N Respostas 15 - abril/maio 2011

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Carta ao Leitor N Palavras

Quer sucesso na vida profissional ou na vida pessoal? Por que não nas duas? Caro leitor, nesses anos de atividades à frente da N Produções, fazendo um trabalho junto a empresas, para que possam aproveitar nossos treinamentos, acredito ter visitado aproximadamente mil empresas por esse Brasil a fora. Posso afirmar com segurança que as mulheres estão cada vez mais dentro do mercado de trabalho e em posições de maior destaque! Na iniciativa privada vemos, por exemplo, os RHs das empresas totalmente dominados pelas mulheres. Já não é de se estranhar estarem no marketing, nas vendas, na informática. Em todas essas posições elas estão se destacando e realizando grandes conquistas. Estão empreendendo! Melhor exemplo possível para retratar isso é nossa presidenta. Chega ao poder e personaliza esse especial momento. Ela deve inspirar todas as mulheres do mercado e as futuras gerações. Creio que essa conversa está só no início... Mas em meio a tanta visibilidade e sucesso, ainda vejo as mulheres em algum momento da carreira se deparando com a pergunta: e agora? Cuido da minha vida pessoal ou profissional? Perguntam-se muitas vezes com o tom excludente, como se não houvesse maneira de fazer compatível a opção profissional com a pessoal. Ou com um certo sentimento de culpa por terem que optar por uma ou outra carreira. Lendo a entrevista de uma vice-presidente de um grande grupo de TI, entendi que isso não é impossível. Ela diz que à medida que você sobe na carreira, não ganha mais tempo para descansar: “O trabalho aumenta na medida das responsabilidades. Eu trabalhava

muito, adiei os relacionamentos, a maternidade e esperava ter dias mais tranquilos, quando estivesse nas posições mais altas da empresa. Eu estava enganada, meu ritmo só aumentou, acelerou, cheguei a virar noite na empresa já grávida. Outro engano que cometi: ser mãe, ao contrario do que pensava, alavanca a carreira da executiva. Hoje, com 2 filhos, adquiri maturidade, paciência, flexibilidade – foi uma revolução na minha forma de pensar que aprimorou meu desempenho. Aprendi que mudanças nos fazem crescer desde que não deixemos que atropelem a carreira”. Esse relato reforça a ideia de que na vida possuímos vários papéis, você é pai, é filho, é marido, esposa, mãe, médico, aluno, professor. Ou seja, a cada momento assumimos um novo papel, mas não deixamos os papéis que já havíamos adquirido. Tive oportunidade conhecer a Luiza, do Magazine Luiza, importante ícone empresarial e ótima referência no tema que estamos abordando nessa edição, grande exemplo de mulher de resultados. A Luiza, frente a uma situação de conflito, costuma perguntar: “Você quer ter razão ou quer ser feliz?” Minha intenção e minha torcida são para que você faça suas melhores escolhas e aprenda a conviver bem com elas. Espero que tenha muito sucesso e muitas felicidades tanto na sua vida pessoal como na profissional. Um abraço,

José Paulo Furtado Diretor da Revista N Respostas twitter.com/jpnproducoes abril \ maio 2011 josepaulo@nrespostas.com.br

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Leitor leitor@nrespostas.com.br

Envie seus comentários, sugestões, informações, críticas e perguntas: SHCGN 704/705 Bl. E nº 17 Ed. M.ª Auxiliadora sala 401 CEP 70730-650 Brasília-DF Tel/Fax: 61 3272.1027 e-mail: leitor@nrespostas.com.br

N Respostas é uma publicação da N Produções www.nproducoes.com.br Diretor-Executivo: José Paulo Furtado Direção de Arte: Letícia Marchini arte@nrespostas.com.br

“Recebi a revista NRespostas e todos gostaram muito, principalmente dos temas versados nos outros artigos. Muito interessante a forma como a revista é vista no mercado empresarial. Os temas são muito atuais e mostram variedades que são muito importantes que se tome conhecimento. Obrigado pela atenção dispensada e um grande abraço.”

me auxiliou na reflexão do tema, como gerou uma produtiva discussão entre meus colegas de trabalho. Pude, então, reafirmar minha opinião de que a NRespostas é uma ferramenta que realmente auxilia seus leitores. Obrigada”.

Francisco Campos, advogado e articulista.

“Obrigado, NRespostas, por ter respondido e publicado a pergunta que encaminhei. Demorou, mas tive minha solicitação atendida satisfatoriamente”.

“Agradeço a resposta à minha pergunta, publicada na revista n. 13, no artigo “Empreendedorismo no serviço público”. A resposta não só

Editoração: Leticia Marchini Editora-Chefe Renata Araújo redacao@nrespostas.com.br

Letícia Becker, servidora pública.

Luiz Carlos Vagostelo, estudante de engenharia.

Jornalista responsável: Cid Furtado Filho DRT DF 1297 Revisão: Denise Goulart Fotografia: Telmo Ximenes Reportagem: Renata Araújo Colaboradores desta edição: Sibele Godinho • Carlos Hilsdorf • Humberto Barreto Filho • Vilmar S. D. Berna • Eduardo Tevah • Roberto Guimarães Rodrigo Cardoso • Christian Barbosa • Homero Reis • Mario Sergio Cortella • Roberto Shinyashiki Diretora Financeira: Ana Paula Abílio financeiro@nproducoes.com.br Diretor Comercial: José Paulo Furtado josepaulo@nrespostas.com.br

Como anunciar: 61 3272.1027 de 2.ª a 6.ª, das 9 às 18h josepaulo@nrespostas.com.br A N Respostas não se responsabiliza pelas ideias e opiniões emitidas nos artigos assinados. Tiragem: 20.000 exemplares.

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Índice Ano IV • Nº 15 • abril / maio 2011

capa 10. Sim, a mulher pode!

colunistas 26. Roberto shinyashiki

Dicas de campeão

34. Homero Reis Pergunte ao Coach 38. mario sergio cortella Filosofando

Seções 03. N Palavras 07. entrevista Janete Vaz - “Tire seus sonhos da gaveta” 20. N Flashes

Quem passa pelos eventos da N Produções

24. eTc.

Entretenimento, trabalho, casa

28. eco notícias 29. N Atividades

RESPOSTas 15. Universa - Sibele Godinho

A linguagem de cada um

16. Recursos humanos - Carlos Hilsdorf

A crise gerencial brasileira

18. jurídico - Humberto Barreto Filho

Carnaval tributário

22. Sustentabilidade - Vilmar S. Demamam Berna As várias faces da mudança para a sustentabilidade 25. marketing - Eduardo Tevah

Uma simples e perigosa confusão

30. inovação e criatividade - Roberto Guimarães A empresa cerebral

32. motivação - Rodrigo Cardoso Você mais feliz

36. gestão do tempo - Christian Barbosa Muitos começos, poucos términos

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2011 será um ano de grandes mudanças para a La Boulangerie. Em breve a La Boulangerie Asa Sul estará de casa nova, na 306 Sul. E acompanhando essas melhorias, as instalações da La Boulangerie Lago Sul serão renovadas para manter a qualidade e o compromisso com seus clientes.

Aguardem!

BREVE 306 Sul

(61) 3244.1394 6

QI 17 Lago Sul Lago Sul - Brasília - DF (61)NRespostas 3248.4964

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Entrevista Entrevista

“Tire seus sonhos da gaveta!”

Janete Vaz

Essa frase, o sorriso cativante e o olhar acolhedor de Janete Vaz materializam a alma de sua empresa, há anos no topo das listas das melhores empresas do país. O Laboratório Sabin coleciona títulos de reconhecimento, como o 1º lugar nacional em Gestão de Pessoas (Revista Valor e Carreira) ou a 3ª entre as 100 Melhores Empresas para Trabalhar e a 1ª Melhor para a Mulher Trabalhar (Instituto Great Place to Work), com destaque para o quesito CUIDAR. E é isso que ela faz. Cuida de seu negócio, de seus colaboradores e de seus clientes. A receita tem dado certo. Com 1.016 funcionários e a audaciosa meta de 30% de crescimento para 2011, obtém, de seus funcionários, o índice de 86,2% de felicidade no trabalho e, de seus clientes, 99,83% de satisfação com o serviço oferecido. Mãe de 3 filhos, pensa que com sabedoria, disciplina e cuidado a mulher consegue administrar as várias funções que ela tem no dia a dia, conciliando vida familiar e profissional. Essa mulher empreendedora serve de exemplo e inspiração para outras, com as quais compartilha sua história de sucesso. “Sonhe grande e motive os que lhe seguem a sonhar! Os resultados são consequências...” por Renata Araújo

idade. Ela foi a melhor vendedora da região de Anápolis. Quando eu comecei, eu já tinha a minha formação Eu e Sandra, minha sócia, éramos profissional, tinha vontade de ter o bioquímicas e trabalhávamos juntas meu negócio e queria vencer sozinha, em uma empresa. Nós éramos profis- como meu pai. Ele era minha garansionais da área e no começo fazíamos tia. Se eu errasse, ele não me deixaria de tudo, desde o atendimento e as passar vergonha, mas eu queria fazer análises até a limpeza. Em pouco tem- sozinha... po houve a necessidade de definirmos Como foi conciliar as funções de funções. A Sandra ficou como respon- mãe e empresária? sável técnica e eu assumi a parte ad- No início, trabalhei muito, tinha dois ministrativa. No começo, fiz tudo por empregos que não podia abandonar intuição e percepção. Pela veia. Algu- para cuidar só do meu negócio. Saía mas coisas eu herdei, em termos de de casa às 6h30 da manhã e voltanegociação, de busca de negócios. A va às 10h30 da noite. E dava conta gente pratica o que aprende em casa. de tudo. Às vezes eu ficava em casa Meu pai construiu a vida sozinho, apenas meia hora. Levava meus ficom trabalho e credibilidade. Minha lhos na escola. Nunca abri mão disso, avó vendeu Avon até os 80 anos de porque aquele era um tempo valioso

que eu tinha para ficar com eles. Eu tinha uma empregada que fazia tudo em casa. Temos que valorizar muito quem nos ajuda nesse processo. Para poder sair, temos que escolher alguém muito bom para ajudar, senão você não dá conta.

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Como foi o início do seu negócio e de onde veio esse espírito empreendedor?

Você sempre se sentiu segura em relação a não estar em casa com eles? Claro que tive medo deles me cobrarem no futuro minha ausência. Procurei orientação de psicólogos, que me mostraram que o pouco tempo que eu tinha com eles tinha muito mais riqueza do que de algumas mães em tempo integral. Algumas deixam a vida profissional para cuidar das crianças, que muitas vezes não valorizam tanto a mãe, por estarem ali 7


[Entrevista] tão próximas. Enxerguei que os filhos ficam muito pouco tempo com a gente, não ficam a vida inteira. Muitas mães abandonam a carreira para tomar conta dos filhos. Aí eles crescem, saem de casa. O tempo delas passou, elas não têm mais capacitação, não conseguem vaga no mercado de trabalho e acabam ficando frustradas com a vida que construíram, com a carreira que interromperam. Acho muito mais produtivo e vejo resultados muito mais positivos naquelas mulheres que conseguem conciliar seu tempo entre família e trabalho. Não é fácil, mas com sabedoria se consegue administrar a vida familiar trabalhando fora. Com disciplina se consegue dar conta das várias funções que tem no dia a dia.

“Fazemos gestão por competência e para isso o sexo não importa.”

dem acompanhar os filhos a consultas médicas, por exemplo. O RH mapeia geograficamente onde mora a pessoa e a aloca em uma unidade próxima. Isso possibilita que ela vá à casa no horário Sua empresa tem uma política de do almoço, podendo administrar megestão específica para mulheres? lhor seu lar. Tendo uma melhor qualiSim. Temos 72% do quadro de fundade de vida, as pessoas oferecem mecionários composto por mulheres. Em lhores resultados para a empresa. 2010, 48 grávidas deram à luz. Falamos muito em família, em qualidade Como é lidar com os homens, em de vida, em realizar sonhos. Aqui nós uma empresa com um percentual acreditamos que ser mãe faz parte dos tão grande de mulheres? sonhos das mulheres. Acompanhamos Eles falam que aqui é o melhor lugar a gestação desde o início, quando fa- para o homem trabalhar, porque tem zem o primeiro exame. Elas recebem mulher demais... Brincadeiras à parapoio da empresa e dos colegas. A te, fazemos gestão por competência e gestante é muito bem acolhida; ganha para isso o sexo não importa. Existem enxoval, orientação para os cuida- alguns fatores inerentes ao fato de ser dos com o neném e babá no primeiro homem ou mulher que, é claro, inano. Nós pagamos uma babá desde o fluenciam, mas na capacidade de tra4º até o 12º mês da criança. Elas usam balho, de um modo geral, não. Muuniforme do Sabin e a própria mãe es- lheres têm mais flexibilidade e rapidez colhe a pessoa. Quando a gravidez é nas decisões, conseguem olhar o todo indesejada, passa a ser desejada. Além com mais facilidade. Nos processos de disso, existe flexibilidade para todas as seleção, conquista a vaga quem estiver atividades de mãe aqui dentro. Nós fa- melhor preparado. Temos projetos zemos isso com muita orientação. Ne- como o “Gestação”, em que o homem nhuma mãe deixa de ir aos eventos que também participa... ganha o enxoval precisa, principalmente os de escola. do bebê. Os benefícios que temos são Respeitando nossos horários de garga- para ambos, talvez o único que apenas lo no atendimento ao cliente, elas po- mulheres ganham seja a babá. 8

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O que justifica a diferença de tratamento entre homens e mulheres, no mercado de trabalho em geral? Eu sei que no mercado existe realmente a dificuldade das mulheres em assumirem posição de comando, mas isso não faz parte da minha realidade. Contudo, essa é uma percepção clara, basta observarmos os eventos empresariais, ou congressos científicos, onde se encontra uma maioria absoluta de homens em suas mesas diretivas, mesmo que dentro das entidades o número de mulheres seja superior. Aqui valorizamos o trabalho de homens e mulheres. Acredito em oportunidades iguais para ambos. O que levou sua empresa a trilhar o caminho que a tornou uma referência tão importante no meio empresarial? Fomos sentindo necessidade de realmente nos profissionalizarmos. Decidir buscar a certificação ISO 9000, que foi um divisor de águas. Foi uma época dificílima porque provocar e promover mudança de cultura é sempre muito complicado. Nós sabíamos que tínhamos que ser firmes em nossas decisões, senão não conseguiríamos adotar um modelo organizacional no qual não mais estaríamos ali, maternalmente, ajudando e deixando as coisas acontecerem do jeito que as pessoas queriam. Profissionalizar a empresa, descentralizar a gestão e realmente fazer gestão de pessoas gera resultados diferentes para a empresa. O que motiva esses resultados? No momento em que o colaborador passa a entender de produtividade, de metas e dos resultados esperados pela empresa e ao mesmo tempo passa a saber que aqui dentro tem apoio para

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o que ele quer construir na sua vida, ele vai te dar um resultado melhor. Conscientiza-se de que ali é um lugar onde desempenhando seu papel com responsabilidade, ele terá acesso a um pacote de coisas para ajudá-lo a realizar seus próprios sonhos. Todos podem ser cobrados, todos têm capacidade maior do que acreditam ter. A diferença está na forma de se fazer as cobranças. O segredo está na atitude da liderança e a diferença está no feedback, que chamamos de “Cobrança com Amor”. Fazemos a pessoa entender no que ela é boa e o que precisa melhorar. Neste processo, oferecemos condições para que todos se desenvolvam, seja estudando, seja participando de grupos de pesquisa ou de projetos. No final de 2009, os treinamentos oferecidos pela N Produções foram avaliados e reconhecidos pela nossa liderança como o melhor projeto de desenvolvimento de pessoas do ano. Temos vários casos de comprovado crescimento profissional decorrentes da participação de colaboradores nos eventos da N Produções. Você costuma ter um olhar especial para algum departamento específico? Em geral, percebo que as empresas privilegiam o departamento comercial, por se dedicarem à captação de clientes. Isso é uma coisa que não faço. Sei que o comercial é importantíssimo, mas reconheço que o coração da empresa está na atividade técnica. Buscando inovação e máxima qualidade, garantimos o nosso sucesso. As pessoas nos procuram pela qualidade do produto, porque confiam e acreditam. Então, não acredito em bonificação diferente para a equipe do comercial, pois todos trabalham em equipe buscando os resultados. Devemos reconhecer a igualdade, dentro da diversidade. Aqui, os médicos têm

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os mesmos benefícios dos motoristas. Que características você considera essenciais em um líder? O líder precisa construir confiança frente a seu grupo de liderados. As pessoas só vão compartilhar sua vida, anseios, ansiedades e necessidades com o líder se confiarem nele. Se ele começa a falar, comentar o que escuta com os outros, elas se fecham e a relação não flui. O que queremos é que a liderança seja um modelo, trabalhe junto, esteja presente nos momentos das decisões. Compartilhe as dificuldades. Continue o que eu e a Sandra fazemos. Nós estamos presentes nos momentos em que eles precisam de alguma orientação, de alguma informação. Isso é um grande diferencial, foi no nosso início e continua sendo até hoje. O grande problema da liderança é achar que já falou o suficiente e não precisa ensinar mais. O problema está em não entender a individualidade das pessoas. É preciso ter paciência para ensinar tantas vezes quantas forem necessárias. Para florir, cada flor tem um tempo diferente para colocar água e adubar. É preciso respeitar as necessidades específicas de cada um. Se você con-

“As pessoas precisam ter menos medo e acreditar mais em si mesmas.”

seguir ter uma equipe de líderes que promova isso, você terá uma empresa de sucesso. Como vocês têm trabalhado a questão da sucessão na empresa? Nós temos filhos na empresa, mas não acredito que a continuidade fique com eles. Acredito que vá ficar com o grupo gestor que estamos preparando já há dez anos, desde a implantação da ISO. Buscamos pessoas e habilidades e começamos a treinar. Se você me fizesse essa mesma pergunta cinco ou seis anos atrás, eu diria que certamente nossos filhos assumiriam a empresa. Hoje, digo que não. O que percebi foi que nossos filhos confiam nessas pessoas que preparamos e que estão aqui desde quando eles eram pequenos. Todos os nossos gestores têm 10, 15, 20 anos de casa. Nossos filhos confiam e sabem que estes detêm mais conhecimento da empresa do que eles próprios. Isso os desobriga de estarem orientados para cá. Eles não têm essa ambição. Foram e estão sendo preparados para gerirem seus próprios negócios. Que mensagem você gostaria de deixar para nossos leitores? As pessoas precisam ter menos medo e acreditar mais em si mesmas. Trabalhar com ética e profissionalismo. Dificuldades existem, mas sempre nos ensinam muito. Acreditar, ter fé em Deus e seguir em frente sem medo. Olhar para trás apenas para ver o que construiu. Investir nas pessoas da organização. Quando falo, em minhas apresentações, de todos os benefícios que oferecemos, acham que não ganhamos dinheiro; mas quando mostro os resultados de nosso crescimento, fica claro que a valorização, o investimento e a dedicação à Gestão de Pessoas é um forte diferencial para o sucesso da empresa.

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Capa

Sim! A mulher pode! por Renata AraĂşjo

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O espaço da mulher na sociedade já está assegurado. Isso é inquestionável. No Brasil, estatísticas mostram a trajetória ascendente da participação feminina no mercado de trabalho. Números que apenas comprovam o que se percebe mesmo sem necessidade de estudos científicos. Temos uma mulher na Presidência da República! Temos mulheres ocupando cargos em todos os escalões do governo e da iniciativa privada. Realidade definitivamente consolidada no mundo ocidental do século XXI. A posse de Dilma Rousseff, em 1º de janeiro de 2011, anuncia o início de uma década que consolida a possibilidade do domínio feminino onde, até bem pouco tempo, apenas homens atuavam. Nada poderia expressar melhor a ascensão da mulher brasileira que sua chegada ao cargo de maior importância do país.

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m seu primeiro discurso como candidata eleita, Dilma pronuncia: “Pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil. Já registro, portanto, aqui, meu primeiro compromisso após a eleição: honrar as mulheres brasileiras, para que este fato, até hoje inédito, se transforme num evento natural. E que ele possa se repetir e se ampliar nas empresas, nas instituições civis, nas entidades representativas de toda nossa sociedade. A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um princípio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem: sim, a mulher pode!” Tem sido árduo o caminho percorrido desde Adão e Eva até os dias atuais; ser mulher nunca foi e con-

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tinua não sendo fácil, apesar de todos os avanços e conquistas. Mas, vencida a batalha pela conquista de um lugar ao sol, que outro lado esta moeda nos apresenta? Toda moeda tem dois lados, todo direito traz em si deveres e tudo que adquirimos tem um preço. A dependência do outro e a necessidade da divisão de papéis foram fatores determinantes da instituição familiar, no início da civilização humana, foi. A mulher precisava cuidar de sua cria e precisava de alguém que lhes protegesse e trouxesse alimento. O homem saía para caçar, se expunha aos riscos inerentes a esta função e precisava de alguém que lhe proporcionasse suporte. Hoje, não existem mais esses papéis pré-definidos para homens e mulheres, mas não se pode esquecer que as atribuições inerentes a cada papel não desapareceram, nem desaparecerão.

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Capa O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA afirma que o número de lares brasileiros “chefiados” por mulheres vem crescendo significativamente nos últimos tempos. Entre 2001 e 2009, no Brasil, o percentual de famínessa condição subiu de aproxima“Tem sido árduo lias damente 27% para 35%. Este númeo caminho percorrido ro certamente seria maior não fosse o desde Adão fato das mulheres ganharem 24,3% a e Eva até os menos que os homens para o desemdias atuais; ser penho das mesmas funções. Nos carmulher nunca gos com nível superior completo, elas foi e continua recebem 36,2% a menos que o valor não sendo fácil, pago a eles. Outro dado relevante da apesar de todos pesquisa indica que na grande maioria

os avanços e conquistas.”

das familias “chefiadas” por homens, há a presença de uma companheira que trabalha fora e ainda é a principal responsável por grande parte dos afazeres domésticos. Obter seu próprio sustento não obriga a mulher a rejeitar a influência dos homens, mas a liberta da submissão que lhe era imposta. Ela agora pode defender com mais força os direitos que a duras penas conquistou. Pode descordar, ter vontade própria, impor limites. É difícil afirmar se as mulheres conquistaram mais direitos por estarem estudando, trabalhando e ganhando seu

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próprio dinheiro, ou se puderam iniciar essa trajetória por terem adquirido mais direitos. Fato é que houve tempo em que elas não tinham, e muitas vezes não se permitiam ter, vida e vontade próprias, sujeitando-se a humilhações. Um importante marco de luta e vitória do direito feminino é a Lei 11.340, de agosto de 2006. Popularmente conhecida como Maria da Penha, esta lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar, com o intuito de prevenir e punir, estabelecendo medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Com a nova cultura que se forma, a partir da efitiva participação da mulher no mercado de trabalho, o que até há bem pouco tempo era sinal de status social, hoje é considerado vergonhoso: a mulher que não tem compromissos profissionais tornou-se alvo de descriminação. Pior do que isso, ela própria se sente com menor valor social, como se as atividades e compromissos provenientes e exigidos na estrutura doméstico-familiar fossem aviltantes e não mais devessem existir. Pois, existindo, devem ser atendidos por alguém. Mas, por quem? Pela mulher? Pelo homem? E agora?! Agora, o jeito é mergulhar no trabalho fora de casa. Afinal, como nos ensinou Max Weber, “o trabalho enobrece o homem” – e a mulher. Mas, que espécie de trabalho verdadeiramente enobrece? Para o psiquiatra e psicoterapeuta Flavio Gikovate, aquele que exija uma dedicação que não signifique a perda absoluta de contato consigo mesmo, com as questões existenciais e fundamentais da vida humana. Aquele que traz prazer, interesse e entusiasmo com o que se faz e com o que ajuda a produzir. Para Gikovate, o que eno- “A humanidade brece é o crescimento pes- passa através soal e o esforço do indivíduo do ventre das em lidar consigo mesmo. Ele mulheres.” propõe uma interpretação menos econômica das ideias do filósofo alemão Karl Marx a respeito do trabalho alienado. Do ponto de vista psicológico, o trabalho alienado

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provoca uma dedicação extremada e ocupa o sujeito a ponto dele perder a capacidade de exercer atividades não profissionais. Esse trabalho entorpece e distancia a pessoa de sua existência. Pode significar ou produzir afasmento de dificuldades pessoais e relacionais às quais o ambiente doméstico nos remete. Na acirrada competição desse mercado de trabalho que tanto suga energias e vidas, a capacitação profissional, ou a falta dela, é fator determinante na conquista, permanência e ascenção aos cargos. Por esse motivo, na última década, a escolaridade da população melhorou, 17,1% das mulheres e 13% dos homens profissionais apresentam ensino superior completo. No ano 2000, a maior parte da População Economicamente Ativa (PEA) com nível superior era composta por homens (51,3%), atualmente, essa posição é ocupada pelas mulheres (53,6%), segundo informações do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – DIEESE. Apesar de ainda haver privilégios masculinos de melhores cargos e salários, talvez por ranço histórico, a mulher já tem o direito de almejar e conquistar posições hierarquicamente superiores às dos homens, por sua dedicação, capacidade e mérito. Nessa busca pela superioridade, elas também querem se superar. Querem aparentar ser mais jovens, mais bonitas, mas ativas e liberadas sexualmente. Querem recuperar e desfrutar o que suas mães e avós – e toda ascendência feminina – não puderam, enquanto limitavam suas vidas e objetivos ao lar. Querem se apresentar perfeitas frente aos homens, talvez querendo tê-los a seus pés, assim como eles as tinham outrora. A ascensão feminina é o movimento que embala nossa sociedade. Quase que na contramão, vemos homens buscando o que pensam ter perdido enquanto reinavam absolutos. Muitos lamentam não terem tido tempo para acompanhar o crescimento dos filhos, para cuidar da saúde ou mesmo da aparência física. Alguns sofrem, percebendo-se não íntimos dos que ama, distanciados afetivamente de seus pais, filhos e esposa,

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“Quase que na contramão, vemos homens buscando o que pensam ter perdido enquanto reinavam absolutos.” se é que não os perdeu durante a corrida frenética e egoísta pelo domínio do mundo material, hoje alvo perseguido das mulheres. O grande desafio do nosso tempo é conseguir atingir um equilíbrio. Homens mais participativos na rotina doméstica, compartilhando com a mulher não apenas o aconchego do lar ou as primeiras palavras e primeiros passos dos filhos, mas também a comida por fazer, a louça suja, o banheiro por lavar. Em uma união desfeita, a guarda dos filhos. Mulheres mais atuantes, com liberdade para ter seus gostos e atividades particulares, contribuindo financeiramente para a melhoria da qualidade de vida da família. Cuidando de si, sem negligenciar ou abdicar da posição de célula-base da família. Sem abandonar a ternura e o calor maternal inerentes a elas – mesmo às que não podem ou não querem ser mães. Afinal, como disse certa vez Arnaldo Jabor, “a humanidade passa através do ventre das mulheres”!

Lei Maria da Penha “Art. 2º. Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

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Art. 3º. Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

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Brígida Ferraz

Informe Publicitário

Coordenadora Gestão de Pessoas da UCB

Gestão de Pessoas

na perspectiva do cuidado e da competência

SONHO ou REALIDADE?

A

Universidade Católica de Brasília (UCB) tem A Universidade de Brasília (UCB) tem como missãoCatólica atuar solidária e efetivamente como missão atuar solidária e efetivamente o para o desenvolvimento integral dapara pessoa desenvolvimento integral da pessoapor humana e gerda humana e da sociedade, meio da sociedade, por meio da geraçãodo e comunhão do saber, ação e comunhão saber, comprometida comprometida com a qualidade e os valores éticos e com a qualidade e os valores éticos e cristãos, na busca cristãos, na busca da verdade. da verdade. A Universidade Católica de Brasília é a única A UCB é a única universidade privada do Distrito universidade privada do Distrito Federal com 20 mil Federal com 20 mil estudantes, 44 cursos de Graduação, estudantes, 44 cursos de graduação, 39 cursos de Pós39 cursos delato Pós-Graduação Lato Sensu, 13 cursos de Graduação sensu, 13 cursos de Pós-Graduação Pós-Graduação Stricto Sensu, quatro doutorados e nove stricto sensu, quatro Doutorados e nove Mestrados mestrados, reconhecido pela CAPES, e 120 projetos reconhecimentos pela CAPES, e 120 projetos dede Pesquisa atividade. Na modalidade virtuPesquisa eeExtensão Extensãoemem atividade. Na modalidade al, com pólos no Brasil, Angola, Japão e Estados Unidos, virtual, com pólos no Brasil, Angola, Japão e Estados oferece cursos18decursos Graduação, 32 cursos32 decursos Pós-GradUnidos, 18 oferece de Graduação, de uação, 15 cursos de Extensão. A UCB é uma instituição Pós-Graduação, 15 cursos de Extensão. A UCB é uma centrada eixos estruturantes da Pastoralidade, Exinstituiçãonos centrada nos eixos estruturantes da Pastotensionalidade, Indissociabilidade e Sustentabilidade. e ralidade, Extensionalidade, Indissociabilidade Nesse contexto, a área de Gestão de Pessoas Sustentabilidade. Nesse contexto, a áreano decenário Gestão institucional, de Pessoas assume um papel estratégico assume um papel estratégico no cenário institucional, contribuindo com o desenvolvimento da UCB pois abre contribuindopara comtodos o desenvolvimento da UCBempois perspectivas aqueles que sonham fazer abre perspectivas para Esse todos aqueles que sonhamprima em parte dessa instituição. setor, na universidade, fazer parte desta instituição. Este setor, na universipelo crescimento profissional dos colaboradores e pela dade,nos prima pelo crescimento colabética processos decisórios. profissional Além disso, dos busca agreoradores e pela ética nos processos Além gar, aplicar, formar e manter pessoas,decisórios. com uma gestão disso, busca agregar, formar e manter comprometida com aaplicar, irradiação daquilo que apessoas, tradição com uma gestão comprometida com irradiação nomeou como Pastoral, em que o cuidado ahumano é esdaquiloConforme que a tradição nomeou Pastoral, que sencial. Leonardo Boffcomo “ cuidar é maisem que um o cuidado humano é essencial. Conforme Leonardo ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais do que um Boff “cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa abrange mais do que um momento de atenção, de zelo uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilie de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, zação e de envolvimento afetivo com o outro”. preocupação, de responsabilização e de envolvimento Além desse. cuidado, a área de Gestão de Pesafetivo com o outro” soas, integrada ao Plano Estratégico 2008-2020 da UCB, Além desse cuidado, a área de Gestão de Pessoas, integrada ao Plano Estratégico 2008-2020 da

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dirige seu olhar para o aprimoramento das competênUCB, seu olhar para aprimoramento daso cias, adirige valorização da vida em otodas as suas formas, competências, a valorização da vida em todas as suas respeito à dignidade da pessoa humana e à liberdade formas, à dignidade pessoa humana eà pessoal,oo respeito conhecimento técnicodae acadêmico, o talento, liberdade pessoal, o conhecimento técnico e acadêmico, a criatividade, a cultura, agregando suas virtudes ao amo talento, a criatividade, a cultura, agregando suas biente organizacional. Como exemplo podemos citar a virtudes ao ambiente organizacional. Como exemplo criação de estratégias para retenção de talentos, planos podemos citar a criação de estratégias para retenção de de benefícios que geram comprometimento dos colabotalentos, planos de benefícios que geram comprometiradores com a organização, desenvolvimento de um remento dos colaboradores com a organização, desenlacionamento foco em sustentável, resultados efoco atenção volvimento de sustentável, um relacionamento em à valorização plena das pessoas. Mais do que isso, esse resultados e atenção à valorização plena das pessoas. modelo tem isso, como característica essencial a integração Mais do que esse modelo tem como característica das açõesade Gestão de Pessoas com base de no Pessoas cuidado, essencial integração das ações de Gestão na competência e no resultado. com base no cuidado, na competência e no resultado. Tudo isso sonho e uma vonTudo isso começou começoucom comumum sonho e uma tade do atual Reitor da UCB, Prof. MSc. Pe. José Romualdo vontade do atual Reitor da UCB, Prof. MSc. Pe. José Degasperi, Degasperi, que, ao longo quatro anosquatro de sua Romualdo quedos ao últimos longo dos últimos gestão, sua equipe, este anos devem sua acreditando gestão vem em acreditando na fazendo sua equipe, sonho seeste tornar realidade a cada dia no contexto dessa fazendo sonho se tornar realidade a cada dia no contexto Instituição de Ensino Superior, Instituiçãodessa de Ensino Superior, reconhecida emreconhetodo lucida gar. em todo lugar. Assim, parao ocumprimento cumprimento desse propósito, Assim, para desse propósito, busbuscamos um modelo de Gestão de Pessoas quecomo tem camos um modelo de Gestão de Pessoas que tem como referência o modelo “Gestão por Competências", referência o modelo “Gestão por Competências” , por ser por ser dinâmico e possibilitar o alinhamento entre os dinâmico e possibilitar o alinhamento entre os objetivos objetivos institucionais e o desenvolvimento dos colab-A institucionais e o desenvolvimento dos colaboradores. oradores. Gestãona de Pessoas, do nacuidado perspectiva do Gestão de A Pessoas, perspectiva e da comcuidado e da competência, toma como referência a petência, toma como referência a estratégia Institucional estratégia Institucional para agregar, aplicar, desenvolver para agregar, aplicar, desenvolver e manter pessoas por e manter pessoas por meio das suas ações. meio de suas ações.

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Responde:

Sibele Godinho

Coordenadora de Comunicação Universa Escola de Gestão

Pergunta: Vanessa Moreira Ramos Secretária

!

Existe uma forma padrão de comunicação que deve ser usada pelos gestores e subordinados?

A linguagem de cada um

D

esde que nascemos, aprendemos novas linguagens, que são reflexos da complexidade da comunicação humana. Temos a linguagem corporal, a linguagem escrita que via de regra é mais formal, a linguagem expressa pela forma que nos vestimos, a linguagem que expressa nossas origens e até mesmo nossas emoções na forma como comemos. Também temos uma linguagem verbal diferente para as pessoas com que lidamos. Um tipo de vocabulário e entonação é usado somente para amigos e família e outro, distinto, é usado para colegas de trabalho, funcionários e chefes. “Se falares a um Qual é a linguagem que o gestor deve homem numa usar para ser claro em suas mensalinguagem que gens e ao mesmo tempo estimular ele compreenda, um ambiente de cordialidade? Como a tua mensagem falar para manter os colaboradores entra na cabeça. compromissados com as metas sem Se lhe falares na sua própria ser excessivamente rígido e perder linguagem, a a amizade no ambiente corporativo? tua mensagem Não existem regras de como falar no entra-lhe no ambiente empresarial. O que é evicoração.” dente e cultuado em nossa cultura é

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a boa educação e o bom senso com o nível vocabular coerente com o ambiente de trabalho. Respeitados estes dois pré-requisitos, a personalidade, os costumes regionais, o ritmo e as entonações usadas serão muito particulares. Para o gestor, é recomendado que seja transparente em suas colocações, deixando de forma evidente o que deseja, para quando deseja e qual a forma que deseja a realização. Pode parecer excesso de zelo, mas as pesquisas em comunicação organizacional comumente comprovam que quanto mais claras são as indicações do gestor, mais assertivos, compromissados e pró-ativos são os colaboradores, sendo o feedback a ferramenta mais eficiente para a melhoria da qualidade. Outra dica para o gestor vem de Nelson Mandela e permanece atualíssima: “Se falares a um homem numa linguagem que ele compreenda, a tua mensagem entra na cabeça. Se lhe falares na sua própria linguagem, a tua mensagem entra-lhe no coração”. Sibele Godinho é especialista em comunicação organizacional e Coordenadora de Comunicação. www.universa.org.br

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Universa

?


? Recursos Humanos

Responde:

Carlos Hilsdorf

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Pergunta: Jacy Costa Empresária

! O que deve ser feito para que os treinamentos realmente promovam melhoria de resultados?

A crise gerencial

brasileira

Vivemos no Brasil uma crônica crise gerencial cujos efeitos vêm se tornando cumulativos e extremamente visíveis nos dias atuais. É fato comum professores, conferencistas e consultores receberem briefings sobre treina“Os problemas mentos, eventos e projetos de consultoria não estão com a seguinte frase: “Preciso que vocês na equipe e deem uma chacoalhada na minha equisim no estilo pe...” gerencial a aprofundar um pouco a conversa que ela está Basta para perceber que os problemas não estão submetida.” na equipe e sim no estilo gerencial a que ela está submetida. É também bastante comum ouvirmos frases do estilo: “É preciso que “eles” (a equipe) percebam que os tempos mudaram...” E o que percebemos é que os tempos mudaram sim, mas a empresa e sobretudo a mentalidade gerencial, não. Quantas vezes valorosos treinamentos são estruturados pela equipe de RH e os gerentes de área (os que mais p re c i s a -

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vam estar presentes) alegam que o treinamento é para a “sua” equipe e não para ele? As empresas estão repletas de exemplos diários de erros oriundos de tarefas mal estruturadas. Mal estruturadas por quem? Por profissionais anacrônicos, acomodados, que preferem defender seu emprego com base em um conservadorismo mantenedor da visão paternalista que seus superiores têm sobre uma empresa que julgam saber administrar. Diversas empresas obtêm sucesso porque as equipes (as pontas) fazem muito bem o seu trabalho, arcando com os ônus de erros oriundos de seus superiores e permitindo que estes levem a fama pelos que verdadeiramente trouxeram resultados à organização. Claro que não estamos falando da classe gerencial como um todo, há muitas exceções. Mas seja sincero: quantas destas exceções você conhece e é capaz de listar? Os MBAs explodem em progressão geométrica e a crise gerencial continua crônica. Curioso, não?! Recentemente fui contratado por uma grande multinacional que, preocupada com os detalhes importantes de sua convenção anual, arcou com os custos de uma reunião para aprofundamento do briefing. Eu aguardava uma efetiva participação da classe gerencial no sentido de substancializar os elementos do briefing, mas o que encontrei foi um giganteswww.nrespostas.com.br


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co encontro de vaidades, medos e conservadorismo. Ao invés de tratarmos sobre os pontos importantes a serem contemplados no projeto, ouvi longos discursos sobre quais os assuntos deveriam ser evitados na formatação. Adivinhe: os mais importantes para repensar a realidade e o negócio. Eu pergunto: “para que fazer uma reunião sobre o não-avanço da organização?” Não é à toa que crescem no mercado consultores vazios. Quem não tem senso crítico não agrega valor, e também não questiona. E o não questionamento favorece a quem? Aos profissionais que defendem seu emprego, seu status e sua posição com todos os meios, menos a competência que se espera deles por definição: gerentes existem para implantar mudanças! Vivemos num universo de equipes “As empresas de talento sufocadas por gerências estão repletas incompetentes. Alguém que não de exemplos sabe lidar com pessoas e processos diários de erros não pode ser um gerente; alguém oriundos de que acredita que mudança é algo tarefas mal que ocorre à sua revelia e sem a

estruturadas.” abril \ maio 2011

“Está na hora da meritocracia sair do papel e ganhar o mundo real.”

sua visceral participação não serve para gerenciar processos e pessoas. Uma grande parte da classe gerencial está se defendendo muito e produzindo pouco. Está na hora da meritocracia sair do papel e ganhar o mundo real e, para nosso bem, é bom que ela comece pela classe gerencial. Digo isso em nome de todos os profissionais altamente competentes que conheço em empresas engessadas por profissionais parasitários que não fazem jus ao seu cargo, remuneração e oportunidade. Se queremos mudar o Brasil e as empresas que aqui atuam, temos que começar mudando a classe à qual cabe a estruturação das tarefas que permitirão a mudança. O resto é discurso vazio e empresas não vivem de discursos, vivem de resultados.

Carlos Hilsdorf é considerado pelo mercado empresarial um dos melhores palestrantes do Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de Administração (México). Autor do best seller Atitudes Vencedoras, apontado como uma das 5 melhores obras do gênero (VEJA, “Guia de Carreira”, Ed. 1832). Referência nacional em desenvolvimento humano. Para mais Informações, visite: www.carloshilsdorf.com.br • TWITTER: www.twitter.com/carloshilsdorf

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? Jurídico

Responde:

Humberto Barreto Filho Tributarista

Pergunta: Olivia Bevilaqua Estagiária de Direito

!

Por que nosso sistema tributário é tão confuso?

Carnaval

tributário

Alfredo Augusto Becker, há pouco mais de duas décadas, atribuiu ao nosso sistema tributário a chistosa alcunha de “carnaval tributário”. É de se imaginar o que diria hoje o já falecido jurista, um dos maiores nomes do Direito Tributário brasileiro, se defrontado com a atual parafernália montada pelo Estado para drenar dos contribuintes um volume cada vez maior de dinheiro. Num ritmo verdadeiramente vertiginoso, o tal “carnaval tributário” vem se agigantando. Na ocasião, o espanto e a perplexidade eram causados pelos incontáveis empréstimos compulsórios, na verdade tributos “fantasiados”, que se sucediam sem limites, atingindo combustíveis, energia elétrica e até viagens internacionais. Atualmente, os indivíduos e as empresas são submetidos a uma verdadeira corrida de obstáculos, sem “É louvável que ao menos alcancem, ao cruzar a e desejável linha da chegada, o prêmio de uma que tenhamos contrapartida minimamente cobiuma máquina çável. A ninguém ocorreu retirar as arrecadadora antigas pedras do caminho. Ocupouágil e

-se o Estado de acrescentar outras, maiores e ainda melhor assentadas. O surgimento do regime de substituição tributária e das variadas retenções repassa ao contribuinte tarefas antes privativas da Administração Tributária. Sobrecarrega as estruturas das empresas, obrigadas a ampliar seus quadros de funcionários para atender aos reclamos da extensa coleção de exigências burocráticas que lhes atormenta o dia a dia. A acelerada e crescente sofisticação dos meios de fiscalização eletrônicos é a cereja do bolo. Aperta, cada vez mais, os sistemas de controle, de modo a prontamente fulminar o inadimplente, mesmo o temporário e o eventual. Sufoca de vez o fôlego financeiro de quem, ainda que por obra do acaso, venha a perder o passo de seu fluxo de caixa. Por óbvio que é louvável e desejável que tenhamos uma máquina arrecadadora ágil e eficiente. Que todos os agentes econômicos suportem os mesmos ônus fiscais, igualando todos os competidores, eliminando vantagens indevidas que acabem por forjar fictícias lideranças de mercado. O cruel, o injus-

eficiente.”

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“A reforma tributária está há anos em pauta, mas não houve ainda agente político que se animasse a defender seriamente a redução das alíquotas e a simplificação dos sistemas.”

to, o iníquo é que toda esta portentosa máquina esteja a serviço de uma carga tributária absurdamente elevada, que se presta a alimentar despesas que mal atendem à finalidade precípua do Estado, que é simplesmente promover o bem comum. A reforma tributária está há anos em pauta, mas não houve ainda agente político que se animasse a defender seriamente a redução das alíquotas e a simplificação dos sistemas, o que elevaria a receita em consequência do aumento da atividade econômica formal. O receio de queda na arrecadação, com a consequente redução da capacidade de se fazer frente aos crescentes gastos do Estado opera em prol da manutenção da confusão que caracteriza o sistema tributário nacional. As oitenta e cinco espécies de tributos existentes no Brasil arrecadam hoje cerca de 35% do PIB nacional (R$ 1,2 trilhão em 2010). Somadas aos comple-

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xos instrumentos de cobrança e fiscalização e à ambiguidade da legislação específica, que sempre admite diversas interpretações, prevalecendo em geral as construídas em favor do Fisco, terminam por impingir ainda mais custos aos contribuintes, assim apresentados ao carnaval tributário do século XXI. A imagem criada pelo espirituoso jurista gaúcho está mais viva do que nunca, passa bem e goza de boa saúde, não nos sendo dado, ainda, infelizmente, vislumbrar a chegada da tão ansiada Quarta-feira de Cinzas.

Humberto Barreto Filho, advogado no Rio de Janeiro e ex-membro do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda

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N Flashes

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1. Gerson F. Filho – Coordenador de Marketing da Fundação Universa – Dá as boas-vindas aos novos alunos dos MBAs Universa Escola de Gestão no TOP 10 Empresarial.

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2. Homero Reis coordena dinâmica com público do Top 10 Empresarial. 3. Pedro Mandelli no Top 10 Empresarial ano VII - Criando Equipes de alta performance. 4. Dinâmica no curso Day Mastery com Rodrigo Cardoso (Foto: Studio Formaturas). 5. Alunos da Universa Escola de Gestão participando da dinâmica de Homero Reis. 6. Ricardo, da Artline, Homero Reis, Cleydival, da Artline, e Pedro Mandelli. 7. Plateia com mais de 1.000 pessoas para assistir palestra com Pedro Mandelli. 8. Eduardo Tevah fala para um público de 880 pessoas no Top 10 Empresarial. 9. Estande da N Produções/N Respostas. Ponto de divulgação dos próximos eventos. 10. Curso de Gestão do Tempo com Christian Barbosa (Foto: Studio Formaturas).

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Fotos: Telmo Ximenes

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O que eles dizem da N Produções:

Maestro João Carlos Martins “Fiquei emocionado ao fazer uma palestra para a N Produções e perceber tratar-se de uma empresa de idealistas e empreendedores, assumindo riscos que poucas pessoas fazem neste ramo. Por outro lado, adorei o perfeccionismo dos seus projetos.” abril \ maio 2011

Moacyr Ribeiro Bastos Jr,

Claudionor Filho

Petrobras Gerente RPGO1

“Há quase três anos participamos mensalmente dos eventos da N Produções. Essa é uma ferramenta eficaz de desenvolvimento que temos oferecido à equipe e aos clientes.” NRespostas

“Desenvolver competência gerencial e equipes comprometidas com as atividades organizacionais, este é o resultado esperado da participação em eventos da N Produções.” 21


? Sustentabilidade

Responde:

Vilmar S. D. Bernaf vilmar@rebia.org.br

Pergunta: Luciana O. Barbosa Gerente Regional Natu Charm

!

Como a sustentabilidade poderá se tornar uma realidade diante de muito mais promessas que resultados práticos?

As várias faces da mudança para a sustentabilidade

Precisamos sonhar com a possibilidade de um futuro, de um mundo melhor, pois os sonhos nos motivam para a ação, nos animam a romper com a inércia e a suportar a dor do esforço no rumo a outro jeito de ser e estar no planeta e na sociedade, ambientalmente sustentável e socialmente mais justo. Os sonhos nos dão energia para as boas práticas e a confiança de que é possível.Mudar é um processo com várias etapas. A primeira delas é em nosso “É natural mundo interior, onde criamos e recriaque entre a mos nossas utopias e inventamos e reinintenção e o ventamos o mundo. Como uma espécie gesto exista de iceberg, a parte visível de nós é a meum tempo de nor. A maior parte do que somos, nosso maturação mundo interior, é oculta aos sentidos e para que onde habitam nossos sonhos, desejos, promessas se ésubjetividades. Então, antes de mudar, transformem

antes de transbordar em boas práticas, precisamos estar cheios de boas ideias, de boas intenções, de boa motivação. Daí a importância de informação e educação para a sustentabilidade, para que nossos sonhos e ideias não sejam comprometidos por falsos valores, que apenas aprofundarão a crise e não nos farão evitar o colapso já anunciado. É natural que entre a intenção e o gesto exista um tempo de maturação para que promessas se transformem em realidade. Muitas mudanças na humanidade começaram em pequenos desvios, às vezes imperceptíveis, como o empreendedorismo dos tropeiros que se arriscavam no comércio ambulante entre as cidades da Idade Média e que resultaram no mercantilismo e no fim da estrutura feudal de poder. A maneira como cada um lida com as mudanças é

em realidade.” 22

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“A mudança de uma sociedade inteira para a sustentabilidade é uma obra coletiva, que irá requerer a ajuda de muitos, por muito tempo.”

diferente de um para outro. Enquanto uns se limitam a reclamar, geralmente dos outros, e se satisfazem em encontrar alguém para colocar a culpa, outros tentam encontrar um jeito de fazer a parte que é possível ser feita. Enquanto uns só conseguem ver o que está errado, outros só querem saber do que pode dar certo, e outros, ainda, preferem manter um olho no lado cheio do copo e o outro no lado vazio, aprendendo tanto com as boas práticas quanto aprendendo com os erros alheios. Precisamos ajustar nossas percepções para saber aproveitar as oportunidades como elas se oferecem e não como gostaríamos que aparecessem. E saber lidar com as frustrações e com a dor do esforço e da incapacidade de alcançar certos objetivos, porque talvez ainda não seja a hora ou ainda não estejamos prontos. Alguns sonhos podem ser sonhados sozinhos, e ainda assim serem possíveis de se realizar, como o de sermos consumidores mais responsáveis, ou menos gananciosos e mais solidários. Outros,

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devido à complexidade e ao tamanho da mudança, precisam ser sonhados juntos, e requerem o esforço de sensibilizar e convencer os demais. A mudança de uma sociedade inteira para a sustentabilidade é uma obra coletiva, que irá requerer a ajuda de muitos, por muito tempo. As catedrais da Idade Média, por exemplo, levavam gerações para serem concluídas, e ainda assim puderam ser realizadas porque existiram pessoas que sabiam que se não fizessem bem a sua parte, a geração que viria depois teria de começar do zero. Ainda que não colhamos os frutos agora, terá valido a pena ter começado a luta pela mudança, pois poderá ser a única esperança de futuro para os que virão depois de nós.

Vilmar Sidnei Demamam Berna é escritor e jornalista, fundador da Rede Brasileira de Informação Ambiental – REBIA e é vencedor dos prêmios Global 500 da ONU para o Meio Ambiente (1999) e Prêmio Verde das Américas (2003).

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Etc

[Entretenimento, trabalho, casa]

Caça-palavras. O que parece ser um grande caça-palavras à primeira vista é, na verdade, um papel de presente que pode ser usado em várias ocasiões. Com o design assinado pelos italianos Fabio Milito e Francesca Guidotti, o Word Puzzle Universal Wrapping Paper é simplesmente uma folha de papel com uma sequência de letras que podem ser destacadas e virar 20 frases comemorativas (em inglês): Merry Christmas, Happy Birthday, Happy Valentines Day, Happy Easter, Happy Thanksgiving, I Love you, I miss you, Happy Nameday, Congratulations, Happy Retirement, Recover Soon, Greetings, With Love, You are the Best, For Dad, For Mom, Enjoy, All the Best, It is not a Tie e It is not a Perfum. O produto está esgotado para a venda – mas nada impede de você se inspirar e fazer algo do tipo em casa.

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por Renata Araújo

Dê flores de presente. Dicas para acertar em cheio: •Para a pessoa amada, prefira os cravos ou as rosas. •Para homenagear um amigo, bromélias e violetas são as mais indicadas. •Para crianças, prímulas e lírios são ideais, pois significam inocência e pureza de alma. É importante levar em consideração a combinação entre os tons de cores, a fim de criar harmonia. Para combinar as flores, você pode: •Montar arranjos com flores variadas de uma mesma cor. •Misturar várias cores de uma mesma espécie também rende arranjos lindos. •Evitar combinações do tipo: flor branca com vermelha. Melhor optar por contrastes de cores fortes. Misturar roxo, vermelho, rosa e laranja, por exemplo. •Usar folhagens apenas quando elas têm a função de deixar um buquê mais “gordinho”. •Usar apenas folhagens nos vasos, sem as flores. Trigo fresco, bem verdinho, em um vaso transparente para valorizar o efeito das hastes compridas.

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Responde:

Eduardo Tevah

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Pergunta: Lorena Vieira Vendedora

! Todas as pessoas que atendemos em nossa empresa podem ser considerados nossos clientes?

Uma simples e perigosa confusão Nada nos ensina mais do que a prática do dia a dia, pois é onde temos a oportunidade de colocarmos em funcionamento tudo aquilo que aprendemos, vendo o que dá certo e, principalmente, aquilo que podemos melhorar. Essa é uma filosofia das pessoas e das organizações vencedoras. Dia desses, conversando com um gerente, per“Comprador guntei a ele quantos clientes tínhamos atendido é aquele no dia anterior. Ele me deu o número e, para que compra minha surpresa, o número era exatamente o pela de pessoas que tínhamos atendido naqueprimeira vez total le dia. Parei tudo e disse para ele: “talvez você e cliente é aquele que esteja confundindo uma das coisas mais simvolta.” ples que existe nas concepções de marketing: comprador é aquele que compra pela primeira vez e cliente é aquele que volta”. Acredito que mais de 80% das empresas vêm cometendo essa simples e perigosa confusão, achando que compradores e clientes são as mesmas pessoas. Quando começo a fazer com mais clareza a distinção entre os dois, posso fazer raciocínios poderosos e de grande valia para uma empresa que busca excelência naquilo que fez. Quando avalio em um determinado período quantos compradores eu tive, estou avaliando como está a capacidade de atração de novos consumidores da minha organização, pessoas que estão comprando pela primeira vez. Aqui posso avaliar se a propaganda está sendo bem feita, se nosso mix de produto e preço está adequado à realidade do mercado e da concorrênabril \ maio 2011

cia. Posso avaliar ainda que tipo de comprador estou atraindo, sua classe social, idade, renda e, se for uma empresa de ponta, pesquisar por que ele decidiu comprar conosco para aprimorarmos nossa estratégia de buscar novos compradores, até porque não existe risco mais perigoso para uma empresa do que depender de poucos clientes. Quando avalio em um período quantos clientes tivemos, estamos avaliando qual está sendo nossa capacidade de proporcionar ao cliente uma experiência tão satisfatória de compra que ele está retornando, porque clientes são aqueles que voltam pela segunda, terceira ou n vezes a fazer negócios conosco.Esse dado me permite avaliar um aspecto essencial para o futuro: a capacidade de retenção de clientes, o quanto nossa equipe de vendas está sendo competente para não apenas trocar produtos ou serviços por dinheiro, e sim, como digo em minhas palestras, “de fazer amigos enquanto fazemos negócios”. Sempre gostei do que é simples e objetivo no mundo dos negócios, mas por vezes a simplificação pode ser perigosa. No caso, confundir compradores com clientes pode parecer uma simples troca de palavras, mas para definir o futuro de uma empresa, saber distinguir os dois pode ser um farol seguro para iluminar um futuro cada vez mais rentável e competitivo de uma empresa. Eduardo Tevah é empresário, escritor e um dos mais consagrados palestrantes do Brasil • www.eduardotevah.com.br

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Marketing

?


Roberto Shinyashiki

Dicas de campeão

Aja para vencer

“Não existem vencedores e perdedores. Existem os que seguem em frente e os que param à beira do caminho.”

Vencedor e perdedor: é muito importante tomar cuidado com essas duas palavras. Vencedor não é aquela pessoa que ganha todas as disputas de sua vida. Nem perdedor é aquela pessoa que tem de enfrentar muitas derrotas. A obsessão de ganhar sempre tem criado a louca ne-

cessidade de vencer a qualquer preço. Vemos pessoas talentosas que se destroem por não saber aguardar o tempo necessário para que 26

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seu trabalho frutifique. Vemos pessoas que vendem a alma ao diabo (que pode ser um chefe tirano, uma empresa sem ética, um trabalho sem prazer...) para conquistar um lugar ao sol o mais rápido possível. Triste ilusão. Essa cobiça desmedida é um atalho para o fracasso. Você tem o direito de construir seu sucesso, mas sempre será melhor fazê-lo respeitando seus valores. Nunca abandone seus princípios para realizar uma meta. Não se engane: esse tipo de vitória é artificial. É como um castelo de cartas, que pode desmoronar a qualquer momento por causa de uma simples brisa. O segredo das grandes árvores é ter raízes fortes. O segredo do sucesso verdadeiro é o respeito aos seus valores pes“Nunca soais. abandone Lembre-se: há derrotas que seus criam o sucesso e vitórias princípios

para realizar uma meta.”

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“Ser um vencedor

que criam o fracasso. As lições que tiramos dos tropeços são um verdadeiro tesouro para futuros triunfos. Na carreira de um campeão, sempre existem derrotas. Seu segredo é justamente tirar dali as lições para crescer. Já na carreira de um fracassado, há algu“Na carreira mas vitórias que ele de um usa para se iludir. campeão, Você não deve buscar sempre o sucesso passageiro, existem sim aquele que é derrotas. Seu mas criado sobre uma base segredo é sólida. Uma base de justamente valores verdadeiros. tirar dali as Na verdade, se você lições para fizer uma análise cuicrescer.” dadosa do mundo à sua volta, perceberá que, na vida, não há completos vencedores nem completos perdedores. Ninguém é 100% perdedor, nem 100% vencedor. A verdade é que, em determinados momentos, a vitória nos sorri — e em outros não. É simples assim. Se você sofreu uma derrota hoje e aprendeu suas lições, certamente terá um triunfo amanhã. Ser um vencedor é ter a coragem de enfrentar os próprios medos e fantasmas e seguir em frente, arriscando o que for necessário e

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aprendendo com as é assumir a responsabilidade dificuldades. Ser um perdedor é pelas derrotas e viver em um mun- pelas vitórias.” do de ilusões, esperando que os outros se responsabilizem por suas dificuldades e culpando a todos por seu fracasso. Ser um vencedor é assumir a responsabilidade pelas derrotas e pelas vitórias. É ter a coragem de se olhar no espelho e se perceber dono de suas ações e de seus resultados. É seguir com coragem e determinação, sabendo que o futuro lhe reserva sempre um desafio, mas o recompensa com o sucesso. Não existem vencedores e perdedores. Existem os que seguem em frente e os que param à beira do caminho. Em que categoria você se encaixa? Pense sobre isso. Um grande abraço, Roberto Shinyashiki

Roberto Shinyashiki é doutor em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP). www.shinyashiki.com.br Leia mais sobre o assunto em: Sem medo de vencer Roberto Shinyashiki Editora Gente Este livro analisa os motivos pelos quais muitas pessoas não conseguem atingir metas profissionais, afetivas e espirituais que elas mesmas se impuseram e mostra como superar os bloqueios para realizar-se na vida pessoal e profissional. Para o autor, o principal fator determinante do sucesso ou do fracasso é a atitude diante da vida. Pautar a existência pelas realizações alheias resultará em fracasso, pois o sucesso, diz Roberto, é a realização da essência. Sem medo de vencer ajudará o leitor a estabelecer metas e realizá-las, deixando para trás aspirações inconscientes ao fracasso.

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Eco [notícias]

por Renata Araújo

Tenha uma horta em sua casa. Quem gosta de cozinhar em casa sabe a delícia que é ter temperos frescos à mão. Pois esse prazer é possível mesmo em espaços compactos. Basta seguir alguns cuidados simples de manutenção. 1. Escolha do local As hortaliças precisam receber, no mínimo, cinco horas de luz solar por dia. Prefira locais que recebem sol pela manhã. O ideal é instalar a horta na varanda ou junto à janela. 2. Onde plantar? Em qualquer vasilhame, de jardineiras a jarros (com volume mínimo de 1 litro). Dá para usar também garrafas PET de 2 litros cortadas ou carrinhos de mão. É preciso sempre furar embaixo para a drenagem da água.

Maquiagem ecologicamente correta. De origem orgânica, a maquiagem mineral é livre de corantes, conservantes e aromatizantes. Não danifica a pele com aditivos químicos nocivos. Não bloqueia os poros da pele. Recomendada para pessoas de pele sensível, acnéica e para pacientes que estão realizando procedimentos com lasers e peelings, pois o dióxido de titânico contido neste tipo de produto tem ação anti-inflamatória e calmante.

3. Preparo do solo Melhor comprar terra pronta, com matéria orgânica, nitrogênio, fósforo e potássio, o ideal é que a terra tenha pH 6. Se o solo for ácido demais, as plantas não vingarão. 4. Seleção das culturas Opte por hortaliças com raízes curtas, como alface, coentro, cebolinha, salsa, pimentão e couve-folha, ou até frutas de pequeno porte, como tomate-cereja e morango. Vegetais de raízes longas não se adaptam bem a solos pouco profundos. 5. Cuidados no plantio A plantação começa com sementes ou mudas, dependendo da cultura. Pesquise o espaçamento ideal de cada planta para que ela cresça plenamente. 6. Rega e manutenção No início, regue três vezes por dia até que a semente germine ou a muda pegue. Depois, basta uma rega diária, de preferência pela manhã. Retire plantas invasoras e proteja a horta de insetos. 28

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É adequada para esconder rugas, pés de galinha e linhas finas, devido ao fato de refletir luz solar e resultar numa aparência muito mais saudável. O tempo de vida útil é outra vantagem desse tipo de cosmético. Enquanto as linhas tradicionais têm prazo de validade de aproximadamente seis meses, as minerais podem durar mais de dois anos, o que, na prática, torna esses produtos um bom investimento para o bolso, especialmente para quem não tem o costume de se maquiar com tanta frequência. www.nrespostas.com.br


N Atividades

por Bernardo Brandão

Projeto

Café & Contatos

é sucesso entre empresários de Brasília e Goiânia Representantes de importantes empresas do mercado nacional se encontram para entrevistar uma personalidade, trocar cartões e iniciar novos negócios

O

Projeto Café & Contatos, organizado pela N Produções, voltou a mostrar sua força no primeiro trimestre de 2011, com duas edições em Brasília e uma em Goiânia. O formato é simples, com a participação de no máximo 40 convidados que devem levar seus cartões de visita para um café da manhã que começa às 8h. Durante duas horas de bate-papo descontraído, eles entrevistam uma personalidade sobre tendências de mercado, experiências profissionais e processo decisório. Ao final, cada pessoa recebe um envelope com

José Paulo Furtado recebe empresários para bate-papo descontraído com Homero Reis e Janete Vaz, no Oliver Restaurante.

cartões de todos os presentes e pode iniciar novos contatos comerciais. Os eventos foram apresentados pelo diretor da N Produções, José Paulo Furtado, que organiza o Café & Contatos há quatro anos. “O projeto é dinâmico e consagrado. Além de possibilitar que profissionais de grande destaque repassem aos demais empresários participantes um pouco de sua experiência, incentiva a geração de novos negócios. Temos vários exemplos de parcerias que começaram a partir de nossos encontros”, explica José Paulo.


? Inovação e criatividade

Responde:

Roberto Guimarães www.brasilidea.com.br

Pergunta: Taísa Costa Cangussu Publicitária

!

Como tirar proveito da criatividade de meus colaboradores?

A empresa cerebral

Neurônios fazem o sucesso da empresa - Bom dia, Cérebro Antonio. - Olá, chefe Cérebro Rodrigues, tudo bem? Seja numa indústria automatizada, com tarefas repetitivas, seja numa consultoria científica, ou mesmo numa obra, os colaboradores são os cérebros: Cérebro Oliveira, Cérebro Silva, seu primo, o Cérebro Rodrigues e a Cérebro Ana Clara. São cérebros, justamente cérebros, que fazem funcionar as empresas e as organizações humanas. Contratamos mentes, não braços ou pernas fortes. Contratamos cérebros. Cérebros definitivamente não são bonitos nem elegantes. São estruturas de aparência enrugada, lembrando uma noz fora da casca. Isso resulta de uma estratégia orgânica natural de expansão e busca por mais espaço de “armazenamento” de neurônios. São dobrados e retorcidos. Na camada mais externa, chamada de córtex, estão algumas das habilidades que os colaboradores vão utilizar em seus trabalhos, projetos e rotinas. Agora, preste atenção: uma empresa com dez funcionários parece ser de pequeno porte, mas, na verdade, o trabalho vem sendo realizado por mais ou menos dez bilhões de “indivíduos” por empregado. São as células individuais nervosas existentes no cérebro. Cada ser humano possui perto de dez bilhões de neurônios, então existem cem bilhões de neurônios na força de trabalho dessa organização. “Contratamos Essa “floresta de neurônios” mentes, não está à disposição dessa equipe braços ou de colaboradores.

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pernas fortes. Contratamos cérebros.”

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“Cada ser humano possui perto de dez bilhões de neurônios, então existem cem bilhões de neurônios na força de trabalho dessa organização.”

Considere que você está diante de um computador com a melhor configuração atual. Mesmo com o atual avanço tecnológico, ainda vai levar 40 ou 50 anos para que se consiga sintetizar em uma máquina a capacidade de processamento do cérebro humano, que é livre, pensa e funciona do jeito que quer e é mais complexo do que qualquer computador. Controla movimentos, vontades, lembranças; resolve problemas, tem novas ideias, sentimentos e emoções. Cem bilhões de células nervosas, ligadas por cem trilhões de sinapses, e centenas de neurotransmissores. Esses são os números que formam a matéria-prima dos principais e poderosos colaboradores numa empresa com dez empregados. E como “interligar” esses colaboradores? Como tirar melhor proveito dessa capacidade instalada nesses dez colaboradores que trabalham nesse pequeno negócio? Acredite, a resposta é simples, mas, nem por isso, fácil de aplicar:

1. Mantenha o ambiente de trabalho o mais agradável possível. 2. Faça com que todos se sintam bem ali dentro. 3. Utilize um pouco de humor sempre que possível. 4. Dê um certo grau de liberdade de expressão, privilegie a brincadeira. 5. Os tímidos e quietos também têm ideias – dê um jeito de contarem a alguém. 6. Premie o erro, mostre que quem erra aprende mais. 7. Libere as pessoas para que falem das suas ideias sem julgamento. 8. Ensine-os a não julgar, apenas listar tudo, julgar só depois. 9. Faça perguntas, muitas perguntas, e dê repercussão às respostas. 10. E não se esqueça de agradecer a consultoria grátis com esses supercomputadores.

Você vai se surpreender com o potencial da sua capacidade cerebral instalada. ROBERTO GUIMARÃES é Arquiteto, Urbanista e Especialista em Gestão de Processos e Modelos de Gestão • Consultor de Inovação e Criatividade e Fundador da BRASILIDEA.

Sucesso é ser uma obra prima

Homero Reis & Consultores No mercado há 30 anos, atuamos na formação e qualificação de coaches ontológicos organizacionais, levando essa ferramenta a profissionais que desejam obter melhores resultados em suas vidas. Por meio do autoconhecimento, nossos clientes melhoram seu desempenho profissional, relacionamentos pessoais e corporativos e sua qualidade de vida.

Ouse. Transforme sua vida abril em\ maiouma obra prima! 2011

para mais informações: (61) 3034.7414 falecom@homeroreis.com www.homeroreis.com NRespostas

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Motivação

? Responde:

Rodrigo Cardoso

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Pergunta: Alyne Borges Trade Marketing

!

O que devo fazer para alcançar todas as minhas metas?

Você mais feliz!

Cinco dicas preciosas para você descobrir sua força interior, aumentar sua produtividade, sua qualidade de vida e evidenciar a verdade nas palavras de Walt Disney: “A melhor maneira de realizar seus sonhos é através do seu trabalho!”

1.Seja extraordinário e não perfeito:

A busca pela perfeição parte do pressuposto que existe um limite, um fim denominado “estado perfeito”, e ainda pressupõe que a felicidade se encontra apenas neste estado. Ser extraordinário significa dar o melhor de si, fazer o que for necessário, eliminar a palavra “desculpa” do dicionário. Apenas tenha consciência de que não é necessário ser perfeito. “Procure ser um Cuidado, desculpas perpetuam a pouco melhor a mediocridade. cada dia e estará Para ser extraordinário você não no caminho precisa se tornar um super-herói. de tornar-se Procure ser um pouco melhor a extraordinário!” cada dia e estará no caminho de tornar-se extraordinário! 2.Navegue no oceano azul

A obra “A Estratégia do Oceano Azul”, de Chan Kim e Renné Mauborgne, garante que navegar no oceano azul é buscar o seu próprio espaço, sem ficar olhando para o “concorrente”. Você deve ser o melhor que você pode ser. 32

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Kim, o coautor da referida obra, lembra sempre que o Cirque du Soleil ofereceu inovação usando a sofisticação do teatro aliada à magia do circo. Eles não têm concorrentes! 3.Tenha atitude

Ser uma pessoa de difícil relacionamento, descuidado com a aparência, não trabalhar com empenho, ser preconceituoso, não trabalhar em equipe, ser pessimista e “reclamão” são atitudes que podem fazer um profissional perder oportunidades únicas. Você deve ser automotivado. Vá para o trabalho com “sede de vencer”. Isso me faz lembrar uma passagem da obra de Joe Girard, reconhecido como o maior vendedor do mundo pelo livro Guinness dos recordes por ter vendido uma média de 3 carros por dia em um período de 15 anos consecutivos. Em seu livro “Como Fechar Qualquer Venda”, ele cita que gosta de dormir muito, então, todos os dias quando acordava, ele se olhava no espelho e dizia: - “Alguém vai me pagar caro por ter me tirado da cama hoje!” www.nrespostas.com.br


Ele sabia que o sacrifício é temporário e a recompensa é para sempre. Tinha atitude positiva, era pró-ativo! Hoje, Joe Girard é milionário. 4.Tenha metas pessoais

procuramos, está no momento presente, no momento em que você lê essas linhas. Você só pode ser feliz num momento: agora! E é você quem decide isso!

Saber o que quer no futuro e acreditar indubitavelmente no que irá realizar faz você pular da cama com os olhos brilhando. Faz com que você tenha 5.Seja feliz no caminho um motivo verdadeiro para agir. Essa não deve ser a primeira vez que A felicidade está no caminho e não você lê a respeito da importância de no fim. traçar suas metas de forma definida, A melhor maneira de trazer mais fepor escrito e temporal e talvez não licidade para sua vida é agradecer o que você já tem e parar de reclamar seja a última. Mas a verdade é que suas metas ser- do que você ainda não tem. Com vem como uma bússola. Apenas a sentimento de gratidão, fica muito realização das suas metas não o fará mais fácil realizar seus sonhos e ser feliz durante o processo. feliz. Elas servem para lhe “Vá para Agradeça suas pequenas dar uma poderosa motivao trabalho e grandes realizações e ção, mas não a felicidade. com ‘sede de atraia situações melhores A felicidade, que todos vencer’.”

abril \ maio 2011

para sua vida. Você ainda não é quem gostaria de ser, quem deveria ser ou quem poderia ser? Tudo bem, mas lembre-se: você “Você só não é mais quem você era! pode ser Lembre-se dos desafios que feliz num já venceu e das conquistas momento: agora!” que já realizou! Perceba que você já é um vencedor. Tenho certeza que praticando essas cinco dicas você vai descobrir verdadeiramente o quão forte você é e, sendo assim, você será mais feliz! Rodrigo Cardoso é palestrante, autor de diversos livros sobre motivação, sucesso e desenvolvimento pessoal • www.rodrigocardoso.com.br

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Envie sua pergunta para o coach Homero Reis. Participe pelo e-mail: leitor@nrespostas.com.br

Homero Reis

Pergunte ao Coach

Acabo de ser promovido a gestor. Existe algum “manual” a ser seguido?

Princípios que qualificam

as competências fundamentais

dos gestores

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ão gosto de manuais. Acho-os rígidos e equivocados porque julgam que as coisas acontecem de modo previsível. A vida não é assim. Prefiro então falar de princípios. Se você tem princípios, as práticas se tornam efetivas e adaptadas às circunstâncias, respeitando as diferenças de cada evento. Isso sim é qualidade. Pois bem, quero falar um pouco sobre princípios que qualificam as competências fundamentais para gestores de equipes. Vamos a eles. Primeiro – Coloque-se sempre no lugar dos seus colaboradores. Fazendo isso, você os entenderá melhor e os cativará. Colaboradores cativados tendem a fazer o mesmo com os clientes. Nada mantém melhor a equipe motivada do que ser exemplo. Segundo – Imagine que você está precisando de alguma coisa e, antes que pergunte, alguém se prontifica para ajudá-lo! Como você se sente? “Seja Pessoas que agem antecipadamente, de exageradamente modo espontâneo, sempre atentas às necuidadoso com a cessidades dos outros, são pessoas procomunicação.” ativas. Proatividade é a capacidade de

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antecipar-se a algo. Isso o torna referência. Gerir uma equipe de vendas requer proatividade. Terceiro – Tenha convicções pessoais sobre seu trabalho. Acredite no que você faz. Você acredita no seu trabalho? No seu potencial? Na sua capacidade? Acredita na organização da qual você participa e nos produtos e serviços que ela comercializa? Acredita na equipe? Pois bem, as respostas que você der a essas questões determinam o modo como as pessoas lhe veem. Gestores que não acreditam no que fazem e na equipe que têm não conseguem ter um bom desempenho. Portanto, acredite ou aprenda a acreditar. Quarto – Todos somos parte da organização e igualmente importantes, cada um em seu papel. Precisamos entender que o ser humano é, atualmente, o único diferencial competitivo das organizações. Gestores devem aprender a valorizar seu pessoal. Quinto – Seja exageradamente cuidadoso com a comunicação. Equipes nas quais a comunicação é efetiva, rapidamente são reconhecidas por sua qualidade e respeito aos clientes e fornecedores. Problemas rotineiros tendem a desaparecer quando a comunicação acontece de forma eficiente. Sexto – O mundo atual caracteriza-se pelo permanente estado de mudanças. A maioria delas não surge como um ato pensado e planejado de alteração de um estado anterior. Ao contrário, ocorre como consequência de outras variações ambientais, destacando-se o grande volume de informações e a rapidez do desenvolvimento www.nrespostas.com.br


tecnológico. A pergunta que se deve fazer é: você está preparado para lidar com a mudança? As pessoas em geral tendem a reagir negativamente a qualquer imposição brusca de mudança, que de alguma forma pareça ameaçar sua estabilidade pessoal ou profissional. No entanto, com a rapidez das mudanças do mercado, as organizações percebem a necessidade de assumir estrutura e gestão flexíveis que respondam às transformações. Veja a mudança sob a perspectiva positiva e considere o que você pode aprender com ela. Isso lhe colocará numa dimensão assertiva em relação à sua equipe. Sétimo – As pessoas não são iguais e por isso têm comportamentos diferentes. Provavelmente você não gosta de todas as pessoas com quem convive e conhece. Alguns são amigos, outros nem tanto. O desafio gerencial é o de desenvolver a capacidade de respeitar as diferenças individuais, sabendo agir profissionalmente para o enriquecimento da equipe. Julgar a si mesmo antes de julgar um colaborador é um hábito salutar. Nas atividades comerciais você encontrará sempre diversidade de pessoas, cada qual com comportamentos e características próprias. Cabe ao gestor criar condições para estabelecer um ambiente que propicie a percepção de um abril \ maio 2011

tratamento respeitoso e proativo. “Julgar a si mesmo Por fim, é importante lembrar antes de julgar um que, ao lidar com o mercado, você colaborador é um está lidando com um fator decisivo hábito salutar.” para a existência de sua organização. Lembre a sua equipe que o cliente é a razão da existência do negócio empresarial. Qualquer que seja a demanda do seu cliente, ele está certamente tentando atender a uma necessidade. Caberá a você capacitar a equipe para respeitá-lo e contribuir para a solução do problema. Vale lembrar que trabalhamos porque essas pessoas existem e pagam as contas. No mais, use o bom senso, a urbanidade e a honestidade relacional. O resto acontece. Reflitam em paz! Homero Reis

Homero Reis é bacharel em Administração de Empresas, mestre em Educação, psicanalista clínico, coach master e coach ontológico empresarial e membro da International Coaching Federation. www.homeroreis.com

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? Gestão do Tempo

Responde:

Christian Barbosa

www.christianbarbosa.com.br

Pergunta: Sivia Costa Moraes Tradutora

!

Tenho um dia corrido e muitas vezes não consigo fazer tudo que gostaria. Como posso melhorar?

Muitos começos poucos términos Você não precisa observar muito para descobrir que muitas pessoas são peritas em iniciar coisas, mas quase nunca terminam nada. Começam a academia e param alguns meses depois, iniciam o regime e param no meio, começam a escrever o livro e não terminam, engatam um romance e perdem o ritmo, abrem uma empresa e fecham antes mesmo de dar certo, entre outros exemplos. A vida fica assim com muitos começos e poucos términos, como um corredor que nunca alcança a chegada. A razão para isso acontecer vem das mais diversas origens. Muitos culpam a falta de tempo, a perda de interesse, a dificuldade de levar a diante, a mudança de planos ou o simples fato de desistirem. Costumo ouvir as mais diversas desculpas para isso acontecer, mas, fundamentalmente, elas se resumem a uma tríade de fatores: falta de relevância, falta de foco e autossabotagem. Se começamos algo que não é importante de fato, que não tem uma real impor“Ache sentido tância, mais cedo ou mais tarde para as coisas que iremos desistir. Às vezes, pela começar. Isso se do momento, acabamos faz com coração e urgência prometendo coisas, mas que sem

não apenas com a razão!” 36

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uma relevância perderá o sentido completamente com o tempo. Ache sentido para as coisas que começar. Isso se faz com o coração e não apenas com a razão! Quando começar algo, pense na relevância além do objetivo: você não está fazendo um curso de inglês, você está garantindo a viagem dos seus sonhos! Você não está de regime, você está na busca de saúde, de um namoro ou da vida! Você não está escrevendo um livro, você está construindo sua próxima casa! Você não está na faculdade, você está garantindo sua realização profissional! Se não houver relevância, nem perca seu tempo, pare antes de começar! Depois que a relevância for descoberta vem a necessidade de focar. Quem quer muitas coisas ao mesmo tempo, acaba tendo dificuldades de executá-las. Quem quer tudo, pode ter tudo, desde que foque em apenas uma coisa por vez. Sem um foco definido, os resultados demoram a aparecer, você acaba se desmotivando e deixando mais um término para depois. Nossos estudos demonstram que uma pessoa não consegue ter rewww.nrespostas.com.br


sultados se focar em mais de 2 (duas) metas por semana. Você pode ter diversas metas, mas selecione as mais relevantes para focar semanalmente. Com o foco definido, fica fácil criar um plano de ação, marcos de controle e indicativos de progresso. É muito mais fácil planejar poucas coisas do que uma diversida“Foque nos de de objetivos. seus términos de foco nos e não em seus Adá falta preguiça, achacomeços.” mos outra coisa

mais interessante, ficamos sem saber por onde começar. Foque nos seus términos e não em seus começos!!! E por último, precisamos falar da autossabotagem. Este é um dos fatores mais comuns para impedir seus términos. Muitas pessoas começam a lutar por seus objetivos, mas no meio do caminho acabam autossabotando a execução. Imagine que você tem uma meta de ter R$ 1 milhão na sua conta em 20 anos. No meio do caminho, você começa a gastar mais do que deveria e nunca consegue se aproximar da quantia. Este é um grande exemplo de autossabotagem, pois as pessoas o fazem, porém, muitas vezes nem percebem. Alguns possuem uma crença (muitas vezes com origens na infância) de que quem tem muito dinheiro é ladrão ou de que o dinheiro é sujo. Esta cren-

ça também dificulta a realização dos seus objetivos por trazer a culpa pela conquista dos mesmos. Você nunca conseguirá ter esse dinheiro, porque inconscientemente você não quer ser ladrão e nem ter algo sujo. Desta forma, você encontrará um meio de nunca chegar neste objetivo! Parece loucura, mas as razões psicológicas são grandes fatores que acabam nos levando a desistir de nossos sonhos. Descubra o que pode estar sabotando você, aprenda a lidar com esses obstáculos, visualize diariamente o seu objetivo realizado e os benefícios que ele trará para você!

Christian Barbosa é conferencista, empreendedor e sócio da Triad Consulting – empresa global de treinamento, consultoria e produtos especializada em produtividade e Master Practitioner em Programação Neurolinguística. • www.christianbarbosa.com.br

Idelmar de Paiva é Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, pesquisador e escritor. Idelpaiva@gmail.com.br

abril \ maio\ janeiro dezembro 2011 2011

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Mario Sergio Cortella

Filosofando

Não se aprende com os erros...

Sou um ser flexível, e ser flexível é muito diferente de ser volúvel. Flexível é aquele que muda quando considera adequado mudar. Volúvel é aquele que muda por qualquer coisa. A nostalgia é a tristeza da mudança contínua. A saudade é a experiência da mudança que conduz ao crescimento. A nostalgia é uma armadilha, registrada pelo estupendo poeta português Fernando Pessoa em um dos versos mais brilhantes da língua portuguesa, que está num poema escrito em 1930 e assinado por Álvaro de Campos, um de seus heterônimos: “Comprem chocolates à criança a quem sucedi por erro”. À criança a quem sucedi por erro!! Ora, isso é nostalgia pura, dor dura. Não é uma raiz. É uma âncora, nostálgica e dolorosa, aquilo que Carlos Drummond de Andrade chamou de “a pedra no meio do caminho”. No livro Minha vida até agora, uma autobiografia de Jane Fonda que achei que não ia gostar mas adorei, há uma frase marcante – na verdade um lema – de um dos ex-maridos da atriz, o magnata Ted Turner, criador da rede de notícias americana CNN: “Deseje o melhor e prepare-se para o pior”. Esse é um daqueles princípios inteligentes que tornam as coisas mais fáceis: almeje o que há de bom, mas esteja preparado para imprevistos, pois eles acontecem em todos os lugares, mesmo naqueles ambientes que você supostamente domina. Sou professor, faço palestras, vivo da fala, presumivelmente estou preparado para contornar 38

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adversidades nessas situações. Mas às vezes, inevitavelmente, o imprevisto supera a experiência. Percalços são inevitáveis, toda vida é composta por erros e acertos, por dores e delícias. A maioria das pessoas acredita piamente que aprendemos com os erros. Cautela com isso. Na minha opinião, aprendemos é com a correção dos erros; se aprendêssemos com os erros, o melhor método pedagógico seria errar bastante. Ora, brincando, podemos lembrar que todo cogumelo é comestível, só que alguns uma única vez... Eis um equívoco que não dá para corrigir depois. Não é o erro; é a correção do erro que ensina.

Mario Sergio Cortella, filósofo e doutor em Educação pela PUC-SP, na qual é professor-titular da Pós-Graduação em Educação (Currículo) e professor-convidado da Fundação Dom Cabral. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992) e é autor, entre outros livros, de A Escola e o Conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos (Cortez); Nos Labirintos da Moral, com Yves de La Taille (Papirus); Não Espere Pelo Epitáfio: Provocações Filosóficas (Vozes); Não Nascemos Prontos! (Vozes); Sobre a Esperança: um Diálogo, com Frei Betto (Papirus), O Que é a Pergunta, com Silmara Casadei (Cortez), entre outros. Leia mais sobre o assunto em: O Que a Vida Me Ensinou: Viver em Paz, Para Morrer em Paz! - M. S. Cortella São Paulo: Saraiva, 2010.

“Editado pela Saraiva e pela Versar, O que a vida me ensinou é uma coleção diferente, que mistura pequenas biografias com grandes lições de vida. Seu objetivo é revelar as principais experiências, os episódios mais marcantes, os maiores desafios, os valores e os princípios que nortearam a vida de profissionais de destaque em suas áreas. Mais do que uma série de livros de memórias ou de orientações, esta é uma coleção de reflexões, inspirações e referências. Neste volume, Sergio Cortella aborda questões como: qual é a sua verdade? Qual é a sua essência? O que permanecerá de você no mundo? Se você não existisse, que falta faria? O autor conta suas experiências, seus medos e os obstáculos que teve que percorrer para chegar ao topo.”

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