Revista Setor Agro&Negócios

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ANO 6 / Nº 14 2022

COOPERALFA TRIPLICA PROCESSAMENTO DE SOJA Com investimentos superiores a R$ 300 milhões a cooperativa inaugura indústria de óleo. O maior empreendimento de sua história comprova o DNA da Alfa: grandiosa e corajosa, sem esquecer suas raízes.


A CONECTIVIDADE COMO MOTOR DA DIGITALIZAÇÃO E DA INCLUSÃO SOCIAL

membro fundador Consulte as áreas cobertas pelo 4G da TIM em tim.com.br/cobertura


Há mais de três anos, buscamos levar, com o 4G TIM NO CAMPO, conectividade para áreas rurais. Com projetos personalizados, somos pioneiros na cobertura 4G em 700 Mhz, com mais de 6,2 milhões de hectares cobertos, além dos mais de 11 milhões atendidos pela tecnologia NB-loT. Com o ConectarAGRO, associação fundada com sete parceiros do ecossistema rural, promovemos a importância da internet para o agronegócio, além das iniciativas para a inclusão digital. A tecnologia empregada pela TIM é a mesma dos grandes centros e traz ganhos em rentabilidade e produtividade, além de gerar sustentabilidade, acesso a serviços públicos, capacitação e melhoria na qualidade de vida da população. Há uma máxima, no setor rural, de que “O AGRO conectado é mais produtivo”. Na TIM, acrescentamos: “O AGRO conectado é mais produtivo e inclusivo”. #ImagineAsPossibilidades

Aponte seu celular e venha fazer parte da revolução com o 4G TIM NO CAMPO

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SUMÁRIO

MARÇO DE 2022

CAPA

COOPERALFA TRIPLICA PROCESSAMENTO DE SOJA Com investimento de mais de R$ 300 milhões, a Cooperalfa mostra sua imponência e inaugura indústria de óleo em Chapecó (SC), o maior empreendimento de sua história.

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58 ESPECIAL

CAMPO CONECTADO Grandes empresas, como Jalles Machado e Citrosuco, têm transformado a vida de seus funcionários por meio de parcerias com a TIM Brasil para oferecer 4G em suas fazendas.

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ENTREVISTA 12 BOA SAFRA SEMENTES Marino Colpo trata das perspectivas do Agronegócio na Bolsa de Valores

GUERRA RÚSSIA X UCRÂNIA 46 P rodução de potássio para fertilizantes 52 Um capítulo de um livro bem maior

EMPRESAS 10 SELO INTEGRIDADE Mapa reconhece 17 empresas e cooperativas 11 VETANCO Ferramenta Azix Plus para o mercado brasileiro 18 INOBRAM Tecnologia, segurança e confiabilidade com sondas SMAAI

COBB Investimentos de R$ 160 milhões em expansão

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INVESTIMENTOS

BENTO ZANONI

VENDAS

PERFIL

Confiança e sinceridade para liderar

48 FIAGRO Mais possibilidades de investimento no setor

42 P ara clientes especialistas, um vendedor 4.0

CARREIRA

28 PANOZON Empresa aposta em ozônio e aumenta durabilidade de alimentos

72 P rofissões emergentes: Agora é tech!

30 DE HEUS Lançado conceito MaxMeat

62 A importância da imunidade de mucosa contra as salmonelas paratíficas

ARTIGO TÉCNICO

TECNOLOGIA 68 EVONIK Inaugurado Centro de Tecnologia Aplicada no Brasil

INOVADORES 36 FEEDIS Rosilene Pussoli focada nas operações internacionais

FOTOS: DIVULGAÇÃO, FREEPIK E ADOBE STOCK

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36 WISIUM Atuação reforçada com Priscilla Calvi 37 YES Albino Rotta Filho é o novo gerente regional de vendas 38 ABAG Caio Carvalho retorna à presidência

SUSTENTABILIDADE 64 A urora Coop comemora 14 anos de incentivo à cidadania

NOVOS COLUNISTAS 56 M ercado de carne de aves: forte mesmo nas adversidades 40 A evolução do comércio no Brasil

MERCADO 54 Alta e escassez dos insumos acende alerta 54 C usto de produção segura otimismo do setor

44 Q uais ações de marketing ganharão relevância em 2022? 62 Inovar para quê? 70 A plicação de novas tecnologias pode levar para outro patamar a produção animal

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EDITORIAL PREPARANDO LÍDERES PARA UM MUNDO EM CONSTANTE DISRUPÇÃO O

mundo mudou, inovou e renovou. E chegou a vez da Setor Agro & Negócios! A partir desta edição temos novidades: a nova Setor Agro & Negócios transforma-se em uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal, profissional e empresarial do agribusiness brasileiro. Vamos ampliar nosso conteúdo e nossas plataformas pensando em novas formas de comunicar o agro e preparar líderes para um mundo em constante disrupção. Na nova Agro & Negócios você encontrará conteúdo de alto impacto construído por experts, com inspirações e insights atuais para tomada de decisões, que permitirão aos líderes estarem um passo a frente da transformação de mercado. Para isso, ampliamos também a divulgação de produtos, profissionais e empresas, focando em inovação, vendas, gestão, carreira e marketing. Nossos canais de comunicação também ficarão mais fortes e diversificados. Além da revista impressa, teremos mais dinamismo e atualizações no portal de notícias, nas redes sociais e usaremos a força do vídeo para produzir conteúdos sob demanda, nossas web-séries, e impactar, dar visibilidade e gerar resultados.

CONTEÚDOS DA NOVA SETOR AGRO & NEGÓCIOS Falando em impactar e gerar resultados, enquanto parte do mundo estagnou ou retrocedeu economicamente nos últimos dois anos, a Cooperalfa, cooperativa com a matriz em Chapecó (SC), surpreendeu e construiu uma nova indústria de óleo em meio a este cenário. O assunto rendeu nossa reportagem de capa. A nova indústria teve investimentos superiores a R$ 300 milhões e prevê movimentar mais de 300 caminhões diariamente e triplicar o processamento de soja da Alfa. A inauguração foi no final de fevereiro, com uma cerimônia

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dentro do próprio complexo fabril, que mostrou a cara da Alfa: grandiosa e corajosa, mas sem esquecer de suas raízes ao homenagear as famílias de ex-presidentes da cooperativa e trazer parte das 21.211 famílias associadas e dos 3.662 colaboradores para conhecer o espaço e participar do evento. Pensando em outras boas histórias, apresentamos o perfil do empresário Bento Zanoni, que saiu do interior de Criciúma (SC), de uma casa que nem energia elétrica tinha, e tornou-se dono da Edege Equipamentos Agropecuários, que hoje exporta para inúmeros países. Abrindo o leque, não podíamos deixar de tratar nesta edição sobre a guerra Rússia vs Ucrânia e os impactos para o agronegócio, especialmente brasileiro. Nosso time de colunistas apresenta debates sobre a produção de fertilizantes e a importação brasileira da commodity, e o impacto geopolítico e econômico de forma geral. Com foco no futuro, apresentamos as perspectivas do setor na Bolsa de Valores, por meio de uma entrevista com o sócio-fundador da Boa Safra, empresa líder na produção de sementes de soja no Brasil. Em outra reportagem, o assunto continua a B3, mas com foco nos Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagro), aprovados recentemente em legislação no Brasil. E ainda pensando nas perspectivas do Agro, nosso time de colunistas traz debates sobre inovação e tecnologia, e apresentamos duas reportagens com este tema tão emergente também no Agro. Parcerias entre grandes empresas com a TIM Brasil têm levado internet 4G para dentro de fazendas, ação que mostra o que apresentamos numa segunda reportagem com foco em tecnologias: que o Agro é cada vez mais tech e que isso tem influenciado as profissões da área a convergir o Agro e as tecnologias digitais. Rafaela Menin - Editora

EXPEDIENTE ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO RUA RUI BARBOSA, 1284-E CENTRO | CHAPECÓ (SC) CEP: 89.801-148 (49) 99975-2025 www.setoragroenegocios.com.br DIRETORA DE REDAÇÃO PAULA CANOVA MTB 02111 JP paula@santacomunicacao.com DIRETORA COMERCIAL RAFAELA MUNARETTO MTB 05726 JP rafaela@setoragroenegocios.com.br EDITORA RAFAELA MENIN MTB SC3706JP jornalismo@setoragroenegocios.com.br REPORTAGENS RAFAELA MENIN DIRETORA DE ARTE BIA GOMES COLABORADORES DESTA EDIÇÃO DILVO CASAGRANDA, ELDEMAR NEITZKE, FELIPPE SERIGATI, JAYME ALEXANDRE DIAS DE LIMA, LEYDER NUNES, MARIANA NASCIMENTO, MB COMUNICAÇÃO, ROBERTA POSSAMAI, RODRIGO CAPELLA. REDES SOCIAIS @SETORAGROENEGOCIOS (FACEBOOK, INSTAGRAM E LINKEDIN)

A Revista Setor Agro&Negócios é uma publicação quadrimestral, destinada ao segmento do agronegócio e abrange a cadeia produtiva desde as propriedades, instituições, universidades, entidades, até a indústria. Os artigos assinados e materiais publicitários não representam, necessariamente a opinião da editora. Não é permitida a reprodução total ou parcial dos conteúdos, sem prévia autorização.


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WEB AGRO Conteúdos que preparam líderes para um mundo em constante disrupção

Assista agora! Inauguração Cooperalfa Ao completar 55 anos, a Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa) fascinou associados, colaboradores, empresários e autoridades com a inauguração de uma nova indústria de óleo, capaz de triplicar o processamento de soja de 700 para 2 mil toneladas/dia de extração de óleo vegetal e subprodutos como farelo e casquinha de soja. Com investimentos superiores a R$ 300 milhões e dois anos de execução, em meio a uma pandemia, a Alfa mostrou sua cara: grandiosa e corajosa, mas sem esquecer de suas raízes. FOTO: DIVULGAÇÃO

Para assistir aos detalhes deste grande evento, aponte a câmera de seu celular para este QR code e acompanhe o vídeo produzido pela equipe da Setor Agro&Negócios.

De cara nova!

Começamos 2022 com o pé direito. Já consolidada entre as principais plataformas multimídia do segmento, a Setor Agro&Negócios inova e traz conteúdos focados no desenvolvimento pessoal, profissional e empresarial do agrobusiness brasileiro. Nas próximas páginas, você acompanhará materiais inéditos, produzidos por grandes especialistas do mercado, que irão abordar: • Gestão financeira; • Gestão de equipe; • Alta performance em vendas; • Liderança; • Estratégias de marketing; • Sustentabilidade. Além de reforçar nossa tradição no jornalismo impresso e ampliar a distribuição, lançamos no final do mês de abril um novo site ! O www.setoragroenegocios.com.br foi totalmente remodelado, apresentando melhor navegabilidade e mais conteúdo multimídia. Corre lá e confira !

REDES SOCIAIS Web-series Outra super novidade da plataforma. Neste novo ciclo, ampliaremos a produção de web-séries, trazendo assuntos de alto impacto e a força do vídeo para dar visibilidade e gerar resultados. Entrevistas e conteúdos sob demanda amparados no JORNALISMO DE NEGÓCIOS.

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@setoragroenegocios

Você já acompanha a gente nas redes sociais? Além de conteúdos direcionados para cada um dos canais, também criamos layouts e textos específicos. Aqui trabalhamos campanhas para os clientes e também direcionamos nossos seguidores para os conteúdos do site.

LINKEDIN Reunindo um público altamente qualificado, compartilhamos informações sobre mercado, tendências, além das notícias que mais impactam o setor.

FACEBOOK E INSTAGRAM Publicamos notícias diárias e reforçamos a divulgação de nossos clientes. Também utilizamos estes canais para a cobertura de eventos.


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EMPRESAS

PREMIADAS 2021/2022 SELO VERDE

• Agrifirm do Brasil Nutrição Animal Ltda. • Bsbios Industria e Comercio de Biodiesel Sul Brasil S.A FOTOS: MAPA/DIVULGAÇÃO

• Companhia Nitro Quimica Brasileira • Frigorífico Jahu Eireli - Frescatto Company • Marfrig Global Foods S.A. • Ouro Fino Saúde Animal Ltda. • Ouro Fino Agronegócio Ltda. SELO MAIS INTEGRIDADE

• Solubio Tecnologias Agrícolas Ltda.

Mapa reconhece 17 empresas e cooperativas

• Três Tentos Agroindustrial S.A.

SELO AMARELO

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reconheceu, com o Selo Mais Integridade, as empresas e cooperativas do agronegócio que adotam práticas de integridade com foco na responsabilidade social, sustentabilidade ambiental e ética. Nesta edição 2021/2022, 17 organizações foram agraciadas, sendo que nove receberam a premiação pela primeira vez, representada pelo Selo Verde, e oito alcançaram a renovação do certificado, representada pelo Selo Amarelo. As contempladas podem usar a marca do Selo em seus produtos, sites comerciais, propagandas e publicações. Esta é a quarta edição do prêmio Selo Mais Integridade e o Mapa é o pioneiro entre os ministérios do governo federal na implementação de um selo setorial alinhado ao Programa de Fomento à Integridade Pública (Profip), da Controladoria-Geral da União (CGU).

• Andrade Sun Farms Agrocomercial Ltda.

• Adecoagro Brasil Participações S.A. (Grupo Empresarial) • Amaggi Exportação e Importação Ltda. • Bem Brasil Alimentos S.A. • São Salvador Alimentos S.A. • Sinergia Agro Do Brasil Ltda • UPL do Brasil Indústria e Comércio de Insumos Agropecuários S.A. • Vittia Fertilizantes e Biológicos S.A. (Grupo Empresarial)

GRUPO PICCIN

FOTO: GRUPO PICCIN/DIVULGAÇÃO

Faturamento de R$ 330 milhões em 2025 Após 58 anos de atuação no mercado do agronegócio, com um perfil mais familiar e conservador, a então Piccin Tecnologia Agrícola, com sede em São Carlos (SP), passa agora a ser o Grupo Piccin, com três braços de atuação nas áreas de equipamentos, componentes e inovação. O objetivo principal da mudança é promover a transformação digital da organização, que em 2021 comercializou mais de seis mil implementos, volume 41% maior do que em 2020. Isso proporcionará ainda mais tração para que em 2025 o grupo tenha faturamento superior a R$ 330 milhões, um salto de 50%. O primeiro passo para formar o grupo e toda essa evolução começou em março de 2020, quando o conselho de administração traçou um plano para o início da transformação digital da empresa. Um novo time de gestão foi formado e a aplicação de estratégias e de tecnologias para resolver os desafios na produtividade, eficiência, comunicação, desenvolvimento de produtos e principalmente para fortalecer e evoluir o relacionamento com os clientes. Este trabalho foi desenvolvido em parceria com um hub de inovação referência nacional, o Onovolab. “Essas mudanças permitiram que mesmo em plena pandemia, em janeiro de 2021, a Piccin adquirisse um grande fornecedor de peças, a Mancal Matão e ao mesmo tempo, tiveram início uma série de ações para disseminação da cultura de inovação em todas as áreas da empresa”, conta o CEO do Grupo Piccin, Camilo Ramos.

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FOTO: DIVULGAÇÃO

AZIX PLUS

INOBRAM

InoBram lança InoBram | App

A InoBram acaba de lançar o InoBram | App. Um aplicativo móvel intuitivo desenvolvido para integrar as Soluções InoBram, operando como uma extensão dos controladores – SMAAI 5 e SMAAI 4 – oferecendo mais controle e mais sinergia entre os processos da granja. Com ele, o produtor pode acompanhar as leituras do controlador e os alarmes da granja de onde estiver e a hora que quiser através do seu celular. O InoBram | App otimiza e simplifica a gestão de granjas, analisando e monitorando dados do controlador em tempo real. Desta forma o produtor intensifica a segurança, a eficiência e a produtividade do seu empreendimento e garante mais qualidade de vida. Dentre todas as funcionalidade e benefícios do InoBram | App, destacam-se: • Interconexão entre os profissionais e a cadeia produtiva da granja; • Analisar dados coletados do controlador de maneira simplificada, a qualquer hora e em qualquer lugar; • Monitorar a ambiência, o consumo de água, o peso das aves, e o consumo da ração através do Sistema SPS InoBram; • Receber notificações e alarmes de falha dos dispositivos, garantindo mais segurança para a granja; • Ter maior poder de reação frente a eventuais problemas técnicos; • Analisar gráficos de mortalidade acumulada e mortalidade diária; • Cadastrar e gerenciar várias granjas, núcleos e galpões, mesmo de lugares diferentes; • Cadastrar equipes de usuários para cada granja, núcleo ou galpão; • Configurar remotamente o controlador SMAAI 5 InoBram. O InoBram | App pode ser usado em celulares com os sitemas IOS (App Store) e Android (Play Store). InoBram | App. A evolução na gestão da sua granja. Para saber mais sobre o InoBram | App, acesse: www.inobram.app.br

Ferramenta da Vetanco para o mercado brasileiro A Vetanco lançou o Azix Plus, um aditivo acidificante via água de bebida, utilizado para reduzir o pH em partes do trato digestivo de aves e suínos. Entre os benefícios do Azix Plus estão a diminuição do pH da água, potencializando a ação desinfetante do cloro; controle das disbacterioses inespecíficas decorrentes das trocas de rações; eliminação e prevenção da proliferação de biofilme em tubulações de água. O Azix também auxilia no equilíbrio da microbiota através da redução de microrganismos indesejáveis na água e em partes do trato digestivo e auxilia na digestão, pois diminui o pH do estômago (suínos), moela (aves) e parte do intestino, aumentando o consumo de água e ração. É um produto tamponado de forma a reduzir o risco de acidentes com os animais e com o manipulador. Apresentação em frascos de 5 e 10 litros. A dosagem recomendada é de 200 a 500 ml do produto para cada 1.000 litros de água.

DSM

Nova estrutura para nutrição e saúde animal FOTO: DSM/DIVULGAÇÃO

A DSM anunciou três linhas de negócios para enfrentar os maiores desafios da indústria de proteína animal: Produtos Essenciais, Soluções de Desempenho + Biomin e Serviços de Precisão. Após a aquisição bem-sucedida da Biomin em 2020, uma empresa de nutrição e saúde animal especializada, a DSM reuniu conhecimento especializado e baseado na ciência para oferecer um portfólio completo para fornecer soluções sustentáveis para os produtores. "Essa nova estrutura, que une duas poderosas forças já reconhecidas no mercado, DSM e Biomin, reforça a capacidade do nosso time, nos permite oferecer o portfólio mais completo do mercado e a mensurar dados reais e individualizados de cada produtor", destaca Luiz Magalhães, vice-presidente de Nutrição e Saúde Animal para a DSM na América Latina.

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FOTO: CASA9 AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO

ENTREVISTA

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BOA SAFRA NA B3

QUAIS AS PERSPECTIVAS DO AGRO NA BOLSA?

M

arino Colpo comemora um sonho de mais de 20 anos: comandar uma das poucas companhias do agronegócio brasileiro na Bolsa de Valores (SOJA3). O executivo é CEO e um dos fundadores da Boa Safra Sementes, empresa goiana líder na produção de sementes de soja no Brasil. Com mais de 15 anos de experiência no segmento rural, o profissional iniciou sua trajetória no mercado agro inspirado pelo pai. Formado em administração pela UniCEUB e com MBA em Business Administration pela Northwestern University (EUA), trabalhou e estudou nos EUA e, ao retornar ao Brasil, em 2009, fundou a Boa Safra Sementes. Seu objetivo: consolidar o mercado de sementes no Brasil.

Por Rafaela Menin

Qual é a participação do agronegócio na Bolsa de Valores brasileira? E o que pode explicar esses números? Temos uma participação baixa do agro na Bolsa. O PIB brasileiro é basicamente agronegócio, representando 26% do total, mas na Bolsa de Valores a participação é por volta de apenas 2%. Eu costumo dizer que há uma distância grande entre o Campo e a Faria Lima (1). O mercado de capitais brasileiro está muito distante do campo, e acreditamos muito que esse gap vai se fechar, com cada vez mais participação de empresas do agro na Bolsa. Há perspectiva de aumento na participação do Agro na Bolsa? O que pode contribuir para este aumento?

Eu particularmente acredito nisso. O Brasil tem grandes vantagens competitivas no agronegócio, é mais barato e eficiente produzir aqui. Temos esse potencial de ser o celeiro do mundo, e eu acredito que essa distância entre a Faria Lima e o campo vai, então, diminuir. Por exemplo: quando começamos o IPO (2), havia poucos analistas dos fundos dedicados ao agro, e os que existiam, a maioria, cobria commodities (petróleo, minério de ferro e soja) e são muito diferentes. O que tenho percebido então é que, nesse último ano, muitos fundos têm começado a colocar analistas e pessoas especializadas em agronegócio na operação, mostrando forte interesse do mercado pelos ativos de agro.

TEMOS UMA PARTICIPAÇÃO BAIXA DO AGRO NA BOLSA. O PIB BRASILEIRO É BASICAMENTE AGRONEGÓCIO, REPRESENTANDO 26% DO TOTAL, MAS NA BOLSA DE VALORES A PARTICIPAÇÃO É POR VOLTA DE APENAS 2%.”

Os Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagro) têm contribuído ou podem contribuir para a representatividade do Agro na Bolsa? Eu penso que sim, ele vai ser um grande mecanismo de abertura de oportunidades para o investidor vir para a cadeia do agronegócio, aos moldes do que aconteceu com os fundos imobiliários. Antigamente você via os grandes prédios no centro de São Paulo e principais capitais e realmente você precisava fazer um investimento muito grande pra ter um andar ou sala num prédio como esses. E o fundo imobiliário, que tem crescido muito principalmente na pessoa física, democratiza exatamente isso: cotiza um pedaço desses imóveis. Hoje há quase 1 milhão de pessoas físicas investindo nisso. Recentemente foi lançado o Fiagro com essa mesma missão de, por um lado, ter o fundo de terras, propriedades, galpões, etc, ligados ao agro e, do outro, os Fiagros de "papel", com recebíveis do agronegócio. Eu imagino que vai crescer muito na Bolsa a demanda por esse tipo de ativos e será uma grande revolução no agro – os principais ativos do

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ENTREVISTA

A Boa Safra entrou na Bolsa de Valores há quase um ano, em abril de 2021. Por que a empresa decidiu apostar na Bolsa? Sempre tivemos uma grande vontade de ter a empresa listada no mercado de capitais, eu particularmente tive a oportunidade de estudar e trabalhar nos EUA e via que o caminho da Bolsa lá é muito comum para as empresas, inclusive de pequeno porte e small caps. E no Brasil era diferente, porque o caminho só era possível para empresas gigantes ou muito grandes. E essa luz que eu vi lá fora acendeu a vontade de ter um mercado de capitais com sócios, e com o desenvolvimento e popularização do mercado de capitais, que começou a correr em 2018, a gente viu a janela e a oportunidade de realizar essa vontade. Do outro lado, temos uma empresa que, apesar de ser small cap, atende os requerimentos do mercado: compliance muito forte, muito organizada, mas sobretudo uma empresa de forte crescimento e, para empresas de crescimento, o caminho da Bolsa é um pouco mais fácil. Como tem sido o desempenho da Boa Safra na Bolsa? E quais são as perspectivas para 2022? A empresa tem ido muito bem. Fechamos o primeiro ano com uma alta de mais de 50% nas ações, então foi um começo muito bom

ENTENDA MELHOR (1) A avenida Brigadeiro Faria Lima é uma das mais importantes da cidade de São Paulo. É também um importante centro comercial e financeiro, onde estão sediadas grandes empresas, bancos, e também uma unidade da B3, a bolsa de valores oficial do Brasil. (2) IPO (“initial public offering” ou “oferta pública inicial”) representa a primeira vez que uma empresa receberá novos sócios, realizando uma oferta de ações ao mercado e tornando-se uma companhia de capital aberto com papéis negociados no pregão da Bolsa de Valores.

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FOTO: ADOBE STOCK

Brasil vão acabar indo para os Fiagros. É uma tendência muito forte até de popularizar o agro na bolsa

para a companhia e para o investidor que acreditou no nosso projeto. Uma coisa que nos surpreendeu nesses meses foi o número de pessoas físicas: lançamos as ações com 17 mil CPFs e hoje a empresa já tem mais de 43 mil CPFs como acionistas. A Boa Safra tem se tornado bastante popular e é algo que contradiz o que nos falaram no começo, quando começamos a planejar o IPO. Muita gente falava que fazia 13 anos que não tinha um IPO do agro, que o mercado não ia gostar do agro, que o agro tem um balanço sazonal/por safra...é um balanço, então, anual, e o mercado não gosta disso, e esse pensamento do mercado foi uma barreira da entrada da Boa Safra na Bolsa. Mas o que vimos foi exatamente o contrário: o pequeno investidor, de varejo, sabe que o agro é um bom negócio, que tem vantagem competitiva, mas hoje quem quer investir tem pouquíssimas opções. O nosso IPO é uma grande prova dessa oportunidade, tendo em vista o sucesso e o grande número de investidores pessoa física apostando na empresa e que, pra mim, mostra como o investidor tem vontade de participar de uma empresa do agro. Quais são as principais novidades, os principais investimentos da Boa Safra para os próximos meses/anos? Quando fizemos o IPO, em abril de 2021, já tínhamos um projeto desenhado até 2026 de qual seria a estratégia adotada ano a ano. E seguimos firme no planejamento desse projeto. O objetivo final da

O QUE TENHO PERCEBIDO É QUE, NESTE ÚLTIMO ANO, MUITOS FUNDOS TÊM COMEÇADO A COLOCAR ANALISTAS E PESSOAS ESPECIALIZADAS EM AGRONEGÓCIO NA OPERAÇÃO (DA BOLSA), MOSTRANDO O FORTE INTERESSE DO MERCADO PELOS ATIVOS DE AGRO.” Boa Safra sempre foi ter uma atuação nacional, então temos o objetivo de ter plantas em diferentes regiões para ter o maior portfólio do Brasil, passando de 60 variedades para pouco mais de 100 materiais. Para isso, precisamos de plantas em várias regiões e também centros de distribuição para seguir garantindo a melhor qualidade da semente para nossos clientes. Esse ano já concluímos a expansão da planta de Buritis (MG) e iniciamos as obras para o CD de Sorriso (MT).


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EMPRESAS

A COBB ANUNCIA INVESTIMENTOS DE

R$ 160 MI EM EXPANSÃO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Líder global em genética avícola amplia unidades de produção de aves avós e bisavós e constrói novo incubatório para aumentar sua capacidade produtiva para atender toda a América do Sul

Cobb-Vantress, LCC, uma das maiores empresas de genética avícola do mundo, vai investir R$ 160 milhões no Brasil para ampliar a sua capacidade de atendimento ao mercado sul-americano. A companhia vai aumentar as instalações de duas granjas, uma de avós e outra de bisavós, além de construir um novo incubatório até o final de 2022, anunciou o diretor Sênior de Operações da Cobb na América do Sul, Flavio Henrique Araújo Silva. "Esta iniciativa faz parte da nossa estratégia de expansão em toda a região e representa um aumento importante no alojamento de avós e na capacidade da produção de matrizes", explica. As aves avós são aquelas que produzem as matrizes, que por sua vez são as responsáveis pela produção do frango de corte. Com as novas instalações, além de ampliação da granja de bisavós, a empresa projeta um crescimento de 20% da sua capacidade produtiva. "Esta medida é uma resposta ao aumento da demanda de matrizes do mercado em toda a América do Sul", salienta o executivo.

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O diretor Geral da Cobb para a América do Sul, Shane Sutton, destaca a expansão da empresa no Brasil e em toda a América do Sul. "Estamos ampliando não apenas a produção, mas também a nossa capacidade de atendimento em função do nosso crescimento em toda a região". Ele salienta que hoje a América do Sul é a principal região de vendas da companhia no mundo.

AUMENTO DE 29% NA PRODUÇÃO DE CARNE DE FRANGO

As projeções para o agronegócio brasileiro indicam que a produção de carne de frango vai aumentar 29% entre 2018 e 2029, de acordo com o estudo Outlook Fiesp. Tanto o consumo interno quanto as exportações devem manter níveis de expansão a cada ano. E este cenário também contribui com a iniciativa de investir na ampliação da sua capacidade de fornecimento dos pintinhos, com a criação de mais galinhas avós. "Esta medida suporta a garantia e segurança de atendimento ao cliente conforme sua necessidade e com o melhor produto, seja em volume, seja na qualidade sanitária, ou até mesmo no custo e rendimento". Ele explica que é desafio constante do setor de proteína animal produzir ovos férteis no volume que o mercado exige, "sempre com altíssima qualidade sanitária e valor adequado". Araújo reforça a importância da biosseguridade neste processo. "Todas as ampliações das nossas unidades de produção incluem investimentos robustos na biosseguridade da produção e de cada etapa do processo. Acreditamos em nosso compromisso de levar ao mercado um produto seguro. Por isso, investimos em uma equipe de biosseguridade, para desenvolver planos de segurança e monitorar nossos processos".

EXPANSÃO NO MERCADO SUL-AMERICANO

A Cobb, que já vinha registrando crescimento orgânico nos últimos anos, viu uma aceleração da sua expansão de mercado desde o final de 2020, quando lançou o macho reprodutor mais eficiente do mercado, ressaltou Sutton. "Nosso crescimento na região, que já vinha em bom ritmo, aumentou bastante a partir da introdução do CobbMale. Com excelentes resultados em ganho de peso diário, conversão alimentar e rendimento de carcaça, mesmo com uso de ração mais barata, esta ave teve uma aceitação acima das expectativas", afirmou o executivo. Ele pontua o acerto da empresa em disponibilizar este produto em cenário de recordes semanais nos preços da soja e do milho, principais insumos de produção, o que contribuiu com a competitividade do produtor. "Os custos subiram muito, apertando as margens do avicultor. E isso levou a um aumento da procura por aves mais eficientes e

SOBRE A COBB-VANTRESS, LCC A Cobb-Vantress, LCC torna a proteína de qualidade factível, saudável e acessível em todo o mundo. Nossa pesquisa e tecnologia inova a indústria global. Com sede em Siloam Springs, Arkansas, somos a empresa produtora de aves de corte de pedigree mais antiga do mundo. Distribuímos aves para mais de 120 países.

com bom desempenho mesmo com uma ração mais barata. Este quadro contribui com o nosso crescimento de mercado", encerrou Sutton.

COM AS NOVAS INSTALAÇÕES, ALÉM DE AMPLIAÇÃO DA GRANJA DE BISAVÓS, A EMPRESA PROJETA UM CRESCIMENTO DE 20% DA SUA CAPACIDADE PRODUTIVA. FLAVIO HENRIQUE ARAÚJO SILVA, diretor Sênior de Operações da Cobb na América do Sul.

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EMPRESAS

INOBRAM

Tecnologia, segurança e confiabilidade com sondas SMAAI Principais características das Sondas InoBram: 1 - Integração com os controladores InoBram; 2 - Fácil instalação, manutenção e limpeza; 3 - Auxílio na produtividade e no bem-estar animal; 4 - Registro de dados de variáveis da granja; 5 - Comunicação simplificada com o usuário;

6 - Auxilia no desempenho e produtividade da granja; 7 - Manual bilíngue; 8 - Funções de medições específicas, conforme a versão; 9 - E agora contam com a Tecnologia TriLED-IN InoBram integrada.

HELM

FOTO: DIVULGAÇÃO

Plantas daninhas na soja

INCOMAGRI

Pulverizador com transmissão hidrostática

Lançamento da Incomagri Máquinas Agrícolas, de Itapira/SP, o primeiro pulverizador autopropelido da marca conta com tecnologia avançada e sistema de transmissão hidrostática 4x4, composto por conjunto de motores de rodas e redutores Heavy Duty que conferem alto torque. Montado sobre uma estrutura leve e resistente, o lançamento tem o equilíbrio perfeito na relação potência x peso, o que garante ao produtor alto desempenho e grande economia de combustível. O Overlander pode ser utilizado em diversas culturas anuais como soja, milho, feijão, trigo, batata, cana-de-açúcar, entre outros cereais e cultivos não arbóreos. É ideal para produtores com extensões de áreas acima de 250 hectares ou prestadores de serviço, preferencialmente áreas abertas de terrenos mecanizáveis que sejam planos ou ondulados. O autopropelido conta com controle eletrônico de tração com sistema anti-spin que evita o giro falso em uma ou mais rodas. Seu chassi é feito em aço estrutural em viga U e todo parafusado, além de possuir motor Cummins QSB 4.5 eletrônico de 130 CV, turbinado e interculado.

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A Helm do Brasil lançou o herbicida Allus® para cultura de soja com aplicação em pré-emergência para eliminar plantas daninhas. De acordo com o vice-presidente sênior Crop Protection da Helm do Brasil, Sebastian Lüth, “o Allus® é um herbicida que será referência no manejo de plantas daninhas para a lavoura de soja. Produto único no mercado brasileiro, desenvolvido para atender às necessidades dos agricultores do país. É uma ferramenta excepcional para controle das plantas daninhas em pré-emergência, possibilitando o início da lavoura livre de competição”, explica Lüth. O herbicida Allus® da HELM do Brasil é eficiente no manejo das plantas daninhas de difícil controle, especialmente desenvolvido para a cultura de soja. Amplo espectro de controle com ação sobre folhas largas e estreitas que reduz o banco de sementes das plantas daninhas.

FOTO: DIVULGAÇÃO

As Sondas SMAAI InoBram são sondas digitais desenvolvidas para sensoriamento de variáveis e controle do conforto térmico dos animais alojados nos galpões em granjas de produção animal, garantem precisão, segurança e controle das informações coletadas. A tecnologia TriLED-IN facilita a interpretação do estado de funcionamento atual da sonda, que ao emitir sinais luminosos, possibilita rapidamente a intervenção do produtor, permitindo que sejam feitos ajustes ou até mesmo intervir em caso de possíveis erros. Com as Sondas SMAAI InoBram, o produtor tem em suas mãos mais uma ferramenta para auxiliar na produtividade de sua granja.


SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 19


CAPA

Grandiosidade no cooperativismo!

FOTO: ASSESSORIA DE IMPRENSA COOPERALFA/DIVUGAÇÃO

COOPERALFA TRIPLICA PROCESSAMENTO DE SOJA

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Com investimento de mais de R$ 300 milhões, a Cooperalfa mostra sua imponência e inaugura indústria de óleo em Chapecó (SC), o maior empreendimento de sua história. Previsão é de que mais de 300 caminhões circulem diariamente no empreendimento das mais de 21 mil famílias associadas. Por Rafaela Menin

Assista a cobertura completa do evento apontando a câmera do celular para este código.

SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 21


FOTOS: ASSESSORIA DE IMPRENSA COOPERALFA/DIVULGAÇÃO

CAPA

A

o completar 55 anos, a Cooperativa Agroindustrial Alfa (Cooperalfa) fascinou as 21.211 famílias associadas, os 3.662 colaboradores, empresários, políticos e o próprio mercado com a inauguração de uma nova indústria de óleo, capaz de triplicar o processamento de soja de 700 para 2 mil toneladas/dia de extração de óleo vegetal e subprodutos como farelo e casquinha de soja. Com investimentos superiores a R$ 300 milhões e dois anos de execução, em

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Diretoria atual da Cooperalfa na inauguração (esquerda para direita): Edilamar Wons (2º vice-presidente), Romeo Bet (presidente), Cládis Jorge Furlanetto (1º vice-presidente)

meio a uma pandemia, a Alfa mostrou sua cara: grandiosa e corajosa, mas sem esquecer de suas raízes. “Se eu saísse nesse momento, teria a certeza de dever cumprido. Para mim, é um prazer entregar um empreendimento dessa magnitude. E os cooperados hão de continuar dando sustentação para que daqui a 50 anos as pessoas que aqui estiverem, sintam-se seguras e certas de que estamos fazendo um trabalho sério, honesto e voltado para os interesses dos associados”, frisou o presidente da Cooperalfa, Romeo Bet. A inauguração oficial foi na própria indústria, na Rodovia SC-283, em Chapecó (SC), no dia 25 de fevereiro. Com foco em quem sustenta a cooperativa e em quem foi fundamental para o crescimento, a cerimônia começou ao som de “Obrigada ao homem do campo”, da dupla Dom e Ravel, e interpretação do grupo “Sou Arte” , de Campo Mourão (PR). Seguindo o mesmo tom, a Alfa homenageou as famílias associadas por meio da família de Aury Luiz Bodanese, que fundou a cooperativa e a presidiu por 30

anos (1967-1997) e faleceu em 2003; e também chamou ao palco a família do ex-presidente Mário Lanznaster, que presidiu a cooperativa por 12 anos (19972009) e faleceu em outubro de 2020. Ainda no tom de agradecimentos, o evento também foi marcado por um momento de fé, com orações cristãs e palavras de um pastor e um padre.


COMO A COOPERALFA CHEGOU ATÉ AQUI Quem enxerga a Cooperalfa dos tempos atuais, talvez não imagine como tudo começou, lá em 1967. Foram 39 agricultores que fundaram a então Cooperativa Mista Agropastoril de Chapecó – Cooperchapecó. O objetivo era garantir a venda da safra e fugir da exploração de alguns comerciantes que compravam a produção dos agropecuaristas e, muitas vezes, não os pagavam. Cinco anos depois, a cooperativa une-se a outras da região e torna-se a maior cooperativa agropecuária de Santa Catarina. Toda essa história está registrada pelo Centro de Memória Alfa/MaxiCrédito (Cemac). Em 1984, entrava em operação a primeira fábrica de esmaga-

QUEM ENXERGA A COOPERALFA DOS TEMPOS ATUAIS, TALVEZ NÃO IMAGINE COMO TUDO COMEÇOU, LÁ EM 1967. FORAM 39 AGRICULTORES QUE FUNDARAM A ENTÃO COOPERCHAPECÓ.

mento de soja, processando 400 toneladas diariamente. Em 2017, processava 720 toneladas/dia. Agora, passa para 2 mil toneladas/ dia, ou 33.300 sacas. Com o passar do tempo, a produção comercial da soja na região auxiliou na expansão da suinocultura e da avicultura, pois o grão é utilizado na fabricação de rações. A produção de soja movimenta a indústria de adubos, defensivos agrícolas, corretivos de solo, desenvolve o setor de sementes, máquinas e implementos agrícolas, além da indústria metalmecânica. Também movimenta cerealistas, indústrias químicas, alimentícias, de rações, o setor de transportes e as exportações.

1970 FOTOS: ARQUIVO COOPERALFA/DIVULGAÇÃO

CONSTRUÇÃO DA INDÚSTRIA NA DÉCADA 70

1984 INDÚSTRIA DE SOJA EM 1984

NOVA INDÚSTRIA EM 2022

2022

SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 23


CAPA

PRODUÇÃO ATUAL DA ALFA A Cooperalfa recebeu, em 2021, 12 milhões de sacas de soja, sendo forte fator gerador da cota-capital aos cooperados. O recebimento ficou dentro da expectativa, apesar de as primeiras colheitas terem sofrido com a estiagem. O alto valor do cereal continua atraindo investidores. A demanda aquecida e o dólar elevado favoreceram o atendimento dos níveis de processamento e a rentabilidade das indústrias de soja da cooperativa, chegando a 222 mil toneladas de derivados em 2021. A transformação de matérias primas da cooperativa inclui a industrialização de soja, trigo e milho, além de quatro fábricas de rações Nutrialfa. Outra parte importante das atividades relacionadas à indústria, como leite, suínos e aves produzidos pelos associados, é processada e comercializada pela Aurora Coop, da qual a Cooperalfa é associada e detém 22% do respectivo capital social.

COOPERALFA EM NÚMEROS Presença em SC, MS, RS e PR 100 lojas agropecuárias 21.211 famílias associadas* 3.662 colaboradores* Receita total em 2021: R$ 7,04 bi (36,6% a mais que 2020). *Números de fevereiro de 2022.

Distribuição da receita por área: 7,2% Consumo

29,4% Industrializados

4,5%

2,6%

Sementes

Insumos pecuários

17,9% Pecuária 1,5%

FOTO: ADOBE STOCK

Combustíveis

24 SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022

0,9%

Máquinas e equipamentos agrícolas

17,6% Produção agrícola 2,9% Outras receitas

15,5% Insumos


Além da diretoria e associados, empresários e políticos também participaram da solenidade, entre eles o governador de SC (Carlos Moisés), prefeito de Chapecó (João Rodrigues), e secretário de Estado da Agricultura (Altair Silva)

FOTOS: ASSESSORIA DE IMPRENSA COOPERALFA/DIVULGAÇÃO

PUJANÇA DO AGRONEGÓCIO EM SC O agronegócio tem sido um dos principais representantes da economia do Brasil - representando quase 30% do PIB -, e é propulsor para Chapecó (SC). Os números da Secretaria de Estado da Fazenda mostraram, em dezembro de 2021, que a capital do Oeste catarinense subiu de sexto para quarto lugar na lista de cidades que mais geram movimento econômico no Estado*, ultrapassando inclusive Florianópolis, a capital catarinense. Não havia dúvidas e os números comprovaram: o agronegócio contribuiu para este salto, principalmente o setor agroindustrial e as exportações de suínos. E inaugurações como esta da Cooperalfa, que vai triplicar o processamento de soja, fazem o cooperativismo gerar ainda mais confiança

e alavancar mais os resultados da cidade, do Estado e do país. Em 2021, a Alfa gerou R$ 367,4 milhões em tributos. Aos sócios, distribuirá no futuro, em cota-capital, R$ 316,7 milhões, mais que o valor da nova fábrica de soja. “Com essa inauguração, percebe-se a pujança do agronegócio em SC, que participa com mais de 70% das exportações do nosso Estado. E o modelo de cooperativismo funciona, é exemplo para o Brasil, é união de forças, garantia de compra, atenção ao produtor”, afirmou o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés. *A divulgação em dezembro de 2021 foi da base de 2020, com valor de R$ 7,9 bilhões de movimentação em Chapecó (SC).

A CAPITAL DO OESTE CATARINENSE (CHAPECÓ) SUBIU DE SEXTO PARA QUARTO LUGAR NA LISTA DE CIDADES QUE MAIS GERAM MOVIMENTO ECONÔMICO NO ESTADO. SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 25


CAPA A OPINIÃO DE QUEM COMANDA A ALFA, A AGRICULTURA E O COOPERATIVISMO EM SC A inauguração do maior empreendimento é fruto do trabalho desenvolvido e da confiança que todos têm com a Cooperalfa. De modo especial, o conselho de Administração, os colaboradores e os associados. Inauguramos um marco, um norte para onde queremos ir nos próximos 50 anos.”

Esse empreendimento materializa o trabalho das mais de 21 mil famílias associadas. Ele foi muito bem estudado e planejado, a fim de aumentar a assertividade em seu propósito, de agregar valor à produção primária e dar sustentação econômica e financeira à cooperativa.” CLÁDIS JORGE FURLANETTO, 1º vice-presidente e diretor da área industrial da Cooperalfa

FOTO: DIVULGAÇÃO

FOTO: DIVULGAÇÃO

ROMEO BET, presidente da Cooperalfa.

Santa Catarina é o estado mais cooperativista do Brasil. Na Ocesc, são 255 cooperativas filiadas, com 3,5 milhões de associados. Chegamos a um faturamento de R$ 78 bilhões em 2021, crescimento de 37%. Somos reconhecidos nacional e internacionalmente, com exportações para mais de 70 países. Então, este complexo vai gerar renda para a cidade e dar segurança para o produtor rural, para os associados.”

A Alfa é uma sociedade-empresa catarinense, que nasceu em Chapecó, e que tem expandido as fronteiras para outras regiões do país. E inaugura um empreendimento que vai gerar mais renda e mais emprego, com uma planta preparada para exportação. É uma demonstração da pujança que o Agro supera as adversidades. E o Estado tem sido parceiro, na Agricultura temos, por exemplo, o programa “Terra Boa” para distribuição de sementes e calcário, e também R$ 350 milhões de investimentos para levar água para as propriedades rurais.” ALTAIR SILVA, secretário de Agricultura de Santa Catarina

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FOTO: RODOLFO ESPÍNOLA/AGÊNCIA AL

FOTO: DIVULGAÇÃO

LUIZ VICENTE SUZIN, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc)


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EMPRESAS

OXIATIVA CF

EMPRESA APOSTA EM OZÔNIO E AUMENTA DURABILIDADE DOS ALIMENTOS

FOTOS: ISTOCK E FREEPIK

A Panozon, líder na América Latina em tratamento com ozônio, desenvolveu o Oxiativa CF, equipamento que gera ozônio dentro das câmaras frias e aumenta a vida útil de frutas, verduras, legumes, carnes, laticínios e outros alimentos, um dos grandes gargalos do agronegócio.

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O

agronegócio brasileiro enfrenta um grande desafio: fazer com que os alimentos tenham uma vida útil mais longa, proporcionando mais consumo e, consequentemente, menos perdas - e mais ganhos - para toda a cadeia produtiva. Estima-se que entre plantação, colheita, transporte, armazenagem e consumo, o desperdício pode chegar a mais de 33%. Focada em encontrar uma solução, a empresa Panozon desenvolveu o Oxiativa CF, equipamento que gera ozônio dentro das câmaras frias, aumentando o shelf life (tempo de prateleira) dos alimentos. Um dos maiores vilões da vida útil dos alimentos são os micro-organismos, como fungos e bactérias, que atacam frutas, verduras, legumes e carnes, diminuindo a vida útil desses alimentos. “O Oxiativa CF gera ozônio dentro da câmara fria, retardando o amadurecimento de frutas, legumes e verduras, combatendo odores indesejados, eliminando fungos e bactérias também de carnes, e aumentando o tempo dos alimentos sem que eles percam suas propriedades naturais”, detalha o Gerente de Novos Produtos da Panozon, Murilo Vieira. Vieira explica que o ozônio é um excelente oxidante, eliminando qualquer tipo de contaminação em câmaras frias: “tanto aquelas já presentes no alimento, como possíveis contaminações que já estejam na câmara fria ou até mesmo nos funcionários que transitam entre os ambientes.” No caso das frutas, além do ozônio desinfectar a câmara fria, mantendo o alimento protegido, ele também retira o etileno, um gás liberado pela fruta para acelerar o processo de maturação. “O ozônio diminui o processo de maturação, fazendo com que a fruta dure mais tempo. Esse tempo chega a triplicar, dependendo de como o alimento chegou à câmara fria”, afirma Vieira.

No caso das carnes, o ozônio atua na desinfecção, deixando o ambiente da câmara fria livre de contaminação e, consequentemente, aumentando a vida útil da proteína. Ainda, o equipamento pode ser usado em laticínios e todos os alimentos que envolvem um ambiente controlado, que seja necessário inibir proliferação de bactérias. “Estamos falando de uma energia 100% limpa e natural, que não gera resíduos no alimento e não agrega produtos químicos. Desta forma, o consumidor também ganha com a aplicação de ozônio, já que consome alimentos com menos inserção de químicos”, afirma Vieira.

COMO FUNCIONA O EQUIPAMENTO

O Oxiativa CF conta com sensores de última tecnologia, únicos no mercado, para controle do ozônio e indicação de falha de produção. Assim, a concentração de ozônio dentro da câmara fria permanece constante e garante que não haverá excesso ou falta do gás. O equipamento não gera resíduos nos alimentos, tem instalação fácil e rápida e se adapta a câmaras frias de todos os tamanhos. “Em uma câmara fria de 600 metros cúbicos, por exemplo, o produtor investe em torno de

BENEFÍCIOS AOS ALIMENTOS » Aumenta o shelf life dos alimentos em até três vezes; » Reduz o nível de etileno no ambiente; » Reduz cheiros desagradáveis na câmara; » Elimina vírus e microrganismos; » Ecologicamente correto;

FOTOS: DIVULGAÇÃO

» Não deixa resíduos e não altera a propriedade natural do alimento.

CONHEÇA MELHOR O EQUIPAMENTO POSSUI FÁCIL INSTALAÇÃO Conhecimento básico de elétrica, hidráulica e normas de segurança é suficiente AUTOMATIZA O TRATAMENTO Não precisa fazer trocas de refis ou sachês ASSISTÊNCIA TÉCNICA NACIONAL Maior qualidade no atendimento e manutenção do equipamento VIDA ÚTIL PROLONGADA Peças projetadas seguindo os mais rígidos padrões de qualidade SENSOR DE PRESENÇA DE OZÔNIO Com 5 diferentes níveis de ozônio, liga e desliga automaticamente quando o nível de ozônio dentro da câmara é atingido, oferecendo maior segurança para os funcionários e para os alimentos SENSOR DE FALHA DE OZÔNIO O único no mercado com sensor que mostra quando o equipamento não está gerando a quantidade de ozônio suficiente

R$ 7 mil para instalação do equipamento”, detalha o Gerente de Novos Produtos. O baixo custo se deve ao fato de que a tecnologia de produção da máquina é 100% nacional, o que também facilita possível manutenção e assistência técnica. “A máquina é programada uma vez e trabalha automaticamente a partir deste momento. Não será necessário operar o equipamento posteriormente, apenas realizar manutenção anual, com custo em torno de R$ 250”, descreve Vieira.

O OZÔNIO DIMINUI O PROCESSO DE MATURAÇÃO, FAZENDO COM QUE A FRUTA DURE MAIS TEMPO. ESSE TEMPO CHEGA A TRIPLICAR, DEPENDENDO DE COMO O ALIMENTO CHEGOU À CÂMARA FRIA.” SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 29


EMPRESAS

DE HEUS LANÇA CONCEITO MAXMEAT Com estratégias de manejo e nutrição customizadas de acordo com cada propriedade, empresa holandesa lança em primeira mão no país um programa para aumentar a eficiência produtiva, a lucratividade e reduzir o impacto ambiental da atividade pecuária.

A

FOTO: DIVULGAÇÃO

De Heus lança o conceito MaxMeat para as fases de recria e engorda de bovinos de corte. Nele, a empresa desenvolve estratégias customizadas de nutrição e manejo de acordo com cada sistema produtivo com o objetivo de aumentar o desempenho do rebanho, a produção de carne por hectare e a lucratividade do criador, além de reduzir o impacto ambiental da atividade, anunciou o gerente de Produtos de Ruminantes da De Heus no Brasil, Anderson Di Pietro. “Fazemos isso customizando nosso plano para sua fazenda e sistema produtivo, desde os requerimentos nutricionais específicos, até as estratégias de manejo”, afirmou o executivo. O nutricionista de Ruminantes da De Heus no Brasil, Emanuel Oliveira, salienta que o MaxMeat é um conceito mundial da De Heus e que é lançado em primeira mão no Brasil. “Nosso foco é melhorar a eficiência alimentar e a produtividade do rebanho reduzindo a emissão de gases de efeito estufa. Para isso, enfatizamos o manejo de pastagens, suplementação, treinamento de mão-de-obra e o direcionamento genético para obter a melhor estratégia de acordo com a realidade de produção da fazenda e então propor o melhor plano nutricional”, disse o especialista ressaltando que o programa envolve

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diversas estratégias alimentares e cada propriedade pode receber uma solução customizada com produtos de linha.

CUSTOS DE PRODUÇÃO

Apesar do cenário de preços elevados das matérias-primas, o pesquisador de bovinos de corte (De Heus Global), Fabiano Alvim Barbosa, explica que o preço da arroba vem

BENEFÍCIOS DO CONCEITO MAXMEAT

1 2 3 4

Contribui com o ganho de peso adequado durante as fases de recria e engorda; Melhora a qualidade da carcaça e da carne Aumenta a taxa de lotação e por consequência a produtividade e o resultado financeiro da fazenda Reduz o uso de terra e a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.

acompanhando estes aumentos e destaca a importância de intensificar a produção para diluir o custo unitário de produção. “Desta maneira, o valor da arroba produzida tende a ser mais baixo. Em nossas avaliações financeiras, todos os cenários convergiram para a intensificação porque traz um retorno financeiro melhor, além de reduzir a emissão líquida de carbono equivalente, ou seja, toda a emissão de CO2 envolvida na atividade”, destacou.

QUALIDADE DE CARCAÇA E DA CARNE

Um dos pontos altos deste projeto é a qualidade de carcaça, avalia Oliveira. “Quando falamos em qualidade de carcaça, precisamos considerar dois pontos importantes. Um deles é para melhor eficiência produtiva de frigoríficos. E o outro ponto é a qualidade da carne na mesa do consumidor, o que significa que um bom trabalho de nutrição e manejo no campo tem impacto positivo em redução de perdas para os frigoríficos e ainda em uma carne com melhor qualidade em maciez e suculência”, define o especialista. Segundo ele, carcaças bem-acabadas proporcionam melhor resfriamento nos frigoríficos e resultam em uma carne mais macia.


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INOVADORES

BENTO ZANONI

CONFIANÇA E SINCERIDADE PARA LIDERAR

P

residente da Edege Equipamentos Agropecuários, localizada em Chapecó (SC), Bento Zanoni expressa extrema confiança e sinceridade consigo mesmo e com os outros diante de tudo que precisou viver. Faltando menos de um ano para completar 70 anos, seu Bento - como é chamado pelos funcionários - lembra da trajetória que o trouxe até aqui. Depois de perder o pai com apenas seis anos, ter uma doença que o impediu de trabalhar na agricultura quando criança, e de não conseguir se matricular na

Força Aérea Brasileira, Zanoni tem confiança ao afirmar: “não há males que não vêm para o bem ”. Foram esses e outros desencontros da vida que o conduziram para o agronegócio, para Chapecó, para a propriedade da Edege, e para uma série de outras oportunidades como líder: ser Empresário do Ano da cidade que escolheu para viver, ser diretor e/ou presidente de diversas entidades, entre elas a Associação Catarinense de Avicultura (ACAV).

Por Rafaela Menin

O INÍCIO DE TUDO: SEM O PAI, NA ROÇA E SEM CONDIÇÕES PARA ESTUDAR Bento Zanoni é natural de Maracajá, município de 6,4 mil habitantes no Sul de Santa Catarina, que em 04 de março de 1953 - quando seu Bento nasceu - era considerado interior de Criciúma (SC). Desde 1967, com a emancipação de Maracajá, os dois municípios tornaram-se vizinhos, com cerca de 30 quilômetros de distância. “O local que morávamos não tinha energia elétrica, éramos pequenos produtores. Vivíamos em nove irmãos, sou o sétimo filho homem. E, nessa realidade, minha mãe ficou viúva com menos de 40 anos, com o filho mais velho com menos de 18 anos, o mais novo com 1 ano e 6 meses, e eu estava com 6 anos”, lembra. Infelizmente, Zanoni não tem lembrança nenhuma do pai. “Hoje em dia mudou, os pais, os avós, os filhos, os netos são muito mais grudados, mas na época não era assim. Com seis anos, eu já precisava trabalhar e levar o almoço para meus irmãos na lavoura”, conta. Com nove anos, Bento teve uma doença chamada osteomielite no pé direito. Teve que fazer uma cirurgia e ficar quase dois anos sem encostar o pé no chão. “Não pude mais trabalhar na lavoura. E graças a isso hoje levo comigo que não há males que não vêm para o bem, porque a doença me tirou da roça e fui o único dos irmãos que teve um pouco de estudo. Com 11 anos, então, fui morar com o tio para conseguir estudar”, recorda.

32 SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022

NA BUSCA POR EMPREGO: QUASE MECÂNICO DA FAB Poucos anos depois, com 15 anos, estava formado no ginásio. E aí o problema foi encontrar emprego. “Naquela época não tinha, era muito difícil, então fui morar e ajudar um irmão mais velho, que casou e tinha um boteco”, lembra. Depois de dois anos, decidiu se inscrever na Força Aérea Brasileira (FAB), em Porto Alegre (RS), para fazer manutenção/mecânica de aeronaves. Porém, Zanoni chegou lá e faltaram documentos para se inscrever, mesmo, segundo ele, tendo levado tudo que estava escrito no recorte de revista onde visualizou a vaga. Não teve conversa, o jeito foi voltar para a rodoviária e esperar o ônibus para Maracajá. E foi aí que a história começou a mudar. Na rodoviária encontrou um primo que estava a caminho do Colé-

gio Agrícola Estadual Daniel de Oliveira Paiva, em Cachoeirinha (RS). “Eu não tinha dinheiro, meu primo pagou minha passagem e me levou junto. E lá me inscrevi no Técnico Agrícola. Tínhamos as refeições e estudo. Apenas precisamos alugar um quartinho, e dormíamos em três, quatro homens lá dentro para economizar”, conta. Não demorou muito para encontrar o primeiro emprego, em um supermercado perto do colégio, onde atuou em todas as frentes. Quando terminou o técnico, recebeu uma proposta para assumir uma filial do mercado e estudar Administração ou Economia. “Balancei, a proposta era boa, mas conversei com a minha família e não aceitei a proposta. Estudei técnico agrícola e decidi seguir nessa área, voltando para a minha cidade Maracajá”, recorda.

“NÃO HÁ MALES QUE NÃO VÊM PARA O BEM ”


FOTO: MB COMUNICAÇÃO/DIVULGAÇÃO

“EU NÃO TINHA DINHEIRO, MEU PRIMO PAGOU MINHA PASSAGEM E ME LEVOU JUNTO. E LÁ ME INSCREVI NO TÉCNICO AGRÍCOLA”

SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 33


A OPORTUNIDADE ERA PARA SER SUBORDINADO DE ÉTORE SCHIRATO (IN MEMORIAM), COM QUEM ZANONI FIRMOU PARCERIAS DE TRABALHO E AMIZADE PELO RESTO DA VIDA. 3

PRIMEIRO EMPREGO COMO TÉCNICO AGRÍCOLA De volta a Maracajá, Zanoni ficou vários meses sem emprego, até que surgiu uma oportunidade para trabalhar como técnico em uma empresa chamada Epagro (Escritório de Estudos e Projetos Agropecuários). Era 1975 e foi neste ano que conheceu Chapecó, quando precisou ficar três meses fazendo estágio pela empresa na cidade. Depois, passou por Videira e retornou a Chapecó, onde ficou cerca de dois anos. “Fiquei até que houve uma crise na agricultura e a empresa precisou fechar vários escritórios e demitir quase todo mundo. Para não me mandar embora, me chamaram para Florianópolis. Cheguei lá e continuei o trabalho, como fazia em Chapecó. Só que começaram a surgir algumas divergências no trabalho e decidi sair da empresa. Aqui acredito que foi outro mal que veio para o bem.”

FOTO: DIVULGAÇÃO

INOVADORES

Zanoni é o vice-presidente de Equipamentos da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), responsável por organizar o Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, que está na 12ª edição.

Em seguida, a própria empresa ajudou e Bento quase foi parar no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Mas, antes, mais uma daquelas reviravoltas da vida: antes de apresentar os documentos, o ex-chefe de Chapecó entrou em contato oferecendo uma oportunidade de trabalho com um conhecido que já tinha sido atendido por Zanoni na época da Epagro. A oportunidade era para ser subordinado de Étore Schirato (in memoriam), com quem Zanoni firmou parcerias de trabalho e amizade pelo resto da vida. “Ele foi um grande chefe, foi um pai para os funcionários, me incentivou em tudo, acreditava em mim. Tanto que mais tarde consegui retribuir, contratando ele para trabalhar na minha empresa, a Edege”, lembra Zanoni emocionado.

DE TÉCNICO AGRÍCOLA A VENDEDOR A oportunidade como vendedor, oferecida por Étore, fez Zanoni pensar um pouco, porque, brinca ele: "Chamávamos os vendedores de picaretas naquela época, e não é que eu fui trabalhar de vendedor e isso abriu portas para mim?”. Decidiu aceitar a oportunidade de Étore e tornou-se vendedor da Companhia Avícola São Paulo (Casp) - que até hoje vende equipamentos para o setor de proteína animal e grãos. Os primeiros meses não foram como o esperado, mas Étore estava sempre lá, incentivando e dizendo que logo isso mudaria. “E não é que mudou mesmo? Participamos de uma feira, a Fenasoja, em Santa Rosa (RS). Lá não vendemos nada, porque o pessoal tinha receio sobre quem

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ia prestar assistência. Mas duas semanas depois comecei finalmente a vender uma máquina para auxiliar na produção de sementes. Decidi ter um diferencial: fui para São Paulo, na Casp, para conhecer a máquina, aprendi todo o funcionamento dela. E foi assim que comecei a vender essa máquina no RS, entregando, dando assistência, e ensinando cada produtor a fazer tudo na máquina”, lembra. Dois anos depois, foi contratado um colega que começou a trabalhar com avicultura e começou rapidamente a ganhar mais do que Zanoni. “Reclamei com o Étore, e ele me disse: espera o momento certo.” Não demorou muito, 90 dias depois nomearam Zanoni como subgerente regional.

“CHAMÁVAMOS OS VENDEDORES DE PICARETAS NAQUELA ÉPOCA, E NÃO É QUE EU FUI TRABALHAR DE VENDEDOR TAMBÉM E ISSO ABRIU AS PORTAS PARA MIM?”


Em 1979, os principais diretores da Casp criaram a Edege, abreviação de Edemundo, Donald, Eduardo, Geraldo e Étore, sendo que Donald era o proprietário e os demais diretores/funcionários. “A Casp detinha 99,9% dos incubatórios do Brasil. E a Edege foi criada para ter peças de reposição para esses incubatórios de forma regional”, lembra Zanoni. Em seguida, Étore, que era o gerente regional da Casp, foi convidado para assumir a gerência nacional da Casp e, com isso, Zanoni passou de sub para gerente regional da Casp e teve um posto na Edege. “Poucos anos depois, as empresas criadas para repor peças já vendiam de tudo e a Casp quase faliu. Queriam fechar a Edege, e foi nesse momento que assumi como dono. Era 1984 e, aos poucos, além de revender peças, começamos a produzir equipamentos que a Casp não produzia”, recorda Zanoni. Com o passar dos anos, em 1998, a Edege fabricava silos e outros equipamentos próprios e funcionava por conta própria, sem depender mais da Casp.

Hoje, são cerca de 80 funcionários na Edege, com negócios por todo o Brasil e em países como Alemanha, Estados Unidos, Venezuela, Bolívia, Argentina e Paraguai. “Eu digo que não somos o maior, mas o que vendemos é o melhor. Um dos exemplos é o melhor comedouro de Peru do mundo”, afirma Zanoni. Ainda, entre os principais produtos entregues estão a produção ou distribuição de 100% dos equipamentos para aviário de frango, com diferencial para o bebedouro da norte-americana Ziggity. E também todos os equipamentos para criação de suínos. “Entre nossos diferenciais estão o fato de levarmos os produtos para dentro das granjas e conversarmos com técnicos e produtores e, se é preciso, modificamos de forma ágil o produto até que ele fique totalmente adequado”, afirma. Além disso, Bento exige um ótimo atendimento ao cliente: “porque é o cliente que vende”. E exige sinceridade dos representantes para com os clientes: “aprendi isso com o Étore, digo aos representantes para que não prometam o que não podem cumprir. Melhor perder uma venda hoje e garantir o cliente”.

REPRESENTANTE DE ASSOCIAÇÕES E SINDICATOS

FOTO: DIVULGAÇÃO

Na década de 1980 comandou a Associação dos Técnicos Agrícolas (Atasc) e o Núcleo Regional dos Técnicos Agrícolas do Oeste Catarinense (Nurtaoc). De 1992 a 1995, dirigiu o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Chapecó (Simec). Também foi presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), e juntou-se com outros empresários por meio da Associoeste e ajudou a trazer o atual Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) para Chapecó. Em 2006 foi escolhido Empresário do Ano da cidade. Em 2014 e 2015, comandou a Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), na qual atuou especialmente para diminuir a criminalidade na cidade. Hoje, é o vice-presidente de Equipamentos da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e organiza o Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição.

Em 2014 e 2015, comandou a Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic) e encabeçou reuniões e passeatas contra os índices de criminalidade na cidade

“TUDO FOI MUITO GRATIFICANTE, É UMA GRANDE ESCOLA ESSES ESPAÇOS DE LIDERANÇA.”

ATUALMENTE É VICEPRESIDENTE DE EQUIPAMENTOS DA ACAV. E A FAMÍLIA EM MEIO A TUDO ISSO? Bento casou em Xanxerê com Ivone, ex-funcionária do Besc. “Começamos a namorar quando eu trabalhava na Epagro ainda, e ela ganhava mais do que eu. Quando assumi a Edege, ela veio para dentro da empresa trabalhar comigo. Me criticaram na época, mas a Ivone acompanhou todo o nosso crescimento, é nosso setor financeiro até hoje”, conta. Juntos, Bento e Ivone foram estudar graduação em Administração, ele com ênfase em Marketing e ela com ênfase em Rh. Não tiveram filhos, mas ele tem quatro sobrinhos que o chamam de avô e que ele trata como se fossem seus netos.

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FOTO: EDEGE/DIVULGAÇÃO

DE VENDEDOR PARA DONO DA EDEGE


INOVADORES WISIUM

Atuação reforçada com Priscilla Calvi

FOTO: FEEDIS/DIVULGAÇÃO

A Wisium, marca global referência em premixes, aditivos e serviços, anunciou a experiente profissional Priscilla Lamas Brandão Calvi para o cargo de nutricionista de Aves Poedeiras. Priscilla é formada em Zootecnia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e tem MBA em Gestão Integrada da Qualidade e Certificações pela Universidade do Centro Leste (UCL). Com ampla experiência em fábrica de ração para aves, tendo atuado na supervisão de qualidade e como gerente de fábrica e nutricionista, a profissional tem sólidos conhecimentos em nutrição de aves, BPF, controle de qualidade, gestão de estoque e reposição de matériasprimas e treinamento de colaboradores. Na Wisium, a Nutricionista de Aves Poedeiras irá contribuir para o desenvolvimento de produtos e soluções junto ao time técnico, com o objetivo de aproximar a nutrição estratégica da realidade de cada produtor. "Estudos comprovam que as poedeiras têm uma melhor performance com aditivos nutricionais. Vamos intensificar o desenvolvimento de soluções para contribuir para uma avicultura cada vez mais rentável e saudável", afirma.

FEEDIS

Rosilene Pussoli focada em facilitar as operações internacionais

A Feedis trouxe para o seu time uma profissional com larga experiência para maior eficiência em suas operações internacionais com vistas para seu maior patrimônio: clientes e parceiros. Com 16 anos de atuação, sendo 12 no mercado de nutrição animal, Rosilene Cristina Pussoli está motivada com esta sua nova fase. "O comércio exterior é algo que me move. Agora, na Feedis, uma empresa em franco crescimento, meu objetivo é contribuir e facilitar suas operações", destaca. Além da graduação na área, Rosilene possui pós-graduação em Comércio Exterior e Negócios Internacionais, atua em áreas em áreas correlatas, tais como: importação, exportação e supply chain de multinacionais. "Sua experiência profissional contribuirá para a fase atual e futura nos negócios da Feedis. Uma profissional em linha com o nosso plano de crescimento, atendimento e serviços prestados", inclui o gerente de negócios da companhia, Luciano Heis.

NOVUS

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acompanhamento e plano de ação estratégico em comum acordo, somado à estrutura, serviços e produtos, serão fatores determinantes para o sucesso das operações, clientes e parceiros”, aponta.

FOTO: WISIUM/DIVULGAÇÃO

Médico veterinário por formação, Alessandro Lima é o novo gerente regional de negócios da Novus. Já passou por empresas como ABS Pecplan, Vallé, Purina, Merial e Biorigin. Também cursou Administração Rural pela FGV e Marketing pela ESPM. Liderança participativa voltada para as pessoas, é assim que o executivo descreve seu perfil para este novo desafio. “Contamos com uma equipe qualificada, técnica e especializada. Agora, amplificaremos a nossa conexão junto aos desafios corporativos reforçando o engajamento, satisfação, valorização do capital humano (diferentes experiências e conhecimentos), soluções integradas, compartilhamento e fortalecimento dos vínculos. Um modelo de gestão que quando alinhado ao

FOTO: NOVUS/DIVULGAÇÃO

Alessandro Lima é o novo gerente regional de negócios


FOTO: YES/DIVULGAÇÃO

YES

"Chego com a expectativa de atuar em uma empresa moderna e em plena ascensão" A Yes, empresa que desenvolve soluções biotecnológicas para uma saúde animal eficaz, segura e sustentável, reforçou o time em 2022. As regiões Sudeste, Centro-oeste, Norte e Nordeste contam com a experiência de 35 anos em nutrição e saúde animal de Albino Rotta Filho. Para Rotta, fazer parte do time Yes é um momento singular em sua trajetória. “Chego à Yes com a expectativa de atuar em uma empresa moderna e em plena ascensão no mercado. Atualmente o mercado agropecuário busca sinergia com fornecedores e consequentemente buscam empresas que verdadeiramente trabalham de maneira ativa em conceitos

importantes de sustentabilidade, segurança alimentar e resultados”, comemora. De acordo com Wanderson Paulino, diretor comercial Brasil, a nova contratação faz parte da estratégia da empresa na consolidação da Yes no mercado. “Queremos uma relação sinérgica com nossos clientes. Nossa equipe sempre objetiva conhecer as reais necessidades da indústria e do campo para aportar soluções técnicas e de resultados imediatos. Para isso contamos com um time cada vez mais especializado e estrategicamente posicionado por todo Brasil e América Latina”, afirma Paulino.

ALERIS

FOTO: ALERIS/DIVULGAÇÃO

Vanessa Olszewski dedicada às linhas Cultron, Verde e Petfood A médica veterinária Vanessa Regina Olszewski passa a integrar a equipe técnica da Aleris. Profissional que traz em sua bagagem sete anos de experiência e mestrado na área de Nutrição Animal. Atualmente, como coordenadora técnica, seus trabalhos estarão direcionados para as linhas Cultron e Verde, além do suporte para toda a demanda das soluções Aleris para o mercado pet. “Darei todo suporte à equipe técnica, comercial, clientes e parceiros. A Aleris é uma empresa jovem, com futuro brilhante, alicerçada na pesquisa e desenvolvimento

representados por suas linhas que contam com soluções nutricionais inovadoras já reconhecidas pelo mercado”, explana Vanessa. Fundada em 2012, a Aleris é uma empresa nacional especializada em nutrição animal, comprometida em oferecer soluções naturais para a máxima performance e saúde animal nas diferentes espécies. Atualmente a empresa conta com atuação global, exportando produtos para 29 países, possui mais de 30 colaboradores diretos e subsidiárias nos Estados Unidos, México e Portugal.

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INOVADORES

FOTO: ABAG/DIVULGAÇÃO

Luiz Carlos (Caio) Corrêa Carvalho, novo presidente da Abag

A ABAG VEM DISCUTINDO E FOMENTANDO AÇÕES EM ASSUNTOS TRANSVERSAIS, COMO POR EXEMPLO, LOGÍSTICA, BIOECONOMIA, CONSERVAÇÃO AMBIENTAL, QUE SÃO FUNDAMENTAIS PARA O FUTURO DO AGRO.

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NOVA DIRETORIA

CAIO CARVALHO RETORNA À PRESIDÊNCIA DA ABAG A

Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) conta com uma nova diretoria e passou a ser presidida por Luiz Carlos (Caio) Corrêa Carvalho, que já havia comandado a associação entre 2012 e 2018, em substituição ao atual presidente, Marcello Brito. Engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (Esalq/USP), Carvalho possui cursos de pósgraduação em Agronomia e em Administração pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/ USP), e Vanderbilt University (EUA). Desde 1983, atua como diretor da Canaplan, empresa de consultoria e projetos para o setor sucroenergético. Com grande conhecimento do setor de açúcar e álcool, Carvalho é sócio da Bioagencia, empresa comercializadora de etanol nos mercados interno e externo. Carvalho continuará o processo de modernização da Abag e trabalhará em defesa da reputação do agro brasileiro nos mercados interno e internacional. Seu mandato será de dois anos.

ATUAÇÃO NO AGRO

Considerada uma das entidades mais atuantes do setor no país, a Abag tem trabalhado fortemente para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, por meio da participação nos principais contextos nacionais e globais que envolvam a competitividade, produtividade e sustentabilidade desse segmento. Por meio de seus comitês temáticos, vem discutindo e fomentando ações em assuntos transversais, como por exemplo, logística, bioeconomia, conservação ambiental, que são fundamentais para o futuro do agro. A Associação tem ainda colaborado com a iniciativa privada para disseminar a importância do agronegócio para o desenvolvimento social, econômico e ambiental brasileiro, bem como trabalhado junto às instâncias governamentais para a criação de políticas e ações para a evolução desse setor. Para a sociedade civil, a entidade tem se empenhado em levar informação qualificada que contribua para o fortalecimento da marca do agro no fornecimento de alimentos e produtos indispensáveis para a vida, sempre pautado na proteção ambiental e na igualdade social.

PLANO NACIONAL DE FERTILIZANTES Uma das primeiras ações da diretoria da ABAG em 2022 envolve o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que foi apresentado em primeira mão, no mês de março, aos associados e entidades parceiras da ABAG pelo secretário especial de Assuntos Estratégicos do governo federal, Almirante de Esquadra Flávio Augusto Viana Rocha. O secretário apresentou um panorama brasileiro na área de fertilizantes, cujo índice de importação é superior a 80%. No caso do potássio (K), o índice alcança quase 100%. O país se encontra entre os maiores consumidores de fertilizantes no mundo, mas está distante de ser um dos maiores produtores. “Na última década, nossa demanda aumentou 66%, mas a produção dimi-

nuiu cerca de 30%. Precisamos reduzir essa dependência”, pontuou o almirante. Ele comentou ainda sobre o preço dos fertilizantes que vem crescendo desde o ano passado. De janeiro a julho de 2021, a ureia aumentou em 70,68%, o sulfato de amônio, em 123, 68%, e o cloreto de potássio, em 174%. Para a criação do PNF, foi formado um grupo de trabalho com a participação de nove ministérios, além da colaboração da Embrapa e de especialistas de diversos órgãos e entidades públicas e privadas. “As dependências do agronegócio causam sofrimento para o setor, e o plano tem o objetivo de encontrar meios para diminuir a dependência e realçar as vantagens competitivas do agro nacional”, afirmou o presidente da ABAG.

O Plano Nacional de Fertilizantes estabelece cinco diretrizes estratégicas: 1. Modernizar, reativar e ampliar as plantas e projetos de fertilizantes; 2. Promover vantagens competitivas na cadeia nacional de produção para melhorar o suprimento; 3. Melhorar o ambiente de negócios no Brasil para atração de investimentos; 4. Ampliar investimentos de PD&I no desenvolvimento da cadeia de fertilizantes e nutrição de plantas do Brasil; 5. Adequar a infraestrutura para integração de polos logísticos e viabilização de empreendimentos. Cada diretriz conta com ações definidas.

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VENDAS Por Eldemar Neitzke

A EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO NO BRASIL

O

ELDEMAR NEITZKE Formado em Administração, com mestrado em Gestão Estratégica, MBA em Marketing Estratégico e pós-graduado em Gestão Empresarial, Diretor da N & N Gestão de Estratégias Comerciais.

Brasil é um país jovem, seu descobrimento ocorreu em 22 de abril de 1500, com a nossa independência em 07 de setembro de 1822, assim, possui um curto período de história, porém, surge frente às modalidades de comércio existentes na época, em nossa realidade o extrativismo. Somos jovens em nação, e mais ainda quando o assunto é comércio. Este existe com o surgimento do nosso planeta e seres humanos. E tudo na vida, passa por uma negociação de bens tangíveis e intangíveis, dentro das perspectivas e necessidades de cada ser humano. As organizações existem com o objetivo de transformar seus produtos, serviços e valores monetários, para que possam capitalizar o maior percentual que o mercado oferece no seu espaço e tempo, porém para que isso possa acontecer a engrenagem fundamental é a comercialização com êxito do que for produzido. Assim, passamos no Brasil, por vários processos de ofertas e demandas, sendo um país jovem, com muitas necessidades da população em construir essa grande nação, até então presente em sua maioria no meio rural, necessitando das aberturas de estradas, lavouras e outras necessidades básicas, até surgirem vilas e cidades. É nessa época que podemos assim dizer, que o papel do caixeiro viajante, foi um elo que facilitou o acesso ao mercado de produtos e serviços até então distantes e de difícil acesso à população. Podemos constatar que todas as empresas que são abertas, precisam do fator comércio, tendo como moedas de troca evoluções, de escambos, mão de obra, serviços, dinheiro e hoje moedas digitais. Infelizmente essa atividade e profissão comercial, não evoluiu na mesma intensidade que o mercado, ela é ainda vista como profissão alternativa a quem não teve muito sucesso em seus objetivos de vida, sendo imprescindível como respirar, já que, sem

vendas, não teremos produtos e serviços disponíveis ao mercado e consumidores em tempo e quantidades necessárias. A evolução da humanidade permitiu avanços em todas as áreas, possibilitando geração de renda e capital, melhorando a vida e bem-estar de todos, e com a interação do marketing, um novo mercado e cenário se fazem presentes. A comercialização de produtos e serviços, nas décadas de 60 a 70, era fácil e prática , tínhamos demandas reprimidas e baixas ofertas, assim vender era uma questão de realizar o pedido. Passamos dificuldades na década de 80, pois a inflação galopante imprimia ritmos diferentes a uma economia corroída pelo poder aquisitivo, e com novos concorrentes surgindo no mercado local e oportunidades de mercado internacional. Com a nova moeda, o Real da década de 90, e a abertura de mercado, iniciamos uma nova fase de desafios com as empresas e comercialização, essa atividade precisava ser reinventada, e ser feita com profissionalismo, dedicação, vontade e empenho. Os anos 2000 trouxeram mais mudanças estruturais em nossa maneira de ver o mercado e os produtos, com a presença marcante das ferramentas de marketing e principalmente o mercado globalizado e conectado, exigia dos profissionais a alta performance para obter os melhores resultados. O que temos certeza hoje e com projeções ao futuro, é que a venda transacional será substituída em sua grande parte pelo comércio digital, diferente dos profissionais que realizam as vendas consultivas e/ou empreendedoras, esses possuem um oceano azul a sua frente. Nas próximas matérias, teremos oportunidades de mostrar os caminhos a serem seguidos para o sucesso da atividade comercial, explanando o nosso modelo de treinamento na realização da técnica MP2N:” A Arte em Fazer Vendas Consultivas”.

PROFISSIONAIS QUE REALIZAM VENDAS CONSULTIVAS TERÃO UM OCEANO AZUL PELA FRENTE.

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VENDAS

PARA CLIENTES ESPECIALISTAS,

UM VENDEDOR 4.0 Cada vez mais o vendedor precisa aliar os conhecimentos técnicos do mundo do Agro, com a observação sobre o perfil do cliente, entender de metas, números e explorar o mundo digital. Por Rafaela Menin

FOTOS: JOÃO CARLOS FOTOGRAFIAS

O

s últimos dois anos de pandemia fizeram o mundo se conectar ainda mais às tecnologias digitais. Não tem sido diferente no agronegócio, já que o produtor precisou reinventar-se para vender de forma digital, e também conseguir comprar o que é necessário para alavancar a produção. Com isso, o mundo on-line também se fortalece no campo e ajuda a alavancar a relação entre vendedor e consumidor de todas as formas. “O setor de vendas no agronegócio está evoluindo, mas ainda precisa ser muito aperfeiçoado, como no e-commerce, área em que até as grandes multinacionais têm carência”, ressalta Carlos Costa, consultor de vendas, professor e coordenador do MBA Vendas no Agronegócio, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI), em Goiás. O papel do vendedor tem sido fundamental nesse contexto. “Hoje, um vendedor precisa ser 4.0, ou seja,

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precisa entender de números, métricas, venda complexa, ter metas, e precisa conhecer e utilizar o mundo digital ao seu favor e do seu cliente. Além de tudo, precisa entender de marketing pessoal”, ressalta o professor. Hoje, o vendedor 4.0 é um profissional muito mais técnico, que escuta mais do que fala. “O vendedor do Agro precisa ter informação, pois nosso consumidor é especialista. O cliente tem muita informação na mão”, reforça Carlos.

POR QUE ESTUDAR VENDAS

A busca pelo conhecimento em vendas é necessária principalm e n t e para que o vendedor entenda do mercado e se diferencie. “Quando o aluno sai do curso técnico ou da faculdade, boa parte vai para a área de vendas. Então, é preciso olhar para isso e complementar os conhecimentos do que

“O PRIMEIRO PASSO PARA APRENDER A VENDER É TER UMA BOA COMUNICAÇÃO. É PRECISO ESTUDAR ORATÓRIA, MARKETING PESSOAL, PROGRAMAÇÃO NEURO LINGUÍSTICA (PNL), NEUROVENDAS, VENDAS ATRAVÉS DAS MÍDIAS DIGITAIS”


Estratégias de vendas são práticas para fazer a equipe gerar vendas e aumentar receitas. Em outras palavras, estratégia de vendas é saber quais objetivos comerciais atingir, quando e o que fazer para alcançá-los. E quais são os principais passos para montar uma boa estratégia? Almir Neves, fundador da hubkn, uma startup brasileira que oferece soluções para aumentar os resultados comerciais da equipe de vendas, detalha: conheça seu mercado; defina os objetivos da empresa; automatize algumas tarefas; monte um funil de vendas; e utilize Inteligência Artificial. Veja os detalhes de cada estratégia abaixo.

Quais os principais passos para montar uma boa estratégia?

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CONHEÇA SEU MERCADO O primeiro passo é conhecer bem o nicho de mercado em que você atua e as pessoas que fazem parte dessa vertical. Assim, você já consegue encontrar diversos clientes em potencial e trabalhar suas próximas estratégias de um jeito mais personalizado.

DEFINA OS OBJETIVOS DA EMPRESA Como uma empresa que não tem metas vai crescer ou aumentar os lucros? É importante ter seus objetivos e prazos definidos desde o início, pois já acelera muitas coisas. Seja específico na definição e conte com a ajuda dos profissionais responsáveis por atingi-los. Boas metas têm prazos e exigem bom planejamento, senão serão apenas sonhos que você pode adiar várias vezes. Definir metas muito vagas ou fantasiosas é um fato que você precisa evitar. AUTOMATIZE ALGUMAS TAREFAS Mesmo com altos volumes de dados, o trabalho se torna menos complexo ao passo que permite uma análise exata. Uma boa opção para automatizar parte das tarefas manuais e ganhar não só produtividade, mas também eficácia, é o CRM.

MONTE UM FUNIL DE VENDAS O funil representa o caminho que seus leads precisam percorrer desde que conhecem sua empresa, até comprarem dela ou contratarem seus serviços.

UTILIZE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Vivemos falando do quanto ela otimiza processos e proporciona uma venda mais qualificada. A Inteligência Artificial é fundamental no processo de vendas, seja ele atrelado a um CRM, como o da HubSpot, que fornecerá um lead qualificado e irá acompanhar o processo da venda ou um assistente virtual como o Jordan que proporciona um conhecimento sobre o comportamento de compra de cada cliente, usando algoritmos que atuam desde a transformação de voz em conjunto de textos e dados até a compreensão desses dados dentro de um determinado CRM, transformando isso tudo novamente em voz em fração de segundos.

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FOTO: HUBKN/DIVULGAÇÃO

não foi visto no curso. A pessoa precisa olhar para si e perguntar: quais são minhas limitações? E apostar em estudar isso”, afirma Carlos. Vendas é relacionamento, mas como o vendedor se diferencia? “Na área, por exemplo, temos uma estratégia que se chama Costumer Success (CS) ou Sucesso do Cliente, é uma técnica para construir relacionamentos e manter os clientes. Para isso, é preciso estudar o perfil do cliente, no que ele gosta de receber, com que frequência, e a partir daí construir um relacionamento. Costa cita ferramentas de apoio que também têm funcionado no Agro: WhatsApp, com uma rotina de mensagens com base no perfil do cliente; E-mail com estratégia; Vídeos no youtube para gerar conteúdo de valor orgânico; Postagens nas redes sociais para entregar conteúdos a quem quiser consumir.

COMO ALCANÇAR METAS COM ESTRATÉGIAS DE VENDAS

FOTO: HUBKN/DIVULGAÇÃO

“UM VENDEDOR PRECISA SER 4.0, OU SEJA, PRECISA ENTENDER DE NÚMEROS, MÉTRICAS, VENDA COMPLEXA, MAS PRECISA CONHECER E UTILIZAR O MUNDO DIGITAL AO SEU FAVOR E DO SEU CLIENTE. E, ALÉM DE TUDO, PRECISA ENTENDER DE MARKETING PESSOAL”


MARKETING Por Rodrigo Capella

QUAIS AÇÕES DE MARKETING GANHARÃO RELEVÂNCIA EM 2022?

A

RODRIGO CAPELLA Diretor Geral da Ação Estratégica – Comunicação e Marketing no Agronegócio.

Com artigos e livros sobre agronegócio publicados no Brasil e no exterior, Capella é palestrante e influenciador digital do agronegócio. Também é editor do site Marketing no Agronegócio e do site Agro no Varejo

migos e amigas do Agronegócio, é uma honra ser colunista desta prestigiada revista. Agradeço o convite e a oportunidade de compartilhar com vocês dicas e orientações sobre marketing no agronegócio. Comecei a trabalhar nesta importante área em 2004 e, de lá pra cá, acompanhei tendências, grandes mudanças e adequações em vários aspectos comunicacionais. As conversas com produtores e profissionais que trabalham em empresas do agro sempre foram valiosas e me ajudaram a estabelecer parâmetros para ações impactantes. Recentemente, conversas como essas, focadas em ações de marketing, apontaram para um cenário extremamente relevante que quero expor a vocês. Após ouvir desafios, metas e observações e conversar também sobre inclinações de investimentos, estruturei a fórmula a seguir, contemplando as ações de marketing que ganharão relevância em 2022. Essa fórmula, que pode ter variações, de acordo com perfis, momentos e oportunidades, é expressa por 2A + E = I. Onde um A se refere a Assessoria de Imprensa, e o outro A representa os Anúncios. Já o E se aplica a Eventos. Como resultado, temos o I, de Impacto, ou seja, o momento esperado por produtores que querem, por exemplo, ampliar as vendas para o varejo, e também por empresas do agro, que objetivam ganhar presença de mercado. Talvez você questione a ausência de dois pontos super importantes nessa

PALMAS! COM MARKETING CERTEIRO E ESTRATÉGICO, O AGRO SERÁ AINDA MAIS VIBRANTE, PULSANTE E IMPACTANTE. fórmula: influenciadores digitais e redes sociais. Acredito que isso ocorra porque muitos profissionais com quem conversei associaram, por exemplo, influenciadores digitais a eventos, uma vez que esses relevantes distribuidores de conteúdo são muito contratados pelas empresas para cobrir feiras e Dias de Campo. Já as redes sociais foram muito conectadas, durante boa parte das conversas, aos Anúncios, já que nesses canais é possível patrocinar conteúdo. Nas próximas colunas, falaremos mais sobre oportunidades e ações de marketing. Mas, fica um alerta: a fórmula 2A + E = I é um claro indicativo de que empresas e produtores se apoiarão claramente no marketing durante o ano de 2022, com o objetivo de se diferenciarem no mercado e de aumentarem as vendas.

2A + E = I

Assessoria de Imprensa + Anúncios (2A) + Eventos (E) = Impacto (I)

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GESTÃO Por Leyder Nunes

PRODUÇÃO DE POTÁSSIO PARA FERTILIZANTES UM CAMINHO ÁRDUO E DE DESAFIOS, MAS URGENTE

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LEYDER NUNES Coordenador dos programas de Pós-graduação em Agronegócio da Faculdade FGI, Professor e Escritor; Doutorando em Ciências Empresariais, Mestre em Recursos Humanos, Especialista em Gestão Empresarial.

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conflito que estamos acompanhando pela TV entre Rússia x Ucrânia já causou danos e perdas irreparáveis. Embora sejam lastimáveis, os impactos ultrapassam as fronteiras destes países. Isso porque o mais recente conflito armado na Europa tem as respectivas economias vinculadas às commodities. Mas qual a ligação do Brasil com essa guerra? Vamos criar um raciocínio para que você entenda melhor sobre o porquê do envolvimento do nosso país, mesmo que indireto, neste conflito armado. Segundo dados revelados pela ONU, a população mundial aumentará 37,3% até 2050, passando para 9,2 bilhões e chegará perto de 11 bilhões até 2100. Este aumento será absorvido, em sua maioria, pelos países em desenvolvimento, como o Brasil. E isso significa maior demanda por alimento e maior uso dos nossos solos agrícolas, ocasionando o seu esgotamento nutricional. Para melhorar a situação dos solos brasileiros, há muitos anos, o Brasil importa adubos de outros países. O Brasil é o quarto principal consumidor de adubos do mundo e quase tudo vem de fora, principalmente da Rússia. Por isso, a guerra com a Ucrânia preocupa os agricultores. A tríade que compõe a adubação é formada pelo nitrogênio, fósforo e potássio, representados pela sigla NPK e que são fundamentais para as plantas. A indústria agrícola é extremamente dependente do uso do fertilizante NPK para atender à demanda por alimentos e garantir cultivos saudáveis. Geralmente, os solos não possuem esses nutrientes em quantidades ideais para o desenvolvimento da planta, seja naturalmente ou como resultado do cultivo exaustivo no solo ou de outros fatores ambientais. Assim, os fertilizantes NPK compõem os nutrientes primários e são essenciais na nutrição das plantas. Nos casos em que haja sua escassez, os nutrientes devem ser devolvidos ao solo para criar o ambiente ideal para o crescimento das plantas e isso se dá através da adubação.

Dentre esses macronutrientes necessários para a adubação do solo, está o potássio, cujo Brasil é detentor de uma boa parcela da reserva mundial. O Brasil ocupava a 11ª colocação em termos de reserva lavrável e 10ª posição em relação à produção mundial. No entanto, mesmo com esta vasta reversa, segundo o site do governo brasileiro, o Brasil importa 96,5% do cloreto de potássio que utiliza para fertilização do solo. Também ostenta o título de maior importador mundial de potássio, com 10,45 milhões de toneladas adquiridas em 2019, de acordo com dados do Ministério da Economia. Até aqui, já entendemos que o potássio é parte essencial do processo de adubação e que o Brasil, mesmo tendo uma reserva imensa, importa boa parte do nutriente da Rússia, que está em guerra com a Ucrânia e sofrendo sanções de outros países ao redor do planeta. Neste cenário, a safra de 2022/2023 pode ser diretamente impactada pelos efeitos da guerra. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que a guerra entre os países do leste europeu coloca em risco a importação de fertilizantes russos nos próximos meses, uma vez que algumas sanções já começaram a ser aplicadas na região. Canadá, Rússia e Belarus garantem, nessa ordem, 66% do potássio que vem para o

ALÉM DE QUESTÕES AMBIENTAIS, OUTRO ENTRAVE NA EXPLORAÇÃO DE POTÁSSIO É A FALTA DE TECNOLOGIA PARA EXTRAÍ-LO.


RANKING MUNDIAL DE RESERVAS E PRODUÇÃO DE POTÁSSIO

Canadá

23,5%

Rússia

20,2%

Bielorrússia

17,6%

FOTO: ADOBESTOCK

*Dados da ANM de Sergipe (2016)

Brasil: os três são os grandes fornecedores de NPKs no mundo, representando mais de 60% dos embarques globais. Só a Rússia atendeu cerca de 22% das necessidades brasileiras de fertilizantes no ano passado – o país é também grande produtor e exportador dos insumos nitrogenados e à base de fósforo. Embora seja detentor de reservas gigantes, o Canadá, que supriu 32% das importações brasileiras, não é capaz de compensar o inevitável corte de oferta do Leste Europeu. Também conhecida como safra de verão ou primeira safra, a safra de 22/23 corresponde a produtos que começam a ser plantados em setembro e são colhidos entre fevereiro e março do ano seguinte. Para essa safra, os produtores geralmente começam a comprar fertilizantes no primeiro trimestre do ano. Este ano foi diferente. Com a expectativa dos preços caírem a partir do segundo trimestre, ou seja, a partir de abril, muitos produtores não compraram. Portanto, há uma preocupação muito grande com esses produtores que não adquiriram, porque agora certamente não temos um cenário concreto de como vai se desenhar o preço desses produtos e, principalmente, a entrega. Mas por que o Brasil não é independente de potássio, já que possui uma reserva tão vasta? Por que depende e está, de certo modo, refém de outros países? Diante desse cenário, não tem faltado quem defenda a produção nacional de fertilizantes a partir da exploração de suas próprias reservas de gás e potássio. A gravidade da situação foi a deixa para o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltar a defender um projeto de lei que permite a exploração mineral em terras indígenas – o que, segundo ele, solucionaria o problema. As únicas reservas de potássio plenamente exploradas por aqui estão à serviço da Vale, em Sergipe, nas regiões de Taquari/Vassouras e Santa Rosa de Lima, e alcançam 478 milhões de toneladas. Por ano, garantem

menos de 5% das necessidades locais. A esperança, com altos riscos ambientais e humanos, vem do Amazonas, das regiões de Autazes, Nova Olinda do Norte e Itacoatiara, onde a exploração a médio prazo pode triplicar ou quadruplicar essa capacidade nacional. Mas os projetos, que tentam sair do papel, afetam áreas de proteção ambiental e humana. A Potássio do Brasil, subsidiária do banco canadense Forbes & Manhattan, agora contando com forte lobby militar dentro do Planalto, começou, por exemplo, a perfurar poços em Autazes, dentro da Terra Indígena Jauary, do povo Mura, em 2015, e teve seu empreendimento paralisado. O que ela tenta, neste momento, aproveitando a onda da guerra, é destravá-lo. Para isso, porém, precisará de autorização do grupo Mura, que ganhou direito de consulta sobre o destino do negócio. Nos últimos dias, o Estadão solicitou à Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM) que elaborasse um mapa com pedidos ativos ao longo da calha do Rio Madeira, no Amazonas, que concentra as maiores minas de potássio do Brasil. Foi feito cruzamento com a localização das terras indígenas da região. O resultado mostra que não há sobreposição na imensa maioria dos casos, o que significa que não são as terras indígenas que impedem a exploração de potássio no país. O levantamento mostra que um pequeno número de blocos de exploração teria impacto direto em terras demarcadas, como ocorre na região de Nova Olinda do Norte, em áreas que estão em fase de pesquisa na região das terras indígenas Gavião, Jauary e Murutinga/Tracajá. Mas então, qual o entrave para que a produção nacional esteja parada? O presidente da ABPM, Luís Maurício Ferraiuoli Azevedo, afirma que é preciso que haja uma análise técnica de cada empreendimento. Pelas regras do licenciamento ambiental, quando um empreendimento é instalado numa área próxima a terras indígenas e comunidades ribeirinhas, por exemplo, situações comuns ao longo do Rio Madeira, é preciso que o processo de autorização da obra contemple medidas para reduzir os impactos, já que são áreas que serão afetadas de alguma maneira pela exploração, com aumento de tráfego, poluição, ruídos etc.

Para chegar a um acordo sobre compensações ambientais, realizam-se audiências públicas previamente à instalação do empreendimento. Isso não significa, portanto, que ele seja inviável. Basta que se cumpra a lei. Sendo assim, logo que a licença de instalação for obtida pelas empresas envolvidas, as obras de implantação do projeto poderão ser iniciadas. Embora o entrave pareça ser o único desafio, temos ainda outro, a falta de tecnologia. Para contextualizar melhor, segundo os pesquisadores Raoni Rajão e Everaldo Zonta em entrevista à CNN Brasil, o país tinha independência de potássio até 1990. No entanto, com a privatização da Vale, o aumento da produção de alimentos e o aumento no consumo de fertilizantes foram tão crescentes que a produção nacional não conseguiu acompanhar. Mesmo uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais mostrando que o Brasil tem reservas que poderiam garantir o abastecimento de potássio até 2100, o problema está na falta tecnologia para extraí-lo. É o que diz Everaldo Zonta, professor do departamento de Solos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em entrevista à CNN Brasil. Segundo ele, é um potássio que não vai ser conseguido tão cedo, não por problemas ambientais, mas é um potássio em forma de salmoura profundo, cuja tecnologia ainda não temos. A guerra, portanto, expôs a importância e a enorme dependência do Brasil do produto químico potássio. De certo modo, fez o país olhar para as suas reservas e entender porque não estão sendo usadas, além de fazer com que os órgãos responsáveis pensassem em soluções para que a produção de potássio se torne totalmente nacional a longo prazo. É um caminho árduo e cheio de desafios, mas que precisa começar a ser percorrido urgentemente.

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MERCADO

FIAGRO

NOVAS FORMAS DE INVESTIMENTO NO AGRO Aos poucos, a representatividade do agronegócio no PIB brasileiro leva o setor a conquistar outros mercados, como o da Bolsa de Valores. Um dos grandes propulsores têm sido os Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais (Fiagro), aprovados em lei recentemente. Por Rafaela Menin

U

ma das últimas e grandes novidades no mundo do agronegócio chama-se “Fiagro”, sigla para Fundos de Investimento das Cadeias Agroindustriais. Desde agosto de 2021, é possível investir no agronegócio e negociar produtos do setor na Bolsa de Valores brasileira (B3) por meio da lei n° 14.130/2021, que inseriu os Fundos do Agro na lei dos Fundos Imobiliários (Lei 8.668/1993). Os Fundos inauguram possibilidades de negociação para um mercado em ampla expansão. Desde 2015, a representatividade do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passa dos 20% e, em 2020, chegou a quase 27%. De 2019 para 2020 - últimos dados divulgados -, os principais crescimentos foram no ramo da agropecuária (de 4,3% para 7%) e nos serviços (de 9,6% para 12,1%), segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

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Por outro lado, a representatividade do agronegócio na Bolsa de Valores brasileira é mínima, chega a apenas 2% de todos os negócios realizados na B3. “Há uma assimetria entre o protagonismo do agronegócio na economia brasileira (27% do PIB, milhões de empregos gerados etc) e a sua pouca representatividade no mercado financeiro nacional. A expectativa de crescimento do setor nesse mercado é bastante natural. Contudo, se analisarmos o número de empresas do setor agro com capital aberto em bolsa, percebemos que há muito mais ainda para se fazer”, pontua Bruno Santana, fundador e CEO da Kijani Investimentos, primeira gestora 100% especializada em ativos do agro. Neste contexto, “o agronegócio tem movimentado propostas legislativas que visam destinar mais investimentos ao setor”, pontuam Leonardo Menin e Heloisa Bonamigo, sócios da Sobocinski Advogados, em Cas-

cavel (PR). Eles lembram que, em abril de 2020, surgiu a denominada Lei do Agro (Lei 13.896/20), que criou modalidades de garantia nas operações de financiamento rural, além de promover alterações na Cédula de Produto Rural (CPR), que tem relação com os possíveis investimentos do Fiagro. “Todas alterações voltadas à modernização da normatização do agronegócio no Brasil”, frisam os advogados.

POSSIBILIDADES DO FIAGRO

Convergindo com a representatividade no PIB e as demais alterações recentes legislativas, o Fiagro surge como “um grande mecanismo de abertura de oportunidades para o investidor vir para a cadeia do agronegócio, aos moldes do que aconteceu com os fundos imobiliários”, destaca Marino Colpo, CEO da Boa Safra Sementes, empresa goiana líder na produção de sementes de soja no Brasil.


FOTO: CONSULTORTREE/DIVULGAÇÃO

FOTO: ISTOCK

Bruno Santana, CEO da Kijani Investimentos, primeira gestora 100% especializada em ativos do Agro

HÁ UMA ASSIMETRIA ENTRE O PROTAGONISMO DO AGRONEGÓCIO NA ECONOMIA BRASILEIRA (27% DO PIB, MILHÕES DE EMPREGOS GERADOS ETC) E A SUA POUCA REPRESENTATIVIDADE NO MERCADO FINANCEIRO NACIONAL.”

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MERCADO

Colpo lembra que, antigamente, era necessário fazer um investimento muito grande para se ter um andar ou sala num prédio em São Paulo. E o fundo imobiliário democratiza exatamente isso: cotiza um pedaço desses imóveis. Hoje há quase 1 milhão de pessoas físicas investindo nisso. “Recentemente foi lançado o Fiagro com essa mesma missão de, por um lado, ter o fundo de terras, propriedades, galpões, etc, ligados ao agro e, do outro, os Fiagros de "papel", com recebíveis do agronegócio. Então, eu imagino que será uma grande revolução no agro, os principais ativos do Brasil vão acabar indo para os Fiagros”, ressalta. Para Bruno Santana, da Kijani, o Fiagro possibilita aos empresários do setor acesso a uma nova fonte de financiamento. “Justamente pelo conhecimento setorial específico, os Fiagros têm a possibilidade de estruturar operações com características particularizadas em relação à prazo, fluxo de pagamento, estruturas de garantias, etc, permitindo aos empresários aumentarem seu leque de opções”, destaca. O primeiro passo, claro, é entender as características do produto. “Pensar se faz sentido a alocação nos Fiagros olhando para a composição da carteira de investimentos e os objetivos de curto, médio e longo prazo”, pontua Santana. E, pelo fato de a Kijani ser 100% focada na cadeia do agronegócio nacional, “a gestora pode proporcionar importantes diferenciais para os seus investidores, como a capacidade de originação única, sem intermediários, identificando novas oportunidades antes que a média do mercado; também a avaliação dos riscos, otimizando para o investidor a relação de risco e retorno”, relata o CEO da Kijani.

FIAGRO NA PRÁTICA

1.

Investidor (pessoa física ou jurídica) -> adquire cotas do Fiagro

2.

Fiagro investe -> imóveis rurais, participações em sociedades, ativos financeiros do setor, títulos de securitização, etc (veja lista detalhada).

3.

Resultado a médio/ longo prazo -> volta ao investidor

Possibilidades de investimentos: 1. Imóveis rurais; 2. Participação em sociedades de atividade agroindustrial; 3. Ativos financeiros, títulos de crédito ou valores mobiliários emitidos por pessoas físicas e jurídicas da área (exemplo: Cédula de Produto Rural - CPR); 4. Direitos creditórios do agronegócio e títulos de securitização emitidos com lastro nesses direitos (exemplo: Certificado de Recebíveis do Agronegócio - CRA); 5. Direitos creditórios imobiliários relativos a imóveis rurais e títulos de securitização emitidos com lastro nesses direitos, como CRAs; 6. Cotas de fundos de investimento que apliquem mais de 50% de seu patrimônio nos itens acima.

FOTO: SOBOCINSKI ADVOGADOS/DIVULGAÇÃO

O AGRONEGÓCIO TEM MOVIMENTADO PROPOSTAS LEGISLATIVAS QUE VISAM DESTINAR MAIS INVESTIMENTOS AO SETOR, TODAS ALTERAÇÕES VOLTADAS À MODERNIZAÇÃO DA NORMATIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL.” HELOISA BONAMIGO E LEONARDO MENIN, sócios da Sobocinski Advogados, em Cascavel (PR)

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T12.com.br

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ANÁLISE DE MERCADO Por Felippe Serigati e Roberta Possamai

GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA

UM CAPÍTULO DE UM LIVRO BEM MAIOR

N FELIPPE SERIGATI Doutor em Economia pela Escola de Economia de São Paulo (EESP/ FGV), professor e pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (FGV Agro).

ROBERTA POSSAMAI Mestre em Economia Agrícola pela Escola de Economia de São Paulo (EESP/FGV) e pesquisadora do Centro de Agronegócios da FGV (FGV Agro).

os dois primeiros meses de 2022, a sociedade brasileira começou a ver se materializar o fim da pandemia. Com o rápido espalhamento da variante ômicron, que se mostrou mais contagiosa e menos letal, e com o avanço da cobertura vacinal, finalmente teríamos uma fração relevante da população "imunizada", mesmo que apenas temporariamente. Em diferentes proporções, esse cenário era compartilhado pela grande maioria dos países e, certamente, proporcionava maior otimismo e esperança com uma retomada perene da normalidade pré-2020. No entanto, o ano também começou com uma ameaça que veio ganhando força de forma cada vez mais acelerada e, no final de fevereiro, colapsou em um conflito bélico cujo palco principal é a Ucrânia, opondo de um lado Rússia e Belarus e, de outro, União Europeia, Estados Unidos, além da própria Ucrânia.

MERCADOS DE COMMODITIES SOBRE PRESSÃO

O mundo tem observado os desdobramentos dessa guerra com grande preocupação. Entre os diversos motivos de apreensão, o conflito está envolvendo diretamente dois importantes ofertantes de commodities para o mercado internacional. De acordo com o COMTRADE, das

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Nações Unidas, em 2020 (dados consolidados mais recentes disponíveis), a Rússia foi o maior fornecedor mundial de trigo, gás natural e fertilizantes (valor total) e o segundo maior exportador de petróleo para o planeta. Por sua vez, também pelo COMTARDE, a Ucrânia foi o quarto e o quinto maior provedor de milho e de trigo, respectivamente, para o resto do mundo. Como era de se esperar, as cotações dessas commodities nas suas principais praças de referência reagiram e passaram a operar significativamente. No momento em que esse artigo é escrito, infelizmente, não há sinais robustos de algo próximo a um cessar-fogo. Logo, as cotações dessas commodities devem permanecer pressionadas ainda por um bom período.

MAIS INFLAÇÃO NO MUNDO

De forma planejada ou não, o fato é que essa pressão adicional sobre as commodities desembarcou em um mundo que estava tentando digerir um processo inflacionário generalizado em diversos mercados e que atinge diversas economias. Em fevereiro, os Estados Unidos registraram a sua taxa de inflação mais alta dos últimos 40 anos; a Zona do Euro está testemunhando a inflação mais acelerada da história da moeda comum europeia. Certamente, o agravamento do conflito no leste europeu

deverá tornar o trabalho dos bancos centrais para controlar a inflação ainda mais desafiador. Com isso, muito provavelmente, haverá um ajuste na trajetória de política monetária de diversos países, seja acelerando, intensificando ou prolongando o ciclo de alta das respectivas taxas de juros. Por si só, esse aperto monetário já faria o mundo crescer menos. Toda a incerteza causada pela guerra, bem como a elevação dos custos de produção (de fertilizantes a alimentos, de energia e frete a peças, partes e componentes industriais) reforçam a tendência de desaquecimento da retomada mundial pós-Covid.

INFLAÇÃO DE ALIMENTOS É UM TEMA SENSÍVEL

Como já mencionado, Rússia e Ucrânia são importantes fornece-


FOTOS: ADOBE STOCK E PIXABAY

dores de grãos (trigo e milho) para o mercado internacional. Problemas na oferta desses produtos podem dar um fôlego adicional para a inflação de alimentos que o mundo tem sentido desde o segundo semestre de 2020. Por sua vez, alimentos mais caros são itens muito sensíveis em diversas sociedades – por exemplo, dando início, em 2011, à chamada Primavera Árabe. Além das turbulências locais e da mudança de governo em diversos países, a Primavera Árabe também gerou uma crise de refugiados pela Europa que, por sua vez, potencializou sentimentos e ideais mais nacionalistas (por vezes, até mesmo xenófobos), pressionando por maior autonomia individual de cada membro da União Europeia e dando fôlego adicional, por exemplo, para que o Reino Unido saísse do bloco. Novamente, no momento em que esse artigo é escrito, por um lado, o leste europeu, especialmente a Polônia, está tentando absorver um fluxo muito grande de refugiados

vindos da Ucrânia. Por outro lado, essa guerra tem ampliado a união entre as nações europeias, fortalecendo uma espécie de “identidade/sentimento” europeu.

RISCOS GEOPOLÍTICOS PODEM SER MAIS FREQUENTES

É importante ressaltar que esse conflito no leste europeu não deve ser interpretado como um movimento isolado, mas como um capítulo de um livro bem maior: a contestação dos limites do poder da atual potência hegemônica, os Estados Unidos, e de seus parceiros, especialmente, a União Europeia. Ao final da pandemia, os Estados Unidos estavam saindo da crise sanitária com muitas divisões internas, cujas fraturas começaram, pelo menos, desde a crise de 2008. De forma análoga, a União Europeia também estava encerrando a pandemia mais desagregada e com muita insatisfação, seja entre seus membros (vamos lembrar a saída do Reino Unido), seja na realidade inter-

na de alguns dos países do bloco. Do outro lado, potências emergentes continuam pressionando por maior "autonomia" nas suas áreas de influência; a Rússia no leste europeu e, principalmente, a China, em boa parte da Ásia, mas não limitado a ela. Basta lembrarmos que no segundo semestre de 2021, as tensões no Mar do Sul da China ocuparam diversas vezes importante espaço na imprensa. Enfim, infelizmente, tensões geopolíticas deverão ser mais frequentes no mundo que emerge do pós-pandemia e trarão maior volatilidade aos mercados de commodities. Embora estejamos finalmente saindo da situação mais complicada que a Covid-19 nos trouxe, a nova realidade traz desafios importantes e alguns não serão resolvidos no curto prazo. Logo, o agronegócio brasileiro, por sofrer influência dos mercados de commodities, tanto do lado dos custos quanto das receitas, deverá permanecer com o radar atento com os movimentos da geopolítica internacional.

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MERCADO

SAFRA 2022/23

FOTO: DIVULGAÇÃO

Alta e escassez dos insumos acende alerta

A alta dos insumos agrícolas e a escassez de produtos acende um alerta para a safra de soja 2022/23 e também para as culturas de inverno que devem ser cultivadas ainda esse ano. As dificuldades provocadas pela deficiência

energética nos principais países produtores e a dependência do agronegócio brasileiro aos insumos importados traz um cenário desafiador para empresas e produtores rurais. Segundo especialistas e estudiosos no assunto, este cenário deve se estender por todo o ano de 2022. Embora o cenário gere dúvidas e incertezas, com informações, novas tecnologias e cautela, há soluções para que os cultivos não sejam prejudicados e produtos em falta sejam supridos. A plataforma AgriAcordo, no Brasil desde o ano passado, ajuda a mitigar a dificuldade de encontrar os produtos normalmente utilizados ou ainda driblar o aumento de custos com outras alternativas de insumos, como os biológicos, por exemplo. A ferramenta foi desenvolvida para a oferta e demanda 100% para o mercado atacadista, e tem sido útil no acesso a novos fornecedores dos principais insumos agrícolas faltantes neste momento e na análise de preços praticados pelo mercado nacional. “Se uma revenda não consegue o produto de seu fornecedor habitual, ela tem acesso, por meio da plataforma, a outras opções em qualquer região”, comenta Julio Zavala, diretor no Brasil da AgriAcordo.

OVOS

Ainda que o ano de 2021 não tenha sido tão promissor quanto o desejado, o setor da avicultura registra resultados positivos no período, com aumento da demanda por ovos. O consumo médio dos brasileiros, que em 2010 era de 148 unidades per capita, passou para 251 em 2020 e 255 no último ano, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), um número recorde no País. Segundo Gilson Tadashi Katayama, engenheiro de produção e diretor comercial do Grupo Katayama, setorialmente, os avicultores enfrentaram escassez e o consequente aumento dos preços de matérias-primas, especialmente insumos componentes da ração, alta dos combustíveis e falta de contêineres que elevaram os custos com frete, reduzindo as margens e levando os produtores a diminuírem o plantel, uma vez que não foi possível repassar o aumento dos custos.

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Por outro lado, explica o engenheiro, a forte elevação dos preços da carne foi um dos fatores que contribuíram para o maior consumo de ovos, uma alternativa de proteína animal mais acessível em tempos de menor renda. Neste sentido, os investimentos em rigorosos programas de biosseguridade vêm ajudando a colocar os ovos nacionais em destaque no Brasil e no mundo. A ABPA projeta a elevação da média de consumo per capita para 262 unidades anuais (crescimento de 2,5%), aquém do inicialmente esperado pelo setor, diante do potencial do país. Para atender à demanda e se preparar para um crescimento mais sustentável a partir de 2023, empresas avícolas planejam investimentos em estrutura e produção, mas olham com atenção para os fatores que possam restringir o desenvolvimento, em especial aqueles relativos aos custos de produção. O momento é de otimismo, mas também de cautela na gestão e na tomada de decisões.

FOTOS: KATAYAMA/DIVULGAÇÃO E FREEPIK

Custo de produção segura otimismo do setor


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MERCADO Por Dilvo Casagranda

MERCADO DE CARNE DE AVES:

FORTE MESMO NAS ADVERSIDADES

DILVO CASAGRANDA Médico Veterinário, especialista em Gestão de Pessoas e Cooperativismo. Diretor Comercial Mercado Externo Cooperativa Central Aurora Alimentos

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mudou. Percebe-se, portanto, que os efeitos no mercado consumidor, seja doméstico ou mundial, acontecerão de forma lenta e gradativa e a expectativa da adequação dos custos aos patamares suportáveis, parece ainda longe de acontecer. Em especial, diante das perdas de safra de grãos e os distúrbios causados por conflitos mundiais, como a recente guerra no leste da Europa. Tudo isso impõe ao setor de carne de aves, um período de adequação de preços com a necessidade de repor valores aos produtos finais, enquanto os custos não retornarem ao leito normal, o que parece distante.

SETOR CRESCEU 6% EM VOLUME, NO ANO DE 2021, PRINCIPALMENTE DEVIDO À DEMANDA DO MERCADO INTERNACIONAL PELO PRODUTO BRASILEIRO. Sabemos que a atividade está embasada em sólida e competente cadeia produtiva, mas que não está imune aos riscos que o mercado impõe, principalmente quando fatores altamente impactantes no consumo (renda X preço) transcorrem num mesmo período. Por isso, acredito que é momento de manter o controle, preservar o que já foi alcançado e estar preparado para continuar o pleno desenvolvimento desta atividade que se mostrou essencial para o setor de alimentos. Mesmo nos momentos de maior dificuldade, continuamos nos esforçando para manter a atividade sempre forte.

FOTO: FREEPIK

O

esforço do setor avícola permitiu que os consumidores tivessem em suas mesas alimentos de qualidade e suficientes para atender a demanda da população, mesmo com uma pandemia ainda vigente e impactando o mundo com restrições na vida econômica e social. Ainda assim, o setor cresceu 6% em volume, no ano de 2021, em muito devido à demanda do mercado internacional pelo produto brasileiro. Fatores sanitários continuam impactando outros países produtores de carne de frango, o que tem deixado aberto o caminho para o Brasil continuar como maior exportador mundial dessa proteína, amparado em seu passaporte sanitário, que hoje credencia o frango brasileiro a estar presente nos quatro cantos do mundo. Ao mesmo tempo, isso nos chama a responsabilidade de nos mantermos vigilantes dia após dia, a fim de preservarmos nosso status sanitário, mesmo que isso demande mais investimentos e esforços de todos envolvidos na cadeia produtiva do frango. A exportação continuará a ser o grande alicerce de sustentação para a carne de frango, mesmo que tenha alguns momentos de turbulências. Entretanto, nem tudo se pode controlar. O mercado doméstico, que já consome mais de 45 kg de carne de frango por habitante, enfrenta o reflexo de custos de produção elevados a níveis estratosféricos, num período em que as pessoas perderam renda, gerando dificuldades de absorver os volumes e cortes tradicionalmente destinados ao consumidor brasileiro. O preocupante está no fato de que passados já dois meses de 2022, apesar das melhoras significativas em relação à pandemia, na questão dos preços, pouco


spo

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ESPECIAL CAMPO CONECTADO

PARCERIAS PARA

CONECTAR

FOTO: DIVULGAÇÃO

O CAMPO

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A cada ano que passa, especialmente num mundo pós-pandemia, a conexão à internet tem sido mais essencial para conectar pessoas, empresas e máquinas e, com isso, gerar mais dados e agilidade nas decisões. Com esse foco, grandes empresas, como Jalles Machado e Citrosuco, firmaram parceria com a TIM Brasil e oferecem 4G em suas fazendas. Por Rafaela Menin e Rafaela Munaretto

FOTO: ADOBE STOCK

Q

uem disse que trabalhar no campo é sinônimo de ficar desconectado do mundo? A cada ano, essa realidade muda e a conexão à internet aumenta na zona rural do Brasil. Para quase 3,8 mil funcionários e 1,6 mil terceirizados da empresa Jalles Machado, referência no setor sucroenergético, têm sido assim: conexão 4G em meio às fazendas de cana-de-açúcar. Essa realidade começou a mudar para eles em 2018, quando a Jalles começou a investir forte em conectividade dentro de suas fazendas de cana e firmou parceria com a TIM. “Tínhamos um cenário de escuridão de 4G ou apenas investimentos bem pontuais. Mas em 2018, a Jalles Machado começou a investir, fechou parceria com a TIM, e esse cenário começou a mudar. Em 2019 ampliamos e, em 2021, conseguimos ampliar mais torres na área de plantação de cana”, conta o gerente de Tecnologia da Informação da Jalles Machado, Eder Fantini Junqueira. O resultado tem chegado rapidamente. Junqueira conta que a empresa saiu de um cenário de apontamentos totalmente manuais dentro das fazendas e passou a colocar tudo no celular. Atualmente, são 1,5 mil smartphones espalhados com os funcionários

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pelos canaviais para uso operacional. “Hoje, os dados estão todos em smartphones e nos aplicativos desenvolvidos pela empresa para conseguirmos fazer gestão no campo”, afirma. A gestão mais eficaz tem sido possível graças à conexão 4G. “A conectividade é o elo, que junta a ponta que produz a informação e o outro lado, que analisa e toma decisões. E costumo dizer que toda a informação gerada precisa ser consumida de alguma forma para se tomar decisão. Então, com a informação na mão, o tomador de decisão usa isso a favor dele, com otimização e rapidez no processo, gerando mais produtividade, seja em um processo agronômico, mecânico ou de manutenção, e aumentando o tempo de disponibilidade de máquina, por exemplo”, relata Junqueira. Após a implantação da 4G, a empresa implantou um projeto de “Torre de Controle Agroindustrial”, uma área com pessoas/operadores que operam e monitoram 24h processos das duas unidades industriais da Jalles Machado, recebendo e enviando informações operacionais com o auxílio do 4G. Ainda, houve a implantação da TV Corporativa. Hoje, nas áreas de vivência, os colaboradores do campo recebem informações da empresa em uma TV Corporativa, que funciona por meio do 4G e é gerida do escritório pela área de Comunicação da Jalles.

FOTO: DIVULGAÇÃO

ESPECIAL CAMPO CONECTADO

A CONECTIVIDADE É UMA JORNADA, VOCÊ COMEÇA E VAI SEGUINDO AQUELA JORNADA. NÃO TEM UMA DATA FINAL. A EMPRESA E AS PESSOAS VÃO CRIANDO, VENDO OPORTUNIDADES, VENDO O QUE É POSSÍVEL CRIAR.” EDER FANTINI JUNQUEIRA, gerente de Tecnologia da Informação da Jalles Machado.

TIM: FOCADA NA REVOLUÇÃO DIGITAL A empresa de telefonia TIM deu um importante passo para promover a revolução digital rural. Há 4 anos, iniciou a instalação de torres de transmissão em locais mais afastados, atendendo à demanda da população. Com o know-how de mais de duas décadas de operações no Brasil e a procura crescente do homem do campo por estar conectado, nasceu o projeto 4G TIM no Campo. O diretor de Soluções Corporativas da TIM Brasil, Paulo Humberto Gouvêa, explica que a tecnologia 4G de 700 MHz tem como principal vantagem a boa velocidade de conexão e baixa latência, com a facilidade de carregar e enviar dados em um tempo curto de transmissão. O benefício da tecnologia está, ainda, em oferecer maior abrangência, pois quanto menor a frequência, maior a distância alcançada. “Grandes produtores do agronegócio aderiram rapidamente à oferta já que era uma demanda reprimida. Houve a inserção de máquinas modernas, robôs e demais maquinários, mas não havia a possibilidade de acessar imediatamente. A Solução 4G TIM no

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Campo teve o objetivo, em um primeiro momento, de conectar a operação agrícola”, pontuou. Mas os ganhos foram além. Ao optar pela cobertura, os grandes produtores acabaram possibilitando a conectividade a toda a comunidade. “Estamos conectando as pessoas. A digitalização da região permite atender a área produtiva e também as outras propriedades no entorno deste espaço”, comenta Gouvêa. Ainda, a TIM e outras grandes empresas tecnológicas se uniram e fundaram o ConectarAgro, associação sem fins lucrativos com o objetivo de viabilizar o acesso à internet pelos pequenos, médios e grandes produtores rurais, em que cada uma contribui com sua expertise para facilitar a revolução digital.“Todos tivemos que nos adaptar a um maior grau de conectividade com a pandemia e no agro não é diferente. A digitalização já estava acontecendo, mas deu um impulso quando fomos obrigados a trabalhar de forma mais online. Nesse sentido, a agroindústria acelerou a necessidade de estar também conectada”, comenta Gouvêa.


CITROSUCO: MAIS DE 12 MIL VIDAS TRANSFORMADAS Mais de 12 mil pessoas têm acesso à internet 4G dentro de 27 fazendas da Citrosuco. A empresa cultiva, produz e entrega alimentos de origem natural e sustentável para diversos países ao redor do mundo, sendo que 20% de participação no mercado global e 40% de todo o suco de laranja produzido é exportado pelo Brasil. Tudo iniciou em 2018, quando a empresa iniciou um programa de transformação digital. Dois anos mais tarde, em 2020, a Citrosuco fechou parceria com a TIM para levar conexão 4G ao interior de São Paulo. “A empresa optou pela TIM porque esta entendeu a necessidade e demonstrou total aderência às necessidades da Citrosuco”, afirma Nailson Rego

da Silva, gerente de Tecnologia da Informação da Citrosuco. Atualmente, essa parceria está funcionando em todas as 27 fazendas da empresa. “A Citrosuco, em 2018, iniciou um programa de transformação digital, na qual o campo deveria ser integrado a todos as soluções de tecnologia disponíveis. Foi feito análise de aderência e o primeiro passo seria a digitalização do campo”, afirma Nailson. Entre os principais benefícios, hoje, estão a possibilidade de ter informação em tempo real de máquinas, de equipamentos e enviadas pelos próprios funcionários e, com isso, a tomada de decisões também está mais ágil.

PARCERIA TIM E CITROSUCO » Iniciou em 2020 » 27 fazendas oferecem acesso à 4G » 12

mil pessoas beneficiadas

» Benefícios: informação em tempo real e decisões mais ágeis

FOTO: DIVULGAÇÃO

A EMPRESA OPTOU PELA TIM PORQUE ESTA ENTENDEU A NECESSIDADE E DEMONSTROU TOTAL ADERÊNCIA ÀS NECESSIDADES DA CITROSUCO.” NAILSON REGO DA SILVA, gerente de Tecnologia da Informação da Citrosuco.

CONECTIVIDADE DA TIM NO CAMPO

6,2 milhões 600 mil de hectares cobertos pela 4G da TIM

pessoas contempladas

218

cidades em território rural já contempladas, em oito estados diferentes

25 mil

quilômetros de estradas e rodovias cobertas com o 4G da TIM

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INOVAÇÃO Por Jayme Alexandre Dias de Lima

INOVAR PARA QUÊ? T

JAYME ALEXANDRE DIAS DE LIMA Diretor de Estratégia e Inovação da MSD Saúde Animal, no Brasil.

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ive a honra de ser convidado para compartilhar conteúdos atuais e relevantes sobre Gestão, Liderança e Inovação com os leitores da Setor Agro&Negócios. Para dar a partida nessa parceria, gostaria de lhes fazer uma pergunta: Você já se questionou por que sua organização precisa inovar? Se a transformação que tanto se fala atualmente é realmente necessária no seu contexto? Há um tempo, durante a reunião do time executivo de uma empresa, estávamos trabalhando na elaboração de uma proposta de estratégia que tinha entre seus pilares a inovação. Em um dado momento, um dos líderes questionou: “Mas por que inovar? Por que precisamos nos transformar se estamos indo tão bem?” A princípio a pergunta me soou tão estranha como se questionassem para que comer ou dormir todos os dias. Porém, logo percebi que era uma indagação importante e corajosa, pois nos dias de hoje muitas empresas – desde a padaria da esquina até grandes multinacionais – adotam o discurso da inovação ou da transformação digital como algo compulsório ou óbvio, mesmo sem ter clareza do seu real significado e dos objetivos para seu negócio. A consequência deste desalinhamento é desperdício de recursos, frustração e falta de engajamento - ou seja, o “teatro da inovação”, que gera muita movimentação e pouco resultado.

A força que essa pergunta me trouxe, reforçou e deu maior clareza a importantes motivos do porquê as organizações devem sim inovar e se adaptar para aproveitarem as oportunidades que as novas tecnologias viabilizam, mantendo-se relevantes em seus contextos competitivos. Então, destaco os quatro principais que se aplicam a qualquer mercado e trago uma visão de como cada um influencia a cadeia agropecuária especificamente.

VOCÊ JÁ SE QUESTIONOU POR QUE SUA ORGANIZAÇÃO PRECISA INOVAR? SE A TRANSFORMAÇÃO QUE TANTO SE FALA ATUALMENTE É REALMENTE NECESSÁRIA NO SEU CONTEXTO?


FOTO: ADOBESTOCK

INDEPENDENTE SE SUA ORGANIZAÇÃO ATUA EM UM MERCADO B2B, OU B2C, A VERDADE É QUE A MAIORIA DAS RELAÇÕES COMERCIAIS (AINDA) SÃO ENTRE PESSOAS. ASSIM, CLIENTES, COLABORADORES E OUTROS STAKEHOLDERS ESTÃO COM EXPECTATIVAS CADA VEZ MAIS ELEVADAS QUANTO À SUA EXPERIÊNCIA NESTAS INTERAÇÕES.

MOTIVO 1: PORQUE VOCÊ MUDOU!

Nós sabemos que o mundo tem mudado rapidamente nos últimos anos, porém, essa constatação não é algo que realmente nos sensibiliza quanto à necessidade de transformação, especialmente se a empresa vem apresentando bons resultados. Afinal, quem é o “mundo”? Se olharmos ao nosso redor perceberemos de forma muito clara e impactante a mudança de hábitos e expectativas. Os nascidos até meados da década de 80, provavelmente se lembrarão da “Tela Quente”, um programa de televisão semanal, em que toda 2ª feira a noite era exibida um filme inédito. Eu me recordo, por exemplo, da expectativa para finalmente assistir “Indiana Jones e a Última Cruzada”, que havia sido anunciado meses antes. A família toda se reunia na sala por volta das 21h para assistir aos grandes sucessos do cinema e não nos importávamos muito com as interrupções das propagandas, com as dublagens, ou com o horário da exibição. Agora, avance alguns anos até os dias atuais, em que temos à disposição diversos provedores de conteúdo via streaming. A Netflix, por exemplo, nos oferece uma vasta gama de filmes e séries e elabora uma lista de sugestões baseada nas preferências de cada usuário. Além disso, as capas de

cada filme são editadas para exibir elementos que chamem a sua atenção e até mesmo os trailers também já podem ser customizados conforme o perfil de cada assinante. Isso é personalização em massa! Também podemos assistir ao filme que quisermos, na hora que quisermos, pelo dispositivo que quisermos. E se você começar a assistir algo hoje na sua televisão, parar na metade e retomar daqui a dois dias no seu tablet, o filme irá continuar exatamente de onde você havia parado. Isto é acessibilidade turbinada por uma experiência multicanal e omnicanal, ou seja, integrada, contínua! Outro exemplo bastante presente em nosso cotidiano é a evolução dos serviços bancários. Pense quantas vezes você foi a uma agência no último ano? Hoje, principalmente após a consolidação de algumas fintechs, temos acesso a qualquer transação bancária literalmente na palma da mão. Não é mais preciso deslocar-se, enfrentar fila, ou ainda se organizar para ir até a agência pagar uma conta dentro do horário das 10h às 16h. Você pode fazer isto a hora que quiser, sem sair de casa, pelo celular. Isto é conveniência! Por fim, diversos e-commerce hoje já oferecem entregas no mesmo dia e até em algumas poucas horas. A empresa chinesa Alibaba criou uma rede de varejo chamada Hema, em que entrega as compras de seus clientes em até 30 minutos dentro de um raio de 3 quilômetros. Isso é velocidade! Tudo isso e muitas inovações que fazem parte do nosso dia a dia tiveram um impacto profundo, não apenas em nossas expectativas relacionadas a seus respectivos segmentos, mas a qualquer experiência de consumo.

Queremos ter nossas necessidades atendidas de forma rápida, confiável, conveniente, personalizada, no momento que desejarmos, da forma e pelo canal que preferirmos. Se então percebemos que você, eu e todos ao nosso redor mudamos, assimilamos de uma forma mais clara que, sim, o tal “mundo” não é mais o mesmo que era há 10, ou 5 anos atrás. Essa é a primeira razão para a inovação ser tema prioritário nas agendas estratégicas. Independente se sua organização atua em um mercado B2B, ou B2C, a verdade é que a maioria das relações comerciais (ainda) são entre pessoas. Assim, clientes, colaboradores e outros stakeholders estão com expectativas cada vez mais elevadas quanto à sua experiência nestas interações. Esta constatação é válida para qualquer setor da economia, e quando focamos na análise do agronegócio e nas cadeias produtivas de alimentos, temos visto uma mudança ainda maior no comportamento do consumidor que também está muito mais atento e exigente com relação à transparência sobre segurança e saudabilidade dos alimentos, se sua produção foi feita de acordo com as melhores práticas de sustentabilidade e, no caso de proteínas animais, se o processo priorizou o bem-estar animal. Ou seja, o conceito de qualidade está indo muito além de uma carne macia e saborosa. Esse é apenas um dos quatro motivos que tornam a inovação essencial para qualquer organização, especialmente aquelas ligadas ao agronegócio. Fique atento à continuação deste artigo que será publicada no site da Agro & Negócios em abril! Um forte abraço!

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ARTIGO TÉCNICO

A IMPORTÂNCIA DA IMUNIDADE DE MUCOSA CONTRA AS SALMONELAS PARATÍFICAS Alceu Kazuo Hirata¹, Luiz Eduardo Takano¹, Carlos Adelino Dalle Mole²

FOTOS: SHUTTERSTOCK

¹ Coordenador Técnico de Biológicos na Vetanco Brasil ² Gerente Técnico/Comercial de Biológicos na Vetanco

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s salmoneloses são responsáveis por perdas diretas e indiretas na cadeia avícola, e são importantes na saúde pública. As aves podem ser fontes de infecção de salmonela, onde as salmonelas paratíficas permanecem no trato gastrointestinal, transformando-as em possíveis fontes de infecção alimentar para o homem. As salmonelas podem ser transmitidas verticalmente para a progênie através das aves reprodutoras infectadas e, horizontalmente entre lotes. A transmissão horizontal pode ocorrer de diversas formas, através de rações e matérias primas contaminadas, água, veículos, pessoas e vetores (cascudinhos, pássaros e roedores). A principal via de contaminação das salmonelas paratíficas é a oral, onde estas invadem a mucosa e se disseminam para as células adjacentes. Associada à sua multiplicação no trato gastrointestinal, se tornam importantes os estudos sobre imunologia de mucosas. Após a ingestão via oral, as bactérias podem interagir com a superfície da mucosa, alcançar a lâmina própria, constituindo o primeiro passo para se estabelecer a infecção, pois é o local onde os organismos se proliferam. Os sistemas gastrointestinal, respiratório e urogenital são considerados portas de entradas de patógenos. Na superfície de mucosa necessita-se de uma primei-

ra barreira de defesa nas mucosas com o intuito de prevenir prováveis infecções locais e sistêmicas. Os mecanismos de defesa do sistema imune das aves são compostos por barreiras físicas, químicas e biológicas. O patógeno ao promover o rompimento destas barreiras iniciais, fazem com que as aves tenham que ativar o sistema imune, sendo a imunidade de mucosas a primeira linha de defesa local. A imunidade de mucosas pode ser estimulada pelos patógenos causadores de enfermidades e também através do uso de vacinas. Sobre as vacinas, elas são desenvolvidas para suprir a necessidade de uma melhor cobertura contra os microrganismos de interesse. O sistema imune de mucosa é dividido em sítios indutivos e efetores. Os sítios indutivos são regiões onde o antígeno leva a ativação inicial das células do sistema imune, enquanto os sítios efetores são os anticorpos e células do sistema imune que atuam especificamente após a ativação dos sítios indutivos. O uso de vacinas contra as bactérias do gênero Salmonella tem como objetivo impedir a aderência no intestino, à multiplicação e excreção pelo organismo de aves infectadas, assim como reduzir a colonização em órgãos. Desta forma, as aves vacinadas podem eliminar menos bactérias pelas fezes, reduzindo a pressão de contaminação ambiental. O bene-

fício do uso de vacinas se deve ao melhor preparo do sistema imune do hospedeiro para a uma rápida resposta imunológica e na agilidade da eliminação do agente.

RESPOSTA IMUNE INATA

A resposta imune inata é a primeira linha de defesa após o rompimento inicial das barreiras físicas, químicas e biológicas. Nesta resposta envolvem a participação de células fagocíticas, moléculas do sistema complemento, anticorpos naturais e células não linfoides. Esta resposta é essencial para o controle da multiplicação destes patógenos e na ativação da imunidade adaptativa em caso de persistência destes agentes, que resultam em células que promovem a memória imunológica.

RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA

A resposta imune adaptativa pode ser subdividida em resposta imune humoral e resposta imune celular. A resposta imune humoral possui os anticorpos produzidos pelos plasmócitos. Este tipo de resposta depende dos linfócitos T auxiliares (CD4+), especificamente das células efetoras auxiliares do tipo 2 (T helper 2, Th2) que são eficientes na eliminação de microrganismos extracelulares. A avaliação da resposta imune humoral estima a capacidade da ave de estabelecer uma resposta imunológica através de

FIGURA 1. Resposta imune inata e adaptativa

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FOTO: ADOBE STOCK

ARTIGO TÉCNICO

níveis de imunoglobulinas no plasma ou no soro. A resposta imune humoral é um dos principais mecanismos no combate a infecções bacterianas extracelulares. Dentre algumas funções, a IgA secretória é capaz de bloquear a colonização e infecção, opsonizar, eliminar patógenos e neutralizar suas toxinas. As vacinas vivas atenuadas induzem uma resposta imune celular e humoral (sistêmica e local) contra o patógeno. As vacinas inativadas conhecidas também como bacterinas, podem ser produzidas contendo célula inteira ou subunidades do microrganismo de interesse. Estas bacterinas estimulam especificamente a resposta imune humoral, contra antígenos produzidos. Apesar das vacinas inativadas apresentarem um excelente estímulo para produção de anticorpos, estas são ineficazes em estimular a resposta imune mediada por células. No caso das vacinas de subunidade proteica, o mecanismo de ação consiste na entrada da subunidade

em células M ou por reconhecimento de células dendríticas na mucosa intestinal, após estímulos prévios do sistema imunológico na lâmina própria intestinal. Assim, a célula dendrítica tem a capacidade de apresentar a subunidade proteica como um antígeno aos linfócitos T e, em seguida, estas são apresentadas para os linfócitos B que se diferenciam em plasmócitos. Estes plasmócitos são responsáveis pela produção da IgA secretória que são secretadas da lâmina própria para o lúmen intestinal, para neutralizar os patógenos. A resposta imune celular é acionada contra patógenos intracelulares (bactérias, vírus e parasitas intracelulares). Esta resposta depende dos linfócitos T auxiliares (CD4+) especificamente as células efetoras do tipo 1 (T helper 1, Th1), linfócitos CD8+ (citotóxico) e das células Natural Killer (NK). Para o início da resposta imune celular as células dendríticas, reconhecem um antígeno e apresentam para os linfócitos B e T específicos, onde ocorre a diferenciação dos linfócitos B em plas-

O USO DE VACINAS CONTRA AS BACTÉRIAS DO GÊNERO SALMONELLA TEM COMO OBJETIVO IMPEDIR A ADERÊNCIA NO INTESTINO, À MULTIPLICAÇÃO E EXCREÇÃO PELO ORGANISMO DE AVES INFECTADAS, ASSIM COMO REDUZIR A COLONIZAÇÃO EM ÓRGÃOS 66 SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO NOVEMBRO 20222020

mócitos, que produzirão as imunoglobulinas. Na sequência ocorre a eliminação do antígeno, homeostase e formação de células de memória. As imunoglobulinas das aves são divididas em IgM, IgA e IgY. As IgY são sistêmicas com função de opsonização e são caracterizadas como imunoglobulinas de fase crônica. No intestino, as IgAs são produzidas pelos plasmócitos nas placas de Peyer e nos MALTs (Tecido linfoide associado a mucosa), impedindo os patógenos e toxinas de aderirem ou infectarem as células epiteliais da mucosa, e assim, alterando as condições de crescimento para microrganismos patogênicos, reduzindo a susceptibilidade à infecção. As IgAs secretórias proporcionam uma barreira imunológica eficaz da resposta imune adaptativa contra infecções subsequentes pelo mesmo agente patogênico. Portanto, as IgAs secretórias protegem as aves dos patógenos nas mucosas, impedindo a adesão destes, pela reação antígeno-anticorpo específico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adoção de programas com medidas de biosseguridade são fundamentais para o controle de salmonela. É um desafio controlar a salmonela pois trata-se de processos multifatoriais que envolvem toda a cadeia. A magnitude da resposta imune observada na imunização de mucosa, a torna interessante e uma opção atrativa, como uma via de administração potencial de vacinas.


CONGRESSO BRASILEIRO

DE DIREITO DO AGRONEGÓCIO

6 de abril2022 EVENTO ONLINE GRATUITO

No próximo dia 06 de abril, o Instituto Brasileiro de Direito do Agronegócio – IBDA promoverá a segunda edição do Congresso Brasileiro de Direito do Agronegócio. O evento evidenciará a importância do debate dos desafios jurídicos e regulatórios dos Sistemas Agroindustriais (SAGs), a fim de sustentar a competitividade do setor em uma economia global e corroborar para o seu desenvolvimento mercadológico e tecnológico. Durante o Congresso, serão tratados assuntos como: Segurança Jurídica; Licenciamento e Regularização Ambiental; Regularização Fundiária; Defensivos Agrícolas e Crédito Privado, Seguro e ESG. Faça sua inscrição gratuita e participe!

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES

www.congressodireitoagro.com.br

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TECNOLOGIA

EVONIK INAUGURA

CENTRO DE TECNOLOGIA APLICADA NO BRASIL O Centro de Tecnologia Aplicada (Applied Technology Center – ATC) foi idealizado para apoiar o desenvolvimento de soluções modernas, inovadoras e essenciais para um futuro mais sustentável.

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A

conclusão do investimento em um moderno prédio, que reúne oito laboratórios de ponta, duas plantas piloto e toda a infraestrutura necessária para auxiliar as indústrias em seus desenvolvimentos, reforça o forte comprometimento da Evonik com clientes e parceiros da região América Central e do Sul. A cerimônia oficial de inauguração do novo Applied Technology Center, instalado em Americana (SP), ocorreu no dia 07 de março, em um evento simbólico, devido às atuais restrições de segurança e saúde. Mas a transferência dos laboratórios que

estavam localizados em outros prédios para o ATC e os ajustes finais para o início da operação, tiveram início em dezembro do ano passado. "As obras começaram no final de 2020 e, apesar dos desafios de mercado, concluímos com êxito e dentro do prazo previsto a construção do ATC. Seguimos empenhados em oferecer a melhor experiência aos nossos clientes e comprometidos com o desenvolvimento de soluções que tornem o nosso futuro melhor a partir destas inovações", destaca Elias Lacerda, Diretor Presidente para a Região América Central e do Sul da Evonik.


FOTOS: DIVULGAÇÃO

MERCADOS ESTRATÉGICOS E AMBIENTE COLABORATIVO

Os laboratórios de aplicação estão direcionados a indústrias de diversos mercados estratégicos para a Evonik, como agro, construção civil, crosslinkers, cuidados pessoais e cuidados do lar, farmacêutico, nutrição animal, poliuretanos e tintas, além de duas plantas piloto para o segmento de nutrição animal e poliuretanos. Com modernos equipamentos, infraestrutura de ponta e equipes técnicas altamente capacitadas, o propósito é fornecer um suporte completo e ágil às demandas destes mercados, incluindo serviços como desenvolvimento, aprimoramento e reprodução de formulações, testes variados de performance, análises físico-químicas, projetos customizados, simulação de processos de produção em escala industrial, relatórios técnicos, etc. O espaço também é destinado a capacitação e treinamentos, além de apresentações de novidades e conceitos que possam inspirar desenvolvimentos futuros. Em uma área total de aproximadamente 2.300 m2, a nova estrutura conta com auditório, recepção, salas de reunião, espaços de 'co-working' e de convivência, que promoverão a troca de conhecimento e maior sinergia entre as áreas de atuação.

"O novo ATC é um ambiente colaborativo, integrado, que favorece a interação entre os nossos especialistas do mundo todo e fomenta a inovação. Proporcionaremos aos clientes uma experiência aprofundada no universo Evonik, com todo o know-how que o Grupo possui em nível global atuando em mais de 100 países", reforça Elias Lacerda.

Os serviços e competências detalhadas dos laboratórios Animal Nutrition, Care Solutions, Coating Additives, Comfort & Insulation, Crosslinkers, Health Care e Interface & Performance podem ser conferidos na página dedicada ao Applied Technology Center: https://bit.ly/evonik-atc-pt.

O NOVO ATC É UM AMBIENTE COLABORATIVO, INTEGRADO, QUE FAVORECE A INTERAÇÃO ENTRE OS NOSSOS ESPECIALISTAS DO MUNDO TODO E FOMENTA A INOVAÇÃO” ELIAS LACERDA, Diretor Presidente para a Região América Central e do Sul da Evonik.

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TECNOLOGIA Por Mariana Nascimento

APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS PODE LEVAR PRODUÇÃO ANIMAL PARA OUTRO PATAMAR

A

MARIANA NASCIMENTO Zootecnista pela Universidade Federal do Espírito Santo (2011). Mestre em Ciências Veterinárias, Doutora em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em nutrição de aves e suínos. Atualmente, é coordenadora técnica da Aleris Animal Nutrition.

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introdução da tecnologia na realidade produtiva pode ser uma experiência transformadora, isso porque seu potencial pode transformar quase todos os aspectos do manejo diário. Para tarefas rotineiras, por exemplo, a tecnologia dará suporte à produtividade eliminando aspectos repetitivos atribuídos às tarefas complexas, melhorando a comunicação da operação ou contribuindo para análises e resoluções para superar desafios. Mas, afinal, como a tecnologia participa, na prática, da produção animal? O que temos disponível neste momento? O que está por vir? Pois bem, vemos a grande preocupação do sistema produtivo. A necessidade de produzir mais, com menos, de forma segura e sustentável passa pela estruturação de um sistema cada vez mais eficiente. Diante disso, dois grandes pontos devem ser trabalhados: a redução dos prejuízos ao longo da cadeia produtiva e o aumento da eficiência. E é aqui que a tecnologia entra em cena. Inúmeras ferramentas e equipamentos como chips, sensores, drones, leitores de código de barra estão disponíveis no mercado para que o produtor possa acompanhar em tempo real seus índices zootécnicos e direcioná-los de forma estratégica na utilização dos recursos dentro de suas operações, identificar gargalos e impulsionar sua produção animal. Se até aqui todo o exposto parece muito distante para você, entenda que há diferentes níveis de integração da tecnologia à produção animal. Isso porque há uma grande diversidade de realidades produtivas em solo nacional, seja no campo tec-

nológico e econômico. Entretanto, há soluções para os mais variados cenários. Avaliamos como um importante avanço quando pequenas propriedades passam a informatizar e a usar banco de dados. Também exaltamos aquelas que já fazem uso de softwares inteligentes que capturam e analisam por imagens o comportamento dos animais, por exemplo, melhorando as tomadas de decisões. Contudo, quando tratamos de inovações já empregadas na produção animal, devemos considerar que ainda há muita coisa por vir. A Inteligência Artificial (IA) é um exemplo claro disso. Tecnologia que traz ferramentas e modelos matemáticos capazes de interpretar padrões aprendidos anteriormente e armazenados em um banco de dados. Isto é, por meio de softwares que analisam dados gerados diariamente e que extrapolam cenários preditivos somos capazes de identificar diferentes condições de produção. E, no que diz respeito à produção animal, podemos ir muito além. Frente a necessidade cada vez mais urgente por soluções visando a retirada dos promotores de crescimento na produção animal, a IA se torna estratégica analisando e interpretando padrões - sequenciamento genético - da microbiota intestinal e realizando correlações com características produtivas identificando possíveis problemas e apontando soluções mesmo antes da percepção da equipe de campo - tudo isso em um futuro não muito distante. Em suma, uma tecnologia para o produtor que lhe dá um banco de dados personalizado com os padrões da microbiota intestinal obser-


A TECNOLOGIA É MUITO PARECIDA COM OS DEGRAUS DE UMA ESCADA. QUANDO SE CHEGA A UM NÍVEL, HÁ OUTRO MAIS ALTO PARA SE ASPIRAR”.

ILUSTRAÇÃO: ADOBE STOCK

DAVID DWYER, ex-diretor do projeto Apple Classrooms of Tomorrow e atualmente Diretor de Tecnologia Educacional da Apple.

vados dentro do seu sistema produtivo que, por meio de um parecer técnico, de acordo com os resultados apresentados, a IA traduzirá, de forma integrada, e indicará o uso de um aditivo ou práticas visando performance estratégica e objetivos produtivos almejados. Por exemplo, vamos imaginar que uma determinada propriedade necessita melhorar a condição intestinal de um determinado lote de matrizes suínas. Agregando a IA ao sistema produtivo seremos capazes de entender qual grupo de microrganismos será necessário para alcançar o objetivo, ou seja, elevaremos as chances do sucesso para esta realidade por meio do apontamento do aditivo/ solução necessárias. Após estes apontamentos, observamos que a IA passará a protagonizar os avanços nos mais variados campos da pesquisa relacionados à genética, nutrição, saúde e bem-estar animal. Dela, seremos capazes de levar nossos sistemas produtivos para outro patamar. Em suma, contar com este tipo de solução de aditivos que buscam a modulação eficiente da microbiota terá influência direta sobre taxas de digestão dos ingredientes e, consequentemente, melhoraria da eficiência alimentar. O futuro já chegou e a IA solucionará grandes barreiras da cadeia produtiva. Ela já faz parte do nosso cotidiano e acena para mais avanços importantes dentro de um futuro próximo.

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ILUSTRAÇÃO: BANCO DE IMAGEM

CARREIRA

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PROFISSÕES EMERGENTES

AGORA É TECH Pesquisa realizada no Brasil revela profissões em alta na área do agronegócio a curto, médio e longo prazo. O principal desafio será a convergência entre o agro e as tecnologias digitais. Por Rafaela Menin

O

FOTO: ALEJANDRO FRANK/ARQUIVO PESSOAL

mundo digital chegou ao campo, a pandemia exigiu ainda mais união entre agronegócio e tecnologias e, pelo jeito, não há mais volta. O mundo modernizou também o agro e, agora, é hora de os profissionais também convergirem conhecimentos. É o que mostra a pesquisa “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde”. “O foco é convergir as áreas, precisamos de profissionais mais multidisciplinares que consigam conversar sobre aspectos técnicos do Agro e também de Tecnologia de Infor-

mação”, frisa Alejandro Frank, diretor do Núcleo de Engenharia Organizacional (NEO) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Conduzida pelo NEO, a pesquisa de Profissões Emergentes foi demandada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional GIZ, e teve parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e envolvimento do Ministério da Educação (MEC). Foram analisados quatro grandes setores, entre eles a Agricultura, e apontados diferentes horizontes de demanda e oferta profissional, considerando o curto (2 anos), médio (5 anos) e longo prazo (10 anos).

“A pesquisa mostrou que existe uma formação centrada no conhecimento técnico de Agro, mas que carece de foco em tecnologias digitais. Inclusive graus mais elevados de instrução, como Agronomia, são focados em conhecimentos técnicos de agricultura, mas carentes de tecnologia. Então, nossa principal indicação é que os cursos tenham forte conteúdo digital, para aprenderem a explorar tecnologias digitais, seja para operar e organizar produções, seja para operar drones, aplicativos, sistemas web, ciência de dados, ou seja, o que tem potencial de colheita de dados e internet das coisas”, frisa Alejandro Frank.

FOCO É CONVERGIR AS ÁREAS, PRECISAMOS DE PROFISSIONAIS MAIS MULTIDISCIPLINARES QUE CONSIGAM CONVERSAR SOBRE ASPECTOS TÉCNICOS DO AGRO E TAMBÉM DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO” ALEJANDRO FRANK, diretor do Núcleo de Engenharia Organizacional da UFRGS

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CARREIRA

PROFISSÕES EMERGENTES NA AGRICULTURA » Técnico em Agricultura Digital » Técnico em Agronegócio Digital » Engenheiro Agrônomo Digital » Engenheiro de automação agrícola » Operador de drones » Técnico em agricultura digital » Designer de máquinas agrícolas » Agricultor urbano » Cientista de dados agrícolas

TECNOLOGIAS EMERGENTES NA AGRICULTURA » Drones » Piloto automático » Telemetria » Pulverização » Sensores Fonte: Pesquisa “Profissões Emergentes na Era Digital: Oportunidades e desafios na qualificação profissional para uma recuperação verde”, publicada em 2021.

Um dos elementos em destaque na pesquisa foi o pequeno produtor. “O pequeno precisa de acesso à internet e não apenas para uso pessoal, mas também para profissionalizar o seu negócio, melhorando suas vendas e com isso suas vidas. Vimos que a tecnologia mais simples, como aplicativos e smartphones em ambientes de agricultura familiar, são importantíssimos para manter e alavancar as atividades”, afirma o professor. Outro ponto revelado pela pesquisa é a quantidade de novos modelos de negócios utilizando tecnologias digitais, desde plataformas de negócios de mercados, análise de dados e venda de análises desses dados, tecnologias como drones. “Tudo que tem a ver com transformação digital está crescendo muito e tem muita demanda”, reforça Frank.

O QUE AS EMPRESAS BUSCAM

Em uma pesquisa breve sobre as vagas abertas na área, encontram-se mais de 500 oportunidades no Genesis Group, plataforma de soluções em testes, inspeções, certificações, análises e rastreabilidade para o agroalimento. “A cada ano nota-se uma escassez maior de mão de obra qualificada e de pessoas dispostas a aprender e se desenvolver diante dos desafios que o agronegócio oferece”, ressalta a gerente de DHO e Academia da empresa, Nancy Sert Ferreira.

Mão de obra capacitada também é um problema na agtech mineira Seedz, uma startup de tecnologia e serviços no agronegócio. São 70 vagas para os níveis pleno e sênior, para as áreas de tecnologia da informação, processamento de dados, marketing, recursos humanos e comercial. Também na área de tecnologia, a startup Adroit, que desenvolve soluções em inteligência artificial, tem vaga para desenvolver Phyton (TI) e outras para pesquisadores formados na área de computação ou engenharia para participar de um projeto de expansão da cafeicultura.

SE ANTES QUEM NÃO DESEJAVA ESTUDAR FICAVA TRABALHANDO NO CAMPO, HOJE ISTO SE INVERTEU: SOMENTE QUEM ESTUDA, CONSEGUE FICAR.” ENTREVISTADO DA PESQUISA PROFISSÕES EMERGENTES

PERFIL DO TRABALHADOR NO AGRO

20,33 % da população ocupada no Brasil é empregada pelo Agronegócio

77%

dos estabelecimentos agrícolas do país correspondem à agricultura familiar

+agronegócio, 10,24quando % é o aumento da população ocupada no se compara os números do terceiro trimestre de 2021 com o terceiro trimestre de 2020

7,7 milhões têm ensino fundamental 7,2 milhões têm ensino médio 3 milhões têm ensino superior 836 mil não têm instrução 13,1 milhões são homens 5,7 milhões são mulheres (+ 13,29% de aumento entre 2020 e 2021)

Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no boletim “Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro” do terceiro trimestre de 2021.

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Seu leão pode colorir a vida de muitas crianças

ATÉ 29 de abril de

2022

Doe seu Imposto de Renda para o Hospital Pequeno Príncipe Que tal fazer uma doação para projetos sociais em vez de pagar Imposto de Renda? Parece interessante, né? Muita gente não sabe dessa oportunidade, mas é possível ajudar instituições filantrópicas, como o Hospital Pequeno Príncipe, de forma fácil e sem custo.

Não s e es de env queça comp iar o rovan te!

QUEM PODE DOAR? Pessoas físicas que fazem sua declaração de Imposto de Renda pelo formulário completo. •IR A PAGAR: o valor doado será subtraído da quantia a pagar. •IR A RESTITUIR: o valor doado será somado à sua restituição. COMO DOAR 1. DOAÇÃO Após o preenchimento da declaração de 2021, no campo fichas da declaração, escolha a opção “Doações Diretamente na Declaração”. Na aba “Criança e Adolescente”, clique em “Novo”, escolha o “Fundo Municipal”; em UF, selecione “PR – Paraná”; e em Município, “Curitiba”. Seu potencial de doação irá aparecer no canto direito da tela, então basta digitar o valor calculado pelo programa da Receita Federal.

(41) 2108-3886

2. IMPRESSÃO Entre na opção “Imprimir” e selecione o “DARF – Doações Diretamente na Declaração – ECA”.

3. PAGAMENTO Efetue o pagamento do DARF até 29 de abril de 2022. 4. E-MAIL DE CONFIRMAÇÃO Para direcionar sua doação aos nossos projetos, é fundamental que você envie um e-mail para doepequenoprincipe@hpp.org.br, contendo as seguintes informações: • comprovante de pagamento do DARF de doação. • seus dados pessoais: nome completo, CPF, endereço e telefone. • a frase “Doação direcionada ao Hospital Pequeno Príncipe”. Obs.: o envio desse e-mail é fundamental para que o seu recurso seja repassado do Fundo Municipal para o Hospital Pequeno Príncipe.

(41) 99962-4461

doepequenoprincipe.org.br SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022 75


SUSTENTABILIDADE

AURORA COOP FUNDAÇÃO COMEMORA 14 ANOS DE INCENTIVO À CIDADANIA

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BALANÇO 2021 Para promover o desenvolvimento sustentável e o bem-estar nas comunidades nas quais a cooperativa está inserida, a FALB executa os seguintes programas: Amigo Energia (incentiva o trabalho voluntário empresarial), Eco Cooperação (educação ambiental e sustentabilidade), Atitute Agora (inclusão pessoal, social e profissional das pessoas com deficiência), Vivendo Saúde (promoção da qualidade de vida), Vozes do Corpo (através da cultura da dança, proporciona o desenvolvimento de crianças e adolescentes em vulnerabilidade pessoal e social) e Centro de Memória Aury Luiz Bodanese (organiza e preserva a documentação histórica da sua mantenedora). Os números da FALB, segundo a diretora administrativa da entidade Sonara Ramos, comprovam os impactos positivos nas comunidades beneficiadas, que resultam no crescimento econômico e social. Conforme o relatório anual da Fundação, em 2021 foram realizadas 496 ações em 44 unidades da Aurora Coop, o que representa a atuação em 31 municípios de 12 estados da Federação, com a cooperação de 2.903 voluntários. Ao todo foram atendidas 18.204 pessoas. Todas as ações foram desenvolvidas conforme as regras sanitárias em vigor e com olhar para a segurança dos voluntários e participantes.

Equipe de voluntários durante evento de premiação da Escola Cidadã (edição especial Mato Grosso do Sul), uma das ações da FALB

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Momento da entrega do Troféu ao FACH II, unidade ganhadora do Desafio Recicla FALB em 2021

FOTOS: AURORA COOP/DIVULGAÇÃO

ncentivar, promover, coordenar, articular e executar programas, projetos e ações relacionados ao desenvolvimento socioambiental e cultural em diversos municípios brasileiros. Esse posicionamento tem marcado a trajetória da Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB) – uma entidade sem fins lucrativos, com sede em Chapecó (SC) e mantida pela Aurora Coop –, que comemora 14 anos de atividades. A entidade acredita que atitudes socialmente responsáveis são a expressão de uma nova ética na condução dos negócios, apoiada por ações de cidadania. De acordo com o presidente da FALB, Oscar Trombeta, a história da entidade está pautada na transformação das pessoas, dos ambientes e das comunidades em que atua, o que incentiva o exercício da cidadania e em paralelo busca atender as necessidades de pessoas em condição de vulnerabilidade. "Em 2021, mantivemos o foco nas ações socioambientais. Com a parceria do Instituto Guga Kuerten, da Unimed e do Brasil Sem Frestas contribuímos para mitigar necessidades de várias comunidades. Com ações solidárias contribuímos com diversas entidades de Pessoas com Deficiência, Hemosc, Cruz Vermelha, associações de catadores de materiais recicláveis, escolas, entre outras. Isso comprova a capilaridade das iniciativas que atuam de forma solidária e como fator de transformação", assinala o presidente da FALB.


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As árvores contam histórias. As que possuem as raízes mais profundas, são mais resistentes às intempéries, pois retiram suas energias das melhores fontes que se encontram nos lugares mais remotos. A nossa completou 25 anos em março de 2022. Hoje, vemos a Dome como uma árvore de tronco forte, raízes profundas e com frutos que colhemos junto de nossos clientes.

Consultoria, Contabilidade e Tributos. Chapecó: 49 3905.3650 Campinas: 19 3578.1160 78 SETOR AGRO&NEGÓCIOS | MARÇO 2022


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