3 minute read
sObre MOrar. arquitetos-doceiros e suas obras cheias de sabor
from Revista Habitat 5
Uma casa de campo modernista
Dona De uma volumetria simples e acabamentos sofisticaDos, a casa projetaDa por maurício melara guarDa o tempo, a vista e os bons momentos
Advertisement
No meio do campo, uma casa. Que nada se parece com as outras. A Casa VR, assinada pelo arquiteto Maurício Melara, tem corpo modernista, para viver perto da natureza com os pés no chão, e alma livre, para respirar ar puro e ultrapassar os limites do céu, que serve de moldura.
A casa da fazenda, no Norte Pioneiro, fica em terreno amplo, que trouxe diversas oportunidades de implementação, algumas com vista privilegiada, outras com mais privacidade ou insolação. Contemplou-se de tudo e a casa de volumetria simples e arrojada, ao mesmo tempo, conta com dois blocos bem definidos - um com a parte social, gourmet, estar, jantar e churrasqueira, e outra com a área íntima -, marcados por revestimentos diferentes (um em brises de madeira e outro feito de concreto) e ligados por um vértice. Nele, um pátio, que está sendo preparado para ganhar uma piscina, e está ocupado por paisagismo acolhedor e trabalhado de forma a deixar a vista livre.
“A casa foi pensada para ser construída com mão de obra local e teve o envolvimento do proprietário. Ela conta com fundação e recursos simples”, comenta o arquiteto.
Por dentro, a casa de campo se rende à madeira nos revestimentos internos, como é o caso das paredes cobertas de madeira de demolição, que passa por um processo de queima, e dos móveis, de linhas simples e sofisticadas.
Com volumetria arrojada, a casa tem dois blocos bem definidos marcados por revestimentos diferentes (um em brises de madeira e outro feito de concreto)
A madeira domina os revestimentos internos, como é o caso das paredes que recém o material transformado por um processo de queima, e dos móveis, de linhas simples e sofisticadas
Geometrias urbanas
RecoRtes e olhaRes do fotógRafo WagneR Melo desvendaM textuRas e detalhes sofisticados da aRquitetuRa ModeRna cuRitibana
Impactado pela Revolução Industrial, que mudou a forma de produzir e revelou novos materiais, o mundo se rendeu ao Modernismo. Uma escola pragmática, social, em que o espaço comum é mais importante que o privado e a forma segue a função. Foram-se os excessos e ficaram os ideais. A nova ordem, como teria dito o arquiteto alemão Mies van der Rohe (1886 – 1969), determinava que “menos é mais”.
Um menos com bossa, diga-se de passagem, marcado pelos volumes perenes em concreto aparente, grandes panos de vidro, e vãos vazios, a serem ocupados pelas pessoas. Janelas em fita, pilotis, brises, terraços e fachadas livres completam a tônica moderna e revelam
O “menos é mais”é a nova ordem sugerida pelo movimento
Janelas em fita, pilotis, brises, terraços e fachadas livres completam a tônica moderna e revelam texturas urbanas, geometrias, jogos de luz e sombras
texturas urbanas, geometrias, jogos de luz e sombra revelados pelo ensaio do fotógrafo curitibano Wagner Melo.
Especializado em fotografia de arquitetura e paisagem urbana, ele explora as ruas e os edifícios revelando suas sutilezas. Em andanças pelo Alto da XV, pelo Ahú e no Centro da cidade, verdadeiras obras de arte vão se revelando, assim como a forma que a cidade foi e ainda é pensada.