edição 158 | AGOSTO | R$ 12,00
Campo Grande nos versos de Cartola Aniversário da cidade, Centenário da Estrada de Ferro e da Imigração Japonesa Editorial de moda Tênis Couture
ALMIR & GABRIEL sater
“Filho que dá certo, voa”.
A gente nunca se cansa de Almir Sater, de ouvir seus álbuns, de ir aos seus shows e de ler a seu respeito. O poeta, o músico, conhecemos bem. Mas, como é o Almir pai? Fomos até a Serra da Cantareira, em SP, onde moram pai e filhos, para retratar o que a genética, ou coincidência, imprimiu na vida dos seus descendentes. O primogênito, que posa com Almir na capa, é um velho conhecido nosso. Gabriel Sater morou em CG até os 15 anos, e vive um momento importante na carreira: além de ser um violonista em ascensão, atualmente faz sucesso em novela global. Segundo Almir, “filho que dá certo, voa”, e com Gabriel não tem sido diferente. Edição especial em dose tripla, pois além de ser o mês dos pais, é também mês de aniversário de Campo Grande, em um ano no qual comemoramos duas importantes datas: 100 anos da estrada de ferro Noroeste do Brasil e 100 anos de imigração japonesa. Centenários emblemáticos para CG: sem a NOB provavelmente não seríamos o que somos hoje e sem os japoneses, nada de sobá. Brincadeiras à parte, devemos muito aos orientais que aqui se fixaram. A gente conta as minúcias dessas duas histórias nas próximas páginas. E ainda, os versos que o grande sambista Cartola fez para CG em sua passagem por aqui na inauguração da praça do Rádio. Por falar em mestres, fizemos um Para Ler dedicado aos três grandes escritores da literatura brasileira que nos deixaram mês passado: João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna. Pra você uma boa leitura! Equipe revista A Gente
DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia
Julia de Miranda Ana Laura Azevedo
DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala
REVISÃO Fernanda Giglio
EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif
FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede
EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo - DRT 0001030/MS
estagiáriOS Tatyane Cance (texto) Flávio Gutierrez (imagem)
EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto
ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa
REDAÇÃO Thais Pompêo Natália Charbel
FINANCEIRO Sonia Croda
4 | AGOSTO 2014
ATITUDE ∆ LIFESTYLE 22 | CASA 72 | PERFIL 108
LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 40
TENDÊNCIA ∆ BELEZA 60 | NÉCESSAIRE 62
COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 66, 110, 112, 114 | MEMÓRIA 116
GENTE
FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br
∆ ESPECIAL 16 | ACONTECEU 118
ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400
BEM-ESTAR
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∆ NUTRIÇÃO 68
ELES | ALMIR E GABRIEL SATER ∆ CAPA | 32
EDITORIAL
BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Jd. dos Estados Pão e Tal Shopping Campo Grande Santa Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita
∆ MODA 50
CULTURA ∆ DICAS 26, 28, 30 | AGENDA 94
DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 70 | KIDS 90 | TEEN 92
PRAZER ∆ PELO MUNDO 38 | VIAGEM 84
Fotografia | Dimitri Lee
AGOSTO 2014 | 5
LEITOR A população de Jardim (MS) fica muito feliz em ter um dos seus atrativos turísticos Lagoa Misteriosa em destaque na Revista A Gente, uma das principais publicações de Mato Grosso do Sul! Parabéns pela reportagem! O lugar é realmente mágico! Carla Layane Mello , via facebook
Capa linda! Thiago Andrade, via facebook
Estamos muito felizes com a imagem da Lagoa Misteriosa na foto de topo da fan page da
Revista A Gente ! Publicação de Mato Grosso do Sul valorizando as belezas naturais do Estado. Grupo Rio da Prata, via facebook
Ótima a matéria especial com Ignácio de Loyola, a história profissional dele é muito interessante. Marisa Cabeli, via email.
Adoro ler as dicas de filmes todo mês na revista, e sempre tento ver alguns deles. São filmes especiais, que fogem da mesmice, curto muito! Rogério Ferzoni, via facebook
@
GENTE ON
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+ DE VOCÊ Participe da nossa revista e dê sua opinião. Comente as reportagens e mande suas sugestões de pauta. redacao@revistaagente.com.br
COLABORADORES Dimitri Lee Fotógrafo profissional há mais de 30 anos, com atividade na fotografia publicitária e autoral, trabalhou para as principais revistas e agências de publicidade brasileiras. Tem trabalhos autorais nas coleções Pirelli-Masp e MEP, entre outras. Nesta edição assina a foto de capa.
Ana Laura Azevedo Mãe, tia e jornalista. Apaixonada por tudo que envolve o universo infanto-juvenil desde quando se descobriu tia; afogada no mesmo desde que se fez mãe. Aqui dá vazão às suas caraminholas e descobertas nas editorias Kids e Teen. Também escreve quinzenalmente para a coluna Octopus Mom do blog www.brasamora.com.br.
Celso Higa O engenheiro eletricista e economista gosta mesmo é de história regional e a memória afetiva ligada a ela. Pesquisador sério, nesta edição colaborou com informações preciosas sobre o centenário da NOB e da imigração japonesa e ainda nos brindou com a incrível história da passagem do grande Cartola por CG.
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8 | AGOSTO 2014
Usando a hashtag #revistaagente no seu pr贸ximo post, sua foto pode vir parar aqui.
A Gente est谩 de olho no Instagram!
MAKING OF 10 | AGOSTO 2014
Duo Assad passa por aqui! No início de agosto, o MS recebe apresentações do talentosíssimo Duo Assad. No dia 05 o show é no Teatro Municipal de Dourados e no dia 06, em Campo Grande, no Teatro Aracy Balabanian. As apresentações são parte da turnê 2014, que leva o duo a 8 cidades brasileiras. Morando entre Estados Unidos e Bélgica desde os anos 80, a carreira internacional começou com uma premiação importante, o Young Artist Competition. Com um repertório eclético e corajoso, os irmãos Assad transitam entre a grande Literatura de Teclado Barroco de Bach, Rameau e Scarlatti e adaptações de peças de Gershwin, Ginastera e Debussy. Segundo o The Washington Post: “O melhor duo de violões que já existiu, talvez em toda a história… Nenhuma antecipação poderia preparar para a impressionante flexibilidade e completa unanimidade dos irmãos brasileiros”.
Bienal de Teatro A “III Bienal de Teatro em MS” acontece entre os dias 27 de agosto e 07 de setembro com o tema “Arte contemporânea e suas (des)conexões”. O mega evento traz para o MS uma reflexão atual sobre o fazer teatral e estabelece conexões com assuntos, projetos e discussões tecnológicas. Na programação: peças como O Livro, com Eduardo Moscovis, Tríptico Beckett, com Nathália Timberg, e O Bote da Loba, baseado no último texto escrito por Plínio Marcos, produzido pelo Mercado Cênico. A Bienal envolve a maior quantidade possível de grupos voltados à produção teatral no Estado, levando em conta as potencialidades, peculiaridades e fragilidades de seus experimentos. A programação completa você pode conferir aqui: mercadocenico.com.br.
Feira de Antiguidades da Capital! Vai acontecer no dia 10 de agosto, na Praça Ary Coelho, a primeira Feira de Antiguidades de Campo Grande. Todos os grandes colecionadores e profissionais da área estarão expondo suas peças no evento, que tem um projeto ambicioso, acontecer todo segundo domingo do mês. Os expositores receberão cadastramento e barracas para apresentação de seus produtos. Por lá, será permitida exposição, venda e troca de produtos antigos, e está vetada a comercialização de objetos novos e comidas. Por antigo, entendem-se aqueles que tenham sido fabricados há, pelo menos, duas décadas. O projeto é realizado pela Sedesc em parceria com a Fundação Municipal de Cultura.
EXTRAS Fotos | Divulgação
Vem pra rua! Entre 25 e 30 de agosto acontece o aniversário do Teatro Imaginário Maracangalha. Durante todos esses dias vai ser possível conferir a mostra de repertório do Grupo. E para fechar a semana de comemorações, tem Sarobá de São Genésio nos dias 29 e 30. Como já é costume, os festejos invadem as ruas da nossa cidade. Intervenções, seminários, cortejos, teatro, música e poesia. Seis dias dedicados à arte. Ainda não conhece o Sarobá? Tem que ir. Desta vez o evento rola na sede do TIM - Seminário Arena Aberta Sede da GRES Igrejinha. + infos aqui: imaginariomaracangalha.blogspot.com.br
12 | AGOSTO 2014
REGIONAL ∆
EXTRAS NACIONAL ∆ Francis Bacon no Brasil! O irlandês Francis Bacon morreu em 92, mas deixou um legado de obras com traços bem misteriosos e instigantes. E agora, a mostra Italian Drawings, no Paço das Artes, em São Paulo, traz pela primeira vez ao Brasil 35 desenhos com os temas mais importantes da obra do artista: retratos das séries de Papas e Crucificações, nos quais a figura humana é seu principal interesse. O acervo, de posse do jornalista italiano Cristiano Lovatelli-Ravarino, companheiro de Francis, já passou pela Alemanha, Itália, República Tcheca, Taiwan, Japão, México. Cada obra exige atenção e rejeita uma explicação. Vai até 7 de setembro e é imperdível!
Frida Kahlo em Curitiba! Está em cartaz até 02 de novembro a exposição “Frida Kahlo – As suas fotografias” no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. A mostra reúne 240 fotos do acervo pessoal da artista mexicana e acontecerá no Brasil somente no MON. A expô traz registros fotográficos desde a infância de Frida. Eles foram feitos por fotógrafos que conviveram com a artista por anos, e alguns são autorretratos. Com curadoria de Pablo Ortiz, essa será a primeira vez que o Brasil receberá uma exposição inteira dedicada à pintora mexicana. Bum bum bum, Castelo Rá-Tim-Bum! Está em cartaz no MIS de SP uma exposição que já vinha causando buxixo antes mesmo de abrir suas portas, pois mexe com a memória afetiva de muita gente: “Castelo Rá-Tim-Bum”! O programa de televisão completou 20 anos, e o museu em parceria com a TV Cultura recriou mais de 10 ambientes, inspirados no cenário original do castelo. A mostra traz ainda objetos, fotos e peças do figurino restauradas que estarão expostas ao lado de vídeos com depoimentos dos atores do programa. Até 12/10 no MIS em São Paulo.
Fama e Loucura, must read! Definitivamente, Neil Straus não é um jornalista comum. E ao longo de mais de 20 anos, entrevistou uma extensa lista de astros. Ele já entrou em uma hidro com Marylin Manson, foi à secreta igreja de Tom Cruise e conhece manias estranhas de Madonna. David Bowie, Sacha Baron Cohen, Led Zeppelin e Strokes, também estão na lista. No prefácio de Fama & Loucura, Neill diz que fez tudo isso de “maneira errada”, e por isso reuniu 228 entrevistas que foram censuradas em grandes veículos. O resultado são 500 páginas, que não têm nada de filosóficas: mostram a vida do showbiz nua e crua.
14 | AGOSTO 2014
ESPECIAL ∆
16 | AGOSTO 2014
NOB 100 anos que mudaram a nossa história Texto | Theresa Hilcar Fotos | Rachid Waqued
Imagine uma pequena vila em 1914, com uma população de pouco mais de mil pessoas, a maioria concentrada numa única rua, por onde passa o único meio de transporte da cidade: o carro de bois. Agora imagine a transformação na vida desta comunidade ao saber quem o trem de ferro está chegando, e com ele o progresso. Pois foi exatamente isto que aconteceu em Campo Grande.
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O jornal da capital do Estado “O Estado de Mato Grosso”, em sua edição de 7 de setembro de 1914, noticiou à população local esse fato histórico em tom de epopeia: “Homens romperam em vias e gritos seus esforços para a nova construção”. Não era para menos. Segundo o professor da UFMS, arquiteto e autor do livro “Nos Trilhos da História” Ângelo Arruda, a chegada do trem de ferro na cidade causou um imenso alvoroço. Afinal, pelo trem chegava tudo: pessoas, esperanças, coisas importadas, sonhos, amores, empregos, migrantes, imigrantes, tecidos, tudo. “Em 1914, com ruas de terra, sem luz elétrica, a cidade foi muito beneficiada e numa velocidade enorme. Tudo se deve à chegada do trem que corre para o oeste”, explica. Dez anos depois, em 1925, a cidade já tinha dobrado de população. “Não posso negar o que penso e escrevo: não fosse a ferrovia, Campo Grande não seria capital de Mato Grosso do Sul”, defende Ângelo.
Outro especialista no assunto, o professor da UFGD Paulo Cimó Queiroz, mestre em história pela Unesp e doutor em história econômica pela USP, autor de vários livros sobre o assunto, diz que a chegada da NOB em Campo Grande foi como “tirar a sorte grande”, ou “ganhar o maior prêmio da loteria”. E explica o motivo: “Até pelo menos a divisão do Estado (que inicia um outro momento histórico), pode-se dizer que Campo Grande foi aquilo que a NOB fez dela. Se pegarmos os dados dos Censos de 1920 e 1940, percebe-se que o município de Campo Grande ganhou destaque, por exemplo, na produção agrícola, no número de pequenas propriedades, no valor das terras e dos equipamentos etc.”. Mas além disso, e talvez o mais importante, segundo o professor, era o significado simbólico, pois até as primeiras décadas do século XX, a ferrovia ainda era o principal símbolo do progresso, da civilização. “Isso teve profundas implicações políticas, em âmbito estadual: a elite campo-grandense, sobretudo seus líderes políticos, sentem-se em condições de desafiar a hegemonia política "nortista" (de Cuiabá), e começam a aparecer ideias de mudança da capital, da "atrasada" Cuiabá para a "civilizada" Campo Grande, ou então se retoma simplesmente a ideia de divisão do estado, que havia surgido no final do século XIX. E tudo isso, incrivelmente, tem a ver com a centenária NOB”, diz o professor. Mas esta história da Ferrovia, que começa bem antes de 1914, tem um enredo quase cinematográfico. Por pouco, muito pouco, o trem não iria parar em Cuiabá ao invés de vir para Campo Grande. Não fosse a perspicácia do engenheiro francês Emile Schnoor, nós não teríamos um centenário para comemorar. Inicialmente a ferrovia foi concebida para ser a Estrada de Ferro Bauru-Cuiabá, que começou a ser construída em Bauru, no Estado de São Paulo, em 1905. No entanto, e depois de fazer vários estudos e viagens, o engenheiro Schonoor convenceu o então presidente da República Afonso Pena, durante uma reunião no Clube de Engenharia no Rio de Janeiro, que aquele plano estava equivocado. E mais, que o ideal era fazer a ligação do Atlântico ao Pacífico passando pelo Oeste, ou seja, fazendo a rota Bauru-Campo Grande-Corumbá-Bolívia-Santa Cruz de la Sierra. E detalhe, o percurso foi feito em lombo de burro. O francês era mesmo um homem obstinado. Pena que ele não tenha mais a única homenagem que a cidade fez a ele. A avenida que levava seu nome, virou Noroeste.
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A homenagem à Noroeste do Brasil também é mais que justa. Afinal foi ela quem permitiu que se desenvolvesse o potencial que Campo Grande já tinha, especialmente sua localização - no cruzamento de caminhos nos sentidos Leste-Oeste e Norte-Sul. A ferrovia mudou até o eixo político da região, de acordo com Paulo. “Em função de todas essas circunstâncias, Campo Grande 'herdou', vamos dizer assim, a função de centro político da região sul do Estado, função essa que até então cabia a Nioaque, que teve a má sorte de ficar fora dos trilhos”. Graças a este movimento financeiro, Campo Grande acabou assumindo a função de centro econômico, pois passou a concentrar a maior parcela do comércio atacadista da região sul. Ou seja, a cidade tem mesmo que comemorar, e muito, os 100 anos da NOB. Um acontecimento tão importante, que Ângelo Arruda sente falta de maior entusiasmo na comemoração. “Não vejo a sociedade cultural e social se mexendo muito, pelo gigantismo da data”, reclama. Fundador da ONG Ferroviva, em 2000, com objetivo de preservar o patrimônio histórico e cultural da ferrovia, o arquiteto diz que o trem foi tudo para nossa cidade de 1914 a 1974. “Só vejo o pessoal da minha idade falar isso. Eu mesmo pedi minha esposa em casamento vindo de Corumbá, dentro do trem. Muitos viajaram por ele; muitos deram a vida e tiveram a vida por ele. Portanto, nada é mais importante para a história cultural desse Estado do que o trem, os índios e a fronteira”, diz, entre entusiasmado e saudosista. Centenário da imigração japonesa A NOB também fez outra contribuição importantíssima para o progresso e a cultura da cidade: a imigração japonesa. Nas
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palavras de Ângelo Arruda, esse é um grande encontro de um povo que se muda, literalmente, do outro lado do planeta para terras guaranis. “Imigração japonesa e ferrovia são umbilicais”, diz. A importância desta imigração na visão de Paulo foi total, pois foram precisamente os trabalhos de construção da estrada, no trecho Porto Esperança-Campo Grande, os responsáveis pela vinda dos primeiros imigrantes japoneses. “Se não fosse essa circunstância, quem pode garantir que esses imigrantes teriam algum dia se interessado por esta região? ” Na opinião do professor, isto seria muito difícil de acontecer. Na arquitetura a influência da Noroeste do Brasil também foi enorme. Ou se preferir, pode-se dizer que a NOB e Campo Grande são quase a mesma coisa. “Sem ela, não teríamos os profissionais da engenharia e da arquitetura por aqui”, atesta o arquiteto Arruda. Segundo ele, o primeiro arquiteto que chegou por aqui em 1934 foi o alemão João Frederico Urlass que, é claro, veio de trem de Bauru, depois morou em Miranda e se instalou em Campo Grande. São de sua autoria obras emblemáticas na cidade como o Obelisco, o Relógio da 14, o Hotel Americano, o Dom Bosco, dentre outros. A arquitetura da cidade dos anos 1920 em diante, até os anos 1970, deve à ferrovia, por conta da vinda de todos os envolvidos - mestres, pedreiros, ceramistas, aplicadores, engenheiros, arquitetos e, mais do que tudo, as revistas que traziam as novidades do eixo Rio-São Paulo. A arquitetura de Campo Grande desse período, somente foi o que foi, graças à ferrovia. “É só comparar com Cuiabá no mesmo período. Lá, sem ferrovia, a cidade ficou estagnada; aqui veio tudo, inclusive os importados materiais usados em belas casas”, explica o autor e pesquisador. Que sorte a nossa, hein? ∆
Telma Marcon Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
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LIFESTYLE ∆ Telma Marcon é uma advogada apaixonada pela profissão. Decidiu-se pelo Direito desde muito jovem. “Essa minha vontade começou na juventude, quando eu tinha aquele grande desejo de mudar o mundo, fazer justiça. E quando eu terminei o segundo grau, tive a certeza de que advogar seria meu futuro”. Ainda antes de terminar a faculdade, Telma começou a trabalhar com sua atual sócia Jane Resina. Hoje, elas são donas de um dos mais importantes escritórios de advocacia da cidade: Resina & Marcon Advogados Associados, uma parceria de 20 anos. O sucesso foi confirmado quando Telma recebeu a indicação para assumir o Tribunal Regional Eleitoral em 2012. Em junho deste ano saiu a nomeação e no mesmo mês tomou posse.
Profissão: Advogada. Férias inesquecíveis: Leste europeu. Em alta: Gentileza. O que está lendo: “ A culpa é das estrelas”. Música que não sai do seu playlist: MPB. Um filme: “E o vento levou”. Não vivo sem: Iphone. Um sabor: Chocolate. Esporte: Bike. Refúgio: Minha casa.
“Para mim é uma honra fazer parte do TRE neste ano de eleição, nesse momento histórico, fazer com que os direitos dos cidadãos sejam resguardados”. Com o novo cargo, muitas vezes, as noites têm ficado longas para Telma. Mas nada que uma boa equipe, bom humor e jogo de cintura não resolvam. Atributos que Telma usa para equilibrar a responsabilidade profissional com uma família linda: “Duas filhas, marido, casa, papagaio, cachorro...(risos).” AGOSTO 2014 | 23
Lindolfo Leopoldo Martin Filho
Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
24 | AGOSTO 2014
LIFESTYLE ∆ Desde a adolescência, Lindolfo Leopoldo Martin Filho sempre esteve envolvido nos negócios da Multicasa/Multicoisas, franquia pioneira de Campo Grande, criada por seu pai, Lindolfo. Aos 33 anos, Lindolfo Filho se prepara para assumir, junto com o irmão mais novo, a direção da empresa – uma operação que administra quase 180 franquias em todo o país. Para isso ele não poupou esforços: formou-se em administração de empresas na UFMS, fez MBA em gestão empresarial na FGV e especialização em Finanças Corporativas e Investment Banking na FIA-USP. “Estamos passando por um processo de reestruturação e profissionalização da empresa. Contratamos no início do ano um CEO e mais recentemente um CFO, ambos executivos de mercado com muita experiência para nos auxiliar no processo de crescimento e governança corporativa”, explica Lindolfo Filho.
Profissão: Administrador. Férias inesquecíveis: Hawaii. Em alta: Autoconhecimento e contínua evolução pessoal, em todos aspectos (físico, intelectual e espiritual). O que está lendo: Qual é a Tua Obra? - Inquietações Propositivas Sobre Ética , Liderança e Gestão, de Mario Sérgio Cortella. / A filosofia explica as grandes questões da humanidade, de Clovis de Barros Filho e Julio Pompeu. Música que não sai do seu playlist: DeadMau5 e Jason Mraz. Um filme: Eu Maior (documentário nacional). Não vivo sem: Deus, família e amigos. Projeto do momento: Pessoal, aprender a cozinhar. Profissional, me preparar para fazer um MBA nos Estados Unidos. Um sabor: Da superação. Esporte: Ciclismo, corrida e academia. Refúgio: Estar em movimento, preferencialmente sobre duas rodas.
Fora toda a responsabilidade na empresa, o empresário ainda faz parte do movimento Novos Líderes, é conselheiro da AACC-MS e diretor do projeto Vaquinha Social no Estado. Sobra tempo? “Quando tenho tempo de folga, curto aeromodelismo, principalmente montar e pilotar multi-rotores (drones) e andar de moto”. AGOSTO 2014 | 25
Almir Sater – Um violeiro toca (2006) Todo campo-grandense que se preze conhece e sabe cantar (inteira) alguma música de um dos maiores violeiros no país, Almir Sater. Prata da casa, o renomado artista (cantor, compositor e instrumentista) possui uma carreira de 30 anos marcada por discos e apresentações que sempre emocionam o público pela beleza. Classificado como música regional, o trabalho do músico se abre num leque que agrega também o experimentalismo, folk, blues, a sonoridade caipira e ritmos tradicionais das culturas fronteiriças do Estado: paraguaia e andina. O erudito e o popular caminham juntos de maneira simples e discreta, como a personalidade de Almir. Lançada em 2006, a coletânea “Um violeiro toca” celebra toda essa trajetória e reúne os maiores sucessos do artista nas suas 14 faixas: Chalana, Varanda, Trem do Pantanal, Doma, Semente, Um violeiro toca, Sodade Matadeira, entre outras. Uma ótima dica de presente para o dia dos pais.
para ouvir
Júlia de Miranda
26 | AGOSTO 2014
Juçara Marçal – Encarnado (2014) Apresentamos aqui um dos trabalhos nacionais mais bonitos de 2014, pelo menos até agora: o primeiro disco solo da cantora paulista Juçara Marçal. Envolvida com música há mais de 20 anos (integrante do trio Metá Metá e do grupo vocal Vésper), ela lançou “Encarnado’’ no início do ano, álbum que tem como tema principal a morte; não com um significado triste, mas sim de renovação e nascimento. Com voz intensa, Juçara dá vida às composições de Tom Zé, Itamar Assumpção, Romulo Fróes, Siba, Gui Amabis entre outros. O disco não tem nada de bateria ou baixo. Os arranjos aqui são construídos a partir de guitarras, a rabeca de Thomas Rohrer, além de sax e cavaco. Nas suas 12 faixas, o trabalho soa completo, lindo e de uma riqueza sonora sem igual. Destaques para “Ciranda do aborto’’, “A velha da capa preta’’, “Pena mais que perfeita’’ e “Velho amarelo’’. Disponível para download no site da artista: www.jucaramarcal.com Chet Faker – Built on Glass (2014) “Built on Glass’’ é o primeiro disco de um músico australiano que tem dado o que falar. Chet Faker é jovem e bonito (não resistimos ao comentário), atualmente mora em NY, e já tinha chamado a atenção do público com o lançamento de Ep’s anteriores. Com música eletrônica, R&B, soul e minimalismo, ele faz uma mistura muito boa em um álbum cheio de surpresas e bons momentos. Um trabalho delicado que fala de sentimentos e carrega uma sensualidade em quase todos os 51 minutos de duração. O cara produziu, cantou e gravou a obra inteira que foi indicada como um dos melhores lançamentos do ano. Destacamos “Melt’’, que te ganha fácil, “Talk is cheap’’, que virou hit, “ No advice (Airport version)”, “Blush” e “1998” com bons beats para a pista. Uma ótima estreia, daqui a pouco ele deve pintar no Brasil. ∆
Márcio Ribas
para ler Não sei, só sei que foi assim. Chicó, em Auto da Compadecida
Julho foi um mês triste para a literatura brasileira. Rubem Alves, João Ubaldo Ribeiro e Ariano Suassuna se foram. Esse último dizia que o homem não nasceu para a morte, nasceu para a vida e para imortalidade. Não tenho certeza sobre a que aspecto da imortalidade ele se referia, mas não há dúvidas de que seus textos não serão esquecidos por muito tempo. Suassuna foi capaz de, em seus livros, unir o popular e o culto. Os autos surgiram na Espanha no século XII e foram amplamente utilizados durante o século XVI por Gil Vicente, o maior dramaturgo de Portugal da época. Em Auto da Compadecida (R$ 59,90, Agir), Suassuna retoma o Auto da Barca do Inferno do escritor português para falar com tons nordestinos sobre a vida e a morte, incluindo temas que circulam o cristianismo católico (pecados e absolvição, por exemplo). Como o filme já foi visto por praticamente todos, agora é preciso ler as aventuras de Chicó e João Grilo com outra perspectiva. A edição sugerida traz ilustrações e ensaios que mostrarão detalhes históricos e literários que não foram possíveis de se perceber no cinema. O texto em si, pelo fato de ser uma peça, é pequeno. É claro que não podemos considerar o tamanho um problema, mas João Ubaldo se irritou com a brevidade das produções brasileiras (algo que até hoje ainda acontece). Isso provocou
28 | AGOSTO 2014
um desejo que se tornou uma história clássica no meio literário: sempre que questionado sobre por que escreveu Viva o Povo Brasileiro (R$ 69,90, Alfaguara/Objetiva), respondia: “Eu queria escrever um livro grande”. Daí saiu um livro de mais de 600 páginas. Conta a história do povo brasileiro do século XVII ao XX de forma bem humorada, cheia de ironia e escracho a partir da visão do dominado. O que chama a atenção é o fato de ser um romance histórico com personagens fictícios. Enquanto a maioria dos livros dos dois autores acima é de ficção, Rubem Alves transitou também pelo universo acadêmico. Ele fez parte da educação de muitos de nós, seja pelos livros infantojuvenis que escreveu como também por suas teorias educacionais. Em A Pedagogia dos Caracóis (R$ 28,00, Verus), traz crônicas que nos ensinam a olhar o mundo lesmicamente (isso! como uma lesma, com calma e atenção). Na correria do dia a dia, as notícias são escritas rapidamente, os alunos aprendem pelo resumo e não pelo livro e as nossas falas são truncadas, não expressam mais o que queremos dizer. Logo, os caracóis, por mais estranho que isso seja, tornam-se exemplos para as nossas vidas. Rubem Alves nos ensina que a lentidão é uma virtude a ser aprendida. Boa leitura! ∆
Marcelo Veloso
para ver
Miss Violence, de Alexandros Avranas Essa nova onda do cinema grego traz filmes interessantes como “Dogtooth”, de Yorgos Lanthimos e “Attenberg”, de Athina Rachel Tsangari - filmes que desafiam a falta de expressão da palavra em si. Agora existe este drama perturbador de Avranas, um filme macabro sobre o mal, mas que também fala sobre a própria angústia da Grécia. As imagens abusam da verossimilhança para com a vida comum de uma família duramente atingida pela recessão. Mas não vamos nos enganar, Avranas mostra que os gregos estão cultivando sua própria maneira de falar sobre o bizarro. É um conto de abuso e negação, fala das pessoas que vivem em um mundo claustrofóbico, embora o sentido do mistério seja substituído por puro horror com uma revelação brutal e conclusiva pra lá da metade do filme. Já foi dito pertubador, macabro e bizarro. Um filme merecedor de muita atenção. La Jaula de Oro, de Diego Quemada-Díez O filme é baseado em uma balada mexicana de mesmo nome, com o tema irônico sobre o aprisionamento horrível de ser um ilegal nos EUA. O Tio Sam gosta de mão de obra barata, mas nunca pode conceder-lhe a documentação que lhe permitirá subir acima da casta intocável de servo. Uma gaiola é trocada por outra. O diretor foi assistente de câmera nos
30 | AGOSTO 2014
filmes “Uma Canção para Carla”, “Terra e Liberdade” e “Pão e Rosas”, de Ken Loach e há muito dele neste drama sobre três crianças guatemaltecas viajando através do México tentando cruzar ilegalmente a fronteira com os EUA. Eles devem ganhar a sua passagem para a Califórnia como mulas de drogas para gangues de heroína, pessoas para as quais suas vidas valem menos do que zero. Um drama difícil, excelentemente interpretado por três atores não-profissionais. Boyhood, de Richard Linklater Como na fábula “O Jesuíta”, Linklater pegou o menino e devolveu o homem. Ao fazer isso, ele criou um filme que pode ser mais amado que dito. E dificilmente existe algo melhor ou mais nobre que um filme possa fazer do que inspirar amor. Esta bela e misteriosa estória é um estudo do tempo de vida de Mason, desde o ensino primário ao seu primeiro dia na faculdade. É um épico intimista: por doze anos, Linklater trabalhou com o jovem ator Ellar Coltrane, filmando suas cenas a cada ano e também com outros membros do elenco, que crescem visivelmente. Tarkovski disse que o diretor de cinema esculpe o tempo, e Linklater, sem qualquer garantia sobre como sua matéria-prima terminaria, esculpiu este estudo monumental de um menino. Ou, talvez, ele e o tempo tenham colaborado nesse trabalho, ou o tempo realmente tenha esculpido Linklater e Coltrane. Pode ser um dos filmes da década. ∆
Almir Sater
32 | AGOSTO 2014
CAPA ∆
“Escutar o Gabriel me emociona” “Cada um de nós compõe a sua história”, diz um verso da música “Tocando em Frente”. Composta por Almir Sater, a canção não poderia ser mais apropriada para começar a falar de dois artistas tão queridos do público sul-mato-grossense e de todo o Brasil, os músicos Almir e Gabriel Sater.
Texto | Theresa Hilcar Fotos | Dimitri Lee
Há várias coincidências na trajetória de sucesso de ambos, que podem até ser obra dos deuses da música. Para Almir, o fato de ter um filho com as mesmas características musicais tem explicações científicas. Ou seja, está no DNA. E que fique bem claro, Gabriel não precisou da interferência do pai famoso para fazer sucesso. A educação de Gabriel, segundo Almir, foi a mesma que recebeu do pai – recém falecido –, Fuad Sater: “Ele era um homem da fronteira que veio morar em Campo Grande sozinho, depois foi estudar em São Paulo. Sempre foi independente e passou esta independência pra gente”, conta. Mas é claro que, ao perceber a vocação musical do filho, Almir colocou o garoto – então com 15 anos – para estudar com os melhores professores. Gabriel se dedicou, apaixonou-se pela música e se tornou um instrumentista espetacular. “Escutar o Gabriel me emociona”, confessou Almir. E para homenagear estes dois talentos maravilhosos, a revista A Gente preparou esta matéria especial, com todo o carinho que eles e todos os pais merecem. Afinal, como na música: “Cada ser em si carrega o dom de ser capaz, de ser feliz”.
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Quando você percebeu que Gabriel seguiria o caminho da música? Ele sempre gostou de tocar, desde pequeno. Mas quando ele estava estudando, ia fazer vestibular para engenharia ambiental, e eu perguntei: “Você gosta disso?”. Aí ele respondeu: “Eu gosto é da música”. Então eu falei: “Você não precisa fazer igual ao seu pai, que fez uma faculdade de Direito pra depois estudar música, você já pode ir direto estudar música que eu te apoio. Agora não vai ser analfabeto igual ao seu pai, vai estudar. O Gabriel é muito dedicado, estudioso, isto é muito bom. E parece que a música está na família inteira... É, estou sentindo que meus dois filhos mais novos também vão para a música. Já gravaram o primeiro disco de rock’n’roll. É um bom disco. Porque se não fosse bom eu iria desestimular. Eles têm uma banda de rock, composta pelos meninos da Cantareira (região da serra paulista onde Almir mora), o Ian, o Bento e o Pedro, filho do Márcio de Souza (irmão do Maurício de Souza) que faz trilhas de filmes. São duas guitarras, baixo e bateria e um vocalista. É bom o som deles.
Foto | arquivo pessoal
“Eles ouviam música que eu colocava pra tocar. Começaram ouvindo Vivaldi, depois Beatles...”
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Foto | arquivo pessoal
Você teve alguma influência nesta escolha? Os filhos aprendem pouco com os pais. Aprendem até um certo tempo, depois aprendem mais com os amigos. Meus filhos menores começaram a mexer com música quando um dos amigos deles, o Felipe, chegou na Serra da Cantareira e começou a tocar um violão muito bonito, músicas de muito bom gosto. Aí eu elogiei o Felipe, falei que havia gostado muito do som dele. Então foi ele quem trouxe a música pra dentro de casa, porque meus filhos achavam que era coisa de velho.
O Gabriel consultou você quando apareceu o convite para a novela? A primeira novela que ele quis fazer foi “Pantanal”, mas ele tinha oito anos. E eu não deixei. Depois na Ana Raio e Zé Trovão, o Jaime Monjardim convidou-o novamente para fazer um pequeno papel, mas novamente eu não deixei. Eu tinha dúvidas se seria bom para ele, ser ator aos oito e depois aos 10 anos. Podia ser muito bom, como podia ser muito ruim. Agora eu não tive esta dúvida. Achei que o convite só podia ser muito bom. E ele sempre teve esta vontade, sempre viveu no meio de filmagem. Eu é que segurei. Mas foi bom não ter feito antes. Começar fazendo uma novela na Globo, do Benedito Ruy Barbosa, é para poucos esta sorte. Você monitora a carreira dele? De jeito nenhum. Ele é muito independente. Às vezes eu falo alguma coisa, mas 90% ele não me atende. Ele tem uma personalidade muito forte. Eu não falei nada da novela. Apenas para ele se dedicar a ela como ele se dedica à música. Com todo o coração. Quando você se dedica bem, você tem mais chances. Interessante como a música é algo tão forte, que passa de uma geração para a outra. Em outras artes isto é mais difícil acontecer. Eu li um artigo certa vez que disse: o que define um músico é o gene. Filho de músico é músico. Pode ser melhor ou pior, depende da dedicação. Então é muito comum você ver filho de músico sair tocando. E tem a proximidade do instrumento, pessoas tocando perto, acho que ajuda o gene também. A primeira vez que vi alguém tocando na minha frente foi uma explosão de emoção. O que você sente quando vê o Gabriel fazendo todo este sucesso? Mais que o sucesso, o importante é o belo; é você escutar uma canção bonita. Escutar um instrumental do Gabriel e ver como ele está tocando bem, isto me emociona, me deixa feliz. E sucesso é algo que a gente não tem controle sobre ele. Quando a gente espera muito, ele nunca vem. Também é muito bom ver os meninos fazendo rock. Os meus caçulas foram criados no Pantanal até os 10 anos de idade. Não tinha rádio, nem TV. Eles ouviam música que eu colocava pra tocar. Começaram ouvindo Vivaldi, depois Beatles, Cat Stevens, de vez em quando botava um chamamé no meio. Mas eles gostavam muito de Beatles. Você é um pai exigente? Mais ou menos. Para mim a formação de caráter é tudo. Educação e respeito são muito importantes. Eu sempre digo para os meus filhos: se você for um cara bem educado você é bem recebido em qualquer lugar do mundo. Saber respeitar o espaço dos outros é chique. Isto o pai tem que ensinar o filho. Meu pai me ensinou isto. De resto, o filho vem meio pronto.
Foto | arquivo pessoal
Você acha que o Gabriel está pronto para a segurar a onda? O Gabriel teve uma educação pelo lado materno maravilhosa. A Selene (1ª mulher de Almir) educou muito bem o Gabriel. Ele é melhor educado que os outros dois mais novos, que ficaram mais soltos. Não é fácil ser criado da maneira como foi o Gabriel, com pais separados. Ele é um menino que compreendeu toda a grandeza da vida, e viu que a vida é o que ela se apresenta. Que se a gente não criar drama não existe drama. Drama é a gente que cria. Minha relação com a Selene sempre foi muito boa, a relação do Gabriel com o padrasto, o Celso, também foi muito boa. Ele teve muita sorte. E eu também, que pude contar com um outro pai pra ajudar a criar o meu filho Gabriel. O resultado é esse profissional dedicado que ele se tornou. Ele é muito melhor que eu, neste sentido. Mais focado no trabalho, se dedica 24 horas – puxou a mãe (risos). Filho que dá certo, voa.
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“Filho que dá certo, voa”.
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Gabriel Sater É quase impossível olhar e ouvir o músico Gabriel Sater, sem se lembrar imediatamente do seu pai, o também músico Almir Sater. Para começar a semelhança física é incrível, o carisma é o mesmo, e o talento é definitivamente uma herança genética. Coincidência ou destino, Gabriel também acaba de fazer sua primeira novela (“Meu pedacinho de Chão” – Rede Globo), aos 32 anos, a mesma idade em que seu pai estreou na TV (Pantanal/1990), e escrita pelo mesmo dramaturgo, Benedito Ruy Barbosa. Mesmo sendo exímio violonista, para fazer o papel de Viramundo Gabriel teve que aprender a tocar viola caipira, instrumento que Almir domina como poucos. Mas isto não foi problema para um músico estudioso e dedicado como ele. “No dia seguinte em que recebi o convite, encontrei com o Paulinho Simões e ele me ensinou os primeiros acordes”, conta. Almir, que estava fazendo shows fora de São Paulo e ciente da dedicação do filho, aconselhou: vá estudar. Durante três meses, tempo de preparação do personagem, o músico se lançou ao desafio de aprender, sozinho, a tocar o instrumento. O resultado de tanto esforço valeu a pena. Gabriel aproveitou algumas músicas, compostas com o novo instrumento, para colocar no seu terceiro disco, e duas delas fazem parte da trilha da novela. Apesar do sucesso na novela global, Gabriel deixa claro que não está atrás de fama. A única coisa que ele deseja é que as pessoas tenham contato com a sua música. “Quero que elas se emocionem ao ouvi-la”, diz o músico, casado há cinco anos com uma artista plástica, a mineira Paula Cunha, que também é sua produtora. Mas esta não foi a primeira vez que Gabriel apareceu na telinha. Para quem não se recorda, vale lembrar que ele fez uma ponta na novela Pantanal – aos oito anos. Desde então, se encantou pelo mundo das novelas e sets de TV. Durante a gravação da novela “Ana Raio e Zé Trovão”, novela em que Almir Sater era protagonista, chegou a ser convidado para ser parte do elenco (como filho de Zé Trovão), mas o pai não concordou. Gabriel estava com 10 anos de idade. “Fiquei muito bravo com ele, queria muito fazer a novela”, conta, explicando que a temática da novela deixava-lhe fascinado. “Adoro rodeios, fazenda, natureza, tinha tudo a ver comigo”, recorda. Mesmo nascido em São Paulo, Gabriel foi criado em Campo Grande e tem uma identificação enorme com o Pantanal. O violão, segundo ele, entrou na sua vida como forma de vencer a timidez que o perseguiu até os 15 anos. “Sempre fui fascinado por música, mas só fui aprender a tocar violão para quebrar o gelo com as meninas”, brinca. E seus professores foram escolhidos a dedo: Paulo G. e Toninho Porto, dois dos mais talentosos instrumentistas. E foi a partir daí que a música
começou a dar sinais de que vinha para ficar. Depois de um ano de intercâmbio nos EUA, onde o violão só era tocado nas horas livres, ele voltou ao Brasil decidido a seguir carreira. Ou “levar adiante o nome da família” como ele diz. É nessa época que entra em cena seu tio (casado com a irmã de Almir, Gisele Sater) e “mestre”, Cristiano Kotlinsk. “Tive a sorte de ter um professor com a categoria do Cristiano”, conta. A carreira de Gabriel começa quando, aos 19 anos, ele ganha 4 prêmios no Festival da Canção em Campo Grande – inclusive o primeiro lugar. Na sequência começam as participações nos shows de Almir e logo depois a carreira solo. Sobre o pai A maioria das reportagens sobre Gabriel, claro, costuma fazer comparações entre ele e o pai famoso, Almir Sater. Mas ao contrário do que se imagina, isto não o aborrece. “É como falar de Gonzaguinha e Gonzagão, é uma referência maravilhosa”, diz. No entanto, faz uma ressalva aos desavisados de plantão: “Se a pessoa não parar para analisar, acaba deixando de conhecer a história, pois não se trata simplesmente de ser filho de alguém, mas de um profissional que trilha o próprio caminho”, argumenta, revelando sua maturidade. “Meu pai é meu ídolo, ele é um artista único e eu admiro muito a sua música. ”, diz Gabriel, quando questionado sobre a influência musical de Almir Sater. Mas o que eles têm em comum, além da música? – pergunto. “Ah! O coração. Meu pai tem um coração bondoso, sempre pensa o melhor das pessoas. Nunca fala mal de ninguém”, responde Gabriel com doçura, lembrando que a gratidão também é algo que ambos cultivam. “Ele sempre agradece o que a vida lhe dá, sabe ser feliz com pouco, eu também sou assim”. Ao falar da família e da separação dos pais quando tinha apenas 3 anos, Gabriel disse que teve muita sorte porque acabou ganhando duas famílias maravilhosas. “A Ana Paula (mulher do Almir) me ajudou muito, e eu sempre pude contar com o Celso (marido da mãe, Selene)”. Além disto, Gabriel ainda ganhou outros cinco irmãos. Como o pai disse na entrevista, ele admite que é muito independente e tem sua própria opinião. “Cada um sabe o que lhe faz feliz”, afirma. Mas diz que costuma ouvir 50% por cento das coisas que Almir lhe diz. De olho no futuro, o organizado Gabriel já está traçando os próximos passos da sua carreira e diz que acredita no que faz. “Tocar, compor, produzir e evoluir, isto é o que me move”, afirma. E para quem quiser conferir de perto este talento, ele estará em Campo Grande no próximo dia 19 de setembro no Palácio Popular da Cultura, com o show Indomável. Ninguém vai querer perder! ∆
“Meu pai e eu temos o mesmo coração” AGOSTO 2014 | 37
PELO MUNDO Por Raissa Santiago Fotos | Divulgação
Sai Kun
Dimdim Sum Dim Sum
skyline da cidade Big Buddha
Victoria Peak
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Hong Kong Viajar é minha vida. Nesses anos como Cool Hunter rodei o mundo algumas vezes, olhando com atenção tudo o que pode ser hit amanhã. Vou à China ao menos quatro vezes por ano. Para quem, como eu, ama descobertas, é irresistível. Antes de produzir, preciso pesquisar muito. E Hong Kong é um dos meus lugares favoritos. A cidade é fabulosa e tem uma energia quase palpável. Tudo é imenso e surpreende. Por lá, as culturas oriental e ocidental se fundem, construindo uma nova história. Mas é preciso ficar de olho, as armadilhas estão por aí e essas dicas são bem preciosas: Dicas gerais: Não economize com hospedagem: as tarifas dos hotéis na cidade são equivalentes às das cidades mais caras da Europa. Então fique de olho se lhe oferecerem algo muito barato. HK, como toda grande metrópole, tem seus truques, reserve hotéis confiáveis para não cair em um lugarzinho sujo e bem claustrofóbico. Para percorrer distâncias médias, vale muito a pena usar taxi, o serviço é barato e bem honesto. O metrô é perfeito para grandes deslocamentos ou para cruzar de uma ilha à outra (geralmente, de Kowloon para Hong Kong). Fazer esse trajeto de taxi é complicado, os túneis cobram pedágios com valores diferentes e os táxis acabam optando pelo mais em conta que, via de regra, está congestionado. Outra dica sobre metrô: as estações são imensas, quase cidades subterrâneas, os túneis levam a várias saídas diferentes e uma pode estar a vários quilômetros da outra. Para chegar a um lugar específico, não basta saber qual a estação, é preciso estar bem informado quanto ao nome da saída, elas são indicadas por letras e estão bem sinalizadas. Comer: Hong Kong tem comida de todos os lugares do mundo, é bem mais fácil comer por lá, do que nas cidades menores da China onde já passei por experiências bem estranhas. Para começar vale um aviso: antes de pedir couvert ou acompanhamentos preste atenção, pois a maioria dos restaurantes de HK cobra bem caro por esses serviços. Para comer bem e barato vá até o Dimdim Sum Dim Sum, restaurante bem típico de HK. Dim sum é o nome em cantonês para uma especialidade que consiste em diversos pratos, em pequenas porções, como um menu degustação, normalmente servidos em pequenos pratos ou cestos a vapor. É bem legal para conhecer vários pratos e comer como um chinês. Vale a visita. 21-23 Man Ying St, Jordan.
Sendo ou não fã de frutos do mar, vá ao Sai Kung. Aqui você vai ver como funciona um enorme mercado de peixes, é bastante impressionante. É possível ver os barcos chegando e desembarcando as mercadorias frescas. Os feirantes são um caso à parte, simpáticos e mega prestativos, fazem de tudo para atrair o cliente. Turismo: Big Buddha: A primeira coisa que chama atenção é o tamanho da estátua, realmente enorme. Chegar lá é bem simples: pegue o metrô até a estação Chung Tung e de lá até o teleférico. O passeio dura aproximadamente 20 minutos e tem um visual de tirar o fôlego. Se você morre de medo, existe a opção de ônibus, que leva mais ou menos 2 horas e é um pouco mais barato. Mas não tenha dúvidas, o passeio de teleférico é muito mais lindo. Dica de ouro: chegue cedo! O Buda abre às 10h, se você chegar por volta das 9 vai esperar uns 40 minutos, depois das 11 as filas chegam a 3 horas de espera. Show de luzes: De chorar de emoção! O show de luzes acontece todos os dias às 20h no skyline da cidade e você pode escolher uma das ilhas para assistir. Imaginem a sincronia perfeita de cores com acompanhamento musical. As luzes dos prédios dançam ao ritmo da música. Ver o skyline da cidade de cima é imperdível. Compras: Hong Kong é uma meca do consumo, muito brilhante e sedutora. Você encontra de tudo, das lojas mais luxuosas até as mais baratas, passando por mercados de rua com todo tipo de produto made in China. Aqui vale uma dica preciosa: cuidado com vendedores que tentarem te levar para situações suspeitas. O risco de ser enganado é bem grande, nada de se achar muito esperto. Outra dica: pechinche muito, é cultural. Principalmente nos mercados de rua, os preços caem até pela metade. Esses são os melhores lugares para comprar souvenirs e bugingangas chinesas que a gente adora! Victoria Peak: Um dos pontos mais altos da cidade, com uma vista incrível. Lá no alto tem um shopping bem grande com lojas para todos os gostos e bolsos. Vale uma fuçada. Também tem um observatório (pago à parte) que é perfeito para uma vista melhor e dá para tirar umas fotos bem legais. Você pode ir de ônibus, taxi ou trenzinho, que é a opção mais legal, embora sempre tenha uma fila, o segredo mais uma vez é chegar cedo, pois a espera pode ser de até 4 horas. Outra dica é subir em um dia claro, com nuvem você não vai conseguir ver muita coisa. ∆
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Desfile Rogério Lima e B. Boucle
TRENDY ∆
CLÁSSICO E COOL O vermelho é uma das cores que nunca saem de moda: se não está na vestimenta está no make up. Existem várias tonalidades que combinam com diferentes tons de pele, e aí o espelho é a melhor ferramenta para lhe dizer qual a escolha certa. No vestuário opções simples mas muito elegantes dão o toque atualizado ao clássico. Nesse inverno há espaço para a silhueta leve com o minimalismo se fazendo presente. A regata nude com toque acetinado imprime sensualidade e feminilidade. Por ter shape acinturado, esse estilo transita em produções tanto para o dia como para noite, sem restrições. Use com salto e acessórios de impacto! Blusa: Zeit/Shop2Gether R$ 199; Brincos: Espaço A R$ 246; Baton: Intense O Boticário R$ 15,99; Clutch: Zeferino/Submarino R$ 1.199; Saia: Cris Barros preço sob consulta; Sandália: Saint Laurence/Farfetch R$ 3.360
40 | AGOSTO 2014
Fotos | Divulgação
Por | Luiz Gugliatto
Campanha Vivara
EM ALTA ∆
BLACK & BLUE
Quem nunca ouviu falar no velho ditado: “Na dúvida vá de preto"? Roupas pretas são admiradas e as preferidas por mulheres ao redor do globo. Todas têm em seu closet peças que vão do esporte ao clássico. Jamais sairá de moda e é a cor perfeita para combinações entre as cartelas de cores. Esse inverno está pontuado por Black & Blue, principalmente nos acessórios, que estão fugindo do óbvio.
Brincos: Talento Joias; Vestido: Versace Collection/Farfetch; Anel: Sara Joias Clutch: Lanci; Bracelete: MarisaClermann; Clutch: Chanel; Sandália: Cristian Louboutin - Preços sob consulta
42 | AGOSTO 2014
Fotos | Divulgação
Por | Luiz Gugliatto
Desfile Ronaldo Fraga
ESCOLHA DO MÊS ∆
APOSTA CERTA
Para a primavera/verão 2015, a mulher brasileira já começa a perceber mudanças nas araras das lojas. Cada vez mais, estilistas antecipam suas coleções cápsulas que traduzem a transição de cores, formas e estilo para a próxima estação. O vestido longo com estampa étnica, a calça e blusa de seda em tonalidades na cor laranja são excelentes referências do que será desejado em dias de maiores temperaturas. Outra grande aposta é a coleção mega colorida com dna geométrico que deixa os looks ainda mais descontraídos e atraentes.
Óculos: Absurda; Vestido: C&A; Blusa: Cris Guerra; Calça Canal/Las Primas; Sandália: Melissa Espardeña; Bolsa Be Forever - Preços sob consulta
44 | AGOSTO 2014
Fotos | Lucas Possiede e divulgação
Por | Luiz Gugliatto
Desfile Marcus Telles
ACHADOS DE MODA ∆
YELLOW
O inverno foi tomado por cores fortes. Entre as mais alegres está o amarelo, que transita com facilidade nas produções mais simples e é fácil de combinar com tons neutros. A cor deixa a produção vibrante e sua energia traz luz ao visual de inverno. Escolher acessórios com nuances da cor deixa o visual contemporâneo. Use tonalidades de amarelo com pinceladas de preto para uma aparição de impacto! O mais incrível é que por ser a cor desejo do momento, o yellow já é uma das apostas certeiras para a próxima primavera. Óculos: H. Stern; Jaqueta: Zara; Eau de Parfum: Intense Chloè; Clutch: Janes Love/Coollect; Saia: Marta Medeiros; Sandália: Jimmy Choo/Farfetch - Preços sob consulta
46 | AGOSTO 2014
Fotos | Divulgação
Por | Luiz Gugliatto
Foto | Lucas Possiede
COMEMORE
Shopping Norte Sul Plaza Loja 165 | 67 3056 1280
HOMEM ∆
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Campanha Karl Lagerfeld
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ÚNICO
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Por | Luiz Gugliatto
O acessório mais importante no armário masculino sempre foi o relógio. Antes simplesmente por ser útil na hora de honrar compromissos, hoje ganha total espaço no visual do homem contemporâneo. E tem para todos os estilos: cromado, design despojado, cores e materiais como borracha e couro lixado. A grande novidade está na grife Brother&Brother, que é a primeira relojoaria no mundo a oferecer a customização de relógios de pulso feita pelo próprio consumidor. Basta entrar no site, seguir os quatro passos e montar sua criação. Escolhendo a caixa, o mostrador, os ponteiros e a pulseira que mais tem a ver com seu estilo. Depois disso, é só aguardar o seu relógio exclusivo.
48 | AGOSTO 2014
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Fotos | Divulgação
Relógio: 1-VICTORINOX, 2-Tommy Hilfiger, 3-Mont Blanc, 4-Armani Exchange, 5-Brother&Brother, 6-Fossil, 7-Gucci, 8-Oakley, 9-Omega Preços sob consulta
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Fotografia | Alexis Prappas Styling | Luiz Gugliatto
Vestido: Vitor Zerbinato/La Dame Tênis: New Balance/Gabriela Tênis
Tênis Couture
Casaco: Desigual/Alameda TĂŞnis: Coca Cola/Anita TĂŞnis
Casaco: Desigual/Alameda Brincos: Fabrizio Giannone TĂŞnis: Gabriela TĂŞnis
Casaco: Saad/Ivaniza Brincos: Zhenga Bolsa: Kate Spade/Alameda TĂŞnis: Reebok/Anita TĂŞnis
Blazer e saia: Shoulder Clutch: Anita Shoes
Colete e calça: Animale Tênis: New Balance/Gabriela Tênis
Blusa: Shoulder Saia: Animale Brincos e colar: Fabrizio Giannone Tênis: Mary Jane/Gabriela Tênis
Blusa: UMA/Lá Dame Polaina: Track & Field Tênis: Coca Cola/Anita Tênis
Jaqueta: Glória Coelho/Alameda Saia: Tigresse/Alameda Tênis: Nike/Anita Tênis Vestido: Vitor Zerbinato/La Dame Tênis: New Balance/Gabriela Tênis
Blusa e jaqueta: Le Lis Blanc Saia: Shoulder Tênis: New Balance/Gabriela Tênis
Vestido: Tigresse/Alameda Tênis: New Balance/Gabriela Tênis
Casaco: Saad/Ivaniza Tênis: All Star/Anita Tênis
Ficha técnica Fotos: Alexis Prappas Produção executiva: Thais Pompêo Produção: Luiz Gugliatto Assistente de produção: Mara Lenk Modelos: Haru Chiuji e Malu Mello
beleza ∆
O antioxidante do momento Enaltecido por dermatologistas de todo o mundo, o Resveratrol foi o grande astro do último Congresso Anual da Academia Americana de Dermatologia, que aconteceu no começo do ano em Denver, nos Estados Unidos. Por lá, foram apresentadas diversas novidades do mundo da beauté, mas quem ganhou destaque mesmo foi essa substância de nome já conhecido. Texto | Natália Charbel
A vinha é dotada de uma força incrível que lhe permite resistir aos ataques do frio, do vento e da chuva, para viver até os 100 anos. Qual é o seu segredo? É o Resveratrol, uma substância que a vinha produz para se proteger.
Por funcionar no retardamento do envelhecimento celular, o Resveratrol vem sendo chamado de ‘o antioxidante do momento’. Nunca uma molécula foi objeto de tantos estudos e publicações, e provocou tamanhas expectativas para a indústria da saúde e beleza no campo da degeneração celular. Muito já se falou sobre os benefícios dos vinhos, sobretudo do tinto, para nossa saúde, e o principal responsável por eles é o tal Resveratrol, descoberto há algum tempo e encontrado naturalmente na pele das uvas. A substância atraiu a atenção da comunidade médica devido às suas propriedades benéficas que funcionam como um ótimo medicamento de prevenção, auxiliador da longevidade celular, redutor do acúmulo de colesterol e do risco de doenças cardiovasculares. Ele ainda combate dores articulares, previne a doença de Alzheimer, aumenta a resistência das fibras de colágeno e inibe a formação de radicais livres. Quem nunca ouviu que uma taça de vinho por dia fortalece o sistema imunológico? Agora para a pele! Mas a grande novidade vem agora: novas pesquisas apontam que o composto atua como despigmentante por inibir a atividade de enzimas que participam da melanogênese. “O transtorno de pigmentação é a terceira queixa mais frequente no consultório dos dermatologistas”, afirma Dr. Alexandre Fabris. O Resveratrol é capaz de atenuar a coloração da pele já que intervém nos meios de produção da melanina e transferência dos melanossomas, responsáveis pelo armazenamento do pigmento. Estudos comprovam que os efeitos são bem perceptíveis em apenas 15 dias. E mais, 72 horas após o início do uso do Resveratrol, ele reduz em até 50% a produção de melanina. Além da rapidez, a substância promove também um resultado duradouro. Pesquisadores se animaram por ser essa uma opção bastante eficaz e segura no tratamento para clarear manchas, apresentando menos efeitos colaterais que outros velhos conhecidos. Os estudos não param e a cada dia mostram resultados ainda mais animadores na atuação como antioxidante para ação antienvelhecimento da pele. Trocando em miúdos, o novo método é adaptável às necessidades de cada um, recupera a textura da pele, promove clareamento rápido, e de quebra também o rejuvenescimento da pele. Tá bom pra você? ∆
60 | AGOSTO 2014
HITS DE BELEZA ∆
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Nem ogros, nem metrossexuais. Parece que depois de irem de um extremo ao outro os homens encontraram o meio termo no mundo da beleza. A maioria já sabe da necessidade de um bom filtro solar, um hidratante bacana e se preocupa com as rugas. Nós, mulheres, estamos adorando, afinal temos parceiros mais bonitos e cheirosos. Todo mundo saiu ganhando. Mas como iniciantes nesse universo da beleza, muitas vezes eles se confundem. Por isso, preparamos uma listinha com produtos que todo homem precisa ter no banheiro.
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Texto | Natália Charbel
1- Hidratante Biotherm Homme Aquapower - 250 ml: Item essencial, um bom hidratante! Esse tem formulação inédita, com textura leve que não deixa a pele oleosa, nem grudando. A fragrância é gostosa e discreta, não briga com o perfume. R$ 166 2- Antirrugas Biotherm Homme Force Supreme Créme - 50 ml:
Quem disse que eles não se preocupam com rugas? Esse produto restaura a densidade da epiderme e ajuda a evitar o aparecimento de manchas de envelhecimento. A fórmula ainda age no combate ao ressecamento e acelera a regeneração celular. Ideal para quem passou dos 40. R$ 305
3- Talco de menta – Phebo: Excelente antisséptico, tem ação
antibacteriana e secativa. Perfeito para quem pratica esportes. Não possui cloridróxido de alumínio, o que diminui os riscos de alergia. Pode ser usado como talco para os pés ou desodorante corporal. A embalagem de carinha vintage garante um charme especial. R$ 5,50
4- Protetor Solar Photoprot FPS 100 - 40ml: Perfeito para o rosto
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e para os calvos, já que o couro cabeludo é muito sensível. Esse fotoprotetor proporciona uma ampla proteção contra os efeitos da radiação solar (UVA e UVB). Contém os mais modernos filtros, além da vitamina E que auxilia na prevenção do envelhecimento da pele. Não é oleoso e é indicado para todos os tipos de pele. R$84
5- Centrum Homem*: Um suplemento vitamínico completo, que atende as necessidades nutricionais masculinas. Possui níveis corretos de vitaminas e minerais, e está dentro dos limites diários recomendados. Auxilia nas defesas do organismo e contribui para a manutenção da saúde dos músculos. R$ 49 6- Loção Pós-Barba Biotherm Homme Active Shave Repair: Uma loção pós-barba sem álcool, perfeita para peles sensíveis. Acalma a sensação de ardor e age contra o ressecamento. Diminui a vermelhidão do pós barbear e reforça a barreira protetora da pele. R$175 *fale com seu nutricionista antes de iniciar uma suplementação
62 | AGOSTO 2014
PUBLIEDITORIAL ∆
DTM – Esse mal pode estar rondando sua articulação
Dr Victor Anache Ferzeli - CRO /MS 753
A DTM, ou Disfunção Têmporo-Mandibular, é uma desordem ou mal funcionamento que acomete a ATM (Articulação Têmporo-Mandibular). O mal é multifatorial, e pode estar relacionado a quadros neurológicos, ortopédicos ou otorrinolaringológicos. Segundo Dr Victor Ferzeli, especialista em ATM, entre os sintomas mais comuns estão as dores de cabeças, cansaço muscular na região da mandíbula (principalmente após as refeições), dor de fundo de olho, dor na nuca, pescoço e ombros; dores na região do ouvido, coceira e maior produção de cera; pressão e diminuição na audição; zumbidos em um ou nos dois ouvidos e vertigens; dores ao viajar de avião (que podem permanecer até cerca de 3 horas após o voo), além de sensação de entupimento do ouvido; desvios ou limitações na abertura ou fechamento bucal e estalos nas articulações. Como já foi dito, a DTM se caracteriza por seus multifatores e assim são suas causas, que podem inclusive ter fundo emocional, pela somatização na boca do estresse diário, o hábito de roer unhas e mascar chicletes. “Outros males também devem ser investigados, entre eles o bruxismo ou mal oclusão
dos dentes e fatores posturais ascendentes, ou seja, algum problema na coluna que vai refletir na ATM”, nos explica o especialista. O tratamento deve ser feito por um dentista especialista em ATM, na maioria dos casos com placas estabilizadoras de ATM, confeccionadas de forma individualizada através de simuladores de articulação. Mas o tratamento adequado, só um especialista saberá indicar, e também será ele que encaminhará o paciente caso seja necessário algum tratamento paralelo, como fisioterapia ou tratamentos psicológicos. O importante é procurar um dentista especialista em ATM assim que aparecerem os primeiros sintomas, já que a detecção precoce proporciona melhores resultados. A DTM, mal que causa tanto desconforto, tem tratamento. ∆
Rua Pedro Celestino, 2130 • 67 33256292 www.victorferzeli.com.br
64 | AGOSTO 2014
O macho do século 21 é aquele que divide e, se precisar, assume sem medo as tarefas domésticas.
A casa é deles! Pode entrar... 66 | AGOSTO 2014
Texto | Natália Charbel
COMPORTAMENTO ∆
Há vagas! Já faz algum tempo que o cargo de dona de casa está livre. As mulheres saíram e mergulharam no mercado de trabalho. Isso não é novidade, nem espanta mais ninguém. Para cuidar da casa, algumas famílias se revezam entre mãe, pai, diaristas e até com a ajuda de filhos mais velhos, como um rodízio de funções. No andar da carruagem as abóboras se ajeitaram e nós nos acostumamos a essa nova ordem. Por incrível que pareça, o que ainda causa estranheza é quando o homem decide ser o titular desse posto e vira, oficialmente, o dono de casa. Por necessidade ou vocação, o número de homens que optam por cuidar dos filhos e das tarefas domésticas está crescendo, principalmente nos grandes centros. E vamos esquecer aquele papo antigo de ‘inverter papéis’, hein. Vivemos em uma sociedade em que mudança é a única constância, e papéis não são cartas marcadas, devem pertencer a quem os faz melhor. Ana e Douglas são casados há sete anos e desde que nasceu Clarinha, a opção foi ele ficar em casa e ela continuar na empresa onde trabalha. Segundo Ana, “se tivéssemos que pagar um berçário ou uma babá, o salário de um dos dois seria inteiramente comprometido. Doug sempre teve mais jeito com casa, é organizado e cozinha maravilhosamente bem. Eu sou um desastre completo. Conversamos e ele resolveu deixar o trabalho para assumir nossa casa e filha. Era para ser bem temporário, mas deu tão certo, que há três anos estamos nesse esquema, está ótimo!” Douglas, por sua vez, nunca se sentiu envergonhado, nem deixou as brincadeiras dos amigos atrapalharem: “Curti todos os momentos da minha filha, faço a melhor comida e ela não fica com um estranho. Quanto ao dinheiro? É nosso, temos uma conta conjunta e não existe aquele mito de que tenho que pedir até para tomar cerveja. Somos uma família, é tudo de todo mundo!”, finaliza Douglas. Esse é um caso de sucesso, todo mundo está feliz, mas nem sempre é assim. Por muitos séculos os homens foram tidos como os provedores do lar. “Quando o homem não é capaz de lidar com essa situação, o casal pode passar por crises, brigas, existem até casos em que a frustração é tanta que o casal não aguenta a pressão e se separa”, alerta o psicólogo Roberto Lázaro. Esses homens na maioria das vezes preci-
sam enfrentar duras críticas de quem não compreende essa escolha e muitas vezes até a masculinidade destes novos donos de casa é colocada em cheque. Quanta bobagem, não? “Creio que hoje em dia o preconceito é muito menor, mas ainda há um ou outro que olhe com certa desconfiança. Se a decisão de cuidar do lar for firme, a falta de aceitação de pessoas próximas não vai incomodar”, confirma o psicólogo. Deixando as bobagens de lado, o que realmente importa é a felicidade, a harmonia familiar. “O que vale é o casal estar feliz”, resume Lázaro. E para que um dia esses preconceitos acabem os pais são parte fundamental, é preciso educar essa nova geração sem ideias machistas e valores fundamentados em conceitos retrógrados. “Estimular os filhos homens a ajudar nas tarefas domésticas e não deixar que alguém faça tudo por eles é um bom começo”, finaliza. Um caso que ficou conhecido nacionalmente é o de Claudio Henrique dos Santos, executivo de uma grande multinacional que largou tudo para apoiar a esposa que recebeu um convite para trabalhar em Cingapura. O marido passou a cuidar da casa e da filha de três anos. "Cuidar da casa era algo completamente desconhecido para mim. Eu não sabia fritar um ovo, imagine ter que cozinhar para uma criança pequena? Além disso, pensava no que havia deixado: a conta bancária, o emprego e as companhias interessantes", revela Claudio. Ele ainda teve que passar por cima da própria vergonha de se assumir como um dono de casa, mas no final, adorou. Claudio conta toda a sua história no livro "Macho do Século 21 – O executivo que virou dona de casa e acabou gostando". Vale a pena ler para jogar no lixo todos os preconceitos. Não tem como ficar parado, os tempos estão mudando, e nessa nova era, o que vale é a felicidade, mesmo que tenhamos de mudar fórmulas conhecidas! ∆
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NUTRIÇÃO ∆
Um doce de batata Você conhece doce mais doce? Texto | Natália Charbel
Mas e para quem malha? Porque afinal, foram eles os grandes responsáveis pela popularidade do tubérculo. A explicação é simples: a batata é um carboidrato complexo de baixo índice glicêmico, portanto tem absorção mais lenta, libera glicose na corrente sanguínea aos poucos, estimulando menos a produção de insulina (responsável pelo aumento da fome e pelo acúmulo de gorduras). A energia chega de maneira equilibrada, isto é, sem provocar picos de glicose, o que garante maior sensação de saciedade. Para obter todos os benefícios da batata-doce, a melhor maneira de consumi-la é cozida e com casca – a versão chips, feita no forno, é uma delícia. Nada de fritura, hein! Para quem malha, a indicação é incluir o alimento cerca de uma a duas horas antes dos treinos.
Se você passou os últimos meses no planeta Terra percebeu o boom da batata-doce. De repente, 10 benefícios da batata-doce parece que ela se transformou no alimento mais 1Garante energia para o treinamento, auxilia na queima bacana ever. Ok, o sabor é bem agradável, mas de gordura e no ganho da massa muscular vamos lá, vale tudo isso? Então, surpresa, vale! 2Auxilia no controle do diabetes pelo baixo índice glicêmico 3É aliada nas dietas de emagrecimento pois aumenta A batata-doce é mega nutritiva. Possui cinco vezes mais cálcio, duas vezes mais fibras e mais potássio que a batata-inglesa. Quando comparada à mandioca, ela sai na frente no quesito fibras e cálcio, proteína, fósforo e potássio. E aí, o resultado é incrível para o corpo: o intestino é estimulado e de quebra ajuda no controle do diabetes e do colesterol. É também fonte de ferro, vitamina E e potássio, além de apresentar altos teores de vitamina C e A. Essas são importantíssimas na prevenção de diversos tipos de câncer. Pesquisas já constataram que o pigmento antocianina é abundante no alimento, e reduz os riscos dos radicais de oxigênio, trocando em miúdos, tem alto poder antioxidante.
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a sensação de saciedade
4Fortalece o sistema imunológico 5Tem boa quantidade de vitamina A, que age
como antioxidante e atua na manutenção dos ossos
6Reduz o colesterol total e auxilia na digestão 7Faz bem para a pele graças à vitamina E 8Tem poderes anticancerígenos 9Auxilia na formação de colágeno 10Regula a pressão arterial e reduz cãibras ∆
laranja e caju “O Retirinho tem uma grande equipe na cozinha”.
Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
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GASTRONOMIA ∆ Depois de comandar por 17 anos um dos restaurantes mais bacanudos de Campo Grande, Paulo Ortiz se aventura mais uma vez pelo ramo gastronômico. Agora em parceria com Tinho Proença e Carlos de Castro, ele abre as portas do restaurante Retirinho, que em três meses já se tornou o novo point da cidade. O cardápio, elaborado com a ajuda da chef Luciana de Carvalho, conta com os mais variados quitutes e pratos típicos. “O Retirinho tem uma grande equipe na cozinha. E os nossos pratos reúnem o melhor da culinária regional e nacional”, conta Paulo.
Pr’A Gente, eles prepararam um delicioso Arroz Carreteiro, com suco de laranja e castanha de caju. Aquele prato tradicional com um toque gourmet. De tirar o fôlego!
Arroz Carreteiro à moda da casa Ingredientes Arroz 125g Carne de Sol 125g Banana da terra 150g Linguiça calabresa 50g Castanha de caju picada 30g (2 colheres de sopa) Cheiro verde picado 20g (2 colheres de sopa) Alho 10g (2 dentes) Óleo 1 litro (para fritar a banana) 10 ml de suco de laranja Obs.: O arroz é feito com o próprio óleo da carne.
MODO DE PREPARO Corte a carne de sol em cubos pequenos e lave em água abundante. Em uma panela refogue a carne até dourar, após dourar, colocar o alho, fritar mais um pouco e colocar o suco de laranja, em seguida colocar o arroz, fritar novamente. Reserve. Leve o arroz carreteiro ao fogo, coloque água fervente e deixe cozinhar em fogo alto, quando começar a secar abaixe o fogo. Quando o arroz estiver ao dente, o carreteiro estará pronto. Reserve. Corte a calabresa bem fininha e frite na sua própria gordura. Reserve. Corte as bananas em cubos e frite em óleo quente. Reserve. Dê uma leve socada nas castanhas. Reserve. Junte ao arroz carreteiro a calabresa, as bananas e castanhas. Finalize com o cheiro verde.
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A GENTE EM CASA ∆
CONTEMPORÂNEA Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede
Inspirada na arquitetura de lofts, com pé-direito duplo e uma decoração bem contemporânea, a casa abriga um jovem casal.
Feita para receber, o espaço é todo interligado, com varanda gourmet e home theater. “Nos mudamos há cinco meses, e quando planejamos a casa queríamos um lugar que fosse para receber, gostamos de ter nossos amigos sempre por perto”, conta a proprietária.
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Na hora de escolher as cores, o casal priorizou os tons claros. “A casa tem muito branco e tons de nude. Gosto de decoração contemporânea que não enjoa, e fica bem mais fácil de decorar com peças coloridas. Sempre que quisermos dar uma mudada, podemos trocar almofadas e outros objetos”, conta ela.
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A modernidade é vista nos detalhes. No quarto, o casal optou por construir dois banheiros, um pra ele e um pra ela. “Fizemos dois banheiros para que a gente pudesse ter mais privacidade. Que mulher que não gosta de ter um banheiro só pra ela?”, brinca. E como uma boa apreciadora de moda, o closet, segundo a dona, é maior que o quarto. “Eu amo roupa. Queria um espaço bem grande para deixar tudo organizado”, comenta. A arquitetura é assinada por Paulo Delmondes e a decoração, que ainda está em andamento, é de Annelise Giordano. ∆
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achados de casa ∆
O canto deles Por | Priscilla Marques Foto | Lucas Possiede
A escolha de cores garante a sobriedade e equilíbrio necessários para um espaço masculino em casa. Além de tudo que for essencial, a mesa de um escritório pode ter peças relacionadas a algum hobby ou profissão. Isso imprime personalidade. Ótima sugestão de presente para o dia dos pais.
Lupa Fornari R$ 108,90; Porta lápis Fornari R$ 56,90; Livro caixa madeira g Fornari R$ 67,90; Livro caixa madeira p Fornari R$ 49,90; Caixa de madeira colorida Fornari R$ 138,90; Prato redondo prata Fornari R$ 62,90; Relógio Fornari R$ 97,90; Caderneta p e m Casa Tua R$36 e R$ 52; Caneta Roller Aurora p/ Inel Classic - preço sob consulta.
Priscilla Marques é especialista na arte de receber, decorações de festas e autora do blog Anfitriã: www.anfitria.com.br
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ATUALIDADE ∆
Das gavetas da sua oficina, ele exibe o marfim de mamute, o bico de marlim azul e a canela de girafa que servirĂŁo de cabos para futuras obras primas em forma de faca.
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Cutelaria Custom a arte de transformar aço em artigo de luxo
Texto | Juliana Comparin Foto | Lucas Possiede
Mãos ásperas revelam o que doze anos de trabalho artesanal com aço e fogo são capazes de fazer. Verdadeiras obras de arte cortantes saem da oficina do cuteleiro Alex Rocha para estantes exibicionistas e para a lida diária do homem do campo. Clientes internacionais, facas que chegam a custar milhares de reais e a criação de um aço cuja composição ele guarda a sete chaves.
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Ainda era começo da manhã quando a equipe de reportagem cruzava com um cliente de encomenda nos braços deixando o local da entrevista. Portão adentro, uma oficina caprichosamente arrumada para receber visita estava à nossa espera, assim como um artesão bom de papo e com um trabalho primoroso para mostrar. Foi nesse cenário que conhecemos a história de Alex Rocha, um cuteleiro de mão cheia orgulhoso em levantar o nome da arte de fabricar instrumentos de corte. A. Rocha, como gosta de ser chamado, confecciona facas personalizadas para colecionadores e para usuários da ferramenta no dia a dia, na maioria pantaneiros. Seu trabalho envolve todas as etapas da fabricação do instrumento, desde a forja da lâmina, que é o ato de moldar o aço com martelo e fogo, os tratamentos térmicos e o desbaste até a customização do cabo da faca. A infinidade de combinações de técnicas e materiais que a cutelaria permite para compor a faca dos sonhos do proprietário é o que torna o fruto dessa arte tão único. “Você nunca vai ver uma faca idêntica à outra. A missão do cuteleiro é justamente fazer um produto criado exclusivamente para aquela pessoa, com a finalidade e a aparência que ela deseja e, inclusive, com encaixe perfeito para o formato da sua mão”. Para atender a exigente clientela de colecionadores, Alex investe em matéria-prima exótica. Das gavetas da sua oficina, ele exibe o marfim de mamute, o bico de marlim azul e a canela de girafa que servirão de cabos para futuras obras primas em forma de faca. Já a preferência dos usuários das facas funcionais é pela madeira, como as regionais jacarandá, bálsamo e louro-preto e as importadas maple e buckeye. A funcionalidade fica à altura da beleza. Tanto que clientes que fazem uso da ferramenta na lida diária podem usufruir da qualidade do aço que o cuteleiro desenvolveu em seis anos de experimentos, cuja composição não revela para ninguém.
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Sua criação reúne em uma só faca a dureza para cortar materiais resistentes, como madeira de aroeira, e uma lâmina afiada, que ele coloca à prova com irreverência nos pelos do braço. A persistência em buscar excelência na forja levou Alex a conquistar seu espaço na cutelaria, mas é o tratamento diferenciado que ele dá aos clientes, o grande agregador de valor da sua marca. "Meus clientes viram meus amigos. Você tem que conhecer a realidade da pessoa para fazer um produto que ela tenha prazer em usar. Eu aprendi que na cutelaria você tem que trabalhar dessa forma", conta. Com cinco cursos profissionais na carreira, Alex não pensa em parar de se aprimorar. Ele, que já não consegue suprir a demanda que tem, começa a pensar nas próximas mãos parceiras que o ajudarão a expandir o negócio. ∆
Renato Rondon
EDITOR CONVIDADO ∆
Imagens de cinema Texto | Júlia de Miranda Fotos | Divulgação
Inquieto por natureza e sempre a fim de cair na estrada, o produtor Renato Rondon escolheu estudar cinema com a ideia de conhecer novos lugares pelo mundo. Nascido em CG, ficou por aqui até os 15 anos, quando mudou-se pra SP. Em seguida fez faculdade de cinema no RJ e depois morou em Londres e Munique. E não para por aí... A base hoje em dia é em São Paulo, mas devido aos longa-metragens, dos quais é diretor de produção, viaja muito e passa muitos meses fora. 82 | AGOSTO 2014
Nos últimos seis anos já passou uma temporada no Pará, Amazonas, Fernando de Noronha, Bahia. Em 2008, ficou um tempo em CG para rodar o longa de Marco Ricca: "Cabeça a Prêmio". "Trabalhei em muitos projetos, alguns que ainda serão lançados este ano como o ‘Sangue Azul’ de Lírio Ferreira, mas os de maior relevância foram: ‘Bruna Surfistinha’, ‘Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios’, de Beto Brant, e recentemente ainda em cartaz: ‘Os homens são de marte e é para lá que eu vou’, ‘Amazônia’ e ‘Hoje eu quero voltar sozinho’". Em agosto, enquanto esta revista está nas bancas, Renato encontra-se em Petrolina (PE) onde roda o longa "Língua Seca", que terá como protagonistas Cauã Reymond e Sophie Charllote. Demais, né? Por isso resolvemos convidá-lo para ser o nosso Editor Convidado de agosto, e em uma rápida passagem por CG, onde sua família mora até hoje, o produtor nos deu dicas muito legais de cidades que fazem uma conexão direta com as suas produções na telona. Boa viagem!
Berlim: Minha cidade predileta no mundo, onde existe o festival de cinema mais completo e bacana que conheço: A Berlinale. Durante ele quase todos os cinemas da cidade têm filmes do festival e a cidade realmente comparece. O meu favorito é o Kino Internacional, que possui a arquitetura da antiga DDR e é muito charmoso. Agora no verão, o legal em Berlin são os Freiluftkinos (cinemas ao ar livre). Quem estiver indo pra lá não deixe de ir ao Freiluftkino Cassiopeia, e ao Friderichhain, ambos com programações diversas e na língua original do filme (uma raridade na Alemanha, onde a maioria dos filmes são dublados). Aproveite para tomar cerveja e comer bratwurst!
Fernando de Noronha: Fazer um filme por lá foi a experiência mais difícil da minha carreira até agora, uma logística muito difícil. Porém a equipe passou muito bem: tivemos o melhor catering do mundo, que era do Restaurante do Zé Maria, imperdível o folclórico festival que ele faz por lá, onde ele mesmo explica os pratos. Nos quatro meses em que morei na ilha, não enjoei de comer no Zé Maria! Outro lugar em Noronha que virou "nosso" era o Bar do Meio, onde rodamos várias cenas do longa "Sangue Azul" e também assistimos ao por-do-sol muitas vezes – o bar tem a geografia privilegiada por estar entre a praia da Conceição e praia do Cachorro. Claro que no forró do Bar do Cachorro sempre batíamos ponto.
Pará: Em Santarém rodamos o longa "Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios". Os atletas da equipe corriam na orla de Santarém que é muito agradável, e depois tomavam sorvete de açaí na Sorveteria Nido, a melhor da cidade! Mantendo nossa tradição de bons caterings nos filmes, o nosso foi do Restaurante Nossa Casa, um lugar delicioso com os melhores pratos da região. A 30 minutos de Santarém está Alter do Chão, onde passávamos nossas folgas e tomamos muito banho de rio. Um dos lugares mais bonitos que já fui na minha vida, com o Rio Tapajós bem na frente. Passeio imperdível: alugar um barquinho e ir ver por do sol na Ponta do Cururu.
Manaus: A cidade de Manaus não é a minha favorita, mas é a porta de entrada para o rio mais bonito e cinematográfico da Amazônia: o Rio Negro. Na cidade o meu restaurante favorito é o Banzeiro, mas o que gosto mesmo de fazer é ir de barco rio acima até as Anavilhanas - o maior arquipélago fluvial do mundo. Um lugar legal de se hospedar é o Anavilhanas Lodge, perto das ilhas e dos botos, onde se pode comer bem e dormir super confortavelmente.
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CADERNO DE VIAGEM ∆
Budapeste. Nossa última parada.
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Texto e fotos | Thais Pompêo
Saímos de Viena rumo à Budapeste de trem, muito embora a maneira mais digna do romantismo do leste seja de barco pelo Danúbio. Não sabíamos sobre o trajeto de barco, mas sabíamos da beleza do rio, assim como das famosas termas. Descemos da estação em uma cidade imponente, banhada por uma luz clara de início de primavera, com um sol quente que nos fez abandonar os casacos.
A verdade é que não sabíamos muito bem o que esperar dela: amarelada como descreveu Chico Buarque no livro que leva seu nome? Mal-humorada como os tchecos de Praga? Ou sofrida como mostraram os noticiários assim que a cortina de ferro caiu? Nos poucos dias que passamos por lá, pudemos perceber que após 25 anos do fim da ditadura socialista a cidade está gozando a liberdade no vale do Danúbio.
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Mortos de fome, nossa primeira parada foi um pequeno restaurante em uma ruazinha paralela à Vaci utca, no centro de Peste – porque no passado Buda e Peste foram duas cidades, hoje apenas duas regiões separadas pelo rio e unidas por mais de dez pontes. O simpático local pertencia a um italiano que trocara a Itália pela Hungria depois de se apaixonar por uma budapestense. Roberto, o italiano, era duro com os chefs na cozinha e amável conosco: nos deu de comer o dobro do que havíamos pedido por pura cortesia. “Por conta da casa”, dizia. A comida, impecável, o que elevou, e muito, nosso padrão de tiramissú. Do nosso lado, dois homens húngaros muitos finos e com uma cara muito boa pareciam conversar sobre negócios. Parecia, porque no emaranhado de consoantes da língua húngara, nada, nem um pronome, soa familiar. Comiam escargot de entrada e um enorme e suculento filet como prato principal. Do outro lado do restaurante, onde cabiam no máximo 10 pessoas, um homem de meia idade vestido com uma roupa toda prata (tipo clubber do início dos anos 2000) e uma cara amassada de ressaca me fez pensar que provavelmente era um artista importante da região, tamanha excentricidade. Foi nesse restaurante italiano bem húngaro que provamos o aroma mais marcante de nossa visita ao país: o Tokaji, um vinho de sobremesa tradicional da Hungria, “o rei dos vinhos” como se diz por lá, com uvas que só dão na região, doce, perfumado, aromático. Pura luxúria – servido como cortesia. Há pelo menos dez dias no regime nutricional da Europa Central, o que inclui basicamente muito porco, chouriço, embutidos, batata, pão e dumplings (uma espécie de massa esponjosa, que está para os europeus dessa região assim como o arroz branco está para os brasileiros), estávamos querendo (ou precisando) dar uma desintoxicada. Por isso, acabamos não provando o tempero nacional: a páprica. Húngaros são loucos por ela.
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Descendo a Vaci utca chega-se ao Mercado Central, onde se encontram todas essas delícias juntas e por bons preços. Lá reencontrei o Tokaji e me apeguei a ele logo na entrada do mercado, enquanto meu parceiro, à cerveja tcheca, da qual não me lembro o nome. Andando curiosa, entre uma barraca e outra com minha pequena taça à mão, um rapaz local, que vendia quebra-cabeças de madeira para crianças, quis adivinhar: “Tokaji número 4?”, “Não, número 5”, respondi. A numeração do vinho vai de 3 a 6, quanto maior o número, mais doce, mais antigo e mais valioso. E foi esse expert em Tokaji quem me disse onde no Mercado se vendia o bendito vinho pelo melhor preço. Ao garantir meu estoque, uma pausa à beira do Danúbio. Com a ajuda do vinho as colinas de Buda ficaram ainda mais interessantes. Sair do centro de Peste e chegar às margens do Danúbio é mais ou menos como sair do aperto de ruas e pessoas em Ipanema, chegar à beira da praia e ter o Morro Dois Irmãos como presente na paisagem. Aliás, dizem que Budapeste é a mais carioca das cidades do leste: as colinas de Buda e suas águas quentinhas fazem dela um dos maiores SPAs urbanos do mundo, título atribuído oficialmente desde 1934.
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Próximo dia, e o seguinte, foram dedicados aos tais famosos banhos termais. No primeiro, fomos às piscinas do luxuoso, e meio decadente, Hotel e Termas Gellért. Construído em 1918, em estilo Art Nouveau, teve a primeira piscina com ondas artificiais do mundo. Divertido. Mas foram as Termas Széchenyi, um dos maiores complexos de banho da Europa, que realmente agradaram. Turistas e locais dividem dezenas de piscinas e saunas para banho e tratamento. Em Budapeste banhos termais e massagens são coisa séria e estão incluídos no plano de saúde pública. Pra quem estava há 28 dias na estrada, conhecer as pérolas à beira do Danúbio de barco soou genial. Embarcamos na proa de um barco para um passeio que durou cerca de uma hora no por-do-sol. Emocionante quando a luz amarelada iluminou as pontas góticas do monumental Parlamento, a grandiosidade do Castelo de Buda, a Ponte das Correntes, a igreja de São Matias e os telhados graciosos e típicos de cerâmica colorida – uma herança do movimento sessessionista de Viena. De nome engraçado, o New York Café é uma das grandes relíquias de Budapeste. Com teto ricamente decorado com afrescos, anjos e querubins, seu rococó esconde uma história romântica: antes de se tornar NY Café era um ponto de escritores pobres. E então veio a opulência da corte Austro-Húngara, com direito a uma adorada e famosa princesa: Sissi. Seu favorito Café na cidade, o Gerbeaud, vale uma parada para provar seus delicados, porém inflacionados, chocolates. Uma viagem ao esplendor da velha Europa Central. ∆
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ids Texto | Ana Laura Azevedo
De marcas sociais depreciativas a ícones da diversão familiar – esta é a estrada da tatuagem. Antes vistas como vilãs e agora aceitas como forma de expressão pessoal, elas entraram até mesmo no menu das brincadeiras infantis. Tá, mentira, antigamente existiam as tatuagens de chiclete, meio toscas e sem contexto. Esquece isso, o conceito mudou. A arte das tatuagens temporárias também evoluiu. O mote é reunir a família toda para brincar. A americana Tattly é a cabeça desta febre. Preferida entre mamães por sua qualidade e diversidade de desenhos, a marca foi criada especialmente para crianças e é especializada em design fofinho. Vai lá! http://tattly.com Ainda na onda do design fofinho, a Le Petit Pirate vende cartelas com desenhos bem coloridos e frases em português. Apesar do nome francês a marca é brazuca, colocando as temáticas dentro do nosso calendário folclórico. https://www.lepetitpirate.com Já para a paulista Tatuu o importante é agradar crianças de oito a oitenta anos. A arte dos desenhos tem uma abordagem mais forte. Muito bom para as crianças maiorzinhas e mais questionadoras. https://www.tatuu.com.br Para as crianças que gostam de ser mais contundentes, ou as mamães que gostam de ir além na educação sobre manifestações populares, a espanhola Streettoo é focada, principalmente, no grafite. http://www.streettoo.com Lembrete: Fique sempre atento à qualidade do material usado nas tatuagens temporárias. Siga sempre as instruções de uso corretamente e hidrate a pele do seu filho com frequência.
90 | AGOSTO 2014
Quem é que não assiste a nenhuma seriezinha? Desde as séries da infância na Nicklodeon até ao boom das que são frisson hoje em dia entre os adultos, sempre tem um gênero que encanta. Por muitos anos, no Brasil, os seriados americanos eram transmitidos desordenadamente e isso provocou um grande atraso... Após a internet e o aumento da demanda, o panorama mudou. Com as temporadas recomeçando este mês, a gente separou algumas dicas para você não dar nenhuma “gafe” entre os colegas:
Texto | Ana Laura Azevedo
TEMPORADA ABERTA
Quem é quem: Season (temporada): Conjunto de episódios de uma série no ano. Entre 20 e 26 episódios para a TV aberta e de 10 a 12 para TV a Cabo. Fall Season: É quando as maiores séries voltam a ser exibidas nos EUA, pós-verão, quando todos já estão em casa (o que vai acontecer em agosto). Mid Season: É a baixa temporada, quando as principais séries já exibiram seu episódio no final do ano. Então, eles veiculam estreias e episódios piloto, um período onde as novidades testam sua popularidade. Se não bombar nesta estação a série não tem continuação. Sobre os termos mais famosos: Piloto: O primeiro episódio de uma série para as exibições de teste.
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Series Premiere: É o início de uma série. Basicamente a exibição da versão final do piloto. Season Premiere: Todo episódio inicial de uma temporada será chamado assim. Sobre ele crescem especulações e uma grande expectativa. Season Finale: O último episódio de uma temporada de um seriado que será continuado. Geralmente põe fim à história do ano e abre as possibilidades para a próxima temporada. Series Finale: O episódio final de uma série. Que encerra sua existência. Outros pontos: Spin-Off: É uma série que deriva de outra. Um personagem sai de cena para ganhar sua própria série. Spoiler: É quando divulgam informações sobre os episódios. Normalmente, quem não viu os episódios não quer ler.
AGENDA ∆
CAMPO GRANDE Música 06 de agosto Duo Assad Segundo o jornal americano The Washington Post, “o melhor duo de violões que já existiu, talvez em toda a história… Nenhuma antecipação poderia preparar para a impressionante flexibilidade e completa unanimidade dos irmãos brasileiros”. Às 20h, no Teatro Aracy Balabanian.
9 de agosto Dead Fish A banda capixaba Dead Fish toca seu hardcore melódico em CG em um show comemorativo de 10 anos do cd “Zero e Um”. No Hangar às 22h. 23 de agosto Bee Gees Alive A primeira banda brasileira a interpretar e divulgar a obra dos Bee Gees com uma performance impecável. A qualidade do trabalho, e a incrível semelhança das vozes de seus integrantes com as dos irmãos Gibb, fizeram com que os Bee Gees Alive fossem aclamados em 2003 pela crítica especializada internacional, como uma das três melhores Bandas tributo aos Bee Gees em todo o mundo. Às 21h, no Palácio Popular da Cultura. Artes plásticas De 13/08 a 12/10 3ª Temporada de Exposições do MARCO. Mostras: Vânia Pereira (MS) – Gravuras; Abílio Escalante (Bolívia) – Pinturas; Hermano Luz (SP) – Pinturas; Laerte Ramos (SP) – Instalação. Cinema 11 a 15 de agosto CineMIS Mostra Cinema Boliviano
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Em agosto o CineMIS se dedica a exibições de produções premiadas e contemporâneas bolivianas. No MIS, sempre às 19h. Entrada gratuita. Programação: 11 de agosto - “A Avó Grilo: O mito da dona da água. 12 de agosto – Conflito das Águas. Prêmios: Treze indicações ao Goya (importante prêmio Espanhol) e ganhou em três categorias: Melhor Trilha Sonora, Direção de Produção, e Ator Coadjuvante. 13 de agosto – Cemitério dos Elefantes. 14 de agosto – Zona Sur. 15 de agosto – Por que o McDonald's quebrou na Bolívia.
Teatro De 27 de agosto a 07 de setembro Bienal de Teatro A “III Bienal de Teatro em MS” acontece entre os dias 27 de agosto a 07 de setembro com o tema “Arte contemporânea e suas (des)conexões”. O mega evento traz para o MS a peça O Livro, com Eduardo Moscovis, e Tríptico Beckett, com Nathália Timberg, entre muitas outras. 10 de agosto Leo Lins apresenta o stand-up comedy Piadas Secretas. Carioca de 26 anos, Leo Lins é integrante do Comédia em Pé, primeiro grupo do gênereo no Brasil. Está diariamente no programa The Noite, apresentado por Danilo Gentili, no SBT. No Teatro Glauce Rocha às 20h. Feiras, exposições e festivais 2 de agosto a 14 de setembro Casa Cor MS Mostra de arquitetura, decoração e paisagismo. A revista A Gente está participando no espaço Sala de Leitura. Na ala nova do Hospital do
Câncer, rua Marechal Cândido Mariano Rondon, 1053, Centro. Das 16h às 22h.
7 a 17 de agosto Centenário da NOB, da imigração japonesa e Festival do Sobá A região do Armazém Cultural/Feira Central estará em festa para a celebração do centenário da NOB e da imigração japonesa (veja entrevista Especial e matéria sobre o sobá). As atividades começam com o Festival do Sobá (7 a 10 de agosto); dia 11 e 12 tem roda de conversa entre antigos ferroviários e com o IPHAN; de 15 a 17, finalizando as comemorações, exposição de orquídeas no armazém cultural. Para a programação completa acesse: www.feiracentralcg.com.br De 8 a 17 de agosto Aldeia Sesc Terena de Artes Evento que busca difundir a cultura brasileira e o talento da produção local nas mais diversas linguagens. Com Exposição Folclore de Patrícia Helney, na Galeria de Artes e a Exposição Literária com obras de Millor Fernandes, no Espaço Literário. E ainda, peças que circulam pelo projeto Palco Giratório: Gaiola de Moscas (Grupo Peleja, PE); Cegos (Cia. Desvio Coletivo, SP); Viúva porém Honesta (Grupo Magiluth, PE); além de dois textos de Plínio Marcos montados por duas cias da cidade: O Bote da Loba (Mercado Cênico) e Navalha na Carne (Cia do Mato). A programação completa você encontra no site do Sesc MS.
SOBÁ ∆
Um século de imigração japonesa, um século de sobá!
Ah o sobá! Quem é que nunca se rendeu ao bom cheiro e ao delicioso sabor de um sobá? A especialidade japonesa ganhou não só o paladar dos sul-mato-grossenses, como também os nossos corações. Um prato tradicional da ilha de Okinawa, do outro lado do mundo, hoje é um dos sabores mais marcantes da cidade. E você faz ideia de há quanto tempo se come sobá em terras guaranis? Há exatamente um século. Sim, eles estão em festa! Os primeiros japoneses que habitaram a W chegaram junto com a estrada de ferro Noroeste do Brasil em 1914 em Campo Grande. Nilton Kiyoshi Shirato, presidente da associação Okinawa de CG, conta que durante as primeiras décadas da imigração na cidade, o sobá era uma comida caseira e, por ser muito trabalhoso, era feito somente em ocasiões especiais. Quando começou a ser comercializado, era vendido apenas entre os japoneses.
Texto | Thais Pompêo e Tatyane Cance FotoS | Reproduçaõ
Massao Arakake e dona Mitsuo, 33 anos na Feira Central
Com a chegada da feira, que era em grande maioria composta por imigrantes que vendiam suas verduras frescas e bonitas, o sobá também marcou presença, mas continuou sendo vendido exclusivamente para os feirantes nipônicos. “Entrávamos atrás de uma cortina para comer o sobá, porque japonês é tudo tímido, né? E como a gente comia e fazia barulho não gostávamos que ninguém nos visse nessa hora”, conta Nilton. Ainda bem que um belo dia um ocidental curioso quis provar e, pronto, caiu na boca do povo. Uma curiosidade: foram os japoneses, sempre à frente da alimentação saudável, os responsáveis pelo início da comercialização de legumes e verduras aos (então) mato-grossenses. “Para emplacar seus produtos vindos direto da horta, um japonês resolveu ir de porta em porta ensinando seus possíveis clientes a preparar e cozinhar os vegetais, já que por aqui não era costume”, explica Nilton. Bacana, né? Para o centenário, a programação do tradicional Festival do Sobá (7 a 10 de agosto) vai acontecer junto com as comemorações do Centenário da Ferrovia (7 a 17, no Armazém Cultural). Dia 13 uma delegação de prefeitos, deputados, vereadores e empresários vindos diretamente do Japão para as comemorações jantarão sobá na feira. E ainda: exposição de Bonsai, exposição e oficina de origami e de Ikebana. ∆
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MÚSICA ∆
A Cidade Morena nos versos de Cartola Texto | Júlia de Miranda Foto | Reproduçaõ
Angenor de Oliveira é considerado um dos maiores compositores que já passaram por essas terras. Não tem exagero não. O carioca escreveu músicas de peso como “O sol nascerá”, “O mundo é um moinho”, “As rosas não falam” entre outras preciosidades. Sim, estamos falando do Cartola. Na década de 60, o sambista presenteou Campo Grande com uma canção em homenagem à Capital. Duvida? Ao ler o livro “Cartolas – Os tempos idos”, o engenheiro elétrico e pesquisador Celso Higa se deparou com um trecho que falava sobre a vinda de Cartola e mais 15 componentes da Escola de Samba Mangueira para participar da comemoração dos 63 anos do aniversário da cidade e inauguração da praça do Rádio em 26 de agosto de 1962. Garimpou por sete anos até tirar essa história a limpo. Um dos fatos interessantes é que a escola não cobrou cachê. Os integrantes da Estação Primeira vieram para divulgar sua tradição e por estarem empolgados com a primeira viagem que fariam de avião. Além de poderem conhecer uma região que era muito distante - o então Mato Grosso. “Zica, viúva do Cartola, me contou que o prefeito foi recebê-los no aeroporto, para entregar a chave da cidade. Ela disse também que foi a primeira vez que ela viu japonês na vida, ao vivo e em cores. A música ‘Cidade Morena’ só não foi mais divulgada pelo estigma causado pela renúncia de Jânio, que era lembrado na homenagem”, contou Celso. A música veio num compacto simples de vinil, tendo de um lado a música “Fiz por você o que pude” (homenagem à Mangueira) e do outro “Cidade Morena”, de Nuno Veloso e Cartola. O disco ficou tocando sem parar, na rádio da cidade, nos três dias em que a Mangueira passou por aqui. Em vida, Cartola homenageou apenas duas cidades: Brasília e Campo Grande. Um presentão que não deveria ser esquecido da nossa história. Agradecemos ao mestre. ∆
“CIDADE MORENA” (Nuno Veloso e Cartola) “És Cidade Morena, muito embora pequena, de valor tradicional. Do Oeste és a fronteira, modesta e bem brasileira, graciosa e sem rival. Berço nobre de um presidente, a quem felizmente, dá-se o seu valor. Campo Grande, és o progresso, prá quem de coração peço um futuro promissor”.
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Marisa de Sena Nachif comicsanscancer.com/artist
NOSSA EDITORA DE ARTE GANHA PRÊMIO EM LONDRES A designer gráfica e diretora de arte Marisa de Sena Nachif, editora de arte da revista A Gente, acaba de conquistar um prêmio disputado em Londres por 500 artistas gráficos e estúdios de 34 países: foi a única designer brasileira a ter um trabalho selecionado no evento internacional inglês Comic Sans for Cancer, que destina sua renda à instituição de pesquisa Cancer Research UK. O poster criado por Marisa vai ganhar exposição em agosto na galeria londrina The Proud Archivist, integrando a coleção que será comercializada em apoio à pesquisa oncológica. Marisa é responsável pelo nosso projeto gráfico e voltou a morar em Campo Grande há poucos anos, depois de atuar em São Paulo e na Europa, onde seu trabalho na agência de propaganda McCann Erickson já havia sido premiado. O Comic Sans for Cancer tem curadoria do graphic designer britânico Chris Flack, e seu tema inspirase no 20º aniversário da célebre fonte tipográfica Comic Sans, criada pelo norte-americano Vincent Connare.
www.justgiving.com/ComicSansCancer
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Pra onde A Gente olha Pessoas estão sempre olhando pra algum lugar, e nesse ímpeto vão mudando atitudes, mudando a história, mudando o mundo. Uma nova lei, um bloco de carnaval, um casal num veleiro, um cineasta, uma ONG, um sabor, jazz. Com olhos curiosos, observamos a vida e publicamos seus trechos mais inspiradores, histórias que influenciam de alguma forma a vida da gente. E uma vez impressa, essa história voa... Aqui, elas fazem o caminho contrário: saem da revista pra tomar corpo e forma no espaço. Convidamos você a explorar cada detalhe, cada objeto, porque em cada um deles habita uma bela história. Venha conhecer o Espaço Revista A Gente na Casa Cor MS. R. Doutor Zerbine, 37 Chácara Cachoeira Campo Grande | MS 67 3322 7400 www.revistaagente.com.br comercial@revistaagente.com.br
ATUALIDADE ∆
“Você tem sede de quê?” Todos sabemos que somos feitos de água, que ela cobre 70% da Terra e que é preciso economizá-la porque, algum dia, vai faltar. Mas o que sabemos sobre a qualidade da nossa água? Na verdade, quase nada. Texto | Ana Laura Azevedo
A água é uma substância química composta de hidrogênio e oxigênio, essencial para todas as formas conhecidas de vida na Terra. Mas não é só isso. Quando estamos falamos da qualidade da água que consumimos o assunto se amplifica. Para identificá-la são determinados alguns parâmetros como características físicas, químicas e biológicas. Estes são os indicadores que classificam se o líquido está próprio para o consumo, e que tipo de consumo. No Brasil, estima-se que 70% da água seja de boa qualidade, entretanto, devido à falta de tratamento após o uso, os níveis de poluição das fontes estão aumentando e atingindo níveis alarmantes. A Agência Nacional de Águas (ANA) lançou em março deste ano a Rede Nacional de Monitoramento de Qualidade das Águas (RNQA), que vai padronizar e disponibilizar informações sobre a qualidade deste precioso líquido. A população pode acompanhar de perto esta questão e cobrar melhor gestão dos nossos recursos hídricos. “Estamos fazendo um esforço junto aos estados, fornecendo capacitação e recursos materiais, como barcos, automóveis e sistemas de operação, de tal maneira que os estados possam também avançar na gestão da qualidade das águas, para que possamos oferecer segurança hídrica a todos os brasileiros”, disse o diretor presidente da ANA, Vicente Andreu Guillo, conforme divulgado pela Empresa Brasileira de Comunicação.
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Os dois fatores reguladores utilizados no país são: Índice de Qualidade de Água (IQA) e a Contaminação por Tóxicos. No cálculo do IQA são considerados os níveis de: oxigênio dissolvido, coliformes fecais, Ph, nitratos, fosfatos, temperatura da água, turbidez e sólidos totais. Enquanto a contaminação enumera as substâncias que envenenam os seres vivos, como por exemplo a amônia. Em Campo Grande, a empresa responsável pelo fornecimento garante que diariamente são realizadas medições para conferir a situação da água disponível nos nossos sistemas. Além disso, se respalda no fato de atualizar anualmente o ISO 9001, selo de qualidade empresarial que garante fiscalizar até mesmo o relacionamento da empresa com o meio ambiente. E mais, relatórios mensais podem ser acessados por qualquer cidadão. Existe uma relação entre o acesso à água potável e o desenvolvimento das regiões, e a notícia boa é que o alcance à água potável tem melhorado em todo o mundo. No entanto, alguns pesquisadores estimam que, em 2025, mais de metade da população mundial sofrerá com a falta de água potável. A água desempenha um papel importante na economia mundial, porque é essencial para nossa vida. Portanto, é hora de nos preocupamos mais com ela. ∆
ATUALIDADE ∆
Segredos indizíveis
Enquanto trabalhava no Mc Donalds, Tom teve um insight. Notou que gastar rios de dinheiro em marketing sem conseguir um retorno real em vendas é muito errado. Logo, visualizou soluções, mas para por em prática um conhecimento tão controverso precisou ser ousado. Começou a aplicar suas ideias de marketing de vizinhança e “branding” entre quatro paredes, explodindo a lucratividade das empresas por onde passou. Em seguida passou a trabalhar com o conceito de verdade para promover vendas, desmascarando programas de marketing furados e provando que a sinceridade com o cliente é eficaz. Texto | Ana Laura Azevedo Foto | Divulgação
Quem falaria mal das superproduções publicitárias que veiculam no intervalo do Superbowl? Tom Feltensteins! Ele é famoso por dizer verdades inconvenientes e isso fez dele o consultor de franquias mais requisitado do mundo. Tom vem à Capital no dia 20 de agosto pela Escola dos Vendedores, para contar suas simples verdades aos empresários. O que ele tem pra falar você vai querer ouvir! 104 | AGOSTO 2014
Depois de 38 anos na primeira linha do marketing de grandes empresas, hoje é CEO da Power Marketing Academy, além de consultor de uma lista de marcas renomadas. Tom aposta na qualidade do produto somada à verdade da sua promoção, onde o diferencial é o resultado do marketing boca a boca. Parece antigo? “Se tudo estiver alinhado, a qualidade da propaganda cara a cara é muito mais efetiva que um comercial de Superbowl, se estivermos falando de aumento de vendas reais”, explica Tom. No futuro da propaganda, ele prevê que tudo será localizado e promovido por nichos; e o elo emocional das pessoas com os serviços será cada vez mais importante. Com Tom não existem meias verdades. Aclamado por ter uma sabedoria incomum, a simplicidade e pontualidade das coisas que ele diz são mesmo impressionantes. ∆
TRIFACE
ZOOM Para celebrar os 12 anos da Equilibbrium, lançamos uma campanha cujo ápice vai acontecer durante o mês de agosto, data da celebração do aniversário. Optamos pela comunicação da Zoom por sua efetividade localizada. O triface é uma mídia que comunica de maneira rápida, porém, contínua para o público transeunte. Acertamos! Ficou excelente o posicionamento nas proximidades do nosso espaço e a comunicação visual integrada às nossas: filosofia e marca. Agência: BW3 | Cliente: Equilibbriun Sandra Cristina da Silva Tonini | Diretora EQUILIBBRIUM – Centro de Construção do Ser
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no mercado OUTDOOR
Neste mês de agosto o Tiboni completa 7 anos e a escolha do outdoor como uma das nossas principais mídias tem sido muito importante. O outdoor gera impacto e reforço da mensagem de uma forma direta e muito abrangente. A Zoom é uma grande parceira com placas bem localizadas.
"A Zoom é uma empresa consolidada na área de marketing e propaganda e possui excelentes ferramentas que facilitam a divulgação e a visibilidade do nosso negócio. Escolhemos a mídia de placas de esquina pois possibilita fixação de marca e direcionamento ao estabelecimento com ótimo custo-benefício. " Cliente: Subway Guilherme Furquim Jr e Adriana dos S. Ribeiro | Proprietarios
PLACA DE ESQUINA
Cliente: Tiboni Eduardo Warde | Proprietário
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PERFIL ∆
Luiz Carlos Mossin Texto | Juliana Comparin Foto | Lucas Possiede
O empresário deixou São Paulo em 1989 para apostar na expansão da empresa familiar LM Vidros e Cristais Temperados em Campo Grande. Hoje, comemora 40 anos de mercado e é representante exclusivo da marca Blindex em Mato Grosso do Sul. Luiz Carlos Mossin é um dos cinco filhos de Luiz Mossin. Além dele, dois de seus irmãos também carregam Luiz no nome. A tradição curiosa parece ter transmitido para a nova geração o amor pela profissão de vidraceiro. O interesse familiar virou negócio e, como não poderia ser diferente, a LM Vidros e Cristais Temperados foi fundada levando as iniciais do patriarca.
e em SP. No nosso Estado, a LM tornou-se franqueada exclusiva da marca. “É uma responsabilidade muito grande levar o nome Blindex adiante, mas assim como ela nós também prezamos pela excelência na qualidade e por isso a parceria deu tão certo”, conclui.
“A LM Vidros nasceu em 9 de agosto de 1974 na capital do estado de São Paulo”, lembra precisamente Luiz Carlos, diretor financeiro da empresa. “Abrimos em seguida uma filial no Guarujá e, desde então, o negócio não parou de crescer. Em 1989, enfim, trouxemos a LM Vidros para Campo Grande movidos pela qualidade de vida da cidade e pela perspectiva de crescimento local".
O investimento em novas tecnologias e certificações, entre elas Inmetro e ISO 9001, só ampliou o leque de produtos fabricados pela empresa. “Hoje o cliente especifica o que precisa e nós temos tudo para suprir a necessidade dele”, diz. Além dos temperados, centenas de outros tipos de vidros podem ser fabricados no parque industrial de 12 mil m² localizado na saída para São Paulo, como laminados diversos, serigrafados, termo-acústicos, auto-limpantes e vidros de controle solar.
O primeiro desafio da família Mossin em Campo Grande chegou logo cedo com a preferência da clientela pelos vidros Blindex, marca referência do setor no Brasil. “Todo mundo exigia Blindex”, conta Luiz Carlos. Com seriedade e muito trabalho, a LM Vidros conquistou aos poucos o mercado local e, diante de um comércio aquecido, o prazo de entrega curto das encomendas passou a ser seu diferencial.
Com capacidade diária para fabricar 1000 m2 de vidros temperados e 800 m2 de vidros laminados, a LM emprega hoje 130 funcionários diretos e mantém rígida a disciplina de segurança, limpeza e organização dentro da empresa. Além de proporcionar um ambiente de crescimento profissional aos seus colaboradores, busca também passar à equipe os valores éticos que sempre embasaram os negócios Mossin.
O reconhecimento pelo trabalho responsável e a dificuldade de logística fizeram da então concorrente uma nova parceira. Em 2001, a Blindex concedeu à LM Vidros a licença de uso da marca para comercialização de vidros temperados no MS
Ao lado dos filhos e sobrinhos, que já assumem cargos na empresa, Luiz Carlos comemora neste mês 40 anos do seu negócio e de uma vida inteira dedicada ao aperfeiçoamento e à modernização na fabricação de vidros. ∆
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ECONOMIA ∆
Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos
Mesada Educativa
"Até quando custear os estudos do meu filho? Será que ele vai corresponder ao investimento? Quando vai conseguir andar com suas próprias pernas? Terá condições de lidar bem com o dinheiro?". Educar seu filho financeiramente é um grande passo para o futuro. Nosso argumento de que “não temos dinheiro” ou que “hoje não pode” não será suficiente para convencê-lo a desistir de seu desejo. O ideal seria fazê-lo conhecer um pouco mais de perto a ginástica em pagar contas do cotidiano e em cumprir com o orçamento todo mês. Por esta razão, é muito importante fazer com que seu filho participe deste processo desde cedo. Claro que não estamos sugerindo que seja depositada na criança uma preocupação que não deve ser dela, mas é saudável que ela faça parte desta rotina, de forma bem simples, lembrando que não se deve levar assuntos financeiros para fora de casa. Procure, no seu dia a dia, conversar com seu filho sobre as despesas. Por exemplo: quando uma conta chegar à sua casa, comente com ele sobre os valores, e sobre como é importante economizar nos banhos quentes demorados, que geram gastos de energia e água ao mesmo tempo. Faça comparações do custo do objeto com o valor de uma conta a ser paga. Você verá que, com o tempo, ela passará a aceitar suas negações com mais facilidade e começará até mesmo a dar alguns palpites. Procure incentivar tarefas domésticas, desempenho escolar, dando a ele também algumas "contribuições" durante o perío-
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do. O conceito de mesada educativa também poderá ajudar a dar valor a cada centavo, tirado de seu esforço e energia gastos. Uma mesada semanal/mensal para um adolescente seria o custo das saídas com os amigos. E quando sair com os pais, estes pagam. Pode ser uma boa regra de transição. Dar tudo é complicado. Mesmo que os pais possam, é educativo negar de vez em quando. Ensina a lidar com a frustração, a aprender a esperar. Quando você aprende e ensina a esperar, você evita o consumo por impulso. Outro ponto importante: se puder dar R$ 100, dê R$ 50/mês. A escassez ensina mais que a abundância. E é mais fácil calibrar a mesada para cima do que para baixo. O ideal é que os filhos sejam estimulados a poupar no mínimo 20% da mesada. Muitas crianças e adolescentes gastam além da conta pela má administração e passam a recorrer sistematicamente aos pais para conseguir mais dinheiro. Se os pais cedem aos pedidos, o filho não aprende a controlar os impulsos e cria a ilusão de que pode gastar sem limites. Quando isso acontece, a mesada perde a sua função. ∆ Acesse: www.mesadaeducativa.com.br www.gestaofamiliar.com.br
ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana
Papai: Somos uma família! Será?! Neste mês em que comemoramos o dia dos pais, me ocorre abordar um tema que me chama a atenção nas empresas do MS. Um fenômeno que não é privilégio nosso mas que existe entre nós. Trata-se do fato de que em empresas que visito, em algum momento presencio o diretor, normalmente o proprietário ou sócio majoritário dizer: “Aqui somos uma família!”, reportando-se à qualidade das relações interpessoais e ao clima organizacional, ainda que não nomeados desta forma. Vivenciando mais o dia a dia nestas empresas, fico pensando nas controversas implicações desta comparação. É claro que na condição de otimista irreparável, como alguns amigos próximos me definem, consigo enxergar sem dificuldades o viés positivo e poético desta afirmação. Entendo que existe amor na construção desta trajetória, como de fato existe nas famílias, existe empenho, dedicação e uma imagem cultivada e frequentemente retocada de ajuda mútua e de união, além de momentos de integração e de descontração nas confraternizações. Tudo isto é real, muito bom e certamente comparável ao que deve existir numa família. No entanto, por mais que minhas lentes cor-de-rosa me possibilitem esta boa visão da comparação entre empresa e família, percebo também o outro lado. Hoje ouso aqui questionar e mesmo colocar em xeque a validade prática deste recurso de linguagem e que em alguns casos não passa de retórica, no sentido menos nobre da palavra. Comparar a empresa a uma família é uma expressão vazia quando o empresário sabe que os positivos aspectos citados não passam de fachada e há uma realidade mascarada bastante diversa. Vê uma realidade sombria e mostra como se fosse saudável. Os resultados monetários da empresa podem até existir, porém o clima é de fato ruim e a médio prazo comprometerá a empresa. Como uma família feliz, só que de fachada.
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E trata-se de uma ilusão quando o empresário acredita, insiste ou imprime esta visão como se de fato fosse realidade. Vê sua empresa e as pessoas de uma forma rósea e não consegue entender por que os resultados não são os esperados. Não arriscarei dizer qual posição é mais frequente, mas os sintomas são os mesmos: baixa produtividade, desperdício e rotatividade de pessoal. O mais grave é quando existe uma expectativa de consideração e afeto dos colaboradores ou dos patrões como se fossem mesmo uma família. Não que nestas relações não possa haver consideração e afeto. O problema está na expectativa desta natureza que, via de regra, gera algum tipo de frustração. Empresas pedem gestão racional de seus recursos na qual cabem também os bons sentimentos, porque uma possibilidade não exclui a outra. Empresas são sistemas complexos porque são formados por pessoas. Famílias também. Talvez a analogia resuma-se nesta afirmação que, ampla, abrange infinitas possibilidades. Mas as naturezas dos vínculos são diferentes. Embora possam conter afetividade, alegria e amor, empresas não são de fato famílias. E é muito bom que seja assim. Isto simplifica e, diria eu, viabiliza a ordem, o progresso e o sucesso de uma empresa. Que neste mês de agosto os pais que são empresários e empregadores possam usufruir da felicidade de ser pai. Os que ainda não são possam olhar para esta feliz possibilidade da vida, que não implica em apenas em gerar, mas em adotar em si e para si a paternidade responsável e amorosa que as famílias e o futuro do mundo tanto necessitam. Boas práticas de gestão de RH aos empresários e muita saúde, sabedoria, prosperidade e felicidades aos pais. ∆
ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e escritora.
Com quem você vai casar? (Ou ficar casado?)
A palavra tem poder, os antigos já diziam. O que não se sabia, entretanto, é que ela era tão importante para as relações humanas. Quer saber se uma união vai durar? Basta perguntar se a conversa a dois é agradável. Quem não gostar de uma boa conversa acabará, dentro de mais ou menos tempo, por não gostar também do resto. Assim, depois de um tempo, também nas relações, vão-se os cheiros e ficam as palavras. As histórias trazidas nas conversas embalaram os berços da humanidade e construíram nossa identidade. É verdade que saber contar uma história é um dom que causa uma doce angústia no ouvinte. Um misto de pressa para que a história acabe, seguida de um sincero temor de que ela realmente termine. Na vida e nas histórias, o suspense vem às baforadas, entremeado de ladrilhos de silêncios e pequenos solavancos. O riso é sempre no compasso do ouvinte. Cada um vive e constrói a própria história que, em verdade, não precisa de um grande final, mas sim de um grande meio, para que tenha-se a certeza de que “valeu a pena”. Assim, mesmo uma pequena história, vivida e contada com encanto, se transforma em uma grande aventura. E viver ainda é a maior de todas as aventuras! Viver e ouvir uma boa história é seguir por uma ponte de arco-íris, que o leva a um lugar em que ninguém nunca esteve,
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pois pertence apenas a você. Uma boa história tem o poder de tocá-lo mantendo-o preso a algemas invisíveis, que finalmente se rompem formando o seu desfecho. A vida e as histórias são mistérios intimamente ligados. Com as experiências negativas, os sábios extraem novas cores e criam novos caminhos, levando junto quem estiver com eles. Quem conta histórias coloca nelas as cores que levarão o expectador por caminhos e cores que só ele pode compor. Sherazade, a linda princesa da Pérsia, salvou sua vida, e a vida de centenas de jovens com o poder de suas histórias. Enganou o Rei que, para evitar traição, desposava uma nova noiva todos os dias e a matava ao amanhecer. Mesmo aguardando a morte ao amanhecer, ela começou uma história com tamanha paixão e vibração, que o Rei ordenou que não parasse, e assim, noite após noite, o rei dormiu embalado pelas histórias que deram origem aos contos das Mil e Uma Noites, e Sherazade manteve seu casamento, deu três herdeiros ao trono, e inaugurou o reinado das mulheres de “poder”. Sherazade conquistou a liberdade, exercitou sua criatividade, e se manteve casada por longas décadas inaugurando a forma mais bonita de voar: através do pensamento. Você vai casar e se manter casado com quem for capaz de voar com você. Boa sorte! ∆
MEMÓRIA ∆
Texto | Eddson C. Contar Jornalista/pesquisador/escritor
CAMPO GRANDE A CIDADE DOS CENTENÁRIOS CONFUSOS Arquivos da Fundação Eduardo Contar.
Quando, em 1999, Campo Grande festejou cem anos de “emancipação político-administrativa”, muitos estranharam o repeteco de festejos dos cem anos da cidade, sem atentar para o detalhe que, o outro centenário, celebrado em 1972, pelo prefeito Canalle, comemorava a data de “fundação” de Campo Grande. Tal confusão deve-se ao mistifório de informações publicadas sem o devido cuidado com a pesquisa, usando-se o “copiar” para elaboração de textos que acabam por confundir alunos, professores e a população, que desconhecem ou vão se apegando a “estórias” contadas sem a responsabilidade que o caso requer. Por outro lado, a própria legislação, através dos tempos, gerou dúvidas quanto às denominações que se davam aos lugares que iam ganhando posições no contexto político e administrativo, usando termos que não eram tão claros como hoje. Para dirimir dúvidas e gravar de vez o andamento dos eventos pelos quais a hoje capital de Mato Grosso do Sul viveu, o certo é observar os decretos e leis que deram rumo às denominações e direitos do arraial de Santo Antônio de Campo Grande: 1. 21 de junho de 1872, fundação do povoado por José Antônio Pereira. 2. 23 de novembro de 1889 (vejam bem o ano), o povoado é elevado à categoria de FREGUESIA, de acordo com a lei provincial nº 792, sancionada pelo Presidente e Comandante das Armas da Província de Mato Grosso, Coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos. 3. 26 de Agosto de 1899 (dez anos depois), Campo Grande é elevada à categoria de VILA, de acordo com a resolução 225, assinada pelo Coronel Antonio Pedro Alves de Barros, Pre-
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sidente do Estado de Mato Grosso, constituindo-se um Município na Comarca de Nioac. Aqui, a nossa independência político-administrativa. 4. 20 de julho de 1910, a Lei nº 549, sancionada pelo Coronel Pedro Celestino Corrêa da Costa, Presidente do Estado de Mato Grosso, cria a COMARCA de Campo Grande, dotando o município de personalidade jurídica. 5. A mais confusa lei viria em 16 de julho de 1918, sob nº 772, sancionada por D. Francisco de Aquino Corrêa, Bispo de Prusíade e Presidente do Estado de Mato Grosso, elevando Campo Grande à categoria de CIDADE, quando hoje se entende que ser município é o mesmo que ser cidade. 6. Mais conhecida, a Lei Complementar nº 31, de 11 de outubro de 1977, sancionada pelo General Ernesto Geisel, criava o Estado de Mato Grosso do Sul, tornando Campo Grande a capital do novo Estado. Portanto, não faltará quem queira festejar mais um centenário em 2018, focando justificativa na elevação do município à categoria de cidade. Fatos como este, levaram redatores e até historiadores a novos erros, pois o hábito de “copiar” sem pesquisar, tem gerado distorções em várias passagens de nossa história. Além de Paulo Machado e Américo de Almeida, temos aí pelas bibliotecas, livros de Barsanulfo Pereira e Rosario Congro, obras que retratam a verdadeira história de Campo Grande, sem alegorias ou maquiagens que só servem para conturbar ainda mais nosso passado. Bastará uma leitura atenta desses livros para que não se cometam mais enganos nos relatos, muito comuns nas edições de agosto, mês dos festejos de Campo Grande. Há que se ter responsabilidade quando se repassa uma história, para que ela não se torne “estória”. ∆
ACONTECEU ∆ PLAENGE ENTREGA ATRIUM CORPORATE EM NOITE DE FESTA O edifício comercial Atrium Corporate, construído pela Plaenge, foi entregue no dia 3 de julho, com coquetel para clientes e convidados. A noite foi de festa e comemoração por mais um sucesso da linha de edifícios comerciais da Plaenge. O Atrium atende um novo nicho de mercado e segue as tendências mundiais em negócios. São 160 salas comerciais que serão utilizadas por profissionais liberais e representação de médias e grandes corporações. O hall social e o meeting room foram entregues equipados e decorados. O coquetel, bastante prestigiado, contou com cerimonial de Patrícia Faracco, cobertura fotográfica de Marcos Vollkopf, som e iluminação da ArtLuz e valet Jefferson de Almeida. Confira os flashes. 1- Apresentação do Grupo Funk-se na entrega do Atrium Corporate da Plaenge. 2- O diretor regional da Plaenge Édison Holzmann ao lado da sua esposa,a cirurgiã dentista Ângela Holzmann. 3- A gerente regional da Plaenge Ada Lima ao lado do esposo e empresário Marcos Lima. 4- O gerente regional da Plaenge Luiz Octávio ladeado pela esposa Patrícia Pinho. 5- Juci Palieraqui e o jornalista Jefferson de Almeida. 6- José Carlos Robaldo e Malu prestigiando a entrega do Atrium Corporate. 7- Elizete e Francisco Razera fotografados ao lado de Stela Almeida. 8- Jaison Todd, Fábio Rocha e Diogo Merlone.
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ACONTECEU ∆ O Sebrae/MS promoveu a participação de 16 artesãos do Projeto Brasil Original em seis cidades-sede da Copa Mundo. Eles expuseram produtos regionais em cerâmica, cabaça, fibra, madeira, vidro, chifre e lona. Das 12 cidades que receberam o mundial, a arte sul-mato-grossense esteve presente em São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Natal, Brasília e Salvador desde o dia 26 de maio.
Fotos | Divulgação
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ACONTECEU ∆ No dia 19 de julho a Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) e o Conselho de Jovens Empresários da entidade promoveram uma feijoada no Buffet Yotedy em homenagem ao Dia do Comerciante. Com convites esgotados, o almoço reuniu cerca de 200 empresários, incluindo autoridades como o Prefeito da Capital, Gilmar Olarte, além de diretores de instituições representativas de classe. 1- Equipe ACICG; 2- Presidente do Conselho de Jovens Empresários-ACICG Marcus Silva, acompanhado de sua mãe, junto da Superintendente da ACICG Fernanda Barbeta e Rodney Jr, do CJE Aquidauana; 3- Presidente da ACICG João Carlos Polidoro e o Prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte; 4- Diretora da ACICG Sra. Leni Fernandes e o marido César França Costa; 5- Diretor Adelaido Luiz Spinosa Vila e sua esposa Inês; 6- Diretor da ACICG Miguel Palácios acompanhado do vice-presidente da ACICG Luiz Fernando Buainain; 7- Diretora da ACICG Elaine Mara Trino, Vereadora Luiza; 8- Diretor da ACICG Miguel Palácios, 1º Secretário da ACICG Roberto Oshiro junto da Vereadora Carla Stephanini e Presidente da ACICG João Carlos Polidoro; 9- Diretor Luiz Carlos da Silva Feitosa e esposa Elizete Feitosa
Fotos | Miguel Palacios
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ACONTECEU ∆ Os empresários Roneu, Solange e a filha Helenita Brum apresentaram no dia 25 de julho o novo layout da loja O Boticário, no Shopping Campo Grande. O novo conceito privilegia a experimentação e interatividade através de tablets e vídeos tutoriais que exibem a história de alguns produtos. Um display permite ainda que o cliente personalize a embalagem do seu presente com uma foto tirada na hora. Veja quem esteve no coquetel:
1- Helenita Brum; 2- A família Brum: Nelson, Roneu, Solange e Helenita; 3- A assessora de imprensa da marca, Viviane Feitosa, e Solange Brum; 4- Solange e a apresentadora de tv Sonia Caldart; 5- Os blogueiros Manoela Maymone, Thallyson Perez, Thaiane Lopes, Ingred Araujo e Lu Gamon; 6- Roneu, Solange, Nelson, Helenita e Jefferson Mazureck; 7- Os empresários Roneu e Solange.
Fotos | Higor Blanco
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Daniele Santana dany-h-ta2007@hotmail.com
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Sua foto ou ilustração pode estar aqui! Envie para redacao@revistaagente.com.br
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