CONFIRA O QUE ROLA NA NET SOBRE CACHOEIRA (Pág. 7)
Caminhada abriu jogos estudantis na cidade de São Felix Confira na página 5
Católicos fazem festa para o Senhor São Félix
Trânsito segue confuso na área da feira livre Com um transito muito confuso, principalmente na região onde fica a feira livre da cidade, os moradores da Cachoeira reclamam bastante e cobram providências. Como são poucos os agentes responsáveis por ordenar o tráfego de veículos de passeio, caminhões, motocicletas, bicicletas e até carroças, os engarrafamentos são constantes. Mas o problema não tem dificultado a vida apenas dos moradores da Cachoeira, pois alcança também a vizinha São Felix. Unidas pela ponte Dom Pedro II, ambas têm pessoas, carros, ônibus e trens indo e vindo todos os dias, causando uma série de problemas e gerando muitas reclamações. Por serem cidades pequenas, não há muito espaço para estabelecer pontos fixos de estacionamento de carros, de transporte publico e principalmente da feira livre, ou seja, as barracas de roupas, sapatos e alimentos misturam-se ao trânsito das cidades. Manoel de Jesus Rodrigues, 44 anos, vendedor ambulante da feira livre de Cachoeira, reclama que o trânsito é péssimo, a avenida é estreita e os automóveis, pessoas e animais se misturam, dificultando a passagem e o acesso local (confira o texto completo na página 3).
A tradicional festa do padroeiro da cidade de São Félix teve início com o pregão realizado no primeiro domingo do mês de setembro, dia 5 último, prosseguindo com as festividades no dia 19 de setembro, com a famosa Lavagem do Adro da Igreja de Senhor São Félix, que é muito esperada pelos sanfelistas.
A festa popular tem a coordenação da Secretaria de Educação, Departamento de Turismo, Cultura e Esportes, além do auxílio da assessoria de comunicação. Neste ano, terá espaço também para apresentação de shows musicais, que acontecerão nos dias 19, 24, 25 e 26 na Praça Rui Barbosa (página 12).
ESPECIAL ELEIÇÕES: Candidatos a deputado visitam redação do Reverso e falam de suas propostas (páginas 6 e 7)
Deputado Colbert Martins
Vereadora Olívia Santana
INEDITORIAL
A emergência dos Estudos Culturais
Trânsito congestiona feira livre Texto de Laís Martins Fotos de Suely Alves
Emanuella Rodrigues*
CARTA AO LEITOR Jornalismo do Reverso vai também para a TVE, Educadora e Portal Irdeb O conteúdo produzido pelos alunos do quarto semestre do curso de Jornalismo da UFRB será exibido na TV Educativa, Rádio Educadora e Portal Irdeb, veículos que compõem o Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (IRDEB). A iniciativa faz parte de um projeto de viagens de estudo, que integra alunos e professores das disciplinas de Telejornalismo, Radiojornalismo, Jornalismo Online e Jornalismo Impresso. Durante todo o semestre de 2010.2, os alunos vão percorrer várias cidades do Recôncavo em viagens semanais, sob a supervisão dos professores, para a realização de reportagens que abordam diferentes aspectos da cultura e da identidade de cada município. A ação interdisciplinar também inspirou um projeto de extensão, coordenado pela professora de telejornalismo Márcia Rocha, que possibilita a participação de alunos do sexto e sétimo semestres na produção de conteúdo jornalístico a ser exibido num quadro semanal do programa TVE Revista. A extensão reforça o exercício e aprimoramento das técnicas jornalísticas, ao mesmo tempo em que beneficia o aluno em horas de atividades complementares, que envolvem a discussão e elaboração de pautas, reportagens e edição.
O campo da comunicação é mediado por um razoável histórico de teorias, que não puderam fazer frente às mudanças nas conjunturas e nas organizações sociais, tornando-se obsoletas e inaplicáveis à realidade vigente. Se as teorias surgem na tentativa de responder ou problematizar as questões de determinada época e contexto, quando caem no desuso é por
Este é um movimento do campo da comunicação, surgido entre a década de 1960 e 1970, que teve (tradicionalmente) como causa geradora as alterações dos valores da classe trabalhadora na Inglaterra, e que, atualmente, ambienta estudos ao redor do mundo. Os Estudos Culturais, de natureza interdisciplinar, enxergam o terreno popular como um espaço de contesta-
A parceria com o Irdeb, além de dar visibilidade ao conteúdo regional produzido pelos discentes da UFRB, aproxima a academia das rotinas produtivas do mercado de trabalho profissional, favorece a construção de uma rede de relacionamento e contribui para colocar em evidência pequenos centros urbanos que não tem espaço na grande mídia, cuja pauta segue critérios de audiência e lucro.
Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189
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não poderem negar que não mais se aplicam, nem encontram eco em uma modernidade polifônica. A maneira de investigar os fenômenos da comunicação a partir das relações entre a cultura contemporânea e a sociedade, isto é, seus contornos e práticas culturais atreladas às muitas transformações sociais, foi batizada de Estudos Culturais.
ção e efervescência ideólogica, buscando dar visibilidade aos objetos culturais discriminados do imaginário do povo. Esse movimento não surgiu de maneira isolada, pelo contrário, se desenvolveu dialogando com determinadas referências da época, representantes das formas de resistência de algumas parcelas da população diferenciadas
por classe, etnia, gênero, entre outros. Desde o princípio, os Estudos Culturais se relacionam, estritamente, com movimentos étnicos, feministas, políticas de cultura, estudos multiculturais e pós-coloniais. A maior contribuição e emergência dos Estudos Culturais é possibilitar rediscutir as concepções de cultura no âmbito dos meios e das formas de comunicação, passando a enxergar o papel e a ação dos grupos negligenciados do poder e da legitimidade nas narrativas históricas. Ele é um poderoso precursor e fomentador de novas interpretações sobre a comunicação e a cultura, em especial com os autores e pesquisadores latino-americanos que tem avançado no conhecimento e na aceitação da multiplicidade cultural das sociedades latino-americanas culminando na obra de Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas. * Mestranda, professora. substituta do curso de Jornalismo da UFRB
Transito confuso, poucos agentes responsáveis por ordenar o tráfego e engarrafamentos constantes têm marcado o dia a dia dos moradores de Cachoeira e São Felix, duas cidades diferentes, mas unidas pela ponte Dom Pedro II. Por elas, as pessoas, carros, ôni-
bus e trens transitam todos os dias, causando uma série de problemas e gerando muitas reclamações. Por serem cidades pequenas, não há muito espaço para estabelecer pontos fixos de estacionamento de carros, de transporte publico, e principalmente da feira livre, ou seja, as barracas de roupas, sapatos e alimentos misturamse ao trânsito das cidades. Manoel de Jesus Rodrigues, 44 anos, vendedor ambulante da feira livre de Cachoeira, reclama que
o trânsito é péssimo, a avenida é estreita, carro, moto, cachorro, ciclista, pessoas misturam-se dificultando a passagem e o acesso à feira. Os guardas de trânsito nem sempre trabalham na feira, pois organizam o tráfego da cidade inteira e a quantidade de agentes pela rua é pouco pra revezar. As vans que fazem o transporte coletivo ficam estacionados no mesmo local onde acontece a feira, dificultando a visibilidade e o acesso da população. A poluição que os motores desses veículos geram, junto à poeira que os carros, motos e bicicletas levantam quando passam, mesclam-se às mercadorias
comercializadas, principalmente aos alimentos, prejudicando a vitalidade dos produtos e dos consumidores. Congestionamento O congestionamento é desproporcional para as cidades e isso ocorre pelo grande fluxo do dia-a-dia da ponte. Jorge Araujo dos Santos, 64 anos, trabalha na feira de São Félix há 20 anos e afirma que o maior problema da cidade é o trem. Quando estaciona na via principal, para por mais de dez minutos e impossibilita a passagem dos pedestres para a feira e dos veículos,
causando engarrafamento e consequentemente dor de cabeça pela buzina dos veículos e pela fumaça do trem. As motos, como são menores, não aguardam o trânsito ser liberado e geralmente passam rápido, correndo o risco de atropelar pedestres e clientes das barracas na feira. A falta de organização no trânsito acaba prejudicando não só os feirantes, mas também a circulação de veículos e pedestres. Pelo fato de Cachoeira ser um entreposto comercial entre as cidades do Recôncavo, o fluxo de pessoas que trafega na cidade é quase sempre intenso.
Universitários reclamam da falta de hospedagem em Cachoeira
Texto de Monalisa Leal Fotos de Jana Cambuí
Característica sempre lembrada e comentada quando se trata da cidade da Cachoeira, a boa receptividade aos alunos da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) enfrenta uma curiosa contradição quando se trata dos próprios moradores locais. Alguns cachoeiranos não são tão receptivos, como muitos imaginavam, quando se trata dos universitários. O preconceito existe em relação aos estudantes. É notória a indignação dos estudantes, nesse sentido. Alguns moradores
evitam e até preferem não alugar suas casas para estudantes da universidade, alegando irresponsabilidade e falta de cuidado com o imóvel. Outros aumentam o aluguel e até cobram por pessoa, dificultando ainda mais a moradia dos alunos. “ Eles escolhem o cliente pela cara, pra eu ficar um tempo num pensionato aqui em Cachoeira, tive que falar a profissão dos meus pais”, disse Flávio Alves Pereira, aluno do segundo semestre de jornalismo. Ele também descreveu outra situação constrangedora que
aconteceu no dia do trote na universidade. “Um jovem daqui de Cachoeira disse que pessoas de outras cidades, filhinhos de papai, estão roubando as vagas da universidade”. Falta hospedagem Outras deficiências são apontadas pelos calouros. Gilcimário Guedes Brito, por exemplo, é aluno do primeiro semestre de gestão pública e diz estar na universidade apenas para obter o nível superior. Garante estar satisfeito com a estru-
tura do centro. No entanto, comenta a falta de professores para o seu curso. Diego Piedade veio de Taperoá e mora atualmente em Cachoeira com amigos. É estudante do primeiro semestre de Serviço Social. Espera, com o curso, um maior aprendizado para levar ajuda à comunidade. Um ponto negativo visto pelo estudante é justamente a falta de hospedagem para os alunos de fora. Insatisfeitos com a situação atual do centro, outros estudantes reclamam a falta de um restaurante uni-
versitário e principalmente a falta de vagas na residência universitária, que vem sendo constantemente cobrada pelo movimento estudantil.
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Casas da Vila 25 foram construídas em área inadequada
São Félix realiza jogos estudantis Texto de Valdelice Santos Fotos de Joaquim Bamberg e Janaina Carine
Texto de Janaína França Fotos de Lorena Morais
A Vila 25, local onde foram construídos os imóveis do programa Minha Casa Minha Vida em Cachoeira, apresenta hoje condições inapropriadas para moradia, já que ao lado do terreno funciona uma estação de tratamento de esgoto, construída em 2001 pelo programa Bahia Azul. Na época, funcionava no local apenas um abatedouro, além de algumas fa-
mílias vivendo em condições precárias e que foram removidas. No lugar onde a vila foi erguida, o odor que sai da estação de saneamento é tão forte que parece que o esgoto está dentro da própria casa, “mas, sabe como é, o ser humano acaba se acostumando a tudo”, disseram os moradores. A secretária municipal Jurema Neves afirmou que em razão de Cachoeira ter a dificuldade de crescer na sede por ser tombada, o melhor lugar para atender ao programa seria a Vila 25. Ela disse que a única exigência do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) foi a criação de um cinturão verde, que delimitaria melhor a área e evitaria que os moradores, principalmente crianças, viessem a sofrer acidentes no local do
Dez presos escapam da cela Texto de Layla Marques
Numa ação ousada e inesperada, 10 presos conseguiram escapar da Delegacia de Cachoeira, no último dia 30 de julho. Segundo Assis Castro, investigador da Polícia Civil, por volta das 18h30min, o policial que estava de plantão servia o café quando foi surpreendido e dominado por um dos detentos, cuja ação foi seguida pelos outros elementos custodiados. O policial foi ferido, sofrendo lesões no tórax e nas costas. Após a dominar o plantonista, os presos fugiram. São eles Cláudio Andrade e Robson Bispo Santana (ambos provenientes www.ufrb.edu.br/reverso
de Santo Antônio de Jesus), Dernevaldo Santos Silva (Neguinho), Edimilsom dos Santos Júnior (Júnior), Raimundo Cardoso da Cruz, Diego Gomes Gonçalves, Rogério Barbosa da C. Soares, Maurício da Conceição Santos, Fernando de Souza Alexandrino e Robson Santos Gonzaga. Os fugitivos levaram uma pistola 0.40mm que se encontrava sob a mesa do policial de plantão. Até o momento, foram recapturados dois fugitivos e três se entregaram. Os elementos custodiados que estão detidos são presos da Justiça à es-
pera de julgamento. Como a cidade não possui presídio, os detentos ficam em celas provisórias aguardando transferência para um dos presídios das cidades vizinhas. A Delegacia de Cachoeira criou um email (delegaciadecachoeira@gmail. com) para receber informações sobre o paradeiro dos fugitivos e onde podem ser feitas denúncias de qualquer outro tipo de delito que ocorra na cidade.
Uma grande caminhada marcou, na manhã do último dia 7 de setembro, data da Independência do Brasil, a abertura dos I Jogos Estudantis da Rede Municipal de Ensino de São Fé-
Rio Grande do Sul (UFRS) Nara Rúbia. O evento teve também apresentações artísticas das escolas Duque de Caxias e Balão mágico, além do grupo cultural Dançar’T.
tratamento de esgoto. Iniciativa do governo federal, através da Caixa Econômica Federal, que tem como objetivo oferecer moradia a famílias de baixa renda, o programa habitacional popular Minha Casa, Minha Vida foi implantado em Cachoeira em 2007 e, até o momento, 80 casas foram construídas.
Cruz das Almas cria Fórum Regional de Combate às Drogas Texto de Juliana Rezende
“Com o crescente índice de violência causado pelas drogas aqui na nossa região, sentiu-se a necessidade de tomar alguma providência. Por isso, estamos lançando a proposta da criação de um Fórum Regional de Combate às Drogas”, a declaração é da diretora do Departamento de Assistência Social, Regina Moraes. Segundo ela, a ideia pretende abranger 10 cidades da região: Maragogipe, Cachoeira, São Félix, Muritiba, Governador Mangabeira, Cabaceiras do Paraguaçu, Cruz das Almas, Sapeaçú, São Felipe e Conceição do Almeida. O Fórum foi instituído no dia 12 de agosto último, numa reunião que aconteceu na Câmara de Vereadores de Cruz das Almas, com representantes das 10 cidades que assinaram o termo de adesão. Na ocasião, a médica Ana Paula Lazaretti, da cidade de Maragogipe, fez uma palestra sobre a dignidade da pessoa humana. Ela enfatizou o problema das drogas, afirmando-o como uma doença, destacanbdo que o objetivo da criação do fórum é estimular o surgimento de novas ideias para o combate às drogas na nossa região, e que essas ideias se transformem em ações concretas, sendo que o objetivo maior é a instalação de uma clínica de reabilitação regional com sede em Cruz das Almas, mas a serviço de toda região.
o ginásio municipal sedia os jogos de futsal em São Félix
lix. A iniciativa contou com a participação das escolas e professores de toda a rede municipal, secretarias e departamentos do município, do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), dos alunos da Educação para Jovens e Adultos (EJA), de representantes da Casa da Cultura Américo Simas, além da comunidade sanfelista. A caminhada saiu da Praça Dois de Julho com destino ao Ginásio de Esporte Cândido dos Santos, onde aconteceu a solenidade de abertura dos jogos, com a execução do Hino Nacional feito pelo coral Vozes da Alegria, composto por crianças e regido pela professora de música da Universidade Federal do
De acordo com a secretária de Educação, Elba Matos de Oliveira Pereira, a maior intenção do evento foi fomentar a prática esportiva nas escolas, incentivando os alunos a se envolverem com vários esportes. Organização do evento Os jogos foram organizados pela Secretária Municipal de Educação, atendendo a proposta do projeto Educação, Esporte e Saúde de promover a integração do trabalho pedagógico desenvolvido nos estabelecimentos que compõem a rede, focando a formação do educando, a partir da valorização do esporte e sua prática como instrumento de desenvolvimento
do bem-estar físico, mental Jogos e social. De acordo com os orTrês escolas municiganizadores, o evento trou- pais participaram da comxe efeitos positivos para o petição: a Duque de Caxias, município, principalmente General Flamarion Pinto por motivar jovens e adul- de Campos e Balão Mágitos para a pratica esportiva. co, além do CRAS. As três “É um trabalho conjunto equipes e alunos que tivedos secretariados, profes- ram melhor desempenho sores diretores das escolas foram premiados com tromunicipais. E é muito im- féus e medalhas. portante porque prova o As modalidades de nosso compromisso de estar esportes disputadas fooportunizando uma educa- ram corrida rústica, futsal, ção de mehandebol lhor quali- “[...] A gente se di- masculino, dade, dias verte e as crianças futebol de melhores, campo e bam o m e n t o aprendem a valori- leado, todas de lazer e zar mais o esporte” reunidas no prática de Ginásio de esporte de Esporte e no melhor quaCampo do I p i r a n g u i lidade, porque esses jovens nha. vão ficar bem distante do “Eu gostei do evento caminho das drogas, destas porque nunca tinha particicoisas que não são benéfi- pado antes e também a gencas para nossa sociedade”, te se diverte e as crianças comentou o prefeito Alex aprendem a valorizar mais Sandro Aleluia de Brito. o esporte”, disse Antonio Roque Sena Conceição, de
10 anos, aluno da quinta série da Escola Municipal Duque de Caxias, que participou da corrida rústica. A programação se estendeu até o dia 9, finalizadando com o show musical do Partido Alto, no Campo do Ipiranguinha.
Campeonato de Futsal foi adiado em São Félix Texto de Janaína França
O jogo do Campeonato de Futsal de São Félix anteriormente marcado para dia 11 de setembro teve que ser adiado, já que o ginásio local sediou o XII Congresso Baiano da Ordem Internacional das Filhas de Jó, que ocupou a maior parte do dia de sábado e domingo inviabilizando os jogos nestes dias. Desde o último dia 4 de setembro está acontecendo o Campeonato de Futsal de São Félix, no Ginásio de Esportes Cândido Santos, promovido através de parceria entre a diretoria municipal de Esportes e o Centro Integrado de Promoção à Saúde (CIPS). Os jogos adiados acontecerão no dia 16 de setembro, começando às 19 horas, com o Barcelona enfrentando Caixa D’água, prossegundo às 20 horas com Vitória contra Cabeça de Chuva. Na última partida, o Santa Cruz enfrentará o Dom Pedro, às 21 horas. www.ufrb.edu.br/reverso
Cachoeira, a Heróica e Monumento Nacional
TÁ NA NET- Cachoeira
Texto de Mariana Costa Villas Bôas Foto de Jana[ina Fran;a
Panorâmica
Um pouco de História
Conhecida nacionalmente como a Cidade Heroica, Cachoeira é um dos principais municípios do Recôncavo da Bahia. Situada às margens do Rio Paraguaçu, reúne o segundo mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco, atrás apenas da capital baiana. A imponência de suas edificações levou a cidade a alcançar o status de Monumento Nacional. A grande diversidade cultural observada na cidade se deu à significativa presença de africanos e afrodescendentes em interação com europeus durante o período escravista. Esta interação encontra-se não apenas na rica diversidade popular, mas é forte também no sincretismo religioso, que apresenta tanto características do catolicismo como africanas. Cachoeira é hoje um baluarte cultural dentro Bahia e isso se refletem nas suas magníficas construções e movimentos populares conhecidos mundialmente.
Em 1531, chegava à Bahia a expedição de Martim Afonso de Souza com a incumbência de estimular o cultivo da cana-de-açúcar e a sua indústria. O Recôncavo, que começava a ser explorado, possuía terras propícias a essa cultura, sendo, portanto, escolhido para a instalação dos primeiros engenhos. No final do século XVI já existiam cerca de cinco engenhos na região. Em 1963, foi criada a Vila e Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, sendo instalada, apenas, em 7 de Janeiro de 1698. Paralelo ao seu desenvolvimento econômico, crescia a importância política: receberia, algum tempo depois, as visitas ilustres de D. Pedro I, D. Pedro II, Princesa Isabel e Conde D’Eu. Historicamente, Cachoeira foi a pioneira no movimento emancipador do Brasil. Dali partiram os primeiros brados de revolta contra a opressão lusitana. A 25 de Junho de 1822, antecipando o Grito do Ipiranga, Cachoeira já proclamava o Príncipe D. Pedro I como
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Regente: estava lançada a semente, que frutificou em 2 de Julho de 1823, quando a Bahia definitivamente tornou-se livre do jugo português, consolidando a Independência do Brasil. Neste dia, pela primeira vez na História, a sede do governo baiano foi transferida oficialmente para a cidade. A data comemora o 25 de Junho de 1822, quando Cachoeira e alguns Municípios vizinhos, iniciaram as lutas pela Independência da Bahia.
A primeira crise econômica se abateu sobre o Município no final do Século XIX, quando chegou a perder um quarto da sua população. A partir de 1924 é atingida por uma nova crise, resultante de problemas na indústria fumageira e de reestruturação do sistema viário estadual, que veio
a marginalizar seu Porto. A partir de 1940, Cachoeira entrou em uma fase de grande decadência, perdendo gradativamente a sua importância, à medida que crescia o processo de seu isolamento. Com o seu desenvolvimento do transporte rodoviário, a ferrovia se tornou obsoleta e o transporte fluvial, que sempre representou fator preponderante na importância de Cachoeira, decaiu tanto que chegou a ser suspenso.
Atração Turística Cachoeira é uma das cidades baianas que mais preservou a sua identidade cultural e histórica com o passar dos anos, o que a faz um dos principais roteiros turísticos históricos do estado. O que mais chama
atenção na cidade são as construções antigas. Lindos casarões e igrejas riquíssimas. O estilo barroco é ponto forte nas edificações cachoeiranas. Inúmeros turistas visitam a cidade o ano inteiro. A cidade fica cheia principalmente nos períodos festivos mais conhecidos. O São João, A Festa de Nossa Senhora da Boa Morte e a Festa de Nossa Senhora D’Ajuda são os mais procurados. Religiosidade Uma das características mais marcantes da localidade é sua religiosidade. A cidade tem como base o catolicismo e a cultura africana. A primeira Igreja Matriz de Cachoeira data de 1595 e 1606. A mando de Paulo Dias Adorno foi erguida a primeira construção de cal e pedra em Cachoeira, uma ermida consagrada a Nossa Senhora do Rosário. Em vista da dificuldade de acesso para idosos e doentes, os paroquianos resolveram construir uma nova Matriz, sendo erguida em terreno plano e comportaria a população, cada vez mais crescente de Cachoeira. A população devota uma significativa veneração à virgem mãe de Deus. É possível notar tal devoção nas igrejas dedicadas às diversas invocações de Nossa Senhora: Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora da Conceição do Monte, Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, Nossa Senhora do
Texto de Joaquim Bamberg
Rosário do Monte Formoso. Paralelo ao catolicismo, a cultura africana tem presença marcante no cenário religioso de Cachoeira. Representada principalmente pela Irmandade da Boa Morte. Trata-se de uma sociedade fechada que mantém viva suas tradições. É formada exclusivamente por mulheres negras que tinham o intuito de alforriar escravos ou dar-lhes fuga. Com a abolição da escravidão, as irmãs aproximaram-se da Igreja Católica, fundando a entidade que funciona atualmente num conjunto de quatro sobrados do século XVIII. A festa que acontece anualmente no período de agosto e atrai centenas de turistas, foi reconhecida este ano como patrimônio imaterial do estado da Bahia. Mistura de sabores A culinária baiana tem fama mundial. E Cachoeira é uma das cidades mais procuradas por turistas para desfrutar suas delícias. A iguaria mais popular é a maniçoba. Prato de origem indígena. O seu preparo é feito com as folhas da mandioca moídas e cozidas, por aproximadamente uma semana (para que se retire da planta o ácido cianídrico, que é venenoso), acrescida de carne de porco, carne bovina e outros ingredientes defumados e salgados.
O que o internauta encontra ao digitar as palavras “Cachoeira Bahia” no mais famoso sistema de buscas da rede mundial de computadores? A primeira referência é do próprio Google, um mapa com fotos de satélite da cidade. Em seguida, surge um artigo curto na Wikipédia (enciclopédia digital de autoria aberta) com informações gerais sobre a localidade. Um número bastante grande de sites de turismo, com fichas sobre pontos turísticos, de lazer e estadia na cidade e seus arredores, preenche quase todas as cinco primeiras páginas de busca. O que é perfeitamente justificável, já que Cachoeira tem grande potencial turístico, graças ao seu rico valor histórico e cultural. Mas muitos sites estão com informações desatualizadas, alguns com dados do ano de 2004. São poucos os endereços eletrônicos que trazem uma informação mais bem elaborada. Blogs com conteúdo produzido sobre a cidade e para a cidade são escassos. Dois figuram entre os mais visitados e estão em constante atualização. O primeiro, mantido pelo historiador Cacau Nascimento, possui desde notícias sobre a cidade até poesias. Conta inclusive com a possibilidade da participação do leitor, podendo enviar sua contribuição para o blog. O segundo, da jornalista Alzira Costa, possui caráter estritamente jorna-
lístico, abordando as mais diversas notícias de Cachoeira. A jornalista, que é assessora de comunicação da Câmara de Vereadores do município, também é responsável por manter um blog informativo sobre os trabalhos do Legislativo. E falando em poder municipal, é intrigante a ausência da página oficial do município. O site está fora da lista de pesquisa e sequer está no ar. Estatísticas oficiais de turismo, economia, administração, notícias sobre a cidade e seus eventos, inclusive acesso às contas públicas, não podem ser vistos pelos cidadãos e quem queira ter uma fonte oficial sobre o município. Cidades vizinhas, como São Félix e Muritiba, mantêm suas páginas na rede, embora não tenham uma atualização constante em todas as seções. Nesse quesito, a Prefeitura de Cachoeira parece preferir ficar com seus ares de cidade histórica do passado a ficar no presente da era da internet.
Artigo sobre Cachoeira na Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/ wiki/Cachoeira_(Bahia)
Blog Informativo da Câmara de Cachoeira - http://camaradecachoeira.blogspot.com/
Blog Cachoeira Online - http:// cacaunascimento.blogspot.com/ Mochila Brasil - http://www2. uol.com.br/mochilabrasil/cachoeira.shtml
Googando na rede mundial
A Internet se mostra cada vez mais indispensáOs endereços: vel no dia-a-dia de milhões de pessoas no mundo inteiBlog de Alzira Costa - http://al- ro. Somente no Brasil exiszirajornalista.blogspot.com/ tem cerca de 67 milhões de internautas. E esse número
tende a aumentar cada vez mais, graças à popularização das lan houses, que oferecem serviços a preços acessíveis a grande parte da população, além dos esforços do governo federal para ampliar o número de usuários com o recente Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Comunicar com alguém distante em tempo real, informar sobre os assuntos do momento, entreter com vídeos e jogos, interagir na febre das redes sociais. Enfim, uma infinidade de possibilidades é encontrada na grande rede. O site de buscas Google
é de longe o mais utilizado e se tornou uma ferramenta quase indispensável para quem acessa a rede mundial de informações. Googar já virou sinônimo de pesquisa na web. Numa simples busca, encontramos uma lista recheada de sites com o conteúdo pesquisado.
Visite também http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel. php?codmun=290490 http://www.monumenta.gov.br/site/?page_id=177 http://www.ferias.tur.br/informacoes/455/cachoeira-ba.html http://blogs.abril.com.br/lenidavid/2009/12/cachoeira-bahiacharme-beleza-historia.html http://alzirajornalista.blogspot.com/
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Colbert Martins (PMDB) quer mais duas universidades federais na Bahia
Para Olívia Santana (PC do B), a maioria dos problemas se resolve com investimento em educação Texto de Raquel Pimentel Fotos de Maria Olivia Andrade
Texto de Jana Cambuí Fotos de Maria Olívia Andrade
No último dia 1º de setembro, os estudantes de Jornalismo da UFRB receberam a visita do deputado federal Colbert Martins, candidato à reeleição, que falou sobre temas diversos, inclusive sobre as perspectivas para a profissão de jornalista. Ele foi membro do Comitê de Ciências e Tecnologia da Comunicação e fez parte da comissão especial que criou uma emenda constitucional sobre a questão do diploma na profissão. Ele defende a obrigatoriedade do diploma. Ainda sobre a questão da comunicação, defendeu a importância dos meios digitais e comentou sobre o Plano Nacional de Banda Larga, em convênio com as operadoras, para que todas as cidades que ainda não têm o serviço disponível mudem o quadro e todos os cidadãos possam ter o acesso ilimitado à internet, por um preço mais baixo. O deputado apóia o uso de tecnologia nas comunicações dentro da segurança pública para
agilizar os contatos, tanto internos quanto com a população. Ao entrar nessa questão da segurança, que é um dos carros-chefe na sua campanha, ele afirma que é necessário o aumento do contingente de policiais na Bahia: atualmente, são 30 mil para 14 milhões de cidadãos.
Educação
Interiorização Ao ser questionado sobre o projeto de interiorização do ensino superior e, especificamente, sobre a UFRB, Colbert respondeu que demorou de acontecer. “Eu torço por no mínimo mais duas universidades federais no Estado da Bahia”, disse. Colbert, que atualmente é membro do Comitê para Assuntos Climáticos, comentou a importância de uma fiscalização específica sobre os projetos de olimpíadas e copa do mundo quanto aos impactos ambientais aqui no país. Criticou os projetos imobiliários na orla de Salvador e seus impactos em diversos níveis, apesar de admitir que a pressão financeira é grande. “É preciso a aprovação de leis que regularizem isso mais rigorosamente, mas entendo que não
dá pra fazer muita coisa quando tem muito dinheiro no meio, a pressão é grande”, afirmou. Além desses assuntos, o candidato a deputado comentou sobre a educação pública básica e meios de transportes públicos, defendendo preços mais baixos e a proposta do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que, de acordo com ele, é mais vantajoso que projetos para melhoria do transporte com ônibus.
Mário Lima (PPS) defende implantação do parlamentarismo Texto de Roberval Santana Foto de Raquel Pimentel
O candidato a deputado federal pelo Partido Popular Socialista Mário Lima esteve, no último dia 25 de agosto, no Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia a convite da turma de Jornalismo que edita o jornal Reverso. O objetivo era promover uma conversa sobre a motivação à candidatura e seu histórico em militâncias politicas. Segundo ele, o descrédito pela politica atual o incentivou a uma postura proativa. Disse ainda que Lula teve desprestígios junto às práticas que sempre condenou, citando esta frase ao falar sobre o ideal que oVs partidos de esquerda carregam em suas bandeiras e que hoje não esta sendo representado no governo atual devido às alianças formadas com partidos de direita. www.ufrb.edu.br/reverso
Governo e poder Ao falar sobre governo e poder, afirma que não se deve confundir uma coisa com a outra, que a pratica política conduz a uma serie de vícios e que tudo ainda é consequência da ditadura. Ao comentar sobre a razão da fragmentação dos partidos de esquerda, ele disse que o status socialista teve a falsa ideia de serem monopolíticos, quando na verdade são várias as concepções de esquerda. Dos seus projetos, destaca resgatar a prática republicana, substituindo o presidencialismo pelo parla“O descrédito pela politi- m e n t a r i s ca atual o incentivou a mo. Além de aproveitar o uma postura proativa” potencial mi-
neral da região sisaleira baiana, qualificando a mão-de-obra. No entanto, para isso pretende levar a universidade a municípios da região.
A vereadora Olívia Santana esteve na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), no último dia primeiro de setembro, para uma entrevista sobre sua candidatura a deputada estadual pelo PCdoB. Falou sobre seus projetos, suas ideias e sua trajetória política. A entrevista durou pouco mais de uma hora e nesse tempo os alunos indagaram a candidata sobre os atuais problemas da Bahia e do Brasil e suas soluções. Rompendo com as possibilidades que a vida que lhe deu, Olívia estudou em escolas públicas no turno da noite para que pudesse, desde os 14 anos, trabalhar como servente em uma escola particular. Passou, sem cursar o pré-vestibular, na Universidade Federal da Bahia (UFBA) em pedagogia. Vereadora reeleita em 2008 é atual presidente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Lazer da Câmara Municipal da cidade de Salvador. Militante do movimento negro e das mulheres, ela defende também educação pública e de qualidade para todos, sendo uma de suas principais preocupações cultura e inserção do jovem na sociedade através da educação, do esporte do lazer.
Questionada sobre os planos para a cidade de Cachoeira, Olívia disse que tem que atacar na educação de base e no ensino médio para que não só os cachoeiranos tenham oportunidade, mas alunos de outras regiões do Recôncavo, senão a evasão acontece ou eles pegam o suposto atalho: o mercado de trabalho. “Eu quero pautar educação na assembléia legislativa, eu quero discutir os projetos de escola técnica com o governo, a parceria entre prefeitura e governo do Estado”, afirmou. Dando-se como exemplo, ela conta que quando passou no vestibular não foi apoiada por sua família. “Minha mãe valorizava muito a educação, que ela nunca teve, mas quando eu passei ela ficou chateada. Ao invés de ter celebração lá em casa, teve uma tristeza muito grande, porque pra eu fazer a faculdade ia largar o trabalho... Então o menino sai da escola cedo porque ele tem que prover a família, é a realidade bruta batendo a porta!” , disse. Lembrou que o governo de Jacques Wagner aderiu ao programa do governo federal TOPA - Todos pela educação, esclarecendo que “a proposta é tirar do breu mais de dois milhões de baianos que são analfabetos. Então quando você olha qual foi o carro chefe, qual a principal marca nos quatro anos de Wagner?
Foi o TOPA”. A principal preocupação quando se trata de educação para Olívia Santana são os professores. Para ela, “ter profissionais qualificados, salário, plano de carreira de professores – professor tem que ter carreira – essa é uma luta histórica dos educadores”. O que acontece em Cachoeira é uma realidade nacional: alunos de escolas públicos não têm qualidade de ensino para competir no vestibular com alunos de escolas particulares, por isso ela luta pelas cotas. Mas afirma: “nós não podemos achar que o problema dos negros se resolve com cotas na universidade, isso é uma conquista, fruto da nossa luta, mas nós vamos ter que resolver o problema atrás, da educação básica”. A luta contra a desigualdade educacional no Brasil refletiu em todos os momentos da entrevista, porque no fim, a maioria dos problemas se resolve com um povo cidadão e educado. Empregado é consequência de sua educação, e todo o resto também.
Fala Povo!
Como os horários eleitorais gratuitos interferem na decisão do voto? Texto de Laís de Oliveira
As propagandas eleitorais exibidas duas vezes por dia, obrigatoriamente, em todas as emissoras, são gratuitas para os partidos políticos, mas não para os cidadãos. As emissoras descontam o valor de mercado do tempo de duração dos programas para abater nas declarações de imposto de renda. Ou seja, quem mantém seus impostos em dias, paga pelo gratuito. Será que os cidadãos utilizam desse serviço para tomar a sua decisão? Marcio Souza, estudante pré-vestibulando “Não tenho parado para assistir as propagandas, mas tomo muito cuidado na hora de escolher meu candidato, procuro alguém que vá beneficiar minha cidade, não uma pessoa que aparece aqui atrás de voto e depois se esquece de tudo que prometeu na campanha.” Antonio Carlos Dayube, estudante universitário “Assisto sim, mas o horário eleitoral não interfere na minha decisão de voto, porque muito do que passa é mentira. Tenho opinião formada antes das propagandas. Para mim os debates são uma forma melhor de saber quem esta melhor preparado para assumir um cargo de confiança. Já os horários eleitorais são pensados para manipular.” Sirley Souza, autônoma “Não consigo assistir porque trabalho o dia todo, já decidi meu voto para presidente, mas não foi por influencia do horário eleitoral, eles fazem muitas promessas e não cumprem.”
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Esquerda x Esquerda
Recém-formados buscam primeiro emprego no Recôncavo
O antigo radicalismo frente às novas políticas de aliança
Texto de Gabrielle Alano Foto de Pollyanna Macêdo
Em época de eleição, o tema partidário entra em pauta. Mais uma vez, um candidato de esquerda comanda a briga pela presidência da República. Dilma Rousseff (PT) lidera nas pesquisas populares, consolidando o recente quadro político da antiga oposição trazido pelo atual presidente Lula. Mas, afinal, quem é a oposição? Nas décadas de 1950 e 1960, o Partido Comunista (PC) assumia o papel da esquerda no Brasil. Com propostas baseadas na ideologia socialista da
então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), adotava políticas radicais de governo. No Recôncavo da Bahia, a cidade de Cachoeira destacou-se pelo forte tino político, tendo participação nas lutas pela independência do país. Muitos cachoeiranos se envolveram nestas causas, como Valter Evangelista da Silva, 79 anos. Fotógrafo há 60 anos, foi adepto do PC e chegou a ser preso em 1964, durante o regime militar. “A antiga esquerda trabalhava na escuridão. Eram considerados como
subversivos. Hoje essa imagem foi mudada”, afirma. A antiga postura radical comunista acabou se transformando num modelo mais liberal e democrático, visto a tentativa de combater a elite de direita e
Para Valter, a antiga esquerda trabalhava na escuridão
Cachoeira não tem aparelho para medir poluição sonora nas ruas Nenhum dos órgãos municipais que deveriam fiscalizar os níveis de emissão sonora em Cachoeira possuem o decibelímetro, aparelho utilizado para medição de níveis de ruído. O módulo local da polícia civil informou que o aparelho foi encaminhado para o conserto, mas sem tempo previsto para retorno. O subsecretário de Obras, Infra-estrutura e Meio-ambiente, Enio Soares, também afirma que já solicitou o aparelho à prefeitura e que ainda não recebeu resposta. Enquanto isso, muitos moradores sofrem com a perturbação do silêncio em suas casas devido ao ruído proveniente do trânsito, como o uso excessivo de buzina e veículos com escapamentos e motores barulhentos. Alguns ainda criticam o incômodo produzido pela rádio-poste da cidade, carros de funerárias que anunciam falecimentos e, princiwww.ufrb.edu.br/reverso
palmente neste período de eleições, as críticas recaem sobre os carros de som que transitam pela cidade divulgando jingles ou mensagens eleitorais de candidatos.
Texto de Suely Alves Foto de Laís Martins
focando num caráter centralizado. Para Valter, as alianças políticas favoreceram ao governo Lula e contribuíram na mudança. “O Lula foi um verdadeiro democrata, pois cedeu ministérios a membros de diversos partidos, enquanto no passado [direita no poder], nenhum cargo era dado à esquerda”, disse. Defensor do Partido Trabalhista, ele acredita que o mito da esquerda comunista “comedora de criancinhas” foi vencido, dando espaço à nova esquerda democrática com fome de justiça social.
Texto de Marília Marques Foto de Leomir Santana
casas de saúde, escolas, bibliotecas, repartições públicas e igrejas; tampouco a utilização do volume adequado, que não deve ultrapassar 104 decibéis. O secretário de Cultura Lourival Trindade justifica que já foram distribuídas na cidade cartilhas educativas sobre como a população pode contribuir para conservar o patrimônio cachoeirano e inclusive diminuir o nível de ruído nas ruas. A praça 25 de Junho, por exemplo, recebe durante os finais de semana muitos estudantes e jovens da próA poluição sonora aumenta com a proximidade das eleições pria cidade e de outras vizinhas, Cartilhas que exploram ao máximo o volume dos sons de seus carros e iniciam Os donos de carros de som uma verdadeira guerra sonora. com propagandas eleitorais da cidade podem até respeitar o horário Crime ambiental determinado pelo TRE, mas poucos seguem a ressalva da lei de não Reconhecida como um proveiculá-las próximos a hospitais e blema ambiental, a poluição sono-
ra é um mal capaz de produzir incômodo ao bem-estar, malefícios à saúde mental e física. Na cidade de Cachoeira as principais fontes emissoras são os carros de som, bares, trânsito e alto-falantes espalhados pelas ruas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o início do estresse auditivo se dá sob exposições superiores a 70 decibéis. O artigo 39º das normas eleitorais e partidárias do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE) não proíbe o funcionamento de alto-falantes em carros para propaganda eleitoral, mas permite o seu funcionamento apenas entre as 8 horas e 22 horas, sendo vedados a instalação e o uso em distância inferior a 200 metros. A Lei de Contravenções Penais, em seu artigo 42º, prevê pena de 15 dias a três meses ou multa para quem perturbar o infrator.
Ted Sampaio vê poucas oportunidades na região
Quais são as perspectivas de trabalho para quem acabou de se formar em Museologia, História ou Jornalismo na região do Recôncavo da Bahia? Esta é a dúvida que ocupa espaço de destaque no rol de preocupações de profissionais recém-saídos das salas de aula do Centro de Artes, Huma-
nidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB), em Cachoeira. Para a museológa Izabel Souza, com o crescimento do curso de Museologia nas universidades, as oportunidades de emprego aumentaram, mas na Bahia ainda faltam investimentos para atender ao grande número de profissionais que se formam na área. No momento, ela não está trabalhando e ainda não foi em busca de emprego, mas sabe que as chances de exercer a profissão na sua área são pequenas, devido ao fato
da procura ser grande para uma oferta restrita. Na visão de Lucas Café, graduando do curso de História, a sua escolha pelo curso veio do desejo de uma ideologia filosófica, da busca pela participação nos movimentos sociais e ingresso na vida política. Mas assim que entrou na faculdade descobriu logo cedo que não seria tão fácil assim e preferiu envolver-se com os projetos de pesquisa desde o primeiro semestre, acabando por descobrir a sua vocação pela profissão de professor universitário. Durante o tempo que
fez estágio na área de educação, conheceu de perto a realidade da escola pública e acabou fortalecendo ainda mais a vontade de fazer o mestrado. Apesar de considerar que tem instrumentos para contribuir com mudanças na educação, ele acrescentou que o seu objetivo principal agora é seguir carreira acadêmica e lecionar na universidade. Para ele, a só graduação não é suficiente e, enquanto se prepara para o mestrado que pretende realizar na Universidade Federal da Bahia (UFBA) ou na Universidade de Campinas (Unicamp), vai atuar
como professor na cidade de Maragogipe, para o qual foi recentemente selecionado. Paixão pela profissão Para o jornalista Ted Sampaio, quando prestou vestibular para Comunicação não tinha nenhuma noção do que seria o curso e só ficou sabendo que seria Jornalismo no primeiro dia de aula. Durante o curso, suas perspectivas foram mudando e logo veio a paixão pela profissão. Hoje com um diploma de jornalista, a sua preocupação é conseguir um emprego.
Cachoeira investe em qualificação para guia Texto de Fernanda Rocha Empresários e funcionários do setor turístico de Cachoeira buscam qualidade e capacitação, para oferecer melhores serviços aos turistas, em um programa que irá beneficiar toda a Bahia A Secretária de Turismo da Bahia (Setur), em conjunto com a Secretária de Cultura e Turismo, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senac) e Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), criaram e executaram o Programa de Qualificação Profissional para o Setor Turístico da Bahia (Prodetur). Seu objetivo é qualificar os profissionais que já estão trabalhando no receptivo turístico da região, envolvendo tanto funcionários básicos quanto gerentes, empresários, empreendedores e proprietários desse receptivo. O Projeto foi lançado no seminário Turismo com Qualidade, em agosto de 2009, que contou com cerca de 500 participantes, entre empresários e gerentes de
agências de viagens, donos de bares e restaurantes, entidades de classe do setor, barraqueiros de praia e guias de turismo, entre outros, no auditório da Casa do Comércio em Salvador. Algum tempo depois, a Secretária de Cultura e Turismo de Cachoeira incluiu a cidade no programa. Cursos De acordo com o secretário municipal de Turismo, Lourival Trindade, estes cursos acontecem na região desde fevereiro de 2010 e já foram oferecidos para as atividades de cozinheiro e garçom. Para ele, “só conseguimos alcançar um objetivo se nos comprometermos. Como nesse programa de qualificação, só vamos conseguir aumentar a capacidade turística e divulgar os atrativos de Cachoeira se cada um fizer a sua parte, se empenhar e não pensar individualmente, mas em conjunto”. Ele acrescentou que, com esse progra-
ma, a sua secretaria visa atingir em dentro de dois anos a meta de auto-sustentabilidade na área turística. As aulas duram em média três meses. Desta vez, estão sendo ofertados cursos de camareiros, caixa e atendimento hoteleiro, bem como para artesãos. Constam em seus componentes curriculares noções de etiqueta, língua estrangeira (inglês básico), noções sobre ética, perfil profissional, combate à exploração sexual, além de aulas de tecnologia da informação, comunicação participativa, técnica profissional e relações humanas. Outro programa de qualificação profissional previsto para iniciar em setembro deste ano é o curso de qualificação para o turismo étnico. Segundo a Secretaria de Turismo, vão ser investidos mais de R$ 1 milhão nesse programa, que vai beneficiar as cidades de Cachoeira, Maragojipe, Salvador e São Francisco do Conde.
Clube da Excelência
clube, destacou que o fluxo turístico aumenta com a qualificação e que é imprescindível que todas as pessoas envolvidas, proprietários e funcionários, participem e se envolvam com a causa. Para participar destes cursos, as maiores exigências são, além de já estarem inseridos no efetivo turístico, ter a documentação em ordem, pontualidade e assiduidade. A inscrição é simples e pode ser feita na sede da Secretária de Cultura e Turismo (na antiga prefeitura) no Largo D’Ajuda.
Já o Clube da Excelência envolve cursos voltados para os empreendedores, com duração de um ano, através de reuniões que acontecem na Câmara Municipal de Cachoeira duas vezes por mês. Atualmente com 30 empresários na primeira etapa, cobrindo aproximadamente 100% do trade turístico, a iniciatiba busca desenvolver ações integradas para a qualificação de funcionários, empresários e proprietários. Neste encontros são abordados vários temas, como a apresentação de atrativos turísticos, marketing empresarial, reflexões sobre eficiência, qualidade e competitividade nos negócios, além da troca de informações e ideias entre os empresários da cidade. O empresário Eduardo Moraes, participante do Cachoeira está investindo na qualificação do setor turístico
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Comunidade festeja o padroeiro Senhor São Félix Texto de Janaína Carine Fotos de Mairan Reis
A tradicional festa do padroeiro da cidade de São Félix teve início com o pregão realizado no primeiro domingo do mês de setem-
bro, dia 5 último, prosseguindo com as festividades no dia 19 de setembro, com a famosa Lavagem do Adro da Igreja de Senhor São Félix, que é muito esperada pelos sanfelistas. A festa popular tem a coordenação da Secretaria de Educação, Departamento de Turismo, Cultura e Esportes, além do auxílio da assessoria de comunicação.
Neste ano, terá espaço também para apresentação de shows musicais, que acontecerão nos dias 19, 24, 25 e 26 na Praça Rui Barbosa. Patrono A festa de organização religiosa é coordenada pelo padre João Carlos dos Santos Pestana, administrador do centro paroquial. Os atos litúrgicos (novenário) terão início no dia 17 de setembro e, a aprtir daí, toda noite começando às 20 horas. A procissão dá prosseguimento à festa do santo padroeiro no
dia 26 de setembro. Na parte profana do evento, bandas famosas como Voa Dois e Saiddy Bamba também estão na lista da programação. A cidade de São Félix segue um estilo barroco, com prédios dos séculos XVII, XVIII e XIX. É conhecida como Cidade Presépio pelo fato das suas construções serem feitas do vale para a montanha, passando a impressão de estarmos diante de um presépio. A cidade carrega as suas tradições, seus valores e crenças seguidos
com respeito. A programação completa da festa você encontra no site da prefeitura:
www.saofelix.ba.gov.br
Grupo performático usa festa para divulgar trabalho na rua Texto de Diogo Silva de Oliveira
Tiago Sant’Ana, Almir Oliveira da Cruz, Celestino Gama da Silva e Dezulene de Jesus são artistas que vêem na festa da Irmandade de Boa Morte um bom momento para expor suas peças. O festejo, que aconteceu no período entre 13 e 18 de agosto último, é um dos mais importantes momentos para Cachoeira, pois costuma atrair diversos turistas, aumentando a entrada de dinheiro na cidade. Tiago Sant’Ana apresentou, nas escadarias da câmara-cadeia, na Praça da Aclamação, na tarde do dia 16, após o cortejo das irmãs, uma performace, que é uma modalidade de arte onde o instrumento básico é o corpo. Integrante do grupo Mandu,
Tiago afirma que escolheu esse momento em busca de dar visibilidade ao trabalho. Deu certo, pois, com isso, conseguiu uma apresentação no atelier coletivo Visio, em Salvador. Na performace, a temática apresentada é voltada para a cidade, de onde vem a inspiração de Tiago. Devido ao convívio em Cachoeira e região há quase três anos, ele afirma sentir-se um artista daqui. O grupo não espera anualmente para fazer uma apresentação, nem espaços como festejos para a prática, eles procuram outros como a internet e eventos fora da cidade para propaganda e demonstração de seus trabalhos.
Vendas Os ateliês artísticos da cidade ficam abertos nos cinco dias do cortejo, pois acreditam no aumento das vendas. Almir Cruz, 43 anos, tem um espaço que fica ao lado do palco onde ocorrem os sambas e apresentações de bandas, na rua do porto, Praça Texeira de Freitas, há um ano. Mimo, como é conhecido, é escultor desde os 13 anos, nascido e criado em Cachoeira. “Na festa são os turistas que mais compraram as peças”, afirma Mimo. Diz ainda que o bom da arte é ser vendida, para que uma pessoa que comprou com amor, possa ter em casa. Segundo Mimo, esse ano a festa não deu bom lucro. A movimentação foi fraca e
os americanos, que costumam comprar as obras, não apareceram. Ele diz que a população local não valoriza as obras, mas o trabalho dele “o pessoal daqui gosta assim, quando eu faço uma placa bonita. Aí eles querem.”. Não deixa de representar a cidade que nasceu nas expressões das peças que tem, de acordo com ele, um forte apoio no candomblé, na cultura negra que foi passada de pai pra filho e que ele, através da arte, tenta repassar aos demais. Procissão Na Rua 13 de Maio, onde a procissão passa, o Ateliê do Louco Filho não fechou suas portas nesses momentos. Disse que, embora isso, as vendas foram fracas. “O turismo foi
pouco esse ano, mas tem ano que dá boa”. As palavras de Celestino Silva, que trabalha com esculturas há sete anos, resumem a sorte de quem lida com público direcionado. O Ateliê e Galeria Luz do Sol, que fica no cruzamento da 13 de Maio com o Lions Clube, começou no espaço há uma semana. Antes, estava na frente da Igreja Matriz, mas mudaram por causa aumento do aluguel cobrado pelo espaço. A artista Dezú, Dezulene de Jesus, acredita na melhora do fluxo de vendas e que a mudança de lugar pode lhe ajudar. O movimento de turistas que mais compram as obras são os americanos negros, segundo a mulher que trabalha com arte na região desde 2000.