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o sofrimento é uma provação

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dia mundial de

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O SOFRIMENTO É UMA PROVAÇÃO OU A PROVAÇÃO É UM SOFRIMENTO?

- os raios (“fogo do céu”), vindos do oeste, do Mar Mediterrâneo, queimaram ovelhas e empregados;

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- para os caldeus, vindos do norte, perdeu camelos e empregados;

- um vento muito forte (furacão) veio do leste, do deserto, e matou os filhos e filhas.

Cercado por todos os lados: norte, sul, leste e oeste. Perdeu quase tudo.

Qual seria sua reação a essas perdas, verdadeira calamidade, verdadeiro desastre? Como reagiram as pessoas que perderam tudo nas recentes enchentes no estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro? Desespero, choro, uns; conformação, espírito de luta, outros.

Qual foi a reação de Jó à sua provação?

- rasgou seu manto e rapou a cabeça, em sinal de luto;

- prostrou-se em terra, adorando a Deus;

- enunciou as palavras contidas no verso 21, do primeiro capítulo, que se tornou um texto clássico – “Saí nu do ventre de minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor”. Jó, com a fé que tinha, enxergou a mão de Deus em operação e esse fato lhe deu tranquilidade mesmo diante da calamidade.

- conclusão: não pecou e não culpou a Deus.

Os efeitos das notícias sobre Jó são realçados pelo foco do narrador que se volta para o personagem, e não para os cenários dos desastres em si, e pelo fato de que ele não teve tempo de se recuperar do choque de um desastre antes que viesse o mensageiro seguinte.

A reação de Jó não é

- culpar os eventos da natureza,

- nem os inimigos humanos (ele diz: “o Senhor o levou”),

- não é esquecer as bênçãos de Deus (ele diz: “o Senhor o deu”),

- não é fechar os olhos para a realidade (ele diz: “o Senhor o levou”),

- mas é louvar a Deus tanto pelo bem, como pelo mal (ele diz:”louvado seja o nome do Senhor”).

A confiança de Deus em Jó é comprovada e justificada.

O texto de Mateus 27.32-50, que trata da crucificação e morte do Senhor Jesus Cristo, mostra- -nos o exemplo de nosso Senhor e Salvador diante do sofrimento. Recomendo que você leia em sua Bíblia, tanto o primeiro capítulo do livro de Jó, como o trecho do livro de Mateus que citei antes.

Enfim, a reflexão se faz necessária: e nós, como temos reagido às provações, ao sofrimento?

Joel de Brito Soares Pastor joel@igrejadorecreio.org.br

DESAPEGAR texto de Daladier Carlos

A consciência do desapego se assemelha a uma lavagem na alma, algo comparável a uma imersão no mais fundo das próprias projeções. Serve para facilitar a remoção das cascas do psiquismo e promover a higiene do que sobrou das etapas de certezas pouco elaboradas e também de dúvidas que se revelaram apressadas ao longo da vida. Sempre há um estoque de imaginadas possibilidades e, antes até, de predisposições emocionais a franquear o ciclo das aventuras cotidianas, quando sonhos são criados a custos variados. Se não se alcançou ainda a fase do desapego, a intensidade dos desejos costuma apresentar um disfarce de “sobriedade” na medida, de “elegância” na apresentação e sobremaneira de “objetividade” no propósito final, de modo que ofereça ao desejante a ilusão de poder contar com o equilíbrio entre a predisposição da sua arrogância (Eu quero! Eu posso!) e a presença da realidade soberana (Não pensava que aconteceria deste modo!) que deve ser avaliada na perspectiva do que poderá surgir depois. Além da remoção dos elementos inservíveis do comportamento, ou ao menos do abandono dos indesejáveis escombros das más experiências, em qualquer ocasião desapegar sempre será um exercício prático de autoconfiança capaz de assegurar uma reserva de lucidez tão necessária ao reparo das demasias. E é isto que liberta o sujeito do aprisionamento que lhe diminui o espaço para a reflexão. Desapegar, portanto, é ter em mente que nenhum risco de obsti

nada teimosia à paz do dia a dia deve ser assumido e mantido, seja qual for a dimensão do desejo que o patrocina, porque a perspectiva de querer manter o que já não agrega valor maior, principalmente espiritual, acaba revelando um potencial elevado de frustração, alimentado por um sortimento de arranjos emocionais, a começar pelo apelo sempre trivial do “eu quero mais é ser feliz”. Com o passar do tempo, a maturidade pode trazer novas perspectivas para saber lidar com os apelos de demandas que surgem a todo momento, entre elas a sedução de maior consumo e o modo de julgar situações e pessoas sem ter em mente a direção do sentido contrário, algo parecido a “caso fosse comigo, qual seria a minha reação?”. A vida com compromisso cristão requer saiba o crente observar o menor desgaste possível com o que não pode ser alvo de muita importância, a começar sobre a generalidade dos conceitos de simpatia e antipatia, vez que cada um é quem Deus diz que ele é. Em resumo, desapegar pode constituir uma mudança de foco, a rigor à disposição de qualquer pessoa, porém suscetível de atender a um aspecto importante na vida do cristão: oferecer-lhe maior visibilidade do que deve ser preservado e do que precisa ser retirado, afastado sem mais demora do palco da sua existência.

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