Kaká e André Lobe, com seus filhos Matheus e Pedro
1 A MAPLE BEAR
2 A METODOLOGIA CANADENSE
3 NA MAPLE BEAR,
4 ODACURRÍCULO MAPLE BEAR
ESPECIALISTAS 5 OS CANADENSES
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Editorial
Foto: Susana Pabst
De mãos dadas e
seguindo adiante
Você provavelmente já ouviu falar sobre o autismo.
Leia nossos artigos, e entenda os mitos que cercam o
Mas se não sabe muito bem o que significa, essa edição
autismo, os sinais que devem ser observados nos be-
vai contar pra você um pouco deste distúrbio que afeta
bês e nas crianças, e saiba o que pode ser feito para que
a comunicação e a capacidade de aprendizado e adapta-
o indivíduo leve uma vida (dentro das possibilidades)
ção do indivíduo.
normal. É preciso, mais do que nunca, que todos andem
Segundo especialistas, o autismo não é doença, e sim um transtorno de desenvolvimento que pode afetar a vida dde uma pessoa, dependendo do seu grau e da forma como a condição é tratada pelas pessoas com
de mãos dadas. O autismo não tem cura, mas tem tratamento! Compreender e se inteirar sobre o assunto vai ajudar – e muito – a aumentar a autonomia das crianças autistas e facilitar sua vida em sociedade.
quem a criança convive.
Esta edição é dedicada ao autismo, mas é, também,
A edição deste mês é voltada para este tema, e traz especialmente uma família que sabe muito bem do que esse transtorno se trata. Kaká e André são pais do Pedro e do Matheus e estão aqui, na nossa capa e na matéria principal, para contar um pouco da história do seu filho Matheus, que foi diagnosticado dentro do
um convite à esperança. Porque o caminho para o autista (e para a família dele) é longo, mas tende a ficar bem – desde que haja, em nossa comunidade, três elementos essenciais e diários: o acolhimento, o respeito e a inclusão. Venha, suba à bordo, e se entregue à essa linda jornada conosco!
Transtorno do Espectro Autista quando tinha 1 ano e 9 meses. Ela alerta sobre a importância de se ter um diagnóstico precoce e de como isso pode ajudar no pro-
Com carinho e com afeto,
cesso de desenvolvimento da criança, que deve ser vista e tratada de forma única. Isto posto, gostaria de fazer a você, querido leitor(a), um convite: receba essa edição de braços abertos.
Edição 126 | ano 11 Junho - Julho 2019 Editora Priscilla Koerich CRP-12/04578 Arte Eduardo Carvalho Motta Fotos de Capa Susana Pabst www.susanapabst.com.br
Revisão Cláudia Prates Colaboradores desta Edição Auxiliadora Mesquita Drª Bárbara Brandt Cláudia Prates Claudio Moreira Fernanda Lee Fernanda Moura Kaká Koerich Lobe Maria Alice Fontes
As opiniões veiculadas nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. Os artigos e os anúncios publicados são de total responsabilidade de seus autores e/ou suas empresas. Não é permitida a reprodução de qualquer conteúdo desta publicação sem prévia autorização da editora. Impressão
Priscilla Koerich @prikoerich
A Revista Educar, publicação bimestral da Pequeninos Revista Educativa Ltda, tem distribuição gratuita e direcionada aos pais, em inúmeros pontos comerciais e instituições de ensino de Joinville, Florianópolis e São José / SC. Para assinatura, sugestões, críticas ou elogios, envie e-mail para educar@revistaeducar.com.br
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Variedades
Por Auxiliadora Mesquita
AS NOVIDADES QUENTINHAS,
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Quem quer brincar na neve? A temporada de esqui e férias na neve começa agora no final de junho nos nossos vizinhos, Argentina e Chile. Que tal
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Miopia e criança A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um
Que horas são?
alerta no começo desse ano para o aumento nos casos de miopia em todo o mundo. A entidade estima que, até
Com a presença constante dos celulares em nossas
2020, cerca de 35% da população mundial esteja com o
vidas, acabamos por nos esquecer de um acessório char-
problema. A miopia é uma alteração na refração do olho
moso e ainda prático: os relógios de pulso. Que, por sinal,
e a visão de longe fica prejudicada. Considerada por
as crianças adoram, mesmo quando ainda não conse-
muito tempo como uma condição hereditária, hoje já
guem ler as horas! O relógio de pulso pode até não estar
se afirma que as circunstâncias ambientais contribuem
mais em todos os braços por aí, mas continua sendo útil
bastante para o surgimento da miopia.
e pode ser bem estiloso.
O menor tempo que as crianças passam em ambien-
Para os pequenos, nem precisa esperar aprender a ler
tes abertos pode desestimular a visão de longe, além de
corretamente. Se a criança já tem noção de tempo e está
diminuir a exposição à luz solar, que é um regulador da
aprendendo a contar, pode ser uma ótima oportunidade
produção de dopamina, que ajuda a controlar o cresci-
de aprender as horas também. Pode até começar pelos di-
mento do olho. Não respeitar o horário do sono e super-
gitais, mais fáceis de ler. Um relógio de ponteiro pode vir
-estimular os olhos com telas diversas também parece
depois, pois ele ajuda a memorizar e até a calcular. Mode-
contribuir para alterar a melatonina, outro hormônio
los infantis lindos é o que não falta no mercado. Ele deve
responsável pelo crescimento saudável do olho. A pre-
ser, de preferência, bem resistente. E, claro, vale lembrar:
venção? Limitar a exposição dos pequenos às telas ele-
já existem smartwatches para crianças também!
trônicas e brincar pelo menos 1 hora por dia ao ar livre.
5
Dicas de Saúde
Autismo e o tratamento odontológico Por Dra Bárbara Brandt
A maioria dos responsáveis pelas crian-
de coordenação motora podem levar estes
qual irão passar, desde o momento de co-
ças autistas encontram dificuldades no
pacientes a terem uma maior propensão
locar a pasta na escova, até um tratamento
atendimento odontológico, tanto por even-
ao desenvolvimento de problemas bucais.
restaurador; incluir o dentista na agenda
tualmente não existir cooperação por parte
Porém, entre tantas outras características a
visual do paciente, pela família, para que
da criança, mas também por não encontra-
se dar importância e serem desenvolvidas,
esta tarefa também seja treinada e desen-
rem profissionais que se habilitem para tal.
a saúde bucal acaba ficando em segundo
volvida - bem como se faz com escovar
plano no dia a dia: aí entra a importância da
os dentes e amarrar os sapatos -, será bas-
frequência das visitas ao dentista destes pa-
tante interessante para inclusão desta ne-
cientes desde cedo, bem como a forma de se
cessidade no seu repertório de atividades.
trabalhar com eles.
É importante que os pais compreendam
O atendimento odontológico para estes pacientes, muitas vezes pode se tornar desafiador, já que pode existir dificuldade na comunicação (devido a interação social), assim como a individualidade em suas ca-
Cada paciente, de forma individuali-
racterísticas comportamentais que podem
zada, vai responder ao toque, aos gestos e à
gerar alguma falta de cooperação por parte
fala de forma diferente; para tanto, é neces-
dos pequenos.
sário que haja, por parte do profissional,
Isso também pode se dar devido a dificuldade no processamento sensorial que o leva a uma super responsividade, ou seja, sensibilidade a pequenos toques, barulhos, ou até mesmo à luz. Toda essa situação pode gerar dificuldades também aos pais, na rotina diária. Também o uso das medicações que podem causar hipossalivação, a dieta rica em carboidratos e a dificuldade
bom senso e capacitação para criar o vín-
que nem sempre o tratamento será fácil e que poderá ser gerado estresse à criança, ao profissional e à própria família, porém, com carinho e paciência, sempre chegaremos ao sucesso.
culo e a confiança necessária; assim como
Como pessoas diferentes possuem di-
é interessante que a família já o familiari-
ferentes necessidades, existem sim formas
ze com os possíveis ruídos e afins, antes
de se tratar a criança autista em ambula-
de levá-lo ao ambiente. O paciente que
tório, sem nenhuma necessidade de algo
possui o Transtorno do Espectro Autista
extra; porém, caso seja necessário, existem
é bastante visual, e por este motivo utili-
algumas formas de se tratar crianças não
zamos de vários artifícios que os levam
colaboradoras, dependendo do grau dos dé-
a visualizar e entender as situações pela
ficits intelectuais, e se ele é existente ou não:
Dra Bárbara Brandt - Odontopediatra
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informação útil para todos
Condicionamento: para a criação do
a dormir totalmente, então, caso ouça al-
mos machucando, será apenas algo de que
vínculo com a criança, a abordagem come-
gum barulho ou sinta algum desconforto,
seu nível cognitivo não é capaz de enten-
ça ainda na recepção, enquanto a criança
pode se sentir incomodada e não permitir
der para aquele momento.
se diverte na brinquedoteca. Vamos a
o tratamento da mesma forma de quando
conhecendo, entendendo sua responsi-
sem a sedação.
Anestesia geral: em algumas situações, a melhor forma de fazer o tratamento para
vidade e sensibilidade para saber até que ponto poderemos ir mostrando e ensinan-
Contenção protetora: em algumas si-
estes pacientes, é sob anestesia geral. O pa-
do tudo o que poderá passar, barulhos e
tuações, por mais que a criança entenda
ciente fica não-responsivo e o tratamento
sensações que poderão ocorrer. É uma eta-
tudo o que irá acontecer e se sente a von-
é realizado sem intercorrências. No en-
pa que muitas vezes não é valorizada, mas
tade na presença do profissional, e utili-
tanto, por ser um tratamento com um alto
de extrema importância, já que nós profis-
zando os instrumentais nos responsáveis
custo e riscos – por mínimo que sejam,
sionais entenderemos as particularidades
ou bichinhos utilizados para esta ludici-
nem sempre acaba sendo o de melhor es-
de cada criança e seus medos e aflições.
dade, no momento de fazer em si mesmo,
colha para a maioria dos casos.
ainda pode não haver cooperação. Muitas
Apesar de muitas vezes dificultoso, o
Sedação medicamentosa e/ou via óxido nitroso: a sedação pode auxiliar
vezes acaba sendo necessário que os pais
tratamento odontológico para os pacien-
ou responsáveis, através de um termo de
tes com Transtorno do Espectro Autista
no momento do tratamento, já que deixa
consentimento, permitam que se faça
a criança um tanto mais tranquila e com
uma contenção da criança para que o tra-
Realizando uma boa consulta inicial,
um "tempo de cadeira" mais longo. Porém,
tamento seja efetivado sem intercorrên-
o profissional capacitado estará apto para
somente a sedação pode não ser o sufi-
cias. Na grande maioria das vezes, apesar
verificar qual será a melhor forma de pro-
ciente: em algumas crianças pode existir
de a criança estar sendo “forçada” a fazer o
por o planejamento individualizado mais
o efeito contrário e deixá-la ainda mais
procedimento – que é para seu bem – não
adequado para cada caso, visando sempre
agitada. Além disso, a criança nunca chega
serão gerados traumas, afinal, não a estare-
o bem estar e a saúde do pequeno.
pode ser realizado sem intercorrências.
7
Comportamento
EDUCAR
por
informação útil para todos
Fernanda Mello - Pedagoga
consciência
Educando com
V
ivemos em uma sociedade ex-
ver com ansiedade e eternamente insa-
de nossas vidas ele naturalmente se de-
tremamente competitiva e in-
tisfeitas com suas conquistas.
senvolverá. Portanto, a responsabilida-
dividualista. Não sei como era viver
Por último, é a valorização do ter ao
em outras épocas, mas pelo o que
invés do ser. Nós precisamos ter para
de do caminho que trilhamos é nossa. Partindo desse ponto de vista, parar
dizem os mais velhos, as pessoas ti-
sobreviver, isso é fato, no entanto, esta-
e repensar se a educação que estamos
nham uma relação mais humana com
mos deixando de lado a nossa essência
oferecendo aos pequenos está os au-
os outros, parece que conseguiam vi-
e o nosso desenvolvimento interno,
xiliando a se tornarem pessoas felizes,
ver com menos frieza e mais atenção.
pois a vida insana que vivemos, super-
que vão contribuir para a construção
Não estou sendo saudosista, dizendo
lotada de atribuições, não nos permite
de uma sociedade melhor, é o mínimo
que antes era melhor do que agora, era
ter tempo para isso.
que podemos fazer.
simplesmente diferente. No entanto,
Mas o que não podemos esquecer
Viver nesse mundo exigente, ágil e
acredito que estamos construindo um
é que o controle da nossa vida está em
competitivo não é fácil, mas fazer peque-
mundo perigosamente desumano.
nossas mãos. E as escolhas que fazemos
nas mudanças em nosso comportamen-
Ao pararmos para refletir sobre
dependem dos nossos objetivos. Ao
to pode fazer grande diferença na nossa
como chegamos a este ponto, não po-
darmos atenção a determinado aspecto
vida e nas vidas das próximas gerações.
demos deixar de lado a forma como estamos educando as crianças. A primeira questão a se pensar é a falta de envolvimento afetivo que permeiam as relações entre pais e filhos. Ouvir com atenção e olhar com profundidade não faz parte da rotina da maioria das famílias. Isto não permite que as crianças aprendam a cultivar relações profundas e verdadeiramente significativas. O segundo ponto é a educação com o foco em ser o melhor. A vida de ninguém se resume a isso. Vivemos em ciclos de altos e baixos, de equilíbrio e desequilíbrio, de tropeços e de acertos. Por isso, dizer às crianças que devem ter objetivos irreais só vai fazê-las vi-
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Disciplina Positiva
Os efeitos do
TRAUMA E DA NEGLIGÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO CEREBRAL E A PROTEÇÃO DAS FERRAMENTAS DE DISCIPLINA POSITIVA
U
m dos mais relevantes estudos sobre
que levou dezenas de milhares de crianças
os efeitos da negligência na infância
a orfanatos administrados pelo Estado. Nel-
foi realizado com adolescentes que pas-
son conta que os cuidadores dos orfanatos
saram por orfanatos da Romênia durante
trabalhavam em turnos curtos e as crianças
a infância. Uma nova análise mostra que
eram submetidas a até 17 cuidadores dife-
esses adolescentes que apresentam uma
rentes em uma semana. Os bebês raramen-
variedade de problemas comportamentais
te recebiam interações individuais e viviam
e cognitivos, têm menos substância bran-
em um estado de falta de estimulação.
ca em seus cérebros do que um grupo de comparação do mesmo local, mas que não vivenciaram negligência.
Por Maria Alice Fontes e Fernanda Lee
www.DisciplinaPositiva.com.br
EDUCAR | informação útil para todos
Mas há boas notícias! Um pequeno grupo de crianças que foram retiradas de orfanatos e se mudaram para lares adotivos aos
As regiões do cérebro afetadas incluem
2 anos de idade pareceu se recuperar, pelo
áreas responsáveis pelo processamento da
menos na estrutura cerebral. Isso reforça a
atenção, cognição geral e processamento de
ideia que as ferramentas da Disciplina Posi-
emoções. O trabalho sugere que a privação
tiva com crianças pequenas, que incluem a
sensorial no início da vida pode ter impac-
validação das emoções, o encorajamento e o
tos anatômicos graves no cérebro e pode
aprendizado da regulação emocional pode
ajudar a explicar os efeitos negativos em
estimular os cérebros das crianças peque-
longo prazo sobre o comportamento.
nas de forma muito poderosa.
O trabalho é baseado em exames de res-
"Este é um estudo interessante e importante",
sonância magnética e outras medidas feitas
diz o pesquisador da Harvard Medical School,
na Romênia por pesquisadores do Bucharest
Martin Teicher, que dirige o programa de pes-
Early Intervention Project (BEIP). O grupo,
quisa de psiquiatria no McLean Hospital em
liderado pelo neurologista Charles Nelson,
Belmont - Massachusetts. A questão crucial
da Harvard Medical School, teve a ideia de
se as crianças podem se recuperar dos con-
estudar os efeitos do colapso do regime de
tratempos da adversidade inicial não havia
Nicolae Ceauceşcu, na Romênia, em 1989,
sido respondida antes, acrescenta.
EDUCAR
O que é considerado trauma para uma criança pequena?
co porque seus cérebros que estão em rápido desenvolvimento são muito
O trauma na primeira infância está
vulneráveis. O trauma na primeira in-
relacionado às experiências traumáticas
fância tem sido associado ao tamanho
que ocorrem entre 0 a 6 anos de idade.
reduzido do córtex cerebral, responsá-
Um crescente corpo de pesquisa de-
vel por todas as funções complexas, in-
monstra que crianças pequenas podem ser profundamente afetadas por eventos que ameacem a sua segurança ou a de seus pais e cuidadores. Esses traumas podem ser o resultado de negligência, violência intencional, como abuso físico ou sexual, incluindo a violência doméstica. Além disso, pode ser decorrente de desastres naturais, acidentes ou guerra.
cluindo memória, atenção, percepção, pensamento, linguagem e consciência. Essas mudanças podem afetar o QI e
trauma podem: • Demonstrar poucas habilidades verbais. • Apresentar problemas de memória. • Gritar ou chorar excessivamente. • Ter pouco apetite, baixo peso ou problemas digestivos.
a criança pode desencadear mais comportamentos indevidos, tendo dificuldade para se desenvolver de forma segura e de todo o seu potencial. Sem o apoio de um pai ou cuidador
venciar estresse pós-traumático em res-
de confiança para ajudá-los a regular
posta a procedimentos médicos doloro-
suas fortes emoções, as crianças po-
ou cuidadores.
Crianças de 0 a 2 anos expostas a
a capacidade de regular as emoções, e
Crianças pequenas também podem vi-
sos ou a perda súbita de um dos genitores
informação útil para todos
dem experimentar estresse intenso, com pequena capacidade de comunicar efetivamente o que pensam e
Quais são os efeitos dos eventos traumáticos na vida da criança? Os eventos traumáticos que ameaçam a segurança das crianças pequenas têm um profundo impacto sensorial. Sua integridade emocional pode
sentem. Elas frequentemente desenvolvem sintomas que os pais e cuidadores não entendem e podem exibir comportamentos indevidos que os adultos não sabem como responder apropriadamente.
ser profundamente abalada por estímulos visuais assustadores, ruídos altos, movimentos violentos e sensações associadas a um evento imprevisível e assustador. As imagens assustadoras tendem a se repetir na forma de pesadelos e medos que revivem o acontecimento. Na falta de uma compreensão precisa da relação entre causa e efeito, as crianças pequenas acreditam que seus pensamentos, desejos e medos têm o poder de se tornar reais e fazer as coisas acontecerem novamente. As crianças pequenas que sofreram trauma estão particularmente em ris-
Sintomas e Comportamentos As crianças pequenas podem desenvolver sintomas comportamentais e fisiológicos associados ao trauma, pois não conseguem expressar em palavras seus medos, angústias e
Crianças entre 3 e 6 anos de idade expostas a trauma podem: • Ter dificuldade em focar ou aprender na escola. • Desenvolver deficiências no aprendizado. • Apresentar problemas no desenvolvimento das habilidades sociais.
impotência. Podem apresentar difi-
• Imitar o evento abusivo ou traumático.
culdade de enfrentar novas situações,
• Ser verbalmente abusivas.
serem facilmente assustadas, difíceis
• Ser incapazes de confiar nos
de consolar, agressivas e impulsivas. Elas também podem ter dificulda-
outros ou de fazer amigos. • Acreditar que elas são as culpadas
de para dormir, perder habilidades
pelo evento traumático.
adquiridas recentemente e mostrar
• Ter pouca autoconfiança.
regressão no funcionamento fisioló-
• Ter dores de estômago
gico e comportamental.
ou dores de cabeça.
www.RevistaEducar.com.br
11
Disciplina Positiva
EDUCAR
Quais são os fatores de proteção para aprimorar a resiliência? Os efeitos das experiências traumáticas em crianças pequenas são preocupantes,
informação útil para todos
Como a Disciplina Positiva pode ajudar?
mas nem todas as crianças são afetadas da mesma maneira, nem no mesmo grau. Crian-
A Disciplina Positiva oferece
ças e famílias que possuem suas próprias possibilidades de enfrentamento, de acordo
uma série de ferramentas que po-
com seus recursos psicológicos, sistema de suporte e capacidade interna de resiliência.
dem ser úteis para as crianças que
A Disciplina Positiva pode ajudar as crianças traumatizadas a recobrar suas conexões
passaram por situações traumáti-
cerebrais através da estimulação da linguagem das emoções, da pausa positiva e do en-
cas. A relação nunca deve ser humi-
corajamento das capacidades internas, desde que sejam usadas de maneira genuína,
lhante, gerar culpa ou vergonha.
consistente e previsível.
Preste atenção para os “não”:
Embora o trauma na infância possa ter efeitos graves e duradouros, há esperança. Com apoio e adultos atenciosos, as crianças podem se recuperar de acordo com as seguintes dicas:
não puna, não seja permissível, não
1
re privilégios como punição.
Identifique os gatilhos do trauma. Fique atento ao que você está fazendo ou dizendo em sua casa, que pode desencadear lembranças traumáticas.
7 Evite qualquer tipo de punição e recompensa, foque em soluções.
8 Estabeleça limites razoáveis e con-
É importante evitar padrões de comportamento e reações que reativam a
podem ser os gatilhos.
2
O que deixa seu filho ansioso que rede seu filho a evitar respostas exacerbadas que desencadeiam memórias
bre seus sentimentos sem julgamento.
10 Não evite temas difíceis ou conver-
sas desconfortáveis. Mas não force
agem de maneiras a promover a distância dos adultos. Ofereça atenção, conforto e encorajamento, passando tempo junto com afeto e amor.
4
Reserve tempo para ficar no mesmo nível dos olhos dos seus filhos, ouça primeiro e fale por último, valide os sentimentos, sem tentar resgatar ou consertar. Seja solidário, permita escolhas.
5 6
as crianças a falar antes que elas estejam prontas.
Esteja física e emocionalmente disponível. Algumas crianças traumatizadas
Seja paciente e dê o modelo de equilíbrio. Pergunte, não mande ou reaja. Quando seu filho está chateado, faça o que puder para manter a calma: abaixe a voz, reconheça os sentimentos, seja reconfortante e honesto.
EDUCAR | informação útil para todos
Ajude a criança a se sentir aceita e importante;
ma pessoal. Permita que a criança fale so-
traumáticas.
3
síveis, usando poucos elogios e
9 Nunca leve os comportamentos de for-
sulta em uma birra ou explosão? Aju-
11
Foque nos “sim” e aja sempre de forma positiva: Seja gentil e firme ao mesmo tempo;
portamentos desejáveis.
o seu tom de voz e expressões faciais
conserte, não isole a criança, não reti-
sistentes, com expectativas plaumuitos encorajamentos para com-
situação traumática. Preste atenção se
ofereça recompensas, não resgate ou
Entenda que os resultados virão em longo prazo; Ensine habilidades sociais e de vida; Incentive a criança a sentir o quanto é capaz e a usar seu potencial de forma construtiva. Com a Disciplina Positiva podemos prevenir e tratar crianças que passaram por situações traumáticas a reconectarem seus cére-
Corrija qualquer desinformação so-
bros e se desenvolverem de forma
bre o evento traumático, e assegure-
mais saudável.
-os de que o que aconteceu não foi culpa deles.
12 Ajude seu filho a aprender a relaxar
e incentive praticar respiração lenta, ouvir música tranquilizadora ou dizer coisas positivas.
13 Seja consistente e previsível. Desenvolva uma rotina regular para as refeições, para o tempo de brincar e para a hora de dormir. Previsibilidade é chave para uma criança mais estável. a criança antecipadamente 14 Prepare para mudanças ou novas experiências.
BIBLIOGRAFIA: • Glaser D. The effects of child maltreatment on the developing brain. Med Leg J. 2014 Sep;82(3):97-111. • Teicher MH. Childhood trauma and the enduring consequences of forcibly separating children from parents at the United States border. BMC Med. 2018 Aug 22;16(1):146. • Disciplina positiva: O guia clássico para pais e professores que desejam ajudar as crianças a desenvolver autodisciplina, responsabilidade, cooperação e habilidades para resolver problemas. Editora Manole (2015).
12
Turma da Cuca apresenta
Charme não tem idade
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Inverno 2019 Venha conferir
Capa Autismo
Autismo CONHECER, INCLUIR, RESPEITAR
Por: Auxiliadora Mesquita
Eles estão à nossa volta: são nossos filhos, sobrinhos, netos. Vizinhos e alunos. Colegas e coleguinhas. E há quem afirme que muito antes de receberem esse nome, já existiam pessoas com as características próprias do autismo. Hoje, com suas histórias cada vez mais conhecidas, estão começando a receber o respeito e a acolhida que merecem.
EDUCAR | informação útil para todos
Respeito e acolhida são a base de tudo, para qualquer ser humano. Todos nós temos particularidades e necessidades específicas, assim como aqueles que estão dentro do Espectro Autista. E que precisam do apoio de todos que os cercam para que possam desenvolver o seu melhor. Por isso é tão importante conhecer e se informar para que a convivência seja cada vez mais feliz e produtiva para todos. A primeira vez que a palavra foi usada foi em 1943, pelo psiquiatra Leo Kanner. A condição observada por Kanner já havia sido descrita antes, mas era quase sempre classificada como esquizofrenia. Foi esse médico, de origem austríaca e que trabalhou nas mais importantes instituições pediátricas dos Estados Unidos, que utilizou o termo para designar um conjunto de sintomas que se repetiam em algumas crianças. Mas ele mesmo alertou para o fato de que, por mais que o diagnóstico tivesse evoluído, cada criança deveria ser sempre vista e tratada como única.
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Capa Autismo
Muitos autismos diferentes Na verdade o termo Autismo não é o mais correto, pas-
E quanto às vacinas: não, elas não causam autismo
sando a ser denominado “Transtornos do Espectro Autista”,
e isso sim já foi cientificamente comprovado. Um es-
ou TEA. A expressão "espectro" indica bem a variedade de
tudo publicado há mais de 20 anos lançou essa falsa
graus e de características que podem ocorrer em quem é au-
ideia, que se espalhou como pólvora. Já na época o
tista. No entanto, permanecem como centrais três áreas em
jornal e os co-autores se retrataram publicamente e o
que as crianças são afetadas: a comunicação, a socialização e
médico responsável perdeu sua licença, mas infeliz-
o comportamento.
mente o mito ainda persiste, causando epidemias de
Na comunicação, o TEA se caracteriza por dificuldades na fala e na expressão de ideias. Pode ocorrer desde um simples atraso, a completa falta de comunicação verbal, como também o uso de repetições na linguagem ou fala não usual. Ini-
doenças que já haviam sido exterminadas!
Quem é autista?
Em primeiro lugar, deve haver um diagnóstico fei-
ciar ou manter um diálogo também costuma ser difícil e em
to por um profissional capacitado. Normalmente, os
percentual menor do que as crianças típicas.
pais observam que algo está diferente no desenvolvi-
Na socialização, há uma dificuldade da pessoa com TEA
mento do bebê ou da criança (veja nosso quadro abaixo).
de interagir com as pessoas, o que inclusive causa um dos
Então, faz-se necessário buscar a orientação de um
traços mais conhecidos do transtorno, a falta ou diminui-
neuropediatra ou de um psiquiatra infantil especia-
ção de contato visual. E no comportamento, existe a pre-
lista em atraso do desenvolvimento.
sença frequente de padrões repetitivos e de um interesse
O diagnóstico médico é feito a partir de exame clí-
intenso e específico por uma coisa ou assunto. Estima-se
nico, ou seja, da observação da criança. Testes também
também que apenas a minoria dos autistas apresentem al-
são aplicados, assim como exames que podem ser pe-
gum déficit intelectual.
didos para descartar ou confirmar outras condições,
De fato, todas as características citadas podem ir de leve
doenças ou síndromes.
a muito graves, daí a ideia de um espectro – o transtorno não
O objetivo do profissional de saúde é estabelecer
resulta num quadro único mas num leque de combinações e
o diagnóstico confirmando a alteração no desenvolvi-
graus que podem afetar a criança autista, dando a ela sua con-
mento das três áreas – a comunicação, a socialização
formação única.
e o comportamento. O bom profissional também irá buscar estabelecer o grau do transtorno que afeta
Por que isso acontece?
cada criança em particular.
Já se sabe que a causa do autismo é genética e que sempre
ocorre na fase intrauterina, mas ainda não há estudos confiáveis que definam que fatores desencadeiam o transtorno. Muita pesquisa tem sido feita, caminhos diversos têm sido trilhados. E, infelizmente, muito rumor, ideias sem fundamento científico e até mesmo fraudes, também! Já foram identificados mais de 1.000 genes relacionados ao transtorno. Acredita-se que outras causas podem incluir complicações na gravidez, intoxicações ou infecções. Mas ainda não há conclusão definitiva e científica para nenhuma das causas estudadas. O cérebro do autista é fisicamente diferente, isto é, apresenta características que o distingue do cérebro de um neurotípico (não-autista).
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Sinais importantes para observar nos bebês: • Ausência de balbucio e de linguagem nãoverbal (apontar, dar tchau) até os 12 meses. • Ausência de palavras simples até os 18 meses. • Ausência de combinação de 2 palavras até os 2 anos. • Pouco ou nenhum contato visual com os pais. • Perda das habilidades sociais com qualquer idade.
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O que pode ser feito?
Até o momento, autismo não tem cura, mas
TEM TRATAMENTO! E quanto antes iniciadas as intervenções, melhor o prognóstico. Por isso, o acompanhamento precoce e bem feito é tão importante no sentido de dar ao portadores do TEA a possibilidade de desenvolverem ao máximo suas capacidades, melhorando sua autonomia e bem estar. O ideal é que uma equipe multidisciplinar possa acompanhar a criança. O tratamento que apre-
Convivendo com o TEA
A orientação e o conhecimento são a melhor estratégia
senta melhores resultados comprovados cientifi-
para tornar a vida mais feliz e prazerosa para os portadores
camente são as terapias comportamentais (ABA),
do transtorno e para quem está à sua volta. A maioria dos
que é a recomendação da Organização Mundial de
autistas aprecia rotina e a habilidade de prever resultados.
Saúde. Para melhoras efetivas no desenvolvimen-
Quem consegue prover isso na vida deles está ajudando-os
to, que aumenta até mesmo o QI (quociente de in-
a se sentirem mais seguros e tranquilos.
teligência) da criança, as terapias comportamentais
Por outro lado, os especialistas recomendam esticar aos
devem ser intensivas, pelo menos 15h semanais e
poucos a zona de conforto do autista, para que ele se sinta
podem ser aplicadas até mesmo pelos pais em casa,
mais à vontade em situações diversas e se torne mais autô-
mediante treinamento.
nomo e independente. Mas é importante fazê-lo gradativa-
Além disso, são recomendados fonoaudiólogos,
mente e respeitar seus limites, lembrar que a super-estimu-
atividades físicas e terapeutas ocupacionais especia-
lação costuma não trazer boa resposta dos portadores de
lizados em integração sensorial, pois o transtorno
TEA – som alto, ambiente agitado, cheiros ou outros estímu-
sensorial é muito comum, ou seja, quando a criança
los muito fortes podem gerar aflição, raiva e até tristeza.
tem uma resposta muito fraca ou muito exagerada aos estímulos sensoriais do ambiente. Os terapeutas ocupacionais auxiliam também na melhora das ha-
Muito caminho a trilhar
Dos anos das primeiras descobertas até hoje, muito
bilidades de coordenação motora fina e ampla e da
tem sido estudado sobre o autismo e muitos Direitos fo-
percepção de si mesmos.
ram conquistados.
O acompanhamento médico deve ser constante
O diagnóstico e a INTERVENÇÃO PRECOCE de
e pode incluir medicação. Embora ainda não exista
QUALIDADE e INTENSIVA fazem toda diferença no
medicação para o Autismo, pode ser benéfica para
prognóstico e podem mudar completamente a vida dessas
alguns sintomas que podem ou não estar presentes,
crianças para melhor. Com essas medidas, por exemplo,
como Hiperatividade, Déficit de Atenção e outros.
um autismo severo pode se tornar leve e, e nos casos mais
Melhorando tais questões, as terapias serão melhor
leves é possível inclusive sair do Espectro (3% a 5%), ou
aproveitadas, mas sem as terapias, não haverá melho-
seja, os sintomas passam a ser tão sutis, que não prejudi-
ras no tratamento do Autismo propriamente dito.
cam mais o desenvolvimento da criança. Por isso, mesmo
Existem várias opções atualmente. O importante é lembrar que a colaboração com o médico é
quando houver dúvida no diagnóstico, é importante iniciar as intervenções imediatamente.
fundamental: como se trata de um espectro e cada
Infelizmente muitos profissionais, por desconhecerem
criança é única, pode demorar algum tempo até que
os sintomas, afastam o diagnóstico nos primeiros anos de
se chegue ao tipo e dosagem ideal de medicamen-
vida, impedindo uma intervenção precoce justamente nos
to para cada caso. Paciência, observação detalhada,
casos leves, onde o tratamento traria melhores resultados! É
acompanhamento constante da criança e boa comu-
preciso avançar, principalmente no acolhimento, respeito e
nicação entre família e médico são essenciais para a
inclusão que essas crianças (e adultos) merecem do mundo
escolha funcionar.
ao seu redor.
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Capa Autismo
Kaká e André
A superação de
Lobe com os filhos Matheus e Pedro
Por: Claudia Prates Fotos: Susana Pabst
A palavra “resiliência” pode ser traduzida como a capacidade de uma pessoa lidar com seus problemas e desafios, vencer obstáculos e não ceder à pressão, seja qual for a situação.
A Revista Educar foi
Em 2014, logo depois de ter recebido a notícia de que seu filho Matheus (na época
conhecer a história do
com 1 ano e 9 meses) se incluía no Transtorno do Espectro Autista, a mamãe Kaká e o
pequeno Matheus, hoje
papai André foram logo se informar sobre tratamentos que pudessem fazer com que ele
com 6 anos de idade, que foi diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista) quando tinha 1 ano e 9 meses. EDUCAR | informação útil para todos
levasse uma vida normal. Segundo Kaká, “Havia milhares de depoimentos, estudos sobre as
causas, sintomas, mas nada sobre tratamentos. Não encontrava respostas sobre o que eu poderia fazer para estimular meu filho, nem tampouco qualquer perspectiva sobre recuperação ou melhora. Me esbarrava sempre na frase: Autismo não tem cura.” Nesse primeiro momento, Kaká e André ficaram muito assustados, acharam que Matheus seria incapaz de falar, de levar uma vida social ativa, de atender a certos comandos. André, lembra: “Me incomodava
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muito o fato de que, ao chegar em casa, ele não
semanais, Fonoaudiólogo, Terapia Ocupacio-
vinha me abraçar. O primeiro médico falou que
nal e outros.”
eu tinha que me acostumar com essa situação, que eu teria que me acostumar com o fato de que ele não iria me beijar, abraçar e que iria sempre correr de mim, e que ele não iria socializar; foi o maior impacto.”
tão cedo foi crucial para o desenvolvimento de seu filho. Com tantas ferramentas a seu favor, Matheus foi evoluindo a cada dia e, depois de dois anos
Eles sabiam que o caminho seria ár-
intensos de tratamento, e um pouco antes de completar 4 anos, recebeu alta de
sito e dedicação.
seu neuropediatra e saiu do Espectro do
ram incontáveis consultas com pediatras especializados, terapias comportamentais, aulas de musicalização, estímulos na rotina e várias outras intervenções que passaram
Autismo. Tudo foi se desenvolvendo de forma gradual e constante, e deixou para trás apenas alguns resquícios do autismo, os quais ele continuará tratando por meio de terapias adequadas.
a fazer parte da vida dele, e da família, a fim
E sabe aquela história sobre “propagar a
de auxiliá-lo na estimulação da linguagem e
informação”? Foi exatamente isso que Kaká
interação. “Cerca de 6 meses depois, conhece-
fez: criou um canal que, além de muito espe-
mos a Mayra Gaiato (São Paulo), atualmente
cial, tem como objetivo principal ajudar os
o maior nome do tratamento do Autismo no
pais que se encontram na mesma situação
Brasil, mas que na época era pouco conhecida!
em que ela e sua família se encontravam.
Assim que começamos a ser instruídos por ela,
O site www.autistologos.com, no qual ela
realizando a maior parte das terapias em casa,
disponibiliza todas as informações sobre o
inicialmente por mim mesma, o Matheus teve
assunto, o passo a passo do tratamento do
uma evolução incrível! Começou a falar, inte-
Matheus, para que os interessados possam
ragir, deu um salto no seu desenvolvimento!”,
reproduzir em suas casas. O “Autistólogos”
relata Kaká.
indica também filmes, livros, aplicativos,
E Kaká tinha em mãos, também, uma ferramenta poderosa, que decidiu usar como propósito, após presenciar os resultados de Matheus: a propagação da informação. Para ela, o diagnóstico de seu filho e todo seu tratamento poderia ajudar outras famílias
oferece entrevistas, matérias, direitos e muito mais. Porque, neste caso, menos não é mais. E também, é a prova de que a informação em abundância serve de guia para muitos que se veem num caminho que, a princípio, se mostra escuro.
sobre a importância do diagnóstico precoce
“Ainda que seja raro sair do Espectro, um
e da imediata iniciação do tratamento. Para
tratamento adequado e intensivo certamente
ela, “Todo conhecimento adquirido sobre o TEA
é capaz de mudar o futuro de nossas crianças,
e o tratamento do Matheus devem ser compar-
amenizando e revertendo grande parte dos sin-
tilhado com todos, pois, quanto mais pessoas
tomas.” , ressalta Kaká.
souberem, mais crianças e famílias poderão se beneficiar e se desenvolver ”. E completa: “Infelizmente até mesmo grande parte dos profissionais não está atualizado, acabam fazendo o diagnóstico tardiamente. E o pior, muitas vezes limitam o tratamento ao uso de medicamentos. O mais recomendado são as terapias comportamentais (Aba/Denver), pelo menos 15h
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Ela alerta que receber o diagnóstico
duo, mas eventualmente, cheio de propóA partir do diagnóstico de Matheus, fo-
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“
Não é sobre
vencer, é sobre
superar desafios diariamente.
”
Kaká Lobe (mãe do Matheus)
O que Kaká compartilha em seu site - e em vídeos de seu canal no youtube (procure por Autistólogos) – serve para todos que buscam uma forma de se jogar na batalha e se fortalecer, com o intuito de aprender a lidar e se adaptar à situação apresentada. Para essa mamãe carinhosa e muito esperta, a resiliência não é teoria, é AÇÃO.
Saiba mais: Site: www.autistologos.com Youtube: AutistologosAutismo Instagram: @autistologos_autismo
Interação entre pais e filhos
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Música Texto: Auxiliadora Mesquita - Ilustração: Cláudia Prates
A música é a favorita! Dentre todas as artes, ela com certeza é a que está
conectados a todas as invenções musi-
do um hormônio chamado dopamina.
cais que surgem ou são redescobertas.
O bem-estar que sentimos é real. E a
mais presente no dia a dia das pessoas.
O motivo para ela estar por todo o
música certa na hora certa pode animar
Nos momentos mais variados, ela
lado? Ela faz bem, muito bem. Ela ativa
ou relaxar, estimular a memória ou a ati-
acompanha, ajuda e marca, para sem-
os centros de prazer do cérebro, liberan-
vidade física, e até ajudar a curar.
pre, as lembranças da vida. E é claro que existe música para todos os gostos. Ao redor do mundo, os sons foram surgindo e sendo escolhidos por cada povo do lugar. Notas se misturaram de maneira única em cada canto do planeta. Hoje, com a comunicação instantânea da internet, esses sons se espalharam e estamos cada vez mais
Tanto poder tem que ser bem usado, não é mesmo? Oferecer às nossas crianças músicas variadas, que façam (e promovam) o bem já é uma excelente forma de iniciar o caminho. Incentivar as crianças a experimentar o “fazer música”, ainda melhor. No mais, é deixar a música rolar...
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Interação entre pais e filhos Achei pra você O urso barulhento, de Nick Bland (Editora Brinque- Book)
Cinema
Nesse livro divertido e original, um
O Rei Leão
A versão em live action é
urso ouve o som de uma banda na
dirigida por Jon Favreau (de
floresta e quer participar da música
Homem de Ferro), Rei Leão
também. E sai experimentando os
segue a mesma trama da animação: Simba idolatra seu pai, o
instrumentos para ver qual é o som
rei Mufasa. Quando seu tio Scar trama a morte do soberano e
que vai combinar com ele. O livro
coloca a culpa no sobrinho, o leãzinho deixa o reino, crescendo
fala de sons e música, mas também
longe de tudo que ama - até que decide recuperar o que é seu
de habilidades e persistência.
por direito. Previsão de estreia: 18 de Julho de 2019
Os Músicos de Bremen, Irmãos Grimm (Ed. Paulus) Nesse conto clássico alemão que o mundo inteiro conhece, quatro animais vão se encontrando e terminam por se unir para tocar música na cidade. Mas isso tudo com muita aventura pelo caminho...
Cinema
Toy Story 4
Na nova história, Woody,
Buzz e outros brinquedos vão para o norte em uma viagem de carro com a nova dona deles, Bonnie. No novo lar eles encontram Forky, construído a partir de um garfo, que está decidido a fugir de lá. Previsão de estreia: 20 de Junho de 2019
Meu primeiro livro de música, Donatella Bergamino (Ed. Girassol) Para as crianças maiores e com um interesse mais forte em música, vale
Teatro
Frozen - O musical
A peça musical conta a
a pena esse guia bem completo. Vem
história das irmãs Anna e Elsa.
com instrumentos musicais, expli-
Dedicado a todas as idades,
cações sobre o que é melodia, ritmo,
com efeitos especiais, projeções e todas as canções cantadas ao
harmonia e muitos outros assuntos
vivo. Além disso, será uma produção acessível em libras.
relacionados. Tudo fácil de enten-
Onde: Teatro Pedro Ivo - Florianópolis
der e bem ilustrado. Dá até dicas de
Quando: 23 de Junho, Domingo, às 16h00
como fazer instrumentos musicais.
Ingressos: www.ingressorapido.com.br
Berçário • Educação Infantil • Ensino Fundamental 1 • Período Integral • Educação Bilíngue
MATRÍCULAS ABERTAS Rua Itapuã, 398 - Parque São Jorge - Fpolis
Tel.: (48) 3334-1155
/escoladoparquefloripa www.escoladoparque.com.br
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“Qual é a música?” PEDRO E PIPOCA SÃO OS MELHORES AMIGOS DO MUNDO! CERTO DIA, PEDRO CHEGOU DA ESCOLA MUITO CHATEADO. PIPOCA LOGO VIU QUE PRECISAVA AJUDAR.
QUANDO PEDRO ACORDOU, JÁ ESTAVA MELHOR. E TEVE UMA IDEIA: PIPOCA, VAMOS JOGAR BOLA? OS DOIS FORAM PARA O QUINTAL E LIGARAM O SOM COM UMA MÚSICA BEM ANIMADA. ÔBA, É GOOOOL!!!
Unidade 1: BABY - Rua Santo Inácio de Loyola, 118 • Centro • (48) 3223.0405 Unidade 2: INFANTIL - Rua Almirante Alvim, 415 • Centro • (48) 3223.1871 Unidade 3: PRIME - Rua Alves de Brito, 303 • Centro • (48) 3223.1898
COM A PATINHA, COLOCOU UMA MÚSICA BEM CALMA. AH, QUE COISA BOA. PEDRO ABRAÇOU A AMIGA E ACABOU DORMINDO, BEM TRANQUILO.
DEPOIS DO JANTAR, A MAMÃE CHAMOU TODO MUNDO PARA A SALA. E FALOU ASSIM: HOJE, NÃO VAMOS LIGAR A TV. QUE TAL OUVIR UM SONZINHO GOSTOSO? PIPOCA E PEDRO BATERAM PALMAS. E SÓ QUERIAM SABER: MAMÃE, QUAL É A MÚSICA?
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Galeria
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Nossa cara #Revista
otávio
Laura Rojek da Costa
Catarina
Valentina Luiza Santana
Você também pode participar por e-mail. Envie sua foto para: nossacara@revistaeducar.com.br Na mensagem, escreva o nome completo e idade da criança + cidade e nomes completos dos pais.
imprimindo qualidade (47) 2106-9000 | www.impressul.com.br
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