Revista Alt #4 - Dezembro

Page 1

FILIPE CATTO | LOLÔ BORTHOLACCI | GUI CARRÃO

Criação divina

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Ketherin Kaffka encarna Brigitte Bardot para fechar 2011

Santuário futebolístico

Fique por dentro do Museu do Futebol e suas curiosidades

O MUNDO DE

Distribuição gratuita - Venda Proibida

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Uma publicação de

Polêmico e cheio de opiniões sobre tudo, um dos maiores comunicadores do Brasil fala com a Alt sobre fama, sorte, dinheiro, TV, Tiago Leifert e Renata Fan

DEZEMBRO DE 2011 - No 004

MILTON NEVES


ue

era

possível que era

Disseram

que

possível possível que Dis Disseram que possível que Disseram que

sível seram que que era possível Disseram era possível possível ue era Disseram

que

ram Disseram possível ossível que

que

Disseram

e

Disseram Disseram que era possível que possível Disseram era Disseram que possível Disseram

possível

que

que Disseram

que

po

possível era possível Disseram Disseram m que era que possível que ossível era possível Disseram que era Disseram que Disseramque Disseram possív am que possível que que

Disseram

que

Disseram

Disseram Disseram ível Disseram

Disseram

possível

Disse

era possível possível

que

Disseram

possível Disserampossível que Dissera possível Disseram Disseram que m que era possível que possível Disseram Diss possível que D ossível Disseram que possível que Disseram Dissera

e

Disseram era

que

Disseram

Disseram

Disseram

possível possível

possível

era

Disseram

que Disseram era Disser

possível era pos possível que Disseram Disseram possível queque Dis era Disseram que possível que Disseram possíve Disseram Disseram que Disseram que era Disseram possível q vel que possível Disseram Disseram

que

Disseram

que era

possível possível Disseram que era Disseram ível que era possível que possível Disseram que era era m que possível Disseram que Disseramque Disseram Disseram

ue

que

Disseram

que Disseram era possível possível

eram Disseram Disseram

possível

que

que

Disseram que

era

D

que

possível possível era e possível Disseram Disseram que que era Disseram que que

ue

era

Disseram

Disseram era

que

Di

possível


que poss Disseram Disseram que possível que era sseram que era possível era possível Disseram que possível possível

que era

possível

Disseram

e

Disseram Disseram Disseram que que era Disseram era possível era possível possível ossível Disseram que

Disseram

que

que

que

que

era

possível

que possí

possível que Disseram a que que possível que possível poss Disseram que Disseram que era que possível que vel possível era possível Disseram era Disseram que possível era Disseram que Disseram que D que Disseram era possível poss l que era que Disseram am era possível Disseram possível que possível Dis que era Di seram que era que possível Disseram Disseram que Disse que possível Disseram que era possível era p am era era que possível que possível Disseram ram que era Disseram

m

eram

Disseram

Disseram

Disseram

Disseram

possível

Disseram

Disseram

Disseram

Disseram

Disseram era

Disseram

ssível

sseram

Disseram possível Disseram que Disseram era possível era possível possível possível Disseram ww.upf.br que

Disseram

Disseram

que

el possível que possível

Disseram Disseram possível que possível que

Disseram

que

que

|w

8230 que possível Disseram 0 701Disseram 080era que Disseram que

possível era possíve Disseram Disseram que que possível que possível era possível Disseram q Disseram que possível Disseram que Disseramque Disse

e era

m

Disseram

Disseram

que Disseram era possível possível

Disseram Disseram era possível Disseram

isseram

Disseram

que

que

que era

possível

Disseram era

que

possível que

Disseram

poss


índice

Múcio de Castro 1915

1981

Diretor Presidente: Múcio de Castro Filho Diretor Executivo: Múcio de Castro Neto Editora-Chefe: Zulmara Colussi Conselho Editorial Múcio de Castro Filho Clarice Martins da Fonseca de Castro Milton Valdomiro Roos Antero Camisa Junior Dárcio Vieira Marques Paulo Sérgio Osório Valentina de Los Angeles Baigorria Múcio de Castro Neto

28 16

42

8

47

Contra a parede – MILTON NEVES - Página 8 ESPECIAL – MUSEU DO FUTEBOL – Página 16 COLUNA – JULIANA SCCHNEIDER – Página 21 Coluna – LAÉRCIO CUNHA – página 23 Estilo S/A - Lolô Bortholacci – Página 24 Estilo S/A - gui carrÃO – Página 26 Ensaio + Alt – KETHERIN KAFFKA – Página 28 CoNSUMO – Página 40 PERFIL - FILIPE CATTO – Página 42 Alt + Tab – Marina de Campos – Página 47 Coluna – ADRIANA SCHNEIDER – Página 48 Alt + Arte – LEONARDO PRAUSE – Página 50

MC- Rede Passo Fundo de Jornalismo Ltda Rua Silva Jardim, 325 A - Bairro Annes CEP 99010-240 – Caixa postal 651 Fone: (54) 3045-8300 - Passo Fundo RS www.onacional.com.br Fones Geral: (54) 3045.8300 Redação: (54) 3045.8328 Assinaturas: (54) 3045.8335 Classificados: (54) 3045.8333 Circulação: (54) 3045.8336 Contatos Circulação: circulacao@onacional.com.br Comercial: comercial@onacional.com.br Redação: onacional@onacional.com.br Administrativo: adm@onacional.com.br Sucursal em Porto Alegre: GRUPO DE DIÁRIOS Rua Garibaldi, 659, conj. 102 – Porto Alegre-RS. Representante para Brasília: CENTRAL COMUNICAÇÃO. Representante para São Paulo e Rio de Janeiro: TRÁFEGO PUBLICIDADE E MARKETING LTDA Avenida Treze de Maio, sala 428 Rio de Janeiro – RJ. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações sem a referida citação de autoria.

Filiado à

colabora! UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Você tem o que dizer, mostrar, berrar ou soltar no ar? Mande um email para contato@revistaalt.com.br e numa dessas você aparece em nossa mais que seleta lista de colaboradores. A Revista Alt é uma publicação mensal com distribuição gratuita e tiragem de 2.5 mil exemplares.



Colaboradores Adriana Schneider

7

Diogo Zanatta

8

Marcelo Alexandre Becker

9

É mochileira, alto astral, gosta de viagens marcantes é completamente pé no chão e atrai, com irresistível poder, tudo aquilo que é dela por direito Divino. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

É fotógrafo freelancer, já saiu dos vinte anos, hiperativo e possui alguns cacoetes estranhos! Não vive sem música (mas MÚSICA, E BOA) - http://www.issuu.com/diogozanatta/docs/portfolio

NEVES FORA

Para fechar 2011 com honras, eis que você tem em mãos a Revista Alt de dezembro. E recheada de coisas tri interessantes. Vamos começar pela entrevista. Pablo Tavares e Marcelo Alexandre Becker embarcaram rumo a São Paulo para trocar uma ideia com um dos apresentadores da televisão brasileira mais controverso e polêmico do país: Milton Neves. Nessa exclusiva, Neves fala sobre sua relação com o sul, traça um panorama do mundo esportivo e sua cobertura na televisão daqui e ainda desabafa sobre Renata Fan e comenta como foi que Tiago Leifert deslanchou. E como não podia deixar de ser, apresentamos em primeira mão Ketherin Kaffka. A loira posou para as lentes de Diogo Zanatta em um loft da cidade. Com sua beleza a lá Brigitte Bardot, Ketherin está mais do que bela... Ela está estonteante. Por agora é isso. Um feliz final de ano para você e fique antenado que depois que o Carnaval 2012 passar, a Revista Alt volta com tudo e mais um pouco. Além de novidades, é claro. Boa leitura. Daniel Bittencourt – editor.

É Nóis

Pontos de distribuição

Editor: Daniel Bittencourt

1

Diagramação: Pablo Tavares

2

Projeto Gráfico: Diego Rigo – Two Think More

3

Conteúdo: Marina de Campos Juliana Scchneider Pablo Lauxen Pablo Tavares Daniel Bittencourt Foto de capa: Portal Terceiro Tempo Impressão: Tapejarense

4 5 6

Anglo Americano Anhanguera Bar Brasil Beehive Beta Vídeo Boka Bokinha Carolinas Confeitaria FGV Grano Café - Bourbon Shopping Imagem Vídeo locadora IMED Le Petit Café - Bourbon Shopping London Manno Escobar Moinho Lounge Natus Drive Padaria Cruzeiro Revisteira Ramires Riviera Café Simbiose Siri Cascudo Sweet Swiss Potatoes UPF TV Velvet

É corinthiano. E também jornalista, editor de Esportes do jornal O Nacional e apaixonado por futebol de todas as maneiras possíveis.

Marina de Campos

É editora do Segundo, que sai encartado em O Nacional todas as sextas e sábados. E nos sábados o Segundo é bem grandão porque é Standard!

JULIANA SCCHNEIDER

É a moda em si. Editora de moda do caderno Mix de O Nacional, a mulher é de um bom gosto refinadíssimo. Fã de indie rock, bebidinhas estranhas e gente sincera, ela não dispensa uma boa festa.

Laércio Cunha

10

LEONARDO PRAUSE

11

É publicitário por formação, crítico de cinema por opção. Sempre teve como admiração o texto publicitário e também por textos relacionados à sétima arte.

Formado em design gráfico pela UPF. Sempre de fones de ouvido, com música onde quer que esteja, tendo Joy Division como banda favorita. Curte tipografia e ilustrar quando esta inspirado, e é um Coffee addiction.” http://cargocollective.com/leonardoprause

sonido

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

foi fechada ao som de...

It’s Alive - Ramones (1977) Gravado na virada do ano em Londres. O derradeiro registro ao vivo da formação original. Nota: 10

A Rush Of Blood To The Head - Coldplay (2002) O segundo disco dos ingleses traz as melodias mais lindas que eles já fizeram. Nota: 10

Acústico MTV Ultraje a Rigor (2005) Num dos melhores discos da franquia, os paulistanos dão uma pegada forte a velhos clássicos. Nota: 9

MTV Unplugged Maná (1999) Outro acústico, dessa vez dos mexicanos. Recheado de hits, é um bom apanhado da carreira do Maná até então. Nota: 9

De última (hora): “Hotel California”, na versão do Gipsy Kings. Sem dúvida, a MELHOR versão já feita dessa música. Nota: 9,5


UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

1

3

9

8

10 5

7

4

6

11

2

Calma! O ensaio com a Ketherin Kaffka é mais para a frente, na página 28. Essa foto tão linda acabou ficando de fora. Então resolvemos publicar ela aqui, de bônus. Aproveite!


8

milton neves

8

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


9

9

milton neves

Contra a parede – MILTON NEVES

Um homem de sorte... UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

...mas que aliou a sorte ao trabalho duro. Conheça um pouco mais de Milton Neves, suas ideias, seus projetos, suas opiniões. Um dos poucos jornalistas esportivos que mantém suas convicções e seu time de coração (torcedor do Santos assumido). Um homem sem meio termo e, que assim, criou um estilo único de apresentar e de se comunicar. Por: Fotos:

F

Marcelo Alexandre Becker e Pablo Tavares Portal Terceiro Tempo

ito Paez canta em uma música chamada “El Diablo de tu Corazón” uma letra mais ou menos assim: “Aprende de mí, que soy um chico pobre, de allá del interior (aprende comigo, que sou um menino pobre, de lá do interior)”. A música é do argentino, mas poderia muito bem ser de Milton Neves. Milton Neves Filho, o menino pobre de Muzambinho, cidade do interior de Minas Gerais que, por amar futebol e não ter dinheiro para assistir aos jogos em sua cidade subia nos muros para ver os duelos entre o Bandeirante, a Escola Agrícola e o Comércio. O moleque que começou sua carreira no rádio através de um serviço de alto-falantes, mesmo querendo nessa época trabalhar no Banco do Brasil. O jovem que foi para Curitiba com um sonho, mas que acabou voltando para sua cidade natal após uma temporada de fome e frio na capital paranaense. O homem que colocou na cabeça a ideia de ser um grande radialista em São Paulo, e que não tardou a conseguir. Que já fez muita reportagem de trânsito antes de chegar ao mundo das quatro linhas, onde se consagrou. O homem de estilo único, de opiniões fortes, tais quais você vai encontrar nesta entrevista que fizemos com ele em seu escritório, no 22º andar de um arranha-céu da Avenida Paulista, com uma vista exuberante da cidade. O jornalista, que atualmente está em todas as mídias possíveis e que tem uma redação própria em seu escritório. E, mesmo tendo em seu staff grandes jornalistas, trabalha muitas horas por dia, tanto é que já havia feito várias coisas antes da nossa entrevista. O mito que, logo que soube que éramos de Passo Fundo, indagou: “Terra do Meirelles Duarte (colunista de O Nacional), de Daizon Pontes, que arrancou muita perna lá...” Conversamos sobre vários assuntos com Milton, desde sua história até sobre a Copa de 2014, o maior time que ele já viu jogar e sobre o momento atual da TV. Milton não poupou elogios a algumas pessoas, assim como não economizou alfinetadas em outras. Bom, quer conhecer um cara que chegou aonde a maioria das pessoas querem chegar, aliando a sorte ao trabalho duro? Aproveite.


10

milton neves

10

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Milton, a paixão pelo futebol começou lá em Muzambinho, como naquela história que o senhor contou que assistia aos times da cidade jogar por cima do muro do estádio. Você tentou seguir a carreira de jogador, ou sempre pensou em trabalhar com futebol mais na parte da imprensa, com rádio? Eu, como todo moleque, tentei jogar bola, no meu portal (terceirotempo.com.br) você pode achar fotos minhas de beque (zagueiro), mas eu fui um horror, eu tentei, tentei jogar mas não consegui... Eu nunca pensei em ser jornalista, eu queria trabalhar no Banco do Brasil e antes tentei jogar bola, mas eu nunca consegui “entrar na fanfarra”, nunca consegui jogar vôlei, basquete... Eu era bom de natação, para os padrões da cidade. Agora, jogar futebol... Eu tentei jogar de beque, mas eu fui uma porcaria.

150 mil pessoas, umas 130 mil do Galo. Eles cantaram meu nome durante 10 minutos, entregaram o Galo de Prata no gramado pra mim e pro Roberto Drummond, grande escritor que já morreu, e eu tive a maior emoção da minha vida. E eu sou o único jornalista da história da crônica esportiva brasileira que teve seu nome cantado por 200 mil vozes, porque em 2006, num sábado, antes de um jogo contra o Avaí, um jogo da segunda divisão, eles fizeram a mesma coisa! (cantarolando) “Doutor, eu não me engano, Milton Neves é corinthiano... Milton Neves... Milton Neves...” Nunca um jornalista teve seu nome cantado por quase 200 mil pessoas. O que tem aí é no Pacaembu, onde cantam “Galvão Bueno é viado, Chico Lang é viado, Milton Neves é viado...” Então, eu jamais vou esquecer a torcida do Atlético-MG, a torcida que mais gosta de mim. Mais do que a do Santos.

Como foi que o senhor viu que seu lugar era no rádio? Foi em 1967. Resumidamente, eu fui chamado para fazer um teste no serviço de altofalantes de Muzambinho, falei umas abobrinhas lá, uns “coleguinhas” acharam que minha voz era bonita, mas eu não dei bola pra aquilo... Dali um mês, dois, o cara do serviço de alto-falantes montou uma rádio lá, a Continental, e me chamou para fazer programa, e eu comecei a gostar. E eu já era apaixonado pelo rádio, porque eu era santista, e então eu botei na cabeça que um dia eu ia ser um radialista em São Paulo, e realmente aconteceu isso a partir de 1972...

O programa Terceiro Tempo no rádio tinha um grande sucesso. Como foi transpor o programa para a TV? Você sempre teve em mente colocar esse sucesso do rádio na TV? Olha, eu era, sou e vou morrer radialista. Estou em todas as mídias, mas eu gosto mesmo é do rádio. Em 1997, a TV Manchete me chamou para fazer um Terceiro Tempo lá, numa segundafeira à noite, mas a Manchete já estava muito combalida... Emilio Surita (apresentador do Pânico) me apresentou um cara chamado Helio Vargas, que foi meu diretor na Record e é meu diretor na Bandeirantes hoje em dia. Ele estava saindo do SBT, e a gente ia colocar o programa na Manchete. Não saiu, pois a Manchete estava no “quebra, não quebra”... Eu já tinha vendido patrocínio pro Bradesco e pra Rede Zacharias. A Manchete mandou registrar a marca Terceiro Tempo, que era o programa da rádio Jovem Pan, e aí o seu Tuta falou “ah, eu não vou registrar nada, isso tem custos. Se você quiser, registra você...” Eu registrei. E o engraçado é que hoje ele reclama que eu “roubei a marca”... Não roubei nada, ele que não quis registrar, ele “dormiu de botina”... Bom, mas em 1997 não deu certo. Em 1999, eu entrei na Band, só que lá eu não fiz Terceiro Tempo, eu fiz Super Técnico, Gol, O Grande Momento, Esporte Total Debate... Aí em 2001 eu fui pra Record, pelas mão do Denis Munhoz, que hoje é diretor jurídico da Rede TV!, e lá instituímos o Terceiro Tempo. Eu, Mário Quaranta e Edu Zebrini. O Terceiro Tempo na TV estreou em novembro de 2001, e está no ar todos os domingos, tanto na Record como na Band

...ela (Renata Fan) tá falando demais, pensa que é a última batata-frita do pacote. Eu conheço bem ela, já fiz mais por ela que pelos meus filhos...

Mas antes de o senhor vir a São Paulo, o senhor teve uma temporada em Curitiba... Passei seis, sete meses em Curitiba, foi uma experiência numa rádio semi-profissional, a Rádio Colombo, mas mil vezes melhor que a de Muzambinho. Foi uma boa experiência. Com relação aos times que você torce... Como veio essa paixão pelo Atlético-MG e pelo Santos... (interrompendo) Não, o Santos é que é minha única paixão. O Santos é a paixão da minha vida, desde que nasci sou santista. Nasci, vivi e vou morrer santista. Agora, eu cultuo muito a frase “gratidão é a primeira virtude do homem, base de todas as demais”. No dia 6 de outubro de 2001, o Atlético-MG me recebeu num sábado à tarde, lá no Mineirão, num Cruzeiro x Atlético-MG - que foi 2 x 2 - , tinha


11

11

milton neves

1

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Alguns momentos de Milton

Maradona falou com desenvoltura durante o Terceiro Tempo especial, apresentado no camarote da Brahma em 2005, no Rio de Janeiro. Renata Fan, Milton, Maradona e Maurício Torres (1). Na foto estão Zagallo, Pelé, Parreira, Milton Neves, Robinho e Paulo Roberto Martins (2). Nílton Santos, convidado ilustre, participou do Terceiro Tempo da Record em 2002 com Milton Neves, Figueroa e Leão. O jornalista entregou um tapete vermelho para a “Enciclopédia” pisar. Mesmo sem jeito, Nílton aceitou a homenagem (3) Pablo Tavares, Milton Neves e Marcelo Alexandre Becker em seu escritório na Av. Paulista (4).

3

2

O maior time de todos os tempos

Durante a rapidinha do Santos (página 14), Milton afirmou que o maior time de todos os tempos é o Santos de 1962. “Eu falo que São Paulo e Corinthians me tiraram da sarjeta, mas quem me tirou primeiro foi o Santos. Gilmar; Lima, Mauro, Dalmo e Calvet; Zito, Mengálvio e Pelé; Dorval, Coutinho e Pepe. O maior time de todos os tempos. Nunca mais! Se não fosse o Santos, eu tava lá em Muzambinho, com uma vendinha... Mas estaria feliz também!

4


12

milton neves

12

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

atualmente. A marca maior do pós-jogo do rádio e da televisão disparado... Então, a sua mídia preferida é o rádio... Não, não é... Hoje em dia eu gosto de internet, acabei de sair do iG para ir para o BOL/UOL, gosto da seção Que Fim Levou do meu portal... Como começou a seção? Caaalma meu filho! Então, eu gosto de televisão também, gosto do Gol, O Grande Momento do Futebol, eu tô escrevendo na Placar, no Agora SP. Eu gosto de tudo! Gosto de publicidade, de boi, de imóveis, de vinho, de “muié”. Agora, o que você perguntou?

Você foi precursor no quesito de jornalista esportivo ter site no Brasil. Como foi isso? Isso foi sorte. Eu tenho o primeiro site individual de um jornalista esportivo do Brasil. Em 1994, apareceu no meu escritório um rapaz de Nova York chamado Lisum Joal, e ele veio falar numa palavra chamada “site”, que eu nunca tinha escutado. Ele disse “Milton, eu sei que você tá bem, mas você precisa agregar mais um valor à tua marca, que é o site e tal...” Eu não dei bola pra aquilo, mas eu trabalhava com o Alan França Pires – que hoje tá no Yahoo! – e eu disse: “Ah, vê isso com o Alan, porque eu não tenho saco pra isso não...” E fizemos um site meia-boca, mas foi o primeiro. Entrei no ar antes do UOL! E foi assim que começou, pelo acaso. Eu tenho muita sorte na vida, mas sorte é o encontro de capacidade com oportunidade. Agora, você quer ter sorte? É só trabalhar pra caralho! Vocês estão me entrevistando aqui, no meu escritório numa quinta-feira... Eu cheguei aqui às 4h da manhã, eu tenho um apartamento aqui no fundo, dentro do escritório. Acordei às 11h30, já dei um monte de boletim, e estou dando entrevista pra vocês...

A gente com o Debate Bola chegava a encostar e passar o Globo Esporte em audiência. (...) Aí veio o Tiago Leifert, inteligente, moderno, antenado, e fez um Debate Bola sozinho...

Sobre a seção Que Fim Levou... Que Fim Levou começou quando eu tinha um escritoriozinho aqui na Av. Paulista, hoje nós temos dois andares, e eu tinha uma coluna no Diário Popular, hoje Diário de S. Paulo, e naquele dia eu não tinha nada, eu estava desanimado. Então, eu escrevi umas duas ou três notinhas, e pus lá: LOCALIZANDO. Picolé, ex-centroavante do Palmeiras, delegado de polícia no distrito tal - aliás ele já morreu. Lance, exCorinthians, hoje ourives em Santo André. Adãozinho, ex-Corinthians, mora na rua Leandro Dupré e tal. Aí, o Nelson Nunes (editor do Diário na época) me ligou na segunda-feira dizendo “pô, você colocou aí uns 15 jogadores, mas uns 40 ligaram aqui na redação querendo saber por que eles não entraram”. Aí acendeu aquela luz! E eu trabalhava com o Rogério Micheletti – ainda trabalho com ele, tanto no portal como no Agora SP e no Gol, O grande Momento -, e com um rapaz chamado Gustavo Grohmann, que hoje está na Band News FM, foi quando nós instituímos o Que Fim Levou, mas de uma forma obsessiva... Hoje, é o maior portal de memória da imprensa esportiva do mundo, minha paixão. E de Passo Fundo temos não só o Felipão, mas como o Daizon Pontes, o Bibiano Pontes, tá todo mundo lá! O Kita... O Kita, que entrevistei outro dia... O Meirelles Duarte também.

A gente te segue no Twitter, e muita, mas MUITA gente pede a volta do velório dos times (era um quadro do extinto programa Debate Bola do Milton na Record, onde os times que eram eliminados das competições recebiam uma espécie de velório no estúdio, com direito a caixão, marcha fúnebre e flores oriundas dos torcedores rivais, com um detalhe: o programa ia ao ar no início da tarde). Isso tem a possibilidade de acontecer, ou era uma grande brincadeira que muitos levaram a sério? É o seguinte: eu fiz sete, oito anos o Debate Bola na Record, que foi um sucesso estrondoso, tanto é que o Tiago Leifert, essa figura notável, pegou o espírito do Debate Bola e levou para o Globo Esporte, que era um programa quadradão. TP, Matéria, TP, TP, TP, Matéria... A gente com o Debate Bola chegava a encostar e passar o Globo Esporte em audiência. Tanto é que em uma época começaram a fazer debates na segunda e quinta-feira com o Cleber Machado pra copiar a gente. Não deu certo. Mandaram embora a Débora Vilalba, que hoje trabalha comigo na Band. Aí veio o Tiago Leifert, inteligente, moderno, antenado, e fez um Debate Bola sozinho. Agora, eu não entendo. Veja bem, eu tô feliz na Band, a Band é maravilhosa, quero terminar minha carreira


13

lá, mas eu não entendo como a Bandeirantes não coloca um Debate Bola no ar. Eu tenho falado isso pro Neto, que é o melhor cronista esportivo que nós temos. Se eu faço lá meus enterros, meu programa alegre, arrebenta! Porque a Renata Fan decora assunto do dia, fica lá “cagando regra” e tal. A Renata que eu lancei também, mas ela precisa parar de falar, ela tá falando demais, pensa que é a última batata-frita do pacote. Eu conheço bem ela, já fiz mais por ela que pelos meus filhos. Mas o programa lá (Jogo Aberto) tá quadradão, precisa de mais alegria. E outra: são dois programas iguais. Termina um, começa o outro, com os mesmos caras, as mesmas matérias (para São Paulo, após o Jogo Aberto, entra no ar o SP Acontece, apresentado pelo Neto, nos mesmos moldes do Jogo Aberto), não dá pra entender! Acredito que a Bandeirantes vá mudar isso, mas comigo não! Tô morando longe, não tenho mais saco para estar lá todo dia. Só vou se a Band ordenar.

milton neves

Eu gosto de tudo! Gosto de publicidade, de boi, de imóveis, de vinho, de “muié”...

13

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Mas... cabe o velório na grade de programação? Cabe, claro que cabe! Mas precisa saber fazer. E a Renata não sabe! E o Neto saberia? O Neto (pausa)... é o melhor jornalista que nós temos lá, queiram ou não. Ele é a estrela do pedaço! A sua biografia, que está sendo escrita pelo Claudio Tognolli (mesmo biógrafo do Lobão), já está pronta? Não, não... Não tá pronta nada. Aliás, ele está bravo, pois hoje, quinta-feira, recebi três e-mails dele. Eu prometi de gravar pra ele algumas histórias no início da semana, não fiz porra nenhuma (feriado de 15 de Novembro), e passei os dias dormindo com as minhas netas. Eu tô em dívida com o Tognolli, mas vou dar as histórias pra ele. Eu já dei 5%, mas ainda tem bastante coisa pra entregar. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


14

14

Se pá...

milton neves

Rapidinhas com Milton Neves

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Muzambinho – Paixão da minha vida. Pra lá voltarei. Dirigindo ou com os braços cruzados na barriga. Curitiba – Tenho feito grandes eventos lá. Cidade linda, maravilhosa, mas em 1971, passei fome e frio lá. São Paulo – Obrigado São Paulo! Obrigado Corinthians! Se não fosse vocês dois, eu tava morto! São Paulo e o Corinthians me tiraram da sarjeta! Passo Fundo – Nunca fui. Mas vou precisar ir agora a Erechim receber o título de Cidadão Honorário, e a única vez que fui em Erechim, eu desci em Chapecó, e a estrada é um chute no saco! Então me falaram pra descer em Passo Fundo, que de Passo Fundo a Erechim é mais rápido. Então, logo logo vou conhecer Passo Fundo, terra do Felipão, homem que eu pus na Seleção Brasileira em 2001. E até hoje ele não falou “Obrigado”! (Nisso, Marcelo pergunta se o Felipão convocou o Ronaldo ligando para o Dr. Osmar de Oliveira no intervalo do programa. E Milton confirmou.) Dr. Osmar de Oliveira – O mais doce e mais honesto homem no jornalismo esportivo que conheço. Mauro Beting – Uma maravilha de pessoa. Oxalá todo mundo fosse que nem aquele peruquento, com aquela peruca horrorosa. Figura notável! Neto – O melhor comentarista da TV brasileira, disparado. Mas tem de parar de apresentar, porque ele não sabe. Juca Kfouri – O rei do traço. Emerson Leão – O pior técnico do Brasil e um dos maiores goleiros do mundo. José Trajano – Excelente jornalista, mas tão azedo que afastaram ele lá (Trajano afastou-se da direção de jornalismo da ESPN Brasil, e seguirá apenas como comentarista). Renata Fan – Uma delícia, uma maravilha. Minha filha, minha neta. Lancei a Renata Fan, não me arrependo de nada, mas ela se tornou uma grande ingrata. Aliás, os gaúchos são ingratos na minha vida. Felipão, Renata Fan e Britto Jr. Tiago Leifert – Genial! Corinthians – Obrigado Corinthians! Se não fosse você, eu tava fudido! Inter e Grêmio – A maior rivalidade localizada do mundo. Exagerada até, mas a maior. Atlético-MG – Galo mais lindo do mundo! Deus tá reservando muita coisa boa para o Galo! Não há mal que sempre dure! Santos – Santos meu amor! Ricardo Teixeira – Eu lembro do Flávio Gomes, que é um dos maiores jornalistas do Brasil, junto com o Ruy Carlos Ostermann e o José Trajano - que é uma pena que ele seja tão azedo. O Flávio Gomes um dia falou: “Engraçado esse Ricardo Teixeira. Nunca vi um sujeito com uma imagem tão ruim, mas com um aproveitamento tão aceitável, consideravelmente bom...” E antes de ele trazer a Copa do Mundo para o Brasil. Mas a entrevista que ele deu para a revista Piauí foi uma tragédia, a extrema-unção da carreira tão longa dele. Mas agora depois da Copa ele vai sair. Copa de 2014 – Vai ser um sucesso, mesmo com os estádios atrasados e com os aeroportos ordinários.



16 museu do futebol milton neves

16

UMA UMAREVISTA REVISTAPLURAL PLURAL LLAARRUULLPPAATTSSIV IVEERRAAM MUU


17

milton neves

Tudo que é sagrado precisa de um templo para poder ser cultuado 17 em sua plenitude. Monalisa tem seu Louvre, em Paris. Guernica tem seu Centro Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madri. E o esporte bretão encontrou seu templo, no Museu do Futebol, localizado no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Afinal, onde mais poderia cultuar-se o futebol se não dentro de um estádio?

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Um templo

para O esporte sagrado Por: Pablo Tavares* Fotos: Pablo Tavares e Divulgação


18 museu do futebol

18

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

E

m uma cidade grande, quando te falam “é pertinho”, pode contar que é longe. Pude comprovar isso quando descemos na Estação Clínicas do metrô, rumo ao Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. Contorna-se o Cemitério do Araçá (tranquilamente do tamanho de um bairro pequeno de Passo Fundo), desce-se umas três quadras em uma ladeira íngreme, e anda-se um bom costado dos muros alaranjados do Pacaembu, além de descer uma escadaria para chegar à Praça Charles Miller, onde se dá o acesso principal do estádio. Ufa! Mas, o que não se pode negar, é que o Pacaembu é um dos estádios mais bonitos que existem. Encrustado em um bairro residencial de São Paulo, o estádio é de uma arquitetura maravilhosa, projetado para que não haja “pontos cegos”, onde os torcedores possam acompanhar as partidas plenamente. Quando a imagem de um museu vem à memória, logo pensa-se em peças velhas, em imagens estáticas. No Museu do Futebol, esses conceitos são “coisa de museu”. O museu tem sua visitação baseada em três pilares: emoção, história e diversão, utilizando-se das ferramentas mais diversas e interativas, como fotos, vídeos e áudios para encantar os visitantes e mostrar que o futebol, além de ajudar a contar a história do Brasil, é mais que um esporte, é um sentimento que nos habita.


Anjos barrocos Os craques do futebol são muito mais que ídolos: são deuses. E este encontro “divinal” é proporcionado na Sala dos Anjos Barrocos. Ao som de tambores, que estimulam a sensibilidade do visitante, o ambiente apresenta nove telas de vidro com projeções em sucessivas fusões, em câmera lenta, que dão a impressão de que os jogadores estão flutuando, movendo-se em pleno ar. As imagens dos atletas pairam sobre as cabeças dos visitantes e executam famosas

jogadas, como dribles, cabeceios, gols de bicicleta. Os grandes ídolos do futebol homenageados neste espaço são: Pelé, Garrincha, Zico, Sócrates, Romário, Ronaldo, Gérson, Rivelino, Didi, Djalma Santos, Zagallo, Falcão, Jairzinho, Zizinho, Nilton Santos, Bebeto, Carlos Alberto Torres, Tostão, Vavá, Gilmar, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Julinho, Roberto Carlos e Taffarel. O grande momento É inegável que o grande momento do futebol é o gol. Na Sala dos Gols, 22 personalidades da história brasileira contam passagens pessoais que foram marcadas por gols importantes do futebol. São vídeos gravados por Alberto Helena Junior, Armando Nogueira, Arnaldo Cezar Coelho, Daniel Piza, Fernando Calazans, Galvão Bueno, João Máximo, José Roberto Torero, José Trajano, Juarez Soares, Juca Kfouri, Lima Duarte, Luis Fernando Verissimo, Marcelo Tas, Marco Mora, Nelson Motta, Sérgio Xavier entre outros. Em cabines, o visitante pode assistir a cada um dos gols.

19

19

museu do futebol

Emoção, história e diversão Criado há três anos, o Museu do Futebol já atraiu para suas salas mais de 1 milhão de pessoas e a imprensa do mundo todo, do jornal norte-americano The New York Times ao francês Le Monde, além do inglês The Guardian. Logo na entrada encontra-se painéis com textos de Armando Nogueira, além de uma projeção do Rei Pelé dando as boas-vindas aos visitantes. O conceito do museu baseia-se em três pilares: emoção, história e diversão. Na primeira parte do museu, o futebol é tratado a partir da emoção que ele desperta nas pessoas. Já na parte da história, em mais de mil imagens fotográficas e 21 vídeos, é contada a trajetória histórica do nosso futebol, passando por Charles Miller, Leônidas da Silva, Tarsila do Amaral, Getúlio Vargas entre outros heróis brasileiros. Na parte final da visita, o futebol é visto como diversão, como jogo, como brincadeira, como rivalidade entre torcidas e como atividade lúdica.

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Marcado no dial Até hoje, o rádio transmite um plus a mais para quem gosta de futebol. Na Sala dos Rádios, o destaque é o futebol narrado. O visitante pode ouvir, a partir de uma listagem selecionada, num grande dial cenográfico, as transmissões originais de gols marcantes da história do futebol brasileiro. Os locutores são Ary Barroso,

A sala mais emocionante

Muita gente não faz a mínima ideia de como foi a catástrofe da Copa do Mundo de 1950, onde o Brasil perdeu para o Uruguai, em pleno Maracanã lotado. No Museu do Futebol, é possível sentir um pouco do que foi aquele dia, na sala O Rito de Passagem. A sala tem como objetivo rememorar toda a dor sentida com a derrota do Brasil. Aquela não foi só uma derrota da seleção brasileira de futebol, mas de todo um país. Porém, esta é uma tragédia que serve de lição, fazendo com que não só o esporte, mas a sociedade, de uma forma geral, se reinventem. Neste túnel escuro e fechado, ouve-se um texto narrado por Arnaldo Antunes, que descreve os momentos que precederam a partida. Em seguida, após o fim do jogo, as imagens continuam passando, porém o silêncio dentro da sala é total, experimentando-se o mesmo silêncio que “calou” o país naquele momento. A imagem vista é a de de milhares de torcedores, como numa procissão, descendo a enorme rampa do Maracanã. As imagens têm duração de um minuto, mostrando a síntese dessa história, ao som marcado por batidas rítmicas do coração. De certa forma, um marco histórico que, mesmo tendo causado sequelas em alguns (o goleiro Barbosa morreu com a ideia na cabeça de que nunca fora perdoado pelo povo brasileiro por ter levado o gol de Ghiggia), o fato foi uma espécie de divisor de águas, pois a partir dali, a Seleção Canarinho passaria de coadjuvante a protagonista no mundo.


20 museu do futebol

20

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Antonio Cordeiro, Armando Pamplona, Doalcey Camargo, Édson Leite, Fiori Gigliotti, Gagliano Neto, Geraldo José de Almeida, José Carlos Araújo, José Silvério, Jorge Cury, Nicolau Tuma, Oduvaldo Cozzi, Pedro Luiz, Osmar Santos, Rebello Júnior e Waldir Amaral. A Taça do Mundo é nossa Vídeos com imagens das copas, com oitenta minutos de duração total, compõem a Sala das Copas. Eles se alternam - em grandes estruturas compostas por diversas telas que, juntas, têm o formato de uma taça - com painéis de fotos, ilustrações, recortes de jornais e documentos dos respectivos períodos. Essas imagens mostram a moda, a música, os acontecimentos políticos e as transformações sociais de cada tempo, uma aula cultural aos visitantes do Museu. Os espaços iniciam-se com uma sequência de cartazes lembrando a criação da Fifa e da CBF e terminam com uma pré-celebração da Copa de 2014. As oito “taças” presentes neste ambiente representam, respectivamente, os seguintes períodos/Copas: 1930 a 1954; 1958; 1962-1966; 1970; 1974 a 1982; 1986-1990; 1994-1998; e 2002-2006. Além de tudo isso, o museu conta com várias outras salas e propostas que eu encheria páginas e páginas para contar. Mas eu não quero isso. Eu quero que você vá conhecer. Afinal, você precisa ir, ao menos uma vez na vida, ao templo do esporte sagrado. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

* Colaborou Marcelo Alexandre Becker

+

UMAdo REVISTA PLURAL LARULP ATSIV Museu Futebol Local: Estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, s/n) Preço: R$ 6,00 (R$ 3,00 a meia entrada para estudantes e idosos) Entrada gratuita às quintasfeiras Horário: das 9h às 18h Bilheteria: das 9h às 17h Site: www.museudofutebol. org.br Telefone: (11) 3664-3848 *Consulte o horário em dias de jogos


21

21

coluna UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Juliana Scchneider

Quanto vale Você já parou para pensar quanto vale sua imagem? Já passou pelos seus pensamentos que você conseguiria um emprego ou conquistaria a confiança de alguém pelo que você veste. É duro, mas é a mais pura verdade. A tal da imagem realmente vale por mil palavras como diz o ditado. Somos julgados pelo que aparentamos. E não é algo que apenas se diz. Em minhas palestras e andanças por aí, sempre cito um texto, onde pessoas de diferentes partes do mundo e das mais variadas idades, foram designadas a escolher um líder entre fotos de homens. Todas escolheram o mesmo. Apenas pela imagem que ele passava. Uma imagem que condizia com o cargo que lhe era incumbido. Estudos dizem que em 30 segundos conseguimos identificar aspectos super únicos da personalidade de alguém. Como a que tribo ela pertence, sua classe social, entre outros. Parece cruel. Mas a primeira impressão que passamos é super importante. Diz de nós. E é a que fica,

até que se prove o contrário.

Cuidar da imagem não é futilidade. E, engana-se quem pensa que imagem é somente a moda. Não. A imagem é desde o tom de voz até os gestos que fazemos quando nos aproximamos de alguém. A moda é fundamental sim, pois é uma ferramenta. Através das escolhas feitas na hora do vestir, construímos a imagem, que, sem dúvida, deve ser um reflexo de quem somos e, acima de tudo coerente com o todo que nos circunda. Não é tolo quem cuida de sua imagem. Cuidado esse que pode ser “descuidado” propositalmente. Que em pequenos detalhes revela uma personalidade. Que aproxima pessoas semelhantes. Que passa credibilidade. Que é o retrato de nós mesmos. A coluna Cabide que a partir desta edição terá espaço na Alt, está, também, todos os finais de semanas no caderno Mix do jornal O Nacional. Não perde!



23

Laércio Cunha

coluna

CHAPLIN - 75 ANOS DE TEMPOS MODERNOS

23

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Se adentrarmos em uma máquina do tempo utópica para análise dos grandes cineastas, realizadores e produtores do século XX pode-se dizer com convicção que não há palavras suficientes para adjetivar a inquestionável relevância de Charles Chaplin para a construção da sétima arte. Chaplin cravou na história um dos personagens mais icônicos de sua carreira, o cativante vagabundo Carlitos. Ator, roteirista, diretor e financiador de suas próprias obras investia na simplicidade do vagabundo aliado a poderosa interpretação muda de seu personagem para a conquista das platéias.

servindo de cobaia para um aparato moderno ou com suas ferramentas apertando a tudo e a todos com formatos circulares em gestos involuntários uma exemplificação do estresse a qual funcionários de uma linha de montagem industrial eram submetidos. Assim, demonstrando o quanto moderna é essa crítica de capitalismo roteirizada por Chaplin. Paulette Goddard (que viria a ser esposa de Chaplin por alguns anos na vida real) na trama interpreta uma jovem órfã, representando a massa juvenil da época que também enfrentava dificuldades quando seus pais encontravam-se desempregados.

Quando Chaplin lançou um de seus filmes mais geniais e contundentes, Tempos Modernos, a sonoridade já vinha sendo empregada a algumas películas, fator suficientemente preocupante para Chaplin e o vagabundo, pois se o personagem falasse junto a ele sua essência “morreria”. Por esse motivo Chaplin mostrou-se cético a utilização do recurso da linguagem falada por alguns anos em seus filmes, e em Tempos Modernos empregou a sonoridade apenas em algumas cenas que fazia-se necessários ruídos ou números musicais, mantendo assim o silêncio de Carlitos intangível.

Estes, que perdiam seus empregos em decorrência do fechamento das fábricas por causa das intermináveis greves de trabalhadores que exigiam melhores condições de trabalho e salário, fizeram surgir assim os primeiros moldes de sindicatos. Quando o personagem de Carlitos e a jovem órfã encontram-se pela primeira vez dentro da trama é aí que a cativante simplicidade de Chaplin citada acima aflora. Ambos são movidos pelo sentimento de sobrevivência através de uma vida simples e confortável. Mobilizando o vagabundo na busca de um trabalho para sustentar os seus sonhos, mas as suas constantes desatenções acabam lhe prejudicando e rendendo as situações mais hilárias e inusitadas e, como consequência, a demissão de seus respectivos empregos. Levando a marginalização do vagabundo, assim praticando alguns “delitos” como sair sem pagar de restaurantes (genial) para ir preso e assim poder matar sua fome por alguns dias, sendo logo solto e reintegrado a sociedade. O clímax da força interpretativa de Chaplin se dá na memorável cena do canto e da dança para a platéia no restaurante. Mostrando que o cineasta soube se sobressair muito bem na questão do medo que tinha frente à modernidade da era sonora. Se toda a introdução e desenvolvimento de Tempos Modernos é extremamente contundente, o mesmo pode-se dizer de sua conclusão. Aquela estrada longínqua que termina em uma extensa faixa de horizonte é um belo desfecho de narrativa para uma obra singularmente edificante. Além de representar o caminho que conduziria Chaplin a sua imortalidade dentro da história cinematográfica.

Tal recurso foi bastante benéfico para a composição das cenas, demonstrando o expressivo domínio da técnica cinematográfica, seja tanto na exímia habilidade de espaçamento quanto na edição sonora e visual de suas obras. E Tempos Modernos é um filme dotado de cenas memoráveis e que também é carregado de críticas sociais. Liberdade de expressão essa recorrente na maioria dos filmes de Chaplin, tornando-se assim um dos primeiros cineastas ousados e polêmicos. Diferentemente de realizadores atuais que buscam a polêmica através da violência escancarada ou em falsos moralismos, a “ousadia” de Chaplin tinha total fundamento. Em Tempos modernos a sua crítica de sociedade tem embasamento na Revolução Industrial, sendo o vagabundo inserido dentre desse contexto do homem a mercê da escravidão, capitalismo e modernidade. Sendo as geniais cenas de Carlitos


estilo

s/a

Entendo muito pouco de música eletrônica, mas pelo que escuto por aí, Passo Fundo tem uma das maiores cenas de tal gênero no país. E o pessoal curte muito. Festas “bombadas”, com cheia de gente com bastante estilo. E, como consequência disso, a cidade também lança grandes nomes de DJs que já anima festas por todo o sul do país. E no meio dessa “tribo” de gente descolada, que curte as madrugadas embaladas ao som de pick ups, encontramos um casal, ambos Djs, super reconhecidos pelo seu trabalho e, também, pelo seu estilo: Lolô Bortholacci e Gui Carrão.

24

24

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Lolô Bortholacci Já havia escutado falar da moça e de seu estilo. Ao encontrar com ela só se confirmaram os comentários. Com 23 anos, Lolô esbanja uma imagem super bem cuidada de alguém com personalidade forte. Bancária e Dj, ela transita em universos totalmente opostos. Da formalidade ao informal. Do contido ao descontraído. E, isso implica em vários aspectos na hora dela escolher o que vestir. A moda entrou na vida de Lolô Bortholacci assim que começou a tocar na noite com freqüência. Por estar no palco, e ser o centro das atenções, o que veste passou a ser super importante para a imagem que vai passar para o público. Aliás, para cada festa onde trabalha, uma aquisição nova para o guardaroupa, conta ela. A partir de 2009, quando teve sua estréia significativa em uma festa da cidade, Lolô passou a ditar moda. Sempre atenta ao que as pessoas em seu meio estão usando, como as outras Djs mulheres, por exemplo, ela constrói sua identidade própria. Mas a moça afirma que a música eletrônica é um estilo de vida. Além do que vestem, as pessoas se identificam pela forma de encarar a vida, pelo como elas pensam, o que elas curtem, enfim, pelo posicionamento perante as coisas e pela atitude. Lolô tem um estilo despojado. Fora do banco onde trabalha,onde precisa ter uma postura super formal, gosta de valorizar suas tattoos. Regatas são peças fundamentais no seu guarda-roupa. Nada de muita estampa. Nada de muito colado. A moça se sente a vontade com um shorts jeans larguinho, uma blusa soltinha, e afirma que sua sensualidade está ali. Mas, para uma apresentação não dispensa um salto, para dar todo aquele ar feminino nas produções. A Dj não dispensa maquiagem. Para o dia a dia, não sai de casa sem rímel e delineador. Já para as noites, onde encanta o público com seus sets, ela capricha no make. Enfim, para Lolô, seu estilo reflete bem o que ela é: Simples, bonita, despojada e moderna.

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Por: Fotos:

Juliana Scchneider Equipe Alt

FOTO: Guto Escobar


25

25

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Lolô não dispensa a maquiagem para seu dia a dia

Acessórios dão um toque a mais no visual despojado da Dj

Saltos não podem faltar nas produções para tocar nas baladas

Look perfeito para Lolô subir ao palco: Blusa soltinha, shorts jeans e um cinto

Bodies são peças indispensáveis Peça básica para todas as horas: regatas!

Acessórios sempre com a moça para suas apresentações: computador e fone


estilo

s/a

26

26

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Guilherme Carrão

FOTO: Guto Escobar

Super simpático, Gui, como é conhecido, nos mostra toda sua casa antes da entrevista começar. O Dj de 23 anos, é daquelas pessoas que dá vontade de passar horas e horas conversando. Sempre com um sorriso no rosto, ele mostra seu jeito de ser na maneira simples e descomplicada da imagem que nos passa logo de início. Despojado, é assim que Guilherme se descreve. E percebe-se isso logo de cara. Com os pés descalços, ele conta que a música está na sua vida desde sempre. Seus pais deixaram essa herança para ele e seu irmão gêmeo Diego Carrão: o gosto musical. Aliás, os dois são parceiros profissionais e tocam sempre juntos nas festas de música eletrônica com projeto “Look a Like”. E, é da música que, também, é construída sua imagem. Assim como sua namorada, Gui afirma que o mundo da música eletrônica é refletido diretamente na sua maneira de ser e parecer. Segundo ele todas as vertentes de sua vida são diretamente influenciadas pelo universo que ele transita. Gui afirma que seu estilo pessoal é bem próprio. Em uma palavra se descreve como descolado. Não dispensa um chinelo é uma bermuda de surf. Aliás, ele conta que é só o calor começar para ele colocar os pés de fora. Por outro lado, o Dj tem um preocupação na hora de vestir para suas apresentações, pois no palco está em evidência, e precisa ter uma imagem adequada ao momento. Uma calça jeans diferente e uma camiseta básica mais larguinha, é assim que ele se sente bem. Antenado em moda devido ao meio que vive, ele não se deixa influenciar pelo que está em alta, se não é do seu agrado. Gui traz para seu guarda-roupas uma super influencia do skate. Praticante do esporte por anos, os tênis que curte são todos com essa pegada mais street, a camiseta que prefere é mais larga, assim como as bermudas e calças. E, na hora de comprar, ele conta, que opta por marcas mais voltadas para os mundos do skate e do surf. Pelo seu estilo mais despojado de ser, Guilherme diz que não tem nada que ele não viva sem para compor seus looks, tanto no dia a dia, quanto a noite quando trabalha. A única coisa que não dispensa mesmo é seu celular. Gui é bem descomplicado e simples assim.


27

27

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Camisetas são peças fundamentais no guardaroupas de Gui Carrão

As calças jeans compõem os looks tanto do dia-a-dia, quanto os looks para suas apresentações. Mais largas, elas sempre têm um detalhe a mais

Os tênis street e o boné vem do universo do skate, super presente em sua vida

Peça preferida de Gui: Chinelos

As bermudas estilo surf são as preferidas do Dj em tempos de calor

Bermudas jeans mais largas também são peças fundamentais para seus looks

Mas o moço não vive mesmo é sem seu celular


28

milton neves ketherin kaffka

28

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


29

29

milton kaffka neves ketherin

E Deus criou a mulher Ketherin Kaffka é uma das melhores criações do Todo Poderoso. De uma leveza incomparável, ela é a bela que encerra 2011 aqui na Revista Alt. Texto: Fotos: Edição de moda:

Daniel Bittencourt Diogo Zanatta Juliana Scchneider

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


30

ketherin kaffka

30

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


Ketherin Kaffka é seu nome. E mesmo que pensemos no autor de A Metamorfose, logo que a fitamos deixamos tal ideia em segundo plano. Natural de Santa Rosa, a loira estuda Design de Moda na UPF, é leonina e romântica como uma verdadeira mulher deve ser. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

31

milton kaffka neves ketherin

D

izem que Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo. E quando Ele resolveu criar a mulher, não foi da costela de Adão, mas sim da beleza daquilo que existe de mais perfeito no mundo. E assim foi com Ketherin. De nome exótico, é quase impossível negar que ela tem um quê de Brigitte Bardot em sua beleza. É aquele mesmo ar de menina-mulher que deixou a humanidade perplexa quando a insuperável Brigitte estrelou o filme de Roger Vadim, Et Dieu... Créa la femme. E que femme!

31

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


32

milton neves ketherin kaffka

32

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


33

33

milton kaffka neves ketherin UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


34

ketherin kaffka

34

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


35

35

ketherin kaffka UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


36

milton neves ketherin kaffka

36

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


37

37

milton kaffka neves ketherin UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


38

ketherin kaffka

38

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


39

39

milton kaffka neves ketherin UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Cabelo e Maquiagem: Juliana Bortolom para Roberta Westphalen Designer de Cabelos Tratamento de imagem: Pablo Tavares Agradecimentos: Marthina Rouparia Parfeito

+

Confira no site fotos exclusivas do ensaio com a Ketherin.

www.revistaalt.com.br

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


40

consumo

40

Lute por sua grande conquista! Os melhores acessórios para Fight e Fitness estão na PERFECT HEALTH

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Luvas de MMA

a partir de R$ 75,00

Kit Boxe F ou M (bandagem elástica+ protetor bucal+ Luva boxe)

R$ 130,00 à vista ou 3 x R$ 48,00

Saco Boxe Couro sintético Camisetas (Rip Dorey, Koral, Rudel)

a partir de R$ 38,00

1m R$ 115,00 à vista 1,4m R$ 148,00 à vista

Kimonos (Koral, Atama, Keiko, Red Nose, Yama) Bermudas (Rip Dorey, Koral, Rudel)

a partir de R$ 55,00

a partir de R$ 150,00


41

consumo

Pra você que quer resultado!

41

Os melhores Suplementos Alimentares estão na PERFECT HEALTH

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Combo Queima de Gordura Potencializada (Isso é Real!!!!) Linolen c/ 120 caps + Actmax c/ 60 caps

Whey Protein Refil 2Kg

R$ 98,00 à vista ou 2x R$ 55,00 Whey Premium Series é um suplemento com 70% de proteínas de alto valor biológico indicado para construção, definição e recuperação do tanquinho...

Chá verde solúvel

R$ 18,00 à vista

Reúne todos os benefícios que consagram esta erva, com a praticidade do preparo instantâneo, bastando acrescentar 1 colher de sopa à água (1L) para se obter a bebida. Pode ser consumido quente ou frio, a qualquer hora do dia por pessoas de todas as idades.

Bote pra Queimar! RIPPED FAST LIPO CUT X HERS Os suplementos termogênicos ajudam a acelerar naturalmente o metabolismo além de te dar aquele gás na hora do treino!

Seus treinos nunca mais serão os mesmos... Super Charge Xtreme Suplemento que a galera curte tomar antes do treino. Garante força, explosão e energia até seu limite!

www.PERFECTHEALTH.com.br

Rua Independência, 789 - Sala 1. Passo Fundo/RS Fone: 54 3045-6383 contato@perfecthealth.com.br


42

filipe catto

42

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


43

43

filipe catto UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Um novo

fôlego

Filipe Catto é um artista ímpar. É difícil não se arrepiar ouvindo alguma música cantada pelo gaúcho radicado em São Paulo. Filipe, que lançou recentemente “Fôlego”, seu primeiro disco, conta a Alt como começou sua carreira, o processo de gravação do disco e como é ser um artista de propriedade no Brasil. E ainda, de onde vem o seu fôlego... Por: Fotos:

Pablo Tavares Carolinie Bittencourt


T

44

filipe catto

44

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

enho dormido pouco e mal ultimamente. Enquanto a maioria das pessoas está de braços dados com Morfeu, eu estou trabalhando, vendo algum filme ou algo no computador. E foi numa dessas longas madrugadas que, ao deixar a TV ligada no Programa do Jô, algo chamou a minha atenção de susto. Uma voz de timbre feminino cantava uma espécie de tango marcado, que parecia evocado do chão, com uma visceralidade que há muito tempo eu não via. Virei em direção à TV e, qual a minha surpresa, quem cantava era um cara. Ou melhor, um menino, de estilo rock’n’roll, arrepiando uma plateia inteira, assim como o apresentador, que geralmente é frio com seus convidados. Esse cara era Filipe Catto, que cantava Saga, carro-chefe de seu primeiro disco, “Fôlego”. Trilha de novela (Cordel Encantado), Saga é uma das coisas mais belas que eu ouvi ultimamente. Uma canção que cresce a todo o momento, e termina de uma forma épica. Filipe tem o timbre de voz chamado contratenor (em uma tradução leviana, um homem que canta com voz de mulher), timbre esse que faz com que muitas pessoas remetam de cara o estilo de Filipe ao de Ney Matogrosso. “É normal que comparem no primeiro momento, porque o público precisa de um parâmetro pra se posicionar. Sinceramente, não me incomoda, porque o Ney é um grande artista, e é tão autêntico que seria ridículo eu tentar me apropriar de qualquer coisa ali. O tempo é que define o espaço de cada um”.

Com pedras e brasa A carreira de Filipe começou oficialmente em 2009, quando ele lançou o EP Saga para download gratuito. Mas extra-oficialmente, a música vem de muito antes. “Minha família é de músicos, então eu cresci com isso muito naturalmente, eu sempre soube que meu negócio era cantar. Quando vi eu tava tocando por aí, montando banda, compondo...” Filipe calcou sua carreira em Porto Alegre, mas deu uma guinada quando se mudou para São Paulo. “Pessoalmente foi necessário (ir morar em SP), porque aqui eu tenho um campo maior de trabalho, vivo de shows autorais. Na verdade eu sempre pensei em mim morando em São Paulo, é uma cidade que me acolheu muito bem desde as primeiras visitas, e quando eu resolvi ficar, fui muito bem recebido pelo público”, completou. Sem pudor Filipe transita entre vários estilos musicais, sem pudor. Ele não se preocupa com rótulos. “Eu não gosto de pensar em arte de forma catalogável, isso é bobagem. Eu sou intér-

prete, em primeiro lugar, e compositor. Eu posso cantar e fazer o que eu quiser, porque não sou uma coisa só. Sendo intérprete, eu tenho cartão verde pra fazer o que quiser, e quero que continue assim. Eu prefiro que minha assinatura seja a diversidade, e não um estilo específico. E na loja, eu estou na parte de Música popular, que graças a Deus tem toda essa diversidade inserida, porque MPB também é rock, samba, baião, blues e tudo mais.” Uma redoma de cetim Produzido por Dadi e Paul Ralphes, Fôlego foi gravado sem muita elaboração. “Foi lindo. Gravamos o disco em uma semana, ao vivo, tocando junto, criando... foi um processo bem intenso, bem físico, espontâneo”. O conceito do disco partiu das apresentações que ele já vinha fazendo há algum tempo. “Usei esse tempo pra testar músicas, arranjos, escolher coisas minhas e de outros compositores... quando fomos gravar, eu já sabia muito bem o que queria, porque tinha muita familiaridade com o repertório. Então foi um processo


45

45

filipe catto UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

muito orgânico, que foi acontecendo aos poucos, as músicas foram acontecendo, se impondo”. O disco todo foi gravado ‘ao vivo’, isto é, sem gravar nada em separado. “A gente gravou ao vivo exatamente pra captar essa faísca da melhor forma possível. Pra isso eu, inclusive, aboli o fone de ouvido e o microfone de estúdio e gravei tudo com microfone de show na mão, pra poder me movimentar e deixar a interpretação fluir melhor”. Além disso, uma parte importantíssima da concepção total são os músicos. “Os músicos trouxeram muito pro som, se posicionaram, mostrar timbres e texturas bacanas. Eu gosto muito de criar arranjos em grupo, então fico sempre com a antena ligada pro imprevisível, porque isso me instiga, me desafia, e isso fica presente no som”, finaliza. Tem samba no meu quarto a noite inteira... ...e no de Filipe tem muito mais que isso. Maria Bethânia, Billie Holiday, Jeff Buckley, PJ Harvey, Elza Soares, Elis Regina, Milton Nascimento, Cássia Eller e Janis Joplin (ufa!) são algumas das influências de Filipe Catto. Muitos dos artistas que influenciam Filipe não compõem, são apenas intérpretes. Filipe é compositor. Das 15 faixas de Fôlego, nove são de sua autoria. Um processo intuitivo, segundo ele. “Eu componho

quando eu pesco alguma coisa no ar, quando surge uma frase, uma melodia assim, do nada. Aí eu vou desenrolando a história, mas não tenho um processo nem sou disciplinado com isso”. Diante disso, perguntei se para um artista se afirmar no Brasil hoje em dia é necessário que ele tenha uma obra autoral, que ele seja cantor, compositor, arranjador como regra. Filipe me respondeu que, primeiramente, o artista precisa ser autêntico, autoral no sentido de propriedade artística. “Ser autoral não significa ser compositor. Significa ter personalidade de escolhas, conhecer e se entregar ao seu repertório, ao seu som. Nesse ponto, eu acho que o artista de escolhas fáceis, óbvias e previsíveis, calcadas numa formulinha, numa esteticazinha, tende a comer poeira”. Mas, acima de tudo, Filipe é um intérprete. Não o intérprete que sobe ao palco e canta a música de outro, mas sim o artista que tem um compromisso muito maior com seu público. Ele não se considera um showman, a serviço do entretenimento puro e simples. “Acima de tudo, eu acredito que existe uma função sagrada no palco, e eu estou a serviço disso”. E, diante de tudo isso, de onde vem o seu fôlego? “Eu não sei da onde é que ele vem. Eu é que venho dele! (risos)”. E quem conhece Filipe Catto, sem dúvida, passa a precisar de seu fôlego para seguir... UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU



Dê clássicos da DC Comics de presente! Se você é fã de quadrinhos, precisa ler esses títulos. Se você ainda não conhece bem o gênero, é a chance de acertar de cara comprando qualquer um deles. Além disso, são boas sugestões de presente de Natal, com preços e estilos variados. Todos se tratam de verdadeiros clássicos de diferentes épocas da editora DC Comics, e acabam de sair no Brasil pela Panini em reedições especiais.

Batman Ano Um

Essa é uma daquelas obras que mudam os caminhos de um personagem. Em Batman Ano Um, Frank Miller e David Mazzucchelli revolucionam a interpretação da origem de Batman a abrem espaço para uma nova visão do obscuro herói, algo que influenciaria até os filmes sobre o Homem Morcego. Além dos originais de 1986, mais 40 páginas de extras. Por R$ 37

Batman – Dia das Bruxas

O Batman aparece novamente nesse lançamento que reúne três histórias produzidas por Jeph Loeb e Tim Sale na época do Halloween. Foi graças ao bom desempenho dessas edições que a DC lançou anos depois a aclamada minissérie O Longo Dia das Bruxas, também publicada aqui em 2008. Por R$ 54

Transmetropolitan

Essa é a melhor opção pra quem procura quadrinhos underground modernos. Com o insano jornalista Spider Jerusalém, o título de Warren Ellis coloca um futuro cyberpunk de cabeça para baixo. Sequências frenéticas nonsense, sexo, drogas, violência, rock’n’roll e palavrões de sobra infestam o segundo volume intitulado Tesão pela vida, onde estão reunidas as edições de 7 a 12. Por R$ 42

alt+tab

por Marin

a de Cam

*Marina de Campos é editora dos suplementos de cultura do jornal O Nacional, o Segundo Agenda, nas sextasfeiras, e o Segundo Standard, nos fins de semana.

pos

47

47

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Watchmen

Com a última edição esgotada, a Panini aproveita a época para relançar Watchmen Edição Definitiva, uma das graphic novels mais influentes de todos os tempos. Clássico imbatível de Alan Moore e Dave Gibbons, a obra reinventou o conceito de super-herói com seus controversos vigilantes em plenos anos 1980. Obrigatório em qualquer coleção. Por R$ 110

Superman Vs. Muhammad Ali

Aqui uma obra mais clássica, em todos os sentidos. Além de girar em torno do Homem de Aço, a obra foi levada às bancas ainda na década de 1970. Na história que carrega uma das capas mais míticas dos quadrinhos, Superman precisa enfrentar ninguém menos que Muhammad Ali, tendo como público outras figuras reais como Frank Sinatra, Beatles, John Kennedy e até o Pelé. Por R$ 22,90


48

coluna

48

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

Adriana Schneider

Segue o Rumo Quem nunca pensou: “Meu Deus! Eu preciso passar um tempo sem pensar em nada”... Acredito que tenha passado na cabeça de muitos esse sentimento de querer viver assim, sem se apegar em nada e viver como se estivesse nesse mundo paralelo, onde as preocupações da vida cotidiana não existiriam por, pelo menos, algum tempo. Claro, não penso eu, que as pessoas devem fugir de seus problemas, de suas obrigações e de seus interesses. Mas cá entre nós: todos desejamos, em certos momentos do cotidiano, uma vida sem preocupações. O que acontece é que não é fácil desopilar. Mesmo quando estamos na praia, no campo ou no churrasco de domingo com os amigos, acaba que sempre voltamos nossa mente para essas preocupações. Pessoas próximas, ou até mesmo você, não conseguem desopilar. E aquela energia fica presente. Em um belo dia decidi que seria interessante juntar o

útil ao agradável – Iria peregrinar aproximadamente 800km e escrever sobre o Caminho de Santiago de Compostela no meu Trabalho de Conclusão do Curso de Turismo na PUCRS. E por que o Caminho de Santiago? O que ele tem a ver com as preocupações que acabo de comentar? Para falar a verdade, pouco sabia sobre esse Caminho milenar, que é o Caminho Francês de Santiago de Compostela, quando fazê-lo me passou à cabeça. Não sei explicar, porém sei que uma motivação me levou até lá. E foi nesse recorte de tempo da minha vida onde descobri que o Caminho é um meio de desopilar, realmente, da nossa vida cotidiana. Comecei em Roncesvalles, um pequeno povoado que separa, pela Cordilheira dos Pirenéus, a França da Es-


49

49

panha. Confesso que a primeira coisa que passou pela minha cabeça foi: “o que eu vim fazer aqui”? Sentimento que seguiu comigo até o amanhecer do dia seguinte quando eu comecei, de fato, a pedalar.

Engraçado a maneira com que sentimos a necessidade de passar pela verdadeira experiência do SER no Caminho... O Caminho te acolhe em todos os sentidos. Foi nesse recorte de tempo que eu consegui, simplesmente e sem muito esforço, viver a experiência do SER, do meu lado mais humano e em paz. A hospitalidade, para mim, é uma das mais belas formas de expressão de um mundo de paz. O sujeito pósmoderno necessita de convivência, respeito, tolerância e acolhimento. Todos nos sentimos solitários muitas vezes, mesmo rodeados de pessoas. No nosso cotidiano é mais fácil vermos que não estamos sozinhos, que sempre há alguém ali, um amigo, um parente, um conhecido. Mas que estamos, sim, solitários buscando uma vida mais justa, pessoas mais amáveis, menos egoísmo, menos inveja e mais convivência, respeito, tolerância e acolhimento. O sentimento de solidão, no caminho de Santiago, passa como se nunca tivesse existido. Você percebe que não está solitário, que ali todos estão sozinhos. Porém, não solitários. Que nesse trajeto, todos convivem, respeitam, toleram e acolhem. Em meio ao caminho de 790km passamos por muitas cidades e muitos povoados. A energia do percurso é tão grande que você acaba se relacionando apenas com pessoas como você, os peregrinos. A paisagem vai se transformando. Passando do frio ao calor para retornar ao frio e logo, ao calor novamente. As montanhas surgem, desaparecem e surgem mais vezes. A vegetação muda e as flores recebem suas cores. Cachoeiras, pontes medievais, cidades históricas, plantações de uvas, lendas, histórias (muitas histórias) e um povo acolhedor são as características mais marcantes dessa rota. Em suma, você será você, sua mochila, seu guia, os peregrinos e os hospitaleiros (pessoas que “cuidam de você” no caminho). O que significa tudo isso em meio a tantas coisas que possuímos no cotidiano? Você pode até não saber, mas te digo uma coisa. No Caminho, quando você vê, você realmente conseguiu desopilar. E assim conseguirá ver o valor que possui as coisas mais simples da vida. Fica a dica!... Desopile! Viaje!

coluna

Avistei uma placa que dizia: “Santiago a 790km” Sentimento 1: de medo. Sentimento 2: de insegurança. Sentimento 3: como chegar lá em 15 dias? E por fim: Será uma longa peregrinação... Foi estranho como isso foi passando em alguns quilômetros de pedaladas. O Caminho de Santiago é uma rota milenar que possui uma energia que magnetiza; te faz ser menos egoísta; te faz ajudar sem receio; faz de uma melancia gelada o melhor ato de hospitalidade que você já presenciou.

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


50

+ arte leonardo prause milton neves

50

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.