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a juventude depois dos 70

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A JUV ENTUD E DEPOIS DOS 70

Saudações, amigos e amigas dos esportes! Na edição deste bimestre continuamos nossa jornada de motivação e incentivo à busca de uma vida saudável, longevidade e de uma maior qualidade de vida. Para agregar ainda mais valor e dar ânimo à sua caminhada, trouxemos para vocês mais um exemplo de superação. Convidamos alguém que encontrou nas corridas de rua uma melhor saúde para chegar bem às idades mais avançadas, afinal, a tal longevidade é algo muito desejado por nós, mas para isso é necessário que venha acompanhada de saúde e disposição para podermos desfrutá-la. Dessa vez, trouxemos um bate papo que tivemos com dona Lígia, carinhosamente chamada por nós de “Tia Lígia”! Ela nos contou como tudo mudou na vida dela após sua descoberta da prática de caminhadas e corridas. Ela começou a correr por acaso, no ano de 2010, quando já tinha, pasmem, 65 anos. Até então ela não sabia nada sobre corridas e tampouco havia participado de algum evento esportivo desse tipo. Tia Lígia trabalhou por mais de 30 anos em sala de aula. Sempre muito envolvida com seu trabalho e família quase não encontrava tempo para o lazer. Naquela ocasião, movidas pela curiosidade, ela e um grupo de mais quatro amigas resolveram inscrever-se em uma prova de corrida de rua, e lá foram elas se divertir! Após a prova ela ficou surpresa ao ver seu resultado, ao ver que chegou bem enquanto algumas amigas bem mais jovens não o fizeram. Sentiu-se muito feliz com aquilo, e isso a

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motivou a continuar correndo, sempre que podia, visando aprimorar sua forma, cuidar da saúde e preparar-se ainda mais para as próximas. Dali em diante, nunca mais parou! Por trabalhar muito e durante muitas horas do dia, antes de ser apresentada ao esporte ela sempre chegava à casa muito cansada, desanimada, sem ânimo para cumprir sequer os afazeres do lar. Além disso, não se alimentava como deveria e convivia com constantes dores nas pernas e nos joelhos. Estes, inclusive, haviam sido diagnosticados com um princípio de artrose, e vez ou outra ficavam inchados, quando ela excedia- -se nos esforços diários. Fisioterapia, remédios e fortalecimento muscular passaram a fazer parte de seu dia a dia. Caso não surtissem efeito, a cirurgia para a colocação de próteses seria seu destino provável. Essa era a vida da Tia Lígia antes das corridas.

Tia Lígia, resuma para os amigos leitores o que mudou em sua vida após ter conhecido esse novo universo? - Poxa! Muita coisa mudou! Principalmente após eu me aposentar, aos 70 anos. Com mais tempo livre, pude finalmente dedicar-me mais às atividades físicas, como a Ioga, musculação, além de exercícios aeróbicos visando meu condicionamento, sempre pensando em melhorar nas corridas. Passei com isso a ter mais ânimo para tudo, além de uma nítida melhora em minha saúde.

Com toda essa mudança de hábitos e costumes, a senhora percebeu que se sua mudança de rumo influenciou ou estimulou outras pessoas a fazerem o mesmo? Lembra de algum caso? - Sim! Percebi, sim! Minhas amigas mais jovens que treinam comigo dizem que sou a inspiração delas. Elas brincam que querem ser como eu “quando crescerem”! (risos). Inclusive, tenho influenciado minha própria filha, que já está

engatinhando nessa vida saudável, já fazendo as suas caminhadinhas!

Quais são suas metas para o futuro envolvendo as corridas e sua saúde? - A única meta mais clara pra mim é poder continuar correndo por muuuito tempo! São as corridas que têm cuidado da minha saúde física, e por que não dizer, mental, porque é nelas que reencontro minhas amigas, coloco os assuntos em dia, sorrio bastante... É um prazer imensurável! Quanto à saúde, adquiri o hábito de todos os anos fazer meus exames e eles constatam essa manutenção da minha saúde, mostrando todas as taxas em um nível excelente! Isso tudo não tem

preço! É um presente que Deus colocou em meu caminho!! Quanto ao futuro, não sei bem se é um sonho, mas gostaria muito de participar de uma São Silvestre e, por que não, chegar a correr uma meia-maratona. Quem sabe? Sei que requer muito tempo de treinamento e planejamento com bastante antecedência, mas estão dentro dos meus projetos, sim!

Para terminar, que conselhos a senhora daria para aqueles que ainda se encontram sedentários? - Ah! Isso eu falo sempre! Todo o mundo sabe que o sedentarismo é uma porta aberta para doenças, sendo que muitas delas podem ter consequências muitas vezes irreversíveis. Coronárias obstruídas, cansaço, problemas respiratórios e obesidade são apenas alguns desses males. Meu conselho é que pratiquem esporte, qualquer um! Procurem um com o qual se identifiquem e mergulhem de cabeça. Os benefícios não são só para o corpo, mas também para a mente. E principalmente para nós, idosos, o lembrete que parece clichê deve ser repetido: nunca é tarde para começar! Experimentem e desfrutem! Essa é a minha dica!

É muito motivador conhecer pessoas como a Tia Lígia. Esse é um dos exemplos mais lindos que podemos ter! Pensem sempre em tudo de bom que ainda temos para ver e viver. pensem no que podemos deixar como exemplo às novas gerações. Tia Lígia, após os 65 anos de idade, trocou a fisioterapia, remédios, cansaço, etc. pelos treinos, corridas, academia e muita, muita saúde e disposição! Hoje, chegando aos 76 anos, pode desfrutar e se orgulhar de sua saúde, melhor do que a que possuía antes dos 65! De quebra colocou na estante mais de 20 troféus (quase todos conseguidos após os 70) e pendurou em sua parede algo em torno de 130 medalhas. Que lindo é o esporte e quanta coisa boa ele pode fazer por nós! É isso que devemos ter em mente quando pensamos na tal longevidade com qualidade de vida, pois essa disposição que o esporte pode nos trazer também se estenderá para as demais áreas de nossa vida, como o trabalho e o tempo que passamos com a família. Pense nisso e comece já sua mudança de atitude. Até a próxima, e mexa-se! Sua primeira medalha o aguarda na linha de chegada!

Clauber Ferreira Professor clauberpf@yahoo.com.br

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