, o jogo ficou equilibrado, sendo disputado minuto a minuto. Exatamente aos 28 do segundo tempo, Müller virou a partida, marcando para a seleção de Saubara, o que abalou os jogadores de Cachoeira. Após a virada, os visitantes passaram a dominar o jogo e o placar se manteve o mesmo até o termino da partida. O meio-campo da seleção de Saubara, Rafael, foi considerado o destaque do jogo. Já pela seleção de Cachoeira os destaques

foram o zagueiro Cabeça e o meio-campista Tecio. Com esse resultado, Cachoeira não tem mais chances de alcançar as outras seleções de seu grupo na tabela e não disputará a segunda fase. Já a seleção sanfelista, outra representante da região, segue atrás na tabela, mas com chances de passar a segunda fase do campeonato.

Cachoeira e Saubara se enfrentaram numa partida bem disputada

Academia de Boxe em Cachoeira Texto de Laiana Matos

Na cidade de Cachoeira o boxe é praticado em algumas academias, embora o esporte permaneça motivo de polêmicas por ser visto como uma pratica violenta. Mas para os jovens do Bairro Alto do Rosarinho, onde também as mulheres vêm conquistando espaço na modalidade, a questão é vista com outros olhos. Joelson Conceição Oliveira, conhecido pelo nome de guerra de Siborgue, é um dos diretores da academia Por Dentro do Boxe e comentou que o intuito de ter essa instituição é para por em prática a ação social de acolher os jovens das ruas, trabalho que desenvolve há 26 anos. Sua história foi construída no antigo Colégio Nossa Senhora do Rosário, que foi

desativado e hoje funciona como uma associação de moradores e sede da academia há 12 anos. O objetivo declarado é resgatar adolescentes e mostrar o boxe como um esporte saudável, de forma que eles se afastem das drogas e brigas nas ruas, mantendo uma parceria com os pais e professores para que incentivem o bom comportamento e a disciplina no lar, na escola e entre os moradores. Quem desobedece às regras, é expulso. Mulher no boxe Na academia, as mulheres têm se destacado e vêm ganhando prêmios em competições, como Débora Cruz, de 21 anos, natural da cidade de Cachoeira. Ela foi campeã

regional e vice-campeã campeã baiana em 2009, na categoria peso leve. Algumas meninas que praticam na academia, com idade entre 16 e 21 anos, estudantes e trabalhadoras, afirmam não ter problemas em conciliar as suas atividades com o esporte e dizem que não sofrem preconceito, mesmo sendo uma prática de maior adesão masculina. Elas contam que começaram por lazer e depois foram se empolgando, se interessando e agora têm como objetivo competir. ‘Lutar boxe sempre foi meu sonho e estou feliz, pois vou ter a oportunidade de competir’, disse Camila, 18 anos, que mantém um cuidado a mais com o corpo, mas garante que o treino é igual sem distinção de gênero. www.ufrb.edu.br/reverso


Estudantes reclamam da falta de cursos de língua estrangeira

Esquistossomose preocupa mais que dengue em Cachoeira Texto de Jana Cambuí Fotos de Monalisa Leal

Texto de Valdelice Santos Fotos de Leomir Santana

O município de Cachoeira registra atualmente um grande número de casos de esquistossomose, doença que ataca principalmente o fígado e o intestino, causada pelo verme do Schistosoma mansoni e que é transmitida pelo caramujo de água doce contaminado, superando inclusive a incidência de casos de dengue.

mais atingida. O trabalho do posto de saúde com relação à doença é dividido em três fases. Primeiro, a distribuição dos coletores para fezes e, no dia seguinte, o recolhimento das amostras em cada lugar de risco. Depois, vem o exame dessas amostras e, por fim, constatados os casos, o tratamento da doença. Contudo, de acordo com o coordenador da área de prevenção da esquistossomose em Cachoeira, João Lago, que trabalha com isso desde 2003, o posto tem sofrido com falta de material desde janeiro, sem uma causa explicada. Falta material

Apesar da Jeffeson ficou doente há dois anos, mas já se curou falta de mateComenta-se mui- rial, a campanha continua to, em nível nacional, os sendo feita pelo posto problemas causados pela para a prevenção da dodengue, suas consequên- ença em escolas, comunicias e necessidade de pre- dades e igrejas. De acordo venção, mas em geral se com os dados fornecidos esquece das doenças que pela Secretaria de Saúde atingem cada localidade de Cachoeira, o número específica com mais for- de pessoas que se negam ça até que a dengue. Em a fazer o tratamento ou o Cachoeira, a área rural é a exame é nulo, e assim os www.ufrb.edu.br/reverso

casos têm diminuído de 2009 para esse ano. A Secretaria de Saúde não informou os números anteriores, mas divulgou que, no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2010, foram constatados 222 casos positivos. Destes, o posto tratou 52 pessoas e o restante teve de ser encaminhado para médicos por questão de contra-indicação. A população, apesar das dificuldades que o posto enfrenta, considera-se satisfeita com o trabalho realizado. Rosineire dos Santos, mãe de Jefferson, 14 anos, gostou do tratamento e diz que o filho foi curado. “Tem uns dois anos que ele contraiu a doença e foi tratado. Ano passado fizemos um novo exame para conferir se ele tinha contraído a doença de novo e não deu em nada. Eu não tenho do que reclamar”, declarou Rosineire.

Casa dos Velhos: do sonho à assistência Texto de André Cardoso

De um ideal assistencialista surgiu a Casa dos Velhos, em Cachoeira, erguida em 1966 num imóvel situado na Rua Benjamin Constant, que foi comprado a partir de iniciativas como listas de arrecadações, promoções de bailes e shows infantis no cinema local aos domingos, propagandas e mealheiros nas casas comerciais da cidade. A casa atualmente abriga 32 anciões, divididos em alas feminina e masculina.

Segundo Lúcia Souza Batista, gerente do asilo, os velhinhos vêm ao abrigo de quatro formas possíveis. A primeira é quando se acham um estorvo no seio da família e vêm por conta própria. A segunda é quando, à revelia da sua vontade, são trazidos pelos seus familiares, que alegam não terem condições de cuidar deles. A terceira é quando são trazidos por populares ao abrigo e, no último caso, quando são resgatados dos seus familiares.

“A casa atualmente abriga 32 anciões, divididos em alas feminina e masculina”

Como a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) incluirá a partir deste ano questões de língua estrangeira, os estudantes do ensino médio das escolas de São Félix e Cachoeira estão bastante apreensivos com a sua deficiência no tema. Eles reclamam que o ensino de outros idiomas que recebem na escola pública é muito defasado e não se sentem confiantes para fazer uma boa prova. “O ensino que eu tive sobre língua estrangeira, espanhol e inglês, foi ruim, pois os professores não eram formados na área”, garante Adriana Silva de Jesus, aluna do 3º ano do Colégio Estadual Rômulo Galvão. A comunidade estudantil de São Félix e Cachoeira sente a necessidade de implantação de cursos de línguas estrangeiras. Eles alegam que o aprendizado de um novo idioma ajuda a melhorar o currículo profissional e serve também para se comunicar melhor com o mundo. O problema das escolas publicas é que elas têm salas de aula geralmente com um número de alunos acima do ideal, não há recursos de áudio e vídeo ou boa metodologia e os professores não

são devidamente preparados para ensinar algo do qual não tenham um bom domínio. Das duas cidades, só Cachoeira possui um curso de idiomas, o Instituto Polycenter, que oferece inglês, francês, espanhol, hebraico, árabe e italiano. Ele funciona há 16 anos, coordenado pelo professor Pedro Borges dos Anjos e atende alunos de todas as cidades da região do Recôncavo, principalmente alunos da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Pedro Borges, que possui bacharelado e mestrado em língua inglesa nos Estados Unidos e fala oito idiomas, também é um dos professores do curso. “Eu gosto mais do idioma inglês, porque é o idioma que está presente no mundo”, disse. Curso no CAHL O Centro Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da UFRB também está oferecendo um curso de idiomas aos seus estudantes. Desenvolvida pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS), em parceira com o Núcleo do Projeto Aprimoramento em Língua e Literatura Estrangeiras

(Palle) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), a iniciativa trouxe cursos de inglês, francês e espanhol no nível básico para o CAHL. “É fundamental para os estudantes aprender uma língua estrangeira e é um incentivo para eles cursar um mestrado, doutorado ou pósgraduação, além de poderem participar de um intercâmbio cultural com outros países”, declarou Sóstenes Aroeira da Luz, graduando em Ciências Sociais e coordenador do grupo estudantil Formação Política e Movimentos Sociais, um dos idealizadores desta parceria. Percebendo a necessidade de criar um curso de língua estrangeira no CAHL, o CACS buscou meios para que este pudesse se concretizar. O CAHL ficou responsável pelo transporte dos professores do curso e pelas xerox das atividades realizadas nas aulas. “O curso é uma provocação à universidade, pois não tem um curso de línguas numa universidade que leva o nome de letras, salientou Gerivaldo da Silva Lima, estudante de Ciências Sociais e integrante do CACS.

A UFRB está oferecendo um curso de língua estrangeira

Projeto piloto Trata-se de um projeto piloto. Para ser posto em prática, o CACS aplicou um questionário com 300 questões aos estudantes do CAHL, a fim de verificar se eles dominavam outro idioma e quais tinham interesse em aprender. Os idiomas mais indicados na pesquisa foram o inglês, que ficou em primeiro lugar, vindo depois o francês e o espanhol. O curso teve inicio no mês de agosto, com duração de cinco meses, sendo ministrado por professores capacitados da UEFS. “Eu acho interessante essa iniciativa de colocar um curso de línguas aqui no CAHL, porque o mundo está globalizado e ficamos perdidos quando nos deparamos

com palavras de outros países, pois não sabemos pronunciar. Assim vejo como uma forma de se comunicar com o mundo. Também o aprendizado de um novo idioma possibilita conhecer mais a cultura de outros países” comentou Geisyelle Reale, estudante de Serviço Social do CAHL. De acordo com o CACS, o objetivo do curso é aprimorar o domínio oral e escrito através da prática das quatro habilidades: ouvir, ler, falar e escrever, em diferentes níveis e dentro de uma abordagem sócio-interacionista e também para aprimorar o domínio teórico-prático dos estudantes que buscam aprofundamento dos sistemas morfossintático e fonológico das línguas inglesa, francesa e espanhola. www.ufrb.edu.br/reverso


Preço dos alimentos varia até 30% em Cachoeira

Recenseadores acham fácil trabalhar em Cachoeira

texto de Juliana Barbosa fotos de Cristiano Contreiras

Matéria: Maria Olívia Foto: Laila Scher

Nos supermercados da cidade de Cachoeira o preço da cesta básica tem sofrido uma variação considerável, oscilando de R$100,00 a até R$130,00. Na feira livre, o problema é mais grave ainda, pois os comerciantes majoram os preços de acordo com a cara do cliente: mais barato para os conterrâneos e mais caro para universitários e turistas.

“Cachoeira é A metodologia da berço de uma Cesta Básica Nacional diversidade No Brasil, cesta básica é o nome dado a conjunto formado por produtos utilizados gastronômica” um por uma família que asseguram o mínimo ne-

dos festivos como o São João e as festas da Boa Morte e de Nossa Senhora da Ajuda. Alimentos mais consumidos nos períodos juninos, a exemplo do milho, da laranja e do amendoim, são encontrados com abundância, mas custam mais caro. Segundo os feirantes, devido à grande procura e ao aumento dos preços por parte dos fornecedores, obrigando-os a reNa feira livre, aumento abusivo de preços em período de festa passar o valor ao Nota-se, também, consumidor. Com isso, um aumento muitas vez- produtos que diariamente es abusivo nos valores custam em torno de um dos alimentos em perío- real passam a valer o dobro.

O feijão e o arroz de todo dia com preços mais salgados

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Culinária apreciada Cachoeira é berço de uma diversidade gastronômica muita apreciada pelos turistas locais e internacionais. No entanto, muitos dos ingredientes dos pratos típicos da cidade, como a farinha de mandioca, de uso frequente da população em suas refeições, ou ainda a carne seca, fazem parte da famosa maniçoba, comida de origem indígena, mas também na feijoada e no sarapatel. Influenciada por diversas culturas, a culinária é rica em temperos e em ingredientes exóticos como a folha da mandioca (principal ingrediente da maniçoba). No comércio, em geral, houve resistência por parte dos entrevistados quanto aos questionamentos sobre a variação de preços, bem como a publicação dos seus nomes ou dos respectivos estabelecimentos.

cessário para sobrevivência durante um mês. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese) utiliza a Cesta Básica Nacional, ou Ração Essencial Mínima, composta por no mínimo 13 gêneros alimentícios com a finalidade de monitorar a evolução do preço deles através de pesquisas mensais em algumas capitais dos estados brasileiros. Os produtos quem compõe as cestas sofrem variação por regiões e foram definidos pelo Decreto 399 de 1938, que continua em vigor A metodologia da Cesta Básica implantada em janeiro de 2009, contempla os seguintes itens: Carne, Leite, Feijão, Arroz, Farinha, Batata, Tomate, Pão Francês, Café em Pó, Banana, Açúcar, Óleo e Manteiga.

O Dieese inclui 13 itens na cesta básica nacional

“Em 2007, as pessoas estavam muito mais desinformadas sobre o censo e hesitavam em abrir a porta. Mas este ano tudo está bem mais fácil, as pessoas estão mais flexíveis, abrem as portas com mais facilidade. Acho que isso é uma consequência da grande divulgação do censo pela mídia” Esta é a opinião de Eduardo Lopes, de 21 anos, que já havia trabalhado no censo em 2007 e agora repete a experiência. Esta imagem foi reproduzida por todos os recenseadores ouvidos pelo Reverso.

se recusa abrir a porta ou responder ao questionário. Os responsáveis pelas pesquisas dizem que nas zonas mais periféricas da cidade as pessoas são mais receptivas e respondem com mais paciência as perguntas do que nas casa mais próximas do centro, onde o comportamento é mais hostil . Além disso, notam que nessas áreas mais longe do centro as pessoas demonstram acreditar mais na importância dos resultados do censo para uma melhoria na sua vida. W i l s o n Badaró, 32 anos, que está trabalhando no censo de 2010, também diz não estar encontrando dificuldades Os cachoeiranos tem recebido os recenceadores com as portas abertas para executar as A maior dificul- tarefas e é sempre bem dade encontrada no re- recebido nas casa onde censeamento desses mu- chega. O segredo, para nicípios está relacionada a ele, está na educação e no topografia local, formada dialogo que você dispenpor muitas ladeiras, além sa aos moradores. “ Para do calor típico da região. recensear, o grande desaO cansaço físico tem sido fio está na comunicação”, o maior inimigo dos re- ensina. censeadores, que muitas vezes têm que retornar as Retrato casas que estavam fechadas por várias vezes. ApeNo último dia 2 de sar de poucos, existem os agosto foi iniciado o 12º casos em que o morador censo demográfico, re-

alizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), que tem como finalidade retratar em extensão e profundidade de toda

trabalhos, proporcionando ao recenseador escolher o turno mais adequado para completar as 25 horas semanais. Todas as casas, sem exceção, devem ser recenseadas. As que não fazem parte do mapa, mas que foram encontradas dentro do setor, devem Os agentes do IBGE estão correndo todos os municípios do Brasil ser incluídas a população brasileira e no mapa e também recensuas características sócio- seadas. Para as residêneconômicas, construindo cias fechadas ou que não a base sobre a qual deverá tenham algum responsávse assentar todo o planeja- el para responder ao quesmento público e privado tionário, o recenseador dos próximos 10 anos. deve retornar quantas Cachoeira e São Fe- vezes necessárias para oblix são dois dos 5.565 mu- ter as respostas. nicípios a serem recenÉ dever do moraseados em todo território dor colaborar com o annacional. O censo con- damento das pesquisas e siste na aplicação de ques- em caso de recusa deve tionários sócio-econômi- acionar a lei 5.534, decreto cos a toda população, 73.177, que afirma a obrigsendo estes de dois tipos, atoriedade da prestação o questionário básico e o de informações estatístide amostra, com informa- cas. No entanto, o censo ções mais especializadas e 2010 tem sido muito bem exigindo um pouco mais aceito pela população, de tempo do entrevistado. facilitando o andamento Para cada setor é desig- do trabalho por parte dos nado um recenseador que recenseadores. Cachoeira visitará os domicílios e e São Felix não fogem à entrevistará os moradores regra. Segundo os recendaquela área. Este ano. o seadores locais, o trabalho IBGE inovou com a flexi- encontra-se bastante adibilização dos horários de antado.

Como saber? Se o censo 2010 passar pela sua casa, não se preocupe. É fácil identificar um agente censitário. Eles estarão vestidos com bonés e coletes azuis do IBGE, e portarão um computador de mão. Em lugar visível do colete estará a foto e o nome do agente juntamente com seu numero de identificação. Para se certificar de que seja realmente um recenseador do IBGE você pode ligara para o numero 0800 721 8181 ou acessar o site www.censo2010. ibge.gov.br e informar o numero que esta presente no colete.

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Diversão econômica O que fazer com R$ 10 num fim de semana em Cachoeira? Texto de Larissa Araújo Fotos de Maria Olívia Andrade

Cidade histórica e de forte atração turística, Cachoeira recebe pessoas do mundo inteiro, principalmente nos festejos de Nossa Senhora da Boa Morte, D’ajuda e São João, quando a cidade está lotada e a diversão garantida. Pessoas para todos os lados, bares cheios, música, dança e muita comida típica da região, como a maniçoba, a folia não tem hora para acabar.

Como se divertir e gastar pouco?

Mas o que fazer quando a cidade não está em festa? Como se divertir e gastar pouco? O que fazer nos finais de semana gastando apenas R$ 10,00? Apesar de ser uma cidade pequena, Cachoeira possui algumas formas de entretenimento que garantem diversão e baixo custo. Vale a pena conferir! O point da galera O principal ponto de encontro da galera é a Praça 25 de Junho. Lá, todos se reúnem para uma boa conversa no fim do dia, tomando a clássica www.ufrb.edu.br/reverso

cerveja gelada acompanhada por um petisco. Dez reais de cada amigo e a farra está completa. E se a fome bater, com esta quantia, nas sextas-feiras o restaurante, pizzaria e lanchonete Doces e Delícias conta com o serviço de rodízio de pizzas. As estudantes Isadora e Lílian afirmaram que além de curtirem com os amigos na Vinte e cinco, aproveitam o fim de semana para jogar sinuca. Cada partida custa R$ 0,50. Diversão digital Para os que gostam de navegar na internet, na cidade existe um bom número de lan houses, com preços acessíveis, possibilitando o contato virtual com os amigos do MSN e as atualizações no Orkut

Tem as lan houses para a diversão eletrônica

e Twitter, além dos jogos online. Quem é fã de videogame, pode dar uma passada na Play Games e escolher os diversos jogos para PlayStation 2 disponíveis, o preço chega até R$ 2,00 a hora.

Paraguaçu de outro ângulo Uma ótima opção para um fim de semana diferente é o passeio de

E que tal um passeio pelas águas do Paraguaçu?

barco no Rio Paraguaçu. Ao lado de quem se ama ou acompanhado dos amigos, um volta nas redondezas com o pôrdo-sol ao fundo, pode render belas fotografias e uma visão de ângulo diferenciado da cidade. O passeio custa em torno de R$ 5,00 por pessoa, podendo chegar a R$ 50 e R$ 90 por grupo se o trajeto for maior. O grupo é composto de oito a nove pessoas. Essas opções mostram que é possível se divertir gastando pouco. Basta juntar os amigos, pegar os R$ 10,00 e se jogar nos programas que mais se encaixarem no perfil. Um happy hour na Vinte e cinco, um passeio no Paraguaçu, ou uma aventura digital, uma parada para comer pizza ou quem sabe um bom café com poesia e literatura no sebo Café com Arte?

A 25 de Junho é o point da galera

Isadora e Lilian jogam uma sinuquinha nos finais de semana

Com pouca grana, pizza a rodizio


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