N Respostas 03 - abril/maio 2009

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Editorial Brasília: a Ilha da Fantasia. A denominação faz jus à cidade? Nesta edição, vamos saber quais foram os impactos que a crise teve na capital federal até o momento (página 8). A cidade vive em uma realidade isolada do resto do Brasil. Aqui, boa parte da população é formada por servidores públicos, temos a maior renda per capita do País e vivemos cercados pela política. Não adianta negar, somos de uma cidade privilegiada que até durante a crise econômica mundial se mantém. Em entrevista exclusiva (página 5), o vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, conta da situação cultural, econômica e empresarial na cidade. Onde podemos crescer? Onde devemos investir? Essas são dúvidas comuns que foram respondidas na entrevista. Em 49 anos de Brasília, a cidade cresceu em todos os aspectos. No lado empresarial não foi diferente. Os empresários de Brasília já são referência nacional, servindo de exemplo para empresas de todo o País. Nesta edição de aniversário da capital, gostaria de parabenizar todos os funcionários e empresários que fazem parte da construção dessa história!

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Sumário

05. Entrevista

O vice-governador do Distrito Federal e empresário, Paulo Octávio, conta em entrevista exclusiva por que investir na capital do País

08. capa

2009, o ano em que mergulhamos na crise

14. Recursos Humanos Luis Sérgio Lico

16. Oratória

Reinaldo Polito

18. etc...

entretenimento, trabalho e casa

20. N Flashes

Quem passa pelos eventos da N produções

22. eco notícias 23. marketing Wagner Campos

24. vendas

Raúl Candeloro

27. Gestão do Tempo Mário Persona

28. liderança Jô Furlan

30. cultura organizacional Roberto Ziemer

32. assessoria de imprensa Daniela Guima

08

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34. Direito

Rafael Ferraresi Holanda Cavalcante

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Fabiano Neves

Entrevista

Paulo Octávio

O vice-governador do Distrito Federal e empresário, Paulo Octávio, conta em entrevista exclusiva por que investir na capital do País. O empresário, dono da PaulOOctavio, que desde 1975 está no mercado brasiliense, é apaixonado pela cidade e diz acreditar nos empresários locais e no futuro de Brasília. por Júlia Nunes Garcia

segurança, escoamento do trânsito, abrigamos todos os Poderes constituídos, excelente rede de telecomunicações, estratégica localização Brasília é a capital po- geográfica, com voos hub para tolítico-administrativa dos os estados, além de cortarmos do Brasil, mas tam- as principais rodovias do país. Qual bém a capital do em- cidade reúne tantas vantagens? Para preendedorismo. Aqui se tomam as se ter uma ideia, Águas Claras é o principais decisões políticas e eco- maior canteiro de obras da América nômicas da Nação. Quem não co- Latina. Isso resume um pouco do nhece Brasília fala que aqui é a ilha potencial empresarial da cidade. da fantasia, terra de corruptos, de escândalos e outros desmandos po- Onde Brasília ainda pode líticos. Mas essas mesmas pessoas crescer? esquecem que são os outros estados Por muito tempo, foi difundida a que elegem seus políticos. Nós sin- ideia de que Brasília era a terra do tetizamos o retrato do Brasil, sendo serviço público. Além disso, há a ele bom ou ruim. E reforço que a questão de a cidade ser tombada capital federal é muito mais do que como Patrimônio Cultural da Hupolítica, muito mais do a Esplana- manidade, o que a impede de sofrer da. Somos muito mais do que es- modificações. Mas há a outra Brasísas ruas largas, cheias de palácios e lia, aquela que circunda a Esplanaautoridades. Para se ter uma ideia, da dos Ministérios, onde há muito Brasília e suas Regiões Administra- espaço para a geração de empregos, tivas já compõem a terceira maior para o desenvolvimento e o crescidade do Brasil. Temos também a cimento ordenado. Nessas áreas e, maior renda per capita do País e aqui especialmente, nas 29 Regiões Advivem 2,5 milhões de pessoas. É ministrativas, há um povo trabalhaum potencial enorme a ser explo- dor, empreendedor, que luta diarado e, sobretudo, a ser respeitado riamente, tanto quanto o carioca, e valorizado. Sob o ponto de vista o baiano, o alagoano, o gaúcho, o empresarial, Brasília reúne as me- paulista, e tantos outros. Essa polhores oportunidades para o inves- pulação espera o crescimento e o tidor. Temos enorme poder aqui- progresso e anseia por eles. Com sitivo, alto nível de escolaridade, esse pensamento, o nosso governo Analise Brasília pelo seu lado político e pelo seu lado empresário.

Durante uma época de crise mundial, Brasília não aparenta ter sentido esta crise... Afinal, chegou ou não a Brasília? A crise chegou a Brasília, mas de forma mais amena. Como a administração pública responde por grande parte da economia na capital, sentimos menos efeitos do que outras localidades sentem. O consumo continua em alta no Distrito Federal. A venda de carros, imóveis, bens em geral, além do turismo cívico e de negócios, não ficaram estagnados. Essa é a grande diferença entre Brasília e as outras cidades do Brasil. E como por aqui o poder de compra é bem maior, isso acaba atraindo empresas que querem investir, justamente nesses momentos de crise. Para nós, o grande segredo é não nos deixarmos contaminar por essa nuvem de pessimismo. Momentos de crises e sobressaltos também representam grandes oportunidades. junho \ julho 2009

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Entrevista

Por que foi feita parceria com a N Produções? Quais são suas expectativas?

Top 10 Empresarial, são oportunidades de bons negócios para os empresários brasilienses. Esperamos que com essa parceria possamos avançar na profissionalização da classe empresarial do DF. Argumente acerca da importância da sua proximidade à liderança empresarial. Conheço muito bem o setor produtivo de Brasília. Sou parte dele e me orgulho disso. Trouxemos essa experiência para a administração pública, o que nos rendeu bons frutos, porque, na verdade, uma coisa não pode caminhar sem a outra. Para que uma cidade cresça de forma ordenada e legal, fazem-se necessárias parcerias entre o poder público e a iniciativa privada. É assim, por exemplo, no Programa Parceiros da Escola, onde os empresários ajudam desde a manutenção de pequenos reparos do colégio até a implantação de um laboratório de informática ou a construção de uma piscina adaptada para crianças especiais. Essa proximidade saudável entre o poder público e o setor produtivo é extremamente benéfica para a população. Sozinho, o governo não consegue fazer tudo. No caso das escolas, para trocar um lâmpada ou comprar alimento da merenda, é necessário abrir processo licitatório e atender a todos os outros trâmites legais que acabam atrasando e dificultando o bom andamento da administração da escola. Com a parceria, a troca de uma lâmpada, a pintura de uma sala de aula e outras benesses se tornam muito mais fáceis. E o retorno da empresa é a consolidação perante à comunidade de uma empresa socialmente responsável.

A N Produções é uma empresa renomada e com grande gabarito. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SDET), por meio da Subsecretaria de Micro e Pequenas Empresas, precisava trabalhar melhor esse lado de formação empresarial. Temos boas e inovadoras ideias no mundo empresarial da nossa cidade, mas, às vezes, por falta de preparo, capacitação ou mesmo planejamentos, nossos empresários perdem a As suas obras são todas em oportunidade. As palestras ofereci- Brasília. Por que não investir das pela N Produções, por meio do em outras cidades?

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Fabiano Neves

trabalha para, ao mesmo tempo, preservar Brasília como Patrimônio da Humanidade, mas também para mapear áreas e setores onde é possível crescer ordenadamente, respeitando o meio ambiente e a ordem social. Nesse sentido, a cidade apresenta-se com grande potencial de crescimento na construção civil, no setor de tecnologia da informação e comunicação, fármacos e químicos, nanotecnologia, moda, turismo, entre outros. Estamos investindo no Parque Capital Digital, um verdadeiro pólo de inteligência que deverá gerar, pelo menos, 40 mil empregos diretos. Investimos também na criação de um novo setor habitacional, o Setor Noroeste, totalmente verde e integrado ao ecossistema da cidade. Fora isso, estamos com mais de 1,7 mil obras em andamento, respondendo por mais de 20 mil postos de trabalho temporários. A Cidade Aeroportuária, que deve ser licitada este ano, também será um importante atrativo para novas empresas. E Brasília oferece uma mão de obra qualificada, o que também a diferencia do restante do Brasil.

Porque amo e acredito em Brasília. Respondo a essa pergunta com uma outra: para que investir em outro local se temos tanto o que fazer por aqui? As pessoas, às vezes, perdem bons negócios porque querem alçar voos altos logo cedo, sem planejamento. Isso não é ruim. Mas não entendo porque mudar o foco se ainda há tanto o que fazer em nossa capital federal. Minhas empresas só investem em Brasília. Gosto da ideia de gerar empregos e renda para a cidade onde cresci e constituí família, onde meus filhos nasceram e cresceram. Uma cidade onde abri minha empresa e onde decidi me dedicar à vida pública. Os executivos da PaulOOctavio também têm essa consciência e, por enquanto, não há porque mudar o foco. Como o senhor avalia o crescimento populacional de Brasília? Como vai ficar a qualidade de vida da população com esse crescimento? O crescimento populacional é algo normal em qualquer metrópole. Não podemos impedir que pessoas entrem em nosso território e aqui queiram se estabelecer. Mas o que podemos fazer é trabalhar para que esse crescimento seja ordenado, à luz da legalidade e não acarrete

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Entrevista problemas ambientais ou de ordem econômica. Esse é nosso dever como Estado. E precisamos manter a qualidade de vida em Brasília, que é a melhor do Brasil. O nosso governo tem a responsabilidade de fomentar o crescimento com legalidade e com o compromisso com a qualidade de vida e o bem-estar de todos.

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O novo bairro, o Noroeste, por que investir nele? Como disse, o GDF vê, nos novos setores habitacionais, uma possibilidade de crescimento ordenado e, ao mesmo tempo, uma solução para o enorme déficit populacional. O Noroeste será o primeiro bairro ecologicamente correto do Brasil. Seremos pioneiros. Fala-se muito em degradação ambiental e outros temas, e temos em mente que o crescimento populacional precisa ser ordenado. O que estamos fazendo é ordenar esse crescimento, para que não ocorra o que ocorreu com os condomínios, por exemplo. Para se ter uma ideia, o governo gasta, em média, seis vezes mais para ordenar e urbanizar um bairro já instalado do que para planejar um novo setor, à luz da legalidade, com respeito à organização urbana, aos adensamentos populacionais e ao meio ambiente. Hoje, temos consciência de que há um enorme desafio à frente, de legalizar esses parcelamentos, mas o governo não se furtará desse compromisso. Estamos lutando para ordenar a cidade. É complicado, mas com a ajuda da população, do Ministério Público, do Ibama e de todos os órgãos envolvidos, estamos avançando.

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Brasília vai ser uma “São Paulo” daqui há 10 anos? Se não tivéssemos tido a coragem de frear o crescimento desordenado, sim. Mas, dentro do nosso contexto atual, acho que a capital federal, na verdade, se transformará em um novo eldorado. Brasília e suas regiões já cumprem seu papel de vetor do desenvolvimento econômico do Centro-Oeste. Nossa preocupação agora é consolidar o crescimento produtivo da cidade, aumentar a geração de emprego e renda, e sempre de olho no Entorno. É imperioso que os governos do DF, de Goiás, de Minas Gerais e o próprio governo federal invistam nessa região que circunda Brasília, a fim de evitarmos a pressão urbana sobre a capital federal, a violência, a insegurança e a desordem.

Com relação ao Iguatemi, estamos acompanhando uma obra chinesa: dia e noite de construção. Isso é uma mudança na forma de construção ou apenas cumprindo promessa de entregar uma construção no prazo? Obras quando demoram demais para serem entregues sempre ficam mais caras. Além do compromisso da PaulOOctavio de entregar um empreendimento único para a cidade, o Iguatemi será de grande importância para a economia local. Brasília merece esse empreendimento, que deverá gerar muito emprego e renda. Ano que vem é ano de eleição. Qual o futuro político do vicegovernador?

O foco ainda é uma boa administração para a cidade. Cada coisa a seu Não existe uma fórmula pronta. tempo. Hoje, o governador Arruda Mas posso dizer que coragem, de- e eu pensamos apenas em fazer o terminação, dedicação, criativida- melhor para a cidade. Fazemos um de, um pouco de idealismo, muito governo compartilhado. E não poplanejamento, perseverança e fé demos perder o foco. Então, o que podem dar o tom de uma empresa posso adiantar é que o futuro polípromissora. Você precisa acreditar tico do governador e do vice-governo que está fazendo e nas pessoas nador depende, diretamente, dessa que trabalham com você. Assim boa administração. Queremos o retorno disso nas urnas. não tem erro. Como transformar-se em um empresário de sucesso?

Quem são os empresários que inspiram o senhor?

Qual a dica o senhor dá para os empresários de Brasília?

Tenho uma admiração grande pelo Jorge Gerdau. Ele é um grande empresário e não pensa apenas nas empresas dele, mas no Brasil. O Movimento Brasil Competitivo (MBC), criado por ele, é um exemplo disso. Ele não pensa somente nas próprias empresas, mas em todo o setor produtivo brasileiro. Essa responsabilidade social e empresarial é extremamente louvável.

A dica de sempre: sejam perseverantes, acreditem nas suas empresas e busquem sempre se reciclar, se atualizar. O papel do governo é ajudar o empresário a gerar emprego e é isso que buscamos fazer. Nada cai do céu. Tudo na vida exige sacrifício, renúncia e planejamento. Aos empresários, digo apenas que se superem sempre. Isso é necessário para que a empresa cresça e tenha sucesso.

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No aniversário de Brasília, a cidade não comemora apenas seus 49 anos, também comemora uma segurança econômica que outras cidades invejam. A crise econômica mundial chegou com menor impacto para os brasilienses, mas os empresários e consumidores locais já se previnem.

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Capa

mergulhamos

2009 o ano em que

na Crise por Júlia Nunes Garcia

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esde setembro passado, países estão-se esforçando para que a crise, que teve como epicentro o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, não afete a própria economia nacional. No Brasil, o furacão está começando a nos atingir e, com certeza, vai aparecer no relatório anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009. No mês de março, o relatório divulgado do PIB foi otimista: o ano de 2008 fechou com crescimento de 5,1%, segundo maior índice durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula

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da Silva. E, de todos os países que já divulgaram suas estatísticas, o Brasil só ficou atrás da China, que cresceu 9%. Se, no Brasil, a crise não teve o mesmo impacto que teve em países como os Estados Unidos e a Espanha, em Brasília as consequências foram menores ainda. Aqui a estabilidade existe por causa do grande número de funcionários públicos, que recebem quatro vezes mais do que um empregado do setor privado. Entre fevereiro de 2008 e fevereiro de 2009, o número de desempregados caiu de 232 mil pessoas para 220 mil. Essa diminuição foi resultado do crescimento de postos de trabalhos em todos os NRespostas

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“Se no Brasil, a crise não teve o mesmo impacto que teve em países como os Estados Unidos e a Espanha, em Brasília as consequências foram menores ainda.”

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setores de atividade. Enquanto, nos Estados Unidos cerca de 4,5 milhões de pessoas já perderam seus empregos, e aproximadamente 20 milhões no mundo, Brasília está contratando mais gente. Além disso, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, o rendimento médio real dos ocupados aumentou 8,0% e 8,6% dos assalariados. Então, a crise chegou ou não a Brasília? O Governo do Distrito Federal estáse defendendo e vai manter o contingenciamento de 30% nas despesas e já suspendeu o aumento de salários por ora como medida contra a queda de arrecadação e a crise econômica mundial. O mercado imobiliário brasiliense, com um dos metros quadrados mais caros do País, tem sofrido queda nos imóveis de luxo. O diretor da Êxito Imobiliária, Alexandre Luchio Langer, diz que a venda e o aluguel de imóveis prontos teve estabilidade nos preços e fez com que o mercado imobiliário se mantivesse em pé. As classes média e baixa ainda não sofreram com a crise, “Mas a tendência é que as vendas diminuam até o meio do ano”, conta Alexandre. No começo do ano, Márcio Telles, personal trainer, comprou um apartamento e um carro novo. “O carro comprei por causa do IPI reduzido e o apartamento porque

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surgiu a oportunidade e o dinheiro”, conta. Com o dinheiro circulando, Brasília está pronta para ter mais um bairro de luxo, já que 16% dos empregados são servidores públicos e têm uma renda per capita de R$ 34,5 mil por ano, o dobro de São Paulo. O novo bairro Noroeste é um dos principais ativos atualmente. O metro quadrado nesse bairro vai custar cerca de R$ 8 mil e já está movimentando muito dinheiro desde a última licitação no fim de março. Muitas empresas apostam em venda direcionada aos funcionários públicos. Mas as compras, mesmo sendo feitas, estão acontecendo com precaução. O técnico judiciário do Superior Tribunal Federal, Eduardo Dantas de Alencar, diz que apesar de não ter sentido a crise ele planeja os próprios gastos com cautela. “Só sei que a crise existe porque vejo na imprensa, mas ainda não senti em Brasília”, conta o funcionário público. Ele contou que pretendia comprar um carro novo, mas já desistiu da ideia. Eduardo acredita que a crise ainda vai afetá-lo, já que fica sem perspectivas de aumento de salário. Apesar de os salários não aumentarem, as pessoas mantêm-se na defensiva enquanto o governo está no ataque. As alíquotas do IPI para carros 1.0 novos caíram de 7% para 0%, para estimular as vendas, atendendo ao pedido do presidente Lula. O governo não quer que a dinâmica da economia, compra e venda, se encolha. Marcelo Machado, vice-presidente da concessionária Smaff contou que novembro e dezembro de 2008 foram meses apertados no mercado de auwww.nrespostas.com.br


tomóveis, mas que, depois que o governo baixou o IPI, as vendas aumentaram. Nas concessionárias da Honda e da Fiat, existe fila de espera de 1-4 meses para alguns veículos. O profissional de Educação Física, Alexandre Leite, é um exemplo de quem está na fila de espera. Recentemente comprou um carro novo, “mas não foi pela redução do IPI”, ele garante. Ele já comprou o veículo e agora aguarda os quase dois meses prometidos pela concessionária para a chegada do automóvel. Para o mercado da moda de luxo, a crise ainda não atingiu o comércio. A Fato Vestimenta, loja de luxo no Lago Sul, teve um crescimento de 40% nas vendas em relação ao primeiro bimestre no ano passado. “Não vejo ninguém da minha área reclamando, mas em São Paulo vi gente reclamando e tendo de diminuir o estoque”, conta a proprietária, Isabelle Dias. Isabelle diz que as vendas não diminuíram porque junho \ julho 2009

Brasília tem muitas festas e eventos, e as mulheres sempre querem vestir algo novo. Quando não é para eventos, às vezes compram para mandar a tristeza embora. “Quando elas estão tristes, a loja acaba sendo terapia”, acrescenta. A empresária passou o Carnaval em Aspen e disse que viu a cidade cheia de brasilenses e que não viu ninguém reclamando da crise. Outra empresária do ramo, Lia Socha, proprietária da Lia, no Lago Sul, disse que o brasileiro nasceu na crise “Convivo com a crise desde que nasci. O brasileiro lida bem com ela”. A realidade é que em Brasília as pessoas continuam comprando, mas com cautela. Se antes da crise compravam um produto por mil reais, hoje optam por “A realidade é que em Brasília as um de oitocentos. pessoas continuam comprando, Isso se refletiu tam- mas com cautela”. bém no mercado do turismo. A CVC teve um crescimento de NRespostas

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“O mercado de Brasília é diferente por conta do número de funcionários públicos. Aqui não houve queda nas vendas, o perfil das viagens é que mudou”, explica o sócio da Coyote Turismo, Fábio Ferraz.

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16% em janeiro de 2009 em relação a janeiro do ano passado, mas mudou a estratégia de vendas. O que as agências de turismo estão fazendo é procurando alternativas para que as vendas não sejam afetadas pela crise. “O mercado de Brasília é diferente, por conta do número de funcionários públicos. Aqui não houve queda nas vendas, o perfil das viagens é que mudou”, explica o sócio da Coyote Turismo, Fábio Ferraz. Se, há dois anos, Fábio vendia 80% dos pacotes para viagens internacionais, hoje vende 40%. O brasiliense não deixou de viajar, apenas está optando por viagens mais baratas. “O cliente tem medo de fazer compras em dólar”, analisa o empresário. Com relação ao setor de entretenimento, a alta do dólar e a crise não tiveram impacto nos eventos da cidade. No mês de março, por exemplo, Brasília recebeu a banda de rock Iron

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Maiden, que estava fazendo turnê pelo Brasil. Passaram por cinco cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Manaus e Brasília. Entre as cinco capitais, o preço do ingresso em Brasília foi o mais caro. O show é o mesmo, mas a renda do público é diferente. E, como tudo é diferente na capital do País, Brasília partiu de um sonho. Em 1883, São João Bosco teve um sonho em que via entre os paralelos 15 e 20 do Hemisfério Sul um lugar de muita riqueza: “Quando se escavarem essas minas escondidas em meio a esses montes, aparecerá aqui a terra prometida que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível”. O sonho virou realidade e fez com que a terra prometida, a ilha da fantasia, se mantivesse longe do furacão da crise. Se nos Estados Unidos a crise é um tsunami e no Brasil uma marolinha, em Brasília é apenas uma notícia, pelo menos por enquanto.

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? Responde:

Luís Sérgio Lico

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Pergunta: Amadeus Kari Consultor Idea Consultoria

Como um profissional capacitado (fala 4 idiomas, MBA, morou no exterior), que foi demitido, se reposiciona no mercado? O que fazer e como se vender para um headhunter?

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Desemprego intelectual, como lidar com essa realidade? “Vale mais uma boa rede de contatos, que possibilite chances de acesso, que penar, rodando meses a fio, atrás de uma vaga ideal”

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O que o leitor pergunta inclui analisar situações distintas, complexas e interdependentes. No meio ambiente do mercado de trabalho, os cenários podem ser hostis, e isso deriva do extremo pragmatismo (talvez, miopia) de seus formadores de opinião. A realidade é que, hoje, não basta ter um bom currículo para arrumar emprego. Aliás, ele pode até ser um complicador por questões de faixa salarial e do chamado desemprego intelectual, que atinge quatro entre dez diplomados. Em um país que pouco valoriza a educação, mas exige as práticas, o que se está comprando, em termos de recursos humanos, são as chamadas competências e comprometimentos, não títulos. Já no campo da seleção, o que vale é a embalagem, ou seja, o marketing pessoal, por meio da postura profissional. Isso significa que você pode ter um currículo excepcional, contudo, se não impressionar o “caçador de cabeças”, não será contratado. É preciso pensar estrategicamente.

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Estar preparado para lidar com essa situação é imprescindível para se obter sucesso, ao enfrentar as selvas dogmáticas das organizações e suas contraditórias lógicas de contratação. No caso, colocar-se emocionalmente a salvo do modo frio e superficial com que avaliam os candidatos, mantendo a autoestima e a capacidade de reagir objetivamente a qualquer imprevisto. Não vá desarmado à entrevista, muito menos desarrumado ou ansioso demais. Descubra antes, se possível, o perfil da vaga e aja de acordo com as expectativas. Evite o discurso excessivamente técnico ou qualquer traço que possa ser interpretado como de irritação ou arrogância. É importante ter tato para não melindrar (ou enfadar) o entrevistador, pois ele pode não ser maduro o suficiente para lidar com isso, acredite se quiser! Deixe claro que sua formação não será um entrave para suas futuras atividades e mantenha o foco no que realmente quer. Evite, a todo custo, passar a impressão de “aceito qualquer coisa” ou “isso está abaixo de minha dignidade”. O candidato deve ter consciência de que vender seus projetos e a si mesmo com eficiência

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implica saber ouvir, mostrar-se acessível e saber discutir alternativas, entre elas a possibilidade de empreender o próprio negócio. No mais, não fique preso ao passado ou descarte de cara propostas fora de seu ramo. Também esqueça a crença nos anúncios milagrosos e procure focar em novos instrumentos de pesquisa, como as listas de discussão na web, antigos colegas e encontros setoriais. Vale mais uma boa rede de contatos, que possibilite chances de acesso, que penar, rodando meses a fio, atrás de uma vaga ideal. Em hipótese nenhuma pague por indicações ou supostas vagas “exclusivas”: isso é conto do vigário. Se quiser um serviço de recolocação, pesquise bem as referências e saiba que eles, no máximo, irão treiná-lo, agendarão entrevistas, mas nunca garantirão um emprego. Saiba também que as empresas sérias cobram somente depois de apresentar resultados, ou seja,

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após a sua contratação. Aliás, nesse caso, precisamos lembrar que nosso País não tem conseguido crescer o suficiente para atender aos milhares de profissionais que entram no mercado, todos os anos. Digam o que disserem os otimistas em campanha, o Brasil recusa-se a investir em seu desenvolvimento e, por isso, tem de lidar com muitos fantasmas. Um exemplo está registrado em uma pesquisa efetuada pelo Prof. Cláudio Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp. Pasmem, mas, constataram que, só no estado de São Paulo, 37% das pessoas com formação superior exercem atividades que não exigem curso universitário. Isso só reforça o que eu disse acima, pois cada vez mais as empresas exigem alto nível de competências, sem que exista uma contrapartida adequada em termos de salário e carreira. Seja criativo, adapte-se e sobreviva. Boa sorte!

“Não vá desarmado à entrevista, muito menos desarrumado ou ansioso demais. Descubra antes, se possível, o perfil da vaga e aja de acordo com as expectativas”

Luís Sérgio Lico é Mestre em Filosofia e Conselheiro Empresarial. Palestrante, Professor e Autor dos Livros: O Profissional Invisível e O Fator Humano. Visite o site: www.consultivelabs.com.br

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? Responde:

Reinaldo Polito www.polito.com.br

Pergunta: Luiz César Gottschall Diretor Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do DF

Preciso falar bem para subir degraus na empresa? Quão importante a comunicação é na vida profissional?

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A importância de falar bem em público

“Quanto mais você crescer na hierarquia da empresa, mais dependerá da eficiência da sua comunicação”

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Quem não sabe se comunicar tem suas chances reduzidas para obter sucesso na carreira, pois quase todas as atividades profissionais exigem comunicação eficiente e desembaraçada. Nem sempre foi assim. Quando iniciei como professor de oratória, sabe o comentário que algumas pessoas faziam a respeito de quem falava em público? Isso é coisa de gente metida, vaidosa, que quer aparecer. Principalmente quem falava mal tinha essa opinião. Depois da abertura política do País e a consequente abertura econômica, o mundo corporativo teve de se movimentar. Não só políticos, advogados, professores, religiosos e mais uma ou outra atividade precisavam falar diante de grupos, mas sim profissionais de todas as áreas. Com a chegada das grandes empresas estrangeiras, especialmente as americanas, falar bem passou a ser sinônimo de lucro. A experiência dessas organizações mostrava que o executivo que se expressa bem em público consegue transmitir a mensagem de forma mais clara, mais direta, mais assertiva, mais persuasiva. A partir daí, houve uma verdadeira re-

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volução nos hábitos das organizações. Os executivos que até então saíam da minha escola com o livro de oratória encapado, para que ninguém soubesse que eles estavam fazendo um curso para aprender a falar melhor, passaram a dar destaque a essa preparação em seus currículos. Um caso marcante foi o divisor de águas na tomada de consciência a respeito da importância de o executivo falar bem em público. Esse fato realmente provocou um alvoroço nas corporações. No comecinho dos anos 1980, Peter Schrer, que era o presidente da Kibon, deu uma entrevista à revista Exame dizendo como conseguiu sucesso em sua carreira profissional. Ele contou que, ao participar

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de um workshop nos Estados Unidos, promovido pela General Foods, aproveitou para conversar com os psicólogos e fazer uma avaliação das suas competências. Aconselharam-no a procurar profissionais que pudessem ensinálo a falar bem em público, pois precisava aprimorar sua comunicação. De acordo com seu relato, ao retornar ao Brasil, optou pelo nosso curso. Revelou à revista que em poucas semanas aprendeu a organizar o raciocínio de forma lógica, a participar com mais eficiência das reuniões, a falar de improviso com desenvoltura e desembaraço. A reação do mercado foi surpreendente. Finalmente, um dos mais destacados executivos do País revelava em entrevista para uma revista do porte da Exame que frequentara uma escola para aprender a falar bem. Pouco tempo depois, Léo Wallace Cochrane Júnior, que era o vicepresidente do Banco Noroeste e presidente da Febraban, deu entrevista semelhante ao jornal Folha de S. Paulo. Ta m bém nesse caso contando, com detalhes, c omo foi parar na nossa escola. Esses depoimentos

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em público continuará sendo exigida. Quanto mais você crescer na hierarquia da empresa, mais dependerá da eficiência da sua comunicação. de executivos À medida que se for aproximando bem-suced idos do topo da pirâmide da empresa, tiveram o mérito de mais participará de reuniões, de romper com aquele pre- processos de negociação, fará apreconceito velado que des- sentações de projetos, de planos de motivava as pessoas a procurar ajuda trabalho — sempre falando e sendo avaliado pela sua comunicação. para aperfeiçoar a comunicação. Embora a história do aprendizado E atenção para esta notícia imporda arte de falar em público se tenha tante: se não fizer exposições orais transformado nos dias de hoje, ainda de boa qualidade, perderá as posihá pessoas que não atentaram para a ções que conquistou ou, no mínirelevância da boa comunicação oral. mo, não continuará crescendo. Entretanto, trata-se de uma habili- Enfim, qualquer caminho que tedade tão importante que, sem ela, nha escolhido ou venha a escolher sempre dependerá você não conseguirá boa qualidade valorizar tudo o que “Com a chegada da da comunicação aprendeu estudando das grandes para progredir e ou trabalhando. empresas se realizar. Mais Vamos imaginar que estrangeiras, você ainda esteja esespecialmente as cedo ou mais tartudando e consiga se americanas, falar de, e, com cerdedicar apenas à vida bem passou a ser teza, muito mais escolar — se pensa sinônimo de lucro” cedo do que imagina, você precique vai passar os anos de estudo sem falar, está muito en- sará estar com a comunicação bem afiada. ganado. Cada vez mais as escolas exigem Por isso, não espere mais para que os alunos apresentem oralmen- aperfeiçoar essa competência tão te seus trabalhos, e a comunicação importante para sua carreira e para deficiente pode até comprometer a sua vida. nota de avaliação. Agora vamos supor que já tenha concluído o curso e esteja procuPolito é Mestre em ciências da rando um emprego. Piorou! Você Reinaldo comunicação, Pós-graduado com especialização em vai participar de dinâmicas de gru- Comunicação Social pela Fundação Cásper Líbero, Professor de Competência Verbo-Gestual no Trabalho po, entrevistas e, para ter sucesso, da Imagem Pública nos cursos de pós-graduação Marketing Político, na ECA/USP, professor de dependerá essencialmente da boa em Comunicação Oral nos cursos de pós-graduação em Gestão Corporativa, na ECA/USP. comunicação. Autor de vários livros, entre eles: Superdicas para Assim que se encaixar no mercado falar bem - um dos dez mais vendidos no Brasil de 2006 (Revista Veja). de trabalho, a habilidade de falar www.polito.com.br

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etc...

entretenimento

casa trabalho

por Júlia Nunes Garcia

Wave da Royal Botania. Perfeito para beira da piscina ou para quem tem espaço com uma linda vista. A mistura de rede com toldo traz conforto e elegância. A estrutura é feita em aço inox e é apoiada em apenas um ponto dando a impressão de flutuar. SKIGYM. Para os amantes de esqui que não podem praticar o esporte sempre, o simulador SKIGYM reproduz os movimentos do esqui e possui um par de bastões que se conectam ao simulador. Por enquanto, o programa só existe para PC e o software Alpine Ski Racing 2007. O jogo tem 32 trilhas diferentes de 18 locais reais. Os níveis vão de júnior a profissional. US$ 2.280,00

Flipbac. Para tirar fotos de diferentes ângulos, o Flipbac é o acessório certo. O Flipbac pode ser adaptado à maioria das câmeras digitais com display LCD de 3 polegadas. Ela permite que você tire fotos sem ter de ajoelhar, tire as famosas candid pictures sem que ninguém perceba. Quando não está sendo utilizaO ecosmart Fire, além de iluminar o jardim, é super-chi- do, o acessório serve como proque e eco amigável. Não utiliza gás e não precisa de manu- tetor da tela LCD. tenção. O produto já chegou ao Brasil e custa R$ 11.895,00 US$ 19,99 + US$ 5,00 de freo de 2 litros e R$ 14.886,00 o de 5 litros. te internacional. Jeweled purse light. Cansada de ficar horas procurando as coisas na bolsa? Essa luz de bolsa tem uma luz branca LED que ilumina até o maior dos acessórios. Fácil de acender e apagar. US$ 13,00

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Eee PC. O teclado Eee PC, que foi apresentado na feira de tecnologia CES em janeiro, tem estreia prevista para maio ou junho. O teclado vem com um display embutido de cinco polegadas, processador Intel Atom a 1,6 GHz, 1 GB de RAM, SSD de 16/32 GB, Wi-Fi, duas USB 2.0, HDMI e entrada e saída de áudio. A versão com fio vai custar cerca de US$ 400 e a wireless cerca de US$ 600 www.nrespostas.com.br


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2 3 1. O palestrante Clemente Nóbrega fala sobre marketing em evento da N Produções 2. Equipe Companhia Athletica com César Frazão 3. Os sócios da Amana-Key — Oscar Motomura e Deise Fukamati — em almoço com Sandra Costa e Janete Vaz, sócias do Laboratório Sabin e José Paulo Furtado, diretor da N Produções 4. O palestrante Cláudio Diogo em sua primeira apresentação pela N Produções em 2006... 5. ...e no último evento dia 23 de março de 2009 na Academia de Tênis 6. Cláudio Diogo agradece a nova parceria da SDET - GDF na presença do Vice-Governador Paulo Octávio 6 4

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7. O Consultor Christian Barbosa fala sobre Gestão do Tempo

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8. Daniel Godri com clientes da PIX Solutions. 9. Ulisses Tapajós, o diretor presidente da MASA da Amazônia em evento N Produções 10. Roberto Justus com Flávia e José Paulo Furtado 11. Ação promocional do Laboratório Sabin em evento N Produções 12. Estação da Beleza O Boticário em evento N Produções 13. Curso de Memorização e Concentração com Renato Alves no Parlamundi

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14. Café & Contatos com Ângela Tamiko Hirata, que conversou com os publicitários de Brasília e falou sobre o case Havaianas no Restaurante Mangai

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Eco notícias

por Júlia Nunes Garcia

Programa Criança Ecológica. Foi lançado no dia 19 de março, pela Secretaria do Meio Ambiente, o “Programa Criança Ecológica”, um projeto de educação que envolve 45 mil alunos, de 8 a 10 anos, da rede pública e privada do estado de São Paulo. O objetivo é fazer com que as crianças protejam o meio ambiente. Cinco centros de educação ambiental serão construídos na capital paulista. A Walt Disney Company divulgou à imprensa que tem como objetivo, nos próximos cinco anos, atingir zero de emissão de gás carbônico e zero de lixo tóxico.

MacBooks sustentáveis. A Apple lançou novos MacBooks que são sustentáveis. O notebook é fabricado com peças mais recicláveis, as caixas foram readaptadas e várias toxinas que eram prejudiciais ao meio ambiente foram eliminadas. O resultado foi criar a família de notebooks mais sustentável do mercado. Preço de US$ 999,00 até US$ 2.500,00

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Pista de pouso customizada. A Boeing anunciou os resultados da pista de pouso customizada que foi introduzida em 2007: houve diminuição de até 39% do consumo de combustível e de cerca de 226.800 kg de emissões de gás carbônico. Yahoo!Green. Para os amantes do verde, o Yahoo!Green contém notícias e dicas para conviver amigavelmente com o meio ambiente. Para quem está começando a se conscientizar a respeito desse assunto, este é um ótimo site!

Hora do Planeta (Earth Hour). O Rio de Janeiro foi a primeira cidade do País a entrar no movimento Hora do Planeta (Earth Hour). No dia 28 de março, cidades como Nova Iorque, Buenos Aires e Atenas apagaram as luzes de seus principais monumentos como um ato para conscientizar a população acerca da importância de incorporar novos hábitos. No Rio de Janeiro, as luzes apagaramse em lugares como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, a Orla de Copacabana e o Jockey Club. www.nrespostas.com.br


marketing

O que é e para que serve o Endomarketing? Por Wagner Campos

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mpresas que possuem uma excelente Gestão Estratégica aplicam ações de Endomarketing com maior frequência e, com isso, obtêm como resultado uma equipe comprometida e motivada, além de melhor produtividade e qualidade de vida no trabalho. Um programa de Endomarketing bem feito é capaz de auxiliar e melhorar a compreensão e o comprometimento dos colaboradores, de forma a serem mais flexíveis e responsáveis pelas mudanças organizacionais. O Endomarketing é uma das ferramentas mais utilizadas para a melhoria do clima organizacional, facilitando as relações entre patrão e funcionário. Suas ações estão diretamente relacionadas ao departamento de recursos humanos da empresa. Também é uma forma de aproximar o cliente, o produto e o empregado, tendo os clientes internos

“Um programa de Endomarketing bem feito é capaz de auxiliar e melhorar a compreensão e o comprometimento dos colaboradores, de forma a serem mais flexíveis e responsáveis pelas mudanças organizacionais” junho \ julho 2009

(colaboradores) como aliados nos negócios e grande responsabilidade para o sucesso e a aceitação dos produtos oferecidos. Por meio dele, são realizadas ações focadas no público interno, tendo como objetivo a conscientização dos colaboradores acerca da importância da excelência em atendimento ao cliente externo (superando as expectativas), a importância deles para a empresa e a atividade que executa. Com essa conscientização, poderá colaborar para um bom ambiente de trabalho. É necessário lembrar que as organizações são aglomerações humanas, com vários interesses comuns e distintos e, como todo processo de comunicação é diferenciado, o Endomarketing tem papel imprescindível para a melhor obtenção dos resultados. As opiniões dos clientes internos têm grande influência nas opiniões e perspectivas dos clientes externos. Assim, a sinergia entre as áreas de Marketing e Recursos Humanos tem grande diferencial para que assim sejam traçadas as melhores estratégias em busca de melhores resultados. O Endomarketing inicialmente atrai e retém o cliente interno (colaboradores) o qual, consequentemente, atrai e retém os clientes externos.

“O Endomarketing não é utilizado apenas para aceitação de produtos, mas também da imagem, seriedade, qualidade de vida e exemplo de instituição” Vale ressaltar que o Endomarketing não é utilizado apenas para aceitação de produtos, mas também da imagem, seriedade, qualidade de vida e exemplo de instituição. De um lado, funcionários insatisfeitos com as condições de trabalho e com os produtos da própria empresa apresentarão feedbacks negativos no mercado, ou seja, uma propaganda negativa. Por outro lado, considerando a satisfação por parte dos colaboradores, irão “vender” os produtos e a imagem da empresa para os clientes externos de uma forma positiva. Toda organização pode utilizar ferramentas de Endomarketing que melhoram a comunicação, podem gerar efeito motivacional e produzem resultados significativos. Podemos citar algumas ferramentas, como: Seminários, Reuniões, Manual de Integrações, Vídeos, Memorandos, Manual de Acompanhamento do Programa de Endomarketing, Quadros de Avisos, Jornais Internos Educativos, Cartazes Motivacionais e Caixas de Sugestões. Wagner Campos é Especialista em Marketing e Palestrante Motivacional em Vendas e Liderança. É Diretor da True Consultoria e autor do livro Vencendo Dia a Dia. wagner@trueconsultoria.com.br www.trueconsultoria.com.br

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? Responde:

Raúl Candeloro www.vendamais.com.br

Pergunta: Ralph Teixeira Gerente de vendas CONSIST

! Como remunerar uma equipe de vendas?

Remuneração de vendedores: fixo ou comissão? “Remuneração é uma das maiores influências de comportamentos nas equipes de vendas e, muitas vezes, usada de maneira completamente errada ou contraditória”

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Quando pesquisamos, no ano passado, quais as maiores preocupações dos líderes de vendas, encontramos quatro grandes assuntos que os fazem perder o sono: recrutamento e seleção; treinamento; remuneração e incentivos; e supervisão da equipe. Então, hoje, quero aproveitar para falar um pouco acerca da remuneração, porque é uma das maiores influências de comportamentos nas equipes de vendas e, muitas vezes, usada de maneira completamente errada ou contraditória. É muito comum, por exemplo, uma empresa falar para seus vendedores que é fundamental fidelizar clientes, mas remunerar com bonificações todos os vendedores que abrem clientes novos no mês. Campanhas de venda, por exemplo, têm sempre uma forte ênfase na prospecção de novos clientes, mas nunca vi uma empresa premiar o vendedor com a carteira

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de clientes mais fiéis. Portanto, o discurso é um (importância de fidelizar) e a prática é outra (prêmios e incentivos para prospecção). Aí não dá... O vendedor acaba enfatizando aquilo que lhe dá mais retorno, seja qual for o discurso “oficial” da empresa. Em vendas, existem basicamente três formas de remuneração: 100% fixo, 100% variável ou mista (fixo + comissão), podendo, nesse caso, variar o percentual de fixo e comissão, dependendo de uma série de fatores. No excelente livro Manual Completo para Acelerar a Força de Vendas (Editora Cultrix), Zoltner, Zoltner e Sinha descrevem quando usar cada uma das formas, além de seus prós e contras. Veja que não existe fórmula mágica. De vez em quando, recebo um e-mail ou alguém me pergunta nas palestras qual a melhor forma de remunerar a equipe de vendas. A resposta é sempre a mesma: “Depende!”. Uma série de coisas pode influenciar a remuneração do seu grupo. Vamos ver então quais são? Comecemos analisando as diferenças entre as duas formas opostas de

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remunerar: fixo x comissão. Como podemos ver, existem momentos em que uma empresa pode escolher a remuneração fixa como melhor caminho, e outra que pode ir para a comissão. Não existe certo ou errado – a não ser que a forma como a equipe é remunerada incentive os vendedores a agirem de forma que a liderança julga errada. O que importa mesmo é o que a empresa quer estimular, o tipo de venda e de cliente e como a empresa vê sua equipe de vendas – agressiva, conservadora, consultiva, etc. Algumas empresas, para evitar problemas causados pelo comissionamento, como o excesso de agressividade e a falta de visão de longo prazo, entendem que 100% remuneração fixa é a melhor saída para sua realidade.

Se vender, recebe. Se não vender, zero. Para a empresa, parece o plano ideal, porque teoricamente diminuiria custos fixos e estimularia vendedores a serem mais agressivos. Na prática, isso realmente acontece. O único problema são as contraindicações. Note que um dos maiores problemas causados por este tipo de remu100% salário fixo neração é que Particularmente, só vi, até hoje, os vendedores duas empresas de sucesso com venacabam dando dedores que recebem apenas salário muita ênfase ao fixo. As duas com vendas de ciclos volume (quanmuito longos (turbinas de avião, tidade de vendas) do que ao lucro serviços de assistência técnica), e (qualidade da venda). Isso fica claro mesmo assim as duas estavam seriana forma como passam a dar desmente pensando em remunerar seus conto indiscriminadamente, prin“consultores técnicos de vendas” (o cipalmente quando têm liberdade nome que dão aos vendedores) com para negociar. Não é incomum, por uma comissão. Todas as outras que exemplo, um gerente dizer para a conheci reclamavam constantemenequipe “gente, vocês podem dar te da falta de comprometimento e até 6% de desconto” e a equipe sair proatividade da equipe... mas o que dando 6% de desconto direto. “Até mais poderiam esperar? Que tipo 6%” significa começar do 0,5% e de vendedor busir negociando, mas ca salário fixo? vendedores comis“Qualquer 100% comissão pessoa com mais sionados por faturaDo outro lado, experiência sabe mento/volume não temos o extremo que a remuneração querem nem saber – dão o desconto máxido 100% comismista não é a são. Nesse caso, solução mágica de mo sem questionar. o vendedor é um todos os problemas. Às vezes, chegam Mas com certeza ao cúmulo de dar o verdadeiro “mievita os grandes desconto sem que o niempresário”. junho \ julho 2009

problemas dos extremos”

cliente tenha pedido. Um absurdo! Outra coisa que ocorre com 100% de comissão é a diferença brutal de remuneração entre vendedores, chegando muitas vezes a 8 ou 10 vezes. Por exemplo: o pior vendedor recebe R$ 1.000,00 no mês e o melhor R$ 10.000,00 Depois de um tempo, você acaba tendo uma “curva ABC de vendedores”, com 2 campeões, 4 médios e 4 pangarés. O certo seria demitir os pangarés, mas não existe empresa que eu visite que não tenha pelo menos uns 10% da sua equipe que deveria ser sumariamente demitida. Remuneração mista (fixo+comissão) Para terminar, a remuneração 100% variável faz com que não exista trabalho em equipe. Pelo NRespostas

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Raúl Candeloro é diretor da VendaMais (www.vendamais.com.br) e InvestMais (www.investmais.com.br)

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contrário – os vendedores e vendedoras são capazes de literalmente saírem no tapa por causa de uma venda, um pedido ou um cliente. Chegamos então à terceira forma de remunerar, e talvez a mais comum, que é a mista. A mista pode ser o melhor dos mundos ou o pior deles, dependendo de como for estruturada. Vamos dar uma olhada então em prós e contras da remuneração mista para vendedores. Qualquer pessoa com mais experiência sabe que a remuneração mista não é a solução mágica de todos os problemas. Mas, com certeza, evita os grandes problemas dos extremos. O grande problema do 100% fixo é a

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acomodação e o do 100% comissão é o do imediatismo e da falta de cooperação. Uma boa remuneração mista permite que isso seja trabalhado adequadamente e, quando complementada por campanhas de incentivo (financeiros ou não – viagens, presentes e brindes são excelentes motivadores), realmente tem trazido os melhores resultados a médio e longo prazo, sem cair na armadilha dos outros dois. E você, como tem remunerado sua equipe? Se tiver alguma história interessante para contar, de como mudou hábitos da sua equipe por meio da mudança na remuneração, conte para que possamos analisar o caso nas próximas edições.

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Slow is beautiful

por Mário Persona

“O tempo passa, quer eu faça alguma coisa com ele, quer não. Não posso pará-lo, estocá-lo ou encomendar mais. O que passou, passou”.

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uando escolhi o título estava pensando em outro parecido, o do livro Small is Beautiful. Em 1995, o suplemento literário do The London Times colocou Small is Beautiful na lista dos 100 livros mais influentes do pós-guerra. Em minha cabeceira, na década de 70, havia também outro best-seller, enorme e ilustradíssimo, o Whole Earth Catalog. Steve Jobs chamou o livro de Google encadernado. As duas obras apontavam numa mesma direção: a criação de uma sociedade sustentável. Cheguei a importar esses e outros livros de contracultura e tecnologias alternativas que não existiam no Brasil só para fundamentar as ideias que defendia na faculdade de arquitetura. Naquele tempo, ainda havia gente encantada com Brasília e seus mausoléus de vidro, concreto e mármore. Um macrobiótico, magrinho, com óculos de Gandhi e camisão de pano de saco de farinha, falando de projetos envolvendo recursos renováveis e preservação do ambiente era marginal ao status quo da época. Mais de trinta anos depois de minha fase bicho-grilo, eu continuo preocupado com a escassez de recursos, principalmente com um recurso que vai ficando cada vez mais escasso para mim: junho \ julho 2009

meu tempo. O tempo passa, quer eu faça alguma coisa com ele, quer não. Não posso pará-lo, estocá-lo ou encomendar mais. O que passou, passou. Apesar de não poder administrar o recurso tempo, posso decidir como executar as tarefas enquanto ele passa. As importantes devem vir primeiro. Mas, o que é importante? Depende de como eu encaro minha grande tarefa, aquela que vou terminar quando meu relógio cardíaco, que começou com um “tic”, fizer o último “tac”. Aproveitando a crise mundial, que pisou compulsoriamente no freio de nós todos, decidi repensar minhas prioridades e o tempo que devo dedicar a cada uma delas. Posso engolir o cafezinho num gole apressado, ou posso deixar que cada molécula aromática namore cada papila gustativa de minha boca. Sabe quanto tempo vou perder fazendo assim? Sabe quanto prazer e disposição vou ganhar? É disso que estou falando. Quando achei o resto de creme de barbear que meu filho esqueceu em casa, decidi voltar a desfrutar da magia de fazer a barba com lâmina. O barbeador elétrico vai continuar à mão para viagens e barbas corridas, mas, entre as escolhas de como pretendo utilizar meu tempo, incluí o ritual da barba. Você pode escolher o ritual que quiser — do café, do pentear, do caminhar — o conceito é o mesmo. A ideia é fazer as pequenas coisas ficarem belas, desfrutando melhor do tempo que bem ou mal dedicamos a elas. Isso nos recompõe para enfrentarmos as outras tarefas que não deixam muita margem ao prazer. O barbear com lâmina é um mundo

de sensações. Primeiro vem o milagre da espuma que surge de um dedinho de creme. Eu seria incapaz de fazê-la caber de volta no tubo. Então começa a massagem... ah! e que massagem. Não há nada como sentir cada cerda do pincel deslizando pelo rosto e acalmando os fios da barba como se dissesse a eles: “Não se preocupem, vai dar tudo certo”. Aí é a vez de a lâmina esquiar, deixando o seu rastro nas montanhas de creme. Ui! É mais gostoso se for perigoso. E o som, você já prestou atenção no som? Ao lado do rosto a lâmina passa em Si Menor. Já o escanhoar debaixo do queixo é em Dó Maior. Tente você descobrir o seu tom. Depois é hora de enxaguar e enxugar. Aaahhh... refrescante. Cada poro da pele de meu rosto exala a menta. Isso é administrar o tempo. Fazer as mesmas coisas que você faz, só que de outra maneira. Tentar extrair delas o máximo, não só de resultados, mas de prazer e qualidade. Qualquer um pode fazer isso. Bem, menos as mulheres, na parte da barba, e não deve ter graça nenhuma depilar as pernas com cera quente. O título Slow is beautiful veio a calhar. A ideia é essa, como em Small is beautiful, que foi lançado no Brasil com o infeliz título de O negócio é ser pequeno. Por favor, não tente traduzir meu título para “O negócio é ser lento”. Não foi isso que eu quis dizer.

Mario Persona é palestrante, professor e consultor de estratégias de comunicação e marketing. Autor de diversos livros de carreira e negócios. Suas ideias podem ser encontradas em seu site www.mariopersona.com.br.

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? Responde:

Jô Furlan www.drjofurlan.com.br

Pergunta: Silvia Lopes Assessoria Especial Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do DF

! O que é a liderança comportamental e o que preciso ter para ser esse tipo de líder?

Liderança Comportamental e oportunidades

“Esse padrão de autoliderança ou liderança comportamental é a base para o processo de desenvolvimento de qualquer líder” 28

A liderança tornou-se um dos conceitos mais discutidos atualmente. Alguns anos atrás, dentro do Curso de Especialização em Medicina Comportamental da Universidade Federal de São Paulo, dediquei-me a identificar alguns padrões comportamentais da tão importante liderança. O conceito do desenvolvimento comportamental por meio das técnicas do que chamávamos tecnologia comportamental era uma das maiores possibilidades de aprimoramento de fato dos indivíduos que buscavam conhecer e se especializar na arte de liderar. Surgiu então a necessidade de determinar uma referência que permitisse avaliar e quantificar essa vontade, essa disposição em desenvolver a liderança pessoal. Nesse momento, com a ajuda de Bernardo Leite, um dos pioneiros do coaching no Brasil, e o Prof. Dr. José Roberto Leite, pioneiro da medicina comportamental na América Latina, lancei o conceito da liderança comportamental. Ela de fato está um pouco antes de tudo que se tem falado a respeito de liderança. Ela traz uma série de ferramentas

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para o primeiro passo na formação de qualquer líder: assumir o controle da própria vida. Esse padrão de autoliderança ou liderança comportamental, é a base para o processo de desenvolvimento de qualquer líder. Tenho acompanhado com certa preocupação a banalização desse termo com o objetivo de melhorar a autoestima de diversos segmentos de chefias, gerências, diretorias e presidências de empresas, instituições diversas e corporações. Numa reunião de briefing de um evento, fui apresentado recentemente à temática do evento, e informado que estariam ali os líderes da empresa, vindos dos quatro cantos do País. Fiquei impressionado, pois então se tratava de uma empresa capaz de captar, desenvolver e manter líderes

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“Cuidar da equipe

em sua organização. compreend ido, estabelecendo Aprofundei-me no laços de confiança porém se alguém perfil desses líderes e respeito aumenta aceita o desafio de ainda mais a e fui comunicado liderar um grupo, influência desse de que se tratava de assumindo a resgerências regionais. líder sobre o grupo” ponsabilidade de Perguntei se eram gerar resultados, líderes de fato, tiisso faz com que nham cargo de liderança, ou eram o foco seja fundamental, pois evigestores. Percebi que minha per- ta desperdício de energia. Cuidar gunta gerou certo desconforto. da equipe estabelecendo laços de Passado o mal-estar, conversamos confiança e respeito aumenta ainda demoradamente expondo as razões mais a influência desse líder sobre e os conceitos que norteavam nos- o grupo. sos conceitos de liderança. Decidi- Saindo da liderança comportamenmos então chamar de encontro de tal em direção à liderança servidora, liderança. Tomar muito cuidado a tão aclamada pelos seguidores dos quem realmente chamaríamos de lí- conceitos apresentados por James der, para que isso não caísse em um Hunter no best-seller: O Monge e o lugar comum, sem significado ou Executivo, percebemos a relevânimportância. Quando discutimos, cia dos valores pessoais e das crenperguntei quantos deles, de fato, ças dominantes de forma a criar líestavam cuidando para gerar solu- deres capazes de, mais do que gerar ções, demover problemas, anteci- resultados, continuar a construir pando-se e sendo proativos, a ponto grandes empresas, relacionamentos de influenciar seu grupo de forma humanos de alta qualidade, gerando a superar desafios e contribuindo assim grandes negócios. para a gerar resultaAcredito que uma das condições dos satisfatórios. básicas da autoliderança é a disEsse princípio do posição pessoal em ajudar pesfoco em resulsoas a fazer mais do que a printados muitas cípio estavam dispostas a fazer. vezes é mal Assumir a responsabilidade pela própria vida, suas escolhas, seus caminhos, seus sonhos, objetivos e metas: eis o maior desafio da liderança comportamental. Evidencio aqui a importância de uma das dez dicas que utilizo para estimular motivação e liderança: acredite e poderá ter sucesso, duvide e com certeza fracassará.

Dr.Jô Furlan Primeiro treinador comportamental do País, Especialista em liderança. Criador do Conceito de Liderança Comportamental e Inteligência do sucesso e palestrante internacional. www.drjofurlan.com.br

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? Responde:

Roberto Ziemer

robertoziemer@uol.com.br

Pergunta: Ana Carolina Jardim Assessora Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do DF

! Qual a importância que a Cultura Organizacional tem em uma empresa? É um diferencial?

Cultura

Organizacional

“A transformação cultural começa com a transformação pessoal da liderança. Estes terão de adotar comportamentos que estão alinhados com os valores definidos pela empresa e incorporá-los no dia-a-dia”

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Ela pode fazer a diferença neste momento de crise

Em tempos de crise como os atuais, é fundamental compreender como as dimensões subjetivas ou invisíveis da organização – evolução/inovação, cultura e contribuição social – influenciam as dimensões objetivas, visíveis da organização – as finanças, a relação com clientes e a eficiência ou desempenho. Como aquilo que não vemos ou não conseguimos medir com facilidade, podem estar sabotando todos os esforços que fazemos nos aspectos mais tangíveis, como a definição da estratégia e dos objetivos, a otimização de sistemas e processos, a redução de custos etc. Um dos aspectos subjetivos mais importantes é o da cultura da organização. É ela que define como a organização se comporta, o que ela considera importante (o que pode ser falado ou não), como as pessoas se relacionam com a hierarquia (flexível ou rígida), o que é preciso fazer para progredir profissionalmente, quais os símbolos

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de sucesso, qual é a linguagem apropriada (formal ou informal), etc. A cultura é para a organização o que a personalidade é para o indivíduo – uma referência e, ao mesmo tempo, um padrão ou conjunto de hábitos que definem e, ao mesmo tempo, limitam as respostas que ela pode gerar para determinada situação. Pesquisas recentes realizadas na área da cultura corporativa demonstram que: •A cultura é o mais valioso bem que você tem para atrair profissionais talentosos. É o mais importante diferencial entre você e seu competidor; •Profissionais talentosos serão cada vez mais raros durante as duas próximas décadas. Você precisará gerenciar e monitorar a sua cultura se você quiser atrair e reter os profissionais mais talentosos; •A cultura de sua organização é um reflexo da personalidade dos líderes atuais e dos anteriores. Os valores e

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crenças desses líderes refletem fortemente sobre o clima, os processos e os procedimentos da organização; •Empresas de sucesso duradouro têm uma visão que estabelece a sua direção, uma missão que as mantêm no caminho do seu negócio central e valores que são utilizados como referência para a tomada de decisões no dia-a-dia; •Os custos em termos de perda de produtividade de valores limitantes, tais como burocracia, competição interna, hierarquia, culpabilização e controle, podem representar perdas de faturamento de até 7% para cada um desses valores; •Você pode reduzir ou remover o impacto destes valores potencialmente limitantes realizando um programa de transformação cultural; •A transformação cultural começa com a transformação pessoal da liderança. Estes terão de adotar comportamentos que estão alinhados com os valores definidos pela empresa, e incorporá-los no dia-a-dia. A Cultura como Diferencial Competitivo Especificamente em relação à crise atual, existem sete forças culturais que contribuem para a sustentabilidade e a lucratividade da organização. Você precisa ser competente em cada uma delas para ser capaz de enfrentar os efeitos da crise atual e sustentar o sucesso de longo prazo: •A estabilidade financeira – aumente suas reservas de dinheiro. Procure maneiras de se manter financeiramente sustentável. •A comunicação com a equipe e os clientes – confiança é fundamental. junho \ julho 2009

“A cultura é para a organização o que a personalidade é para o indivíduo – uma referência e, ao mesmo tempo, um padrão ou conjunto de hábitos que definem e, ao mesmo tempo, limitam as respostas que ela pode gerar para determinada situação”

Garanta que todos saibam o que você está fazendo para superar a crise. •O negócio central da empresa – torne-se eficiente. Aperfeiçoe seus sistemas e processos para reduzir custos e aumentar a agilidade. •A capacidade de se adaptar a um ambiente em mudança – trabalhe para reduzir a entropia cultural e gerar inovação. •Clareza na direção – revitalize a sua visão, missão e valores para criar coesão interna. •A construção de alianças estratégicas – alinhe-se com seus clientes e fornecedores para criar relacionamentos de apoio mutuamente benéficos. •A perspectiva de longo prazo – assegure que seus planos de curto prazo não comprometam sua viabilidade de longo prazo.

Nesse momento em que as empresas estão sendo continuamente desafiadas a se tornarem mais eficientes, produtivas, inovadoras e socialmente responsáveis, criar uma cultura forte e adaptativa para alinhar os valores e comportamentos coletivos tornou-se imprescindível para a própria continuidade e sucesso da organização.

Roberto Ziemer é graduado em Engenharia e é Mestre em Psicologia Organizacional pela PUC-SP. Especialista em transformação humana e organizacional, sócio da Roberto Ziemer & Associados e consultor associado da DBM. Consultor formado pelo Barrett Values Center, consultoria internacional em diagnóstico de cultura e alinhamento de valores. Autor dos livros Do Medo à Confiança: como realizar seu projeto de vida (Editora Gente) e Mitos Organizacionais (Editora Atlas).

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? Responde:

Daniela Guima Jornalista daniela.guima@olacomunicacao.com.br

Pergunta: Ricardo Marçal Diretor de Expansão Academia Simetria

Como devo posicionar-me perante a imprensa caso aconteça algum acidente na minha empresa?

Você, empresário, tem medo da imprensa? “O empresário de visão precisa perceber que, quando a empresa deixa de falar, ela perde a oportunidade de mostrar a que veio, o seu valor e o seu posicionamento diante da sociedade”

Daniela Guima é jornalista e sócia-diretora da empresa Olá Comunicação, especializada em assessoria de imprensa e comunicação institucional. daniela.guima@olacomunicacao.com.br

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stamos na sala da direção da Petrobrás. Toca o telefone e chega a notícia: um navio cargueiro, lotado de combustível, está com enorme vazamento de óleo em uma praia da costa sudeste do País. Surgem duas opções hipotéticas: 1) Alguns líderes, em situação semelhante, fazem o possível e o impossível para impedir que o assunto chegue à imprensa. 2) Outros empresários percebem que não há formas de conter essa notícia e agem o mais rápido possível, no sentido de preparar uma estratégia eficiente de comunicação. A primeira ação demanda muito esforço, implica risco e coloca os acordos em níveis bastante nebulosos. Soma-se a isso a alta possibilidade de a estratégia falhar, uma vez que a notícia tem alto potencial de vazar por inúmeras fontes incontroláveis. A segunda ação, de longe, é a mais acertada e com melhores resultados. Isso porque é quase impossível nos dias de hoje – com o número exorbitante de informações e veículos de notícias disponíveis – impedir que algum assunto venha à tona. E, uma vez que isso é constatado, a melhor forma de agir é optar pela transparência e pela excelência da informação.

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Nesse exemplo da Petrobrás, a forma mais eficiente de agir é munir a empresa de dados estratégicos, como: a porcentagem mundial de ocorrências de acidentes desse tipo, mostrando que a empresa está com números inferiores às taxas mundiais; mostrar as ações de contenção e reparação do fato; apresentar ações de responsabilidade social empresarial que diminuem o impacto da cadeia produtiva da empresa no meio ambiente, entre outros. Além, é claro, de adotar uma postura franca e humilde diante do ocorrido, aceitando que o acidente ocorreu, mas que, por outro lado, diversas ações estão em curso para evitar novos episódios semelhantes, fazendo desse fato uma oportunidade para impulsionar a empresa ainda mais na caminhada rumo à sustentabilidade. Em um momento de crise, é hora de investir em excelente comunicação institucional, em entrevistas coletivas, em releases providos de dados claros. É momento de formar profissionais abertos e prontos para explicar as ações em detalhes, atendendo à imprensa com paciência e dedicação – pois ela será a porta-voz que levará a fala da empresa

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ao público consumidor. Em tempos o dono do estaassim, é hora de abrir as portas e ser belecimento, transparente. Dessa forma, evita-se que se neo surgimento de mal-entendidos, gou a falar fantasias e acusações. acerca desOutro exemplo: determinado res- se assunto”. taurante passa por um episódio de Essa últicontaminação, que deixa diversos ma frase – corriqueira no noticiário clientes doentes. A imprensa procura – abre espaço para o público pular o dono do restaurante, que se nega a a conclusões do tipo: “se não quer falar com a frase célebre: “a empresa falar, é porque tem culpa no carnão quer se pronunciar acerca desse tório”. Tragédia anunciada, pontoassunto”. Se você fosse um repórter, final – não só para o texto da macomo iria rechear a téria, mas também matéria? Procuran- “Em um momento para a empresa que de crise, é hora do as vítimas que, vai precisar rebolar de investir inflamadas, ocupapara conseguir ouem excelente riam 90% da notícia tra oportunidade comunicação falando mal do resna imprensa e se institucional, taurante. E, no final comunicar de maem entrevistas da matéria, viria a neira apropriada. coletivas, em sentença final: “a reO empresário de releases providos portagem procurou de dados claros” visão precisa per-

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ceber que, quando a empresa deixa de falar, ela perde a oportunidade de mostrar o seu valor e o seu posicionamento diante da sociedade. E deixa de explicar o contexto de qualquer situação que seja – mesmo as mais delicadas –, e sair dela de forma clara, proveitosa e elegante. Tropeços fazem parte da caminhada, e todo empresário, antes de tudo, é humano e sabe que falhas acontecem. O segredo está em levantar o mais rápido possível das quedas. O ingrediente fundamental para isso? Transparência, sempre.

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? Responde:

Rafael Ferraresi Holanda Cavalcante Siqueira Castro – Advogados

Pergunta:

Monique Andrade Assistente Administrativo Ministério do Esporte

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Em época de crise, o que mais vemos são empresas demitindo, diminuindo seus custos, enfim... qual a melhor atitude a ser tomada em uma demissão sem justa causa?

Demissão sem justa causa

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possibilidade de ocorrer uma demissão sem justa causa de um trabalhador existe em tempos de crise financeira ou não. Essa modalidade de rescisão do contrato de trabalho é debatida na Constituição Federal (artigo 7.º, inciso I), em que resta estabelecida uma indenização compensatória para proteger o empregado que se depare nessa situação. Referida norma, no entanto, necessita de uma lei para regulamentá-la. No Brasil, até então, existe o artigo 10, inciso I, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, que assegura ao trabalhador o pagamento de uma indenização equivalente a 40% sobre os depósitos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – além daquilo que é previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e em outras leis esparsas (exemplos de alguns direitos: Aviso Prévio, 13.º Salário, Férias, etc.). No campo internacional, existe ainda a Convenção n.º 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que também protege o empregado da demissão sem justa causa e arbitrária – até mesmo para estabelecer a forma de indenizá-lo. O Governo Lula recentemente esboçou interesse em aplicar essa Convenção no Brasil ao enviá-la ao Congresso Nacional para a sua ratificação. Ainda não há definição quanto a esse assunto. 34

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Especialmente no momento em que vivemos e para resguardar os seus direitos, para o trabalhador o mais importante é identificar se a demissão sem justa causa não é um pretexto nefasto para massacrálo (principalmente quando se trata de demissões em massa) ou se tudo decorreu dentro do legítimo direito do empregador em encerrar a relação (como é o costume) e, na hipótese atual, estruturar sua empresa para enfrentar a desordem financeira mundial. O exemplo recente do ocorrido com a Embraer mostra bem essa situação. E o Poder Judiciário, pelo visto, não se calou perante o problema por entender, até o momento, que os princípios constitucionais sociais da garantia do emprego e da estimulação das negociações coletivas entre patrões e empregados devem ser prestigiados. Por isso, creio que a melhor atitude nesse caso é procurar o respaldo do seu sindicato de classe que em tempos de crise pode usar a negociação coletiva como importante instrumento de composição dos conflitos trabalhistas para autorregulamentar as condições de trabalho – ainda que seja para reduzir jornada de trabalho e salário, conceder férias coletivas ou suspender os contratos –, mas sempre com o intuito de preservar os empregos. Rafael Ferraresi Holanda Cavalcante é professor, advogado especialista em Direito do Trabalho e coordenador em Brasília/DF do Setor Trabalhista do escritório Siqueira Castro — Advogados.

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