edição 14 | 2014
Amor de Mãe Muda o Mundo
Por meio da maternidade e dos vínculos de amor que a maternagem possibilita, as mães podem interferir nos rumos da humanidade. pag. 34
Medicina e Espiritualidade
Atendimento ao Autista no Brasil
Saúde e Assessoria de Imprensa
Dimensão espiritual da pessoa amplia espaço no meio médico
País está longe de saber lidar com o problema.
Profissionais da saúde aderem às Assessorias de Impressa
pag. 08
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pag. 14
Editorial
SIM. AMOR DE MÃE MUDA O MUNDO.
Fale Mais Sobre Isso: uma Revista dedicada ao universo da Saúde e da Saúde Mental.
Em pleno mês de Maio, mês em que o Brasil comemora o Dia das Mães, Uberlândia vê nascer o Projeto Amor de Mãe Muda o Mundo, um projeto que conta com o apoio e a parceria da Revista Fale Mais Sobre Isso. Uma revista dedicada ao universo da Saúde e, em especial, da Saúde Mental, não poderia deixar de participar de um projeto tão importante para a saúde psíquica de todo indivíduo. Todo indivíduo? Sim, todo indivíduo. Consciente ou inconscientemente, as mães estão presentes nos pensamentos, sentimentos e comportamentos das pessoas, influenciando suas personalidades, suas escolhas e seus posicionamentos perante a vida. Tal influência - de certa forma avassaladora sobre a personalidade dos indivíduos -, não pode ser objeto de estranhamento por parte dos estudiosos do comportamento humano: desde antes do nascimento, os indivíduos já desenvolvem profundos laços de relacionamento com aquelas que os geram, absorvendo emoções, sensações e reações que não encontram dificuldades para atravessar as paredes dos úteros e alcançar as vidas que se desenvolvem dentro dessas mesmas paredes. Entre um ser em desenvolvimento e a mãe que o acolhe, inexplicáveis, inacessíveis e imperscrutáveis conexões biopsicoespirituais se formam ao longo do processo de gestação-maternidade (talvez até mesmo antes do início biofisiológico desse processo, segundo muitas correntes espiritualizadas interessadas em explicar a relação entre uma mãe e seus filhos). Portanto, por meio de depoimentos de várias pessoas (pág 36), falemos mais sobre a importância das mães na constituição dos homens e da humanidade, reconhecendo que o amor de uma mãe pode mudar o mundo para muito melhor e sem pedir nada em troca – como é típico das mães, esse ser divino que é mestre em se sacrificar sem olhar “o que faz” única e exclusivamente porque tem olhos apenas para “por quem faz”.
Leonardo Abrahão Editor
revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br
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Índice Medicina
Notícias
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Estudo avalia comprometimento da memória em epilepsia
Mais Atenção
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Programa incorpora dimensão espiritual a tratamento médico
Saiba Mais Sobre Isso
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Maternidade e intuição feminina despertam a mulher para cuidar da saúde
Edição 13 Janeiro de 2014
Dos Leitores Janeiro Branco I Parabéns pela iniciativa do Janeiro Branco. As pessoas precisam ser informadas sobre a importância da Saúde Mental. Helena, 37 anos, por email
Janeiro Branco II Eu nunca tinha visto ninguém ir as ruas falar sobre Saúde Mental. Parabéns pela criatividade e disposição. Pedro Henrique, 51 anos, por email
Janeiro Branco III
Mais Saúde
Enfermagem
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Acompanhamento leva qualidade de vida a doente crônico
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Atividade física na gravidez beneficia gestantes
Nutrição Nutrição
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Pesquisa propõe analisar nutrição humana pela unha
Enfermagem
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Enfermagem: cuidando da vida e de quem cuida da vida
Acho muito legal que atividades como essas aconteçam em Uberlândia antes que ela enlouqueça como São Paulo/SP. João Carlos, 30 anos, por email.
Janeiro Branco IV Ano que vem, com certeza outras cidades do Brasil terão também um Janeiro Branco! Idéias assim têm força para ganhar o mundo! Parabéns. Maria Tereza, 60 anos, por email.
Envie comentários e sugestões pelo e-mail revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br com nome completo, profissão, cidade e idade.
Mais Atenção
28
Malformação fetal produz perda e complexo processo de luto
Saúde Mental
Artigo
30
Redução de danos: Uma Estratégia Eficaz, Inovadora e Atual para Problemas Relacionados ao Uso de Álcool e Outras Drogas.
Saiba Mais Sobre Isso
32
A problemática do autismo no Brasil
Capa
34
Campanha "Amor de Mãe Muda o Mundo" é lançada em Uberlândia (MG)
Capa
36
Amor de Mãe Muda o Mundo. Molda o Mundo. Move o Mundo.
Artigo
Guia
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Expediente Coordenador: Leonardo Abrahão Revisão Técnica (Medicina): Dra. Carolina N. Cunha Debs
(CRM: 58.248)
Revisão Técnica (Saúde Mental): Psicólogo Leonardo Abrahão
(CRP: 36.232/04)
Projeto Gráfico e Diagramação: Miguel Neto 34 9670.9610
Comercial:
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9966.1835 | 9221.6622
Tiragem: 4.000 unidades Impressão e Pré Impressão: RB Digital Distribuição: Correios (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) Entrega gratuita e dirigida | Udia-Ari/MG
Mãe, por Deise Carvalho
Guia de Profissionais | Psicólogos (as)
A Revista Fale Mais Sobre Isso é distribuída em hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios de saúde, edifícios comerciais, escritórios de profissionais liberais, condomínios residenciais, escolas, restaurantes, padarias e outros pontos com grande fluxo de pessoas de Uberlândia e Araguari. Além disso, a Fale Mais Sobre Isso é entregue pelos Correios a Médicos e Dentistas presentes em um mailing com 2.000 nomes em Udi e Ari. Se você tem interesse em ser nosso parceiro comercial, favor entrar em contato pelos telefones 34 9966.1835 ctbc e 34 9221.6622 tim, ou revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br.
Notícias
Medicina
Notícias e descobertas DA medicina
Estudo avalia comprometimento da memória em epilepsia
Crises de epilepsia comprometem a memória verbal e não verbal
Uma pesquisa da Faculdade de Medicina (FM) da USP analisou os efeitos na memória em pacientes que sofrem de epilepsia de difícil controle. Os resultados apontaram que as crises, ainda que originais de um lado do cérebro, afetam ambos os lados do órgão, comprometendo a memória verbal e não verbal das pessoas.
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O estudo do médico Lecio Figueira Pinto avaliou pacientes com epilepsia, acompanhados no Hospital das Clínicas (HC) da FM. Dessa população, foram escolhidos aqueles que apresentam a chamada esclerose de hipocampo, uma lesão cortical dessa área cerebral que é a causa mais frequente de epilepsia de difícil controle. Para o pesquisador, esse tipo de epilepsia consiste um bom modelo de estudo, pois os pacientes “apresentam crises que afetam uma parte do cérebro chamada lobo temporal, mais especificamente o hipocampo, parte crucial nos processos cognitivos, em especial a memória, o que o torna uma estrutura chave para que as informações sejam armazenadas e, posteriormente, recordadas”. No total, 121 pacientes tiveram seus exames de eletroencefalograma avaliados, em um estudo retrospectivo que buscou medir as funções cognitivas das pessoas, o que inclui aspectos como memória verbal, não verbal, atenção e linguagem. “O exame analisado consiste no paciente ficar internado por um ou mais dias, e durante esse período eles tem a atividade eletroencefalográfica continuamente gravada e concomitantemente são filmados, de forma a registrar o que acontece, tanto na hora das crises, como entre elas”.
Muito a ser esclarecido Os dados dos participantes foram estudados estatisticamente, de forma a comparar se aqueles que apresentavam uma lesão cerebral unilateral, à direita ou à esquerda, e que apresentaram alteração eletroencefalográfica unilateral ou
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Medicina
Notícias
bilateral, apresentam também diferença no desempenho nos testes neuropsicológicos, que incluiu memória verbal, não verbal, funções executivas, linguagem, escalas de ansiedade e depressão e questionário de queixas de memória. Lecio ressalta que, apesar de o assunto ser muito estudado, ainda faltam esclarecimentos. “Nesse sentido, resolvemos investigar se, nos pacientes que apresentam alteração elétrica medida pelo eletroencefalograma que atinge não apenas o lado onde existe a lesão causadora da epilepsia, existiria maior impacto sobre memória e outros aspectos cognitivos”. Ele explica que pacientes com lesão no lado esquerdo no lobo temporal apresentam alteração de memória que envolve conteúdo verbal, pois as estruturas presentes neste lado do cérebro são responsáveis pela linguagem e também pela memorização de conteúdos com significado verbal. Por outro lado, pacientes que possuem lesões no lado direito, apresentam alterações na memorização de aspectos não verbais, incluindo pontos visuais e espaciais. Entretanto, a análise dos dados permitiu identificar que, pacientes com lesão à esquerda têm um desempenho ainda pior das funções não verbais, ligadas ao lado oposto do cérebro. “Conseguimos perceber que o outro lado, com relação à parte afetada pelas crises, também possui importância e é afetado pelas crises”. O pesquisador afirma que seria esperado que o paciente com lesão à esquerda apresentasse o mesmo desempenho na função de memória verbal, já que este era o lado afetado. “Também esperávamos que a pessoa apresentasse alteração de memória não verbal pelo acometimento do outro lado”. Segundo ele, “ao acometer o outro lado, foi visto piora adicional da função de memória do lado onde havia a lesão [esclerose de hipocampo], o que sugere ao menos que nessa população não existiria dominância de memória em cada hemisfério cerebral [verbal para esquerdo e não verbal para o direito], mas uma predominância, com piora do acometimento ao existir envolvimento de ambos os lados”.
Venda de calmantes sobe 42% no Brasil nos últimos cinco anos
A venda de tranquilizantes da classe dos benzoadiazepínicos (como Rivotril, Valium e Lexotan) aumenta a cada ano no Brasil, na contramão do que acontece em países europeus, como Inglaterra e Alemanha, onde o comércio caiu cerca de 30% na última década, segundo estudos. Esses remédios causam dependência e efeitos colaterais sérios, como falhas de memória e sonolência. Na Inglaterra, clínicos gerais estão sendo treinados para "desmamar" pacientes dependentes, diminuindo gradualmente as doses até os livrar do vício.
Fonte: Agência USP de Notícias
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A venda de tranquilizantes da classe dos benzoadiazepínicos
(como Rivotril, Valium e Lexotan) aumenta a cada ano no Brasil, na contramão do que acontece em países europeus, como Inglaterra e Alemanha, onde o comércio caiu cerca de 30% na última década, segundo estudos. Entre 2009 a 2013, o número de caixinhas vendidas desses psicotrópicos saltou de 12 milhões para 17 milhões, um aumento de 42%, segundo levantamento da consultoria IMS Health, feito a pedido da reportagem. Esses remédios causam dependência e efeitos colaterais sérios, como falhas de memória e sonolência. Na Inglaterra, clínicos gerais estão sendo treinados para "desmamar" pacientes dependentes,
diminuindo gradualmente as doses até os livrar do vício. Venda de calmantes sobe 42% no Brasil nos últimos cinco anos Os psiquiatras dizem que no Brasil grande parte do uso é feito sem supervisão e em quantidades e prazos muito além dos recomendados. "O uso deveria ser temporário, por dois ou três meses, mas há pessoas tomando por anos. É uma situação muito mais grave do que se pensa", diz Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria. Ele afirma que a associação fará neste ano campanhas públicas nas mídias sociais alertando a população sobre o perigo do uso prolongado dos remédios. Segundo Silva, a falta de um sistema de controle adequado sobre as vendas de psicotrópicos e a prescrição indiscriminada por médicos de outras áreas são alguns dos fatores que explicariam o aumento do consumo. "Os psiquiatras prescrevem muito menos do que os outros profissionais. Há também muita automedicação. Qualquer pessoa pode fazer um carimbo e um receituário falsos. Não tem controle." O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor da Unifesp, diz que nos países desenvolvidos existe uma preocupação dos médicos de prescrever cada vez menos esses tranquilizantes porque não há evidência de que sejam benéficos a longo prazo. "A indicação é sempre a mínima possível, por um curto período de tempo. Exatamente o contrário do que acontece no Brasil." Muito do uso indevido no país ocorre entre pessoas que têm dificuldades para dormir, segundo Laranjeira. "Ficam conectadas 20 horas por dia e preferem recorrer à farmacologia, em vez de mudar o estilo de vida." Embora não haja estudos sobre o perfil de usuários dos benzoadiazepínicos, a percepção de Maria Inês Vasconcelos, advogada trabalhista e autora do livro "Síndrome do Pânico e Trabalho", é de que o uso tenha se "alastrado entre os executivos". "De casos gravíssimos e incapacitantes, atendi mais de 30 pessoas", afirma ela. A diretora artística V.M., 35, diz que na sua área de atuação, o consumo de Rivotril, por exemplo, é comum. "É uma maneira de lidar com o estresse. Às vezes, eu fico tão agitada que não consigo dormir. Aí, comecei a tomar remédio. É uma maneira de desligar rapidamente. Já cheguei a tomar no meio do dia, quando tinha uma crise. Hoje o consumo é mais controlado", afirma. Fonte: Folhapress
Gestantes têm dificuldade para pedir ajuda contra violência Quando a gestação é indesejada tanto pela mulher quanto pelo atual parceiro, as chances de sofrer VPI aumentam 4,3 vezes Pesquisa realizada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP aponta que a maioria das gestantes que sofrem Violência por Parceiro Íntimo (VPI), quando questionadas, não se considera vítima, porém afirmam já ter sofrido violência por deixar de cumprir tarefas do lar, como lavar a louça ou fazer o jantar. Essa percepção dificulta a procura por ajuda e favorece a continuidade da violência. Segundo a pesquisadora Driéli Pacheco Rodrigues, um dos fatores que pode levar a maioria delas a não classificar empurrões e socos como violência é o convívio precoce com a violência, como agressões entre familiares, gerando a ideia que essa situação é algo “ruim”, mas comum. “Além disso, muitas acreditam que violência é só aquela que aparece no jornal, como assassinatos, estupros e roubos”, conta a pesquisadora. Com 232 participantes, a dissertação Violência por parceiro íntimo contra a gestante: estudo sobre as repercussões obstétricas e neonatais, orientada pela professora Juliana Cristina dos Santos Monteiro, traz o perfil dessas mulheres bem como orientações sobre os mecanismos de defesa contra a violência feminina. Com os dados coletados no Centro de Referência à Saúde da Mulher (CRSM-MATER) e no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, nos meses entre maio e dezembro de 2012, os resultados da pesquisa apontam que mulheres negras ou pardas, que não tem mais parceiro e fazem, eventualmente, uso de bebida alcoólica, apresentam mais chances de sofrer VPI durante a gestação. O tipo de violência mais vivido por elas foi a psicológica, seguida por física e sexual.
e saber se ela estava relacionada com algum problema na gravidez e parto ou para o recém nascido”, conta Driéli, porém os resultados não apontaram ligação entre os dois aspectos. “Nessa população não foi verificada tal associação, mas outras variáveis se mostraram associadas à violência e outros estudos apontam seus efeitos prejudiciais para a mulher e a criança, assim os profissionais de saúde devem estar atentos para detectar e dar suporte às mulheres nessa situação.” “Por que não manda esse homem embora?”, “Tem que ir na delegacia denunciar!”, “Ela apanha porque quer”. Comentários como esses são muito ouvidos por essas mulheres, porém, Driéli salienta que a questão não é tão simples assim. Além de muitas vezes não compreenderem que a agressividade de seus parceiros é violência, elas também acreditam que é direito do homem fazer isso, pois, segundo a enfermeira, a questão da desigualdade de gênero ainda é muito forte. “A maioria delas foi educada para aceitar qualquer atitude do seu marido”, completa. Na maioria das vezes a sociedade aponta apenas duas possibilidades: A mulher rompe com a violência pela denúncia ou continua apanhando. Já a pesquisadora vê novos caminhos que podem ser traçados por meio de orientação: “Precisamos mostrar os mecanismos de defesa e orientá-las, para que assim sintam-se fortalecidas e consigam mudar sua realidade”, diz a enfermeira.
Quando a gestação é indesejada tanto pela mulher quanto pelo atual parceiro, as chances de sofrer VPI aumentam 4,3 vezes. Se comparado com os parceiros que têm 30 anos ou mais, aqueles que estão na faixa etária de 15 a 18 anos têm 5,5 vezes mais chances de praticarem VPI contra a gestante.
Criada em 2006 e batizada como Maria da Penha, a lei nº 11.340/06 protege as mulheres da violência doméstica e acaba, teoricamente, com a impunidade dos agressores. Apenas a mulher pode denunciar a situação. “Não podemos tomar nenhuma atitude por ela, temos que apontar as possibilidades e fornecer apoio para que ela possa escolher o que quer fazer”, afirma a pesquisadora. “Ao contrário do que diz o senso comum, nenhuma mulher gosta de sofrer violência. Devemos tentar entender os fatores que fazem com que ela continue nessa situação para que possamos ajudá-la da melhor forma”, conclui Driéli.
“O estudo procurou analisar a violência
Fonte: Agência USP de Notícias
Gestação e violência
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Medicina
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Programa incorpora dimensão espiritual a tratamento médico Esse avanço se deve, em parte, à decisão da Associação de Psiquiatria Americana que, em 1995, atualizou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)
E mbora trabalhe diariamente com a questão da saúde humana, o que com frequência é sinônimo de lidar com o sofrimento alheio, a dor e a morte, o exercício da medicina e a formação na área raramente levam em consideração aspectos como religião e espiritualidade no contato com os pacientes. Mas para o psiquiatra Frederico Camelo Leão, independentemente das crenças pessoais do médico, ele deve estar preparado para lidar com a dimensão espiritual. “O paciente demanda isso”, afirma o pesquisador do Instituto de Psiquiatria (IPq)
É uma forma complementar, dentro da visão de que a busca da saúde é mais do que apenas tomar remédios. Frederico Camelo Leão
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do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). No Instituto, Leão coordena o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSER), iniciativa que busca compreender a relação entre esses três fatores a partir de atividades de pesquisa, ensino e assistência terapêutica. Segundo o médico, a complexidade do ser humano e a saúde mental vão muito além das questões neuroquímicas — e é essa premissa que guia o programa. A ideia não é que a espiritualidade e a religiosidade entrem como uma alternativa ao tratamento médico. “É
Muitas das queixas de pacientes internados vêm do fato de serem tratados apenas como um leito, um diagnóstico. Quando você faz uma abordagem diferente, dando a oportunidade da pessoa falar sobre sua intimidade, suas crenças, a pessoa se sente mais acolhida Frederico Camelo Leão
uma forma complementar, dentro da visão de que a busca da saúde é mais do que apenas tomar remédios”, explica. Leão conta que trabalhos científicos na área indicam que práticas como meditação, orações ou a dedicação a uma denominação religiosa podem estar associadas a melhoras na defesa imunológica e na longevidade. Ao frequentar um templo ou igreja, por exemplo, a pessoa, além de trabalhar sua espiritualidade, tem também suporte social, ou seja, frequenta um lugar onde pode compartilhar experiências e obter apoio, o que traz benefícios à saúde, podendo, inclusive, inibir ímpetos suicidas.
Mapeamento espiritual Os pacientes em tratamento no IPq são convidados pela equipe do ProSER a responder um questionário. Trata-se da anamnese espiritual, uma forma de mapear o perfil espiritual / religioso, a partir de questões que buscam identificar os valores cultivados pelo paciente — por exemplo, se ele vê relação entre o sofrimento psíquico e a religião seguida, ou a que a pessoa recorre em momentos de dificuldade. Essa anamnese, que em si já apresenta uma função terapêutica, pois estimula a reflexão do paciente sobre essas questões, é seguida de discussão pela equipe que vai, então, sugerir o encaminhamento a alguma das atividades promovidas pelo programa, como meditação, oficina de contos, yoga e psicoterapia transpessoal. No caso da yoga, o programa se estende também aos funcionários do Instituto.
se sente mais acolhida”, conta Frederico Leão.
Ciência e espiritualidade Embora ainda exista resistência por parte da comunidade científica ao lidar com questões que envolvam religião e espiritualidade, Leão enxerga um grande crescimento na produção científica na área, que encontra espaço nas revistas de impacto. Um exemplo é a Revista de Psiquiatria Clínica, que publicou em 2007 uma edição especial dedicada ao assunto e mantém atualmente uma seção chamada Série Mente-Cérebro, que abrange trabalhos na área. “O programa vem sendo reconhecido, vem crescendo dentro da Universidade. Na psiquiatria, de um modo geral, há um crescimento extraordinário das publicações, não só no Brasil”. Esse avanço se deve, em parte, à decisão da Associação de Psiquiatria Americana que, em 1995, atualizou o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), incluindo problemas espirituais e religiosos como uma nova categoria diagnóstica, ou seja, eles deixavam de ser classificados como transtornos mentais. A mudança deu impulso à criação no IPq do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos (NEPER), embrião do ProSER, e motivou estudiosos também em outros países. ”A resistência vem de quem acredita que a questão central da psiquiatria é diagnóstico e medicação. Mas a psiquiatria não se esgota aí”, crê Frederico Leão.
O trabalho feito pelo ProSER não envolve práticas religiosas, mas tem a parceria do Comitê de Assistência Religiosa (CARE) do Hospital das Clínicas. O Programa faz a intermediação com esse Comitê quando o paciente deseja receber a visita de um representante religioso, como um rabino ou pastor. Segundo o coordenador do ProSER, é difícil dizer se a melhora do paciente tem relação direta com a abordagem espiritual, especialmente ao se tratar do IPq, cuja assistência multiprofissional é uma das características mais marcantes. No entanto, os depoimentos dos pacientes revelam, em geral, que se sentiram mais humanizados. “Muitas das queixas de pacientes internados vêm do fato de serem tratados apenas como um leito, um diagnóstico. Quando você faz uma abordagem diferente, dando a oportunidade da pessoa falar sobre sua intimidade, suas crenças, a pessoa
Em geral, pacientes se sentem mais humanizados com abordagem do ProSER Fonte: Agência USP de Notícias
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Medicina
Saiba Mais Sobre Isso
Maternidade e intuição feminina despertam a mulher para cuidar da saúde Dr. Rogério Ferreira Guimarães Medicina Homeopática | CRM MG 47091
rogerioferreiraguimaraes@gmail.com 34 9796.1717
Maio, mês da comemoração do Dia das Mães. Aproveitando a data, venho levantar a seguinte questão: É fato que nos consultórios dos profissionais ligados à saúde, a maioria dos pacientes são mulheres, mas por que as mulheres se preocupam mais com sua saúde? Em minha opinião, o fator principal é a INTUIÇÃO mais aguçada!
A maternidade desencadeia um sentimento que leva o sexo feminino a criar um vínculo maior com o seu corpo e consequentemente preocupar mais com sua saúde.
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Uma série crescente de estudos científicos está ajudando a fundamentar a intuição como um sentido real do ser humano, que, entre outras funções, desempenha um papel cognitivo preciso. Pessoas que confiam em seus sentimentos são mais capazes de prever corretamente os resultados futuros de eventos. Aquelas que confiaram em suas intuições previram com mais precisão acontecimentos futuros do que indivíduos que não deram muita atenção para seus sentimentos. A intuição busca os significados, as relações e possibilidades futuras da informação recebida. Em saúde, intuição é um processo pelo qual os humanos passam, às vezes e involuntariamente, para chegar a uma conclusão sobre algo. Na intuição, o raciocínio que se usa para chegar à conclusão é puramente inconsciente, fato que faz muitos acreditarem que a intuição é um processo paranormal ou divino. Seu funcionamento e até mesmo sua existência são um enigma para a ciência. Apesar de já existirem muitas teorias sobre o assunto, nenhuma é dada ainda como
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definitiva. A intuição leva o sujeito a acreditar com determinação que algo poderá acontecer. Intuição é uma forma de conhecimento que está dentro de todos nós, embora nem todas as pessoas saibam utilizá-la. Grandes cientistas, entre eles os físicos Albert Einstein, considerado o maior intuitivo da história, e Werner Heisenberg, pai da teoria da incerteza, enfatizaram o valor do potencial intuitivo. O psiquiatra Carl Jung dizia sobre o conhecimento intuitivo: “Cada um de nós tem a sabedoria e o conhecimento que necessita em seu próprio interior”; Jung afirmava também que a intuição é uma das maneiras de se entender a realidade. Mas o por quê da intuição mais aguçada das mulheres? Penso que essa resposta esteja ligada à Maternidade e ao Amor que este processo desencadeie. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação. Ou seja, a maternidade desencadeia um sentimento que leva o sexo feminino a criar um vínculo maior com o seu corpo e consequentemente preocupar mais com sua saúde, pois não conseguimos ter saúde em um corpo doente, e sem saúde não conseguimos ajudar às pessoas que tanto amamos e queremos bem.
Educação
Publi-editorial
Mãe: fonte de humanidade
A influência das mães sobre os sentimentos, os pensamentos, os comportamentos e a personalidade das pessoas é avassaladora.
Todo ano, ano mês de Maio, comemora-se o Dia das Mães. Toda a sociedade se dedica a uma das comemorações mais envolventes do ano: rodoviárias e aeroportos ficam lotados, restaurantes se preparam para a maior procura do ano, shoppings ficam praticamente intransitáveis e os meios de comunicação derretem-se em elogios e declarações de amor às mães. Mas por que essa data é tão significativa para todos nós? Além das explicações mais óbvias (e corretas) – mãe é amor, mãe é família e mãe é proteção –, importa também valorizarmos o papel fundamental que as mães possuem na formação do psiquismo dos seus filhos. Nesse sentido, a influência das mães sobre os sentimentos, os pensamentos, os comportamentos e a personalidade das pessoas é avassaladora. Da gestação ao término da adolescência – fase em que essa influência é mais efetiva –, os ensinamentos e posicionamentos das mães em relação à vida e aos processos da sociedade são de grande importância no desenvolvimento dos referenciais éticos e morais de todas as pessoas. Por isso – exatamente por isso –, o amor de uma mãe pela criança pode mudar o mundo a partir da sua simples existência e eficaz influência. A influência dos seus exemplos, assim como das suas escolhas
e dos seus princípios. Em Maio, portanto, quando abrimos os nossos corações para entregá-los em presentes e elogios as nossas adoradas mães, também operamos esse movimento em gratidão aos seus esforços, visíveis ou invisíveis, em nos constituir como seres humanos, pessoas comprometidas com o bem e sensíveis às causas do mundo. De forma consciente, ou mesmo inconscientemente, é no amor de nossas mães, passado ou presente, que nosso psiquismo busca subsídios, inspirações e coragem para enfrentarmos a vida, criarmos na vida e lutarmos pela vida. É
O amor de uma mãe por um filho pode mudar o mundo a partir da sua simples existência e eficaz influência.
do seu colo que partimos para o mundo, sob suas bênçãos e cuidados, ouvindo, eternamente, os ecos das suas orientações e os apelos para sermos atentos, zelosos e amáveis conosco e com os outros – os filhos das outras mães. Por tudo isso, deixamos aqui o registro da nossa gratidão a todas as mães do mundo, e, em especial, às mães que mais direta e presentemente fazem parte das nossas vidas. Das nossas vidas como adultos e educadores, condições que não alcançaríamos sem os esforços e sacrifícios de quem nos apresentou à vida.
Publi-Editorial
Medicina
Um amor mais forte do que tudo Um amor mais forte do que tudo, mais obstinado do que tudo, mais duradouro do que tudo, somente o amor de mãe. Presente de Edmar Aparecida para o dia das mães: celebrar a Vida! A Edmar antes e depois da quimioterapia não é mais a mesma, com certeza os valores mudam. Valorizamos as pequenas coisas, principalmente o fato de estar junto a quem se ama, minha família. Eu acredito que esse vai ser um dia das mães mais aconchegante, mais amoroso, porque eu aprendi muito. Sofri, mas aprendi muito. Eu considero que eu cresci bastante, o câncer também é uma bênção, pois permite nos conhecermos melhor, para pensar mais nos verdadeiros valores da vida. Edmar Aparecida de Carvalho Braga
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Superação e alegria no dia das mães de Maria da Conceição A fase mais difícil da doença eu não gosto nem de lembrar. É muito bom pra mim passar agora o dia das mães com meus filhos, minha família. É um presente muito grande de Deus passar essa data bem, depois de um tratamento da doença em que eu fiquei muito ruim. Graças a Deus agora eu estou bem e a partir de agora, vai ser só alegria.
Elina Machado C. Faria_Psicóloga Oncocentro
Maria da Conceição Araújo
Homenagem da equipe Oncocentro às mães que lutam pela vida.
Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista. Cora Coralina
34 3214.4964 Av. Afonso Pena, 1609 | Bairro Aparecida | Uberlândia/MG oncocentrouberlandia.com.br
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Medicina
Publi-Editorial Medicina
Profissionais da saúde aderem às Assessorias de Imprensa Mais do que dar visibilidade, as assessorias de imprensa devem torná-los referência em sua área de atuação por
Ícaro Oliveira
fotos
Douglas Luzz Gestão do relacionamento e dos fluxos de informação entre fontes de informação e imprensa é o conceito básico da assessoria de imprensa no Brasil. Basicamente, as agências de notícias deste segmento buscam atender às demandas por informações relacionadas a uma organização ou fonte particular, alcançando resultados como espaços gratuitos na mídia, visibilidade positiva e fortalecimento da imagem. O que muitos não sabem é que contratar um assessor de imprensa não se restringe a empresas. Pessoas que tenham algum contato com o público também necessitam de um assessor, é o que diz a diretora da Ciclo Assessoria de Imprensa, Michele Borges, que há vários anos assessora, entre outros, o reumatologista, Carmo de Freitas. “Através da assessoria de imprensa, o médico contribui para a produção de informação relacionada à sua área. Ele está sempre na mídia dando entrevistas sobre temas que acredita ser importantes para a comunidade”, comenta a jornalista. Dr. Carmo de Freitas
Para Dr. Carmo de Freitas, “o relacionamento entre os profissionais de saúde e os veículos de comunicação deve ser continuamente trabalhado, deslocando-se o foco da doença para a saúde, visando sua promoção e prevenção em benefício da sociedade”.
Os desafios da comunicação em saúde Recentemente, os desafios da comunicação em saúde dirigiram os debates do VIII Seminário Médico-Mídia e I Latino-Americano, promovido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) com o apoio do Conselho Federal de Medicina (CFM). O evento teve como objetivo colaborar com os profissionais de saúde no seu relacionamento com a mídia e também simplificar o trabalho da imprensa, ajudando os jornalistas a entenderem melhor o setor. Em nota divulgada no site da Fenam, a jornalista e produtora sênior do programa Bem Estar da Rede Globo, Fabiane Leite, destacou a ascensão do trabalho de comunicação das entidades médicas. Segundo ela, o médico é uma fonte tratada com respeito pela mídia.
Jornalista Mônica Cunha | foto_ Mauro Marques
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Para a jornalista Mônica Cunha, apresentadora do programa Bem Viver, da TV Integração-afiliada Rede Globo em Uberlândia (MG), as boas assessorias podem ajudar muito os jornalistas a escolherem um assunto interessante para ser notícia, desde que conheçam e entendam a linha editorial dos veículos de comunicação e do programa em si. “O importante é não insistir na oferta de assuntos que já foram discutidos ou ainda em um tema muito comercial”, pontua Mônica.
Campanha Janeiro Branco: um exemplo de sucesso no contato com a mídia Uberlândia foi protagonista no lançamento de uma campanha inédita que ganhou milhares de adeptos nas redes sociais e apoio em diversas outras cidades. A divulgação mobilizou toda a sociedade em favor da Saúde Mental, promovendo diversas ações durante o mês. Para o idealizador da campanha, Leonardo Abrahão, a decisão mais importante tomada no processo de elaboração das estratégias para atingir o grande público foi a contratação de uma assessoria de imprensa. “Minha maior surpresa foi perceber que a grande mídia trabalha conectada ao assessor de imprensa como os bombeiros aos caminhões de água. A coisa é simbiótica”, enfatizou o psicólogo. Segundo ele, a assessoria de imprensa imprimiu velocidade ao
ritmo com que a Campanha chegou à mídia da cidade, atingindo-a de forma rápida e profissional. “Uma assessoria de imprensa qualifica, ainda mais, projetos que se propõem ser sérios e eficientes”, ressaltou Abrahão. Para Michele, que assessorou a Campanha Janeiro Branco, um dos diferenciais de uma boa assessoria é conhecer a fundo o cliente e ter um bom relacionamento com a mídia. “É preciso ter capacidade para absorver muitas vezes com rapidez as informações do cliente e ter habilidade para repassar isso à imprensa, com clareza, transparência e estratégia. Assim, sem dúvida, os resultados serão bons, como no caso do Janeiro Branco que conquistou espaços gratuitos em todas as televisões da cidade, rádios, jornais, revistas e sites”, conclui a diretora da Ciclo Assessoria de Imprensa.
Jornalista Michelle Borges
Publi-Editorial
Medicina
Câncer, maternidade e a luta pela vida. Lidar com o diagnóstico de câncer não é uma tarefa fácil. Enfrentar a doença com disposição e confiança exige ter uma meta, um objetivo de vencer. Exige aceitar entrar numa batalha relativamente longa, com dias bons e outros nem tanto. O câncer mobiliza tanto o paciente quanto sua família e poder contar com as pessoas mais próximas é essencial para encarar o que está por vir. Nesse momento, o companheirismo, a cumplicidade e a dedicação dos familiares e amigos são fundamentais para conseguir lidar com a doença. Ter câncer e estar grávida. Gerar uma vida, um filho, ao mesmo tempo em que enfrenta a notícia e os tratamentos para a doença. Duas situações diversas e que, normalmente, proporcionam sentimentos diferentes. No câncer, a ansiedade, a tristeza e o medo são comuns. Na gravidez, a alegria de ser mãe e de poder dar à luz uma criança transborda. Lidar com as duas condições, com sentimentos tão fortes e ambivalentes, é uma luta exige coragem. O depoimento abaixo é uma carta de um “esposo e pai”, demonstrando o carinho e o amor que tem pela esposa e pela sua família. Ele conta a trajetória de luta contra a doença e em como o nascimento do filho lhes deu forças para continuar batalhando pela vida! Elina Machado C. Faria_Psicóloga Oncocentro
DEPOIMENTO Minha parceira, cúmplice e amiga, meu alicerce, a dona do meu coração.
e foi necessário que ficasse internado na UTI neonatal do hospital Santa Clara, mas com todo o cuidado e a atenção recebida por parte destes excelentes profissionais da saúde, ele se recuperou e já enche os nossos corações de alegria.
Com ela eu aprendi a ver a vida com mais otimismo, com mais coragem e fé...
Li no mural de fotografias da UTI neonatal, uma frase que me fez refletir:
Minha esposa, minha guerreira...
“quando deixamos de olhar tão ansiosamente para o que nos falta e passamos a olhar com gentileza para o que temos, descobrimos que, de verdade, há muito mais a agradecer do que a pedir.” (Ana Jácomo)
Mical Rodrigues dos Santos, Este é o nome da mulher que eu mais admiro nesse mundo.
Quando a biópsia revelou o que temíamos, houve sofrimento, preocupações e incertezas, mas a sua serenidade, sua fé e a imediata disposição de encarar a situação de frente, contagiou a todos; não lamentamos, sabíamos que esta era uma barreira que superaríamos juntos e sairíamos fortalecidos. Grávida de sete meses iniciou-se o tratamento quimioterápico, e com o tratamento, um guerreiro se juntava a ela nesta luta... Dois procedimentos foram realizados em um prazo de quase um mês. No primeiro praticamente não houve efeitos colaterais, já a partir do segundo seus cabelos começaram a cair e suas forças também... As mudanças no seu corpo, provocadas pela quimioterapia, fez com que os médicos, em comum acordo, antecipassem o parto. E então no dia 22/04/2014 nosso amor foi celebrado com um lindo filho, ao qual demos o nome de Leonardo. Por nascer prematuro, nosso filho teve algumas complicações
Quando sofremos, é normal se fazer a pergunta: por que isso tinha que ocorrer comigo? Então lendo esta frase conclui que sou um felizardo, minha esposa está viva e ao meu lado, meu filho se recupera e logo estará em casa. Em nossa casa temos um tesouro de valor incalculável: nós nos amamos e temos um lar feliz. Não temos dúvidas que venceremos esta batalha. Primeiramente, porque temos uma fé inabalável em Deus, e depois porque estamos muito bem assistidos por médicos extraordinários. Não poderíamos estar em mãos melhores. O amor que nos une é maior que tudo, portanto sabemos que mesmo que a batalha venha a ser longa, a vitória é certa. Venceremos!
Liocinio Deusvandes dos Santos_Marido orgulhoso da sua esposa
34 3214.4964 Av. Afonso Pena, 1609 | Bairro Aparecida | Uberlândia/MG oncocentrouberlandia.com.br 16
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Fisioterapia
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Saiba Mais Sobre Pilates Hoje em dia os adeptos da musculação estão procurando o Pilates como uma forma de melhorar sua postura e diminuir os riscos de lesões durante a execuções dos movimentos Quando e para que o Pilates é indicado? O pilates é uma modalidade de exercícios que consiste em tabalhar o fortalecimento e flexibilidade muscular. Além de ser indicado para a correção postural e reabilitação músculo esqueléticas , como, artroses, osteoartroses, hérnias de disco, osteoporoses.
O que escolher, ¨pilates ou musculação¨? Todo mundo já sabe o quanto é importante para a saúde a prática de exercícios físicos, porêm não são todas as pessoas que apreciam atividades realizadas em academias, uma das alternativas para essas pessoas é o pilates. Hoje em dia os adeptos da musculação estao procurando o pilates como uma forma de melhorar sua postura e diminuir os riscos de lesões durante a execuções dos movimentos, ou seja, cada dia aumenta o numero de pessoas que continuam na musculação e associam o pilates também em suas vidas.
Gestantes e idosos podem fazer Pilates? Há contra-indicação para se fazer o Pilates? Há um trabalho em conjunto com o médico de grávidas, idosos e pessoas cardíacas e outras doenças graves a fim de evitar qualquer incidente. Assim, o pilates não é contra-indicados a esses grupos. Apenas é necessária uma autorização do médico.
O que devo levar em consideração na escolha do professor de pilates? É importante que todo praticante de pilates seja acompanhado por profissionais especializados, e que consigam avalia-los fisicamente e avaliar os exames, como RX e Ressonancia magneticas. Os professores também precisam dedicar muito atenção, além de conhecer os limites e as necessidades de cada aluno, por isso o numero de praticantes por profissional não deve ultrapassar de três por aula. Na hora de escolher o pilates, informe-se se o profissional é da área de fisioterapia ou da educação física. Essa escolha deve ser feita de acordo com o objetivo do aluno.
Outras atividades também desenvolvidas no estúdio Thaiz Miguel
Prancha - Core Whell e Boing Board
Bicicleta de Equilibrio
Agachamento na Bola Suiça
Slackline e Kettlebell
34 3086.1945 | Av. Antônio Marcos Póvoa Júnior, 413 | B. Vigilato Pereira (em frente ao Clube Cajúba)
Mais Saúde
Enfermagem
Acompanhamento leva qualidade de vida a doente crônico Uso de métodos simples, como telefonemas as casas dos idosos, têm aumentado os indices de adesão aos tratamentos.
Doenças crônicas sempre estarão presentes na vida de algumas pessoas. No campus de Ribeirão Preto da USP, o Grupo de Investigação em Reabilitação e Qualidade de Vida está propondo uma forma educativa de acompanhamento dessa população que envolve técnicas simples e baratas, como ligações telefônicas. Os resultados garantem melhor qualidade de vida aos pacientes. O Grupo é formado por pesquisadores da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP, da Faculdade de Enfermagem da Unicamp e da Universidade de Washington, de Seattle, EUA. Eles participam de um estudo sobre “o efeito de uma intervenção educativa voltada para o autocuidado com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”. No campus de Ribeirão Preto da USP, o trabalho é coordenado pelas professoras Lídia Aparecida Rossi e Rosana Spadoti Dantas que acompanharam o processo
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Com o envelhecimento populacional, o número de pessoas com condições crônicas tende a aumentar. Por esse motivo, o seguimento adequado dessas pessoas tem sido uma preocupação crescente na área de enfermagem em todo o mundo. de reabilitação de pacientes com doenças crônicas, mais especificamente problemas cardíacos e queimaduras graves. Como o foco da intervenção educativa é esclarecer e orientar, favorecendo o autocuidado, as estratégias usadas foram encontros com as enfermeiras pesquisadoras nas unidades de internação e nos ambulatórios, e contatos telefônicos, após a alta, com os pacientes. Para o ensino dos participantes, foram desenvolvidos materiais ilustrativos (folhetos e apresentação em tablets e notebooks), com linguagem clara e simples, sobre causas, consequências, prevenção e tratamento, de maneira que compreendam o que está acontecendo e assim possam reforçar o autocuidado. “Com o envelhecimento populacional, o número de pessoas com condições crônicas tende a aumentar. Por esse motivo, o seguimento adequado dessas pessoas tem sido uma preocupação crescente na área de enfermagem em todo o mundo”, afirma a professora Lídia.
Estudo Piloto A proposta de intervenção foi testada durante estudos realizados com pacientes que apresentavam diferentes condições crônicas e eram atendidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Campus e Unidade de Emergência) e no Hospital Estadual de Ribeirão Preto. Em cada estudo, os participantes foram recrutados e divididos aleatoriamente em dois grupos: intervenção (participou da intervenção educativa) e controle (recebeu apenas o atendimento habitual prestado pela instituição hospitalar). O número de participantes variou entre os estudos e foi definido estatisticamente, ainda na fase de elaboração dos projetos. Do estudo com pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea (angioplastia), participaram 60 pessoas e, do que estavam iniciando o uso de anticoagulantes orais, 80. O recrutamento ocorreu, sobretudo, ao longo de 2011 e 2012, mas há pacientes que ainda permanecem em seguimento, como aqueles que realizaram angioplastia coronariana e os que sofreram queimaduras, pois o tempo estipulado para o
seguimento foi de 12 meses. A seleção dos participantes foi definida para cada estudo, de acordo com os objetivos investigados. No estudo com pacientes com insuficiência cardíaca, um dos critérios era ter sido internado devido à descompensação clínica da doença. Para avaliação, os pacientes e os pesquisadores utilizaram instrumentos (a maioria escalas construídas por pesquisadores internacionais e previamente validadas para uso no Brasil) que avaliavam a qualidade de vida relacionada à saúde, adesão ao tratamento, autoeficácia, sintomas de ansiedade e depressão e de parâmetros clínicos. Os participantes eram avaliados no início do estudo (durante a internação) e ao término do seguimento (no retorno ambulatorial). Dois meses após o início do tratamento com anticoagulantes orais, a qualidade de vida relacionada à saúde do grupo de pacientes que recebeu a intervenção educativa apresentou melhores resultados também no que se refere à autoeficácia e ansiedade em relação aos pacientes que receberam apenas o cuidado de rotina da instituição. As pesquisadoras contam ainda que as relações com os pacientes são empáticas. “O paciente, ou até mesmo os familiares, ligam para tirar dúvidas”, salienta Rosana, que compreende essa relação como mais uma forma de aumentar a adesão ao tratamento e, consequentemente, a autoestima do paciente. Para o paciente, são muitos os benefícios proporcionados pela intervenção educativa voltada para o autocuidado. Assim, o intuito do grupo agora é convencer profissionais e gestores da saúde a aplicarem o método nas unidades. “Tirar dúvidas pelo telefone é fácil, barato e todos têm acesso. Evita o deslocamento do paciente, o que configura um estímulo”, observa Lídia. Ela também destaca que a valorização do autocuidado pode contribuir para redução do número de internações. O Grupo de Investigação em Reabilitação e Qualidade de Vida apresentou os resultados desta pesquisa no FAPESP Week North Carolina, realizado em Raleigh, nos Estados Unidos, em novembro. Fonte: Agência USP de Notícias
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Saiba Mais sobre a saúde do seu Pet!
Fatores como o acúmulo de cerúmen, a humidade, a falta de cuidado na hora do banho e sem uma boa higienização contribuem para proliferação dos microrganismos e o aparecimento da inflamação.
Auau! Que dor de ouvido! T er um animalz inho em casa é uma responsabilidade muito grande, principalmente se tratando de saúde e bem estar que fornecemos a eles. Tanto os cães quanto os gatos requerem um cuidado especial com os ouvidos, já que há vários tipos de microrganismos que podem causar doenças como a otite, uma inflamação que envolve a parte externa do ouvido e quando não tratada corretamente, pode levar à surdez ou até danos neurológicos. Para um melhor entendimento do problema que as otites representam e a facilidade com que elas se instalam, é interessante o conhecimento da anatomia do ouvido dos animais. Diferente do nosso, o canal auditivo dos cães possui o formato de um L e um tamanho bastante alongado, que favorece a entrada de água durante o banho, mas prejudica a saída e o escoamento da mesma, gerando dor, irritação e a
consequente infecção no local. O que tira a tranquilidade do dono e do animal. Naturalmente, os ouvidos de cães e gatos apresentam bactérias e fungos que, em condições normais, não trazem nenhum dano. Mas fatores como o acúmulo de cerúmen, a humidade, a falta de cuidado na hora do banho e sem uma boa higienização contribuem para proliferação dos microrganismos e o aparecimento da inflamação. Os sinais são inquietação e balançar demais a cabeça, forte odor vindo dos ouvidos e pele avermelhada com presença ou não de ferimentos. Alguns cães tem maior predisposição às otites. Raças como Poodlee, Maltês, Yorkshire, Spitz Alemão, Lhasa Apso e Shihtzu possuem muitos pelos dentro dos ouvidos e quando não ocorre a devida limpeza e secagem, certamente vão desenvolver uma inflamação. Raças como Cocker Spaniel, Golden Retriever, Labrador,
Basset Hounds, Beagles e Duchshunds apresentam orelhas pendulares e pesadas, que diminuem a entrada de ar e a secagem adequada do canal auditivo. O resultado é um ambiente quente, úmido e escuro, com perfeitas condições para o crescimento de bactérias e fungos. Entretanto, não há motivos para pânico, pois existem cuidados que podemos tomar para evitar esse desconforto. Já foram desenvolvidos produtos específicos para limpeza dos ouvidos dos nossos pets, que além de limpar, hidratam e aumentam a barreira de proteção contra os fatores causadores da otite. Mas para isso, é importante ter um acompanhamento médico veterinário para que oriente como a limpeza deve ser feita. É importante também procurar um petshop que tenha o cuidado preciso no banho, que proporcione o bem estar e tenha responsabilidade e amor pelo seu animalzinho.
Mais Saúde
Nutrição
Atividade física na gravidez beneficia gestantes
O fato mais surpreendente foi a atividade física mostrar-se significativa nos resultados.
Fazer exercícios físicos durante a gravidez traz benefícios para a gestante, já que provoca um ganho de massa gordurosa menor, como mostra a pesquisa de mestrado da nutricionista Carolina Harumi Kurashima(carolinahk@gmail. com), na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP. Ela também descobriu que, dependendo do estado físico inicial da mãe, a alteração na sua composição corporal é diferente. Em relação aos bebês, eles nascem com maior peso quanto maior a quantidade de água corporal e o aumento de massa livre de gordura na gestação. “O fato mais surpreendente foi a atividade física mostrar-se significativa nos resultados”, afirma Carolina, que constatou que, para grávidas, exercitar-se significa prevenir o aumento excessivo de peso que pode ocorrer durante a gestação. Exercícios também estão relacionados a um crescimento mais lento de massa gordurosa e da retenção de líquidos. Quanto maior o Índice de Massa Corporal (IMC) que a gestante tinha antes de engravidar, menos quilos é recomendável que ela ganhe nos 9 meses de gravidez, de acordo com o Institute of Medicine (IOM), da americana National Academy of Sciences.
Bebês com maior peso Em uma gravidez, a composição corporal, constituída de indicadores como quantidade de massa gordurosa, massa livre de gordura, água e músculos muda, pois o corpo se adapta ao crescimento do bebê. Em relação a estes fatores, o estudo comprovou que a tendência foi a mesma do ganho geral de peso. “As gestantes obesas possuem maior quantidade de
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massa gordurosa em todos os meses de gestação, mas o ganho de tecido adiposo é menor quando comparadas às gestantes com peso adequado”, explica a nutricionista. Quando o assunto é o bebê, a composição corporal da mãe também tem influência. De acordo com a pesquisa, o peso ao nascer da criança é maior quanto mais a gestante ganha massa livre de gordura e água no corpo. Em sua graduação na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, a nutricionista participou de um projeto de pesquisa que estudava o efeito da atividade física e da alimentação em mulheres desde o início da gestação até um ano após o parto. Nesta pesquisa, o enfoque de Carolina foi dado ao período pós-parto. Logo após se formar, ela ingressou no mestrado para estudar os mesmos fatores em grávidas. Para isto, ela utilizou dados do projeto de pesquisa Eficiência de indicadores antropométricos maternos na predição do baixo peso ao nascer, coletados de 1997 a 1998 em um hospital da cidade de São Paulo. Realizado na FSP, o estudo acompanhou 152 mulheres desde o primeiro trimestre de sua gestação, realizando exames de bioimpedância e questionários sobre atividade física. Por intermédio do exame de bioimpedância pode-se avaliar a quantidade de massa gordurosa, massa livre de gordura e água no corpo, ou seja, a composição corporal. Este exame é feito por um aparelho que consegue essas medidas em poucos minutos, mensurando a resistência e a reactância dos tecidos do corpo.
Goji berry:
Dicas
a nova estrela da vitalidade
de
Mãe
O Goji berry tem poder rejuvenescedor e ajuda a emagrecer 25.000
18.400
O.R.A.C
10.500
Antioxidant Levels
10.500
1.300
900 Broccoli
Peach
Strawberry
Blue Berry
Pomegranate
Açaí Berry
3.200 Goji Berry
Considerada um superalimento, a Goji Berry vem ganhando destaque por todos os cantos do mundo. Essa frutinha é típica do noroeste da China e regiões do Himalaia e sempre esteve presente na lista dos alimentos curativos dos chineses por atuar na ação antitumoral, na melhor resposta imunológica e nos processos infecciosos. É rica em vitaminas do complexo B, flavonoides e carotenoides (betacaroteno, luteína e zeaxantina) que são substâncias protetoras da saúde da pele e da visão. Com alto poder antioxidante, a Goji Berry tem sido grande aliada na proteção contra o envelhecimento precoce e ganha destaque na escala ORAC* (Oxygen Radical Absorbance Capacity), índice que avalia a capacidade de um alimento em neutralizar os radicais livres.
Então, já sabemos que atua no sistema imunológico e no combate ao envelhecimento precoce, mas e no emagrecimento? Essa frutinha pode ajudar bastante no emagrecimento, principalmente por conter uma boa quantidade de fibras e baixo índice glicêmico. A fruta desidratada fornece cerca de 50 calorias/colher de sopa e é uma ótima opção de lanches intermediários. É também rica em vitamina C (50 vezes mais do que a laranja), que pode auxiliar no equilíbrio do metabolismo. A boa notícia é que todos esses nutrientes são essenciais no processo de detoxificação, cujo objetivo é fazer uma grande “faxina” e eliminar o excesso de toxinas que geram retenção de líquidos, inflamação e maior resistência a insulina. Feito isso, fica muito mais simples perder peso, melhorar a energia, disposição e o humor, já que a goji contém também o tiptofano que aumenta as concentrações de serotonina, responsável pelo bem-estar e prazer.
Fonte: Sanavita, Nutricionista Andréa Hirga. CRN 34537
Mais Saúde
Nutrição
Pesquisa propõe analisar nutrição humana pela unha O estudo se valeu das unhas devido sua estrutura física, que é composta de queratina, proteína rígida que a forma e reflete a ingestão alimentar dos últimos quatro a seis meses de uma pessoa. O Laboratório de Ecologia Isotópica do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, testou uma nova e inusitada forma para se avaliar a nutrição humana. Pesquisa coordenada pelo professor Luiz Antonio Martinelli analisou a composição isotópica contida nas unhas de 273 pessoas que participaram desse levantamento, pertencentes a seis classes sociais distintas. O estudo, que foi veiculado no Journal of Human Nutrition and Dietetics,publicação oficial da associação dietética britânica (The British Dietetic Association), abre as portas para que novas ferramentas sejam incorporadas aos métodos de se fazer avaliações nutricionais, pois, apesar de atingir um número grande de pessoas de uma determinada região, não fica restrita a levantamentos socioeconômicos ou a dados estatísticos. “O estudo se valeu das unhas devido sua estrutura física, que é composta de queratina, proteína rígida que a forma e reflete a ingestão alimentar dos últimos quatro a seis meses de uma pessoa”, explica Martinelli. “Então, a partir da utilização dos isótopos de carbono, foi possível decodificar o tipo de dieta praticado por cada uma das classes pesquisadas”, conta. Para os participantes dos grupos de classe com maior poder aquisitivo (A, B e C), a pesquisa se utilizou de alunos e funcionários do campus da USP em Piracicaba. Já os participantes das classes D, E e F foram selecionados com a colaboração de um programa de distribuição de leite do município e tiveram que ser entrevistados para que fossem identificados e separados por classe. “Há vários exemplos de estudos que ilustram as diferenças de padrões
alimentares como resultado dos diferentes níveis socioeconômicos de uma população específica. A análise aqui realizada tem a vantagem de observar os diferentes padrões de alimentação por meio de método científico preciso, comprovando que as diferenças na composição alimentar estão ligadas ao status socioeconômico”, afirmou o professor. Para o pesquisador do Cena, a avalição comprovou que não há diferença entre as classes de menor poder aquisitivo com as de alto poder aquisitivo, pois substancialmente consomem os mesmos produtos. “Podemos ter vários tipos de biscoito ou refrigerante no supermercado, uns mais baratos e outros mais caros, mas se avaliarmos esses produtos por seus constituintes básicos serão os mesmo, ou seja, a composição de isótopos estáveis será similar”. Segundo Martinelli, provavelmente,
a falta de diferença estatística entre a maioria das classes sociais, com exceção da F, pode ser atribuída ao fato de que todos os participantes da pesquisa são residentes urbanos, expostos a uma dieta de supermercado, na qual todo item alimentício é de fácil acesso e a única restrição ao consumo é econômica, não um problema de acessibilidade. As diferenciações apresentadas no estudo indicam alto consumo de carne bovina, pão, refrigerantes e derivados de leite pelas classes de maior poder econômico, bem como resultam em um alto consumo de óleo de soja, arroz e açúcar pelas classes de poder aquisitivo menor. “Porém, a maior discrepância encontrada entre as classes se deu entre os integrantes da F, que concluímos não consumir carne e laticínios, tendo uma alimentação composta basicamente por arroz e feijão”, conclui. Fonte: Agência USP de Notícias
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Enfermagem
Enfermagem: cuidando da vida e de quem cuida da vida 12 de maio é o Dia Mundial do Enfermeiro. Para prestarmos a nossa homenagem a esse profissional que, a cada dia que passa, amplia o seu raio de atuação junto ao Universo da Saúde, entrevistamos a Enfermeira Michele Carneiro e ela nos deu uma boa amostra de como a Enfermagem evoluiu desde o seu surgimento como profissão. Saiba mais sobre isso agora. Michelle Carneiro Bacharel/ Licenciatura em Enfermagem | Pós Graduada em Auditoria em Saúde/Administração
Hospitalar | MBA Gestão de Pessoas e Gestão da Informação SUS. | Atuação: Gerente Operacional em Oncologia/Consultor/Auditor em Saúde Pública/Privada Uberlândia
Para você, qual é a grande importância das (os) Enfermeiras (os) para a humanidade?
Quais são os campos de trabalho da(o) Enfermeira(o)?
A Enfermagem possui ‘o Cuidar’ como essência. Considerando a evolução da humanidade e do mundo, cujo os contatos e relações físicas/mentais/emocionais estão cada vez mais comprometidas pelo meio em que vivemos, considero esta profissão como uma possibilidade de contato com o ser humano no contexto saúde/doença que proporciona, além de promoção, prevenção e reabilitação à saúde, também a possibilidade de relacionamento com o ser humano durante etapas importantes da sua vida.
O mercado de trabalho hoje para a enfermagem está cada vez mais amplo. No contexto geral, temos a possibilidade de atuar em grandes vertentes da saúde, dentre eles:
Como você vê a evolução da Enfermagem do seu nascimento aos dias de hoje?
Enfermagem no Ensino: Orientar projetos de pesquisa, ministrar aulas teóricas e práticas com atuação em docência e tutoria em ensino técnico, superior, pós-graduação, mestrado, doutorado.
A enfermagem, desde os seus primórdios, vive uma luta constante em relação ao mercado, reconhecimento, adequações da jornada de trabalho, remuneração e direitos privativos da profissão. Ainda que o cenário não seja o ideal, a profissão vem se destacando em abrangência no mercado de trabalho, se adaptando à realidade da humanidade além de se esforçar para alcançar melhorias contínuas.
Enfermagem Assistencial com atuação em saúde hospitalar/ ambulatorial/pública ou suplementar que pode ser: Geral: Especializada: cirúrgica, geriátrica, psiquiátrica, hemodinâmica, pediátrica, oncológica, obstétrica, hemodiálise e outros; Resgate;
Enfermagem do Trabalho: com atuação em atendimento ambulatorial em empresas e acompanhar programas de prevenção e manutenção da saúde dos funcionários. Enfermagem em Gestão da Qualidade: com atuação em avaliar e planejar os processos assistenciais com o objetivo de aumentar a segurança dos pacientes. Enfermagem em Gestão de Projetos: com atuação em administrar e controlar as atividades destinadas a projetos multidisciplinares assistenciais, administrativos, prediais e outros. Enfermagem em Pesquisa Clínica: com atuação em planejar, programar e coordenar projetos de pesquisas clínicas, como o desenvolvimento de drogas e estudos epidemiológicos, em hospitais, institutos de pesquisa e universidades. Enfermagem Auditoria: com atuação em Auditoria de Contas Hospitalares e Auditoria em Processos de Saúde.
A enfermagem é, sim, a arte do cuidar. A ela devo a minha evolução profissional e pessoal. Em especial, sou grata aos pacientes que já cuidei, aos parceiros de trabalho e aproveito para parabenizar o esforço de todos nós, Enfermeiros, em honrar nossa importante atuação no mundo.
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ANUNCIO SALSA E CEBOLINHA MEIA PAGINA ANUNCIO SALSA E CEBOLINHA MEIA PAGINA - sexta-feira, 17 janeiro de janeiro de 2014 09:28:28 sexta-feira, 17 de de 2014 09:28:28
Saúde Mental
Mais Atenção
Malformação fetal produz perda e complexo processo de luto 28
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Os relatos no puerpério evidenciaram vivências típicas de pessoas enlutadas, marcadas por sentimentos de tristeza, saudade e sensação de vazio pela perda do filho Elaborar a morte de um filho que ainda não nasceu, está vivo, e se desenvolvendo, é um processo que causa grande sofrimento a gestantes que, com autorização da justiça, optam por interromper a gravidez em virtude de malformação fetal. A situação gera perdas e desencadeia um complexo processo de luto, como mostra estudo do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.
Os relatos no puerpério evidenciaram vivências típicas de pessoas enlutadas, marcadas por sentimentos de tristeza, saudade e sensação de vazio pela perda do filho. Embora tristes, a maioria das mães considerou a opção de interromper a gravidez como a melhor, pois se lembravam do sofrimento vivido enquanto ainda estavam grávidas e imaginavam que teria sido ainda pior caso optassem por aguardar os nove meses.
Os casos analisados envolviam malformação fetal, sem chances de sobrevivência, como a anencefalia e a agenesia renal bilateral. Os resultados mostraram que o diagnóstico fetal causou sofrimento a essas mães por gerar inúmeras perdas e desencadear “complexo processo de luto. Por isso, a importância de discutir e planejar abordagens e cuidados à saúde de gestantes nessa situação”, afirma Elenice Bertanha Consonni, em sua tese de doutorado orientada pela professora Eucia Beatriz Lopes Petean.
Algumas mães preferiram conhecer e se despedir do bebê após o nascimento por considerarem importante esta lembrança. De acordo com Elenice, a maioria das mulheres entrevistadas optou por conhecer e se despedir do filho. Embora as emoções deste encontro tenham sido intensas e marcadas pelo sofrimento, conhecer o filho foi um momento de singular importância por representar a primeira e a última vez em que estariam em contato com ele.
Constitucionalidade
Para a pesquisa, Elenice realizou, em dois momentos diferentes, entrevistas com mulheres atendidas no Setor de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas de Botucatu. Uma, durante a gestação, e outra, quarenta dias após a interrupção da gravidez. As avaliações mostraram forte vinculação materno-fetal antes e após o diagnóstico, ressaltando a opção das mulheres por interromper a gestação com o intuito de não se vincularem ainda mais ao filho.
Segundo a pesquisadora, desde a década de 1990, juízes e promotores públicos em todo Brasil têm autorizado a interrupção de gestações de fetos com anomalias sem prognóstico, desde que esse seja o desejo da gestante. A partir de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade da antecipação terapêutica do parto, mas apenas nos casos de gestação de feto anencéfalo.
“Nas situações vividas por esse grupo de mulheres, o diagnóstico pré-natal de malformação letal gera para elas uma vivência de luto antecipado muito particular: elaborar a morte anunciada do filho que ainda não nasceu e que está vivo e se desenvolvendo em seu ventre”, afirmou a pesquisadora.
No Setor de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas de Botucatu, as gestantes encaminhadas com suspeita ou diagnóstico de malformação fetal são conduzidas, inicialmente, ao exame de ultrassom obstétrico morfológico e posteriormente à primeira consulta médica e psicológica no ambulatório de Medicina Fetal. Quando o diagnóstico de malformação fetal incompatível com a vida é confirmado, a equipe médica apresenta a possibilidade de interrupção da gestação sob autorização judicial, assim como a de acompanhamento pré-natal especializado até o desfecho natural da gravidez.
Ao receberem a notícia, as mulheres passaram a buscar um sentido para a malformação do filho e muitas se sentiram culpadas pela condição. Os relatos também indicaram que as imagens do feto na ultrassonografia, especialmente nos casos de anomalia externa, causaram espanto e sofrimento. Porém, o contato das mães com imagens do ultrassom e da internet fez com que elas compreendessem melhor a gravidade da malformação. Com a confirmação da impossibilidade do feto sobreviver após o nascimento, o casal, mais precisamente a mãe, deve tomar a decisão de interromper ou não a gestação. A idade gestacional em que a interrupção acontece varia bastante e depende, principalmente, da época em que foi feito o diagnóstico fetal, assim como do tempo para os trâmites burocráticos de solicitação de alvará (autorização) e decisão judicial.
“O atendimento psicológico busca identificar, no discurso da gestante, seu entendimento sobre todas as informações recebidas até então, conhecer expectativas e possíveis fantasias a respeito do diagnóstico, prognóstico e condutas médicas, além de avaliar as condições sociais e familiares que interferem no processo de compreensão do diagnóstico e da tomada de decisão. É também oportunidade que favorece a expressão e compreensão dos sentimentos ligados à situação vivida, possibilitando escolhas mais conscientes e facilitando o processo de luto”, explica Elenice. Agência USP de Notícias
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Saúde Mental
Artigo
Redução de danos: Uma Estratégia Eficaz, Inovadora e Atual para Problemas Relacionados ao Uso de Álcool e Outras Drogas A redução de danos alinha-se ao direito à saúde, entendido como fundamental na Constituição Federal e ao exercício da liberdade de escolha.
Natália Pimenta
| CRP 04/34024
Psicóloga e Professora de Psicologia Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Mestranda em Psicologia da Saúde nataliapimentapsico@yahoo.com.br 34 9169.9565
Os programas e as intervenções para dependência química que se orientam na redução de danos devem considerar que os usuários de substâncias apresentam diferentes mundos internos, necessidades e histórias singulares;
O uso de álcool e outras drogas é um assunto amplamente discutido em vários setores da sociedade. A complexidade desse tema exige desconstruir rótulos, assim como, traçar estratégias amplas e integradas para o cuidado das pessoas que apresentam problemas com o uso dessas substâncias. O uso de drogas é uma construção sócio-histórica. Desde as civilizações antigas há relatos sobre o uso dessas substâncias com objetivos, contextos e formas diferentes. A noção de que as drogas podem ser nocivas ou benéficas relaciona-se ao padrão, a cultura e o sentido desse uso. Desse modo, em cada momento histórico revelam-se interpretações e posicionamentos distintos. No Brasil, experimentamos uma “Política de Guerra às Drogas”, há o maniqueísmo “entre o bem e o mal”, a repressão e a marginalização das pessoas que fazem uso dessas substâncias. Essa postura política e de atenção à saúde para usuários de drogas tornam essas pessoas ainda mais vulneráveis, aumenta a violência, afasta as pessoas das unidades de saúde, amplia os riscos e danos advindos do uso dessas substâncias, dificulta o acesso às informações e aumenta os gastos públicos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. A redução de danos surge na Europa, em meados de 1970, como nova possibilidade de cuidado em saúde, questionando o modelo criminal e moral para abordar o uso problemático de substâncias, além de ser uma resposta para o fracasso do tratamento baseado na repressão ao uso de drogas. No Brasil, as práticas em redução de danos começaram efetivamente em meados de 1989, porém essas
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estratégias ainda são incipientes e pontuais. Esse modelo é entendido como uma política de saúde que parte da perspectiva da redução dos prejuízos econômicos, sociais e biológicos decorrentes do uso de drogas, assim como, do respeito às individualidades e pluralidades dos sujeitos. Além disso, amplia os objetivos das intervenções na medida em que considera metas sub-ótimas, quando o objetivo ideal não é possível de ser alcançado. Portanto, inclui tanto estratégias para as pessoas que desejam parar de usar drogas quanto para aquelas que querem usar essas substâncias. Nesse sentido, os programas e as intervenções para dependência química que se orientam na redução de danos devem considerar que os usuários de substâncias apresentam diferentes mundos internos, necessidades e histórias singulares; o tratamento deve basear-se nos objetivos e motivações do paciente; a direção, a forma e ritmo do tratamento se dão no encontro terapêutico entre profissional e paciente; pequenos resultados no tratamento são bons indicativos de melhoria do quadro clínico; é importante considerar não só os problemas do sujeito, mas também suas potencialidades; a relação entre terapeuta e paciente implica em uma postura colaborativa; não assentar-se na abstinência como única possibilidade para o cuidado e, especial, desestigmatizar o usuário de drogas. Assim, a redução de danos alinha-se ao direito à saúde, entendido como fundamental na Constituição Federal e ao exercício da liberdade de escolha. Uma alternativa eficaz, inventiva e atual para o cuidado de pessoas com problemas relacionados ao uso de álcool e outras drogas.
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Saúde Mental
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Frequentemente, os profissionais da rede de atenção primária à saúde aprenderam sobre temas relativos à psicologia e psicopatologia em situações clínicas muito distantes da prática de seu dia-a-dia.
A problemática do Autismo no Brasil Ao analisarmos as políticas públicas na área de saúde mental, em específico no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), nos deparamos com a triste realidade do sistema para o acolhimento, tratamento e desenvolvimento desses indivíduos e suas famílias. por
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Carina Pongeluppi - presidente da ong autismo e otimismo falemaissobreisso.com.br
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A palavra "autismo" foi criada por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como “voltar-se para si mesmo” Por volta de 1942, Kanner descreveu sob o nome “distúrbios autísticos do contato afetivo” um quadro caracterizado por autismo extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalia, que estava intimamente relacionado a linha esquizofrênica . Atualmente o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) se refere a uma parte do Transtorno Global (ou Invasivo) do Desenvolvimento (TGD): Autismo, Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra Especificação, portanto não inclui Síndrome de Rett e Transtorno Desintegrativo da Infância. Segundo Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento ( CID 10 – OMS, 1993), os indivíduos afetados por TEA apresentam como características “anormalidades qualitativas nas interações sociais recíprocas e em padrões de comunicação e apresentam um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Hoje, o autismo é considerado uma síndrome neuropsiquiátrica. De acordo com as estatísticas o Brasil não quantificou o autismo, mas Estados Unidos e Europa sim. Estima-se que nesses países haja uma pessoa com autismo para cada 120. Recentemente o Ministério da Saúde (2013) lançou as Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), onde segundo dados epidemiológicos, no Brasil, a prevalência estimada é de um para oitenta e oito nascidos vivos, sendo uma incidência maior no sexo masculino, 4,2 nascimentos para 1 do sexo feminino. Há aproximadamente 500 mil pessoas com autismo no âmbito nacional. ”. (Brasil - Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo - Ministério da Saúde. Brasília 2013) Ao analisarmos as políticas públicas de saúde na área de saúde mental em específico no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), nos deparamos com a triste realidade do sistema para o acolhimento, tratamento e desenvolvimento desses indivíduos e suas famílias. Diariamente chega às unidades de saúde uma demanda importante desses casos, com a expectativa de que o profissional possa dar respostas ao sofrimento de forma rápida e eficaz. No entanto, a falta de diretrizes do Ministério da Saúde, a falta de preparo técnico do profissional, as precárias condições de trabalho, a falta de investimentos dos gestores, dentre outros, fazem com que a demanda de Saúde Mental, seja tratada apenas com medicação, produzindo-se assim a medicalização do sofrimento. (BRASIL - Caderno de Atenção Básica – Práticas Integrativas e Complementares e Fitoterapia – Ministério Saúde. Brasília 2012). Segundo Valentini, “frequentemente, os profissionais da rede de atenção primária à saúde aprenderam sobre temas relativos à psicologia e psicopatologia em situações clínicas muito distantes da prática de seu dia-a-dia. Na realidade, a maioria dos médicos no Brasil, e frequentemente em outros países, é treinada em hospitais e ambulatórios psiquiátricos, onde os problemas dos pacientes são totalmente diferentes daqueles encontrados na prática diária do centro de saúde” (VALENTIM ET AL, 2004; ADERALDO & ROTHSCHILD, 2008). Com a Diretriz o Ministério da Saúde, determina à Atenção Básica
o fluxograma de atendimento a pessoa com TEA e sua família. No entanto, como mencionado, o Sistema Único de Saúde, não tem estrutura para assumir a demanda de Saúde Mental. Em 2003, como estratégia do Programa Saúde da Família, para atender esta demanda, o Ministério da Saúde, determina o apoio Matricial da Saúde Mental, que deveria ser realizado por psiquiatra, psicólogo e terapeuta ocupacional. Porém, assim como faltam médicos generalistas na saúde pública, a situação dos especialistas se torna ainda pior. (ADERALDO & ROTHSCHILD, 2008) Segundo a Diretriz, a criança TEA deve receber o diagnóstico antes dos 3 anos de idade, pois é nessa faixa etária que se tem maior plasticidade das estruturas anátomo-fisiológicas do cérebro, bem como o papel fundamental das experiências de vida de um bebê para o funcionamento das conexões neuronais e para a constituição psicossocial, portanto, este período torna-se um momento sensível e privilegiado para intervenções. ”. (Brasil - Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo - Ministério da Saúde. Brasília 2013) No entanto, este diagnóstico precoce está longe de acontecer para a maioria da população que depende do SUS, pois o mesmo só pode ser dado por psiquiatra ou neurologista, duas especialidades médicas, que a fila de espera é de anos. Os profissionais de saúde que deveriam identificar os sinais de alerta não tem conhecimento suficiente para isso. Enquanto não se tem o diagnóstico, a família (principalmente a mãe, que identifica primeiro os sinais de alerta) entra em profundo sofrimento, pois na maioria das vezes existe a idealização do filho a ser chegado, que nesse momento não corresponde às expectativas, gerando frustração, decepção, negação, culpa, inúmeros sentimentos que desfavorecem o desenvolvimento da criança, além de ser um fator estressor para toda a família. Para Tunali e Power, é comum o achado de dificuldades das mães de crianças autistas em prosseguir sua carreira profissional devido ao tempo excessivo da demanda de cuidados que a criança necessita e a falta de outros cuidadores. TUNALI E POWER (1993) Shu, Lung e Chan investigaram o impacto de crianças autistas sobre a saúde mental de suas mães, bem como a morbidade psiquiátrica menor. Cuidar de uma criança autista constitui uma sobrecarga emocional, física e financeira. Um total de 33% de mães de crianças autistas do grupo pesquisado apresentou um transtorno psiquiátrico menor. SHU, LUNG E CHAN (2000) No estudo de Gray, o estresse dos pais de crianças autistas apareceu ligado a fatores tais como prejuízo cognitivo da criança, a gravidade dos sintomas e as tendências agressivas do filho. Porém, um fator mediador desse estresse foi o suporte social que, quando percebido, favoreceu maior ajustamento familiar. (GRAY,1997) Por tanto, o diagnóstico tardio adoece a família, que tem um papel fundamental no processo de desenvolvimento do portador TEA. Após, instalada a doença e a desestruturação, menor a chance de reverter a situação familiar. Segundo a diretriz de atenção e reabilitação da pessoa com TEA, “ ... estamos diante da necessidade de ofertar, também aos pais e cuidadores, espaços de escuta e acolhimento; de orientação e até cuidados terapêuticos específicos”. (Brasil - Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo - Ministério da Saúde. Brasília 2013) 2014
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Campanha “Amor de Mãe Muda o Mundo” é lançada em Uberlândia (MG) Projeto inédito é um investimento na valorização da figura materna como agente formador dos seres humanos. Atividades, que acontecerão ao longo do mês de maio, englobam ‘Caminhada das Mães’ no Parque do Sabiá, exposição e palestras. A concepção de um adulto inteligente, feliz e bem integrado pode estar relacionada com o afeto recebido desde o nascimento, tanto pelos pais, quanto amigos e familiares. Mas de todos esses amores, o amor de mãe sem dúvida é o mais admirável e extremamente importante na formação de uma criança como indivíduo. Em Maio (mês das mães), Uberlândia recebe a campanha inédita, “Amor De Mãe Muda O Mundo”, que pretende, através de várias atividades educativas, mostrar e destacar para o público da cidade e região a importância das mães e dos processos ligados à maternidade na criação e formação de um ser humano. O projeto será desenvolvido e coordenado pelo psicólogo, Leonardo Abrahão, segundo quem o objetivo do movimento é firmar Uberlândia como um pólo inspirador de Saúde Mental. “Nossa intenção é mostrar à sociedade que uma maternidade bem sucedida possui
íntima relação com a boa formação dos indivíduos que precisam estar preparados para viver em sociedade”, destaca Abrahão.
Atividades em Maio Além da Caminhada das Mães, que acontecerá no Parque do Sabiá no dia 10/05, às 9h, para lançamento do projeto, ocorrerá também durante o mês mini-palestras em escolas, hospitais e organizações ligadas ao universo infantil e maternal, como lojas de roupas para bebês. Entre os dias 10 e 30/05, acontecerá na galeria Boulevard Fundinho a exposição “Parto Humanizado” e “Quem Tem Mãe Não Tem Medo”, com imagens, depoimentos e declarações referentes à relação “Mães & Filhos” e ao parto humanizado. Além da exposição, ocorrerão Rodas de Conversa sobre a Maternidade, com a participação do Grupo Bom Parto, o fotógrafo José Neto e psicóloga Deise Carvalho.
Rede de relacionamentos como meio de reflexão A Campanha Amor de Mãe Muda o Mundo pretende também construir uma rede de relacionamentos e discussões entre as mulheres de Uberlândia com vistas ao desenvolvimento de projetos sociais ligados ao eixo temático feminilidadematernidade-humanidade. A comunicação acontecerá via Facebook (facebook.com/ amordemaemudaomundo) e Instagram (@AMORDEMAEMUDAOMUNDO). Segundo Abrahão, “mulheres e mães terão assim oportunidade de refletirem a respeito da importância que possuem para a formação e a Saúde Mental da humanidade, tendo em vista que os investimentos afetivos que fazem em seus filhos guardam íntima relação com o desenvolvimento psíquico daqueles que serão os adultos de amanhã”.
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Amor de Mãe Muda o Mundo. Molda o Mundo. Move o Mundo. 36
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Toda vez que nasce uma criança, nasce uma mãe - e, novamente, o mundo ganha uma chance de se tornar um lugar melhor. Amor de mãe muda o mundo por que muda as pessoas, molda as pessoas, monta as pessoas. E pessoas montadas, moldadas para o amor, transformam a vida de todos por perto, mesmo de longe. Amor de mãe muda as coisas e dá forma a elas - forma e conteúdo. Preenche as vidas e inspira os seres humanos, tornando-os fortes, seguros e firmes. Para perseverarem na vida e disseminarem o amor do qual se fizeram, do qual se nutriram e da onde partiram. Da onde partiram e para o qual sempre voltarão quando sentirem necessidade, mesmo que inconscientemente. Provavelmente inconscientemente. Amor de mãe não tem cópia, não tem culpa, não tem prazo, nem condição. É natural, original, faz bem para o corpo, faz bem para a alma e para o futuro do mundo, afinal, criança amada é criança cuidada - e quem cuida do hoje, melhora o amanhã. Leonardo Abrahão
Falando Mais Sobre Mães Amor de Mães Ana Paula, 29 anos Minha mãe começou a fazer diferença na minha vida quando me adotou. Minha outra mãe (biológica) não conseguiu se preparar para a benção da maternidade – falo benção porque hoje também sou mãe e sei como esse amor é divino. Não conseguiu se preparar e ser mãe de verdade, (...)então me deixou em um abrigo e lá vivi um tempo com muitas Tias cuidando de mim. (...) Me lembro o primeiro dia em que minha mãe de amor me encontrou no abrigo, tanto eu quanto ela sentimos que ali existia algo maior do que conseguíamos explicar. Desde então vivemos juntas e tudo o que eu tenho na minha vida devo a ela. Inclusive meu próprio filho, que nasceu na casa dela antes mesmo de termos tempo de correr para o hospital. Acho que Deus quis dar esse presente a ela – o parto que ela não teve, e sinto a maior felicidade do mundo em poder ter vivido com ela a maior experiência da minha vida. Das nossas vidas.
Mãe, saudade. Luis Roberto, 47 anos Quando minha mãe morreu, eu suportei com certa “facilidade” porque ela vinha de muitos anos de sofrimento lutando contra uma doença. Realmente ela “descansou em paz”. Mas com o passar dos anos eu fui sentindo a falta do seu exemplo de amor e dedicação para mim. Falta dos seus conselhos, exemplos, cuidados, avisos, abraços, carinhos, cuidados. (...) Falta do seu perfume e dos seus objetos de trabalho, a linha, o alfinete, os tecidos, as costuras, tudo o que mais tarde descobri que faziam parte de mim mais do que eu sabia. Mãe faz parte da gente mais do que a gente imagina, desconfia. Uma fala no quarto enquanto você está na sala, de repente nunca mais e a gente sente falta. O cheiro vindo da cozinha quando você está no quarto, de repente nunca mais e a gente sente falta. Quando Deus deixa a gente nascer, uma parte da mãe nasce
conosco. E quando Deus deixa elas irem embora, essa parte também vai. (...)Ainda bem que é para perto de Deus.
Projeto Mãe 2014 Manuela, 24 anos (...)Têm coisas que só vivendo para poder entender. Imediatamente após saber que estava grávida, tudo o que eu pensava sobre a vida e sobre o mundo mudou. E de uma hora para outra em consegui compreender o que minha mãe lutou para me ensinar durante toda a vida: consideração para com os sentimentos dos outros. Como eu entendi a minha mãe quando soube que também iria ser mãe!(...) Esse ano darei a luz a uma menina e virar mãe foi a experiência mais radical que já vivi, (...) e como isso foi capaz de me transformar numa pessoa melhor não é possível nenhuma outra experiência provocar. (...)Todo mundo tinha que viver essa transformação, mas Deus sabe o que faz.
Só as mães são felizes Lorena, 36 anos Vão me chamar de radical, (...) mas o que vou falar é a verdade mais profunda que já senti: nenhum homem, nenhuma profissão, nenhuma situação na vida, nenhuma outra relação entre as pessoas, nenhuma forma de existência humana e nada sobre a face da Terra (...) consegue se igualar ao sentimento de uma pessoa que é mãe no que diz respeito aos seus filhos. A palavra “amor” não traduz toda a potencialidade desse sentimento pois as pessoas chamam toda forma de “gostar” ou de “prazer” de amor por isso ou aquilo, então essa palavra se banalizou; (...) não há palavra no vocabulário humano que explique o que existe entre uma mãe e seu filho, só podemos experimentar esse sentimento dentro de nós mesmas – as mães – e perdoar o mundo por não entender o que é maior do que ele mesmo e tudo o que ele possui. (...) Só uma mãe sabe a dor e a delícia de ser mãe, parafraseando o Caetano Veloso. 2014
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Saúde Mental
Artigo
Mãe
Deise Carvalho Psicóloga Clínica | CRP: 04/16402
Psicologa clinica, atendimento individual adulto e adolescentes casal, família. | Psicoterapeuta em psicodrama, análise transacional, regressão de memória. | Coache | Couseling Sistêmico Familiar e empresarial com treinamentos em Constelações Sistêmicas com Mimansa Erica Farney, thomas Bryson, Ursula Franke Bryson, Miguel Schiavo, Franz Rupert, Guni Baxa, Dan Cohen, Karin Schoeber, Laszlo Mattyasovszky, Bert Hellinger e Sophie Hellinger. | Palestrante | Professora e Coordenadora da Formação em Constelação Sistêmica Familiar em Uberlândia
deisecarvalho@msn.com | 34 3219.5692 | 9911.3329 Antes de refletirmos sobre o que é ser mãe e alguns aspectos emocionais envolvidos na maternidade, é importante fazermos algumas reflexões: quando nos tornamos mãe? Quando engravidamos, quando parimos? As mães são boas ou são más? O amor materno é incondicional? Como é ser mãe e vir de outra mãe? O primeiro passo é pensarmos no vínculo materno, como a ligação entre dois seres que os conecta para toda a vida. A qualidade do vínculo entre a mãe e o bebê é determinante para a postura que este terá na fase adulta e, consequentemente, influenciará a forma como irá se vincular aos outros. Quando a mãe, por algum motivo sistêmico ou biográfico, se afasta emocionalmente de seu bebê, este sente sua indisponibilidade. Assim, sem a proteção saudável materna, o filho cria estratégias de sobrevivência, podendo retrairse de forma arcaica ficando com seus recursos emocionais desestruturados e, desta forma, pode ter, no futuro, dificuldade para se relacionar saudavelmente. Quando adulto, fica indisponível para o casamento, a amizade, o trabalho e as demais relações, pois todos com os quais convive tornamse projeções da mãe e, assim, há uma desconexão do aqui e agora. Relacionam-se em papeis fantasiosos e esperam que os outros lhe deem tudo o que a sua criança interna sentiu falta. Todas as outras pessoas passam a representar a mãe idealizada que não tiveram. Algumas mulheres que viveram essa realidade ao tornarem-
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se mães ficam reativas, isto é, querem ser exatamente o oposto que a sua mãe foi. Mães assim tentam compensar seus filhos dando-lhes tudo aquilo que julgam não ter recebido, desta forma, também não ficam totalmente disponíveis para os filhos, pois estão cuidando das suas próprias crianças internas e não na criança real e das necessidades do filho naquele momento. A solução é pensarmos e sentirmos que podemos ser apenas a mãe possível, com qualidades e defeitos. Para tanto, antes de olharmos para os nossos filhos, precisamos olhar para a nossa própria mãe, a partir de um olhar adulto que nos fará capazes de receber dela aquilo que ela nos disponibilizou. Não julgar é essencial e tão importante como olhá-las como seres humanos, pois temos a mania de olhar para a maternidade como algo sobrenatural, onipotente, onipresente e oniciente como se mães fossem uma espécie de Deus. Mesmo que nós tenhamos necessidade de mais, recebemos das nossas mães o melhor que elas tinham a nos oferecer. Quando tomamos consciência disso podemos buscar na vida o que nos falta, logo, nos tornamos mais disponíveis para os filhos e para a tudo o que nos chega. Então, para estarmos disponíveis e estabelecer o fluxo de amor com os nossos filhos é fundamental nos virarmos para os nossos pais, agradecer por tudo o que nos deram e honrálos, depois nos voltarmos para os filhos e dizer: “querido filho, agora estou aqui disponível para você”.
PÓSGRADUAÇÃO
EM TCC TerapiaCognitivoComportamental PROFESSORES E PALESTRANTES CONFIRMADOS Dr. Roberto Banaco (PUC-SP) Dr. Mário Francisco Juruena (USP/Ribeirão Preto) Me. Pablo Fernando Souza Martins Dra. Veridiana Silva Nogueira Esp. Elson Kagimura Ma. Cíntia Marques Alves Ma. Carolina Faria Arantes Ma. Cleyciane Faria Me. Vínícius Borges Dr. Alexandre Vianna Montagnero Dra. Carmem Beatriz Neufeld (USP/Ribeirão Preto) Dr. Ederaldo Lopes (UFU) Dra. Renata Ferrarez Fernandes Lopes (UFU)
o Iníci aio m 30 de rmações Info Mais 3234.7130 34 4.6467 308
Atendimento a crianças, adolescentes e adultos.
Psicólogos(as) Cíntia Marques Alves - CRP 25718/04 Elson Kagimura - CRP 22769/04 Fernanda Blascovi - CRP 35626/04 Pablo Fernando Souza Martins - CRP 22766/04
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Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir. Cora Coralina