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NEGAR PERDÃO A QUEM QUER QUE SEJA, É NEGAR O PERDÃO A SI MESMO.

Joel de Brito Soares

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Parábola – Em um reino muito antigo, havia um homem que devia muito dinheiro ao rei. O rei, por sua vez, quis fazer as contas com seus súditos. E começando a fazer os cálculos foi-lhe apresentado um que lhe devia 10 milhões.

Não tendo ele como pagar, o rei mandou que o súdito, sua esposa e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto possuíam, para que a dívida se lhe pagasse.

Então aquele súdito, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Oh! Grande Rei! Seja generoso para comigo, e tudo te pagarei.

Então o rei, movido de profunda compaixão, soltou-o e perdoou-lhe toda a dívida.

Saindo, porém, o súdito, do palácio, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem moedas, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: “Paga-me o que me deves”.

O seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: “Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei”.

Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os outros conservos o que acontecera, entristeceram-se muito e foram declarar ao rei tudo que se passara.

O rei, chamando-o à sua presença, disse-lhe: “Servo malvado. Perdoei-te toda aquela dívida porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, entregou-o aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.

Esta história foi contada por Jesus Cristo no Novo Testamento. Leia Mateus 18:21-35.

É interessante notar que ele inicia o capítulo onde é contada a parábola, depois que os discípulos perguntam “quem é o maior no reino dos céus” (ler Mateus 18:1-9).

O Senhor fala, então sobre a necessidade de adotar uma postura humilde diante de vida e migrar o coração e pensamento em direção à prática da cordialidade e simplicidade das crianças. Elas são o modelo! Confiantes e despretensiosas.

Não se trata de um olhar infantil e ingênuo para o mundo, mas sim, de aprender a se alegrar mesmo tendo pouco. Saber, por exemplo, olhar para uma lata jogada no lixo e fazer dela um carro ou barco imaginário. Elas têm muito a nos ensinar (ou relembrar) sobre quando olhar para o copo metade vazio ou metade cheio.

As crianças têm este poder gigantesco de superar dificuldades e conflitos. Qual de nós, quando pequenos, nunca encontrou um bom amigo depois de uma boa briga com direito a socos, chutes e palavrões com o, até então, inimigo?

As crianças são, assim, naturalmente generosas. Abraçam-se e perdoam-se com muito mais facilidade que nós adultos.

Jesus Cristo vai construindo e provocando a resposta dada aos discípulos oferecendo, pelo menos, três atitudes necessárias para se tornar “o maior do Reino dos Céus”.

a Quem quer, de fato, ser o “maior”, tem de se tornar, primeiro, o menor. Para ser “o maior” é preciso, obrigatoriamente, não desejar ser “o maior”. O crescimento do Reino é para dentro de nós e não para fora. b Quem é do Reino não se alegra com a injustiça, mas promove sempre a reconciliação. Ainda que esta seja a reconciliação com aqueles dos quais, em tese, não precisamos, não gostamos ou sejam até mesmo os menos importantes. Deus cuida dos pequeninos. Cuidem deles também, diz Jesus Cristo. c A parábola do credor que não quis perdoar uma dívida menor que a sua própria, foi a resposta que o Senhor deu a Pedro depois de perguntar a Ele quantas vezes se deve perdoar alguém. Esta é a terceira qualidade ou atitude a desenvolver quando se quer ser “o maior” no Reino: uma vez perdoado, precisamos oferecer perdão também (Mateus 18:21-22). Nas palavras de Jesus Cristo oferecer perdão não se trata de uma simples escolha. É mandamento, é obrigação. A menos que não queiramos ser perdoados também.

“Entre rapidamente em acordo com teu adversário!” diz o Senhor em outro texto, afim de que não sejamos surpreendidos negando o perdão que já recebemos. Em “adversário” está incluso todo tipo de gente que nos aflige, provoca dores, medos e angústias. A questão não está centrada em quem está ou não com a razão, mas em ser ligeiro no acertar as arestas, independentemente de qual lado, certo ou errado, se esteja. É preciso ser paciente para suportar algumas crises e demandas, principalmente quando elas continuam provocando dores e traumas. Mas quem quer, de fato, ser chamado de “filho da luz” ou “grande” no Reino, não se satisfaz na punição do erro alheio, mas se alegra em ver o perdão que nos alcançou se tornar verdade palpável na vida e existência do outro também. Negar o perdão a quem quer que seja, é negar o perdão a si mesmo. Tertuliano, um dos primeiros apologetas cristãos, dizia: “Quem quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Quem quer ser feliz a vida toda? Perdoe”!

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