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Alea jacta est
from Pará+ 224
Texto *Eng° José Maria Da Costa Mendonça Fotos Giuliano M. Locosselli e Milena Godoy-Veiga Quebec Ministry of Fore
Nós, amazônidas, aqui nascidos e criados, sabemos das nossas necessidades como Sociedade. Porém, precisamos dar valor econômico a este rico patrimônio natural, conscientes de que os maiores destruidores do meio ambiente são a miséria e a ausência de educação.
É imperativo construirmos grandes complexos hidrelétricos, gerando energia limpa e barata com grandes reservatórios para acumulação de água doce, pensando na incerteza do futuro, dando aos ribeirinhos múltiplas atividades econômicas como meio para o bem viver. É importante a exploração da madeira de nossas florestas mediante o manejo florestal, isso ajuda a rejuvenescê-las, acelerando o ciclo de carbono, bem como desenvolver a pesquisa da nossa biodiversidade que é única, explorando de forma limpa e perene. Esta é a nossa “profissão de fé”.
A nós, homens de boa fé, preocupa-nos reportagens em jornais com títulos capciosos, apelativos, como: “A Amazônia não está longe de virar savana” - “Em 2030 a Amazônia será um deserto”; recentemente divulgados, para causar alarde. Fica claro que existe um objetivo determinado.
Ao consultar um dos maiores climatologistas do planeta, Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion, pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), informou que rebateu essas insinuações em um artigo com o título “Molion desmente risco de desertificação da Amazônia”, mas que não causou eco significativo na imprensa. - por motivos pecuniários, digo eu.
Diz o Dr. Molion, baseado em dados reais, que a precipitação no bioma Amazônia é em torno de 2400 mm/ano, e em uma região desértica esta precipitação é menor que 200 mm/ano, logo, não existe a menor possibilidade de no ano 2030 nossa Amazônia ser transformada em um deserto. Aliás, se não houver a inversão do polo magnético da terra, jamais será um deserto.
Quanto a umidade, é devido aos ventos alísios provenientes do oceano Atlântico com massas de ar que trazem água em forma de vapor, são cerca de 500 mil m3/s dos quais 80% se precipitam em forma de chuva; a metade, 200 mil m3/s, volta de forma líquida ao oceano Atlântico pela descarga do rio Amazonas, e a outra metade é devolvida para a atmosfera pela evapotranspiração de nossas florestas em forma de vapor que se juntam aos 20% que permaneceram na atmosfera, esses 300 mil m3/s se dirigem a outras regiões e se precipitam em forma de chuvas; a isso chamamos de equilíbrio hidrológico.
Não existe a menor possibilidade de no ano 2030 nossa Amazônia ser transformada em um deserto
Diante desses números, qual a possiblidade de nos tornarmos uma savana?
Nada acontece por acaso, essas declarações apocalípticas, somadas com as notícias de desmatamentos exagerados e queimadas absurdas, tem por objetivo comunicar ao mundo que nossa floresta nativa rica em biodiversidade está sendo devastada, e com isso, vírus, bactérias e protozoários, ao perderem seu habitat natural, sofrerão mutações e se utilizarão dos seres humanos como hospedeiros, causando doenças e mortes que se espalharão pelo mundo. A nós, amazônidas, está reservado o papel de protagonistas, que devido aos nossos desmatamentos e queimadas, seremos responsáveis por todas as pandemias de um futuro bem próximo. Esse será o golpe seguinte que nos atingirá, pois já perdemos a batalha da comunicação e nossa Sociedade não se alertou para isso, por ignorância ou conveniência. Diante desses fatos, a internacionalização da Amazônia estará consumada. Afinal, há muito já fomos sinalizados; por Al Gore, ex-Vice-Presidente dos EUA, quando assim se manifestou: “Ao contrário do que os brasileiros pensam a Amazônia não é deles, mas de todos nós”. Sendo corroborado por François Mitterrand, ex-Presidente da França, que pontuou: “O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia”. - “Alea jacta est”, na exata expressão do termo.
(*) Vice-presidente da Federação das Indústrias do Pará-FIEPA Presidente do Centro das Indústrias do Pará-CIP Presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da FIEPA