Fale Mais Sobre Isso | 16º edição

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edição 16 | 2014

Sem afeto não há solução O afeto une pessoas, previne doenças e melhora a vida em sociedade. Será que estamos dando o devido espaço a ele? pag. 22

Janeiro Branco 2015

O Mundo somos nós

E a responsabilidade por um mundo melhor está em nosssas mãos.

Saiba mais sobre o serviço que pode lhe ajudar a mudar a sua vida.

pag. 08

pag. 20

pag. 34

Psicólogos se organizam para colocar a Saúde Mental em evidência.

Psicoterapia


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para o espaço mais gostoso da sua casa.

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Estudo prévio de locação e exaustão. Mão de obra especializada. Isolamento térmico adequado. Acabamento primoroso. Tradição e garantia.

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Não existe, ao longo do ano, mês mais terapêutico do que Dezembro. O “fim de ano” tem o poder, cultural, de nos levar a fazer reflexões sobre a vida, o que fizemos da nossa vida e o que queremos para ela. Dezembro possui uma carga simbólica - distribuída entre datas, eventos e costumes - carregada de elementos, situações e condições que nos convidam a uma série de pensamentos e sentimentos relativos às nossas condições como indivíduos e seres sociais. Reflexões relacionadas às discussões como as propostas nos textos “O Mundo Somos Nós” (pág. 20), “Presentei-se: Esteja Presente!” (pág. 12), O Valor das Emoções (pág. 28), O Presente é Agora (pág. 32) e Sem Afeto Não Há Solução (pág.22). Além disso, Dezembro precede Janeiro e Janeiro é o mês que abre as portas de novos tempos e novas oportunidades para buscarmos fazer o que de melhor propusermos às nossas vidas – conforme a Campanha Janeiro Branco (pág.08) procura mostrar aos homens. Realmente, não há mês como Dezembro. Aproveite-o ao máximo e esperamos poder lhe ajudar com as nossas reflexões! Boa leitura!

sumário Fontes

05 Notícias, descobertas e contribuições da Internet

Campanha | Saúde Mental 08 Janeiro Branco 2015

Saúde Ampliada

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10 Jovens brasileiros deixam casa dos pais cada vez mais tarde 12 Presentei-se: esteja presente! 16 Criatividade e praticidade 26 Ciranda 40 As cores da cidade

Capa

22 Sem afeto não há solução

Consultório

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20 O mundo somos nós 28 O valor das emoções 30 As nove personalidades: Qual é a sua? 32 O presente é Agora 34 Saiba mais sobre psicoterapia 36 Veja o que diz quem fez psicoterapia

Medicina

38 Mitos e Verdades sobre Obesidade e Cirurgia Bariátrica

EXPEDIENTE Coordenação e Revisão Técnica: Leonardo Abrahão - Psicólogo (CRP/04 36232) Diagramação: Miguel Neto Comercial: 34 9966.1835 | 9221.6622 Tiragem: 1.000 unidades

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Impressão e Pré Impressão: Gráfica Brasil - Uberlândia/MG Distribuição: Entrega gratuita e dirigida | Udia/MG

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Fontes

Notícias, descobertas e contribuições da Internet

Presença de transtorno psiquiátrico entre alunos é de 13%

Emoções negativas influem no consumo de alimento energético PROBLEMAS COMUNS do cotidiano como questões financeiras, discussões com o cônjuge, traição, preocupações com os filhos e até morte na família e violência doméstica, levam a emoções negativas como angustia, tristeza, ansiedade e, mais que isso, podem levar mulheres a aumentarem significativamente a ingestão de alimentos energéticos. Esse é o principal resultado de uma pesquisa do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Nessas situações, os pesquisadores verificaram que as pessoas não escolhem alimentos doces saudáveis, como

frutas, por exemplo, mas preferem os não saudáveis, que na pesquisa foram representados pelo brigadeiro. “Curiosamente, as mulheres com peso normal apresentaram aumento significativamente maior do que as participantes com sobrepeso.

PESQUISA com cerca de 1.700 alunos de escolas públicas, com idades entre 6 a 16 anos, de quatro regiões brasileiras mostrou que a prevalência de transtornos psiquiátricos entre esses escolares foi estimada em 13%. Os dados estão descritos no Estudo Epidemiológico sobre a Saúde Mental do Escolar Brasileiro. A pesquisa foi realizada por pesquisadores do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para Infância e Adolescência (INPD).

Elas aumentaram em 82% a ingestão de doce não saudável e 51%, o consumo energético, enquanto o grupo com sobrepeso aumentou 48% e 39%, respectivamente”, comentou a nutricionista responsável pela pesquisa, Ana Carolina de Aguiar Moreira.

Os resultados apontam para a necessidade de uma reformulação de políticas públicas no setor com ênfase na prevenção e na identificação precoce dos transtornos, no combate ao estigma, e na garantia de assistência de qualidade a estes jovens, permitindo que possam atingir um desenvolvimento físico e emocional compatível com suas potencialidades. Além de mostrar a importância do papel do psicólogo na tarefa de identificar, orientar e contribuir para o tratamento destas crianças.

Fonte: Agência USP de Notícias

Fonte: Agência USP de Notícias

Tanto o consumo energético foi maior, como o de doce não saudável.

PESQUISA ANALISA NÍVEL DE CONHECIMENTOS EM RELAÇÃO AO HPV UM RECENTE ESTUDO realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP apontou que dentre 1.470 mulheres entrevistadas, com idade média de 30 anos, apenas metade delas já tinha ouvido falar em HPV. A pesquisa, publicada na Revista de Medicina (Ribeirão Preto) (vol. 47, n.2) apontou ainda que apenas 41,6% delas sabiam da transmissão sexual e 33,3% da relação do patógeno com o câncer de colo uterino. Diante disso os pesquisadores defendem o desenvolvimento de ações educativas voltadas para a prevenção da infecção pelo HPV e seu agravamento. Isso porque a maioria das entrevistadas encontra-se na fase reprodutiva, apresenta baixa escolaridade, parceiro fixo e teve iniciação sexual em idade precoce. “Os dados permitiram concluir que o conhecimento sobre HPV é deficiente, necessitando desenvolvimento de ações educativas voltadas para a prevenção da infecção pelo HPV e seu agravamento”, afirma Geraldo Duarte, da FMRP. Fonte: Agência USP de Notícias

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FONTES

Sem tabus Hoje, Terence tem uma vida sexual normal, o que o levou, inclusive, a operar a fimose que lhe dava certo desconforto. “O médico que foi operálo perguntou o porquê ele queria fazer essa cirurgia e eu respondi que ele tem uma vida sexual normal”. O médico ficou assustado. Os médicos mesmos não acham que existe a sexualidade [para pessoas com limitações aparentes]”, afirma. Além das relações com profissionais do sexo, Terence já namorou também.

A sexualidade sem limitações

Pessoas com necessidades especiais começam a vencer os tabus sociais e culturais ligados às suas vidas sexuais Século XXI e a sexualidade ainda é um tabu. Imagine, então, a sexualidade de pessoas com limitações aparentes. Embora ignorada – e por vezes renegada - por grande parte da sociedade, o desejo sexual e a sexualidade não têm limites, apesar das limitações físicas e intelectuais, sejam elas aparentes ou não. Em 2013, o filme “As sessões” levou às telas de todo mundo a história real do poeta Mark O’Brien que contraiu poliomielite aos 6 anos, doença que o deixou imobilizado do pescoço para baixo. Inspirado em um conto do próprio poeta, o filme retrata o período de sua vida em que ele recorreu a uma “terapeuta sexual” (interpretada por Helen Hunt) com a qual mantém relações sexuais. Com realismo e sutilezas, o filme aborda os temas “sexo e limitações físicas”. Na vida real, longe dos estúdios de cinema, a história de Terence tem muito em comum com O”Brien.

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Embora possua limitações aparentes, seu desenvolvimento intelectual acompanhou sua idade cronológica. Assim, durante sua adolescência, Terence, como todo jovem de sua idade, começou a manifestar o desejo de ter a sua primeira relação sexual. Com o apoio de seus irmãos e de sua família, ele pôde vivenciar isso. Durante um período, sua família passou a pesquisar e a entrevistar profissionais do sexo para identificar uma profissional que pudesse atendê-lo. “Eu nem sabia que existiam profissionais do sexo que estavam acostumadas a atender pessoas com limitações aparentes”, explica Diusa, mãe do Terence. “Embora tenha corrido tudo bem, no início eu sofri muito em pensar que eu tinha que pagar alguém para fazer amor com meu filho”, relembra. Ela ressalta que o apoio incondicional de toda a família foi muito importante para esse momento inicial e, principalmente para o próprio Terence.

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De acordo com a psicóloga do Crepúsculo – Centro de Desenvolvimento Humano -, Flávia Moura Rangel, a sexualidade de pessoas com limitações aparentes ainda é tabu. “Não se fala em sexualidade de pessoas com alguma disfunção. Fala-se em dificuldade de moradia, de trabalho, de educação, mas não de sexualidade. Geralmente a sociedade e a família tratam essas pessoas como assexuadas ou os infantilizam, como se não houvesse sexualidade”, explica Rangel. De acordo com ela, a inclusão ainda não promove o estímulo da sexualidade das pessoas com limitações. “É preciso ouvir o que eles têm a nos ensinar sobre isso. Por que eles não têm direito ao amor? A sexualidade vai muito além dos órgãos genitais ou ato sexual em si. Esse limite está em nossas cabeças e não nas cabeças deles”, finaliza.

Fonte: Jornal Sem Limites (Crepúsculo)


FONTES

Estudo mostra que universitários mais pobres estão mais comprometidos com o estudo em relação aos demais ESTUDO INÉDITO realizado pela Abraes* (Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino Superior) cruza dados do Enade de 2010, 2011 e 2012 e revela que os estudantes beneficiários do Prouni (Programa Universidade Para Todos) são os que apresentam melhores notas. Na prática isso mostra que os jovens com baixo perfil socioeconômico estão mais comprometidos com as avaliações em relação aos alunos com alto perfil socioeconômico e aos que estudam em universidades públicas. Para conseguir a bolsa do Prouni o inscrito precisa comprovar renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa para receber o beneficio integral ou até três salários para um desconto parcial. A análise mostra que esse comprometimento vem desde o Enem, realizado ainda no Ensino Médio, pois um dos critérios para conseguir o Prouni é apresentar uma nota mínima de 450 nessa avaliação. Fonte: Catraca Livre

BLOG DÁ DICAS IMPERDÍVEIS PARA QUEM QUER ESTUDAR FORA DO PAÍS Você tem planos de estudar fora do Brasil? Então essa dica é pra você. Acaba de ser lançado o Blog da Tissen (www.blogdatissen.com), com conteúdo exclusivo voltado para pessoas que querem desbravar o mundo.

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Barco a Vapor Estão abertas as inscrições para a 11ª edição do Prêmio Barco a Vapor, que busca estimular a produção literária no Brasil oferecendo um prêmio de 40 mil reais.

O blog oferece gratuitamente as mais variadas informações: oportunidades de bolsas de estudo, rankings de universidades internacionais, exames de proficiência, exames de qualificação, cursos de curta duração, intercâmbios para graduação e informações sobre pós-graduação (Mestrado, MBA, Doutorado, Pós-Doc). Além disso, também oferece vídeos com depoimentos, dicas e experiências de quem viveu fora. Tudo de um jeito fácil, direto e bem objetivo.

Além disso, o original da obra vencedora irá compor o seleto catálogo de títulos da coleção Barco a Vapor, publicado pela Fundação SM. Inscreva-se até o dia 31 de janeiro de 2015 (www.barcoavapor.edicoessm.com.br). O Prêmio Barco a Vapor nasceu com o objetivo de estimular a produção literária nos países onde a Fundação SM está presente e revelar novos autores, publicando textos inéditos. O prêmio surgiu na Espanha há mais de 35 anos e conta também com edições nos seguintes países: Chile, México, Argentina, Porto Rico, República Dominicana, Colômbia, Peru e Brasil.

O site foi criado por Andrea Tissenbaum, formada em História e Psicologia pela PUC-RJ. Fez pós-graduação (mestrado e doutorado, ABD) na California School of Professional Psychology, em San Diego, nos Estados Unidos, onde viveu por seis anos. Já coordenou a área de Relações Internacionais do Insper, em São Paulo, e viajou o mundo para conhecer e fazer parcerias com instituições de ensino internacionais. Nos últimos dois anos, desenvolveu trabalhos de pesquisa sobre oportunidades internacionais para profissionais das áreas de comunicação e entretenimento. Orienta alunos e profissionais em suas escolhas e decisões de estudar fora do Brasil.

Fonte: Agência USP de Notícias

Fonte: Catraca Livre

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CAMPANHA | SAÚDE MENTAL

Psicólogos se preparam para Janeiro Branco - 2015 2a edição da campanha pretende mobilizar a sociedade em favor da Saúde Mental. Diversas ações serão realizadas na cidade ao longo do mês. TEXTO

Michele Borges (Ciclo Assessoria de Imprensa)

Palestras e encontros ocorridos no Janeiro Branco 2014

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CAMPANHA | SAÚDE MENTAL Janeiro é o mês que abre as portas de novos tempos e novas oportunidades para buscarmos fazer o que de melhor propusermos às nossas vidas. L E ON AR D O AB RAH ÃO

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studos apresentados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e Mistério da Saúde indicam que o Brasil tem experimentado um crescimento vertiginoso das problemáticas relativas à Saúde Mental dos indivíduos e da sociedade como um todo. São altos os índices de violência (em domicílios, no trânsito ou em escolas), criminalidade, suicídios, alcoolismo, drogadição, depressão, preconceitos, entre outros, que colocam em risco o equilíbrio mental, comportamental, espiritual e emocional dos indivíduos da nossa sociedade. Porém, de acordo com Leonardo Abrahão, idealizador da Campanha Janeiro Branco, apesar da necessidade evidente de colocar o assunto em pauta, muito pouco ainda se discute a respeito. “Através da Campanha Janeiro Branco pretendemos difundir um conceito ampliado de Saúde Mental, como um estado de equilíbrio sem o qual não é possível viver satisfatoriamente em sociedade. Escolhemos o mês de janeiro para mobilização, pelo fato de que, em geral, no início do ano as pessoas estão predispostas a pensar sobre as suas vidas em diversos aspectos, e a cor branca porque queremos incentivá-los a desenhar novas possibilidades. Além disso, Janeiro é o mês que abre as portas de novos tempos e novas oportunidades para buscarmos fazer o que de melhor

propusermos às nossas vidas”, pontua Abrahão.

Proposta da Campanha Segundo o idealizador da Campanha - que desde a 1ª edição em Janeiro de 2014 ganha mais adeptos nas redes sociais –, viver em uma sociedade individualista, competitiva e consumista torna a vida um permanente desafio. “Os conflitos, desejos, ambições, aparências incitam o indivíduo a uma permanente prontidão dos sentidos que podem terminar por levá-lo à exaustão”, afirma Leonardo que também é psicólogo. A 1ª edição da Campanha, ocorrida em Janeira desse ano (2014), mobilizou dezenas de Psicólogos que se dispuseram a realizar várias palestras ao público de Uberlândia, Araguari, Ituiutaba, Iraí de Minas, Barra do Garças (MT), Tupaciguara, Catalão (GO) e Tiros (MG). As palestras, que duravam de 20 a 60 minutos em média, foram realizadas em escolas, empresas, escritórios, salas de espera de hospitais, batalhões da Polícia Militar, faculdades, pontos de ônibus, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e espaços públicos das cidades, sempre apontando e discutindo questões fundamentais à Saúde Mental dos indivíduos e da sociedade. Em Janeiro de 2015, o objetivo da da Campanha é fortalecer a presença do tema Saúde Mental em meio ao imaginário coletivo - e chamar atenção dos indivíduos e instituições sociais para várias das

condições que contribuem para um psiquismo e uma sociabilidade saudáveis, tais como, o afeto, o respeito, a responsabilidade, os propósitos, os limites, os cuidados e os potenciais das relações entre as pessoas. “Convidamos todos os profissionais das diversas áreas do conhecimento a questionarem-se: Como posso usar o que sei a favor da Saúde Mental, no sentido de favorecer a qualidade de vida e o bem estar das pessoas, bem como o equilíbrio emocional, o sentido existencial e a harmonia social?”, diz Abrahão.

Como participar do Janeiro Branco|2015 Se você tem interesse em participar da Campanha, entre em contato com os organizadores por meio dos telefones (34) 9966-1835, (34) 9221-6622 ou da fanpage da Campanha no Facebook: www.facebook.com.br/ janeirobranco. Por meio desses contatos, você pode agendar palestras em sua instituição e ajudar os Psicólogos de Uberlândia a divulgarem a ideia de que é possível, sim, o desenvolvimento de ações e projetos voltados para a Saúde Mental de todos. Mais detalhes sobre o Janeiro Branco de 2014 e a preparação para a Campanha de 2015 podem ser encontrados em: www.janeirobranco.org e www. facebook.com.br/janeirobranco. Participe!

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SAÚDE AMPLIADA | COMPORTAMENTO

Jovens brasileiros deixam casa dos pais cada vez mais tarde Alguns até já têm imóvel próprio, mas adiam saída da casa dos pais por questões financeiras ou pessoais. TEXTO

Michele Borges (Ciclo Assessoria de Imprensa) vida, ou seja, se a pessoa vai se casar, ter filhos, etc.. Mas, segundo Adriano Tavares, gerente administrativo da PDCA ENGENHARIA, empresa uberlandense que tem em seu histórico mais de 12 mil casas construídas e comercializadas através do Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida, existem aqueles que adquirem renda cedo, investem em um imóvel antes dos 30, mas não saem efetivamente da casa dos pais. Geralmente, estas pessoas alugam o imóvel ou o tem como apoio.

Adriano Tavares, gerente administrativo da PDCA ENGENHARIA

QU E M É OU F O I J OV EM e não desejou um dia ter o seu cantinho próprio para morar? Esse é um desejo que começa cedo por volta dos 21 anos de idade. Porém, cada vez mais os jovens têm aberto mão da tão sonhada independência para continuar morando com os pais por mais tempo. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio - divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estes jovens, que tem entre 21 e 30 anos, representam quase 70% do total das ‘famílias secundárias’ existentes no Brasil. São pessoas que atingiram idade para compor um domicílio independente, ou até já constituíram uma nova família, mas continuam dividindo o mesmo teto que os pais. A maioria deste grupo, cerca

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de 87%, encontra-se em áreas urbanas. Ainda segundo a pesquisa, a falta de recursos financeiros é o principal motivo para a coabitação familiar (55%). Já quase 38% admitem adiar a saída da casa dos pais por vontade própria; 3% alegam motivo de saúde; e 4%, outros. Entre os jovens urbanos, os mais dependentes são aqueles que têm entre 18 e 21 anos: representam 43% dessa população que ainda permanece na casa dos pais. Aqueles que têm entre 22 a 25 anos representam 32% desse universo; e 25% dos que adiam a saída para a casa própria têm entre 26 a 30 anos.

CICLOS DE VIDA X DEMANDA HABITACIONAL Em geral, decidir-se por sair da casa dos pais é algo que tem a ver com ciclos de

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É o caso de duas pessoas que preferiram não se identificar nesta matéria. Uma delas é uma mulher, empresária (30 anos), que já tem imóvel próprio (alugado), e continua morando com os pais. “Em função das demandas de trabalho hoje serem grandes, minha opção foi continuar na casa dos meus pais pela comodidade”, afirma T.R. O outro também é empresário, tem imóvel próprio (que usa como apoio), mas vive com os pais. “Ainda não me mudei definitivamente por questões financeiras, mas pretendo fazer isso logo”, diz M.B. Para o gerente da PDCA ENGENHARIA, o setor imobiliário precisa acompanhar as tendências. “A população jovem necessita de uma oferta habitacional variada, a preços acessíveis, que atenda às suas necessidades de moradia, mas que lhe confira flexibilidade para mudar, seja em busca de emprego e/ou educação”, analisa Tavares.


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SAÚDE AMPLIADA | ARTIGO

Presenteie-se: esteja presente! Ao ficar mais atento a tudo que está ocorrendo com você e ao seu redor, você pode se surpreender com a quantidade de informações que costuma não dar valor e que são as riquezas da experiência de viver. TEXTO

Filipe SIlva Castro

Psicólogo | Mestre em Processos Cognitivos e Orientador de Cursos/SENAC filipesilvadm@hotmail.com

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ARTIGO | SAÚDE MENTAL

NO FIM DE ANO, é comum as pessoas pararem para pensar quais situações desejam mudar. É tempo para pensar no planejamento do ano novo. Alguns estabelecem que querem comprar algo, perder peso ou fazer aquela viagem. Todavia, muitos destes planos não se concretizam e dúvidas surgem questionando se as mudanças, de fato, podem ocorrer. Mas, o que pensar então? Não se pode mudar? Claro que sim! A qualquer momento e não só no início de cada ano. E, para começar, uma dica pode ser útil: aumentar a atenção. No meio de tantas cobranças, tantos problemas e tantos desafios, as pessoas se deparam com uma infinidade de pensamentos, sentimentos e comportamentos em busca do melhor caminho. Contudo, as pessoas nem sempre estão tão atentas ao que ocorre consigo. Na maior parte do tempo, estão ligadas ao “piloto automático” que gerencia as ações para permitir que a pessoa se concentre, de fato, nas preocupações legítimas. O “piloto automático” segue as crenças e resolve as situações conforme aprendeu ao longo da vida. Segue hábitos e categorias que funcionam como uma base para definir o que é certo, errado, bom, ruim, adequado, inadequado e responde a cada evento conforme a categoria a que for enquadrado. Ele é fundamental na vida dos seres humanos, pois economiza tempo e esforço em uma diversidade de momentos. Mas, às vezes, exclui informações que podem ser extremamente úteis ao indivíduo. Uma solução pode ter sido útil há algum tempo atrás, mas pode não funcionar mais nos dias atuais. As pessoas estão tão acostumadas a permanecer no “piloto automático” que não direcionam a atenção ao presente. Enquanto você está dirigindo, por exemplo, você pode pensar na agenda

que terá que cumprir, nas contas que tem a pagar, nas preocupações que está vivenciando naquele período. Você pode chegar ao seu destino sem realmente saber o que havia no caminho, quais carros estavam no trânsito, quais semáforos enfrentou, quem eram as pessoas nas ruas. Na maioria das atividades rotineiras, não se dedica atenção. Este elemento tem se perdido da consciência, em meio ao excesso e velocidade de informações. As sensações, sentidos, emoções tem sido constantemente negligenciados levando, consequentemente a mais estados de estresse. Por isso, pesquisadores tem tentado encontrar soluções para aliviar as tensões, regular as emoções e controlar o estresse. Uma das propostas é exatamente o foco no presente. Você já pensou sobre como toma banho? Como escova os dentes? Você presta atenção a estes eventos? Não? Então, experimente! Quando estiver comendo, apenas coma. Sinta o sabor, a textura, as sensações que a comida lhe provoca. Quando estiver caminhando, sinta seus pés tocando o chão, suas pernas movimentando-se, observe como você se sente, vá descrevendo a experiência em palavras. Se outro pensamento lhe vier a mente, deixe-o ir e volte novamente para a caminhada. Foque apenas naquele momento, no que está fazendo. Isso pode ser feito ao lavar louças, arrumar a cama, ao fazer exercícios físicos ou qualquer outro momento. Desde que esteja no aqui e agora. Se estiver com um grupo, em uma conversa, foque somente na conversa e nas pessoas. Se achar mais fácil, reserve alguns minutos no seu dia para focar na respiração, atente-se a cada inspiração e expiração.

Experimente se abrir a experiência do momento. Sem julgar. A experiência não é certa, nem errada, nem boa, nem ruim. É apenas uma experiência. Viva-a momento a momento. Se você se perceber distraído com outro pensamento ou julgando aquele momento, volte sua atenção somente ao que está acontecendo. Esta proposta aqui colocada é o que os autores chamam de mindfulness, que tem obtido bons resultados para casos de estresse, depressão, ansiedade, problemas com o corpo. Autores como Kabat-Zinn, Marsha Linehan, Teasdale apresentam vários exercícios de como fazer desta prática um recurso para se ter maior bem-estar e você pode encontrar facilmente na internet. Ao ficar mais atento a tudo que está ocorrendo com você e ao seu redor, você pode se surpreender com a quantidade de informações que costuma não dar valor e que são as riquezas da experiência de viver. Observar o que está acontecendo, perceber o que você está sentindo ou pensando agora. Hoje, valoriza-se mais a atenção ao futuro (sobre o qual se quer ter controle) ou sobre o passado (em ruminações ou apegos). Mas, por que desconsiderar a importância de se olhar o presente? De se estar consciente a cada momento? De estar presente, quando a experiência efetivamente ocorre? Experimente sair do “piloto automático” e aumentar a consciência sobre si e o mundo a sua volta. Aproveite a reflexão espiritual do tempo do Natal como tempo de esperança, de recomeçar e renascer, de se reestabelecer os rumos que se quer seguir e reserve em seu planejamento: atenção a cada momento. Entenda que, neste fim de ano, melhor do que ganhar presentes é estar presente.

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PUBLI - EDITORIAL | VIAGEM E SAÚDE MENTAL

Planejar é possibilitar! Realizar uma viagem com tranquilidade e segurança pode ser uma opção extremamente fácil (e factível) caso todo o processo seja programado. ECONOMISTAS, administradores e contadores – ou seja, pessoas especializadas em lidar com os aspectos materiais e objetivos da vida -, vivem dando entrevistas, escrevendo textos e nos ensinando: planejar é possibilitar viver o que desejamos. Os psicólogos, apesar de lidarem com questões mais subjetivas, também sabem que, quando a pessoa se organiza e planeja seus objetivos, aumenta, significativamente, as condições para poder realizar seus sonhos e atingir suas metas. A maioria absoluta das metas das pessoas é passível de ser alcançada – bastando, para tanto, que elas se coloquem à disposição para planejarem as formas e estratégias de chegarem lá. Às vezes, se colocar à disposição para contar com a ajuda de profissionais especializados também favorece o processo, afinal, contar com a ajuda de quem tem experiência no assunto e na área pode tornar tudo mais fácil.

É o caso de realizar uma viagem, por exemplo. Muitas pessoas sonham em conhecer lugares, povos e culturas diferentes, mas, por falta de planejamento em tempo hábil para a concretização do sonho, acabam por se privarem de experiências maravilhosas.

Veja, abaixo, as principais datas ligadas a boas possibilidades de viagens! Que tal começar a ser organizar para aproveitar algumas delas?

Feriados em 2015

Realizar uma viagem com tranquilidade e segurança pode ser uma opção extremamente fácil (e factível) caso todo o processo seja programado pela(s) pessoa(s) interessada(s). Em todo o mundo, o amadurecimento do turismo como um negócio sério e respeitável tem feito com que mais pessoas tenham se lançado à aventura de descobrir o mundo e, quem sabe, a si mesmas em uma ou mais viagens.

10 janeiro

Confraternização Universal/Quinta-feira

17 Fevereiro

Carnaval/Terça-feira

03 Abril

Paixão de Cristo/Sexta-feira

05 Abril

Páscoa/Domingo

21 Abril

Tiradentes/Terça-feira

10 Maio

Dia do Trabalho/Sexta-feira

04 Junho

Corpus Christi/Quinta-feira

31 Agosto

Aniversário Uberlândia/Segunda-feira

Contando com a ajuda do seu agente de viagens, não é difícil organizar os planos, hoje, para organizar as malas, amanhã. Sonhos podem parecer fantasias – mas com um pouco de planejamento, podem virar realidades inesquecíveis.

07 Setembro

Independência do Brasil/Segunda-feira

12 Outubro

Nossa Senhora Aparecida/Segunda-feira

02 Novembro

Finados/Segunda-feira

15 Novembro

Proclamação da República/Domingo

25 Dezembro

Natal/Sexta-feira

34 3255.0100 Av. Nicomedes Alves dos Santos, 3600 | Loja 03 Gávea Business | Morada da Colina fworldtravelturismo worldtravelturismo falemaissobreisso.com.br

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SAÚDE AMPLIADA | GASTRONOMIA

Criatividade e praticidade: ingredientes indispensáveis à cozinha O fim de mais um ano chegou e com ele a vontade de se reunir com os amigos, a família e todas as pessoas queridas com as quais convivemos fica mais forte. É o fim de um ciclo que está associado culturalmente à comida e, assim, é o prazer do paladar, dos sabores das comidas preparadas com afeto e alegria que invadem o ar das cozinhas nesta época do ano. Por isso, vamos dar duas boas dicas de receitas para quem quer ser criativo e ao mesmo prático nesta época do ano, porque também é preciso sobrar tempo para colocar a conversa em dia com aqueles que não vemos todos os dias. Vamos começar por um escondidinho de bacalhau delicioso e terminar com uma salada leve e rápida de fazer, que facilmente agradará qualquer paladar. TEXTO

Michele Borges e Luísa Salviano (Ciclo Assessoria de Imprensa) F OTOS Douglas Luzz

ESCONDIDINHO DE BACALHAU (receita para 04 pessoas)

Ingredientes: 600g de massa de mandioca 200g de bacalhau 200g de requeijão 225g de mussarela 01 colher de manteiga Sal Leite 01 Tomate picadinho Cebola a gosto Azeitona preta a gosto

Modo de preparo: Montagem:

Purê de Mandioca (massa)

Bacalhau:

Forre a forma com uma camada de massa de mandioca. Em seguida, coloque o bacalhau desfiado com as azeitonas, tomate e cebola. Acrescente requeijão por cima. Cubra o recheio com o restante da massa de mandioca, colocando a mussarela por cima. Finalize levando ao forno para gratinar. Sirva o prato com arroz branco.

Cozinhe a mandioca. Depois, coloque-a no liquidificador e bata com 01 colher de manteiga, pitada de sal e leite até atingir o ponto. Despeje na panela em fogo médio e mexa até soltar a massa do fundo da panela.

Desfie o bacalhau já dessalgado e acrescente as azeitonas pretas, o tomate picadinho e a cebola.

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Grãos e sementes Vegetarianos e veganos

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SAÚDE AMPLIADA | GASTRONOMIA

...Já para quem quer algo com ingredientes tradicionais nesta época do ano, aqui vai mais uma dica de prato delicioso e prático, que você encontra no bar e restaurante Quintal da Dê. Foi lá que experimentamos estas receitas e aprovamos!

SALADA CAPRESI (receita para 03 pessoas)

Ingredientes: 200g de mussarela de búfala em bolinhas;

Salsinha (ou cebolinha) a gosto

01 bandeja de tomate cereja;

Manjericão a gosto

100g de parmesão ralado

Orégano a gosto

100g de castanha de caju

½ cebola a gosto

100 ml de azeite

01 dente de alho

01 Caldo de Legumes

Sal a gosto

Hortelã a gosto

Modo de preparo: Fatie a mussarela de búfala e o tomate cereja em uma travessa. Coloque o parmesão ralado por cima. Prepare o Molho Pesto, colocando no liquidificador: azeite, manjericão, hortelã, salsinha, orégano, cebola, alho, sal,

caldo de legumes e castanha de caju. Bata tudo até obter uma pasta homogênea. Acrescente um pouco de molho à mussarela e ao tomate na travessa. Coloque-o também em um recipiente separado como acompanhamento, e sirva. Bom apetite...

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ARTIGO | SAÚDE MENTAL

Imagem: GETTY IMAGES/Michael Blann

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ARTIGO | SAÚDE MENTAL

O mundo somos nós

Precisamos, com urgência, atentarmo-nos para essa questão prática e usar do conhecimento científico para ajudar a sociedade. TEXTO Pablo Fernando Souza Martins Psicólogo Clínico - Instituto Integrare | pabloufu@yahoo.com.br

TODOS NÓS GOSTARÍAMOS de morar “em mundo melhor”, mais solidário, com mais respeito, justiça, mais esperança e menos violência. Não cansamos de repetir que “esse mundo tá muito estranho”, que “esse mundo não tem jeito”, que “no mundo de hoje, é cada um por si”. Mas quem é esse “Mundo”? Do que se alimenta, onde vive, onde mora, o que pensa, como age? Alguém o viu por aí? Será que o Mundo sai na calada da noite a espalhar maldades e drenar a esperança? Será que ele tem armas poderosas para disseminar preconceito, para ensinar (mesmo que não percebamos) o individualismo e a competitividade? E o que é pior, será responsabilidade desse Mundo a lamentável falta de afeto e amor com que vemos as pessoas se tratando nos dias de hoje? O Mundo é, então, um algoz perigosíssimo. Age publicamente e também às escondidas. Provoca, sem nosso conhecimento e consentimento, todas as mazelas que atrapalham nossa vida a se tornar mais alegre para todos. Então, precisamos destruir esse Mundo. Ao aniquilar esse inimigo – o cavalheiro do apocalipse que tem nos matado em doses homeopáticas – resolveremos todos os nossos problemas. Mas... destruir o Mundo? Algo parece errado mesmo diante de tantas atrocidades que nós atribuímos a ele. Parece que não devemos destruí-lo? Mas, por que não? Não é ele o culpado de todo o mal que estamos vivendo? Neste momento, percebemos o porquê de não matarmos o mundo. Porque não eliminá-lo e, com ele, todas as mazelas que nos cercam? Porque o mundo somos nós! E há muitos mundos em cada um de nós. E é preciso resgatar mais do que nossa vontade de vivermos dias melhores. É preciso usar de conhecimento científico para ajudar a sociedade. Entre os conhecimentos científicos disponíveis está o conhecimento do comportamento humano, melhor representado pela Psicologia. Dentro dessa área acadêmica muitos conhecimentos já foram produzidos e eles podem e devem ser utilizados para o bem comum. As leis da aprendizagem humana devem ser sempre lembradas no momento de um planejamento adequado de políticas públicas ou qualquer ação que envolva o indivíduo e, principalmente, grupos que poderão replicar esse conhecimento a favor de grupos ainda maiores. Devemos lembrar que todos nós aprendemos coisas na vida sofrendo a influência das consequências para nosso

comportamento. Se uma criança se comporta de uma maneira específica e o pai a elogia, abraça ou pega no colo, ela vai entender que fez algo bom e vai tender a repetir tal comportamento. Se, ao contrário, ela se comportar e algo ruim acontecer, ela vai tender a evitar esse comportamento. Não podemos esquecer que a sensação de ter levado vantagem acaba induzindo a criança (e o adulto) a repetir aquele comportamento, mesmo sendo socialmente indesejável. A boa notícia é que nossa espécie aprende com facilidade a repetir comportamentos que gerem bem estar. Dessa forma, se consequenciarmos, positivamente, os comportamentos desejáveis de crianças (e adultos), isso, inevitavelmente, vai gerar bem-estar e vai aumentar a chance dessas pessoas agirem assim novamente. Se apresentarmos mais consequências positivas para aqueles comportamentos que beneficiam mais o grupo do que a individualidade, podemos contribuir para uma geração que vai dar um duro golpe ao egoísmo e isolamento. Precisamos, com muita urgência, atentarmo-nos para essa questão prática. No planejamento de ações com as pessoas (crianças e adultos), é preferível - e desejável premiar as ações que visam o bem comum. Seja no trânsito, no cuidado com o meio-ambiente, nas relações familiares, nos contratos de trabalho, nos clubes que frequentamos, no planejamento de políticas públicas, a meta deve ser o bem comum. E é preciso sinalizar com clareza que a ação direcionada ao bem de todos (ou pelo menos da maioria) vai ser o tipo de ação mais valorizada e aplaudida na nossa sociedade. Outra boa notícia é que a espécie humana também aprende muito por imitação. E o “exemplo” que a geração atual pode produzir para as próximas gerações pode garantir nosso sucesso em busca de uma vida mais justa, mais solidária e, aí assim, de um “mundo melhor”. Diante disso, sabemos que, de fato, muitas coisas estão sendo feitas de maneira desastrosa no estilo de vida atual, mas sabemos também que já produzimos conhecimentos suficientes para reverter o quadro. Basta, além daquilo que não depende de nós, fazermos a nossa parte. Sermos o “exemplo” daquilo que queremos para o mundo e não esquecer que o mundo somos nós. Assista à entrevista com o psicólogo Pablo Martins procurando por "Fale Mais Sobre Isso: elogios, como e quando fazer?" no Youtube.

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Sem afeto não há solução. Nem o avanço das ciências, nem a evolução das facilidades materiais com que os homens se locupletaram nos últimos séculos foram suficientes para preencher nossas angústias existenciais e carências relacionais. Quando o assunto é a qualidade das relações humanas, o afeto é o melhor recurso com o qual a humanidade pode contar. TEXTO Leonardo Abrahão leonardoabraops@yahoo.com.br Psicólogo

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Afeto - recurso natural que previne e remedia angústias humanas “Vinícius trabalhava no cerne do afeto – ele era um homem de afeto, de harmonia e usava o afeto como uma ponte entre várias e diversas possibilidades de diálogo”. Essa fala do artista Gilberto Gil a respeito de Vinícius de Moraes, presente no documentário “Vinícius”, apresenta, em poucas palavras, uma concepção ampliada e reveladora sobre a questão do “afeto”. Nela, “afeto” aparece como um valioso recurso para o estabelecimento de elos entre as pessoas, assim como uma condição para que esses elos sejam harmoniosos. Afeto, na fala de Gil, aparece como a “essência” de um comportamento construtivo, como prérequisito para a qualidade das relações entre as pessoas e, por fim, como matéria-prima para a construção de uma sociabilidade, sempre, dialógica. A fala de Gilberto Gil sobre o poeta Vinícius de Moraes ajuda-nos a compreender importantíssimas questões que, normalmente, não levamos em consideração em relação às potencialidades desse recurso humano chamado “afeto”. Não é comum ouvirmos as pessoas referirem-se ao “afeto” como um recurso, um instrumento, uma condição ou um elemento capaz de gerar harmonia e construir pontes entre os sujeitos. Em geral, no imaginário social e nas conversações dos indivíduos, “afeto” sempre aparece como sinônimo de “carinho”, “simpatia”, “afinidade” e “sentimento sensível de apreço pelo o outro”. Essa visão não está equivocada. “Afeto” – na forma como Gilberto Gil colocou – também se relaciona com todas essas possibilidades. Porém, raríssimas vezes o imaginário social relaciona todas essas possibilidades inerentes ao “afeto” às consequências que

Gilberto Gil quis indicar. Gil relacionou “afeto” a meio, à estratégia e a conteúdo de relações humanas saudáveis, harmônicas, integradas e comunicantes. O “afeto”, na fala de Gil, aparece como uma forma de ser, de viver, de existir e de se relacionar que Vinícius de Moraes desenvolveu ao longo da sua trajetória pessoal, profissional e artística – trajetória, indiscutivelmente, marcada pela sensibilidade humana em todas as suas dimensões.

Mas que “afeto” é esse do qual Gil fala? Apesar de os psicólogos e estudiosos do universo psíquico humano possuírem conceitos próprios para o “afeto” (e que vão muito além do que o senso comum indica), Gilberto Gil não estava se referindo ao “afeto” dos teóricos e profissionais do psiquismo. Ele usou a palavra “afeto” no sentido popular – o sentido que permeia as conversas no dia a dia das nossas relações cotidianas, sem preocupações de ordem acadêmica ou conceitual. “Afeto”, na fala de Gil, aparece como sensibilidade (com a qual Vinícius percebia a realidade ao seu redor); como carinho (com o qual Vinícius tratava as pessoas com as quais convivia); como capacidade de manifestar sentimentos sensíveis (com a qual Vinícius tocava as pessoas ao seu redor); e, por fim, como um impulso do seu ânimo em despertar, nas pessoas que entravam em contato com as suas ações e obras, uma percepção da vida e da realidade fundamentada no valor pedagógico das condições mais sensíveis aos homens – a condição do amor, da dor, da alegria e da tristeza. Em uma só ideia, Gil comenta o “afeto” como uma dimensão existencial a partir

da qual Vinícius de Moraes conseguia falar - de forma direta, legítima e tocante ao coração e à alma das pessoas, gerando harmonia e vínculos positivos entre os envolvidos pela sua personalidade. Mas por que o “afeto”, nesse sentido colocado por Gilberto Gil, consegue ser gerador de harmonia e vínculos significativos entre as pessoas? Por que, conforme parece ter acontecido a partir de Vinícius de Moraes, o “afeto”, como sensibilidade, carinho e ânimo comunicante, consegue empreender integração positiva e significativa entre as pessoas? Qual é a mágica do “afeto”, o seu segredo, a sua fórmula? Quais são os seus princípios ativos?

Ninguém nasce pronto O sucesso do “afeto” como recurso eficiente na construção de vínculos adequados, saudáveis e promissores entre os indivíduos possui relação direta com a condição de origem de todo e qualquer ser humano: somos, antes de tudo, seres incompletos. No útero, essa incompletude já se manifesta por meio das inúmeras dependências que o embrião humano possui em relação ao organismo materno que o gesta. O embrião – e, mais tarde, o feto – necessita de um aparato orgânico e psicológico que, com a gravidez, se desenvolve na barriga e na cabeça da mãe fornecendo os cuidados e os elementos necessários para a sustentação e a evolução adequadas da nova vida em formação. Não fosse esse aparato orgânico e psíquico, embrião algum conseguiria ter a sua disposição as condições indispensáveis ao seu perfeito e saudável desenvolvimento. Dentro do útero, todos nós

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A incompletude dos seres humanos, manifestada desde a sua concepção, pede que outros seres humanos a complementem. Por meio do “afeto”, podemos promover essa contínua complementação do humano pelo humano com os recursos que desejamos ver presentes no conjunto das nossas próprias relações sociais.

recebemos os recursos, ingredientes, elementos e estímulos necessários para o desenvolvimento da nossa jornada rumo à vida. Alimentos? Recebemos. Oxigênio? Recebemos. Matérias-primas para a nossa formação? Recebemos. Calor? Recebemos. Aconchego e proteção? Recebemos. Uma questão a se pensar, então: poderíamos chamar de “afeto” tudo isso que recebemos e que possibilitou o nosso adequado desenvolvimento? Sim, podemos. Nossa original e eterna incompletude foi correspondida pela sensibilidade, o carinho e o ânimo comunicante do aparato orgânico e psicológico que nos foi oferecido pelo útero, a barriga, os sentimentos e os pensamentos de nossas mães. Seus organismos e psiquismos, de forma consciente e inconsciente, criaram as condições necessárias para que pudéssemos evoluir da fase embrionária à fase final da gestação. Em relação a essas condições – fisiológicas e psicológicas -, podemos considerar que as mesmas constituem a primeira forma de “afeto” que todos nós recebemos e da qual nunca nos desvincularemos, conforme moderníssimos estudos a respeito da importância da qualidade afetiva da gestação para a adequada formação orgânica e psíquica dos bebês. O livro “O Diário de Bordo da Família Grávida”, de autoria da pediatra e consultora internacional de amamentação, Luciana Herrero, e que conta com a participação da psicóloga Laura Uplinger, apresenta vários estudos e depoimentos nesse sentido: uma gestação consciente promove implicações indeléveis na vida de toda pessoa e, “afeto”, é condição para a saúde mental dos indivíduos antes

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mesmo de suas concepções. Antes de suas concepções? Sim, quando seus pais desejaram-no tê-los. “Vontade” e “desejo” são alguns dos princípios ativos do “afeto” e se relacionam com o “ânimo cuidador e comunicante” daqueles que se dispõem a zelar pelo bem estar das pessoas. E se “afeto” já é importante antes mesmo da concepção, imagina durante a mesma? Durante o período em que uma nova vida começa a receber os recursos e os estímulos que influenciarão o ritmo, a qualidade e o histórico do seu desenvolvimento? Os úteros, em verdade, são berços de “afeto” – e, quanto mais sensibilidade, carinho e ânimo comunicante saudável as mães e os pais possuírem, mais “afeto” estarão investindo na criação dos futuros membros da humanidade. Esses futuros membros, naturalmente, devolverão à humanidade aquilo que receberam durante as suas formações – assim como, obviamente, esperamos que nos deem bons frutos os pés de frutas dos pomares cuidados com os melhores dos nossos adubos. Não seria sensato, portanto, não medirmos esforços na intensificação dos “afetos” com que gestamos as nossas crianças e as nossas relações? A incompletude dos seres humanos, manifestada desde a sua concepção, pede que outros seres humanos a complementem. Por meio do “afeto”, podemos promover essa contínua complementação do humano pelo humano com os recursos que desejamos ver presentes no conjunto das nossas próprias relações sociais - e recebendo, de volta, aquilo que investimos nas pessoas. Haveria algo mais desejável de se receber das pessoas do que “afeto”? Ou, ainda, algo mais desejável do que o “afeto” como uma

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característica significativa em todas as relações sociais das quais participamos?

Seres em construção Após o nascimento, a incompletude humana continua presente e, dessa vez, manifesta na total e completa dependência que os recém-nascidos apresentam em relação aos adultos. Essa completa dependência - condição existencial da qual ser humano algum passou isento – exige que os bebês e, também os infantes, sejam assistidos pelas pessoas que já atingiram graus superiores de maturidade e autonomia. Como não conseguem cuidar de si mesmos, recém-nascidos e crianças necessitam de contínuos cuidados voltados para a criação de condições adequadas para a saudável evolução dos seus desenvolvimentos orgânicos e psíquicos. A presença do “afeto” – ou seja, da sensibilidade, do carinho e do ânimo comunicante por parte de quem se relaciona com o próximo – faz toda a diferença na qualidade do relacionamento e dos cuidados que têm por objetivo promover o desenvolvimento saudável dos indivíduos “em construção.” “Afeto” gera “afeto” e, assim, o “afeto” que é utilizado como recurso de interação entre as pessoas gera, como resposta, mais “afeto” nos relacionamentos sociais. Sistemas de “afeto”, portanto, passam a ser retroalimentares, promovendo, de forma harmônica e integrada, verdadeiros ecossistemas de interações sociais baseados na sensibilidade, no carinho e na disposição para a comunicação entre os indivíduos. Considerando que recém-nascidos, crianças e adolescentes são seres em formação, e que seres em formação tendem, naturalmente, a retribuir aos que os formaram os ensinamentos que receberam, não é difícil compreendermos o porquê de existir harmonia e vinculação


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O afeto é o suprassumo da nossa Inteligência Emocional. positiva entre as pessoas em toda dimensão em que o “afeto” encontra-se presente como recurso por meio do qual os indivíduos estabelecem interações entre si. Se o “afeto” é matéria-prima na formação das pessoas, estas não poderão fugir à realidade da qual se fazem: sensibilidade, carinho e disposição para a comunicação vinculante. Pessoas forjadas na forma do “afeto” tendem, para todo o sempre, a dar vazão e continuidade aos conteúdos dos quais se fizeram. Gentileza gera gentileza, “afeto” gera “afeto”.

Vida adulta Engana-se quem pensa que apenas fetos, bebês, crianças e adolescentes necessitam de “afeto”. Por mais que pessoas adultas não estejam mais em processo de formação das suas personalidades, perfis comportamentais e perfis sentimentais, os adultos, inclusive os idosos, têm no “afeto” um importante elemento relativo à qualidade de suas vidas. Adultos (e idosos) podem não estar mais em processo de formação pessoal, mas, com certeza, reagem às relações nas quais se inserem e aos ambientem em que vivem. Por isso, as características e as condições das relações e dos ambientes em que vivem exercem sobre eles uma influência bastante significativa, repercutindo, também, em suas saúdes, em suas disposições para a vida em sociedade e a vida como um todo. Adultos também são seres da incompletude: possuem carências não resolvidas acumuladas ao longo do tempo, estão submetidos a complexas exigências existentes na vida madura, podem estar impossibilitados de correr para o colo dos pais (como o fazem as crianças), podem sentir medos relativos à perspectiva do envelhecimento e guardar traumas

acumulados com o passar dos anos. Como, senão por meio do “afeto” em suas relações sociais e nos ambientes em que se inserem, conseguirão se nutrir dos elementos garantidores da saúde mental de todo indivíduo e de todo agrupamento humano? Considerando que ninguém volta ao útero materno, o “afeto” por parte daqueles que nos rodeiam é o único útero ao qual podemos recorrer no enfrentamento cotidiano da vida em que existimos. Os bens materiais, os recursos tecnológicos de última geração, os incentivos culturais ao sucesso no mundo do trabalho, as compensações financeiras, o frenesi da pluralidade das experiências conjugais e uma série de outras possibilidades que, normalmente, os adultos buscam como objetos do desejo e/ou substituições para as suas incompletudes existenciais, não têm o mesmo potencial, a mesma competência e mesma eficiência do “afeto” como condição preventiva às carências humanas e recurso resolutivo em relação a essas mesmas carências. Nada no mundo material equivale ao “afeto” do qual nos formamos e com o qual podemos preencher os vazios que, naturalmente, possuímos. O mundo em que vivemos, cada vez mais repleto de conquistas materiais, mas, também, cada vez menos voltado para a produção e circulação de “afeto” entre as pessoas, tem assistido a um crescimento assustador das violências, dos suicídios e dos transtornos mentais – prova de que não é por meio da materialidade da vida (e seus reflexos) que a saúde mentalexistencial dos homens se faz. É o “afeto”, do útero ao envelhecimento, que tem cumprido esse papel – e com maestria conforme podemos atestar a harmonia

e a integração dos grupos sociais (como famílias) caracterizados pela sua agradável presença.

Toda forma de amor “Afeto”, porém, pode ser apenas mais um conceito abstrato se não se converter em ações concretas no contexto das relações humanas. Carinho, sensibilidade e ânimo comunicante podem não passar de expressões e ideais tocantes caso não sejam transformados em atitudes por parte das pessoas envolvidas em uma interação social. “Afeto” gera “afeto” apenas quando deixa de ser uma intenção e se transforma em realidade, por meio, como foi dito, de atitudes, gestos, comportamentos, falas e ações que – aí, sim – configuram, em concreto, a presença do carinho, da sensibilidade e da disposição para a comunicação em meio aos contatos entre as pessoas.

Em outras palavras, isso significa dizer que sentimentos e intenções relacionados ao “afeto”, para cumprirem a missão de harmonizar, vincular e integrar, de forma significativa e positiva os indivíduos, não devem ficar presos ao campo da introspecção mental - devem, com certeza, ser manifestados no campo da realidade palpável e perceptível. Devem, como poderíamos concluir parafraseando Vinícius de Moraes, possibilitar à vida a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida. Dito isso, that’s the question: há afeto em sua vida e, consequentemente, harmonia e integração em suas relações sociais? Pense mais sobre isso e, se for o caso, fale mais sobre isso. Se sentir dificuldade, lembre-se: nós, psicólogos, estamos aqui para lhe ajudar.

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Ciranda Olá querido leitor! O fim do ano chegou e uma euforia paira no ar... São as pessoas correndo para encerrar bem 2014 com a promessa de um novo ano melhor. É sempre assim e que bom que a esperança tem a força que tem! TEXTO

Michele Borges

Fale mais sobre isso comigo. Meu email é michele@cicloascom.com

Cinema

Por falar nela, me veio à mente um filme: PRECIOSA – Uma história de Esperança. Não é lançamento, mas é uma obra prima que descortina a rotina de muitos norte-americanos dos subúrbios dos Estados Unidos, e com certeza vale a pena ver. O filme ganhou Oscar, Globo de Ouro e mais uma dezena de festivais pelo mundo todo. Fica a dica!

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SAÚDE AMPLIADA | CIRANDA

Não à intolerância religiosa! A revista em quadrinhos "AWO - Intolerância religiosa no espaço escolar, não!" foi lançada em Uberlândia em dezembro pela advogada, Rúbia Mara de Freitas, através do projeto "Cultura e Educação em Direitos Humanos: Respeitando o Sagrado nas Escolas", aprovado pelo Fundo Municipal de Cultura. A revista aborda a discriminação contra as religiões de matriz africana nos espaços escolares, incentivando a reflexão e a denúncia quando o preconceito ocorrer. O material conta ainda com atividades pedagógicas para uso no ambiente escolar. Saiba mais: www.facebook. com/pages/HQ-Direitos-Humanos

Para refletir: Educação em pauta “A onda da universalização do ensino agora terá que ser seguida pela onda da qualificação. Acesso e qualidade só valem juntos! Substituir decoreba por ensino analítico. Juntar ensino geral e profissionalizante, ao invés de separálos. Construir do fundamental ao superior, escolas de referência. A partir delas, trabalhar junto com Estados e Municípios para mudar a maneira de aprender e ensinar” - Roberto Mangabeira Unger.

Prêmio Anu

O Projeto ‘Oficinas de Canto Teatro e Percussão’, um dos quatro projetos sociais de arte-educação desenvolvidos pelo Grupo EMCANTAR em 2014, foi indicado ao Prêmio Anu – da CUFA (Central Única das Favelas), que reconhece práticas sociais que contribuem para a transformação das periferias do Brasil. Palmas para o EMCANTAR que, além de espalhar arte de qualidade através dos mais de 20 shows que fez durante o ano, também contribuiu de forma significativa para o desenvolvimento humano de mais de 300 crianças e adolescentes de Uberlândia e Araguari.

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O valor das emoções

O que elas dizem sobre meu ambiente e sobre minhas relações?

Ana Carolina Rimoldi de Lima | CRP 30207/04 Psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental | Mestre em Psicologia da Saúde | Docente de Psicologia rlanacarolina@yahoo.com.br 34 9660.0217 / 9173.8731

HÁ MOMENTOS na vida em que somos inundados por emoções negativas: tristeza, angústia, medo, ansiedade, raiva. Experimentar essas emoções leva-nos a uma condição de desconforto, de modo que tentamos nos livrar delas o mais rápido possível. Queremos estar sempre felizes e bem, pois o sofrimento “só atrapalha” a vida. Em partes isso é verdade, o incômodo do sofrimento realmente atrapalha, mas será que não há nenhuma utilidade nas emoções negativas? As emoções são parte vital de nossa vida, elas “colorem” todas as experiências que temos. Elas são tão importantes que já nascemos predispostos a experimentar algumas delas, como a tristeza e a alegria e, ao longo de nossa vida, desenvolvemos um vasto repertório emocional. Além disso, as emoções favorecem (ou dificultam) nossa adaptação ao ambiente. Por exemplo, quando nos sentimos felizes e animados estão em ação determinados neurotransmissores e hormônios que regulam nosso comportamento, os quais produzem em nós um estado de satisfação e prazer. Isto beneficiará nossas interações sociais, nossa motivação e disposição ao trabalho podem ficar aumentadas, nossos processos de pensamentos apresentam uma tendência positiva. Por sua vez, as emoções negativas causam outros efeitos. Quando irritados ou tristes, podemos ter dificuldades em nossas interações sociais, menos interesse ou paciência com o trabalho,

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pensamentos com tendências pessimistas. Por isso, a primeira coisa que tentamos fazer quando estamos em sofrimento é nos livrar dele. Mas isto é algo que nem sempre conseguimos alcançar. Então, onde estão as vantagens das emoções negativas? Que valor podemos obter do sofrimento? Nossas emoções negativas dizem algo importante sobre nós, sobre as situações que vivenciamos e sobre nosso ambiente. Elas atuam no sentido de nos tirar do equilíbrio para que possamos, então, nos readaptar. Elas nos mostram o que valorizamos e dão um indício de que algo precisa ser feito, em nós mesmos ou em nosso ambiente. Lutar com essas emoções negativas, tentando eliminá-las a qualquer custo, só as torna mais intensas e duradouras. Ao invés disso, é mais útil aceitar e procurar entender algo sobre essas emoções, por exemplo: o que elas dizem sobre mim e sobre minhas ações? O que elas dizem sobre meu ambiente e sobre minhas relações? Preciso fazer mudanças para me readaptar ao meu ambiente? Enfim, encarando assim as emoções negativas elas vão cumprir sua função – sinalizar questões importantes das quais precisamos cuidar gentilmente – vão durar apenas o tempo necessário e vão deixar algum aprendizado que facilite nossa interação com o ambiente. Então, antes de tentar se livrar das emoções negativas, tente ouvir o que elas têm a dizer para você. Isso pode contribuir para o seu crescimento pessoal.



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As nove personalidades: Qual é a sua? De forma sintética, conheça cada uma das nove tendências de comportamento conforme notamos no mapa do Eneagrama Professor | Mestre em Linguística | Eneacoach e Life-Coach/Mentoring | Palestrante na área de autoconhecimento e desenvolvimento humano pelo Eneagrama da Personalidade.

34 9195.6813 contato@eneagramacursos.com.br

OLÁ! Como prometi, segue mais um artigo sobre o Eneagrama da Personalidade. No artigo anterior expliquei o conceito, as origens desse conhecimento ancestral que explica as leis universais responsáveis por diversos fenômenos e que pode ser associado à descrição da psique humana. Hoje, vamos desbravar cada um dos nove tipos humanos que existe e que corresponde a um ego diferente ou tendência inata responsável por nossa sobrevivência no mundo, mas que, de forma inconsciente, nos aprisiona por meio de paixões, ideias fixas e ações robotizantes. Antes, é preciso compreender que vivemos ora presos aos pensamentos, ora cansados, com dores, ora infelizes ou preocupados. O ego, conjunto de padrões repetitivos, mecânicos de pensar, sentir e agir compensa-nos de todas as feridas profundas provocadas pela perda do útero. Em troca, cobranos um alto preço: rouba-nos a força, o poder, a criatividade e nos faz quase integralmente um ser à mercê das leis universais que regem o universo. Assim, deixamos de ser! Abaixo, descrevo de forma sintética cada uma das nove tendências de comportamento conforme notamos no mapa do Eneagrama (figura de nove pontas). O EGO 1 OU TIPO 1 - O Caráter iracundo: irascível, impaciente

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e irritadiço, desenvolve um perfeccionismo corretor em busca de um melhor nunca suficientemente bom. Dedicado sério, formal e sisudo, sobressai-se pela rigidez com que se identifica com as regras corretas e com os altos padrões de exigência sobre o outro e sobre si mesmo. Ativo, esforçado e severo tem pouca tolerância à imperfeição, perdendo em espontaneidade, naturalidade e prazer para moldar-se aos padrões de alta exigência e correção. Um de seus traços fundamentais é o seu permanente ressentimento por viver num mundo imperfeito diante de exigências próprias altamente elaboradas. Ideias malucas: "seja lá o que for pode melhorar”. O EGO 2 - O Caráter Orgulhoso: transforma a carência em sensação de abundância, negando a própria necessidade, apresentando-se como um generoso, desprendido, otimista, livre e

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feliz. É um generoso que se orgulha da sua própria generosidade, isto serve para perpetuar o jogo: dá recebendo admiração e reconhecimento, e transforma isto em autoadmiração que anula o contato com a sensação inicial de carência. Seduz para sentirse amado, e ama sedutoramente. Voluntarioso e hedonista, sensível, impulsivo e intuitivo mostra-se acima das necessidades prosaicas do mundo, atento aos privilégios do "trono", e sentindo-se ele mesmo um privilegiado. Ideia maluca inconsciente: "O Senhor é meu fã, e nada me faltará". O EGO 3 - O Caráter Vaidoso: é um apaixonado do desempenho; Identificase com os papéis desempenhados, adequando-se à imagem admirável refletida nos olhos do outro. É um narcisista do desempenho, qualquer que seja o papel do momento. Por exemplo: bom amigo, modelo de


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esposa/marido, o funcionário padrão, executivo eficiente etc. Vive o papel mais que a si mesmo. Satisfaz a expectativa do "outro generalizado”, pouco atento à própria satisfação verdadeira, daí a falsidade intrínseca. Pensa, sente e faz aquilo que se espera que faça, segundo os valores em voga/moda. Ágil, rápido e eficiente medindo-se pelo resultado do desempenho, como se seu valor pessoal estivesse diretamente relacionado às suas realizações. Ideia maluca inconsciente: "sou o que faço, valho o que demonstro"; "o sucesso é minha meta, e realizar é meu nome”. O EGO 4 - O Caráter Invejoso: é um artista do sofrimento, como estratégia de viver e para fazer-se visto. Sente-se único em sua sensibilidade romântica, tendendo a acariciar a melancolia e privilegiar o trágico sentimento de vítima, tanto do outro, como da situação, ou do mundo. É uma espécie de orgulhoso decaído, severo nas criticas e autocríticas; perito na reclamação, às vezes aberta, às vezes sutil no papel de injustiçado ou de vítima desprevenida. Vê mais a parte vazia do copo com água pela metade, mais atento no que lhe faz falta do que no que pode usufruir. Refinado e com sentimentos de originalidade, sentese uma pessoa muito especial, apesar da autoimagem rejeitada. Ideia maluca inconsciente: "Como estar satisfeito, se há tanta coisa desejável?" O EGO 5 - O Caráter Avarento: é um apaixonado da retenção; mantém-se escondido para não se esvaziar do pouco que sente ter. Evita envolver-se para não ser sugado. Sente-se mais seguro observando de fora sem comprometer-se na ação. Com avareza tende a guardar para si mesmo os pensamentos, observações e sentimentos. Retraído no contato, pouco dado a manifestações abertas, prefere a privacidade e o contato individual seletivo. Nivela suas necessidades por baixo, para sentir-se menos dependente do mundo exterior. Não é um entusiasta do convívio. Ideias malucas: "melhor sozinho que mal acompanhado". O EGO 6 - O Caráter Fóbico: é um apaixonado da incerteza e do medo. Usa a dúvida como principal método cognitivo e frequentemente acaba por duvidar da própria dúvida. Pode ser

fanático e contrafóbico para neutralizar a desagradável sensação de medo ou incerteza. Protetor e protegido. Acusador e acusado. Tem o radar alerta ao perigo que pode esconder-se em qualquer aspecto do presente, e que precisa ser evitado no futuro. Daí a necessidade de precaução preventiva, tentando controlar o futuro e evitar o pior. Em geral, ou rebelem-se contra a autoridade colocando-se no poder ou elege uma autoridade para se sentir seguro, mantendo-se leal a ela. Frequente prisioneiro da angústia e ansiedade com tendência paranoica. Ideias malucas inconscientes: "é melhor precaver-se para que as coisas andem certo"; "é preciso prever o pior para realizar o melhor.” O EGO 7 - O Caráter Guloso: é um apaixonado do prazer e um fóbico da dor. Atração ao novo e racionalização do insucesso substitui os sentimentos desagradáveis de frustração e perpetuam a “constância da inconstância”. Insaciáveis num aqui insuficiente tendem a andar em busca de um lá mais promissor - daí a gula. A agilidade no pensamento e na argumentação verbal dificulta manter a língua em repouso. Argumentador e tendente a persuadir inventam fáceis justificativas e explicações para tudo. Grande aventureiro, pois vê o mundo como um campo imenso de experiência a serem saboreadas. No entanto, diante da diversidade e da próxima atração, acaba vivendo de forma plana, sem mergulho neste ou naquele tema ou projeto de vida. Ideia maluca da motivação inconsciente: "mais de algo agradável é sempre melhor”; "é falando que se clareiam os pensamentos”; "Sempre há um atalho para as coisas difíceis”. O EGO 8 - O Caráter Luxurioso: é um apaixonado do poder e do domínio. Não aceita o "não" como resposta, e não sabe medir consequências para satisfazer desejos e conquistar seus propósitos. Coloca a moralidade acima do bem e do mal, e não se regula pelos parâmetros convencionais da legalidade estabelecida. Orienta-se pelo rumo desejado e vai tomando posse do caminho percorrido. É um rompedor de limites e obstáculos. Estimula-se no desafio, e não toma nota do que cai em sua passagem. Divide o mundo em fortes e fracos, vencedores e vencidos. Comandante de si mesmo e patrão do

mundo, nutre-se da intensidade do excesso no querer. Dado ao exagero e a atitudes megalomaníacas, não se satisfaz com pouco, nem com as conquistas fáceis ou gratuitas. Possessivo não tolera frustração nem insatisfação. Ideias malucas: “melhor tomar que pedir”; "só ganha quem vence”. O EGO 9 - O Caráter Preguiçoso: é um rotineiro, apegado ao hábito e adaptado aos costumes. Trata de evitar o conflito interior através do auto apaziguamento. Tende a narcotizar a raiva (os instintos). Dado a hábitos repetitivos, é um prisioneiro da inércia, tanto parado como em movimento. Tem dificuldade em iniciar, deixando para amanhã. E quando já em movimento não sabe parar, perdendo-se na rotina detalhista ou na ação superficial, alheio à própria interioridade. Cego para si mesmo, e surdo para sua voz interior, torna-se superadaptado e conformista. É um abnegado, disponível às necessidades generalizadas do outro mais que às próprias. Enche o tempo com atividades distraídas do essencial, evitando contato com o tédio interior de viver mecanicamente e fazer por obrigação, sem atrever-se à escolha de prazer pessoal. Acomodado e postergador de si mesmo, tende a reduzir seu mundo à simplificação de um realismo concreto e palpável. Ideias malucas: “para que complicar, se podemos simplificar”. No próximo, falaremos sobre o Eneagrama no trabalho, as diversas profissões e como descobrir nossa missão de vida, trabalhando as potencialidades que nossa Essência, a contraparte do Ego, nos oferece como presente par nos libertar da rotina massacrante dos pensamentos, sentimentos e ações mecânicos. Lembre-se: em qualquer situação, procure respirar, sentir seu corpo, observar sua mente (o que se passa aí dentro); sentir suas emoções e, por fim, evitar identificar-se com esses padrões. Afinal de contas, como vimos, quase tudo o que se passa em nosso interior sem estarmos atentos é ilusório, produto de nosso ego faminto pelo efêmero e cego para nossa beleza real, profunda e verdadeira. Assista à entrevista com o Enea Coach Oliveira Miranda procurando por " Fale Mais Sobre Isso: Eneagrama e Autoconhecimento" no Youtube.

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O Presente é Agora PARTE 1

No momento em que o observamos, sentimos seu campo energético dentro de nós e desfazemos nossa identificação com ele, surge uma nova dimensão da consciência.

Rongno R.Rodrigues

Psicoterapeuta / Consultor rongnorr@hotmail.com

“VO C Ê, A LG U M A vez, já vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do agora? Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no agora. Nada jamais acontecerá no futuro, acontecerá agora. O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um Agora anterior. O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente. Obviamente, o passado e o futuro não têm realidade própria. A realidade deles é "emprestada" do Agora.

O sofrimento pode nos parecer um monstro perigoso, mas eu lhe garanto que se trata de um fantasma frágil. Ele não pode prevalecer sobre o poder da nossa presença. No momento em que o observamos, sentimos seu campo energético dentro de nós e desfazemos nossa identificação com ele, surge uma nova dimensão da consciência. Chamo a isso de presença. Isso significa que ele não pode mais nos usar, fingindo ser nosso eu interior. Então, não temos mais como realimentá-lo. Aqui está nossa mais profunda força interior. Acabamos de acessar o poder do Agora, o poder da sua própria presença consciente.

A essência dessas informações não pode ser compreendida pela mente. No momento em que captamos a essência, ocorre uma mudança na consciência, que passa a desviar o foco da mente para o Ser, do tempo para a presença. De repente, tudo parece vivo, irradia energia, emana do Ser. Enquanto não somos capazes de acessar o poder do Agora, vamos acumulando resíduos de sofrimento emocional. Todo esse sofrimento cria um campo de energia negativa que ocupa a mente e o corpo. Se olharmos para ele como uma entidade invisível com características próprias, estaremos chegando bem perto da verdade.

O Tempo do relógio não diz respeito apenas a marcar um compromisso ou programar uma viagem. Inclui aprender com o passado, para não repetir os mesmos erros indefinidamente. Estabelecer objetivos e trabalhar para alcançá-los. Mas, mesmo aqui, no âmbito da vida prática, onde não podemos agir sem uma referência ao passado ou ao futuro, o momento presente permanece como um fator essencial, porque qualquer ação do passado se aplica ao agora. E planejar ou trabalhar para atingir um determinado objetivo é feito agora.” (Tolle)

Se atentarmos à realidade do que é de fato o Presente (o Agora), poderemos compreender esses atos e transformá-los em metas e resultados concretos; na incessante busca por felicidade. Mas, como sempre digo em tom de brincadeira “se fosse fácil, todos nós seriamos mestres”, pois para tal, precisamos de esforço e de grande força de vontade, pois no processo evolutivo de cada um, somos imersos numa sucessão de processos e nela devemos conquistar o tão falado autoconhecimento e, assim, reconhecermo-nos como de verdade somos e libertarmo-nos dos nossos egoísmos; deem-se esse Presente, Agora... (continua na próxima edição).

Se observarmos este momento, de fim de ano, em que as circunstâncias

Um Feliz Natal e um venturoso 2.015... Paz e Harmonia a todos os leitores.

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emocionais advindas do Natal e do Ano Novo, enfim, de festa, que nos envolvem e nos conduzem a uma reflexão, às vezes inconscientemente, do que foi e do que será, das perdas e dos ganhos, então poderemos perceber o quanto estamos iludidos em nossos comportamentos, basta enxergarmos a repetição de erros e de atitudes infrutíferas, que nos levam constantemente à dor emocional e às doenças físicas, envoltos num círculo vicioso de acasos sem fim; rumo ao sofrimento.


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CONSULTÓRIO | SAÚDE MENTAL

Saiba mais sobre psicoterapia Psicoterapia ajuda as pessoas nos momentos mais difíceis das suas vidas. 1. Quando a Psicoterapia é indicada? A Psicoterapia não possui contraindicação, podendo, portanto, ser indicada em qualquer momento da vida de uma pessoa, de um casal ou de um grupo de pessoas. Pode ser desenvolvida de forma preventiva como uma espécie de investimento em saúde mental -, assim como quando se faz necessário procurar uma resposta, solução ou encaminhamento para questões que já afligem os indivíduos. De forma preventiva, a Psicoterapia pode ser indicada para qualquer um que, apesar de não apresentar necessidade de um trabalho psicológico, esteja passando ou prestes a passar por situações psiquicamente desgastantes. O trabalho preventivo, então, pode se constituir em um valioso recurso de preparação dos indivíduos para as vicissitudes da vida, afinal, quem pensa sobre si e sobre as suas próprias potencialidades encontra-se em melhores condições para lidar com as possibilidades da existência. No entanto, normalmente a Psicoterapia é indicada às pessoas, casais ou grupos que não estejam conseguindo encontrar a paz, o equilíbrio e a satisfação consigo mesmas, nas relações das quais participam e/ou nos objetivos a que se propõem. Conclusão: de forma preventiva, ou quando a prevenção tornouse insuficiente, a Psicoterapia é indicada sempre que o objetivo é o esclarecimento, o aprimoramento, o amadurecimento e o fortalecimento das condições psíquicas, comportamentais e/ou relacionais do(s) indivíduo(s).

2. As sessões de Psicoterapia são sempre semanais? Nem sempre. A periodicidade dos encontros com o Psicólogo depende das necessidades e possibilidades de quem o procura, assim como das características e gravidade das questões que lhes são apresentadas. O Psicólogo avalia as condições psíquicas, comportamentais e existenciais da pessoa interessada na

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Psicoterapia e, em comum acordo com ela, chega a uma proposta de trabalho que inclui a freqüência, as regras e os valores do trabalho psicoterápico que será realizado.

3. Como o pagamento das sessões é realizado? Cada Psicólogo pode desenvolver uma forma de lidar com essa questão, sempre, obviamente, dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Código de Ética da Psicologia. Dessa maneira, o melhor a ser feito é: combinar com o Psicólogo, já na primeira sessão, a maneira como ocorrerá a questão do pagamento pelos serviços prestados. Por mais que seja uma relação bastante particular e especial, a relação entre o Psicólogo e quem o procura para sessões de psicoterapia não deixa de ser uma relação caracterizada pela prestação de serviços. Assim, um contrato é estabelecido entre as partes, recomendando- se, inclusive, a sua elaboração por escrito de acordo com os princípios éticos da Psicologia e as condições acertadas entre as partes. Em tempo: pode ser que o Psicólogo cobre pela primeira consulta, aquela em que as partes se encontram pela primeira vez inclusive para discutir a necessidade e as condições dos próximos encontros – a psicoterapia, propriamente dita. E pode? Pode. O Psicólogo é um profissional liberal e, como tal, pode cobrar pelo seu tempo.

4. A Psicoterapia é eficaz? Sim. Porém, a Psicoterapia se insere no campo das Ciências Humanas, e, como tal, não é passível de medição da sua “eficácia” nos mesmos moldes, padrões, critérios e modelos das Ciências Exatas ou Naturais. Dessa forma, e tendo por base os paradigmas próprios das Ciências Humanas, vários estudos e várias pesquisas reconhecem a importância, o significado e a positiva repercussão da Psicoterapia na vida das pessoas, ajudando-as, resgatando-as ou

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orientando-as no sentido de uma vida mais saudável, satisfatória, equilibrada e promissora. Contudo, há Psicoterapias que se aproximam dos modelos clássicos de ciências e, em relação a essas, há vários estudos indicando as suas eficácias. Em relação às demais - as Psicoterapias que se distanciam dos paradigmas científicos clássicos –, podemos afirmar que outros modelos e pressupostos científicos que não os clássicos também atestam as suas competências, habilidades e capacidades, considerando-as, portanto, altamente produtivas e recomendadas (às vezes, a Psicoterapia é mais do que recomendada – é necessária).

5. As Psicoterapias são todas iguais? Não. A complexidade e a diversidade dos seres humanos, assim como o desenvolvimento e o enriquecimento dos conhecimentos humanos ao longo dos tempos, possibilitaram o surgimento de diferentes e pertinentes concepções de homem. Dessa maneira, diferentes Psicologias e, conseqüentemente, Psicoterapias, foram criadas pela humanidade. Às vezes, uma corrente ou abordagem psicoterápica (em outras palavras, a maneira como o Psicólogo trabalha) encaixa-se perfeitamente às necessidades e expectativas de quem a usufrui. Entretanto, nem sempre é assim. A diversidade de maneiras como um Psicólogo pode trabalhar faz com que algumas linhas de trabalho não sejam as mais indicadas a algumas pessoas – e isso nem sempre é imediatamente perceptível (lembre-se: nada é mais complexo do que um ser humano). Se isso acontecer com você, não pense que a Psicologia seja inútil ou uma ilusão. Procure outra linha de trabalho, outro Psicólogo. As Psicoterapias são muitas, diversas e riquíssimas. Descubra-se, descobrindo, e se lembre do que a escritora Clarice Lispector certa vez disse: “o que é verdadeiramente imoral é desistir de si mesmo”.


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DEPOIMENTOS | SAÚDE MENTAL

Veja o que diz quem fez psicoterapia ANA*, 22 ANOS Minha mãe me levou a uma Psicóloga 8 meses após a morte do meu namorado. No início eu não queria ir, não aceitava a idéia de fazer um “tratamento” para esquecê-lo. Porém, a Psicóloga conseguiu me conquistar com as sessões que não eram direcionadas para a questão do falecimento dele. Quase nunca falávamos sobre ele. Assim, fui descobrindo e compreendendo outros aspectos da minha vida, dos meus comportamentos e sentimentos, até o ponto em que concluímos que o luto que não me abandonava não era somente um luto pela perda dele. Era um luto relacionado a tudo o que eu já havia perdido na vida e a ressentimentos que me acompanhavam desde criança. (...) Ir a uma Psicóloga me mostrou que havia outros sentimentos entrelaçados a minha dor pela morte da pessoa que eu amava, situação que fazia com que eu supervalorizasse essa dor e não conseguisse deixá-la passar (...).

ALÍRIO*, 38 ANOS Procurei um Psicólogo quando fui demitido do 3º emprego em um espaço de tempo de 2 anos, e tentei entender o que acontecia comigo para não ser desejado pelas empresas em que começava a trabalhar. (...) Em pouco tempo, as questões discutidas com o Psicólogo foram me mostrando que eu era uma pessoa muito agressiva e pouco disposta a me envolver em relacionamentos construtivos, tanto pessoais, quanto profissionais. A história da minha infância tinha deixado características complicadas no meu comportamento, (...) e essas características atrapalhavam o desenvolvimento da minha vida. Graças ao Psicólogo consegui enxergar isso a tempo de aprender novos comportamentos e novas reações ao meu passado, principalmente a lidar com a imagem negativa que eu tinha de mim mesmo e que eu acabava repassando a todos ao meu redor. (...) Gastei parte dos meus acertos trabalhistas com o Psicólogo, mas consegui aprender a ser positivamente diferente na vida e no novo trabalho que consegui depois.

KARINA*, 39 ANOS Meu marido exigiu que eu fosse a um Psicólogo como condição para que continuássemos um casamento de 14 anos. O ciúmes doentio que eu sentia dele e dos nossos filhos estava tornando a

*nomes fictícios, depoimentos enviados por leitores da revista. falemaissobreisso.com.br

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vida de nós todos um inferno (. . .). Fui contrariada, mas a educação do Psicólogo e a firmeza do meu marido na exigência que fez conseguiram me manter no tratamento. (. . .) No começo foi muito difícil, mas depois me vi debatendo, enxergando e aprendendo coisas que me ajudaram imensamente a ter mais confiança em mim mesma e a entender a origem daquele sentimento de insegurança que se transformava em ciúmes possessivo e prejudicial a minha vida familiar. Hoje sou uma pessoa mais sociável e menos desconfiada. Valeu à pena ter dado o braço a torcer pelo bem da família (. . .).

ONOFRE*, 74 ANOS Há dois anos vou a uma Psicóloga e quero dizer a todos com a minha idade que não deixem de ir caso tenham problemas com o envelhecimento. Poder trabalhar os sentimentos e as angústias típicas dessa fase da vida ajuda muito na aceitaçãodas limitações e dificuldades do corpo e da mente que chegam sem cerimônia. Aprender a olhar para dentro de si, e a (re)analisar os próprios posicionamentos e comportamento a essa altura da vida, é rejuvenescedor. (...) Meus senhores e senhoras contemporâneos: não tenham preconceitos. A fonte da juventude é a reflexão.

SUELEN*, 43 ANOS Fui a uma Psicóloga para obter ajuda em uma questão muito importante em relação a minha vida profissional: conseguir ser a única mulher trabalhando em uma empresa com 97 homens sob o meu comando. Caso eu não reorganizasse as minhas crenças em relação aos papéis dos homens e das mulheres na sociedade, muito dificilmente eu conseguiria obter sucesso no gerenciamento da empresa que meu pai havia construído e me deixado como herança. Por insegurança, ou prepotência, tenho certeza que eu levaria a empresa à falência, e, portanto, não demorei a perceber que eu precisava encontrar o equilíbrio entre a minha educação, a minha visão de mundo, a minha personalidade e as minhas responsabilidades. O tempo que passei com a Psicóloga foi deveras esclarecedor em relação a essa e a outras tantas questões, contribuindo para que eu conseguisse manter o equilíbrio na minha vida pessoal e profissional, tanto quanto meu próprio pai tinha acreditado que eu conseguiria.


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Mitos e Verdades sobre Obesidade e Cirurgia Bariátrica A Obesidade é considerada uma epidemia mundial, atingindo cerca de 45% da população brasileira. Além das questões estéticas envolvidas, precisamos nos atentar também a sérios Dr. Leandro Rosa problemas de saúde que acompanham e Ferreira dos Reis Cirurgião Geral e colocam em risco a vida do paciente obeso. Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo Hipertensão, Diabetes, Artroses, Apnéia do sono, infarto agudo do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC) são possíveis complicações clínicas decorrentes da obesidade. O combate à obesidade é multiprofissional, devendo sempre envolver mudança no estilo de vida como prática de atividade física e melhoria nos hábitos alimentares. A cirurgia bariátrica surgiu como forma de tratamento nos casos de obesidade mais avançadas (vistos a seguir) e, com o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas - advento da cirurgia videolaparoscópica e maior conhecimento da população médica e não médica sobre o procedimento -, esta tem se tornado mais acessível aos pacientes. Por isso, frente aos questionamentos que esses assuntos suscitam, elaborei uma lista com os principais Mitos e Verdades a respeito da Obesidade e da Cirurgia Bariatrica para você tirar as suas dúvidas. 1. QUALQUER UM PODE FAZER UMA CIRURGIA BARIÁTRICA. Mito - A redução do estômago é indicada para pacientes a partir de 16 anos que têm o índice de massa corpórea, o chamado IMC, acima de 40 kg/m² ou entre 35 e 40 kg/m², com doenças associadas (hipertensão, diabetes, artrose, apneia do sono, etc). É preciso também que o paciente tenha tentado emagrecer sem sucesso por um a dois anos, em média, com dieta, exercícios físicos e/ou medicamentos com profissional da área como endocrinologista e/ ou nutricionista. Como calcular o IMC: divida seu peso pela sua altura multiplicada por ela mesma! 2. NÃO EXISTE CONTRAINDICAÇÃO

Verdade – Nos primeiros 3 a 6 meses ocorre a perda mais importante de peso, mas o emagrecimento total acontece em até dois anos. A expectativa é que se perca de 30 a 40% do peso inicial. 5. OS PLANOS DE SAÚDE E O SUS DEVEM COBRIR A CIRURGIA BARIÁTRICA. Verdade - Quem depende do SUS para realizar a cirurgia, porém, pode ter que esperar algum tempo na fila. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos de saúde, o período de carência para cirurgia é de até seis meses. 6. DÁ PARA COMER COMO ANTES E ENGORDAR TUDO NOVAMENTE.

Mito - A cirurgia não pode ser realizada em pacientes portadores de doenças psiquiátricas que impeçam a adesão ao tratamento póscirúrgico, usuários de drogas e alcoólatras, pacientes que sofrem de compulsão alimentar e em quem tem doença cardíaca em estágio avançado. 3. QUEM FEZ REDUÇÃO DE ESTÔMAGO NÃO PODE ENGRAVIDAR Mito - A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica recomenda que as mulheres procurem engravidar dois anos após a cirurgia. Engravidou? Informe o médico imediatamente.

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4. VOCÊ EMAGRECE BEM MAIS NOS SEIS PRIMEIROS MESES APÓS A CIRURGIA.

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Depende - A pessoa não vai comer como antes, mas se tomar uma lata de leite condensado inteirinha numa refeição poderá engordar novamente sim. O paciente volta a ganhar peso se consumir alimentos calóricos, como frituras e açúcares. Mas é raro quem recupera todo o peso. Gosto de orientar que existem 3 tipos principais de hábitos alimentares que levam ao reganho de peso: beliscar entre as refeições, comer doce e ingerir líquidos de alto valor calórico (refrigerante e cerveja principalmente). 7. A PACIENTE TERÁ, NECESSARIAMENTE, DE FAZER PLÁSTICAS PARA RETIRAR O EXCESSO DE PELE.


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Mito - Com um bom programa nutricional e atividade física, quem perde de 25 a 35 kg não precisa se submeter à cirurgia, mas isso varia de acordo com cada paciente. E quem é mais jovem tem vantagens, pois a pele é mais elástica.

técnica operatória, podem ocorrer vômitos ou diarreias. A média ou longo prazo, as complicações (caso não seja seguidas as orientações médicas e Nutricionais) estão ligadas a desnutrição, osteoporose e carência de vitaminas e minerais.

8. DÁ PARA FAZER PLÁSTICAS E TIRAR O EXCESSO DE PELE LOGO APÓS A CIRURGIA BARIÁTRICA.

14. É PRECISO FAZER EXERCÍCIOS APÓS A CIRURGIA.

Mito - Você terá de lidar com o excesso de pele, em média, por dois anos. O ideal é que a paciente perca todo o peso esperado e esteja bem para ser operada novamente. 9. PLANOS DE SAÚDE E O SUS DEVEM COBRIR PROCEDIMENTOS REPARADORES. Verdade - Segundo a ANS, os planos só precisam cobrir plásticas na região do abdômen. E o paciente ainda tem de apresentar complicações, como candidíase de repetição, infecções bacterianas devido ao atrito de pele, etc. E não custa dizer: leia o contrato do plano de saúde para não ter surpresa depois. 10. SÓ EXISTE UM TIPO DE CIRURGIA PARA REDUZIR O ESTÔMAGO. Mito – Existem quatro tipos de técnicas aprovadas no Brasil. Conheça cada uma delas abaixo.

Verdade - Os exercícios potencializam o emagrecimento, evitam o ganho de peso e reduzem a perda de massa muscular. 15. ENGORDAR É UM BOM CAMINHO PARA FAZER A CIRURGIA. Mito - Quem quer ganhar 10 a 15 kg rapidamente para se submeter a uma cirurgia põe a vida em risco. Já o inverso é altamente benéfico e recomendado, quem perde peso antes da cirurgia tem menos riscos de complicações e melhores resultados de perda de peso pósoperatória. 16. O APOIO DA FAMÍLIA É ESSENCIAL. Verdade - Todos que convivem com o paciente precisam colaborar. Se a família tem uma alimentação gordurosa, não vai dar para continuar assim! A família deve mudar os hábitos (o que trará benefícios para todos), além de dar apoio e não fazer cobranças exageradas.

11. A CIRURGIA BARIÁTRICA É MUITO CARA.

17. AS UNHAS PODEM FICAR QUEBRADIÇAS E O CABELO PODE CAIR APÓS A CIRURGIA.

Verdade - Quem pensa em arcar o valor da cirurgia particular terá em média uma despesa de R$ 25 mil a R$ 30 mil, sem contar os exames pré-operatórios.

Verdade - Isso pode acontecer nos primeiros meses, quando a perda de peso é mais intensa. Mas dá para resolver com suplemento vitamínico.

12. É IMPORTANTE O ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO ANTES E APÓS A CIRURGIA.

CONHEÇA AS TÉCNICAS DE CIRURGIA BARIÁTRICA

Verdade - A avaliação psicológica é importante para saber se o paciente tem expectativas reais com relação à cirurgia , se não está num momento de depressão ou estresse muito grande ou se tem algum outro problema que possa atrapalhar o tratamento. Durante as sessões, é investigado o que levou essa pessoa a engordar, já que normalmente essas pessoas não fazem a menor ideia. Não adianta fazer a cirurgia se não mudar a estrutura que provocou a obesidade. O seguimento pós-operatório também é muito importante pois o paciente não é capaz mais de “descontar” problemas psicológicos na compulsão alimentar e pode vir a apresentar outros vícios como tabagismo e alcoolismo. 13. A CIRURGIA BARIÁTRICA É MAIS ARRISCADA QUE OUTRAS CIRURGIAS. Mito - Durante a operação, os riscos de complicações, como um problema cardio ou neurológico, é igual ao de qualquer outro procedimento cirúrgico abdominal. No pós-operatórias, complicações leves e graves podem ocorrer em 1 a 4% dos casos. Nos primeiros dias, pode haver sangramento interno, fístulas, infecções e complicações clínicas, como trombose venosa e complicações pulmonares como atelectasia", diz. Dependendo da

Dr. Leandro Rosa Ferreira dos Reis

Bypass gástrico: é a técnica mais realizada no país. O estômago é grampeado tendo seu volume reduzido e depois ligado diretamente ao intestino que é “desviado”. É um método eficiente e com baixo índice de complicações. É recomendado para todos os tipos de obesidade com indicação cirúrgica, especialmente nos paciente diabéticos moderados a graves. Gastrectomia vertical: a técnica consiste em fazer do estômago uma espécie de tubo, com capacidade de cerca de 150 ml. Ao reduzir o espaço, o paciente é obrigado a comer pequenas refeições. Não é a primeira opção super obesos (IMC maior que 45) e diabéticos moderados a graves. Banda gástrica ajustável: coloca-se um anel de silicone ajustável no início do estômago, o que desacelera a digestão. É cada vez menos usada, pois a perda de peso é menor e demanda muito cuidado pósoperatório. Duodenal Switch: Assim como na gastrectomia vertical, o estômago é reduzido. Nesta técnica, aumenta-se o desvio intestinal. O paciente come menos e o corpo absorve menos alimentos também. A técnica, indicada para pacientes que tem alguma doença no estômago, é cada vez menos utilizada nas clínicas, pois o risco de problemas nutricionais, como episódios de diarreia, é maior.

| CRM 49111

Cirurgião Geral e Cirurgião do Aparelho Digestivo | Graduação médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP | Cirurgia Geral pelo Hospital das Clínicas da FMRP -USP | Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo HC-FMRP-USP | Título de Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo CBCD (Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva)

IGEP 3291.2600 | Av. Getúlio Vargas 689 | Hospital Santa Genoveva 3239.0285/3291.2343 | Rua Artur Bernardes 555 | 2o piso

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A chuva, que cobre a cidade e dá voz aos telhados, lhe anima ou lhe deprime? E o fim de tarde, que colore os céus com os estertores do sol e o prenúncio da noite – lhe excita ou lhe acalma? falemaissobreisso.com.br

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As cores da cidade As cidades são emaranhados de cores que, apesar de serem percebidas pelos nossos olhos, são, necessariamente, filtradas pelas nossas subjetividades. Se a beleza está nos olhos de quem vê, quais são as cores que você vê na cidade? Leonardo Abrahão FOTOS Douglas Luzz

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Quanto, de preto e branco, o céu da cidade esconde sob o seu caleidoscópio de cores? falemaissobreisso.com.br

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