SÃO FÉLIX É REFERÊNCIA EM QUALIDADE DE VIDA
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Turismo pode incrementar a economia regional Localidades de grande potencial para atrair visitantes de todas as partes do mundo, como a bucólica Jaguaripe, os povoados de Mutá e Acupe, assim como Saubara, Mutuípe e sobretudo Cachoeira, sentem falta de ações mais decididas por parte dos seus governantes, da iniciativa privada e da própria sociedade organizada no sentido de cobrar investimentos no setor e tornar mais profissional uma atividade que gera progresso e empregos sem poluir ou destruir. O turismo é tema especial desta edição com matéria nas páginas 5, 6, 7, 8, 10, 11 3 12 Leomir de Jesus
Gabrielle Alano Gabrielle Alano
Equipe do Reverso visita Mutá e jornal faz sucesso entre os leitores do povoado
Corrida de jegues agita distrito de São Gonçalo (pág. 10)
(pág. 12)
Gabrielle Alano
Rogério Lacerda
INEDITORIAL
Oh meu rei !
Sorria você está na Bahia. CARTA AO LEITOR
Boa leitura!
Carine Costa* Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Reitor: Paulo Gabriel Soledad Nacif Coordenação Editorial: J. Péricles Diniz e Robério Marcelo Coordenação de Editoração Gráfica: Juliano Mascarenhas Edição: Toni Caldas (página 3) Redação: Diogo Oliveira, Lorena Morais, Marília Marques e Valdelice Santos Centro de Artes Humanidades e Letras (CAHL) Quarteirão Leite Alves, Cachoeira/BA - CEP - 44.300-000 Tel.: (75) 3425-3189
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Baiano é preguiçoso por natureza. Essa é uma idéia que ganhou relevo ao longo dos anos, seja numa roda de conversa, aos grandes veículos de comunicação. O estereótipo da preguiça baiana é representado como uma característica impregnada na conjuntura da sociedade da Bahia. O Estado baiano possuiu em sua maioria um povo miscigenado, com a presença forte do sangue africano. Por ser formado em sua maioria por negros e mes-
tiços, a idéia da preguiça e vadiagem foram atribuída a esses sujeitos por parte de uma minoria de “sangue azul”. Comumente é verificado nos programas midiáticos (principalmente os humorísticos) piadas e ironias em relação ao comportamento baiano. Criam-se caricaturas de um povo alegre, festeiro e vadio. Símbolos como a rede, a praia e a água de coco dão sentido para a construção da imagem de uma terra paradisíaca, propicia para a vadiagem e para o total descanso. Está inserido no senso
* Carine Costa graduou em Jornalismo pela UFRB agora em dezembro e o tema deste artigo fez parte do seu Trabalho de Conclusão de Curso
Com programas de ação social e aparelhagem hospitalar de qualidade, o município ganha visibilidade nacional Texto de Cristiano Contreiras Em pesquisas recentes, já recém-divulgadas, São Félix tem o maior índice de desenvolvimento social no âmbito de saúde, segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). O senso teve evidência por ser uma cidade pobre, situada fora da Região Metropolitana de Salvador, com população inferior a 15 mil habitantes. Segundo o IFDM, entre 2006 e 2007, São Félix obteve um avanço considerável, com 101,9% de melhoria da qualidade de vida da população em função de investimentos públicos na prevenção de doenças. No últimos anos o município obteve um importante trabalho de prevenção. São programas estruturados, eficientes e intensivos para prevenir doenças como a diabetes e a hipertensão. Além disso, os idosos podem contar com o Centro de Integração e Prevenção à Saúde do Idoso (CIPS). As crianças e jovens têm acessos a aulas de natação e canoagem; enquanto os idosos, atividades físicas na Academia de Ginástica do Programa Vida Saudável, e tratamento de Massoterapia. A população acredita que estes investimentos trazem maior tranqüilidade à comunidade. “Antigamente, eu precisava ter que me deslocar para Feira de Santana e Salvador em
busca de melhor atendimento, mas agora não. Confio muito no atendimento personalizado do hospital daqui”, relata a moradora, Maria Auxiliadora.
Leomir Santana
Chega o final do semestre, final do ano, hora da gente refletir sobre o que foi feito, o que cumprimos daquilo que foi planejado e o que projetaremos, a partir disso tudo, para o ano que chega, sempre novo, como promessas a serem feitas. Aqui na redação do Reverso a gente também faz o nosso balanço e, felizes, concluímos que, se de fato a missão principal deste jornal laboratório é oferecer oportunidade para que futuros repórteres, fotojornalistas, redatores e editores deste veículo tão difícil quanto relevante e apaixonante que é o periódico impresso exerçam na prática aquilo que vão desempenhar daqui há pouco no campo profissional - bem, então a missão está mesmo cumprida. Mais que isso, até. Porque temos consciência de que, neste contexto, não basta ensinar Jornalismo Impresso Não é suficiente passar aos alunos-repórteres as técnicas, estratégias narrativas e iniciativas editoriais em busca de uma boa pauta, um trabalho decente de apuração e um texto final limpo, objetivo mas interessante, socialmente interessante. Não é suficiente orientá-los para a prática de uma boa redação, que esteja de acordo com as expectativas e horizontes de interesse do seu público-leitor, sem descuidar de um estilo que preserve as características e peculiaridades de uma língua regional. Não é suficiente incentivar à pesquisa, imputar a ética profissional e fomentar os talentos e habilidades individuais em busca daquele repórter-editor com faro para a notícia, que logo vai nos dar aquela manchete a ser comentada na mesa do café da manhã. Não. Além de tudo isso, com os prazos apertados nos nossos calcanhares, ainda é preciso ousar, atrever-se e, portanto, expor-se às críticas. Errando, acertando, mas sobretudo aprendendo. E sendo lido e comentado, no processo. E isso a equipe do Reverso tem sabido fazer com maestria surpreendente para uma garotada do quarto semestre!
comum o estigma da preguiça baiana, na verdade baianos e não-baianos acabam por identificar e permitir com a permanência desta idéia. Os baianos absorvem o mito da preguiça baiana como um atributo de um povo que combina com maestria prazer e trabalho, em outras palavras, como um privilégio de enxergar a vida por um outro ângulo, o qual combina prazer com responsabilidade. Para os não baiano o estereótipo da preguiça faz parte de uma condição hereditária, em que baiano é acomodado desde a sua formação identitária. Para os quais a mistura entre negros e índios propiciou uma miscigenação de um povo indolente, averso ao trabalho. A Bahia é ilustrada pela indústria do turismo como o paraíso de mulatas sensuais, belas praias e período de festas o ano todo, portanto vincula-se à visão de um ambiente convidativo para o descanso e o bom viver, lugar sem as preocupações de uma vida laboriosa. Criam discursos místicos para reforçar esse estigma da preguiça baiana como uma característica própria do indivíduo baiano.
São Félix é reconhecida nacionalmente como referência em qualidade de vida
Evidência em qualidade O Hospital Nossa Senhora da Pompéia, administrado pela Santa Casa de Misericórdia de São Félix, representa outro ponto positivo. A unidade de média e alta complexidade mantém parcerias com a prefeitura, dispõe de nove leitos de UTI, realiza em média 200 partos e 500 internamentos mensais. Atualmente, contabiliza 95% dos seus atendimentos provenientes do SUS. As cidades circunvizinhas também são cobertas pela rede de prestação do atendimento hospitalar. O hospital direciona seu atendimento buscando suprir as necessidades individuais dos habitantes, sendo sinônimo de qualidade. Além de prestar um serviço resolutivo à comunidade local, com o acompanhamento de jovens e crianças. A fim de prover o atendimento pré-hospitalar, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), reduz o tempo de internação e as sequelas dos traumas, decorrentes da falta de socorro precoce. Estes e outros planejamentos justificam o destaque nacional do município, que oferece atendimentos de urgência e emergência de maneira eficaz, favorecendo a ação dos setores de Saúde e beneficiando toda sua população.
Disposiçao para ginástica, promovida no Dia dos Idosos, reflete as ações diárias
Idosos se divertem em um dia inteiramente dedicado a eles Texto de Valdelice Santos Com atividades dedicadas às pessoas da terceira idade, o Ginásio de Esportes Cândido dos Santos foi palco da comemoração do Dia Nacional do Idoso. As atividades ocorreram durante toda manhã do dia 7 de outubro, contando com a participação de cerca de duzentos idosos. Dentre as ações, palestras, apresentações de teatro, oficinas, bingos e show musical com o grupo Renascer, animaram o público da melhor idade. O evento foi promovido pela Secretária de Assistência Social em
parceria com Centro Integrado de Promoção a Saúde (CIPS). O objetivo maior foi oferecer aos idosos um dia de confraternização com informação, relaxamento, saúde e diversão. “Eu gosto muito de participar desses eventos porque é um dia diferente e gostei de tudo que aconteceu aqui”, comenta Alfredo Brito, que participa pela segunda desse tipo de evento. Foram postas à opção as oficinas de ritmo, recreação, fisioterapia, bioenergética e beleza. Após as atividades, os idosos foram convidados para um almoço especial para eles. O fim do evento foi marcado com o sorteio de cestas básicas. www.ufrb.edu.br/reverso
Atribuições do Conselho Tutelar não são conhecidas por todos Valdelice Santos
compreendidas por boa parte da população do município, há mais de seis anos, tempo em que o exconselheiro, Ananias Soares da Conceição, ficou no cargo, o número de casos neste período atingiu 80%, segundo relato dele. Os conselheiros já utilizaram meios de esclarecer à populaEducação e questões de família são apreciadas pelo conselho ção as suas principais atribuições: foram em rádios da região e conversaram com Texto de Valdelice Santos a comunidade, mas ainda há pessoDe acordo com os conselheiros de as que não compreenderam direito São Félix, 40% dos casos atendidos suas principais funções. O próximo semanalmente no Conselho Tutelar meio que os conselheiros têm em são de coisas que lhe competem e isso mente, é de no final desse semestre, tem deixado-os apreensivos. As atri- mostrar a população sanfelista suas buições do Conselho Tutelar não são ações no município, relacionadas aos
casos que realmente lhe competem, privando os nomes das pessoas envolvidas. Casos como de crianças e adolescentes que não querem fazer as atividades escolares, que xingam em sala de aula, desobedecem aos pais; de pensão alimentícia; e até de idosos que confundem asilo com Conselho Tutelar, são registrados constantemente pelos conselheiros. “Têm pessoas que não sabem as atribuições dos conselheiros. Querem que nós trabalhemos como eles desejam, caso contrário, somos mal vistos por todos eles” disse o conselheiro Leandro dos Santos Leite. Quando as atribuições não são de competência do Conselho, as pessoas são ouvidas e encaminhadas para os órgãos competentes e às vezes, quando os casos são simples, os conselheiros orientam e tentam revolvê-los, como os das escolas.
Para Leandro Leite, os casos relacionados às escolas são mais complicados de resolver porque indiretamente a escola perde a sua autonomia. Mas, mesmo assim, ele e os demais conselheiros sempre atendem aos chamados dos professores e diretores. O Conselho Tutelar de São Félix este ano foi totalmente renovado, não houve reeleição de nem um dos conselheiros. Conforme disseram os novos conselheiros, uma das dificuldades de conseguir a reeleição é justamente quando eles não atendem as diligências que não lhe competem e as pessoas acham que estes não trabalham. “O Conselho Tutelar só é bom quando age como polícia e não é nossa essa função, é como o próprio nome já diz: serve mais para aconselhar” declara Leandro Leite.
A inclusão digital tem grande importância no mundo atual, mas a população necessita de políticas publicas que surtam o efeito esperado
Com o intuito de viabilizar o conhecimento das novas tecnologias de comunicação, de forma gratuita para a população carente, foram criados os chamados Centros Digitais de Cidadania (CDC), ligados ao Programa Cidadania Digital, de inclusão social do governo do Estado. A cidade de Feira de Santana, por exemplo, mantém 35 destes centros digitais, a maioria localizada em bairros com população de menor poder aquisitivo. A cidade tem um www.ufrb.edu.br/reverso
Juliana Barbosa
Texto de Mairan Reis
dos pré-requisitos básicos. Para um dos frequentadores do CDC instalado no bairro George Américo, o estudante Rafael dos Santos, 15 anos, “é muito importante esse programa, mas como são muitas pessoas para acessar, principalmente estudantes que querem fazer pesquisas e traOs CDCs combatem a exclusão digital
Movimento Emancipacionista de Acupe quer transformar distrito em município Marília Marques
Casos difíceis
O acesso ao conhecimento tecnológico deve ser um direito da população carente grande índice de jovens que tentam ingressar no mercado de trabalho e o conhecimento em informática é um
Acupe luta por sua emancipação
balhos, não conseguem em apenas 30 minutos”. De acordo com Assessoria Geral de Comunicação do governo estadual, um total de 5,61% dos cerca de 13 milhões de baianos têm acesso a computadores, quase um terço da taxa média nacional, que é de 11,29%. A exclusão sócioeconômica desencadeia uma exclusão digital que tira destas pessoas o direito ao conhecimento e ao desenvolvimento pessoal e profissional. Por isso, deve existir políticas públicas que melhorem a vida da população e disponibilize o acesso ao conhecimento tecnológico.
Emancipação de distritos
A localidade quer sua independência administrativa
Lorena Morais Acupe, distrito do município de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo da Bahia, é um dos 806 distritos que esperam ser emancipados no Brasil. O pedido foi enviado em 1990 à Assembleia Legislativa da Bahia, um ano após emancipação do município vizinho, Saubara. Porém, com a eleição do governador Antônio Carlos Magalhães, que oficializou sua posição contrária à emancipações no estado, os anseios não foram concretizados e, posteriormente, as Assembleias Legislativas perderam o poder de criar municípios. A mobilização a favor do desmembramento é bancada pelo Movimento Emancipacionista de Acupe, que surgiu no mesmo período de tramitação do pedido de emancipação de Saubara. O município visava em seu projeto agregar terras pertencentes à Acupe em sua área territorial. Isso causou revolta aos acupenses, provocando uma caminhada contra a adesão e o desejo em favor da emancipação
do distrito. Arnaldo Ramos, estudante universitário, participa do movimento há 12 anos e está descontente com o descaso da administração municipal para efetivação de políticas públicas. Ele acredita que se Acupe tornar-se município, a qualidade de vida dos moradores irá melhorar consideravelmente, pois “emancipação gera receita e desenvolvimento”, disse. O Movimento Emancipacionista de Acupe é um coletivo formado por moradores, políticos e intelectuais do distrito e região que se reúnem com freqüência para acompanhar o as resoluções da lei no congresso e discutir sobre melhorias para a população. Domingo Fiaz, professor e poeta, faz um estudo sobre territórios e diz que municípios menores podem ser bem governados: “É bem melhor se ter locais pequenos como município, porque facilita a administração. Acupe tem problemas de cidade de pequeno porte. Sinto ausência do poder público”, opinou.
Os processos de emancipação de distritos atualmente estão suspensos porque a decisão depende de uma lei complementar federal que ainda não foi aprovada pelo Congresso Nacional. A PEC 013/03, em tramitação a mais de sete anos no congresso, dá aos estados autonomia para criar, fundir, incorporar e desmembrar municípios mediante lei estadual e realização de plebiscito. Segundo a PEC, “é impossível para a União estabelecer (...) as medidas necessárias que contemplem as diferenças e peculiaridades regionais”, devendo ser de competência aos legislativos estaduais o estabelecimento desses critérios.
Comunidade quilombola Acupe foi reconhecida em julho deste ano como Comunidade Remanescente de Quilombo pela Fundação Palmares. O pedido foi feito pela Comissão Pastoral de Pescadores através de líderes comunitários, que realizaram palestras durante dois anos para esclarecimentos e mobilização popular. Cristina Ribeiro, conhecida como Nêga, foi uma das articuladoras e acredita que o título possibilitou afirmação de
identidade e melhorias à população: “Nós temos territórios que estão sendo proibidos de entrar, a lei facilita a desapropriação de terras”. O certificado foi dado também a outras 46 comunidades em todo o país, o garante a demarcação e titulação de terras pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, benefício com políticas públicas e permissão para que a Palmares defenda juridicamente as comunidades.
O distrito de Acupe Acupe fica distante 18 km da sede de seu municipio, Santo Amaro e localiza-se no litoral da Baía de Todos os Santos, próximo à cidade de Saubara. Seu território descende de uma área de engenho no período colonial. Segundo censo do IBGE (2006), o distrito possui 7.000 habitantes, mas de acordo com cálculos de líderes comunitários do distrito, os números atuais constam de 12.000. A maioria da população é de baixa-renda e vive basicamente da pesca de subsistência e mariscagem. Acupe é conhecida por manifestações culturais como Nego Fugido e as Caretas de Acupe, que registram expressões criadas por escravos. www.ufrb.edu.br/reverso
Turismo ecológico ainda é pouco explorado em Cachoeira A cidade apresenta inúmeros atrativos naturais, mas faltam investimentos por parte do município Lorena Morais Janaína França
Texto de Lorena Morais
Onde ir: Engenho da Vitória O que é: Ruínas de um dos mais importantes engenhos de açúcar do Brasil Colônia. Sua exiswww.ufrb.edu.br/reverso
O belo Engenho da Vitória
Os passeios de barco ou canoa são utilizados também como meio de transporte pelas comunidades ribeirinhas
tência data de 1957. Fica à margem direita do rio Paraguaçu e pertence ao distrito de Cachoeira, Tabuleiro da Vitória, distante 6 km da sede. O que oferece: Permite visita ao casarão e instalações antigas do engenho, além da contemplação do rio Paraguaçu. No local existe um santuário e muitos recados são deixados nas paredes. Existe uma trilha que chega a uma bica de água doce. Duração do passeio: De barco, aproximadamente 35 min; carro, 20 min. Onde ir: São Francisco do Paraguaçu O que é: Distrito de Cachoeira. Foi um dos mais importantes centros do ciclo da cana-deaçúcar. Acredita-se que é uma comunidade remanescente de quilombo. O que oferece: Visita as ruínas do Mosteiro de São Francisco e porto. Local para banho de mar. Duração do passeio: De barco, aproximadamente 1h40min e 2 horas de caminhada.
Onde ir: Hotel Fazenda Villa Rial O que é: Hotel localizado numa fazenda produtiva de leite e seus derivados. A Villa Rial tem váris opções de lazer e está localizada em um ambiente tranquilo e em contato com a natureza. O que oferece: Trilhas ecológicas, passeios a cavalo, banhos de rio e cachoeira, esportes de aventura e entre outras atividades. Como chegar: Distante 7 km da sede, a Villa Rial localiza-se na Murutuba, zona rural do município. No km 42 da BA – 422 Mais informações no site: http://www.villarial. com.br/
Imagem encantadora de São Francisco do Paraguaçu
Divulgação site VillaRial
Cachoeira é conhecida pela riqueza do seu patrimônio material e imaterial. Cortada pelo Paraguaçu, o rio oferece uma diversidade ecológica durante toda a margem do seu percurso e guarda uma riqueza histórica do Recôncavo. O turismo ecológico em Cachoeira ainda não é muito explorado pela Secretaria de Cultura e Turismo. Segundo informou o secretário Lourival Trindade, existe um projeto que pretende fazer um levantamento dos atrativos naturais que o município oferece, porém isso acontecerá quando o turismo na cidade estiver mais estruturado. É possível conhecer esses locais através de passeios de barco ou via terrestre, através da contratação de condutores locais. Davi Rodrigues, vice-presidente da Associação de Guias e Condutores do Vale do Paraguaçu, disse que a própria associação mapeou locais ecológicos, já que Cachoeira também atrai turistas que se interessam pelo ecoturismo. Durante a trilha e visitação, os condutores falam sobre a vegetação do local, a importância da preservação da mata ciliar e aspecto de formação do povoado. Existe a parceria com alguns condutores de barco – que fazem parte da associação - para passeios no Rio Paraguaçu. Sem contar que os passeios abrangem outras cidades também às margens do rio. A diária custa em média R$80 e pode variar dependendo do número de pessoas. Um dos locais mais visitados é o Hotel Fazenda Villa Rial, que dispõe de cachoeiras e outros atrativos naturais. Confira os locais para Ecoturismo em Cachoeira:
Marília Marques
Turístas curtem muita diversão, aventura e um magnífico cenário na Cachoeira do Saco
Onde ir: Cachoeira do Saco O que é: Saco é uma região da zona rural que dispõe de trilha ecológica e cachoeira de água mineral. O que oferece: Local para banho e acampamento. Duração do passeio: Segue de carro até o distrito de Belém, distante 6 km da sede. De lá pega uma trilha até o local, com duração de 15 min. www.ufrb.edu.br/reverso
Mutuípe, a flor do Vale do Jiquiriçá
Texto de Suely Alves
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Gabrielle Alano
A cidade recebeu este nome em referência ao pássaro conhecido como mutum, abundante à época da colonização da região. O município está localizado no Vale do Jiquiriçá, sudoeste da Bahia, na zona fisiográfica do Recôncavo Sul, com área de 320 km² e população aproximadamente de 22 mil habitantes, segundo o Censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na economia local, o destaque é a agricultura, principalmente a atividade cacaueira, favorecida pelo clima tropical, típico da Mata Atlântica. Mutuípe tem aproximadamente 5 mil hectares cultivados com a lavoura cacaueira e, apesar da
incidência do fungo conhecido como vassoura de bruxa, que nos últimos anos colocou sua produção em crise, chega a produzir 3 mil toneladas de cacau anualmente. Outra atividade em evidência e crescimento acentuado é o comércio, hoje bastante diversificado, contribuindo de maneira decisiva para o crescimento da cidade e a geração de empregos. A cidade também se mos-
Gabrielle Alano
tra disposta a investir no ecoturismo como forma de atrair turistas em busca de lazer nas belas queda d’água que a região possui, como a Cachoeira Alta, a Roda D’Água, Três Saltos e Véu de Noiva. São oferecidas opções para acampamento, rapel, trilha e banho, tudo com uma visão privilegiada da natureza. Mas não é só o turismo que tem atraído visitantes a Mutuípe. A cidade é bastante procurada também em época de eventos como o São João, Feira Chique, festa do Padroeiro São Roque, Cavalgada da Independência e o 12 de Outubro, data do aniversário municipal.
A iniciativa, denominada Saubara Sustentável se dispõe a capacitar professores e estudantes do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) em projetos de extensão similares
Texto de Caiã Alves Pires
Aprenda a fazer uma cocada típica do Vale do Jiquiriçá Maria Olívia
Mutuipe, cidade situada no Vale do Jiquiriçá, fica a 235 quilômetros de distância de Salvador e tem como forte produto econômico o cacau, cultura que ocupa mais de 3.670 hectares de área plantada. Na culinária local, é do cacau que se prepara uma deliciosa sobremesa, a cocada de cacau. Anote como fazer esta iguaria: Ingredientes: 1 copo de semente de cacau seca 1 copo de leite 1 kg de açúcar 1 coco ralado
Texto de Laís Oliveira
A Cooperativa dos Badameiros de Saubara (Coobasa), resultado do projeto de extensão promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), busca melhorar as condições socioambientais do município, transformando parte do lixo coletado em renda para as famílias envolvidas e reduzindo o lixo sólido despejado no meio ambiente. Em voga desde março deste ano, o projeto representa um investimento de R$ 180 mil através do financiamento da Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).
O trabalho é orientado por uma equipe articulada por
Rodrigo Valverde
Gabrielle Alano
Projeto de extensão universitária viabiliza cooperativa de coleta de lixo
A cooperativa reúne badameiros de Saubara preocupados com a preservação ambiental
seis professores da UEFS, dois estudantes de pós-graduação, três estudantes de graduação e quatro do ensino médio. São 18 badameiros (coletores de lixo) que saem a campo, enquanto outros quatro ficam na sede da cooperativa para a triagem do material coletado. A iniciativa também conta com a limpeza de 14 quilômetros de praias do município, como Cabuçu, Pedras Altas, Bom Jesus dos Pobres e Monte Cristo. O lixo reciclável é vendido a um terceirizado, chamado de atraves-
sador, que revende à indústria. Segundo Eleidalglim Lopes Correia, 27 anos, diretora superintendente comercial da Cooperativa, a sede da Coobasa passa atualmente por reforma. De fato, o espaço pede por maior estrutura. Paredes sem reboco, falta de equipamento (prensa, balança, carrinhos de coleta), telhado em risco de cair, portas velhas e falta de espaço são os principais problemas. “Com o apoio da prefeitura, conseguimos o espaço e o transporte. O Projeto caminha bem, porém pedimos mais, o meio ambiente pede mais” acrescentou a diretora.
Santo Antônio de Jesus é líder no Recôncavo em empreendedores individuais
O município registrou mais de 700 destes profissionais, que se beneficiam das vantagens do Programa Tô Legal Texto de Juliana Barbosa
Modo de preparo: Tire a pele do caroço do cacau e coloque para secar ao sol. Bata no liquidificador a semente seca junto com o leite. Leve ao fogo adicionando o açúcar e o coco ralado. Mexa até que a cocada comece a endurecer. Coloque no mármore, corte em pedaços e se delicie com a maravilha que é a cocada de cacau!
Desde que foi lançado no Município, em 4 de novembro, o projeto registrou um mais de 700 empreendedores individuais que passaram a contar com uma série de vantagens, como ser enquadrado no sistema Simples nacional. Segundo a responsável pelo atendimento individual do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae),
Celeste Aquino, o município já ultrapassou a meta inicial, que era de 550 cadastrados, ocupando hoje a 15ª colocação entre as cidades da Bahia com maior número de Empreendedores Individuais. Segundo ela, um dos motivos do sucesso da campanha foi a parceria com a prefeitura, que liberou alvarás gratuitamente. O custo máximo de formalização junto ao programa é de R$ 62,10 por mês, revertidos em descontos
no IPTU do exercício subseqüente e isenção do pagamento na taxa de licença e localização, dentre outras vantagens. Através do programa, trabalhadores como donos de bar, vendedores, ambulantes, cabeleireiro, manicures, costureira, pipoqueiros, artesão, pintores, passarão a ter direito aos benefícios como aposentadoria, auxílio-maternidade, auxíliodoença, entre outros. A redução da burocracia é também um atrativo.
Mairan Reis
O projeto do Sebrae é sucesso no município
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Corrida de jegues movimenta distrito de Afligidos
Turismo em Jaguaripe precisa de infra-estrutura
Já dizia o grande poeta e rei do Baião, Luiz Gonzaga, que “o jegue é nosso irmão”. Texto de Rogério Lacerda Foi neste clima de fraternidade que aconteceu, no domingo do último dia 14 de novembro, mais uma edição da Corrida de Jegues de Afligidos, distrito que fica a de 20 quilômetros da cidade de São Gonçalo dos Campos. O evento atriu muita gente ao distrito. Segundo os organizadores, por ser um animal de alta resistência e típico da região, o jegue não sofre tanto com a disputa, além de ser bem tratado antes e depois da corrida. Todo ano, no mês de novembro, uma equipe de emissora nacional de televisão
Maus tratos aos animais são proibidos pelos organizadores da corrida
costuma cobrir o evento, dando visibilidade aos jericos. Assim, turistas e nativos se amontoam para acompanhar de perto a corrida, sem falar que as apostas correm às soltas. Este ano, de acordo com os apostadores, o jegue chamado Natakatushia seguiu favoritíssimo, ganhou pela sexta vez seguida e continua sendo o campeão em apostas. Um dos requisitos para participar da disputa é correr liso, ou seja, correr sem esporas para que não causar maus tratos ao animal. Os festejos tiveram desfile de bloco e festa por conta dos grupos musicais No Alvo, Estilo do Gueto, Tom Santana, Swing e Renovação.
Será simples a Campanha Saubara renova plano da CDL de Mutuípe este ano para o turismo local
Texto de Rosalvo Marques da Silva Junior
Texto de Rogério Lacerda A Câmara de Dirigentes e Lojistas (CDL) de Mutuípe anunciou que fará uma campanha de final de ano mais simples, em razão das dificuldades que tem enfrentado o comércio local. O motivo foi a baixa vendagem devido à queda no preço do cacau, produto que é o principal gerador de renda no município. Segundo Marilúcia Lopes, diretora da CDL, as vendas do comércio já foram mais fortes que nesse final de 2010. Marilúcia Lopes está a três anos dirigindo a entidade e www.ufrb.edu.br/reverso
observou durante esse período que há muitas resistências por parte dos comerciantes em aderir às campanhas desenvolvidas pela CDL. “Os comerciantes não sabem dos benefícios que a adesão pode trazer”, afirmou. De um total de 200 comerciantes locais, apenas 35 são filiados. No final deste ano a entidade está sorteando uma TV de plasma, um microcomputador e uma moto CG Titan Honda zero km. Os sorteios serão feitos todos os sábado do mês de dezembro, em praça da cidade. Marilúcia ainda fez questão de ressaltar que o comerciante que não se filia à CDL deixa de obter diversas van-
tagens, como o do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), acarretando, assim, um prejuízo muito grande. A câmara oferece ainda cursos de capacitação, tanto para o empresário quanto para os funcionários da empresa. Luís Augusto, gerente da Rarozil Material para Construção, concorda que as vendas estão lentas esse ano devido ao baixo valor do cacau. Mas mesmo assim a sua loja estará sorteando uma moto nova para comemorar os 30 anos de aniversário. “Uma empresa com 30 anos de credibilidade no mercado não poderia deixar passar em branco uma data tão especial”, frisou.
Foi encaminhado recentemente à Câmara de Vereadores de Saubara o Plano de Desenvolvimento Local (PDL). Segundo o secretário de turismo e meio ambiente, Jair Sarmento da Silva, o problema está no fluxo e refluxo de turistas na cidade. O secretário explicou que é necessário para o município uma boa estrutura de área turística: hotéis, estacionamento, distribuição de água, etc. A estrutura mínima ainda não é o suficiente. No entanto, a proprietária de uma pousada, Antonia Gildina do Carmo, considerou esse ano uma das piores temporadas. Através do PDL será possível fixar o zoneamento e gabaritos de edificações nas áreas de Saubara, Cabuçu e Bom Jesus dos Pobres. A reforma do PDL está relacionada ao grande impacto ambiental no Recôncavo que poderá ser causado pela implantação do estaleiro naval na cidade de Maragogipe. Pela proximidade, o muinicípio foi considerado como Área de Influência Direta (AID) do empreendimento. Isso significa que terá impactos ambientais, causando prejuízos principalmente a marisqueiras e pescadores. Com a implantação do estaleiro naval haverá também um grande fluxo de pessoas, sendo necessário a construção e manutenção de rodovias, abastecimento de água e energia elétrica. O plano irá passar por modificações necessárias para aprovação, “sem a aprovação do PDL nada pode ser feito” declarou o secretário de turismo.
Gabrielle Alano
Texto de Josiane Nascimento Apesar das construções históricas dos séculos XVII e XVIII, de uma diversidade de praias e mangues, da realização de regatas e de um carnaval tradicional com bandas e mascarados, Jaguaripe sente falta de investimentos para incrementar a atividade turística. Segundo Adriana Carvalho, recepcionista da Pousada Porto de Jaguaripe, “não há muitos investimentos no turismo, mas sempre vem turista de todos os locais para participar da Festa da Regata que é uma das grandes atrações da cidade.” Jaguaripe tem a pesca e o comercio como principais atividades econômicas e os meses de outubro à fevereiro são de alta estação para exploração do tuGabrielle Alano
Rogério Lacerda
A cidade é pacata e possui um grande patrimônio histórico e naturail, que devido à falta de infra-estrutura deixa de ter bom aproveitamento turístico.
O bonito Fórum de Jaguaripe
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Ajuda
rismo, pois é quando acontecem os principais eventos. Neste período, os moradores alugam suas casas para os turistas como uma fonte alternativa de renda. As pessoas que buscam por paz e tranqüilidade certamente vão encontrar na cidade,que possui um lindo acervo de praias, locais históricos e manguezais. Para Rosiel Conceição Freire, dono de uma panificadora, “a cidade parece um condomínio fechado, onde todos se conhecem. É tranqüila e preserva a privacidade dos moradores. De manhã, vou à padaria, toco meu violão e ainda posso ir dar um mergulho na praia. Eu já morei em Salvador, mas paz, mesmo, só encontro aqui.”
Mas ressalta que faltam investimentos e uma boa administração para atrair os turistas. “Se tivesse isso, a cidade se tornaria um grande pólo turístico. Aqui tem belas praias como Garcez, mas não tem estrutura para receber os turistas que vem aqui e fica sem saber o que fazer para se divertir”, reclamou. A falta de guias também dificulta o acesso às atrações naturais, mas os visitantes podem aproveitar um belo passeio de barco no encontro dos rios Jaguaripe e da Dona com o Atlântico, além de conhecer as cachoeiras localizadas nos distritos da zona rural. Como Chegar Jaguaripe está a 239 km da capital baiana. A partir de Nazaré, seguir em direção sul por mais 10 km até o entroncamento com Jaguaripe. Daí, mais 14 km de estrada bastante sinuosa até chegar à Jaguaripe. Saindo de Cachoeira os turistas interessados em visitar Jaguaripe vão encontrar uma malha rodoviária, em boas condições, mas pode deparar com alguns trechos que estão em reforma e estrada esburacada na entrada da cidade. www.ufrb.edu.br/reverso
Alguns flagrantes do cotidiano dos moradores da bonita localidade de Mutá através das lentes da fotógrafa Gabrielle Alano
O Reverso fez sucesso na mesa de dominó Transporte alternativo com carinho e cuidado incluídos Beleza, charme e bom gosto para leitura
Pausa para observar a movimentação