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dia mundial de

dia mundial de conscientização do autismo

por Bruna Fernandes

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2007, a ONU (Organização das Nações Unidas) definiu o dia 2 de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo (no original, em inglês: World Autism Awareness Day). A data tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas por esta síndrome neuropsiquiátrica. Nesta época, cartões-postais de todo o planeta se iluminam de azul para lembrar a data e chamar a atenção da mídia e da sociedade para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Em

O QUE É O AUTISMO? O autismo – nome técnico oficial: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) – é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de comprometimento – há desde pessoas com outras doenças e condições associadas, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico. QUAIS SÃO AS CAUSAS DO AUTISMO? As causas do autismo ainda são pouco conhecidas. Hoje, os especialistas consideram que a contribuição dos fatores genéticos esteja ao redor de 90%, sobrando para o ambiente apenas 10% da responsabilidade. Também podem estar associados, como, por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso de agentes que, em contato com a mãe durante a gravidez, causariam TEA no feto que está se formando: talidomida (usado para tratamento de doenças como câncer, lúpus, tuberculose, entre outras), misoprostol (para combater úlcera), ácido valpróico (para tratamento de epilepsia e transtorno bipolar), infecção por rubéola e clorpirifós (agrotóxico utilizado para controle de pragas). Existem atualmente mais de mil de genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.

SINAIS DE AUTISMO Alguns sinais de autismo já podem aparecer a partir de um ano e meio de idade, até mesmo antes em casos mais graves. Há uma grande importância de se iniciar o tratamento o quanto antes – mesmo que ainda seja apenas uma suspeita clínica, ainda sem diagnóstico fechado –, pois o quanto antes comecem as intervenções maiores são as possibilidades de melhorar a qualidade de vida da pessoa.

O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade. Portanto, listamos abaixo alguns sinais de autismo, mas só o médico especialista nesta questão poderá diagnosticar a condição, pois esta deve ser uma avaliação global, não somente a verificação da presença de alguns destes sinais será suficiente para se constituir um diagnóstico. São estes: - Não manter contato visual por mais de 2 segundos; - Não atender quando chamado pelo nome; - Isolar-se ou não se interessar por outras crianças; - Alinhar objetos; - Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;

- Não brincar com brinquedos de forma convencional; - Fazer movimentos repetitivos sem função aparente; - Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo; - Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia); - Não compartilhar seus interesses e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo; - Girar objetos sem uma função aparente; - Interesse restrito ou hiperfoco; - Não imitar; - Não brincar de faz-de-conta.

TRATAMENTO O tratamento para autismo é personalizado e interdisciplinar, ou seja, além da psicologia, pacientes podem se beneficiar com intervenções de fonoaudiologia, terapia ocupacional, entre outros profissionais, conforme a necessidade de cada autista. Na escola, um mediador pode trazer grandes benefícios, no aprendizado e na socialização. Alguns sintomas como irritabilidade, agitação, autoagressividade, hiperatividade, impulsividade, desatenção, insônia e outros podem ser tratados com medicamentos, que devem ser prescritos por um médico. Após o diagnóstico, os pacientes devem fazer uma série de tratamentos e habilitação/reabilitação para estimulação das consequências que o autismo implica, como dificuldade no desenvolvimento da linguagem, interações sociais e capacidades funcionais. Essas características demandam cuidados específicos e singulares de acompanhamento ao longo das diferentes fases da vida. Apesar de não ter cura, terapias e medicamentos e é claro, muito amor podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias.

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