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inspiração c r i at i v i d a d e solução JUN
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Tendências de consumo 2017 o mundo de Jorge Bischoff Exportar ou Internacionalizar? english content
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por ana KLEIN
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editorial
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JOYCE AMARAL
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Breno Mayer
Breno Mayer
ISIS CRUZ OPERAções
Kayta Alves
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hellen viegas diretora Kayta Alves
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rogelma alves comercial
Diretora Director Hellen Viegas Editora de Jornalismo Jornalism Editor Lenora Rohlfs Jornalismo Jornalism Juliana Lorenzato, Luísa Reiff Colaboradores Collaborators Bruna Miranda, Jotta Sybbalena, Joyce Amaral, Renata Vilela, Mariana Cezário, Davi Leite, Gustavo Marx, Rafael Borges, Luiza Ananias Projeto Gráfico e Diagramação Graphic Design And Layout Rafael Maia Comercial Commercial Rogelma Alves Revisão Proofreading Nayara Garófalo Tradução Translator Zach Grundy Tratamento de Imagem Image Treatment Marcio Martins Fotógrafos Photographers André Azevedo, Bárbara Dutra, Breno da Matta, Breno Mayer, Fernanda Nickel, Leandro Ribeiro, Luiza Ananias, Gustavo Marx, Márcio Rodrigues, Rafael Borges, Zé Roberto Muniz, Zé Takahashi Gráfica Print Shop Del Rey Distribuição Gratuita Free Distribution Circulação Nacional Nacional Circulation
SALT COMUNICAÇÃO E EDITORA LTDA Avenida José João Rodrigues, 1135, Fausto Pinto da Fonseca / CEP 35519-000 / Nova Serrana / MG salt@revistasalt.com.br / Telefone 37 3226 40 68
PARA ANUNCIAR For Advertising comercial@revistasalt.com.br A revista Salt é uma publicação trimestral da Salt Comunicação e Editora Ltda.
Breno da Matta
Gustavo Marx Márcio Rodrigues
Leandro Ribeiro
LUIZA ANANIAS FOTÓGRAFA
GUSTAVO MARX FOTÓGRAFO
RENATA VILELA BEAUTY ARTIST
DAVI LEITE STYLIST
RAFAEL MAIA DESIGNER
Bárbara Dutra
Gustavo Marx
s a l t C O LA B O R A D O R E S
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LENORA ROHLFS EDITORA
MEU ISSO MEU A QUILO DESDE A CAB EÇA AO B ICO DOS SAPATOS*
*Carlos Drummond de Andrade
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Sob diversos aspectos, em diversas áreas, mudanças fundamentais estão ocorrendo agora, neste momento, em todo o mundo. Com velocidade e impactos nunca antes pensados, a informação, hoje, está na palma da mão. A necessidade quase histérica do novo é uma realidade e, na moda, não é diferente. Acontece que o mercado é diverso e os perfis de consumo também. O que é bom permanece, ainda que se transforme. É esse conceito que norteia o trabalho da Salt. A partir desta edição, ela está de cara nova, tanto no layout, como na proposta editorial, ainda mais consistente. Buscamos uma linguagem visual e escrita conectada com o tempo de agora e, ao mesmo tempo, com o pé no futuro. E porque respeitamos a diversidade, sabemos que, se há um mundo que pede pressa, há outro que aponta que está na hora de desacelerar e pensar quais são os valores que realmente interessam. No meio disso tudo, a Salt se firma como uma publicação de inspiração, criatividade e soluções, voltada para o mercado calçadista. O que nos guia é a paixão pelo que fazemos.
Quando a Hellen me convidou para ser novamente a editora da Salt, senti uma felicidade sem tamanho. Sempre tive um carinho enorme por esse projeto que une, em um mesmo produto, duas grandes paixões: fazer revista e o setor calçadista, com o qual convivi muito de perto em diversas ocasiões. E como não só eu, mas todo mundo aqui tem um amor enorme pelo que faz, chegamos a esta nova fase da Salt, muito contentes com o resultado. Quem assina a marca e o projeto gráfico, que dá à revista uma pegada contemporânea e antenada, é o designer Rafael Maia. O Rafa conseguiu captar a ideia, pensar lá na frente e apresentar um trabalho consistente, estudado e, claro, lindo de viver. Aliás, é isso que a gente quer: vida longa para a Salt. Reunimos uma equipe de primeira, que você vai conhecer aos poucos, da primeira à última página. Fica aqui o desejo de que os sonhos, inspirações, boas ideias e bons projetos também sejam sempre nossos parceiros. O que queremos é isso: seguir em frente, de mãos dadas com você!
Hellen Viegas
Lenora Rohlfs
Diretora
Editora-chefe
s a l t n a rede
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APP SALT
É muito fácil ter a SALT sempre com você. É só baixar a revista no tablet ou smartphone. Acesse MAGTAB.COM/REVISTA-SALT
dança COMigo
DO IT YOURSELF Peça única. Gucci convida suas clientes a customizar as bolsas Dionysus. + BIT.LY/TACONES
Blanca Li é estrela e diretora do filme da campanha inverno 2017 da Louboutin. Vem ver! + BIT.LY/TACONES
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FOTO GUSTAVO MARX
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SAPATO LUMA LUZ
BRINCO CARLOS PENNA
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ENERGIA SOLAR Apostas infalíve is para acertar na esta ção que é a nossa cara POR Luísa Reiff FOTOS DIVULGAÇÃO
“As tendências summer/spring são as que vão povoar por mais tempo os closets da brasileira. ”
No Brasil, vivemos como se estivéssemos sempre esperando o frio chegar, não é? Em um país com dimensões continentais, aquele frio que entendemos como um inverno de verdade não faz parte do nosso cotidiano, exceto em regiões pontuais. O Brasil é um país ensolarado e bonito por natureza. Aqui, é verão o ano inteiro... ainda bem! E, como somos tão tropicais, essa é a estação que mais nos interessa quando desfilada nas passarelas, seja aqui ou lá fora. As tendências summer/spring são as que vão povoar por mais tempo os closets da brasileira e do brasileiro também. E isso vale dos pés à cabeça. Sapatos leves e fresquinhos devem acompanhar a rotina de quem se abastece da luz do verão nas ruas, no trabalho, na praia, na pool party, no jantar ou na balada.
maciez
O couro maleável e o tecido substituem as fitas de cetim que faziam referência às sapatilhas de balé quando o assunto era o trançado das sandálias. Não que as bailarinas tenham saído dos radares de tendência. As sapatilhas inspired continuam fortes, em marcas como Miu Miu, Prada e o streetstyle da NYFW, por exemplo. Agora, elas dividem espaço com uma nova vertente. Detalhes em ilhós e fivelas metalizadas dão uma perspectiva mais elaborada aos modelos, que aparecem com e sem salto. Miu Miu
Thigh High
As amarrações estão em voga já há algum tempo e a tendência vem crescendo a cada estação. Digamos “crescendo” literalmente, já que os cadarços, que antes escalavam apenas tornozelos, agora sobem até acima dos joelhos. Kendall Jenner e Rihanna, ícones da moda, fazem bastante uso desses modelos, que devem ser escolhidos com atenção redobrada para não infringir os limites do bom gosto.
Gucci
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O sapato sem salto continua a ser uma grande exigência do público feminino, que não quer ficar refém de qualquer desconforto na correria do dia a dia. Mas, nem por isso as sapatilhas estão condenadas à mesmice. No próximo verão, o bico fino comanda. E, para completar o combo, aberturas na laterais e as já citadas amarrações no tornozelo. Tons nude, que combinam com a cor da pele, alongam a silhueta e estão em alta, seguindo o lançamento recente da Louboutin. Por falar em grandes marcas, as fivelas de tamanho grande, exagerado, estiveram presentes no último desfile da Dior de primavera/verão. Dior
Material da vez: plástico. Tem gente que pode torcer o nariz, mas é bom se preparar: sim, ele está de volta. Aliado ao scarpin, é mais uma proposta para fortalecer a onda dos anos 1980 que invade as passarelas. Para não perder o apelo comercial, a transparência virá nos detalhes. Entre blocos de cores, que tornam o sapato mais elegante, detalhes em PVC transparente deixam os pés à mostra. Recortes triangulares também são utilizados em uma versão ainda mais chique, via de regra, escondendo o calcanhar e a ponta dos dedos. Salvatore Ferragamo, Sophia Webster e Stephanie Pistel já lançaram seus modelos. Então, pode apostar!
80’s
Dolce & Gabbana
up!
A plataforma reta em madeira é um elemento forte e faz parte da herança da tendência oriental, presente em coleções e editoriais inspirados no japonismo, em especial dos anos 1980.
Urban Outfitters
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De p ois da s Se is Para nosso Inverno nada rigoroso, o clima da temporada 2017 tem inspiração no charme pós-crepúsculo. POR Luísa Reiff FOTOS DIVULGAÇÃO
fo f u ra Sob o comando de Karl Lagerfeld, em uma onda bem geek chic, o prefall 2016 da Fendi destacou as peles em casacos oversized e nos sapatos agigantados, que deixam o look em clima de cartoon.
O Inverno 2017 será noturno. Essa é a palavra para guiar o mood da estação do friozinho no ano que vem. “Friozinho”, porque bem sabemos que o inverno por aqui não costuma ser caprichado. Tendências internacionais devem, sim, se adaptar ao nosso inverno tropical. Pode não ter muito frio, mas com certeza tem muita noite, festas, jantares, reuniões, passeios. Acorde, boemia, a hora é sua!
dua lida de Urbano e rural, duas realidades que se complementam para o próximo inverno. Materiais “selvagens” são desconstruídos e reconstruídos para uma rotina mais urbana e cosmopolita. Mesmo que o inverno brasileiro não permita grandes ousadias, as peles sintéticas e tecidos mais quentes não ficam apenas nas botas e nos tênis. Aplicadas em sandálias com detalhes abertos, ficam mais praticáveis no nosso dia a dia.
Cloe
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Não é sempre que a gente pode apontar uma tendência de sapatos válida tanto para a moda masculina quanto para a feminina. Seguindo o genderless, que vem se infiltrando com força cada vez maior nas coleções de roupas, os sapatos também entraram nessa onda. A bola da vez são os tênis com meias embutidas. Os cabedais ganham atenção redobrada das marcas antenadas. A Nike sai na frente, com o modelo Flyknit, e a Adidas, com o lançamento do CitySock. Para a moda, tons neutros que namoram o cinza. E, especialmente para o uso fitness, cabe toda a paleta pastel. Nike
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fit ness Não é de hoje que o lifestyle fitness está presente na moda, na publicidade, na internet e na vida das pessoas de um modo geral. Quem ganha espaço na agenda agora é o esporte noturno. As inspirações de ginástica não ficam apenas nas roupas, e os sapatos também vivem um mood mais ativo. Confortáveis, eles migram do dia para a noite e também para as mais diferentes ocasiões. Combine seu tênis com vestidos, saias e roupas sociais.
ve lu do Adidas
O veludo voltou. Haider Ackermann foi um dos que fez bom uso do luxuoso tecido, nos sapatos que complementaram as peças desfiladas em sua coleção na última Paris Fashion Week. A textura também está presente em bolsas e cintos. Ideal para deixar os pés quentinhos, traz uma sofisticação vintage ao calçado. Quando o assunto for tendência e elegância no Inverno 2017, a ordem é aveludar-se.
Haider Ackermann
Do je it o qu e v oc ê im ag inou
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C riar sapatos pela internet é a nova tend ência de mercado. Vanguarda , tecnologia e moda nunca estiveram tão unidas para atender aos desejos das amantes de calçados. POR Juliana Lorenzato FOTOS Divulgação
Tão logo o cliente finalize sua “criação” digital, é a vez dos técnicos da empresa colocarem a mão na massa e produzirem o sonhado sapato.
As shoes lovers nunca estiveram tão contentes. A moda agora é criar sapatos bacanérrimos pela internet. De qualquer lugar do mundo, seguindo um passo a passo simples, com a ajuda de um programa 3D, é possível escolher tamanho do salto, formato, cores e matéria-prima. Um ótimo exemplo é o sucesso alcançado pela Shoes of Prey, fundada em 2009, em Sidney, pelos empreendedores Jodie Fox, diretora de moda, Michael Fox, diretor de operações e Mike Knapp, diretor de tecnologia. Desde que puseram o site no ar, a empresa já vendeu um número de calçados customizados que chega à casa do milhão para mulheres de diversas partes do mundo. A ideia rendeu aos sócios um faturamento de vários milhões de dólares em menos de dois anos e transformou a Shoes of Prey em uma cobiçada empresa global, com quatro escritórios e quase 50 empregados. O conceito é pra lá de atual, fácil e divertido. Basta fazer alguns cliques para desenhar o modelo dos sonhos. Na página da Shoes of Prey, estão disponíveis cerca de 12 formas diferentes – com opções de saltos altíssimos ou médios, plataformas, bailarinas, entre outros – e mais de
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170 materiais, cores diversas e texturas exclusivas, como pele de cobra, couros suaves, pele de peixe, seda italiana, entre outros. Ao todo, são mais de quatro bilhões de combinações, atualizadas constantemente.
Versão brasileira
Tão logo o cliente finalize sua “criação” digital, é a vez dos técnicos da empresa colocarem a mão na massa e produzirem o sonhado sapato. O prazo de entrega é de até um mês para qualquer país do mundo. A exclusividade tem seu preço: criar seus sapatos na Shoes of Prey pode custar entre 129 a 199 euros.
A ideia já desembarcou por aqui e quem quiser desenhar e customizar seus calçados pode entrar no site da Meu Salto. O processo de criação é o mesmo e as opções também são supervariadas. Uma das principais diferenças dos produtos que são oferecidos nas lojas tradicionais é que o sapato encomendado por esses sites tem garantia de um ano.
De acordo com os proprietários, só nos primeiros dois anos do site, foram dezenas de milhões de calçados desenhados. Para a advogada e fundadora, Jodie Fox, a proposta é aliar moda e exclusividade, já que podem ser criados sapatos de tamanhos variados, muitas vezes não encontrados nas lojas tradicionais. Fazer um calçado maior ou mais largo que o outro também é possível e, para isso, basta escolher entre as diversas opções. “É a oportunidade de ter os sapatos que você sempre sonhou, com apenas alguns cliques”, diz a empreendedora.
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S u av e Há várias propostas de sandálias para o verão. O que essas aqui têm em comum é o conforto, exigência cada vez maior entre as consumidoras, que querem distância de qualquer incômodo. O modelo de tirinhas coloridas, no estilo da Chloé, é forte candidato a calçado favorito da estação.
Stuart Weitzman
Manolo Blahnik
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Olh a e l a aí
Tory Burch
Sucesso nos verões passados, hit nos balneários europeus neste ano, a espadrile VAI continuaR em alta nas coleções 2017. E ganha novos recortes, texturas e cores que repaginam o eterno charme deste histórico calçado, apresentado ao mundo da moda na década de 1950 por Yves Saint Laurent.
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Anzetutto
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F i n a , e l e ga nt e e sincera as sapatilhas fazem a linha “elegância sem esforço”. Elas estão ainda mais chiques do que em outras temporadas, com amarração no tornozelo e bico mais fino, como a que foi apresentada no desfile da Kate Spade, no último NYFW.
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O boom do desemprego tem levado ao mercado muita gente qualificada, com capital para i nvestir e informação sobre novos modelos de negócios. POR Juliana Lorenzato FOTOS Divulgação
“O novo empreendedor do mercado calçadista realiza estudos sobre matérias-primas, comportamento do consumidor e formas de diferenciar-se do mercado tradicional com o maior pacote de inovações possível. ”
Aumento da concorrência, gestores cada vez mais qualificados e planos de negócios assertivos têm marcado o mercado de varejo de calçados no Brasil. Grande parte desse cenário, segundo especialistas, se deve ao aumento do empreendedorismo por necessidade como alternativa ao alto nível de desemprego no país. Para se ter uma ideia, em janeiro de 2016, 18 dos 27 estados brasileiros (66,6%) superaram a média de criação de novas empresas em relação a janeiro de 2015, segundo levantamento regional do Indicador Serasa Experian de Nascimentos de Empresas. A região Sudeste concentra os três estados com os números mais elevados de novos empreendimentos (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). No total, foram 166.613 novos empreendimentos no país, 10,4% maior do que o mês correspondente de 2015, quando 150.958 empresas foram abertas. São Paulo figura no topo do ranking, com 45.550 aberturas em janeiro de 2016, 15,5% a mais que em janeiro de 2015 (39.449). Minas Gerais está em segundo lugar, com 19.469 empresas abertas em janeiro/2016, 10,5% a mais que em janeiro/2015 (17.618). Na terceira posição, vem o Rio de Janeiro, com 19.044 companhias nascidas em janeiro/2016, 31,9% a mais do que em igual mês de 2015 (14.441). Para a Bicx, empresa de Consultoria Empresarial, o perfil dos novos empreendedores é de profissionais na faixa dos 40 anos, oriundos do mercado corporativo, boa formação, bagagem institucional e experiência que foram desligados de suas posições executivas nos últimos 24 meses. “Esses profissionais somam as principais iniciativas necessárias ao empreendedorismo: têm qualificação profissional, experiência em gestão de pessoas, capital de giro, maturidade e percepção do momento macroeconômico, propício para a busca de oportunidades (boas negociações junto a fornecedores e pontos comerciais). Geralmente trabalham de forma muito sistemática, organizada e planejada, espelhando modelos de planejamento do mundo corporativo no qual foram criados”, comenta o economista Maurício Bicudo, diretor da Bicx.
foco no mercado calçadista Para o economista, o novo empreendedor do mercado calçadista realiza diversos e profundos estudos sobre matérias-primas, comportamento do consumidor e, sobretudo, formas de diferenciar-se do mercado tradicional com o maior pacote de inovações possível. Todo este conhecimento se dá por meio da troca de informações com equipes multidisciplinares, viagens internacionais, pesquisas de comportamento e consultorias especializadas no assunto. Outro ponto bastante relevante é a modernização do modelo comercial, a partir de canais de vendas mais agressivos em busca de novos públicos consumidores.
Seleção natural do varejo Essa concorrência de peso está, obrigatoriamente, balançando o varejo de calçados, pois além de toda a bagagem corporativa, são empreendedores que iniciaram seus negócios em tempos de crise, com planejamentos administrativos e estratégicos muito mais estruturados, e com grande capacidade de adaptação à volatilidade do público. “O novo empreendedor tende a entrar no mercado trazendo novidades já pré-determinadas por meses de pesquisas de comportamento e com profundo conhecimento do nicho de mercado que será trabalhado”, define Bicudo. É o caso, por exemplo, da Outer.Shoes, empresa carioca que, no ano passado, faturou R$ 25 milhões trabalhando com o público jovem, que valoriza produtos sustentáveis. Claro que não existe uma “receita de bolo” para o sucesso, mas algumas premissas são importantes. Apostar em novos fornecedores pode significar um risco, principalmente se não houver estrutura adequada de entrega. A ruptura da cadeia de fornecimento pode representar o fim de uma empresa. “O que recomendamos é trazer à mesa de negociação novos e antigos parceiros comerciais e entendê-los de forma completa, negociando preços, condições de pagamento e entrega”, alerta a economista Andrea Sano, sócia-diretora da Bicx. A equipe de vendas, na opinião da consultora, deve ser continuamente treinada, estimulada, cobrada e recompensada. Já o e-commerce deve ser visto como mais um vetor na matriz comercial, sendo trabalhado de forma integrada aos demais processos e nunca como solução dos problemas. “Recomendamos também grande atenção à diminuição dos estoques, operação que costuma aliviar o fluxo de caixa da empresa. Mas essa medida implica na necessidade de uma estrutura de processos e controles mais apurada, uma vez que a frequência das compras é aumentada. Quanto pode custar a criação desses processos de controle versus o benefício do alívio de caixa das compras mais pulverizadas? Não há uma regra, apenas muito planejamento”, pondera Sano. Diante de tantos desafios, alguns empresários ou administradores não conseguem definir prioridades, já que, muitas vezes, estão envolvidos com problemas cotidianos da loja ou preocupados em manter as contas longe do vermelho. A solução pode ser realizar parcerias capazes de oferecer diagnósticos precisos, com pacotes de ações pertinentes à realidade de cada negócio.
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CHANEL CRUISE COLLECTION 2017 HAVANA ¡ A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A Z Ú C A R ! POR jotta sybalenna FOTOS divulgação
Basta piscar os olhos e está todo mundo sabendo, todo mundo acompanhando, todo mundo compartilhando. A revolução digital e sua instantaneidade impacta diretamente a indústria da moda. A nova geração de consumidores nasceu e cresceu conectada às redes sociais. Desfiles de moda são acompanhados ao vivo por milhares de pessoas no mundo todo. Coleções de inverno são mostrados em pleno verão, coleções resort no inverno e por aí vai. Quem é de fora da indústria assiste a tudo isso pelas telas de um smartphone, acha tudo lindo, mas não entende nada. Entende menos ainda quando descobre que aquilo que está nas lojas é o que foi visto seis meses atrás. Sim, o mundo é instantâneo, pero no mucho . Para o público, esse gap entre os desfiles e as prateleiras parece fazer cada vez menos sentido. Há um intenso debate sobre o formato atual dos calendários de moda. Em poucas horas, da passarela ao backstage, tudo já foi postado pela marca, pelo estilista, pelas modelos, pelo público, pelas editoras. Todo o esforço em torno do desfile se perde e é difícil traduzi-lo em vendas e lucros. Os desfiles mostram uma roupa, seduzem a mídia especializada e também o consumidor, são destaques em revistas, sites, blogs e nos “igs” mais hypados, mas só chegam às lojas no outro semestre. Enquanto a semana de moda de Nova York avaliava se mudava o calendário, apresentando o verão no verão e o inverno no inverno, a Burberry, mais uma vez, saiu na frente e anunciou a grande mudança, alinhando o varejo ao desejo do consumidor. As roupas do desfile vão direto para as lojas da marca, logo após a apresentação. No aspecto criativo, ainda precisamos entender se uma coleção focada no varejo impactará a criação de forma negativa, podando ainda mais as ideias do estilista. Pelo que percebemos, pouco deve mudar nesse sentido. Grandes marcas como Burberry, Gucci e Chanel já usam seus desfiles também como ferramentas milionárias de marketing. Já as grifes menores e mais conceituais não podem se distanciar do que as tornou relevantes: a criação original. As mudanças no calendário passam a ocorrer a partir de setembro de 2016, começando por Nova York. Enquanto isso, o consumidor vai assistindo tudo pela tela de seu smartphone.
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HY PE GLOB AL Fundada em Atenas, Grécia, em 2006, pela designer Elina Linardaki, a marca homônima fabrica manualmente sapatos em couro, além de bolsas, joias e acessórios artesanais. As sandálias são personalizadas, em grande variedade de cores aplicadas em couro real de excelente qualidade. Com marketing pautado nos “produtos cuidadosamente feitos com amor”, elas ganham detalhes preciosos, mas não são industrialmente perfeitas, uma vez que o valor aqui é o de possuir uma sandália artesanal exclusiva. Elina ganhou o título de sandálias mais populares da temporada, bem como as mais chiques gladiadoras na altura do joelho. Aquazurra e Dolce & Gabbana entenderam o recado, seguiram o rastro de Elina e estão faturando alto com os famosos pompons e tassel! E, claro, no Brasil não poderia ser diferente: grandes marcas também já colocaram no mercado a famosa sandália do pompom!
IMAGEM DA MARCA Atualmente não existe mais espaço para a falta de cuidado com a imagem de sua marca. Ela deve ser cuidada com muito carinho e falar uma linguagem que estabeleça uma comunicação direta com seu público. Quando os consumidores olham revistas, anúncios e posts em redes sociais, eles querem ver o belo. Com uma imagem madura e planejamento, sua marca pode cair nas graças do público e o retorno financeiro é inevitável. Um dos responsáveis por traduzir conceito em beleza é o stylist. Ele entende a marca e transfere para o look a ser fotografado uma energia fresca e contemporânea ao transformar algo que poderia passar despercebido em ouro. Ótimos exemplos são as transformações da cantora Anitta (produzida por Carol Roquete) e da apresentadora Sabrina Satto (produzida por Yan Acciolly). Graças a seus stylists, essas celebridades passaram a transmitir uma imagem mais globalizada e sofisticada. Então, tenhamos mais cuidado com os anúncios a serem publicados nas páginas de revistas e posts em redes sociais! Pronto, falei!
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D e ve r de casa Ilse Bi ason , superi ntendente da Associ ação B rasi le i ra de E mpresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos Ass i ntecal , aponta qu e é preci so veloci dade para colocar em práti ca as iniciati vas para sai r da cr ise . POR juliana lorenzato FOTO Zé Roberto Muniz
Ilse Biason Guimarães é das poucas mulheres que fala com propriedade sobre o setor de componentes no Brasil. Graduada em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a dirigente também é engenheira de produção, o que lhe confere bagagem suficiente para conhecer o mercado. Nos últimos anos, Ilse focou seu interesse nas áreas de estratégia, informação, cadeia coureiro-calçadista, serviços e estratégias de serviços. Aqui, ela fala da necessidade das empresas de apresentarem respostas rápidas frente ao turbulento mercado econômico e acredita que muitos empresários já estão colocando isso em prática. Em relação específica à indústria calçadista, aponta que ela já saiu da zona de conforto para se adaptar não só às exigências do mercado interno, mas também do externo.
Atualmente, a moda tem voltado seus olhos para materiais reciclados ou sustentáveis. O Inspiramais tem algum projeto que busca unir o trabalho de artesãos à indústria? Responsabilidade social e consumo consciente estão na pauta do salão? Sim, temos projetos que exaltam exatamente o caráter de produção artesanal no país: Referências Brasileiras, Saberes Manuais, entre outros. Nossa variação entre o fast fashion e o slow fashion ganhou uma proporção enorme e temos observado a abertura de espaço para criações artesanais. Certamente, a responsabilidade social é uma das vertentes fortes, afinal, toda a cadeia produtiva deve ser beneficiada. Despertar o interesse pela criação, desenvolvimento e pesquisa é um dos pilares do Inspiramais. Como a indústria calçadista vem evoluindo nesse sentido? Podemos afirmar que já somos criadores de design? Nossa indústria calçadista saiu da zona de conforto e tem reagido às necessidades do mercado nacional e internacional. Isso significa buscar novas fontes de inspiração, matérias-primas e processos produtivos. Temos criações autorais com DNA nacional, e acredito que essa tendência será fortalecida nos próximos anos. Os calçados feitos no Brasil ocupam lugar de destaque nas prateleiras internacionais. Isso se dá graças ao binômio design e preço ou nossos produtos já começam a ser desejados por possuir identidade de marca? Nosso design, bem como fortes elementos da cultura brasileira que dão personalidade aos calçados nacionais são um diferencial no mercado externo. Há mercados que absorvem muito mais que outros, pois cada qual possui uma necessidade e característica, mas de maneira geral, o made in Brazil provoca desejo também por qualidade e inovação. O mercado calçadista -- tanto fabricantes quanto fornecedores de componentes e insumos -- está preparado para sair rapidamente da crise econômica? Qual é a expectativa para 2017? Temos que ser velozes em colocar em prática iniciativas para sair da crise e tenho observado alguns empresários se movimentando para isso, fazendo o dever de casa. Para que a reversão seja mais rápida e consistente, há uma dependência do cenário econômico e político proposto, mas as empresas devem estar preparadas para esse novo cenário.
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À medida que o evento Inspiramais, realizado pela ASSINTECAL, foi crescendo e se tornando agenda obrigatória para os industriais e designers calçadistas do Brasil, novos desafios foram surgindo. Como trabalhar anualmente para que o salão seja cada vez mais interessante? Estamos conectados às pesquisas mundiais sobre design, tecnologia e novos processos de desenvolvimento ligados à sustentabilidade e produção e essa é a fonte geradora de conteúdo para cada salão. Nossa busca por inovação é interminável e quem sai ganhando certamente é o expositor e visitante, que tem o Inspiramais como um dos únicos eventos do gênero no país.
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POR bruna miranda fotos divulgação
Simplicidade e cores para um “Faça Você Mesmo” O movimento “Makers” (algo como “Fazedores”) tem tido crescente envolvimento das pessoas, especialmente em uma geração mais criativa que coloca a mão na massa para produzir, por conta própria, itens que vão de roupas e objetos de decoração a produtos mais inovadores, como os produzidos com impressoras 3D. Essa participação do comprador no processo de montagem, associada a um modelo simples, foram os detalhes pensados pela designer Sara Gulyas, da Hungria, ao criar, em seu projeto de mestrado, os sapatos unissex Pikkpack. Eles usam o mínimo possível de material: têm como base uma peça única de couro, fina, que começa a ganhar forma com a aplicação de fitas coloridas de algodão, que fazem as vezes de cadarços e estruturam o calçado -- disponíveis também em um modelo reflexivo para os ciclistas urbanos. Seu projeto ganhou vida através da participação, com sucesso, no Kickstarter, campanha de financiamento coletivo.
Upcyling criativo A Young Folk é uma marca carioca de botas, com proposta jovem e produzidas artesanalmente com o método upcycling – reaproveitar e dar ainda mais valor ao que seria descartado. O cabedal dos calçados é feito com o tecido que sobra de estofarias, em diversas (e vibrantes) estampas. Além desse diferencial, são produzidas com a intenção de durar por muito tempo.
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Sapatos veganos Mais um exemplo da força que o conceito vegano vem ganhando na indústria da moda, incluindo, claro, a área calçadista. Foram destaque na 41ª edição da São Paulo Fashion Week - maior evento do gênero da América Latina - que aconteceu em abril de 2016, os scarpins da marca de Fábio Souza, “À La Garçonne”. De salto grosso, os sapatos em nobuck foram desenhados por Alexandre Herchcovitch em parceria com a Di Cristalli.
Couro biodegradável A busca por materiais mais sustentáveis para a fabricação de roupas e calçados continua, felizmente, evoluindo, e se fortalece também na área dos produtos veganos, livres de quaisquer componentes de origem animal. Um novo e curioso material chega para “imitar” o couro em sua estética e resistência: trata-se de um produto sintético produzido por meio da kombucha, um chá fermentado. Daí, em um processo que leva de três a quarto semanas em laboratório, fibras de celulose são fervidas e alimentadas com vinagre e açúcar para se transformarem no “couro vegetal” que é, ainda por cima, biodegradável. Todo o processo tem um impacto ambiental extremamente baixo, já que não são utilizadas substâncias químicas nocivas e os materiais são renováveis. Os pesquisadores que fizeram a descoberta são da Iowa State University, nos Estados Unidos, liderados pela professora Young-A Lee. Outro objetivo do projeto é amenizar a problemática da quantidade de lixo gerado pelo homem, como ela explica: “As empresas de moda produzem novos materiais a cada coleção, ano após ano, para corresponder às necessidades e desejos dos consumidores. Pense para onde esses artigos, eventualmente, irão. Eles ocuparão espaços subterrâneos enormes como qualquer outro lixo”.
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S u r p r e e nd a -m e o u t e d e v o ro !
POR LENORA ROHLFS FOTOS DIVULGAÇÃO
“A definição de alinhamentos, layout de produção e análise de processos são fundamentais na elaboração de um novo produto. Para mim, o ponto crucial que difere o bom design de outro, é a funcionalidade produtiva. ”
Assim funciona a engrenagem da moda, assim o mercado se abastece com mais do mesmo. Ok, mas será que esse modus operandi da moda está funcionando às mil maravilhas? Se os grandes bureaus de tendências estiverem certos (o que presumimos que estejam, já que eles são contratados pela indústria mundial de diversos setores, para prever com bastante antecedência o que vai virar tendência), está na hora de começar a pensar em fazer diferente. Por isso, é bom prestar atenção no que esses bureaus previram para 2017. Afinal, é claro que é importante saber se no ano que vem as sapatilhas serão de bico fino, se a transparência estará presente nos scarpins, ou se as sandálias baixas vão usar e abusar de amarrações no tornozelo. Mas para quem quer se destacar no meio da multidão, tão importante quanto é saber quais serão as tendências de comportamento de consumo de um modo geral. São elas que vão nortear a inspiração, esse item que anda escasso nas prateleiras dos designers de moda, mas do qual o mundo dá sinais de que está cada vez mais sedento.
E ncontro de culturas
AO L A DO U m o lh a r inova d o r so b r e o a r t e s a n a to, p a rte d e u m a co la b o ra ç ã o pe rma nent e e n t r e a Mo h a i r So u t h A frica e a tr e n d H u n t e r L i E delko o rt. Co m u m to q u e de s urrea lismo e hum o r, a s m a r c a s do futuro vã o l i t era lm e n t e s e i n s pira r na a lma .
Em 2015, durante a São Paulo Fashion Week, a presidente executiva para a América Latina do bureau de tendências britânico WSG, Letícia Abraham Matta antecipou os temas que devem predominar no ano que vem. Entre eles está o “encontro de culturas”, tudo a ver com o que foi dito acima. Como ela bem explicou, em um mundo tão pasteurizado, em que as pessoas se vestem tão iguais, há uma corrente contrária que busca experiências autênticas. Em poucas palavras, o que ela disse é que, para surpreender o consumidor é preciso apresentar novos pontos de vista. Para o setor calçadista, por exemplo, isso pode significar buscar novas inspirações. Que tal, ao invés de utilizar componentes que todo mundo compra igual, investir no novo? Programar viagens para lugares exóticos, que tenham um artesanato rico, pode ser uma excelente fonte de inspiração.
s a l t CONSUMO
I
nspiração e pesquisa. Dois ingredientes fundamentais para quem faz parte da cadeia produtiva da moda. Se a inspiração pede sensibilidade, bagagem cultural e coragem criativa, a pesquisa requer tempo disponível para viajar, observar as ruas ou simplesmente apertar a tecla do computador. No mundo hiperconectado é muito mais fácil pesquisar e apostar em uma coleção que, se não tem identidade própria, pelo menos dá segurança que irá agradar um público que, por sinal, está cada vez mais igual. E assim, o que é lançado aqui, nos Estados Unidos ou na Colômbia é a cópia (às vezes disfarçada) do que as maiores cabeças pensantes do mundo da moda lançam a cada estação. Difícil mesmo é acreditar (e investir) na inspiração e propor algo autoral.
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Fronteiras Urbanas
Quais são os lugares mais badalados quando se pensa em moda? Nem precisa pensar muito para saber que a resposta incluirá Paris, Milão, Nova York e Londres. Mas será que um mundo tão vasto em experiências pode mesmo se resumir em quatro capitais? Segundo o que aponta o WGSN não pode, nem deve. Vivemos uma grande onda de fusão de centros urbanos e migrações urbanas. A consequência boa disso é que grandes talentos não estão apenas nesses centros, mas em outros pontos do planeta que antes nem passava pela cabeça conhecer. É assim que o olhar escapa da tentação do glamour e passa a perceber e a valorizar as coisas mais reais e rotineiras. É só exercitar um pouco para descobrir belezas que, até então, nem era possível imaginar que estavam ali.
G era ç ã o Z
Somos bombardeados de informações o tempo todo. Quer saber como se dança o maxixe, o que se come na Cracóvia ou as principais características do seu animal de estimação? É só acessar a internet. O que nunca se sabe ao certo é se o conteúdo acessado condiz com a verdade. Questionadora, a geração Z (dos nascidos a partir de 1995) é também desconfiada. A favor de uma cultura de transparência (e de tolerância), são eles que conduzem mudanças. Eles são os consumidores do futuro e, se é assim, nada melhor do que saber como eles pensam para entender como atingi-los.
O que te motiva intimamente?
No ranking dos nomes mais respeitados no mundo da moda, a holandesa Li Edelkoort tem seu merecido destaque. Em sua empresa, a Trend Union, ela coordena uma equipe que pesquisa tendências globais de moda, design, arte e comportamento para gigantes como Coca-Cola, Warner, Lacoste e L’Oreal. Em 2014, ela esteve no Brasil para autografar o livro “Bloom Brasil”. Em entrevista exclusiva ao site FFW, a pesquisadora falou das suas impressões sobre o Brasil e, também, de moda e das tendências que devem aparecer nos próximos anos. Nós transcrevemos aqui um trecho dessa entrevista, que comprova o quanto suas ideias são assertivas e atuais. Que venha 2017!
O que você acha da moda brasileira e dos brasileiros?
Amo esse país, tem uma cultura absolutamente vibrante. Acho que as pessoas não deveriam se inspirar nas coisas de outros países. Meu conselho à cultura do Brasil seria considerar de onde vocês vêm. Porque o mundo está se tornando muito global e o próximo passo do mercado mundial é conquistar a América do Sul e a África. Então, a indústria e os designers do Brasil deverão expressar o que os motiva intimamente, e não que está acontecendo em outro lugar.
E é isso que os estilistas deveriam fazer com mais frequência?
Acredito que sim, talvez não agora, mas será um desafio porque se você quer ser global, você tem que se tornar local. Yves Saint Laurent é absolutamente parisiense, Ralph Lauren é completamente americano, Yohji Yamamoto é absolutamente japonês. Então, quem tiver raízes, como eles, será capaz de conquistar o mundo. Se você tem uma marca que fica no meio termo, é mais difícil. E sinto que no hemisfério sul ainda existe um deslumbramento com Hollywood, Paris, Milão, e eu diria: bom, eu venho de lá e não é tão bom quanto vocês acham. Nós gostaríamos de estar aqui!
E você pode me adiantar as tendências que está prevendo para os próximos dois anos?
Sim: mais loucura, mais ousadia. Acho que a moda ficou tão segura que está muito chata. Apesar de ter surgido uma tendência de moda muito importante que se chama “blunt and boring” (estúpido e chato), que já está aparecendo nos Estados Unidos e na Europa: são as pessoas que não querem nem um pouco estar na moda. Então, eles se vestem e você nem os vê.
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s a l t CONSUMO
AO L A DO A m o s t ra th e “F ETISHISM. Obsessi o ns i n Fa s hion & Des ign”, exibida es te ano no Trapholt Mus eum , na D in a m a r c a , t ev e c u ra d o ri a d e Li Ed elko o rt. Co m o o bj eti vo de r efletir s obr e im por tantes tendênc ias s óc io-c ulturais e m e r g e n t e s, e la s e r vi u co mo fo nt e d e insp ira çã o p a ra uma pes quis a global s obr e m oda, m óveis e objetos.
s a l t P U B L I E D I T O R I AL
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Novo e nde r e ç o e a c om p e t ê nc ia d e se m p re M ais perto de seu cliente , MAX T ermopl ásticos passa a operar em Nova S errana .
Sabe aquela história do bom filho que à casa retorna? Pois foi exatamente o que aconteceu com a MAX Termoplásticos. Depois de 10 anos instalada na vizinha Divinópolis, a empresa agora quer criar raízes em Nova Serrana, terra natal de seus fundadores. Pensada para atender a demanda do setor calçadista, ela tem hoje 100% de suas operações centralizadas na cidade. “Nosso objetivo é continuar crescendo junto ao nosso pólo. Amamos o lugar onde nascemos e aqui queremos continuar desenvolvendo nossas pesquisas, buscando novas tecnologias para agregar ainda mais valor ao setor”, afirma Luciano Soares, Sócio Administrador. Com produtos comercializados em todo o território nacional, a MAX possui reconhecida competência no mercado em que atua. Como faz da pontualidade no atendimento e do alto padrão de qualidade de seus produtos seus grandes diferenciais competitivos, a empresa acredita que Nova Serrana é sua melhor e mais acertada escolha. “Nosso polo, atualmente, é o mais dinâmico do setor. Temos um grande grupo de novos empresários, com ideias inovadoras e capacidade administrativa, com muito gás para enfrentar desafios e vencê-los”, comenta Luciano. Nessa nova etapa, a MAX só tem a agradecer à sua equipe por ter se dedicado ao máximo para implantar a empresa em Nova Serrana. Tão importante quanto isso é a fidelidade de seus clientes, parceiros de anos, que acreditam no trabalho desenvolvido pela empresa. O empenho da empresa é o de continuar oferecendo o melhor para cada um deles. Com profissionalismo e ética na relação com o cliente, a MAX reafirma seu compromisso para atender a todos com eficiência e eficácia. Max Termoplásticos, agora em Nova Serrana: muito mais perto de você.
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FOTOS Gustavo Marx Assistente Gustavo Romanelli Direção de arte Rafael Maia Beleza Renata Vilela Styling Davi Leite ASSISTENTES LUIZA olivas e carol rezende Produção Mariana Cezário Modelos BARBAra rancati FORD Vinícius LOURES MEGA
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s a l t 4 P E R G U N TAS
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O me l h o r c a min h o Para u ma empresa, ter a ex clu si vi dade de profissionais do desi gn é u ma das melhores e MAIS ef i cazes formas de trabalhar POR LENORA ROHLFS FOTO André Azevedo
O gaúcho Naim El-Far já atuou em diversos polos calçadistas brasileiros e também na Argentina. Há 18 anos em Nova Serrana, o designer atualmente é exclusivo da marca Strikwear, onde pode aliar seu feeling criativo ao conhecimento que essa relação permite, do potencial produtivo e da tecnologia empregada em todos os setores operacionais da empresa. Entre outros assuntos, Naim fala, aqui, como essa exclusividade pode acrescentar no desenvolvimento de um produto de qualidade e, consequentemente, com identidade única.
s a l t 4 PERGUNTAS
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1
1I 1I1 1I1I
Quais os principais ingredientes que diferem o bom do mau design? Na minha opinião, não existe o bom ou o mau design. Existem, sim, conceitos e maneiras que se diferenciam no momento de uma execução criativa. Ao contrário do que se pensa, o sucesso de um bom design, seja ele direcionado para a classe A, B ou C, não está ligado diretamente com a sua criatividade, e sim ao processo industrial. A criação de um produto que, consequentemente, será de grande escala produtiva requer conhecimento e feeling criativo, porém muito além da prancheta de desenho, o setor técnico é uma das partes determinantes no design. A definição de alinhamentos, layout de produção e análise de processos são fundamentais na elaboração de um novo produto. Para mim, o ponto crucial que difere o bom design de outro qualquer é a funcionalidade produtiva. No setor calçadista, a cópia é uma prática comum e poucos se arriscam a trabalhar com criatividade para produzir um produto que se destaque no mercado. Como você vê essa situação? A cópia existe em vários setores e isso, infelizmente, é uma realidade. Isso se tornou uma prática tão comum que acaba ficando muito difícil competir produzindo cópias, já que o mercado está sempre saturado com produtos iguais. Mas existe outro caminho, que é a reformulação de ideias e conceitos de grandes pensadores e criadores de moda e isso não é cópia. É um exercício que permite que se desenvolva um produto atual e competitivo ao mesmo tempo. Muitas vezes, o designer opta por trabalhar para várias marcas, sem criar uma identidade própria. Qual o diferencial do profissional que, como você, trabalha com exclusividade para a Strikwear? Para uma empresa, ter a exclusividade de profissionais do design se tornou, hoje, uma das melhores e mais eficazes formas de trabalhar. É bom para ambos os lados. Para o contratante, ter um designer exclusivo faz total diferença no resultado final de cada coleção. E, para o designer, direcionar o foco criativo, ter a oportunidade de conhecer o potencial produtivo e a tecnologia empregada em todos os setores operacionais da empresa em que atua acrescenta muito no desenvolvimento de um produto de qualidade e, consequentemente, com identidade única. O que dá mais satisfação em seu trabalho como designer? Meu trabalho sempre foi muito gratificante, porém, hoje, a satisfação é ainda maior já que, com minha atual modalidade de trabalho, consigo chegar a resultados finais surpreendentes. Acredito que todo designer busca introduzir seu feeling criativo a cada trabalho executado, mas se tiver suporte produtivo de ponta, qualidade acima da média e puder acompanhar de perto a fidelidade visual com que seus projetos são produzidos, isso é fantástico!
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s a l t t rend
OUSADINHOS Quando bem escolhido, o calçado é o que mais chama atenção em um look. Mais social, o estilo italiano em cores variadas foge do convencional e é a aposta certa para o homem moderno.
Salvatore Ferragamo
Prada Jimmy Choo
Berluti Alessio
The Office Of Mister Scott
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NUMA RELAX Docksides tÊm como principal característica o solado branco, tiras laterais e cadarço. são perfeitos para situações mais informais, principalmente para serem usados com jeans e bermudas.
Colcci
Lacoste
Lacoste
Redley
Lacoste
s a l t gen t e q ue f a z
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Homem de n egócios com a l ma de artista Com mais de quatro décadas no setor calçadista, Jorge Bischoff aposta em estratégias criativas, com foco no crescimento constante para se destacar no mercado. POR juliana lorenzato FOTO fernanda nickel
CEO do Bischoff Group, o designer Jorge Bischoff conduz todas as plataformas de seu negócio – referência nacional em sapatos e bolsas com as marcas Jorge Bischoff e Loucos & Santos. Reconhecido pela paixão e criatividade que imprime em seu trabalho, Bischoff atua na criação de estratégias para os diferentes aspectos da corporação. Pudera, com ampla experiência em gestão, traz o know-how da criação e desenvolvimento, do processo produtivo e do varejo. São mais de 40 anos vivendo o universo do sapato e, segundo o designer, há sempre algo novo a aprender. “Nesse mercado, é fundamental ser ativo, constantemente aberto para o mundo e para as pessoas. É necessário buscar novos desafios, pois isso faz com que a criatividade se mantenha aguçada, receptiva. Estou sempre viajando, revisando meus conceitos e referências. O movimento incessante gera os melhores resultados”, aponta.
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Sapateiro na origem
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Nascido e criado em uma região de tradição da manufatura calçadista, na Serra Gaúcha, Jorge Bischoff iniciou sua carreira muito jovem. Aos 12 anos, já se via em meio a matérias-primas e equipamentos em fábricas de sapatos. Desde então, aprimorou conhecimentos e técnicas que, aliados ao espírito empreendedor e vivências no mercado, o levaram a alçar grandes voos no segmento. Voltada para um público que valoriza a elegância, sua principal marca, a Jorge Bischoff, conquista mulheres e homens pelo design de padrão internacional e conceito único dos produtos. Sua identidade é perceptível nos traços, que valorizam a silhueta dos pés e acrescentam poder ao andar, bem como nos detalhes, como os sempre presentes metais personalizados, que atribuem exclusividade às suas criações. “O desenvolvimento de produto não tem fim, nosso trabalho nunca está pronto. Todo o processo criativo é realizado pelos profissionais que trabalham lado a lado comigo e grande parte dele é artesanal. Lapidamos cada peça ao nosso estilo, com paixão pelo trabalho e pela consumidora que é a nossa razão de existir”, explica ele.
Expansão Baseada em estratégias criativas, com foco no crescimento constante, a Jorge Bischoff conta com uma rede consolidada de franquias, com mais de 60 unidades em funcionamento em todas as regiões do Brasil. Duas Lojas Conceito são verdadeiras vitrines de estilo para os demais espaços de moda exclusivos da rede – em Gramado, na Serra Gaúcha, e na Rua Oscar Freire, em São Paulo. Os produtos da grife também são comercializados nas grandes vitrines internacionais multimarcas, com presença em mais de 50 países em todos os continentes.
Marca internacional Jorge Bischoff iniciou o projeto de internacionalização de sua grife em 2013, com a abertura da primeira loja exclusiva em Montevidéu, Uruguai. Em 2014, mais uma unidade foi aberta na cidade e, na sequência, em 2015, foi a vez de inaugurar uma loja no exuberante Balneário Marina Varadero, em Cuba. “O mercado internacional abre-se, cada vez mais, aos produtos brasileiros, buscando o design diferenciado, a energia e a sensualidade. A Jorge Bischoff, visivelmente, traduz esses atributos e agrega, ainda, a excelência da qualidade em suas matérias-primas e na produção, alcançando os mercados mais exigentes”, pontua.
AO L ADO Des ign difer enc iado e exc elênc ia na qualidade da m atér ia-pr im a s ão atr ibutos da m ar c a Jor ge Bis c hoff, que agrada em c heio o m er c ado inter nac ional.
TODOS QUEREM EXPORTAR
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s a l t a r t igo
POR Ana Klein
“Chegou o momento de internacionalizar, não de exportar. Internacionalizar é exportar com requinte, inovação, tecnologia, design, criatividade e profissionalismo. É fazer parte de uma comunidade global de fornecedores de bens de consumo, com capacidade para competir com marcas de outros países. ”
A recente crise econômica brasileira trouxe à tona uma situação problemática para a indústria nacional: nos últimos anos, todos os esforços de venda foram focados no mercado interno e a exportação de nossos produtos manufaturados ficou em segundo plano. A taxa do dólar desfavorável e nossos altos custos de produção, bem como os baixos preços de nossos concorrentes asiáticos, contribuíram para a nossa perda de mercado no exterior. Neste início do século 21, o Brasil tornou-se um grande exportador de commodities. Recentemente, com a crise no mercado interno, nossos empresários acordaram e viram que, nesses últimos anos, foram aos poucos perdendo seus clientes internacionais, ou nem tentaram conquistá-los. Agora, todos querem exportar. Só que relacionamentos, cadeias de distribuição, divulgação de marca no exterior e market share não acontecem da noite para o dia. Podemos ver que aqueles empresários que nunca deixaram de dedicar entre 20 e 30% de sua produção para exportação, mesmo nos anos de dólar baixo e boom do mercado interno, são aqueles que agora estão com condições de retomar posições internacionais com mais rapidez. Aos outros, só podemos dizer que arregacem as mangas e trabalhem muito, pois o mundo lá fora está sedento por novidades. Os consumidores internacionais continuam a querer comprar. Nós é que não fornecemos para eles. Chegou o momento de internacionalizar, não de exportar. Internacionalizar é exportar com requinte, inovação, tecnologia, design, criatividade e profissionalismo. Internacionalizar é fazer parte de uma comunidade global de fornecedores de bens de consumo, com capacidade para competir com marcas de outros países. Nossos produtos não podem competir no quesito preço, então temos que apostar em inovação. Não podemos competir com a China, mas podemos usar nossa criatividade para sermos fornecedores diferenciados.
s a l t a r t igo
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Que tal usar o jeitinho brasileiro, tão criticado por remeter a negociatas e corrupção, para tornar nossas empresas mais produtivas? Nosso jeitinho também significa flexibilidade e criatividade para desenvolver novas tecnologias. Produtos inovadores? Sim, sem dúvida, pois aqueles que acham que vão começar agora a visitar feiras no exterior oferecendo mais do mesmo vão voltar de mãos vazias. Precisamos de ideias novas. Chegou o momento de mostrar ao mundo que nosso diferencial pode ser flexibilidade, criatividade, inovação, qualidade e produtividade. Difícil? Sim. A criação de uma cultura exportadora em uma empresa ou em um setor da economia significa mudar paradigmas e quebrar padrões de comportamento. Sem contar que esse desafio chega em um momento em que as empresas estão sem folga no caixa para maiores investimentos. Só que os exportadores brasileiros já desenvolveram a fama no exterior de serem oportunistas, aproveitando momentos favoráveis para exportar e deixando os mercados de lado quando a situação muda. Temos que reverter essa imagem com um novo posicionamento. O caminho para o sucesso passa pela capacidade e cultura de exportação. A primeira, ao contrário do que muitos podem pensar, não diz respeito à produção alocada para exportar, mas à busca por excelência em padrões internacionais em todos os setores da empresa. É a combinação entre a capacidade de produção e a cultura de exportação. Os empresários brasileiros são corajosos, resilientes e tenazes. Para quem olha a nossa economia de fora, poderia até dizer que nossa tenacidade chega a ser teimosia, já que resistimos a tantos baques, crises, cargas tributárias insanas e incertezas. É exatamente nessa capacidade de resistência que encontra-se o arrojo necessário para um processo de internacionalização adequado a um mundo globalizado, para que possamos ter nosso espaço definitivo como fornecedores de produtos de ponta.
ana Klein é PresidentE da New Frontier Shoes Intelligence
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NUMA RELAX A tendência para os pequenos, que busca se aproximar da moda adulta, merece atenção redobrada. As marcas querem dar um ar de modernidade nas coleções, mas a ideia só fica bacana se mantÉm o toque infantil.
Sophia Webster
Sophia Webster
Golden Goose
Diversão
Dolce & Gabanna
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J ornalista cultural e social media i ndica o que está rolando de i nteressante na internet. N ão perca u m clique! POR Luísa Reiff
A BA I XO Po s t s dos p erfis @ftc_insta / @luanna90 / @pantone
O que você acha de passar 72 horas sem acesso à sua conta no Instagram? Não gosto de me ver como alguém dependente do celular, mas, ao passo que alguns dias com WhatsApp fora do ar deram até um respiro, viver essa mesma situação com o Instagram possivelmente me faria apresentar sintomas de abstinência das interwebs: fraqueza, dedos coçando e uma ligeira agonia offline. E por que o Insta faz essa falta toda? Nem é pela massagem no ego que o “like” oferece. Mesmo. É porque é uma rede social cheia de referências legais, um banco de imagens do mundo inteiro, pronto para inspirar a gente. Especialmente se soubermos onde procurar. Separei, para esta edição, algumas sugestões que estão entre as minhas favoritas.
@ftc_insta Quem cria sabe que ter cultura é fundamental. Eis um perfil que transita pelo universo cultural de um jeito bem inspirador e feliz, e ainda costuma divulgar sapatos inovadores. Lá, você encontra também design, arte, viagens, tecnologia e decoração em imagens muito bacanas, ideais para quem quer um feed mais animador e está à procura de um @repost que valha a pena. Siga as cores! Ou melhor, Follow the Collours no Instagram
@luanna90 Pra não dizer que não falei das blogueiras, a Luanna, uma trendsetter peruana que mora em Nova York, é a indicação da vez. Avessa aos sorrisos largos, símbolos de peace&love com as mãos e produções de “deusa”, ela deixa o meio blogger mais alternativo. Tatuagens, cabelão ruivo e muita camiseta de banda, num streetstyle fresquinho direto da Big Apple. Rock on!
@pantone Todas as referências de cores necessárias para ilustrar um Instagram estão por lá. Ainda mais para quem gosta de estabelecer uma paleta coesa no perfil, criando blocos coloridos. Além da estética super-rica e bem pensada, no IG da Pantone você encontra notícias sobre feiras, exposições e eventos de arte.
s a l t Jo y ce a m a r a l
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Vá de s ne a ke r! O quer idinho de mulheres antenadas e homens cheios de estilo é aposta certa para a estação mais quente do ano POR JOYCE AMARAL FOTOS DIVULGAçÃO
Sem sombra de dúvidas, os sneakers são “o novo preto” do Verão 2017. Já é Primavera nos países do norte e tanto celebridades como meros mortais já definiram que eles são a melhor parte do look para essa estação. Os sneakers, hoje, são um tipo de calçado que pode ser usado com quase todos os estilos de roupa. Das jaquetas pesadas, estilo motoqueiro às roupas sociais, passando pelo eterno macacão, pelos vestidos acinturados ou por qualquer outra peça que sua imaginação inventar, eles são sempre uma opção interessante para fazer um look arrasador. Para entender a força do sneaker, é só prestar atenção naquele ator, cantor, modelo ou celebridade que você admira. Sim, eles usam sneakers. Aliás, é muito comum colaborações entre marcas de sneaker e celebridades. Com essa estratégia, o público passa a se identificar cada vez mais com o produto. Com uma variedade gigantesca de opções, é interessante perceber que cada modelo tem sua singularidade. Apresentamos aqui alguns tipos de sneakers para que você escolha aquele que tem tudo a ver com a proposta do seu look.
Se tem um tipo de sneaker que é a cereja do bolo da temporada é o unissex. Ele é tão querido que todo mundo quer um par para chamar de seu. Para quem quer demonstrar que está antenado com o que rola no mundo da moda, a aposta é certa: os unissex são a bola da vez!
0 cano alto também faz parte dessa aposta e dá personalidade arrojada ao look.
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s a l t Jo y ce a m a r a l
0s joggings são conhecidos por suas múltiplas funções, além de dar um up no seu visual.
Estilo moderninho com sola arrojada, cabedais com materiais tecnológicos e design inovador.
0 tênis retrô vem se destacando há várias coleções e não será diferente no Verão 2017.
As plataformas, além de dar conforto e um visual moderno para seu outfit, também dão uma “ajudinha” para quem quer ficar um pouquinho mais alto.
0s tênis com bordados são ideais para as garotas mais românticas, que não dispensam um detalhe delicado.
0s clássicos Slip-on vão super bem com roupas mais formais, e o melhor de tudo é a facilidade para o calce, sem a necessidade de atacadores.
s a l t SOC IAL
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Errado QU E D Á C E RTO
POR LENORA ROHLFS FOTOS RAFAEL BORGES
Entender as tendências da moda significa ter uma visão global daquilo que ganha força a cada estação. E se não dá para ler o que está na mente dos principais criadores, dá pelo menos para saber o que está na cabeça das modelos nas passarelas. No caso, os cabelos. O último SPFW não fugiu à regra e mostrou o que já está rolando lá fora: liberou geral. Os cabelos estão mais naturais, bagunçados até, com cortes propositalmente “errados”. Curtos, eles mostram tudo o que “era considerado um erro, de um jeito que parece certo”. Pense nisso.
s a l t SOCIAL
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U fa ! T e m luz n o f i m do tú nel
POR LENORA ROHLFS FOTOS LUIZA ANANIAS
Para quem diz que não há nada de novo na moda, está na hora de rever esse conceito. E nem precisa atravessar o oceano para ficar babando no que é feito longe daqui. Lançada com Um POCKET SHOW DA BANDA BAUM, em Belo Horizonte, a coleção da NUU Shoes merece atenção.
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s a l t AGENDA
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TOME NOTA O QUE
GDS
QUANDO
De 26 a 28 de julho
Dusseldorf - Alemanha
ONDE
www.gds-online.com O QUE
IFLS + EICI
O QUE
Momad Shoes
QUANDO
De 9 a 11 de setembro
Madri - Espanha
ONDE
www.ifema.es/momadshoes_06 O QUE
SMOTA - The Shoe Market of the Americas
De 2 a 4 de agosto ONDE Bogotá - Colômbia
QUANDO
www.ifls.com.co
www.smota.com
QUANDO
O QUE
FN Platform
QUANDO ONDE
De 15 a 17 de agosto
Las Vegas - EUA
www.magiconline.com/fn-platform O QUE
Fenova
QUANDO ONDE
De 16 a 18 de agosto
Nova Serrana - MG
www.FENOVA.com O QUE
The Micam
QUANDO ONDE
De 3 a 6 de setembro
Milão - Itália
www.themicam.com
ONDE
O QUE
Miami - EUA
Fashion Access
QUANDO ONDE
De 11 a 13 de setembro
De 22 a 24 de setembro
Hong Kong - China
www.fashionaccess.aplf.com O QUE
Obuv. Mir Kozhi
QUANDO ONDE
De 3 a 6 de outubro
Moscow - Rússia
www.obuv-expo.ru O QUE
Zero Grau
QUANDO ONDE
De 21 a 23 de novembro
Gramado - RS
www.feirazerograu.com.br
J UN2 0 1 6
AGO2 016
J UL 2 0 1 6
SET2 016
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JOTTA SYBBALENA
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MALE TREND
WITH AN EYE ON THE COMPETITION
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ADDRESSES
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editorial
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4 QUESTIONS NAIM EL-FAR
FEMALE TREND
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agenda
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CONSUMER TENDENCIES
SUSTAINABILITY
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joyce amaral
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EXPORTATION BY ANA KLEIN
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CHILDRENS TREND
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WINTER 2017
SUMMER 2017 INTERVIEW PEOPLE WHO DO JORGE BISCHOFF
salt ENGLISH
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YOU ARE THE CREATOR
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In many ways, in many areas, fundamental changes are
When Hellen invited me to once again be the editor of Salt
taking place now, right now, all over the world. With ne-
Magazine, I felt an immeasurable happiness. I have always
ver before seen speed and impact, information, today, is
had great affection for this Project that unites two great
in the palms of our hands. The almost hysterical need of
passions into a single product: Making a magazine and the
what is new is a reality, and in fashion it’s the same story. It
footwear sector, both of which I have worked with closely
turns out that the market is diverse and consumer profiles
on a number of occasions. And how not only I, but everyone
as well. What is good remains, even if it is transformed. It’s
here has a huge amount of love for what they do, we come
this concept that guides Salt Magazines work. From this
into a new phase for Salt, and are very pleased with the re-
edition forth, she has been given a new face, in layout and
sults. The person responsible for the brands signature and
in the editorial proposal, and is even more consistent than
the graphic Project with gives the magazine a cool and con-
before. We seek out a visual and written language from
temporary footprint is the Designer Rafael Maia. Rafa has
modern and current times, but with one foot forward into
been able to capture the idea, think ahead and present work
the future. As we respect diversity, we know, that when
that is consistent, well studied and of course, beautiful when
one world asks for efficiency, another is pointing out that
brought to life. Incidentally, it is just that that we want for Salt,
it’s time to slow down and reflect on what really matters.
“Long life”. We have assembled an excellent team, which you
In the midst of it all, Salt Magazine stands firm with a pu-
will gradually get to know, from the first to the last page. Here
blication of inspiration, creativity and solutions, focused
is my desire that the dreams, inspirations, good ideas and
on the footwear market. What guides us is the passion for
good projects are also always our partners. What we want
what we do.
most: To move forward, hand in hand with you!
Hellen Viegas
Lenora Rohlfs
Diretora
Editora-chefe
PAG 16
and toes. Salvatore Ferragamo, Sophia Webster e Stephanie Pistel have already released their models. So, you can
High Summer 2017
Solar Energy
93
bet on their success. Ballet Flats: again, but different The heelless shoes continue to be in great demand from the female puin the rush of daily activities. However, it doesn’t mean that
By Luísa Reiff PHOtos Disclosure
these shoes are condemned to sameness. Next summer, the pointy shoes are in command. And, so as to complete
Here in Brazil, it´s as if we are always waiting for the cold to ar-
the combo, openings on the sides and the already mentio-
rive, right? In a country with continental dimensions, that cold
ned knee high laces. Nude tones, that match the skin co-
that we know as winter isn’t actually part of our daily life, ex-
lour lengthen the silhouette and are popular, following the
cept in certain regions. Brazil is a sunny country and beautiful
recent release of Louboutin. Speaking of big brands, the
by nature. Here, its summer all year... and thank God for that!
oversized, exaggerated buckles are cohesive with the Dior
As we are so tropical, summer is the season that most gets
spring/summer show.
our attention when its displayed walking down the catwalk, be it here or overseas. The summer/spring tendencies will fill the closets of Brazilians for the most time. And that’s from head to toe.
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PAG 20
Light and fresh shoes should accompany the routine of those who recharge their batteries in the summer light on the streets, at work, at the beach, at a pool party, at dinner and in the club.
winter 2017
After six
Softness The soft leather and fabric replace the satin ribbons that made reference to ballet flats, when it comes to
For our less than rigorous winter, the
braided sandals. Not that ballerinas have left the radar for
seasonal climate for 2017 has inspiration in
tendencies, the inspired shoes stay strong in brands such
the Post-Twilight charm.
as Miu Miu, Prada and the street style of NYFW, for exam-
By Luísa Reiff PHOto Disclosure
ple. They simply share space with a new strand. Details on eyelets and metallic buckles give an even more elaborate
The winter of 2017 will be nocturnal. This is the word to gui-
approach to models that appear with or without heels.
de the mood of the season for the little chills of next year.
A Step Up Straight wooden platforms are a Strong element
We say “Little chills”, because, as we know, winter doesn’t
and are part of the oriental heritage present in collections
go too far in lowering temperatures in Brazil. The tenden-
and editorials inspired by the Japanese culture, especially
cies that come from abroad should be adapted to our tro-
from the 80´s.
pical winter.
Thigh High The moorings have been in vogue for some
There might not be too much cold, but for certain the ni-
time and the tendency grows with every passing season.
ghts are longer. For dinners, parties, meetings, trips. Wake
We say, growing literally, since the laces which only used to
up Bohemia, it’s your turn!
go up to your ankles, now go all the way up to your knees.
Velvety Velvet is back. Haider Ackermann was one who
Kendall Jenner and Rihanna are fashion icons who make
made good use of this luxurious material, on shoes to go
good use of these models, which should be used with care
with the pieces displayed in his collection during the last
so as not to breach the limits of good taste.
Paris Fashion Week on the catwalk. Velvet is also present in
Semitransparent Kitten Shoes Popular material:
purses and belts. It´s ideal to warm your feet up, as well as
Plastic. There are those who would scringe up their noses,
bringing a vintage sophistication to shoes. When the topic
but you´d better prepare yourself: Yes, it’s back. Allied with
is tendency and elegance in the winter of 2017, the order is
kitten shoes, it’s another model to strengthen the 1980´s
velvet yourself.
wave that’s invading the catwalks. So as not to lose the
Fitness It´s not from today that the fitness lifestyle is
Comercial appeal it comes in as only a detail, it doesn’t
present in fashion, in publicity, on the internet and in the li-
take up the entire foot. Between blocks of colour, which
ves of people in general. Night sports have found their spa-
are important to make the shoe more elegant, details in
ce in the agenda. The gymnastic inspirations aren’t only on
transparent PVC leaving feet on display. Triangular cuts
clothes, and shoes have been given a more active mood.
are also used in a fancy version, as a rule, hiding the heels
Being comfortable, they migrate from day to night and for
salt ENGLISH
blic, who don’t want to be held hostage to any discomfort Sure-fire bets to hit the favourite season.
salt ENGLISH
94
the most different sorts of occasions. Dark colours, accor-
into a coveted global company, with four offices and al-
ding to the season, are given priority. Match your sneakers
most 50 employees.
with your dresses, skirts and formal clothes.
The concept is very advanced, easy and fun. All it takes
Duality Urban and rural, two realities don’t enter into
is a few clicks to design the model of your dreams. On
conflict, but complement each other for the next winter
the Shoes of Pray page, there are more than 12 different
season. “Wild” materials are deconstructed and construc-
forms available – with options for extremely high heels or
ted for a more urban and cosmopolitan routine. Even thou-
medium, platforms, ballerinas etc. – and more than 170
gh the Brazilian winter doesn’t allow for great boldness,
different types of materials, diverse colours and exclusive
synthetic fur and warmer fabrics aren’t only used for boots
textures, such as snake skin, smooth leathers, fish scales,
and tennis shoes. Applied to sandals with open details, they
and Italian silk, among others. All in all a total of four billion
become more practical for the day to day.
combinations constantly updated.
For him (and her) It´s not always possible to point out
As soon as the client finalizes their digital “creation”, it’s
a shoe tendency that´s valid for both men’s and women’s
the company’s technician’s turn to get their hands dirty
fashion. Following the genderless wave, that has begun to
and produce the dream shoe, in 11 steps. The delivery
more and more strongly infiltrate clothing collections, sho-
time is up to a month, to any country in the world. Of cour-
es have also made an entrance. Ahead of the pack are the
se, exclusivity has its price: Creating your shoes on Shoes
sneakers with socks attached. The uppers gain doubled
of Pray can cost between 129 and 199 euros.
attention from tuned in brands. Nike leads the way, with the
According to the owners, in the first two years alone of the
Flyknit model and Adidas, with the release of the Citysock.
sites creation, tens of millions of shoes were designed.
For fashion, neutral tones to match the grey. Especially for
For the ex-Lawyer and founder, Jodie Fox, the purpose is
fitness use, it’s got it all.
to unite fashion and exclusivity, seeing that shoes can be created in various sizes, and most of the time cannot be
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PAG 24
found in traditional stores. Making one shoe bigger than the other, or wider than the other is also possible and, for that, you have only to choose between the diverse options. “It´s an opportunity to have the shoes you always
Up To Date
Just the way you imagined
dreamed of, in only a few clicks”, says the entrepreneur. Brazilian Version As everything on the internet travels at incredible speeds, the idea has already landed here. Whoever wants to design and customize their shoes, paying in Brazilian currency, you can enter the Meu Salto site. The creation process
CreatING shoes on the internet is the new
is the same and the options are also super varied. One of
market tendency. Vanguard, technology and
the main differences between products sold in traditional
fashion have never been so united to attend
stores and the shoe ordered online is that the shoes onli-
the desires of shoe lovers.
ne have a one year guarantee.
By Juliana Lorenzato PHOto Disclosure
------------------------------------------------Shoes lovers have never been so pleased. What´s in fashion is creating really cool shoes on the internet. From
PAG 32
anywhere in the world, by following a simple step by step process, with the help of a 3D program, it´s possible to choose the size of the heel, the shape, colour and base material. A great example is the success reached by Shoes of Pray, founded in 2009, in Sydney, by the entrepreneurs Jodie Fox, Fashion Director, Michael Fox, Director of
Competition
Is your store prepared?
Operations and Mike Knapp, Director of Technology. Ever since they put the site on the air, the company has already
The unemployment boom has brought many
distributed a number of customized shoes that reaches
qualified people to the Market, with
the millions, for women from diverse parts of the world.
capital to invest and information about
The idea gave the partners a turnover of several millions
new business models.
of dollars in less than two years and turned Shoes of Prey
By Juliana Lorenzato
tration need to be reinvented. The new entrepreneur tends
more assertive business plans have marked the retail shoe
to enter the market bringing pre-determined new ideas from
Market in Brazil. According to specialists a large part of this
months of behavioural research and a profound knowledge of
scenario is owed to the rise in entrepreneurism by necessity
the market level they are entering”, Bicudo explains. It´s the
as an alternative to unemployment in the country. To give you
same case as that of Outer Shoes, a Carioca company that
an idea, in January 2016, 18 of the 27 Brazilian states (66,6%)
last year earnt R$ 25 million, working with the younger public
surpassed the creation of new businesses in relation to Ja-
who value sustainable products.
nuary 2015, according to a regional survey implanted by the
Of course there is no such thing as a “Cake recipe” for success,
Serasa Experian of company births indicator.
but a few assumptions are important. Betting on new suppliers
The southeast region contains the three states with the
can mean a risk, especially without an adequate delivery struc-
most elevated numbers of new entrepreneurs (São Paulo, Mi-
ture. A supply chain rupture could mean the end of a company.
nas Gerais e Rio de Janeiro). In total, there were 166.613 new
“We recommend bringing old and new commercial partners to
businesses in the country, 10.4% greater than January 2015,
the business table and understanding them completely, ne-
which saw 150.958 new companies opened.
gotiating prices, payment conditions and delivery”, warns the
São Paulo is at the top of rankings, with 45.550 openings in Ja-
economist Andrea Sano, Partner and Director at Bicx.
nuary 2016, 15.5% more than in January 2015 (39.499). Minas
In the opinion of the consultant, the sales team should be
Gerais is in second place with 19.469 companies opened in
continuously trained, stimulated, charged and rewarded. But
January 2016, 10.5% more than in January 2015 (17.618). In
e-commerce should be seen as another vector in the Comer-
third is Rio de Janeiro with 19.044 companies born in January
cial matrix and work in an integrated manner with other sales
2016, 31.9% more than 2015 (14.441).
processes, not as a solution to problems. “We also recom-
For Bicx, a company consultant company located in Sao
mend a great deal of attention to stock decline. Of course it
Paulo. The new entrepreneur profile is made up of profes-
is very important to evaluate the company’s cash flow, but this
sionals in their 40´s, coming from the corporate Market, well
measure implies the need for a finer structure and process
trained, with institutional baggage, with more than 20 years
control, when the purchase frequency increases. How much
of experience and who have recently been removed from
could these control processes cost, versus the cash relief of
their executive positions in the last 24 months. “These pro-
sprayed shopping? Of course no rules exist, simply lots of
fessionals add key initiatives necessary to entrepreneurship:
planning”, Sano ponders.
Have professional qualifications, experience in managing
Faced with so many challenges, some business managers
people, working capital, maturity and perception of macroe-
and administrators fail to set priorities. Often because they
conomic time, suitable for the pursuit of opportunities (Good
are too involved with store problems, or worried about ke-
negotiations with suppliers and commercial establishments).
eping their bills out of the red. The solution could be to cre-
They usually work very systematically, are organized and well
ate partnerships with the capacity to offer accurate and free
planned, mirroring the corporate world planning models from
diagnostics, with relevant action packages aimed at the reality
which they were created”, comments the economist Mauricio
of each business.
Bicudo, Director of Bicx. Focussed on the shoe market For the economist, the markets new footwear entrepreneur realizes diverse and profound studies on raw materials, con-
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PAG 72
sumer behaviour and above all way to stand out from the traditional Market with the largest possible innovation package. All of this knowledge comes from an Exchange of information with multi-disciplinary teams, international travel, researched behaviour and Consulting on the subject. Another very relevant point is the modernization of the commercial model, coming from sales channels in search of new consumer publics. Natural retail selection
People who do
Businessman with the soul of AN artist
This heavy competition is definitely shaking the footwear retail, as well as all the corporate baggage, they are entrepre-
With more than four decades in the footwear
neurs who started their businesses in times of crisis, with very
sector, Jorge Bischoff bets on creative
well structured administrative planning and strategies and a
strategies, with a focus on constant growth
large adaptive capacity to the public’s volatility.
to stand out in the Market. BY Juliana
“We realized that even the most traditional forms of adminis-
Lorenzato Photo fernanda nickel
95
salt ENGLISH
An increase in competition, more qualified management and
96
CEO of Bischoff Group, the designer Jorge Bischoff con-
design, energy and sensuality. Jorge Bischoff, visually trans-
ducts all platforms of his business – a national reference in
lates these attributes and also adds the excellent quality of
shoes and bags with the brands Jorge Bischoff and Loucos
its raw materials and production, to reach the most deman-
& Santos. Known for the passion and creativity imprinted
ding markets”, he points out.
on his work, Bischoff acts in the strategic creation area in
salt ENGLISH
different aspects of the company. With extensive management experience, he brings the knowhow of creation and development, of the productive process as well as retail.
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PAG 40
He´s spent 40 years living in the shoe universe, and according to the designer, there is always something new to learn. “In this market being active is fundamental, always open for the world and the people. It´s necessary to cons-
People who do
Homework
tantly seek out new challenges, because that’s what keeps your creativity sharp, receptive. I´m Always travelling arou-
Ilse Biason Guimarães, superintendent of The
nd the world, revising my concepts and references. The
Brazilian Association of Leather, footwear
incessant movement is what generates the best results.”
and artefact component companies
he points out.
(Assintecal), points out that speed is needed
Shoemaker in Origin Born and raised in a traditional
to put initiatives into practise to get out of
area of shoe manufacturing, at Serra Gaucha, he started his
the crisis. By Juliana Lorenzato
career Young. At 12, since he already found himself in the middle of raw materials and shoe factory equipment. Since
Ilse Biason Guimarães is one of the few women who speak
then, he has improved his knowledge and techniques which,
confidently about the component sector in Brazil. Gradu-
together with the entrepreneur spirit and Market experien-
ated in Business Administration from the Vale do Rio dos
ce, led him to reach great heights in the area.
Sinos University, the leader is also a production engineer,
Geared towards a public that values elegance, his main
which gives her enough experience to know the market. In
brand, Jorge Bischoff, conquers men and women through its
the past few years, Ilse has focused her interest on areas
standard international design and unique product concept.
such as strategy, information, the leather footwear chain,
Its identity is discernable in its features, which value a foot´s
services and service strategies. Here, she talks about the
silhouette and add power to your walk as well as in it’s details,
necessities companies have to present quick answers
as well as the ever present personalized metal pieces, which
before a turbulent economic market and believes that
makes the shoes more exclusive. “Product development is
many businesses are already putting this vision into prac-
endless, our work is never finished! The entire creative pro-
tice. With regards specifically to the footwear industry,
cess is realized by professionals working with me side by
she points out that she has gone out of her comfort zone
side and a large portion of it is artisan based. Each piece is
to adapt herself not only to the demands of the internal
perfected to our style, with passion for the work and for the
market, but also the external market.
consumers who are our reason to exist”
As Inspiramais (Brazilian Shoe fair) has been growing
Expansion
Based on creative strategies, focusing on
and becoming a must visit for the industries and desig-
constant growth, Jorge Bischoff has a consolidated network
ners of shoes in Brazil, new challenges have appeared.
of franchises, with more than 60 units already functioning,
How do you work, year after year toward making sure
in every region of Brazil. Two concept stores are true style
that the showroom becomes more and more interes-
Windows for other exclusive fashion spaces of the network
ting every time? We are connected to worldwide resear-
– in London, in Serra Gaucha, and Oscar Freire Street in São
ch about design, technology and new development pro-
Paulo. Brand products are also sold in major multi-brand in-
cesses that are connected to sustainability and production
ternational showcases, with a presence of over 50 countries
and this is the content source for each showroom. Our
from all continents.
Search for innovation is constant and the exhibitors and vi-
International Brand Jorge Bischoff started his brand
sitors are definitely benefitted, those who hold Inspiramais
name´s internationalization Project in 2013, with the ope-
as one of the few events of the sector in the country.
ning of the first exclusive store in Montevideo, Uruguay. In
Currently fashion has turned it´s gaze toward recyclab-
2014, another unit was opened in the city, and following in
le and sustainable materials. Does Inspiramais have any
2015, it was time to open a store in the lush Balneario Ma-
projects that look to unite the work of artisans to the
rina Varadero, in Cuba. “The International market opens up
industry? Are Social responsibility and conscious con-
increasingly to Brazilian products, searching for a different
sumption part of the showroom?
arrives to “imitate” leather, in its aesthetics and resistance:
artisan production in the country: Mix by Brasil, Referências
a synthetic product produced with the help of kombucha,
Brasileiras (Brazilian References), Saberes Manuais (Know-
a fermented tea. From there, in a process that takes
ledge Books), among others. Our variation between Fast
from three to four weeks in a laboratory, cellulose fibres
and Slow Fashion has hit high proportions, and we have ob-
are boiled and fed with vinegar and sugar to make the
served an opening for handmade creations. Certainly, So-
transformation into “vegetable leather “which, above all, is
cial Responsibility is one of the strong strands, in the end,
biodegradable. The entire process has an extremely low
the entire production chain should be benefitted.
environmental impact, as no harmful chemicals are used
Generate interest in creation, development and rese-
and the materials a renewable.
arch is one of the foundations of Inspiramais. How has
The research team that made the discovery are from Iowa
the shoe industry evolved in this area? Is it safe to say
State University, in the United States, led by the professor
that we are design creators? Our footwear industry has
Young-A Lee. Another objective of the project is to soften
left its comfort zone and reacted to the necessities of the
the problematic quantity of waste generated by man, as
national and international markets. This means searching
she explains: “Fashion companies produce new materials
for new sources of inspiration, base materials and produc-
every collection, year after year, corresponding the neces-
tion processes. We have copy write creations with national
sities and desires of consumers. Think about where these
DNA, and I believe that this tendency will be strengthened
articles, eventually, will end up. They occupy an enormous
in the coming years.
amount of underground space, just like any other waste”.
The “Made in Brazil” shoes occupy a stand out space on
Vegan shoes in the previous edition of SPFW
international shelves. Is this thanks to their binomial
Another strong example that the vegan concept is gaining
design and price, or are the products desirable because
space in the fashion industry and the footwear area. A stand
they have a brand identity? Our design, as well as a perso-
-out in the 41st edition of Sao Paulo Fashion Week – largest
nality gained from strong elements of the Brazilian culture
such event in Latin America – which occurred in April 2016,
in the national Market is a differential in external markets.
The Scarpins “À La Garçonne”, with thick heels, designed by
There are markets that absorb much more than others,
Alexandre Herchcovitch with the synthetic nobuck material,
because each Market has a necessity and characteristic,
a partnership between the stylist and the Di Cristalli brand.
but generally speaking, “Made in Brazil provokes a desire for
Simplicity and colours for a “Do it yourself”
quality and innovation.
The movement “Makers” is another point of growing partici-
In the footwear Market, are manufacturers as wells as
pation of the people, especially in a more creative and hands
component and raw material suppliers prepared to qui-
on generation, who independently produce, items that
ckly get out of the economic crisis? What is the expecta-
range from clothing to objects for decoration and even the
tion for 2017? We need to be quick to place initiatives into
more innovative products, such as those produced with 3D
practice to get out of the crisis and I have observed some
printers. The buyers participation in the assembly process,
businesses moving in that direction, doing their homework.
associated with a simple model, were details thought up by
In order for the reversal to be rapid and consistent, there
the designer Sara Gulyas, from Hungary, when she created,
is a dependency of the proposed economic and political
during her masters Project, the unisex Pikkpack shoes. They
environment; however, companies should be prepared for
are made from the minimum amount of material possible:
this new scenario.
Using as a base a single piece of leather, thin, that begins to take its form with the application of colourful cotton strings,
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PAG 42
which as sometimes included as shoelaces and to structure the shoe – also available in a reflective model, for urban cyclists. Her Project came to life through the successful participation, in Kickstarter, a crowd funding campaign.
bruna miranda
Sustainability
Creative up cycling with a durability proposal Young Folk is a carioca boot brand, aimed for youth with an up cycling method – reuse and give even more value to what would be discarded. The front of the shoes is made
Biodegradable leather made from tea
from leftover apolstry material, in diverse and vibrant
The search for more sustainable materials for the fabrica-
prints. Aside from this differential, they are designed to
tion of clothing and footwear continues, happily, to evolve,
last for a long time.
and strengthens in the vegan product area, free of any animal origin components. A new and curious material
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salt ENGLISH
Yes, we have projects that show off the exact character of
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PAG 64
design professional exclusively has today become one of the best and most effective ways of working. It is good for
4 Questions
The best path
both sides. For the contractor, having an exclusive designer makes all the difference in the final result for each collection. For the designer, to direct their creative focus, have
salt ENGLISH
the opportunity to gain more knowledge of productive poHaving an exclusive professional in design
tential and the technology applied in all operational sectors
makes all the difference in the results of
of the company increases the development of a quality
each collection. By Lenora Rohlfs
product and gives it a unique identity. 4 What brings you most satisfaction in your work
The gaúcho Naim El-Far has already been involved in va-
as a designer? My work has always been very rewarding,
rious Brazilian footwear sectors and also in Argentina. For
however today the satisfaction is far greater now that in
18 years, the designer has worked exclusively for the brand
my current mode of work, I´m able to reach surprising final
“Strikwear in Nova Serrana, where he is able to align his cre-
results. I believe that every designer looks to include their
ative feel with the knowledge of production potential and
own creative feeling in each job they execute, but if they
available technology throughout all company operational
have ready production support, above average quality, and
sectors that the relationship permits. Among other things,
are able to follow the visual fidelity of their produced pro-
Naim shares here, how this exclusivity can add to the de-
jects closely, that’s fantastic!
velopment of a quality product, and consequentially with a unique identity. 1 What are the main ingredients that differentiate a good and bad design?In my opinion, there is no such thing as a good or bad design. Of course there are good and bad concepts or procedures that make a difference in a mo-
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PAG 36 jotta sybbalena
ment of creative execution. On the contrary of what people think, the success of a good design, be it directed at
CHANEL 2017
class A, B or C, isn’t directly connected with its creativity
CRUISE COLLECTION HAVANA - CUBA
and yes with its industrial process. The creation of a pro-
All you have to do is blink and everyone knows, everyone
duct to be produced on a large scale requires knowledge
is following, everyone is sharing. The digital revolution and
and creative feeling, however far beyond the drawing bo-
its instantaneity directly impacts the fashion industry. The
ard, the technical sector is one of the determining parts of
new generation of consumers was born and has grown
the design. The definition of alignments, production layout
up connected to social networks. Fashion parades are
and process analysis are fundamental in the elaboration of
followed live, by millions of people around the world. Winter
a new product. For me, the crucial point that differentiates
collections are shown in plain summer, resort collections
one good design from another is productive functionality.
in winter and from there it goes on. Those who are outsi-
2 In the footwear sector, copies are a common prac-
ders to the industry watch all of this from the screens of
tise and few risk working with creativity to produce a
their smartphones, think it’s all beautiful, but understand
product that stands out in the Market. How do you see
nothing. They understand even less when they realize that
this situation?As in all areas, unfortunately copies exist. A
what they see in stores are things that they saw six months
fact that shows us a reality: The supply is greater than the
ago. Yes, the world is instantaneous, “pero no mucho”. For
demand. It becomes clear that competing, adding value to
the public, this gap between the parades and the shelves is
a copied product is for the most part, impossible.
becoming more and more meaningless. There is an inten-
The difference between a copy and a product with a visual
se debate about the current format of fashion calendars.
identity is the return that each can offer. However the re-
In a small amount of time, from the catwalk to backstage,
formulation of ideas and concepts is valid and necessary,
everything has already been posted. By the brand, by the
helping us to better understand the great innovators and
stylist, by the models, by the public, by the editors. All the
creators of fashion, to consequently develop a modern and
effort surrounding the parade is lost and becomes difficult
competitive product.
to transfer into sales and profits. Today, and for a long time,
3 A designer often opts to work for various brands, wi-
the parades have shown a piece of clothing, seduce the
thout creating an identity for their product. What is
specialized media and consumers, are stand-outs in ma-
the differential for a professional who like you, works
gazines, sites, blogs and the most exciting “igs”, but only
exclusively for strikwear? For a company, working with a
arrive in stores in the next semester.
cost, as well as the low prices of our Asian competition have
ge in calendar, presenting summer in summer and winter in
contributed to our loss of the external Market.
winter, Burberry, once again, moved ahead and announced
In the beginning of the 21st century, Brazil became a large
the large change a few days ago, aligning retail to consumer
exporter of commodities. Recently, with the crisis in the
desires. The pieces presented in the parade will go directly
internal market our businessmen have awoken and seen
to the brand stores, soon after the presentation.
that in these past few years, they have slowly lost their
From the creative side, we still need to understand if a col-
international clients, or didn’t even try to captivate them.
lection focused on retail will impact creativity in a negative
Now everybody wants to export. Except that relationships,
way, pruning the designer’s ideas still further. From what
distribution chains, brand promotion abroad and Market
we have seen, little will change in this sense. Larger brands
share don´t happen overnight.
such as Burberry, Gucci and Chanel already use their para-
We can see that those who Always took the time to dedica-
des as million dollar marketing tools. However, the smaller
te between 20 and 30% of their production to exportation,
and more conceptual labels cannot distance themselves
even in the years when the dollar was low and the internal
from that which made them relevant: Original creations.
markets boom are those who now have the conditions to
The calendar changes will occur from September 2016,
retake international positions more quickly. To the rest,
starting in New York. In the meantime, consumers will con-
we can only advise that they pull up their sleeves and work
tinue to watch it all from their smartphones.
hard, because the outside world is hungry for something
HYPE GLOBAL
new. The international consumers are still keen to buy; we
Founded in Athens (Greece) in 2006, by the designer Eli-
are the ones who don´t produce for them…
na Linardaki, the brand that carries her name is a company
The moment has arrived to INTERNATIONALIZE, not to
that fabricates hand-made leather shoes. With a basis in
export. Internationalize is to export with refinement, inno-
artisan manufacturing, the brand also produces purses,
vation, technology, design, creativity and professionalism.
jewellery and accessories.
Internationalize is to be a part of a global community of con-
They´re personalized sandals, in a great variety of colours,
sumer goods manufacturers, with the capacity to compe-
made from real leather. The brand uses the best leather
te with brands from other countries. Our products cannot
and, generally, the best raw materials. With marketing fo-
compete on the item price, so we have to bet on innovation.
cussed on the “products made with love and care”, the
We cannot compete with China; however we can use our
products are made with precious details, but are not indus-
creativity to become differentiated manufacturers.
trially perfect, since that the value is found in an exclusive
How about using the “jeitinho brasileiro” (Little Brazilian Way),
artisan sandal.
so critizised for referring to racketeering and corruption, to
Elina won the title for seasons most popular sandals, as
make our companies more productive? Our “jeitinho” also
well as the most fancy knee height gladiators. Well, we are
means flexibility and creativity to develop new technology.
facing a global phenomenon. Aquazurra and Dolce & Ga-
Innovative products? Yes, without a doubt, because those
bbana got the message, following the lead of Elina and are
of you who think that they will start visiting overseas fairs of-
manufacturing large quantities of the famous pompons
fering more of the same, will return empty handed.
and tassel!
We need new ideas.
And, of course, here in Brazil, it could be no different: Big brands
The time has come for us to show the world that our di-
have also put the famous pompom sandal on the Market!
fferential can be flexibility, creativity, innovation, quality and productivity. Is it Difficult? Yes, the creation of a new
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PAG 76 EVERYBODY WANTS TO EXPORT
exporter culture in a company, or in a sector of the economy means changing paradigms and behaviour patterns. Without mentioning the fact that this challenge arrives at a time when companies have no funds to spare for greater investments. Only, the Brazilian exporters have already developed a name overseas for being opportunists, making the most of favourable moments to export and throwing the Market aside when the situation changes. We need to
Brazil´s recent economic crisis has brought to light a proble-
change this image with new positioning.
matic situation for the national industry: In recent years, all
The road to success passes through export capacity and
sales efforts have been focussed on the internal Market, and
through a company’s exporter culture. First, contrary to what
the exportation of our products was left in the background.
many may think, is not production capacity allocated to ex-
The unfavourable tax on the dollar and our high production
port, but a company’s attitude to strive for excellence in inter-
99
salt ENGLISH
While New York´s Fashion Week evaluated a possible chan-
salt ENGLISH
100
national standards, and involves all sectors of the company.
next year, if transparency will be present in kitten shoes, or
It´s the production capacity and exporter culture combined.
if low sandals will use and abuse the ankle lashings. These
Brazilian businessmen are courageous, resilient and tena-
are the people who will lead the inspiration, an item that se-
cious. For those who see our economy from the outside,
ems scarce on the shelves of fashion designers, but an idea
might even say that our tenacious way even goes as far as
which the world shows signs that they thirst for.
becoming stubbornness, since we resist so many thumps,
A Cultural Encounter
crisis, insane taxes and uncertainties. It is exactly this resis-
In 2015 during the São Paulo Fashion Week, the executive
tance in which lies the necessary boldness for a proper in-
president for the Britannic Bureau of Tendencies WSG for
ternationalization process for a globalized world, so that we
Latin America, Leticia Abraham Matta anticipates the the-
can have our definitive space as leading product suppliers.
mes that would dominate in the following year. Among them is the “Cultural Encounter”, which has everything to do with
Ana Klein / President / New Frontier Shoes Intelligence
the above. As she explained well, in a world so pasteurized, in which people dress equally, there is a contrary cur-
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PAG 46
rent that searches for authentic experiences. In short, she means that to surprise the consumer you need to present new points of view. For the shoe industry for example, this could mean a search for new inspiration. How about, instead
Consumption
Surprise me or I´ll devour you
of using the same components as everyone else, invest in something new? Organize trips to exotic places that have a rich artisan, it could be an excellent source of inspiration. Urban Frontiers What are the most popular and famous places that come to mind when you think about fashion? You don´t need to
Everyone equal: Will this be the formula to
think for long to know that the answer includes Paris, Milan,
stand out in the fashion world? Those who
New York and London. However, is it possible that such a
understand consumer trends show that’s
vast world of experiences can be summed up by four capi-
not all there is to it.
tals? According to WGSN it cannot, and should not. We live
By Lenora Rohlfs PHOto Disclosure
amidst a great wave of fusions in urban centres and urban migrations. The good consequence of this is that great ta-
Inspiration and research. Two fundamental ingredients
lents can be found outside these centres, and in other parts
for those who are a part of the productive fashion chain. If
of the planet that we wouldn´t have even imagined. This is
inspiration requires sensibility, cultural baggage and creati-
how the gaze escapes from the glamour and temptations
ve courage, research requires free time for travel, observe
and begins to perceive and value the more real and routine
the streets or simply type on your computer keyboard. In
things. All you have to do is make that extra effort to discover
the hyper-connected world it´s much easier to research
beauties that until now, we thought to be non-existent.
and bet on a collection which has no identity, but at the very
Generation Z
least bring security that will please the public that becomes
We are bombarded with information all the time. Want to
more equal with each passing day. And so, what is released
know how to dance the Gherkin, what you eat in Krakow or
here, In the United States or Columbia is a copy (sometimes
your pets main characteristics. All you have to do is access
in disguise) of what the greatest minds in the fashion world
the internet. What you can never know for sure is if the con-
release each season. It is difficult to believe (and invest) in
tent is truthful. Questionably, generation Z (Those born af-
something inspirational and proposes something authorial.
ter 1995) is also suspicious. In favour of a transparent culture
This shows that the fashion gearbox Works, and so the
(and tolerance), they drive change. They are the consumers
Market caters with more of the same. Ok, but is this fashion
of the future, and if that is so, nothing could be better than to
“modus operandi” really working Wonders? If the big ten-
understand how they think to get to know them.
dency bureaus are right (which we believe they are, seeing
What motivates you intimately? In the ranking of the
that they are hired by the global industry in various sectors
most respected people of the fashion world, Dutch Li
to predict well in advance what will become a trend), it´s
Edelkoort is a well-earned stand out. In her company, The
time to think about doing things differently.
Trend Union, she coordinates a Global tendency research
For this reason, is it wise to pay attention to what these
team for fashion, design, art and behaviour for giants like
bureaus have predicted for 2017? In the end, it´s obvious
Coca-Cola, Warner, Lacoste and L´Oreal. In 2014, she was
that it´s important to know if the ballet flats will be pointed
in Brazil to autograph the book “Bloom Brazil”. In an exclusi-
operations are currently centralized in the city. “Our objec-
her impressions of Brazil as well as fashion and tendencies
tive is to continually grow together with our sector, we love
that should appear in the following years. We have included
the place that we live in and wish to continue developing
here, a passage from that interview that proves how asser-
our research and searching for new technology to bring
tive and current her ideas are. Bring on 2017!
more value to the shoe area”, assures Luciano Soares, Ad-
What do you think about Brazilian fashion and Brazilians?
ministrative Partner.
I love this country; it has an absolutely vibrant culture. I
With products commercialized throughout the natio-
think that the people shouldn´t find inspiration in things
nal territory, MAX is well known for its competence in the
from other countries. My advice to the culture of Brazil
market. As the company makes punctuality with clients
would be to consider where you come from. Because the
and a set standard for quality its competitive advantage,
world is becoming very global, and the next step in the
the company believes that Nova Serrana is the best most
worldwide market is to conquer South America and Afri-
responsible choice. Our area is currently the most dynamic
ca. So the industry and Brazilian designers should express
of the sector, we have a large group of new businessmen,
what motivates them intimately, and not what is happening
with innovative ideas and an administrative capacity, with
somewhere else.
plenty of gas to take on the challenges and defeat them”,
Is this what stylists should do more frequently? I believe
comments Luciano.
so, maybe not right now, but it will be a challenge because if
In this new step, MAX has only to thank its team, for dedica-
you want to be global you have to make yourself local. Yves
ting themselves completely to install the company in Nova
Saint Laurent is absolutely Parisian, Ralph Lauren is com-
Serrana. As well as the great importance of their clients and
pletely American, Yohji Yamamoto is absolutely Japanese.
yearlong partners who believe in the company´s developing
So, whoever has strong roots, as they do, will be able to
work. The company´s wish is to continue to offer the best for
conquer the world. If you have a brand that is in the middle
all. With a client relationship based on professionalism and
term, it’s more difficult. I feel that in the Southern Hemis-
ethics, MAX reaffirms its commitment to attending all with
phere there is still a fascination with Hollywood, Paris, Milan
efficiency and effectiveness.
and I can tell you: Well, I come from there and It´s not as
MAX thermoplastics, now in Nova Serrana: Closer to you.
good as you might think. We want to be here! And can you give me a preview of what tendencies are showing for the next two years? Yes: More crazy, more daring. I think that fashion has been so safe that it is becoming boring. Aside from creating a very important fashion tendency called “blunt and boring”, which has already be-
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PAG 80 INSTAGRAM
gan to appear in the U.S and Europe and is used by people who don´t at all want to be in fashion. They dress up and you
By Luísa Reiff
don´t even notice. What do you think about spending 72 hours without ac-
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PAG 50 NEW ADDRESS , SAME COMPETENCE
cess to your Instagram account? The experience that took place with “Whatsapp” wasn´t even very traumatic. But if people had to go through the same thing with Instagram, it would be very likely to present symptoms of abstinence throughout the interwebs: weakness, itching fingers and a slight offline agony. So why is Insta so sorely missed? It´s not even more the ego massage that a “like” offers. It´s true. It´s because it’s a social
Closer to their clients, Max Thermoplastics
network filled with cool references, an image bank from arou-
now operates in Nova Serrana
nd the world, ready to inspire all. Especially if you know where to search. It´s worth taking a look at the suggestions:
Do you know that old story of the good son who returns
@pantone All the necessary colour references to illustrate
home? That’s exactly what happened with Max Thermo-
an Instagram are there. Also, for those who like to establish a
plastics. After a ten year installation with the neighbours in
cohesive pallet on their profile, by creating colourful blocks. As
Divinopolis, the company now wishes to plant itself in Nova
well as rich and well thought out statistics, you can see news
Serrana, home of their founders. With thoughts focused on
on fairs, expositions and art events on Pantone´s IG.
attending the demands of the shoe sector, 100% of their
@luanna90 So as not to say that I didn’t mention
101
salt ENGLISH
ve interview with the site FFW, the researcher talked about
salt ENGLISH
102
the bloggers, Luana, a Peruvian trendsetter who lives in New York, is the moments top indicator. Averse to broad smiles, Peace and Love signs with her hands, and “Goddess” productions, she brings a more alternative feel to the blogger universe. Tattoos, big red hair and lots of band t-shirts, in a fresh Big Apple street style, is what you will see on her profile. Rock on!
personality to the look.
@ftc_insta Only those who create know that culture is
who want to gain a few more centimetres of height.
fundamental. Here is a profile that transits through the cul-
_ Classic slip-ons go very well with more classic clothing,
tural universe, in an inspiring and happy way and commonly
and best of all are easy to put on, with no need for laces.
_ Joggers are known for their multiple functions, as well as giving an up to your look. _ Joggers with prints are ideal for the more romantic girls, that don´t lack delicate details. These models are very pleasing to the public. _ Platforms, aside from being comfortable and giving your outfit a modern visual, they “give you a hand” with those
publishes innovative shoes. There you can also find design,
_ Retro joggers have been the stand out for many collec-
art, travel, technology and decoration in very cool images,
tions and the summer 2017 won’t be different.
ideal for those who desire a more exciting feed and are on
_ if there is one type of sneaker that is the icing on the cake
the lookout for a @repost that’s worth it. Follow the colou-
for the season it’s unisex. They are so dear that the whole
rs! Or better yet, follow the Collours on Instagram.
world wants a pair to call their own. For those who wish to demonstrate that they are in tune with the fashion world,
-------------------------------------------------
they are the best bet: Unisex sneakers are on top!
PAG 82
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Joyce Amaral
PAG 86
Go with sneakers
SOCIAL
The darlings of tuned in women and full
Hooray!
of style men is the best bet for the hottest season of the year
There is still hope
Sneakers are without a doubt “the new black” of summer
By Lenora Rohlfs PHoto Disclosure
2017. It’s already spring in the Northern countries and many celebrities as mere mortals have defined that they
For those who said that there is nothing new in
are the better part of the look for this season.
fashion, it´s time to take another look at the concept.
Sneakers today, are a type of footwear that can be used
Don´t even think about crossing the ocean to drool
with almost any style of clothing. From the heavy jackets,
over what is made far away from here. Released with
biker style, formal wear, passing through the eternal ove-
AN AMAZING POCKET SHOW, in Belo Horizonte, the
ralls, through the slim waist dresses, or any other piece that
NUU Shoes collection deserves attention.
you can imagine, they are always an interesting option to
The objective of the designers Marcela Torres and
make an awesome look.
Marina Lerbach is the interaction between different
_ To understand the strength of sneakers you have only to
styles and individual expression. A mixture of extre-
pay attention to that actor, singer, model or celebrity that
mes, rescue of aesthetic art references, architectu-
you admire. Yes, they use sneakers.
re, design and fashion (which are revised and upda-
_ Alas, it’s a type of shoe that holds a common collabora-
ted) result in a unique product. This is what fashion
tion between brands and celebrities. With this strategy, the
thirsts for. In the same event, the LED collection was
public begin to identify themselves with the product.
also released, with Celio Dias in command. In short,
_ With a gigantic variety of options, it’s interesting to per-
the brand is committed to freedom of choice, in de-
ceive that each model has its own singularity. Here are
sign pieces with no gender definition. These are clo-
some types of sneakers, so that you may choose the one
thes that bring spontaneity to fashion consumers who
that matches your look.
follow their own feeling.
_ Modern style with a bold sole, fronts with technological and innovative design.
Understand? Are you going to keep repeating that
_ High heels also play their part in the style and give a bold
there is nothing new in fashion? I’m certain you won´t.
s a l t ENDEREÇOS
104
ANA FLOR R. DELBAR PINTO DA FONSECA, 918 Jardim Padre Lauro NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3226-2614
HOST R. Arezio Junior, 806, Fausto Pinto da Fonseca 02 Nova Serrana /MG TEL.: +55 37 3225-2334
Play Baby R. Anel da Serra , 44 Prol . Nossa Senhora da Saúde Perdigão/MG TEL.: +55 37 3287-1676
AIR SPORT R. FAUSTO PINTO DA FONSECA, 295 PARK Dª GUMERCINDA MARTINS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-2996
IMPACTO R. D, 368 JARDIM PADRE LIBÉRIO NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3225-1684
RASTER R. JOAQUIM JOSÉ FERREIRA, 135 JEFERSON BATISTA NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-1719
BFK/VORAX R. Valdomiro Amaral , 150 JARDIM SÃO FRANCISCO NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3226-4800
KRISLE R. JOÃO FERREIRA DOS SANTOS, 495 PARK D. GUMERCINDA MARTINS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3225-3891
RECORD R.JOÃO JOSÉ DE FREITAS, 160, PARK D. GUMERCINDA MARTINS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-3414
BIKER FEET R. JUSCELINO KUBITHECK, 302 BAIRRO SERRA PERDIGÃO/ MG TEL.: +55 37 99124-3049
LUMA LUZ R. GERALDO PINTO DO AMARAL, 446 SANTA CLARA NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-5200
REPLAY Av. Luís Sulino, 949 Prol . Nossa Senhora da Saúde Perdigão/MG TEL.: +55 37 3287-1387
BOX 200 R. ANTÔNIO ELIAS, 927 JARDIM PADRE LIBÉRIO NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3225-4023
LOGUS R. ANTÔNIO JOSÉ DOS SANTOS, 318 FAUSTO PINTO DA FONSECA NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3228-5000
SIDE KICK TEL.: +55 37 3228-9500
CHUTEIRAS/BOTINAS CAMPU’S R. JOAQUIM MACEDO, 625 BELA VISTA PERDIGÃO/ MG TEL.: +55 37 3287-1256 / 99169-6446
MAGIA DA TERRA R. RUI BARBOSA, 05 SÃO CRISTOVÃO NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-2208
SINDINOVA R. ANTÔNIO MARTINS, 75 CENTRO NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3228-8500
DANPER R. MARIA FERREIRA, 1029 BAIRRO CHIQUINHO PERCÍLIA ARAÚJOS/MG TEL.: +55 37 3288-1778
MARINA MELLO AV. JOSÉ JOÃO RODRIGUES, 380 PARK D.GUMERCINDA MARTINS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-3444
STRIKWEAR AV. AMARAL, 530 NOVO HORIZONTE NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3228-0101
FIOCCO R. JOÃO FERREIRA DOS SANTOS, 485 PARK D. GUMERCINDA MARTINS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-2323
MAX TERMOPLÁSTICOS R. IRACEMA GOMES GUIMARÃES PADRE LIBÉRIO NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-9200
TIÊ REPRESENTAÇÕES E ASSESSORIA AV. JOSÉ JOÃO RODRIGUES, 1135 FAUSTO PINTO DA FONSECA NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3228-9500
FRONTSYS R. VER. LELIS CAMILO, 183, sl. 103 JARDINS DO LAGO NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3225-6982
MINI PÉ R. SEIS, 342 JARDIM PADRE LIBÉRIO NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3226-3100
VELLUTI R. DELBAR PINTO DA FONSECA, 70 FRANCISCO LUCAS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3228-0000
FUZA R. TRAVESSA DONA SANINHA, 107 CENTRO PERDIGÃO/MG TEL.: +55 37 3287-0169
MORENA ROSA AV. PARAÍBA, 1029 ZONA 03 CIANORTE/ PR TEL.: +55 44 3351-5000
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WINIPEG R. Vereador Leonel Lino, 1215 Jardim Padre Lauro NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-6119
JULIANA AMARAL R. GENÉSIO MILITÃO DOS REIS, 465 PARK Dª GUMERCINDA MARTINS NOVA SERRANA/MG TEL.: +55 37 3228-8600
ORTOBESSA R. ARÍSIO GERALDO M. AMARAL, 310 PROLONGAMENTO BELA VISTA NOVA SERRANA/ MG TE.: +55 37 3226-7107
ZOTTO R. GENÉSIO MILITÃO DOS REIS, 572 Park Dona Gumercinda Mart ins NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-9600
HAPPY LUCK R. VEREADOR LEONEL LINO, 1288 JARDIM PADRE LAURO NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3225-6134
PANKY R. PATRÍCIA LACERDA DOS SANTOS, 323 ANDRÉ DE FREITAS NOVA SERRANA/ MG TEL.: +55 37 3226-1077
S U M M E R
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⨀䴀愀爀挀愀猀 焀甀攀 瀀爀漀搀甀稀攀洀 挀愀氀愀搀漀猀 攀洀 洀愀琀攀爀椀愀氀 愀氀琀攀爀渀愀琀椀瘀漀
一漀猀猀漀猀 挀愀氀愀搀漀猀 琀爀愀稀攀洀 瘀愀渀琀愀最攀渀猀 挀漀洀瀀攀琀椀琀椀瘀愀猀 昀爀攀渀琀攀 猀 洀攀氀栀漀爀攀猀 洀愀爀挀愀猀 搀漀 洀攀爀挀愀搀漀㨀 ⴀ 䄀氀琀漀 最椀爀漀 搀攀 瀀爀漀搀甀琀漀猀 ⴀ 䔀砀挀攀氀攀渀琀攀 洀愀爀欀ⴀ甀瀀 ⴀ 倀爀漀搀甀琀漀 攀洀 猀椀渀琀漀渀椀愀 挀漀洀 愀 洀漀搀愀 洀甀渀搀椀愀氀 ⴀ 倀爀漀搀甀琀漀猀 挀漀洀 焀甀愀氀椀搀愀搀攀 搀愀猀 洀攀氀栀漀爀攀猀 洀愀爀挀愀猀 搀漀 瀀愀猀⨀⸀ ⴀ 팀琀椀洀漀 挀甀猀琀漀⼀戀攀渀攀昀挀椀漀 瀀愀爀愀 漀 挀漀渀猀甀洀椀搀漀爀⸀ 䔀渀琀爀攀 䔀渀琀爀攀 攀洀 挀漀渀琀愀琀漀 攀 瘀攀樀愀 挀漀洀漀 甀洀 匀琀爀椀欀眀攀愀爀 瀀漀搀攀 洀攀氀栀漀爀愀爀 猀攀甀猀 氀甀挀爀漀猀⸀
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匀吀刀䤀䬀圀䔀䄀刀开伀䘀䤀䌀䤀䄀䰀
⼀匀吀刀䤀䬀圀䔀䄀刀