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O Frio Que Nos Une
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O Frio Que Nos Une
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O frio adormece-me as pontas dos dedos que costumavam percorrer os fios do teu cabelo suave.
Mas sei que os teus também adormecem e sentem a saudade de percorrer as linhas incertas que dizem ditar o meu futuro.
E isso aquece-me o suficiente para suportar mais um inóspito dia (sem ti).
Olho para as árvores desnudas que há muito disseram adeus às suas folhas e sinto o aperto das memórias da despedida.
Por momentos, a minha alma foi à procura da tua, mas perdeu-se na tela branca montanhosa que nos engole sem piedade.
O meu pescoço sente a falta do teu cachecol e digo-lhe para que não chore, mas não me faz caso, cantando o fado da saudade que se mistura com os assobios do vento gélido que me desperta deste devaneio, obrigando-me a andar sem destino.
Minto. Eu sei qual é o destino da minha caminhada e penso que tu também. Mas mesmo se não o souberes, não faz mal. Eu sei pelos dois.
Rita Claro