Revista Fale Mais Sobre Isso

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Novas possibilidades para o

PSICÓLOGO NA ESCOLA Profissional pode atuar como Assessor Pedagógico, fazendo interlocução com uma série de áreas do conhecimento e atuação da escola Por Carolina Monteiro (Modernize)

A educação é resultado de processos sociais e pessoais e deve, nesse sentido, ser construída coletiva e interdisciplinarmente. A figura do psicólogo na instituição escolar, além de ser fundamental para o acompanhamento dos alunos, pode contribuir significativamente para o desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico coerente. Portanto, o psicólogo pode ocupar um lugar estratégico na instituição, atuando como Assessor Pedagógico, em que se preocupa mais com a filosofia da escola e com os projetos que ela vai desenvolver. Desde os primeiros sonhos, os primeiros projetos, as primeiras contratações, o Colégio Nacional se mostrou uma escola diferente. Diferente nas relações e na filosofia de trabalho. Por este motivo, fez questão de desenvolver um processo pedagógico próprio, criando o Núcleo Pedagógico, um grupo de educadores, pedagogos e psicólogos, responsável pelos eixos políticos, conceituais e metodológicos que subsidiam todos os processos empreendidos na escola. Conforme a psicóloga e assessora pedagógica do Colégio Nacional, Maria Carolina Tomé, “este é um campo muito rico para o psicólogo, mas que ele usa pouco porque vai sempre para o mais óbvio, o atendimento.” Maria Carolina afirma que, pelo fato de a formação do psicólogo compreender o desenvolvimento humano, emocional e cognitivo dos sujeitos, este profissional tem uma visão ampla do processo de ensino-aprendizagem. Além disso, trabalha em parceria com outros profissionais, o que cria uma relação de complementaridade. “Esse trabalho de formação e alinhamento das políticas nunca pode ser feito só com um profissional”, explica. Atuando como Assessor Pedagógico, o psicólogo passa a fazer intervenções mais diretas com pedagogos, gestores, coordenadores, educadores. No âmbito do Núcleo Pedagógico, trabalha com pedagogos, que trazem as suas contribuições em termos de como a pessoa aprende. Pode também fazer formação continuada de educadores, o que possibilita aprofundar os estudos e discutir temas que não fazem parte do currículo dos cursos universitários. Além disso, o psicólogo consegue levantar demandas de treinamento pedagógico, numa abordagem distinta da que faz o RH, que trabalha com treinamentos mais operacionais. Em outro momento, porém, cria uma

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parceria com o RH, para entender como está “o clima” da escola, como cada professor entende a sua profissão, como cada coordenador entende a sua função. Em termos da política pedagógica, o psicólogo trabalha na perspectiva da humanização da escola, buscando construir processos menos automatizados em parceria com coordenadores e professores. “As questões que priorizo são o reconhecimento do aluno, a proximidade dele, o conhecimento da sua história de vida, de sua família, porque é fato que estes aspectos interferem no processo de aprendizagem. Preciso entender quais são os seus procedimentos de estudo, como se organiza”, explica a assessora Maria Carolina. Por meio deste processo, a escola sai do automático, da educação básica, para uma instituição que vai traduzir em suas ações um lugar de autoria a quem ali habita.

O psicólogo também pode contribuir muito para a mediação de conflitos. Muito se fala de bullying, de indisciplina, de preconceito nas escolas. Por sua formação, o profissional da psicologia tem mais ferramentas para instruir um coordenador ou um professor a descontruir estes comportamentos. “A tendência é a punição. Mas uma escola que escolhe o processo autoral não pode optar este caminho, porque assim não se ensina nada”, afirma a assessora pedagógica. “A escola é um microcosmos e o aluno tem que aprender a consequência de seus atos. Saber, a partir do que fez, como aquilo tocou o outro e a razão de estar agindo deste jeito”, finaliza.

¦ @nacionalnet 28/06/11 18:01


“Eu não lembrara em dizer que sem o medo já havia o mundo”. Quando Clarice Lispector escreveu essa frase, não imaginava que, um dia, sua poesia poderia inspirar uma revista de Psicologia e Saúde Mental voltada, justamente, para a popularização responsável das ciências que se esforçam em tirar o medo das pessoas e apresentá-las ao mundo. Com a Psicologia e todos os conhecimentos voltados para o desenvolvimento da Saúde Mental, as pessoas que necessitam de ajuda para aproveitar as suas inerentes potencialidades podem vencer os medos que as limitam e alçar maravilhosos vôos em um mundo repleto de possibilidades e oportunidades. É o medo o que limita e a insegurança o que o alimenta. É o medo o que dificulta e a incerteza o que o fortalece. É o medo o que angústia e o trauma o que o encoraja – encoraja o medo. Em todos os casos, a Psicoterapia pode intervir como um poderoso instrumento de eliminação do medo, das limitações, das inseguranças, das incertezas, das angústias e traumas que atrasam, impedem ou dificultam o conhecimento do mundo por parte das pessoas que poderiam estar a explorá-lo e, inclusive, a recriá-lo. É o medo o que aprisiona e a ignorância o que o mantém. Por isso, importa sempre ampliarmos as fontes de divulgação das ciências que podem retirar os homens das trevas dos seus próprios desconhecimentos – o desconhecimento de si mesmo, o desconhecimento do que são os outros e o desconhecimento do que somos todos nós –, afinal, como disse a sensível escritora, “sem o medo já havia o mundo” e disso não podemos nos esquecer.

Coordenador

Leonardo Abrahão Diagramação e Arte

Osvaldo Guimarães A Psicologia, as ciências Psi e todas as ciências e práticas ligadas ao universo da Saúde Mental mudam e salvam vidas. Nosso objetivo é, democraticamente, falar mais sobre isso e divulgar ao máximo os profissionais dessas áreas. Dessa forma, todo o conteúdo da Revista Fale Mais Sobre Isso nos ajudará nessa tarefa – assim como os debates, as conversas, as controvérsias e a muito bem vinda participação dos leitores. Leia-nos. Escreva-nos. Sua participação nos felicita e engrandece! Contato comercial: (34)99661835 revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br Fale Mais Sobre Isso

DOS LEITORES

Erico Santos

CARTA AO LEITOR

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qui sem um filme e “As pessoas não saem da o de lê-la em casa nd sem a revista. Estão gosta perguntam quando me e quando devolvem o fil chegará a próxima” distribuída) é a de filmes onde a Revista

(atendente de uma locador

a psicóloga Andréa de on r be sa de ria sta go u “E Uberlândia, me identiVieira Paiva atende em u e estou a procura de fiquei com o que ela falo Psicoterapia” blog da revista) (comentário deixado no

existe em Uberlândia “Uma revista como essa Brasil. Dialogando, vo o do to em e ist ex o nã e udar as pessoas e mucês, psicólogos, podem aj ” o! dar uma cidade. Façam-n ) (Pedro Guilherme, em

ista comentário no blog da rev

Pfeifer mostra, mais e rg Jo do sta vi tre en “A ofissional que ele é e a pr e nt le ce ex o z, ve a um ia para a saúde mental importância da Psicolog nos dias de hoje!” (Matheus Henrique, em

ista)

comentário no blog da rev

“Eu não lembrara em dizer que sem o medo já havia o mundo”

Clarice Lispector

SEÇÕES PSI’s................................................................ 4 ENTREVISTA............................................... 5 CONHEÇA MELHOR................................. 7 DEPOIMENTOS........................................... 8 SAIBA MAIS............................................... 10 GUIA DE PSICOLOGIA DE UBERLÂNDIA E REGIÃO................................................... 13 Fale Mais Sobre Isso 3

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Exercício físico: quanto mais diversão, mais fácil manter o hábito Enfatizar os benefícios emocionais do exercício é mais efetivo para aumentar os níveis de atividade física do que elencar o quanto essas atividades fazem bem para a saúde. Um estudo, feito pela equipe de Reema Sirryeh, pesquisadora da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e publicado no British Journal of Health Psychology, mostrou que as pessoas que acreditam que a atividade física seja algo divertido se propõem mais facilmente a praticar algum esporte ou exercício. O estudo de Sirryeh focou especialmente jovens e adolescentes. Os participantes recebiam mensagens de texto via celular (SMS) todo dia, em um mesmo horário, durante duas semanas. As mensagens podiam indicar um benefício emocional – como dizer que os esportes fazem as pessoas se sentirem mais alegres – ou um benefício físico – indicar que fazia bem ao coração. Um terceiro grupo recebia ambas as mensagens. A pesquisa mostrou, após fazer a análise dos resultados, que os três grupos tinham adicionado, em média, mais de 30 minutos de atividades físicas por semana em sua rotina. No caso dos jovens que recebiam mensagens sobre benefícios emocionais do exercício físico, essa média foi quase o dobro, chegando a adicionar 120 minutos de atividades físicas extras no final das duas semanas de acompanhamento. “Estatísticas na Inglaterra mostram que os níveis de exercícios entre jovens a partir dos 16 anos, especialmente entre as garotas, estão diminuindo acentuadamente. Esses padrões de decréscimo no nível de atividades esportivas se mantêm na idade adulta”, diz Reema. Os pesquisadores apontam que mudar esse comportamento na adolescência pode levar a melhores níveis de atividade física ao longo da vida, auxiliando na manutenção de uma boa saúde física e mental, além de combater o estresse, a depressão, a ansiedade e contribuir positivamente para o controle da obesidade. Fonte: British Psychological Society / oqueeutenho.uol.com.br

PSI’s

VOCÊ SABIA QUE... ...o Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia e os cursos de Psicologia da Faculdade Pitágoras e do Centro Universitário do Triângulo - Unitri oferecem atendimentos psicoterápicos gratuitos às pessoas que não podem pagar pelos mesmos? A entrada da Clínica de Psicologia da UFU fica no Bloco 2C, próxima ao cruzamento entre as Avenidas Ceará e Maranhão, no Bairro Umuarama. O horário de funcionamento da clínica é das 8hr às 18hr, de 2ª a 6ª feira. Porém, o acolhimento (recepção) dos interessados ocorre às 8hr e às 13hr (telefone: (34)3218-2177). O atendimento na Faculdade Pitágoras ocorre no Centro de Estudos e Atendimentos em Psicologia (CEAP), que fica na própria Faculdade. É preciso fazer um agendamento prévio do atendimento, por meio do telefone (34)3292-1991 e as ligações devem ser feitas de 2ª a 6ª feira, entre as 15hr e 20hr. O atendimento na Unitri ocorre na clínica situada à Rua Rodrigues da Cunha, 333, Bairro Martins. É preciso fazer um agendamento prévio do atendimento, por meio do telefone (34)3236-2730, e as ligações devem ser feitas de 2ª a 6ª feira, entre as 8hr e 11hr e entre as 13hr e 18hr.

Uma neurose é um segredo que você não sabe que está guardando Kenneth Tynan

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Há duas tragédias na vida. Uma é não alcançar o que o seu coração deseja. A outra é alcançá-lo Bernard Shaw

Não há coisa tal como um puro prazer; alguma angústia sempre o acompanha Ovídio

da e permiou não fazemos na A escolha é clara: avelmente ro miserável e prov tu fu um e qu os nhecitim ou usamos nosso co e, nc ca al s no o fic catastró o para portamento human mento sobre o com social no qual criar um ambiente das produtivas e poderemos viver vi isso sem pôr em criativas, e fazemos que aqueles que risco as chances de rão capazes se seguirão a nós se B. F. Skinner de fazer o mesmo


o

Atividade faz parte do estágio supervisionado realizado pelos estudantes do curso de Psicologia Por Eliane Moreira – Jornal da UFU

(...) Flor se manchou com tinta... Estudante - E adulto, com criança mancha? Flor - Mancha, mas se for a mamãe não mancha! Estudante - E se for o papai? Flor - Com o papai, também, não mancha! Estudante - E se for aquele rapaz? Flor fica muito séria, evita olhar para a estudante e responde baixinho: - Aí mancha! Estudante - Então é isso: Você está se sentindo manchadinha? Flor apenas afirma com a cabeça. Estudante - Você está tentando limpar a mancha, né? Flor consente com a cabeça. Estudante - Parece difícil limpar esta mancha, né? Flor novamente consente, sempre muito séria e sem olhar para a estudante (...)

Este diálogo, autorizado pelos pais para ser publicado, é parte de um atendimento realizado por estudantes do curso de Psicologia, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Relata parte do caso Flor - nome fictício dado à paciente, de apenas nove anos de idade -, vítima de violência sexual atendida durante o estágio supervisionado. Utilizando brinquedos, jogos, salas especialmente adequadas e muito diálogo, um grupo de oito estudantes, do último ano do curso de Psicologia da UFU, tem ajudado crianças e adolescentes com problemas emocionais a reconstruir suas vidas. Nos atendimentos de psicoterapia, supervisionados pela professora Marcionila Rodrigues Brito, os pacientes expressam os seus sentimentos, dores e traumas psicológicos. As sessões acontecem pelo menos, uma vez por semana e duram 50 minutos. Chegando à clínica,é feita uma

triagem. O paciente passa por avaliação psicológica que inclui o estudo da vida e da família, além de aspectos que vão desde o social ao religioso. “Temos que analisar o sujeito como um todo, dentro de uma realidade. Os casos mais graves são atendidos imediatamente”, explica Marcionila. Mudança do perfil dos pacientes Algo que chama a atenção da equipe, é a mudança do perfil das crianças e adolescentes atendidos durante o estágio de psicoterapia infantil no enfoque psicanalítico. “O trabalho começou em 1980, na primeira turma do curso de Psicologia. Nesta época, as crianças geralmente chegavam apresentando queixas como problemas de aprendizagem, rivalidade com o irmão, enurese noturna (fazer xixi na cama), hábito de roer unhas, dificuldade de deixar a mamadeira e casos de adoção”, destaca Marcionila Rodrigues. Atualmente, segundo a professora, os pacientes têm mudado muito, “são crianças e adolescentes abusadas sexualmente, com depressão, transtornos de conduta e transtorno desafiador (crianças

que sempre se opõe às normas e ordens)”, explica. A mudança das patologias exigiu que a equipe se especializasse ainda mais. Hoje, o setor atende pacientes encaminhados por profissionais de saúde, Hospital de Clínicas, Juizado da Vara da Infância, rede de ensino e demanda espontânea. Muitas vezes, a superação dos traumas é lenta, em função do dano causado no psiquismo da criança abusada, “é brutal, profundo e em alguns casos de difícil reparação, podendo demorar anos”, ressalta Marcionila. Além do tratamento com pacientes abusados, o setor faz o acompanhamento de crianças que entram em processo de adoção, nestes casos, vindas de abrigos. O trabalho envolve, também, orientação aos pais adotivos. A denúncia ainda é a melhor forma de ajudar a combater os casos. Uma das maneiras de combater combater os casos de agressão e violência sexual contra crianças e adolescentes é por meio de denúncias, por isso, os profissionais têm feito um grande esforço, no sentido d e

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divulgar as características destas crianças. Em alguns casos, quando se constata que os abusadores estão dentro da própria família, elas são entregues ao Conselho Tutelar. “O trabalho tem

surtido muitos resultados encorajadores, quando conseguimos que essas crianças voltem a sorrir, se alimentar, relacionar-se com outras pessoas, ficar mais confiantes em si mesmas, valorizando a autoimagem e autoestima,

antes dilaceradas pelo abuso sofrido”, desabafa Marcionila.

PERFIL DAS CRIANÇAS QUE SOFREM ABUSO SEXUAL • Crianças pouco vigiadas ou que têm carência emocional ou afetiva • Metade dos abusos acontece antes dos 12 anos • As crianças estão mais expostas entre os nove e os 12 anos de idade

Pistas ou sinais corporais • Dificuldade de caminhar • Roupas rasgadas ou manchadas de sangue • Sinais de hemorragia retal ou uretral • Evidências de infecções genitais • Dor ou coceira na área genital ou garganta “Dos meus 9 aos 14 anos fui abusada sexualmente pelo namorado da minha mãe. Meu pai morreu quando eu era muito pequena e minha mãe começou a viver com um novo homem a partir dos meus 5 anos de idade. Lembro que, alguns dias após o meu aniversário de 9 anos, ele entrou em meu quarto e se deitou na minha cama para contar uma história de fazer criança dormir. Minha mãe estava no hospital dormindo com a mãe dela que estava internada. Durante a história, ele usou as mãos várias vezes para representar os personagens andando para lá e para cá em cima do meu corpo. Eu sentia cócegas e achava graça ao mesmo tempo, não imaginando que, ali, já aconteciam coisas que não eram certas. Depois disso, minha mãe passou a dormir várias vezes na casa da minha avó doente, e quase sempre o namorado dela entrava no meu quarto para me contar histórias e usar o meu corpo como parte das histórias. Ele me fazia “entrar” na história e então eu seguia tudo o que estava acontecendo na “cena”, como, ficar sem roupa para “nadar no lago com um golfinho” ou “nadar com cavalos-marinhos”. No início eu não sabia o que estava acontecendo, mas quando fui virando mocinha percebi que meu “padrasto” me levava a fazer coisas na cama que minhas amigas faziam com os namorados. Quando entendi o que acontecia, demorei um ano para falar para a minha mãe, pois fiquei com medo dela não acredi6 Fale Mais Sobre Isso

• Dificuldade para controlar urina e fezes • Erupção na pele • Vômito e dores de cabeça repetidas e sem qualquer explicação clínica • Aumento ou redução de peso • Unhas e dedos roídos • Interrupção da menstruação • Dores nos ossos

Mudanças de comportamento • Mudanças inexplicáveis de humor • Sono perturbado com pesadelos frequentes, medo de escuro, suores, gritos ou presença de agi-

tação noturna • Comportamento regressivo e padrões infantis, como choro excessivo, incontinência urinária • Retraimento ou medo diante de certa pessoa • Demonstração de medo em lugares fechados • Comportamento agressivo com tentativa de fuga de casa • Perda do apetite ou excesso de alimentação • Aparência descuidada e suja pela relutância em trocar de roupa • Uso de roupas de adultos mais sensuais, ou ao contrário, mais recatada, querer dormir com muita roupa • Anestesia afetiva

tar em mim e brigar comigo. Comecei a ter problemas na escola e não conseguia confiar em ninguém. Mesmo assim, eu não contava nada para a minha mãe. Eu só tinha ela na vida e muito medo do namorado dela. Um dia eu passei muito mal quando minha mãe disse que iria dormir fora de casa, e em uma crise de choro eu contei tudo a ela. Foi horrível, mas ela acreditou em mim e, depois de muitas horas discutindo com o namorado, ela o expulsou de casa, chamou a polícia e me levou a uma amiga psicóloga. Fui à psicóloga por 3 anos seguidos, passando por momentos dificílimos em que eu relembrava e contava as coisas que tinham acontecido e outros maravilhosos, em que eu também relembrava, contava e conseguia me desfazer dos sentimentos de mágoa, raiva, decepção e insegurança que passaram a fazer parte da minha vida e destruindo a minha infância. Hoje estou recuperada daqueles acontecimentos e ajudo a minha mãe a superar os seus próprios traumas, não, obviamente, sem a ajuda da psicoterapia. Acredito que amigas e parentes não tinham condições de me ajudar mais do que foram capazes. Os anos com a psicóloga é que me fizeram levantar e voltar a acreditar na vida. Depoimento de Débora, nome fictício, hoje com 27 anos.


Conheça melhor os Psicólogos de Uberlândia e Região

Nome: Amanda R. Costa. Idade: 24 Onde você se formou? Centro Universitário do Triângulo UNITRI / Uberlândia Atuação: Psicóloga Clínica e Educacional CRP 28979/04

Nesses anos de atuação como psicóloga, alguma experiência em especial foi muito marcante para você? Ao longo destes anos, não é possível mensurar o quanto aprendi e cresci, profissional e pessoalmente, com os meus pacientes. Todos os meus atendimentos me marcaram em algum sentido, seja através de um gesto, carinho ou verbalização. Hoje, atuo em um espaço terapêutico e educacional com atendimentos clínicos em grupo ou individual, com um público principalmente infantil e adolescente (com e sem deficiência), dentro de uma abordagem cognitiva comportamental, além de atuar em um programa de aprendizagem com adolescentes com idades entre 14 e 19 anos. - O que é a Psicologia para você? A Psicologia passou a ser muito importante para mim, pois mudou minha vida em todos os sentidos, me ensinando a respeitar o outro assim como ele é, suas limitações, dificuldades, sempre trabalhando com as suas potencialidades na busca de uma melhor qualidade de vida para as pessoas que me procuram.

Nome: Cíntia Marques Alves Idade: 30 anos Onde se formou: UFU Atuação: Psicóloga Clínica, em Uberlândia e professora universitária, em Patos de Minas. CRP: 25718/04

O que você faz no trabalho? Trabalhar com o humano e tudo que lhe perpassa é algo fascinante. Na área em que atuo (clínica) e com a abordagem que trabalho (Terapia Cognitivo Comportamental) o comportamento humano e os aspectos/ variáveis que contribuem para seu aparecimento e manutenção são os meus objetos de investigação. Faço atendimento individual de adultos, crianças e de adolescentes, bem como orientação de pais e/ou responsáveis pela criação e educação destes menores. Considerando a importância e a influência do contexto no qual a pessoa está inserida torna-se imprescindível orientar pais/cuidadores tanto para a prevenção quanto para a diminuição de comportamentos apresentados como problemas, no contexto clínico. Tendo como base, um corpo teórico sólido e consistente e um arsenal diversificado de técnicas, vejo o processo terapêutico como uma possibilidade de levar o ser humano a um melhor relacionamento consigo e com as demais pessoas do seu convívio, gerando mais saúde e como conseqüência, uma melhor qualidade de vida.

Nome: Ludoana Paiva Rocha Barros Idade: 30 Onde se formou: UFU Atuação: Psicóloga Clínica. CRP 27300/04

O que é psicologia pra você? Muitas vezes as pessoas chegam à clínica de psicologia incomodadas e envergonhadas. Contam da dificuldade que enfrentam de terem que contar com um outro para descobrirem a si próprias, para poderem crescer, se transformar. Mas, não é pelo olhar do outro que adquirimos a possibilidade de nos conhecermos e de nos reconhecermos? Assim, vejo a psicologia como uma ciência que nos permite estar com o outro, abertos a uma escuta diferente da que estamos habituados: uma escuta cuidadosa, generosa, sem julgamentos ou pré-conceitos. A psicologia permite que a pessoa seja vista, em um encontro com a verdade. E é esse amor com a verdade do paciente que permite que suas ações sejam traduzidas em linguagem, e as vivencias e emoções sejam ressignificadas. Assim, quando o paciente chega incomodado e envergonhado, o terapeuta-analista possibilita que ele encontre um ambiente facilitador, verdadeiro, em que suas emoções, muitas vezes confusas e fora do lugar, possam ser contidas, abraçadas e transformadas. Então, o que mais seria a psicologia senão a vida, a vida em sua essência e intensidade, vida sendo percebida, descoberta e sonhada?

Psicóloga CRP 33153/04 Rua Coronel Manoel Alves 305 B. Fundinho - Uberlândia - MG CEP: 38400-204 - Tel: 34 9691.4355 / 3235.9259 ceciliaalmeida@gmail.com Fale Mais Sobre Isso 7


VEJA O QUE DIZEM PESSOAS QUE FIZERAM PSICOTERAPIA Gostaria, também, de dar o seu depoimento? Envie-o para: revistafalemaissobreisso@yahoo.com.br

RODRIGO*, 40 ANOS “Entre os dezenove e os vinte anos, tive um surto psicótico que, dentre outros sintomas, me trouxe confusão mental, mania de perseguição e regresso à infância, em especial, à cena edípica. Tudo irrompeu no meio de uma noite em que comecei a falar coisas desconexas e a me tornar agressivo frente a uma família apavorada (mãe, pai, irmão) que logo percebeu que alguma coisa muito grave estava acontecendo. Um médico amigo (clínico geral) foi chamado. Ele me aplicou uma injeção (uma espécie de calmante, acredito), e, quando voltei a mim, dias depois (não sei quanto tempo se passou porque perdi completamente as coordenadas temporais), encontrei-me (de volta à consciência), junto com meu irmão, sentado, como uma criança, no chão, à porta do consultório de um psicanalista. Os sintomas eram mais ou menos evidentes: o surto provocara uma desconexão do ego, invadido em cheio pelos fantasmas do id e pelas pressões horrendas de um superego persecutório. A regressão ao estado infantil foi imediata: eu não sabia mais quem era, falava coisas incompreensíveis, embora soubesse que o rapaz ali sentado era meu irmão (a consciência ia voltando aos poucos, mas o “eu já era um outro”, como diria Rimbaud). Acho que entrei sozinho no consultório do psicanalista pela primeira vez que ali estive, mas não posso afirmar com certeza. Aos poucos, no decorrer das sessões de análise, fui entendendo o que estava acontecendo:o homem sentado que falava diante de mim era um médico (e psicanalista), eu estava seriamente

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doente e necessitava de ajuda terapêutica. Não será preciso dizer que o referido médico psicoterapeuta foideveras competente. Poderia ter me internado, mas preferiu, face à família apavorada e inexperiente, tentar o tratamento no consultório. Para os pais muito simples, mas também muito dignos, a temida “loucura” parecia ter enfim chegado para o filho tão querido. Assustados e preocupadíssimos, tiveram de me entregar aos cuidados do “alienista”: era a única solução. O ego enfraquecido não poderia ser deixado sozinho: já não distinguia o real da fantasia, sofria com as perseguições do “pai” todo poderoso e se deixava invadir pelas emoções arcaicas do inconsciente às soltas. As sessões prolongaram-se por alguns meses e, com o tempo, fui recuperando a posse do ego adoecido. Lembro-me de coisas esparsas que aconteceram nas sessões. No início, eu me sentava no chão e fazia desenhos... lembrome também, bem no começo, de pu- xar o médico pelas calças como uma menino que suplicasse ajuda... Demorei-me a deitar no divã e interrompi a análise no momento em que se tornou difícil verbalizar certas questões. Hoje estou recuperado. Embora não tenha prosseguido com a psicoterapia, ela me ajudou a olhar para dentro de mim em busca da compreensão de certos complexos muito antigos. O menino brilhante e estudioso que eu sempre fora esboroara-se, na saída da adolescência, diante

da força selvagem de uma homossexualidade reprimida num corpo feio e gordinho. A famosa sublimação fracassara em termos. As cotas de libido insatisfeita vieram cobrar seu quinhão a todo custo e esbarraram nas proibições violentíssimas de um superego hipertrofiado. A psicanálise, sem dúvida, me ajudou a iniciar a arrumação da casa e a me conhecer melhor.”

LUZIA*, 54 ANOS “Logo ao final da infância comecei a sentir desejos por pessoas que me eram proibidas – as meninas. Como eu também era mulher, sabia que aqueles desejos iriam me trazer muitos problemas, principalmente com os meus colegas e os meus pais. O meu círculo social era muito religioso e dessas religiões que mais se preocupam em condenar os homens do que auxiliá-lo a se entender, a se libertar e a agir a partir do amor ao próximo como o próprio Cristo ensinava.


que um amigo psicólogo convenceu-me de que eu precisava de ajuda especializada para entender os meus próprios conflitos e desejos. Assim, foi na psicoterapia que entendi a origem da minha até então incompreensível rebeldia, do meu descaso para com os estudos e o trabalho... Lá, também compreendi os conflitos existenciais das pessoas que julgavam negativamente a todos e a tudo que tivessem condutas diferentes das suas... Não fosse a psicoterapia, eu teria me perdido no momento em que entrava na vida adulta e odiava o mundo que me cercava. Com a ajuda da psicoterapia, consegui colher os

frutos positivos dos investimentos que fiz em mim mesma por meio das sessões em que me descobri, me entendi, me aceitei e fiz com que me aceitassem...” RAFAEL*, 42 ANOS “Na vida, a psicoterapia me ajudou mais do que todos os amigos e namoradas que já tive. Cresci sem conhecer meu pai e com a insistência da minha mãe em esconder o nome e o paradeiro dele. Esse vazio consumiu toda a minha alegria de criança e fez com que eu me sentisse sempre um desprotegido no mundo, um coitado. Foi na psicoterapia que encontrei as respostas que procurava e que estavam dentro de mim sem que eu soubesse. Foi lá que também entendi o próprio sofrimento da minha mãe, os seus medos e os seus conflitos, fato que me ajudou bastante no difícil processo de perdoá-la pela ausência de uma pessoa sobre a qual, na verdade, ela não tinha poder algum. Até hoje, foi o mais importante investimento que fiz na vida.” JULIANA*, 17 ANOS “A psicóloga me ajudou a criar o hábito do estudo regular. Nunca tive disciplina para parar em casa e pegar nos cadernos, coisa que fez com que eu me atrasasse muito na escola. A televisão e a internet sempre foram as minhas preferências. A psicóloga me ajudou a me reeducar, com a minha ajuda e a minha participação ativa, e as técnicas que ela me ensinou para enfrentar o desânimos nos momentos em que a minha participação ativa estava quase desaparecendo... Graças à ela, nunca mais esse desânimo me venceu e hoje sou uma das melhores alunas da escola!”.

ADALBERTO*, 49 ANOS “Quando eu descobri que a minha esposa havia me traído durante os primeiros 8 anos do nosso casamento, meu mundo acabou. Eu pensei em me matar, em matála e matar quem teve parte nisso também. Terminei o casamento e entrei em uma crise profunda, não conseguindo nem mesmo chegar perto dos nossos filhos. Não sabia se eles eram meus. Afundei a minha vida no álcool e me escondi dos amigos, que não sabiam o que tinha acontecido e não entendiam o meu novo comportamento. Passei a desconfiar de todo mundo, achando que todos tinham parte no que tinha acontecido. Foi a psicoterapia, principalmente durante o momento em que resolvi fazer os testes de DNA nos meninos, que me ajudou a suportar os meus conflitos e os meus desesperos. Não fosse a psicóloga que me acompanhou durante esse processo, desconfio fortemente que eu teria feito besteiras capazes de acabar com a minha vida. Agradeço a Deus por eu ter tido a coragem de procurar ajuda de uma profissional que eu nem sabia o que fazia em um consultório. Para mim, consultório era coisa para médico. Mas foi em um consultório de psicologia que encontrei o caminho da cura da minha vida”. SÔNIA*, 41 ANOS “Fiz um aborto quando eu tinha 19 anos e nunca mais vivi em paz. Passei dos 19 aos 26 anos sonhando praticamente todas as noites com a criança que rejeitei e com o ambiente obscuro em que o fato aconteceu. Desenvolvi um sentimento de culpa e remorso que passou a me deprimir, e não consegui mais me entregar a nenhum relacionamento, além do fato de não conseguir permanecer em nenhum ambiente em que tinha crianças. Pensei várias vezes que eu era a pior pessoa do mun-

do, e talvez tenha tentado acabar coma minha vida ao me entregar a comportamentos arriscados que eu não conseguia controlar e explicar. No ápice das minhas crises, após provocar um acidente de carro e quase matar 2 pessoas, fui acolhida por um serviço de acompanhamento psicoterapêutico que me levou a compreender as minhas próprias escolhas e a lidar com os meus sentimentos. Sem me julgar ou condenar, a psicoterapia me ajudou a reconstruir a minha vida e a viver sem novos erros. Com ela, não pude voltar no tempo e mudar as minhas atitudes, mas pude me reerguer do limbo em que me encontrava e encontrar formas construtivas de reparar o que achava que deveria ser reparado”. LUCIANO*, 15 ANOS “O psicólogo da minha escola fez milagre na minha sala. Eu e meus colegas nunca deixávamos os professores darem aula, a gente só fazia barulho e nunca parava quieto. Um dia o Diretor apresentou a nossa sala para o psicólogo e ele começou a nos visitar toda semana, e depois a gente começou a reunir em grupo com ele para fazer desenhos, ouvir músicas, dançar e jogar algumas coisas. Depois de uns 2 meses, todo mundo da sala começou a refletir sobre o papel da escola nas nossas vidas, o nosso comportamento dentro dela, o papel dos nossos pais na nossa vida escolar e os problemas que nem sabíamos que tínhamos e lavávamos para dentro da sala de aula. Foi muito bom. Às vezes, continuamos a conversar demais dentro da sala, alguns professores ainda se estressam, mas tudo mudou muito depois que a psicologia passou a fazer parte das nossas vidas. E mudou para melhor, até o Diretor já falou, e muitos professores concordam”.

* Nomes fictícios para preservar a identidade.

Sofri muito dos meus 13 ao vinte e poucos anos, condenando-me e reprimindo tudo o que eu pensava e sentia. Tive sérios prejuízos em todos os sentidos da vida, pois, todo o meu sofrimento, sem que eu soubesse de forma consciente, era convertido em rebeldia desnecessária, má vontade com os estudos e com os professores – que muitas vezes reproduziam o comportamento preconceituoso que eu já enxergava na minha religião e na minha família-, e desmotivação para trabalhar... Perdi muito tempo fugindo de mim mesmo e de todas as pessoas ao meu redor, a t é

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Saiba Mais:

Uma introdução à Psicoterapia por Artur Scarpato - www.psicoterapia.psc.br

A Psicoterapia é um método de tratamento, uma aplicação dos conhecimentos da Psicologia e da Psicopatologia na clínica psicológica, sendo também chamada de Psicologia Clínica. A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como transtornos psicopatológicos, distúrbios psicossomáticos, crises existenciais , estados de sofrimento, conflitos interpessoais, etc. A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos etransformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um. A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões relacionamento interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de inúmeras doenças. Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função deeducação para a vida, oferecendo um espaço de aprendizado, com instrumentos e conhecimentos que podem ajudar na orientação e condução da vida. Esta função torna-se fundamental em situações de desestruturação decorrente de crises ou casos de imaturidade psicológica, quando a pessoa se sente verdadeiramente inapta para lidar com os enfrentamentos e dificuldades em sua vida. ALGUMAS APLICAÇÕES DA PSICOTERAPIA A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da pessoa, com resultados evidentes em diversas situações como: • tratamento de transtornos psicológicos como transtorno do pânico, fobias, transtorno dissociativo, depressão, anorexia, estresse pós traumático etc. 10 Fale Mais Sobre Isso

• tratamento de transtornos de personalidade como transtorno borderline, transtorno esquizóide, transtorno paranóide, etc . • trabalho sobre conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpessoais e grupais que podem produzir ou contribuir para o sofrimento psicológico. • elaboração de crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e dificuldades nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.) A Psicoterapia pode trazer enormes benefícios como: • desenvolvimento da capacidade de autogerenciamento, aprendendo a dialogar com os estados internos, a regular os estados emocionais e adquirir autonomia. • desenvolvimento da capacidade de auto-observação e auto-reflexão • sair dos padrões estereotipados e criar novas narrativas de si,novos modos de compreender e conduzir a própria vida • desenvolver habilidades interpessoais como capacidade empática - saber se colocar no lugar do outro -, capacidade de comunicação, assertividade, resolução de conflitos, etc. • fortalecimento psicológico - ampliação da resiliência - para aumentar a to-

lerância e a capacidade de crescer com as dificuldades que a vida apresenta. • favorecer a saúde integral, física e psicológica • busca de sentido existencial • amadurecimento psicológico UMA ABORDAGEM INTEGRADA A Psicologia Clínica ocupa um lugar fundamental na área da saúde, por oferecer uma visão integrada do ser humano, incluindo as dimensões psíquica, orgânica, social e espiritual agindo conjuntamente na produção da existência humana, assim como de seus equilíbrios e desequilíbrios. Não é possível hoje se falar em “doenças orgânicas” sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional, sendo evidente a natureza psicossomática da existência humana. Já há algum tempo as pesquisas científicas tem demonstrado que as experiências de vida influenciam diretamente o processo de ativação genética, assim como influenciam as mudanças estruturais que ocorrem no cérebro. Deste modo torna-se cada vez mais artificial a distinção entre doenças mentais e doenças orgânicas (1). Cada ser humano - psicossomático por natureza - vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças, quer se manifestem mais no corpo ou na “mente”, sofrem forte influência dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida. Os aspectos psicológicos participam não somente da formação de muitas doenças como tem um papel fundamental na sua recuperação. A psicoterapia oferece recursos importantes para uma compreensão mais ampla do processo de adoecimen-

A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir


to assim como estratégias para uma vida mais saudável e integrada. AS ABORDAGENS TEÓRICAS Há diversas escolas teóricas na Psicologia que podem ser agrupadas em cinco principais perspectivas, com seus ramos e derivações: Psicodinâmica (Psicanálise, Psicologia Analítica, etc) Humanista (Gestalt, Psicodrama, etc) Corporal (Reichiana, Bioenergética, etc) Cognitivo-comportamental Sistêmica A diversidade decorre tanto da complexidade do tema - a psique humana como da origem e desenvolvimento da Psicologia a partir da influência de diferentes ramos do conhecimento, da Filosofia, da Medicina, das Religiões, etc. No geral, as diferentes abordagens teóricas apresentam alguns elementos básicos, como: (1) uma teoria sobre o funcionamento mental, (2) uma teoria do desenvolvimento, (3) uma explicação sobre a origem do sofrimento (psicopatologia) e (4) uma visão sobre o processo terapêutico. Ultimamente tem sido comum que terapeutas de uma abordagem teórica utilizem técnicas originadas em outras escolas. A busca de melhores resultados na clínica parece estar promovendo estes intercâmbios. Talvez isto indique um movimento na Psicologia de integração entre as diferentes abordagens teóricas. OS TIPOS DE PSICOTERAPIA Há alguns tipos de psicoterapia, conforme as necessidades e a configuração dos problemas, sendo o s principais: • Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos. • Psicoterapia de Grupo • Psicoterapia de Casal • Psicoterapia de Família • Psicoterapia Institucional OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS Um século de pesquisas e desenvol-

vimento permitem que aPsicoterapia alcance resultados cada vez maiores e mais significativos. No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados e à gravidade do problema. Há vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos específicos. Atualmente é possível atingir resultados significativos em períodos de 6 a 12 meses e há processos terapêuticos mais profundos que se encerram satisfatoriamente em prazos inferiores a 3 anos. Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado, geralmente com problemática mais séria, envolvendo traumas precoces, desorganização psicológica, problemas vinculares, imaturidade psicológica etc. Estes trabalhos podem exigir anos de trabalho contínuo, compensados por mudanças significativas que o trabalho psicoterapêutico pode propiciar. Algumas pessoas encontram na terapia um ambente fundamental deacompanhamento de seu processo de vida, de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, onde são trabalhadas transformações profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido, em comum acordo entre o profissional e o cliente. Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares(2). A psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados, trazem enormes prejuízos financeiros para as pessoas, as famílias e mesmo para a economia do país (3). Os tratamentos psicológicos demonstram uma grande potência de transformação das vidas, compensando os investimentos realizados.

ambientes vinculares . Destes ambientes depende seu bem estar e suas realizações na vida. Os problemas vinculares - da primeira infância à terceira idade - afetam profundamente a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A psicoterapia é um espaço para se esclarecer e transformar estas dificuldades vinculares. Este processo ocorre através de uma relação saudável com um profissional eticamente comprometido e tecnicamente qualificado. A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se desenrola num enquadre clínico com um vínculo que favorece este processo. Aí está um dos segredos desta arte e ciência: criar um ambiente que permita a revelação do mundo interno e favoreça o desenvolvimento do processo singular de cada um. Neste clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado se mostre, seja ouvido e transforme-se, que o processo formativo possa prosseguir formando vida. POR QUE A PSICOTERAPIA FUNCIONA ? As pesquisas demonstram uma grande eficácia da psicoterapia (4). Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar como o tratamento psicológico age transformando o funcionamento cerebral. A eficácia do tratamento psicológico, que já era conhecida há várias décadas, tem sido corroborado recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências (5). Existem centenas de livros e pesquisas explorando e explicando porque a psicoterapia funciona. Porém, como simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para tentar entender um pouco sobre a efetividade da psicoterapia. No início da lista, organizada

O VÍNCULO NA PSICOTERAPIA O ser humano nasce, cresce e vive em Fale Mais Sobre Isso 11


num continuum que vai do mais simples ao mais complexo, temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são próprios da psicoterapia, até aqueles que lhe são exclusivos - possíveis pelo meticuloso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua trajetória de formação profissional. Eis alguns motivos pelos quais a psicoterapia funciona: 1 Ao dividir um problema você passa a ter “meio” problema. Compartilhar ajuda a aliviar a carga emocional e o sofrimento 2 Os vínculos de ajuda têm um poder curativo. É mais fácil superar as dores através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio. 3 O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro , com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível. Assim, a psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida. 4 O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na compreensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento, o psicólogo

Referências:

pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida. 5 O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada ou a uma conversa comum. Há um amplo espectro de técnicas de investigação psicológica que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz. 6 O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que ajudam a realizar mudanças psicológicas profundas. 7 O psicoterapeuta está preparado para te compreender a partir do vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e consequentemente com “os outros”) e assim poder compreender seus modos de vinculação e suas dificuldades nos relacionamentos. 8 O psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica no vínculo com você. Esta relação funciona como catalisador de processos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relacionamentos anteriores. 9 O psicoterapeuta passou por todos estes passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador, o que o habilita a “sentir-se em casa” em situações difíceis , poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber ajudar seu cliente a encontrar um caminho de melhora. 10 O psicoterapeuta inicia seu cliente

num caminho de transformação pessoal. Isto é possível porque o psicoterapeuta tem um know-how, um saber fazer que vai além do conhecimento formal, da teoria e da técnica. É um saber baseado na experiência, experiência de vida e experiência da clínica. Esta lista poderia ser estendida e aprofundada, mas pretendemos com ela dar uma idéia ao público leigo da natureza do trabalho da Psicologia Clínica numa linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia. UM CAMINHO DE MUDANÇA O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Neste túnel você vai rever muitas cenas da historia da sua vida de um ângulo completamente novo, fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado para moldar quem você é hoje e a potência do presente para construir novas possibilidades de vida. Na travessia deste túnel você vai aprender a reconhecer os seus padrões de comportamento que levam você a se comportar de modo parecido em situações diferentes, muitas vezes “repetindo os mesmos erros”. Você vai aprender a reconhecer o “como” do seu comportamento, como você age, como se relaciona, como pensa,como sente e vai aprender caminhos para poder influenciar e transformar estes padrões. Esta é uma travessia acompanhada, acompanhada de alguém que pode ajudar você a se compreender. Alguém que pode te ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e a se conhecer profundamente. É uma travessia que pode mudar profundamente a sua vida.

1 - Kandel, Eric (1998) A New Intellectual Framework for Psychiatry. Am J Psychiatry, vol 155 p457-469 2- Gabbard, G O; Lazar, S G; Hornberger J; Spiegel D. (1997). Economic Impact of Psychotherapy: A Review. The American Journal of Psychiatry, vol 154:2 p147-155 3 - Hanns, L A (2004) Regulamentação em Debate. Psicologia: Ciência e Profissão - Diálogos, ano 1, vol 1, p 6-13 4 - Gabbard, A. (2001) Empirical Evidence and Psychotherapy: A Growing Scientific Base. The American Journal of Psychiatry, Volume 158(1), 1-3) American Psychological Association (2009). How Psychotherapy Works. Six questions for Bruce E. Wampold. online. Shedler, Jonathan (2010). The Efficacy of Psychodynamic Psychotherapy. American Psychologist, Vol. 65, No. 2, 98–109 5 Siegel, Daniel (2001) The Developing Mind: How Relationships and the Brain Interact to Shape Who We Are,New York, The Guilford Press Cozolino, Louis (2002) The Neuroscience of Psychotherapy: Building and Rebuilding the Human Brain, New York, W W Norton Cozolino, Louis (2006) The Neuroscience of Human Relationships: Attachment and the Developing Social Brain, New York, W W Norton Scarpato, Artur (2010).Uma Introdução à Psicoterapia. Disponível em: <www.psicoterapia.psc.br/scarpato/psicoter.html>

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Conversando sobre o silêncio Ludoana Paiva Rocha Barros Psicóloga Clinica – CRP 27300/04

O silêncio no contato com o outro pode ter múltiplos significados: cansaço, desânimo, falta do que dizer. Entretanto, abordo aqui a questão do silêncio a partir do contexto da insegurança. Assim, tomo como exemplo, a cena de um filme, no qual um casal após várias brigas constantes, em que um diz ao outro da vontade de seguir a vida a sós, deparam-se com o comentário de um amigo em comum: “Se eu brigasse tanto assim com minha ex-mulher, eu e ela ainda estaríamos juntos”. O casal se olha atônito, como se naquele instante relembrassem os sentimentos de amor, tão encobertos entre gritos e acusações. Bom, não podemos ser ingênuos de acreditar que, por o silêncio e as gritarias serem ações opostas, teríamos o silencio como figuração do desafeto e os gritos e acusações como representantes do amor. Não creio que podemos simplificar tanto nossos sentimentos e as ações que dele decorrem, mas convido vocês a direcionarem o olhar para o entendimento do silêncio como uma possível representação da insegurança, gerada pelo não encontro de um ambiente confiável para que as palavras sejam expressas. Sem confiança, as palavras não saem, não alçam vôo, ficam tímidas a espera de um sinal, de um contato amistoso e acolhedor. Refletindo nas maneiras como temos dialogado com as pessoas ao nosso redor, me pergunto se temos desenvolvido em nossas relações um ambiente confiável ou, ao contrário, temos abarcado momentos de julgamentos e acusações? A primeira situação traz conversas mobilizadoras, com possibilidades de mudança para ambos os lados. Já no segundo caso, ou temos períodos intensos de brigas, na busca de convencer o outro e ganhar a batalha, ou são situações que residem no silêncio, vivenciado por pessoas exaustas e desesperançadas. Nesse

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contexto, muitas brigas não devem ser entendidas como forma de amor, mas como forma de egoísmo, traduzidas simplesmente na busca da razão. O silêncio, defesa comumente utilizada, tende ao mesmo caminho: “Não vale a pena dizer o que penso ou sinto, ele não me entende”. Os dois jeitos submetem o outro a um lugar de não-saber, de não-entendimento, de falta de empatia e possibilidades. Tenho certeza que esse não é um lugar que ninguém quer estar, pois almejamos nos sentir compreendidos, cuidados e acolhidos. Assim, promover um ambiente acolhedor para seu parceiro é facilitar o diálogo, a partir de uma escuta curiosa, um olhar atento para as histórias não ditas (o que essa pessoa está querendo dizer com o que está sendo falado?), evitar entender ou julgar rápido demais. É preciso que o interesse em escutar, participar e ajudar seja maior do que o desejo em vencer a “batalha” do diálogo. Momento de conversa a dois é momento de baixar a guarda, abandonar as armas no chão e se lembrar que você está frente a frente com alguém merecedor de cuidado, de acolhimento e respeito. Que os nossos silêncios possam ser expressos, escutados e cuidados, com zelo e empatia.


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