O2 191 - Guia do Tênis - Dezembro 2019

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CORRIDA. ESTILO DE VIDA.

guia dez/jan 2020

nº 191 R$ 29,90

tênis do

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lançamentos para começar 2020 com o pé direito! (e depois o esquerdo, e depois o direito...)

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um caso de

amor

Não me lembro bem como nasci. Sei que Corredores e tênis de corrida foi um processo complexo, com muitas fases. Cortaram-me, furaram-me, cola– paixão à primeira vista ram-me, introduziram novas partes, me colocaram para dormir num lugar quentinho e escuro. E, de repente, fez-se a luz! Destamparam Ah, era muito amor! minha cama e eu estava num ambiente completamente novo. Nosso grande dia foi a maratona. Éramos tão apaixonados Era lindo, muito diferente do lugar barulhento, com máqui- que viajei na mochila de mão, e meu amor dizia para quem nas, gente compenetrada onde eu fui fabricado. Agora era quisesse ouvir: “Ele vai comigo. O resto das coisas pode muito diferente. Estava num espaço iluminado, colorido, com extraviar que eu não ligo, mas meu tênis vai do meu lado!”. música. E ainda nem contemplara aquele éden todo que se Corremos como nunca. Eu sabia que ela estava cansada, descortinava à minha frente quando ela surgiu! que a partir do km 35 as passadas já não eram coordenadas Jamais me esquecerei daqueles olhos. Foi amor à primei- como antes. Cheguei a ficar apreensivo, até tentei afrouxar ra vista! Carinhosamente, ela me tirou da caixa e me olhava, um pouco meus cadarços para que ela ficasse mais conouso dizer, muito interessada. Examinou minha sola, olhou fortável. Mas meu amor era guerreiro demais para desistir meu interior, passou a mão em todo o meu cabedal, até me e, quando cruzamos a linha de chegada, fiquei tão, mas tão deu um “cheiro”. Mas a melhor parte veio logo em seguida, feliz que nem me importei com que a primeira coisa que ela quando ela olhou profundamente para mim, respirou fundo fez foi me tirar. Mas, bolhas? Nenhuma! Eu jamais faria isso e falou para um homem do lado: “Vou experimentar”. Foi com alguém que me tratava com tanto amor. mágico. Nos entendemos perfeitamente. Ela justinha dentro Depois disso, porém, envelheci e por algum tempo passei de mim, sem um centímetro a mais ou a menos, me levando a achar que o amor dela estava acabando. Eu já não era mais para cá e para lá. Parava diante do espelho, mexia os pés, o mesmo. Minha sola estava muito gasta, a entressola já não sorria e continuava. Eu? Só desfilava para meus irmãos que, tinha a mesma resiliência, meu cabedal ameaçava rasgar. das paredes, das estantes, alguns mais chiques e bonitos Mas não que faltasse afeição! Pelo menos uma vez por seque eu, até me fitavam com aquela pontinha de inveja. “Vou mana, mesmo sabendo que eu já não era o mesmo, íamos ao levar”, disse ela, finalmente. Estávamos apaixonados. parque, corríamos geralmente na grama, um trote leve, quaNosso amor era lindo. Acordávamos cedo, íamos ao par- se me poupando. Mas o dia da separação finalmente chegou. que três ou quatro vezes e corríamos muito. Às vezes, mais Certa manhã, já de tênis novo (um moleque simpático...), ela devagar, outras por muito tempo, de vez em quando mui- me colocou na caixa e me levou para um lugar diferente, to rápido! Eu adorava. Mesmo quando chovia, e até hoje muito simples, na periferia. Me olhou pela última vez com não entendo por que simplesmente ela não desviava, e eu muito carinho, suspirou e passou a caixa para outras mãos. mergulhava em toda poça d’água que aparecia no nosso Eu pensei que iria morrer! Estava quase chorando, quando caminho. Havia alguns dias que corríamos quase sozinhos. a caixa se abriu e uma menina vestida com roupas humilE havia outros, em que eu não sabia se me concentrava na des e descalça me lançou aquele mesmo olhar brilhante de galera — era muito tênis pra lá e pra cá. Mas o que eu curtia tempos atrás, na loja. Calçou-me rapidamente, e antes de mesmo era o final da corrida, aquele bate-papo pós-treino. sair correndo para mostrar seu “novo tênis”, berrou: “Hoje Era quando nosso amor era mais evidenciado. Enquanto é o dia mais feliz da minha vida, vou treinar muito!”. E eu, muitos parceiros meus eram obrigados a ouvir comentários novamente apaixonado, fiquei pensando, enquanto me adaptristes, como “ah, esse tênis tá me machucando” ou “gastei tava àqueles novos pés, como nós, tênis de corrida, amamos um dinheirão e não estou vendo nada de mais”, eu era um esses corredores doidos tanto quanto eles nos amam... poço de felicidade. “É o melhor tênis que já tive! Leve, confortável e bonito”, dizia minha paixão para os quatro ventos. Zé Lúcio Cardim zlcardim@nortemkt.com

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Se você não acha que nasceu para correr, não está apenas negando a história. Você está negando quem você é" Christopher McDougall, escritor e ultramaratonista.

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Largada feminina na Maratona de Nova York

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capa: foto: ricardo soares produção: thalita alves direção de arte: huan gomes

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O2 corre

aquecimento o2 por minuto

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Experts sérgio maurício

a importância dos exercícios excêntricos na prevenção de lesões As contrações excêntricas ocorrem no sentido oposto ao da contração muscular e são as mais intensas a que nossos músculos e tendões podem ser submetidos. Por isso, são cada vez mais prescritas nos treinamentos de força. rodrigo lobo

hábitos que limitam o sucesso no esporte

Você está abrindo mais uma edição especial da O2 com o nosso tradicional Guia do Tênis, que reúne uma análise dos principais lançamentos do semestre de um mercado bastante diverso. E é justamente para explicar como funciona cada tipo de tênis e como entendê-los pode te ajudar a escolher o equipamento certo que preparamos um conteúdo especial sobre o assunto no Ativo.com. O material também traz uma perspectiva histórica da evolução das tecnologias, decorrente de anos de pesquisa e testes em laboratórios.

Ativo Play Inscreva-se no YouTube e acompanhe os vídeos!

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o Circuito das Estações vai despertar sentimentos de garra, foco, superação e conquista nos corredores em 2020

harry thomas jr .

como viajar para correr só com a mala de mão

fotos Divulgação/Reprodução

Como entender os tênis de corrida

É impossível apontar um motivo único que limita o desenvolvimento do atleta e causa frustração, mas existe um que se torna o pivô para outros e tem relação direta com o fracasso: hábitos destrutivos.

A entrada das aéreas low-cost e o fim da gratuidade obrigatória no despacho de bagagens têm feito muita gente viajar só com mala de mão. E os corredores precisam saber se organizar para isso.

A série Brasil que Corre mostra cinco histórias reais de pessoas de cinco regiões do País que usaram a corrida para mudar de vida

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Opiniões, palpites, sugestões: você pode participar da revista interagindo em nossas redes sociais. Aqui você tem um resumo do que rolou no último mês, além de vídeos e matérias que bombaram, entre outros destaques. Para falar com a gente, mande um e-mail para André Sender: andre.sender@nortemkt.com /o2correbrasil

/o2correbrasil

Enquetes Bombou nas redes O que é mais importante em um tênis para você?

Amortecimento foto Fernanda Paradizo

(59%) preço

(20%) performance

(14%) peso

Nova York verde-amarela O Brasil teve quase 900 atletas correndo a celebrada Maratona de Nova York no primeiro domingo de novembro. Entre todos eles, o melhor foi Fredison Costa, que anotou o incrível tempo de 2h21min29s e ficou com a 28ª colocação geral. A lista com os tempos dos principais atletas do País em uma das maiores provas do mundo agitou as redes sociais da O2Corre, com nossos seguidores se orgulhando dos tempos dos amigos e companheiros de treino que estiveram na prova. E você, conhece alguém que correu em NY?

(7%) Quantos tênis você costuma comprar por ano? dois pares

um par

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Três pares ou mais

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Hoka anuncia novidades para junho A Hoka quer retomar com força total sua operação no Brasil em 2020. A marca promete aos consumidores nacionais ter os principais lançamentos do próximo ano em junho, mesma época em que devem chegar às prateleiras das principais lojas dos Estados Unidos e da Europa. top 7

As reportagens que bombaram no último mês

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km. Foi com essa marca que a norte-americana Camile Herron quebrou o próprio recorde mundial de distância percorrida em 24 horas. O feito foi obtido no Campeonato Mundial de 24 horas, que ela ganhou com bastante facilidade, na França.

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aquecimento o2 por minuto

@o2correbrasil

Dor no nervo ciático: conheça as causas e tratamentos TREINAMENTO 10 alimentos que têm mais potássio do que a banana NUTRIÇÃO Extrato de própolis: o que é, como tomar e quais os benefícios? NUTRIÇÃO Como entender os diferentes tipos de tênis de corrida e sua evolução pode ajudar nos treinos TREINAMENTO Dor do dia seguinte: entenda e previna-se TREINAMENTO Ora-pro-nóbis é fonte de proteína e alternativa saudável para a dieta NUTRIÇÃO Histórico! Kipchoge quebra a barreira das 2 horas na maratona em Viena NOTÍCIAS

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Em 2014, comecei a correr porque achei o esporte divertido e percebi que me ajudaria a perder peso. Como boa parte das pessoas, logo me interessei por participar de provas de 5 km e incentivei meu marido, Benedito, a me acompanhar. E demorou pouco para começarmos a treinar para as corridas de 10 km. Só que mesmo praticando bastante exercício, ganhei muito peso por deixar o estresse do trabalho interferir na minha qualidade de vida e cheguei aos 81 kg. Para reverter a situação, tracei como objetivo correr a minha primeira meia -maratona no ano seguinte e procurei uma nutricionista esportista para ajudar nessa missão. Ela sugeriu uma dieta low carb como estratégia, mas não funcionou como imaginei. Apesar de ter perdido 10 kg, terminava os treinos extremamente cansada e tinha de buscar forças onde nem existia mais. Mas, apesar do desgaste, concluí a meia-maratona. Depois de três provas, tive uma lesão no tendão do tornozelo que até hoje rende duas sessões de fisioterapia por semana. Foi quando percebi que aquele não era o cardápio ideal para mim.

69 técnica nutrição

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pré-treino da manhã

um treino de endurance com disposição e segurança. E decidi seguir a dieta à risca para concluir com sucesso a maratona de Buenos Aires.

aquecimento colaboradores

Nova dieta saudável

Ainda assim, não parei com os treinos de corrida e estipulei uma nova meta: fazer uma preparação para a maratona de Buenos Aires de 2019, sem a intenção de perder mais peso. Apenas queria curtir e cumprir a prova. Então, decidi mudar de nutricionista e fui me consultar com a Tatyana Dall’Agnol, do Instituto Reaction, em São Paulo (SP). Ela ouviu meu histórico, entendeu as minhas necessidades e planejou a minha nova dieta. Sua aposta foi em um cardápio anti -inflamatório equilibrado com proteínas, muitos vegetais (legumes e verduras) e carboidratos de boa qualidade, como arroz integral, batata-doce ou mandioca (sim, eles retornaram para a minha vida!). Ou seja, comida de verdade para bombar a imunidade, ajudar meu desempenho na atividade e a recuperação do corpo no pós-treino. Eu apenas deveria eliminar alimentos inflamatórios, como os ultraprocessados, ricos em açúcares e frituras, que prejudicam a saúde. Com ela, entendi a importância de consumir carboidratos para completar

Realizei uma

maRatona com a dieta anti-inflamatóRia

Depois De lesões e muita restrição alimentar, a correDora amaDora Renata, 38 anos, conseguiu concluir sua primeira maratona com um carDápio simples e muito sauDável contado a diana cortez

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entrada 30

kalenji kiprun ks Light Malha de cabedal com tramas bem abertas na área dos dedos e laterais, e ausência de sobreposições costuradas na malha, gerando menos atrito aos pés. Solado com maior composição em borracha de carbono, gerando maior durabilidade nos pontos de maior contato com o solo durante o ciclo de passadas. neUTrA

290 g (41)M / 240 g (38)F

r$ 380

fila skyrunner Destaque para a malha de cabedal com tramas abertas na área dos dedos, assim como na lingueta, e sobreposições em TPU na área medial, proporcionando maior suporte aos pés. Densidade de espuma em eVA mais rígida da entressola, assim como a composição da borracha do solado deixam o Skyrunner mais estável e com uma batida mais firme. neUTrA

260 g (40)M / 230 g (38)F

Muita coMida boa

O cardápio novo me deu diversas possibilidades de pratos saborosos e saudáveis, e também previu alguns suplementos para os treinos longos e mais intensos. De cara percebi uma mudança enorme na minha disposição e no meu desempenho. O pré-treino da manhã, que antes se resumia a café preto, óleo de coco e manteiga ghee, foi substituído por uma banana com uma colher de sopa de aveia, pasta de amendoim e canela, além do cafezinho. Ou um shake de café com palatinose (carboidrato de baixo índice glicêmico), banana, cappuccino proteico em pó e canela. A nutri também recomendou um energético, uma bananinha ou sachês de frutas em pasta para consumir no meio dos longões, momento em que eu apenas me hidratava. Além de batata-doce, pão ou tapioca, mais fruta, ovo e café no póstreino, que substituíram os míseros ovos

mexidos com café preto da antiga dieta low carb. Com mais calorias e carboidratos de qualidade, meu corpo passou a responder melhor aos treinos e aquele cansaço extenuante desapareceu.

Meta à vista

A quatro semanas da prova, fiquei mais confiante de que seria diferente desta vez. Mas claro, ainda tinha um certo receio se daria conta de concluir bem o percurso até o final, por isso me mantive firme e forte nos treinamentos e na dieta. Comecei a semana com um treino de perna na musculação para fortalecer. Na terça, corri 7 km, pedalei por cerca de 30 minutos — uma novidade na minha rotina de treino — e nadei mais 30 minutos para trabalhar minha resistência cardiorrespiratória, sem impacto, e ajudar a me recuperar da lesão. Confesso que senti uma fome fora do normal depois de tanta atividade, talvez por conta da bike que não costumo praticar, mas segui o almoço conforme as orientações da nutri: um prato com salada, legumes, arroz integral, leguminosas e proteína. Voltei a comer arroz com feijão! Um banquete para quem estava à

entrada destaqUe Olympikus Corre 1

design moderno e o cabedal é confortável, apesar de a lingueta ser larga.Um pouco duro no começo, mas depois de uns 10 minutos me acostumei eficou ótimo. Corri no asfalto e na esteira, e me senti segura. Uma boa opção para treinos de rodagem.

r$ 300

under armour Charged odyssey Malha de cabedal com tramas abertas na área dos dedos e sobreposições em TPU na área medial, gerando maior suporte aos pés durante a corrida. Contraforte também com material em TPU com o objetivo de gerar maior segurança ao calcanhar. O desenho do solado em forma de seta na área do antepé facilita a flexibilidade na decolagem da passada. neUTrA

300 g (41) M / 220 g (38) F

r$ 450

Destaca-se pelo conjunto completo, começando pela malha de cabedal em material tipo knit com tramas abertas na área dos dedos e laterais, e com sistema de amarração passando por cabos, gerando maior suporte aos pés. A entressola em dupla densidade de espuma e o novo composto de borracha do solado proporcionam maciez, mantendo a estabilidade durante a corrida. neUTrA

destaque

300 g (41) M / ??? (38) F

r$ 350

ficha técnica Pág. AO lADO

olympikus Corre1

testadora nome:

Thalita Goulart Alves

idade:

29 anos

profissão: biomédicA legenda:

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melhor 10 km: 50’34”

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estabilidade brooks AdrenAline GTS 19

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Comparando-o com o antecessor, o Brooks Adrenaline GTS 19 está mais flexível e macio. Mantém a estabilidade, agora com tecnologia Guiderails na área interna na malha de cabedal do calcanhar até a área do arco. A malha de cabedal possui mesh flexível, moldando-se aos pés com maior facilidade e conforto. O solado manteve o mesmo design do antecessor.

destaque Brooks Adrenaline GTS 19

prOnAdA leve A MOderAdA

assim que coloquei no pé já percebi o conforto dele. o tênis se ajustou bem, sem ficar dançando no pé. a fôrma é larga, e senti que o cabedal se ajusta bem ao pé, melhorando a sensação de conforto. também gostei muito da aderência. usei com chuva e corri tanto no asfalto quanto na trilha. senti o pé muito estável dentro do tênis, principalmente em terrenos acidentados. a corrida é bem tranquila.

12 MM

r$ 600

318 G (41) M / 244 G (38) F

asics Gel KAyAno 26 Sem mudanças técnicas significativas. está com novo design na malha de cabedal, mantendo a dupla camada de tecido, porém com tramas mais abertas na área dos dedos, melhorando a ventilação para os pés. esta edição volta a ter gel exposto na área do calcanhar. O solado manteve o design semelhante ao antecessor, com atualizações nos sulcos transversais na área do antepé. prOnAdA MOderAdA

10 MM

r$ 800

321 G (41) M / 272 G (38) F

performance kalenji Kiprun ulTrAliGhT

principal modelo de competição da marca, destacase pela malha de cabedal com tramas bem abertas, facilitando a ventilação dos pés e a drenagem de água. A entressola possui placa integrada chamada Up’BAr, com o objetivo de gerar maior propulsão na decolagem da passada. O desenho do solado na área do antepé proporciona bons grip e tração em piso seco ou molhado. neUTrA

6 MM

r$ 370

200 G (41) M / 170 G (38) F

adidas boSTon 8

nome:

Danilo Ardenghi

idade:

Conforto

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Design

5

leveza

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31 anos

profissão: empresário melhor 10 km: 43’07”

ficha técnica páG. AO lAdO

testador

A nova edição tem a malha de cabedal mais “limpa”, sem sobreposições em TpU na área medial. As listras são soldadas diretamente na malha, o que diminuiu a quantidade de costuras. A malha tem tramas mais fechadas na região dos dedos. O solado produzido pela Continental está com novo design, o que pode melhorar o grip e a tração, já que as tiras de borracha agora estão em forma horizontal na área do antepé. neUTrA

r$ 500

legenda:

pisada

drop

preço

peso

Thalita Alves

é biomédica e pesquisadora, apaixonada pelas ciências da saúde e fisiologia humana. Corredora desde 2013, adora falar de esporte e já teve blog de corrida e canal no YouTube. E ainda nos ajudou muito a produzir o Guia do Tênis! “Contribuir com a O2 é uma grande alegria, pois une duas paixões: corrida e saúde.”

Ricardo Soares

Especializado em Sports & Action, Ricardo Soares já trabalhou com grandes nomes da fotografia, como João Avila, Mari Queiroz, J.R. Duran, Miro e Marcus Hausser. Desde 2010 fotografa para as maiores marcas de esporte do País e é parte da “família O2”. Ele assina as fotos do Guia do Tênis desta edição. “Sempre prazeroso e divertido colaborar com a equipe da revista O2!”

Fausto Fagioli Fonseca

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A gente quer corridA, diversão e Arte! Conheça dez bons filmes que têm o esporte Como temátiCa prinCipal

ilustração Huan Gomes

POR Fausto Fagioli Fonseca

O cinema é a mais democrática e abrangente das artes e possui certo poder de suscitar diferentes sentimentos. Aos que se deixam levar pelos filmes é permitido experimentar sabores, viver emoções, ganhar inspiração. Democrática é também a corrida. Como diz a velha expressão, bastam apenas um par de tênis e força de vontade para praticá-la. Quando o esporte e a arte se unem, o resultado pode tomar a estrada para diversas direções: da comédia, do drama, da superação... A seguir, selecionamos dez filmes que têm a corrida como mote ou influência. É hora do play!

10 MM

261 G (41) M / 210 G (38) F

Tatyana Dall’Agnol

É nutricionista do Instituto Reaction, mestre em ciências da saúde, especialista em nutrição e metabolismo e nutrição para o fitness e alto rendimento. É nossa fonte na reportagem de nutrição desta O2. “Adorei participar da matéria sobre a dieta anti-inflamatória. Na nutrição não existe receita de bolo, mas estratégias individualizadas e adequadas para cada momento.”

Formado em jornalismo e pós-graduado em jornalismo esportivo, foi editor da O2 entre 2012 e 2018. Atualmente vive na estrada e faz trabalhos como freelancer. Apaixonado pela sétima arte, é autor da reportagem sobre cinema de corrida. “A O2 foi um segundo lar que trouxe inúmeras experiências gratificantes. É um prazer voltar a colaborar com a revista numa nova fase da minha vida."

diretor-executivo e publisher Felipe Telles diretora de criação Ana Notte editor Zé Lúcio Cardim editor brand studio/ativo André Sender diretor de arte Huan Gomes editor de vídeo Caue Pereira revisão Hebe Ester Lucas jornalista responsável José Lúcio Cardim MTB 21447 redação redacao@revistao2.com.br fale conosco https://faq. ativo.com/revistao2/ endereço R. Estela Borges Morato, 336 – Limão – CEP 02722-000 – São Paulo – SP impressão Leograf

www.o2corre.com.br • a revista O2 é uma publicação bimestral da norte mkt encartada na O2 box. assine: o2box.com.br •

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KM ABAIXO DE 2 HORAS: VALEU?

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onho do atletismo realizado ou apenas um gigantesco e exitoso golpe de marketing? Metade do mundo celebra o feito do queniano Eliud Kipchoge; outra metade questiona se existe valor esportivo nisso. Vamos aos fatos: Kipchoge finalmente tornou-se a primeira pessoa a correr os 42 km de uma maratona abaixo de 2 horas. No Ineos 1:59, evento criado em Viena para que ele quebrasse a marca, o corredor, que também é recordista mundial, completou a distância em 1h59min40s. Não foi a primeira tentativa do queniano. Em 2017, em projeto semelhante da Nike — mas em circunstâncias diferentes, que

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podem ou não ter impedido o recorde —, ele ficou a 26 segundos do feito, correndo para 2h00min25s. O pace de 2min50s/km foi realmente espantoso (tente correr não 42 km, mas 500 metros nesse ritmo...). O próprio autor da façanha comemorou muito: “Hoje fomos à lua e voltamos para a Terra! Estou sem palavras por todo o apoio que recebi do mundo inteiro. Hoje foi sobre inspirar o mundo e mostrar que nenhum humano é limitado. Não importa o desafio na vida”, vibrava o queniano. Mas o “não limite físico do ser humano” talvez possa ser consideravelmente estendido pelo “não

limite criativo-tecnomercadológico” desse mesmo ser humano, bradam os detratores do recorde sub-2h, que, em casos extremos, chegaram a considerar o desempenho de Eliud “doping tecnológico”. Para começar, é bom que se repita incansavelmente para que não haja risco de uma mentira virar verdade: Kipchoge correu 42 km abaixo de 2 horas, e isso é fantástico — mas ele não correu uma maratona em 1h59min40s. O evento não é uma prova oficial e não teve seu percurso homologado pela Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), por uma série de razões. A quebra da marca foi realizada no

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AQUECIMENTO NOTAS

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ILUSTRAÇÕES Shutterstock

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EXERCÍCIOS X ENXAGUANTES Exercício físico traz vários benefícios para a saúde, entre os quais a redução da pressão arterial. Pode parecer estranho, mas esse efeito tem início na boca, por meio de moléculas libertadas por bactérias. E o uso de enxaguantes bucais antibacterianos pode reduzir os benefícios cardiovasculares depois de um treino. Os vasos sanguíneos se abrem durante o exercício, porque a produção de óxido nítrico dilata os vasos, aumentando a circulação do sangue para os músculos. Quando o óxido nítrico se degrada, torna-se um composto chamado nitrato — que algumas bactérias orais convertem em nitrito. Esse processo revela-se importante, já que o nitrito

é absorvido pela corrente sanguínea e é novamente convertido em óxido nítrico. Os cientistas da Universidade de Plymouth repararam que a pressão sanguínea era maior nos participantes que gargarejavam com placebo, provando que antissépticos bucais reduzem os efeitos do exercício. “A síntese de nitrito pelas bactérias orais é extremamente importante para provar como o corpo reage ao exercício durante o primeiro período de recuperação, promovendo menor pressão arterial e maior oxigenação muscular”, diz o autor do estudo, Craig Cutler.

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parque The Prater em Viena, em um evento completamente desenhado para o feito. Eliud deu 4,4 voltas numa arborizada avenida com mudanças mínimas de altimetria. A data para a corrida foi confirmada apenas três dias antes e o horário apenas na véspera, para que o queniano tivesse as condições climáticas ideais. Kipchoge contou com o auxílio de coelhos, corredores marcadores de ritmo que se revezaram na sua frente, auxiliando também a diminuir o efeito da resistência do ar sobre o atleta. Na verdade, havia uma “parede de corredores” à sua frente, muito mais em função de “quebrar o vento” do que de marcar o ritmo, insiste a “oposição”. Outra crítica que tem sido ouvida diz respeito ao tênis usado durante a prova (veja a coluna Contracorrida desta edição). Até agora, o modelo da Nike que tem demolido recordes é legal e autorizado. Mas já existem rumores de que pode ser proibido a qualquer momento, não apenas pela “vantagem contrarrelógio” que oferece — como os maiôs shark skin da natação, que surgiram, venceram e foram banidos praticamente com a mesma rapidez —, como pela desvantagem imposta aos corredores que não dispõem de tal tecnologia. A última razão, e possivelmente a mais óbvia, para a marca não ser ratificada é que Eliud Kipchoge correu contra ninguém. Grosso modo, o evento foi muito mais um treino de luxo (de muito luxo!) do que propriamente uma prova. Não há dúvida de que Eliud entra em qualquer maratona do planeta como favorito — é dele o recorde mundial, 2h01min39s, na Maratona de Berlim da temporada passada. Mas não significa que não pudesse ser batido por um adversário. De qualquer maneira, é inegável que golpes publicitários e vantagens, lícitas ou não, à parte, foi provado que o homem é capaz de correr a distância da maratona em menos de 2 horas. Se isso servirá de impulso para um futuro recorde esportivo ou se apenas ficará registrado entre os grandes cases de propaganda da história, ainda não há distanciamento analítico nem tempo hábil para cravar. Talvez seja verdade que o ser humano esteja longe de atingir seus limites físicos. Ou talvez não.

Até tu, Popeye?... Cientistas da Universidade de Berlim recomendaram à Wada (Agência Internacional de Doping) que a ecdisterona — substância presente no espinafre — seja adicionada à lista de doping. Foi feito um programa de treinamento de dez semanas com 46 atletas para testar como a substância afeta o desempenho. Os atletas que receberam o suplemento viram sua força física aumentar três vezes. Alguns dos participantes receberam placebos, e outros, cápsulas de ecdisterona contendo o equivalente a até 4 kg de espinafre cru por dia. "Não esperávamos um aumento no desempenho tão grande", disse Maria Parr, do Instituto de Farmácia da Universidade de Berlim. Os resultados indicam que a ecdisterona deveria pertencer à lista de substâncias proibidas para atletas.

ESPINAFRE PODE VIRAR DOPING

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AQUECIMENTO NOTAS

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(DE NOVO!)

Alberto Salazar é o “bandido da vez” no atletismo internacional. Depois de ser suspenso por quatro anos, por tráfico de testosterona, adulteração do processo de controle de doping e aplicações ilegais de L-carnitina, substância que converte gordura em energia para atletas, tudo isso enquanto trabalhava no projeto de alto rendimento Oregon, da Nike, agora o ex-atleta e treinador enfrenta fortes acusações de assédio e abuso. Mary Cain, ex-atleta do projeto, denunciou que sofria abusos físicos e emocionais do ex-técnico do projeto. Ela relatou que foi prejudicada por conta da pressão constante para perder peso e que desenvolveu osteoporose, além de ficar três anos sem menstruar. Alberto Salazar negou as alegações de Cain. No entanto, outros atletas do projeto se manifestaram sobre o caso e o projeto. Um deles foi a americana Amy Yoder Begley, que disse ter sido expulsa porque era “gorda demais”. Kara Goucher, também ex-atleta do projeto, contou que sofreu julgamentos sobre seu corpo seis meses após ter tido um filho. Em comunicado, a Nike afirmou que ainda não ouviu as alegações de Mary e prometeu iniciar uma investigação imediata para ouvir os ex-atletas do Projeto Oregon. Infelizmente, nem sempre o esporte é sinônimo de saúde.

ALIMENTOS QUE AJUDAM A: Prevenir doenças:

Ferro e zinco (frutos do mar, carne magra, feijão). Prevenir infecções:

vitamina C (frutas cítricas, melão fresco, frutas, pimentas); vitamina A (pêssegos, batata-doce, cenoura, couve); vitamina E (nozes, sementes, óleos) e selênio (frutos do mar, castanha do Brasil), são protetores antioxidantes. Recuperar doenças:

Vitaminas A e C, zinco e ferro, nutrientes antiinfecção; ervas e especiarias (gengibre, açafrão, cominho, orégano) propriedades antioxidantes; probióticos (iogurte, queijo envelhecido, tofu, missô, gengibre) ajudam com boas bactérias no estômago.

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Prevenir lesões:

Proteína (laticínios, frango, peixe, soja, carne vermelha) protege os músculos e tecidos; ácidos graxos essenciais (peixe gordo, abacate, nozes, óleos) têm propriedades anti-inflamatórias; carboidratos (grãos integrais, vegetais, frutas) impedem sintomas de overtraining. Recuperar lesões:

Vitamina C (frutas cítricas, melões, frutas silvestres) na cura dos ossos e tecidos; cálcio (leite, iogurte, queijo, feijão, couve, espinafre, acelga) é um curador de ossos, além de vitamina D (salmão, atum, gema de ovo).

5 COISAS QUE TODA CORREDORA DEVE SABER corrimento é normal Embora a corrida não faça seu corpo produzir mais corrimento vaginal, faz você expelir mais. No entanto, se notar que o aumento continua por dias ou semanas após uma corrida, ou é acompanhado de vermelhidão ou coceira, pode ser uma pista de que você tem um desequilíbrio de levedura, bactéria ou pH. correr pode aumentar seu risco de infecções fúngicas Suor nas pernas é uma coisa real para os corredores. É o que acontece quando você esfrega as coxas 180 vezes por minuto. Se você não secar todo esse suor (e secreção) rapidamente, é fácil o seu fermento vaginal natural crescer e se multiplicar, resultando em infecções, desconforto e muita coceira. Tome banho, ou pelo menos troque as peças suadas, assim que puder. seios (de qualquer tamanho) podem sofrer Embora os seios grandes possam se mover mais de 5 cm para cima e para baixo em determinada etapa, até os seios pequenos podem suportar uma enorme quantidade de força ao correr. Se você estiver correndo por horas toda semana, seus seios estarão pulando dezenas de milhares de vezes. Toda essa força se soma. Procure um sutiã com o melhor equilíbrio de conforto e suporte possível. incontinência urinária é possível Correr não causa prolapso uterino, mas pode agravar os sintomas daquelas que já lidam com os músculos enfraquecidos. Fortalecer os músculos do assoalho pélvico pode ajudar a reduzir o vazamento urinário durante a corrida. assaduras acontecem abaixo da cintura Assaduras nos seios e mamilos são rotineiras. Mas você também pode passar por atrito vulvar. Para ajudar a reduzir as chances de irritações, aplique bálsamos na área antes e depois da corrida. Você também pode tentar usar calças justas (mas confortáveis).

FOTO Reprodução; ILUSTRAÇÕES: Shutterstock

ALBERTO SALAZAR NA MIRA

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HYDROGEL MAURTEN O carbo-gel mais hype das últimas Major Marathons, escolhido por ninguém menos do que Eliud Kipchoge, é uma versão "limpa", com apenas seis ingredientes, sem corantes ou conservantes, e oferece 25 g de carboidratos. Além do fato de ter menos química do que os concorrentes, o que mais gostei no Maurten 100 foi sua textura fluida que não gruda na boca nem causa desconforto, e pode ser ingerido até mesmo sem água.

TOP FOTOS Divulgação

FOTO Reprodução; ILUSTRAÇÕES: Shutterstock

NIKE REBEL

Além de ter uma excelente sustentação, com corte perfeito que abraça os seios e evita a escapulida daquelas peles que às vezes sobram nas axilas, o Rebel tem vários bolsos estrategicamente posicionados, perfeitos para todo tipo de treino. Dá para guardar chave, celular, dinheiro etc. nike.com

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Por Paula Narvaez

STRAVA SUMMIT GIFT

23 AQUECIMENTO NOTAS

ACHADOS DA PAULA

Sempre acho que todo e qualquer incentivo que a gente possa dar a alguém querido faz diferença. O Strava é a rede social para atletas e considerado o principal app fitness do mundo. Num primeiro momento a utilização é grátis, mas na versão paga, chamada Summit, as experiências são personalizadas de acordo com a necessidade do atleta, seja iniciante, seja experiente. Se você quer dar uma mãozinha para alguém começar a correr, o Strava Summit Gift é uma ótima opção. strava.com/summit/gift

LENTES DE CONTATO ACUVUE® OASYS COM TRANSITIONS Ativam e reduzem a exposição à luz intensa em ambientes internos e externos, incluindo a filtragem da luz azul e o bloqueio dos raios UV. Desenvolvidas para ajudar a reduzir o desconforto provocado pelas mudanças de intensidade de luz, elas ajudam principalmente quem treina ao anoitecer ou amanhecer.

11/22/19 3:28 AM


coluna Marcello Butenas

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COMO TRAÇAR

OBJETIVOS ESPORTIVOS Seja vencedor desde o momento em que escolhe seus desafios

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objetivos mais desafiadores, como corridas (maratonas) ou triathlons (Meio Ironnman e Ironman) longos, pense que o sacrifício é inevitável, mas não deve passar de, no máximo, 12 a 14 semanas. Esse período é o limite de estresse que suportamos. E mais do que isso: o risco de aversão subsequente ao esporte ou estresse, caso esse período não seja respeitado, é alto! Então, escolha provas de 10 km ou, no máximo, meias-maratonas quando o tempo de treino é curto, ou short triathlons e triathlons olímpicos, corridas de aventura curtas, isto é, provas plausíveis à pouca disponibilidade de tempo. Deixe objetivos mais desafiadores para a hora certa. Grandes determinantes em nossas decisões em relação aos objetivos futuros são a influência de nossos companheiros de treinamento e o suporte da família. Muitas vezes, o momento certo para um amigo não é o momento certo para você, por mais que ele insista em contar com sua companhia. Também procure sempre fazer com que sua/ seu parceira/o e filhos sejam os primeiros a saber de seus “grandes desafios”! Uma das piores coisas é sua família saber por terceiros que você está treinando para determinada prova sobre a qual ela não foi participada. O apoio deles é de grande importância para que você possa treinar com foco e tranquilidade. E nunca deixe de discutir seus objetivos com seu treinador, pois ele é a pessoa mais indicada para referendar seu preparo técnico e físico em relação às metas pretendidas. Com toda a certeza, você será um atleta muito mais feliz. prof. marcello butenas www.move4good.com.br Diretor técnico e fundador da Move 4 Good Assessoria Esportiva. Triatleta profissional até 1996 e amador até hoje!

foto Shutterstock

É sempre angustiante quando não conseguimos atingir um objetivo esportivo predeterminado, pelo qual muitas vezes passamos o ano nos preparando e nos sacrificando. Será que esse objetivo foi planejado de acordo com suas possibilidades e disponibilidade de tempo para treinos, alimentação, descanso e suas outras atividades — trabalho, família e vida social? Durante os anos em que fui atleta profissional de triathlon, meu trabalho era treinar e competir, visando resultados que justificassem meus patrocínios e apoios que investiam em meu salário e condições para representá-los no meio esportivo — fosse por meio de uma imagem associada à vitória e sucesso no esporte, fosse pela divulgação de seus produtos ou serviços. Assim sendo, a obrigação profissional estava presente e o esporte, como trabalho ou meio de vida, era o principal objetivo. Mesmo os dias frios, chuvosos, quentes e aqueles sem vontade eram dias de trabalho e deviam ser cumpridos em sua jornada completa. Mas após o período como atleta profissional, a paixão pelo triathlon e a carreira de treinador me mostraram que, quando somos atletas amadores e gostamos de praticar uma modalidade esportiva de maneira séria, nunca devemos esquecer que, antes de tudo, o esporte é um hobby. Uma válvula de escape para o estresse do dia a dia e, principalmente, um grande viabilizador de saúde e qualidade de vida que deve fazer parte de nosso cotidiano como tal. E não ser mais um causador de estafa. Por isso, procure sempre estabelecer seus objetivos esportivos, para uma temporada ou ano, de acordo com sua real disponibilidade de tempo, para que você possa conviver com sua rotina (trabalho, família, lazer e treinos) de maneira agradável e prolongá-la por todos os seus dias. Quando existem

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ANUNCIOS.indd 1

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Ano novo, temporada nova, objetivos novos, sonhos novos... O que poderia ser mais adequado do que um novo par de tênis? Os lançamentos do segundo semestre, aqui e agora!

tendência guia do Tênis o2

27

POR Rodrigo Roehniss fotos Ricardo soares Produção thalita alves

guia INICIANDO O ANO EM GRANDE ESTILO!

tênis do

2020

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# 191 | dezembro / janeiro DE 2020

tendência guia do Tênis o2

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Como já é tradição na revista O2, a edição de dezembro traz mais um Guia do Tênis anual, de olho no início da temporada 2020. E, cá entre nós, existe presente de Natal que alegre mais um corredor do que receber aquela caixa retangular tão peculiar, recheada de sonhos em forma de borracha, carbono, novos tecidos impermeáveis levíssimos e tantos outros materiais tecnológicos cujo único objetivo é fazer da corrida uma experiência ainda melhor? Um tênis de corrida envolve pesquisa, tecnologia, desenvolvimento de novos materiais. É, verdadeiramente, um produto de ponta — e que não para de evoluir. São 32 modelos, divididos em cinco categorias e dentro de uma larga faixa de preços, cores, estilos e marcas. A análise minuciosa de cada um desses novos tênis de corrida que chegam ao mercado brasileiro mais uma vez coube ao maratonista e expert em running shoes Rodrigo Roehniss — possivelmente o maior estudioso em tênis de corrida do Brasil. Também convidamos corredores amadores a testar os modelos escolhidos por nosso consultor como destaques do verão 2020. Esperamos que essas opiniões possam lhe ser úteis, como são as conversas pós-treino nos parques e ruas da cidade.

entrada

QUAL

São tênis mais simples, com menor investimento em tecnologia e novos materiais, que priorizam uma melhor relação custo-benefício. O que não significa, absolutamente, que se trate de calçados desconfortáveis, nem que machucarão seus pés.

amortecimento

Preferidos pela maioria dos corredores amadores, os modelos de amortecimento também encabeçam os lançamentos das grandes marcas de tênis de corrida. Como diz o nome, são modelos que priorizam a maciez, o conforto e muito investimento em pesquisas tecnológicas.

estabilidade

Também são modelos que prezam a maciez e o conforto. Mas, eventualmente, possuem placas para melhor estabilizar a pisada pronada.

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É A SUA?

performance Modelos nos quais, definitivamente, “menos é mais”. Menos entressola, menos palmilha, a prioridade é a leveza. Em sua grande maioria, têm o drop muito baixo. Para corredores que buscam desempenho ou que gostam de sentir o chão sob os pés.

tipos

de pisada

supinada

O pé toca o solo com a parte externa do calcanhar. Depois, desliza muito levemente para dentro e finaliza a passada com o dedo mindinho. Poucos corredores apresentam esse tipo de pisada.

pronada

A passada começa com a parte externa do calcanhar e durante o movimento de impulso o pé inicia uma rotação para dentro, para então ocorrer uma rotação acentuada do pé para dentro, terminando a passada perto das pontas dos dedos internos.

trilha Desenvolvidos para os mais variados terrenos — terra, lama, areia, pedra, neve —, com diferenças significativas em todo o tênis. Cabedal mais resistente, com materiais muitas vezes estranhos ao asfalto, sola com cravos para melhor aderência, cuidados para impedir a entrada de areia e pedrinhas no interior do tênis... É um tênis bem específico.

neutra

A passada, desde o toque no solo até a impulsão, ocorre uniformemente ao longo da sola. O equilíbrio é finalizado com os três dedos internos.

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anatomia

do tênis

Drop: é a diferença de altura entre o bico do tênis e o calcanhar. Quanto menor o drop, mais o pé estará paralelo ao solo. Por outro lado, quanto maior o drop, maior o “salto alto” do tênis.

tendência guia do Tênis o2

Cabedal: é a “cobertura” do tênis, a parte de tecido. De acordo com a finalidade, pode ser de muito leve e aerada (competição) a resistente a condições difíceis de terreno e temperatura (trilha). Mas é sempre importante que seja confortável e ventilada (para manter o pé o menos úmido possível). Em menor escala, também responsável pela firmeza e estabilidade da passada.

29

Palmilha: na parte interna do tênis, normalmente lisa para tornar o contato da sola com o tênis mais suave, elevando o conforto e diminuindo o risco de bolhas. Eventualmente, no caso de palmilhas ortopédicas, alteram a mecânica da passada. Entressola: responsável

pelo amortecimento e estabilidade. Quanto maior a entressola, maior o amortecimento, assim como o peso do tênis.

Sola: normalmente

composta de borracha de diferentes composições, densidades e durezas, determina a flexibilidade do tênis e assegura firmeza e estabilidade à corrida.

guia do tenis_abre_3.indd 29

Grip: é o “desenho da sola”. O conjunto de ranhuras e/ou cravos (no caso de alguns modelos de trilha) que proporcionam tração e minimizam derrapadas, escorregões e até tombos.

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# 191 | dezembro / janeiro DE 2020

entrada 30

kalenji Kiprun KS Light Malha de cabedal com tramas bem abertas na área dos dedos e laterais, e ausência de sobreposições costuradas na malha, gerando menos atrito aos pés. Solado com maior composição em borracha de carbono, gerando maior durabilidade nos pontos de maior contato com o solo durante o ciclo de passadas. neutra

290 g (41) M / 240 g (38) F

e

R$ 380

fila Skyrunner Destaque para a malha de cabedal com tramas abertas na área dos dedos, assim como na lingueta, e sobreposições em TPU na área medial, proporcionando maior suporte aos pés. Densidade de espuma em EVA mais rígida da entressola, assim como a composição da borracha do solado deixam o Skyrunner mais estável e com uma batida mais firme. neutra

260 g (40) M / 230 g (38) F

R$ 300

under armour Charged Odyssey Malha de cabedal com tramas abertas na área dos dedos e sobreposições em TPU na área medial, gerando maior suporte aos pés durante a corrida. Contraforte também com material em TPU com o objetivo de gerar maior segurança ao calcanhar. O desenho do solado em forma de seta na área do antepé facilita a flexibilidade na decolagem da passada. neutra

300 g (41) M / 220 g (38) F

R$ 450

olympikus Corre 1 Destaca-se pelo conjunto completo, começando pela malha de cabedal em material tipo knit com tramas abertas na área dos dedos e laterais, e com sistema de amarração passando por cabos, gerando maior suporte aos pés. A entressola em dupla densidade de espuma e o novo composto de borracha do solado proporcionam maciez, mantendo a estabilidade durante a corrida. neutra

destaque

legenda:

guia do tenis_3.indd 30

pisada

drop

preço

273 g (40)

R$ 350

peso

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entrada destaque Olympikus Corre 1

ficha técnica pág. ao lado

Design moderno e o cabedal é confortável, apesar de a lingueta ser larga. Um pouco duro no começo, mas depois de uns 10 minutos me acostumei e ficou ótimo. Corri no asfalto e na esteira, e me senti segura. Uma boa opção para treinos de rodagem."

testadora nome:

Thalita Goulart Alves

idade:

29 anos

profissão: Biomédica melhor 10 km: 50’34”

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Conforto

4

Design

4

leveza

3

22/11/19 01:57


estabilidade destaque Brooks Adrenaline GTS 19

testador nome:

Danilo Ardenghi

idade:

31 anos

profissão: Empresário melhor 10 km: 43’07”

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Conforto

5

Design

5

leveza

3

ficha técnica pág. ao lado

Assim que coloquei já percebi o conforto dele. O tênis se ajustou bem, sem ficar dançando no pé. A fôrma é larga, e senti que o cabedal se ajusta bem ao pé, melhorando a sensação de conforto. Também gostei muito da aderência. Usei com chuva e corri tanto no asfalto quanto na trilha. Senti o pé muito estável dentro do tênis, principalmente em terrenos acidentados. A corrida é bem tranquila."

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e

estabilidade brooks Adrenaline GTS 19

destaque 33

Comparando-o com o antecessor, o Brooks Adrenaline GTS 19 está mais flexível e macio. Mantém a estabilidade, agora com tecnologia Guiderails na área interna na malha de cabedal do calcanhar até a área do arco. A malha de cabedal possui mesh flexível, moldando-se aos pés com maior facilidade e conforto. O solado manteve o mesmo design do antecessor. pronada leve a moderada

12 mm

R$ 600

318 g (41) M / 244 g (38) F

asics Gel Kayano 26 Sem mudanças técnicas significativas. Está com novo design na malha de cabedal, mantendo a dupla camada de tecido, porém com tramas mais abertas na área dos dedos, melhorando a ventilação para os pés. Esta edição volta a ter gel exposto na área do calcanhar. O solado manteve o design semelhante ao antecessor, com atualizações nos sulcos transversais na área do antepé. pronada moderada

10 mm

R$ 800

321 g (41) M / 272 g (38) F

performance kalenji kiprun Ultralight

Principal modelo de competição da marca, destaca-se pela malha de cabedal com tramas bem abertas, facilitando a ventilação dos pés e a drenagem de água. A entressola possui placa integrada chamada UP’BAR, com o objetivo de gerar maior propulsão na decolagem da passada. O desenho do solado na área do antepé proporciona bons grip e tração em piso seco ou molhado. neutra

6 mm

R$ 370

200 g (41) M / 170 G (38) f

adidas boston 8 A nova edição tem a malha de cabedal mais “limpa”, sem sobreposições em TPU na área medial. As listras são soldadas diretamente na malha, o que diminuiu a quantidade de costuras. A malha tem tramas mais fechadas na região dos dedos. O solado produzido pela Continental está com novo design, o que pode melhorar o grip e a tração, já que as tiras de borracha agora estão em forma horizontal na área do antepé. neutra

10 mm

R$ 500

261 g (41) M / 210 g (38) F legenda:

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pisada

drop

preço

peso

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# 191 | dezembro / janeiro DE 2020

performance under armour HOVR Velocity 2

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Apresenta atualizações como a nova malha de cabedal mais flexível, moldando-se melhor aos pés, além de ser respirável. O novo design da entressola proporciona maior maciez, mantendo a estabilidade. O solado é composto por uma densidade de borracha mais macia no antepé e mais rígida no calcanhar. O Sonic 2 inclui um sensor incorporado que se conecta ao MapMyRun e rastreia, analisa e armazena as métricas de corrida detalhadas. neutra

8 mm

R$ 650

286 g (41) M / 249 g (38) F

nike Zoom Gravity A malha de cabedal apresenta sobreposições soldadas na área dos dedos e laterais e a lingueta, sem enchimento de espuma, se molda melhor aos pés. A entressola com presença da tecnologia Zoom na região do antepé proporciona maior maciez durante a aterrissagem. Solado com pequenos cravos e ranhuras oferece maiores grip e tração. neutra

N/D

R$ 400

226 g (41) M / 187 g (38) F

asics Tartheredge Aparentemente é muito semelhante a outro modelo de competição da marca, o Tartherzeal. O cabedal se destaca com tramas abertas, o que melhora a ventilação dos pés e a drenagem de água quando molhado. Entressola em FlyteFoam Propel, com densidade de espuma menos rígida. O solado mantém os cravos e a única diferença para o Tartherzeal é a base de suporte medial em TPU, presente na área interna do arco e medial. neutra

10 mm

R$ 600

196 g (41) M / 167 g (38) F

skechers GoRun 7 O cabedal tem novo design, mas a principal novidade é a tecnologia de amortecimento Hyperburst, que compõe toda a base da entressola. A nova espuma é mais leve e responsiva. O solado é composto por 16 blocos, sendo oito no antepé, quatro na área medial e outros quatro no calcanhar, gerando absorção de impacto mais equilibrada e distribuída por toda a extensão. neutra

4 mm

R$ 600

213 g (41) M / 176 g (38) F

legenda:

guia do tenis_3.indd 34

pisada

drop

preço

peso

22/11/19 01:57

p


performance “

ficha técnica pág. seguinte

O tênis é bem leve, tem ótima estabilidade, é responsivo e ao mesmo tempo não 'bate seco' no chão. Um tênis muito bom para quem pensa numa corrida rápida. O cabedal é composto por um material que possui certa resistência à água e conseguiu 'blindar' o solo molhado. É um tênis bem bonito e confortável. Seu solado é extremamente aderente em solo seco; já em solo úmido ele desliza um pouco."

destaque New Balance FuelCell Rebel

testador nome:

Lucas Takaji

idade:

31 anos

profissão: Engenheiro melhor 10 km: 41’40”

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Civil

Conforto

4.5

Design

4.5

leveza

5

22/11/19 01:57


# 191 | dezembro / janeiro DE 2020

performance nike Zoom Rival Fly

36

O melhor custo-benefício de performance da marca vale o investimento. Malha de cabedal de dupla camada em tecido fino e sem costuras, não gerando atrito nos pés. É um tênis macio e estável durante o ciclo de passadas em virtude da tecnologia Zoom Air na região do antepé e Cushlon na área do calcanhar. O solado tem cinco sulcos horizontais no antepé, proporcionando maior flexibilidade. neutra

10 mm

R$ 400

232 g (41) M / 193 g (38) F

brooks Launch 6 Completamente redesenhado com relação ao antecessor. A malha de cabedal está com melhor ventilação e a nova entressola recebeu pequenos cortes transversais, porém isso não deve apresentar diferenças com relação ao amortecimento e resposta. O solado também está com novo design na área do antepé em forma de flecha, melhorando a flexibilidade na decolagem da passada. neutra

10 mm

R$ 310

261 g (41) M / 227 g (38) F

nike Zoom Fly 3 Tem mudanças na malha de cabedal, mais arejada do que a do modelo anterior, e a geometria de entressola e solado. O colar de calce sem enchimento de espuma e a lingueta integrada à malha são dois detalhes que trazem maior conforto e melhor encaixe aos pés. Entressola e solado apresentam uma nova geometria, com o objetivo de melhorar a estabilidade e gerar um ciclo de passadas mais suave. neutra

8 mm

R$ 650

258 g (41) M / 210 g (38) F

new balance FuelCell Rebel Design bonito e inovador. O cabedal possui um tecido fino, reduzindo o atrito com os pés. O cadarço (que passa por um cabo costurado na malha), o colar de calce sem qualquer enchimento de espuma e a lingueta, que é integrada à malha, formando uma única peça, são detalhes que fazem a diferença. A entressola composta de tecnologia FuelCell e o composto de borracha com pouca rigidez na região do antepé contribuem para o bom amortecimento. neutra

destaque

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6 mm

R$ 750

210 g (41) M / 173 g (38) F

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amortecimento

destaque

nike Pegasus Turbo 2

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Comparado com o antecessor, a única mudança é a nova malha de cabedal, com náilon sintético em espessura ainda mais fina, melhorando a ventilação. Não há mais os cabos Flywire e os furos para passagem dos cadarços são parecidos com os do modelo Epic React. Mas a melhor atualização na malha foi a lingueta sem enchimento de espuma, assim como toda a borda do colar de calce. neutra

10 mm

R$ 800

210 g (41) M / 176 g (38) F

under armour HOVR Sonic 2 Semelhante ao antecessor, apresenta como atualização a lingueta com enchimento de espuma. A malha de cabedal em knit mantém a característica de tramas abertas na área dos dedos e laterais, facilitando a ventilação dos pés. Além disso, o Sonic 2 agora inclui um sensor incorporado que se conecta ao MapMyRun e rastreia, analisa e armazena as métricas de corrida detalhadamente. neutra

9 mm

R$ 650

301 g (41) M / 244 g (38) F

on Cloudstratus O principal destaque é o design da entressola em dupla camada com células vazadas da área do calcanhar até o médio pé, deixando o tênis macio e confortável, mantendo a estabilidade. Assim como no modelo Cloudflyer, o Cloudstratus possui dois pequenos ganchos no sistema de amarração, gerando melhor ajuste aos pés. neutra

8 mm

R$ 850

321 g (41) M / 275 g (38) F

mizuno Wave Prorunner 23 Carro-chefe da linha de amortecimento da Mizuno, o novo Prorunner apresenta como única atualização a nova malha de cabedal com maior suporte e trama mais aberta na área da frente, facilitando a respiração dos pés. A entressola e o solado mantêm as mesmas características de tecnologia e design das edições anteriores. neutra e supinada

12 mm

R$ 600

289 g (41) M / 244 g (38) F legenda:

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pisada

drop

preço

peso

22/11/19 01:58


amortecimento destaque Nike Pegasus Turbo 2

testadora nome:

Bibiana Saldanha

idade:

26 anos

profissão: Publicitária melhor 10 km: 49'

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Conforto

5

Design

5

leveza

5

ficha técnica pág. anterior

O tênis é muito macio, mas sem ser mole. Fiz todo tipo de treino: corridas leves, treinos longos e intervalados, e o tênis é muito versátil. O solado não escorrega em pisos molhados, e o cabedal evoluiu bastante, está muito mais leve. O único ponto de melhora seria a fôrma um pouquinho mais larga.”

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o

amortecimento puma Hybrid Astro Inicialmente chama a atenção pelo design robusto, o que reflete no peso final do tênis. É um modelo que concorre diretamente com o Nike Joyride, atendendo mais o praticante de atividade física que corre sem compromisso e também que busca por um tênis confortável com visual life style. Ele tem a característica de batida mais firme durante o ciclo de passadas. neutra

12 mm

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R$ 600

323 g (41) M / 281 g (38) F

asics GlideRide Chamam a atenção o drop reduzido e o desenho da entressola. O diferencial é a angulação do solado na área frontal, que dá ao corredor uma aterrissagem fácil, com o antepé. O cabedal tipo “tricô” tem tramas abertas, facilitando a ventilação. O solado com pouca composição de borracha de carbono permite à entressola absorver melhor o impacto. neutra e supinada

6 mm

R$ 900

299 g (41) M / 258 g (38) F

mizuno Wave Sky 3 Macio e confortável, em virtude do amortecimento XPOP. Outro fator que contribui para a melhora de absorção de impacto é a composição da borracha do solado, mais flexível e menos rígida quando comparada com outros modelos da marca. A malha de cabedal sem sobreposições contribui com melhor flexibilidade e redução de atrito. neutra e supinada

10 mm

R$ 800

318 g (41) M / 272 g (38) F

adidas Pulse Boost HD A densidade da entressola em Boost tem menos maciez do que outros modelos da linha de amortecimento da marca, porém mantém o conforto e a estabilidade. A malha de cabedal em knit apresenta trama aberta que facilita a ventilação. E o solado, produzido pela fábrica de pneus Continental, possui design inovador, proporcionando maior firmeza e tração. neutra

8 mm

R$ 800

315 g (41) M / 268 g (38) F legenda:

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pisada

drop

preço

peso

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# 191 | dezembro / janeiro DE 2020

amortecimento new balance FuelCell Propel Destaque para leveza, estabilidade e conforto. Este lançamento da New Balance possui a espuma da entressola com a tecnologia de amortecimento FuelCell, macia, e os quatro blocos de borracha no solado não são rígidos, deixando a entressola trabalhar melhor na aterrissagem e na decolagem. A malha de cabedal tem o contraforte mais alto e angulado. neutra

6 mm

R$ 550

267g (41) M /218 g (38) F

nike Joyride Run Confortável para caminhadas e corridas leves sem compromisso. Não é um tênis para treinos específicos de corrida nem provas. O único detalhe deste modelo que remete a outros já lançados pela Nike é a malha de cabedal em knit, com tramas abertas na área dos dedos, proporcionando boa ventilação aos pés, além de suporte. neutra

10 mm

R$ 800

331 g (41) M / 300 g (38) F

brooks Levitate 2 Considerado o modelo premium da categoria amortecimento pela marca, o Levitate 2 é para quem prioriza mais conforto e menos performance. Esta nova edição apresenta malha de cabedal em knit flexível e com atualizações na borda do colar de calce, em forma de meia, e redução das sobreposições, com o objetivo de gerar menos atrito aos pés durante a corrida. O solado manteve o mesmo design do antecessor, preservando a flexibilidade, principalmente na decolagem da passada. neutra e supinada

8 mm

R$ 600

321 g (41) M / 275 (38) F

asics Dynaflyte 4

O lançamento Asics mantém no Dynaflyte a característica de equilíbrio entre amortecimento e leveza, além da boa estabilidade. A principal inovação é a nova malha de cabedal, mais flexível, moldando-se melhor aos pés. O novo material deixou o tênis alguns gramas mais leve do que o antecessor. Com relação à entressola e solado, sem novidades. neutra e supinada

8 mm

R$ 600

250 g (41) M / 213 g (38) F

legenda:

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pisada

drop

preço

peso

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o

amortecimento skechers GoRun Pure Leve e macio como outros modelos da marca, o Pure também se destaca pela malha de cabedal em knit sem costuras e com quase nenhuma sobreposição. O design da entressola e do solado é semelhante ao do modelo GoRun Ride 7, com maior composição de espuma e pouca borracha de carbono na sola, proporcionando melhor resposta e maciez. neutra

4 mm

R$ 450

227 g (41) M / 193 g (38) F

kalenji Kiprun fast Boa relação custo-benefício e belo design. Prioriza estabilidade e leveza. Malha de cabedal com tramas abertas na frente e nas laterais, facilitando a ventilação dos pés e a drenagem de água quando molhado. As sobreposições soldadas diretamente na malha reduzem o atrito com os pés. O solado em borracha de carbono proporciona maior durabilidade. neutra e supinada

10 mm

R$ 330

280 g (41 ) M / 235 g (38) F

new balance Fresh Foam Beacon 2 Com nova malha de cabedal e o inédito design do colar de calce e contraforte. A malha está mais ventilada, o colar sem enchimento de espuma na borda proporciona mais segurança e suporte, e a área do calcanhar está mais alta e angulada. neutra

6 mm

R$ 450

214 g (41) M / 185 g (38) F

POUCAS OPÇÕES OFF-ROAD Apesar de as provas de trilha no Brasil passarem por um bom momento e a modalidade estar definitivamente implantada em nossos morros e florestas, os lançamentos são escassos no final do ano. Duas razões podem justificar melhor essa ausência: a sincronia com o verão no Hemisfério Norte

(julho) e o verão chuvoso brasileiro, características que podem explicar por que organizadores preferem as corridas de montanha em estações mais quentes (na Europa e nos Estados Unidos) e mais secas (no Brasil). Mas, se há apenas um lançamento, ele certamente estará no Guia O2!

adidas Terrx Agravic BOA Há alguns diferenciais, como a malha de cabedal com a lingueta integrada à malha, formando uma peça única, assim como o colar de calce sem enchimento de espuma. O sistema de ajuste é o BOA System, através de uma catraca giratória. A entressola com a tecnologia Boost proporciona uma aterrissagem suave. O solado produzido pela Continental possui cravos baixos. neutra

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7 mm

R$ 800

306 g (41) M /286 g (38) F

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A gente quer corrida, diversão e arte! Conheça dez bons filmes que têm o esporte como temática principal POR Fausto Fagioli Fonseca

O cinema é a mais democrática e abrangente das artes e possui certo poder de suscitar diferentes sentimentos. Aos que se deixam levar pelos filmes é permitido experimentar sabores, viver emoções, ganhar inspiração. Democrática é também a corrida. Como diz a velha expressão, bastam apenas um par de tênis e força de vontade para praticá-la. Quando o esporte e a arte se unem, o resultado pode tomar a estrada para diversas direções: da comédia, do drama, da superação... A seguir, selecionamos dez filmes que têm a corrida como mote ou influência. É hora do play!

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ilustração Huan Gomes filmes_3.indd 45

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De

comportamento entretenimento

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O Atleta

(Atletu)

país: Etiópia ano: 2009 duração: 132 min gênero: Biografia, Drama nota no imdb*: 6,7

O

etíope Abebe Bikila foi o primeiro africano a vencer uma Maratona Olímpica e o primeiro homem a conquistar o bicampeonato na prova. Em 1960, em Roma, venceu descalço, pois não se sentia confortável com os tênis da patrocinadora dos Jogos. Um adendo: bateu o recorde mundial da prova com o tempo de 2h15min16s. Em 1964 (dessa vez calçado), conquistou o ouro em Tóquio com mais de 4 minutos de vantagem para o segundo colocado. O filme é um retrato pessoal forte e profundo de Bikila. Por mais que não seja uma obra-prima do gênero, consegue trabalhar bem a incrível história e mostra com sensibilidade a personalidade do atleta e os dramas que enfrentou após seu retorno dos Jogos de 1960 (quando fez parte do exército do imperador Haile Selassie e chegou a ser acusado de traição). Mostra, também, a sua vida após o acidente de carro que o deixou paraplégico e com sequelas que o levaram à morte aos 41 anos, em 1973. Politicamente, o filme fica devendo, pois não é capaz de se aprofundar em questões importantes para a Etiópia na época, como o pós-guerra, quando o país foi invadido pela Itália — o que até gerou uma piada comum com relação à Bikila: “Foram necessários um milhão de italianos para invadir a Etiópia, mas apenas um etíope para conquistar Roma", em alusão à sua vitória em 1964.

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uma história focada em um treinador de futebol (americano) que precisa fazer uma mudança em sua carreira e passa a treinar garotos pobres, e que tem como protagonista Kevin Costner, já se pode esperar uma fórmula bastante comum (para não dizer desgastada). Produzido pela Disney, é o famoso feel good movie (algo como “filme para se sentir bem”), com seus clichês de dificuldade e superação, perseverança e determinação. Costner, seguro e cativante, interpreta Jim White, que, após ser demitido de uma grande equipe, muda-se para a pequena e pobre McFarland (Califórnia) para recomeçar a vida. Baseado em

100 Metros país: Portugal/Espanha ano: 2017 duração: 108 min gênero: Biografia, Comédia nota no imdb*: 7,5

McFarland dos EUA

(McFarland, USA) país: EUA ano: 2015 duração: 129 min

gênero: Biografia, Drama nota no imdb*: 7,4

uma história real, é inspirador ver toda a transformação dos jovens que, não tendo talento para o futebol, passam a treinar cross country e tornam-se campeões estaduais. Até hoje, aliás, o local tem forte tradição no esporte e os garotos da época em que o filme se passa conseguiram abandonar os campos de colheita em que trabalhavam para ir à faculdade. Temas mais profundos, como racismo e xenofobia, são abordados (a cidade é um reduto de imigrantes mexicanos), mas o foco mesmo é o esporte e sua utilização como forma de mudança de vida. Para se ver em família no fim de semana.

T

ambém baseado em uma história real, 100 Metros narra, em um equilíbrio de sensibilidade e comédia, como Ramón, um jovem comum e sedentário, foi diagnosticado com esclerose múltipla, mas não se deixou abater e passou a treinar para disputar um Ironman. O enredo, emocionante e real, narra a descoberta da doença, a descrença em sua melhora (chegaram a dizer que ele não seria capaz de andar nem mais 100 metros — daí o nome do filme) e sua resiliência no processo de recuperação. A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge a medula, os nervos ópticos e o cérebro, afetando fala e movimentos. Dos primeiros sintomas ao diagnóstico, Ramón vive um drama até que o esporte entra em sua vida como parte dos exercícios de fisioterapia. Mas é ao ver o cartaz de divulgação de um Ironman que tudo muda: inspirado, o protagonista traça como objetivo terminar a prova, composta por natação (3,8 km), ciclismo (180 km) e corrida (42 km). Uma das relações mais interessantes do filme é entre Ramón e seu sogro, Manolo, aparentemente apenas um velho bêbado e rabugento, mas que se mostra sensível enquanto sua amizade com o genro se aprofunda. O apoio de Manolo, uma atuação digna de Karra Elejalde, é essencial para o desenvolvimento de Ramón, dos primeiros passos à disputa da prova.

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filme Em Busca de um Milagre, Ralph Walker (uma boa atuação do jovem Adam Butcher), enfrenta um drama pessoal e tem na corrida um alento, uma forma de superar as dificuldades impostas pela vida. Ralph é um jovem de 14 anos cujo pai morreu na Segunda Guerra e cuja mãe passa por uma doença grave e desconhecida, permanecendo na cama sob cuidados médicos. Ralph estuda em uma escola católica tradicional dos anos 1950 e luta à sua forma contra a repressão imposta pelo método bastante tradicional de ensino do qual faz parte: gosta de fumar escondido, arruma encrencas pelo colégio e até é pego se masturbando pelo diretor da escola. Por conta das travessuras e para que se afaste dos problemas, Ralph é forçado a fazer parte da equipe de cross country do colégio. O “saint” do nome original do filme em inglês é uma brincadeira com toda a

Em Busca de Um Milagre

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(Saint Ralph) país: Canadá ano: 2004

duração: 98 min gênero: Drama, Comédia nota no imdb*: 7,4

questão religiosa que envolve o filme do começo ao fim. Sua mãe entra em coma e é dito pelos médicos que somente um milagre poderá salvá-la. Ao mesmo tempo, o treinador da equipe de Ralph diz que seria um milagre caso algum membro da equipe

vencesse a Maratona de Boston… Daí desenrola-se toda a preparação do garoto em busca de um feito heroico que seja capaz de salvar a sua mãe. O filme tem um equilíbrio entre emoção e diversão e consegue atrair o espectador sem muito esforço.

comportamento entretenimento

No

Invencível

(Unbroken) país: EUA ano: 2014

duração: 137 min gênero: Biografia, Drama nota no imdb*: 7,2

S

egundo longa-metragem dirigido por Angelina Jolie, foi indicado para três Oscar (todos secundários): Fotografia, Mixagem de Som, Edição de Som. Baseado no livro de mesmo nome, a obra conta a história de Louis Zamperini, um ex-atleta olímpico e herói de guerra ítalo-americano cuja vida e os acontecimentos que a envolveram foram tão fantásticos que podem até soar como ficção. A apresentação do personagem é interessante para descobrirmos mais sobre a sua infância pobre, os preconceitos que sofria por ser imigrante italiano nos Estados Unidos e as travessuras que

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aprontava. Mas só serve de aquecimento para o que vem depois. Incentivado a correr por seu irmão quando adolescente, Louis chega às Olimpíadas de 1936 (realizadas na Alemanha nazista) para disputar os 5.000 metros. Apesar de terminar na oitava posição na final, ganha destaque por correr a última volta mais rápida da história (56 segundos, um feito inigualável para a época). Se só por esse feito já podia ser considerado um homem de garra, o que passaria durante a Segunda Guerra Mundial viria para colocar à prova toda a sua resistência. Convocado em 1941,

sofreu um bombardeio em 1943 e ficou à deriva no mar durante 47 dias até ser capturado por forças japonesas. Como prisioneiro, sofreu torturas e abusos até ser resgatado por forças aliadas ao fim da guerra. Zamperini ainda viveu até os 97 anos e faleceu poucos meses antes do lançamento do filme, em 2014. Com tanta ação e acontecimentos fantásticos, fica difícil achar o filme chato. Apesar de alguns clichês e dramatização em exagero, é fácil se apegar a uma história tão incrível e verdadeira e se deixar levar pelos momentos de superação.

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encedor do Oscar de Melhor Filme em 1982, Carruagens de Fogo é mais lembrado pela icônica cena de corrida na praia ao som de Vangelis (trilha sonora do filme também premiada). A cena dos atletas britânicos treinando à beira-mar foi exaustivamente parodiada. Talvez esses

O Lado Bom da Vida

(Silver Linings Playbook) país: EUA ano: 2012 duração: 122 min gênero: Comédia, Drama nota no imdb*: 7,7

Carruagens de Fogo

(Chariots of Fire) país: Grã-Bretanha ano: 1981 duração: 125 min

gênero: Biografia, Drama nota no imdb*: 7,2

fatores façam o filme soar como um clássico obrigatório, o que é até verdade para quem é apaixonado por cinema e/ou por corrida, mas é certo exagero pensar na película como uma obra atemporal e para todos os públicos. O filme conta a história de Eric Liddell e Harold Abrahams, atletas que têm o objetivo de disputar as Olímpiadas de 1924 pela equipe britânica. Liddell é um missionário católico escocês bastante devoto, enquanto Abrahams é filho de uma família judia, deixando claro que o conflito religioso permeia parte do filme. As eliminatórias dos Jogos seguem bem para ambos até que uma das classificatórias de Liddell é marcada para domingo. O atleta recusa-se a competir por ser um dia sagrado, trazendo à tona a relação de antagonismo entre a prática religiosa e sua paixão pelo esporte. Até há uma tentativa de unir às diferenças dos personagens uma análise mais aprofundada de questões importantes, como xenofobia e classes sociais. Mas são mais flertes do que relações profundas. De qualquer forma, o filme é interessante e tecnicamente bom. Assista sem pressa.

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O

britânico Simon Pegg protagoniza e corroteiriza esta comédia dirigida por David Schwimmer (o Ross, de Friends). Ele interpreta Dennis, que, cinco anos após abandonar a sua noiva Elizabeth grávida no altar, decide reconquistar o seu amor. Elizabeth, porém, namora Whit, um tipo atlético que correrá uma maratona na Nike River Run, uma tradicional corrida londrina (inventada para o filme, os produtores não conseguiram os direitos de filmar na Maratona de Londres). Dennis decide que correrá os 42 km, pois acredita que, ao demonstrar compromisso com tal objetivo, mostrará à Elizabeth que está pronto para um relacionamento com ela. O enredo é um tanto quanto bobinho, mas se diferencia das típicas comédias pastelão dos EUA, mesmo sendo dirigida por um humorista norte-americano. O

O

filme que deu à Jennifer Lawrence seu primeiro Oscar trata de um tema pesado como a depressão de forma leve. Lawrence faz par romântico com Bradley Cooper, que também tem uma atuação profunda e convincente, que lhe rendeu uma indicação de Melhor Ator. Pat (Cooper) é um jovem que tenta se recuperar de uma separação traumática (ele agrediu o amante da mulher ao encontrá-los juntos em sua casa) e volta a morar com os pais após a reabilitação. Pat se esforça para controlar sua depressão e surtos bipolares — e acha a corrida como um dos caminhos. No processo, conhece Tifanny (Lawrence), uma jovem também problemática. O filme não foge de pequenos clichês, mas não chega a ser problema, pois é fácil se envolver com a história e se divertir com os alívios cômicos bem trabalhados pelos personagens secundários, como o pai de Pat (Robert de Niro), também agressivo e sistemático, seu amigo de infância, um colega de clínica (Chris Tucker) e seu terapeuta. A corrida tem papel importante na recuperação de Pat, que vê no esporte um meio de extirpar a negatividade e superar os acontecimentos. Correndo (sempre com moletom e um saco plástico no corpo “para suar mais”) ele se aproxima de Tifanny. Eles desenvolvem uma relação de amizade e auxílio mútuo.

maratona do amor

(Run Fatboy Run) país: Grã-Bretanha ano: 2007 duração: 100 min gênero: Comédia nota no imdb*: 6,6

que faz o filme ser menos tosco do que poderia é o próprio Simon Pegg, pouco conhecido do público brasileiro, mas aclamado em seu país, já tendo vencido o Bafta por sua atuação na série Spaced. Pegg segura a graça do filme e as boas piadas da película têm seu toque ácido e irônico por conta da assinatura do roteiro. Pegg faz, afinal, um ótimo anti-herói e sabe cativar o espectador. Um filme engraçado para assistir sem muitas pretensões.

fotos Divulgação / Reprodução

comportamento entretenimento

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V

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país: Irã

país: EUA

ano: 1997

ano: 2016

duração: 89 min

duração: 134 min

gênero: Comédia, Drama

gênero: Biografia, Drama

nota no imdb*: 7,9

nota no imdb*: 7,1

Do O

fotos Divulgação / Reprodução

cinema iraniano é um dos expoentes do Oriente Médio nas últimas décadas. Filhos do Paraíso reúne a sensibilidade e a profundidade das histórias cotidianas — uma das marcas do cinema persa a partir dos anos 1980 — sem perder o ritmo. O filme conta a história de Ali, um simpático garoto de 9 anos que perde o único par de sapatos da sua irmã Zahra, de 6 anos, ao levá-lo para reparos (um problema sério para uma família pobre da periferia de Teerã). Para evitar a bronca dos pais, Ali passa a dividir o seu par de tênis com ela. A película mostra a saga e a cumplicidade dos irmãos, que revezam os calçados escondidos dos pais, enquanto, num segundo plano, reflete sobre uma sociedade desigual. A chance para resolver a situação surge quando Ali descobre uma competição de corrida entre escolas cujo prêmio é… um par de tênis! No esforço de preparar-se para a competição sem deixar que a família tome conhecimento, Ali (numa atuação tocante do pequeno Amir Farrokh Hashemian) corre sem parar, num misto de angústia e esperança — uma analogia interessante à vida dos que são relegados à pobreza e cuja única possibilidade é o sacrifício. Filhos do Paraíso foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1999 com outros de temática semelhante, como A Vida É Bela e Central do Brasil.

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raça

(race)

ponto de vista histórico, Raça, cinebiografia de Jesse Owens, atleta que se destacou em provas de velocidade na década de 1930, é um bom entretenimento. O filme desenvolve de forma ampla a vida do velocista, buscando mostrar não apenas suas conquistas nas pistas, como também suas relações e problemas pessoais. Compromete-se, ainda, em tentar abordar a questão racial envolvida no contexto em que a história se passa (o próprio nome do filme em inglês é um trocadilho entre raça e corrida). O mote são as Olimpíadas de 1936, em que Owens conquistou suas quatro medalhas douradas (100 e 200 metros rasos, salto em distância e revezamento 4x100 metros) na Alemanha nazista de Adolf Hitler. A direção faz um bom trabalho quando foca desenvolver questões reais, mas se perde nos tantos dramas que pretende abordar. Poderia haver mais

objetividade e menos romantização, afinal, o mais interessante da história de Owens são os acontecimentos que causaram impactos reais. Na relação entre o atleta e Hitler, o debate é superficial e não se preocupa em desmistificar algumas lendas. Faz parecer que a questão racial era um problema mais pontual do que estrutural, não se aprofundando como deveria na própria segregação institucional dos Estados Unidos naquele período. Tecnicamente não é um filme ruim, e é possível se divertir e se emocionar se você for capaz de se abstrair dos problemas e se deixar levar pela beleza da história. As atuações, se não são dignas de premiação, não comprometem. Mas talvez um documentário que se propusesse a se aprofundar na história real, analisando o ambiente social da época de forma mais crítica (e não tão superficial), fosse mais interessante do que um filme mergulhado em situações romantizadas.

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filhos do paraíso

(Bacheha-Ye aseman)

*IMDB: Internet Movie Database é uma base de dados on-line que reúne informações sobre filmes, séries e música.

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conteúdo patrocinado

sem tempo para

lesões Não conte apenas com a sorte para não se machucar: treinamento correto, alimentação adequada e suplementação constroem um corpo mais resistente Por Fausto fagioli fonseca Uma confusão de perspectiva bastante comum com relação à saúde tem a ver com as dores do corpo depois que se passa de certa idade. É comum que, ao passo que o envelhecimento venha, problemas musculares e articulares, de menor e maior intensidade, passem a ser mais acentuados. Isso, porém, não tem a ver apenas com o processo natural de degeneração do organismo, mas sim com toda uma longa vida sedentária. Aqueles que não praticaram atividades físicas ao longo dos anos chegarão à meia-idade sentindo mais dores e muito mais propensos a lesões do que aqueles que equilibraram prática e hábitos saudáveis desde jovens. “Sabemos que a cartilagem, músculos e unidade motora precisam de constante uso para se manterem saudáveis. O sedentarismo, a falta de uso das estruturas, é deletério para eles. Quanto mais atividade física se pratica com constância, de forma saudável e sem extremo impacto, menos dores articulares serão sentidas conforme passa a idade – e também menores as chances de desenvolver lesões”, explica Gustavo Constantino, médico do

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centro de ortopedia e de estudos do Instituto Wilson Melo, em Campinas. Aqueles, portanto, que iniciam na corrida tardiamente devem ter atenção redobrada com fortalecimento muscular e com uma evolução gradativa, permeada por paciência e sem grandes saltos. Enquanto o sistema cardiovascular evolui muito rápido (e é comum alguém conseguir passar dos 5 km aos 21 km, por exemplo, em alguns meses), as estruturas ósseas, musculares e articulares, entretanto, levam mais tempo para evoluir – e aí está o maior risco de lesões. “Quem resolve começar a correr depois dos 40, 45 anos, deve estar ainda mais atento a construir uma estrutura forte, com progressão lenta das distâncias, reforço dos músculos e um trabalho de aprendizado na corrida, com um profissional da área”, completa o especialista. O fortalecimento muscular torna-se essencial não apenas para que se diminuam as chances de lesões nos músculos, mas também pelo fato de a musculatura servir como protetora dos ossos e articulações. “Com o avanço da idade, tanto homens como mulheres começam a apresentar sinais de per-

Construindo um corpo mais forte

Uma das partes mais importantes quando o assunto é prevenção de lesões refere-se à alimentação. Em primeiro lugar porque uma dieta balanceada é essencial para o controle do peso – e iniciar a prática ou aumentar o ritmo de exercícios com sobrepeso pode levar a um esforço muito maior das estruturas articulares, ósseas e musculares, aumentando consideravelmente o risco de lesões. Em segundo lugar, porque uma ingestão adequada de nutrientes é essencial para tornar essas mesmas estruturas mais resistentes. Um equilíbrio na ingestão de proteínas e carboidratos, sempre de acordo com o nível de atividade praticada, é que suprirá a necessidade energética na hora do treino, além de permitir uma melhor síntese de nutrientes, como vitaminas e minerais, que são responsáveis pelo desenvolvimento saudável dos músculos, ossos e cartilagens. Os nutrientes e melhores alimentos a serem inseridos no dia a dia podem ser descobertos com a ajuda de especialistas da área de saúde e nutrição. Por meio dessas consultas é que pode vir o segundo passo para a busca de um corpo mais saudável e forte: o uso de suplementos alimentares, como proteínas, aminoácidos e colágeno, que em harmonia podem contribuir para o desenvolvimento das estruturas, prevenindo lesões. “A regra com relação à suplementação é repor o que está em falta. Seja alguma proteína, sejam vitaminas, isso deve ser decidido após o ajuste da dieta, pois o ideal é, primeiro, tentar buscar

foto Shutterstock

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da de massa magra, de colágeno nos tecidos articulares e pequenas lesões ósseas (normais e assintomáticas). Quando se fortalece a musculatura, o impacto nas articulações diminui e as lesões por sobrecarga mecânica, por consequência, tendem a ser menos frequentes”, esclarece Marcus Yu Bin Pai, pesquisador do Grupo de Dor do Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

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todo esse aporte de nutrientes por meio da alimentação”, fala João Bergamaschi, ortopedista especializado em ciências do esporte e coordenador do Curso de Aperfeiçoamento em Cirurgia Endoscópica da Coluna Vertebral da USP. Seguindo essa regra “do que está em falta”, pessoas que passam dos 40 tendem a ter um declínio de colágeno no corpo, sobretudo se levaram uma vida permeada por sedentarismo, tabagismo, uso de álcool, estresse e má alimentação. O colágeno é uma das proteínas mais abundantes no organismo e tem papel importante não apenas para uma pele saudável, como alguns podem pensar, mas principalmente para o melhor desenvolvimento de ossos e tendões. Na medida em que esse nutriente está em falta, apostar em alimentos e/ ou suplementos proteicos e em suplementos à base de colágeno pode ser uma alternativa eficiente. “Geralmente, suplementos como o Whey Protein podem ser usados para auxiliar nos treinos de resistência, associados a outros com aminoácidos, como BCAA, glutamina, creatina e caseína. Já os suplementos como colágeno, glucosamina, condroitina podem evitar dores articulares e desgaste precoce”, detalha Marcus. O uso do colágeno não hidrolisado pode trazer benefícios para a cartilagem articular e auxiliar no combate a quadros de dores como os oriundos da osteoartrite, um tipo de artrite comum a partir dos 40 anos e cuja característica é a degeneração das cartilagens acompanhada de alterações das estruturas ósseas. Estudos já demonstraram que pequenas doses de colágeno não hidrolisado tipo II podem auxiliar a modular a saúde das articulações tanto em quadros de osteoartrite quanto em artrite reumatoide. “Citaria dois suplementos em especial: um é o colágeno hidrolisado, que dá um suporte de diversos aminoácidos, como a hidroxiprolina, importante na formação do tecido articular da cartilagem e também na formação do músculo. O segundo seria o colágeno tipo II não desnaturado, que tem uma ação anti-inflamatória, prevenindo a inflamação articular, inchaços e dores”, finaliza Gustavo.

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# 191 | DEZEMBRO / JANEIRO DE 2020

UM

IRONM A COMPORTAMENTO ENTREVISTA

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PARA PRESIDENTE?

Nem todo mundo sabe, mas a corrida à Presidência de 2018 poderia ter tido um maratonista (sub-3 horas!!) e triatleta como vencedor. João Amoêdo, candidato do Partido Novo, corre maratonas desde os anos 80, participou do primeiro Ironman realizado em Floripa e tem muitas “histórias de asfalto” para contar, além de planos para o esporte e o povo brasileiro. Fomos ouvir o que este carioca de 57 anos, formado pelo mercado financeiro e pelas provas de endurance, tem a dizer ao povo corredor brasileiro POR ZÉ LÚCIO CARDIM

Primeira maratona nos anos 80, confere? Minha primeira maratona

foi em 1982. Não corria, mas comecei a treinar por conta própria... E quatro meses depois acabei me inscrevendo para uma maratona no Rio. Largava às 6h da manhã lá na Escola Naval, perto do Aeroporto Santos Dumont, ia

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até Copacabana e voltava. Comecei a correr do zero, corri quatro meses e fiz a maratona.

Sem nenhum treinamento específico... Nada. Comecei a ler uns livros.

Naquela época, quem escrevia muito sobre corrida era o Zé Inácio Werneck.

Mas treinei meio que sozinho, procurando fazer muita distância, porque tinha medo. Fiz a primeira maratona em 4h13min.

Você nem corria quatro meses antes... Nada. Sempre gostei de fazer

esporte desde os tempos de colégio, jogava vôlei na praia. Mas o que mais gostava de fazer era windsurfe — velejava muito no Rio, primeiro na Lagoa (Rodrigo de Freitas), depois no mar.

Quantos anos você tinha na primeira maratona? Tinha 19. Sou de

1962, faço aniversário em outubro, a maratona foi um pouco antes, acho que em setembro, estava quase completando 20 anos. Nunca tinha pensado em maratona, foi basicamente por causa de um amigo da faculdade. Já entrei na corrida pensando em maratona, o objetivo era fazer longa distância.

E depois da primeira maratona, já “oficialmente” corredor? Na corrida é aquela história: depois que faz a primeira, você quer melhorar para a segunda. Passei a treinar mais, tentando ter algum subsídio, ler alguma coisa. Fiz uma série de maratonas Jornal do Brasil, sempre no Rio. Mas treinando sempre muito mal. Lembro que, em uma dessas maratonas, na semana da prova eu bati todos os meus recordes — subi a Vista Chinesa no melhor tempo, dei 20 tiros de 400 metros

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M AN voando... Chegou na maratona, estava morto no km 15... (risos). E eu me perguntando: “O que está acontecendo que eu estou quebrado?” Foi um período de aprendizado, tentativa e erro.

E as maratonas sub-3 horas, vieram quando? Aí foi mais para

a frente, já estava morando em São Paulo. Chicago eu fiz abaixo de 3 horas, 2h55min, em 2004, já estava treinando com o Marcos Paulo (Reis, treinador da assessoria esportiva MPR) e já fazia triathlon e Ironman. Já estava com 42 anos. Dois anos antes fiz Florença em 2h57min, uma prova até mais dura do que Chicago. Nas ruas de Florença tem muito paralelepípedo e no final já estava com dores — pedrinha é bem diferente do asfalto liso de Chicago. Mas a primeira maratona melhorzinha que fiz foi em Veneza: 3h10min. Teve uma coisa engraçada. Minha esposa perguntou se eu tinha visto a ponte que eles fizeram pra gente cruzar o Grande Canal. E eu nem reparei, porque a ponte era no km 34, 35, e eu estava tão concentrado...

Durante os 20 anos que separaram a primeira maratona das sub-3h, nunca parou? Houve um

período em que parei. Na verdade, em 1983 ou 1984, comecei a fazer triathlon. Mas dei uma parada. Quando mudei para São Paulo, comecei a trabalhar no banco, aí houve uns seis ou sete anos em que parei de correr. E

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comecei a retornar em 1996. Lembro bem disso porque eu morava perto do Ibirapuera e minha meta inicial quando voltei era correr 4 km. Eu saía de casa, corria 2 km e voltava, dava 20 e tantos minutos. É difícil porque você já correu no passado e voltar é uma tristeza... (risos) No passado, eu corria 42 km e, naquele momento, correr 4 ou 5 km era um sofrimento. Reclamava comigo que jamais conseguiria voltar.

Mas voltou! Voltei em 1997, com

um treinador. E já fui direto para o triathlon. Em 1996, decidi fazer um Ironman. Viajei para o Havaí e fui assistir ao Mundial de Ironman, em Kona. Voltei e comecei a treinar, penar para correr 4 km... Também comecei a pedalar muito, comprei uma bicicleta, comecei a nadar. Um ano depois, em 1998, fui fazer o primeiro Ironman na Alemanha, em Roth. A prova é sensacional! São milhares de pessoas assistindo à prova, tem lugares em que você passa de bicicleta um por vez, parece prova do Tour de France.

E a corrida? A corrida começou a ficar mais fácil com o Ironman. Minha sensação é a de que os outros esportes, a natação e o ciclismo, te complementam muito, te deixam mais preparado, mais forte, reduzem a probabilidade de lesão. Passei a correr três vezes por semana. Na época das primeiras maratonas, cheguei a correr 550 km num mês! Alguns dias corria duas vezes, de manhã e à noite... Já que você falou disso, como encara cada uma das modalidades do triathlon? Quando vou ver meus tem-

pos de Ironman, pelo meu histórico eu deveria ser melhor na corrida, porque sempre corri mais do que pratiquei os outros esportes. Mas acabo indo melhor na natação. Saía da água sempre entre os 30% melhores. Mas acabava forçando muito na bicicleta e me prejudicava na corrida. No treinamento eu sempre fazia essa rotina de nadar três

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EM CAMPANHA PRESIDENCIAL

a quatro vezes por semana, correr três vezes e pedalar também três vezes. A sensação é que a natação é mais fácil de treinar, porque é o que machuca menos, em que você despende menos tempo e te prepara muito. A natação sempre me ajudava muito na corrida.

Atualmente você não está correndo... Machuquei o pé jogando vôlei

na areia com as minhas filhas, fiquei praticamente um ano e meio sem conseguir correr. Voltei agora, há uns três meses, devagar. Recentemente consegui correr 15 km. Desde 1997 foi o maior período em que fiquei sem praticar corrida. Também tento nadar duas ou três vezes por semana. Bicicleta, basicamente em casa, comprei um rolo.

O que a maratona te trouxe, além do prazer esportivo? Olha,

tanto a maratona quanto o Ironman sempre foram uma sensação “você conseguiu”. Superação do desafio — especialmente no início senti isso. Tive tempos ruins, acabava andando um pouco nas provas. Quando completei a primeira maratona inteira correndo, sem caminhar, em Veneza, foi sensacional! É uma sensação muito boa de realização, de planejamento. E os treinos também eram algo me dava muito prazer: acompanhar a melhora nos tempos, a sua evolução. Completar realmente é uma felicidade, tem aquele sofrimentozinho quando termina, mas a sensação é tão boa que logo na sequência já está pensando na próxima.

Também melhora a autoestima e a confiança para cumprir desafios, não? Na vida a gente tem muitos

desafios, muitos obstáculos. Se você já fez coisas que te impuseram outros sofrimentos, fica mais fácil. A questão da realização de vencer desafios como a maratona, como o Ironman, te prepara bastante. Na semana passada, numa palestra com uma garotada lá no ITA, me pediram alguns conselhos.

Expliquei que a turma mais jovem tem de aprender a sofrer. Sofrer é bom porque te prepara para os desafios, te deixa melhor para enfrentar os obstáculos. As provas de longa distância te dão essa característica de ter objetividade, se concentrar. Concentração, assim como a dor da resiliência, são muito importantes.

Quais são suas grandes alegrias no esporte? Em Chicago e em Vene-

za fiquei muito satisfeito... Veneza foi a primeira vez em que não andei. Além disso, eu tinha feito maratonas na faixa de 3h45min, e em Veneza baixei 30 minutos. A primeira abaixo de 3 horas foi Florença. E Chicago foi uma maratona muito gostosa, um clima bom, cheguei muito bem. Foram provas que me deixaram muito feliz. No Ironman, o primeiro que completei em 1998, em Roth, também fiquei bem feliz. Estava muito gripado, fiquei a semana inteira muito ruim na Alemanha. Dois ou três dias antes tomei até antibiótico, e fiquei praticamente a semana lá sem treinar. Falei para a minha esposa que iria fazer natação e ver como estava. “Se der eu faço a primeira volta com a bicicleta.” E depois de fazer a primeira volta de 90 km, tentei fazer a segunda... Saí pra correr, no final acabei completando a prova em 11 horas e pouco. Foi uma grande satisfação.

Você participou de algumas provas históricas... A primeira Maratona do Rio, o primeiro Ironman de Florianópolis... E também o Golden Cup, primeiras provas de triathlon no Rio, bem no início do esporte.

O esporte teve alguma influência na sua carreira? Sempre me prepa-

rou muito para a questão da disciplina, do planejamento, da organização, de criar uma rotina. Quando eu trabalhava no banco e estava procurando gente, dizia para o meu gerente: “Precisamos de gente obstinada para trabalhar”. E para fazer esporte de longa distância,

FOTOS Arquivo Pessoal / Reprodução

COMPORTAMENTO ENTREVISTA

IRONMAN EM FLORIPA

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COM A FAMÍLIA

Você morou um ano em San Diego, na Califórnia. Como o nosso país e os EUA encaram o esporte?

Quando você está pedalando lá, existem as pistas específicas, mas, mesmo onde não tem, pode ficar tranquilo. Quem está na direção de um carro se preocupa com a segurança do ciclista. No Brasil, você sai na rua e é visto como um alvo. Em segundo lugar, é interessante a importância que eles dão nas faculdades às pessoas que fazem esporte. Mesmo nos colégios, minhas filhas tinham treinamento de corrida toda semana. Eventos, campo de esporte, uma piscina do colégio, da escola pública. E você pode nadar quantas vezes quiser nessa piscina da escola pública como residente, pagando US$ 80 mensais. Essa cultura de preparar as crianças, dar formação não só acadêmica, mas de esporte, de espírito de equipe, de meta, de objetivo, de resiliência, isso complementa muito a formação da pessoa. Eles dão muita importância à educação e à valorização do esporte, e essa educação no trânsito é fundamental, especialmente no ciclismo. Infelizmente no Brasil não é assim. Ontem mesmo uma ciclista foi assassinada no Rio.

Qual a importância do esporte para a sociedade? Fundamental. Pri-

meiro pela questão de que o esporte deixa alguns ensinamentos de vida. Você aprende a trabalhar em equipe, a lidar com o fracasso e com o sucesso. O esporte te dá isso — nem sempre quando você treina muito os resultados vêm, existem fatores externos... Tudo isso é fundamental para uma sociedade, principalmente para os mais jovens, para um direcionamento. O que dá pena no Brasil é que há muito pouca infraestrutura para praticar esporte,

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assim como pouquíssimo planejamento de campeonatos, de eventos. Nos EUA há essa cultura de corridas de rua, eventos que são feitos para determinadas associações, pessoal com algum tipo de doença, limitação. Você cria um espírito de solidariedade com o esporte. Tudo isso é essencial para criar uma sociedade com valores, e o esporte traz muitos valores.

Quais políticas públicas de esporte são apoiadas pelo Partido Novo?

A primeira coisa que a gente gostaria é de ter uma integração muito grande do esporte com a cultura e a educação. Entendemos que os três têm de estar muito juntos, porque essa base de integração do esporte tem de começar nas escolas. A primeira coisa é infraestrutura. Tem de ter piscina para a pessoa nadar, uma variedade de esportes muito maior. No Brasil a gente só fala de futebol, futebol... Como corredor, fico muito frustrado, porque você quer ler sobre outros esportes no jornal e, na mídia tradicional, 98% do espaço é para o futebol. Sobram 2% para abrigar tênis, vôlei, corrida... E com isso você não estimula as pessoas. A primeira grande política pública seria dar infraestrutura para os colégios, valorizar o esporte e procurar, dentro do possível, organizar campeonatos,

O ESPORTE DEIXA ALGUNS ENSINAMENTOS DE VIDA. VOCÊ APRENDE A TRABALHAR EM EQUIPE, A LIDAR COM O FRACASSO E COM O SUCESSO. NEM SEMPRE QUANDO VOCÊ TREINA MUITO OS RESULTADOS VÊM”

corridas de rua, tudo em nível escolar, no ensino básico. É isso que se vê nos países que dão certo. E muitas vezes no Brasil a gente quer resolver sempre pelo atalho. Os programas olímpicos, por exemplo, dão dinheiro para atleta de ponta, e não adianta. Você tem de formar a base. Com a população que a gente tem no Brasil, se você formar a base de nadador, de corredor, de atletas de diversas modalidades, você terá bons resultados, mas é trabalho de longo prazo.

COMPORTAMENTO ENTREVISTA

você tem de ser obstinado. Essas coisas se misturam muito à personalidade de quem faz esporte, têm muito a ver com a minha atuação na área financeira na iniciativa privada.

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Ter um maratonista Ironman na Presidência seria legal? Um

Ironman na Presidência daria para tirar alguma coisa da prova e aplicar. Primeiro, você saberia que estava fazendo uma corrida de longo prazo, que não adianta dar tudo já na natação — depois ainda tem o ciclismo e a corrida. Segundo: tem de ter um planejamento; e terceiro, você tem de estar preparado, é um processo de treinamento, de planejamento, de sofrimento durante o processo. A gestão pública é isso, estar preparado para enfrentar barreiras que vão surgir, para lidar com adversidades. É aquela história: você vai fazer uma prova, acha que está tudo bem, mas começa a ventar, fica frio... Enfrentar as adversidades e estar preparado para elas ajuda muito. Outra coisa que o esporte ensina é não trapacear. A corrida é contra você, e não faz o menor sentido roubar, porque você estaria enganando a si mesmo. Esse é um conceito do partido que a gente prega muito, de devolver o poder às pessoas. O Estado brasileiro acaba sendo muito inchado, tirando o protagonismo das pessoas, e acreditamos que o melhor gestor da sua própria vida é o cidadão. É melhor que ele tenha mais poder, que ele pague menos impostos, que o dinheiro fique mais no bolso dele. E nesses esportes de longa duração, como a maratona e o Ironman, você é o protagonista, você decide o ritmo. Pensaria nessas coisas numa gestão presidencial.

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A LINHA DE CHEGaDA FICA ALÉM DA

Daniel Chaves vence a dor da derrota, o desejo de desistir, a depressão e está a um passo de representar a bandeira brasileira na maratona olímpica de Tóquio

Por Alessandro Lucchetti

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e existe um paraíso na terra para quem gosta de correr, é Boulder, cidade localizada na base das Rocky Mountains, no estado do Colorado, Estados Unidos. Quem botou no mapa da corrida essa cidade, que se ergue a 1.655 metros do nível do mar, foi Frank Shorter. Considerado o pai do running moderno, ele passou a viver ali em 1970, porque era a única localidade norte-americana com uma pista indoor a mais de 1.500 metros do nível do mar. Em 1972, Shorter provou que a escolha havia sido certeira: venceu a maratona dos Jogos Olímpicos de Munique, façanha que popularizou a corrida nos Estados Unidos. Desde então, vários ídolos do esporte adotaram o local como base para preparação, como o mexicano Arturo Barrios, primeiro homem a correr uma meia-maratona abaixo de uma hora, o ultramaratonista Scott Jurek e Kara Goucher. A cidade foi reconhecida pela revista National Geographic como “a mais feliz” dos Estados Unidos. Trata-se de uma das três cidades do país com mais alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

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É de Boulder que Daniel Chaves Aos 28 anos de concedeu, por telefone, as entrevisidade, Daniel tas que embasam o perfil da (ainda, aos 31 anos) maior promessa do Bra- decidiu encerrar sil nas provas de fundo do atletismo. a carreira. A “Adoro trocar alguns treinos de corrida por pedaladas pelos arredores da frustração cidade. Molho meus pés na água de por não ter degelo que vem das montanhas e faço conseguido uma crioterapia natural. Vejo vários jovens da Universidade do Colorado alcançar o meditando e faço isso também, é uma índice para os massagem para o espírito. Adoro correr em contato com a natureza. Por Jogos Olímpicos isso é que me faz bem estar aqui.” Chaves foi ao paraíso da corrida sem do Rio, em 2016, foi ter tido que morrer primeiro. Chegou muito lesiva perto. O aparentemente feliz corredor de hoje esteve prestes a consumar uma tentativa de suicídio, no início do ano passado. Bem longe de Boulder, Chaves subiu a mureta de uma ponte de Brasília decidido a dar cabo de sua existência. “Isso aconteceu num dia em que nada fazia sentido. Tinha entrado no mundo das drogas e tudo era muito vazio para mim. Pensei comigo: ‘Vou terminar este episódio e encontrarei a luz em outro plano’.” Foi então que ocorreu algo que não é incomum entre aqueles que ensaiam uma tentativa de suicídio: um chamado à razão. “Muita gente que está prestes a se suicidar tem um insight, uns 10 segundos de clareza. A gente pode chamar de sopro divino. É uma descarga de adrenalina que te faz voltar a raciocinar. Percebi que tinha algumas coisas a cumprir neste plano. Deus me deu esse dom de correr e devo aproveitá-lo. Hoje, com ajuda médica, consegui superar aquele quadro de depressão. Sou grato por aquele episódio, ele me ensinou muita coisa.” Aos 28 anos de idade, Daniel Chaves da Silva decidiu No primeiro semestre de 2016, Daniel ainda teve uma encerrar a carreira. A frustração por não ter conseguido derradeira oportunidade de competir no Rio: foi contratado alcançar o índice para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, como coelho pela organização da maratona de Düsseldorf, foi muito lesiva. O corredor havia planejado registrar o tem- na Alemanha. Como outros coelhos tiveram problemas físipo que lhe daria a vaga em Roterdã, na Holanda, em 2015, cos, o brasileiro teve que continuar correndo até o km 35, mas faltou-lhe reidratação. Quando chegava aos postos, via atendendo a súplicas do organizador da prova, que precisaum monte de garrafinhas derrubadas. “Fiquei sem hidra- va de seu serviço para puxar um corredor alemão que platação no km 5, no 10 e no 15. Quando cheguei ao 20, no nejava obter o índice para o Rio. Por estar bem, Daniel até desespero, peguei a de um amigo holandês.” O efeito, no criou a expectativa de que poderia ir até a linha de chegada, entanto, foi terrível: o preparado do colega continha fru- e com o sonhado índice, mas foi mera ilusão. “Faltou treino tose. “Meu corpo não reage bem a essa substância, e no específico para a maratona. Só consegui correr mais 2 km. km 21 tive que ir ao banheiro. Isso acabou com as minhas Travei e não conseguia ir nem para a frente, nem para trás, chances de índice.” Esse é um aspecto da organização mal nem para os lados.” Sem a vaga olímpica, o corredor pertrabalhado em algumas provas. “Em Roterdã, as mesas deu o patrocínio da Puma e também foi dispensado do Proeram muito pequenas. Os corredores africanos, que esta- grama de Alto Rendimento das Forças Armadas (Paar), que vam no primeiro pelotão, pegaram suas garrafas às pressas lhe rendia um soldo de terceiro sargento (hoje pouco mais e acabaram derrubando as dos outros”, queixa-se Daniel. de R$ 4.400). Sem um ganha-pão, encerrou a carreira e foi “Depois corri em Valência e em Londres e encontrei uma trabalhar numa consultoria esportiva de Brasília. Longe das organização muito melhor. Não perdi nenhuma garrafinha pistas, engordou 8 kg, e a depressão quase o levou à morte. nessas duas provas.” As frustrações interromperam uma carreira bonita. Muito

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que vão correndo para a escola. Eu estudava a 5 km de casa. Sou de família humilde e não tinha dinheiro para a condução todos os dias. Aí eu corria.” E como corria. Na volta, Daniel apertava ainda mais o ritmo, ignorando uma subida que se apresentava no meio do percurso. A pressa, explicou, era para chegar a tempo de ver os gols do Palmeiras no Globo Esporte. Sentindo que levava jeito para a coisa, Daniel começou a treinar na equipe Pé-de-Vento, sediada em Petrópolis e comandada pelo doutor em medicina ortomolecular Henrique Vianna. Pelas mãos do médico e corredor passaram nomes como Ronaldo da Costa (mineiro que fez a melhor marca do mundo na maratona), Franck Caldeira (campeão da São Silvestre de 2006 e dos Jogos

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Pan-Americanos de 2007), Luiz Antônio dos Santos (único brasileiro a medalhar numa maratona do Mundial de Atletismo, com o bronze de Gotemburgo 1995), Giovani dos Santos e Altobeli Santos da Silva. “O Daniel foi um dos atletas que mais chamaram minha atenção em toda a minha carreira de treinador. Quando ele chegou aqui (a poucos meses de completar 13 anos), a marca dele nos 10.000 metros era 34min37. Em um mês, esse tempo caiu para 33 e pouco”, lembra o treinador Vianna. “Ele ficou feliz da vida, numa alegria... fiquei até com pena dele, porque 33 minutos não é nada. Mas ele estava certo, valorizou aquela evolução. Seis meses depois conseguiu uma marca espantosa: 30min06. Ele era juvenil ainda, tinha uns 17 anos, e esse tempo o botou no Mundial Juvenil de 2006, na China. Hoje isso é suficiente para ganhar qualquer prova no Brasil.” O desempenho chamou a atenção da equipe BM&F, então a principal equipe do País. Convite feito, convite aceito. Era a hora de correr sob orientação de Ricardo D’Angelo, treinador de ninguém menos do que Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze na maratona olímpica de Atenas 2004. Se Vianna ficou impressionado, D’Angelo também se empolgou. “O Ricardo tinha como certo que eu faria algo grande na carreira, apostava nisso, e pude acreditar também, quem sabe uma medalha olímpica...”, diz o próprio Daniel. Os contatos ampliaram seu mundo. Vanderlei era agenciado pela Global Sport Communications, empresa com sede em Amsterdã. Não tardaram convites dos holandeses para que Daniel passasse temporadas de três meses por semestre na terra das tulipas, treinando com feras quenianas e etíopes. Daniel poderia ter se acomodado com os bons salários da BM&F e colecionado prêmios em provas nacionais com adversários de nível inferior, sob a batuta de um treinador que em tese conhecia o caminho que leva ao pódio olímpico. Mas resolveu dar outra cartada. “Rompi o processo. Não tive a paciência de esperar. Acho que o Ricardo sabia como fazer, mas, por causa da minha imaturidade, Não tardaram não acreditei em mim mesmo naqueconvites dos le momento.” Daniel deixou a BM&F. Em 2013, assinou com o Esporte Cluholandeses be Cruzeiro e continuou fazendo seus para que Daniel estágios na Holanda. Nessa época, já treinava sob a orientação de Jorpassasse ge Luís da Silva, que conhecera nos temporadas tempos do Pé-de-Vento. Jorginho era auxiliar de Henrique Vianna. de três meses O NN Running Team, equipe da Glopor semestre bal, é de assustar. Corredores de elite que fazem ou já fizeram parte do gruna terra po: Eliud Kipchoge (primeiro homem das tulipas, a correr os 42.195 metros em menos treinando com de 2 horas), Kenenisa Bekele (dono de medalhas olímpicas de ouro e uma feras quenianas três de prata nos 10.000 e 5.000 metros) e etíopes e Geoffrey Kamworor (tricampeão do Mundial da Iaaf de Meia-maratona),

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magro na adolescência, Daniel não imaginava que pudesse levar jeito para a corrida. Foi então que, acompanhando a São Silvestre pela TV, o estudante se encantou com o magérrimo Paul Tergat “empurrando o asfalto” da Brigadeiro Luiz Antônio com toda a força, como se diz na gíria do pedestrianismo. No dia seguinte, motivado, desafiou as ruas de sua Petrópolis natal, mas não resistiu a quatro quarteirões. A corrida foi reinserida no cotidiano de Daniel por necessidade. “Minha história se parece um pouco com a dos quenianos,

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entre outros. Enquanto ainda se desenvolvia como fundista, Daniel chegou a ser vice-campeão brasileiro por três vezes na pista. Nas maratonas, desempenhou por três vezes o papel de coelho em Amsterdã. “Levei muita pancada na Europa. Em várias provas, cheguei em 10º, 15º, 20º, e com marcas que poderiam ter me dado a vitória em provas do Brasil. Mas essas dificuldades me deram bagagem, forjaram o meu caráter, construíram o corredor que sou hoje. Se tivesse ficado no Brasil, teria feito bate-saco”, diz o corredor, empregando uma gíria que significa amealhar prêmios em diversas provas menores, caminho escolhido por muitos brasileiros. O saldo da conta bancária cresce, mas os resultados esportivos deixam a desejar e o desgaste normalmente cobra um preço mais à frente, abreviando carreiras que podem ser avaliadas como medíocres ao final.

DEPOIS DA PONTE

Depois da experiência da ponte, em Brasília, Daniel foi aconselhado por um amigo, o empresário Vinícius Alves Canhedo, a buscar ajuda. Recebeu o diagnóstico de que convivia com uma síndrome bipolar depressiva havia pelo menos dez anos. Por 17 dias, tomou um estabilizador de humor e ouviu a recomendação de voltar a correr ao menos três vezes por semana, 30 minutos em cada sessão. “Fazendo regressão, percebi que sentia alguma coisinha quando me lesionava e tinha que parar por um ou dois meses. Eram muito recorrentes os episódios de frustração. Havia muitos altos e baixos”, recorda. Ao voltar a correr por indicação médica, percebeu que os hormônios naturais sintetizados pelo corpo graças ao esforço físico, como a endorfina e a serotonina, podiam colocá -lo no caminho que levava ao velho Daniel. “Correr virou o meu remédio. Joguei metade da cartela de comprimidos fora e hoje me sinto muito bem.” O psiquiatra Arthur Guerra, que também é maratonista, triatleta e ironman, explica quais são os benefícios que a corrida oferece a indivíduos com quadro de transtorno mental. “A corrida proporciona disciplina. Além

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Já sou grato, desde já, por tudo que eu puder fazer em Tóquio. O céu é o limite para mim. Ainda tenho muito a aprender, técnica e espiritualmente”

disso, muitas vezes, é feita em grupos, e essa ideia é sensacional para quem vem de um transtorno: estar em atividade com um grupo formado por pessoas que nutrem os mesmos objetivos é excelente. E correr melhora a qualidade de vida. Quem corre naturalmente evita beber em excesso, para não prejudicar a performance”, garante Guerra. “Além disso, o praticante de corrida vai procurar uma alimentação melhor, provavelmente vai buscar um fortalecimento muscular em academia e alongará os músculos. Por fim, mas não menos importante, a corrida libera endorfina e outros hormônios que propiciam uma sensação maravilhosa, de realização. É o caso do cara que se propõe a subir uma ladeira. Ele consegue e, lá do alto, sente-se cansadão, mas feliz da vida!”, vibra o psiquiatra. Com essas drogas oferecidas pelo próprio corpo, o verdadeiro Daniel, aquele que era promessa e voltou a ser, está presente. Em abril, foi o 15º colocado em Londres com a marca de 2h11min10s, 20 segundos abaixo do índice olímpico exigido pela então Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo). Depois do recente Mundial do Catar, a entidade maior da modalidade passou a ser chamada de World Athletics. É possível, mas para lá de improvável, que três corredores brasileiros obtenham tempos melhores do que os do veloz petropolitano, tirando-lhe a vaga para Tóquio. Assim, o sonho de correr uma Olimpíada está prestes a se tornar realidade. A diferença é que não será na terra do sol abrasador, mas na do sol nascente. No caminho de completar essa difícil jornada, Daniel aprendeu a não se cobrar demais. “Já sou grato, desde já, por tudo que eu puder fazer em Tóquio. O céu é o limite para mim. Ainda tenho muito a aprender, técnica e espiritualmente. Vou investir tudo que tenho na minha preparação nos meses que faltam para os Jogos Olímpicos. Sei que estou no início da minha caminhada. Se voltei depois de subir na mureta da ponte, é porque tem algo planejado por Deus para mim. Só tenho que fazer a minha parte.”

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E se a meta for

nÃo ter meta?

foto Shutterstock

Correr é, antes de tudo, um ato de liberdade

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Final de outubro, chego a Amsterdã para a minha quinta maratona. É tudo lindo: a cidade, as pessoas, os iogurtes, os canais, aquela coisa toda. São 9h30 de um domingo incrível, 13 °C, nublado, é dada a largada. Seguro o choro, porque sempre choro no começo e no final de 42,195 km corridos. Findo o primeiro quilômetro e penso: “Pena que está acabando. E minha próxima será Nova York pela terceira vez”. Será? Por que a gente, que é amadora, tem que ter meta na corrida? E se a meta for não ter meta? Por exemplo: em 2020 quero simplesmente correr. Um dia faço 5 km, depois 7, caio para 3, na semana seguinte pulo para 50 km. Eu não faço ideia do que diz a literatura especializada em corridas. Nem os pesquisadores ou adoradores. O que sei é que às vezes as metas também são um porre. Ficar com aquilo na cabeça, comunicar a família, guardar dinheiro, fazer dieta, apertar a musculação, contar os meses. Ufa! E aí chega o grande dia e você está exausto com todo o pacote que um grande projeto exige. Projeto este que saiu da sua cabeça. Ninguém te cobra prazos e resultados. Pegou pódio? Palminhas. Não pegou? Peninha. Então, para que ter meta de corrida, ora pois? Porque correr é um ato de liberdade. Você corre

quando quiser e puder. Não tem horário, dia, sol ou chuva. Qualquer tênis serve, qualquer camiseta está valendo. Sua cabeça vai longe enquanto corre, ou fica focada em não virar o pé nas ruas escuras da cidade. E não há nada mais libertador do que se aprisionar na disciplina, já dizia Renato Russo. Então, tudo aquilo que era para ser um saco vira uma métrica de liberdade. Até porque, justamente por sermos amadores, ou seja, sem obrigação financeira ou “jabazeira” de ter que correr, é que a disciplina se faz necessária. Nesse caso, a meta, qualquer que seja ela, vira o troféu, o pódio em si. Depois de meses de preparação para fazer 5 km sem parar ou 42,195 km sub-3, não importa, é hora de chorar. Meta cumprida e comprida! Respondendo ao título deste artigo (E se a meta for não ter meta?): não ter meta também é um objetivo. Mais solto, talvez, mas é um jeito de colocar a corrida em outra perspectiva. Simplesmente correr. Ter ou não ter meta, o que importa é ir. E isso eu sei que você vai fazer. anne dias www.ativo.com/experts jornalista especializada em economia com várias meias-maratonas e quatro maratonas no currículo. e não pretende parar por aí!

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Realizei uma

maratona com a dieta anti-inflamatória

Depois de lesões e muita restrição alimentar, a corredora amadora Renata, 38 anos, conseguiu concluir sua primeira maratona com um cardápio simples e muito saudável contado a diana cortez

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Nova dieta saudável

Ainda assim, não parei com os treinos de corrida e estipulei uma nova meta: fazer uma preparação para a maratona de Buenos Aires de 2019, sem a intenção de perder mais peso. Apenas queria curtir e cumprir a prova. Então, decidi mudar de nutricionista e fui me consultar com a Tatyana Dall’Agnol, do Instituto Reaction, em São Paulo (SP). Ela ouviu meu histórico, entendeu as minhas necessidades e planejou a minha nova dieta. Sua aposta foi em um cardápio anti-inflamatório equilibrado com proteínas, muitos vegetais (legumes e verduras) e carboidratos de boa qualidade, como arroz integral, batata-doce ou mandioca (sim, eles retornaram para a minha vida!). Ou seja, comida de verdade para bombar a imunidade, ajudar meu desempenho na atividade e a recuperação do corpo no pós-treino. Eu apenas deveria eliminar alimentos inflamatórios, como os ultraprocessados, ricos em açúcares e frituras, que prejudicam a saúde. Com ela, entendi a importância de consumir carboidratos para completar

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pré-treino da manhã 69 técnica nutrição

Em 2014, comecei a correr porque achei o esporte divertido e percebi que me ajudaria a perder peso. Como boa parte das pessoas, logo me interessei por participar de provas de 5 km e incentivei meu marido, Benedito, a me acompanhar. E demorou pouco para começarmos a treinar para as corridas de 10 km. Só que mesmo praticando bastante exercício, ganhei muito peso por deixar o estresse do trabalho interferir na minha qualidade de vida e cheguei aos 81 kg. Para reverter a situação, tracei como objetivo correr a minha primeira meia-maratona no ano seguinte e procurei uma nutricionista esportista para ajudar nessa missão. Ela sugeriu uma dieta low carb como estratégia, mas não funcionou como imaginei. Apesar de ter perdido 10 kg, terminava os treinos extremamente cansada e tinha de buscar forças onde nem existia mais. Mas, apesar do desgaste, concluí a meia-maratona. Depois de três provas, tive uma lesão no tendão do tornozelo que até hoje rende duas sessões de fisioterapia por semana. Foi quando percebi que aquele não era o cardápio ideal para mim.

um treino de endurance com disposição e segurança. E decidi seguir a dieta à risca para concluir com sucesso a maratona de Buenos Aires.

Muita comida boa

O cardápio novo me deu diversas possibilidades de pratos saborosos e saudáveis, e também previu alguns suplementos para os treinos longos e mais intensos. De cara percebi uma mudança enorme na minha disposição e no meu desempenho. O pré-treino da manhã, que antes se resumia a café preto, óleo de coco e manteiga ghee, foi substituído por uma banana com uma colher de sopa de aveia, pasta de amendoim e canela, além do cafezinho. Ou um shake de café com palatinose (carboidrato de baixo índice glicêmico), banana, cappuccino proteico em pó e canela. A nutri também recomendou um energético, uma bananinha ou sachês de frutas em pasta para consumir no meio dos longões, momento em que eu apenas me hidratava. Além de batata-doce, pão ou tapioca, mais fruta, ovo e café no pós-treino, que substituíram os míseros

ovos mexidos com café preto da antiga dieta low carb. Com mais calorias e carboidratos de qualidade, meu corpo passou a responder melhor aos treinos e aquele cansaço extenuante desapareceu.

Meta à vista

A quatro semanas da prova, fiquei mais confiante de que seria diferente desta vez. Mas claro, ainda tinha um certo receio se daria conta de concluir bem o percurso até o final, por isso me mantive firme e forte nos treinamentos e na dieta. Comecei a semana com um treino de perna na musculação para fortalecer. Na terça, corri 7 km, pedalei por cerca de 30 minutos — uma novidade na minha rotina de treino — e nadei mais 30 minutos para trabalhar minha resistência cardiorrespiratória, sem impacto, e ajudar a me recuperar da lesão. Confesso que senti uma fome fora do normal depois de tanta atividade, talvez por conta da bike que não costumo praticar, mas segui o almoço conforme as orientações da nutri: um prato com salada, legumes, arroz integral, leguminosas e proteína. Voltei a comer arroz com feijão! Um banquete para quem

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banquete

"Fiz a prova em 4h37 e cheguei muito bem. Fiquei esperando as dores chegarem, mas elas não apareceram! Isso me deu mais gás para, em breve, cumprir um novo desafio"

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fotos: Shutterstock

técnica nutrição

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de arroz estava à base apenas de legumes e proteína! No rese feijão tante da semana, continuei seguindo o plano da minha coach de corrida Katherine Mello: na quarta, corri e fiz musculação; na quinta-feira, corri, pedalei e nadei novamente; e na sexta-feira, foi a vez de outro treino de musculação e natação. Nos lanches da tarde pude consumir diferentes opções, como iogurte com tâmaras, uma panqueca ou um bolo de micro-ondas feito com ovo, farinha de amêndoas e banana. E nos jantares, sempre verduras, legumes e uma proteína. Segui a alimentação conforme o script. A única coisa que não consegui melhorar foi o meu consumo de água, uma orientação da nutri para não impactar os treinos. Na noite de sexta-feira, pedi uma pizza. Esse foi um dos poucos momentos em que saí da dieta, mas como tinha um treino longo no dia seguinte, não era um problema. No sábado, realizei meu primeiro superlongão de 32 km, seguindo o protocolo da nutricionista. Fiz o o dia esquentar pra valer, sem dor no tornozelo, sem fraqueza pré-treino em casa e consumi gel a cada 40 minutos, além da e sem fome! Descansei em casa no domingo, que voltou a ficar cápsula de sal após uma hora de treino e muita água. Foram chuvoso, e aproveitei para assistir a séries de TV. 3h30 correndo e acabei o treino muito bem e feliz. Para ajudar na recuperação, ainda consumi um isotônico e o Um pouco de emoção Recovery, suplemento que mistura proteína com três tipos de Outra semana fria começou e, novamente, senti mais fome do carboidrato, ideal para recuperar o desgaste dos treinos acima que o normal! Olha que nem estava na TPM! Mas consegui de 20 km. Fui almoçar poucas horas depois e senti que a minha me segurar. Afinal, com a prova cada vez mais perto, não recuperação estava muito boa. Apesar de cansada, não sentia dava para desandar. aquela fadiga de antes. Segui a dieta com a única ressalva de ter consumido meio pastel de Belém na terça-feira à noite. Mas isso nem conta Mais perto do objetivo como uma escapada, né? Em relação à hidratação, consegui Na segunda-feira, eu estava inteira para minha semana e con- consumir um pouco mais de água em comparação à semana segui me dedicar muito mais aos treinos! Estava com bastante anterior, mas sabia que ainda dava para melhorar. Na segunda, treinei os membros superiores na musculação. energia, mesmo com as manhãs frias. E acordei bem-disposta. Apenas tratei de adaptar minha refeição pré-treino para uma Na terça teve um campeonato de duathlon na academia, com versão quentinha, criando uma espécie de mingau. Primeiro, corrida e pedalada, e decidi me arriscar em duas aulas, totacoloquei em uma panelinha a banana cortada, acrescentei um lizando duas horas de malhação, com direito a um sachê de pouco de água para a fruta amolecer, a aveia e deixei cozinhar. pasta de frutas como lanche. Na quarta-feira, corri uma hora e No final, envolvi a pasta de amendoim. Ficou uma delícia! Os fiz musculação para membros inferiores. Confesso que fiquei treinos da semana se repetiram e me senti muito bem em to- cansada, mas talvez porque acabei esquecendo de consumir dos eles. Também segui direitinho a dieta, mas ainda não tinha algo no meio do treino e fui direto para o pós-treino. conseguido aumentar o consumo de água no dia. Na quinta-feira, comi meu mingau com café preto e fiz um O sábado amanheceu lindo, com muito sol e o frio foi embo- treino de 12 km com tiro e me senti bem. E, na sexta, um treino ra. Tomei meu pré-treino em casa, desta vez batido, levei um rápido de core e membros superiores. À noite, para garantir gel para consumir no meio do treino, água e o Recovery para combustível para o longão de 24 km na manhã seguinte, comi consumir logo que terminasse. Fui para a USP com o meu ma- nhoque. Mas me comportei no resto do fim de semana. E tamrido para fazer um treino de 16 km. Terminei a corrida antes de bém fiz um treino leve de 35 minutos no domingo.

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comemos massa tanto no almoço quanto no jantar, para ter uma boa reserva de energia para a maratona.

A prova

Na reta final

Talvez por não ter havido um day off na planilha de treinos desta semana, na segunda-feira, além de a dor no tornozelo voltar a dar as caras, também senti uma dor diferente e bem chata na coxa, algo que me preocupou bastante por estar a uma semana da prova. Com o susto, achei melhor ir à fisioterapia ainda na segunda-feira, já que era uma dor persistente mesmo quando eu andava. O fisioterapeuta deu uma soltada na musculatura e recomendou um descanso na sexta para o corpo se recuperar. Segui o conselho e realmente deu certo! Também ajudou o fato de os treinos da semana serem mais leves. Nesta semana, alguns detalhes mudaram na alimentação: a nutri me orientou a consumir um suco especial como pré-treino, feito com beterraba, para adiar o cansaço do treino, além de melancia e gengibre, que têm ação anti-inflamatória. Ela ainda pediu para evitar consumir grãos, como ervilha, grão-de-bico, milho, além de brócolis, couve-flor e repolho, que poderiam causar má digestão e atrapalhar meu rendimento. E, finalmente, consegui aumentar meu consumo de água! A estratégia foi deixar uma garrafa de 2 litros sobre a minha mesa de trabalho e estipular a meta de consumir metade até o almoço e a outra metade até a hora de ir embora, fora a quantidade extra que consumo em casa. Com a maratona de Buenos Aires próxima, meu sentimento era de muita felicidade por ter chegado até ali tão bem. E dei graças a Deus por não ficar ansiosa mesmo sabendo que até aquele momento o máximo que eu já tinha percorrido eram 32 km, sendo que teria de percorrer 42 km no dia da prova. Mas tudo bem! Eu conseguiria finalizar os outros 10 km, mesmo se fosse preciso engatinhar! Meu último treino foi na quinta-feira, com apenas 40 minutos de corrida leve. E descansei dois dias para a prova no domingo. Meu marido e eu pegamos o voo para Buenos Aires na sexta à noite e fiz questão de levar marmita para não corrermos o risco de passar mal com qualquer alimento diferente. Não queria que nada atrapalhasse minha meta. E foi uma ótima decisão, pois a companhia aérea ofereceu apenas um pão com queijo. No sábado, pudemos curtir Buenos Aires. Passeamos e

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Acordamos bem cedo no domingo e fizemos o nosso pré-treino. Levei quase tudo o que eu precisava (palatinose + cappuccino proteico + TCM ou óleo de coco). Apenas peguei uma banana do hotel e fomos para a largada. Eram 6h30 da manhã, o dia estava lindo, com o tempo um pouco frio e seco, mas logo começou a esquentar. Na largada, segui a recomendação da nutricionista de consumir outro suplemento que mistura palatinose, cafeína e taurina para dar pique. Pronto! Fiz a prova com espírito livre e a proposta de apenas curtir e cumpri-la ao som da minha playlist favorita. Corri em uma velocidade confortável para não forçar meu tornozelo. Minha cabeça estava muito boa e fui curtindo todo o percurso, que passou pelos principais pontos turísticos de Buenos Aires. O asfalto estava bem conservado e a maioria dos trechos, bem arborizada. Foi tudo muito lindo e emocionante! Houve alguns momentos mais difíceis, mas logo eu me recuperava. Cuidei da hidratação e da reposição de energia conforme a nutri recomendou. E quando apertou mais, mantive meu pensamento positivo. Fiz a prova em 4h37 e cheguei muito bem. Fiquei esperando as dores chegarem, mas elas não apareceram! Isso me deu mais gás para, em breve, cumprir um novo desafio.

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suco especial pré-treino!

ficha técnica: Cobaia corredora: Renata Beatriz Villela idade: 38 anos profissão: Assistente executiva atividades: pratica corrida, musculação e se arrisca nas aulas de natação.

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coluna Mariana klopfer

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o risco das vitaminas Multivinamínicos ingeridos sem orientação podem ter efeito contrário ao prometido

Forma química dos minerais Minerais podem ser encontrados na forma inorgânica (sais metálicos) ou orgânica (ligados a um ou mais aminoácidos). Comercialmente, as formas inorgânicas são mais utilizadas por apresentarem menor custo e ocuparem volume reduzido no processo de encapsulamento. Mas o contraponto está na biodisponibilidade. Muitos formatos inorgânicos com valor mais acessível têm baixíssima capacidade de absorção. Um exemplo frequentemente utilizado e menos biodisponível é o carbonato de cálcio. Outros, menos utilizados e mais biodisponíveis, são o citrato de cálcio, cálcio dimalato ou cálcio quelato.

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Interação entre minerais na mesma fórmula Os micronutrientes sintéticos são muito instáveis quando incorporados na mesma fórmula. Há interação química entre eles, gerando tanto degradação mais acelerada dos componentes quanto interferência na biodisponibilidade. O cálcio reduz a biodisponibilidade do ferro, do cobre e do zinco, por exemplo, enquanto o magnésio diminui a biodisponibilidade do ferro. Individualidade Cada pessoa tem uma necessidade específica de vitaminas e minerais. O que é eficiente para um indivíduo não será para o outro. Por exemplo, o picolinato de cromo, nas mesmas quantidades, pode ter efeito prejudicial em indivíduos saudáveis, mas benéfico em pessoas com sobrepeso e/ou diabetes tipo II — contribuindo para a redução da resistência periférica à insulina e a melhora na glicemia de jejum. Já em indivíduos saudáveis pode causar resistência periférica à insulina. Por esses e outros motivos, sugiro que se busque ajuda profissional, pois a melhor forma de adquirir vitaminas e minerais é por meio de alimentação diversificada e rica em nutrientes (frutas, verduras, cereais integrais, carnes magras, leites e derivados, grãos e sementes). Caso haja necessidade de utilizar um multivitamínico, o profissional orientará qual é o mais adequado.

Mariana klopfer contato@nutricius.com.br formada em nutrição pela universidade de são paulo e diretora clínica da nutricius – nutrição esportiva

foto Shutterstock

O interesse por suplementos alimentares cresce paralelamente ao desejo pela prática da corrida. Um dos nichos em ascensão, com a promessa de complementar nutrientes que a alimentação não consegue suprir, são os multivitamínicos. A cada dia, uma nova marca aparece nas prateleiras de farmácias e lojas de suplementos com a promessa de resolver essa possível deficiência de maneira rápida e prática com apenas uma ou duas cápsulas. Mas qual é a garantia de que ao consumir esses produtos teremos o que é prometido pelos fabricantes? Estudos demonstram que é baixa a biodisponibilidade (quanto do aporte total de vitaminas e minerais ingerido consegue ser absorvido e utilizado pelo organismo) dos micronutrientes presentes nas formulações dos multivitamínicos comerciais. Entenda por quê:

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técnica treinamento

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sol desafie o

Por Zé Lúcio Cardim

Que tal começar 2020 “fora da caixa”? Mais do que isso: que tal terminar 2019 “fora da caixa”, abrindo mão do — merecido, reconhecemos — descanso de final de temporada, manter-se relativamente ativo e, logo no início do próximo ano, abrir a temporada correndo não 5 nem 10, mas 15 km? A planilha desta edição de O2 vem acompanhada de um convite um pouco seletivo: você aceitaria encarar os 15 km inaugurais do Circuito do Sol 2020, que será realizado dia 26 de janeiro, em São Paulo, e 9 de fevereiro, no Rio de Janeiro? Se você já tem experiência nos 10 km e sente-se pronto para aumentar a distância, está disposto a não parar com os treinos (ainda que com menor intensidade) e emendar temporadas, controlar os excessos de final de ano e treinar enquanto a maioria dos seus amigos descansa, em troca de um novo e estimulante desafio, é com você mesmo que estamos falando! Bora pros 15! “Uma prova no início de temporada requer uma atenção especial, principalmente porque estamos vindo de um período de festas”, alerta Rodrigo Lobo, treinador da Lobo Assessoria. “A tendência é comer um pouco mais, aumentar um pouco o peso e diminuir o volume dos treinos. Para encarar uma prova assim, o importante é ter mantido um mínimo de treinos aceitável com base no que foi feito na temporada passada.” Não há almoço grátis, diz o ditado. E estar preparado para correr bem 15 km já abrindo a temporada tem um preço até

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Circuito do Sol abre a temporada 2020 com nova distância de 15 km. “Are you ready?”

ENFRENTE O CALOR DO VERÃO • Aumente a hidratação (não somente nos horários de treino, mas durante todo o dia) • Fuja dos horários de pico de calor. Treine pela manhã, no final da tarde ou à noite

camarada. Ninguém está pedindo que esqueça o panetone, o tender, o peru ou as champanhes e cervejas. Apenas pegue leve. Se puder, não repita (tá bom, vai, não repita mais de uma vez...). O treinamento limita-se praticamente a cumprir a planilha. Mas talvez seja prudente, pelo menos na primeira metade do ciclo, aliviar na musculação. “A sugestão é diminuir um pouco o trabalho de força no final do ano, até parar, e retomar quanto antes no início do novo ano pra conseguir aguentar a pancada que está por vir”, diz Rodrigo. Mas os dias em que não houver corrida podem ser substituídos por outras atividades mais ligadas às férias. “Pedal, natação, caminhadas na praia e na montanha”, sugere o treinador. Caso esta seja sua primeira prova numa distância maior — 15 km —, é prudente que você considere alguns

• Se tiver de correr em horários muito quentes, opte pela esteira (e o ar-condicionado) da academia • Use sempre roupas leves, de tecidos tecnológicos • Jogue água na cabeça sempre que possível — refrigere o corpo • Evite alimentos pesados e caia matando nas frutas

fatores antes de tomar a decisão. Você se sente realmente pronto? Distâncias menores passaram a ser muito mais uma disputa por tempos melhores do que apenas o esforço e prazer de cumprir o percurso e chegar? Você treinou o suficiente para este novo desafio? “É preciso ter executado um bom trabalho de base, ter as distâncias menores bem consolidadas”, explica o treinador. “Prefiro só avançar para a distância seguinte depois que o corredor estiver muito fera, batendo recordes pessoais na distância atual, correndo rápido, estando forte e leve”, aconselha Lobo. Caso você tenha respondido “não” a algumas das perguntas do início deste parágrafo, melhor escolher os 5 ou 10 km, também disponíveis no Circuito do Sol. Sempre haverá uma próxima prova esperando por corredores devidamente preparados. É só o começo da temporada.

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Corre

Planilha de Treinamento | Circuito do Sol 15 km SEGUNDA

1ª semana

1x

5km LE

SEGUNDA

2ª semana

2km LE

1x

3km PR 1km LE SEGUNDA

3ª semana

1x

6km LE

SEGUNDA

4ª semana

1x

7km LE

SEGUNDA

5ª semana 6ª

3x

2km PR

1x

8km LE

1x

1km MO 3km LE

TERÇA

QUARTA

1x DAY OFF

6x 1x

TERÇA

200m LE

1x

2km MO 2km LE

TERÇA

QUARTA

1km LE

DAY OFF

1x

4km MO 1km LE

TERÇA

DAY OFF

QUARTA

6x 1x

QUINTA

DAY OFF

6x 1x

QUINTA

4x 1x

QUINTA

DAY OFF

1x

8km LE ↑

10x 1x

QUINTA

DAY OFF

TERÇA

QUARTA

DAY OFF

1x

TERÇA

1x

8km LE

DAY OFF

3x

TERÇA

3x

DAY OFF

8x 1x

1km LE

QUINTA

2’ CA

DAY OFF

6km LE 200m MO 300m LE 1km LE

1x

SÁBADO

2km PR 1km PR 1’ CA 2km LE

1x

9km LE

(percurso com 1 subida leve longa)

SÁBADO

2km LE 100m FO 100m TR 2km LE

1x

11km LE

(percurso com 2 subidas longas e intensas)

SÁBADO

DOMINGO

DAY OFF

DOMINGO

DAY OFF

DOMINGO

DAY OFF

DOMINGO

DAY OFF

DOMINGO

1km LE 1km MO

1x

12km LE (no plano)

1km LE

DAY OFF

1km LE SÁBADO

1x 6km LE

(1 subida longa e intensa no final do treino)

1x 6km LE

SEXTA

DOMINGO

1km LE 10km TR

SÁBADO

2km LE QUINTA

10km LE

(percurso misto com subidas leves e curtas)

SEXTA

1x

MO

SÁBADO

SEXTA

1x

9km LE a (no plano)

SEXTA

QUINTA

DAY OFF

300m LE

1km LE 2km PR-TR

QUARTA

1x 6km LE

a MO

QUARTA

1x

1x

7km LE

1x

SEXTA

1x DAY OFF

200m MO

SEXTA

1x DAY OFF

SÁBADO

1km LE

SEXTA

1x

1km LE

2km LE

DAY OFF

SEXTA

1x

1km LE 300m MO

QUARTA

1x

SEGUNDA

8ª semana

3km LE

DAY OFF

QUINTA

1x

SEGUNDA

7ª semana

QUARTA

1x

SEGUNDA

semana

TERÇA

12km LE

(com 2 subidas leves e curtas + 1 subida longa)

DAY OFF

DOMINGO

DAY OFF

SÁBADO

DOMINGO

DAY OFF

BOA PROVA!!

2km LE 200m MO 200m LE

DAY OFF

1x

5km LE

2km LE

Tabela de Frequência Cardíaca CA

Caminhada | 55% a 65% da FCM

MO

Corrida Moderada | 75% a 85% da FCM

TR

Tempo Run | Corrida no ritmo da prova

LE

Corrida Leve | 65% a 75% da FCM

FO

Corrida Forte | 85% a 90% da FCM

PR

Progressivo de LE a MO

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COBERTURA PASSADAS DE CORREDOR

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EMOÇÃO 42 KM DE

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EM NY

GUILHERME ACCURSIO ESTREOU EM GRANDE ESTILO NA MARATONA: A BIG APPLE NÃO É PARA QUALQUER UM... FOTOS FERNANDA PARADIZO

“Você quer correr a Maratona de Nova York?”. Essa frase ecoou pela minha cabeça durante três meses. Do dia em que o convite foi feito até o fatídico e inesquecível 3 de novembro. A minha resposta (que todos já sabem e que me trouxe até aqui para dividir essa experiência com vocês na O2), em vários momentos também me provocou, como uma voz maliciosa e irônica: “Olha no que eu te meti!” Mal sabia eu que estaria me preparando para viver um dos dias mais incríveis da minha vida. Eu não posso me dizer um corredor experiente. Minha estreia em meias-maratonas foi na Meia de Sampa 2018 (e essa distância havia sido o máximo que correra). E a verdade é que nem tinha a pretensão de ser. Até lá, correr para mim tinha limite: 10 km, e olhe lá! Mas vocês sabem como a corrida é. Ela vai aos pouquinhos nos encantando, enamorando, e quando nos damos conta, já nos dominou por completo. E foi assim que aceitei o desafio de representar a O2 em Nova York, a convite da New Balance e da United Airlines, patrocinadoras oficiais da prova. Não seria fácil (nunca é, né?). Não só pelos 42,195 km que me es-

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peravam em solo americano, até porque, como todos dizem, a parte “mais fácil” é correr a prova; difícil mesmo é fazer toda a jornada, como manda o figurino. No meu caso, tinha agravantes: apenas três meses de preparação; nunca havia corrido uma maratona na vida; e ainda, por fim, a minha estreia seria em Nova York, uma prova cheia de armadilhas no percurso que, como aprendi durante os meus treinos, necessita de estratégia e programação de prova um pouco mais atenta e detalhada.

PROVA: MARATONA DE NOVA YORK DATA: 3 de novembro Nº DE CORREDORES: 53.000 CIDADE: Nova York PAÍS: EUA CLIMA: 9 o C

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COBERTURA PASSADAS DE CORREDOR

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Mas lá fui eu! A New Balance comprou a ideia e proporcionou toda a estrutura de produto, além de me colocar para treinar com o Zeca (treinador da Z Track Assessoria Esportiva), com mais de 40 maratonas no currículo. Não poderia ser melhor. Pude perceber ali, de fato, que correr é treino. É dedicação. E sentia, a cada segunda, quarta e sábado, a minha evolução. A antes inimaginável maratona começava a se tornar mais factível. Zeca, muito obrigado! Foram ao todo 40 treinos e sete provas de preparação, todos devidamente registrados no meu Strava e como eram demandados pelo Zeca. Uma semana antes pude conhecer os outros ‘malucos’ que iam encarar essa viagem comigo: Tio Mayco, do Canal de Corredores, Marcel Aguirre, do Mania de Corrida, Iris Guia e Gisela Saback. Foi

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muito bom! E aqui vai uma dica: não encare a maratona sozinho. Cerque-se de pessoas que das mais variadas formas vão gerar impacto positivo em você (e lembre-se de que tudo é uma via de duas mãos). Mal sabem eles como cada um foi fundamental nos dias pré-maratona. Embarcamos para Nova York no voo da United direto para Newark. Chegamos na manhã de quinta-feira e aí a ficha começou a cair. Dava para ver pelo rosto, animação (e óbvio, pelos tênis) dos viajantes quais deles estavam também desembarcando ali para viver aquele sonho. Começamos nossa jornada pela Expo. Número de peito e camiseta da prova na mão, e lá vamos nós gastar alguns dólares. A New Balance caprichou e havia todos os tipos de produtos oficiais da maratona, um mais bonito e desejado que o outro. Infelizmen-

te, não dá para levar tudo, mas saímos de lá devidamente uniformizados. Aqui vai mais um conselho: reserve pelo menos três ou quatro horas para visitar a Expo (ela é bem grande) e parte do seu orçamento de viagem, pois tem muita coisa legal e exclusiva. Os dias seguintes foram monotemáticos. Por mais que tentássemos aproveitar a parte turística de NY, só falávamos de maratona. Ainda tivemos a oportunidade de encontrar com atletas olímpicas do atletismo americano — Emma Coburn e Jenny Simpson — em uma ação descontraída da marca em que corredores podiam trocar quilômetros corridos por fatias de pizza! Foi ótimo para colocar o tênis para rodar, sentir o frio da manhã nova-iorquina e despejar um pouquinho de endorfina no sangue. E em um piscar de olhos, o grande dia

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FOTO Lucas Pinhel

GUILHERME

chegou! Acordamos cedo, muito cedo. A largada seria apenas às 9h40 (a primeira onda, quando largaríamos), mas às 5h já estávamos embarcando em um dos ônibus que levam os corredores de Manhattan a Staten Island, local de largada e o primeiro dos cinco ‘boroughs’ por onde passa a prova. O sol demorou a nascer — apenas por volta das 6h30, quando já estávamos em Staten Island. Lá, milhares de corredores tentavam se proteger do frio espalhados pelo gramado, das mais variadas formas: pijamas de bichos, roupas com papel laminado, luvas, gorros etc., que eram descartados para doação minutos antes de adentrar o funil de largada e até durante o percurso. Tudo

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E ALI, NAQUELE TURBILHÃO DE EMOÇÕES QUE VIVIA, PUDE PERCEBER QUE, REALMENTE, ESSA TAL DE MARATONA É MUITO MAIS DO QUE A DISTÂNCIA QUE SEPARA A LARGADA E A LINHA DE CHEGADA muito cheio, mas muito bem organizado. Tivemos um tratamento diferente que ajudou muito: uma infraestrutura exclusiva da New Balance, em que pudemos reforçar o café da manhã, utilizar o banheiro e aguardar em tenda climatizada nossa hora de correr. A excitação era incontrolável, mas tinha que tentar. Começar forte poderia

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significar quebrar lá na frente. Procurei ao máximo seguir meu plano de prova; marinheiro de primeira viagem, busquei a blueline e encontrei o meu ritmo até entrar no Brooklyn para de fato entender por que esta prova é a maior maratona do mundo: centenas e centenas de pessoas, de ambos os lados da avenida, gritavam e incentivavam todos os corredores que por ali passavam. Uma energia e uma ‘doação’ do público que nunca podia imaginar. Ouvi muitos comentários de outros corredores sobre essa torcida, mas, sinceramente, o que a população da cidade faz ao longo de rigorosamente cada metro do percurso é algo de valor inestimável. Brooklyn, Queens, Bronx e Manhattan (os outros quatro ‘boroughs’ que compõem a prova), infestados de espectadores com chocolates, frutas, água, cartazes e gritos divertidos, e tudo o mais que pudesse ajudar todos a continuar. A adrenalina do começo foi baixando e aí foi só curtir a prova, conhecer Nova York inteira passada atrás de passada. Já no Central Park, após 39 km percorridos e cinco pontes, o medo de não conseguir desapareceu. As incertezas ao longo de todo esse processo se transformaram em boas recordações de superação. Ao cruzar aquele bendito pórtico com as palavras mais bonitas que li naquele dia — FINISH LINE — foi impossível não extravasar e gritar, chorar, abraçar e comemorar. Foram 4h15min de emoção! E ali, naquele turbilhão de emoções que vivia, pude perceber que, realmente, essa tal de maratona é muito mais do que a distância que separa a largada e a linha de chegada. É sobre disciplina, dedicação, sacrifícios e o amor que você descobre e desenvolve por simplesmente correr. É sobre se conectar com seus pensamentos e levar no coração as pessoas que você ama, que te apoiam. E acreditem: é possível sentir toda a energia enviada, todo pensamento positivo. Não sei explicar como (sempre fui meio cético em relação a isso), mas você sente. E isso não te deixa parar! Guilherme Accursio, gerente de marketing e conteúdo da O2 e Norte MKT, viajou e participou da New York City Marathon a convite da New Balance e da United Airlines.

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circuito banco do brasil, brasília maratona pão de açúcar de revezamento, rio de janeiro

sephora beauty run, são paulo

foto Pedro Macedo

disney magic run, são paulo

night run pop, são paulo

foto Adam Tavares

m5k, são paulo

foto Adam Tavares

foto Adam Tavares

foto Adam Tavares

night run pop, são paulo

foto Alex Alves

foto Adam Tavares

disney magic run, são paulo

foto Adam Tavares

cobertura em movimento

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foto Adam Tavares

night run pop, são paulo

eM MoViMeNto pa kids, rio de janeiro

foto Adam Tavares

foto Adam Tavares

foto Bruno Oliveira

m5k, são paulo

sephora beauty run, são paulo


coluna contracorrrida

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E OS TÊNIS COM

PLACAS DE CARBONO? Surge mais uma polêmica sobre os 42 km sub-2 horas de Kipchoge

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mente usado apenas por um atleta (Kipchoge). Outro ponto essencial para se analisar neste debate é a questão do não dar “qualquer assistência injusta ou vantagem”. Ao menos quatro estudos bem controlados concluíram que o tênis da Nike oferece ganho na “economia de corrida”. O ganho varia entre 2,6% e 4%, algo com que podemos fazer um paralelo como sendo o equivalente a Kipchoge correndo com um tênis de 100 g enquanto todos os demais competidores correriam com um tijolo de meio quilo nos pés, ferindo a questão da não vantagem. “Ah, você é contra a tecnologia”... Jamais! A Fórmula 1, que em sua essência tem o embate tecnológico, ainda em 1993 percebeu que isso estava matando seu esporte e proibiu vários recursos tecnológicos. A natação é o caso mais famoso, ao proibir os supertrajes anos atrás. A canoagem (caiaque), o remo e a patinação no gelo também fizeram mudanças em suas regras, coibindo o uso de tecnologia em equipamentos. Até mesmo o atletismo, em 1968, proibiu uma sapatilha da Puma que conferia certa vantagem. A tecnologia é muito bem-vinda! Mas o esporte deve vir em primeiro lugar. E hoje esses calçados ferem ao menos dois pontos da regra e mudam a cara do esporte. Algo precisa ser feito. Rápido! Danilo Balu www.blogrecorrido.com corre há 30 anos, é formado em esporte pela USP (onde também cursou nutrição), treinador de corrida e escritor de livros sobre treinamento e nutrição.

foto Shutterstock

A quebra da barreira das 2 horas no evento Ineos por Eliud Kipchoge (de certa forma, ajudado por outros corredores), em Viena, e também a quebra do recorde mundial feminino na Maratona de Chicago pela queniana Brigid Kosgei acaloraram o debate sobre o uso da tecnologia nos novos tênis com placas de carbono em sua entressola. O mais famoso deles é da série Vaporfly Next, da Nike, que está no centro do debate. Para falar do tema é essencial passar pela regra do atletismo que trata sobre um item quase essencial à corrida, os tênis. A regra 143.2 diz que: “[...] sapatos, no entanto, não devem ser construídos de modo a dar aos atletas qualquer assistência injusta ou vantagem. Qualquer tipo de sapato usado deve ser razoavelmente disponível para todos no espírito da universalidade do atletismo”. A marca quebrada em Chicago era considerada "inquebrável". Kipchoge, por mais excepcional que seja, antes de ter um modelo customizado com placas, fazia os 42 km em 2h03min. Com eles, correu em 2h01min. Kenenisa Bekele fazia em 2h03min. Com eles, 2h01min. As melhores marcas da história têm todas menos de 18 meses. Há um padrão aí. Todas foram com o mesmo modelo. A regra citada fala em “universalidade”, algo que não aconteceu em várias provas e competições. Seja na Maratona de Berlim, na seletiva olímpica americana, nos Jogos Olímpicos do Rio e semanas atrás, no Mundial de Atletismo em Doha. O próximo modelo, que promete ser superior, será provavel-

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