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O PIANO QUE FOI PARA GUERRA: SOLDADO STEINWAY
O PIANO QUE FOI PARA GUERRA: SOLDADO STEINWAY
Nós conhecemos as histórias dos artistas que foram até os campos de batalha na Europa e na Ásia para se apresentar para as tropas americanas durante a II Guerra Mundial. Glen Miller, inclusive, morreu durante uma dessas incursões, quando o avião que o transportava e à sua orquestra desapareceu sobre o Canal da Mancha. Mas existe uma história muito interessante, de uma tropa de cerca de 5.000 pianos Steinway enviados para a Guerra. Eles eram chamados de Victory Verticals ou G. I. Steinway.
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PARA SOBREVIVER À GUERRA
Durante o período da II Guerra, a indústria norte-americana empreendeu esforços que redundaram, por um lado, em superprodução de alguns produtos e, por outro, em paralização de outros. Boa parte da matéria prima e da mão de obra foi alocada na indústria bélica ou em setores necessários para a subsistência do país, dos aliados e das tropas. Instrumentos musicais eram um luxo desnecessário e, portanto, sua produção foi paralisada, madeira e metal teriam outros usos, “mais apropriados”. Porém, a música que chegava às tropas foi considerada uma arma de guerra, pois elevava o ânimo dos que estavam longe de casa. Tornou-se uma prioridade levar música e entretenimento para os soldados que estavam na frente de batalha para o governo norte-americano. “Aquela música era considerada um impulso moral tão poderoso que os pianos foram realmente construídos para serem lançados de paraquedas por todo o mundo, é incrível!”, conta Jonathan Piper, gerente de artefatos e exposições do Museum of Making Music em Carlsbad, Califórnia. E esses pianos foram a salvação da Steinway e de seus trabalhadores, que puderam continuar operando em sua oficina em Nova York. Porém, com um produto muito diferente daquele que estavam acostumados a construir. As cores cinza, verde e azul substituíram o elegante preto ou a madeira envernizada, e o design era mais simples para que o instrumento formasse um bloco resistente. O mais surpreendente, talvez, seja que o fato de que os pianos tinham alças, para que fosse carregados pelos soldados.
O PIANISTA DAS TROPAS QUE VIRIA A REVOLUCIONAR O JAZZ
Recém-formado na Universidade, um jovem rancheiro da Califórnia se alistou para servir o exército norte-americano na II Guerra. Logo após sua chegada na Europa, ele se voluntariou para tocar piano em uma apresentação da Cruz Vermelha. Um oficial reconheceu seu talento e o convidou para formar uma banda para animar as tropas. Claro que não era o que ele imaginava, mas isso o deixaria em menos perigo e ele continuaria dedicado à luta contra no nazismo.
David Warren Brubeck, que chegaria a sargento do exército, aprendera com seu pai que ele devia lutar sempre contra a desigualdade, e fez uma única exigência para montar o Wolf Pack, que sua banda não fosse segregada. Assim, Dave, como viria a ser conhecido, formou uma das primeiras, senão a primeira, unidade do exército norte-americano integrada.
A experiência na Europa durante e após a guerra - Dave permaneceria no exército até 1946 - proporcionou que ele entrasse em contato com músicas de culturas diferentes, como a música turca, que o inspiraria a compor “Rondo a la turk”. Foi durante esse período que ele iniciou os estudos de andamentos alternativos que apresentaria no álbum Time’s Out anos depois e que revolucionariam o Jazz.