Março 2014

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edição 153 | MARÇO | R$ 12,00

Em moda, o grunge se mistura ao hip hop

de remada em remada o esporte chega ao cerrado

Comum, eu? Uma entrevista exclusiva com a atriz Ingrid Guimarães sobre a ditadura da beleza, tema da peça Razões para Ser Bonita Nos Caminhos Afro Saiba o que vem por aí na bela e inédita exposição do fotógrafo francês Pierre Verger no Marco

Stand Up Paddle






E no mês que o outono começa a querer colocar suas manguinhas de fora, encerrando o frisson do verão, A Gente pulou com tudo na água com a turma do stand up paddle (até porque, por aqui, o frio demora um pouco mais a chegar, vai). O esporte é o queridinho do momento e os praticantes começam a se organizar. E isso não é por acaso: de pé na prancha, na paz da remada, a velocidade e o ponto de vista mudam. Um ótimo antídoto antiestresse. Já que estamos falando de ponto de vista, impossível não se encantar com o olhar super atento às sutilezas do fotógrafo Pierre Verger. Na exposição “Nos Caminhos Afro”, que estará em cartaz no Museu de Arte Contemporânea em março e abril, Verger retrata o cotidiano do povo negro no Brasil e em mais de 20 países. Uma mostra inspiradora, não somente para quem gosta de fotografia, mas para quem se interessa pela beleza do mundo. No mês da mulher, entrevistamos a divertida atriz (e mulher de verdade) Ingrid Guimarães sobre padrões de beleza e mundo das aparências – premissas da peça “Razões para ser Bonita”, que passa por CG este mês. E ainda, um tema que não pode calar: violência contra a mulher, “uma realidade que não escolhe classe social”, como afirma a delegada Rosely Molina, em entrevista exclusiva. Pra você, uma boa leitura! Equipe revista A Gente

DIRETORA EXECUTIVA Rosane Maia

Natália Charbel Julia de Miranda

DIRETORA COMERCIAL Elaine Atala

REVISÃO Fernanda Giglio

EDITORA DE ARTE E PROJETO GRÁFICO Marisa de Sena Nachif

FOTOGRAFIA E TRATAMENTO DE IMAGEM Lucas Possiede

EDITORA DE TEXTO E CONTEÚDO Thais Pompêo - DRT 0001030/MS

estagiáriOS Tatyane Cance (texto) Flávio Gutierrez (imagem)

EDITOR DE MODA E BELEZA Luiz Gugliatto

ASSINATURA E DISTRIBUIÇÃO Janaina Correa

REDAÇÃO Thais Pompêo

FINANCEIRO Sonia Croda

6 | MARÇO 2014


ATITUDE ∆ LIFESTYLE 20 | CASA 70 | PERFIL 104

LANÇAMENTOS ∆ SHOPPING 42

TENDÊNCIA ∆ BELEZA 58 | NÉCESSAIRE 60

COMPORTAMENTO ∆ ARTIGOS 108, 109, 110 | MEMÓRIA 111

GENTE ∆ ESPECIAL 16 | ACONTECEU 116

BEM-ESTAR ∆ SAÚDE 62 | NUTRIÇÃO 66 | ZEN 106

ELE | STAND UP PADDLE ∆ CAPA | 30

EDITORIAL ∆ MODA 48 | ENDEREÇOS 112

FALE COM A GENTE R. Doutor Zerbine, 37 CEP 79040-040 Chácara Cachoeira 67 3322 7400 redacao@revistaagente.com.br www.revistaagente.com.br ASSINATURA assinatura@revistaagente.com.br 67 3322 7400 ANUNCIE comercial@revistaagente.com.br BANCAS Aeroporto Itanhangá Park Letras du Café - Jd. dos Estados Letras du Café - Tamandaré Letras du Café - Ypê Letras du Café - Zahran MultiPão - Cidade Jardim Pão e Tal Shopping Campo Grande Santa Fé (Av. Mato Grosso - Loja Anita e Av. Afonso Pena - Posto Tereré)

CULTURA ∆ AGENDA 96 | DICAS 24, 26, 28

DELÍCIAS ∆ GASTRONOMIA 68 | KIDS 76 | TEEN 77

PRAZER ∆ PELO MUNDO 40 | VIAGEM 82

Foto | Marcelo Rebuá

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LEITOR Sensacional o editorial de moda desse mês. Parabéns a toda a equipe da revista pelo resultado. Ficou lindo! Camila Moraes, via email.

A matéria sobre os bambas da Cidade Branca ficou muito boa. Sou de Corumbá e fiquei muito feliz de ver a história do carnaval da cidade ser contada de maneira tão bonita. Parabéns!

@

GENTE ON

AQUI

Jessika Mello, via facebook.

Adorei ler a matéria da cerveja. Não tinha noção que existiam essas produções de cervejas artesanais aqui em Campo Grande. Show! Vinicius Pedrozo, via facebook.

Ah, a Austrália! Não tem país mais lindo. Fui pra lá no começo do ano passado e amei ler a matéria sobre o país no caderno de Viagem. Roberta Gomes, via email.

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+ DE VOCÊ

O que foi o artigo do Edson Contar sobre o carnaval sul-mato-grossense? Curti demais. Que anjos carnavalescos nos iluminem!

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Pedro Soares, via email.

COLABORADORES Severo Brudzinski Escritor, diretor teatral, professor, Severo Brudzinski graduou-se em Artes Cênicas – Direção, pela FAP e especializou-se em Gestão Pública pela PUC-PR. Desde 2005 atua na Coordenação de Teatro da Fundação Cultural de Curitiba. Nosso guia pelos bairros, bares e teatros da capital paranaense em Pelo Mundo.

Thom Rech Thomás da Costa Rech nasceu em Caxias do Sul, RS, mas cresceu em Campo Grande. Tem 29 anos, casado há dois anos e tatuador há 6. É um dos quatro sócios (e amigos) do Hard Work Tattoo Parlour, na Galeria Dona Neta. Nesta edição encarou o convite e exibiu suas tattoos no editorial de moda. E não é que o cara leva jeito?

Marcelo Oliveira Marcelo é arquiteto, biólogo e voa de parapente. Fotografa por hobbie bicho e mato. Um olhar tão apurado que suas fotos já foram parar em alguns livros da terra, como: Para encontrar o azul uso pássaros; Pantanais Matogrossenses – Oeste; Ensaio sobre a grande propriedade pastoril; e outros. Nesta edição, ilustra nossa última página.

8 | MARÇO 2014



10 | MARÇO 2014

Usando a hashtag #revistaagente no seu próximo post, sua foto pode vir parar aqui.

A Gente está de olho no Instagram!



MAKING OF 12 | MARÇO 2014



REGIONAL ∆

MS em NY As potencialidades culturais, turísticas e industriais e o agronegócio de MS estarão em Nova York este mês. A exposição “Mato Grosso do Sul Visto Pelo Mundo” acontece na sede da ONU e abre possibilidades de negócios para o Estado. Doze artistas regionais estarão por lá. O projeto teve investimento de R$ 1 milhão e 200 mil, com direito a mais de 200 outdoors espalhados pela cidade. De 12 a 27 de março na sede da ONU em NY.

Tia Carroll Dando continuidade às atividade de 2013, a 9ª edição do MS Blues Festival rola dia oito de março, prometendo ser, de longe, a melhor de todas as edições. Isso porque a nova diva do rithm n'blues, a americana Tia Carroll, desembarca por aqui juntamente com a banda paulista Igor Prado Band (velhos conhecidos de Carroll). A atração ainda traz ao cerrado o grande gaitista de blues tradicional, Ivan Márcio. E para representar o MS, a banda Whisky de Segunda faz sua tradicional aparição.

EXTRAS

Foto | Alexis Prappas

Fotos | Divulgação

14 | MARÇO 2014

Arte na rua O grafite anda numa queda de braço para conseguir ocupar muros vazios e tristes da cidade. Embora o projeto da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado, que buscava trocar a pichação pelo grafite, tenha criado polêmica e tenha sido barrado, a antiga rodoviária volta aos holofotes depois de colorir paredes abandonadas com a arte dos melhores da cidade: João Tattoo, Verme, Pedro Opio, Mareco e outros. “Eu queria nossa fachada grafitada, somos do movimento hip hop, e então chamei os meninos. O segurança subiu uma hora pra dar bronca e tal. Quando ele virou e viu o grafite, dava pra ver a cara dele de deslumbramento. Aí ele falou: ‘vocês podiam fazer essa parede aqui também, né?’, relembra Susa Rodrigues, dona da Maloca Querida, loja bar colaborativa. No editorial de moda, a gente mostra mais dessa galeria street art – aproveitando para comemorar o dia do grafite que é 27 de março.


NACIONAL ∆ Esculturas hiper-humanas Na busca da verossimilhança, o escultor Ron Mueck cria obras secretas, meditativas e fascinantes. Trabalho que chega ao Brasil no MAM Rio este mês. Três novas esculturas serão exibidas aqui pela primeira vez, depois do evento original na Fondation Cartier pour l’art contemporain em Paris: dois adolescentes na rua, uma mãe com seu bebê e um casal de idosos na praia. Muek vive em Londres e suas mostras têm sido aclamadas no mundo todo. Imperdível: de 20 de março a 01 de junho.

Festival de Teatro de Curitiba Considerado um dos mais importantes festivais de teatro do país, o Festival de Curitiba 2014 traz 35 espetáculos, sendo oito estreias nacionais e quatro de grupos estrangeiros do Chile, Argentina e Reino Unido – “The Rape of Lucrece”, da Royal Shakespeare Company é um dos destaques. O festival mistura espetáculos comerciais como “A Toca do Coelho”, com Reynaldo Gianecchini e Maria Fernanda Cândido, com trabalhos de companhias estáveis, como “Conselho de Classe”, da Cia. dos Atores. De 25 de março a 13 de abril.

Ícones pop dos anos 70 Ainda dá tempo de ver a Exposição David Bowie no MIS em SP, e de quebra entrar no mundo glam dos ícones pop da década de 70. É a mostra Mick Rock, fotógrafo londrino que acompanhou de perto e fotografou o primeiro show solo de Lou Reed, Debbie Harry no auge de sua beleza, e dirigiu Mr. Bowie em seus primeiros vídeos. O acervo será visto pela primeira vez no Brasil entre 28 de março e 20 de abril, no MIS SP. Grátis.

Sampa dos festivais Dois festivais agitam ainda mais as noites da pauliceia desvairada nas próximas semanas. A edição 2014 da Festa Internacional da Francofonia traz a cantora francesa ZAZ, pela primeira vez ao Brasil, para dois shows no Sesc Pompeia, nos dias 22 e 23 de março. Ja no início de abril, nos dias 5 e 6, rola o indie do Lollapalooza com um line up incrível: Phoenix, Arcade Fire, Pixies, Vampire Weekend, New Order e muito mais.

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ESPECIAL ∆

Rosely Molina Delegada titular da Delegacia da Mulher Texto | Theresa Hilcar Fotos | Lucas Possiede

A delegada Rosely Molina é tão apaixonada pela profissão que em seus roteiros de viagem pelo mundo, ela inclui o que considera visita fundamental: a delegacia de polícia da cidade. Na parede da sua sala na Delegacia da Mulher, onde é titular desde 2011, estão registrados os momentos passados em dezenas de lugares como Praga, Santiago, Veneza, Londres, Miami, Paris. Em todas as fotos ela está cercada por policiais armados e poderosos. Em Londres fez questão de visitar a famosa Scotland Yard e, em Las Vegas, ao invés dos shows e cassinos, preferiu fazer uma espécie de laboratório no universo do famoso seriado CSI (CSI The Experience), para vivenciar técnicas investigativas. Afinal, é preciso estar atenta e forte, como diria Caetano Veloso. Atualmente Molina atende uma média 70 casos por dia na capital, mas admite, com certo desapontamento, que ainda existe resistência e preconceito para denunciar a violência. Casada, mãe de três filhos e formada em duas faculdades (Pedagogia e Direito), a delegada ministra palestras em empresas – a pedido dos próprios empresários – para o público masculino, com objetivo de esclarecer a importância dessas questões. Segundo ela, uma das formas de combater a violência contra a mulher é conversar com os homens, principalmente sobre os direitos das mulheres e a Lei Maria da Penha. “Pode demorar um pouco, mas estamos no caminho certo. O Estado tomou para si a tarefa de defender e dar segurança a estas mulheres”, afirma.

16 | MARÇO 2014


“O homem ainda é muito machista”

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O que levou você a escolher esta carreira? Eu sempre fui muito curiosa. E a polícia é muito instigante. Acho que todo mundo tem um investigador, policial ou juiz dentro de si. Eu sempre tive uma característica muito relevante ao delegado de polícia: o poder de decidir rápido. O delegado é alguém que pode prender alguém ali, naquele momento. Diferentemente do juiz, do ministério público, que tem tempo para analisar o processo, o delegado não. A convicção da autoridade policial é fantástica, mas você tem que ter muito preparo. Eu tinha feito Pedagogia e trabalhava na área, mas sabia que minha vocação era fazer carreira na Polícia. Então comecei fazendo o concurso para escrivã de polícia em São Paulo, e depois de aprovada fui cursar a Academia de Polícia na USP. Em seguida, entrei para a faculdade de Direito. Eu queria ser delegada de polícia, só isto me interessava. Prestei concurso em São Paulo e em Campo Grande. Fui bem em todas as fases nas duas cidades, mas na última prova aconteceu algo interessante: em Campo Grande era o teste físico e em São Paulo prova oral. Para minha surpresa, acabei aprovada em Campo Grande. E na época eu já tinha três filhos (15, 14 e 3 anos). Conclusão: deixei minha cidade, São Paulo, para fazer minha carreira aqui, um lugar onde não conhecia ninguém. Vim só eu e meus filhos para Campo Grande. E posso dizer que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Adoro esta cidade! Além de andar sempre com um salto 15 cm, você também anda o tempo todo armada? A arma é meu instrumento de trabalho, assim como minha caneta, computador, o código civil. Mas felizmente nunca tive que usá-la aqui no Estado. O sapato, se precisar, também pode ser uma boa arma (risos). O que é exatamente uma violência contra a mulher? É qualquer ato, gesto, pensamento, que atente contra a dignidade do ser humano. A Lei Maria da Penha é baseada em cinco tipos de violência: moral (ofensa, xingamentos), física (agressões, socos etc.), psicológica (ameaças), patrimonial (destruir bens materiais) e sexual. O corpo da mulher pertence a ela. E apenas ela pode dispor dele. Infelizmente ainda existe um pensamento retrógrado que o corpo pertence ao marido, namorado. Isto é uma violência, e tem que ser combatida. Como distinguir uma simples discussão de casal de uma violência? Os conflitos são inerentes aos relacionamentos humanos. A violência ocorre quando se ultrapassa o limite. A mulher tem este termômetro. Estudos indicam que a violência tem um ciclo: a discussão, a agressão e a reconciliação. Isto pode acontecer com a maioria dos relacionamentos. Normalmente as pessoas vão se adaptando, praticando a tolerância, a paciência, e vão construindo o relacionamento de forma saudável. Mas existem pessoas que extrapolam. A agressão verbal, por exemplo, é muito subjetiva. Às vezes algo pode ser um xingamento para uma pessoa, mas pode não ser para outra. O homem ainda é muito machista. É cultural. A gente vem de uma sociedade patriarcal, em que o homem era o provedor, o senhor absoluto do universo. Hoje dificilmente o homem consegue prover sozinho. Ela é partícipe das demandas de uma família, houve uma evolução. Mas a humanidade não evoluiu na mesma proporção e os conflitos acabam surgindo.

18 | MARÇO 2014

O número de casos de violência em Campo Grande aumentou ou as mulheres estão tendo mais coragem para denunciar? As duas coisas. A violência é um fenômeno em todo o País. O reflexo disto é o aumento das denúncias. Com o advento da Lei Maria da Penha, as denúncias aumentaram bastante. As mulheres estão entendendo que agora existe um mecanismo legal de proteção, que o Estado tomou para si a responsabilidade de defendê-las. Para se ter uma ideia, em 2006 (antes da Lei Maria da Penha) o número de denúncias era por volta de mil (durante o ano). Depois da lei saltou para 4 mil (ao ano). Em 2013 tivemos 5640 denúncias registradas. A maioria dos processos que estão tramitando no Fórum são da Delegacia da Mulher. E não existe distinção de classe. As pessoas pensam que nas classes mais abastadas não existe violência. Mas estas mulheres também procuram a sua delegacia? Procuram. Algumas ligam antes de vir. Elas ficam com vergonha, mas vêm. As pessoas têm uma mentalidade antiga – preconceito – com a polícia. A Delegacia é um órgão do Estado como qualquer outro. E este é um paradigma que está se quebrando. Por isto procuramos tornar o ambiente um local acolhedor, receptivo. Mas não posso negar que ainda existe receio. Por que os homens ainda continuam praticando a violência contra a mulher? Por uma série de fatores, inclusive sócio-econômicos. Ao contrário do que se imagina, o álcool não é o culpado pela violência, ele apenas potencializa a agressividade. O agressor já existe antes dele. Mas ao ingerir bebida alcoólica estes instintos violentos se manifestam. Com a droga é a mesma coisa. Ambos são facilitadores da violência. Para mudar esta situação é preciso mudar toda uma mentalidade, conscientizar a mulher do seu poder, dos seus direitos, e melhorar as suas condições de vida. Eu acredito que estamos no caminho certo. Nós da Delegacia, a Coordenadoria Estadual da Mulher, a recém-criada Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal, estamos todas juntas trabalhando muito para isto. ∆



Juliana Caldart Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede

20 | MARÇO 2014


LIFESTYLE ∆ Aos 28 anos de idade, Juliana Caldart já fez faculdade, já morou e estudou fora, e hoje é empresária. Formada em turismo pela Uniderp, a campo-grandense foi estudar na Austrália. Viveu lá por dois anos, fez curso de hotelaria e voltou para, junto com os irmãos e o pai, abrir uma franquia da Leo Madeiras, especializada em produtos para marcenaria, aqui em Campo Grande. O que isso tem a ver com turismo? Nada. Mas é aí que está a graça da história. O curso de hotelaria da Juliana abrangia matérias voltadas à administração, e por isso ela aceitou o desafio de tocar o negócio da família. “Eu queria trabalhar na minha área, mas pensei melhor e vi que valeria a pena já que estaria trabalhando em algo meu. Não foi fácil voltar, mas foi o momento certo”. Ela já trabalhava com o pai desde os 15 anos, na Madecal, o que talvez possa ter ajudado na hora da decisão.

Profissão: Empresária. Férias inesquecíveis: Nova Zelândia. Em alta: Equilíbrio entre trabalho e lazer. O que está lendo: O Jeito Harvard de Ser Feliz, de Shawn Achor. Música que não sai do seu playlist: Do it, do Lenine. Um filme: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet. Não vivo sem: Meus amigos e família. Projeto do momento: Terminando MBA em gestão empresarial e pensando em começar outro. Um sabor: Gosto de misturar sabores e dou preferência aos alimentos naturais. Esporte: Musculação e yoga. Refúgio: Viajar, eu gosto de descobrir lugares novos.

Terminando MBA de Gestão Empresarial na FGV (Fundação Getúlio Vargas), Juliana já pensa em outros cursos. Porém não se engane ao achar que ela abandonou o turismo. A paixão por conhecer pessoas, lugares e culturas diferentes é o que faz das viagens seu refúgio - além de não dispensar a companhia dos amigos. Assim como uma corrida ou uma tarde com os quatros sobrinhos. MARÇO 2014 | 21


David Rees

Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede

22 | MARÇO 2014


LIFESTYLE ∆ Foi das brincadeiras de criança que a arquitetura nasceu na vida de David Rees, 39. Formado pela Uniderp no final da década de 90, David é o nome que vem ganhando espaço dentro do setor com projetos nas capitais de MS e MT. Conquista que só foi possível, segundo ele, graças à confiança de clientes que acreditaram no valor de um jovem arquiteto com muita vontade de trabalhar. A simplicidade pensada junto com a ecoeficiência são as características dos projetos de Rees.

Profissão: Arquiteto e Urbanista Férias inesquecíveis: Jericoacoara Em alta: Vida simples O que está lendo: Ponto Final, de Rubem Amorese Música que não sai do seu playlist: Beautiful Day, do U2 Um filme: Lista de Schindler, de Steven Spielberg Não vivo sem: Deus Projeto do momento: Condomínio de alto padrão no bairro Bela Vista. Um sabor: Um bom cappuccino Esporte: Squash Refúgio: Oração

“As ideias brotam naturalmente e a toda hora. Sempre que estou numa sala de espera, fico trabalhando em croquis para meus projetos, e assim o tempo voa”. Nascido em Uberaba, Minas Gerais, mas sul-mato-grossense de coração, Rees é daqueles que encantam pela simpatia e ao ser questionado sobre o que gosta de fazer quando não está entre projetos e números, ele é enfático: “Sinceramente, gosto de estar com minha família.” Anota o nome. MARÇO 2014 | 23


Marcelo Veloso

para ver Ela (Her), de Spike Jonze Esta é a história de um dispositivo tecnológico que atrai um homem solitário para uma barganha faustiana: trocar sua sentença de solidão física por uma relação à base de compaixão e entendimento programado. Aqui, uma advertência: não se apaixone por um amor contratado, pois suas expressões de ardor podem muito bem viver de uma sinceridade duvidosa. Jonze parece se preocupar com a ideia de que pessoas não estão passando tempo suficiente com outras pessoas, de que não são suficientemente abertas às necessidades de cada um e que seus amores digitais são os culpados. Os personagens são tão sintéticos, tão adoçados artificialmente, tão puros em seu isolamento sentimental, que é difícil saber se ele está satirizando os espécimes esvaziados, se condenando os poderes tecnológicos, se está expressando suas fantasias inocentes ou se está simplesmente batendo contra os limites da sua imaginação. Não é de hoje que Jonze faz isso. Já o vimos assim em “Quero ser John Malkovich”, “Adaptação” e “Onde Vivem os Monstros”. Simplista, também é um filme delicado e bonito. Trapaça (American Hustle), de David O. Russel Russel acredita que tudo se deve esperar do humor negro: até a mistura da ganância com o romantismo. Não é fácil, mas ele é mestre. O filme é vagamente inspirado em uma história verdadeira do final da década de 1970, quando agentes do FBI são coagidos por um vigarista notório de New Jersey que quer ajudá-los a prender políticos corruptos. “Trapaça” combina a narração de “Os Bons Companheiros” de Scorsese com os diálogos de “Os Intocáveis”, de Mamet. Mas a ação neurótica, estridente e, muitas vezes engraçadíssima é, distintamente,

24 | MARÇO 2014

de Russell, como no incrível “Huckabees: a vida é uma comédia”. Neste, quatro personagens absurdos se lançam em uma fraude completa. São pessoas que se odeiam, se amam e suspeitam uns dos outros. Cada um está resignado com a possibilidade de ser trapaceado por seus colegas, e cada um está filosoficamente inclinado a aceitar a ideia de que o auto-engano pode acontecer todo santo dia. É uma panela de pressão apitando fortemente. Após sair do cinema tonto e desorientado, dá pra sentir na pele o estilo de David O. Russell. 12 Anos de Escravidão (12 Years a Slave), de Steve Macqueen "Não há pecado algum. Um homem faz o que quiser com sua propriedade”, talvez seja uma das frases mais brutais do cinema. Ela é dita pelo dono de escravos Edwin Epps (Michael Fassbender) neste novo filme de McQueen que retrata, de forma absolutamente inabalável, as experiências horríveis de Salomão Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem livre raptado e vendido como escravo. A força do filme reside no evitamento de qualquer sentimentalismo ou ironia de estilo, como faz Tarantino. Há algo kafkiano sobre o que lhe acontece. Primeiro, como violinista em Washington participando de uma turnê com um par de charlatões que o deixam bêbado. Ele acorda a ferros. Quando tenta protestar dizendo que é um homem livre, é chicoteado brutalmente. Ocasionalmente, há algo fetichista sobre escravos sendo chicoteados. McQueen tem um fascínio com o corpo masculino sofrendo (“Hunger” e “Shame”). Não há muita tensão dramática porque o filme é, principalmente, uma crônica de sofrimento e exploração. Seu brilho está na sua franqueza. McQueen está forçando o público a enfrentar a brutalidade desumana da escravidão, algo que poucos cineastas estão preparados para enfrentar. ∆



Márcio Ribas

para ler

“No meu sonho, aquela era a língua do que é, e tudo o que fosse falado nela se tornava realidade, porque nada dito com ela pode ser mentira. A língua é o fundamento da construção de tudo.”

Lettie Hempstock em “O oceano no fim do caminho”

Definitivamente John Green é um dos autores que mais faz sucesso no mundo literário atual. Três de seus livros estiveram, nas últimas semanas, entre os mais vendidos: “A culpa é das estrelas” (já comentado aqui na coluna), “O teorema Katherine”, e o seu último livro, Cidades de Papel (Intrínseca, R$ 29,90). O que mais chama a atenção é o fato de o autor escrever para adolescentes, mas o livro acabar nas mãos de adultos que riem e choram com seus textos. Em Cidades de Papel, mais uma vez aparece o personagem nerd, uma marca da literatura contemporânea pop atual. O que há 20 anos ficaria em segundo plano na trama, hoje aparece como um quase herói em vários livros. Neste, que é um suspense com tom de romance, Quentin Jacobsen acredita que a maior dádiva que recebeu em sua vida foi morar perto da linda Margo Roth. É claro que Margo não presta muita atenção no seu vizinho até o dia em que, sem qualquer aviso, vestida de ninja, adentra o quarto de Quentin pela janela e o convida para um mirabolante plano de vingança. É a chance que ele tem de se aproximar de Margo. Ler Cidades de Papel é uma ótima oportunidade para entender como o novo cenário da literatura está se transformando e John Green é um dos mais atuantes nessa mudança. Já O oceano no fim do caminho (Intrínseca, R$ 24,90), de Neil Gaiman, mesmo autor de Sandman, infelizmente não virou um

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best-seller por aqui, mas foi escolhido como o melhor livro do ano de 2013 no Reino Unido. E mereceu. É um dos livros mais interessantes que já li nos últimos anos. Gaiman conseguiu fazer com que um livro de fantasia, quase fábula, que tem duas crianças como personagens principais, mantivesse um foco adulto. O oceano no fim do caminho traz a história de um homem que volta à sua cidade natal e lá visita a fazenda Hempstock, local onde aconteceram as histórias mais marcantes de sua infância. Nessa fazenda, Lettie Hempstock acredita que o lago é um oceano. O livro é a criação de um novo universo que faz com que reflitamos sobre como as nossas memórias quando crianças nos transformaram no que somos hoje. Se O oceano no fim do caminho foge um pouco daquilo que se diz literatura adulta, Rasura (Cosacnaify, R$ 129,00), de Luiz Zerbini, também foge àquilo que se diz um livro de arte. Luiz Zerbini é um dos artistas atuais mais completos. É pintor, escultor, compositor e escritor. Neste livro, os textos não tentam explicar as obras. As pinturas apenas se relacionam a pequenos textos ou anotações do artista ou ainda a frases de personalidades retratadas no quadro. Como não há nenhuma exposição ou instalação de Zerbini atualmente, o livro pode nos trazer um pouco de seu trabalho. Também vale a pena dar uma olhada no site do Chelpa Ferro (chelpaferro.com.br), um grupo multimídia do qual o artista faz parte. Boa leitura! ∆


Foto | Lucas Possiede

A BELA E A FERA

Shopping Norte Sul Plaza Loja 165 | 67 3056 1280


Kendrick Lamar - Good Kid, M.A.A.D City 2012 De uns anos pra cá, mais precisamente dos anos 2000, uma leva de rap “comercial” (coisa boa e ruim) dava as caras em grande quantidade por aí. A ascensão que o gênero teve nos anos 90 com nomes como Wu-Tang Clan, Public Enemy, Dr. Dre, Nas, parecia estar estagnada com pouca novidade boa surgindo. Em 2012 um nome deu o que falar: Kendrick Lamar. Hoje o rapper é considerado o melhor artista do estilo. Talentoso e com rimas poderosas, seu segundo álbum “Good Kid, M.A.A.D City” foi bem aceito em todo o mundo. Produzido por Dr. Dre, o cd com 12 faixas é autobiográfico e fala da adolescência de Kendrick na Califórnia. A narrativa do trabalho segue em batidas pesadas e contagiantes, ritmos que embalam fácil a pista de dança. Destaques para "Bitch, Don't Kill My Vibe”, que já virou bordão, a bombada "Backseat Freestyle”, “Poetic Justice”, que tem a participação do rapper Drake, e a dramática “m.A.A.d city”. Um artista criativo que faz acreditar que o rap novamente está vivendo uma boa fase.

para ouvir

Júlia de Miranda

28 | MARÇO 2014

M.I.A – Matangi 2013 Em 2013 a cantora britânica M.I.A lançou o que a própria considera seu “spiritual album”. Depois de lançar em 2010 seu terceiro disco sem muito sucesso, a moça (hoje quase quarentona) caiu de cabeça em temas relacionados ao hinduísmo, reencarnação, carma, arrumou as malas e passou uma temporada na Índia. “Matangi” é o nome verdadeiro da cantora, que durante três anos se jogou num universo musical cósmico, psicodélico, com samplers e batidas pesadas (já conhecidas nos trabalhos anteriores).Gravado em várias cidades, o disco tem identidade de grandes centros como São Paulo, Luanda e Nova Deli. São 15 faixas que não deixam ninguém parado. “Bad Girls” estourou mundo afora com sua pegada dançante, “Boom Skit” carrega um hip hop certeiro, “Y.A.L.A” e "Double Bubble Trouble" vão te fazer aumentar o volume. No meio de tudo isso ainda tem espaço para a baladinha "Come Walk with Me". Um dos melhores trabalhos da artista. Zulumbi – Zulumbi 2014 Nós, o público, só temos a agradecer quando bons músicos decidem se juntar em novos projetos e parcerias. Zulumbi é o encontro de Rodrigo Brandão (Gorila Urbano), o guitarrista Lúcio Maia (Nação Zumbi) e o DJ PG (Elo da Corrente) – eles acabam de lançar o disco homônimo, disponível no itunes. Aqui o papo é o seguinte: uma mistura de hip hop com manguebeat, mais as guitarras delirantes do Lúcio, batuques africanos, equipamentos eletrônicos, letras de forte identidade nacional e uma sonoridade pra lá de original. Não satisfeitos, chamaram para participar do álbum um time de peso: as cantoras Juçara Amaral e Anelis Assumpção, Rob Mazurek, Jason Adasiewicz, o rapper Yarah Bravo, Thiago França e Marcelo Cabral. São 10 faixas de um disco que vai dar o que falar durante o ano. “Babe vou bombar”, “Essa é pra você” e “Sob o signo do insano” são apenas uma amostra dessa música urbana global livre de gêneros, feita por gente de bom gosto e consumível por quem gosta de coisa boa. ∆



30 | MARÇO 2014


SUP pantaneiro

CAPA ∆

Se você der de cara com pranchas enormes em cima de carros em pleno trânsito na avenida Afonso Pena, não se espante: nem você, nem o dono do carro, estão tendo devaneios saudosos do litoral. Isso apenas significa que o Stand Up Paddle chegou no cerrado. Texto | Thais Pompêo Fotos | Marcelo Rebuá

O dia amanhece, o sol ainda brilha de mansinho. De pé em uma prancha, você começa a remar. Pouco tempo depois, os paredões marrons do cânion da região de Piraputanga começam a aparecer na paisagem com toda sua imponência milenar. A correnteza preguiçosa lhe dá um empurrãozinho na descida do rio e a brisa, aquela refrescada. Silêncio, apenas o barulho da remada, da prancha deslizando sobre água. Próxima cena: tudo igual, menos a paisagem, agora são águas cristalinas de Bonito (com peixes cruzando em baixo da prancha) ou a imensidão selvagem do Pantanal. O MS é uma região rica em água, famosa pela natureza selvagem e paisagens exuberantes: uma combinação excelente para o SUP. O esporte é queridinho do momento por inúmeros fatores, mas principalmente por ser fácil de aprender e por proporcionar contato com a natureza: puro prazer e saúde (física e mental, diga-se de passagem). Com certeza, se você foi para a praia neste verão, e experimentou a remada em pé, se apaixonou. Em dados numéricos, nos últimos três anos, a quantidade de adeptos dobrou, triplicou e quadruplicou, passando de 3 mil, para 6 mil e 24mil praticantes, aproximadamente, no país, segundo a Confederação Brasileira de Stand Up Paddle. Em todo o mundo, é o esporte náutico que mais cresce.

MARÇO 2014 | 31


Em pé sobre a água “É sabido que toda vez que o homem se depara com uma situação inédita em sua vida, o cérebro é estimulado de forma diferente. E novos impulsos são manifestados em resposta a esses estímulos. O fato de ficar de forma independente em pé, parado, em cima d'água, posição praticamente inédita na história da humanidade, é um situação inusitada que mexe muito com esses estímulos, com a psique”, filosofa o presidente da Confederação, Ivan Floater, um cara tranquilão que rema desde 2007. Pensa bem, quando o homem andou sobre as águas? É quase bíblico.

Ivan Floater - Foto | Divulgação

A sensação de liberdade e independência fica ainda mais estimulante quando possibilita visualizar paisagens sob um ponto de vista que seria impossível sem estar de pé na prancha, o que é chamado de ótica do SUP. “Em pé remando, você tem um ângulo de visão que não teria sentado em uma canoa, caiaque, ou até mesmo em um barco. Em pé você enxerga muito além, seu campo de visão se amplia”, explica Marcelo Rebuá, o pioneiro do esporte em CG e presidente da APSUP, Associação Pantaneira de Stand Up Paddle, que acaba de ser criada. Na vice presidência, Edson Zardo, o Edinho, experiente piloto de voo livre. Enquanto Rebuá tem o foco em competição, Edinho busca a remada de contemplação: “O que me faz investir no SUP é o lance mais contemplativo, o contato com a natureza. Na prancha, você chega perto dos bichos sem espantá-los. É um antídoto antiestresse. Fora isso, o esporte é super democrático, porque é fácil de aprender – a primeira vez que a pessoa pega já sai andando, de crianças a idosos”.

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Edson Zardo - Foto | Divulgação


Havaí - Pantanal O SUP nasceu na década de 40 no Havaí para que os professores conseguissem acompanhar as manobras de seus alunos de surf de um ponto de vista privilegiado no mar. Anos depois, a prática virou esporte, e teve seu boom a partir dos anos 2000 – e ano passado chegou no cerrado. “A primeira vez que eu andei de SUP foi na Austrália, em janeiro de 2013. Foi em um canal de água transparente e, durante a remada, apareceu um golfinho. Foi incrível. Quando voltei pra CG, comprei minha prancha e desde abril estou remando. Hoje, muitos amigos aderiram ao esporte, e nos fins de semana nos reunimos pra remar nos rios que cortam o Estado”, conta Rebuá.

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Lais Lunardon - Foto | Sarah Genta

Durante o Pantanal Extremo, que rolou em Corumbá em novembro do ano passado, e estreou a modalidade maratona no Brasil, nossos (então poucos) supistas entraram em contato com os dez melhores atletas do país. Do MS competiram três: Rebuá; Rafael Alves da Silva, de Corumbá, que este ano se mudou para Cabo Frio para treinar; e Lais Lunardon, nutricionista e esportista que desde então tem investido no SUP. “Embora minha relação com o SUP seja de contemplação, já participei de duas provas, pra prestigiar e curtir a remada. Uma delas foi o Pantanal Extremo, que foi incrível. Foi demais participar de tudo aquilo, conhecer este mundo, os melhores atletas do país, pessoas que vivem para o esporte. O mais bacana que eu trouxe na bagagem foi a capacidade de superação – antes eu tinha apenas remado 4km, no Pantanal Extremo foram 30km... Fora os amigos que fiz de todas as partes do Brasil ", explica Laís. Segundo o presidente da Confederação, os atletas adoraram competir no Pantanal Extremo, e para 2014 o número de participantes deve no mínimo triplicar.

Com a associação formalizada, a intenção é trazer para cá mais informação sobre o esporte, clínicas com atletas profissionais, eventos e organização de campeonatos. Aliás, o primeiro já aconteceu em dezembro, o Santa Delfina, em Aquidauana, reunindo 11 atletas. O primeiro deste ano rola dia 16 de março, também em Aquidauana, com calendário para o ano todo. “Além das competições daqui, vou correr algumas etapas do brasileiro para divulgar o SUP do nosso Estado lá fora”, explica Rebuá.

Por competição ou por puro lazer, o SUP logo, logo tem tudo para aparecer nos lagos da cidade, como o Parque das Nações Indígenas – os rapazes da associação dizem que também vão trabalhar nisso. “Como a bicicleta, o SUP muda a relação com o espaço à sua volta. É uma contrapartida à correria do dia a dia. Traz uma paz para quem rema. Se a pessoa conseguir sair da cidade então, ela volta renovada”, afirma Edinho. Se você ainda não está convencido do potencial do esporte, aguarde a sua primeira remada. ∆

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Comum, eu?

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ATUALIDADE ∆

Com seu jeito engraçado e desbocado, Ingrid Guimarães interpreta Steph, uma garota que entra em parafuso quando o namorado diz que ela tem um rosto comum. Gancho para um debate sobre a ditadura da beleza e o mundo das aparências. Premissas da ácida comédia Razões para Ser Bonita, peça que estará na cidade este mês. Texto | Thais Pompêo Fotos | Divulgação

Ingrid Guimarães é sem dúvida uma das grandes comediantes da atualidade. Mas é também escritora, produtora, esposa, mãe e, antes de tudo, valente. Tanto que a maioria de seus trabalhos são escritos e produzidos por ela, ou seja, colocados e tirados do papel pela própria Ingrid – como o grande fenômeno de bilheteria Cócegas, ao lado da amiga e atriz Heloísa Perissé. Questionadora, ao longo de sua carreira tem espantado as paranoias clássicas de cada fase da vida com caricaturas de mulheres hilárias. Tudo tratado de forma inteligente, divertida e super feminina. Dos dilemas do universo teenager em Confissões de Adolescente (no qual além de atuar, escreveu alguns episódios ao lado de Maria Mariana) às paranoias das mulheres de quase 30 em Sob Nova Direção. Agora, aos 40 e poucos, o tema é ainda mais denso, mas nem por isso tratado de maneira menos divertida. Em Razões para Ser Bonita, o assunto é a ditadura da beleza, obsessão pela aparência e toda superficialidade/crueldade inerente a qualquer tipo de padronização. Um texto engraçado e ácido do americano Neil LaBute, que a atriz produziu e no qual inseriu alguns monólogos. “Adoro observar as pessoas nas ruas e ouvir histórias... Crio meus textos assim. Sou ótima ouvinte!”, disse para A Gente na entrevista que concedeu via e-mail. A peça, que passará por Campo Grande este mês, traz quatro amigos em cena: Steph (Ingrid Guimarães), que termina com

o namorado (Gustavo Machado) porque ficou sabendo que ele acha seu rosto comum; Leo (Marcelo Faria), que vive feliz com a linda Carla (Aline Fanju) mas tem uma amante mais bonita e mais jovem. Ficou curioso? Ingrid fala mais sobre a peça, padrões de beleza e o mundo das aparências na entrevista abaixo:

A Gente - A peça Razões para Ser Bonita é uma crítica super atual, e funciona como uma boa cutucada no mês de março, mês da mulher. O mundo anda muito padronizado: cabelos, bocas, peito... Foi esse um dos motivos que levaram você a escolher o texto de Neil LaBute? Ingrid Guimarães - A peça é uma comédia que faz pensar. Discute a importância do tema beleza na vida cotidiana. É um debate atual e interessante, até porque usa as aparências como pano de fundo pra falar também de amor, de pessoas que trabalham apenas pelo dinheiro e da mediocridade do dia a dia. É um assunto atual, as pessoas se identificam muito. O texto de Neil LaBute faz parte de uma triologia sobre as aparências. O Razões para Ser Bonita é a terceira parte da trilogia. Fui pra Londres ver a montagem inglesa da peça e gostei muito.

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AG - Em uma entrevista você disse que já perdeu muito tempo pensando em beleza. Era um tipo de obsessão como a da personagem que você interpreta na peça? Ingrid - Sempre lutei contra esta imposição, até porque nunca fiz parte de nenhum padrão de beleza. Construí minha própria beleza no que tinha de melhor. Tanto é que sempre fiz personagens, como a Leandra Borges (personagem do quadro do Fantástico em que Ingrid imita modelos esqualidas dando dicas de moda e de como ser cool), que faziam uma crítica a isso tudo. A mídia vende porque tem quem compra, quem acredita nessa importância toda. E acho que isso é uma obsessão em todos os meios. Conheci uma gari que juntava todo o dinheiro para colocar silicone. Acho que isto tudo faz parte também do mundo globalizado onde as pessoas só olham pra fora. O todo tempo, parece que o "melhor" das pessoas é direcionado a algo que pode ser tão obsessivo quanto a busca pelos padrões de beleza: a busca pelo sucesso na profissão, pela vida perfeita, bens materiais... Você pode ter sucesso, dinheiro, fama e ainda assim não exercer o seu melhor. A felicidade está muito além disto, tanto é que estamos vivendo a era das síndromes e dos remédios. A “busca” gera muita excitação, não é um estado tranquilo, ela te desvirtua do seu melhor. AG - Quando você teve o “clique” e percebeu que tem um lado bem bacana em ser diferente? Ingrid - Já ouvi coisas em início de carreira em relação ao meu tipo físico, mas sempre usei isto ao meu favor. A gente se incomoda com essas coisas quando é mais nova por pura insegurança. Faço terapia há muito tempo e acho que a maturidade te faz dar valor a outras coisas. Sempre fui carismática e talentosa e meus pais sempre me fizeram acreditar que isso era mais importante. AG - Você é casada com o René, que viveu um bom tempo aqui em Campo Grande, e você é de Goiânia, certo? Vem bastante para esses lados? Ingrid - Sim, sempre que dá, adoro, temos amigos aí. Eu fui fazer a peça Cócegas em CG e um amigo do René (o Alemão) era amigo de um músico da peça e fez um churrasco pro elenco na fazenda dele. Conheci o René lá. E ficamos um ano nos vendo quando ele ia pro Rio. Depois ele se mudou pra cá e casamos. Estas coisas rápidas da vida. Sou de Goiânia, mas fui morar no Rio aos 12 anos com a minha família. AG - Você é produtora executiva, escritora... Você escreve bastante? Ingrid - Sim, sempre escrevi muito. A maioria dos meus projetos sou eu quem escrevo. A peça Cócegas foi toda escrita por mim e pela Heloísa Perissé. Adoro observar as pessoas nas ruas e ouvir histórias... Aí crio meus textos. Sou ótima ouvinte! ∆ Razões para Ser Bonita, dias 15 e 16 no Teatro Glauce Rocha.

38 | MARÇO 2014

"Você pode ter sucesso, dinheiro, fama e ainda assim não exercer o seu melhor. A felicidade está muito além disso, tanto é que estamos vivendo a era das síndromes e dos remédios”



PELO MUNDO Por Severo Brudzinski Fotos | Divulgação

MANHÃ DE INVERNO

RUA 24 HORAS

rua são francisco E BAR DO ALEMÃO

PARQUE SÃO LOURENÇO, ÓPERA DE ARAME E JARDIM BOTÂNICO

40 | MARÇO 2014


MUSEU oSCaR NEIMEYER

Aproveitando o Festival de Teatro para dar um rolezinho pela cidade Curitiba é a capital mais fria do Brasil. Segundo alguns estudos, temos menos sol durante o ano que muitas capitais da Europa, o que nos torna uma cidade de clima muito peculiar, salvo este começo de ano que está quente para todo mundo. Talvez seja por isso que as pessoas sejam tão reservadas... O frio favorece a meditação? De outro lado, o caldeirão étnico que compõe nossa população: brancos, negros e índios se somaram a italianos, polacos, alemães, libaneses, japoneses e outros povos que chegaram em várias ondas migratórias. Com esse mix é natural que a gastronomia e a boemia sejam diversas. Para comer e beber na cidade alguns lugares são imperdíveis: chope do Bar do Alemão (Largo da Ordem), Polenta com frango nos restaurantes italianos (um bairro inteiro só pra eles: Santa Felicidade), comida tradicional polaca no Durski (bairro São Francisco), cardápio do oriente médio no Le Liban e o tradicional porco com verde (sanduíche de pernil com cheiro verde) do Bar Triângulo (Rua XV). Além dos parques e praças, que representam a principal área verde da capital e a fazem famosa (indico o Barigui, o Tinguí e o Passeio Público), dois trajetos são imperdíveis: durante o dia, o calçadão da Rua XV (Rua das Flores), com o comércio tradicional de rua, o desfile das figuras típicas da cidade como o Oil Man, a arquitetura de vários períodos e a

Boca Maldita, cujos lábios desfilam entre um cafezinho e a intriga política. Já à noite, a dica é o Largo da Ordem, coração da boemia curitibana, com seus bares e casario antigo. Escolha um e curta. O meu preferido é o Schwarzwald, vulgo Bar do Alemão. Dos monumentos, o MON (Museu Oscar Neimeyer) é passagem obrigatória por sua programação anual de qualidade. As 12 salas expositivas são dedicadas às artes visuais, arquitetura, urbanismo e design. Em cartaz até o final de março, a exposição Anjo e Boneco, de Nuno Ramos. O Teatro Guaíra e a Ópera de Arame são cartões postais da cidade, mas o Novelas Curitibanas é o teatro mais charmoso, sem dúvida. Durante o Festival de Teatro de Curitiba (de 25 de março a 13 de abril), a cidade fica tomada pelas plateias que seguem de um teatro para outro de forma frenética, aproveitando a diversidade que a programação oferece. A exemplo do FTC (hoje o maior festival de teatro do país), as artes cênicas são bastante representativas. Grupos em que vale ficar de olho: Cia Brasileira, focada no contemporâneo; Cia Senhas de Teatro, pelo trabalho com o universo feminino; e Cia Máscaras de Teatro, pelo trabalho com comédia. A literatura também é um área de tradição, a começar por Paulo Leminski, Dalton Trevisan, Cristovão Tezza; e da nova geração: Luiz Felipe Leprevost, Paulo Sandrini e Luci Collin. É, pensando bem, talvez o frio, realmente, favoreça a meditação. ∆

MARÇO 2014 | 41


Desfile Zara

ESCOLHA DO MÊS ∆

TARTAN MANIA! O xadrez sempre vai e volta nas passarelas. Quem apostou na estampa para o closet feminino foi a gloriosa estilista Coco Chanel na década de 20. Já nos anos 50, a estampa vichy ganhou destaque com toalhas de piquenique e apareceu até em peças ousadas como o famoso biquíni de Brigite Bardot. Outro marco foram as bermudas, calças e camisas xadrezes dos uniformes dos jovens da geração 90, influenciados pelo movimento grunge de Kurt Cobain. No inverno 2014, ele chega em diversas formas e promete, de novo, ganhar a atenção de fashionistas. Entre as formas de xadrez está o tartan - é a grande pedida! Blazer Alexander McQueen • Suéter St. Johns Wood • Clutch Stela Mc Cartney • Cachecol Macsi acessórios • Vestido Karl Lagerfeld • Sandália Nicholas Kirkwod • Tênis All Star • Guarda-chuva Burberry • Mochila Adidas • Galochas Cosse Couture - Preços sob consulta

42 | MARÇO 2014

Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto


EM ALTA ∆

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Asos

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CONTRAPONTO Por | Luiz Gugliatto

1 Boot open-toe Aldo • 2 Ankle-boot-cut-out Jimmy Choo • 3 Cut-out-boot Zara • 4 Ankle-boot-cut-out Manolo Blanhnik • 5 Cut-out-boot Esdra • 6 Cut-out-boot Top Shop • 7 Cut-out-boot Orcade • 8 Cut-out-boot Zara - Preços sob consulta

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Fotos | Divulgação

Depois da febre dos wedge sneakers, a impressão de atitude nos pés das garotas deve ficar por conta dos cut-out boots, com design e modelagem bem diferentes, meio neo-coturno. Essa bota cano baixo com recortes vasados nas laterais e acabamento com detalhes em metal chega dando peso à moda. Usadas com peças mais românticas, tecidos fluidos e leves, dão um toque grunge/rocker super interessante ao look. Outra grande aposta do mercado calçadista para o outono/ inverno são as boots open-toe e ankle-boots-cut-out, com saltos poderosos e aberturas estratégicas para revelar parte dos pés femininos. Peças ultra sexy!


TRENDY ∆

Lágrimas de crocodilo

Na temporada em que misturar texturas e estampas é super tendência, o croco ganha espaço. Ele é ótimo parceiro para enfrentar dias frios. A jaqueta com tecido brocado estilo esportivo da Bo.Bô pode ser a sacada sobre regatinhas de seda, tanto com shorts quanto com saias curtas. Até eles vão arrasar usando pisantes cheios de bossa como esse da Lanvin, bem ao estilo garoto de muita atitude. Invista!

• Óculos Ronaldo Fraga para Chilli Beans • Blaiser Ósmio • Jaqueta Bo.Bô • Caneta Louis Vuitton • Saia Bo.Bô • Bolsa com capa Rogério Lima • Sandália Tabita • Bracelete Fabrizio Giannone • Tênis Lanvin - Preços sob consulta

44 | MARÇO 2014

Fotos | Lucas Possiede e Divulgação

Por | Luiz Gugliatto


Campanha Dior

ACHADOS DE MODA ∆

THE NUDES Por | Luiz Gugliatto

Fotos | Divulgação

A cor nos remete à "Belle-Époque". Quando falamos em nude, logo pensamos no rosê, chá, bege e outras cores bem neutras. As tonalidades de nude estão super em alta para o outono/inverno 2014. Maquiagem, roupas e acessórios em tonalidades de pele chegam ao closet para deixar as mulheres mais elegantes. Um bom exemplo fica por conta da coleção "The nudes" do designer Christian Louboutin - são cinco tons cor de pele em belíssimos scarpins. Um sapato nude nos dá a sensação de alongar as pernas e assim proporcionar uma silhueta dos sonhos. Para dar um up no seu look monocromático, coloque pontos de cor, eles criam um efeito inesperado no visual. Vestido ZARA • Esmalte Dior • Tricô H&M • Sombra Collistar • Blush Mac • Saia Gilda Skirt • Tênis Petite Jolie • Bolsa e lenço AREZZO • Trench coat Rodarte • Scarpin Melissa • Scarpin Christian Louboutin - Preços sob consulta.

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Campanha Browns Shoes

HOMEM ∆

UNIVERSO FASHION

O que mais interessa para os homens é conforto e praticidade, apesar de também gostarem de inovar. Por isso, coletes, boots, colares, óculos e boas peças em jeans são itens indispensáveis ao homem que curte moda.

Camisa Calvin Klein • Colar Aura prata • Óculos Ray Ban para Ottica Capri • Jaqueta Diesel • Mochila Augur para Airu • Cinto OXDDI • Colete: Bencospace p/ Aliexpress.com • Calça Calvin Klein • Boot Kildare - Preços sob consulta

46 | MARÇO 2014

Fotos | Divulgação

Por | Luiz Gugliatto



come as you are O grunge se refugia no habitat do hip hop numa atitude altamente democrรกtica.

Fotografia | Alexis Prappas Stylist | Luiz Gigliatto


Jaqueta e blusa Le Lis Blanc, saia e brincos C&A, meia arrastão Bazar São Gonçalo, meias poá (acervo do produtor ) e boot Hoover


Ela: Óculos acervo, camisa Bo.Bô, vestido Animale, pulseiras de couro Maloca Querida, pulseiras metal C&A, camisa xadrez Pedro Vasciaolo e boot Pécora Conforto Ele: Camisa acervo produção, T-shirt Stamp Rockwear p/ Fly, bermuda ADJI, pulseiras e colar Hoover e boot Pécora Conforto


Ela: Jaqueta Le Lis Blanc, T-shirt C&A, cinto Shoulder, short Spezzato p/ Marjorelle, meia acervo produção e boot Pécora Conforto Ele: Camisa e bermuda ADJI, relógio Frann Zamora p/ Touché, meias Lupo e boot Pécora Conforto


テ田ulos acervo, T-shirt Touchテゥ, colar e pulseiras Hoover, calテァa ADJI, camisa Pedro Vasciaolo p/ Maloca Querida, meias Lupo e boot Pテゥcora Conforto


Blusa Le Lis Blanc, colar C&A, saia acervo produção, meias Lupo e boot Pécora Conforto



Ela: Vestido Shoulder, gorro Falange da Rima p/ Maloca Querida, colar Hoover, pulseiras Maloca Querida, relógio Paula Choystie para Maloca Querida e boot Pécora Conforto Ele: T-Shirt customizada Black Drink p/ Maloca Querida, pulseiras Hoover, bermuda Oakley p/ Tube Surf, meias Lupo e boot Pécora Conforto


Ele: Casaco Richard's, camisa Pedro Vasciaolo, calça SIX ONE p/ Tube Surf, meias Lupo, pulseiras Maloca Querida e relógio Paula Choystie p/ Maloca Querida Ela: Camisa e brincos C&A, calça Bob Store, corselet Lupo, relógio Paula Choystie p/ Maloca Querida e boot Pécora Conforto


Ele: Camisa ADJI, T-shirt Stamp Rockwear p/ Fly, relógio Frann Zamora p/ Touché, calça MCD p/ Tube Surf e boot Pécora Conforto Ela: Colete Aline Romero p/ Maloca Querida, pulseiras C&A, calça Cris p/ Touché e boot Hoover

Ficha técnica: Fotos Alexis Prappas / Stylist Luiz Gigliatto / Beleza Higor Euzebio / Modelos Thaysse Ricci e Thom Rech / coordenação Thais Pompêo. Agradecimentos: Suzamar (Maloca Querida)


Espumas de beleza... Que tal nós dois? Texto | Natália Charbel

58 | MARÇO 2014


beleza ∆

Desafiamos aqui qualquer um que passou dos 20 e quando leu o título da matéria não pensou no sucesso de Rita Lee, ou ainda na cena de Uma Linda Mulher, quando Julia Roberts toma um belo banho de espuma no hotel. É isso, espumas sempre nos remetem a banhos demorados, relaxantes, verdadeiros rituais de beleza. Quem foi mais longe pensou em espumas de barbear ou mousses de cabelo, então vamos contar, você está quase certo. Espumas e beleza caminham de mãos dadas, e invadiram a indústria cosmética. Conheça, aqui, as maravilhas que elas podem fazer por nós. Não foi à toa que elas ganharam espaço e receberam status de darling dos cosméticos. Elas são agradáveis ao toque, fáceis de aplicar, e ultra bem absorvidas pelo tecido cutâneo, o que potencializa os princípios ativos e garante melhores resultados. Se antes eram quase que exclusivas aos produtos para barbear e mousses, agora existem xampus, sabonetes (as deliciosas espumas de limpeza), bases, protetores solares, BB creams, tintas de cabelo, além das linhas de tratamento, como as espumas lipolíticas, anticelulíticas e reafirmantes, super eficazes devido à boa penetração, tudo com a vantagem do elevadíssimo poder de hidratação. Foram anos de pesquisas que comprovaram a eficácia das espumas, já que, como supracitado, o aumento da absorção dos agentes ativos potencializa as propriedades dos cosméticos. Elas são atrativas, principalmente para nós, mulheres, pela delicadeza e consistência fluida, portanto, o resultado da aplicação é super eficaz e sutil, o que garante que não vamos ficar meladas e grudando. Ousamos dizer que quem experimenta, dificilmente volta às velhas texturas, elas são realmente deliciosas. E tem mais, as espumas têm apelo eco-friendly, pois os produtos manipulados dessa forma são livres de gases nocivos ao meio ambiente, como os CFCs (clorofluorcarbonos). Ou seja, faz bem para você e para o planeta! Como diria Rita Lee, “...sem culpa nenhuma...”. ∆

MARÇO 2014 | 59


HITS DE BELEZA ∆

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Espumas são as novas queridinhas da indústria cosmética. Deliciosas e super eficientes, ganham adeptos apaixonados a cada dia. Nós estamos in love e queremos mergulhar nesse mundo de textura doce!

Texto | Natália Charbel

1- Bloq Mousse Fotoprotetor FPS 50. Sua textura é rapidamente absorvida e não deixa a pele oleosa. Ideal para ser usado no dia a dia. É bastante indicado para o pós de tratamentos dermatológicos, como peelings, tratamentos com ácidos e antiacne. R$ 70

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2- Creme espuma Melora C. Recupera a maciez e suavidade da pele, melhora a elasticidade, ameniza rugas e linhas de expressão graças a seu grande poder antioxidante. Pode ser usado com maquiagem. R$ 169 3- Espuma de Limpeza Cetaphil DermaControl. Desenvolvida para a higiene diária da pele oleosa e/ou acneica, remove suavemente o excesso de oleosidade sem prejudicar a barreira de proteção cutânea. Controla o brilho excessivo da pele e regula a produção do sebo. R$108

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4- Dermotivin Foam. Higienizador facial diário para limpeza da pele oleosa ou mista em forma de espuma leve e agradável. Contém extrato glicólico de calêndula e extrato de aloe vera, com ação emoliente e suavizante. R$ 64. 5- Espuma de Limpeza Facial Acne-Aid Wash. Sua fórmula ultra moderna remove as impurezas da pele oleosa. E amo mesmo tempo que hidrata não deixa o rosto com aquela sensação gordurosa. A limpeza purifica e ajuda a equilibrar as funções deste tipo de pele. R$43 6- Espuma minoxidil 5%. Super eficaz para ser utilizada como coadjuvante no tratamento da alopecia, pois na textura de espuma o minoxidil é mais eficiente que a solução hidroalcoólica. R$40 7- Espuma de Banho Mustela Stelaprotect Cleansing Foam. Perfeito para a limpeza diária de peles hipersensíveis. E olha que bacana, pode ser usado no rosto, corpo AND cabelos. Limpa sem ressecar, e reduz a sensibilidade cutânea. R$107

7 60 | MARÇO 2014



Check up para elas Quais os exames essenciais?

Texto | Natรกlia Charbel

62 | MARร O 2014


SAÚDE ∆ Prevenir é melhor que remediar. O dito popular, tão conhecido, muitas vezes não sai do campo teórico, principalmente quando falamos em saúde. A grande maioria de nós só procura um médico depois que apresenta algum sintoma. A medicina preventiva é tida como a medicina do futuro. Afinal, prevenção é imprescindível para uma boa saúde. E o primeiro passo é estar em dia com seus exames. Se você está perdida e não sabe por onde começar, A Gente preparou especialmente para as mulheres uma lista dos exames mais importantes. Fique de olho e não adie mais. Cuidar de você é seu grande presente. Hemograma. Exame que nos mostra um panorama geral de como estão as células sanguíneas e as plaquetas. Consegue apontar inflamações, infecções e anemias. Deve ser feito logo na primeira parte do checkup e repetido com frequência anual. Colesterol e triglicerídeos. Verifica as taxas de colesterol e triglicerídeos, deve ser feito anualmente principalmente após os 40 anos. O exame funciona como parte da prevenção de doenças cardíacas que fazem cerca de 300 mil vítimas todos os anos. Papanicolau. Independentemente do histórico sexual da paciente, o exame deve ser realizado regularmente a partir dos 18 anos, ou antes, se a menina já tiver tido a primeira relação. É fundamental para o diagnóstico das primeiras alterações no colo do útero. Vale lembrar que o câncer de colo de útero é o que mais mata as mulheres no Brasil. Exame de glicemia em jejum. Deve ser solicitado logo na primeira consulta. Identifica os níveis de glicemia no sangue. Ao analisar a taxa de açúcar é possível diagnosticar portadores de diabetes. O exame deve ser realizado com o paciente em jejum de pelo menos oito horas.

MARÇO 2014 | 63


“Não existe melhor cura que a prevenção”. Sandro Kretus

Sorologias. Antes, esses exames só eram requisitados de acordo com o histórico e a suspeita de diagnóstico de cada um. Hoje, as coisas estão diferentes, e todos os exames de detecção das principais Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) devem fazer parte de um bom check up. Controle da tireoide - TSH. Depois da terceira década de vida, nós mulheres, temos o triplo de chances de desenvolver distúrbios da tireoide. Esses exames conseguem detectar como andam as funções da glândula. Dependendo do caso, deve ser solicitado mais cedo. E precisa estar incluso na lista de exames regulares. Mamografia. Deve ser realizado todos os anos por mulheres acima dos 40 anos (essa idade ainda causa alguma divergência entre os médicos). Pacientes considerados de alto risco, ou seja, com casos de câncer de mama na família, têm indicação para começar a realizar exames preventivos antes dos 35 anos. Ultrassom transvaginal e ultrassonografia mamária. Indicados para avaliar os órgãos do sistema reprodutivo feminino. A ultrassonagrafia mamária complementa o diagnóstico da mamografia. Colposcopia. Exame bem detalhado do colo do útero. Deve ser solicitado em caso de alterações detectadas no exame preventivo. A urocultura também é requisitada em casos de pacientes com sintomas específicos, como ardência ao urinar. Densitometria óssea. Após os 50 anos, a recomendação é realizar o exame a cada dois anos para a prevenção da osteoporose. Em casos pontuais, ou dependendo da biografia familiar, o exame pode ser solicitado antes desse período. É importante ressaltar que esses são os exames básicos, que devem ser feitos por todas nós. Você deve procurar um médico, que pode ser seu ginecologista, um clínico geral, ou aquele médico de confiança que indicará o profissional certo e saberá avaliar a necessidade, a frequência ou mesmo fazer a solicitação de outros testes e exames. O importante é se antecipar, afinal, todos sabemos que qualquer doença descoberta em fase inicial é muito mais facilmente tratável. Garotos, não fiquem preocupados. Mês que vem, a lista é para vocês! ∆

64 | MARÇO 2014



Alimentos vivos

Você vai querer! 66 | MARÇO 2014

Texto | Natália Charbel


NUTRIÇÃO ∆ Em meio à corrente healthy, tantas novidades surgem como a grande sensação da vida saudável que ficamos meio perdidos, sem saber o que de fato vale a pena. Mas se existe algo que vem realmente revolucionando a alimentação são os alimentos germinados. O zum-zum-zum em torno da prática começou há pouco tempo, mas quem conhece, garante, se apaixona.

Vamos começar entendendo o conceito: alimentos germinados são grãos, sementes e leguminosas que iniciaram o processo de criação de uma nova planta. Esses alimentos possuem grandes concentrações de nutrientes que estão “dormindo” e esperando por condições ideais para se desenvolver. Com água, oxigênio e a uma determinada temperatura, essas sementes iniciam diferentes processos bioquímicos, para o nascimento de um alimento novo. É necessário deixá-los despertar na água, para que comecem a germinar. Daí o conceito de “alimentação viva”. Mas e aí, quais são as vantagens em consumir alimentos vivos? Durante a germinação, o valor nutricional vai às alturas. Nesta fase, o alimento é muito mais rico nutricionalmente do que enquanto está adormecido, e ainda mais do que a nova planta que irá gerar. A germinação eleva a energia vital dos alimentos e causa uma verdadeira explosão de nutrientes que estavam “descansando”. Querem um exemplo? A semente de trigo contém pouca vitamina C, mas na fase de gérmen passa a ter 600% a mais desse nutriente. Isso mesmo: seiscentos. Além de super nutritivos e saudáveis, esses alimentos são de digestão muito mais fácil. As proteínas já se decompuseram em aminoácidos, os carboidratos complexos em açúcares simples, enfim, com isso, a digestão é facilitada e a absorção dos nutrientes é potencializada. Quando consumi-los vai perceber que eles saciam, mas não deixam aquela sensação de peso.

nozes. Olha que bacana: castanhas e nozes também podem ser germinadas! Depois de germinados, quem manda é você. Nos sucos, saladas, leite de sementes, vale o que quiser! Dicas gerais: T Primeiro, paciência. Não desista na primeira tentativa. Se deu errado, faça de novo até entender o processo, que é uma combinação dos fatores, água, luz e tempo. T A semente de linhaça se transforma em uma gosma mesmo, você não fez nada errado. T Sementes podem mofar com facilidade, portanto maneire no enxague e mantenha-as em lugar com luz solar, mas que não pegue sol diretamente. T As castanhas e nozes não criam brotinhos, elas só precisam ser deixadas de molho. O tempo varia, mas geralmente um período de 6 horas é suficiente. T Respeite a natureza, dependendo da semente, do local onde você está e da época do ano, os alimentos modificam o tempo de germinação. Observação e cuidado serão seus guias.

Inúmeras sementes podem ser germinadas, entre elas: linhaça, girassol, trigo, arroz, quinoa, gergelim, feijão azuki... A lista é imensa.

T E o mais importante: converse com seu nutricionista, ele saberá te dar as dicas certas para o processo de germinação, suas necessidades e maneiras bacanas de consumo. O importante é que agora você já sabe que alimentos vivos existem e nos fazem bem. Vamos entrar nessa onda?

Atenção: cada alimento possui um tempo próprio de germinação. Alguns formam brotos (você vê a nova plantinha formar) e outros não, como no caso da linhaça e das castanhas e

T Dica de livro: Suco Vivo, de Daniel Francisco de Assis ∆

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sabor da holanda “O diferencial dos nossos doces é que fazemos tudo à mão mesmo"

Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede

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GASTRONOMIA ∆

Torta Holandesa Ingredientes

Niura Lacerda começou no universo dos doces sozinha, fazendo receitas de família e vendendo para vizinhos e amigos. Quando viu, já estava na hora de sair do pequeno apartamento que acolheu suas primeiras receitas para montar uma cozinha de verdade. Durante quatro anos, ela e sua filha, Thaiana, fizeram de seus doces um dos melhores e mais procurados da cidade, marcando presença em festas – principalmente as infantis - e casamentos. Em setembro do ano passado, depois de inúmeros pedidos, elas abriram a Niura Festas, doceria daquelas bem boas que a gente entra e não quer mais sair.

Hoje em dia o lugar, que já tem 27 funcionários, ainda mantém o jeito artesanal, o que acaba mantendo o gosto de docinho caseiro. “O diferencial dos nossos doces é que fazemos tudo à mão mesmo, nada é industrial. Por isso minha massa é leve”, conta Niura. Pr’A Gente, elas prepararam uma deliciosa torta holandesa, com ingredientes simples que misturados se transformam em um sabor surpreendente.

Base: Biscoitos de Maisena ou Maria Para a decoração lateral: 1 pacote de biscoito redondo com cobertura de chocolate (ou do tipo “tortinha”) Creme Branco: 200 g de manteiga tablete sem sal 1/2 lata de leite condensado 300 ml de creme de leite de lata sem soro gelado 200 gramas de leite em pó NINHO 1colher (sopa) de essência de baunilha Cobertura (ganache de chocolate): 200 g de creme de leite sem soro (1 caixinha) 170 g de chocolate meio amargo (1 barra)

MODO DE PREPARO Base: Disponha as bolachas de maisena ou maria em um aro de aproximadamente 20 cm de diâmetro. Creme: Bata na batedeira a manteiga (que deve estar um pouco amolecida, mas ainda geladinha) e o leite condensado até obter um creme quase branco. Junte o creme de leite (que deve estar gelado) e a essência de baunilha e bata novamente para misturar bem. No final adicione o leite em pó e bata novamente. Coloque o creme branco sobre a massa e leve para gelar por duas horas. Cobertura: Aqueça o creme de leite e o chocolate no microondas em potência máxima, parando a cada 20 segundos e misturando até que os ingredientes estejam totalmente incorporados. Ou leve ao fogo baixo, mexendo sem parar, até virar um creme de chocolate. Espere esfriar até atingir a temperatura ambiente e coloque sobre o creme branco. O ideal é manter na geladeira por umas 6 horas antes de servir, para que ela esteja bem firme - melhor ainda é fazer no dia anterior ao de servir. No final polvilhe cacau em pó em cima da torta. E bom apetite!

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A GENTE EM CASA ∆

ATENTA AOS DETALHES Texto | Tatyane Cance Fotos | Lucas Possiede

Quem conhece a blogueira e decoradora Priscilla Marques, e sua casa, percebe que o blog Anfitriã é do jeitinho da dona: repleto de cuidados e alegrias nas pequenas coisas. Pr'A Gente, ela abre seu “lar doce lar” e prepara uma decoração super especial – porque Priscilla é assim: a cada visita, a anfitriã cria uma decoração diferente. “Adoro receber, isso faz parte da minha vida, por isso minha casa tem ambientes onde podemos estar à vontade e com conforto”, explica.

Prova disso é o espaço que ela chama de “varandinha”, uma extensão do living room, que é a parte mais usada pela família. O lugar é composto por alguns móveis antigos, cadeiras de palha e uma mesa-bar. “Geralmente nos sentamos lá depois do almoço para um café, ou no final da tarde para um vinho e um bate-papo com os amigos”, conta.

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É nessa junção, entre o moderno e o clássico, que percebemos como a personalidade de Priscilla está presente em tudo, principalmente no quarto da filha de quatro meses, Helena, onde os detalhes se tornam ainda mais encantadores com os bordados feitos pela bisavó da criança. “Foi uma delícia preparar e pensar em cada cantinho do quarto dela. Há muito dos meus sentimentos e emoções. Eu e minha filha mais velha sonhamos com tudo”.

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Com seu olhar apurado, Priscilla decorou toda a casa. Os móveis, os lustres, os quadros e as gravuras são uma mistura entre coisas de família e outros achados garimpados pelo mundo. Outras peças vieram do antigo apartamento onde morou antes do nascimento da primeira filha, Beatriz.

A marca mais forte do lugar é de fato o conforto, mas as (famosas) produções para a mesa de jantar feitas por Priscilla são um show à parte: castiçais, cristais, suplats, guardanapos de linho, prata e os verdinhos – como ela costuma dizer. “Receber em casa envolve muito carinho. Não há como ser anfitriã sem ter amor por nossa família e amigos. Adoro criar esses momentos especiais para quem está ao meu redor, isso torna a vida mais alegre.”∆

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achados de casa ∆

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3 BELEZA PÕE A MESA Por | Luiz Gugliatto Fotos | Lucas Possiede

O prato para bolo com pé está entre as peças mais elegantes de uma mesa, capaz de conferir mais beleza e praticidade. Um belo prato, seja de porcelana ou cerâmica, será muito útil em diversas ocasiões: festas de aniversário, jantares, almoços ou para aquele café da tarde com as amigas. Seja esmaltado, pintado à mão ou com formato, dimensões e acabamentos variados, ele é um ótimo presente.

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1-Prato para bolo: Armazém Fornari R$ 135,90; Bolo: Armazém Fornari • 2- Prato para bolo: Armazém Fornari R$ 59,90; Bolo: Armazém Fornari • 3- Prato para bolo: Luxo D'Casa R$ 320; Bolo: Erva Doce Casa • 4-Prato para bolo: Casa Tua R$ 286; Bolo: Luxo D'Casa • 5- Prato para bolo: Erva Doce Casa R$ 418; Bolo: Armazém Fornari • 6- Prato para bolo: Casa Tua R$ 98; Bolo: Luxo D'Casa • 7- Prato para bolo: Erva Doce Casa R $ 202,50; Bolo: Luxo D'Casa. Bolos Fake - Preços sob consulta.

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ids Texto | Ana Laura Azevedo

No universo dos pais algumas coisas parecem cair do céu. Uma delas é quando descobrimos uma marca muito boa de produtos para crianças. Dica do mês: Djeco! Marca francesa que faz seu filho pensar e se divertir ao mesmo tempo, além de absolutamente tudo ser lindo. Os brinquedos educativos, voltados para o desenvolvimento do raciocínio e de habilidades manuais, têm uma ênfase artística não encontrada normalmente. Também se destacam as preocupações com segurança e qualidade de acabamento dos produtos. A loja existe desde 1954, mas foi a partir de 2006 que se atualizou e virou hit. É possivel encontrar no Brasil em vários sites e lojas, mas às vezes compensa mais comprar em sites do exterior. Abaixo uma lista de alguns encantamentos da Djeco: Caixa de artes (Art au numéro: Feutres Pinceaux) A caixa traz um jogo de pincéis, um jogo de cartões obra de arte e um guia de técnicas de pintura. Uma ótima ideia para estimular os futuros artistas. Adesivos (Stickers) Cartelas de adesivos com desenhos assinados por artistas e diferentes temáticas. Pode conter de 160 a mais de 1000 unidades por pacote. Multiuso e super divertido. Aviões de Origami (Origami Avions) Porque não basta ser papel de origami, quando se pode ser um papel que, além de ensinar as dobraduras corretas, tem passageiros e até mesmo pilotos. Quebra-cabeça ( Puzzle Gallery) Saindo do lugar comum das temáticas de franquias televisivas… As séries de quebra-cabeça da marca são coloridíssimas e as peças são grandes.

Diquinha extra: O site ganhou alguns prêmios bacanas, entra lá para conferir: www.djeco.com

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Fique de Olho Depois dos Wayfarer que bombaram, a Ray Ban emplaca outro sucesso com o modelo Clubmaster. Mas o que faz a cabeça da garotada são as imitações coloridas vendidas paralelamente.

APP da vez Flappy Bird, o jogo mais difícil do ano, ficou tão famoso que o dono não aguentou e tirou das lojas. Isso mesmo. Não dá mais pra adquirir. Ou seja, só para quem tem. O que resultou numa onda de imitações que estão bombando. A mais baixada de todas: Iron Pants. (Baixe antes que saia das prateleiras virtuais.)

Texto | Ana Laura Azevedo

Pra se despedir do verão.

Aderência Total Vans são os tênis de skatista que invadiram os armários e não saem de moda. Este ano a marca resolveu apostar em novidade: os Vans LXVI modelo DATA, o mesmo tênis de sempre com solado especial mais leve e confortável. Confira:

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CONECTIVIDADE ∆ Este roteiro é pura adrenalina: uma passarela de 60 m de comprimentos - com 91 cm de largura e 6 cm de espessura - feita totalmente de vidro e fincada nas paredes de um penhasco a 1.430 m de altura! Literalmente caminha-se sobre as nuvens, picos de montanhas e vegetações. Esta atração encontra-se nas paredes do penhasco das montanhas de Tianmen, província de Hunan, China. O trajeto é tão assustador que os turistas são convidados a usar sapatilhas anti-derrapantes, que os levam a pisarem cautelosamente sobre esta passarela de estilo Indiana Jones. Pode parecer ironia mas estes 60 metros feitos de vidros representam uma "melhoria" de todo o percurso que tem mais de 1.500 m de pontes de madeira encravados nas encostas do penhasco.

SE LIGA Por Wilame Morais

É preciso muita criatividade para transformar objetos insignificantes, como embalagens, metais e outras peças a que geralmente nem damos atenção, em obras de arte. O norte-americano Zac Freeman é um dos artistas que possuem esse talento. Confira as fotos de alguns dos quadros que ele montou com coisas retiradas do lixo, coladas sobre uma superfície de madeira.

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Esculturas mínimas em grafite por Jota Julian Gutierrez. Tem habilidade?



CADERNO DE VIAGEM ∆

Austrália nunca é demais

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Era uma manhã de verão quando acordei no meu primeiro dia em Sydney. O comércio ainda abria as portas enquanto eu fazia uma caminhada de reconhecimento pela vizinhança silenciosa naquele horário. Na esquina, uma cafeteria com toldo vermelho serviu meu primeiro café da manhã. Cappuccino e pão na chapa com canela. Combinação confortante para um dia tão esperado. Eu estava em Pyrmont, o bairro que seria minha casa na cidade onde eu há anos sonhava estar.

Sydney e arredores uma bela metáfora Texto e fotos | Juliana Comparin

Ponte do vibrante porto de Darling Harbour

Vista privilegiada dos arranha-céus de Sydney

Não teria lugar melhor para eu me hospedar em Sydney. Pyrmont é um bairro moderno bem pertinho do centro e de outras regiões turísticas da cidade. Minha rotina quase diária pelos dois meses que se seguiram era deixar o apartamento nas primeiras horas da manhã e sair a pé para explorar novas áreas.

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O percurso até o centro necessariamente atravessava a ponte de Darling Harbour, uma das zonas mais bonitas e vibrantes de Sydney e, diga-se de passagem, a minha preferida. A frenética rua financeira e de comércio George Street estava logo ali depois da ponte. Engravatados em massa caminhando em ritmo acelerado se misturavam aos grupos de turistas sem nenhuma pressa. Quando o dia chegava ao fim, os homens e mulheres de negócios já não mais tão afobados e alinhados assim se reuniam em pé nos pubs moderninhos dando uma nova cara à atmosfera do centro da cidade.

Restaurante na baía de Sydney com vista para a Harbour Bridge

Caminho para o bairro histórico The Rocks

Quadras à frente ficava The Rocks, uma área romântica e histórica com restaurantes pitorescos instalados em construções da época colonial. Dali já era possível ver a grandiosa Sydney Harbour Bridge se esticar no horizonte, mas era só ao chegar na região de Circular Quay que a ponte mais cobiçada da Austrália podia ser contemplada do seu melhor ângulo. Multidões de turistas movimentavam aquele lugar dia e noite e faziam a cidade pulsar. À direita da ponte outro ícone de Sydney saltava aos olhos: a Opera House e toda sua genialidade arquitetônica.

A icônica Opera House na movimentada Circular Quay

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Embora na maior parte do tempo agitados, os ares de metrópole que não para podiam mudar em instantes. Ao lado da Opera House estava a entrada para o Botanic Gardens, uma extensa área verde muito bem usada pelos australianos. Lá, a natureza cumpria o papel de bloquear qualquer barulho e a cultura do esporte, do ler um livro ao pé da árvore e do namorar podia enfim prevalecer.

Metrópole e natureza em plena harmonia no Botanic Gardens

Coogee Beach, uma das melhores praias suburbanas de Sydney

Praia selvagem no Sydney Harbour National Park

Distante da área central, Sydney também esbanjava vida. As bem estruturadas praias de Bondi, Coogee e Manly garantiam badalação nas disputadas faixas de areia enquanto as praias mais selvagens do Sydney Harbour National Park atendiam quem buscava por sossego. Tudo isso era possível em Sydney, sem citar os vários museus (como o renomado Art Gallery of New South Wales e o incrível Australian Museum, com seus fósseis de dinossauro); o sempre lotado bairro Chinatown; a intensa vida noturna de Kings Cross; e a gastronomia variada por toda a cidade. Quando Sydney parecia já ter revelado toda a sua variedade imbatível de atrações, lá vinha mais uma grata surpresa. Foi o caso de quando descobri Blue Mountains, uma região montanhosa que ficava a pouco mais de uma hora de carro dali.

A névoa azulada das Blue Mountains

Embarquei então em uma excursão de um dia para desacelerar nos arredores e descobri que as Blue Mountains pareciam mesmo azuis como o nome sugeria! A ilusão era criada por uma névoa formada a partir da liberação do óleo das folhas de eucalipto, árvore predominante na região. Penhascos de arenito, cânions e cachoeiras completavam o visual da grande área natural. O silêncio, o cheiro de mato e a sensação levemente melancólica de olhar no horizonte me fizeram muito bem. O objetivo tinha sido cumprido e eu já podia voltar para a cidade grande.

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De volta a Sydney entendi que o meu tempo ali também havia chegado ao fim. Dois meses na cidade me permitiram ver o bastante e restava ao meu visto de turista só mais um mês no país. Os trinta dias que seguiram pareceram bem mais longos de tanto episódio que esta segunda etapa da viagem gerou. Deserto, mar, cidades litorâneas pacatas e outras ultramodernas completaram esse roteiro e ainda assim muita Austrália tinha ficado para trás.

Os Doze Apóstolos vistos da Great Ocean Road

Loch Ard Gorge, parada obrigatória na Great Ocean Road

Curiosamente, o último dia da minha temporada no país foi preenchido por um tour que me instigou a pensar na mensagem que esta grande viagem me deixaria. Tratava-se da Great Ocean Road, uma linda rota cênica de 300 km que margeia o litoral de Victoria, estado vizinho de onde está Sydney. Great Ocean Road não levava a um destino em si, mas a uma estrada, a uma bela jornada. ∆

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EDITORA CONVIDADA ∆

Linhas que se cruzam Frann Zamora é daquele tipo de pessoa hiperativa e curiosa. Uma figura conhecida entre a boemia criativa da cidade. Seja pela animação, seja por suas criações - arte que vai além da literatura, que inspira moda. Munida de uma máquina de costura (depois de cansada de gastar dinheiro com reformas intermináveis que sugeria para a costureira), criou a Chroma: marca de acessórios super descolada. Seus relógios com pulseiras coloridas, suspensórios e gravatas borboletas fazem sucesso (e já estiveram em editoriais d'A Gente, claro).

Texto | Thais Pompêo Fotos | Lucas Possiede

Frann Zamora Além de talentosa designer, Frann surpreendeu em dezembro ao lançar uma peça com casa cheia, um trabalho da cia 'Você em Cena', grupo de teatro que ela mesma criou; espetáculo que ela mesma escreveu e dirigiu. “Fui atriz em alguns grupos e cheguei a ministrar oficinas de atuação. Mas escolhi o caminho mais difícil pra mim (risos): montei meu próprio grupo de teatro, com pessoas cujo trabalho eu admiro. Os atores enriquecem meus textos e a gente evolui junto.

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Eu adoro a forma com que eles ficam livres nos meus textos”, conta Frann. Aliás, a mocinha acaba de lançar um livro pela editora Arrebol Coletivo, de Dourados, voltado para a nova safra de escritores. “Nu Silêncio”, é um livro de poesias com “tendência mais libidinosa”, explica. Trabalhando essa verve literária, sensual e repleta de poesia, Frann, nossa editora convidada, traz quatro das suas escritoras prediletas. Mulheres e obras inspiradoras. Vamos a elas:


Anaïs Nin nasceu em 21 de fevereiro de 1903 em Neuilly (arredores de Paris), e foi uma escritora francesa que polemizou sua época ao escrever obras permeadas de erotismo e ideias feministas. Dessa forma já pode se imaginar os rumos de sua leitura. Minha indicação da escritora é o Livro Delta de Vênus, o que melhor define seu perfil. É um estudo e descrição da mulher com temas sexuais e a busca do equilíbrio entre a vida paralela e trabalho. Cenas feministas, fala muito de sexo, interessante e gostoso de ler.

Cecília Meireles é contemporânea de Anaïs, mas nasceu no Rio de Janeiro. Foi poetisa, professora, jornalista e pintora, reconhecida hoje como uma das mais importantes vozes líricas da literatura brasileira e de língua portuguesa. Sua característica principal é a musicalidade ao tecer as palavras, o ritmo, juntamente com seus temas agradáveis, sempre tendendo para as coisas positivas. Uma de minhas recomendações é “Escolha seu Sonho”, da Editora Record. São crônicas curtas que trazem o cotidiano com reflexões complexas sobre os fatos. Fazem bem. Ritmo dentro da posia, musicalidade, essa estética da composição das palavras.

Sylvia Plath nasceu em Londres em 1963. Romancista e poetisa muito impactante em suas obras pelo teor de sentimento e confissão. Lutou contra a depressão e usava a escrita como um álibi. Seu livro Ariel, considerado por muitos uma verdadeira obra de arte, é um livro pra quem gosta muito de ler pois são poesias muito complexas, carregadas de detalhes e estética. História de vida muito interessante, tinha uns casos, sofreu demais, a veracidade do sentimento no texto é notável, descreve as coisas com mais intensidade...

Lolita Pille virou uma escritora em ascenção na França depois de lançar Hell em 2003, aos 22 anos de idade - livro que se tornou um best seller. Hell se funde com a biografia da própria autora. Foi escrito quando Lolita tinha 18 anos, a mesma idade da personagem. É um retrato do cotidiano dos jovens da alta burguesia de Paris, movido a sexo, drogas fartas e desperdício de dinheiro. Aqui no Brasil o cineasta Hector Babenco dirige a peça de mesmo nome baseada no livro, que tem como protagonista a atriz global Barbara Paz.

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CULTURA ∆

Pelos encantos afro Texto | Júlia de Miranda Fotos | Pierre Verger / Acervo Fundação Pierre Verger

Pela primeira vez, Campo Grande recebe a exposição de um dos maiores fotógrafos mundiais, o francês de alma baiana Pierre Verger. "Nos Caminhos Afro" é um trabalho que revela a proximidade de povos afrodescendentes com o continente-matriz, a África. Um convite a uma viagem no tempo com destino às sutilezas e às peculiaridades do universo interpretado por um fotógrafo-viajante. Pelas ruas de Salvador, um homem cuja aparência entrega ser estrangeira, de pele clara e olhos que observam todos os detalhes a sua volta, perambula nos arredores da Cidade Baixa. O ano é 1946. O homem é o fotógrafo francês Pierre Verger, que tinha acabado de desembarcar na Bahia, e ali começava uma história de amor e dedicação que durou quase meio século. Pierre nasceu em Paris em 1902. De família rica, o garoto de espírito livre cresceu num mundo com o qual não se identificava. Aos 30 anos perdeu a família inteira quase ao mesmo tempo. A partir daí, com uma mochila nas costas e uma máquina fotográfica, partiu em busca de novas experiências e, durante 15 anos, viajou por diferentes regiões do mundo (EUA, Japão, China, Filipinas, Ilhas do Pacífico, México, África, Bolívia, Peru...) documentando antigas civilizações em vias de desaparecimento ou que sofriam profunda transformação em suas tradições culturais.

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Chegou a Salvador atraído pela literatura de Jorge Amado para ficar alguns meses. Trabalhou como repórter fotográfico para a revista O Cruzeiro e acabou se apaixonando pela cidade, pelos costumes e pelo povo. Desse convívio intenso com o local, surgiu o interesse pela compreensão da sua história e cultura, iniciando-se uma longa pesquisa sobre o culto dos orixás e sobre as influências econômicas e culturais do tráfico de escravos. A partir daí, entre 1949 e 1979, fez inúmeras viagens entre a Bahia e a costa ocidental da África. Visitou todo o reduto Yorubá e intensificou suas investigações sobre essa etnia, sua influência na cultura baiana e as ligações que estabelecem entre si. A relação de Verger com a cultura negra ultrapassava o interesse intelectual, levando-o a se envolver profundamente com o Candomblé, onde é aceito e iniciado como Babalô, recebendo o nome de Fatumbi (que significa renascido graças ao Ifá). Uma boa parte de toda essa riqueza do trabalho de Verger poderá ser conferida pela primeira vez em Campo Grande na exposição “Nos caminhos Afro”, que estará aberta para visitação do dia 13 de março a 25 de maio no MARCO, Museu de Arte Contemporânea. As fotografias da exposição revelam singularidades como o Tambor de Mina no Maranhão, Candomblé na Bahia, Xangô em Pernambuco, festas populares, mercados e feiras. Um vasto leque sobre o cotidiano do povo negro no Brasil e em mais 20 países, tendo como ponto central as referências africanas.

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O trabalho de Pierre é resultado da vivência pessoal como fotógrafo-viajante que se tornou antropólogo não assumido (recebeu da Sorbonne o título de doutor, embora tenha cursado apenas a escola) e babalorixá não atuante. Além das fotografias, os visitantes poderão conferir dois vídeos. São eles: Olhares Nômades (2005) e Mensageiro entre dois mundos (1999). Ainda: uma oficina de Cultura e História Afro-Brasileira, com o professor de Antropologia Cultural da UFBA, Luís Nicolau Pares. Após temporada em Mato Grosso do Sul, a mostra seguirá para Goiânia (GO), último destino da itinerância. “Nós estamos muito orgulhosos em fazer parte da rota da exposição ‘Nos Caminhos Afro’ de Pierre Verger. É uma oportunidade única para descobrir o trabalho desse grande pesquisador. Ter sido escolhido para receber essa mostra, demonstra o quanto o MARCO está integrado no circuito de exposições do Brasil. Estamos trabalhando e conversando com a Fundação Pierre Verger desde 2012 para a realização dessa mostra. Vai ser um grande evento em Campo Grande”, comemora a coordenadora do museu Maysa Barros, que nos adianta que o ano de 2014 trará boas surpresas no campo das exposições na cidade. Verger teve uma trajetória profissional marcada pelo despojamento de bens materiais, humildade intelectual e sabedoria humana, baseada na simplicidade, no respeito e na verdade. Dos anos 60 até sua morte, em 1996, morou em uma casa simples num bairro popular de Salvador, onde atualmente funciona a Fundação Pierre Verger. No total, sua obra abrange mais de 60 mil fotografias e inúmeros livros. Um homem inspirador não somente para quem gosta de fotografia, mas para quem se interessa pela beleza do mundo. ∆

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AGENDA ∆

CAMPO GRANDE CINEMA

10 a 14 de março CineMIS – Mostra Cine Cênico O CineMIS de março homenageia o dia internacional do teatro, que é comemorado no dia 27. Os filmes exibidos são obras que foram primeiramente encenadas no teatro e depois adaptadas ao cinema. Entre os filmes, estão os clássicos “A Morte do Caixeiro Viajante” e “A Ópera dos 3 Vinténs”. No MIS, de segunda a sexta. Sempre às 19h. EXPOSIÇÃO 18 de março a 25 de maio O Novo Romantismo na Inglaterra, de John Hyatt Rafael Hadi traz para Campo Grande a exposição do pintor inglês John Hyatt, O Novo Romantismo na Inglaterra. Ao todo serão 24 peças com o formato de 1x1. No MARCO. SHOWS 09 de março MS Canta Brasil – Humberto Gessinger O vocalista da banda Engenheiros do Hawaii é a primeira atração deste ano do MS Canta Brasil. Depois de muitos pedidos, o músico chega a Campo Grande trazendo seu show solo, intitulado Insular, que inclui também sucessos dos anos 80 e 90 dos Engenheiros. No Parque das Nações Indígenas. Domingo, a partir das 19h. 15 de março Cachorro Grande A banda gaúcha Cachorro Grande dá as graças aqui em Campo Grande para um show único no Hangar

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Live Music. Os caras ganharam notoriedade em rede nacional com os sucessos “Você Não Sabe o que Perdeu”, “Sinceramente” e “Bom Brasileiro”. É No Hangar, sábado, às 23h.

a parte de antiguidades, Tráfego Vinilico e Coisa das Antigas estão entre os colaboradores. Sábado, das 16h às 20h. TEATRO

22 de março Digitalchord, Lucas Magalhães, André X e Diogo Bacchi A noite traz um set encorpado com o DJ paulista Lucas Magalhães, os sul-mato-grossenses André X e Diogo Bacchi e a nova sensação da música eletrônica brasileira, Digitalchord. O DJ tem chamado a atenção não só pela qualidade de seu som, mas também por ter a mesma linha do Daft Punk, ninguém nunca viu seu rosto e nem sabe seu nome verdadeiro. É na Move Club, sábado. A partir das 23h. 30 de março Vinícius Castro Vinícius Castro é um jovem cantor que vem ganhando espaço na música brasileira. Em “Jogo de Palavras”, seu primeiro CD, recebeu ótimas críticas, e além de mostrar talento para composição, com letras inteligentes e doces, ainda atuou como diretor, produtor musical e arranjador. Agora, ele chega a Campo Grande para um único show. No Teatro Prosa, domingo. Às 20h. BAZAR 08 de março Feira de Moda e Antiguidade O Brechó Gaveta abre suas portas para a Feira de Moda e Antiguidade que acontece sempre no segundo sábado do mês. Estilistas como Touché, Maria Di Q, Zara Flor, Cru Customização e outros estão entre os parceiros dessa edição. Já para

07 de março O Amor Vai à Terapia O grupo de teatro Você em Cena apresenta a peça “O Amor Vai à Terapia” em uma única noite. O espetáculo aborda temas sobre o amor: amor próprio, ao próximo, às diferenças etc. Além de apresentar personagens contemporâneos, como uma periguete, uma terapeuta tarada e um legítimo cowboy campo grandense. É no teatro Aracy Balabanian. Sexta, às 20h. 21 e 22 de março Um Dia Ouvi a Lua Três músicas da famosa dupla Tonico & Tinoco (Adeus, Morena, Adeus; Rio Pequeno e Cabocla Tereza) serviram de inspiração para a peça “Um Dia Ouvi a Lua”. Com texto de Luiz Alberto Abreu, a trama narra a história de três mulheres em busca do amor verdadeiro, que enfrentam o machismo e tentam compreender o destino. A peça de São Paulo tem direção de Eduardo Moreira. No Teatro Prosa. Às 20h. 22 e 23 de março Crianceiras Depois de ir de norte e sul do Brasil e atrair 60 mil pessoas em um ano, o musical infantil Crianceiras, com texto de Manoel de Barros, volta para uma curta temporada em CG. De Márcio de Camillo com iluminuras de Martha Barros. No Glauce Rocha, sábado e domingo, às 18h.



PARACANOAGEM ∆

De malas prontas pra seleção Texto | Thais Pompêo Foto | Lucas Possiede

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Fernando Rufino era peão de rodeio em Itaquiraí, no interior do Estado, quando sofreu o acidente. Estava pronto para entrar no circuito profissional e competir em Barretos. Caiu do touro, que passou por cima dele, lesionando sua coluna, fazendo com que ele perdesse a sensibilidade dos joelhos para baixo. “Quase morri umas três vezes, uma vez o touro pisou na minha cabeça, outra vez bati a moto numa árvore, e outra, quase que um raio me pegou”, fala sério brincando Rufino. Mas conversando com ele, a gente percebe que o rapaz simples, da tirada rápida, tem mesmo uma energia impressionante. Tanto que trocou o touro por uma canoa arisca que ele apelidou de 'burro branco'. Em agosto, mudou para CG para começar a treinar, tudo patrocinado pela prefeitura de Itaquiraí. Eles conheciam bem o potencial do rapaz, que em pouco tempo de treino já foi duas vezes vice-campeão brasileiro de 200m e campeão dos 500m. Tanto que foi convidado para fazer parte da seleção brasileira de paracanoagem e está de mudança para SP. Ele chega por lá este mês, período de seletivas do Pan Americano e do Mundial. Para especialistas, ele tem tudo para ser o próximo campeão brasileiro. “A vontade de sentar espora nesse burro véio é a mesma de quando eu montava em touro: uma paixão sem limites”. ∆



SKATE ∆ Com 11 anos ele subiu no skate pela primeira vez. Aos 12 assistiu o primeiro vídeo de skate, que mudou sua vida. A câmera VHS dos avós foi usada pelo menino para filmar os primeiros takes dos rolés com os amigos, e já nessa época fazia edições de vídeo cassete para vídeo cassete. Leonardo Coutinho, o Leo, é nome conhecido e referência para quem conhece e se interessa pela cena do skate em CG. Formado em Produção Multimídia, há alguns anos decidiu fixar pouso em Porto Alegre na busca do sonho de viver do skate. Com isso, além do apoio que sempre teve da família e amigos, conseguiu amadurecimento pessoal e profissional. Lançou, no mês passado, junto com o amigo e skatista Rafael Torres, no MARCO (Museu de Arte Contemporânea), o projeto “Pedro Iti – Campão 2014”, filme que apresenta o talentoso skatista Pedro Iti e a cidade de CG como ótimo local para as manobras.

Hoje, com 26 anos, possuiu no currículo trabalhos premiados que foram realizados em CG (como "Concreto") e alcançaram reconhecimento nacional com exibição em festivais, em várias capitais do Brasil e Europa. Além do que, já foi parar na programação dos voos da Azul e desembarcou na China ano passado para produzir um vídeo para uma marca. Hoje em dia produz o programa IN.fluência pro canal Woohoo e mantém o Identidade Skate, coletivo que se uniu com a ideia de exportar novos talentos e difundir a cultura. "A cena de Campo Grande cresceu muito nos últimos anos. A galera do Campão anda de skate por amor, independente de patrocínios e campeonatos,... Essa é a essência do skate!”.∆ Quer saber mais? vimeo.com/identidadeskate e www.facebook.com/IdentidadeSkate

Manobra certeira Texto | Júlia de Miranda Foto | Daniel Souza

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ZOOM

BUSDOOR

Para divulgar uma condição inédita da linha Peugeot, a comunicação da Monet foi direcionada a um ambiente todo favorável: as ruas. Placas de outdoor em pontos estratégicos geraram impacto visual e alta frequência. Já os adesivos de busdoor proporcionaram mobilidade à campanha e maior segmentação do público, difundindo a mensagem em diversos pontos da cidade. Arlete Carné Borges Executiva de contas Agilità Propaganda

OUTDOOR

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no mercado PLACA DE ESQUINA

“A Ibratin Tintas & Texturas está presente em todo o território nacional; a nossa estratégia é utilizar veículos de comunicação eficientes. A placa de esquina trabalha a fixação da nossa marca com a eficiência que desejamos. A Zoom Publicidade é uma parceira antiga da Ibratin em Campo Grande, estamos muito satisfeitos com o resultado e o atendimento desta empresa que é sinônimo de sucesso.” Dijan de Barros Gerente Nacional de Marketing

OUTDOOR

"Queríamos projetar a campanha da nova coleção de inverno da Thelure com um veículo de alto impacto. Na hora pensamos na Zoom pela excelência no serviço. O resultado foi melhor que o esperado. Muito satisfatório! Felizes em poder trabalhar com empresas que oferecem serviços de qualidade, como a Zoom, em Campo Grande". Thais Modelli Gerente Thelure Campo Grande

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PERFIL ∆

Daniela Godoy Administrando o aprendizado Texto | Julia de Miranda Foto | Lucas Possiede

A paulista de São Caetano do Sul acredita que a força de vontade e o interesse em aprender são essenciais numa trajetória de sucesso.

Daniela Godoy, coordenadora de Marketing do Shopping Bosque dos Ipês, viveu desde os tempos da faculdade a correria de trabalhar o dia inteiro e à noite frequentar as salas de aula, e isso só fez com que a jovem, hoje com 32 anos e mãe de uma menina de 10 anos, valorizasse cada minuto do aprendizado. Formada em Publicidade e Propaganda pela Uniderp e pós-graduada em Gestão de Marketing e Comunicação pela UCDB e Administração de Empresa pela FGV, é uma mulher ligada e dedicada. Nunca parou de se atualizar na área, é presença assídua em congressos, feiras e exposições. Com 15 já fazia layouts de logomarcas e flyers, catálogos e outros projetos para amigos. Quando chegou a época de escolher uma faculdade, se identificou com publicidade e propaganda por estar muito próximo do que já fazia. "Ao me aprofundar no curso descobri a parte gerencial, passei a fazer vários estágios na área como mídia, criação, arte finalista, fotografia, divulgação, para ganhar experiência e conhecimento. Depois fui buscar a área administrativa para complementar a formação gerencial; senti essa necessidade, pois você começa a trabalhar com investimento e orçamento", relembra. Já passou por grandes empresas na capital, como o Grupo Inel, do qual fez parte por quatro anos, e a Rede Econômica de Supermercados. Ao contrário de muita gente, que considera estágio uma fase tortuosa, Daniela elenca esse período como ponto fundamental na formação profissional. “Aos 18 anos trabalhei na Tec Data, empresa terceirizada da antiga Brasil Telecom, fiquei por dois anos e depois fui trabalhar como Secretária de Fiscal de Renda do Estado, o que me deu um amplo conhecimento na parte fiscal”, conciliando tudo isso com a maternidade, claro. Na coordenação de marketing do Shopping Bosque dos Ipês, inaugurado há pouco mais de seis meses, Daniela tem focado seu trabalho na apresentação desse moderno e inovador empreendimento para o público, e isso quer dizer trabalhar muito bem a comunicação com clientes, tanto consumidores, quanto empresários. "Por ser um empreendimento novo em Campo Grande, tudo ainda precisa ser bem esclarecido, bem apresentado para alcançarmos uma maior credibilidade junto à população. Hoje, o Shopping está bem diferente do inaugurado, são 40 lojas a mais, além de uma praça de alimentação confortável e bem variada. Toda a minha energia está nesse projeto. Contribuir para um grupo bem estruturado como é o Jereissati Centro Comerciais é um ótimo desafio em meu crescimento profissional e pessoal", garante Godoy. ∆

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ZEN ∆

Para concentrar sem pirar Texto | Natalia Charbel

Acabou a moleza. Passou final de ano, férias e é hora de voltar para o trabalho. Tudo bem que ainda teremos a lambuja do carnaval, mas de qualquer maneira é hora de focar. E concentração, nos dias atuais, não tem sido coisa fácil. São tantos aplicativos, aparelhos, apitos e “conectadores” com o mundo que sentar e manter o foco fica quase impossível. Mas o pior é que trabalhar com distrações é muito difícil, demanda mais tempo e gera mais estresse. Por isso, é hora de recomeçar diferente. O que parece que vai dar trabalho, na verdade, vai aliviar e otimizar seu tempo. A concentração requer disciplina, não dá para simplesmente acionar um botão e ligar. É um treino diário.

Utilize ferramentas analógicas: Uma volta ao passado? É isso: faça registros em bloco de notas (o do computador não vale), cadernos ou diários. Escrever exige concentração e facilita a memorização do que precisa ser feito. Outra ideia: cole um post-it na tela do seu computador ou smartphone com seu objetivo diário e a cada vez que a tentação chamar, você vai dar de cara com seu dever. Faça pausas programadas: Sim, pausas são necessárias e aumentam a produtividade. Pode parecer um contrassenso, mas não é. As pausas relaxam, nos permitem colocar as ideias em ordem e descansam a cabeça. Programe tarefas mais curtas: Planejamentos longos e metas distantes causam estresse e sentimento de impotência. Dá até certo pânico. Quando for programar seu dia, troque o “entregar o relatório de mês” por várias minimetas como: esquematizar o relatório, organizar a pesquisa, definir título. Você vai se sentir estimulado em estar cumprindo várias tarefas com facilidade e, quando perceber, acabou. Estabeleça prazos: É mais fácil atrasar um trabalho para daqui a 15 dias do que um para amanhã. Nós somos por natureza procrastinadores, ou seja, se pudermos, vamos enrolar e perder o foco. Estabelecer um prazo limite é uma maneira inteligente de se manter o alvo e não desacelerar à toa. Faça as três listas de três: O que é isso? Simples: na primeira, escreva 3 tarefas que precisam ser concluídas hoje. A segunda lista deve conter 3 coisas que você gostaria de concluir hoje, mas que não são prioridades. E na terceira, 3 tarefas importantes para você, mas que podem ser concluídas sem prazo determinado. Assim, quando você terminar a primeira lista, ao invés de enrolar o resto do dia, já terá outras tarefas agendadas, o que evita o acúmulo desnecessário e causador de estresse. Organizar-se pode trazer a calma que a gente não imagina que exista quando trabalha administrando o caos. Diquinha tecnológica: Você sabia que existem softwares e aplicativos que calculam quanto tempo por dia/mês você fica em um determinado site ou programa? Esta é uma boa forma de saber aonde vai seu tempo e quais são suas prioridades. ∆

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ECONOMIA ∆

Texto | Marcelo Karmouche Administrador e Consultor de Investimentos

Cooperativas Seja sÓcio e ganhe extra As Cooperativas de Crédito na Europa e América do Norte representam um percentual muito grande, principalmente no Canadá, com 50%, e Alemanha, com 25% de todos os recursos emprestados naqueles países. Já no Brasil, representa apenas 3%, ou seja, é uma questão cultural, ou até uma filosofia de vida financeira. No Canadá, por exemplo, onde o cooperativismo detém mais de 50% do mercado financeiro do país, o Cirque du Soleil foi totalmente desacreditado pelos bancos comerciais e iniciou seu plano de negócios financiado pelo cooperativismo da região de Quebec. No Brasil as cooperativas até pouco tempo eram segmentadas a uma determinada categoria organizada – agrícola e funcionários públicos. Mas a decisão do Banco Central de adotar a livre admissão de associados, a exemplo da Europa e América do Norte, permitiu que elas pudessem ter mais fluxo de recursos e concorrer mais efetivamente com o sistema bancário tradicional. Essa nova medida disponibilizou todos os produtos de um banco a qualquer interessado em cooperar, submetendo-se às mesmas regras de solvência conforme o Acordo Internacional da Suíça, além do Fundo Garantidor de Crédito no caso de dissolução da cooperativa. Após o advento da livre admissão de associados, assim chamados “clientes”, você é um dos donos, e deve participar de reuniões e assembleias, além também da tomada de deci-

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sões sobre o que fazer com o dinheiro que sobra ou o resultado, podendo essa sobra de dinheiro parar na sua conta, o que é sensacional pois essa prática só o cooperativismo proporciona. O cooperativismo de crédito vive basicamente de ter os recursos captados e emprestá-los exclusivamente aos associados. Não veremos uma cooperativa pegando este dinheiro no caixa para buscar uma aventura no mercado a uma aplicação de maior rentabilidade. E, como o objetivo não é o lucro, se submete a boas práticas de sustentabilidade, governança e educação, em busca de melhores condições tributárias e promovendo a distribuição da renda. A cooperativa do Sicredi oferece um excelente trabalho em Mato Grosso do Sul, com unidades de atendimento de excelente padrão e atendimento diferenciado. É um modelo de gestão que tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento econômico dos associados e da região, arraigando uma nova filosofia financeira através de valores intrínsecos ao modelo cooperativo de ser, de ajuda mútua e preocupação com o desenvolvimento da comunidade. É um empreendimento de pessoas para pessoas e não de capital. ∆


ARTIGO ∆ Texto | Elenara Baís, Personal e Professional Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching, Psicóloga, Consultora de Recursos Humanos do Instituto Vitória Humana

Vitória do Aprendizado No decorrer dessa última década, tive a sorte, a honra e a felicidade de trabalhar numa empresa que carrega um nome forte e profundo: “Vitória Humana”. Tive também a oportunidade de participar desde sua concepção, planejamento estratégico e das agruras dos primeiros passos no terreno ainda desconhecido da gestão de pessoas nas empresas do MS. Acerca do seu nome, tema desta reflexão, por inúmeras vezes pensei que bem podia ser outro, mais simples, próximo e concreto, talvez mais comercial e lucrativo… Às vezes, especialmente quando as coisas não aconteciam da melhor forma, me sentia desconfortável por construir meu cotidiano e de tantas pessoas sob um nome tão abstrato, ainda que belo e mesmo poético, e talvez por isso mesmo idealista para um mundo estruturado em valores “mais objetivos”. Porém, sabe-se que um nome não é algo que se mude assim, e além do mais, tinha seu porquê de ser, sua história única e também seu encanto e sua marca, sendo hoje uma referência no segmento. No princípio me parecia perfeito, me reportava à possibilidade de vitória no frio e mesmo desumano mundo do trabalho e de sua lógica sustentada pelo capital. Com o passar do tempo começaram a surgir muitas perguntas e filosóficos questionamentos em torno dessa expressão. O que é, de fato, a vitória humana? Ela existe? Se existe, o que é? Será o amor? Esta, certamente minha resposta predileta e total. Dentro dela a constatação de que, na tribo ocidental onde nascemos e vivemos, só é possível expressar amor se houver trabalho, e afinal, em RH trabalhamos com o trabalho. E o trabalho é o elemento que viabiliza o sentimento amor-próprio em primeiro lugar, de significado, igualdade e de uma auto-imagem satisfatória; ou mesmo a possibilidade de expressar amor por mais alguém, seja relacionamento amoroso, filho ou família.

Mas… O que é o amor? O amor é algo “humano”, sendo o que nos salva de nós mesmos? Ou é uma centelha divina instalada em nós? E sendo divina, não é paradoxal o fato de que uma gota de amor possa humanizar seres brutos, instintivos ou perigosamente racionais? Ao longo desses anos no Instituto Vitória Humana, um fato que me chamava a atenção era que por muitas vezes, diferentes pessoas, mesmo lendo o nome e sabendo de sua singularidade “gramatical", insistiam em pronunciá-lo no plural: “vitórias humanas”! Hoje, com alegria, reconheço a pluralidade dessa possibilidade de vitória a nós concedida por quem, misteriosamente, absolutamente tudo, ao seu tempo, nos concede e concederá. Sendo assim, há momentos em que a vitória humana pode ser a possibilidade de escolher entre a energia do carnaval e o silêncio de um novo horizonte. Pode ser a conquista batalhada de um objetivo, e em outro momento pode ser uma finíssima réstia de humildade para reconhecer que não é possível continuar algo em que por muito tempo se investiu esforços. A vitória humana pode ser cada momento da perseverança e, em dado momento, uma mudança de atitude que liberta. Pode ser a confiança de que o melhor ainda está por vir e assim também o desapego às birras infantis do “quero porque quero”. A vitória humana é o reconhecimento da virtude do outro no limite de seu momento e circunstância. Assim sendo, a pluralidade de fato habita a vitória humana em infinitas possibilidades e, neste ano de 2014, que ainda, de fato, se inicia, possamos usufruir dela em sua singularidade quotidiana! ∆

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ARTIGO ∆ Texto | Ariadne de Fátima Cantu da Silva, Procuradora de Justiça e Supervisora Geral da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

ESCUTAR SILÊNCIOS

Saber ouvir é uma arte. Escutar silêncios é um dom. Tem pessoas que parecem ter uma antena especial para captar silêncios. São sempre sestrosos, mansos como gatos à espreita de um movimento que fale, de uma voz que não diga, ou de um compasso desavisado do coração. Como seria a vida se pudéssemos dizer tudo o que pensamos? Uma saborosa libertação? Ou um caos ensandecido? Sabemos que as amarras sociais, às vezes, nos impõem um juízo de crítica que nos impede de dizer o que pensamos, e muitas vezes o que realmente queremos. Mas os nossos silêncios estarão sempre a falar. Um olhar atento, os lerá, e saberá que estamos na contra-mão daquilo dizemos. O movimento do corpo, as nuances do olhar, os falsetes da voz... Tenho uma amiga apelidada carinhosamente de “Mãe Diná” numa alusão à mestre das adivinhações e prognósticos astrais. Basta atender ao telefone e, após uns segundos de conversa fiada, ela começa a perguntar por que estou chateada... Quando faço certos timbres em minhas risadas, ela logo identifica que algo me deixou“sem graça”... Pessoas assim, são especiais. Nos enxergam com scanner apto a detectar nossos sentimentos e peculiaridades ocultas. Num mundo cada vez mais visual, plástico, cheio de arquétipos, conceitos e amarras, essas pessoas são uma verdadeira bênção. Um bálsamo naqueles momentos de profunda solidão da alma. São anjos de pijamas... Mas sempre acordados. Estão em nossa vida para mostrar que nos aceitam exatamente como somos. Alguns os chamam de amigos, outros de amores, outros de amores-amigos, e há ainda os que afirmem que os melhores ouvintes dos nossos silêncios, sejamos nós mesmos. ∆

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MEMÓRIA ∆

Texto | Edson C. Contar Jornalista/escritor

DE QUANDO AS ÁGUAS ROLARAM... O moderno sistema de águas e esgotos hoje existente na capital teve muitos episódios curiosos em seu passado, desde o primeiro puxado para os primeiros doze ranchos erguidos por José Antônio Pereira e familiares, quando aqui se assentaram nos idos de 1875, dando início ao arraial de Santo Antônio de Campo Grande. Com a chegada de novos moradores, a necessidade de abastecer o arraial, que em 1894 já contava com 48 casas, fez com que a pequena população abrisse o primeiro rego d’água em sistema comunitário, partindo de um açude construído em terras do Sr. Luiz Furtado, no local onde hoje se vê a cachoeirinha da Av. Ceará... De lá, o rego descia em direção ao povoado, pelo espigão que hoje comporta a Rua 15 de novembro, dirigindo-se à altura das, hoje, Rua Barão de Melgaço e Joaquim Murtinho, e dali para os ranchos da Rua Velha (atual R. 26 de agosto), de onde eram puxados pequenos regos para servir a cada morador. Em pouco tempo, o tal rego virou preocupação para os administradores que viam surgir desavenças entre vizinhos e entre o próprio Luiz Furtado com seu meieiro de terras Joaquim Delfino, que julgava-se prejudicado com o desvio das águas do manancial. As constantes desavenças e risco de consequências graves levaram o subdelegado da época, Joaquim Vieira de Almeida, a deixar o cargo. Os problemas só foram resolvidos por seu substituto, Antonio Carlos do Vale, no final de 1899, usando rigor e decisões que eram, até então, negadas pelo juizado que ficava em Miranda. Restaurada a ordem, o rego continuou correndo manso e cristalino, servindo a vila, elevada naquele ano a município, sendo regulamentado por artigos no código de posturas do município, em 1906. Deu-se no entanto, que as autoridades, temerosas de prejuízos para a saúde pública, resolvem em 1911, fechar o tal rego, extinto oficialmente em janeiro de 1912, causando uma verdadeira revolta na população que se viu obrigada a abrir cisternas próximas às fossas já existentes, causando aí um risco

maior para a saúde pública. Reclamações, abaixo-assinados, brigas políticas e até marchinha de carnaval, satirizando a medida da intendência, foi cantada no desfile do famoso Clube dos Fidalgos, criado por Eduardo Santos Pereira e Miguel Martins. Só em 1920 que parte do problema foi resolvida, na gestão do então prefeito Arnaldo Figueiredo, com a construção de uma adutora, no mesmo local da antiga fonte, que vinha desaguar numa pequena caixa elevada localizada na praça central (hoje, Dr. Ary), e daí para as casas, através de tubos galvanizados. Já em 1924, inaugura-se o famoso R-1, construído pelo exército, tendo como reservatório o manancial da cabeceira do Jacinto, onde foi construída a nova represa, barragem, uma adutora em ferro fundido e o reservatório, cabendo à municipalidade, com ajuda do governo do Estado, a construção de uma sub-adutora que descia a rua José Antônio, ligando-se uma rede de distribuição com 14 km, servindo mais de 200 residências. Era pouco, a cidade crescia e exigia cada vez mais... Somente em 1941, um projeto de vulto, elaborado pelo famoso escritório Saturnino de Brito, contemplava a cidade com um importante sistema de águas e esgotos, cuja obra ultrapassou a gestão de Eduardo Olímpio Machado, sendo concluída na gestão de Demóstenes Martins, em 1944. Era o “sistema do Desbarrancado” que partia das vertentes dos córregos Desbarrancado e Joaquim Português, oferecendo águas de excelente potabilidade e paladar. A captação, levada a um pré-filtro, ia para um reservatório (R-2) e dela, para uma rede de distribuição implantada no centro da cidade, atendendo a população até o ano de 1968. De lá para cá, foram implantados os modernos sistemas do Lageado e o majestoso Guariroba, cujas histórias darão um novo capítulo. Publiquei esta história em 1994, no Jornal Brasil Central, contando na época com depoimentos do Sr. Izidoro Casal Caminha, baluarte na construção dos modernos sistemas de águas em C. Grande, autor de rica documentação histórica, hoje, parte do acervo da Fundação Eduardo Contar. ∆

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ACONTECEU ∆ A Thelure uniu amigos, clientes e convidados para o lançamento da coleção de Inverno 2014, na tarde do dia 12 de fevereiro. Com um coquetel à base de água de coco e espumante, a marca apresentou a coleção com o tema Savage (com destaque para as estampas de zebra e leopardo), além da linha de tricot, que é característica da Thelure e que também marcou presença na nova coleção. Um brinde a todos que passaram por lá!

1- Eliana Modelli e Thais Modelli; 2- Eliana Modelli Thais Almeidinha e Flavia Aguiar; 3moleskines brinde 1; 4- risadas; 5- doces2; 6- detalhes blusa tricot heart; 7-doces3; 8- Lilian Linhares e Thais Modelli; 9-detalhes mesa2; 10- Luciana Melke; 11- Mariana Longobardi e Thais Modelli; 12- Maria Ines Teodoro e filha Maria Isabel; 13- Tatiana Rosa; 14- Renata Gottardi e Thais Modelli e Gabriela Gottardi.

Fotos | Laine Alcantara

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Marcelo Siva de Oliveira bugre@terra.com.br

Sem título.

Sua foto ou ilustração pode estar aqui! Envie para redacao@revistaagente.com.br

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