POPULAÇÃO QUER TAXA DE ESGOTO MAIS BARATA (pag. 3) Cachoeira - Bahia Março de 2015 Centro de Artes, Edição Humanidades e Letras Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Mal iluminada, Ponte Dom PedroII é perigo quem atravessa à noite (pag. 4) BRT é aposta para mobilidade urbana em Feira de Santana (pág. 11) Cresce número de jovens envolvidos com drogas em Cruz das Almas (pág. 10)
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Foto: Adriele Strada
Serviço de internet é ruim e gera muita queixa em Cachoeira (pág. 12)
Exercício físico vira atividade de verão (pág.9)
Cine Theatro se concolida como alternativa de lazer para quem mora em Cachoeira (página 3)
Foto: Beatriz Medeiros
Foto: Madson Matos
Biblioteca Pública de São Félix tem bom acervo, mas baixa visitação (confira na pág. 5)
Foi muita festa!
Cachoeira e Maragojipe, louvaram a Rainha das Águas, Iemanjá. Em Muritiba, as homenagens foram dedicadas ao padroeiro, Senhor do Bonfim. A tradicional Festa de Nossa Senhora da Purificação deu o tom em Santo Amaro. Confira cobertura completa nas páginas 6 e 7.
As embarcações para a entrega dos presentes levaram, além dos seguidores do candomblé, fotógrafos, turistas e apreciadores da tradição. (acima). O azul e o branco prevaleceram nos cortejos que reverenciaram a orixá das águas (ao lado). Fotos: Thainá Dayube.
Fiés lotaram a Igreja do Bonfim, em Muritiba (acima). Foto: Felipe Mascarenhas. Iemanjá tambpem foi reverenciada no distrito de Coqueiros do Paraguaçu, em Maragojipe (ao lado). Foto: Uilson Campos
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OPINIÃO
CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
CARTA AO LEITOR Deixar pronta mais uma edição do Reverso para ir às ruas (ou pelo menos à gráfica, etapa cuja responsabilidade - é bom que fique bem claro - não cabe ao conselho editorial, professor-editor ou estudantes-repórteres) é sempre um prazer renovado e sensação de compromisso e responsabilidade social pelo que noticiamos. Neste desafio, servem como balizas os princípios éticos das práticas e condutas dos jornalistas com formação. E como sempre - nunca é demais lembrar contando com a boa vontade e bom senso daqueles que percebem que sendo um jornal laboratório da turma de quarto semestre de Jornalismo nem sempre é possível trazer a notícia mais recente e a edição gráfica impecável. Porque sabemos que eventuais atrasos ou imperfeições são enormemente compensados pela certeza de que o Reverso tem cumprido sua missão primordial, que é ensinar, na prática, o bom jornalismo aos nossos estudantes. Afinal, é isso o que dá identidade ao nosso curso! Com tal disposição, fomos atrás dos fatos mais interessantes ao Recôncavo neste março de 2015. A começar pela luta assumida pela sociedade organizada cachoeirana, que por meio de projeto popular reivindica a redução do valor da tarifa cobrada pela empresa estatal de água e saneamento.
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo Reitor da UFRB Prof. Dr. Paulo Gabriel S. Nacif Diretora do CAHL Profa. Dra.Georgina Gonçalves Coordenação Editorial Prof. Dr. Robério Marcelo Ribeiro Prof. Dr. José Péricles Diniz Editor Prof. Dr. J. Péricles Diniz Editoração Gráfica Prof. Dr. J. Péricles Diniz
Temos também um alerta sobre os perigos que correm aqueles que precisam atravessar a Ponte Dom Pedro II durante a noite, em razão da situação precária em que se encontra a iluminação pública no local. Verificamos a pouca frequência ao Arquivo Público de São Félix, que possui um espaço agradável e acervo bem interessante. Por outro lado, mostramos que os moradores já desfrutam do seu Cine Theatro reformado e com programação diversificada. Mostramos que, apesar de elogiada, a atenção básica de saúde ainda apresenta problemas na Cachoeira. E que os exercícios físicos estão se tornando, cada vez mais, atividades apenas de verão. Denunciamos as queixas e reclamações dos usuários de serviços de internet no município, mas também acompanhamos e registramos - em textos e fotografias mui competentes - a temporada de festas neste nosso Recôncavo da Bahia, desde as homenagens à Rainha das Águas em Cachoeira e Maragojipe até a devoção ao padroeiro Senhor do Bonfim de Muritiba e a Nossa Senhora da Purificação de Santo Amaro. Sim, porque - como sabemos - o perfil deste Reverso produzido pela turma de Oficina de Jornalismo Impresso I é essencialmente factual, buscando uma cobertura informativa e o mais ágil possível dos fatos relevantes para as comunidades de Cachoeira e São Félix. Isso, apesar dos vários problemas de logística e deslocamento, sem deixar de estender nossa atenção ao entorno desta região tão expressiva e rica em histórias e patrimônios concretos e imateriais. Como não nos deixa mentir a pauta desta edição, que tem o projeto de implantação do BRT na cidade de Feira de Santana e o aumento no índice de jovens e adolescentes envolvidos com drogas em Cruz das Almas Boa leitura! Péricles Diniz
INEDITORIAL Tempos modernos
Juliana Leite
estudante de Jornalismo da UFRB No emaranhado de atividades para fazer da Universidade, do trabalho, dos conflitos familiares e amorosos, das brigas de trânsito, vamos vivendo com a sensação de que o tempo diminuiu. Mas será que foi o tempo que diminuiu ou as pessoas que estão fazendo mais coisas, assumindo mais responsabilidades? A verdade é cruel. O mundo de hoje oferece tantas opções de lazer que às vezes temos a sensação de não ter feito nada, pois passamos tanto tempo ocupados. Já estamos habituados a essa correria constante que não imaginamos um futuro melhor. Ninguém mais acredita num tempo em que existam motoristas pacientes, com menos estresses, sem pressa para fazer as coisas. Falta paciência, compreensão, falta encontros com os amigos, falta amores, aventuras. É corriqueiro nos tempos modernos, encontramos com pessoas sentadas em uma mesa e todas ocupadas, vidradas na tela do seu celular, completamente por fora do que ocorre ao seu redor. Somos de carne e osso, e não há rede social melhor do que uma mesa repleta de amigos, de pessoas que gostamos. Estamos tão acostumados com o barulho, que em certos momentos o silêncio absoluto nos incomoda. Precisamos de mais sorrisos no rosto, de menos buzinas e caras feias, de mais privacidade e viagens legais. Viajar alimenta a alma. São tantas as opções que completam o mundo atual e que podem te fazer bem. Você pode ler um livro, fazer novas amizades, deixar o celular de lado, rever os familiares, enfim, convém escolher atividades que nos permita crescer como indivíduo e que te proporcione momentos felizes.
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CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
CIDADE 3
Projeto popular pede redução do preço da água e esgoto da Embasa Laerte Santana
Foto: Ana Paula
O preço da tarifa de água e esgoto cobrado pela Embasa tem preocupado os moradores de Cachoeira. A taxa, que é válida para toda a Bahia, passou por reajuste em junho do ano passado e tem gerado insatisfação da população. A Associação Institucional de Defesa de Direitos e Garantias Constitucionais e Infra Constitucionais da Região do Recôncavo (Acidadã) apresentou um projeto de base popular que, por meio de abaixo-assinado, reivindica a redução destas tarifas. O tesoureiro da Acidadã, Pedro Francisco, defendeu que é preciso uma modificação na administração da empresa fornecedora de água. “O projeto vem com a finalidade de reduzir a tarifa de esgoto e com o propósito de garantir que o usuário pague somente pelo o que foi consumido”, disse. Tarifas O consumo de água compreende a uma tarifa mínima mensal equivalente a 10 metros cúbicos e outra relativa ao gasto excedente. Já o valor da taxa de de esgoto é fixado em percentagem sobre o total do consumo de água, que corresponde a 80% do valor, variando de acordo com a forma de manutenção dada à rede coletora. O projeto, constituído por oito artigos, propõe que o usuário dos serviços da empresa fornecedora de água pague apenas pelo seu real consumo, desde que o gasto da água não ultrapasse a 15 metros cúbicos, sendo igual para todos os tipos de pessoas, físicas ou jurídicas. Já para a tarifa de esgoto, não poderá superar 50% do valor cobrado pelo consumo de água. Além de propor que a concessionária dos serviços fique obrigada a implantar uma política de economia de água e metas estabelecidas anual-
O valor da taxa de de esgoto é definido a partir de uma percentagem sobre todo do consumo mensal de água, o que corresponde a 80% deste valor, mas isto vai variar em razão da forma de manutenção dada à rede coletora. Em Cachoeira, os moradores querem reduzir o pagamento ao que for consumido.
mente. Despesas A moradora do bairro do Caquende, Arlete Damasceno, considerou o valor das tarifas exorbitantes. E assegurou que muitos moradores não têm condições de arcar com tais despesas. “Nós, trabalhadores honestos, só podemos afirmar que a luta é grande. E que infelizmente estamos nas mãos do governo e o que podemos fazer é justamente o que vocês estão fazendo, se mobilizando para ver se algo muda ao nosso favor”, afirmou. De acordo com os seus idealizadores, este projeto tem como objetivo sensibilizar e mobilizar a comunidade cachoeirana para um consumo consciente. Ainda em andamento, o documen-
Como se sabe, a água é um dos elementos mais abundantes do planeta, mas embora seja encontrada facilmente, para que se tenha nas residências é preciso antes que ela seja tratada, transportada e distribuída ao consumidor. Todas essas atividades geram custos. E é aí que entram as empresas fornecedoras de água.
to já conta com cerca de mil assinantes. A meta anunciada é de chegar a 100 mil assinaturas. Conselhos úteis Os especialistas dão uma série de recomendações para otimizar o consumo e reduzir despesas. Rotinas simples como escovar os dentes, tomar banho, lavar a louça ou simplesmente usar a descarga de vasos sanitários são atos que produzem o esgoto doméstico. Portanto, ao efetuar ações que geram os efluentes, é recomendável não descartar para o esgoto resíduos que possam causar o seu entupimento. Lugar de lixo é no lixo. Não jogue dejetos sólidos, como papel higiênico, fio dental, preservativos ou outros objetos que possam bloquear a passagem da água no vaso sanitário. Outra recomendação é evitar descartar resto de comida ou óleo na pia da cozinha. Mesmo que haja uma caixa de gordura instalada, o descarte desses dejetos pode causar o entupimento
da tubulação do seu imóvel e da rede pública de esgoto. As caixas coletoras de esgoto devem ser conservadas com tampas devidamente lacradas e de fácil remoção, em caso de necessidade. Também não se deve jogar lixo na rua, pois durante as chuvas, ele é escoado para as valas e bueiros, causando alagamentos. Efluentes Na cidade de Cachoeira o tratamento dos efluentes acontece de forma biológica. Com etapas anaeróbias, aeradas e facultativas. E suas análises são feitas mensalmente, em laboratórios. O gerente do escritório local, Benedito Azevedo Fiuza, contou que os efluentes em sua destinação final são lançados através de emissários no Rio Paraguaçu, depois de tratados e atendendo ao controle de portaria. “O esgoto é recolhido através de rede coletora e sete elevatórias, sendo conduzido até a estação de tratamento, localizado no bairro Três Riachos”, afirmou.
4 CIDADE Sem iluminação, ponte aumenta a insegurança em Cachoeira CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
Foto: Aline Portela
Mal iluminada, a Ponde Dom Pedro II coloca em risco quem passa à noite
Natália Dourado A falta de vigilância e iluminação precária na Ponte Imperial Dom Pedro II têm facilitado a violência em Cachoeira, que está entre as 500 cidades mais perigosas do Brasil, de acordo com o ranking do Mapa da Violência 2014/Os Jovens do Brasil. A estrutura, que liga as cidades de Cachoeira e São Félix, vem causando transtornos à população, principalmente para os pedestres que precisam passar por ela diariamente. Géssica Souza, moradora de São Félix e graduanda em História pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), disse que a ponte faz parte do seu trajeto diário para ir à universidade. Segundo ela, “não há segurança, principalmente à noite, quando o trafego de estudantes é intenso. Nós somos mais vulneráveis a sermos assaltados, pois, em geral, não conhecemos a comunidade e aqueles que praticam os furtos. De dia, também estamos sujeitos ao perigo. Os assaltos são corriqueiros, eles não assaltam fingindo ter uma arma, eles têm uma arma! E eles não têm medo.” Além disso, Géssica contou que já foi assaltada na ponte. “Voltava da universidade à noite, em um grupo de quatro pessoas e fomos assaltados, não reagimos, o indivíduo parecia estar drogado”, desabafou. Mal iluminada Como estabelece a Resolução Normativa nº 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a implantação e a manutenção da iluminação pública são de responsabilidade das prefeituras municipais. De acordo com Oséias Souza, diretor do arquivo
público de São Félix, desde que as cidades foram desmembradas em 3 de dezembro de 1889, a iluminação da ponte é repartida. A estrutura é dividida em três partes: uma central (destinada ao tráfego de trens e, na ausência destes, é liberada para outros veículos) e duas laterais (destinadas a pedestres), e mede 365m. A iluminação é focalizada somente na parte central, precária em alguns trechos e inexistente em outros. O deslocamento de moradores entre as cidades é prioritariamente realizado a pé, porém, a população que utiliza dessa travessia, tem andado preocupada com a questão da segurança pública, pois falta vigilância e iluminação durante a noite. “Às vezes tenho que pagar um moto táxi com medo de atravessar a pé, e mesmo assim sinto medo, é como se em cada parte escura alguém fosse aparecer e me abordar”, relatou Rosana Santos, técnica em enfermagem. “Em si, Cachoeira é perigosa”, disse Alberto Luiz, escrivão da polícia civil do município. “Mas hoje, ela se encontra em relativa paz. O número de ocorrências diminuiu após a Operação Gárgula (parceria entre a Polícia Civil e a DENARC, o Departamento de Narcóticos), que desarticulou os
principais pontos de tráfico da localidade, e consequentemente, espalhou os menores infratores que roubavam celulares, bolsas, carteiras, jóias etc, em prol do consumo de drogas, principalmente”. A reforma “Foi feito um pacto entre a Ferrovia Centro-Atlântico (FCA) e o Ministério Público Estadual para realizar um trabalho de restauro da ponte, o que inclui um projeto de iluminação cênica. A partir desta medida, as cidades continuariam a assumir os gastos com a iluminação, visto que a Coelba já nos cobra”, esclareceu Lorival Trindade, chefe de gabinete da cidade de Cachoeira. Segundo o secretário administrativo da prefeitura de São Félix, Aldo Júlio, existe um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado, há mais de dez anos, entre a FCA e o Ministério Público, que abarca a reforma das unidades: estações ferroviárias de Cachoeira e São Félix e a própria ponte. “A FCA contratou uma empresa para fazer um processo de sondagem das estruturas e dos pilares da ponte, pois como as cidades são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), não se pode destruir a ponte para se construir outra ao lado. Com esse projeto, pretende-se construir toda uma estrutura por cima da existente para reforçá-la e melhorar sua parte estética – como num processo de envelopamento -, e para finalizar, uma iluminação cênica seria posta”, contou Aldo. Para minimizar os transtornos que a má iluminação tem causado à população que se utiliza da ponte, Lorival Trindade informou que o prefeito de Cachoeira já assinou uma autorização para trocar as luzes queimadas. Já a administração de São Félix assegurou que a licitação para aquisição de material elétrico já está sendo feita.
O que é uma iluminação cênica? Conforme o Dicionário de Teatro, iluminação é arte, iluminação é emoção, brilho, prestígio, espetáculo. Com a luz cênica, todo o evento vira um espetáculo. No glossário de termos técnicos de teatro, define-se iluminação cênica como um conjunto de equipamentos e técnicas que compõe o sistema de iluminação de uma sala de espetáculos, composta por varas, tomadas, refletores, equipamentos de comando etc. PARA MAIS INFORMAÇÕES ACESSE http://www.somthinker.com.br/?luz-c%C3%8Anica-ambiente,41 http://teatronanet.blogspot.com.br/2007/08/glossrio-de-termos-tcnicos-de-teatro. htmL http://www.mapadaviolencia.org.br
Museu do cinema enfrenta dificuldades para desenvolver projetos culturais Alan Rocha Suzarte Apesar de dispor de apoio e incentivos por parte da prefeitura local, que cedeu o espaço para seu funcionamento, o Museu Roque Araújo enfrenta algumas dificuldades para continuar pondo seus projetos em prática.
Roque garante que a maior parte dos equipamentos do museu ainda funciona
De acordo com o seu fundador, Roque Araújo, “é necessário apoio financeiro para a realização de cursos e oficinas que pretendo oferecer no museu, totalmente gratuitos para a população cachoeirana”. O espaço reúne cerca de 3 mil equipamentos ligados à área do audiovisual. O fundador do museu reconheceu a importância de oferecer cursos de capacitação à população e disse que pretende estabelecer uma parceria com os alunos do curso de cinema e audiovisual do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), fomentando a educação cultural como cursos, palestras e seminários.
Perfil Cineasta há mais de 59 anos, Roque Araújo garantiu que tem dedicado todo este tempo à sétima arte. Neste sentido, conta que participou de todas as produções do cineasta Glauber Rocha, seu amigo e mestre inspirador. Além disso, fundou o Museu Roque Araújo, na cidade de Cachoeira. Roque lembrou que, ainda quando criança, já gostava de assistir aos seriados exibidos no cinema Itapagipe, localizado no bairro da Ribeira, em Salvador, onde morava. Eletromecânico por formação, costumava prestar serviços ao Teatro Castro Alves. Foi assim que começou a acompanhar algumas filmagens e receber gratificações superiores a seu salário como eletricista. Desde então, resolveu apostar no cinema. Ainda no início da carreira, conheceu o trabalho de Roberto Pires, pioneiro no cinema baiano, passando a interessar-se ainda mais pela arte. Ele assegura que acompanhou toda a trajetória do desenvolvimento audiovisual baiano e colecionou alguns equipamentos utilizados nas produções. Por isso, teve a preocupação de fundar um espaço que tentasse resgatar a história do cinema brasileiro e do pioneirismo baiano, tendo como principal objetivo a manutenção do cinema nacional. “Meu objetivo é resgatar o passado, para o presente. O passado é muito rico, mas está sendo esquecido com a nova mídia e isso não pode acontecer”, concluiu.
Fotos: Jaqueline Santos
O Museu do Cinema e Audiovisual reúne uma vasta coleção, reunida em mais de cinco décadas de atividade na área pelo seu fundador, que reclama maior apoio para desenvolver atividades como cursos e oficinas.
CIDADE 5
CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
Funcionando no centro de São Félix desde 2003, a Biblioteca Deiró Lefundes é um espaço público para consulta de livros, pesquisa e leitura que, apesar de não ter uma atualização adequada, é um importante ponto de leitura da cidade. Contudo, tem sido pouco frequentado. Para a professora Rubenita da Silva, que trabalha no local há cerca 20 anos, a falta de incentivo das escolas e de orientação dos pais para a leitura seriam os motivos dessa defasagem. “Os estudantes que chegam aqui na biblioteca são bem orientados, mas desde 2014 tivemos uma queda na frequência. Não existe mais interesse dos alunos. Os pais e professores não orientam e os jovens acham que a pesquisa tem que ser feita na internet”, acrescentou Rubenita. Situada na Praça da Bandeira, guarda um importante acervo didático, histórico e de pes-
quisa que esta acessível a toda comunidade. Sua localização e seu espaço amplo, também convidam para fazer uma leitura.
Acervo Quem chega à recepção do prédio antigo de cor amarela próximo ao Paço Municipal, logo é atendido pela professora Rubenita. Através dela, o público tem acesso aos outros espaços e a todo o acervo da biblioteca. Na sala com estantes e mesas, é possível encontrar livros didáticos de português, literatura e matemática, livros de história, de ciência, referências e para estudar idiomas. Tudo pode ser consultado e lido ali mesmo ou levado para casa por empréstimo. Se a consulta for feita no local, o leitor pode usar a sala ampla e silenciosa com mesas e cadeiras na parte posterior. Ali as janelas estão sempre abertas, mantendo o local arejado. A biblioteca ainda conta com um espaço para re-
Foto: Adriele Strada
Danilo Valverde
Importante ponto de leitura em São Félix, Biblioteca Pública está com baixa visitação
O espaço é amplo e silencioso, adequado à consulta de acervo diversificado
creação e para assistir vídeos, utilizado sempre por escolas da região. Segundo o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, a Bahia possui 441 bibliotecas es-
palhadas pela capital e interior do estado. Em São Félix, a biblioteca municipal funciona de segunda a sexta-feira, das 8 da manhã até às 7 da noite.
Cine Theatro é alternativa de lazer para cachoeirano Investimento Após passar mais de 20 anos desativado, em 2009 o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) adquiriu as ruínas do antigo Cine Glória por cerca de R$ 179 mil e investiu outros R$ 6
Reinaugurado em 2014 o antigo Cine Glória recebeu aparelhagem moderna e hoje em dia voltou a ser opção de lazer para os moradores de Cachoeira.
Fotos: Madson Matos
Lídio Gabriel Em funcionamento desde junho do ano passado, o Cine Theatro Cachoeirano tem mantido programação diversificada, consolidando-se como mais nova alternativa de lazer para a população local. Ele exibe filmes nas sextas, sábados e domingos, mas já anunciou sessões gratuitas às quintas, para exibição de filmes clássicos e nacionais.
Foi fundado em 1923, pelo empresário, dentista e político Cândido Elpídio Vaccarezza, que era de origem italiana, deixando claro, assim, de onde veio a semelhança com os cinemas italianos. Em 1952, o então Cine Teatro Glória, tinha uma enorme relação com a população da cidade e com a elite artística brasileira, chegando a ser palco de shows de grandes cantores da década de 50, como Luiz Gonzaga, Ângela Maria, Orlando Moraes e Silvio Caldas.
milhões na restauração. O Cinema também serve de palco para realizações culturais promovidas pela população, desde que atenda a certos tipos de normas estabelecidas pelo IPHAN. Segundo garantiu o diretor Samir Guimarães Suzart, “tento atender todas as pessoas que vêm, porque eu acho que esse é um espaço que tem que estar movimentado. Mas como é um espaço cultural, a priori, que sejam eventos culturais de cunho educativo, cinema, teatro, palestras, semi-
nários e oficinas.” Relação com universidade Ainda segundo Samir, o equipamento também tem uma forte relação com a universidade, tanto que planeja exibições de curtas-metragens realizados em oficinas pelos estudantes do curso de cinema da UFRB. O estudante de cinema Alexandre Delgado vê essa relação cine-teatro/universidade muito benéfica. “O espaço é de extrema importância para nós, graduandos, já que temos uma via de divulgação das nossas criações com a comunidade de Cachoeira. Assim como cria-se um elo onde podemos compartilhar experiências, interagindo em festivais e consumindo os filmes em exibição no cinema”, declarou. Memórias Já alguns moradores vêm o cinema como um retorno às memórias de juventude. A comerciante Magnólia Souza de Freitas, 50 anos, é uma das pessoas que chegaram a frequentar o antigo Cine Glória. Ela contou
que guarda boas lembranças do cinema e o motivo é que, muitas vezes, ela ia lá paquerar. “A gente ia de mãos dadas com os meninos e aproveitava o friozinho para se abraçar”, recordou. A programação também ficou guardada na memória. “Passava todo tipo de filme, de comédia, de terror, faroeste, kung fu e até pornô”, disse Magnólia. Apesar de não ter voltado no cinema depois de reformado, ela afirmou que suas filhas frequentam sempre que podem. O Cine Theatro tem uma sessão infantil gratuitas aos domingos para incentivar os pais a levarem seus filhos. João Pedro dos Santos Rodrigues Lima, de quatro anos de idade, assistiu pela primeira vez e garantiu que gostou muito. Para ele foi uma experiência nova ver um filme na telona. A agente de saúde e mãe de João, Diamila dos Santos Rodrigues, revelou que “esse dia para as crianças é uma ótima alternativa. Cada sessão é uma nova aventura para elas”.
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REPORTAGEM Fotos: Thainá Dayube
Muita fé e m Temporada de festejos
missas solenes e lavagem desfiles de
Celebração a Iemanjá animada em Cachoeira Cristine Cassiano A Festa para Iemanjá em Cachoeira aconteceu no dia 8 de fevereiro, organizada pela Associação Cultural Yemanjá Ogunté. A homenagem à Mãe D'água aconteceu na orla do Rio Paraguaçu e contou com a participação filhos e filhas de diferentes terreiros do Recôncavo. Durante a celebração, apresentaram-se atrações musicais, com samba de roda, a dança aos ancestrais ao som de atabaques, agogôs e canções tradicionais, além da mobilização dos devotos para a oferta dos presentes, no porto de Cachoeira, de onde seguiram em barcos até a Pedra da Baleia. Tradicionalmente, a Festa de Iemanjá - conhecida como
a rainha das águas salgadas ocorre no dia 2 de fevereiro, em Salvador, atraindo às praias do Rio Vermelho uma multidão de fiéis e admiradores. Já os festejos na cidade de Cachoeira por vezes deixam dúvidas sobre o motivo das comemorações, já que as águas que correm na cidade são as do Rio Paraguaçu. Segundo a mãe de santo Aurinézia Ferreira, Iemanjá é a rainha das águas em geral e pode
Tradição, diversão e devoção ao ser festejada tanto em correntes doces quanto salgadas. A mãe de santo Adeilde da Silva destacou que as comemorações de Cachoeira aproveitam para oferecer presentes a todos os orixás da água, como Nanã e Oxum. Outro aspecto que chama atenção na festa são as vestimentas. As cores branca e azul são predominantes nos seguidores do candomblé e também nos apreciadores das tradições. Para Adeilde da Silva, o branco é a cor principal e deveria ser usada por todos. Já Aurinézia Ferreira não vê problemas em homenagear também o seu próprio orixá, por isso foi de branco e com um torço vermelho na cabeça, representando Iansã. A estudante de Psicologia, Gabrielle Capinam, não segue a religião, mas afirmou gostar da festa e sempre que participa usa o branco e o azul. Segundo ela, é uma forma de se conectar com as tradições de alguma forma.
Karla Santana Os moradores de Muritiba festejaram seu padroeiro entre dia 30 de janeiro e 9 de fevereiro de 2015. A comemoração, que se iniciou com os jesuítas, tem quase 200 anos de história, dividida entre festejos religiosos e de rua, durante 11 dias, com atrações populares, lavagens, charangas e pessoas fantasiadas. Segundo José de Oliveira, padre da paroquia local, as comemora-
muita festa no Recôncavo no verão da região teve procissão no mar e a pé,
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m de igrejas, apresentações musicais e folclóricas, mascarados e entrega de oferendas.
Teve homenagem à Rainha das Águas também em Maragojipe
Francisco Guedes
o Senhor do Bonfim de Muritiba ções antigamente eram pequenas e não havia o novenário, apenas a missa. Hoje os festejos religiosos contam com missa na parte da manha, visita aos doentes, confissões e a noite a novena. Durante a noite, atrações do gosto popular tomaram conta do palco armado ao lado da Igreja do Bonfim, onde a festa se estendia até a madrugada, para recomeçar no dia seguinte. Para o prefeito Roque Isquem, trata-se de “uma festividade de resgate cultural muito importante para a região, movimentando a economia de vários setores da cidade”.
No distrito de Coqueiros do Paraguaçu, mais de 1000 devotos e admiradores lotaram a pequena Rua do Porto do Meio para saudar e fazer seus pedidos a Iemanjá. As comemorações locais reuniram adeptos do candomblé e da umbanda, com oferendas e entrega de presentes organizadas por pescadores do povoado. O evento contou com dezenas de embarcações. A festa de Iemanjá em Coqueiros do Paraguaçu começou casualmente, quando um grupo de amigos, há 11 anos, atravessou o Rio Paraguaçu para construir o santuário da orixá a fim de que as pessoas pudessem colocar presentes e fazer suas orações. De acordo com Jurema Boaventura Menezes, a Mãe Jurema, ialorixá responsável pela festa, “como eu tenho uma ligação com a orixá desde quando era adolescente, de início, quando atravessamos o rio, a intenção foi fazer somente a casinha e colocar a
Fotos: Felipe Mascarenhas
imagem dela, só para simbolizar e, nesse mesmo dia, tivemos a ideia para comemorar todos os anos.” Em 2004, na primeira edição da festa, por conta da pouca divulgação, resolveram fazer uma festa simples, sem camisa, nem sambas de rodas, o que é comum ter nas festas maiores de Iemanjá. A festa foi feita, além dos amigos responsáveis, também pelos os moradores da Rua do Porto, que colaboraram doando presentes e arrumando, cada um, em seu balaio. Segundo os moradores, foi a Festa de Iemanjá de Coqueiros que deu origem à de Cachoeira, que é realizada uma semana depois do 2 de fevereiro. Os devotos cachoeiranos iam para Coqueiros colocar seus presentes, já que a outra opção seria a 106 quilômetros de distância, em Salvador, no Rio Vermelho.
Fotos: Uilson Campos
Em Santo Amaro, pratas da casa que valem ouro
Sarah Sanches
Entre os dias 23 de janeiro e 2 de fevereiro, aconteceu a Festa de Nossa Senhora da Purificação, tradição que se perpetua desde o século XVIII, na cidade de Santo Amaro. Teve procissões, manifestações culturais, apresentações em dois palcos e circuito de trios elétricos, em homenagem à padroeira da cidade. “Santo Amaro, para mim,se apresenta como a síntese da musicalidade da Bahia. De uma maneira artística, quase utópica. Que tem como seu patrimônio o samba de roda e chula que caracterizam o Recôncavo, além de ser a cidade de dois dos maiores expoentes da música popular brasileira”, afirmou Felipe Carvalho, de Queimadas, que participa há alguns anos da festa. Com o tema Pratas da casa que valem ouro, o evento este ano privilegiou artistas conterrâneos, grupos culturais locais e apresentações de capoeira, maculelê e samba de roda, como o Samba Chula de São Braz, considerado patrimônio imaterial da humanidade desde 2005, além de Maria Bethânia, grande atração da festa.
“Já era de se esperar um show desta magnitude, a presença dela atrai muitos turistas para a cidade. A festa traduz a devoção de um povo marcado pela forte presença da religião católica e de manifestações populares, o que também está marcado na carreira da Bethânia”, comentou a sergipana Leda Maria. Bellyzia Gomes, paraibana, também foi à cidade por conta da presença da cantora. Para ela, “Santo Amaro é luz, fé, devoção. E Bethânia é filha, símbolo e orgulho da cidade. Realizar o show dos 50 anos de sua carreira em sua terra natal foi esplêndido. Ouvi-la e vê-la em frente à Igreja da Purificação e sob um céu estrelado e de lua cheia foi incrível”. O show contou com a interpretação de músicas que marcaram a sua carreira, compostas especialmente para ela, além de regravações que ficaram famosas em sua voz, como É o Amor, de Zezé di Camargo e Vai dar namoro, de Ronaldo Jotta. “São 50 anos da missão que Deus deu para mim, saindo da minha casa, da minha terra, da minha família, da minha água sagrada”, disse a cantora próximo ao fim da sua apresentação.
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SAÚDE
Apesar de elogiada, atenção básica de saúde ainda registra problemas em Cachoeira Israel Santos Embora alguns moradores de Cachoeira considerem os atendimentos na área de atenção básica de saúde bem distribuídos e bem organizados, mas há também quem relate alguns problemas. Para Célia Maria Silva, dona de casa, “não tenho o que dizer do posto, só que quando a gente vai marcar um exame é que às vezes demora”. Segundo ela, sua filha chegou a esperar quase um ano por um resultado de um exame preventivo. “Mas sobre a agente comunitária, não tenho o que reclamar, ela é ótima”, acrescentou. Enfrentando problemas para adquirir os medicamentos que necessita tomar mensalmente, a estudante Jaqueline Santos afirmou que depois
A cidade de Cachoeira, através da Secretaria de Saúde, tem gerado atividades nos postos de saúde da família, que com os programas do núcleo de assistência à saúde da família (NASF) desenvolvem atividades esportivas e cursos, promovendo a saúde. Os postos de saúde disponibilizam atendimentos odontológicos, serviço de enfermagem, aferição de pressão arterial, curativos, consulta com clinico geral, acompanhamento pré-natal e exames. Cada posto de saúde tem uma equipe formada por médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde, que pensam estratégias de prevenção e traçam um perfil daquela população
Fotos: Anna Caroline
Alaide de Jesus dos Santos, mais conhecida como Neguinha, trabalha no Caquende como agente comunitária.
também recebem uma atenção maior, devido às complicações que podem vir a ter caso não se-
visita”, informou. Para ser atendido deve-se ficar atento aos dias
jam acompanhadas devidamente.
de marcações das consultas. Para ir ao dentista, as marcações são feitas às sextas-feiras. Os atendimentos com enfermeira e médico acontecem nas segundas, quartas e quintas-feiras. Na terça, acontecem as visitas domiciliares com acamados, que são feitas pelo medico, enfermeiros e agente comunitário. Atualmente existem 10 postos de saúde e cada posto tem 10 agentes comunitários. A equipe que organiza o posto deve possuir medico, enfermeiros, técnico de enfermagem e agentes comunitários.
Primeiro contato Primeiramente, o agente vai à residência e cadastra os moradores, procurando saber quem é hipertenso, diabético ou tem algum problema de saúde. A estudante Jaqueline, contudo, disse que mora há um ano no mesmo endereço e nunca recebeu a visita de um agente comunitário. Ela contou que já foi ao posto reclamar e eles disseram que iriam mandar um agente visitá-la, “e até hoje nada. Nem os medicamentos e nem a As crianças são avaliadas uma vez por mês para definir a dosagem de medicação, que é de acordo com o peso.
das tentativas de atendimento nos Postos de Saúde da Família (PDF), resolveu procurar atendimento no hospital.
Direito A atenção básica é considerada um direito do cidadão e toda cidade deve oferecer suporte necessário para que isso seja efetivado. Cachoeira disponibiliza aos seus habitantes os serviços estabelecidos pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), dentre eles estão os atendimentos odontológicos, clinico geral e visitas domiciliares.
visando a um melhoramento nos atendimentos.
Agentes Os agentes comunitários têm um importante papel nesse sentido, pois são o elo entre o paciente e posto. São eles quem disponibilizam os documentos que garantirão o atendimento, fazem as visitas e identificam os problemas e necessidades. Estas visitas são feitas uma vez por mês, mas caso necessário, podem acontecer mais vezes, como em casos de pessoas acamadas, por exemplo. As pessoas hipertensas, diabéticas e gestantes
Faz parte do trabalho dos agentes de saúde a entrega de exames médicos.
CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
Mariana Andrade
SAÚDE 9
Exercício físico se torna atividade de verão
Em geral, costuma aumentar a demanda por matricula nas academias de ginástica no período do verão. Porém, na expectativa por resultados rápidos, as pessoas buscam dietas milagrosas, aumentam o ritmo da musculação, abusam de medicamentos, suplementação alimentar e anabolizantes. Segundo a nutricionista Iorrana Ribeiro, os suplementos alimentares estão, geralmente, associados à melhora do desempenho de atletas. Para seu uso, é necessária prescrição médica. Entretanto, sua administração não é tão simples. Já os anabolizantes, conforme explicou, são drogas que atuam de forma semelhante ao principal hormônio masculino, a testosterona, e seu consumo só pode ocorrer com acompanhamento médico e em condições de distúrbios fisiológicos.
O bem-estar e a auto-estima melhoram com a prática de atividades físicas. Fotos: Beatriz Medeiros “A utilização incorreta, tanto de suplementos quanto de anabolizantes, pode gerar efeitos extremamente graves e irreversíveis. É necessária a
manutenção de hábitos saudáveis, com a combinação de alimentação e atividade física adequada, sob orientação nutricional e médica”, disse. A nutricionista informou, ainda, que apesar da proibição, é comum o uso destas substâncias por motivos estéticos. Rotina “Gasto em média R$ 200,00 por mês, fora a alimentação e academia. Acredito que os resultados vêm com o tempo e são necessários os fatores treino, dieta e descanso, reunidos”, contou Anderson Teixeira, 20 anos, estudante de educação física. Ele usa suplementação alimentar para ganho de massa e resistência física. Utiliza proteína, carboidrato e creatina diariamente, faz musculação de segunda a sábado e dorme oito horas por dia. Disse observar que as pessoas
procuram as academias no período que antecede o carnaval e trancam a matrícula logo após, achando que os resultados satisfarão em tempo recorde. Para Angelito Vilella, personal trainer e educador físico, a atividade física é valorizada para o bem estar e prevenção à saúde. Disse que é notório que as academias enchem nos períodos festivos e tem uma grande evasão pós-período. “Isso dificulta muito nosso trabalho e, sobretudo, nossas condições de executar um programa eficaz e responsável para cada biótipo”, relatou. Ele recomenda alimentar-se bem, suprindo as necessidades energéticas do corpo a partir do alimento ingerido. Orienta seus alunos a não usar anabolizantes e fazer atividades físicas apenas no verão, incentivando aos exercícios regulares em todas as estações do ano.
10 REGIÃO Elaine Conceição
CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
Cresce o índice de jovens e adolescentes envolvidos com drogas em Cruz das Almas
Nos últimos cinco anos, o índice de jovens e adolescentes envolvidos com drogas tem tido um aumento significativo no município de Cruz das Almas. Entre 15 e 20 jovens e adolescentes com idades de 14 a 17 anos são encaminhados todos os meses pelo conselho tutelar ao Ministério Público, onde são julgados e, dependendo das circunstâncias em que se encontram, levados para centros de recuperação ou soltos, quando voltam a cometer atos infracionais.
Segundo o representante do conselho tutelar do município, Emanuel Peixoto, os fatores que mais influenciam para que isso aconteça são as bases familiares, que muitas vezes estão fragilizadas, bem como a falta de oportunidades de emprego para os pais ou de projetos sociais que possam auxiliar esses jovens e suas famílias. Para ele, é necessário que haja um trabalho em conjunto dos órgãos municipais, estaduais e judiciários para que de fato este índice venha a ser reduzido. “Eu acho que ainda há solução para as drogas, mas se todos os órgãos derem as mãos, sem ne-
O consumo de drogas tem crescido entre os jovens de Cruz das Almas.
Foto: André Luis Pereira de Jesus
nhum tipo de individualismo. As políticas sociais devem ser mais intensas e aprimoradas. Com um planejamento específico voltado para essa área tem jeito. Por que tem muitos jovens e adolescentes que estão pedindo ajuda, basta ter oportu-
nidade, disse ele.
Ocorrências Já de acordo com o tenente coronel da Polícia Militar David Lanzillotti, de cada 10 ocorrências no município de Cruz das Almas, oito possuem ligação direta com as drogas. Além disso, de 10 mortes sete a oito estão ligadas também às drogas, principalmente ao crack. Segundo ele, a questão não é somente da droga a ser oferecida, mas sim quais os motivos que levam a ter tantos consumidores. “A droga vem tomando conta do vazio interior do homem”, sentenciou. Para o militar, este aumento significativo no consumo e tráfico de drogas tem deixado de ser apenas questão policial e passado a ser também questão educacional e de saúde pública. Políticas públicas Portanto, conclui que é necessário que sejam criadas políticas públicas que valorizem a família, para que através disso, o vazio afetivo que é também um fator que leva o ser humano à droga seja suprido e que as inversões de valores presentes na sociedade sejam quebrados. “Nós enquanto sociedade organizada, não esta-
mos preparados para lidar com o problema das drogas que vem tendo um avanço galopante e tem tomado grande proporção”, disse Lanzillotti. Ele contou, ainda, que Polícia Militar desenvolve em âmbito nacional o Programa de Resistência e Combate as Drogas (PROERD), com seis profissionais devidamente treinados. Trabalhando com a faixa de pré-adolescência, em princípio nas escolas públicas, a iniciativa vem obtendo, no fim de cada curso, cerca de 400 a 600 alunos formados. Após esse processo, eles mantêm o acompanhamento através de parceria com as secretarias de educação de cada um dos municípios participantes da iniciativa. Dentre as medidas necessárias para inibir o consumo e o tráfico de drogas, não somente em Cruz das Almas, mas em toda a região, ele acredita ser preciso que a polícia prenda os traficantes e combata o narcotráfico e, além disso, deve-se haver a junção das partes médicas e psicológicas, agindo intensamente todos os dias. Para ele, é necessário fazer da escola um centro terapêutico e o acompanhamento familiar de forma imediata. “Droga não leva a nada, só aos instantes imediatos e os instantes imediatos adoecem e viciam. Nada que nos prende, presta. Que voltemos a ser donos do nosso próprio corpo”, concluiu.
Transferência de alunos causa polêmica em Governador Mangabeira Dalila Brito No dia 13 de janeiro de 2015, o Diário Oficial de Governador Mangabeira anunciou, em nome da prefeitura municipal e da prefeita Domingas Souza da Paixão, o decreto de extinção da Escola Municipal Josué da Silva Mello. Desde então, o assunto tem causado
Maria das Graças, Secretária de Educação
polêmica na cidade. Segundo o decreto, com o fechamento da escola os alunos passaram a exercer suas atividades na Escola Municipal Elza Souza da Silva. A unidade de ensino agora extinta foi criada em 1984 pela Igreja Presbiteriana de Governador Mangabeira, por iniciativa do reverendo Josué da Silva Mello, que anunciou o objetivo de oferecer educação da pré-escola à quarta série como forma de prestação de serviços a comunidade. A igreja foi autorizada pelo Conselho Estadual de Educação através da portaria número sete do diário oficial de 1 de janeiro de 1958. Devido à falta de recursos para manter os custos de uma escola pública, foi então assinado um convênio com o Estado da Bahia, que passou a contribuir para o funcionamento da unidade, oferecendo professores e funcionários. Algum tempo depois, a administração municipal assinou um convênio com o estado e passou auxiliar nas finanças da escola. Convênio Segundo a atual secretária de Educação, Maria das Graças, a Escola Josué da Silva
Mello não foi fechada, a prefeitura apenas não renovou o convênio com a Igreja Presbiteriana. Ela explicou que o prédio onde funcionava a escola não possuía a estrutura necessária para atender bem aos alunos, por isso a prefeitura propôs que a igreja alugasse o local e utilizasse a verba para uma reforma. Diante da recusa da igreja, foi proposto que o espaço funcionasse como um núcleo do projeto Mais Educação, mas a ideia também foi recusada. Então a prefeitura, através da Secretaria de Educação, decidiu transferir os alunos para o prédio da Escola Municipal Elza Souza da Silva, construído há um ano, alegando que a nova instalação oferece melhor estrutura, com quadra esportiva, refeitório e laboratório de informática. Além disso, todo o corpo de professores e funcionários continuaria o mesmo, com exceção da diretoria, que teria sido convidada a continuar à frente da escola e não aceitou o convite. Reuniões Diretora desde a criação da escola, Nilza
Fotos: Vânia de Alcântara
A escola fica ao lado do templo religioso, na Rua Agnaldo Vianna, no centro
Pereira da Mota disse que foram realizadas três reuniões envolvendo o conselho da Igreja Presbiteriana, membros da Secretaria de Educação e prefeitura para que se decidisse o destino da escola e de seus alunos. Segundo ela, a igreja não poderia alugar o espaço onde funcionava a escola por esse estar localizado anexo ao local onde são realizados os cultos e por entender que projeto Mais Educação deve acontecer junto às atividades curriculares em tempo integral, não julgou apropriado que o prédio se tornasse um núcleo para sediar apenas as atividades do projeto.
Outra questão que causou questionamento foi se os alunos estavam sendo transferidos de escola ou apenas de local. Nilza afirmou ter recebido vários pais com esse tipo de dúvida, mesmo após terem participado de uma reunião com a Secretaria de Educação e a diretoria da escola. Segundo ela, os documentos foram assinados como transferências da Escola Municipal Josué da Silva Mello para a Escola Municipal Elza Souza da Silva. Desde então a primeira escola teria deixado de existir.
CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
BRT é aposta para melhorar mobilidade em Feira de Santana Fabio Rodrigues Filho
O projeto anunciado pela Prefeitura de Feira de Santana para implantação do sistema BRT (em português, Transporte Rápido de Ônibus) está dividindo opiniões. Apesar da divulgação de propaganda sobre sua execução e na iminência da realização das licitações para contratação da empresa que realizará as obras, muita coisa ainda terá de ser resolvida. Há problemas técnicos, representações junto ao Ministério Público pedindo esclarecimentos e, principalmente, a necessidade de ouvir a população feirense que usa o transporte coletivo. Serão investido R$94,8 milhões para implantação do sistema (sendo R$90,1 milhões provenientes do financiamento da Caixa Econômica Federal e R$4,7 milhões de contrapartida por parte do município). Mobilidade Esta iniciativa do governo federal, através do Ministério das Cidades, visa o financiamento de ações na área de mobilidade urbana e metropolitana das médias cidades brasileiras. A ideia, segundo a prefeitura, é modernizar e proporcionar melhorias nos serviços prestados pelo sistema de transporte público da cidade.
O economista Rosevaldo Ferreira, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), tem alertado que a proposta de BRT apresentada pela prefeitura soluciona em parte o problema de mobilidade urbana em Feira e faz duas ressalvas. A primeira sobre o futuro aumento da passagem e e outra quanto à precariedade do serviço para bairros fora do centro da cidade “O BRT irá contemplar apenas os corredores das avenidas Getúlio Vargas e João Durval. Bairros como Tomba e Feira X continuarão sendo servidos pelo péssimo Sistema Iintegrado de Transporte (SIT). E dessa vez com tarifa ainda mais cara. Pode ser que num primeiro momento se opere com frota nova, mas a modelagem do sistema aliada à fraca máquina de fiscalização da Prefeitura colocam em risco a operacionalidades das linhas fora do BRT”, afirmou. Além disso, ele destacou problemas com o projeto oficial. “O edital tem imperfeições gritantes. Por exemplo, não explica bem como se dará a integração temporal e espacial” concluiu o economista.
será preciso retirar 136 árvores centenárias que foram contabilazadas. Também serão afetados a praça de alimentação que une venda de alimentos e lazer com a pista de skate, monumentos e outros comércios espalhados ao longo do trajeto. Para tentar frear a derrubada, foi proposta em agosto do ano passado uma petição online, hospedada no site Avaaz. org, que solicita ao Ibama o impedimento à derrubada. Ela somava, até meados de fevereiro, 6.499 assinaturas, com meta provisória de alcançar 7.500. Segundo a propaganda do governo municipal, serão replantadas cinco árvores para cada uma retirada. O local da reposição ainda não foi divulgado.
REGIÃO 11 Fotos: Uanderson Lima
de usuários dos ônibus. “E quem paga essa conta é quem menos pode pagar. As pessoas de baixa renda, carteiros, policiais militares, idosos e estudantes, que têm direito a meia passagem. Essa despesa tem de ser paga via subsídios”, disse. Tarifa social Para Rosevaldo, o IPTU dos bancos e o ISS dos estacionamentos privados podem ser fontes de receita para a tarifa social, enquanto que as gratuidades a categorias de profissionais como os carteiros têm de ser pagas pela empresa em forma de vale transportes, por exemplo. Ele fez também uma observação sobre o preço da passagem, afirmando que pode ser melhor, mas somente com o tempo. Em texto publicado nas redes sociais, o ex-candidato a prefeito pelo PSOL Jhonatas Monteiro opina sobre o projeto da prefeitura. Segundo ele, “é fundamental que não compremos gato por lebre: o problema do transporte coletivo não é a ausência de uma ou duas vias rápidas no centro, digamos as avenidas Getúlio Vargas e João Durval. O problema maior é a mobi-
lidade bairro a bairro e suas inúmeras deficiências, desde a precariedade dos veículos à irracionalidade da ida aos terminais de integração para chegar a um bairro vizinho. O BRT resolverá?”. O ex-candidato refere-se ao atual Sistema Integrado de Transporte, que tem três terminais (transbordos) ao longo da cidade e as linhas são direcionadas para eles. O BRT seria integrado ao sistema, que ligaria as linhas ao terminal central, conforme projeto.
Preço da passagem Com o recente aumento, ainda sem a implantação do BRT, da passagem Pesquisa dos ônibus urbanos subiu de R$ 2,35 Segundo pesquisa feita pelo Governo pra R$2,70 no último mês de janeiro. Meio ambiente da Bahia no ano passado, através da Para que seja implatado na Avenida Além disso, há outro aumento previsSecretaria de Infraestrutura, os bairGetúlio Vargas, uma das maiores e to ainda para esse ano, conforme estiros onde a população mais utilizam o mais importantes avenidas da cidade, pula o edital de licitação. Neste caso, a transporte coletivo são Tomba, Motarifa vai para R$ 2,85. Também a data chila, Aviário e Centro Industrial do base dos reajustes passará a ser o mês Subaé, fora do anel de contorno da de dezembro de cada ano. cidade, em sua maioria. O edital prevê ainda aumento extra a Comparada à pesquisa de origem e partir do funcionamento do BRT. Não destino realizada em 2014 com o proé difícil ouvir falas irritadas, pixações jeto do BRT, ainda assim o problema ao longo da cidade com acusações da mobilidade na cidade não seria rede roubo e pontuais manifestações solvido porque as linhas do BRT não na rua. Com o aumento, Feira fixa-se atenderiam aos locais com maior decomo uma das passagens mais caras manda por transporte. do Brasil. Apesar de ter a menor frota entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, pois são apenas 193 ônibus, no total, e rodando em estado precário, com redução de frota nos fins de semana. Sobre a possiblidade de uma passagem mais barata, o professor Rosevaldo disse que é possível e acrescenta que é uma questão de vontade política. Segundo ele, “a metodologia para se definir a tarifa é defasada, a própria prefeitura já assumiu publicamente. Entretanto, no edital que foi recentemente publicado eles continuam com o erro. Outro fato é rever as gratuidades do sistema”. Planta da implantação do BRT cruzando as principais avenidas do centro Atualmente, existe muita gratuidade Os usuários protestaram contra o recente aumento na passagem dos ônibus, que custa de Feira de Santana (Fonte: PRISMA, 2014) no sistema, chegando a 30% do total agora R$2,70. E ainda há outro reajuste previsto para este ano: vai para R$ 2,85.
CACHOEIRA | BAHIA Março 2015
Serviço de internet em Cachoeira é deficiente e gera muitas queixas Fotos: Priscila Martins Rocha
Pela quantidade de pessoas e notebooks na casa, elas contrataram o pacote mais rápido e caro, mas recebem uma velocidade muito inferior da ideal.
Tarcila Santana Instabilidade de conexão, atendimento ruim, preço considerado alto e diferença entre a velocidade contratada e a recebida pelo cliente. Estas são as principais queixas dos usuários de internet em Cachoeira, cidade que possui 1.116 domicílios permanentes com acesso à rede mundial de informações, segundo último censo do IBGE. A localidade conta com três provedores principais: Oi-Velox, MMA e Tsunami. Porém, esta parcela da população enfrenta dificuldades frequentes na qualidade dos serviços oferecidos. A universitária Mayse Andrade, que divide a moradia com outras quatro pessoas, contou que o grupo optou por contratar o serviço de uma das provedoras locais, pois sua instalação não necessitaria de uma linha de telefone fixo. Segundo ela, “a conexão cai todo final de semana e quando chove, piora. A gente já ficou dois
dias sem internet em época de chuva”. Reclamou também que as manutenções na rede são feitas nos horários em que a maioria das pessoas está em casa e precisa da internet. Apesar disso, reconheceu que a assistência técnica na casa do cliente acontece de forma rápida, na maioria das vezes. De praxe O técnico instalador da MMA Internet Carlos Henrique explicou que os problemas podem ser no computador do próprio cliente ou internos, na torre da internet. “Às vezes, acontece de um cabo do poste partir, aí temos que fazer a manutenção e uma rua toda pode ficar sem a internet naquele período”, disse. Mas esses problemas não ocorrem só com as internets locais. A dona de casa Joemília Santos optou pela provedora Oi-Velox, por confiar mais no serviço, mas declarou enfrentar as mesmas dificuldades com velocidade. “Não dá pra
Acesse o Reverso Online
Este mês:
> Mangabeira tem grupo que é referência em teatro no Recôncavo > Projeto leva saúde bucal ao Lar Aconchego de Cachoeira > A arte livre de Davi Rodrigues > Reforma de praças gera protestos em Santo Antonio de Jesus > Rio Capivari enfrenta risco de poluição
assistir vídeos ou jogar. Quando a gente reclama, eles falam que o problema é da cidade mesmo e mandam a gente ligar e desligar o modem, essas coisas de praxe”, relatou.
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caro e eles não enxergam viabilidade neste investimento em Cachoeira. Os clientes pagam preços caros em relação à qualidade do serviço. “O problema é que quase 60% das pessoas usam a internet para olhar rede social, e-mail, bobagens. E ainda tem outra parte que nem sabe como ver a velocidade da banda contratada. Como as pessoas vão brigar por isso e questionar a qualidade, se eles nem sabem do que estão falando?”, questionou Vinícius. Desde 2012, segundo novas regras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as empresas provedoras de internet são obrigadas a fornecer no mínimo 80% da velocidade média de banda larga contratada pelo cliente. Apesar dessas mudanças, nem todas as empresas conseguem cumprir tais determinações e continuam oferecendo um serviço de pouca qualidade. A partir disto, os clientes agora têm mais um instrumento de garantia dos seus serviços. Eles podem denunciar as empresas que não cumprem estas normas através do site da Anatel, clicando na opção Fale Conosco, na página inicial.
Fatores técnicos Segundo Vinícius Leal, técnico de informática, isso ocorre por fatores técnicos – precariedade dos equipamentos – ou pela mão-de-obra não especializada. “No caso da Oi, os equipamentos, herdados da Telemar, são velhos e defasados. Além disso, a qualidade do sinal é fraca porque as caixas que ficam nos postes são manuseadas de forma errada: quando eles desligam uma linha, deveriam trocar ou, pelo menos, retirar os fios por completo, mas não fazem. É isso que causa interferência no sinal e, muitas vezes, cria conflito de linhas”, afirmou. Ele ainda explicou que, para os provedores locais, o processo de colocar equipamentos que me- Os provedores locais fazem frequentes manutenções nos equipalhorassem a rede custa mentos instalados nos postes do centro urbano.