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frutos
Fruto é uma das palavras mais comuns da Bíblia, usada naturalmente para designar o produto das plantas e das lavouras, como a uva, o figo, a oliva ou azeitona, o grão de trigo, o grão de cevada e outros (Mt.13.8; 21.19; Lc.12.17; 20.10; Tg.5.7,18), e também no sentido figurado ou metafórico, como, por exemplo, para falar dos filhos como o fruto do ventre (Sl.127.3) ou do louvor como o fruto dos lábios (Hb.13.15). “Assim, neste sentido pode ser dito que fruto é o resultado total que procede de qualquer ação ou atitude específica.” (Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, Rio de Janeiro, 2006, p.824).
O fruto está em relação direta com a semente que é semeada ou com a árvore que é plantada. Esta é uma lei natural da qual Paulo fez uso em Gálatas 6.7: “Tudo o que o homem semear, isso também colherá”, para ensinar que “quem semeia para a sua carne, da carne colherá ruína; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna.” (V.8). Oséias também a usou para condenar Israel por ter escolhido a idolatria: ”Semeiam vento, colherão tempestade” (Os.8.7).
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O pecado só produz fruto para a morte (Rm.7.4,5), por Sylvio Macri
mas a morte de Cristo produz muito fruto (Jo.12.24). O fruto da justiça “vem por meio de Cristo, para o louvor e a glória de Deus.” (Fp.1.11). A provação dos verdadeiros filhos de Deus produz uma colheita de vida justa (Hb.12.11). A sabedoria que vem do alto é caracterizada, entre outras coisas, pela plenitude de bons frutos (Tg.3.17). Em paz é que se semeia o fruto da justiça (Tg.3.18).
Jesus disse que ele é a videira verdadeira, e, portanto, somente o ramo que permanece ligado a ele é que dá fruto (Jo.15.5). Assim, o amor de Cristo é a semente (ou o tronco), o amor do crente é o fruto (Jo.15.12); o perdão de Cristo é a semente (ou o tronco), o perdão do crente é o fruto (Cl.3.13).
O Senhor Jesus fez uso especial desse princípio para ensinar como identificar os falsos profetas: “Vocês os identificarão por seus frutos. É possível colher uvas de espinheiros ou figos de ervas daninhas?” (Mt.7.16 – NVT). Também para condenar os fariseus que blasfemaram contra ele:
“Se a árvore é má, seu fruto será mau. Raça de víboras! Como podeis falar coisas boas, sendo maus? Pois a boca fala do que o coração está cheio.” (Mt.12.33b,34). Coração falso só produz falsidade, coração mau só produz maldade.
Segundo João, o Batista, esse princípio será usado no Juízo. Disse ele: “O machado já está posto à raiz das árvores; aquela que não produzir bom fruto será cortada e jogada no fogo.” (Lc.3.9). Jesus contou uma parábola para ensinar que também a árvore infrutífera será condenada: “Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; mas, quando foi procurar fruto nela, não achou. Disse então ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nessa figueira e não encontro; corta-a! Por que ela ainda ocupa a terra inutilmente?” (Lc.13.6,7).
Fruto é aquilo que espera alegre e ansiosamente, como resultado do seu trabalho, aquele que planta e cuida. Como diz Tiago, “os lavradores esperam pacientemente as chuvas do outono e da primavera. Com grande expectativa, aguardam o amadurecimento de sua preciosa colheita.” (Tg.5.7). Muitas vezes esse trabalho de plantar e cuidar mistura sofrimento com esperança: “Os que semeiam com lágrimas colherão com gritos de alegria. Choram enquanto lançam as sementes, mas cantam quando voltam com a colheita.” (Sl.126.5,6).
Mas o fruto brota e cresce por meio de um poder que está fora daquele que planta e cuida, isto é, sem interferência humana a não ser o cuidar da planta. Como diz Paulo, com respeito à Igreja de Corinto: “Eu plantei; Apolo regou; mas foi Deus quem deu o crescimento. De modo que, nem o que planta nem o que rega são alguma coisa, mas sim Deus, que dá o crescimento” (1Co.3.6,7). Jesus contou uma interessante parábola para ensinar seus discípulos sobre essa questão, falando do lavrador: “Noite e dia, esteja ele dormindo ou acordado, as sementes germinam e crescem, mas ele não sabe como isso acontece. A terra produz as colheitas por si própria. Primeiro aparece uma folha, depois se formam as espigas de trigo, e, por fim, o cereal amadurece.” (Mc.4.27,28 – NVT).
“Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei a ir e dar fruto, e fruto que permaneça.” (Jo.15.16).
sylvio macri
pastor