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corona vírus
Matheus Fernandes Dutra Estudante de engenharia mecânica fernandesmatheus0803@gmail.com
CORONA VÍRUS E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
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atual pandemia causada pelo novo corona vírus, COVID-19, abalou a civilização humana devido a velocidade com que o vírus se espalha pela população. Na data de escrita deste artigo, o vírus já tinha infectado mais de um milhão de pessoas e matado quase 70 mil no mundo. No Brasil, eram 11 mil casos, com quase 500 mortes. Infelizmente, tudo indicava que a pandemia estava apenas começando. A falta de um tratamento específico, uma vacina e uma cura, indicavam que o mundo não teria como derrotar a doença tão cedo. Quando este artigo for lançado, possivelmente ainda estaremos brigando fortemente com o vírus no mundo todo. A pandemia nos ensinou que ninguém, em todo território planetário, está pronto para este tipo de crise. Nossas ferramentas são ineficazes, nossa tecnologia é primitiva e nossos protocolos de quarentena são facilmente burláveis. Como podemos mudar isso a tempo de evitar que o COVID-19 e, futuramente, outros vírus causem mais problemas? A resposta está na Inteligência Artificial. Quando esta crise finalmente passar, a maior lição que teremos aprendido é que a humanidade não valoriza a sua saúde. São poucos os países que A
possuem sistemas de saúde que funcionam e são acessíveis a todas as classes sociais. No Brasil, temos um sistema de saúde, o SUS, que tem tudo para competir em eficiência com sistemas de países desenvolvidos, mas é negligenciado pelo governo e pelo próprio povo que, ignorantemente, clama pelo seu fim. Porém, mesmo um sistema de saúde de alto padrão é incapaz de competir com uma série de doenças extremamente letais ou muito contagiosas, como o COVID-19. O motivo? Não estamos usando as ferramentas corretas. Devido a alta taxa de proliferação do novo corona vírus, é ingenuidade querer depender apenas de médicos e profissionais da saúde para diagnosticar a doença. Não há como um ser humano atender a essa demanda de casos suspeitos e confirmados que cresce exponencialmente. Em fevereiro deste ano, a empresa chinesa Alibaba, desenvolveu um algoritmo capaz de diagnosticar se uma pessoa está ou não infectada com COVID-19, analisando o raio-x dos pulmões do paciente, acertando 96% dos diagnósticos. Porém, o maior diferencial do programa é que um diagnóstico pode ser feito em apenas 20 segundos, enquanto um médico humano
demoraria entre 5 e 20 minutos. O sistema já está sendo implementado em um hospital em Zhengzhou, capital da província de Henan. Já existem planos de implementá-lo em mais de 100 hospitais em 3 províncias. Isso coloca a China em um patamar de alta tecnologia para combater a pandemia. Isso é apenas a ponta do iceberg. A inteligência artificial (IA) possui muito mais aplicações no combate à pandemia e futuras doenças. A startup canadense BlueDot desenvolveu uma IA que alertou sobre a possível disseminação do corona vírus uma semana antes do CDC (Centro de Controle de Doenças americano, um dos melhores do mundo) fazer um pronunciamento. O sistema enviou um e-mail de alerta para as companhias aéreas no dia 31 de dezembro, solicitando que evitassem a província de Wuhan, que só mais tarde se tornou epicentro da pandemia. O pronunciamento do CDC ocorreu apenas em 6 de janeiro. Se tivéssemos dado ouvidos ao sistema, poderíamos ter retardado o avanço da doença. Uma empresa japonesa chamada Terra Drone está utilizando drones aéreos para transportar suprimentos médicos de hospitais chineses que ainda não estão lutando com o vírus para centros de controle de doenças e hospitais que já enfrentam a doença. Esse tipo de sistema, sem uso de humanos, evita a proliferação da doença e a circulação desnecessária de pessoas. Outro tipo de robô está sendo utilizado em mais de 40 hospitais chineses para limpar e esterilizar os leitos e transportar suprimentos de um local a outro. Os robôs foram desenvolvidos pela empresa Pudu Technology. Um sistema de inteligência artificial do Google, DeepMind, está sendo utilizado para propor novas drogas para o tratamento contra o vírus, através do estudo das proteínas que o compõe. Uma startup israelense, Sonovia, criou uma IA que está desenvolvendo novos materiais mais resistentes contra diversos microorganismos (incluindo o corona vírus). Seu objetivo é armar os sistemas de saúde no
mundo com máscaras que realmente impeçam a proliferação do vírus. Sistemas de monitoramento já estão sendo implementados no mundo para rastrear pessoas suspeitas e infectadas. A Coreia do Sul está utilizando aplicativos de GPS para alertar as pessoas sobre a localização de pessoas infectadas. A China, líder em tecnologia de vigilância no mundo, já monitora diversos aspectos da saúde de seus cidadãos. Ela intensificou seus esforços nas regiões afetadas pela pandemia e deve intensificar ainda mais conforme a evolução da doença. Ela desenvolveu sistemas de reconhecimento facial que identificam as pessoas até mesmo enquanto usam máscaras. Essas são apenas algumas aplicações da inteligência artificial na saúde. É um assunto que renderia volumes inteiros de livros. Não temos como lutar contra a pandemia atual sem recorrer a sistemas de alta tecnologia. É uma guerra que está além da capacidade intelectual do ser humano. Precisamos da ajuda de sistemas artificiais e seu altíssimo poder de processamento. O treinamento de médicos e a construção de hospitais suficientes levariam décadas em nações subdesenvolvidas. Portanto, não é viável recorrer aos métodos tradicionais para tratar de doenças comuns, muito menos para lidar com uma epidemia ou uma pandemia. Sistemas de inteligência artificial podem ser produzidos em massa por nações industrializadas e disseminados pelo mundo. A raça humana só tem a ganhar com a integração da inteligência artificial na saúde. A especialista em saúde Alanna Shaikh falou qual deve ser a postura correta da população mundial diante da saúde humana em um TED Talk. Ela defende a implementação de um sistema global de saúde, capaz de responder contra ameaças à saúde em qualquer nação, não importando seu nível de desenvolvimento. Complementando a fala dela, afirmo que isso só será possível através da inteligência artificial para prever surtos de doenças, transportar medicamentos e suprimentos, diagnosticar pacientes, desenvolver tratamentos, curas e vacinas, monitorar casos suspeitos e confirmados, oferecer consultoria a empresas e governos e elaborar estratégias e ferramentas de combate a todo tipo de doença. O futuro está na união da humanidade e a Inteligência artificial