REVIPACK 214

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edição digital

214 Setembro 2012

notícias

revipack revista técnica de embalagem

6.57 e

Nº 214 Setembro 2012

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índice

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Ă­ndice

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NÂş 214 Setembro 2012


nesta edição anunciam nesta edição

notícias

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mercados e tendências

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(clique para ver) COLETIQUE

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DANIEL J. MORAIS

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EMBALLAGE

40

ENERMETER

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FROMM

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IGUS

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sustentabilidade

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papel e cartão

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INPLANT LUSOFORMA

packaging design

15, 39

MADECA

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MARCAEMBAL

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MARKEM IMAJE

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P.S.A.

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PLASTIMAR

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PLASTIRSO

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S.M.S.A.

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SEW EURODRIVE

embalagens metálicas 22 embalagens flexíveis

embalagens de plástico 28

2,24

SISTRADE

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TIL

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máquinas

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accionamentos

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controlo da qualidade

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impressão

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mercado

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Carlos da Silva Campos Todos os direitos reservados.

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PET

+ 6,4%/ano até 2020

A procura de PET aumentou 7 % em média anual na última década devido à diversidade de aplicações na área dos produtos de consumo, com destaque para a alimentação e bebidas, segundo a GBI Research, empresa de informação sediada em Nova Iorque (EUA). A procura global de PET passou de 6,472,350 toneladas em 2000 para 12,621,553 toneladas em 2010. Esta tendência de crescimento deverá manter-se no futuro próximo, e o mercado do PET poderá chegar às 23,452,281 toneladas em 2020, com um crescimento médio anual de 6.4%. A análise da GBI* indica que as economias emergentes com indústrias produtoras fortes vai levar o Brasil, a Rússia, a Índia e a China (BRIC) a tornarem-se predominantes

no mercado global do PET. Uma parte significativa da procura de PET vem da região Ásia-Pacífico, que representou 40,6 % da procura total em 2010. Esta quota deverá passar para 47,8 % até 2020, na medida em que a China está a emergir rapidamente como grande plataforma de produtos petroquímicos. A produção na China tem custos operacionais mais baixos, facilitando aumentos de capacidade gigantescos. A China foi responsável por quase metade das importações da região Ásia-Pacífico em 2010 e será provavelmente o maior mercado do PET em 2020, com os principais players do PET envolvidos em operações no país. No Brasil e na Rússia, o anúncio de direitos alfandegários sobre importações, lado a lado com os aumentos de capacidade, significam que os dois países irão também aumentar a sua importância neste mercado. A Índia, com a sua população e a tendência para o aumento do consumo, será outro foco de incentivo ao aumento da capacidade de produção de PET. A embalagem flexível vai continuar a aumentar a sua importância, tendo em conta a necessidade do sector retalhista de embalagens com melhor protecção e tempo de vida útil. Os refrigerantes com gás representaram uma quota de 31,5 % da procura de PET em 2010, enquanto os sectores alimentar e cervejeiro registaram quotas, respectivamente, de 22,4 % e 11,4 %. De acordo com a análise da GBI Research, o PET vai aumentar a sua quota no mercado da embalagem até 2020 devido à melhoria das propriedades barreira aos gases e à luz UV e à consequente extensão do tempo de vida útil dos produtos, ao mesmo tempo que os novos processos de enchimento a quente criam novas oportunidades para as embalagens PET de massas e molhos. Durante o ano de 2011, várias empresas cervejeiras adoptaram o PET e esta tendência deverá continuar até 2020 devido às vantagens do PET no que toca à qualidade do produto, à facilidade de transporte e à regulamentação que restringe o uso de garrafas de vidro em ambientes exteriores.

* Polyethylene Terephthalate (PET) Global Market to 2020 - Increasing Demand from Carbonated Soft Drinks, Food and Beer Packaging in BRIC Nations Driving Growth. [clicar para mais informação]

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notícias

Embalagem: um meio com

considerável poder

O estudo recente "Packaging: a medium with considerable power" compara a eficácia e alcance de 23 meios de comunicação e confirma a embalagem como um instrumento autónomo de marketing e como canal de publicidade, lado a lado com a televisão, a imprensa ou a internet. O estudo foi solicitado pelas associações Pro Carton e FFI e realizado na Alemanha pela Pointlogic International Media Consultants, que examinou o papel da embalagem sob dois pontos de vista: por um lado, a quantificação das respostas dos consumidores individuais sobre os vários meios foi pela primeira vez feita com inclusão da embalagem; por outro lado, os potenciais da embalagem para atingir os objectivos de marketing e publicidade foram calculados com base nos dados quantitativos e analisados em detalhe. Os resultados são claros: - A embalagem é apelativa de forma similar para todos os consumidores e contribui fortemente para a comunicação de marca; - A embalagem é um meio com grande exposição - e é eficaz quer nos estabelecimentos retalhistas, quer em casa dos consumidores; - A embalagem tem um efeito poderoso em vários aspectos do processo de compra. Influencia as decisões de compra, fornece orientação nas lojas, informa sobre a qualidade e aspectos ambientais do produto, promove o consumo, a repetição da compra e a recomendação;

Bosch adquiriu Ampack A Bosch Packaging Technology adquiriu a Ampack Ammann (Königsbrunn, Alemanha), construtor de enchedoras de copos e garrafas e sistemas de dosagem para líquidos alimentares sensíveis (lácteos, alimentos para bebés, alimentos hospitalares). A Ampack tem também um laboratório de investigação de tecnologia asséptica e de ensaios microbiológicos. Tem 250 trabalhadores e um volume de vendas na ordem dos 35 milhões de euros. Nº 214 Setembro 2012

- A embalagem apela de forma similar a todos os consumidores. O facto de os consumidores tenderem a observar mais a embalagem é um sinal seguro de que a embalagem não perderá importância a longo prazo; - A embalagem tem grande relevância no mundo digital. Por um lado, permite que os consumidores se liguem à internet através de códigos. Por outro lado, nas compras on line, os consumidores querem ver e analisar as embalagens. Para obter uma cópia deste estudo, clicar na imagem da capa, ao lado.

EGITRON representa SOMEX A EGITRON, empresa de engenharia e automação industrial que tem como objectivo principal o desenvolvimento e a comercialização de equipamentos e software para controlo da qualidade e inspecção, anunciou o estabelecimento de uma parceria com a empresa Irlandesa SOMEX, especialista no desenvolvimento de equipamentos para teste de produtos e embalagens para a indústria das bebidas. A empresa tem como principal objectivo apoiar os laboratórios ligados ao sector, mais precisamente auxiliar com os requisitos regulamentares, optimizar os processos e consequentemente aumentar a produtividade. Desde equipamentos para a realização de teste de pressão / resistência a garrafas PET e Vidro, a equipamentos para preparação e teste de amostras, os produtos SOMEX asseguram eficiência e repetibilidade, permitindo que os laboratórios possam ser mais eficientes na realização do controlo da qualidade. Para mais informação, clicar nos ícones.

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mercados e tendências Marketing:

Onde está Wally?

Tudo mudou no comércio de produtos de grande consumo. Nas últimas décadas, o retalho ganhou estrutura, estratégia e métodos próprios. Na maior parte dos casos, passou a ter um papel mais importante que o papel de produtor. O poder económico transferiu-se das indústrias produtoras para as cadeias de distribuição. As indústrias produtoras descaracterizaram-se em quase todas as vertentes da sua actividade. As estratégias de distribuição são quase sempre de adesão às condições da distribuição moderna. O processo de criação e desenvolvimento de produtos, que se pensava ser o último reduto da competência exclusiva da indústria produtora, é cada vez mais influenciado pelas grandes cadeias de distribuição. Estas são cada vez mais "prescritoras". Os produtores ou fornecem o produto especificado pelos distribuidores, ou ficam fora do mercado. Os distribuidores também se tornaram produtores. Significativo é também o facto de já não se falar em "produtores-embaladores", mas cada vez mais em "detentores de marcas". Esta última expressão já nem sequer distingue os produtores porque os distribuidores também criaram as suas próprias marcas. Durante muito tempo, a marca era um elo de reconhecimento e confiança do consumidor na competência de um produtor. Hoje, o consumidor pode não fazer a mínima ideia de quem efectivamente produziu o produto. A legislação não obriga a indicar quem efectivamente produziu e onde. As normas sobre rastreabilidade 6

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permitem que se saiba…mas apenas se houver algum problema. Na prática, o consumidor não consegue saber quem produziu e onde produziu. Se a rastreabilidade não se tornar evidente para o consumidor, agravar-se-á a desvalorização das marcas. O consumidor perceberá que a marca é pouco mais que uma fachada. Os consumidores mais atentos já perceberam que as "marcas da moda" fabricam em regiões onde a dignidade da pessoa, do trabalho e do ambiente são sub-standard. Podem condescender se se tratar de produtos de vestuário ou electrónica. Mas se se tratar de alimentos ou medicamentos, a tolerância será menor e mais curta... Prolifera entre muitos profissionais a ideia de que a marca é essencial e o produto é secundário. Nas últimas décadas, o ofício do marketing de produtos de grande consumo, consistiu em conquistar e manter "território" na galáxia da distribuição - as "store wars" de que tanto se falou. Ironicamente, o ofício do marketing é agora o de tentar que o produto seja pelo menos visível num cenário caracterizado pela proliferação de produtos, apresentações, SKUs (stock keeping units). Por outras palavras, trabalha-se hoje para desfazer o que se fez durante décadas... Os sinais de alarme soaram há mais de uma década. Por exemplo, um estudo da McKinsey & Company referiu que o número de marcas disponíveis no retalho americano triplicou entre 1991 e 2001, ultrapassando as

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mercados e tendências 45 000 marcas. Mesmo considerando uma população numerosa e habituada ao "consumismo", este número é já um exagero. Se considerarmos que a cada marca podem corresponder uma ou várias dezenas de produtos diferentes, não podemos deixar de concluir que a proliferação já atingiu a irracionalidade. Uma análise mais fina revelaria que, das tais 45 000 marcas, as primeiras 100 representam uma parcela ultra-maioritária do valor de negócios. O sucesso dessas 100 marcas é sempre citado para demonstrar a importância das marcas. Mas há que ser realista: os métodos de criação de uma marca que resultaram no passado são hoje quase inúteis. Os marketeers continuam a trabalhar da forma convencional, porque as alternativas não são fáceis de encontrar. Por isso, a proliferação é um processo que se realimenta. O travão à proliferação não está nas preferências dos consumidores, mas nas decisões de sortido e entrada em linha dos distribuidores. O sector distribuição no seu todo, e em aguns casos, uma só cadeia retalhista, tem a possibilidade de determinar ou alterar, com uma simples decisão, a quota de mercado de um determinado produto ou marca. As grandes marcas (as magníficas 100...) tentam "proliferar" o menos possível: podem criar "variantes" e "declinações", mas mantêm a marca "mãe" por inteiro ou pelo menos em parte, para que os produtos tenham o "apelido" mais eficaz. Mas fora desse grupo das marcas consagradas, os "detentores de marca" procuram sobreviver à proliferação, gerando mais proliferação. Isso tem implicações ao nível da produção e, sobretudo, da embalagem. Nas últimas décadas, os produtores tiveram que se ajustar ao binómio "mais variedade - séries mais pequenas", com tudo o que isso implica ao nível de stocks de materiais de embalagem, programação de etiquetas e códigos, máquinas flexíveis e com mudança rápida de formatos, etc.. As gráficas de embalagem tiveram que adaptar a sua capacidade de pré-impressão e impressão a esse binómio. Hoje em dia, o número de situações em que se justifica fabricar caixas de cartão canelado com papel kraft pré-impresso é muito mais limitado. Como as séries são mais pequenas, é menos arriscado imprimir a prancha de cartão canelado que vai dar origem à caixas e em muitos casos, a informação final só é colocada na caixa (por impressão ou etiquetagem) depois de cheia! Na embalagem primária, a tendência é similar. O produtor e o seu fornecedor de embalagens têm que encontrar soluções para variar a impressão da embalagem com uma frequência cada vez maior e com cada vez menos tempo. As tecnologias da informação e a impressão digital estão a ser a maior ajuda para conseguir este objectivo. A etapa de pré-impressão pode hoje ser muito mais rápida, com aprovação de provas on line, e com equipamentos mais rápidos para produzir chapas offset ou clichés para flexografia. Mas depois, no ponto de venda, as novas embalagens, com grafismos primorosamente acabados, originais e apelativos, estarão entre tantas outras… Onde está Wally? Nº 214 Setembro 2012

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mercados e tendências

EMBALLAGE 2012: uma agenda de excepção O Salão internacional da Embalagem – EMBALLAGE 2012 - abrirá as suas portas para a 40ª edição de 19 a 22 de novembro de 2012, no Parque de Exposições de Paris Nord Villepinte, em França. Conta com cerca de 1300 expositores, dos quais 48% de fora de França, repartidos pelo leque completo de sectores que formam o mercado da embalagem, incluindo materiais, embalagens, etiquetas, máquinas, impressão, codificação, impressão, etc.. A organização prevê uma afluência de 89 mil visitantes profissionais durante os 4 dias da feira. A EMBALLAGE 2012 atrai profissionais de todos os sectores de utilização de embalagens, com destaque para os vários segmentos da indústria de produtos alimentares e da produção e engarrafamento de bebidas. As indústrias de produtos de saúde (farmacêuticos e outros), de cosmética, perfumaria e cuidado pessoal encontram também nesta feira uma ampla oferta de materiais e equipamentos. Segundo Véronique Sestrières, a EMBALLAGE 2012 será sobretudo “um espaço formidável de valorização de todas as inteligências da cadeia”.

Neste espaço, será exibida uma selecção de produtos inovadores e que representam ou projectam as tendências do mercado e da sociedade. Para fazer esta selecção, A EMBALLAGE recorreu à opinião de jornalistas e formou o “comité Pack Esperts”, responsável pela atribuição dos “Prémios de Inovação 2012”. No espaço PACK INNOVATION, os visitantes vão ter a oportunidade de ver as embalagens premiadas.

Plataforma comercial e de sourcing Destaque à inovação Para a edição 2012 da EMBALLAGE, foi elaborada uma agenda de excepção, com o objectivo de destacar os aspectos mais inovadores que se oferecem às empresas do sector. Para além dos pavilhões e corredores com a decoração própria dos stands dos expositores, a feira vai ter vários espaços e eventos temáticos. Desde logo, o espaço PACK INNOVATION, que terá como tema “PACK SMART- Innovations & solutions: everything you need to know!” (Embalagem Inteligente – Inovações e Soluções: tudo o que precisa de saber!).

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Com periodicidade bienal, a EMBALLAGE é uma das principais plataformas comerciais, de sourcing e de inspiração para o sector, quer para as empresas que trabalham sobretudo para mercados domésticos, quer para as que actuam na cena internacional. A produção mundial de embalagens representa actualmente um valor na ordem dos 670 mil milhões de dólares e poderá chegar aos 820 mil milhões de dólares em 2016, de acordo com as estimativas e previsões da Pira International. O crescimento será sustentado sobretudo pelas economias emergentes ou em transição, com destaque para a China, a Índia, o Brasil e alguns países da Europa Leste. A subida do poder de compra nesses países é o principal factor de impulso da procura de embalagens.

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mercados e tendências

Entretanto, na Europa, as indústrais de embalagem procuram estratégias para manter ou recuperar o crescimento, apostando sobretudo na inovação e na exportação. As indústrias francesas da embalagem registaram um aumento de facturação de 10% em 2010.

Surpreender o consumidor

Design, que irá mostrar embalagens que marcaram sucessivas épocas da história recente. Os visitantes poderão encontrar esta exposição no Pavilhão 6. Outro espaço temático é o “PACK VISION”, onde terá lugar um ciclo de conferências dedicadas ao futuro das embalagens, e uma exposição sobre o tema “Embalagens e Alternativas dignas de Destaque”, com modelos originais selecionados por seis escolas de design. Entre os temas das conferências estarão os seguintes: segurança alimentar e perspectivas para a embalagem, design funcional das embalagens, cooperação no sector europeu da embalagem, o fim do ‘pensar global, agir local’? O programa completo pode encontrar-se em www.emballageweb.com.

Será ainda possível surpreender o consumidor? Que papel pode caber à embalagem? A EMBALLAGE será o lugar indicado para procurar respostas a estas perguntas. Para suportar a informação dos expositores e visitantes, a Comexposium (empresa organizadora da feira) lançou, em colaboração com a OpinionWay, uma sondagem europeia (França, Espanha, Itália e Alemanha) para determinar quais são Estão presentes como expositores as percepções que os consumidores na EMBALLAGE 2012 as seguintes actuais têm da embalagem. As empresas portuguesas: respostas são variadas mas têm algo em comum: os consumidores acham CASFIL que a embalagem podem combinar (embalagens flexíveis) características que no passado eram consideradas antagónicas. 65% dos EMBALNOR consumidores acham que pode ser (embalagens de plástico) simultaneamente “sexy e virtuosa”, igual percentagem de consumidores GEPACK acham que a embalagem pode ser (embalagens de PET) “bonita e útil” e 92% acham que pode ser “económica e ecológica”! Para os MONTEIRO RIBAS designers e marketeers, estas (embalagens flexíveis) indicações representam desafios acrescidos e é por isso mesmo que a POLIVOUGA procura de soluções inovadoras não (filmes plásticos) deverá abrandar.

Presenças Portuguesas

Agenda carregada Outra fonte de inspiração é a exposição “I Love Pack, since 1947” (gosto da embalagem, desde 1947), uma iniciativa inédita preparada sob a coordenação do Instituto Francês do Nº 214 Setembro 2012

REMBALCOM (filmes plásticos) SISTRADE (software ERP) TECNOGRAVURA (serviços de pré-impressão)

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A EMBALLAGE é também uma feira de tecnologias. A maior parte do espaço de exposição será, como sempre, preenchido por máquinas. Nos eventos paralelos ou complementares, as tecnologias terão também o seu lugar. O fórum SYMOP incluirá um programa de conferências sobre automatização, robótica, gestão de linhas completas de embalagem, eco-concepção, ferramentas de programação da paletização, visão artificial, controlo dimensional em linha e a 100%, etc.). É um atractivo adicional para os técnicos e profissionais que visitarem a feira. Durante toda a EMBALLAGE 2012, estará “no ar”, entre as 10 e as 18 horas, o canal EMBALLAGE TV, com a actualidade do sector e da feira. Cada dia será dedicado a um material. O canal interno contará com a participação de especialistas como Lars Wallentin, François Peltier, Andrew Gibbs e outros. índice

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pockaging design

Embalagens

mecano-activas Um pote de sopa que abre automaticamente quando aquecida no forno pode tornar-se uma embalagem normal num futuro próximo. Protótipos já existem. Industrializar o conceito não será fácil, mas a investigação está em curso. Desde há alguns anos que a Innventia, empresa sueca dedicada à pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores baseados em recursos florestais, que se investigam as possibilidades de criar materiais "mecano-activos", "activos" ou "reactivos" isto é, capazes de reagir com movimento, mudança de formato ou côr/aparência a "estímulos" como a temperatura, humidade, electricidade, tensão mecânica, etc.. Os materiais "opto-activos" mudam de cor quando expostos a determinado estímulo. Já se conhecem exemplos baseados em tintas termocrómicas, mas o sentido da investigação da Innventia é diferente: obter as propriedades "reactivas" apenas com revestimentos baseados em matérias renováveis. Esta funcionalidade cromática pode ter múltiplas utilidades no mundo da embalagem comercial: protecção de marcas (anti-contrafacção), segurança de produtos (indicadores de exposição), efeitos especiais de design, etc.. O exemplo do pote de sopa que abre automaticamente com a temperatura insere-se no grupo dos materiais "mecano-activos". Combinando materiais (sobretudo papéis e películas de celulose) com diferentes propriedades térmicas, é possível obter efeitos mecânicos, isto é, "movimento". Com o design, esse movimento pode transformar-se em utilidade (auto-abertura da embalagem) ou "espectáculo" (efeito atracção/promoção). O protótipo do pote de sopa tem o formato que se pode ver na foto.

Mas o melhor é ver mesmo este protótipo em acção. Em vez de uma tampa, o pote de sopa é fechado com um conjunto de "pétalas". O aumento da temperatura provoca a retracção de "segmentos" ligados lateralmente a cada "pétala", provocando a abertura da embalagem como se fosse uma flor a desabrochar. Clicar no ícone para ver o filme. 10

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Bevipak

para eventos Como facilitar a distribuição e consumo de bebidas durante jogos de futebol, festivais ou concertos musicais, ou outros eventos do género? A norte-americana BEVI lançou uma ideia a meio termo entre a lata e a garrafa. A Bevipack é uma embalagem em PET, com formato de lata, abertura larga e tampa de rosca. Serve de copo e funciona como "pronto a servir", ideal para eventos. Suporta pressão interna até 5 bar, compatível com a pressão normal das cervejas e refrigerantes. Desde que a tampa tenha sido removida, a abertura larga faz com que a embalagem não sirva de arma de arremesso. É uma solução mais prática e com menos consumo de materiais comparativamente à solução adoptada actualmente nos estádios.

Embalagens

deslizantes nómadas e mais baratas A Burgopack (Reino Unido) lançou uma gama nómada (2GO range) das embalagens deslizantes, orientada para produtos habitualmente transportados pelos consumidores. As embalagens burgopack diferenciam-se pelo mecanismo de abertura deslizante: os dois lados abrem simultaneamente bastando puxar um deles. O conceito pode servir para os mais diversos produtos, desde caixas de telemóveis, CDs ou DVDs até blisters para pastilhas ou comprimidos. O sistema deslizante patenteado pela Burgopack pode ser utilizado sob licença por outros fabricantes. A Burgopack anunciou entretanto uma redução dos preços destas embalagens. A optimização dos processos de fabrico, em colaboração com os produtores, permite reduções de preços que podem ir até aos 40%, informa a Burgopack.

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packaging design Epica Awards

Ideias novas Os "Epica Awards" são atribuídos anualmente por um júri constituído por jornalistas na área do marketing e publicidade. Da edição de 2011, destacamos algumas das ideias premiadas na categoria 'packaging design'.

Vidro e lata para azeite grego A designer Nicole Chatziioakimidi, da agência Mousegraphics (Atenas) criou novas embalagens para promover a imagem do azeite grego. À elegância das garrafas de vidro junta-se a expressão sugestiva do rótulo com duas azeitonas (desenhadas por Ioanna Papaioannou). No conjunto de embalagens metálicas, a opção foi para as formas arredondadas. Outro prémio bronze. As embalagens destinam-se a promover o azeite grego (extra virgem e orgânico) nos EUA, Canadá e Japão.

Sacos plantáveis Mais uma acha na campanha contra o saco de plástico. As designers russas Vera Zvereva, Maria Mordvintseva e Yulia Zhdanova (Depot WPF) sugerem um EcoBag de papel que não é apenas biodegradável e compostável. O papel contém sementes. Se o saco for abandonado sobre a terra e apanhar chuva, poderá surgir relva, trevo ou camomila...

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Por uma boa causa Para apoiar a luta contra o cancro da mama, a Kohberg, uma das principais marcas dinamarquesas de produtos de pão, lançou o seu pão de centeio (Rugbrodsboller) numa embalagem flexível com impressão rosa em forma de soutien, e destinou parte da receita das vendas à Sociedade Dinamarquesa do Cancro. O design é da agência Envision. Prémio bronze na categoria "packaging" dos Epica Awards.

Ainda a Coca-Cola Nos EUA, a Diet Coke é a 2ª bebida carbonatada no mercado. Como refrescar o reconhecimento de uma marca que já todos conhecem? A Coca-Cola Company colocou o desafio à agência Turner Duckworth (S. Francisco, Londres). Na nova decoração das latas, surgem em evidência as iniciais D e K (não podia ser o C, por razões fonéticas) para criar um novo ícone para a marca. Para as caixas de cartão, os designers sugeriram três impressões complementares para criar um "efeito cartaz"

Relógio para mergulhadores A agência Scholz & Friends (Alemanha) teve uma ideia simples e directa para a apresentação dos relógios 'Festina Profundo'. São relógios concebidos para actividades desportivas, incluindo as subaquáticas. Para convencer os potenciais compradores de que o relógio resiste à água durante muito tempo, nada mais directo do que apresentá-los…dentro de água! Os relógios são apresentados num saco totalmente transparente, cheio de água destilada.

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packaging design Pintar os doces O nome diz tudo: "Food Paint Shop". A agência Kolle Rebbe (Alemanha) sugere a venda de tintas alimentares em spray, para que os consumidores possam pintar a seu gosto bolos, coberturas de bolos, ou quaisquer outros alimentos a seu gosto. A ideia foi concretizada pela Produktionsbuero Romey von Malottky GmbH (Hamburgo) e pode ser comercializada como kit de pintura. Ouro, prata, azul e vermelho chegam para pintar um mural de bolo. Ou podem usar-se cartões recortados para aplicações tipo "stencil".

Deli Garage Da mesma empresa, vieram outras ideias para transformar o consumo de bolos numa "experiência" (uma das frases da moda...). Sob o conceito de 'Deli Garage', a Produktionsbuero sugere a venda de kits de "ferramentas" (em forma de chaves de fendas) para cortar e esculpir bolos. E os próprios bolos podem ser formados a partir de "tijolos". Para obter estes "tijolos", o consumidor compra uma embalagem (como se fosse uma saca de cimento) que contém a massa do bolo e moldes em cartolina fáceis de armar, para levar a massa ao forno e obter os tais "tijolos". Depois, é só construir o muro ou a casa e pintar a tinta spray! Podem vender-se vários tipos de "cimento" (vários sabores), aos quais o consumidor só tem que juntar os demais ingredientes necessários...

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Lápis de Queijo Existe um modo prático de ralar queijo sobre a salada? O designer preparou-se para iniciar um novo trabalho. Pegou no lápis, no afia-lápis e… de repente viu que tinha a solução nas mãos! De novo a agência Kolle Rebbe apresenta uma ideia revolucionária: lápis de queijo, que se podem "afiar", deixando que as aparas caiam sobre a salada. A embalagem inclui indicações de dosagem (em kcal). Estes "Parmesal Pencils" fazem parte do conceito 'Deli Garage'. Podem ser úteis quer para consumidores finais, quer para o mercado profissional.

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packaging design

Chocolate com fita PP expandido para embalagem alimentar A EDV Packaging (Barcelona, Espanha) e a Mucell Extrusion assinaram um acordo de licença exclusiva para a Europa, para a produção de folha de polipropileno expandido com propriedades barreira para embalagem alimentar. A tecnologia micro-celular resulta de um extenso desenvolvimento abrangido por mais de 30 patentes da Mucell Extrusion, do M.I.T. (Massachusetts Institute of Technology) e da Dow Chemical Company. O acordo, combinado com a capacidade de coextrusão da EDV Packaging, permitirá à empresa lançar uma nova gama de folhas de PP expandido com EVOH (material barreira). Estes materiais permitem reduzir o peso e o impacte ambiental das embalagens, melhorando ao mesmo tempo as propriedades mecânicas, comparativamente a outros materiais expandidos. A nova gama de folhas de PP expandido barreira estarão comercialmente disponíveis na segunda metade de 2012.

Códigos QR promovem flores A KP Holland, uma das maiores empresas do sector holandês das flores, relançou a marca Kalanchoe Rosalina com uma nova embalagem estreada na Flora Holland Trade Fair de Naaldwijk. Os vasos de 7 e 14 cm passaram a ser decorados com mangas flexíveis com quatro cores diferentes, produzidas pela Van der Windt (grupo Clondalkin) . Para chamar a atenção para a marca, foram distribuídos copos de papel para café e chá, impressos com a imagem da marca Rosalina e com o código QR (Quick Response). Ao aceitar um chá ou café quente, os visitantes da feira depararam com a novidade do código QR, que pode ser lido pelos telemóveis e iniciar o acesso ao website da KP Holland para obter mais informação sobre as flores. A Clondalkin Flexible Van Der Windt fornece copos de papel para os mercados da Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Irlanda e Dinamarca. O grupo Clodalkin tem fábricas repartidas por 10 países (América do Norte e Europa), com cerca de 5000 trabalhadores e um valor de vendas de 900 milhões de euros por ano, repartido pelas actividades de medicamentos e saúde, produtos de consumo, embalagem flexível e trading. A Divisão de Embalagem Flexível representa cerca de 70% das vendas. Nº 214 Setembro 2012

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A embalagem flexível típica das barras de chocolate pode não ser tão fácil de abrir como parece. O pequeno rasgo é fácil para qualquer consumidor, mas nem sempre um só rasgo chega para libertar as barras de chocolate. Para ultrapassar este problema e recuperar quota de mercado, a Nestlé do México decidiu introduzir uma funcionalidade adicional nas embalagens das barras de chocolate 'Carlos V': uma fita de rasgo de 3 mm, amarela, aplicada na face interior do filme metalizado. Assim, a embalagem abre completamente ao primeiro rasgo. As fitas de rasgo são fabricadas e fornecidas pela Payne. A fita de rasgo tem impressão a preto, com brindes promocionais anunciados para promover as vendas: toques para telemóveis, televisões e tablet PCs. Para esta funcionalidade, a Payne disponiza o serviço de impressão variável para as suas fitas de rasgo. A aplicação automática das fitas Supastrip da Payne não afecta a cadência das linhas de embalagem.

PE para leite esterilizado e UHT A SABIC desenvolveu o novo grau SABIC® HDPE B5260ULS, para produção por extrusão-sopro de garrafas para leite, produtos lácteos e sumos. O alvo principal deste lançamento é a produção de garrafas para leite esterilizado ou UHT, com estruturas mono ou multi-camadas. Daí as letras ULS que fazem parte da referência deste grau de PEAD e que significam ultra long shelf life, tempo de vida útil ultra-longo. O novo grau tem índice de fluidez de 2 g/10 min (a 2,16 kg). Segundo a SABIC, o novo grau suporta bem a esterilização na garrafa sem perda das características organolépticas do produto. Tem também resistência mecânica adequada ao uso esperado para este tipo de embalagem. índice

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packaging design

Embalagens com voz O aumento da expectativa de vida, um dos indicadores de melhoria das sociedades, traz consigo o aumento das necessidades especiais. Uma delas é a necessidade de compensar a perda de visão. Na sua maior parte, as embalagens são projectadas e impressas para consumidores adultos sem necessidades especiais de visão, o que significa que são inadequadas para consumidores séniores com dificuldades de visão. No futuro, este problema será resolvido com soluções baseadas na voz: as embalagens de alimentos e medicamentos do futuro poderão ter voz associada, graças à tecnologia NFC (Near Field Communication) que está a ser aplicada e desenvolvida por centros de investigação como o VTT Research Centre, da Finlândia. Não é necessário encarecer a embalagem com um chip convencional contendo uma gravação. Basta que a embalagem tenha um código que possa ser lido por um telemóvel. Este, ao ler o código, pode dar acesso à informação relevante e, se o consumidor tiver dificuldade na leitura do écrã, pode ouvir essa informação em voz. É uma forma prática e simples de obter informação sobre ingredientes, origem do produto, dados de interesse dietético e nutricional, informação ambiental, etc.. Como exemplo de aplicação desta tecnologia NFC, pode referir-se o projecto HearMeFeelMe, que envolve o VTT, o TopTunniste (Finlândia), Tecnalia (Espanha) e Demokritos (Grécia). O projecto lançou cinco aplicações experimentais para acesso a informação médica através da

tecnologia NFC, que permitem aos consumidores obter informação sobre dosagem, riscos de alergia, etc.. Para testar as cinco aplicações, foram constituídos painéis de utilizadores, com a colaboração de instituições como a Fundação Caritas, a Federação Finlandesa dos Deficientes Visuais, a Joutsen Pharmacy 6 (Oulu, Finlândia) e a SSI, prestador de serviços de geriatria em Espanha. O sistema preferido pelos utilizadores foi o Touch 'n' Tag da Top Tunniste (Finlândia), um sistema de etiquetas codificadas que podem ser lidas por telemóveis com leitor NFC para aceder a informação por voz. Para gravar a informação, basta pressionar a etiqueta e ditar a informação para o telefone. Para aceder à informação, basta tocar na etiqueta com o telefone. O sistema pode ser usado pelo embalador, pelo farmacêutico ou pelo próprio consumidor, que assim pode gravar com a sua própria voz. É como anotar a embalagem, só que com voz. As aplicações recentes da tecnologia NFC ainda não são suportadas pela generalidade dos telemóveis, mas é de esperar evolução neste domínio. Por outro lado, a transformação de informação escrita em voz é tecnicamente fácil de resolver e será uma forma muito útil de facilitar a vida aos consumidores com dificuldades de visão.

Embalagem tri-sensorial A exploração do potencial multi-sensorial da embalagem é uma das formas de destacar uma marca no mercado. Em vez da simples "visibilidade", a marca pode ser reconhecida pelo seu tacto ou pelo seu aroma. A ideia de uma embalagem tri-sensorial está a ser proposta no mercado europeu pela empresa espanhola Esparbé, associada a três empresas do Grupo Lantero (Gràfiques Argent , Cycobox e Leca Packaging), que combinam as capacidades de transformação e impressão de papel e plástico. O consórcio 3SP (Tri-Sensory Packaging) tem um catálogo de efeitos especiais, que incluem relevos 3D até 5 mm, formatos originais por corte laser, fragrâncias incluídas na impressão e efeitos tácteis diversos. Tem marcado presença am alguns dos principais eventos do sector da cosmética e da embalagem para "produtos de luxo". É também uma das empresas premiadas no concurso espanhol Liderpack, com duas embalagens com relevo 3D. 14

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packaging design

Produtos "sem" - a era das preferências negativas Bombardeados pelo excesso de informação (nem sempre exacta), os consumidores podem ser induzidos a preferir um produto não pelo que é ou contém, mas por aquilo que não é ou não contém! Sem modificação genética, sem antibióticos ou hormonas, sem glúten, sem açúcar, sem cafeína, sem fosfatos, sem Bisfenol A, sem PVC, sem plastificantes, sem... Os consumidores querem o máximo de segurança e o mínimo de aditivos. Nos últimos anos, foram repetidamente assustados com descobertas, notícias e também muito alarmismo sobre materiais de embalagem, adesivos, aditivos, etc. O termo "migração", que antes apenas fazia parte do vocabulário de um número limitado de profissionais, tornou-se conhecido de muitos consumidores. Isto representa algumas

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oportunidades para o marketing. Se o produto ou a embalagem puder ter um "sem", é possível que venda mais. Os frascos de vidro continuam a ser uma das embalagens preferidas para produtos alimentares. O PVC aditivado com plastificantes foi substituído pelos vedantes PROVALIN® , um material desenvolvido pela ACTEGA DS que suporta os tratamentos térmicos (pasteurização, esterilização), o enchimento a frio e a generalidade dos processos utilizados na indústria alimentar. Em vez de um polímero com aditivos plastificantes, o vedante da ACTEGA baseia-se no elastómero termoplástico (TPE), material que combina as propriedades vedantes da borracha com a moldabilidade dos termoplásticos.

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Outra área de preocupação para as marcas e para os fabricantes de embalagens é a dos adesivos, utilizados em numerosas aplicações, desde os rótulos até às caixas de cartolina e cartão. A possibilidade de usar adesivos sem Bisfenol A (BPA) ou melaminas, como sucede com os adesivos da ACTEGA, permite retirar menos uma preocupação à embalagem.

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sustentabilidade

Papel e Cartão: economia circular exige mais capacidade A longa tradição da recuperação de papéis e cartões e os circuitos de recolha criados nos últimos anos por impulso da legislação colocaram a Europa na liderança da reciclagem de papel. Este é um dos sectores mais próximos do conceito de "economia circular", uma vez que a percentagem de papéis e cartões que se recuperam e desviam dos aterros e outros destinos de eliminação se aproxima cada vez mais dos 100 %. No entanto, a Europa é excedentária em papéis para reciclar, o que significa que depende da exportação, designadamente para a Ásia. Significa também que existe um potencial de crescimento para as indústrias de reciclagem de papel. A REPACAR, a Associação Espanhola dos Recuperadores de Papel e Cartão, estima esse potencial de crescimento em 20%. Em França, o excedente de papéis para reciclar está acima de 2 milhões de toneladas, uma quinta parte do excedente total da Europa, calculado pela CEPI, a Confederação Europeia da Indústria do Papel, em 10 milhões de toneladas, num total de 57 milhões de toneladas de resíduos de papel e cartão recolhidos. Segundo a estimativa da Forest Trends, a China absorve e recicla cerca de 65 milhões de toneladas com origem, nos EUA, na Europa e no Japão. A "economia circular" do chamado "Ocidente" está, por isso, dependente da Ásia. A exportação e reciclagem na China traz grandes benefícios para o ambiente global, designadamente no que respeita à gestão sustentável das florestas e à redução das emissões. Mas a situação de dependência envolve riscos a médio ou longo prazo: por exemplo, se a capacidade de reciclagem na China começar a ocupar-se dos resíduos gerados no seu próprio país. A preferência pelos resíduos importados por parte das indústrias chinesas está relacionada com a qualidade dos resíduos obtidos na Europa. À medida que a 16

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China passar a dispor de circuitos de recolha e preparação bem organizados e capazes de gerar matéria-prima com qualidade comparável, as indústrias de reciclagem, tenderão a preferir as fontes domésticas. As associações sectoriais europeias defendem medidas destinadas a

incentivar o aumento de capacidade de reciclagem na Europa. Entre essas medidas está o estabelecimento de taxas mínimas de material reciclado nos produtos, normas de preferência pelos materiais reciclados, mais investigação e inovação com produtos baseados em reciclados, etc..

Plásticos: reciclados para contacto alimentar A Comissão Europeia vai comparticipar financeiramente na investigação ao abrigo do 7º Programa Quadro para desenvolver processos e procedimentos de qualidade para a valorização de plásticos reciclados para aplicações de contacto alimentar. O projecto de três anos, iniciado em Novembro de 2011 e designado SupercleanQ, envolve um consórcio que reuniu um financiamento de 1,916,300 euros para desenvolver ferramentas de controlo de qualidade e procedimentos para os processos de reciclagem de plásticos destinados a aplicações de contacto alimentar. As ferramentas serão aplicadas a novos processos para a reciclagem de PET colorido e multi-camadas em aplicações de contacto alimentar que não podem ser concretizadas nas actuais instalações de reciclagem de PET. Os resultados do projecto irão acelerar o desenvolvimento de novos processos para alargar o mercado dos materiais

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sustentabilidade

Vidro: Reciclagem e recolha selectiva - vectores para uma economia circular Um relatório recentemente publicado pela Associação das Cidades e Regiões para a Reciclagem e Gestão Sustentável dos Recursos (ACR+) para a Federação Europeia da Embalagem de Vidro (FEVE) afirma que os esquemas de recolha selectiva deverão ser largamente apoiados para que seja possível construir uma economia circular para a embalagem de vidro. O relatório afirma que a Europa precisa de usar os seus recursos de forma muito mais criteriosa, reciclando mais, o que significa que necessitamos de taxas de recolha mais elevadas e de um nível de qualidade mais elevado para o vidro recolhido. O relatório

aptos para contacto alimentar e fornecer garantias de qualidade para os transformadores e utilizadores finais, ultrapassando as actuais barreiras à expansão do mercado dos reciclados. Os principais avanços esperados, relativamente à situação actual, são os seguintes: - um ensaio pós-mercado para validação de reciclados para contacto alimentar, com 100% de fiabilidade; - um processo de validação pós-processo para garantir a eficácia dos processos de reciclagem para aplicações de contacto alimentar, com 100% de fiabilidade; - desenvolvimento de um processo para reciclar 70 000 toneladas por ano de PET colorido e multi-camadas, de forma a obter um reciclado apto para contacto alimentar; Nº 214 Setembro 2012

conclui que só as garrafas e frascos de vidro recolhidos selectivamente podem resultar numa quantidade e qualidade superior de casco (vidro usado) disponível como recurso para produzir novas embalagens. O vidro é um dos melhores exemplos do modelo de produção em circuito fechado porque é um dos materiais mais reciclados na Europa (67% em média). Isto deve-se não só às suas características - é 100 % e infinitamente reciclável - mas também devido aos circuitos de recolha selectiva bem estabelecidos. No entanto, mais pode ser feito e o estudo da ACR+ salienta algumas boas práticas. O aumento da

- monitorização em linha para controlo de qualidade e identificação de contaminantes resultantes de aditivos oxodegradáveis, polímeros biodegradáveis, bisfenol A e outros contaminantes tolerados para aplicações não alimentares. O consórcio SupercleanQ, que vai investir um total de 2,4 milhões de euros neste projecto, é formado por 12 organizações europeias: The British Plastics Federation (Reino Unido), Universidade de Exeter (Reino Unido), Smithers Rapra (Reino Unido), Assocomaplast (Itália), Aliplast (Itália) e Dentis (Itália), European Plastic Converters, Comité Europeu de Normalização (com apoio da Bélgica), Machinefabriek Otto Schouten (Holanda), S+S Separation and Sorting Technology (Alemanha), Extricom (Alemanha) e o Instituto Fraunhofer (Alemanha).

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reciclagem de vidro traz grandes benefícios para o ambiente porque quanto mais vidro reciclado se usa, menor é a necessidade de extracção de matérias-primas, a quantidade de resíduos gerados, o consumo de energia e as emissões de CO2. Com base numa análise alargada dos esquemas de recolha municipal na Europa, o estudo da ACR+ identifica oito tipos de esquemas, incluindo vidrões com separação de cores, como vectores para o aumento da reciclagem do vidro. Nos esquemas de recolha selectiva, o material processado tem qualidade mais elevada e conforme com as especificações necessárias para a produção garrafa-a-garrafa e o custo é competitivo em comparação com o uso de matérias-primas virgens. Outros sistemas, como as recolhas conjuntas, não só podem ser mais caras como apenas dão origem a casco adequado para aplicações de menor valor (exemplo: agregados). Estas aplicações são literalmente um desperdício porque o material acaba por se afastar para sempre da economia circular. O estudo também recomenda mais e mais clara comunicação com os cidadãos sobre as vantagens da recolha do vidro e da reciclagem num sistema garrafa-a-garrafa, e sobre o papel que eles podem desempenhar. As municipalidades e a indústria também podem trabalhar neste domínio. índice

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sustentabilidade

Depois dos "renováveis"... os "Permanentes" "Materiais permanentes" é a nova categoria de recursos reconhecida pelo Parlamento Europeu. Ao longo dos últimos anos, generalizou-se a expressão "recursos renováveis", usada para destacar a vantagem ambiental do uso desses mesmos recursos. Mas a ideia dicotómica renováveis/não renováveis teve vida curta. Num documento estratégico sobre eficiência de recursos, o Parlamento Europeu adoptou a expressão "materiais permanentes", que engloba todos os materiais de longa duração, incluindo os que podem ser indefinidamentre reciclados. Essa é, aliás, a definição adoptada na normalização

do Reino Unido (British Standards): "materiais relativamente aos quais se desenvolvem esforços para que a sociedade continue a usar a energia e as matériasprimas investidas na sua produção quando esses materiais chegam ao fim do seu ciclo de vida, quer por reutilização, quer por reciclagem, sem perda de qualidade qualquer que seja o número de vezes que o material é reciclado". A Metal Packaging Europe, associação do sector da embalagem metálica (produtores de aço, alumínio e indústrias transformadoras), foi das primeiras a aplaudir este novo critério.

Reino Unido:

Acordo Voluntário para a redução de resíduos O Hospitality and Food Service Agreement, apresentado no dia 27 de Junho de 2012, é um acordo voluntário com metas de redução e reciclagem de resíduos de alimentos e de embalagens no sector da restauração e catering. Segundo o fundo WRAP, promotora do Acordo, as medidas de redução, reciclagem e compostagem (digestão anaeróbia) podem representar uma poupança de 270 milhões de GBP (libras esterlinas) por ano.

que, recebeu a adesão de 73 hoteis, pubs, restaurantes, restaurantes de serviço rápido, empresas de catering, indústrias e departamentos da administração pública. Entre os primeiros aderentes estão marcas como Compass, Domino’s Pizza,

Greene King, Greggs, McDonald’s, Unilever Food Solutions, etc. A adesão ao Acordo implica compromissos de acção e reporte de resultados, mas pode proporcionar grandes vantagens económicas para os aderentes.

A primeira meta do Acordo é a redução dos resíduos de alimentos e embalagens de alimentos em 5% até final de 2015, tendo por base os dados de 2012. A percentagem refere-se ao cálculo das emissões de CO2. A segunda meta é o aumento da taxa de reciclagem e digestão anaeróbia de resíduos de alimentos e resíduos de embalagens para um mínimo de 70%, em peso, até 2015. A adesão ao acordo é voluntária e acessível a empresas de todas as dimensões. Logo na fase de arraníndice 18

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sustentabilidade

Iniciativa

SAVE FOOD

quer reduzir perdas de alimentos A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e um conjunto de parceiros estão a apelar às empresas e organizações de todo o mundo para se juntarem à iniciativa SAVE FOOD, um esforço à escala global, lançado em 2011, que tem por objectivo reduzir as perdas de alimentos e os resíduos. As perdas de alimentos estimam-se actualmente em 1,3 mil milhões de toneladas, com um valor aproximado de um bilião de USD ("trilião" na escala curta usada nos EUA e na imprensa económica). A iniciativa SAVE FOOD conta actualmente com mais de 50 parceiros, entre os quais a Messe Dusseldorf, empresa organizadora de feiras, e a Interpack, a feira de embalagem e processamento, mas procura novos parceiros, designadamente empresas do sector privado e organizações sem fins lucrativos envolvidas na cadeia de fornecimento de alimentos e que possam contribuir com o seu conhecimento e experiência. Novas tecnologias, melhores práticas, coordenação, investimentos em infraestruturas - da produção de alimentos ao consumo são aspectos cruciais para reduzir as perdas e os resíduos de alimentos.

Sustentabilidade "Com 900 milhões de pessoas com fome no mundo e um bilião de dólares desperdiçados, a acção conjunta para reduzir perdas pode melhorar as condições de vida, a segurança alimentar e reduzir o impacto ambiental" - afirma Gavin Wall, director da Divisão de Infraestrutura Rural e Agro-Indústrias da FAO. Um terço dos alimentos produzidos a nível mundial para consumo humano é deitado fora ou perdido, e com ele os recursos naturais usados na sua produção. As perdas globais de alimentos nos países industrializados atingem cerca de 680 mil milhões de USD. Nos países em vias de desenvolvimento, as perdas estimam-se em 310 mil milhões

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de USD. "Aumentar a segurança alimentar cortando as perdas e resíduos de alimentos é um desafio que todos partilhamos e é um tema central da conferência UN Rio+20 sobre o Desenvolvimento Sustentável" - disse Wall. "Mesmo que só se consiga salvar uma quarta parte das perdas globais, isso será suficiente para alimentar 900 pessoas com fome no mundo" - diz Robert van Otterdijk, chefe de equipa da SAVE FOOD. Embora ocorram em todas as etapas da cadeia de fornecimento, as causas e o impacto das perdas de alimentos difere de região para região. Nos países em vias de desenvolvimento, as perdas de alimentos afectam duramente os pequenos agricultores. Cerca de 65% das perdas ocorre na produção, após as colheitas e nas fases de processamento. Por exemplo, num projecto em curso na Gâmbia, a abordagem "Uma Aldeia - Um Produto" está a ajudar os agricultores a reduzir significativamente as suas perdas (ver filme sobre este projecto). Nos países industrializados, os desperdícios de alimentos ocorrem com frequência no retalho e ao nível do consumo, devido a uma mentalidade orientada para "deitar fora". O desperdício per capita ao nível do consumo está actualmente entre 95 e 115 kg/ano na Europa e nos EUA, enquanto na África sub-sahariana e no sudoeste asiático, o desperdício per capita ao nível do consumo é da ordem dos 6 a 11 kg/ano.

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papel e cartão Autobox

Caixas mais rápidas com opção de impressão Pequenas séries, séries especiais, auto-produção - é um segmento em ascensão no sector das caixas de cartão canelado. A Autobox (Reino Unido), especialista em equipamentos para fabricação rápida de caixas de cartão canelado, registou em 2011 um aumento de vendas de 50% e 70% desse valor refere-se a vendas fora do Reino Unido. Para as grandes séries, mantêm-se as soluções convencionais, com pré ou pós impressão a alta velocidade e com mudanças de trabalho mais espaçadas. As máquinas da Autobox destinam-se a segmentos ou nichos de mercado completamente diferentes onde predominam as pequenas séries. A tecnologia da Autobox pode servir inclusivamente para soluções de auto-produção, isto é, em que é o próprio embalador que fabrica as suas próprias caixas. A solução mais recente e responsável pelo sucesso comercial da Autobox, é a combinação das máquinas HiPak-HiFlex-HiCut, caracterizada pela precisão dos servo-accionamentos e pela rapidez de mudança de formato.

A partir da prancha de cartão canelado (com larguras entre 100 mm e 2600 mm e com comprimento ilimitado), a máquina combinada executa, numa só passagem, o corte e vinco e a impressão (flexografia a uma ou duas cores). Em resultado de dois anos de investigação e aperfeiçoamento, esta máquina pode fabricar mais de 100 tipos de caixas (catálogo FEFCO) e a mudança de formato faz-se em…60 segundos, sem ferramentas. É possível ver uma combinação HiPak-HiCut a fabricar uma caixa 0300 (clicar no ícone). O operador escolhe o tipo de caixa e introduz as dimensões necessárias. O ajuste dos dispositivos de corte e vinco é totalmente automático. No filme seguinte, pode ver-se a preparação e funcionamento da máquina com unidade de impressão flexográfica HiFlex.

A FEFCO (Federação Europeia dos Fabricantes de Cartão Canelado) disponibiliza um catálogo de tipos de caixa. Esse catálogo está acessível a partir desta revista, bastando clicar no ícone ao lado. Depois do êxito nas pequenas séries, a Autobox tem vindo a receber encomendas de empresas cartonageiras que optam por esta máquina para substituir as printer slotter/creasers e as die cutters convencionais. A tecnologia da Autobox é, afinal, suficientemente rápida para as médias e grandes séries, com a vantagem da mudança rápidas (característica que falta às máquinas convencionais e que limita a produtividade das linhas de produção). Em Março de 2012, a Autobox adquiriu a Andrew & Suter, especialista em máquinas para dobrar e colar caixas de cartão canelado.

Cartão gráfico A Stora Enso lançou o 'MediaCard', um novo cartão SL (mono-camada) com duplo revestimento suave, e elevado grau de brancura. O novo cartão destina-se a aplicações gráficas como capas, posters, etiquetas, cartas e cartões de jogos, e aplicações de embalagem em que se pretenda obter impressões apelativas e "vibrantes", tais como sacos de compras de artigos de moda e luxo. O novo cartão é produzido na fábrica de Uetersen (Alemanha) e está disponível em duas versões: MediaCard C1S, com duplo revestimento numa face e gramagens entre 120 e 300 g/m², e o MediaCard C2S, com duplo revestimento em ambas as faces e gramagem entre 250 e 300 g/m². Mediante pedido, pode ser fornecido com certificação FSC e PEFC. 20

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papel e cartão

Economizar com malha de cartão Precisa de proteger produtos no interior das caixas de transporte. Uma das soluções consiste em utilizar caixas de cartão canelado usadas. Por exemplo, as caixas dos fornecedores! A Easypack (Reino Unido) fornece uma máquina que executa cortes descontínuos

paralelos e desfazados, dando origem a uma "malha" de cartão com propriedades amortecedoras. Evita-se mais um custo em materiais de embalagem e o material tem uma utilização suplementar antes de ser separado e recuperado para reciclagem.

Travamento com maços de papel amarrotado Há muito que se utilizam maços de papel amarrotado para acondicionamento interior ("travamento") de produtos no interior ds caixas de transporte. A máquina GeoSpeed® Quantum™, fabricada pela Pregis com base numa licença da Easypack, apresenta uma combinação inédita de velocidade e simplicidade. Trabalha com rolos de papel kraft a cadência entre 1,2 e 3,8 m por segundo, dando resposta a uma das objecções clássicas a este sistema: a cadência. Produtos frágeis como porcelanas ou pesados como motores eléctricos podem ser protegidos com este sistema.

Nova geração de colas para embalagem A Henkel anunciou o lançamento da gama de colas termofusíveis (hot melts) Technomelt Supra 1000 , especialmente formuladas para aplicações de embalagem. Segundo o fabricante alemão, a nova formulação permite reduzir o consumo de colas até 20%. Outra vantagem é a transparência cristalina destas colas, que faz com que sejam quase invisíveis.

Teste de sacos de compras A Innventia, empresa sueca de investigação e serviços, desenvolveu um novo método para ensaio de sacos de compras em papel. Até há pouco tempo, os sacos de papel eram ensaiados por métodos iguais aos utilizados com sacos de plástico, em que a capacidade de carga é aferida em função da relação volume/peso. Essa similitude tornava os testes inadequados para os sacos de papel. Embora possam ter volumes maiores, os sacos de compras de papel não são feitos para suportar cargas de 30 kg, por exemplo. Por este motivo, a Innventia passou a considerar que um saco de papel com capacidade acima dos 30 l só tem que suportar 15 kg. Os métodos de ensaio da Innventia são aprovados pelo grupo de fabricantes de sacos de compra de papel e ou de plástico. Nº 214 Setembro 2012

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embalagens metálicas Crown

Ball

Nova solução de abertura fácil

Lata reposiciona vinho

A dificuldade de abrir um frasco com tampa twist off pode ser ultrapassada com as novas tampas ORBIT™, da Crown. A nova tampa, apresentada em Maio na INTERPACK e lançada pela marca de compostas Duerr's (Reino Unido), é formada por um disco liso e um anel. O frasco tem fecho hermético e com vácuo e é refechável, mas a tampa é incomparavelmente mais fácil de abrir. A força rotacional baixa para cerca de metade. A tampa ORBIT™ está disponível com os diâmetros de 63 mm e 70 mm, os mais utilizados com as tampas twist off, o que permite utilizar as mesmas máquinas.

Hologramas

A Ball Packaging Europe e a EB-Secco apostam no vinho em lata para atingir os consumidores entre os 20 e os 39 anos.

Abertura 360 A cervejeira SABMiller da África do Sul foi a primeira a experimentar (durante o mundial de futebol de 2010), as novas latas de cerveja com abertura total. A ideia, concretizada pela Crown Holdings foi tornar mais rápida a venda de cervejas. Em vez da pequena abertura, a lata abre totalmente e transforma-se num copo.

PeelSeam PeelSeam™ é uma solução de abertura fácil para embalagens metálicas de conservas alimentares.

Carlo Bermes e Jörg Eppelmann, produtores de vinho e sócios da EB-Secco apresentaram os seus vinhos na feira ProWein (Dusseldorf, 4 a 6 de Março) já com este conceito da embalagem metálica como modo não convencional, individual e moderno de consumir vinho. Além dos seus próprios vinhos, a EB-Secco também presta um serviço a outros produtores, já que disponibiliza a capacidade de enchimento em lata mesmo para pequenas quantidades (a partir de 500 latas). A lata é totalmente opaca e estanque, protegendo o vinho da exodação. A Ball desenvolveu um revestimento interior especial para evitar interacções entre o vinho e o metal. A lata de alumínio em formato Slim (187/200 ml e 250 ml) é ideal para os segmentos "fora-de-casa", "monodose" e "minibar".

HoloCrown™ é um novo processo de decoração de embalagens metálicas por estampagem directa de hologramas. É um modo de decoração localizado que permite destacar marcas e logótipos, contribuindo para a diferenciação da marca. Consiste numa folha metalizada selada sobre um anel rígido cravado no corpo da embalagem pelo processo convencional. A película flexível é fácil de retirar, aumentando a conveniência da embalagem. As tampas PeelSeam™ estão disponíveis nos diâmetros de 65 mm, 73 mm, 83 mm 99 mm e 150 mm, e também em tampas rectangulares. 22

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embalagens metálicas

Alt bier em lata A marca de cerveja tradicional (alt bier) Füchschen Alt vai ser lançada em Dusseldorf em lata já no próximo Carnaval. As latas de 33 cl, fornecidas pela Ball Packaging Europe são uma alternativa prática e segura ao tradicional copo de vidro. No Carnaval de 2011, a cidade de Dusseldorf proibiu o consumo de bebidas engarrafas na rua para evitar a proliferação de vidros partidos.

Lata de 25 cl para 'fit drink' A ActiLab, produtor de "alimentos funcionais" vai lançar no mercado polaco uma bebida com Carnitina L, um ingrediente para queimar calorias e reduzir o apetite.

A embalagem escolhida é uma lata de 25 cl, fornecida pela Ball Packaging Europe. O mercado das 'fit drinks' e da 'functional food' está a crescer acima da média. No passado, as bebidas funcionais apenas estavam disponíveis em pó solúvel em água, uma solução pouco prática para o consumo frequente e nómada. A lata de 25 cl, em formato estreito (slim) foi a solução encontrada para proporcionar aos consumidores uma solução pronta e portátil.

Obrigatoriamente frias

Fria ou quente

Se as latas forem impressas com as novas tintas termocrómicas activadas pela baixa temperatura, os retalhistas vão mesmo servi-las frias. É o que já acontece com as bebidas da Hiball Energy nos EUA. Desde Março que a marca norte-americana, tradicionalmente fiel ao vidro, lançou as suas bebidas energéticas em latas que ostentam a impressão de bolhas brancas que só se tornam azuis se as latas estiverem a 7 °C. As latas são fornecidas pela Ball e as tintas termocrómicas são fabricadas pela Chromatic Technologies Inc., CTI. A CTI é já conhecida da maior parte das grandes empresas de cervejas e refrigerantes. As suas tintas têm sido experimentadas por marcas como A & W, Anheuser-Busch, Coca-Cola Canada, Coors, Hallmark Cards, Heineken, Labatt, Monster Energy e Pizza Hut. O efeito termocrómico é encarado como ferramenta de marketing e diferenciação, mas também como barreira contra a contrafacção. Entretanto, a CTI desenvolveu as tintas fotocrómicas, que mudam de côr não com a temperatura mas com a exposição à luz. Estes desenvolvimentos estão, aliás a expandir-se para novos segmentos de mercado, como a serigrafia UV, a flexografia de base aquosa e a rotogravura.

Por mais estranho que possa parecer aos consumidores do sul da Europa, a cerveja também pode ser uma bebida aquecida. É o caso da "cerveja de inverno", lançada na Polónia pela Amber Zimowy. A "cerveja de inverno" já é uma tradição na Polónia, e pode beber-se fria ou aquecida. A Amber é um das primeiras marcas de "cerveja de inverno" a optar pela embalagem metálica, neste caso uma lata de de 50 cl, fabricada e impressa pela Ball Packagit Europe.

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embalagens metálicas

Ousadia para café

Impressão de latas

A Boixadós Envasos Metallics, empresa familiar de Sant Fruitós de Bages, Barcelona, ousou e conseguiu fazer entrar a embalagem metálica num mercado considerado impossível: a embalagem de café. Em vez das embalagens flexíveis com que se abastecem os moinhos de café dos restaurantes e cafetarias, a Boixadós criou uma embalagem metálica totalmente inovadora, pela aplicação, pelo material e pelo formato. Tratando-se de uma lata, seria de esperar um formato cilíndrico, mas a Boixadós desenhou uma dupla ondulação original, depois de experiências com a chapa metálica e projecto 3D. A nova embalagem metálica tem vantagens múltiplas. Totalmente estanque e impermeável à luz, à humidade e ao ar, a embalagem protege melhor o café. O processo de embalagem inclui atmosfera modificada com gás inerte, para prolongar o tempo de vida útil do produto. Depois, a embalagem diferencia a marca e é uma forma de promover a marca de café nos pontos em que é servido. Além disso, a embalagem metálica é fácil de recolher e reciclar.

A CarnaudMetalbox Engineering (Shipley, Reino Unido), desenvolveu uma nova máquina para impressão a alta velocidade de latas para bebidas. A máquina Sovereign Decorator™ imprime até 8 cores e tem dispositivos de mudança rápida de formatos e de economia de tinta.

A nova embalagem é uma das principais premiadas no concurso Liderpack (Espanha) e candidatou-se ao concurso Worldstar for Packaging, da Organização Mundial da Embalagem.

Latas para "bebidas funcionas" A marca Vivaris Sport é uma das mais polulares no segmento das "bebidas isotónicas" na região norte da Alemanha. Pela primeira vez, a marca optou pela embalagem de alumínio, optando pelo formato 0,33 cl da Ball Packaging Europe. Regista-se na Europa uma tendência ascendente para as chamadas "bebidas funcionais", como resposta às preocupações dos consumidores com a dieta, a saúde e a forma física. Segundo a Nielsen, este segmento do mercado das bebidas registou no ano passado um crescimento de dois dígitos, quer em valor, quer em quantidade. A marca Vivaris Sport, uma bebida isotónica de roranja-limão com baixo teor de calorias, está no mercado em duas variedades: a versão simples e a versão "Extra", que é enriquecida com seis vitaminas adicionais (Vitamina C, Niacina, Vitamina E, Ácido Pantoténico, Ácido Fólico, e Biotina), para promover o equilíbrio metabólico. Esta versão "Extra" tem ainda outra particularide: como a bebida também se baseia no soro de leite, a lata não está abrangida pela lei dos depósitos obrigatórios. O soro de leite tem uma elevada percentagem de água, mas contém menos sal que a água de beber. A embalagem de alumínio começou a aparecer nas lojas alemãs a partir do Verão de 2012. A elevada resistência e portabilidade da embalagem favorece o mercado nómada, que é significativo neste tipo de produto. A Vivaris pertence ao grupo Berentzen, o maior franchisado alemão da Pepsi. Nº 214 Setembro 2012

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embalagens flexíveis

Rotogravura precisa do dióxido de crómio

50 gramas de salada

Se a Comissão Europeia aceitar a recomendação da ECHA (Agência Europeia dos Produtos Químicos), o trióxido de crómio será, a partir de Janeiro de 2013, incluído no Anexo XIV do regulamento REACH e, consequentemente, abrangido por uma proibição geral de uso, válida a partir de meados de 2016. O trióxido de crómio é utilizado no revestimento dos cilindros de impressão para rotogravura, um dos principais processos utilizados pela indústria de embalagens flexíveis. Para continuar a poder ser utilizado, é necessária uma autorização especial. Os maiores fabricantes constituiram um Consórcio Europeu para reunir a fundamentação destinada a obter a referida autorização por parte da ECHA. Não existe actualmente alternativa às camadas cromadas dos cilindros de impressão.

A Vitacress lançou as saladas Vitasolo em embalagens flexíveis de 50 g, com o objectivo de responder à necessidade de uma solução económica e prática para consumo individual, designadamente em refeições fora de casa. A gama inclui as variedades 'Rúcula Selvagem', 'Ibérica' e 'Agrião Baby'. A Vitacress (grupo RAR) é uma das principais empresas europeias na produção e comercialização de agrião, salada de folhas tenras, espinafre, ervas frescas aromáticas e tomate fresco. Está presente no Reino Unido, Portugal e Espanha, explorando cerca de 750 hectares agrícolas e 70 hectares de estufas de vidro. Com um volume de negócios de 178 milhões de euros (153 milhões de libras), emprega cerca de 1 650 pessoas.

Adesivos sem isocianatos para embalagens flexíveis

Darfresh® 3 Webs para peixe congelado

O adesivo Liofol Fast One LA 1640-21 é a mais recente proposta da Henkel para o mercado das embalagens flexíveis. É um adesivo de poliuretano mono-componente que tem características de cura extremamente rápida (alguns dias, em vez das duas semanas) e resistência inicial adequadas para os processos de laminação. Além disso, é o primeiro adesivo para esta aplicação totalmente isento de isocianatos livres. A elevada resistência inicial viabiliza a impressão, laminação e corte em sequência imediata, melhorando a eficiência dos processos produtivos, designadamente em termos de tempo, espaço de armazenagem e custos. A ausência de isocianatos livres evita os problemas relacionados com a formação de aromas indesejáveis. Por outro lado, este adesivo tem valores de migração específica abaixo dos limites em vigor e é toxicologicamente seguro (não sendo necessária a etiquetagem com a frase de risco R40). O facto de ser um adesivo monocomponente evita os riscos de erro de mistura. Por outro lado, o solvente pode ser recuperado e reutilizado no processo sem necessidade de purificação. 26

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A Allogel (Itália) é a primeira empresa a utilizar a embalagem Darfresh® 3 Webs da Sealed Air Cryovac. A embalagem secundária de cartão deixou de ser necessária. As novas embalagens começaram a ser comercializadas nas cadeias retalhistas Coop, Carrefour e Auchan. O sistema Cryovac Darfresh® 3 webs consiste numa embalagem sob vácuo com três camadas, duas das quais com propriedades barreira acrescidas. O processo de embalagem é desempenhado por uma máquina específica Darfresh® R275CD, desenvolvida em conjunto pela Cryovac e pela Multivac, com controlo de temperatura, temporizadores, memória para 200 programas, controlo por microprocessador e comando por écrã táctil. A Allogel tem uma produção anual de peixe congelado embalado na ordem das 900 toneladas por ano, maioritariamente comercializadas no mercado italiano, com marca própria e também com marcas de distribuição.

Filmes para frescos A nova geração de filmes de fecho lançada pela Sealed Air Cryovac vem dar resposta a três tendências fulcrais no mercado das refeições prontas e dos produtos frescos: preservação da qualidade do produto (propriedades barreira), transparência (apresentação atractiva) e utilização prática. Os novos filmes resultam de processos de coextrusão de PP e PET, são consideravalmente mais finos (23 a 33 µm em vez dos 45 a 60 µm dos filmes convencionais para as mesmas aplicações), mas mantêm as propriedades barreira. Alguns destes filmes suportam a pasteurização.

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accionamentos

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Ă­ndice

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embalagem de plástico Kortec

Tecnologia de injecção multi-camadas É conhecida a vantagem das embalagens baseadas em estruturas multi-camadas: adicionar propriedades de materiais diferentes, utilizando de cada um deles a quantidade (espessura) estritamente necessária de forma a minimizar os custos. Numa estrutura deste tipo, cada camada exerce a sua função específica: selabilidade, pelabilidade, suporte de impressão, barreira aos gases, barreira à humidade, rigidez, etc.. O primeiro processo multi-camadas é a laminagem ou complexagem e consiste na justaposição (com ou sem colagem) dos vários materiais. São múltiplos os exemplos no mercado, desde os sacos e embalagens flexíveis baseados em complexos (papel, plásticos, folha de alumínio) até ao chamado "cartão para bebidas" formado por um complexo multi-camadas de papel (predominante), plástico e alumínio (ausente em alguns casos). Outro processo consiste no revestimento de um material por outro, pelo processo de extrusão-revestimento. Tipicamente, a extrusão plana directa de plástico sobre uma folha de papel. Os dois processos acima referidos respeitam a embalagens formadas a partir de folhas planas. No entanto, o conceito multi-camadas também fez a sua história nos corpos ocos, tais como bidões, jerrycans, garrafas e frascos. Aqui o processo consiste na coextrusão-sopro, isto é a extrusão em separado de materiais diferentes, seguida da sua passa-

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gem por uma fieira onde são justapostas as várias camadas, dando origem a um tubo que é inserido num molde e insuflado com ar para dar origem à embalagem. Lado a lado com a tecnologia de coextrusão-sopro, para corpos ocos, evoluiu a tecnologia de extrusão para filmes e folhas flexíveis, com duas variantes: a coextrusão plana ou cast e a coextrusão tubular. No primeiro caso, a massa fundida por extrusão (originada pela acção combinada de pressão e temperatura no interior de um cilindro com sem-fim), em várias extrusoras em paralelo, é orientada através de sistemas de canais (feedblocks) para uma fieira plana que a deposita sobre rolos sucessivos onde se define o filme por arrefecimento e acção mecânica, seguindo-se a bobinagem. O feedblock é, por assim dizer, a caixa mágica que define a espessura de cada camada. No processo de coextrusão tubular, o processo é semelhante na etapa de extrusão, mas, em vez da fieira plana, o processo utiliza uma fieira circular, por onde sai um tubo que é imedia-

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tamente puxado e soprado para cima (normalmente), formando um balão em movimento contínuo até o filme estirar e arrefecer. Depois, o filme é dobrado e bobinado. Os processos acima referidos têm múltiplas variantes e contam com múltiplos construtores de equipamentos. Há alguns anos atrás, surgiu a necessidade de criar soluções de embalagem rígida com propriedades barreira adequadas para serem utilizadas em produtos com exigências especiais em termos de conservação e tempo de vida útil. As garrafas PET, por exemplo, conquistaram uma posição destacada nos mercados das águas e refrigerantes com gás, mas para chegar ao mercado da cerveja, necessitavam de propriedades barreira adicionais. Sucede que as garrafas PET não são fabricadas por extrusão-sopro, mas por um processo que se inicia com a produção de pré-formas, na qual se utiliza a tecnologia de injecção, ou seja, depois da plastificação (extrusão) num cilindro com semfim, a massa fundida é injectada para o interior de um molde. O processo de injecção dá origem (em regra) a corpos maciços, ainda que com concavidades. É utilizado para fabricar pré-formas, taças, copos, tampas, etc.. Para obter o mesmo efeito (adição de propriedades) combinando materiais diferentes, era necessário dispor de uma tecnologia de injecção multi-camadas. A empresa norte-americana Kortec (Ipswich, Massachusetts, EUA) dedicou-se a esse desafio e é, referenciada como líder em tecnologia de co-injecção, pelas várias Nº 214 Setembro 2012


embalagem de plástico aplicações resultantes dessa tecnologia: tampas, embalagens de paredes finas para produtos alimentares, e pré-formas PET e OPP destinadas ao fabrico de garrafas. Para além das propriedades barreira, esta tecnologia permite alargar a utilização das embalagens de plástico em produtos e sistemas que envolvem enchimento a quente,

asséptico e/ou com tratamentos térmicos especiais. Embora se esteja perante uma tecnologia relativamente nova, são já múltiplos os casos de aplicação comercial. Depois da introdução no sector das pré-formas de garrafas, a Kortec apostou na co-injecção de embalagens multi-camadas de paredes finas. Neste caso, a liberdade de formato é maior, podendo fabricar-se taças rectangulares, redondas, ovalizadas, quadradas, etc.. Os segmentos de mercado visados incluem condimentos, frutos, vegetais, produtos de pescado, produtos para bébés, molhos, carnes, azeitonas, lácteos, etc.. No sector das cápsulas para garrafas, a tecnologia multi-camadas é apresentada pela Kortec como uma

alternativa às cápsulas de duas peças. Normalmente, a cápsula de uma garrafa de refrigerante com gás tem duas peças: a cápsula propriamente dita e a peça vedante interior, o que requer dois processos de moldação e a posterior "assemblagem". A tecnologia de co-injecção permite fabricar uma cápsula monopeça, com uma só operação de moldação por injecção e com as propriedades vedantes requeridas.

APPE

Barreira ActivSeal® A APPE (Artenius PET Packaging Europe, divisão embalagem da LSB, La Seda de Barcelona) desenvolveu, em colaboração com a ColorMatrix e a KTW/Husky, a tecnologia ActivSeal® que aumenta as propriedades barreira das garrafas PET. É uma solução para garrafas mono-camada, não afecta a transparência da garrafa e não prejudica os processos de reciclagem. A solução proposta pela APPE tem especial interesse para os engarrafadores de sumos, já que a barreira ao oxigénio, evita a deterioração da vitamina C e aumenta o tempo de vida útil do produto. A barreira ActivSeal® também interessa a outros produtos, incluindo os vinhos. O efeito barreira resulta do revestimento HyGuard (ColorMatrix) das paredes da garrafa e de um activador de hidrogénio integrado na cápsula. Logo que a garrafa é cheia e fechada, o disco interior da cápsula começa a libertar uma pequena quantidade de hidrogénio. O oxigénio que atravessa as paredes da garrafa une-se ao hidrogénio, originando quantidades insignificantes de água inodora e insípida. Deste modo, o oxigénio não chega a atingir o Nº 214 Setembro 2012

produto contido na garrafa. O princípio de funcionamento desta solução barreira pode observar-se no filme junto (clicar no ícone ao lado). Para obter o folheto informativo sobre a barreira ActivSeal® , clicar no ícone ao lado.

APPE investe em nova fábrica na Polónia A APPE está a construir uma nova fábrica de pré-formas e garrafas PET em Katowice (Polónia), com capacidade para aplicar as tecnologias Heat Set (garrafas para enchimento a quente), DeepGrip® (garrafas com asa) e garrafas barreira. Para além do mercado polaco, a nova fábrica irá também fornecer outros mercados da Europa leste e suportar os serviços de produção em locais de clientes. O investimento global é de cerca de 15 milhões de euros. A APPE é, desde há mais de 30 anos, um dos principais fabricantes de garrafas PET, com nomes como

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Schmalbach Lubeca, Continental PET e Amcor PET Packaging. Em 2007, o grupo Amcor (Austrália) vendeu o negócio de PET na Europa à La Seda de Barcelona, surgindo então a denominação Artenius PET Packaging Europe, abreviada em 2010 para APPE. Actualmente, a APPE tem fábricas na Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Marrocos, Polónia, Reino Unido e Turquia. Fabrica pré-formas e garrafas e produz rPET (PET reciclado) para aplicações alimentares. índice

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embalagem de plástico

Plásticos solúveis para extrusão e injecção Os filmes plásticos solúveis em água são conhecidos há vários anos. Fabricados em PVOH (álcool polivinílico) estes filmes têm aplicações diversas, que vão desde as saquetas de detergentes até aos sacos para lavandarias hospitalares. Também já existem graus específicos para injecção e extrusão que mantêm as características biodegradável e solúvel. A Monosol LLC (Merriville, Indiana, EUA) desenvolveu quatro novos compostos de PVOH para injecção, com a marca MonoPol. Três deles são solúveis em água a 10 °C e o quarto, é solúvel apenas em água a 70 °C. As aplicações vão desde

embalagens até instrumentos médico-cirúrgicos (por ex: pegas de instrumentos cirúrgicos inicialmente esterilizadas por radiação e eliminadas após uso na esterilização por vapor). Os compostos MonoPol tem uma densidade de 1,28 g/cm3 e ponto de fusão entre 185 e 210 °C. A Monosol está a desenvolver as possibilidades deste material em aplicações de extrusão de chapa e coextrusão-sopro. Entretanto, a Nippon Gohsei (Osaka, Japão) anunciou um copolímero de alta barrreira baseado no PVOH. O Nichigo G-Polymer é altamente amorfo mas tem uma barreira ao oxigénio cerca de 200 vezes superior à do EVOH semi-cristalino. É solúvel em água fria, biodegradável e compostável. Como principais aplicações, podem referir-se os filmes barreira, monocamada ou multi-camada.

Uma das alternativas em estudo é a sua combinação com filmes de PLA (polímero de ácido láctico). É viável também para filmes orientados e retrácteis. Também pode ser injectado e é mesmo sugerido para aplicações que requeiram elevada barreira ao hidrogénio, como é o caso das pilhas de combustível. O ponto de fusão situa-se entre 140 e 190 °C e a degradação apenas a 393 °C, deixando, portanto uma ampla janela térmica de processamento.

Tailorlux

Pigmentos contra contrafacção A utilização de pigmentos especiais baseados em fósforos inorgânicos é uma das defesas contra a imitação e contrafacção. Com lâmpadas UV ou IR é possível verificar a autenticidade das peças. A contrafacção de toda a espécie de produtos é responsável por biliões de euros de prejuízos, não só pelo furto de vendas que implicam, mas também pelos problemas relacionados com reclamações com produtos contrafeitos, etc.. De entre as múltiplas soluções destinadas a proteger a autenticidade dos produtos, a Tailorlux (Muenchen, Alemanha) especializou-se em soluções baseadas em marcadores luminescentes e em aditivos destinados a dar aos materiais características especiais de reacção à luz. Os marcadores luminescentes 30

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Tailor-Safe® são pigmentos baseados em terras raras que podem ser inrtegrados na formulação do produto, ou aplicados por revestimento ou impressão. Emitem uma matriz única de luz que pode ser gravada numa base de dados dedicada. Com um espectómetro (do tamanho de um telemóvel), esta "assinatura" pode ser lida instantaneamente, ficando a saber-se se o produto é autêntico ou não. Os materiais usados nestes marcadores Tailor-Safe® são seguros mesmo para utilização em brinquedos, artigos médicos, embalagem alimentar ou farmacêutica.

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Taças termoformadas A RPC Bebo (França) lançou a linha de taças Eco&Pack, fabricadas por termoformagem de folha de PS, PP ou PP/EVOH/PP, e destinadas a produtos lácteos (natas, cremes, queijos) ou a produtos que exigem propriedades barreira acrescidas (alimentos para bebés, alimentos de uso clínico). A gama tem os diâmetros de 95, 115 e 146 mm e pode ter decoração por impressão offset ou aplicação de etiquetas. O formato facilita a embalagem secundária e a paletização, com economia de espaço e vantagem ambiental. Nº 214 Setembro 2012


máquinas MOSCA

Cintagem automática A máquina de cintar automática SoniXs TR-CE, apresentada pela MOSCA na feira DRUPA, tem marcação CE, o que siginifica que pode ser integrada em qualquer linha de produção sem necessidade de medidas de segurança adicionais. Para estar conforme com esta marcação, a MOSCA introduziu diversas alterações para garantir a segurança dos operadores quer no espaço "interno" da máquina, quer nas suas imediações. A cabeça de soldadura de cinta por ultrassons (tecnologia SoniXs patenteada pela MOSCA) permite cadências que podem ir até às 35 cintagens por minuto (dependendo dos modelos). Os arcos de cintagem podem ter 600 ou 700 mm de largura e a altura pode ir até aos 900 mm, pelo que o utilizador pode escolher a dimensão mais adequada para a sua aplicação.

ILLIG

Controlo inteligente de termoformagem A ILLIG (Heilbronn, Alemanha) apresentou o novo controlo inteligente, baseado em servo-accionamentos, para optimização dinâmica do processo (parametrização automática das várias secções da máquina que dispensa a necessidade de operadores com conhecimentos especiais), com possibilidade de centralizar a programação e comando de todas as secções da máquina num écrã táctil junto à secção de moldação. Outra funcionalidade nova e a compensação automática das alterações ambientais, designadamente a temperatura. Tipicamente, a temperatura sobe decorrido algum tempo de produção. Com esta nova funcionalidade, a temperatura dos aquecedores é monitorizada e mantida ao nível especificado A flexibilidade e facilidade de uso destas máquinas reduz a dependência da mão-de-obra (e a relação entre número de máquinas e número de operadores) e amplia as perspectivas de instalação de linhas de termoformagem pelas empresas que fabricam o produto a embalar. A ILLIG apresentou as diversas variantes, designadamente moldação e corte integrados e separados. As máquinas podem também incluir dispositivos automáticos de rotulagem no molde.

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máquinas OptiBond™

Reduzir custos no fabrico e fecho de caixas de cartão Nunca a pressão dos custos foi tão forte. A necessidade de reduzir custos obriga a procurar as soluções mais engenhosas e menos óbvias. A aplicação de colas termofusíveis (hot melts) é o método principal para fabricar caixas de cartão, e também para as fechar após o enchimento com o produto. Em cada caixa, são aplicadas apenas algumas gramas de hot melt, com a localização e a quantidade suficientes para garantir que a colagem é suficientemente robusta e persistente. Essa aplicação perfaz apenas algumas gramas por caixa. Mas ainda que reduzido, o consumo por caixa está longe de ser irrelevante para os custos de embalagem. As colas termofusíveis baseiam-se predominantemente no EVA, sigla que se refere ao acetato de etileno-vinilo, um polímero de origem petroquímica. Nos últimos anos, o preço desta matéria-prima tem registado uma tendência para o aumento, como se pode ver no gráfico ao lado. Tudo indica que esta tendência se irá manter, tanto mais que existe uma correlação entre o preço dos hot melts e o preço do petróleo, como se pode ver no segundo gráfico. Daí o interesse em encontrar alternativas, como é o caso dos novos hot melts baseados em PAO, polialfaolefina. A substituição dos hot melts de EVA por hot melts baseados na PAO reduz custos, mas não reduz a dependência do petróleo, nem afasta a tendência para o aumento. Para economias de custos mais substanciais, há que procurar outro tipo de medidas.

veis. Isto significa que os níveis do consumo de hot melts começam por ser responsabilidade da Nordson. Sem fugir a esta responsabilidade, a Nordson está na linha da frente no desenvolvimento de sistemas de aplicação com o objectivo de optimizar os consumos. Cabe aos utilizadores estarem atentos a esses desenvolvimentos. A evolução tecnológica conduziu ao aparecimento de sistemas de aplicação capazes de executar linhas de cola cada vez mais finas. Com colas de melhor desempenho e linhas de cola mais finas, a economia torna-se perceptível e mensurável, quer em termos de quantidade de cola, quer em termos de energia consumida para a fundir. Existe também uma fonte de desperdício tipicamente associada à manutenção das cabeças aplicadoras de cola. A tradicional purga é fonte de consumos e de tempo gasto nos procedimentos de setup e shut down. Quando, há vários anos atrás, a Nordson lançou a gama de pistolas aplicadoras Mini Blue, os utilizadores notaram as dimensões compactas, a facilidade de instalação, a aptidão da válvula pneumática para ciclos de abertura e fecho mais frequentes e, sobretudo, a vantagem da auto-limpeza. Mais recentemente, a pistola Mini Blue II veio trazer vantagens suplementares. As pistolas Mini Blue II têm o dobro do tempo de serviço das pistolas pneumáticas convencionais usadas em aplicações de embalagem, mas têm uma construção especialmente indicada para elevada frequência de abertura e fecho, alta velocidade e mudanças frequentes de programa de aplicação de hot melt. A nova cobertura de isolamento reduz a dissipação de calor, o que permite reduzir o consumo de energia em cerca de 38%, mantendo a temperatura necessária para a fluidez e processamento do adesivo. Por outro lado, esta cobertura aumenta a segurança dos operadores, uma vez que evita o contacto com superfícies quentes. Para ver uma pequena animação sobre estas pistolas, clicar no ícone seguinte ou na imagem.

O equipamento A Nordson é líder mundial em equipamentos de termofusão e aplicação de hot melts. Os sistemas Nordson são preferidos pela maior parte dos construtores e utilizadores de máquinas de fabricar ou fechar caixas de cartão, bem como de equipamentos destinados a muitas outras aplicações em que se recorre aos adesivos termofusí32

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máquinas

O princípio OptiBond™ O princípio de economia de cola OptiBond™ é simples: em vez da aplicação de uma linha contínua de cola, o sistema aplica um tracejado intermitente. A mesma função é obtida com menos cola e a redução do consumo pode ir até aos 50%! Isto só é viável com pistolas aplicadoras com capacidade para ciclos frequentes de abertura/fecho a alta velocidade e com controladores para programar os tracejados de cola. A aplicação de tracejados intermitentes não afecta a velocidade do processo, como se pode ver num filme de demonstração, com os dois tipos de tracejado, lado a lado (clicar no ícone junto) Clicando no segundo ícone, pode ver-se a demonstração da capacidade das pistolas Mini Blue II para aplicações intermitentes a alta velocidade.

Até onde pode ir a economia A redução da quantidade de cola tem obviamente um limite: é preciso garantir que a resistência da colagem é a suficiente para manter a integridade estrutural da caixa fechada. A Nordson levou a cabo numerosos testes de aplicação do conceito OptiBond™ para determinar esse limite. Em muitos casos, uma análise laboratorial rigorosa permite constatar que, nos processos convencionais, se consumia uma quantidade acima do que era necessário. Mas mesmo naqueles em que se usavam traços contínuos mais finos, a redução do consumo de cola pode facilmente ultrapassar os 30%, sem que haja qualquer diminuição da resistência de colagem! Existe uma explicação técnica para este fenómeno. Quando dois objectos são colados, a força necessária

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para os descolar não é uniforme. Para iniciar a descolagem, é necessária uma força superior mas, uma vez iniciada, a descolagem requer menos força. Ou seja, há uma força de descolagem inicial e uma força de continuação de descolagem. Os profissionais familiarizados com os ensaios de materiais conhecem bem este tipo de fenómenos. Por exemplo, para rasgar uma folha de papel, a força inicial é muito superior à força de continuação. No caso da colagem, a aplicação de um tracejado intermitente faz com que a descolagem só seja possível com a repetição da força inicial! Os sucessivos pontos de início da cola aumentam, a resistência da colagem porque cada vez que se inicia um novo segmento de cola, a descolagem só é possível com essa força inicial. Se a cola for aplicada em traço contínuo, basta a simples força de continuação depois da força inicial. Os inúmeros testes práticos permitiram constar que à diminuição da quantidade de cola não corresponde uma diminuição da resistência de colagem. Recorrendo a ensaios apropriados, é possível economizar cola e, ao mesmo tempo, garantir a resistência de colagem adequada à aplicação.

As economias São fáceis de calcular as economias inerentes à redução do consumo de cola, desde que se saibam as quantidades de cola aplicada em cada caixa e o preço da cola. Bastam algumas gramas de hot melt economizado por caixa para se obterem vários milhares de euros economia no final do ano. A Nordson disponibiliza uma calculadora on line (clicar no ícone seguinte).

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accionamentos

Diagnóstico de accionamentos com análise de vibrações para manutenção preventiva A manutenção preventiva tem-se tornado uma característica fundamental, sob o ponto de vista económico, para muitos sistemas. A unidade de diagnóstico DUV da SEW-EURODRIVE é constituída por um sensor, simples mas fiável, para monitorizar rolamentos. A DUV mede o ruído produzido e usa esse valor para calcular o espectro de frequência. Esse espectro de frequência é depois utilizado para monitorizar constantemente a condição dos rolamentos. O sensor de ruído e a electrónica de avaliação estão completamente integrados na unidade de diagnóstico. A Unidade de Diagnóstico DUV proporciona a monitorização permanente dos rolamentos e engrenagens e indica a condição através das cores amarela, verde e vermelha. Os valores podem ser lidos localmente no próprio sensor ou transmitidos para monitorização remota, já que a unidade DUV pode ser ligada ao sistema de bus. A unidade DUV suporta a monitorização do espectro global de vibração, com capacidade para monitorização permanente de 5 rolamentos ou de 20 frequências individuais (p. ex., frequência de engrenamento, balanceamento) com apenas um sensor.

É configurável interface RS-232, assegura análise de vibrações segundo a norma DIN ISO 10816-1. Os dados são gravados, processados e avaliados de forma descentralizada e os intervalos de manutenção podem ser planeados separadamente. Além disso também estão disponíveis unidades DUV com execução especial para utilização em zona ATEX 1/21.

Monitorização da funcionalidade e do desgaste dos freios A Unidade de Diagnóstico DUB da SEW-EURODRIVE é o sensor ideal para a monitorização do desgaste e funcionalidade do freio. O sinal variável em tensão pode ser avaliado por um conversor de frequência SEW-EURODRIVE ou por um controlador de alto nível. A utilização de 2 sensores permite a monitorização simultânea da funcionalidade do freio e do seu desgaste efectivo. O sinal de saída tanto pode ser implementado num contacto normalmente aberto ou normalmente fechado. Este sinal de saída (variável em tensão) pode ser processado facilmente. A avaliação directa é feita por conversor de frequência SEW-EURODRIVE com o correspondente protocolo de erro. As unidades de diagnóstico DUB podem ser utilizadas em condições até IP55 e têm contactos com auto-limpeza. Os intervalos de manutenção podem ser planeados individualmente, de acordo com o desgaste. 34

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accionamentos

Servo-fusos

CMS 63S Com o novo conceito CMS 63S, a SEW-EURODRIVE disponibiliza pela primeira vez, a nível mundial, servo-fusos com lubrificação em banho de óleo. A tecnologia de lubrificação largamente usada e testada nos moto-redutores da SEW foi agora transferida para a tecnologia linear. Está criada uma nova gama com propriedades especiais, tais como aquecimento normalizado, eficiência acrescida e manutenção zero durante todo o tempo de serviço. Os servo-fusos têm um vasto campo de aplicação dado o seu design compacto e o seu sistema de accionamento integrado. Quando combinados com a tecnologia de servo-accionamentos estes servo-fusos permitem sequências de movimento de elevado dinamismo e precisão. O servo-fuso CMS 63S consiste numa unidade linear com servo-motor, em que parte da unidade linear está integrada no rotor do motor. O banho de óleo tem

Servomotores

um efeito positivo no tempo de serviço da porca do eixo, dos rolamentos e guias. Há menos fricção, menos geração e transferência de calor para a superfície do cárter. O arranque é mais suave e sem efeito “slip-stick”. O servo-fuso CMS 63S não tem orifícios de ventilação, está hermeticamente fechado e tem índice de protecção IP65. O retentor do pistão é isento de perdas durante todo o tempo de serviço, o que significa que o accionamento é adequado para instalações com elevada exigência de higiene, protecção contra humidade e poeiras e outras condições operacionais exigentes. Para além do resolver, o utilizador tem ainda a possibilidade de optar por um encoder absoluto Hiperface e a possibilidade de escolher entre várias opções de instalação do servo. Também pode instalar ventilação forçada de 24 V ou escolher um servo-fuso com freio de 24 Vcc.

CMP

A actual tecnologia de automação requer motores capazes de acelerações rápidas, ciclos intensivos, cargas elevadas e grande precisão. Os servomotores síncronos CMP40 a CMP100 cumprem essa função até aos 178,8 Nm.

A redução de custos também é possível na operação em contínuo. Os servomotores CMP baseiam-se na mesma plataforma dos accionamentos mecatrónicos MOVIGEAR®, e o seu potencial de economia de energia é da ordem dos 30%. Os ímanes permanentes e a ausência de ventilador contribuem para a eficiência destes servomotores. O campo magnético necessário para criar o binário não é gerado por correntes induzidas, mas pelos ímanes permanentes. É por esta razão que os servomotores CMP têm conquistado a preferência dos construtores e utilizadores de máquinas para as indústrias alimentares e de bebidas mesmo quando estão em causa aplicações que requerem motores com operação contínua. Além disso, à economia proporcionada pelo motor, pode adicionar-se a economia tornada possível pelo servo-controlador MOVIAXIS®.

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controlo de qualidade

Integridade e segurança do produto: a utilização dos sistemas de raios x e outras tecnologias no controlo da qualidade Parte 1 – Introdução aos sistemas de raios x Com este artigo, dividido em três partes, que poderão acompanhar nas próximas edições, pretende-se demonstrar a tecnologia de raios x como um ponto fulcral não só na área da saúde mas também nas mais diversas áreas. O artigo começa com uma introdução à radiação, mais focada na electromagnética, dando uma visão geral da geração de raios x e como a partir da utilização controlada dos mesmos é possível a geração de imagens com informações em profundidade. Depois é introduzida a questão dos detectores de raios x lineares e em matriz e a sua utilização na deteção de contaminantes nas mais variadas indústrias, com foco especial na indústria alimentar. O artigo termina com uma visão mais alargada das diferenças e complementaridades entre sistemas de raios x, detectores de metais e outros equipamentos. A radiação eletromagnética A radiação, um agente que transporta energia de um ponto para o outro, divide-se segundo a forma em duas classes: radiação corpuscular em que a energia é transmitida por partículas subatómicas (electrões, protões, neutrões, partículas alfa, etc.) e a radiação electromagnética, em que a energia é transmitida por ondas electromagnéticas. Da radiação electromagnética fazem parte as ondas rádio, a luz visível, as micro-ondas, os infra-vermelhos, a luz ultra-violeta, os raios gama e os raios x. As duas principais características destas radiações são: a sua propagação em linha recta no vácuo 36

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(quando não interagem com a matéria) e a sua capacidade para atravessar matéria (quando existe interação com a matéria, as radiações podem ser transmitidas, reflectidas, absorvidas ou espalhadas). A quantidade de matéria que a radiação é capaz de atravessar depende da composição da mesma e da energia da radiação. A geração controlada de raios x Os raios x derivam de electrões que desaceleram quando penetram num objecto. Para existir um maior controlo deste processo é utilizada uma ampola de raios x.

Ampola de raios x

Uma ampola de raios x é composta por um invólucro de alto vácuo, contendo um cátodo e um ânodo. Nesta ampola os electrões são gerados pelo cátodo e acelerados em direção ao ânodo. Os electrões são acelerados de forma a atingirem altas velocidades antes de atingirem o “alvo” (local do ânodo que sofre o impacto dos electrões). A energia total dos electrões é então convertida em fotões e calor. Da energia cinética total dos electrões, 99% é perdida sob a forma de calor e apenas 1% é convertida em raios X. Os raios x são produzidos quando os electrões atingem um ponto no alvo que é chamado de ponto focal. Quanto menor for este ponto focal, maior será a resolução do objecto na imagem resultante. Criação de imagens através dos raios x Quando os raios x penetram num

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objecto apesar de alguns interagirem com o mesmo, a maior parte dos raios atravessam-no e, quando atingem uma superfície sensível a raios x, geram uma imagem. Numa radiografia de raio x tradicional, um objecto é posicionado entre a fonte de raio x e uma superfície sensível (pelicula sensível que consegue Radiografia tradicional detectar a intensidade de raios x que, através de agentes químicos, cria imagens), na imagem resultante podem ser vistas zonas escuras e claras. Isto significa que zonas diferentes recebem diferentes intensidades de energia, as mais escuras receberam raios x com maior intensidade e as mais claras com menor intensidade. As imagens podem assim oferecer informações sobre dimensões, estrutura e composição do objecto penetrado. Nos últimos anos, graças ao desenvolvimento de várias tecnologias, uma possibilidade radicalmente inovadora tornou-se uma realidade técnica e economicamente viável para a visualização, gravação e transferência de imagens nas mais variadas indústrias: os detectores de raios x lineares e em matriz. A diferença entre eles está na forma da detecção dos raios x, que é feita de forma linear ou em matriz, este sinal analógico é depois convertido em digital para se obter uma série de valores que serão posteriormente representados nas imagens finais. Este processo inovador de criação de imagens a partir dos raios x, diverge do método tradicional na forNº 214 Setembro 2012


controlo da qualidade ma, meios e na rapidez com que é realizado e processa-se da seguinte forma: o computador, parte integrante do sistema, indica ao gerador de raios x o nível de energia e frequência, e este por sua vez envia um sinal de alta voltagem à ampola de raios x, sinal que quando atinge o alvo (local do ânodo), resulta na emissão de raios x.

indicativo da quantidade de energia trazida pelos raios x.

Queijo de alta densidade

Queijo de baixa densidade

O que vai determinar esta quantidade são as características do objecto, quanto maior é a sua espessura ou densidade, menor será a energia trazida pelos raios x que chegam ao detector e consequentemente menor será o sinal enviado.

Contaminantes detectados em embalagem de amendoins

Neste processo, cada raio x atravessa o objecto e vai depois atingir os elementos sensíveis (chamados de CCD - charge-coupled device) do detector, que depois de atingidos, irão transmitir (através de um conversor analógico-digital) um valor

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imagem, isto é feito através de algoritmos que se baseiam na análise da fotometria (valor, contraste e gradação) dos pixéis da imagem.

Comprimidos embalados

Existem muitas questões a ter em conta no processamento das imagens resultantes destes sinais. O principal objectivo é detectar na imagem zonas que tenham densidade diferente do valor médio da

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Visualização da detecção de contaminante no ecrã de um sistema de raio x

Depois desta visão geral da definição de raio x e da operabilidade de um sistema de raios x, passaremos, na próxima edição da REVIPACK, à questão da sua utilização prática, mais precisamente na deteção de contaminantes nas indústrias farmacêutica, alimentar e de bebidas. A EGITRON é parceira da SARTORIUS, que disponibiliza sistemas de inspecção por raios x, detectores de metais e sistemas de pesa-gem em contínuo. Para mais informações sobre estes ou outros equipamentos, ou sobre software para controlo da qualidade, clicar nos ícones.

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máquinas

impressão

Fecho por ultrassons para tubos flexíveis A REVOBLOC (Barcelona, Espanha) vai apresentar na EMPACK (Madrid, 17 e 18 de Outubro) uma nova máquina para fechar tubos flexíveis pelo processo de soldadura por ultrassons. É uma máquina semi-automática, ideal para pequenas séries de produção. As tarefas de posicionamento e retirada dos tubos são executadas por operador. A máquina encarrega-se da soldadura com uma faixa estriada de 5-6 mm, com acabamento perfeito, que pode ou não incluir a codificação de lote e prazo de validade. O corte é também automático. A segurança de operação (normas CE de segurança máquinas) é assegurada por guardas de chapa acrílica e barreiras electrónicas. A ROVEBLOC é especialista em máquinas termoseladoras de filmes, sacos e bolsas, assim como diversos tipos de máquinas de embalagem.

Prestígio confirmado para software ERP/MIS português A SisTrade preparou e concretizou com cuidado a sua participação na DRUPA 2012. Uma agenda preenchida com seminário/apresentações no stand e uma equipa multilingue foram aspectos diferenciadores e apelativos, especialmente para profissionais que ainda não conheciam o software ERP / MIS 100% web SisTrade®Print. O stand da SisTrade recebeu centenas de visitantes profissionais e há boas perspectivas de alargamento da base de utilizadores a nível internacional, especialmente nas áreas em que a SisTrade tem mais quota de mercado: impressão de embalagens, embalagens flexíveis e etiquetas. Na DRUPA, o Sistrade®Print foi apresentado já com a nova funcionalidade da "Realidade Aumentada", de utilização crescente nas embalagens de produtos de consumo. Em paralelo, a SisTrade formalizou acordosde cooperação com a Universidade de Tecnologia de Varsóvia e com o Printing Group, do Líbano.

Sistrade em Istambul Nos dias 20 a 23 de Setembro, a Sistrade marca presença na feira EURASIA PACKAGING 2012 – Feira Internacional de Indústria de Embalagens, em Instambul, Turquia. O objectivo é expandir a carteira de clientes no mercado turco. Para esta feira, a Sistrade programou a apresentação do recente desenvolvimento para a área técnica da impressão das caixas de cartolina e cartão, dando especial enfoque ao tratamento da fibra do papel bem como ao cálculo automático do plano de imposição, integrado com as normas internacionais do sector ECMA e FEFCO. Para o componente de embalagem, o sistema tem agora uma ferramenta que suporta a importação, gestão e visualização de ficheiros "AutoCAD". 38

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