Revista Alt #7 - Setembro-Outubro 2012

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Distribuição gratuita - Venda Proibida

UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

No 007

pAULO GRADASCHI | miriê tedesco | john mayer

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Juliana rosenthal

A cantora que começa a brilhar no cenário musical gaúcho

thuane bristot

A gata que deseja apenas a simplicidade, encarna uma bailarina

A cantora/compositora/escritora conversa com a Alt sobre Pato Fu, carreia solo, disco novo, sobre ter “desvestido” Nara Leão da Bossa Nova e muito mais




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Múcio de Castro 1915

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Diretor Presidente: Múcio de Castro Filho Diretor Executivo: Múcio de Castro Neto Editora-Chefe: Zulmara Colussi Conselho Editorial Múcio de Castro Filho Clarice Martins da Fonseca de Castro Milton Valdomiro Roos Antero Camisa Junior Dárcio Vieira Marques Paulo Sérgio Osório Valentina de Los Angeles Baigorria Múcio de Castro Neto

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Contatos Assinaturas: assinatura@onacional.com.br Circulação: circulacao@onacional.com.br Comercial: comercial@onacional.com.br Redação: onacional@onacional.com.br Administrativo: adm@onacional.com.br

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MC- Rede Passo Fundo de Jornalismo Ltda Rua Silva Jardim, 325 A - Bairro Annes CEP 99010-240 – Caixa postal 651 Fone: (54) 3045-8300 - Passo Fundo RS www.onacional.com.br Fones Geral: (54) 3045.8300 Redação: (54) 3045.8328 Assinaturas: (54) 3045.8335 Classificados: (54) 3045.8334 Circulação: (54) 3045.8333

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entrevista – fernanda takai - Página 8 ESPECIAL – paulo gradaschi em harvard – Página 14 estilo s/a - miriê tedesco – Página 19 Ensaio + Alt – thuane bristot – Página 24 COLUNA – JULIANA SCCHNEIDER – Página 39 segue o rumo - grécia – Página 40 perfil - ju rosenthal – Página 42 guia alt – Página 47 Alt + Arte – márcio corrÊa bertuol – Página 50

Sucursal em Porto Alegre: GRUPO DE DIÁRIOS Rua Garibaldi, 659, conj. 102 – Porto Alegre-RS. Representante para Brasília: CENTRAL COMUNICAÇÃO. Representante para São Paulo e Rio de Janeiro: TRÁFEGO PUBLICIDADE E MARKETING LTDA Avenida Treze de Maio, sala 428 Rio de Janeiro – RJ. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações sem a referida citação de autoria.

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editorial

A arte das musas Em seu Acústico MTV, Cássia Eller abre com uma versão para “Non, Je Ne Regrette Rien”, canção que ficou imortal na voz de Édith Piaf, que diz mais ou menos assim, em uma tradução livre: Não! Não me arrependo de nada. Pois, minha vida, pois, minhas alegrias, começam com você! Talvez as minhas, as nossas alegrias sejam mais singelas, ou mais complexas. Mas Cássia queria mais que falta de arrependimento. Queria um pouco de malandragem, antes do segundo sol chegar. O que importa mesmo é que Cássia tinha a música em seu sangue, acima de tudo. Música, que vem do radical grego musiké téchne, que na tradução literal, significa “arte das musas”. Musas e arte que são o carro-chefe desta edição da Alt que você tem nas mãos, ou na tela do computador agora. Trazemos uma entrevista com Fernanda Takai. Linda e doce, ela convesou conosco sobre sua banda, sua carreira solo, e ainda sobre seu último trabalho, com Andy Summers, ex-guitarrista do Police. Além de Fernanda, temos o perfil com Juliana Rosenthal, cantora gaúcha que, dentre vários projetos, apresenta seu show em homenagem às divas do rádio enquanto prepara seu primeiro disco. Já Thuane Bristot, nossa musa do ensaio, quer mais. Clicada no Teatro Múcio de Castro, Thuane encarna uma bailarina, em uma montagem própria do espetáculo O Lago dos Cisnes. Paulo Gradaschi também quer mais. Após ficar um bocado de tempo em Passo Fundo, o artista saiu daqui para “simplesmente” ser auxiliar de pesquisa na universidade de Harvard. E a Alt conta como foi dar esse pulo e ir para um lugar que é sonho de muita gente. Poderia citar muito mais coisas que há na revista, mas perderia a graça. Procure, folheie, admire esta edição repleta de arte e musas. Car ma vie, car mes joies, Pour aujourd’hui (Pois, minha vida, pois, minhas alegrias, começam com você). As feias, que me desculpem. Boa leitura. Pablo Tavares – co-editor. Foto: Gui Benck.


Colaboradores

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Marcus Vinícius Freitas Jornalista, gremista, ex-gordo, e viciado em games desde que ganhou seu saudoso Dactar, ainda lá nos anos 1980. Editor do site Gamefagia, trabalha com produção gráfica e infografia no Núcleo Experimental de Jornalismo da AGECOM-UPF.

Adriana Schneider

É mochileira, alto astral, gosta de viagens marcantes é completamente pé no chão e atrai, com irresistível poder, tudo aquilo que é dela por direito Divino.

Márcio Corrêa Bertuol

Nasceu em Erechim e se formou em Publicidade e Propaganda na Universidade de Passo Fundo. Atualmente, com 25 anos, mora em Porto Alegre e exerce a profissão na área de criação. Baterista, tecladista, apaixonado por fotografia, desenhos vetoriais e internet. marciopote.wordpress.com

GUI BENCK

Detalhista, perfeccionista e fotógrafo. facebook.com/ guibenck

Pontos de distribuição

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Editora: Zulmara Colussi CO-EDITOR: Pablo Tavares Projeto Gráfico: Diego Rigo – Two Think More Diagramação: Pablo Tavares Conteúdo: Juliana Scchneider Pablo Lauxen Pablo Tavares Foto de capa: Nino Andrés Impressão: Tapejarense

Anglo Americano Anhanguera Bar Brasil Beehive Beta Vídeo Boka Bokinha Carolinas Confeitaria FGV Grano Café Bourbon Shopping Imagem Vídeo locadora IMED Le Petit Café Bourbon Shopping London Indiada Quina Moinho Lounge Natus Drive Padaria Cruzeiro Revisteira Ramires Riviera Café Simbiose Siri Cascudo Sweet Swiss Potatoes UPF TV Velvet

sonido

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foi fechada ao som de...

Acústico MTV - Cássia Eller (2001) O derradeiro registro de Cássia antes de sua morte, foi o disco que fez ela ficar famosa. Canções de seu repertório, em novas roupagens. Vale muito a pena ver Cássia viajando por estilos diferentes com sua voz blueseira. Nota: 8

Estrela Decadente - Thiago Pethit (2012) O segundo álbum do paulistano. Mais evoluído que o primeiro, e com uma capa de encher os olhos. E ele ainda disponibilizou download free do disco. Não conhece o som do cara? Na edição #2 da Alt saiu um perfil bem legal com ele. Confere lá! Nota: 9

Tempest - Bob Dylan (2012) O recente disco do bardo norteamericano. Dez faixas inéditas, uma melhor que a outra. Será, com certeza, eleito um dos discos do ano Nota: 10

¡Adiós, Esteban! Esteban (2012) Bastante aguardado, o projeto solo de Rodrigo Tavares, ex-Fresno foi finalmente lançado. Com canções nem tão inéditas, mostram um lado difetente do cara. Nota: 8

Vale o registro: Worried Life Blues, do disco Riding With The King, de Eric Clapton e B.B. King. Letra excelente, melodia fantástica. Apenas aproveite! Nota: 10


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Fernanda Takai conversa com a Alt sobre Pato Fu, carreia solo, disco novo, sobre ter “desvestido” Nara Leão da Bossa Nova, e como o Pato Fu consegue ser, ao mesmo tempo, a maior banda independente e a menor do mainstream Por: Foto:

Pablo Tavares Nino Andrés


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11 sem um hit imediato, atraiu a atenção para a banda, com suas letras complexas e musicalidade inovadora. Em 1995, veio o álbum “Gol de Quem?”, com a faixa “Sobre o Tempo”, que viria a alavancar o Pato Fu aqui e fora do Brasil. Mesmo com a sua banda lançando uma média de um disco a cada dois anos, Fernanda mostrava-se bem ativa em outras áreas. Durante muito tempo foi cronista dos jornais O Estado de Minas e Correio Brasiliense, de onde saiu material para seus dois livros: “Nunca Subestime uma Mulherzinha”, de 2007, e “A Mulher Que Não Queria Acreditar”, lançado ano passado. Ainda em 2007, Fernanda lançou um projeto solo. Produzido por John (seu marido desde 1995) e com direção artística de Nelson Motta, “Onde Brilhem os Olhos Seus” é dedicado ao repertório de Nara Leão. Da turnê de “Onde Brilhem...” saiu “Luz Negra”, registro ao vivo onde Fernanda traz, além do repertório de Nara, regravações de Jackson Five (Ben) e Duran Duran (Ordinary World). Em 2010, veio talvez seu projeto mais ambicioso: com o Pato Fu, gravou “Música de Brinquedo”, álbum com 12 regravações de músicas famosas nacionais e internacionais de diferentes épocas, usando somente instrumentos de brinquedo e miniaturas. Nina, filha de Fernanda e John, empresta sua voz em algumas das faixas do disco, que foi muito bem aceito por público e crítica (e foi uma das trilhas que embalaram este texto). E já em 2012, surgiu a parceria com Andy Summers, ex-guitarrista do Police. Fundamental, fruto dessa união, conta com 11 faixas, onde cinco são em inglês e aposta na Bossa Nova, com uma levada pop. Fernanda conversou com a Alt sobre tudo isso, seus projetos futuros e como ela consegue conciliar toda sua carreira sem deixar nada para trás. O resultado é uma entrevista tal qual descrevi a Fernanda que conheci na TV em 1998: linda e doce. Não acredita? Leia e faça o seu dia mais feliz.

O Pato Fu marcou o cenário pop rock nacional. A banda tem uma discografia extensa, mas mesmo assim, não soa datada. Qual é o segredo para manter-se como uma das bandas mais importantes do Brasil em atividade? A gente talvez seja a maior banda independente hoje em atividade ou a menor banda do mainstream... Sempre estivemos nesse limite de ser

um artista conhecido, continuar a fazer shows, discos e não necessariamente tocar nas rádios de rede, aparecer nos programas de auditório populares... Pra você ter uma ideia, fomos ao Faustão uma vez só, em 1996. No Caldeirão do Huck nunca fomos. Mesmo assim seguimos em frente fazendo a música do nosso jeito, diversificada e sempre tentando surpreender a nós mesmos a cada etapa da carreira. Nunca

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os anos 1990, podemos dizer que houve uma espécie de “movimento” semelhante no pop rock nacional ao que aconteceu nos anos 1980 em terra brasilis. Quando parecia que não existiriam bandas e/ ou artistas que preenchessem a lacuna deixada pelos “dinossauros oitentistas”, começaram a pipocar músicos que trouxeram um novo gás ao som feito no Brasil. Várias bandas, vertentes idem, tal qual nos anos 1980. E o estado da Federação que mais nos brindou com isso foi Minas Gerais. Seja com o metal do Sepultura (ok, o Sepultura começou uma década antes, mas seu ápice foi nos anos 1990), com o “roots-rock-reggae” do Skank, o power pop do Jota Quest ou o pop rock do Pato Fu, Belo Horizonte talvez seja apontada daqui a alguns anos com a mesma importância de Brasília para a música brasileira. Mas deixemos isso para os historiadores e vamos a algo mais específico. Lembro de ter conhecido o Pato Fu com a regravação de “Eu Sei”, da Legião Urbana, e pelo clipe de “Antes que seja tarde”, onde a fotografia azulada e o mini-circo montado na praia me impressionam até hoje, enquanto escrevo esse texto. Mas o que mais me impressionou na época foi a vocalista. Linda, com um quê oriental, e com um poderio vocal extremamente doce, ela conseguia me transmitir uma certa paz em sua voz, aliada à uma guitarra inventiva, formando uma unidade sonora que era impossível passar batido. Ela era Fernanda Takai. Fernanda, que nasceu no Amapá em um dia 25 de agosto (mesmo dia que eu), é mineira de coração. Em Belo Horizonte teve algumas bandas até que conheceu Ricardo Koctus (baixista) e John Ulhoa (guitarrista) em 1992, então da banda Sustados por 1 Gesto, e montaram o Pato Fu, cujo nome faz alusão a uma tirinha do Garfield, onde o personagem luta “gato-fu”. No ano seguinte, gravaram “Rotomusic de Liquidificapum” que, mesmo

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Fernanda e suas vertentes:

Pato Fu, na tour do disco Música de Brinquedo. Álbum de inéditas em breve (1). Fernanda e Andy Summers. Bossa pop (2).

clipe ou produzir um disco com a gente, não queremos o que todo mundo procura: geralmente só a beleza, força, o “som certo”. É justamente pelo inusitado e pelas formas não-adequadas que a gente caminha. Claro que há beleza nisso também, mas nem todos sabem enxergar isso.

2 quisemos repetir uma fórmula que deu certo. Uma das características da banda sempre foi, como podemos dizer, a “perfeição”. Os clipes são lindos, as músicas são bem produzidas... Esse cuidado com a estética é o que pauta o Pato Fu? Acho que a palavra seria “imperfeição”, dar uma chance à ela. Temos uma preocupação com as linguagens que acompanham as nossas canções como os videoclipes, capas de disco, fotos, shows, figurino... só que nossas escolhas tentam não ser óbvias ou nunca fazer o que se espera de uma banda pop rock. Quando chamamos alguém pra fazer um

Como surgiu a vontade de gravar um disco com instrumentos de brinquedo? Desde o fim de 1995, temos em casa um CD da turma do Snoopy cantando Beatles com arranjos de brinquedo. Naquela época, ainda estávamos pensando no terceiro álbum do Pato Fu, eu e John nem tínhamos a Nina ainda, resolvemos deixar pra mais tarde. Só que muito tempo se passou e só em 2009, resolvemos por a mão na massa, juntando os brinquedinhos de nossa filha que estava com 6 anos e aí fizemos uma música pra experimentar. Mostramos “Primavera” aos amigos e todo mundo queria mais. Então fechamos o repertório de canções populares daqui e de fora, de épocas diferentes, mantivemos os arranjos originais, mas traduzimos tudo pro universo do brinquedo ou das miniaturas. Foi muito divertido e não acho que seja um disco pra criança. É um disco e um show que Fotos: Nino Andrés (1); Luiz Paulo Assunção (2).


Fundamental Pato Fu

Rotomusic de Liquidificapum (1993) O álbum de estreia. Destaque para a faixatítulo e O Mundo Ainda Não Está Pronto

Isopor (1999) No disco seguinte, a banda voltou mais “conceitual”, vestindose de branco nos shows. Made In Japan e Perdendo Dentes são destaques

Gol de Quem? (1995) O segundo disco, que alavancou o Pato Fu. Escute Sobre o Tempo e Qualquer Bobagem

Ruído Rosa (2001) Em seu sexto disco, o Pato Fu traz mais uma regravação da Graforréia (Eu), usando um teremim, o primeiro instrumento eletrônico inventado

Televisão de Cachorro (1998) Recheado de hits, o quarto álbum do Pato Fu traz Antes Que Seja Tarde, Eu Sei (Legião Urbana), Nunca Diga (Graforréia Xilarmônica) e a bela e minimalista Canção para Você Viver Mais

MTV Ao Vivo (2002) Gravado no Museu de Arte da Pampulha em comemoração aos 10 anos de banda, é composto de sucessos do Pato Fu, com novos arranjos

Música de Brinquedo (2010) O projeto mais ousado do Pato Fu. O disco foi gravado usando somente instrumentos de brinquedo e miniaturas e, em seu repertório, 12 regravações de músicas famosas nacionais e internacionais

Solo

Onde Brilhem os Olhos Seus (2007) Em seu primeiro disco solo, Fernanda recriou parte do repertório de Nara Leão

Luz Negra (2009) Resultado da turnê de Onde Brilhem os Olhos Seus, conta com outras regravações

Fundamental (2012) Da parceria com Andy Summers, surgiu Fundamental, mezzo português, mezzo inglês. A faixa-título dá uma boa ideia do clima do disco, Bossa Nova com levada pop

Como foi “desvestir” da Bossa Nova e dar nova cara ao repertório da Nara Leão em seu disco solo? Foi um álbum sem pressa, sem pretensão nenhuma. Só que ele alcançou uma plateia enorme, fiz uma turnê longa, ganhei vários prêmios, disco de ouro, toquei em vários países do mundo. O que a gente não fez foi ser reverente com as versões originais. Colocamos nossa experiência pop no caminho e construímos uma sonoridade nova para um repertório incrível. Fazer um disco dedicado a uma intérprete e não a um autor, marca a importância de uma pessoa como a Nara, que mostrou um outro jeito de cantar por aqui. Do Fundamental, seu novo trabalho. Como você conheceu o Andy Summers? Como surgiu a ideia de gravar um disco juntos? Foi um convite dele depois que fizemos juntos uma música pro documentário sobre bossa nova que ele fez com (Roberto) Menescal em 2009. Andy achou que minha voz poderia traduzir bem as suas canções inéditas influenciadas pelo Brasil. Na verdade, ele escreveu quase 20 canções pra este projeto e me pediu pra selecionar 11 para a gravação. Depois escolhi 5 que ganharam versões em português feitas por Zélia Duncan, John e por mim. Gravamos tudo na Califórnia e gostei muito dessa experiência! Sai em inglês e português, mas pro Japão tem uma versão em japonês da música “Fundamental”. Após o lançamento de Fundamental, quais os seus projetos futuros? O disco está em todas as lojas. Em outubro faremos shows pelo Brasil e ano que vem no exterior. Estou finalizando meu primeiro livro infantil. E o Pato Fu grava um álbum de inéditas no fim do ano. Enquanto isso sigo fazendo vários shows diferentes por aí: Música de Brinquedo, Luz Negra, Pato Fu convencional e participações com outros artistas. Cantora, compositora, escritora, mãe... Como podemos definir Fernanda Takai? Como quase todas as mulheres por aí, tenho jornada múltipla de atividades e tenho que conciliar tudo com muita disciplina, planejamento, dedicação, leveza e bom-humor, claro... Diria que sou uma boa ouvinte e faço o que posso pro dia ser mais feliz. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

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Algumas obras de Fernanda Takai

deixa todo mundo feliz, independente da idade.

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Passo-fundense que foi para os Estados Unidos aprender inglês é auxiliar de pesquisa em Harvard Por: Fotos:

Redação Alt Arquivo pessoal


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empre trabalhei com arte, e este foi o motivo que me fez vir aos Estados Unidos. Em Setembro de 2009, viajei para Nova York, para apresentação do meu grupo de dança folclórica. Visitei vários estúdios, companhias de arte e dança, então percebi quantas experiências eu ainda precisava aprender e vivenciar. Assim, apliquei meu curriculo em algumas escolas de arte. Fui aceito, mas não sabia falar inglês. Decidi então voltar aos estudos”. O começo desta história contada pelo próprio protagonista Paulo Sérgio Gradaschi, passo-fundense, 45 anos, poderia ser como a de qualquer outro brasileiro decidido a conquistar o mundo em busca de experiências, não fosse por um detalhe: o talento.


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Gradaschi em ação:

Dra. Clemence e Gradaschi (ao centro, de chapéu de palha) na preparação para o curso em Harvard University (1). Fotos do projeto (2). Esquete “Abelha, abelhinha” no I Festival Brasileiro de Arte e Cultura Popular em Boston (3).

O talento o levou para Harvard sem ter formação universitária completa. E não como um simples estudante, mas como auxiliar de pesquisas da Dra. Cleménce Joüet-Pastre - Diretora do Departamento de Romance e Línguas da Harvard University, para ministrar o curso The Portuguese Speaking World via the Performing Arts: The Interspaces of Language and Culture in Brazil and Beyond, que começou em setembro e segue até dezembro deste ano. Lá em 2009, depois de perceber que precisava desbravar horizontes, forçado pelo impulso geminiano de querer sempre mais, Gradaschi decidiu que voltaria aos Estados Unidos para estudar inglês. Ele chegou a Boston em abril de 2010 como aluno da Approach International Student Center. Acreditava que aprender inglês seria o suficiente para possibilitar a participação futura em cursos de especialização em arte nos EUA. Percebeu que três meses não seriam suficientes. Como havia um desejo de continuar os seus estudos, procurou a diretora da escola, Michelle Fernandes para avaliar quais seriam as opções, pois no

1 momento atuava como professor de arte da rede de escolas Notre Dame em Passo Fundo. Gradaschi foi responsável pela performance da Cantata Natalina. Desta forma, foi apresentado a um programa de bolsas de estudos oferecido pela Approach, fez a aplicação através de um projeto de arte e foi contemplado. Projeto BosTon-Ton Percussion Group A Escola Approach International, além de ensinar Inglês, também desenvolve atividades sócioculturais voltadas à comunidade brasileira nos EUA. Assim, Michelle Fernandes perguntou a Gradaschi o que ele teria a oferecer, na área de arte, para as crianças brasileiras residentes em Boston. Baseado na experiência pessoal que tinha com arte e educação, ele formatou o projeto “Boston-Ton Percussion Group” , adaptando os importantes tópicos do projeto às necessidades da comunidade brasileira. Em parceria com a escola Approach o projeto passou a ser aplicado no Apostolado Brasileiro em Boston, sob a coordenação do Pe. Eduardo José Marques, que


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aceitou o desafio e abriu as portas da igreja de Allston. O BosTon-Ton iniciou as atividades em Setembro de 2010. Hoje, todos os sábados a tarde são ministradas aulas de música, teatro, dança e circo nas dependências da Igreja. O projeto conta com aproximadamente 35 crianças com idades entre 5 e 14 anos. Curso Livre O resultado positivo com as crianças da comunidade, possibilitou estender os trabalhos aos jovens e adultos. Gradaschi então formatou

Foi através deste trabalho, que Gradaschi conheceu a Professora Arlete Fulkoski - Diretora do Movimento Educacionista nos EUA e a Dra. Cleménce Joüet-Pastre - Diretora do Departamento de Romance e Línguas da Harvard University. Como os projetos Boston-ton e o Curso Livre são trabalhos de pesquisa na área de arte e educação, Gradaschi recebeu a visita das professoras para conhecer o trabalho. Logo em seguida veio o convite para fazer parte do movimento educacionista e também para ser auxiliar de pesquisas da Dra. Cleménce no Departamento de Línguas e Romance da Harvard University. Esta parceria abriu caminho para outros dois projetos; um livro para professores do ensino fundamental, abordando temas como: “A importância da arte como ferramenta no auxilio a educação”, que terá a Dra. Cleménce como orientadora e outro com os registros do curso que será ministrado na Harvard University, que será escrito pelos dois. Através destes contatos, também teve a oportunidade de participar de um encontro com educadores na sede da ONU em NY, onde a Dra. Cleménce foi uma das palestrantes juntamente com o Senador brasileiro Cristovam Buarque, idealizador do Movimento Educacionista.

o “Curso Livre de Estudo e Pesquisa em Performance e Artes Dramáticas”, propiciando aos alunos o acesso a arte de uma forma criativa, utilizando os recursos das artes cênicas e do jogo teatral como ferramentas de aprimoramento de seus dotes artísticos. Como é tradicional na Igreja Santo Antônio de Allston a apresentação de peças teatrais e encenações como o Auto da Paixão de Cristo e o Auto de Natal, os alunos que participam do curso também se preparam para atuar nesses espetáculos. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

“Muitas coisas aconteceram desde minha saída de Passo Fundo, há um ano. No início o objetivo era apenas aprender inglês, terminar a graduação e fazer uma especialização em arte educação. Agora, surgem novas oportunidades e desafios. Para alguns desafios sinto que estou preparado, para outros nem tanto. Nada que me ponha medo, apenas um frio na barriga, um misto de excitação com um sorriso bobo na cara. A saudade da família e dos amigos é presença constante. Longe de casa muda a rotina, mudam os horários, muda a comida, muda tudo. No dia a dia, ao mesmo tempo que tentamos assimilar ao máximo tudo o que acontece, aos poucos o que percebemos é que a maior transformação ocorre dentro da gente”.



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Miriê Tedesco

Muito além de estilo Texto: Fotos:

Juliana Scchneider Juliana Scchneider

Um universo único. Repleto de elementos, cores, aromas e histórias. Entrar no mundo da empresária e também professora universitária Miriê Tedesco é, sem dúvida nenhuma, uma experiência ímpar. E ouvir, e de certa forma, vivenciar instantes nele pode-se considerar um privilégio. Foi privilegiada que me senti quando entrei naquela casa, onde aromas se misturavam, me fazendo entrar em um lugar doce e claro e, ao mesmo tempo, cheio de cor. De cara já me deparei com Miriê usando um tipo de roupa étnica, de algum canto do mundo, de onde a empresária traz a maioria das roupas que veste. Recebida com um quentão bem quentinho, aquela mulher, reconhecida por todos por sua imagem única, me diz: Juliana, eu não entendi por que você me convidou para a matéria. E eu, nem respondi, apenas dei um sorriso e comecei e entrevista, que virou uma conversa de horas, com uma das pessoas mais interessantes que já conheci. Ao lado de uma sala onde as paredes não tem mais espaço diante de tantos quadros, enfeites e fotos, uma mistura harmoniosa, que refletem exatamente o estilo de Miriê, ela diz, logo de cara, que sua relação com a moda não é como a das outras pessoas. Sim, isso já sabia, antes de entrevista-la, aliás essa foi uma das razões que ela foi a eleita desta edição. A empresária tem uma imagem forte, diferente, admirada e, ao mesmo tempo, incompreendida por muitos. Rotulada desde muito nova, e sem entender o porquê, ela passou a pensar e questionar sua relação com as roupas, mas nunca alterando o seu modo de ser. E foi o livro O Casaco de Marx: Roupas, memória e dor que a fez entender a relação tão íntima que ela tem com as peças que cobrem o seu corpo, há muito pouco tempo atrás.


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John Galliano, um dos gatos da empresária, que tem nome de estilista famoso, participou da entrevista com Miriê

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Para Miriê roupas nunca foram moda, poder ou inserção em determinado grupo social. Para ela são quase sagradas, pois é a forma que ela trata e cuida do seu templo: o seu corpo. O livro que mudou o jeito como a empresária vê a moda, se trata da relação de Marx com um casaco, que era o único que ele tinha, e era necessário para que ele pudesse frequentar a biblioteca da cidade. Mas a peça era frequentemente colocada no penhor por crises financeiras. Ela cita um trecho da obra, que resume de forma precisa a relação com as peças que nos protegem a, ao mesmo tempo, comunicam algo de nós: “Comecei a acreditar que a mágica da roupa está no fato de que ela nos recebe. Recebe nosso cheiro, nosso suor. Recebe até mesmo nossa forma. E quando nossos pais, nossos amigos e nossos amantes morrem, as roupas ainda ficam lá, penduradas em seus armários, sustentando os gestos, ao mesmo tempo confortadores e aterradores, tocando os vivos com os mortos.” Miriê tem uma peça de 100 anos, que pertencia a sua avó, e assim ela parece guardar a história, ou de certa forma, mate-la viva. Pois para ela, em situações de perda, por exemplo, a pessoa procura, desesperadamente, algo em uma peça que pertenceu a aquele alguém, que a remeta a pessoa que se foi. Para Miriê a roupa fala. Ela conta a história de alguém. A professora acredita que todos tem a obrigação de se preocupar com a sua imagem, a obrigação de deixar a cidade mais bonita. O cuidado com o que se veste é fundamental, pois assim, demonstra-se respeito pelo corpo e pelo próximo. Para

ela, simplesmente jogar algo no corpo é descuidar de si e dos outros. A informação hoje está a disposição da maioria da população e não há o por que o descuido com a imagem pessoal. Toda vez que ela escolhe o que vestir, ela pensa no respeito que deve as pessoas que vão se deparar com ela. Então, ela não coloca a primeira coisa que vê pela frente. O cuidado com a sua imagem é fundamental. Para Miriê o luxo não faz parte das suas escolhas na hora de vestir. O que importa mesmo é comunicar. Aliás, para ela é muito importante estar bem vestida no dia-a-dia e no seu trabalho. Ela não compreende porque as pessoas deixam para se vestir melhor em momentos de lazer. É no trabalho onde se passa a maior parte do tempo, é ele que vai permitir você ter todas as outras coisas que você deseja, então para ela é onde deve-se estar bem. A professora vê a moda como um mercado gigantesco, que emprega milhares de pessoas e dá oportunidade para muitas pessoas. Hoje a moda é uma forma de inclusão, segundo ela, que conta que comunidades carentes são responsáveis pela produção de sapatos bordados, por exemplo. Ela diz que a moda movimenta hoje, tanto quanto o futebol no mundo, e está na vida de todo mundo. E é do mundo que vem a maioria das peças que Miriê usa no seu dia-a-dia. Segundo ela, seu trabalho serve para que ela conheça lugares, pessoas e culturas do globo. Usando algo dos países visitados a remete àquela experiência. E seu “estilo” mostra essa mistura toda, que na verdade conta a história de sua vida. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU


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A saia de plumas veio de Barcelona

Elementos mais diversos fazem o universo de Miriê: Bonecas de sua infância, os chapéus que ela é apaixonada e o leque que, com certeza, deve fazer parte de sua história

O Chapéu comprado em Istambul é seu preferido

A calça, difícil até de ser identificada como tal, foi comprada no Nepal

Quando perguntada qual seria a peça que ela não viveria sem, a resposta foi: Meu alfinete que comprei em Milão! Uso ele com tudo!

O blazer, com cara de usado, é de Budapeste O tênis que ela diz que chama a atenção das pessoas, foi comprado em Camden Town, bairro super alternativo de Londres O livro que mudou sua relação com a moda O casaco de veludo foi adquirido em Paris O casaco, feito quase que artesanalmente foi comprado no Peru


EM Bre uma no viagem facebook.com/indiada.passofundo


eve ova em. PASSO FUNDO, R. PAISSANDÚ, 1011, LOJA 6 ao lado da livraria Delta, FONE 3045-3005


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Tudo o que Thuane Bristot quer é a simplicidade. Independente, não gosta de rotinas, e da vida ela deseja que seja uma espécie de adaptação própria de O Lago dos Cisnes, ambicioso, sem a parte trágica, mas incrivelmente belo, e acima de tudo, de uma simplicidade ímpar. Ou ainda, como bem cantou Van Morrison, “spread your wings, come on fly awhile (...), stepping lightly, just like a ballerina*”. Texto: Fotos: Edição de moda:

*Abra suas asas, vamos voar por algum tempo (...), pisando de leve, como uma bailarina.

Pablo Tavares Gui Benck Juliana Scchneider


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silêncio não é o melhor amigo de Thuane, “falo bastante, e até sozinha”, diz. Thuane é inquieta. Quer tudo, ao mesmo tempo e agora, mas que tudo isso não seja sufocante, que sua inquietude esteja usando sapatilhas e que se manifeste com a mesma leveza de Nina Sayers, a personagem de Natalie Portman em Cisne Negro. A geminiana – “beem geminiana mesmo”, conta, com essa ênfase – de 21 anos, estudante de fisioterapia, encontrou no ballet uma válvula de escape, uma força motriz para seus pensamentos, seus sonhos e seus desejos, “pois o ballet me proporciona ir dos sentimentos mais prazerosos aos mais frustrantes, e isso é uma amostra quase idêntica da vida como um todo”. E quem ousaria dizer que não? Do futuro, Thuane quer que ele seja interessante, repleto de novidades, mas ela já adianta que não faz planos muito distantes, que só leva consigo os “poucos e bons... família, amigos”. Pois, abram-se as cortinas. Aí está Thuane Bristot. UMA REVISTA PLURAL LARULP ATSIVER AMU

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Fotos: Gui Benck Edição de moda: Juliana Scchneider Cabelo: Jeferson Marques para Van Coiffure Make: Andrea Menegaz para Van Coiffure Assistente de produção de moda: Bruna Ceolin

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Agradecimentos: Festas e Fantasias, Marthinna Rouparia, Sensual, Coconut Outlet, Adhemir Alta Costura e Prefeitura de Passo Fundo.

Confira no site e no Facebook fotos exclusivas do ensaio com a Thuane.

www.revistaalt.com.br

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Por Juliana Scchneider

Seguimos só Às vezes os clichês são super verdadeiros, não é? Passei por alguns dias difíceis no mês que passou. E, são nesses momentos que analisamos algumas questões que cercam nossas vidas. Coisas que poderiam ser diferentes e, de rrepente tomarem outros caminhos. Tá, mas o que isso tem a ver com a moda, tema central das colunas Cabide desta revista? A moda está presente em todos os dias da minha vida. Aliás, é parte dela. E, com ela, todo o meio que está envolvido com esse mercado. Mas o que me questiono frequentemente é a desunião dos profissionais da área. Diferentemente de médicos, advogados, engenheiros, jornalistas, enfim, os profissionais da moda vivem em uma cultura onde devem seguir só. Não existem sindicato ou associações e nem se chama quem faz a mesma coisa de colega. E isso acontece, de maneira especial, por aqui, em Passo Fundo. Que bom seria se pudéssemos trocar idéias. Discutir trabalhos. Acrescentar uns aos outros. E, acima de tudo, admirar o trabalho de quem faz a mesma coisa que você. Intrigas, fofocas e inimizades não levam a nada. Aliás, tiram o brilho do nosso trabalho, que é feito de imagens para serem vistas e causarem encantamento, não qualquer tipo de discórdia. Passo Fundo cresce muito rápido. A profissionalização do mercado de moda traz, cada vez mais, talentos para a cidade. Acredito que existe espaço para todos, pois cada um tem seu dom especial e sua marca, e isso sim é que faz um mercado saudável. O cliente poder escolher dentre uma gama de profissionais aquele que mais se encaixa em suas necessidades ou seu perfil. Sei que trabalhar com moda, de certa forma, mexe com a vaidade dos profissionais envolvidos. Afinal, criam-se imagens, que são o reflexo dos desejos das pessoas, passamos por julgamentos, e isso cria toda essa necessidade de reconhecimento. Mas acredito que seria muito mais produtivo se pudéssemos acrescentar uns aos outros, deixássemos de nos ver como somente concorrentes e passássemos a nos chamar de colegas de profissão.

coluna

cabide

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Segue o Rumo

Por Adriana Schneider

onde todo mundo já Se formos pensar em um lugar é a Grécia. Eu, pelo r luga este dia, sonhou em ir um ecer as maraviconh de menos, sempre tive vontade s magníficas agen pais as entre e as Greg lhosas Ilhas a história em venc que s mito e ruínas milenares, os s de um azul inmare em gam nave que os sonh e os comparável. o romantismo das Vivenciar a história de Atenas, e as praias paraeiros cruz ilhas, a sofisticação dos na grandiosidade es, deus dos ença pres na cas disía das ruínas, certados templos e entre os mistérios provoque suspipre sem mente faz com que a Grécia do sol e a lua pôr o , ilhas nas ou te inen ros. No cont ndo lá fica Esta za. bele rara de cheia são espetáculos imos da Grécia do próx mais s astro os inar imag fácil eta. que de qualquer outro lugar do plan 15.000 quilômetros O litoral da Grécia tem mais de todo o litoral braque do mais de costa, duas vezes fica a mais de 100 país do parte a hum Nen o. sileir ta o contato com as quilômetros do mar, o que facili ilhas e continente. rsas praias espalhadas pelas dive do que o Estado or men é ro intei ório territ Porém seu do Paraná. r riqueza histórica A Grécia é um dos países de maio grega antiga deio zaçã e cultural do mundo. A civili e de palácios, idad infin uma ade anid hum a xou para s construoutra entre os teatr , templos, monumentos a beleza natural. a-se som o regiã da ra cultu A . ções todo esse patriBeleza e cultura aliam-se tornando l. ráve mpa mônio uma rota cultural inco a Grécia inteira. Há Eu não consegui claro, conhecer umas 3 mil (ninade verd na , ilhas as muit e as muit que tive oporilhas as tre Den ). certo guém sabe ao e Santorini. onos Myk aco tunidade de conhecer dest o das Cíclades, Santorini é uma ilha grega do grup

Grécia

l é o resultado da no Mar Egeu. A bela paisagem loca cerca de 1.630 há ão vulc violenta explosão de um a ilha assumisse sua que com fez ção erup Essa . a.C. pontos da ilha você forma atual. E a partir de vários rodeada por mar. pode observar a ponta do vulcão ativo e tomar baa aind ão vulc o e sobr tour Fazer um uma dica, assim é tes quen as nho nas águas vulcânic do vulcão. O foco trás por se sol o ver ilha, da o, com charmosos, ruelas dessa ilha é: pôr do sol, vilarejos a partir das enlares estreitas e paisagens espetacu é problema. O não praia uma r curti m costas. Poré Santorini não de s praia as que se deve saber é que ntramos pela costa enco que ha finin areia la aque tem as e pedregulhos. brasileira. São praticamente pedr , pertence ao arquiMykonos, assim como Santorini . É outra ilha grega Egeu mar pélago das Cíclade no m para a Grécia. viaja que tas turis por da visita o muit é uma ilha gay onos Myk que ai Você vai ouvir por não é mentira, isso , ou então cheia de baladas. Bom todos os gospara ões atraç ce ofere ém mas ela tamb s, um mar clara mais s areia tos. Praias maravilhosas, encantador. É em bem rinho cent um e lindo ade degr iosos moinhos de Mykonos que os charmosos e grac es que fazem ícon eles vento formam mais um daqu ia. Gréc a e sobr o inári imag o r borbulha eci na Grécia (AteTodos os lugares e ilhas que conh Santorini) signifie onos Myk es, nas, Patmos, Rod sentidos: meus dos os caram apurar os meus órgã fascinantes do mais das s agen pais m trara olhos regis os deliciosos á ecer esqu is mundo, meu olfato jama s exalam a cada ento alim os e s flore as que ros chei ou com a saudável esquina, meu paladar se aguç dos gravaram o ouvi s culinária mediterrânea, meu e meu tato trouas greg dias melo s iosa delic som das ho que o povo carin o todo il, xe no retorno ao Bras ceu. ofere me o greg idos... Viaje!

Fica a dica, experimente os sent


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Toda a BELEZA do mundo Com show em homenagem às divas do rádio e preparando seu primeiro disco, Juliana Rosenthal começa a brilhar no cenário musical gaúcho, e faz do choro e do samba sua força motriz Por: Fotos:

Pablo Tavares João Freitas


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úsica não é uma simples coincidência para Juliana Rosenthal. A Terceira Arte apareceu desde cedo na vida dela. Aos oito anos, ela iniciou seus estudos de violão, por influência da família. Aos 15, estudou na escola de música Beethoven, com o professor Carlo Pianta. Cursou Musicoterapia na Faculdade ISM, vinculado a EST em São Leopoldo, onde estudou violão clássico e popular com professores do cacife de Paulo Inda, Carlos Walter Soares e Luciana Prass. Sua vida artística começou quando criou com sua irmã Mel Rosenthal, que é cantora e violonista, o duo chamado Ju e Mel. Após, conheceram o bandolinista Elias Barboza e formaram o grupo Flor de Jacarandá, que além de Elias conta também com o violonista sete cordas Guilherme Falcão e com o pandeirista e baterista Lucas Dellazana. Divas Ju começou a dar seus primeiros passos em carreira solo. Para isso, acompanhada do grupo Regional Ponto a Ponto, ela apresentou o projeto Estrelas do Rádio, uma homenagem a quatro mulheres que marcaram diversas gerações da música brasileira – Dalva de Oliveira, Carmen Miranda, Isaura Garcia e Eliseth Cardoso, no Teatro Carlos Carvalho, na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. No fim de setembro, ela apresenta o show no Grêmio Náutico União, também na capital. Primeiro disco Mas Ju não para. Além do show em homenagem às divas do rádio e de sua carreira de professora de canto e cavaquinho, ela participa das oficinas de Samba e Choro do Santander Cultural, ministradas por Luiz Machado, ela está na escolha de repertório de seu primeiro disco, com influência da música brasileira, de Chiquinha Gonzaga à Luciana Rabello no choro e de Noel Rosa à Paulinho da Viola no samba. Além de tudo isso, ela ain-


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Ju e as estrelas:

Fotos do show Estrelas do Rádio, no Teatro Carlos Carvalho

da mantém projetos com o Flor de Jacarandá e com a Mel. ... E, enquanto o disco não vem, ela segue se apresentando, dando aula e com projetos mil. Mas talvez Juliana queira mais. Ela queira mais ou menos o que Dolores Duran cantou em “A Noite do Meu Bem”, canção acre que Ju deu um novo frescor com sua voz e um novo arranjo: “eu quero toda beleza do mundo, para enfeitar a noite do meu bem”. Que assim seja!

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Para saber mais sobre a Ju, acesse http://julianarosenthal. blogspot.com.br, e para conferir o vídeo dela cantando “A Noite do Meu Bem”, acesse

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(Re)Nascido e (re)criado Vida pessoal atribulada, aliada à um problema sério de saúde. Com a receita para tudo dar errado, John Mayer conseguiu exorcizar esses fantasmas em música e lançou Born And Raised, o melhor disco de sua carreira Por:

Pablo Tavares

Alie a fama à uma vida de celebridade, e junte com um problema sério de saúde em um cara de 35 anos. É a fórmula perfeita para desistir de tudo. Tudo isso aconteceu com John Mayer durante o ano passado. O cantor descobriu um tumor em sua garganta, e viu-se obrigado a se afastar de tudo para tratar da doença. No período de recuperação da cirurgia, conseguiu finalizar e lançar Born And Raised, seu quinto álbum de estúdio, o melhor disco de sua carreira. Par os fãs pode ter sido uma espécie de choque se comparar Born And Raised ao Battle Studies, o disco anterior, de temática mais alegre. O fato é que Born And Raised é triste, sim. John transformou a doença (e, rezam as lendas, a bunda ainda dolorida pelo pé que levou da Jennifer Aniston) em música e criou talvez sua obra prima. Afastando-se um pouco do blues e se aproximando mais do folk, John coloca dor nas letras, aliadas quase sempre a um violão e a uma harmonica. Em Shadow Days, John canta “bem, eu não sou nenhum ‘criador de problemas’, e eu nunca desejei o mal dela; Mas isso não significa que eu não fiz isso, é difícil de carregar (...)”, com uma levada de slide guitar de dar dó. Se para os fãs soou estranho John ter colocado tanta dor em um disco - ele se afastou mais duas vezes após o lançamento do álbum, pois o tumor voltou. A última foi no início do mês -, para quem não conhece ou quem torce o nariz, o recado é para vocês: deem uma chance ao cara. Garanto que mal não vai fazer.

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Já saiu, e é quentuxo

Ainda vai ser lançado

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Fuja. É fria!

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///GAMES

O cosmo nunca se apaga

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Já saiu, e é quentuxo

que fique extremamente complicado para avançar, mas o grau de desafio ficou muito desequilibrado. Antes de entrar nas casas zodiacais, você ainda enfrenta um cavaleiro negro ou de prata. Os golpes mais poderosos são fáceis de serem executados. Para soltar um “Ave Fênix”, por exemplo, basta apertar circulo que o sétimo sentido é acionado apertando o R2, dando alguns segundos para ver em câmera lenta, ficando mais fácil de desviar dos golpes, principalmente dos cavaleiros de ouro. Falando nisso, controlar um Shaka, Aioria ou qualquer outro dourado é a melhor sensação. Na medida em que se avança nas casas, os cavaleiros derrotados são habilitados nos modos extras. A falta de dublagem em português decepciona bastante, ainda mais levando em conta a grande qualidade dos dubladores nacionais da série. Entre pontos positivos e negativos, torna-se evidente que Sanctuary Battle será mais aproveitado por quem curtiu ou ainda curte as pancadarias entre cavaleiros de latão, bronze e ouro. Peca pela repetição e pelo desequilíbrio na dificuldade, mas é indispensável para os fãs, principalmente pelo elo emocional. Não estranhe caso se pegue gritando os golpes entre uma luta e outra. Isso é normal, já que rodar o jogo ultrapassa a barreira da jogatina e se transforma em uma prazerosa viagem nostálgica. (Marcus Freitas)

Ainda vai ser lançado

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Nostalgia é o primeiro sentimento que veio à tona ao pegar a caixa de Saint Seiya: Sanctuary Battle. Criado por Masami Kurumada originalmente em mangá, o desenho animado que explodiu no Brasil nos anos 90 mostra um grupo de jovens guerreiros que defendem Atena, a deusa da justiça, a qualquer custo. Apesar de ser bastante violento, exaltava em todos os episódios conceitos de honra, ética e companheirismo. A última incursão nos games foi em 2007, com o fraco jogo de luta “Saint Seiya: The Hades”, para PS2. Depois desse hiato, Sanctuary Battle chega exclusivamente no PS3 e se baseia na saga do Santuário. Com mais de 30 episódios, é considerada a pela maioria dos fãs como a saga seminal e de maior importância. Para quem não assistiu o desenho, Atena é atingida por uma flecha dourada que só pode ser retirada pelo Mestre do Santuário. Para isso acontecer, Seiya e cia. têm 12 horas para percorrer as dozes casas guardadas pelos cavaleiros de ouro, cada um representando um signo do zodíaco. Indo para o jogo propriamente dito, a jogabilidade não é ruim, mas fica repetitiva após alguns minutos de gameplay. O grande problema é que, no trajeto entre uma casa e outra, o game se torna apenas “apertar” botões, se tornado chato. Isso muda somente na hora de enfrentar os cavaleiros de ouro, onde a dificuldade fica muito acima do restante. Não

Feito para os fãs, Saint Seiya: Sanctuary Battle vale pela nostalgia

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Fotos: Divulgação,


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Horizonte infinito Previsto para outubro, Infinito, sexto disco da Fresno, procura dar um passo a mais na carreira da banda, já acostumada a trilhar caminhos diferentes. E o primeiro single já mostra a próxima parada: o espaço... Desde o início da carreira, a Fresno já se viu andar por caminhos antagônicos. Após lançarem três discos independentes (que hoje são raridades nos sites de venda, onde o primeiro chega a custar R$ 600,00) e formarem uma base grande de fãs, eles viram seu som os levar para uma grande gravadora, onde o timbre das guitarras teve seu volume levemente diminuído e, de clubes underground, se viram jogados a grandes estádios e programas de auditório. Famosos, lançaram Revanche, com as guitarras no talo, e se viram em segundo plano na sua gravadora.

Não pensaram duas vezes, rescindiram contrato e voltaram para a independência. E nessa “volta ao começo”, surgiu talvez o projeto mais ambicioso nas cabeças de Lucas Silveira, Vavo Mantovani, Bell Ruschel e Mario Camelo: um disco épico e um clipe com filmagens do espaço. Infinito, o disco, será lançado em outubro, mas o primeiro single, homônimo, já foi lançado via iTunes. E, juntamente, foi lançado o clipe, que já mostra a ambição do disco novo: filmado em HD, o vídeo conta a história de quatro meninos que tem o sonho de mandar uma câmera pro

espaço presa em balões. As imagens obtidas com o experimento, executado com êxito após duas tentativas frustradas, são de encher os olhos. “(O clipe) É para motivar as pessoas, fazê-las sair de frente da televisão e correr atrás. A música é um ansiolítico para mim, sou assumidamente depressivo. Nada foi fácil, mas conseguimos. Era pra ser cinematográfico mesmo”, afirmou Lucas à época do lançamento. É difícil afirmar se o disco vai ser tão pretensioso como o clipe, mas por Infinito dá pra dizer que a Fresno vai bem sim, obrigado! (P.T.)

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+ arte mรกrciosimon c. bertuol carlos

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