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ONAIR 18ª EDIÇÃO MAR. / ABR. 2016
2016 O AN O Q UE FICAR Á PA R A A H I S T Ó R I A Este ano de 2016 deve ser marcado pela retomada do fôlego que faltou em 2015
Nós ABRAPHE, empresas e pilotos associados estamos unindo forças neste momento difícil pelo qual o País está passando con antes em que juntos e fortalecidos, retomaremos do pairado para o pouso seguro e próxima decolagem de sucesso. Após mais de cinco anos registrando crescimento na marca de dois dígitos, nosso setor sente os re exos da retração econômica do País e você piloto está na ponta deste efeito em cadeia.
Somos 2.204 PPHs, PCHs, PLAHs, INSTRUTORES ou ALUNOS que dependemos uns dos outros para que as necessidades da aviação por helicóptero seja ouvida e atendida na sua especi cidade. Estamos em 850 pilotos ativos. Queremos você junto conosco e ativo: - “JUNTOS PODEMOS MAIS” Iniciamos este movimento em nossa sede no mês de dezembro, logo após o nosso Seminário, reativando pilotos inativos, que demonstraram interesse em permanecer conosco e os ativos que em função das di culdades nos procuraram. De lá para cá, mais de 100 pilotos inativos voltaram a integrar nosso time, con antes em nosso Plano de Voo. Aproxime-se da nossa base. Estamos prontos a te ouvir, porque é da sua rotina que saem decisões assertivas para a melhoria na formação, na operação e na segurança do nosso setor.
Sabemos que em momentos de crise, a tomada de decisão é fundamental para o sucesso da operação! Nesta primeira etapa da campanha, sorteamos uma maquete do AW169 e uma mochila da Helibras, acompanhada de um conjunto de taças para espumante aos pilotos que reativaram o contato conosco. São eles: Danilo Lorençone de Souza – Matrícula 004 e Jose Tomaz Damari da Silva – Matrícula 824
Sorteio de brindes aos associados ativos a cada três meses. Próximo sorteio em junho de 2016. ESTÃO CONOSCO NESTA CAMPANHA:
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ÍNDICE
EDITORIAL PALAVRA D0 PRESIDENTE CURTAS LANÇAMENTO MANUTENÇÃO CAPA
04 05 06 07 09 11
ARTIGO FÁBIO CASTILHO
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DIA DO PILOTO
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ONDE IR
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ARTIGO RUY FLEMMING
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SÓSIA NOCOMANDO
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03
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EDITORIAL
Nossa primeira edição de 2016, depois da circulação da Especial sobre o 9º Seminário Internacional ABRAPHE, traz um cenário geral do mercado da aviação por helicóptero no ano de 2015 e um pouco o que esperar para 2016. Uma coisa é fato, estamos confiantes. Prova disso é o lançamento da Campanha Juntos Podemos Mais!, que estampa a última página desta edição. Trata-se de uma iniciativa conjunta para que possamos ter o piloto de helicóptero ainda mais próximo da ABRAPHE, com vistas em ações mais assertivas e em linha com as necessidades de nosso setor e, principalmente, você associado! Contamos com todos nessa! Aproveitem a leitura!
Na imagem da capa, o registro do Daniel Landucci da decolagem de um Aw109 em SBJD, representando a "tomada de sustentação" que almejamos em 2016.
1º Suplente: Marco A. Adami
CONSELHO FISCAL: DIRETORIA: Presidente: Marcelo Jorge Graciotti Vice-Presidente: Marcelo Cobra Secretária-Geral: Ana Paula Sócio Diretor Admnistrativo Financeiro: Guilherme Juc Diretor de Associados: Marcelo Jorge Graciotti Diretor de Comunicação: Felipe Diniz Diretor de Relações Públicas: Ruy Flemming
Presidente: Caio Mazza 1º Conselheiro: Jovilde Calisctil
O N AIR
EQUIPE: Ricardo Martins Roberta Gabriel Willian Farias
CONSELHO DOS EX-PRESIDENTES: Marcos Otte (1ª gestão) Moacir Onório da Silva (2ª gestão) Carlos Mendes (3ª gestão) Carlos Alberto Artoni (4ª gestão) Cleber Mansur (5ª gestão) Rodrigo Duarte (6ª gestão)
ASSESSORIA DE IMPRENSA:
SUPERVISÃO GERAL:
CD Comunica - Imprensa e Content Marketing www.cdcomunica.com.br
Caio Mazza
MARKETING E IDENTIDADE VISUAL:
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Saulo Alves
Carolina Denardi - mtb 28205 comunicacao@abraphe.org.br
REVISÃO ORTOGRÁFICA:
DESIGN E DIAGRAMAÇÃO: 7600 - Communication & Aviation www.setemeiazerozero.com.br
IMPRESSÃO: VOX EDITORA
Cmte. Ruy Flemming
Contato / Assinatura
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ABRAPHE - Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero Av. Olavo Fontoura, 1078 - St. C - Lt.07 Hangar Go Air - Santana - São Paulo / SP - CEP 02012-021 Fone: +55 11 2221 - 2681 / FAX: +55 11 2221 - 1348
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PALAVRA DO PRESIDENTE Foto: Saulo Alves
E
sta é a última edição que assino enquanto presidente da ABRAPHE. A partir do próximo número, me mantenho firme nas atividades junto ao conselho desta entidade e no apoio à diretoria que assume neste mês de abril, mas não mais na linha de frente enquanto presidente. Uma honra poder estar ainda mais próximo do dia a dia desta entidade. Vencemos desafios - RBAC 61, tipo, classe e outras frentes que não me deixam mentir – fizemos 20 anos e tudo isso, sem mencionar o cenário político e econômico que mexeu com a nossa aviação e outros serviços e setores no geral.
Agradeço o apoio de toda a diretoria que me acompanhou no ano em que estive a frente da presidência e, principalmente, agradeço o apoio dos associados, pilotos e empresas que contribuíram para que alcançássemos sucesso em nossas iniciativas. Entendo que temos desafios a serem vencidos e entendo também que este é um momento de unir forças: piloto, empresa e prestador de serviço, para traçarmos estratégias e ações voltadas a resultados positivos neste ano de 2016. A Campanha “Juntos Podemos Mais”, vem cumprir este papel. A Campanha foi lançada no mês de março, por meio de nossas ferramentas internas de comunicação e em nossa sede e continuará ao longo de todo ano. Estamos confiantes! Tenho certeza de que nossos trabalhos serão encaminhados da melhor forma possível neste novo mandato que se inicia. Deixo aqui meu muito obrigado e até breve!
Cmte. Marcelo Jorge Graciotti, diretor de Associados. PLAH/IFRH / INVH, 10.550 horas de voo em aeronaves R-22, R-44, Enstron 280 Fx: Jet Ranger, Long Ranger , Esquilo, Bell 407, Agusta, Koala, Ec 135 Ec 145, Ec 155, Dauphin e avião (60 horas). Em operação atualmente no segmento da aviação executiva.
Cmte. Marcelo Graciotti - Presidente da ABRAPHE
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CURTAS LABACE 2016
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13.ª edição da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition) vai acontecer nos dias 30, 31 de agosto e 1.° de setembro. Inicialmente prevista para acontecer em meados de agosto, a maior feira de aviação executiva da América Latina, foi transferida para o fim do mês com o objetivo de evitar problemas para os expositores ao trazerem as aeronaves durante o período dos Jogos Olímpicos Rio 2016. No ano passado, estiveram expostas 50 aeronaves e participaram da Labace 154 marcas, incluindo os mais importantes fabricantes da indústria da aviação global. Ao todo, passaram pelo evento quase 10 mil pessoas, um público cada vez mais qualificado o que tem agradado os expositores. Mais informações em www.abag.org.br
Este ano a feira transferida para o fim do mês de agosto, para não conflitar com os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Foto: Saulo Alves
Helicóptero agrícola
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o início de dezembro, a ANAC aprovou o primeiro piloto agrícola de helicóptero da Climb Aircraft Division, Maicon Santos de Sousa. Trata-se do único do país com esta especialidade. A aviação agrícola é uma solução cada vez mais eficaz para o campo, pois a aplicação área de pesticidas, por exemplo, é mais segura, rápida e econômica, além de ser menos invasiva para o meio ambiente. Ainda não há helicópteros desenvolvidos especificamente para a agricultura, sendo necessário o uso de um sistema de pulverização que leva cerca de 15 minutos para ser instalado.
Bell 505 Arrius 2R certificado pela EASA
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Bell Helicopter e a Turbomeca receberam a certificação da EASA para o motor Arrius 2R, que alimenta o Bell 505 Jet Ranger X. O Arrius 2R é projetada para oferecer desempenho e poder dentro da faixa de 500 shp, melhorando a segurança e reduzindo o trabalho do piloto por meio do dual-channel FADEC. É a única turbina na gama de potências com este recurso. Com a comprovada Arrius 2F em seu núcleo, a configuração twinmódulo oferece baixos custos de manutenção e operação. Para mais informações sobre modelos específicos e opções de preço, visite www.bell505.com .
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LANÇAMENTO Foto: Divulgação
Pilotos brasileiros contam o que esperam do H160 Helicóptero é primeiro desenvolvido sob o nome Airbus Helicopters e marca nova geração que o grupo produzirá com o DNA industrial da Airbus
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m ano após o seu lançamento, a Airbus Helicopters anunciou, na HAI Heli Expo 2016, o início das assinaturas das intenções de compra do H160. A ação abre as portas para os compradores brasileiros, podendo significar o desembarque da máquina no país, num futuro próximo.
“Precisamos de uma aeronave que voe alto, com velocidade, com boa autonomia e força em procedimentos IFR, por exemplo.” - Cmte. Stamato
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O H160 é o primeiro produto desenvolvido sob o nome Airbus Helicopters e representa a nova geração de helicópteros que o grupo produzirá com o DNA industrial da Airbus. A aeronave utiliza novas tecnologias, tem sua estrutura em material composto e traz melhores capacidades elevando assim o seu alcance e desempenho. Por isso, pilotos brasileiros que conheceram o helicóptero, na edição passada da feira e na fábrica da Airbus Helicopters, voltaram impressionados.
Foto: Divulgação
“Estive no lançamento do H160, em Orlando (EUA), onde pudemos conhecer o helicóptero em detalhes. Já vínhamos acompanhando o projeto desde o início e o resultado foi excelente” disse o comandante Stamato, operador de H155. “Nossa expectativa é que o H160 possa melhorar ainda mais a performance que temos no H155, que já é muito boa. Precisamos de uma aeronave que voe alto, com velocidade, com boa autonomia e força em procedimentos IFR, por exemplo. Esperamos também uma boa qualidade de voo mesmo em situações de turbulência e ventos fortes”.
Já o comandante Moacir, um dos pilotos brasileiros que visitou o berço do projeto, a fábrica da empresa em Marignane (França), e viu de perto o protótipo do H160, disse que “o desenho é diferente do que está no mercado hoje. As cinco pás em zigue zague e o Fenestron maior oferecem melhor performance e auxiliam na redução de emissões de ruído”, enfatizou. Essa redução de ruído pôde ser comprovada in loco, com a aeronave em funcionamento. “Perto do H160, estava um outro helicóptero girando também e praticamente era impossível ouvir o H160”, comparou. Alto desempenho com baixa emissão de ruídos são alguns diferenciais do H160
O programa de desenvolvimento do H160 está dentro de seus prazos iniciais e agora, com dois protótipos em operação, caminha firme para a entrada em serviço em 2018.
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LAMANUTENÇÃO ICOS 5 O0TE5JO LLERB P
LAICOS 5O0TE5JOLLERBP
Neil Book, presidente e CEO da JSSI: "Nosso programa “Parts Only”vai propiciar uma vantagem competitiva para os operadores de AS350"
JSSI lança programa “parts only” para helicópteros AS350 O novo programa “Parts Only” da JSSI, para o AS350 oferece tres coberturas opcionais: cobertura para componentes de vida controlada, componentes “on condition” e aviônica.
A Jet Support Services Inc. – JSSI, a líder mundial em programas de manutenção por hora de voo para a aviação executiva, anunciou o lançamento do seu novo programa “Parts Only” para toda a linha de helicópteros Airbus AS350. “Ouvimos os proprietários e operadores de AS350 para identificar como a JSSI poderia ampliar o suporte a este mercado e o resultado foi o desenvolvimento de nosso novo programa “Parts Only”, comentou Neil Book, Presidente e CEO da JSSI. “Como o maior fornecedor independente de programas de manutenção por hora de voo, a JSSI é, também, um grande comprador de serviços de manutenção para aeronaves executivas. Nosso programa “Parts Only”vai propiciar uma vantagem competitiva para os operadores de AS350, enquanto minimiza os tempos de parada.
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O novo programa “Parts Only” da JSSI, para o AS350 oferece três coberturas opcionais: cobertura para componentes de vida controlada, componentes “on condition” e aviônica. Proprietários e operadores podem selecionar qualquer uma ou todas estas coberturas por uma única taxa por hora de voo. Diferentemente dos demais o programa “Parts Only” da JSSI é de natureza contínua, podendo ser oferecido para períodos de 5 ou 10 anos, ou de acordo com interesse específico do proprietário/operador. A JSSI também trabalha junto aos clientes para incluir equipamentos para missões específicas de maneira a personalizar ainda mais o programa especificamente para seus helicópteros. O especialista em programas de helicóptero da JSSI, Ray Wiser, comentou, “Como o mais popular helicóptero do nosso tempo, o número de AS350 operados hoje é superior a 3000 e continua a crescer; assim, a necessidade de encontrar peças de qualidade a preço justo continuará a crescer. A JSSI tem uma grande oportunidade de apoiar este mercado e estamos ansiosos para trabalhar com os operadores do helicóptero AS350 ao redor do mundo.”
“Como o maior fornecedor independente de programas de manutenção por hora de voo, a JSSI é, também, um grande comprador de serviços de manutenção para aeronaves executivas."
Além da nova opção para toda a linha da frota de helicópteros AS350, a JSSI oferece cobertura para motor e célula, como também a abrangente cobertura do programa Tip-to-Tail®. Há programas de manutenção por hora de voo disponíveis para, aproximadamente, 350 diferentes aeronaves, cobrindo virtualmente todos os jatos executivos, turboélices e helicópteros em operação atualmente.
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Para maiores detalhes sobre estes programas, contate o representante da JSSI no Brasil, Aroldo Rovero, através dos telefones (11) 98298-8492, (11)3523-7525 ou email arovero@jetsupport.com
Sobre a JSSI Por mais de 25 anos a JSSI tem sido a única fornecedora de programas de manutenção por hora de voo, cobrindo virtualmenete todas as marcas e modelos de aeronaves executivas, motores e APUs. A JSSI oferece aos seus clientes ferramentas financeiras amplas e flexíveis para gerenciar os frequentemente imprevisíveis custos de operar e manter praticamente todos os tipos de aeronaves a turbina; incluindo jatos, turboélices e helicópteros. Como criadora do revolucionário programa Tip-to-Tail®, a JSSI é a única empresa a oferecer este serviço de marca registrada. A JSSI possui clientes em todo o mundo e gerencia serviços de manutenção através da sua estrutura global de assessores técnicos. Para mais informações vá até www.jetsupport.com.
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CAPA
O ano que ficará para a história Este ano de 2016 deve ser marcado pela retomada do fôlego que faltou em 2015
Desde 2001 a aviação por helicóptero registra crescimento em frota, número de licenças emitidas para PPH e para PCH, sem falar em aumento no número de voos e oportunidades de atuação. Pela primeira vez de lá para cá a aviação por helicóptero enfrentou a retração de um setor que havia batido a marca de crescimento em dois dígitos ano a ano. Os números mostram a expressividade do segmento, especialmente entre 2009 e 2014, quando a frota de helicópteros no País praticamente dobrou.
Já atingimos o patamar acima de 6.000 licenças em atividade. Acreditamos na reversão deste cenário para breve, no sentido de um mercado adequado a demanda e as necessidades das operações por asa rotativa em nosso País, sempre com segurança. As últimas audiências públicas e participações da ABRAPHE junto à ANAC na atualização das normas e regulamentações em torno da RBAC 61 e RBAC 91 vem ao encontro desta expectativa.
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Com base no que vivenciamos com os pilotos e empresas associadas, é fato que houve queda nos serviços, nos pousos e decolagens e nas contratações . Numa estimativa recente com base nos dados levantados junto a Infraero e os principais heliportos de São Paulo, podemos falar em queda de 30% no número de pousos e decolagens em 2015, se comparado com o ano de 2013 e 2014, quando a marca chegava a 2000 pousos e decolagens/ dia. Trata-se de um efeito em cadeia...Menos aeronaves voando, menor o número de operações, serviços, enfim...
Helicidade.Localização, requinte e sosticação ao seu lado.
O mercado tende a se ajustar e 2016 será um ano caracterizado por mudanças neste sentido. Especialmente sobre o número de licenças válidas e a frota em operação, a ABRAPHE deve ter em breve um apanhado geral com números mais precisos a respeito. Até março deste ano, os dados disponibilizados pela ANAC datam até abril de 2015 e a ABRAPHE busca contar com números mais precisos que reflitam o movimento até dezembro do ano passado. A ABRAPHE acredita na retomada do setor. O mercado tende a se ajustar e 2016 será um ano caracterizado por mudanças neste sentido. A retração que estamos vivenciando tende a atualizar a forma como a aviação por asa rotativa vinha se comportando desde a formação até a frota registrada e as áreas de atuação. Neste momento, estamos lançando a Campanha “Juntos Podemos Mais” uma iniciativa da ABRAPHE em parceria com duas das nossas fabricantes associadas Helibras e AgustaWestland, com objetivo de unir forças para transformar esse momento pelo qual o setor está passando em oportunidade de integração entre piloto, empresa e prestador de serviço, chamando todas as partes para estarem mais próximos da entidade no sentido de traçarmos estratégias e ações voltadas a resultados positivos neste ano de 2016. A Campanha foi lançada em março via ABRAPHE Informa e redes sociais e tem como foco principal o piloto de helicóptero esteja ele em atividade ou não. Estamos focados na oportunidade e no aprendizado que toda crise tende a trazer para podermos extrair o melhor deste momento. Acreditamos que “Juntos podemos Mais” .
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ARTIGO
Foto: Márcio Jumpei
FADEC A dosagem eletrônica do combustível nos helicópteros Airbus H125 e H130 (motores arriel 2d) por meio do sistema digital FADEC. - Por: Fábio Castilho
Os helicópteros da Airbus Helicopters H125 e H130 - designações comerciais dos consagrados helicópteros da família ESQUILO AS350 B3e e EC130 T2, respectivamente -, são equipados com uma turbina Arriel 2D, da Turbomeca, que possui um avançado controle eletrônico (FADEC). A principal vantagem deste sistema digital é permitir uma melhor utilização da potência disponível, por meio de uma dosagem de combustível ótima. O FADEC (Full Authority Digital Engine Control), além de calcular a quantidade exata de combustível a ser introduzida na câmera de combustão, gerencia dentre outras funções a apresentação de dados à tripulação por meio do VEMD (Vehicle and Engine
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Multifuntion Display), o sistema automático de partida, o controle dos limites dos parâmetros primários do motor, o EPC (Engine Power Check), o cálculo de ciclos das turbinas, o controle de desgaste da turbina geradora de gases etc. O conceito FADEC aplicado nesses helicópteros isenta o piloto da dosagem de combustível mesmo em situações de emergência, como uma pane total do FADEC. Seja qual for a fase do voo, os canais A ou B irão realizar a regulação de combustível baseados em leis programadas em suas memórias e em informações oriundas de sensores instalados no
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próprio motor e na célula. Na impossibilidade de a dosagem ser realizada por um desses canais, um sistema de comando de emergência EBCAU (Emergency Backup Control Ancillary Unit) é acionado automaticamente. Caso essa pane pouco provável ocorra, luzes GOV âmbar e GOV vermelha irão alertar à tripulação sobre a necessidade de trabalhar as variações de potência com mais suavidade. O piloto, então, irá preocuparse somente com a pilotagem e com o pouso, uma vez que a dosagem será garantida pelo cartão de circuito impresso EBCAU. Embora não possua a mesma capacidade de dosagem do FADEC, esse sistema de emergência foi projetado para não deixar o motor apagar ou extrapolar seus limites, garantindo a dosagem do combustível até que o pouso seja praticável e o corte do motor comandado pelo piloto.
Além das informações recebidas pelo FADEC através de seus sensores, potenciômetros instalados na cadeia de comando enviam aos computadores sinais elétricos que indicam com exatidão a posição do comando coletivo e do pedal direito, este último utilizado pelo piloto para oposição ao torque de reação (Cr) – tendência do nariz do helicóptero girar no sentido oposto ao do giro do rotor principal, quando ocorre aumento de potência -.
O conceito FADEC aplicado nesses helicópteros isenta o piloto da dosagem de combustível mesmo em situações de emergência, como uma pane total do FADEC.
Para qualquer outra forma de dosagem eletrônica do combustível, onde o piloto seja solicitado a dosar combustível na eventualidade de uma emergência, deve ser empregado o termo EECU (Eletronic Engine Control Unit), ou DECU (Digital Engine Control Unit). O conceito FADEC, tendo na sigla o termo FULL, deve ser reservado para esses sistemas totalmente gerenciados eletronicamente: partida, voo, emergência, corte, reacendimento, etc, como ocorre nos helicópteros supracitados.
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As localizações destes potenciômetros estão descritas na tabela 1, abaixo:
Sistema FADEC. - Créditos: Airbus Helicopters.
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A tabela 2, abaixo, apresenta de forma resumida as funções dos de voo. Este Modo Proporcional é utilizado para a dosados potenciômetros XPC e XPA, com sinais validados e considegem do combustível em condições normais. rados pelo FADEC proporcionais à atuação do piloto nos coman-
Tipo X Classe No tema relativo a Tipo versus Classe, Wagner foi enfático ao destacar a defasagem do RBHA61, há muito tempo em operação. A necessidade iminente de atualização, segundo explicou, demandou basicamente a criação da Emenda 06, que tem como destaque principal a mudança de Tipo para Classe das aeronaves, aviões e helicópteros com a operação mínima de um tripulante e peso máximo de decolagem inferior a 5.670 quilos (12.500 lb), exceto aviões com motores a reação.
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Se os dois canais do XPC (XPC1 e XPC2) falharem, a posição do coletivo não será mais conhecida pelo FADEC. Porém, estando o XPA funcionando normalmente, o sinal enviado por ele será validado e o Modo Integral-Proporcional será adotado.
Neste modo, será considerada a variação da posição do pedal direito (DDN) e a altitude pressão (Zp), bem como será adotado um valor fixo para o XPC (em pane), na definição da potência para cada fase do voo.
No voo à frente, com velocidade indicada acima de 40kt, o pedal direto está mais próximo do neutro, pois um vetor força é gerado na deriva superior, de mesma direção e sentido do empuxo gerado pelo rotor de cauda, diminuindo a necessidade do acionamento daquele rotor. No pairado, no entanto, o pedal direito estará bem avançado, pois não há sustentação na deriva capaz de manter a aeronave estabilizada no eixo de guinada. O potenciômetro XPA tem a importante função de solicitar ao FADEC mais
rotação (NR) para o rotor principal, para aumentar as chances derealizar uma autorrotação com sucesso, caso ocorra um apagamento do motor no voo pairado. Se o potenciômetro XPA falhar, o Modo Integral será adotado pelo FADEC. A N2 será mantida alta (102%) para qualquer posição do coletivo, com a finalidade de atender às necessidades de todas as fases do voo, mesmo as mais críticas.
Considerações finais Independentemente do modo de dosagem adotado pelo FADEC ou mesmo se o pouso precisar ser realizado com a dosagem sendo efetuada pelo EBCAU - por exemplo, se os sinais do XPC e do XPA forem considerados inválidos simultaneamente-, o piloto deverá conduzir o voo para um pouso assim que praticável, porém, sem variações bruscas de potência. Fora do Modo Proporcional, o FADEC estará dosando com degradação (abaixo de sua capacidade plena) e variações bruscas de potência serão respondidas com menos eficiência.
considerados pelos pilotos. Seja em situações normais ou situações de emergências, no H125 e no H130, a dosagem do combustível será sempre digital (FADEC ou EBCAU). Fábio Castilho é instrutor do Centro de Treinamentos da HELIBRAS, em Itajubá-MG e graduando bacharel em Ciências Aeronáuticas, na UNISUL.
Para todos os modos de dosagem, os procedimentos previstos no manual de voo (FLM) devem ser integralmente
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PARABÉNS PILOTOS! 24/02 – DIA DO PILOTO DE HELICÓPTERO Foi uma honra compartilharmos mais esta data juntos! AGRADECEMOS A PRESENÇA na nossa 'NOITE DE MAGIA', com o palestrante Marco Zanqueta, regada à networking e trocas de histórias e vivências. NOSSO MUITO OBRIGADO também aos nossos patrocinadores!!! Sigamos Juntos!
Marco Zanqueta 20
Realização:
Apoio:
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ONDE IR
Ilha Bela Lindas praias e infraestrutura são pontos fortes do endereço paradisíaco Por: Caio Mazza
Conhecida pela maioria dos comandantes, Ilha Bela é a dica deste Onde Ir por concentrar uma série de opções de lazer e infraestrutura aliados à belíssimas paisagens. Trata-se de um dos mais belos destinos do Litoral Norte de São Paulo, que agrada em todas as estações do ano. A bela ilha de São Sebastião, mais conhecida como “A Capital de Vela”, devido à gradne incidência de ventos na região, é destino muito comum dos que apreciam boa gastronomia, hotéis de qualidade, bares badalados e paisagens paradisíacas.
PELOS ARES Desginativo – SDJO S 23 49 16 W 045 22 16 Concreto 24x24 Piso 4,5t Possui quatro estacionamentos com sala de espera e querosene para aqueles que necessitam. Tempo de voo aproximado saindo de SP, de 40 a 45 minutos. Mais informações sobre o local: Jorge@helipontomaroum.com.br (12)3895-1003
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ARTIGO
A instrução de voo e seus personagens Por: Cmte. Ruy Flemming
Quando comecei a ministrar instrução de voo ouvi uma pergunta interessante de um colega que era instrutor há mais tempo: - Você sabe qual é a função primordial do aluno? - Aprender. - Não, matar você. Sempre achei interessante essa forma de encarar a instrução aérea. É um alerta importante, mas a função do instrutor é sempre ensinar e a do aluno sempre aprender. O aluno vai sempre cometer erros. Alguns inacreditáveis. Sei bem disso porque nunca esqueci que um dia fui aluno. Daí a necessidade do instrutor ter sempre em mente que algo surpreendente pode acontecer a qualquer momento. Exageros a parte, na aviação a gente acaba sendo instrutor e aluno em diversos momentos da carreira. Tem sempre máquina nova para voar e tem sempre o momento em que a gente vai transmitir o conhecimento acumulado.
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Deixe o aluno errar, se não comprometer a segurança, pode virar um mico que a gente sempre paga. É uma forma de aprender. Nunca mais esquece. Micos todos nós pagamos. Mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra. Estimule o aluno a entender onde está o erro. Estimule a corrigir. O aluno não entendeu o erro? Se ficar complicado para explicar na hora, prossiga no voo e converse com ele no debriefing. O cafezinho pós-voo costuma resolver mais problemas do que imaginamos. Os erros mais comuns dos alunos costumam estar relacionados à preparação do voo. Saber o que vai fazer na próxima missão é um bom começo. Saber como e onde encontrar os assuntos do próximo voo vai ajudar. O aluno que fizer um bom voo mental vai ter um desempenho melhor. O aluno que anotar no debriefing cada um de seus erros, e rever as anotações antes do próximo voo, vai ter maior chance de corrigir falhas. E o instrutor?
“Sou pago pra voar, não para dar briefing e debriefing."
Outro dia ouvi algo inacreditável referente a um cara vestido de instrutor. "Sou pago pra voar, não para dar briefing e debriefing". Claro que é um ponto fora da curva. Que profissional da aviação é esse? Mas tem alguns tipos de instrutores que andam pelo mercado e sempre andaram. Antes que me malhem, já cometi meus erros como instrutor, ok? - Instrutor cíclico/coletivo mágicos. O aluno está voando a máquina mas ele, disfarçadamente, interfere nos comandos achando que o aluno não percebe. - Instrutor antecipado. Nunca permite que o aluno cometa nem os pequenos erros. O voo sai bom, mas será que o aluno aprendeu tudo o que tinha a aprender? - Instrutor mudo. Não fala nada. Nem que sim, nem que não, muito pelo contrário. - Instrutor panorâmico. Não dá briefing, não dá debriefing. Sai para o voo sem que o aluno tenha a menor ideia do que vai fazer. Vira voo panorâmico. - Instrutor perfeito. Quer sempre mostrar como é melhor que o aluno. É sim. Claro. O cara está começando. Lá na frente a conversa pode ser bem outra. - Instrutor narrador. Isso! Vai! Assim! Bom! Não ensina, apenas narra o que o aluno está fazendo.
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- Instrutor papo-rádio. Congestiona a fonia para falar muito mais do que deve. - Instrutor sabe-tudo. Está escrito assim, mas faço assado. Isso vale para as regras da escola, para o que o fabricante da máquina determina, para as regras de tráfego aéreo e por aí vai. - Instrutor caixa-preta. Faz questão de não ensinar tudo o que sabe. Não mostra onde o aluno pode pesquisar. - Instrutor apressado. O aluno ainda está na inspeção externa e o instrutor já decolou. O aluno ainda está na aproximação para o pouso e o instrutor já está preparando a aeronave para o corte. - Instrutor descombinado. Combina tudo no briefing e não segue o que ele próprio combinou. - Instrutor impostor. Usa uniforme, tem a palavra "instrutor" antes do nome, mas não ensina. Só sabe cobrar.
Claro que o aluno vai errar na fonia. Tenha paciência para pedir para ele dizer a você tudo o que vai falar antes de transmitir. Ainda assim errou ao passar a mensagem? Depois mostra como se faz a coisa certa. Mostre os regulamentos, manuseá-los é muito importante nessa fase. Desmistifica e cria o hábito de procurar as respostas nos lugares certos. Mas é fundamental deixar o aluno coordenar e falar com os órgãos de controle. Se não for na instrução, quando ele vai aprender?
O piloto, como instrutor, aprende muito mais que o aluno. Soluções para os erros recorrentes e acertos intuitivos entram na massa do sangue de quem está instruindo. Tem que aprender a reconhecer a fragilidade de quem não sabe simplesmente porque o aluno ainda não tem a vivência esperada. Um bom instrutor de voo sempre vai saber diferenciar "corpo mole" de dificuldades inatas. Bons voos. Flemming Cmte Ruy Flemming tem mais de trinta anos de história na aviação, iniciados no primeiro voo, ainda como cadete, num T23 Uirapuru, em 1981. Voou Xavante na aviação de caça. Foi instrutor de voo na AFA voando Universal e Tucano, recebendo a indicação a instrutor-padrão da AFA em 1988. Voou Bandeirante e o helicóptero UH-1H na aviação de Busca e Salvamento da FAB. 2/10 GAv, Esquadrão Pelicano e Esquadrilha da Fumaça. Acumula inúmeras horas de voo em aviões e helicópteros, trabalhando atualmente na aviação executiva. Desde 2004, é diretor na ABRAPHE, onde hoje ocupa o cargo de diretor de Relações Públicas e Institucionais . Professor de pós-graduação na Anhembi-Morumbi, ministra palestras e assina artigos nas principais revistas de aviação. Também responde pela autoria e artigos no seu espaço online, o Blog do Flemming. Mais artigos e informações sobre o autor em http://www.blogdoflemming.com.br/
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Sertanejo ou piloto de helicóptero? Cmte. Bucchi, PCH/INVH, em operação na Go Air e o cantor sertanejo Gustavo Lima.
Você conhece algum piloto que seja parecido com algum famoso? Participe desta divertida campanha da ABRAPHE e envie sua sugestão com a foto do seu colega e a celebridade com a qual ele se parece para comunicacao@abraphe.org.br e con ra nas próximas edições a homenagem que iremos promover!
INTERNACIONAL Cmte Diego Arena piloto de robinson 44, instrutor na Bravo escola de aviação e o famoso ator Al Pacino em uma de suas interpretações no lme "Serpico"
Conhece algum piloto que parece alguém famoso, então envie para comunicacao@abraphe.org.br. Participe!!!
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